métodos de amostragem e tamanho da amostra para alguns

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MÉTODOS DE AMOSTRAGEM E TAMANHO DA AMOSTRA PARA ALGUNS CARACTERES DO MILHO Paulo Sérgio L. Silva 1 Gildásio S. Silva2 Maria Valdinete Rodrigues3 Amauri A. Machado4 wereevaluated. Thesampling methodswere: "hills" (ali plants of lhe same hill were measured); "plants" (evaluation of plants from different hills); (evoluation of plants of lhe same ordifferent hills). The size samples were 2,4,6,8, 10 and 12 plants. The data obtained for each sampling method and sample size (18 combinations) were submited to variance analysis. The precision was measured by coeficiente of variation of re- sidual variance of lhe analysis with 26 plants to residual variance of lhe analysis for each sampling method and size sample. For lhe three characteres mentioned, at least 8 plants must be selectioned by "plants" methods. RESUMO Foram avaliados os efeitos de métodos de amostragem e tamanhos da amostra sobre a precisao da avallaçao das alturas da planta e de inserçao da espiga e do tamanho do pendao em milho Os dados foram obtidos de um experimento de comparaçao de 7 cultiva- res Utilizou-se o delineamento de blocos completos casualizados com 5 repetições Todas (26) as plantas das 13 covas de cada parcela foram avaliadas Os mé- todos de amostragem foram "covas" (todas as plantas da mesma cova foram medidas); "plantas" (avaliaçao das plantas de diferentes covas); "misto" (avaliaçao de plan- tas da mesma e de diferentes covas). Os tamanhos de amostras foram 2, 4, 6, 8, 10 e 12 plantas Os dados obtidos para cada método de amostragem e cada tama- nho amostral (18 combinações), foram submetidos à análise de variancia A precisao foi medida pelos valores do coeficiente de variaçao e da eficiência, definida como a relaçao entre a variância residual da análise com 26 plantas e a variância residual para cada análise Verificou- se que, para os três caracteres, pelo menos 8 plantas devem ser "selecionadas" pelo método "plantas" KEY WORDS: Zea mays, plant heigth, ear height, tassel, field plot technique. PALAVRAS-CHAVE Zea mays, altura da planta, altura d~ inserçao da espiga, pendao, técnicas experimentais INTRODUÇÃO É bem estabelecido o tato de que a precisão das estimativas tende a aumentar com o aumento do tamanho da amostra. Contudo, estimativas a partir de amostras grandes demandam muito tempo, trabalho e recursos. Aliás, em alguns casos, limita- ções técnicas impedem o uso de grandes amostras. Por outro lado, também é bem conhecido que, a partir de certo tamanho da amostra, aumentos adicionais da amostra não trazem ganhos compensatórios na pre- cisão. Assim, treqüentemente, existe inte- resse em se trabalhar com tamanhos de amostras que possibilitem estimativas com razóavel precisão e que não comprometa o processo de amostragem. A determinação SAMPLING METHOO ANO SIZE SAMPLE FOR CHARACTERS OF MAIZE SUMMARY Were evaluated lhe effects of sampling methods and sample size on precision of lhe evaluation of plant and ear height and tassel size The data were obtained from a comparative experiment of 7 cultivars It was utilized the randomized blocks design with 5 replications Ali (26) plants from 13 hills of each Dlot 1 EngAgr, Or., Prot Adjunto Esc Sup. de Agric de Mossor6 (ESAM). Cx. Postal 137, CEP 59625-900 Mossor6-RN 2 Estudante de Agronomia da ESAM 3 Eng Agr. da ESAM. 4 EngAgr,Or, Prot. Adjunto da ESAM Ciên Agron, Fortaleza, 24 (1/2) pág 5 - 10 Junho/Dezembro. 1993 5

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Page 1: Métodos de amostragem e tamanho da amostra para alguns

MÉTODOS DE AMOSTRAGEM E TAMANHO DA AMOSTRA PARA ALGUNSCARACTERES DO MILHO

Paulo Sérgio L. Silva 1

Gildásio S. Silva2

Maria Valdinete Rodrigues3

Amauri A. Machado4

wereevaluated. Thesampling methodswere:"hills" (ali plants of lhe same hill weremeasured); "plants" (evaluation of plantsfrom different hills); (evoluation of plants oflhe same ordifferent hills). The size sampleswere 2,4,6,8, 10 and 12 plants. The dataobtained for each sampling method andsample size (18 combinations) were submitedto variance analysis. The precision wasmeasured by coeficiente of variation of re-sidual variance of lhe analysis with 26 plantsto residual variance of lhe analysis for eachsampling method and size sample. For lhethree characteres mentioned, at least 8 plantsmust be selectioned by "plants" methods.

RESUMOForam avaliados os efeitos de métodos de

amostragem e tamanhos da amostra sobre a precisao daavallaçao das alturas da planta e de inserçao da espigae do tamanho do pendao em milho Os dados foramobtidos de um experimento de comparaçao de 7 cultiva-res Utilizou-se o delineamento de blocos completoscasualizados com 5 repetições Todas (26) as plantasdas 13 covas de cada parcela foram avaliadas Os mé-todos de amostragem foram "covas" (todas as plantas damesma cova foram medidas); "plantas" (avaliaçao dasplantas de diferentes covas); "misto" (avaliaçao de plan-tas da mesma e de diferentes covas). Os tamanhos deamostras foram 2, 4, 6, 8, 10 e 12 plantas Os dadosobtidos para cada método de amostragem e cada tama-nho amostral (18 combinações), foram submetidos àanálise de variancia A precisao foi medida pelos valoresdo coeficiente de variaçao e da eficiência, definida comoa relaçao entre a variância residual da análise com 26plantas e a variância residual para cada análise Verificou-se que, para os três caracteres, pelo menos 8 plantasdevem ser "selecionadas" pelo método "plantas"

KEY WORDS: Zea mays, plant heigth, earheight, tassel, field plot technique.

PALAVRAS-CHAVE Zea mays, altura da planta, alturad~ inserçao da espiga, pendao, técnicas experimentais INTRODUÇÃO

É bem estabelecido o tato de que aprecisão das estimativas tende a aumentarcom o aumento do tamanho da amostra.Contudo, estimativas a partir de amostrasgrandes demandam muito tempo, trabalhoe recursos. Aliás, em alguns casos, limita-ções técnicas impedem o uso de grandesamostras. Por outro lado, também é bemconhecido que, a partir de certo tamanho daamostra, aumentos adicionais da amostranão trazem ganhos compensatórios na pre-cisão. Assim, treqüentemente, existe inte-resse em se trabalhar com tamanhos deamostras que possibilitem estimativas comrazóavel precisão e que não comprometa oprocesso de amostragem. A determinação

SAMPLING METHOO ANO SIZE SAMPLE FORCHARACTERS OF MAIZE

SUMMARYWere evaluated lhe effects of sampling methods

and sample size on precision of lhe evaluation of plant andear height and tassel size The data were obtained froma comparative experiment of 7 cultivars It was utilized the

randomized blocks design with 5 replications Ali (26)plants from 13 hills of each Dlot

1 EngAgr, Or., Prot Adjunto Esc Sup. de Agric de

Mossor6 (ESAM). Cx. Postal 137, CEP 59625-900Mossor6-RN

2 Estudante de Agronomia da ESAM3 Eng Agr. da ESAM.

4 EngAgr,Or, Prot. Adjunto da ESAM

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deste "tamanho ideal" da amostra para várioscaracteres de interesse agronômico do mi-lho não tem sido feita com grande freqüên-cia.

interesse dos pesquisadores por sua corre-lação negativa com a produção de grãos.

O objetivo deste trabalho é avaliar osefeitos de alguns métodos de amostrageme tamanho de amostra sobre a precisão daavaliação das alturas da planta e de inser-ção da espiga e do tamanho do pendão domilho.

MATERIAL E MÉTODOSPara obtenção dos dados, utilizou-se

um experimento de avaliação de cultivaresirrigado por aspersão. O experimento foirealizado na Fazenda Experimental RafaelFernandes, da ESAM, localizada a 20 km dasede do município de Mossoró-RN.

O experimento foi plantado manual-mente em 17/08/88 usando-se cinco se-mentes/cova. Realizou-se um desbaste aos27 dias do plantio, deixando-se duas plan-tas/cova, ficando as parcelas com umadensidade de plantio equivalente a 50 milplantas/ha. O solo do local, um PodzólicoVermelho-Amarelo, rico em potássio, maspobre em fósforo, foi adubado com 90 kg deN (sulfato de amônia), 60 kg de P205(superfósfato simples) e 30 kg de K20(cloreto de potássio), por hectare. Um terçodo nitrogênio, todo o fósforo e todo o potás-sio foram aplicados como adubação de plan-tio, em sulcos ao lado e abaixo das semen-tes. O restante do nitrogênio foi aplicado emcobertura, após o desbaste. O controle dalargura Spodoptera frugiperda Smith foifeito previamente com duas aplicações dedeltamethrin (300 milha) aos 14 e 20 dias doplantio. A cultura foi mantida livre de inva-soras por três capinas manuais realizadasaos 26, 50 e 80 dias do plantio.

Utilizou-se o delineamento de blocosao acaso com 5 repetições. Além da cultivarCentralmex, usualmente plantada na re-gião, foram avaliadas as seguintes cultiva-res, recebidas do Centro Nacional de Pes-quisa de Milho e Sorgo (CNPMS) daEMBRAPA: CMS-04, CMS-05, .CMS-06,

CMS-07, CMS-11, CMS-14C, CMS-28,CMS-33 e CMS-35. Cada parcela ficou cons-tituída por três fileiras com 6,0 cm de com-primento, cada uma delas. Como área útil,considerou-se a ocupada pela fileira central,

Para determinar o número de espigasnecessárias para amostrar adequadamenteuma parcela de milho, visando a avaliaçãoda percentagem de umidade dos grãos,HENRY et alii4 verificaram que o número deespigas variou de 3 (para 10 variedades e 5repetições) a 20 (para 1 variedade e umaúnica repetição).

DIAS1 determinou, para peso de 50grãos, peso de espigas e altura da planta, otamanho amostral ótimo para híbridos sim-ples e duplos, variedades e compostos demilho. Ele utilizou dados obtidos por simu-lação em computador derivados de 2 expe-rimentos. Foram escolhidos 12 tamanhosamostrais e realizadas 100 análises devariância. DIAS1 ajustou equações do tipoY = A + B X, onde Y = coeficiente de variação

e X o inverso do tamanho amostral. Eleconcluiu, que 13, 15 e 5 plantas seriam ostamanhos amostrais para peso de 100 grãos,peso de espigas e altura. da planta respec-tivamente. SCOTT & KING5 verificaram que13, 65 e 130 grãos seriam tamanhosamostrais adequados para dar, respectiva-mente, pequena, razoável e adequada pre-cisão, na estimativa do tamanho da amostrapara determinar a percentagem de grãosinfectados com Fusarium moniliforme. Maisrecentemente, WOLKOWSKI et alii6 con-cluíram que 10 a 15 plantas seriam suficien-tes para fornecer valores mínimos para oCV, na amostragem de matéria seca.

O método adequado de amostragemem milho tem sido ainda menos estudadoque o problema de determinação do tama-nho ideal da amostra, apesar de tambémcontribuir para a precisão dos experimentos(GOMES et alii3). Não foram encontrados,na literatura consultada, trabalhos com mi-lho sobre o assunto.

As alturas da planta e de inserção deespiga são dois caracteres comumente ava-liados nos ensaios com milho, pela relaçãode ambos com o acamamento, crescimentoe vigor da planta. Mais recentemente, otamanho do pendão voltou a despertar o

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a) coeficiente de variação, definidocom a relação entre a estimativa do desviopadrão residual e a estimativa da médiageral, e expresso em percentagem;

b) eficiência, definida com a relaçãoentre a estimativa da variância residual daanálise em que todas as plantas da parcelaforam consideradas e a estimativa davariância residual de cada análise feita apartir de amostras.

RESULTADOS E DISCUSSÃOA Tabela 1 apresenta as médias para

as alturas da planta e de inserção da espigae para o o número de ramificações do pendãodas cultivares avaliadas em função dométodo de amostragem e tamanho da amos-tra. Para tais caracteres, as médias obtidas,quando todas as plantas (26) da área útil daparcela foram consideradas, foram de, res-pectivamente, 170 cm, 90 cm e 18,8. Emgeral, tais valores estão bastante próximosdos valores respectivos obtidos para os di-versos métodos de amostragem e tama-nhos de amostra estudados (excetuandotalvez a média 23,5, obtida para o númerode ramificações do pendão com o método"covas" e usando-se 8 plantas).

Os valores do Coeficiente de Variância(CV) para os três caracteres avaliados, emfunção de método de amostragem e dotamanho da amostra estão na Tabela 2. Asalturas da planta e de inserção da espigaforam estimadas, em geral, com maior pre-cisão (medida pelo CV) que o número deramificações do pendão. Nas análises emque todas as plantas da parcela foram con-sideradas, os valores obtidos para o CVforam de respectivamente, 7,6, 8, 4e 10,7%,para as alturas da planta e de inserção daespiga e para o número de ramificaçõe~do

pendão.A Tabela 2 mostra ainda que, para os

três caracteres, nos três métodos deamostragem, o valor do CVtendeu a decres-cer, com o aumentodotamanhoda amostra,excetuando o método "covas" para númerode ramificações do pendão, em que nenhu-ma tendência definida foi observada. Osdecréscimos parecem ter sido mais acentu-ados para altura de inserção da espiga e

eliminando-se uma cova em cada extre-minadade. O espaçamento adotado foi de 1 ,Om x 0,4 m, com duas plantas/cova. Assim, aárea útil de cada parcela foi ocupada por 13covas (26 plantas). Todas as plantas de todasas covas foram avaliadas, por ocasião dacolheita, quando às alturas da planta (nível dosolo à inserção da lâmina foliar mais alta) e deinserção da espiga (nível do solo à inserçãoda espiga mais alta) e quanto ao número deramificações do pendão.

Como tamanhos de amostra foramestudados 2, 4, 6 8, 10 e 12 plantas. Cadaamostra foi obtida por cada um dos seguintesmétodos de amostragem (covas e plantasforam tomadas ao acaso, com o auxílio deuma tabela de números aleatórios):

a) "covas" - todas as plantas de umamesma cova eram consideradas. Por exem-plo, para amostras de 4 plantas, tomavam-seas plantas de 2 covas;

b) "plantas" - foram avaliadas plBntasde covas diferentes. Para amostras de 4plantas, por exemplo, era considerada umaplanta de cada uma de 4 covas;

c) "misto" - foram avaliadas plantas damesma cova ou de covas diferentes, a depen-der dos números sorteados. Por exemplo,para amostras de 4 plantas, poderiam sertomadas 2 plantas de uma mesma cova e asoutras duas de covas diferentes.

Para cada tamanho de amostra emétodo de amostragem foi realízada umaanálise de variância convencional. Para talanálise, o valor que apresentou cada parcelaa média dos dados referentes àquela parcela.Adicionalmente, realizou-se também umaanálise de variância considerando-se parce-las com todas as plantas da área útil, isto é,com 26 plantas.

Somente foram computados os dadoscultivares em que o "stand" médio foi igualousuperior a 90%. Assim, das dez cultivaresavaliadas, somente sete, nasquais o númeromédio de falhas foi igualou inferior a três,serviram de base à análise estatística. Covasvizinhas às falhas foram incluídas no cômputodas médias.

Foram utilizados os seguintes critéri-os para avaliação e comparação dos méto-dos de amostragem e tamanho de amostra:

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TABELA 1 - Médias para as alturas da planta e de inserção da espiga e o número de ra-mificações do pendão de 7 cultivares de milho, em função do método deamostragem e do tamanho da amostra. Mossoró, 1988.

24681012

899090909091

918990909091

898890919090

~cE~(an)

2 18,5 19.7 20.4~ tE ~ 00 J:e"I-cá:>

TABELA 2 - Coeficiente de variação (%) para as alturas da planta e de inserção da espigae para o número de ramificações do pendão de 7 cultivares de milho, em fun-ção do método de amostragem e do tamanho da amostra. Mossoró, 1988.

17,710,410,79,87,59,1

17,08,9

11,111,39,98,4

16,310,88,46,76,18,2

2468

1012

1~ci3~(an)

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ção residual nos subconjuntos (é o queocorre na grande maioria das estimativas).Como existe uma variação amostral dosdados, a eficiência ultrapassar 1 ,O (mas nãomuito) em poucos casos parece ser normal.Casos semelhantes foram constatados porFONSECA2. Segundo ele, tais valores seri-am justificados pelo fato de que as análisesde variância, efetuadas para os diversos

métodos foram baseadas no mesmo modêlomatemático da análise efetuada para asestimativas em que todas as plantas daparcela foram consideradas. O mesmo au-tor trabalhando com cana-de-açúcar, con-

cluiu que o coeficiente de variação e a

eficiência estavam entre os critérios maisconvenientes para a comparação de méto-dos para estimar produção.

Os valores do CV e da eficiênciaobtidos no presente trabalho permitem su-

gerir amostras de pelo menos 8 plantas para

avaliação das alturas da planta e de inser-ção da espiga e do número de ramificaçõesdo pendão. tais plantas seriam "selecio-

nadas" preferencialmente pelo método "plan-tas", já que este método proporcionou osmenores valores para o CV e os maiorespara a eficiência dos caracteres citados.Deve ser mencionado que nos ensaios com

milho conduzidos na ESAM já vinha sendousado o método "plantas", to~ando-se 10

plantas por unidade experimental para ava-liação dos caracteres citados.

número de ramificações do pendão. Amos-tras a partir de 8 plantas produziram decrés-cimos reduzidos do CV. Em geral, foramobtidos praticamente os mesmos valores doCV com os três métodos de amostragempara altura da planta. Contudo, para alturade inserção da espiga e, principalmente,

para o número de ramificações do pendão,o CV foi menor com a amostragem "em

plantas" de que com os outros métodos.GOMES et alii3, utilizando 3 variedades decana-de-açúcar, concluíram que para 5caracteres, foi mais indicado utilizar-seamostras constituídas de certo número decanas por parcela, uma só de cada touceira,

e bem dispersas portoda a área da parcela,do que coletar canas próximas ou da mesmatouceira. A única exceção ocorreu no acasode produção, em uma das variedades, em

que houve resultados levemente favorávelao uso de mais canas por touceira.

A Tabela 3 apresenta os valores daeficiência referente às alturas da planta e deinserção da espiga e ao número de ramifi-cações do pendão. Em geral, maiores valo-res foram observados para as alturas daplanta e de inserção da espiga que para onúmero de ramificações do pendão. Maio-res valores da eficiência também foram

observados com o aumento no tamanho daamostra e com o método "plantas", paraaltura de inserção da espiga e número deramificações do pendão. Para altura da plantanão existiram grandes diferenças nos valo-res médios da eficiência obtidas com os três

métodos. Em alguns casos, principalmentepara altura de inserção da espiga, foram

obtidos para a eficiência valores superioresa 1,0. Os valores para a eficiência são

estimativas provenientes de um conjunto dedados e de vários de seus subconjuntos,

sem que nada garanta que umas serão

sempre maiores ou menores que outras.Então, sendo os quadrados médios do deno-

minador obtidos de subconjuntos dos dadosque geram o quadrado médio do numeradordeverá haver uma subestimativa da varia-

CONCLUSÃOCom base nos valores obtidos con-

cluiu-se que:1) O número de ramificações do

pendão foi avaliado com menor precisãoque as alturas da planta e de inserção daespiga;

2) Para avaliação das alturas da plan-ta e de inserção da espiga e do número deramificações do pendão devem sertomadaspelo menos 8 plantas, situadas em covasdiferentes.

Ciên Agron., Fortaleza, 24 (1/2) pág 5 - 10-- Junho/Dezembro, 1993Q

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TABELA 3 . Eficiência relativa às alturas da planta e de inserção da espiga e para o núme-

ro de ramificações do pendão de 7 cultivares de milho, em função do métodode amostragem e do tamanho da amostra. Mossoró, 19881.

2468

1012

Altura da planta (cm)

2-468

1012

0,230,660,620,741,270,84

0,240,920,580,550,730,98

0,270,631,011,571,921,05

lr9JT;ã:>cB~(an)

246

0,130,390,11

0,180,310,49

0,250,460,48r-.pOO~cD~

~8

1012

0,120,090.12

0,480,590.64

0,71

0,670.83

1 Eficiência = relação entre o quadrado médio residual considerando-se todas as plantas da

parcela e o quadrado médio residual com amostras.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS1. DIAS, J.F .S. O tamanho da amostra para

estudo dos caracteres peso de 50 grãos,peso de espiga e altura da planta emquatro grupos de cultivares de milho

(Zea mays L.). Piracicaba, USP/ESALQ,1978. (Dissertação de Mestrado).

2. FONSECA, F. das C.E. Avaliação e comparação de métodos para estimar produ-ções de parcelas em ensaios com cana-

de-açúcar (Saccharum spp.) Piracicaba,ESALQ, 1980. (Dissertação de Mestrado).

3. GOMES, F.P.; VALSECHI, O.; ABREU,C.P. & OLIVEIRA, E.R. Amostragemde cana-de-açúcar para determinação tecnológicas. Anais da E.S.A."Luiz de Queiroz". 20: 89-114. 1963.

4. HENRY, G.F.; DOWW, E.E. & BATEN,

W.D. An adequate sample of corn

plots with reference to moisture and

shelling percentages. Joumal of Agronomy,

34: 777-781,1942.

5. SCOTT, G.E. & KING, S.B. Sample size

to detect genotypic differences in maize

to kernel infection by Fusarium

oniliforme. Maydica, XXIX: 151-160,

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& BUNDY, L.G. Field plot technique

comparison for estimating corn grain

and dry matter yield. Agronomy

Journal,80: 278-280, 1988.

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