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Mapeamento do Campo Experimental de Geofísica (CEG) da FEUP
Método da resistividade eléctrica 1/21
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Mapeamento do Campo Experimental de Geofísica (CEG)
da FEUP
Método da resistividade eléctrica
Projeto FEUP: 1º Ano – LCEEMG
Coordenador do Curso:
Prof. Alexandre Leite
Equipa EMM23:
Supervisores: Monitores:
Alexandre Leite [email protected] Miguel Mendanha [email protected]
Jorge Carvalho [email protected]
Estudantes & Autores:
Filipa Ribeiro [email protected] Filipe Silva [email protected]
Joana Silva [email protected] Laura Correia [email protected]
Luís Afonso [email protected] Miguel Sottomayor [email protected]
Nuno Costa [email protected] Ricardo Costa [email protected]
Mapeamento do Campo Experimental de Geofísica (CEG) da FEUP
Método da resistividade eléctrica 2/21
Resumo
No âmbito da unidade curricular Projecto FEUP realizou-se o estudo do subsolo através
da análise dos resultados da resistividade aparente, calculadas a partir dos valores de
resistência eléctrica medidos em campo (CEG-Campo Experimental Geofísico), com o
intuito de fazer o mapeamento deste.
Realizou-se este projecto através do método da resistividade eléctrica utilizando as
configurações de Schlumberger.
Para a execução do mapeamento do CEG mediu-se a resistência eléctrica do campo em
66 pontos a uma profundidade de 2 m, para depois calcular a resistividade aparente,
inversamente proporcional à condutividade, nesses pontos, de modo a descobrir o que
estava no subsolo – quanto maior a resistividade num ponto, menor a condutividade do
material que a corrente irá atravessar.
Assim, a partir da representação, na forma de gráfico, da resistividade aparente nos
pontos, dando origem a uma grelha, vamos interpretar a variação da resistividade e o que
esta representa.
Palavras-Chave
Resistividade; resistivimetro; Wenner; Schlumberger; resistência eléctrica;
condutividade; mobilidade iónica; mira; eléctrodo; métodos directos e indirectos; subsolo;
intensidade eléctrica; geofísica.
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Índice
Glossário
1. Introdução~
2. Método directos e indirectos de análise o subsolo
3. Método da Resistividade Eléctrica
3.1 Resistividade Eléctrica
3.1.1 Método de Schlumberger
3.2 Mobilidade Iónica
4. Conclusões
Referências bibliográficas
Anexos
Anexo A
Anexo B
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Glossário
CEG – Campo Experimental de Geofísica
Mapeamento do Campo Experimental de Geofísica (CEG) da FEUP
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1. Introdução
O conhecimento do subsolo resulta da articulação entre os contributos de diferentes
áreas de conhecimento.
Os métodos de natureza directa permitem conhecer a parte mais superficial da Terra
de uma forma directa, como as sondagens ou, ainda, o estudo de materiais de
profundidade que afloram á superfície permitindo o contacto com materiais no subsolo, no
entanto, estas abordagens apresentam grandes limitações, atendendo à pouca informação
que fornecem relativamente a zonas mais interiores do planeta.
Para além destes dados recorre-se a técnicas e métodos de natureza indirecta, do
âmbito da Geofísica, entre outros. Estes diferentes estudos dão-nos valiosas informações
sobre o subsolo o que nos permite, no seu conjunto, a elaboração de modelos de estrutura
interna.
Neste projecto utilizamos o método da resistividade eléctrica (método indirecto de
análise do subsolo) para realizarmos o mapeamento do Campo experimental de geofísica
(CEG) da FEUP, a partir da configuração de Schlumberger.
2. Métodos directos e indirectos de análise do subsolo
O conhecimento do subsolo resulta da articulação entre os contributos de diferentes
áreas de conhecimento.
Os métodos de natureza directa como as sondagens, ou o estudo de materiais de
profundidade que afloram á superfície permitem o contacto com meterias do interior da
Terra. Apesar de fundamentais, estas abordagens apresentam, contudo, grandes
limitações, atendendo á pouca informação que fornecem relativamente a zonas mais
interiores do planeta.
Para além destes dados, os geólogos recorrem a técnicas e métodos de natureza
indirecta, do âmbito da Geofísica - gravimetria, geotermia, geomagnetismo ou sismologia -
ou da Planetologia, que permitem, no seu conjunto, a elaboração de modelos de estrutura
interna. (REIS, J.; LEMOS, P.; GUIMARÃES, A. (2011))
Métodos directos: permitem conhecer a parte mais superficial da Terra através de uma
forma directa.
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Afloramentos e observação de rochas:
Um afloramento é a exposição de uma rocha na superfície da Terra. Pode ser formada
naturalmente pela erosão do solo que cobria a rocha, ou pela acção humana, como por
exemplo, em cortes de estradas ou em pedreiras. Os afloramentos são muito importantes
pois permitem a observação directa das rochas, além disto, possibilitam a colecta de
amostras de rochas, que podem ser analisadas em laboratórios quanto à sua composição
mineralógica e química, idade, conteúdo fossilífero (no caso de rocha sedimentares), e
etc.
Através dos afloramentos, podem-se fazer mapas geológicos de superfície e, assim,
conhecer as características das rochas em uma região e sua extensão em área, e auxiliar
na pesquisa de recursos minerais, petróleo, na geologia de engenharia e etc. (REIS, J.;
LEMOS, P.; GUIMARÃES, A. (2011))
Sondagens
O estudo realizado com as sondas é a melhor maneira de estudar o interior da Terra
pois este estudo consiste na perfuração da crosta e que permitem retirar colunas de rochas
contendo milhões de anos, infelizmente ainda só é possível perfurar a poucos quilómetros
de profundidade (conseguem ir no máximo até aos 12.3 Km de profundidade). Permitindo o
conhecimento directo de zonas do interior da Terra. Porém as sondagens têm a
consequência de serem extremamente caras e a perfuração só pode ser feita se os
materiais utilizados forem resistentes ás altas temperaturas e suficientemente leves para
serem manejados. (TARBUCK, E.; LUTGENS, F. K. (2002))
Métodos indirectos: permitem conhecer o interior da Terra através de uma forma
indirecta.
Método da Resistividade Eléctrica
3. Método da Resistividade Eléctrica
Na realização deste projecto, foi utilizado o método da resistividade eléctrica que
consiste essencialmente em analisar o subsolo e o que nele se encontra através do cálculo
da resistividade que, por sua vez, se consegue a partir da resistência eléctrica, utilizando
um resistivimetro, segundo a seguinte expressão:
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( )
Expressão 1: Fórmula da resistividade aparente segundo a configuração de
Schlumberger
R – Resistência (ohm)
b = 1,75 m a = 0,50 m
ρa – Resistividade aparente (ohm.metro)
Para a medição da resistência eléctrica é utilizada a expressão:
Expressão 2: Fórmula da resistência eléctrica
V – Diferença de Potencial (Volts, V)
I – Intensidade (Amperes, A)
Que é conseguida a partir da Lei de Ohm:
Expressão 3: Fórmula da resistência eléctrica (2)
Sendo a fórmula da resistividade aparente:
( )
Expressão 4: Fórmula da resistividade aparente segundo a configuração de
Schlumberger (2)
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Assim, em comparação com um circuito eléctrico, o que acontece num resistivimetro é
o cálculo, em volts, da diferença de potencial através da Lei de Ohm. (Fernandes C.
(1984))
O trabalho de campo começou pela medição do campo a partir de uma grelha em
forma de rectângulo (20 x 10) m com coordenadas de 2 em 2 metros:
Figura 1: Formato da grelha utilizada no campo (CEG)
Em cada um dos 66 pontos presentes na grelha, mediu-se a resistência eléctrica a
partir da configuração de Schlumberger, de que iremos falar a seguir, com o auxílio do
resistivimetro.
Resistivimetro:
O resistivimetro é um equipamento, que tem como função medir a resistência de um
trajecto entre dois pontos no solo. Esses pontos são onde se encontram os eléctrodos, que
estão mais afastados do equipamento, cravados no solo. Durante o percurso da corrente
eléctrica há uma queda de potencial que vai ser detectado pelo equipamento, com os dois
eléctrodos que se encontram mais perto. (ABEM Instrument AB,BOX 200 86, S-161 02
Bromma, Sweden)
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O resistivimetro calcula a resistência eléctrica no ponto onde se vai realizar a
medição. Instala-se os eléctrodos que medem a diferença de potencial, um a 0,25 m para
a esquerda do ponto e outro a 0,25 m para a direita, e os outros eléctrodos, que
introduzem a corrente eléctrica no solo (eléctrodos de corrente), são colocados a uma
distância de 1,75 m de cada um deles. No final cada um dos eléctrodos de corrente
encontram-se a 2 metros do ponto do qual se quer medir a resistividade.
Figura 2: Fotografia do resistivimetro tirada em campo
Para se analisar o subsolo e aquilo que lá existe pode-se utilizar uma tabela de
resistividades (Tabela 1) sendo, assim, uma forma bastante directa de descobrir
aproximadamente a composição dos materiais no subsolo ou uma tabela de condutividades
(Tabela 2) que, como vamos ver a seguir, é inversamente proporcional à resistividade. Ou
seja, quando a resistividade é muito elevada, a condutividade vai ser muito baixa e, uma
vez que os metais têm uma condutividade bastante alta, pode-se concluir que naquele
ponto a probabilidade de existir compostos metálicos no subsolo é bastante reduzida.
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Tabela 2: Condutividade de alguns
materiais
Tabela 1: Resistividade de alguns materiais
Condutividade dos materiais em relação à resistividade:
A utilização do método de resistividade eléctrica tem origem na década de 1920 com
os trabalhos dos irmãos Schlumberger, sendo mais desenvolvidos na segunda metade do
século XX. A resistividade de um material é definida como a resistência entre as faces
opostas de um cubo de aresta unitária desse material (João Pedro Lóio Oliveira, 2009). Já
a condutividade (σ) eléctrica é uma propriedade natural dos corpos que consiste em
transmitir calor ou electricidade. Que por sua vez é o inverso da resistividade, ou seja
quanto maior a resistividade (p), menor a condutividade.
Material Resistividade
(Ωm)
Prata 1,645*10^-8
Cobre 1,723*10^-8
Ouro 2,443*10^-8
Alumínio 2,825*10^-8
Tungsténio 5,485*10^-8
Níquel 7,811*10^-8
Ferro 1,229*10^-7
Carbono 3,5*10^-5
Silício 2,3*10^3
Parafina 10^17
Platina 1,06*10^-9
Manganina 4,82*10^-7
Quartzo 7,5*10^17
Latão 0,8*10^-7
Estanho 1,09*10^-7
Chumbo 2,2*10^-7
Germânio 4,6*10^-1
Enxofre 10^15
Material Condutividade
(1/Ωm)
Prata 6,8*10^7
Cobre 6,0*10^7
Ouro 4,3*10^7
Alumínio 3,8*10^7
Latão (70 Cu –
30 Zn) 1,6*10^7
Ferro 1,0*10^7
Platina 0,94*10^7
Aço-carbono 0,6*10^7
Aço Inoxidável 0,2*10^7
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Expressão 5: Fórmula da Condutividade
A condutividade eléctrica é uma característica intrínseca para materiais como os
metais. Quanto mais facilmente os electrões fluírem quando submetidos a um campo
eléctrico, maior é a condutividade do material (Revista Brasileira de ensino de física,
2006).
Existem muitos efeitos a nível microscópico que contribuem para impedir o movimento
dos electrões num metal e, portanto limitam os valores possíveis para a condutividade.
Dentro de estes efeitos, está o facto de que os electrões são forçados a movimentarem-se
pela acção do campo eléctrico externo, eles colidem com os iões que constituem o
material, transferindo assim toda a energia cinética recebida pela acção do campo
eléctrico. O processo de condução eléctrica acontece nos metais pela razão que estas
substâncias têm uma boa estrutura cristalina e electrões livres, estes electrões que
ocupam a última camada – electrões livres- possuem ligações mais fracas podendo assim
movimentarem-se na sua nuvem electrónica, estes electrões ao serem removidos podem
transitar para um átomo vizinho, ocorrendo uma troca de cargas eléctricas entre os
átomos, se este se encontrar com o mesmo número de electrões (-) e de protões (+) e
ceder um electrão o átomo fica com carga eléctrica positiva; se ocorrer o processo
inverso, o átomo receber o electrão o átomo ficará com eléctrica negativa.
Por último os materiais são ordenados quanto à sua condutividade:
Condutor com valores superiores a 104/Ω.m.
Semicondutores se se encontrar entre os valores de 10-10/Ω.m e 104/Ω.m.
Isolantes com valores inferiores a 10-10/Ω.m. (Infoescola)
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Após a medição da resistência eléctrica com o resistivimetro, calcula-se a resistividade
com a fórmula atrás mostrada (Expressão 1) para, a seguir, construir-se através do Surfer
os gráficos 3D e 2D, Figuras 3 e 4, respectivamente, do das resistividades nos 66 pontos do
CEG de forma a poder-se interpretar os dados.
Assim, a partir do gráfico 3D pode-se ver que no canto superior esquerdo (perto do
ponto de coordenadas (0,10)) e do lado direito (perto dos pontos de coordenadas x=20) as
resistividades são extremamente elevadas e, consequentemente, as condutividades são
bastante baixas, logo a probabilidade de lá haver compostos metálicos é baixa.
O contrário acontece quando as resistividades são muito baixas (centro do campo),
sendo as condutividades nesses pontos bastante elevadas, há uma grande probabilidade de
haver metais.
Neste projecto consideramos uma profundidade de 2 metros: considerando que as duas
correntes se encontram no subsolo fazendo um ângulo de 90º a altura do ponto em, que se
interceptam as correntes, abaixo do ponto de onde se pretende medir a resistividade, é de
2 metros.
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Figura 3: Gráfico 3D da resistividade do campo a uma profundidade aproximada de 2 m
Figura 4: Mapeamento do CEG através do gráfico 2D da resistividade
3.1 Resistividade Eléctrica
A Resistividade, cujo símbolo pode ser ρ, consiste na propriedade característica de um
material que expressa a maior ou menor resistência que este opõe ao ser atravessado pela
corrente eléctrica. Também designada como Resistência Específica ou Resistividade
Volumétrica define a oposição ao fluxo de electrões através de um material. É a grandeza
inversa à condutividade e exprime-se em ohms por metro (Ω/m).
Os materiais condutores possuem uma resistividade compreendida entre 10-8 e 106
ohm/m, enquanto que nos isoladores esta oscila entre 107 e 1023 ohm/m. A resistência
eléctrica R de um dispositivo está relacionada com a resistividade ρ de um material pela
seguinte equação:
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Expressão 6: Fórmula para calcular a resistência
Para se calcular a resistência de um material pode-se recorrer a uma tabela de
resistividades de materiais e verificar a resistividade do material correspondente de modo
a calcular esta. Da mesma maneira que se sabe a resistência de um material através da
resistividade, também se pode saber a resistividade se se conhecer a resistência, área de
secção recta e comprimento do material. (infopedia)
Existem outras fórmulas para calcular a resistividade de um material como a seguinte:
Expressão 7: Fórmula para calcular a resistividade eléctrica
A Resistividade depende então da amplitude do campo eléctrico e da densidade de
corrente eléctrica que atravessa o material.
A Resistividade Eléctrica pode também ser definida como sendo o inverso da
condutividade eléctrica, do material, dada pela seguinte equação:
Resistividade
Elétrica
Comprimento do Material
Área da Secção do Material
Resistência
Elétrica
Resistividade
elétrica (em ohm
metro Ω m)
Amplitude do
campo eléctrico (em
volts por metro v/m)
Densidade de
corrente elétrica (em
amperes por metro
quadrado A/ )
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Expressão 8: Fórmula para calcular a resistividade eléctrica (2)
Resistividade
eléctrica (em ohm
metro Ω m)
Condutividade Eléctrica
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3.1.1 Configurações de Schlumberger
Esta técnica consiste, basicamente, na análise e interpretação da resistividade
aparente, obtida a partir de medidas efectuadas na superfície do terreno, investigando a
sua variação em profundidade.
Figura 5: Disposição do arranjo Schlumberger
No arranjo Schlumberger, colocam-se quatro eléctrodos na superfície do
terreno, dispostos simetricamente em relação ao centro e sobre uma mesma linha
recta, como indicado na figura. Essa técnica requer que uma corrente alterna de
baixa frequência seja injectada no solo por meio de um par de eléctrodos AB fixados
à superfície do terreno. A diferença de potencial que se forma no solo é medida
utilizando-se um segundo par de eléctrodos MN. O arranjo Schlumberger é muito
rápido, sendo apenas necessário o deslocamento de dois pares de eléctrodos.
O, P: Eléctrodos de corrente M, N: Eléctrodos de Potencial
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Figura 6: Esquema da Configuração de Schlumberger
Onde:
- A é a corrente injectada nos eléctrodos de corrente O e P
- V é a queda de potencial medida entre os eléctrodos de potencial M e N.
Pela seguinte equação obtém-se o valor da resistividade aparente através da
implementação deste método:
Expressão 4: Fórmula da resistividade aparente
Onde:
- ρa é a resistividade aparente do solo [𝜴.m];
- R é o valor da resistência medida pelo aparelho [𝜴];
- s é metade da distância entre os eléctrodos de corrente [m];
- a é a distância entre os eléctrodos de potencial [m].
Uma vez que o espaçamento entre os eléctrodos de corrente varia e os
eléctrodos de potencial se mantêm inalterados, é possível obter o perfil em
profundidade de um determinado solo.
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3.2 Mobilidade iónica
Os metais em estado nativo ocorrem geralmente como composto do tipo óxidos ou
sulfuretos. Os metais são normalmente obtidos através da extracção mineira e
processamento metalúrgico. Porém, podemos encontrar metais na crosta terrestre devido
à acção antrópica. O número de correntes eléctricas no subsolo é reduzido. As correntes
eléctricas formação então através dos iões no subsolo. No entanto, como “a água é uma
substância omnipresente no nosso planeta” e permite a condução electrolítica, as
correntes eléctricas no subsolo podem facilmente dar-se por condução electrolítica. “O
agente fundamental de mobilização iónica é a água mais ou menos carregada de gás
carbónico, cuja origem está relacionada com a precipitação atmosférica”. Os minerais
dificilmente dissolvem-se, mas é possível uma certa solubilização através da hidrólise.
Nestas reacções verifica-se a libertação de iões, cedidos pela água quando os protões
reagem com o sólido inicial.
“Muita da corrente eléctrica detectável no subsolo, em solos e rochas, é devida à
existência de soluções electrolíticas.” (apontamentos dados para o projecto FEUP)
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4. Conclusões
Este projecto foi realizado como objectivo de analisar o subsolo do campo CEG de
forma indirecta, a partir do método da resistividade eléctrica utilizando a configuração de
Schlumberger.
Através do gráfico da resistividade em cada um dos 66 pontos observar que a
resistividade em cada um dos 66 pontos é possível observar que a resistividade em
determinados sítios (como por exemplo, o canto superior esquerdo e o lado direito) é
extremamente elevada, o que significa que a condutividade é muito baixa segundo a
expressão da condutividade.
Ou seja, os materiais no subsolo têm condutividades extremamente baixas, logo não
tem muita quantidade de metais. Quando a resistividade é muito baixa (no centro), a
condutividade é elevada logo o solo nesse ponto é rico em metais.
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Referências bibliográficas
REIS, J.; LEMOS, P.; GUIMARÃES, A. (2011)
TARBUCK, E.; LUTGENS, F. K. (2002)
PRESS, F.; SIEVER, R.; GROTZINGER, J.; JORDAN, T. (2006)
C. E. de M. Fernandes; Fundamentos de Prospecção Geofísica; Editora Interciência
Ltda (1984)
ABEM Instrument AB,BOX 200 86, S-161 02 Bromma, Sweden; Instruction Manual
http://www.infopedia.pt
http://www.electronica-pt.com/index.php/content/view/166/37/
http://www.fisica.net/constantes/resistividade-eletrica-(ro).php
http://www.infoescola.com/fisica/condutividade-eletrica/
http://run.unl.pt/bitstream/10362/2364/1/Oliveira_2009.pdf
http://pt.scribd.com/doc/39865690/7/Fatores-que-Influenciam-a-Resistividade-Eletrica-
do-Solo
Nuno Filipe Barbosa. Dissertação Provisória. Portugal: Faculdade de Engenharia da
Universidade do Porto, 2011. Disponível em:
http://paginas.fe.up.pt/~ee05259/DissertacaoProvisoria.pdf
Roberto J. Vega Sacasa. Artigo Geologia. Brasil: Estado de Amapá, 2001. Disponível em:
http://www.iepa.ap.gov.br/arquivopdf/artigo_geologia/aplicacao.pdf
Mineragua. Relatório do levantamento Geofísico. Brasil: São Paulo, 2009. Disponível em:
http://www.cprm.gov.br/publique/media/relatorio_geofisica_tav.pdf
Jobson e Hélio Sueta. Medição resistividade do solo. Portugal 2012. Disponível em:
http://www.osetoreletrico.com.br/web/documentos/fasciculos/Ed70_fasciculo_aterrame
ntos_cap11.pdf
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Anexos
Anexo A
Diário de Bordo:
Trabalho realizado por cada um:
Filipa Ribeiro: Relatório; Método da resistividade eléctrica; Apresentação Power Point;
Procedimento;
Filipe Silva: Resistivimetro; Apresentação Oral;
Joana Silva: Métodos directos e indirectos de análise do subsolo;
Laura Correia: Condutividade dos materiais em relação à resistividade;
Luís Afonso: Geofísica; Método de Wenner;
Miguel Sottomayor: Configurações de Schlumberger; Gráfico Surfer;
Nuno Costa: Resistividade Eléctrica; Póster; Apresentação Power Point;
Ricardo Costa: Mobilidade Iónica; Apresentação Oral.
Até ao dia 18/10/2013 fez-se as medições dos valores do campo.
14/10/2013 (Segunda feira)
Divisão de tarefas
Presenças: Filipa, Filipe, Joana, Laura, Luís, Nuno, Ricardo
18/10/2013 (Sexta feira)
Observação e avaliação das apresentações orais
Presenças: Filipa, Filipe, Joana, Laura, Luís, Nuno, Ricardo
23/10/2013 (Quarta feira)
Início da preparação do relatório
Presenças: Filipa, Filipe, Joana, Laura, Luís, Nuno, Ricardo
28/10/2013 (Segunda feira)
Correcção do pré-relatório
Presenças: Filipa, Filipe, Luís, Miguel, Ricardo
04/11/2013 (Segunda feira)
Ensaio Apresentações Orais
Presenças: Filipa, Filipe, Joana, Laura, Luís, Miguel, Nuno, Ricardo