manual de bioseguranÇa_sp

120
2 Risco Biológico - Biossegurança na Saúde Coordenação da Atenção Básica - SMS - PMSP PREFEITO Gilberto Kassab SECRETÁRIA MUNICIPAL DA SAÚDE Maria Cristina Faria da Silva Cury de: mai. de 2005 a 11 de out. de 2006 Maria Aparecida Orsini de Carvalho Fernandes de: 11 de out. de 2006 à publicação deste COORDENADORA DA ATENÇÃO BÁSICA Maria de Fátima Faria Duayer de: abr. de 2006 a 07 de nov. de 2006 Neide Miyako Hasegawa de: 07 de nov. de 2006 à publicação deste FICHA TÉCNICA Projeto gráfico e editoração: Olho de Boi Comunicações Impressão: Uni Repro Soluções para documentos Fotos: Rogério Lacanna Endereços: · ATENÇÃO BÁSICA · DST/Aids · CRH-G/CEFOR Rua General Jardim nº 36 – República – CEP: 01223-906 – PABX: 3218-4000 · COVISA Rua Santa Isabel nº 181 – Vila Buarque – CEP: 01221-010 – PABX: 3350-6619 COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE - COVISA Marisa Lima de Carvalho PROGRAMA DE DTS/AIDS DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO Maria Cristina Abatte COORDENAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS – CRH Marly Hatsuco Kajimoto

Upload: alexandre-antunes-mateus

Post on 25-Nov-2015

67 views

Category:

Documents


5 download

TRANSCRIPT

  • 2Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    PREFEITO

    Gilberto Kassab

    SECRETRIA MUNICIPAL DA SADE

    Maria Cristina Faria da Silva Cury

    de: mai. de 2005 a 11 de out. de 2006

    Maria Aparecida Orsini de Carvalho Fernandes

    de: 11 de out. de 2006 publicao deste

    COORDENADORA DA ATENO BSICA

    Maria de Ftima Faria Duayer

    de: abr. de 2006 a 07 de nov. de 2006

    Neide Miyako Hasegawa

    de: 07 de nov. de 2006 publicao deste

    FICHA TCNICA

    Projeto grfico e editorao: Olho de Boi ComunicaesImpresso: Uni Repro Solues para documentosFotos: Rogrio Lacanna

    Endereos: ATENO BSICA DST/Aids CRH-G/CEFOR Rua General Jardim n 36 Repblica CEP: 01223-906 PABX: 3218-4000

    COVISA Rua Santa Isabel n 181 Vila Buarque CEP: 01221-010 PABX: 3350-6619

    COORDENAO DE VIGILNCIA EM SADE

    - COVISA

    Marisa Lima de Carvalho

    PROGRAMA DE DTS/AIDS DO MUNICPIO DE

    SO PAULO

    Maria Cristina Abatte

    COORDENAO DE RECURSOS HUMANOS

    CRH

    Marly Hatsuco Kajimoto

  • 3Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    RISCO BIOLGICO - BIOSSEGURANA NA SADE

    BIOSSEGURANA NA SADE

    BIOSSEGURANA NA SADE E O CUIDADO COM AS MOS

    EPI

    EXPOSIO OCUPACIONAL

    VIGILNCIA OCUPACIONAL

    ELABORAO E ORGANIZAO

    Anna Luiza de F. P. Lins Gryschek

    Marisa Beraldo

    Solange T. Prieto Santos

    Vera Regina de Paiva Costa

    SECRETARIA MUNICIPAL DE SADESO PAULO

    2007

    COLABORADORES

    Alberto Fischer (HSPM); Ana Maria Amato Bergo

    (CEFOR); Anna Luiza Lins Gryschek (DST/Aids);

    Antonio Srgio Melo Barbosa (DST/Aids); Celia Regina

    Cicolo da Silva (CCD Hepatites); Denise L. dos Santos

    (HM Cachoeirinha); Eliete Melien Bechara (SUVIS

    Vila Mariana); Elvira Belini Azevedo (HM Proena de

    Gouveia); Jefferson Benedito Pires de Freitas (CODPPS

    - Sade do Trabalhador);Juvenal Vieira Filho(UBS Pq

    Novo Mundo I); Lisiane M. T. Antn (AE Vila Prudente);

    Luiz Cludio Sartori (CODEPPS - Sade Bucal); Mrcia

    Maria de S. C. R. de Camargo (HM Menino Jesus);

    Magda Andreotti (Vig. Sade do Trabalhador); Maria

    Eugnia C. Pereira (HSPM); Maria Stella Barbosa Dantas

    (DST/AIDS); Marilisa Baralhas (CSE Butant); Marisa

    Beraldo (Ateno Bsica); Midori Nakaguma (HSPM);

    Naira Regina dos Reis Fazenda (PSF/Ateno Bsica);

    Naomi Kawaoka Komatsu (CCD Tuberculose); Necha

    Goldgrub (CCD Tuberculose); Rita de Cssia Bessa dos

    Santos (Vig. Sade do Trabalhador); Solange T. Prieto

    Santos (UBS Jd. Seckler); Sonia Regina T. Ramos (CCD-

    COVISA); Vera Regina de Paiva Costa (CCD-COVISA) e

    Adriana Marcos (Enf. Convidada).

  • 4Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Ficha Catalogrfica

    So Paulo (Cidade). Secretaria da Sade

    Risco biolgico, biossegurana: recomendaes gerais / Secretaria da Sade.

    Coordenadoria de Ateno Bsica.

    Coordenao de Desenvolvimento de Programas e Polticas de Sade CODEPPS.

    Coordenao de Vigilncia em Sade COVISA So Paulo: SMS, 2007.

    120p.

    1.Biossegurana. I. Brasil. Coordenadoria de Ateno Bsica e PSF. Coordenao de Gesto Descentralizada. Coordenao de Vigilncia em Sade. II.Ttulo.

    CDU

  • 5Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Este material, fruto de intenso trabalho de reviso de literatura, tem como

    objetivo principal trazer subsdios para uma prtica profissional segura nas

    instituies de sade.

    A biossegurana, frente aos riscos biolgicos, uma preocupao que

    recrudesceu com o advento da aids no incio da dcada de 80, quando

    os profissionais da rea da sade vislumbravam a vulnerabilidade de suas

    atividades profissionais e a possibilidade de contrair o vrus HIV.

    Portanto, o principal objetivo deste manual oferecer fundamentos para

    que os profissionais da sade, tcnicos em segurana do trabalho e

    gestores possam reduzir os riscos de exposio a materiais biolgicos e

    os agravos infecciosos.

    Esperamos que este material seja utilizado em toda a Secretaria Municipal

    da Sade e que seja um guia para a realizao de procedimentos seguros,

    capazes de prevenir a ocorrncia de riscos biolgicos entre trabalhadores

    da rea da sade.

    Coordenadora de Ateno Bsica

    APRESENTAO

  • 6Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    CUIDADO COM AS MOS COMO MEIO DE PREVENO E CONTROLE DE INJEO ..................................................18

    SUMRIO0001 BIOSSEGURANA NA SADE ............................................10

    EPI .....................................................................................29

    APRESENTAO ...................................................................5INTRODUO .......................................................................9

    Breve histrico ............................................................................................................. 11

    Equipamentos de proteo .......................................................................................... 30Equipamentos de proteo individual .......................................................................... 41

    Microbiologia da pele .................................................................................................. 19Higienizao das mos ................................................................................................ 19Produtos a serem utilizados na higienizao das mos ............................................... 22Preparo pr-operatrio das mos ................................................................................ 25Solues antisspticas ................................................................................................ 26

  • 7Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    EXPOSIO OCUPACIONAL ................................................42

    VIGILNCIA OCUPACIONAL ................................................74

    Risco biolgico ............................................................................................................ 75Acidentes de trabalho .................................................................................................. 75Ministrio do trabalho .................................................................................................. 77Previdncia social ....................................................................................................... 78Notificaes do acidente biolgico - orientaes gerais .............................................. 79Legislao na sade: SINABIO ..................................................................................... 80Anexo 1: Orientaes em casos de acidentes biolgicos ............................................ 82Ficha de notificao de acidentes biolgicos com profissionais da sade ................................................................................................. 83Anexo 2: Ficha de notificao de acidentes biolgicos com profissionais da sade instrues para o preenchimento ............................................ 83Anexo 3: Fluxograma de orientao quimioprofiltica anti-retroviral aps a exposio ocupacional .............................................................. 87Ficha de notificao acidentes de trabalho SIVAT ...................................................... 93Portaria n 777/2004, de 28 de abril de 2004 ............................................................ 96Lei n 8.213/1991, de 24 de julho de 1991 .................................................................. 98Fluxo de procedimentos da licena do funcionrio ou servidor acidentado no exerccio de suas atribuies ou atacado de doena profissional ............................. 101Orientaes para o preenchimento da ficha de notificao de acidentes de trabalho ........................................................................................... 107Prefeitura do Municpio de So Paulo - comunicao de acidente do trabalho - CAT ....................................................................................................... 115

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ......................................117

    Acidentes com material biolgico ................................................................................ 43Cuidados com material perfurocortante e material biolgico ...................................... 48Procedimentos recomendados ps exposio com material biolgico nas instituies de sade em geral .............................................................. 50Vacinao para profissionais de sade ....................................................................... 53Hepatite B .................................................................................................................... 54Medidas de controle da infeco pelo VHB .................................................................. 55Vacina contra Hepatite B ............................................................................................. 56Exposio percutnea ou mucosa a sangue ou material contendo sangue ........................................................................................... 57Hepatite C .................................................................................................................... 58Medidas de controle da infeco pelo VHC ................................................................. 58Tuberculose aspectos gerais .................................................................................... 59

    NOTIFICAO E ACOMPANHAMENTO DOS ACIDENTES BIOLGICOS EM PROFISSIONAIS DA SECRETARIA MUNICIPAL DA SADE DO MUNICPIO DE SO PAULOPORTARIA N1892/2001 SMS-G (SINABIO)

  • Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    8 Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

  • INTRODUO

    de grande importncia que todos os profissionais da rea da sade, em um contexto

    multidisciplinar, compreendam que a biossegurana uma normalizao de condutas visando a

    segurana e proteo da sade de todos aqueles que trabalham na rea da sade, e no apenas

    um conjunto de regras criadas com o simples objetivo de atrapalhar ou dificultar nossa rotina de

    atendimento. Devemos nos basear principalmente no conhecimento cientfico disponvel, no para

    termos apenas uma atitude de obedincia diante dessas normas, mas para que possamos fazer

    com satisfao aquilo que sabemos ser o certo.

    As condies de segurana dos trabalhadores da rea de sade dependem de vrios fatores:

    caractersticas do local, material utilizado, cliente a ser assistido, informao e formao da

    equipe etc.

    A Organizao Mundial da Sade (OMS), bem como o Ministrio da Sade (MS) publicam

    periodicamente manuais sobre normas de segurana. Da mesma forma a Secretaria Municipal da

    Sade do Municpio de So Paulo se prope, com este instrumento, atender a tal necessidade,

    fornecendo recomendaes tcnicas baseadas em referencial terico atualizado para subsidiar a

    gerncia, a assistncia e instrumentalizar as equipes de trabalho para a educao continuada nas

    suas unidades de sade.

    9

  • 10

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    BIOSSEGURANA NA SADE

    10 Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    01

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    ELABORAO E ORGANIZAO

    Anna Luiza de F. P. Lins Gryschek

    Marisa Beraldo

    Solange T. Prieto Santos

    Vera Regina de Paiva Costa

  • 11

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    I Breve Histrico

    O isolamento de pessoas com doenas

    contagiosas praticado desde tempos antigos,

    como fica evidente a partir dos relatos bblicos

    sobre as colnias de leprosos.

    O isolamento de um grupo de pessoas

    para evitar infeco generalizada remonta

    ao sculo XIV. Os navios que retornavam de

    portos mediterrneos onde houvesse doenas

    epidmicas ou aqueles com um doente incomum

    a bordo, precisavam submeter-se a um perodo

    de 40 dias de isolamento do navio, carga,

    passageiros e tripulao. (CASTLE; AJEMIAN,

    1987). Este procedimento conhecido como

    quarentena proveniente da palavra quaranta,

    que significa quarenta em italiano (Oxford

    Reference Dictionary, 1986).

    As precaues de isolamento so cruciais para

    o controle eficaz de infeces nos ambientes

    hospitalares. As prticas de isolamento

    desenvolveram-se consideravelmente ao longo dos

    ltimos 150 anos; os sistemas e procedimentos

    atuais de isolamento so racionais e com

    base cientfica. Os padres epidemiolgicos

    das doenas modificam-se e as precaues

    11

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    de isolamento tm como meta evitar sua

    disseminao. (GAMMON, 1998).

    Historicamente, o Centro de Controle de Doenas

    (CDC Center for Disease Control), um rgo dos

    Estados Unidos da Amrica, tem regulamentado

    as questes relativas s precaues e isolamentos.

    J em 1970, dividia os tipos de isolamento em

    sete categorias determinadas pelas caractersticas

    epidemiolgicas da doena e por suas formas de

    transmisso.

    Na dcada de 80, com a constatao da

    transmisso ocupacional de vrias doenas

    transmissveis, bem como da sndrome

    recentemente identificada, a Aids, sentiu-

    se a necessidade de utilizar tcnicas de

    isolamento, na assistncia a todos os pacientes,

    independentemente de sua suspeita diagnstica.

    Foi assim que, em 1985, o CDC publicou as

    precaues universais, que recomendavam

    o uso de medidas de barreira todas as vezes

    que houvesse a possibilidade de contato com

    sangue, secrees e/ou fluidos corpreos,

    independentemente do conhecimento do

    diagnstico ou status sorolgico do paciente.

    Visando reduzir o risco de transmisso de

    microorganismos a partir de fontes conhecidas ou

  • 12

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    no, props-se em servios de sade a utilizao

    de novas medidas chamadas precaues

    padro (PP). As PP incluem o uso de barreiras,

    de Equipamentos de Proteo Individual (EPI),

    e devem ser aplicadas toda vez que houver a

    possibilidade de contato com sangue, secrees,

    excrees e/ou fluidos corpreos, de pele no-

    Figura 1

    Sistema de precaues padro (1 etapa)

    Precaues baseadas na transmisso (2 etapa)

    Contato

    Adaptado do CDC, 1996.

    Aerossis Gotculas

    ntegra e mucosa, com exceo do suor (PEDST/

    Aids, 1998).

    Mais recentemente, o Conselho Consultivo de

    Prticas de Controle de Infeco Hospitalar do

    CDC/EUA publicou um guia revisado mais claro e

    conciso sobre isolamento, que defende um sistema

    de precaues em duas etapas (Figura 1):

  • 13

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    A primeira etapa o Sistema de PRECAUES

    PADRO OU BSICAS, que utiliza as

    caractersticas principais das PRECAUES

    UNIVERSAIS e aplica-se a todos os pacientes,

    independente do seu diagnstico ou

    status sorolgico.

    A segunda etapa de precaues para pacientes

    com infeco conhecida ou suspeita, que exijam

    mais que o padro para prevenir disseminao

    exgena da infeco. Trs precaues baseadas

    na transmisso so propostas: precaues

    contra aerossis, gotculas e contato.

    As precaues contra aerossis so previstas

    para reduzir o risco de exposio e infeco

    por meio de transmisso area, atravs de

    microgotculas aerodispersas inferiores a 5

    micra, provenientes de gotculas desidratadas

    que podem permanecer em suspenso no ar

    por longos perodos de tempo, contendo agente

    infeccioso vivel (TCNICAS PARA COLETA DE

    SANGUE, Ministrio da Sade Coordenao

    Nacional de DST/AIDS, 1997).

    Os microorganismos transportados dessa forma

    podem ser dispersos para longe pelas correntes

    de ar, podendo ser inalados por um hospedeiro

    suscetvel dentro do mesmo quarto ou em locais

    situados a longa distncia do paciente-fonte

    (dependendo dos fatores ambientais), podendo

    alcanar at os alvolos do hospedeiro. Por esse

    motivo, indica-se circulao do ar e ventilao

    especial para prevenir essa forma de transmisso.

    Dentro desta categoria incluem-se os agentes

    etiolgicos da tuberculose, varicela (catapora) e do

    sarampo. Nas precaues para aerossis deve-se

    utilizar proteo respiratria do tipo respirador N-95

    (vide p. 39).

    As precaues de gotculas reduzem a

    disseminao de patgenos maiores que 5 micra

    a partir de um indivduo infectado e que podem

    alcanar as membranas mucosas conjuntiva, do

    nariz ou da boca de um hospedeiro suscetvel.

    As gotculas originam-se de um indivduo

    fonte sobretudo durante a tosse, o espirro, a

    conversao e em certos procedimentos, tais

    como a aspirao ou a broncoscopia.

    A transmisso de gotculas maiores que 5 micra

    requer um contato prximo entre o indivduo e o

    receptor, visto que tais gotculas no permanecem

    suspensas no ar e geralmente se depositam

    em superfcies a uma curta distncia. Da a

    importncia de ressaltarmos a necessidade da

    limpeza concorrente e terminal.

    Uma vez que as gotculas no permanecem em

    suspenso, no necessrio promover a circulao

  • 14

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    do ar ou ter ventilao especial para prevenir a

    sua transmisso. Esse tipo de precauo aplica-

    se a qualquer paciente com suspeita de infeco

    por patgenos como: Haemophilus influenzae e

    Neisseria meningitidis.

    As precaues de contato representam o modo

    mais importante e freqente de evitar a transmisso

    de infeces hospitalares e esto divididas em dois

    subgrupos: contato direto e contato indireto.

    Contato direto: esse tipo de transmisso envolve o

    contato pele a pele e a transferncia fsica, partindo

    de um indivduo infectado (ou colonizado por

    microorganismos) para um hospedeiro suscetvel.

    Essa transmisso pode ocorrer quando o

    profissional de sade realiza a mudana

    de decbito, a higienizao ou ao executar

    procedimentos que exijam contato fsico; e tambm

    entre dois pacientes pelo contato com as mos,

    por exemplo.

    Contato indireto: envolve a transmisso para um

    hospedeiro suscetvel intermediado por objetos

    contaminados usualmente inanimados, tais como:

    instrumentos contaminados, agulhas, roupas ou

    mos contaminadas, ou at luvas que no so

    trocadas entre os procedimentos.

  • 15

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSPCoordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    15

    So exemplos de doenas transmitidas por

    contato as gastroenterites, o impetigo, a

    pediculose, a escabiose, o herpes simples e

    a furunculose.

    Neste instrumento tcnico, as rotas comuns de

    contaminao e a transmisso por vetores sero

    discutidas brevemente, pois elas no tm um

    papel significativo na transmisso das infeces

    hospitalares.

    Rotas comuns de contaminao se aplicam

    a microorganismos transmitidos por itens

    contaminados, tais como alimentos, gua,

    medicamentos e equipamentos.

    Transmisses por vetores ocorrem quando

    vetores como mosquitos, moscas, ratos e

    vermes tm importante papel na transmisso

    de doenas infecciosas.

    Doenas com mltiplas rotas de transmisso

    podem exigir uma combinao dessas

    precaues baseadas na transmisso, em que

    cada tipo pode ser usado em conjunto com as

    precaues padro. As precaues padro e as

    precaues baseadas na transmisso envolvem

    a utilizao de barreiras representadas pelos

    EPI, bem como a utilizao de outras medidas

    visando a biossegurana do profissional de

    sade e do cliente assistido (infeco cruzada)

    que sero detalhadas a seguir.

  • Apresentao Pessoal

    Quando compridos, devem ficar permanentemente presos na sua totalidade.

    A maquiagem uma grande fonte de partculas na rea laboratorial e hospitalar,

    partculas estas que significam perigo! As maquiagens liberam milhares delas e na

    sua maioria aderentes, pois contm glicerina, mica, titnio, entre outros. Dentre as

    maquiagens, o excesso de batom e rmel significa, sem dvida, um dos maiores

    problemas na liberao dessas partculas, assim como o laqu.

    Os perfumes devem ser evitados em servios de sade por inmeros motivos: so

    poluentes ambientais, muitos pacientes tm intolerncia a odores em funo de

    seu estado de sade, e outros em funo dos medicamentos de que fazem uso

    (quimioterapia e radioterapia, antivirais e por vezes alguns antibiticos); podendo

    ento impregnar ambientes fechados que contenham filtros de ar condicionado e

    agravar o estado de sade de muitos.

    Em funo da heterogenicidade dos servios, recomenda-se no usar.

    Devem ser curtas e bem cuidadas. No podem ultrapassar a ponta dos dedos e

    preferencialmente no devem conter esmalte. O esmalte libera partculas por micro-

    fraturas. As reentrncias das micro-fraturas acomodam sujidades. Unhas postias

    tambm no so recomendveis.

    Estabelecido pela instituio, dever estar apresentvel.

    Os profissionais de sade com leses cutneas secretantes ou exsudativas devem

    evitar contato com o paciente.

    CABELOS

    MAQUIAGEM

    PERFUME

    JIAS, BIJUTERIAS E RELGIOS

    UNHAS

    UNIFORME

    OBSERVAO

    IMPORTANTE

    Adaptado de www.medicina,ufmg/edump/clm/ptclhiv.htm e MMWR, October 2002, vol. 51, n RR, p. 16-30 (CDC.gov.mmwr/PDF)

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    16 Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

  • Promover educao do paciente para evitar disseminao e contaminao acidental

    de superfcies e objetos.

    Orientar sobre a lavagem das mos ao sair do banheiro, ao alimentar-se, e aps

    contato direto ou indireto com sangue e secrees em geral.

    No sentar no leito de outro paciente.

    No trocar ou emprestar objetos, roupas e livros a outros pacientes ou funcionrios

    de reas crticas.

    Orientaes aos Funcionrios das Unidades de Sade

    EXPRESSAMENTE

    PROIBIDO

    COMER

    BEBER

    FUMAR

    FAZER APLICAES

    DE COSMTICOS

    NOS QUARTOS,ENFERMARIAS,

    SALAS DE UTILIDADES

    OU

    QUALQUER SETOR DE ATENDIMENTO AO

    CLIENTE DA REA DA SADE

    Adaptado de DEFFUNE, E. et al. Manual de enfermagem em hemoterapia do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina de Botucatu. So Paulo, 2003.

    Orientaes aos Clientes e Familiares das Unidades de Sade

    CUIDADOS COM OS

    CLIENTES

    Adaptado do Caderno Brasileiro de Medicina, vol. XIV, nos 1-4, jan/dez, 2001.

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    17

  • 18

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP18 Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    CUIDADOS COM AS MOS COMO MEIO DE PREVENO E CONTROLE DE INFECO

    18 Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    02

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    ELABORAO

    Vera Regina de Paiva Costa

    ORGANIZAO

    Anna Luiza de F. P. Lins Gryschek

    Marisa Beraldo

    Solange T. Prieto Santos

    Vera Regina de Paiva Costa

  • 19

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    1 Microbiologia da Pele

    A pele (ou ctis) o manto de revestimento do

    organismo e indispensvel vida pois isola o

    componente orgnico do meio exterior, impede a

    ao de agentes externos de qualquer natureza,

    d proteo imunolgica, faz termorregulao,

    propicia a percepo, tem funo secretria e

    tambm evita perda de gua, eletrlitos e outras

    substncias do meio interno.

    A superfcie da pele apresenta sulcos e salincias,

    que so particularmente acentuadas na regio

    palmo-plantar e nas extremidades dos dedos; e,

    dependendo do seguimento corpreo, variaes

    e pregas (articulares e musculares), orifcios

    pilossebceos e sudorparos.

    A secreo sebcea produzida importante

    para a manuteno eutrfica da prpria pele,

    particularmente na camada crnea, pois evita

    a perda de gua. O sebo tem propriedades

    antimicrobianas e contm substncias precursoras

    da vitamina D.

    A pele possui dois tipos de microbiota: a transitria

    e a residente.

    A microbiota transitria compreende os

    microrganismos adquiridos por contato direto

    com o meio ambiente que contaminam a pele

    temporariamente e no so considerados

    colonizantes. Esses microrganismos podem ser

    facilmente removidos com o uso de gua e sabo

    ou degermante. No entanto, adquirem particular

    importncia em ambientes hospitalares, devido

    facilidade de transmisso de um indivduo a outro.

    A microbiota residente composta por

    microrganismos que vivem e se multiplicam nas

    camadas mais profundas da pele, glndulas

    sebceas, folculos pilosos, feridas ou trajetos

    fistulosos, e so viveis por longo perodo

    de tempo.

    Os microrganismos dessa flora no so facilmente

    removidos. Entretanto, podem ser inativados por

    antisspticos. Nas mos, os microrganismos

    localizam-se em maior quantidade em torno das

    unhas e sob elas.

    Higienizao das Mos

    Antes de iniciar a lavagem das mos devem

    ser retirados: anis, pulseiras e relgios.

  • a) Lavagem bsica das mos

    (tempo aproximado de 15 segundos)

    o simples ato de lavar as mos com gua

    e sabo preferencialmente neutro (podendo

    em algumas situaes usar o antissptico),

    Tcnica

    Fique em posio confortvel, sem tocar a pia.

    Abra a torneira de preferncia com a mo no dominante, isto , com a esquerda se for destro, e com a direita se for canhoto.

    Se possvel, mantenha a gua em temperatura agradvel, j que a gua quente ou muito fria resseca a pele.

    Use, de preferncia, de 3 a 5 ml de sabo lquido com ou sem germicida.

    Molhe as mos e ensaboe. Friccione-as por 15 segundos, no mnimo, em todas as suas faces, espaos interdigitais, articulaes, unhas e extremidades dos dedos.

    Enxge as mos retirando totalmente a espuma e resduos de sabo, eenxugue-as com papel toalha descartvel.

    Feche a torneira utilizando o papel toalha descartvel (evite encostar as mos na pia).

    HIGENIZAO DAS MOS

    Fonte: CDC Atlanta, 2002.

    Norma e Manuais Tcnicos - Lavar as mos. Braslia, 1989.

    visando a remoo de microrganismos

    transitrios e alguns residentes, como tambm

    clulas descamativas, plos, suor, sujidades e

    oleosidade da pele.

    O profissional de sade deve fazer desse

    procedimento um hbito.

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    20 Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

  • Manusear cada paciente e tambm entre as diversas atividades realizadas com o mesmo paciente por exemplo:

    higiene;

    aspirao endotraqueal;

    esvaziamento da bolsa coletorade urina;

    tratamento das feridas;

    preparo de materiais ouequipamentos:

    respiradores;

    nebulizadores;

    inaladores etc.

    SEMPRE QUE:

    estiverem sujas

    ANTES DE:

    preparar e ministrar medicamento oral e injetvel;

    preparar e ministrar: inalao, nebulizao, etc.

    As mos devem ser lavadas

    As mos devem ser lavadas

    Funes fisiolgicas e/ou pessoais:

    se alimentar;

    limpar e assoar o nariz;

    usar toalete;

    pentear cabelos;

    fumar ou tocar qualquer parte do corpo.

    ANTES E DEPOIS DE:

    manipulao de materiais ou equipamentos;

    coleta de espcimes, por exemplo: coleta de escarro, bipsias etc.

    higienizao e troca de roupas dos pacientes.

    Adapatado de CDC Atlanta, 2002.

    21

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    ATENO:

    Os profissionais com leses cutneas secretantes ou exsudativas

    devem evitar contato com o paciente.

  • 22

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Produtos a serem Utilizados na Higiene das Mos

    Solues base de lcool, com ou sem emoliente, em formulao lquida ou gel podem ser usadas, porm cabe ressaltar que so ineficientes quando as mos esto sujas.

    PROCEDIMENTO: deve-se utilizar de 3 a 5 ml do produto, friccionando as mos em todas as faces pelo tempo de 1 minuto (p. 23/24). As mos devem secar-se naturalmente e no por intermdio do papel-toalha.

    ESSE PROCEDIMENTO NO SUBSTITUI A LAVAGEM DAS MOS

    OBS.: na maioria das Unidades de Sade, observam-se problemas relativos estrutura fsica, evidenciados pela falta de pias em nmero adequado, a fim de proporcionar a lavagem freqente das mos.

    So sais formados a partir da reao de cidos graxos obtidos de gorduras vegetais e animais, com metais ou radicais bsicos (sdio, potssio, amnia, etc.).

    Os sabes tm ao detergente, removendo as sujidades, detritos e impurezas da pele ou outras superfcies.

    O uso de sabo lquido obrigatrio nos hospitais e nas unidades de sade.

    SABES

    LCOOL GEL70%

  • 23

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    23

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Tcnica de HIGIENIZAO das mosRepita cada movimento 5 vezes

    1 Palma contra palma 2 Palma direita sobre

    dorso esquerdo

    3 Palma esquerda

    sobre dorso direito

    4 Dedos entrelaados

    palma contra palma

    5 Parte posterior

    dos dedos em

    oposio palma

  • 24

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Tcnica de HIGIENIZAO das mosRepita cada movimento 5 vezes

    6 e 7 Rotao do polegar8 Utilizar a mo

    componente e friccionar

    o punho com movimento

    de rotao

    9 Posio de enxge: deve

    ser com gua em abundncia a

    partir da mo para o antebrao

    10 Secagem: enxugar

    com duas folhas de

    papel toalha

  • 25

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Preparo Pr-operatrio das Mos

    O preparo pr-operatrio das mos, tambm

    denominado como escovao das mos ou

    antissepsia cirrgica das mos, realizado para

    remoo de detritos, eliminao da microbiota

    transitria e reduo da microbiota residente das

    mos do cirurgio e seus auxiliares.

    Recomenda-se o uso de escovas apropriadas com

    cerdas macias, descartveis ou convenientemente

    esterilizadas. As de cerdas duras so contra-

    indicadas, pois podem promover leses cutneas

    nas mos e antebraos.

    O tempo recomendado para o primeiro preparo

    pr-operatrio das mos de 5 minutos, sendo

    que 3 minutos so suficientes para preparos

    subseqentes ao longo do dia.

    Antisspticos degermantes com boa ao

    germicida e efeito residual ajudam a manter

    a baixa contagem microbiana. As solues

    degermantes base de iodforos ou clorexidina

    so indicadas.

    Na tcnica deve-se dar especial ateno s

    unhas e espaos sub-ungueais que devem

    ser limpos com esptula. A escovao deve

    concentrar-se nessa rea, nos espaos

    interdigitais e mos; a frico dos antebraos

    pode ser feita com esponja.

    O enxge deve ser realizado com gua em

    abundncia a partir da mo para o antebrao e

    a secagem, com compressas estreis. Aps o

    preparo pr-operatrio das mos, pode-se aplicar

    soluo alcolica do mesmo antissptico utilizado

    na fase de degermao.

    cirurgias de um modo geral;

    insero de cateteres venosos centrais, arteriais e umbilicais;

    puno pleural, paracentese, instalao de cateter peritonial;

    punes do espao epidural e raquidiano ou instalao de cateter epidural;

    realizao de bipsias;

    preparo de soluo parenteral ou enteral;

    outros.

    As mos devem ser submetidas ao preparo pr-operatrio para:

  • 26

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Solues Antisspticas

    So formulaes germicidas de baixa

    causticidade, hipoalergnicas e destinadas

    aplicao na pele e mucosas.

    As formulaes comerciais destinadas

    antissepsia das mos esto divididas em

    dois grupos:

    Soluo alcolica para antissepsia das mos

    o lcool age por desnaturao das protenas e

    tem excelente ao bactericida e micobactericida.

    O lcool um dos mais seguros e efetivos

    antisspticas, reduzindo rapidamente a contagem

    microbiana da pele, apesar de no possuir

    efeito qumico residual e rpida evaporao. A

    concentrao importante, determinando sua

    eficcia. A concentrao de 70% a mais indicada

    por causar menor ressecamento da pele. Como

    sua grande desvantagem o ressecamento

    causado pela remoo da gordura da pele, novos

    produtos adicionam emolientes ao lcool para

    minimizar este efeito sem interferncia na sua ao

    germicida. A ausncia de efeito residual e pequena

    inativao na presena de matria orgnica

    outra desvantagem.

    Solues antisspticas com detergente

    (degermantes)

    Essas solues associam detergentes com

    antisspticas e destinam-se degermao da pele,

    removendo detritos e impurezas:

    Clorexidina: Pertence ao grupo das biguanidas,

    age por destruio da membrana celular e

    precipitao dos componentes internos da

    clula microbiana, apresenta maior efetividade

    com um pH entre 5.5 a 7.0. Tem excelente

    ao contra bactrias Gram-positivas,

    fungos e vrus, mas pequena ao contra

    micobactrias. Apresenta baixo potencial de

    toxicidade e de fotossensibilidade ao contato,

    sendo pouco absorvida pela pele ntegra.

    Apesar da clorexidina ter ao mais lenta que

    o lcool, estudos demonstram boa reduo da

    microbiota aps 15 segundos de lavagem das

    mos. O principal benefcio o efeito residual

    de 6 a 8 h.

    As frmulas usuais so:

    Soluo degermante a 2 ou 4%, contendo

    no menos que 4% de lcool etlico para

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

  • 27

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    evitar contaminao do produto por

    bactrias Gram-negativas. No h diferena

    significativa da atividade antissptica entre

    soluo a 2 ou 4%;

    Soluo alcolica a 0,5%;

    Soluo aquosa a 0,2%, especfica para

    procedimentos de gineco-obstetrcia.

    Iodo e iodforos: O iodo um elemento

    qumico no metlico, de smbolo I, pouco

    solvel em gua, porm solvel em lcool,

    glicerol, leos, benzeno e clorofrmio.

    Apresenta facilidade em penetrar na parede

    celular dos microrganismos, inibindo a

    sua sntese vital, oxidando e substituindo o

    contedo microbiano por iodo livre. Possui

    ao micobactericida, fungicida e viricida,

    podendo ter alguma ao contra esporos aps

    longo tempo de exposio.

    O uso do iodo foi limitado por muitos anos,

    por ocasionar queimaduras, irritao de pele

    e de mucosas. Com o desenvolvimento de

    compostos iodforos que so mais potentes,

    mais solveis e menos irritantes, o uso do lcool

    iodado tem sido abandonado.

    Os iodforos so combinaes de iodo com

    um agente solubilizante e transportador,

    a polivinilpirrolidona (PVP), compondo o

    polivinilpirrolidona-iodo (PVP-I). Atua carregando

    molculas de iodo que so liberadas

    gradualmente em baixas concentraes,

    mantendo o efeito germicida prprio do iodo,

    mas reduzindo sua toxicidade.

    Os iodforos necessitam de aproximadamente

    2 minutos de contato para a liberao do iodo

    livre, atingindo assim um nvel adequado de

    antissepsia. Devido sua liberao lenta,

    possuem efeito residual de 2 a 4 horas. No

    entanto, sua ao rapidamente neutralizada

    pela presena de matria orgnica.

    Os iodforos podem ser encontrados nas

    formulaes degermante, alcolica e aquosa

    em concentrao de 10% com 1% de iodo livre.

    Os antisspticas base de iodo podem sofrer

    decomposio pela exposio excessiva luz

    e calor.

    Os iodforos no mancham tecidos.

    Podem causar queimaduras qumicas se

    permanecerem em contato com a pele por

    perodo prolongado.

    Especial ateno deve ser dedicada

    antissepsia cirrgica, evitando a permanncia

    de campos molhados ou poas do antissptico

    sob o paciente. H relatos de absoro

    percutnea e por mucosas em recm-nascidos,

    levando ao hipotireodismo aps exposio.

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

  • 28

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP28

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    28 Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    28 Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Conservao dos Antisspticas

    As solues antisspticas devem ser protegidas

    da luz solar direta ou de temperaturas elevadas.

    No uso de almotolias reenvasveis, elas devem ser

    autoclavadas ou desinfetadas. Deve se estabelecer

    rotina para troca, incluindo o esvaziamento,

    limpeza e secagem no mnimo a cada 7 dias, pois

    h relatos de contaminao por bacilos Gram-

    negativos ou por estafilococos.

    Materiais e Equipamentos Necessrios

    Dispensadores

    Devem apresentar dispositivos que facilitem o

    seu esvaziamento, enchimento e/ou troca de refil.

    Preferencialmente devem ser usados os modelos

    descartveis, acionados com o p ou o cotovelo.

    Para solues antisspticas degermantes, deve-

    se utilizar dispensadores de parede que reduzam

    a possibilidade de sua contaminao com a

    microbiota das mos.

    O acionamento pode ser manual quando

    utilizado para lavagem das mos, porm, para o

    preparo pr-operatrio das mos, so indicados

    dispensadores com acionamento por cotovelos,

    ps ou clula fotoeltrica .

    Pias

    Devem estar sempre limpas, adequadamente

    localizadas e em nmero necessrio para facilitar

    o ato de lavar as mos, e com torneiras que

    funcionem. No Centro Cirrgico, se possvel,

    devem ter gua quente e fria e o acionamento

    devem ser com o p, cotovelo ou joelho.

    As pias e torneiras devem ser instaladas de

    maneira que no propiciem ao usurio respingos

    de gua durante sua utilizao. Os profissionais,

    visando no contaminar seus uniformes, devem

    criar o hbito de no encostar na pia quando forem

    lavar as mos.

    Porta papel-toalha

    Deve-se dar preferncia aos modelos para papis

    em bloco que possibilitam o uso individual folha a

    folha. Outra opo em rolo, porm a manipulao

    para o uso mais complicada. O papel-toalha

    deve ser de material suave, para no machucar as

    mos e de fcil retirada dos suportes.

    O suporte deve ser fixado junto s pias, ser de fcil

    limpeza e de material que no oxide. Contra-indica-

    se o uso de toalhas de tecido do tipo comum. O

    secador eltrico, na prtica, no bem utilizado,

    pois os profissionais no obedecem ao tempo

    necessrio para a total secagem das mos.

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

  • 29

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    EPI - INDICAO E UTILIZAO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEO INDIVIDUAL

    29

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    ELABORAO E ORGANIZAO

    Anna Luiza de F. P. Lins Gryschek

    Marisa Beraldo

    Solange T. Prieto Santos

    Vera Regina de Paiva Costa

  • 30

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP30 Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Equipamentos de Proteo

    O objetivo do uso dos Equipamentos de Proteo

    Individual (EPI) no se restringe somente proteo

    dos profissionais de sade, mas tambm se destina

    reduo do risco de transmisso de microrganismos.

    Seu emprego relaciona-se ao risco potencial

    de exposio ao sangue, fluidos corpreos,

    secrees e excretas, contato com leses de

    pele, membranas mucosas e durante cuidados

    envolvendo procedimentos invasivos.

    Aventais de uso dirio

    Use avental de mangas longas preferencialmente durante o inverno, pois ele proteger suas vestes, podendo ter punhos ajustveis. No vero poder ser de mangas curtas, o que facilita a lavagem das mos e do antebrao. Dever ser de comprimento abaixo dos joelhos.

    Deve estar sempre abotoado para proteger as vestes.A regio frontal a que oferece maior possibilidade de exposio.

    No utilize o avental em reas pblicas: passeio, retorno a outro estabelecimento ou ir para casa, em compras, bancos, lanchonetes e bares. No abrace pessoas ou carregue crianas com seu avental de uso dirio, ele poder estar contaminado.

    Troque-o quantas vezes for necessrio pelo avental descartvel ou de tecido, de acordo com o procedimento a ser realizado. Antes de dirigir-se ao refeitrio, copa, ou sair da unidade de sade, retire o avental protetor.

    Deixe guardado no setor de trabalho aps seu turno, acondicionando-o em saco impermevel. Pode ser utilizado posteriormente, desde que em boas condies de uso.

    Dever ser lavado periodicamente sempre que necessrio ou, no mnimo, duas vezes por semana.

    AVENTAL

    JALECO

    OU

    GUARDA-P

    Adaptado de MAGALHES, H.P. de Tcnica cirrgica e cirurgia experimental. So Paulo: Sarvier, 1993, p. 338

  • 31

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    31

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Avental Berrio

    Usar avental de mangas curtas (pois eles facilitam

    a lavagem das mos e do antebrao, evitando a

    contaminao cruzada na assistncia do recm-

    nascido na incubadora).

    Avental para uso em procedimentos no invasivos

    Usar sempre que necessrio como um equipamento de proteo individual.

    Deve ser utilizado sempre que houver risco de contaminao da roupa por sangue, fluidos corpreos, secrees e excretas (exceto lgrima) no manuseio de pacientes, e tambm no manuseio de materiais e equipamentos que possam levar a essa contaminao. Uso indicado durante procedimentos de isolamento com risco de contato com material infectante e pequenos procedimentos cirrgicos.

    ATENO!Remover o avental aps o uso e lavar as mos, evitando transferncia de microrganismos para outros pacientes ou ambientes..

    AVENTAL TECIDO(no estril)

    Use avental de mangas compridas.

    No dobre as mangas.

    AVENTAL DESCARTVEL(no estril)

    No dobre as mangas.

    Adaptado do Programa de Sade Ocupacional disponvel no site: http://www.cac.org.br/prosao.htm

    Adaptado de CADERNO BRASILEIRO DE MEDICINA. Vol. XIV, NOS 1, 2, 3 e 4, jan/dez, 2001.

    Obs.:

    1. Sempre que possvel deve-se dar preferncia aos aventais descartveis em detrimento dos de tecido.

    2. Avental de tecido deve ser lavado na Unidade de Sade.

  • 32

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Avental - procedimentos invasivos

    O avental CIRRGICO longo, com mangas compridas e com punhos ajustveis, incluindo uma ala de fixao no polegar, o que evita que o punho se desloque em direo ao cotovelo durante o procedimento cirrgico.

    esterilizado, dobrado e empacotado com tcnica, de modo que o profissional possa retir-lo sem haver contaminao. O avental ento apreendido pela gola para se desenrolar.

    O profissional introduz as mos e braos pela parte de trs do avental. Com a ajuda do circulante, as pontas dos cintos so amarradas nas costas e no decote. Deve-se tomar alguns cuidados como evitar o toque na face externa do avental, ou mesmo o toque da circulante no profissional.

    Dever ser utilizado em situaes com grande exposio a sangue como: cirurgias cardiovasculares, partos vaginais, histerectomia vaginal, passagem de cateter central, flebotomia e at em necropsias. Recomenda-se usar, sob os aventais cirrgicos, aventais impermeveis que protejam o tronco e os membros inferiores.

    AVENTAL

    CIRRGICO

    Adaptado do Programa de Sade Ocupacional disponvel no site: http://www.cac.org.br/prosao.htm

    Deve ser utilizado pela equipe de sade para a proteo dos cabelos da contaminao por aerossis, impedindo que o profissional leve para outros locais os microrganismos que colonizaram seus cabelos.

    Deve ser utilizado para evitar a queda de cabelo em material e campo cirrgico.

    Deve recobrir todo o cabelo e orelhas e ser descartado em lixo contaminado.

    Deve ser descartvel e de uso nico.

    GORRO

    Adaptado de Manual de condutas: controle de infeco e prticas odontolgicas. 2000.

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

  • 33

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    33

    Uso de Luvas

    importante:

    Usar luvas de procedimentos ao desenvolver

    atividades com o paciente quando necessrio.

    Trocar as luvas aps contato com materiais

    que possam conter maior concentrao de

    microrganismos (Ex.: matria fecal ou

    de drenagem).

    Entre um procedimento e outro com o mesmo

    paciente, deve-se tambm trocar as luvas.

    Remover as luvas prontamente ao trmino da

    atividade ou procedimento, deixar o ambiente

    do paciente e lavar as mos imediatamente

    com gua, sabo e antissptico, se

    necessrio.

    Aps remoo das luvas e lavagem das mos,

    certificar-se de que as mos no toquem

    artigos e superfcies contaminadas, evitando a

    transferncia de microrganismos para outros

    pacientes ou ambientes.

    Luvas de limpeza no precisam permitir a mesma sensibilidade que as cirrgicas e/ou de procedimentos.

    Luvas de procedimento:Usar quando em contato com sangue, fluido corpreo, mucosa e pele no ntegra, bem como na manipulao de qualquer material biolgico, produtos qumicos e no fechamento de sacos plsticos de resduos hospitalares.

    Usar luvas de procedimento para manuseio de objetos ou superfcies sujas com sangue e outros fluidos.

    Usar luvas de procedimento na puno venosa perifrica. necessrio conhecer as limitaes das atividades para no prejudica outras pessoas.Ex.: proibido tocar em maanetas, puxadores de armrio, apertar botes, atender telefone ou outros objetos de uso comum quando com mos enluvadas.

    LUVAS

    Adequadas para a caracterstica

    de cada setor ou

    atividade

    Precaues de Contato e Padro

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

  • 34

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Com Relao ao Uso de Luvas

    sempre bom lembrar que as luvas reduzem

    o risco de contaminao, mas sem elimin-lo.

    Elas devem ser descartadas aps cada cuidado

    prestado, nunca lavadas. No recomendado o

    seu uso prolongado e indiscriminado, pois alm de

    facilitar a transmisso de infeces, pode provocar

    vrias reaes adversas e sensibilizao cutnea.

    As luvas, durante seu processo de fabricao,

    so desidratadas e, durante seu uso, sofrem

    reidratao, aumentando sua porosidade

    e, conseqentemente, a passagem de

    microrganismos.

    As mos podem se contaminar durante a remoo

    das luvas.

    A opo do uso de luvas estreis ou de

    procedimento depende da atividade a ser realizada

    e da suscetibilidade do paciente. Elas podem ser

    feitas de ltex ou materiais sintticos. Luvas de

    ltex proporcionam maior proteo, porm podem

    provocar alergia. As luvas sintticas so de maior

    custo. Quando feitas de vinil, tm um bom nvel de

    proteo, mas as de polietileno devem ser evitadas

    pela fragilidade e permeabilidade. Obs.: luvas de

    ltex tm melhor resistncia que as de vinil.

    Deve-se utiliz-las para a proteo do paciente

    e do funcionrio, e para contato com stios

    estreis. O uso na presena de leses de

    pele, mucosas e em todas as atividades que

    apresentem risco de exposio ao sangue,

    fluidos corpreos, secrees e excretas e na

    manipulao de material perfurocortante,

    indicado para a proteo do funcionrio.

    Devem ser descartveis, caladas

    imediatamente antes do procedimento de

    risco e removidas to logo a atividade seja

    completada. Devem ser trocadas ao atender

    outro paciente ou realizar outro procedimento

    no mesmo paciente.

    Devem ser desprezadas no lixo hospitalar (saco

    branco leitoso NBR 9191- ABNT) como lixo

    ou material infectante, e as mos devem ser

    lavadas aps sua remoo.

    Fonte: FERNANDES, A.T.; BARATA, L.C.B. Medicina baseada em evidncias e controle de infeco hospitalar. 2001.

    Luvas Estreis

    O profissional de sade deve usar luvas

    estreis no apenas na sala de cirurgia, mas

    em qualquer situao onde seja realizado um

    procedimento invasivo.

    As luvas devem ser grandes o bastante para

    serem colocadas com facilidade, mas pequenas

    o suficiente para no ficarem folgadas.

  • 35

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Ao Sugerida

    Material: Pacote de luvas estreis no tamanho adequado, com identificao correta. Mesa ou superfcie limpa para abertura do pacote.

    Retirar todas as jias, acessrios e lavar as mos (p. 20 e 24).

    Abrir o pacote de luvas sem contamin-lo e deix-lo sobre uma superfcie plana.

    Abrir o invlucro interno e, tocando apenas na face externa,abrir ambas as dobras.

    Retira-se uma das luvas do pacote segurando-a pelo lado interno do punho, que dever estar dobrado sobre o lado externo.

    Levante-a mantendo-a longe do corpo, acima da cintura, com os dedos da luva para baixo.

    Cala-se essa luva e, depois, pega-se a outra, de modo a no tocar na parte interna. Deve-se aproveitar a dobradura do punho introduzindo quatro dedos e calando-a.

    Pode-se agora acomod-las melhor nas mos, eliminando as dobras e as rugas.

    As luvas so colocadas de modo a cobrirem o punho do avental.

    Esse EPI no deve ser frouxo ou largo, mas deve se acomodar s mos.

    Muitas vezes, como precauo, o cirurgio usa 2 luvas, ou troca-as a cada hora de cirurgia.

    s vezes, conforme o tipo de cirurgia (Ex.: cirrgicas ortopdicas), faz-se necessrio o uso de luvas para alto risco (antiderrapantes).

    Se ocorrer contaminao em qualquer momento do procedimento, descarte as luvas e comece novamente com luvas novas.

    SEQNCIA

    Adaptado de: MAGALHES, H.P.de. Tcnica cirrgica e cirurgia experimental. So Paulo: Sarvier, 1993. p.338. APECI H (1999).

  • 36

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Colocao das Luvas Esterilizadas

    http://www.fob.usp.br/adm/comissoes/bioseg/cap09.htm

  • 37

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    A Remoo das Luvas

    Segure uma das luvas pelo lado externo na regio do punho, mantendo uma barreira entre

    superfcies contaminadas (punho do avental).

    Estique e puxe a extremidade da luva para baixo, enquanto inverte-a durante a remoo

    (mantendo isolado o lado contaminado).

    Introduza os dedos da mo sem luva dentro da extremidade interna da luva ainda calada

    (punho do avental), propiciando contato direto com a superfcie mais limpa da luva.

    Puxe a segunda luva de dentro para fora enquanto encapsula a primeira luva na palma da

    mo (limitando o reservatrio de microrganismos).

    Descarte as luvas em recipiente adequado para tal fim (saco de lixo plstico branco leitoso

    de espessura 10 micra segundo NBR 9191 - ABNT).

    Lave as mos imediatamente aps a retirada das luvas (p.20 a 24). Esse procedimento

    propicia a retirada de microrganismos transitrios e residentes que podem ter proliferado no

    ambiente escuro, quente e mido do interior das luvas.

    LUVASREMOO

    37

  • 38

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Uso de Mscaras

    Deve ser usada quando houver risco de contaminao da face com sangue, fluidos corpreos, secrees e excretas.

    Deve ser usada para evitar contaminao do ambiente (precauo contra gotculas) ou em procedimentos em que se utilize material estril: instalao de cateter venoso central, puno liqurica, sondagem vesical, aspirao traqueal, dissecao venosa etc.

    Deve ser utilizada: protege por tempo limitado, cerca de

    20, apesar de atender maioria das situaes.

    eventualmente, por pacientes com tosse persistente.

    MS

    CAR

    A D

    ESC

    ART

    VEL

    OU

    CIR

    R

    GIC

    A

    MS

    CAR

    A C

    OM

    FIL

    TRO

    OU

    RES

    PIR

    ADO

    R

    Deve ser colocada antes de entrar no quarto do paciente portador ou sob suspeita de tuberculose pulmonar bacilfera ou outras patologias transmitidas por patgenos menores que 5 micra (N95), como sarampo e varicela. E ser retirada aps sua sada(precauo para aerossis).

    Deve ser utilizada em reas de alta contaminao com produtos biolgicos e/ou na manipulao de substncias qumicas com alto teor de evaporao, mesmo quando manipuladas em capela de exausto externa.

    Deve ser utilizada: durante necropsia de pacientes suspeitos de tuberculose, sarampo, varicela e herpes zoster disseminado.

    Adaptado de: http://www.saudetotal.com/microbiologia/biosseg.htm

    Obs.: A mscara est adequada quando se adapta bem ao rosto do usurio e filtra

    partculas de tamanho correto, de acordo com sua indicao.

  • 39

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Respiradores N95 para a Proteo Respiratria do Profissional

    Este EPI deve ser colocado antes de entrar no quarto e retirado aps a sada do local, e pode ser reutilizado pelo mesmo profissional desde que se mantenha ntegro, seco e limpo e que no gere desconforto durante o uso. Utilizar: nos quartos com pacientes com tuberculose pulmonar confirmada ou suspeita, sarampo

    e varicela; em locais onde ocorram procedimentos indutores de tosse e geradores de aerossis

    (salas de broncoscopia, inalao com pentamidina, salas de induo de escarro, laboratrios de micobacteriologia, consultrio de odontologia).

    Os respiradores no tm um prazo limitado de uso, podendo ser utilizados por um longo perodo pelo mesmo profissional.

    O tempo de uso est condicionado sua integridade.

    Para garantir a utilizao de uma mscara segura para tal finalidade, importante que ela possua o CA (Certificado de Aprovao) emitido pelo Ministrio do Trabalho. para a emisso desse certificado medida a passagem das partculas pela trama do

    tecido da mscara.

    RESPIRADOR

    N95

    Nos EUA, essa classe de produto denominada

    N95 (95% de eficincia de filtragem para partculas

    no-oleosas) o que fez com que o produto fosse

    conhecido assim mundialmente.

    No Brasil, esta mscara tambm conhecida

    por N95, porm a NBR 13698/96 classifica

    o filtro para esta finalidade de P2, onde a

    passagem de partculas permitida no mximo

    6%. Para garantir que os 6% restantes sejam

    retidos pela mscara, a mesma carregada

    eletrostaticamente para reter estas partculas

    menores.

    Fonte: www.cdc.gov/nchstp/tb

  • 40

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Protetor Ocular e/ou Facial e Sapatos e Botas

    Deve ser usado quando houver risco de contaminao dos OLHOS E/OU FACE com

    sangue, fluidos corpreos, secrees e excretas, no sendo de uso exclusivamente

    individual.

    imprescindvel o uso de protetor ocular e/ou protetor facial em todo atendimento a

    paciente que possa produzir respingo de sangue em maior quantidade em momentos

    previsveis, tais como: puno venosa para coleta de sangue, sondagens, aspirao

    traqueal ou oral, durante a realizao de curativos que apresentem secrees, em ps-

    operatrio de pacientes que apresentem sangramento pela inciso, em necropsia etc.

    O protetor ocular e/ou facial fabricado com materiais rgidos (acrlico ou polietileno)

    e deve limitar entradas de respingos pelas pores superiores e laterais dos olhos.

    A limpeza dos protetores realizada com gua, sabo e hipoclorito de sdio. No

    indicado o uso de lcool 70% para desinfeco.

    Protetor Ocular e/ou Facial

    PROTETOR

    OCULAR

    E/OU

    FACIAL

    Exclusivamente fechados e de preferncia de couro ou de outro material impermevel.

    No permitido o uso de sandlias dentro da unidade de sade.

    Seu uso indicado durante procedimentos de limpeza em unidades de sade para

    profissionais da lavanderia e para aqueles que realizam necropsias.

    Sapatos e Botas

    SAPATOS

    BOTAS

    Adaptado de:

    1 - DEFFUNE, E. et al. Manual de enfermagem em hemoterapia do Hospital das Clnicas da Faculdade de Medicina de Botucatu, So Paulo: fev/2003.

    2 - http://www.saudetotal.com/microbiologia/biosseg.htm

  • 41

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Exame de paciente sem contato com material X - - -

    biolgico, mucosa ou pele ntegra.

    Exame de paciente incluindo contato com sangue, X X ( * ) -

    fluidos corporais, mucosa ou pele no ntegra.

    Coleta de exames de sangue, urina e fezes. X X - -

    Realizao de Curativos. X X ( * ) ( * * )

    Administrao de medicamentos via parenteral. X X - ( * * )

    Puno ou dissecao venosa profunda, X X X X

    procedimentos invasivos.

    Aspirao de vias areas, entubao traqueal, X X X X

    endoscopia e broncoscopia.

    Procedimentos odontolgicos. X X X X

    Procedimento que possibilite respingos de X X X X

    sangue e secrees (material biolgico).

    Equipamentos de Proteo Individual

    (*?realizao de curativos de grande porte em que haja maior risco de exposio do profissional, grandes feridas cirrgicas, queimaduras graves e escaras de decbito.

    (**) O uso de culos de proteo est recomendado somente durante os procedimentos em que haja possibilidade de respingo ou para aplicao de medicamentos quimioterpicos.

    Adaptado de MINISTRIO DA SADE. Manual de condutas: exposio ocupacional a materiais biolgicos: Hepatite B e HIV. Braslia: 1999.

    Procedimentos Lavar as Mos Luvas Avental culos e Mscara

  • 42 Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    EXPOSIO OCUPACIONAL

    42 Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    04

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    ELABORAO

    Acidentes com Material Biolgico

    Solange T. Prieto Santos

    Hepatites

    Clia Regina Cicolo da Silva

    Tuberculose

    Naomi Kawaoka Komatsu

    Necha Goldgrub

    Solange T. Prieto Santos

    ORGANIZAO

    Anna Luiza de F. P. Lins Gryschek

    Marisa Beraldo

    Solange T. Prieto Santos

    Vera Regina de Paiva Costa

  • 43

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Acidentes com Material Biolgico

    A preocupao com riscos relacionados a materiais

    biolgicos surgiu a partir da constatao de agravos

    sade de profissionais que exerciam atividades

    em laboratrios desde o incio dos anos 40. No

    entanto, somente a partir da epidemia da Aids nos

    anos 80 que as normas relacionadas segurana

    no ambiente de trabalho foram inicialmente

    estabelecidas para profissionais de sade.

    Esto expostos a riscos biolgicos todos aqueles

    que se inserem direta ou indiretamente na

    prestao de servios de sade, alm de visitantes

    e outros profissionais que estejam ocasionalmente

    nesses servios.

    O risco de exposio varia de acordo com a

    categoria profissional, a atividade realizada ou

    o setor de atuao nos servios de sade. So

    considerados de alto risco: profissionais de rea

    cirrgica, de emergncia, odontlogos, laboratrio,

    estudantes, estagirios e pessoal da limpeza.

    A equipe de enfermagem uma das principais

    categorias de risco exposio com material

    biolgico, provavelmente por ser o maior recurso

    humano nos servios de sade e por ter contato

    direto na assistncia prestada ao paciente.

    Os odontlogos tambm so de alto risco, sendo

    que alguns estudos mostram que 85% dessa

    categoria profissional, tem pelo menos uma

    exposio percutnea a cada cinco anos.

    A exposio a material biolgico (sangue ou outros

    lquidos orgnicos potencialmente contaminados)

    pode resultar em infeco por patgenos como

    o vrus da imunodeficincia humana (HIV) e os

    vrus das hepatites B e C. E este captulo pretende

    abordar medidas profilticas relacionadas

    preveno desses patgenos.

    Os acidentes ocorrem habitualmente atravs de

    picadas com agulhas; ferimentos com material ou

    instrumentos cortantes (acidentes percutneos); e

    contato direto da mucosa ocular, nasal, oral e pele

    no ntegra quando em contato com sangue ou

    materiais orgnicos contaminados.

    O risco desses acidentes resultarem em infeco

    varivel e est associado ao tipo de acidente,

    ao tamanho da leso, presena e ao volume de

    sangue envolvido no acidente, quantidade de

    vrus no sangue do paciente fonte (carga viral) e

    utilizao de profilaxia especfica (para o HIV com

    medicamentos anti-retrovirais e para a hepatite B

    com vacinao pr-exposio ou administrao de

    imunoglobulina especfica ps-exposio).

    Aproximadamente, 800 mil acidentes com

    perfurocortantes so notificados anualmente nos

    Estados Unidos. No Reino Unido, eles representam

    16% das intercorrncias ocupacionais em seus

    hospitais, sendo que apenas metade notificada.

  • 44

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    A maioria dos acidentes est relacionada com

    venopuno, administrao de medicamentos no

    acesso venoso e reencape de agulhas aps o uso.

    So, portanto, potencialmente prevenveis.

    No Brasil, a vigilncia das exposies

    ocupacionais de profissionais que manipulam

    materiais biolgicos existe de forma isolada

    em alguns hospitais universitrios e em alguns

    servios de sade.

    Em 1999, a Diviso de Vigilncia Epidemiolgica

    do Programa Estadual DST/Aids (PE-DST/

    Aids) elaborou a primeira proposta de fluxo de

    atendimento e sistema de vigilncia de acidentes

    com material biolgico em profissionais da sade

    do Estado de So Paulo, visando principalmente a

    preveno de infeco pelo HIV e pelos vrus das

    Hepatites B e C.

    Em junho de 2001, foi realizado pelo PE-DST/

    Aids treinamento do Sistema de Notificao de

    Acidentes Biolgicos (SINABIO) para o sistema

    informatizado de vigilncia de acidentes com

    exposio a fluidos biolgicos. No mesmo ano, a

    Coordenao Nacional de DST/Aids do Ministrio

    da Sade atualizou as recomendaes para

    as condutas na exposio ocupacional ao HIV,

    publicadas nas Recomendaes para terapia anti-

    retroviral em Adultos e Adolescentes Infectados

    pelo HIV, que se baseiam em experincias

    nacionais de atendimento e conduo de casos

    de exposio ocupacional a fluidos biolgicos e

    seguiram a atualizao feita pelo CDC (EUA).

    As recomendaes para indicao de terapia

    anti-retroviral em casos de exposio com material

    biolgico sero atualizadas anualmente pela

    Coordenao Nacional de DST/Aids (consenso).

    Nesse perodo houve tambm a investigao

    epidemiolgica e confirmao do primeiro caso

    brasileiro de infeco pelo HIV como conseqncia

    de acidente de trabalho em profissional de sade,

    ocorrido em outubro de 1994.

    O SINABIO foi implantado em outubro de 2001,

    pela Secretaria Municipal da Sade de So Paulo,

    que props a introduo de algumas informaes

    trabalhistas na ficha de notificao e estabeleceu a

    notificao compulsria dos acidentes biolgicos

    dos trabalhadores da sade.

    O aprimoramento da qualidade do atendimento e da

    informao sobre acidentes com material biolgico

    visa fornecer subsdios para anlise epidemiolgica

    e planejamento de recursos, alm de eventual uso

    jurdico e previdencirio por profissionais cujos

    acidentes possam resultar em infeco.

  • 45

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Exposio Ocupacional a Material

    Biolgico:

    Contato de mucosas, pele no ntegra

    ou acidente percutneo com sangue

    ou qualquer outro material biolgico

    potencialmente infectante.

    Devem ser Considerados Fluidos

    Biolgicos de Risco:

    Sangue, lquido orgnico contendo

    sangue e lquidos orgnicos

    potencialmente infectantes: smen,

    secreo vaginal, liquor, lquido sinovial,

    peritonial, pericrdico e amnitico.

    Suor, lgrima, fezes, urina, vmitos,

    secrees nasais e saliva (exceto em

    ambiente odontolgico) so lquidos

    biolgicos SEM risco de transmisso

    ocupacional do HIV. Nesses casos, a

    quimioprofilaxia e o acompanhamento

    sorolgico NO so recomendados.

    A presena de sangue nesses lquidos

    torna-os infectantes.

    Fatores para a Ocorrncia de Infeco

    ATENO

    A patogenicidade do agente

    infeccioso.

    O material biolgico envolvido.

    O volume de material envolvido.

    A carga viral do paciente fonte

    (paciente envolvido no acidente).

    A forma de exposio.

    A suscetibilidade do profissional

    de sade.

    A existncia de profilaxia ps-

    exposio.

    De dezembro de 1999 a agosto de 2002,

    o SINABIO recebeu 3.513 notificaes de

    acidentes ocupacionais com exposio a fluidos

    biolgicos, provenientes de 124 municpios

    diferentes, representando 20% dos municpios

    do Estado de So Paulo. Vale ressaltar que,

    nesse Estado, esses acidentes ainda no so de

    notificao compulsria.

  • Embora as informaes obtidas no possam ser

    generalizadas para todo o Estado, elas seguem

    padres e tendncias semelhantes s descritas

    na literatura disponvel sobre os acidentes com

    exposio a fluidos biolgicos.

    86% PERCUTNEO

    6% MUCOSA OCULAR

    5% PELE NO NTEGRA

    2% MUCOSA ORAL

    1% OUTROS

    Profissionais da enfermagem estiveram

    envolvidos em 58% dos acidentes, mostrando

    que procedimentos de preveno devem ser

    priorizados e que a necessidade de atualizao

    deve ser rotineira.

    Adaptado do Boletim Epidemiolgico CRDST/AIDS/CVE, ano I, n 01, outubro, 2002.

    ACIDENTES COMMATERIAL

    BIOLGICO

    3.513

    notificaes1999 a 2002

    TIPO DE EXPOSIO

    58% ENFERMAGEM

    8,3% PROFISSIONAIS LIMPEZA

    7% MDICOS

    7% ESTUDANTES

    2,7% DENTISTAS

    17% OUTRAS CATEGORIAS

    16,2% durante a administrao de medicamentos

    16,0% por descarte inadequado

    13,4% em punes inadequadas

    10,3% em procedimentos cirrgicos

    7,1% em procedimentos odontolgicos

    4,7% por reencape de agulhas

    32,3% outras situaes

    CIRCUNSTNCIA DO ACIDENTE

    Adaptado do Boletim Epidemiolgico: CRDST/AIDS/CVE, ano I, n 01, outubro, 2002.

    46 Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

  • 71,5% Referiram vacinao completa

    26% Vacina incompleta ou no vacinados

    2,5 % Informao ignorada

    Situao vacinal para Hepatite B no momento do acidente

    Adaptado do Boletim Epidemiolgico: CRDST/AIDS/CVE, ano I, n 01, outubro, 2002.

    O sangue foi o fluido notificado em 82% das

    exposies. Agulhas com luz foram os instrumentos

    responsveis por 63% das exposies.

    No foram relatadas soro-converses por HIV, VHB

    e VHC relacionadas com acidentes, entre os casos

    notificados at o momento do estudo.

    0,3 % aps exposio percutnea

    0,09% aps exposio mucocutnea

    Pode chegar a 60% aps exposio percutnea(Fonte Ag HBs+)

    1 a 10 % aps exposio percutnea(fonte VHC positiva)

    Risco Mdio aps Acidente com Material Biolgico (Sangue)

    HIV

    HEPATITE B

    HEPATITE C

    Adapatado de Manual CVE/SPHepatites, 2003.

    A MELHOR PROFILAXIA PARA A EXPOSIO OCUPACIONAL CONTINUA SENDO O RESPEITO S NORMAS DE BIOSSEGURANA

    47

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

  • Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Ter mxima ateno durante a realizao de procedimentos invasivos.

    Jamais utilizar os dedos como anteparo durante a realizao de procedimento que envolva material perfurocortante.

    Nunca reencapar, entortar, quebrar ou desconectar a agulha da seringa.

    No utilizar agulhas para fixar papis.

    Desprezar agulhas, escalpes, lminas de bisturi e vidrarias, mesmo que estreis, em recipiente prprio.

    No descartar material perfurocortante em saco de lixo comum, mesmo que seja branco.

    Usar sapatos fechados (no de tecido) para proteo dos ps em locais midos, com presena de material biolgico ou onde haja risco de acidente percutneo (Ex: consultrio odontolgico, sala de coleta de exames, centro cirrgico, centro obsttrico, centro de material e esterilizao, pronto-socorro e outros.).

    Cuidados com Material Perfurocortante e Material Biolgico

    Ao manusear perfurocortante

    agulhas,

    escalpes,

    lminas de bisturi,

    vidrarias

    e

    outros.

    TODOS OS OBJETOS PERFUROCORTANTES DEVEM SER DESCARTADOS EM RECIPIENTE DE PAREDE RGIDA,IMPERMEVEL E CONTER TAMPA.

    48 Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

  • Recipiente para Material Perfurocortante

    Deve conter paredes rgidas e impermeveis

    e tampa;

    No deve ser preenchido acima do limite de

    2/3 de sua capacidade total;

    No deve ser deixado no cho, devendo

    estar sempre em local seguro;

    Deve ser colocado em ponto estratgico;

    Deve-se ved-lo com fita adesiva e coloc-

    lo em saco branco leitoso, dar um n e

    encaminh-lo para o destino final.

    Cuidados com o Transporte de Material Biolgico

    Etiquetar os frascos coletores antes da coleta

    do material.

    Acondicionar as amostras em saco plstico

    transparente.

    Colocar o saco com as amostras em caixa

    trmica para transporte que contenha gelo

    reciclvel.

    O transporte de responsabilidade do

    laboratrio executor.

    Adaptado de Tcnicas para coleta de sangue/Coordenao Nacional de DST e Aids. 2 edio, Braslia: Ministrio da Sade, 1997.

    49

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

  • Procedimentos Recomendados Ps-exposio a Material Biolgico nas Instituies de Sade em Geral

    Aps exposio em pele ntegra, lavar o local com gua e sabo ou soluo antissptica com detergente (PVPI, clorexidina) abundantemente. O contato com pele ntegra no constitui situao de risco.

    Aps exposio em mucosa lavar com soro fisiolgico 0,9% ou gua corrente em abundncia, repetindo a operao por vrias vezes.

    Se o acidente for percutneo, lavar imediatamente o local com gua e sabo ou soluo antissptica com detergente (PVPI, clorexidina).

    No fazer espremedura do local ferido pois h um aumento da rea lesada e, conseqentemente, aumento da exposio ao material infectante.

    No usar solues irritantes como ter, hipoclorito de sdio ou glutaraldedo.

    Se o paciente fonte for conhecido com situao sorolgica desconhecida, colher, aps aconselhamento e consentimento, sorologias para HIV, VHB e VHC (dois tubos secos). Sempre que possvel realizar teste rpido para HIV no paciente fonte.

    (Teste rpido: teste de triagem que produz resultado em minutos, indicado para situaes de emergncia, devendo ser obrigatoriamente confirmado atravs de testes confirmatrios).

    Obs.: para teste rpido, a coleta dever ser feita em um tubo de tampa roxa (com anticoagulante).

    PROCEDIMENTOIMEDIATO

    CUIDADOSLOCAIS

    Em caso de exposio a material biolgico

    50 Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    50 Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

  • Notificar chefia imediata.

    Notificar ao Servio de Controle de Infeco Hospitalar (SCIH) ou mdico do trabalho para avaliao do acidente e encaminhamento aos servios de referncia para atendimento atravs de Ficha de Notificao de Acidentes Biolgicos.

    Notificar o setor de Pessoal, que dever preencher a comunicao de Acidente de Trabalho (CAT ou similar).

    Obs.: impossvel afirmar que o profissional se infectou em servio se o acidente ocupacional no for devidamente notificado, portanto, medidas que viabilizem esse procedimento devem ser implementadas em todos os servios de sade.

    Em caso de exposio a material biolgico

    NOTIFICAO DO ACIDENTE

    Colher, aps aconselhamento e consentimento do funcionrio acidentado, sorologias para HIV, AgHBs, anti HBs e anti HCV:

    Esse procedimento utilizado para excluso de infeco prvia.

    No indicado o teste rpido para HIV.

    Avaliar imunizao para Hepatite B.

    Avaliar situao sorolgica do paciente fonte.

    Avaliar indicao de profilaxia para HIV e Hepatite B (ver cap. Hepatites deste Manual)

    Obs.: no existe quimioprofilaxia para Hepatite C.

    Investigar outras situaes de risco para aquisio de infeco pelo HIV, VHB e VHC do profissional acidentado.

    Acompanhamento sorolgico do funcionrio acidentado por 6 meses (data zero = data do acidente, 6 semanas, 3 meses e 6 meses).

    A recusa do profissional acidentado em realizar as sorologias ou profilaxias especficas quando indicadas ou o acompanhamento sorolgico, deve ser registrada em pronturio funcional.

    Em caso de exposio a material biolgico

    CONDUTA PS-ACIDENTE

    51

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

  • Usar preservativos nas relaes sexuais.

    Se o funcionrio acidentado for do sexo feminino: descartar e evitar gravidez; no amamentar durante o acompanhamento.

    No doar sangue, rgos ou smen durante o acompanhamento.

    No h necessidade de restringir as atividades do profissional exposto.

    O conhecimento sobre a eficcia da profilaxia ps-exposio limitado para o HIV.

    Em caso de exposio a material biolgico

    ORIENTAO PS-EXPOSIO

    A MATERIAL BIOLGICO

    IMPORTANTE:

    A exposio ocupacional ao vrus HIV deve ser tratada como emergncia mdica, uma

    vez que a quimioprofilaxia deve ser iniciada o mais precocemente possvel, quando

    indicada, idealmente at duas horas aps o acidente e, no mximo, at 72 horas.

    O profissional acidentado deve receber orientao do enfermeiro ou do mdico do

    S.C.I.H. ou de profissional devidamente treinado.

    A MELHOR PREVENO EVITAR ACIDENTES!

    52 Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

  • Vacinao para Profissionais da Sade

    A vacinao para preveno de algumas

    doenas infecciosas de possvel transmisso

    em unidades de sade (Hepatite B, sarampo,

    influenza, caxumba e rubola).

    A vacinao adequada de profissionais de

    sade diminui o risco de aquisio dessas

    doenas por diminuir o nmero de suscetveis a

    doenas imunoprevenveis. Deveria ser realizada

    previamente ao ingresso desses profissionais em

    sua prtica, o que ocorre raramente no Brasil.

    Fonte: http://www.riscobiologico.org/imuniza/imuniza.htm

    dT dupla adulto: difteria e ttano

    SCR sarampo, caxumba e rubola

    Hepatite B Hepatite B

    Vacinas Especiais:

    VARICELA: para profissionais

    da sade no atendimento a

    pacientes imunodeprimidos.

    RAIVA: profilaxia de pr-

    exposio para profissionais

    que podero ter contato com

    animais transmissores em

    suas atividades.

    53

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

  • 54

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Hepatite B

    O vrus da Hepatite B (VHB) transmitido atravs

    do sangue ou fluidos corpreos, como exsudato

    de feridas, smen, secreo cervical (colo uterino)

    e vaginal de pessoas portadoras do vrus (AgHBs

    positivas), sendo que o sangue contm a mais alta

    concentrao do vrus.

    Vrus da Hepatite B no transmitido pela via

    oro-fecal.

    Pessoas com infeco crnica pelo vrus da

    Hepatite B so os reservatrios primrios

    da infeco.

    A exposio, percutnea ou da mucosa,

    a sangue ou fluidos

    corpreos uma das formas de

    transmisso ocupacional do VHB.

    O risco de infeco pelo vrus da Hepatite B

    est relacionado ao grau de contato com sangue

    no local de trabalho e tambm presena do

    marcador AgHBe (replicao viral) da pessoa

    fonte. Em estudos com profissionais de sade que

    se acidentaram com agulhas contendo sangue,

    se este contivesse o AgHBs e AgHBe, o risco

    de desenvolver hepatite clnica foi de 22 a 31%,

    e o risco de desenvolver evidncia sorolgica

    de infeco pelo vrus B foi de 37 a 62%. Em

    O vrus da Hepatite B sobrevive no

    sangue seco temperatura ambiente, em

    superfcies, por pelo menos uma semana.

    O ambiente contaminado tambm parece

    ser um reservatrio importante do vrus. Em

    alguns estudos, profissionais que cuidaram

    de pacientes AgHBs positivo foram infectados

    sem ter acidente percutneo. O contato direto

    de mucosas e pele no ntegra (queimaduras,

    escoriaes, arranhaduras ou outras leses) com

    superfcies contaminadas pode transmitir o VHB.

    Isso est demonstrado em investigao de

    surtos entre profissionais e pacientes em

    unidades de hemodilise.

    Em estudos epidemiolgicos conduzidos

    na dcada de 70 nos Estados Unidos, a

    soroprevalncia de infeco por VHB entre os

    profissionais de sade era dez vezes maior que na

    populao geral.

    Depois da adoo de medidas de preveno

    como a vacinao pr-exposio de todos os

    profissionais de sade, com a vacina da Hepatite

    B, e a adoo de precaues padro quando

    comparao, se o sangue contido nas agulhas

    fosse AgHBs positivo e AgHBe negativo, o risco

    de desenvolver hepatite clnica era de 1 a 6%, e

    de 23 a 37% de evidncia sorolgica de infeco

    (CDC,2001).

  • 55

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    houvesse risco de exposio a sangue e a outros

    fluidos corpreos potencialmente infectantes,

    ocorreu um rpido declnio na ocorrncia de

    Hepatite B entre os profissionais de sade.

    Na hemodilise a transmisso do VHB pode ser

    por exposio da mucosa ou percutnea ao vrus;

    alm disso, o vrus pode estar vivel no ambiente,

    mesmo sem sangue visvel.

    superfcies ou equipamentos que no foram rotineiramente limpos e desinfetados depois do uso;

    frascos de medicao multidose ou solues intravenosas que no foram usadas exclusivamente em cada paciente;

    medicaes injetveis que foram preparadas em reas prximas s reas de armazenamento das amostras de sangue;

    profissionais de sade que cuidavam simultaneamente de pacientes infectados e no infectados pelo vrus da Hepatite B.

    O AgHBs tem sido detectado em braadeiras,

    tesouras, botes de controle das mquinas de

    dilise e maanetas das portas em centros de

    hemodilise. Assim, se essas superfcies no

    so rotineiramente limpas e desinfetadas, podem

    representar um reservatrio do vrus e os

    profissionais podem transmitir o vrus aos pacientes

    atravs de mos ou luvas contaminadas.

    A maioria dos surtos de infeco por VHB em HEMODILISE

    j investigados foi resultado de contaminao cruzada entre pacientes por:

    Medidas de Controle da Infeco pelo VHB

    As medidas de controle da transmisso do vrus

    da Hepatite B com impacto em sade pblica so

    referentes profilaxia pr-exposio, profilaxia ps-

    exposio, precaues com pacientes internados,

    controle do sangue e de produtos derivados

    do sangue e do plasma, bem como vigilncia

    epidemiolgica da Hepatite B.

    Profilaxia Pr-exposio

    A vacinao pr-exposio de pessoas

    suscetveis o meio mais efetivo para impedir

    a transmisso da Hepatite B e para quebrar a

    cadeia de transmisso da infeco. A vacinao

    universal necessria.

    Profissionais que exeram atividade na rea

    da sade, do setor pblico ou privado, devem

    ser vacinados.

  • 56

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    OBSERVAO

    Vacina contra a Hepatite B

    Trata-se de vacina subunitria contendo antgeno

    de superfcie do vrus da Hepatite B (AgHBs)

    purificado, obtida por engenharia gentica e

    contendo hidrxido de alumnio como adjuvante.

    Vacina com 90% a 95% de eficcia e a

    imunidade conferida duradoura.

    Doses:

    Para menores de 20 anos: 0,5 ml

    Para pessoas com idade igual ou superior

    a 20 anos: 1,0 ml.

    No h necessidade de reforo para

    pessoas imunocompetentes.

    No so indicados testes sorolgicos

    antes da vacinao.

    Cada mililitro contaminado com o vrus da Hepatite B

    contm 100.000.000 de partculas virais, que podem

    permanecer viveis por at uma semana.Basta uma

    dessas partculas para contaminar uma pessoa.

    Fonte: Tcnicas para coleta de sangue/Coordenao Nacional de DST e Aids, 2 ed., Braslia,1997

    Profilaxia Ps-exposio

    Pode ser feita com a aplicao de vacina, de

    gamaglobulina hiperimune ou de ambas, conforme

    a situao apresentada (ver tabela).

    A imunoglobulina para Hepatite B obtida

    do plasma de doadores hiperimunizados que

    sabidamente contm altos ttulos de anti-HBs,

    sendo negativo para anti-HIV e anti-VHC. O

    processo usado para preparar essa imunoglobulina

    inativa ou elimina o HIV e o VHC.

    Aps a vacinao, os testes esto

    recomendados somente para pessoas de risco

    acrescido (como trabalhadores de sade),

    devendo ser realizados 1 a 2 meses depois da

    ltima dose.

    As pessoas vacinadas que no apresentarem

    soroconverso devero ser revacinadas com

    novo esquema de trs doses de vacina, segundo

    a SES/SP. No havendo soroconverso aps a

    revacinao, no esto indicadas novas doses.

    Para profissionais com esquema incompleto

    recomenda-se dar seqncia ao esquema

    iniciado, independentemente das datas de

    aplicao anterior.

  • 57

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    A gamaglobulina padro no eficaz para a profilaxia ps-exposio ao vrus da

    Hepatite B porque os ttulos de anticorpos so muito baixos.

    Paciente Fonte AgHBs NEGATIVO

    Iniciar Esquema vacinal** ou completar esquema vacinal

    No Imunizar

    Revacinar5

    No Imunizar

    Exposio Percutnea ou de Mucosa a Sangue ou Material Contendo Sangue

    Situao do Profissional da Sade Exposto

    No Vacinado ou Vacinao Incompleta

    Vacinado com Resposta Adequada2

    Vacinado sem Resposta Adequada3

    Vacinado com Resposta No Conhecida

    Paciente Fonte AgHBs POSITIVO ou desconhecido COM RISCO*

    01 dose de HBIG1 e Iniciar Esquema Vacinal** ou Completar Vacinao

    No Imunizar

    01 dose de HBIG e revacinar5 ou 02 doses de HBIG4

    Fazer anti-HBs5; com resposta adequada, no imunizar; sem resposta adequada3, 01 dose de HBIG e revacinar5, 02 doses de HBS4

    Paciente Fonte AgHBs DESCONHECIDO SEM RISCO

    Iniciar Esquema Vacinal** ou Completar Esquema Vacinal

    No Imunizar

    Revacinar5

    Fazer Anti-HBs7; com resposta adequada, no imunizar, sem resposta adequada, revacinar5

    (*) Pacientes politransfundidos, com cirrose, em hemodilise, HIV positivos e usurios de drogas.(**) A vacina contra Hepatite B consiste em 03 doses (0, 1 e 6 meses).(1) HBIG Imunoglobulina Humana contra a Hepatite B o mais precocemente possvel, at sete dias aps acidente / dose 0,06 ml/Kg administrada por via IM. Solicitar o HBIG aos Centros de Referncia para Imunobiolgicos Especiais.(2) Anti-HBs >= 10 mUI/ml.(3) Anti-HBs < 10 mUI/ml.(4) Apenas para as pessoas que mesmo revacinadas continuem sem resposta adequada. Aplicar duas doses de HBIG com intervalo de um ms entre elas.(5) Administrar novamente 03 doses da vacina contra hepatite (0, 1, e 6 meses). Caso continue sem resposta adequada, cada caso ser discutido individualmente.(6) Na i?dose de HBIG + 01 dose de vacina contra Hepatite B.(7) Na impossibilidade de fazer o teste anti-HBs, indicar uma dose de vacina contra Hepatite B para o profissional acidentado.

  • 58

    Risco Biolgico - Biossegurana na Sade

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    Exposio nos estabelecimentos de sade

    Nos estabelecimentos de sade, a transmisso

    possvel se no houver um controle de infeco

    hospitalar eficaz.

    Trabalhadores de sade esto mais sujeitos

    infeco. Entretanto, a prevalncia em

    trabalhadores de sade no maior do que na

    populao em geral.

    Segundo estudos realizados, a mdia de

    soroconverso aps um acidente percutneo de

    fonte VHC positiva foi de 1,8% (0,3% para o HIV, de

    37% a 62% para o AgHBe positivo, e de 23% a 37%

    para o AgHBs positivo) (CDC, 2001).

    A transmisso pela exposio de mucosa rara e

    ainda no foram identificados casos de transmisso

    pela pele mesmo no ntegra. As informaes sobre

    a sobrevivncia do VHC no ambiente so limitadas.

    Dados epidemiolgicos sugerem que, ao contrrio

    A infeco pelo vrus da Hepatite C

    disseminada fundamentalmente pela

    exposio parenteral ao sangue ou a

    derivados de sangue de pessoas infectadas.

    Hepatite C do VHB, a contaminao ambiental com sangue no apresenta risco de transmisso significante

    nos estabelecimentos de sade, com exceo dos

    centros de hemodilise. Nesses foram registradas

    taxas de prevalncia de 10% entre os pacientes,

    chegando a 60% em alguns servios (CDC, 1998).

    O risco de transmisso por outros fluidos no est

    quantificado, mas aparentemente baixo.

    Medidas de Controle da Infeco pelo VHC

    Imunoprofilaxia

    A imunoprofilaxia ps-exposio com a

    imunoglobulina padro no est indicada devido

    falta de eficcia em experincias com sua

    utilizao. Alm disso, a Imunoglobulina padro

    manufaturada com plasma de doadores testados

    para o VHC.

    No existe at o momento uma vacina contra o VHC.

    A MEDIDA EFICAZ PARA

    ELIMINAR O RISCO DE INFECO

    PELO VRUS DA HEPATITE C A

    PREVENO DE ACIDENTES.

  • 59

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    59

    Coordenao da Ateno Bsica - SMS - PMSP

    No existe profilaxia para preveno de Hepatite C.

    Risco de transmisso: Percutnea ou de mucosa (sangue).

    transmitida principalmente por via parenteral, sendo baixa sua transmisso por via sexual.

    Medidas Especificas para Hepatite C

    RISCOOCUPACIONAL

    Tuberculose Aspectos Gerais

    O Brasil um pas com elevado nmero de casos

    de tuberculose notificados, o que propicia um

    contato freqente dos profissiona