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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 1 Manual de Anatomia e Fisiologia SISTEMA MUSCULAR

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Page 1: Manual de Anatomia e Fisiologia - massagempro.com cefad/SISTEMA MUSCULAR CEFAD MAN… · Twietmeyer T, McCracken T., 2006 – Manual de Anatomia Humana para Colorir. Editora Ganabara

Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 1

Manual de Anatomia e Fisiologia

SISTEMA MUSCULAR

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 2

Índice

INTRODUÇÃO 2

OBJECTIVOS GERAIS 4

ENQUADRAMENTO DO MÓDULO 4

BIBLIOGRAFIA 4

SISTEMA MUSCULAR 6

MÚSCULO ESQUELÉTICO 7

FORMAS DOS MÚSCULOS 9

MÚSCULOS HUMANOS 10-21

FISIOLOGIA MUSCULAR 22

ESTRUTURA DA FIBRA MUSCULAR 22

CONTRACÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO 24

EM SÍNTESE 27

INTRODUÇÃO

O programa de estudos do CEFAD está delineado para formandos com grande vontade de se desafiarem

a si próprios, no sentido de obterem sucesso numa profissão que é pessoal e financeiramente

recompensadora.

Para que este objectivo seja cumprido, os nossos formadores são altamente qualificados e possuem

experiência nas matérias respectivas.

O presente manual está construído para possibilitar, a cada formando, uma forma única de

processamento e aprendizagem dos conteúdos. Os formandos são encorajados a potenciar as suas

qualidades individuais de aprendizagem. Desta forma os formandos desenvolvem as suas vertentes

críticas, avaliação das necessidades do cliente, solução de problemas, desenvolvimento de capacidades

intuitivas e habilidade para criar um plano de tratamento.

Adicionalmente, são criados desafios como preparação para os seus objectivos de carreira.

Orgulhamo-nos do sucesso dos formandos diplomados pelo CEFAD e do impacto que eles provocam na

vida de outros. Somos cuidadosos no sentido de considerar o corpo e a mente como um todo.

Desta forma oferecemos aos formandos, cursos que para além do aspecto científico, privilegia

experiências de crescimento pessoal. O currículo do curso inclui o módulo de Fundamentos Biológicos

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 3

do Corpo Humano, que lhes transmite conteúdos de Anatomia e Fisiologia, fundamentais em profissões

que lidam com a saúde. Os nossos documentos de apoio estão cientificamente bem documentados e

actualizados.

A habilidade para percepcionar as diferenças entre tecidos como tendões, artérias, veias, músculos,

fascias e mesmo energia, é essencial para o sucesso. Este processo é progressivo, feedbacks e a prática

repetida em diversos contextos é fundamental.

Não existem atalhos, senão o cumprimento de objectivos de aprendizagem para que o referencial de

formação tenha significado.

É extremamente importante perceber como conjugar o conhecimento com as capacidades intuitivas. A

interacção com o cliente, a capacidade de ouvir, a avaliação do cliente, a habilidade de comunicar com

delicadeza e a manutenção de elevados patamares éticos é indissociável da prática da qualquer

desporto.

OBJECTIVOS GERAIS

1. Conhecer os níveis de organização do corpo humano;

2. Relacionar e definir as terminologias de anatomia e fisiologia por sistema corporal;

3. Reconhecer as estruturas dos principais sistemas influenciados pela massagem;

4. Descrever em pormenor a anatomia muscular superficial bem como as estruturas de apoio

(musculares, tendinosas, ligamentares e articulares).

ENQUADRAMENTO DO MÓDULO

Qualquer pessoa envolvida na área da saúde necessita de um amplo conhecimento do corpo

humano pois, só assim, compreenderá as reacções do corpo, perante determinados “estímulos”. A

aprendizagem de anatomia e fisiologia exige um olhar atento sobre intermináveis redes de

estruturas nervosas, vasos sanguíneos e linfáticos, camadas musculares sobrepostas, entre

outras.

O objectivo deste manual é oferecer, ao formando, conteúdos de fácil compreensão, que

promovam a aprendizagem. Assim sendo, procurou-se organizar, o módulo, de forma lógica e

sequencial, e dotá-lo de explicações claras e completas.

Este módulo trata do sistema muscular, do mecanismo envolvido na contracção muscular, e de alguns

músculos com a sua origem, inserção e acção.

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 4

BIBLIOGRAFIA

Anónimo, 2001 – Anatomy and Physiology Made Incredibly Easy. 1Th

Edition Guanabara -

Koogan. USA.

Azevedo C., 1997 – Biologia Celular. Lidel – Edições técnicas Lda. Lisboa

Brites M., 2006 – Fisiologia - Manual de Apoio ao Estudante. QuidNovi. Matosinhos.

Flores M., 1998 – Atlas Temático de Cirurgia. Beta-Projectos editoriais Lda. Lisboa.

Keith L, Arthur F., 1999 – Anatomia Orientada para a Clínica. 4ª Edição. Guanabara Koogan.

Rio de Janeiro.

Miranda. E. – 2000 - Bases de Anatomia e Cinesiologia. Editora Sprint Lda.Rio de Janeiro.

Moll K. Moll M., 2004 – Atlas de Anatomia. Lusociencia-Edições Técnicas e Científica, Lda.

Loures.

Neil B., 2000 – Compêndio de Fisiologia. Stória Editores Lda. Lisboa.

Ovejero A., 1998 – Corpo Humano. Beta-Projectos editoriais Lda. Lisboa

Parker, S., 2007 – Anatomia e Fisiologia do Corpo Humano. Dorling Kinderley – Civilização

Editores, Lda. Porto.

Pereira L., 2001. – Metabolismo de Órgãos Vitais in Riscos de Agentes Biológicos-Manual de

Prevenção. IDICT. Lisboa.

Sandy F., 2000 – Fundamentos da Massagem Terapêutica. 2ª Edição. Manole. Brasil.

Seeley R., Stephens T. & Tate P., 2007 – Anatomia & Fisiologia. 6ª Edição. Lusociência. Lisboa.

Serranito P., 2003 – Fundamentos Biológicos do Exercício e da Condição Física, 2ªEdição.

Xistarca. Lisboa.

Ribeiro B., 1992 – O treino do Músculo. Editora Caminho. Lisboa.

Rigutti A., S/D – Atlas Ilustrado de Anatomia. Girassol Edições Lda. Sintra.

Reyes E., 1998 – Anatomia Humana. Beta-Projectos editoriais Lda. Lisboa.

Robertis E.& Robertis Jr., 1996 – Biologia Celular e Molecular. Fundação Calouste

Gulbenkian. Lisboa.

Sherman, K., J., Cherkin, D.,C., Kahn, J., Erro, J., Herbek, A., Deyo, R., A., & Eisenberg, D.,

M., 2005 - A survey of training and practice patterns of massage therapists in two US

states BMC Complementary and Alternative Medicine.

Twietmeyer T, McCracken T., 2006 – Manual de Anatomia Humana para Colorir. Editora

Ganabara Koogan. Rio de Janeiro. Valdivia, P., 1998 – Manual de Massagem. Xistarca, Promoções e Publicações Desportivas,

Lda. Ministério do Trabalho e da Segurança Social.

Whitaker R & Borley N., 2000 – Compêndio de Anatomia. Blackwell Lda. Instituto Piaget.

Lisboa.

J. A. Esperança Pina – Anatomia Humana da Locomoção – LIDEL - Lisboa

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 5

SITES DA INTERNET

http://www.visiblebody.com

http://www.exrx.net

http://www.muscleandmotion.com/

http://www.anatomia.online.com

http://www.innerbody.com/htm/body.html

Elaborado em 2009 por Henrique Lopes

Revisto em 2016 por Paulo Murteira

CEFAD – FORMAÇÃO PROFISSIONAL, LDA.

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 6

SISTEMA MUSCULAR

Figura 1 – Sistema Muscular –( Visiblebody.com)

O corpo humano tem aproximadamente 640 músculos, que perfazem entre 40 a 50 por cento do

peso de um indivíduo masculino. Relativamente ao feminino, embora o número seja o mesmo,

peso total é menor. Quando estes se contraem, afectam o movimento do corpo como um todo: do

sangue (circulação), dos alimentos (através do tracto digestivo), da urina (através do tracto

urinário) e do tórax, diafragma e abdómen (durante a respiração). Os músculos são, portanto, os

responsáveis pelo movimento, pois é devido à contracção muscular que o movimento acontece.

Existem três tipos de músculo:

Músculo esquelético - é formado por tecido muscular estriado e insere-se nos ossos;

Músculo cardíaco - é formado por tecido muscular cardíaco disposto em fáscias e em espiral

e, cada célula, tem a capacidade de se contrair ritmicamente. O tecido contrai-se de forma

coordenada graças a um elemento anatómico do qual partem «ondas» de contracção, que se

propagam pelo coração regulando a sua pulsação. O músculo cardíaco pode efectuar

contracções fortes e continuadas sem nunca parar;

Músculo liso - é formado por tecido muscular liso e a sua função é controlam os movimentos

involuntários dos órgãos internos (vasos sanguíneos, brônquios, tubo digestivo, etc.). Estes

músculos encontram-se sob o controlo do sistema nervoso autónomo e reagem aos impulsos

com contracções lentas e regulares, que podem prolongar-se durante multo tempo;

Destes três tipos de músculos apenas será abordado o músculo esquelético, neste capítulo.

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 7

MÚSCULO ESQUELÉTICO

O músculo esquelético é uma das variedades do tecido muscular. Tal como o tecido muscular liso

e o tecido muscular cardíaco, apresenta algumas propriedades específicas: extensibilidade,

elasticidade, excitabilidade e contractibilidade.

O músculo esquelético é constituído, fundamentalmente, por dois tecidos:

Tecido muscular estriado, com capacidade para transformar energia química em energia

mecânica;

Tecido conjuntivo, que forma as fáscias, as quais envolvem:

As células musculares – denominado endomísio;

Os feixes de células musculares – denominado perimísio;

O músculo – denominado epimísio.

As fáscias juntam-se nas extremidades do músculo para formar o tendão, que se relacionará com

os ossos.

Figura 2 – Esquema de um músculo esquelético em corte transversal (Retirado de «Massoterapia

Clínica» de James H. Clay e David M. Pounds)

FUNÇÕES DO MÚSCULO ESQUELÉTICO

Reconhecem-se as seguintes funções ao músculo esquelético:

Produção do movimento articular;

Manutenção das posturas;

Participação na estabilidade articular;

Participação em vários processos relacionados com a manutenção do equilíbrio interno (p.e.

regulação térmica).

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 8

UNIDADE MÚSCULO ESQUELÉTICA

A unidade musculo esquelética (figura 3) é a estrutura mais simples, responsável pela produção

do movimento e integra:

Um músculo unido a dois ossos;

Uma articulação móvel que permite o movimento.

Quando o músculo se contrai, a tensão resultante é transmitida às peças osseas através das

fáscias e dos tendões, que induzem o movimento articular através do deslocamento das peças

ósseas. O deslocamento das peças ósseas realiza-se segundo a direcção em que o músculo se

une aos ossos. Essa linha imaginária recebe a designação de linha de tracção do músculo.

O tipo de movimento articular depende da relação que se estabelece entre a linha de tracção do

músculo e a orientação do(s) eixo(s) articular(es). Os eixos articulares dependem das

características morfológicas das superfícies articulares.

A análise da participação dos músculos no movimento exige, particularmente, que se analisem as

características morfológicas das superfícies articulares (eixos articulares) e conhecimento sobre a

orientação das linhas de tracção dos músculos, que cruzam a(s) articulação(ões) em análise.

Considera-se que o ponto que permanece fixo se designa de origem, enquanto que o local de

união ao osso que se desloca é designado de inserção. Pode ser usada uma outra terminologia

que é inserção proximal e inserção distal em que a primeira corresponde ao ponto onde o

músculo se insere no local mais proximal e, a segunda, ao ponto onde o músculo se insere no local

mais distal. Em termos práticos a origem é equivalente à inserção proximal e a inserção é

equivalente à inserção distal.

Ao descrever o músculo referimo-nos, geralmente, à sua origem e inserção indicando, dessa

forma, como actuam na produção do movimento. Se observarmos o exemplo do bicipete braquial,

dizemos que a sua origem é no tubérculo supraglenoidal e na apófise coracóide da escápula e a

inserção, na tuberosidade do rádio. Indicamos, assim, que este músculo tende a realizar a flexão

do antebraço sobre o braço.

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 9

FORMAS DOS MÚSCULOS

Os músculos podem apresentar várias formas (figura 4).

Figura4 – Esquemas de formas musculares (retirado de Gispert, C., 2006 e de «Massoterapia Clínica» de James H. Clay e David M. Pounds)

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 10

MÚSCULOS HUMANOS

Figura 5– Esquemas dos músculos humanos – vista anterior (retirado de Parker, S., 2007)

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 11

Figura 6– Esquemas dos músculos humanos – vista posterior (retirado de Parker, S., 2007)

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 12

Origem, Inserção e Acção de alguns dos principais músculos

Músculos do Pescoço

Esternocleidomastoideo

Inserção Proximal – 1/3 interno da Clavícula e manubreo do esterno

Inserção Distal – Apófise

mastoidea do temporal e occipital

Elevador da Escápula

Inserção Proximal – Apófises transversas cervicais C2 a C5

Inserção Distal – Ângulo superior da omoplata

Flexão Inclinação lateral Rotação Elevação da escápula

Elevação da escápula (a) Extensão do pescoço (b) Inclinação lateral do pescoço (c)

Músculos da Cintura Escapular

DELTOIDE

Inserção Proximal – Terço lateral da Clavícula Inserção Distal – Tuberosidade deltoidea do Úmero

Anterior

Inserção Proximal – Dois terços mediais da omoplata

Inserção Distal Tuberosidade deltoidea do Úmero

Flexão Extensão Abdução Rotação interna Rotação externa

Posterior

GRANDE PEITORAL

Inserção Proximal – Dois terços internos da Clavícula (porção clavicular) e face anterior do externo e cartilagem das seis primeiras costelas) Inserção Distal – Face lateral do Úmero, abaixo da cabeça do úmero (goteira bicipital do úmero)

Flexão Rotação interna Adução Extensão Abaixamento

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 13

Depressão da escápula

Faceta superior do troquíter Abdução do braço

1

PEQUENO PEITORAL - 1

Inserção Proximal Bordo superior e face externa das 3ª,4ª e 5ª costelas.

Inserção Distal

Porção anterior do bordo interno da apófise coracoideia

Elevador das costelas (musculo inspiratório)

SUBCLÁVIO - 1 1

Inserção Proximal - Primeira cartilagem costal e na primeira costela Inserção Distal Goteira do subclávio, existente na face inferior da clavícula

GRANDE REDONDO

Inserção Proximal – Fossa

infra-espinhosa, junto ao ângulo inferior da omoplata.

Inserção Distal – Face anterior

do úmero (lábio interno da goteira bicipital) Extensão

Adução Rotação

SUPRA-ESPINHOSO

Inserção Proximal Insere-se na fossa supra-espinhosa da omoplata Inserção Distal

INFRA-ESPINHOSO

Inserção Proximal – Fossa infra-espinhosa

Inserção Distal – Tubérculo

maior do úmero

Rotação externa Abdução horizontal

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 14

úmero Adução

SUBESCAPULAR

Inserção Proximal Superfície anterior da escápula Inserção Distal Pequeno tubérculo do

Rotação interna

REDONDO MENOR

Inserção Proximal – Bordo postero-lateral da escápula Inserção Distal – Grande tubérculo adjacente ao local de articulação do úmero (Faceta inferior do troquíter)

Rotação lateral Abdução horizontal

INFRA-ESCAPULAR

Inserção Proximal Fossa sub-

escapular Inserção Distal Troquino

Rotação interna Adução do braço

GRANDE DENTADO

Porção superior: Insere-se no ângulo superior da omoplata e nas duas primeiras costelas Porção média: Insere-se no bordo espinhal da omoplata e no bordo inferior e na face externa das 2, 3, 4ª costelas; Porção inferior: Insere-se no ângulo inferior da omoplata e na face externa das 5,6,7,8,9, e 10ª costelas

Baixa e antepõe a escápula

Roda a escápula elevando o

braço no plano frontal e sagital

Participa na inspiração

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 15

BICÍPTE

Inserção Proximal – Porção Longa – tubérculo supraglenoidal da escápula; Porção Curta – apófise coracóide da escápula

Inserção Distal – Tuberosidade

do rádio

CORACO BRAQUIAL

Inserção Proximal – Apófise coracoide da escápula Inserção Distal –Face antero-medial do úmero

RADIAL

Inserção Proximal – Epicôndilo medial do úmero

Auxilia na:

Abdução

Flexão

Rotação medial

Adução

Adução horizontal

Flexão

Inserção Distal – Base do 2º metacarpo

Extensão

Abdução

CUBITALPOSTERIOR (extensor cubital do carpo)

Inserção Proximal –

Epicondilo lateral do úmero

Inserção Distal –5º

metacarpo

Extensão (mão) Adução (mão)

CUBITAL ANTERIOR (flexor cubital do carpo)

Inserção Proximal

– Porção úmeral Vértice do epicôndilo medial do úmero; Porção do cúbito – margem posterior do cúbito

Inserção Distal –

Pisiforme

Flexão (antebraço) Flexão (mão) Adução (mão)

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 16

TRICEPS

Inserção Proximal – Logo abaixo da cavidade glenoide e metade superior da diáfise posterior do úmero Inserção Distal – Tuberosidade do rádio

LONGO SUPINADOR - BRAQUIORRADIAL

Inserção Proximal – Dois terços

superiores da crista supracondilar lateral do úmero Inserção Distal – Face lateral da extremidade distal do rádio

CURTO SUPINADOR

Inserção Proximal – Epicôndilo lateral do

úmero, extendendo-se ao cúbito Inserção Distal – Terço superior e lateral do radio

REDONDO PRONADOR

Inserção Proximal – Apófise coronoide do cúbito Inserção Distal – Meio da diáfise lateral do rádio

Músculos Dorsais

TRAPEZIO

Auxilia a extensão

Adução

Flexão (antebraço) Rotação externa (antebraço)

Supinação

Auxilia na flexão (a) Pronação (b)

Inserção Proximal – Occipital, ligamento comum posterior e apófises espinhosas das vertebras C7 a D12 Inserção Distal – terço lateral da clavícula e espinha da escápula

Abaixamento Elevação Retropulsão Extensão Inclinação lateral

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 17

GRANDE DORSAL

Inserção Proximal – Apófises espinhosas das vertebras D6 a L5, Crista sagrada e crista ilíaca

Inserção Distal – goteira bicipital

do úmero

ROMBÓIDE MAIOR E MENOR

Inserção Proximal – Apófises espinhosas das vértebras dorsais

Inserção Distal – bordo

interno ou vertebral da escápula

ÍLEO COSTAL

Inserção Proximal – Parte superior da coluna sagrada e lombar e parte superior da crista íliaca

Extensão Adução

Elevação no plano frontal Retro impulsão da escápula

Estende o tronco Inclina-o lateralmente Baixa as costelas (expiração)

Inserção Distal – 12 costelas e nas apófises transversas das últimas vértebras cervicais

Músculos do Abdómen

GRANDE OBLÍQUO – OBLÍQUO ESTERNO

Inserção Proximal – Crista íliaca, arcada crural e púbis

Inserção Distal – face externa da 5ª à 12ª costela

PEQUENO OBLÍQUO – OBLÍQUO INTERNO

Inserção Proximal – Crista

ilíaca, arcada crural, púbis e vértebras lombares

Inserção Distal – Ultimas 4

costelas e cartilagens costais

Flecte o tronco (a) Inclina o tronco (b) Roda o tronco (c)

Flecte o tronco Inclina o tronco Roda o tronco Baixa as costela actuando como músculo expirador

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 18

TRANSVERSO DO ABDÓMEN

Inserção Proximal – Face interna da 7ª à 11ª cartilagem costal, fáscia toracolombar, crista ilíaca e terço lateral do ligamento inguinal

Inserção Distal – Linha branca com

apeneurose do músculo oblíquo interno, crista púbica e linha pectínea do púbis

GRANDE RECTO DO ABDÓMEN

Inserção Proximal – Sínfise púbica e crista púbica

Inserção Distal – Apêndice xifóide

e 5ª, 6ª e 7ª cartilagens costais

Músculos dos Membros Inferiores

GRANDE GLÚTEO

Inserção Proximal – Porção posterior da lábio externo da crista ilíaca, na fossa ilíaca externa, na crista do sacro e do cóccix, nos tubérculos sagrados póstero-externos e nos bordos laterais do sacro e do cóccix Inserção Distal – Ramo externo superior da linha áspera do fémur e no lábio externo da linha áspera.

MÉDIO GLÚTEO

Inserção Proximal – Face externa do ílio

Inserção Distal – face

lateral do trocanter maior do fémur

PEQUENO GLÚTEO

Inserção Proximal –

Entre as linhas glúteas anterior e inferior da crista ilíaca

Inserção Distal –

Superfície anterior superior do grande trocânter do fémur

Roda o tronco (a) Baixa as costelas (expiração) – intervem particularmente na expiração forçada e aumento da pressão intra abdominal – fundamental no esvaziamento abdominal

Flecte o tronco Inclina lateralmente o tronco Baixa as costelas – músculo expirador

Extensão da coxa sobre a bacia e vice versa Adução da coxa Rotação interna

Adução Rotação externa da coxa

Adução Rotação interna da coxa Rotação externa da coxa

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 19

TENSOR DA FASCIA LATA

Inserção Proximal – Crista ilíaca

Inserção Distal – Trato

iliotibial

QUADRICEPS FEMURAL

Inserção Proximal – Grande trocânter e face anterior do fémur; Espinha ilíaca (recto anterior)

Inserção Distal – Face superior da rótula

PECTÍNEO

Inserção Proximal – Ramo superior do púbis

Flexão da coxa Abdução da coxa Rotação interna da coxa

Estende a perna e flecte, promovendo uma ligeira adução da coxa sobre a bacia(recto anterior) e vice versa

Inserção Distal – Linha Pectínea do Fémur, logo abaixo do trôcanter menor

Flexão da coxa sobre a bacia (a) e vice versa, Adução Rotação externa

PEQUENO ADUTOR

Inserção Proximal – Face anterior do corpo do pubis Inserção Distal – Linha áspera do fémur

MÉDIO ADUTOR

Inserção Proximal – Corpo do pubis entre a espinha e sínfise

Inserção Distal – Linha

pectínea e parte proximal da linha áspera do fémur

Adução Flexão da coxa Rotação externa da coxa

Adução Flexão da coxa Rotação externa da coxa

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 20

COSTUREIRO OU SARTÓRIO

Porção Longa

Porção Curta

GRANDE ADUTOR

Inserção Proximal –

Tuberosidade isquiática e ramo isquio-púbico; Inserção Distal – 2/3 superiores da linha áspera; lábio interno e através de um tendão no epicôndilo interno do fémur BICEPS FEMURAL

Inserção Proximal – Porção longa – tuberosidade isquiática; poção curta – linha áspera e linha supracondilar lateral do fémur Inserção Distal – Côndilo postero-lateral da tíbia e cabeça do perónio

Adução Extensão Rotação externa da coxa

Flexão da perna em relação à coxa Extensão da coxa em relação à bacia e vice- versa Rotação externa da coxa

Inserção Proximal – Espinha ilíaca antero-superior Inserção Distal – Bordo superior da tuberosidade interna da tíbia

Flecte a perna, Flecte a coxa sobre a bacia Roda a coxa externamente

SEMITENDINOSO

Inserção Proximal – Face posterior da tuberosidade isquiática Inserção Distal – Tuberosidade interna da tíbia

Flexão da perna Extensão da perna Adução da coxa

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Manual de Anatomia e Fisiologia CEFAD 21

SEMIMENBRANOSO

Inserção Proximal – Face lateral da tuberosidade isquiática Inserção Distal – côndilo interno da tíbia

GÉMEOS

Inserção Proximal – Parte posterior do côndilo latreal do fémur, face superior do côndilo interno

Inserção Distal – Tendão de

aquiles no calcâneo

SOLEAR

Inserção Proximal –

Perónio (na parte posterior lateral da cabeça)

Flexão da perna Extensão da perna Adução da coxa

Extensão (flexão plantar do pé)

Flexão da perna em relação à coxa

Extensão (flexão plantar do pé)

Inserção Distal – Tendão de aquiles no calcâneo

Figura 8 – Esquemas de alguns dos principais músculos, inserções e principais acções realizadas por

eles (retirado de www.sportraining.net)

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FISIOLOGIA MUSCULAR

ESTRUTURA DA FIBRA MUSCULAR

O músculo esquelético é composto de grandes grupos de células longas denominadas fibras

musculares. Cada fibra tem muitos núcleos e uma série crescente de pequenas estruturas fibrosas

internas. As estruturas de uma fibra muscular (figura 9), observando do exterior da célula para o

seu interior, são:

Endomísio - uma camada de tecido conjuntivo fibroso, que envolve o exterior da fibra;

Sarcolema - a membrana plasmática da célula, que se situa sob o endomísio e logo acima do

núcleo da célula;

Sarcoplasma - o citoplasma da célula muscular, que está contido dentro do sarcolema; Miofibrilas - delicadas estruturas filiformes, que determinam o comprimento das fibras e

constituem o feixe de fibras:

Miosina (filamentos espessos) (à volta de 1500);

Actina (filamentos finos), fibras mais finas, dentro das miofibrilas (à volta de 3.000).

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SARCÓMERO

A miosina e a actina estão contidas dentro de compartimentos denominados sarcómeros (figura

10). Os sarcómeros são unidades funcionais do músculo esquelético. Durante a contracção

muscular, a miosina e a actina deslizam uma sobre a outra, reduzindo o comprimento do

sarcómero. Os compartimentos de sarcómeros, de todas as miofibrilhas de uma única fibra, estão

alinhados. Assim, quando uma fibra muscular é observada ao microscópio, bandas transversas,

em ângulos rectos ao eixo mais longo, denominadas estrias, aparecem junto ao comprimento da

fibra.

A camada fibrosa de tecido conjuntivo, denominada perimísio, liga-se às fibras musculares por um

feixe. Uma camada mais forte, o epimísio, rodeia todos os feixes para formar um músculo inteiro.

Estendendo-se além do músculo, o epimísio forma um tendão. A maior parte dos músculos fixa-se

aos ossos, seja directa ou indirectamente.

No caso de uma fixação directa, o epimísio do músculo funde-se ao periósteo, a membrana

fibrosa que cobre o osso. No caso de ser uma fixação indirecta (a mais comum), o epimísio

estende-se além do músculo formando um tendão e fixa-se ao osso.

Figura 10 – Esquema de um sarcómero (Retirado de «Anatomia e Fisiologia» de R. Seeley, T. Stephens,

P. Tate)

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CONTRACÇÃO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO

A contracção muscular é acompanhada por alterações do comprimento do sarcómero, explicados

pelo designado mecanismo do deslizamento dos miofilamentos finos (de actina) sobre os

miofilamentos espessos (de miosina) no sentido do centro do sarcómero (figura 11). Este

deslizamento é a consequência da interacção estabelecida entre as pontes transversais da miosina

e as moléculas de actina. Esta interacção é observada mesmo em moléculas de miosina e actina

purificadas, indicando que a união das duas proteínas é um processo espontâneo. No entanto, na

fibra muscular, esta interacção é regulada por vários processos que controlam, com precisão, os estados de relaxamento e de contracção. O processo de contracção das fibras musculares

esqueléticas envolve as seguintes etapas:

1º - Excitação da fibra muscular esquelética, envolvendo o processo de estimulação e a sua

propagação ao longo do sarcolema;

2º - Acoplamento excitação/contracção, que inclui os processos de transdução da excitação em

actividade contráctil;

3º - O ciclo das pontes cruzadas, respeitante à formação e ruptura cíclicas dos complexos de

actomiosina e à geração de força e de trabalho mecânico;

4º- O relaxamento muscular.

Figura 11 – Esquemas da contracção muscular (Retirado de «Anatomia e Fisiologia» de R. Seeley, T. Stephens, P. Tate)

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EXCITAÇÃO DA FIBRA MUSCULAR

Cada fibra muscular recebe a inervação motora de um único motoneurónio alfa, unindo-se a uma

expansão do axónio numa região da fibra muscular situada, geralmente, a meio do seu

comprimento. A união entre o motoneurónio e o sarcolema constitui a junção neuromuscular

(figura 12), alternativamente, designada de junção mioneural ou de placa motora. A estrutura

desta união sináptica é muito semelhante à de outras sinapses, muito embora existam

especificidades estruturais e funcionais que tornam a placa motora diferente das restantes uniões

entre células excitáveis.

A excitação da fibra muscular tem início com a chegada de um impulso nervoso ao terminal

sináptico do motoneurónio alfa, originando a libertação da acetilcolina no espaço sináptico (figura

13). Este neurotransmissor difunde-se na fenda sináptica até alcançar a porção juncional do

sarcolema, ligando-se, então, aos receptores colinérgicos. O potencial da placa motora é seguido

pelo desencadear de um potencial de acção, que tem início, não na própria placa motora, mas na região do sarcolema imediatamente adjacente. Este potencial de acção, conhecido como

potencial de acção muscular, possui todas as características de um potencial de acção nervoso,

distinguindo-se, apenas, por ter uma duração um pouco superior. Uma vez desencadeado, o

potencial de acção muscular propaga-se ao longo de todo o sarcolema, dando início a um conjunto

de eventos que culminam na produção de força.

Figura 12 – Esquema da junção neuromuscular (Retirado de «Anatomia e Fisiologia» de R. Seeley, T. Stephens, P. Tate) Figura 13 – Esquema da fenda sináptica (Retirado de «Anatomia e Fisiologia» de R. Seeley, T. Stephens, P. Tate)

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COORDENAÇÃO INTERMUSCULAR

Para a produção dos movimentos não basta a contracção de um músculo ou grupo muscular

isolado. A maior parte dos movimentos realiza-se envolvendo vários músculos, ou grupos

musculares, com papéis diferentes e que possibilitam o ajustamento e a adequação do movimento

ao objectivo pretendido (figura 14).

Os músculos que participam no movimento com funções específicas são categorizados em: Agonistas - se a sua acção é responsável pela realização do movimento. Falamos de

agonistas principais quando nos referimos a músculos que fornecem o contributo mais

importante para a força global produzida e agonistas secundários se a sua participação é

acessória;

Antagonistas - se a sua acção é contrária ao movimento. O exemplo do bicípete e do tricípete

braquial é um exemplo clássico desta situação. A acção agonista/antagonista pode inverter-se

quando a acção muscular ocorre com origem e inserção invertida. Se o agonista e o

antagonista se contraírem simultaneamente (co-contracção), não ocorre movimento e existe

uma fixação dos ossos articulados, o que, por vezes, é muito importante na realização de

determinados movimentos;

Fixadores - se a acção do músculo, ou grupo muscular, é a fixação de locais estáveis, que

potenciam a acção dos agonistas do movimento;

Neutralizadores - são músculos que participam no movimento anulando, ou reduzindo, uma

acção indesejável do agonista.

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FUSO MUSCULAR E ÓRGÃO TENDINOSO DE GOLGI

O fuso neuromuscular consiste num pequeno corpúsculo que se localiza no interior do músculo,

paralelamente às fibras musculares. É constituído por cinco a doze pequenas fibras musculares

especializadas - fibras intrafusaís. Estas fibras só apresentam proteínas contrácteis nas

extremidades, o que significa que só as extremidades se podem contrair. Para além, da sua

grande importância como sensor do grau e velocidade do estiramento muscular, o fuso

neuromuscular está, também, na base de um reflexo fundamental na regulação da actividade

motora - o reflexo miotático. Este consiste, sumariamente, na tendência para a contracção de um

úsculo após ter sofrido um estiramento. Como tem um componente monosináptico, este reflexo

permite que a resposta do músculo seja quase imediata, evitando estiramentos não desejados e

representando um mecanismo para manter o comprimento pretendido para o músculo. O órgão

tendinoso de Golgi está localizado no tendão, mais precisamente na junção miotendinosa,

apresentando-se unido por várias fibras musculares. O número de unidades motoras diferentes

que estão representadas nessas fibras não é superior a quinze. Este receptor está ligado à medula

por fibras aferentes semelhantes às fibras Ia, as fibras Ib. Estas fibras, na medula, não apresentam

terminações monosinápticas sobre os motoneurónios alfa. O órgão tendinoso de Golgi é

estimulado pelo estiramento do tendão, que é fundamentalmente consequência de contracções

musculares potentes e dá origem a um reflexo cuja resposta é oposta ao reflexo miotático e que,

por isso mesmo, se designa por reflexo miotático inverso. Em síntese, o órgão tendinoso de Golgi

no ser humano participa no processo de regulação da intensidade da contracção muscular e

permite controlar o grau de cooperação entre músculos sinérgicos.

EM SÍNTESE

DEVE SABER:

Sistema Muscular

Tipos de Músculos Músculo Esquelético

o Função do Músculo Esquelético o Unidade Músculo Esquelética o Forma dos Músculos o Principais Músculos Humanos o Origem, Inserção e Acção dos Principais Músculos

(Pescoço, Cintura Escapular, Membros Superiores, Músculos Dorsais, Músculos do Abdómen e Músculos dos Membros Inferiores)

Fisiologia Muscular o Estrutura da Fibra Muscular o Contracção Muscular o Excitação da Fibra Muscular o Coordenação Intermuscular (Músculos Agonistas,

Antagonistas, Fixadores e Neutralizadores) o Fuso Muscular e Órgão Tendinoso de Golgi