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Tese de Mestrado Integrado em Medicina Carla Falcão Maturity Onset Diabetes of the Young

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Tese de Mestrado Integrado em Medicina

Carla Falcão

Maturity

Onset

Diabetes of the

Young

2

Maturity-onset diabetes of the young

Dissertação - Artigo de Revisão

Autora: Carla Marina Cepeda Falcão1

Tutor: Dr. Rui Manuel Fonseca Morais Carvalho2

16º ano profissionalizante do Mestrado Integrado em Medicina

Ano letivo 2012/13

Endereço: Rua José Gomes Ferreira nº92, 4435-718 Baguim do Monte, Porto

[email protected]

Afiliação: Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto

Endereço da Instituição afiliada: Largo Prof. Abel Salazar nº2, 4099-003 Porto

2Assistente Graduado de Endocrinologia no Centro Hospitalar do Porto

Assistente da Unidade Curricular de Medicina II do Instituto de Ciências Biomédicas

Abel Salazar, Universidade do Porto

3

Agradecimentos

Gostaria de agradecer ao Dr. Rui Carvalho, pela orientação e atenção dada a este

trabalho e pelo seu profissionalismo e transmissão de conhecimentos.

Gostaria também de agradecer especialmente ao meu pai, António Falcão, pelo apoio

incondicional diário, paciência e incentivo que me providenciou desde sempre.

4

Lista de abreviaturas

MODY - Maturity Onset Diabetes of the Young

DM - Diabetes Mellitus

GCK - Glicocinase

HNF - Fator nuclear hepático

KLF - fator Krüppel-like

CEL - carboxyl ester lípase

ADN - Ácido desoxirribonucleico

ARN - Ácido Ribonucleico

IMC - Índice de Massa Corporal

PCR - Proteína C reativa

TC - Tomografia Computorizada

RMN - Ressonância Magnética

5

Resumo:

Maturity-onset diabetes of the young é um tipo de diabetes raro, que afeta 2 a

5% dos doentes com Diabetes Mellitus. Este distúrbio monogénico tem como base

fisiopatológica a disfunção da célula e apresenta transmissão hereditária

autossómica dominante, com idade de início por volta dos 25 anos, sem evidências de

auto-imunidade e sem necessitar de tratamento insulínico, na maior parte dos casos.

Tendo uma sobreposição de características com outros tipos de diabetes, sobretudo

com a diabetes tipo 1 e tipo 2, esta patologia passa muitas vezes despercebida no

diagnóstico. O seu diagnóstico permite a otimização do tratamento do doente,

disponibilização de informação sobre o seu prognóstico e aconselhamento genéticos

dos familiares do probando. Nesta revisão, apresenta-se um resumo da literatura

disponível sobre a fisiopatologia, características clínicas, tratamento e diagnóstico de

MODY.

Palavras-chave: maturity-onset diabetes of the young, diabetes monogénica

Abstract:

Maturity-onset diabetes of the young is rare type of diabetes, which affects 2 to

5% of the patients with Diabetes Mellitus. The pathophysiology of this monogenic

disorder is based on a dysfunction of the cell. This disease is characterized by

autossomal dominant inheritance, age of onset of 25 years, no evidence of auto-

immunity and no necessity of treatment with insulin, in most cases. Due to the overlap

of the clinical features with other kinds of diabetes, specially type I and type 2 diabetes

mellitus, it can be misdiagnosed. Its diagnose allows optimal treatment for the patient,

provides information about the prognosis and enables for other family members to be

diagnosed. In this review, I present a resume of the available literature concerning the

pathophysiology, clinical features, treatment and diagnose of MODY.

Keywords: maturity-onset diabetes of the young, monogenic diabetes

6

Índice:

Métodos

Introdução

Fisiopatologia

Genes envolvidos em MODY

MODY1, MODY3, MODY5

MODY2

MODY4

MODY6

MODY7

MODY8

MODY9

MODY10

MODY11

Características clínicas de MODY e tratamento

MODY1 e MODY3

MODY2

MODY5

Outros tipos de MODY

Diagnóstico

Diagnóstico diferencial

Abordagem ao paciente

Conclusão

7

8

10

11

12

13

14

14

14

15

15

16

16

17

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20

21

22

24

25

26

27

7

Métodos:

Para a execução desta revisão de literatura, foi conduzida uma pesquisa nas

bases de dados PubMed e OMIM, utilizando como palavras-chave: “monogenic

diabetes”, “Maturity-onset Diabetes”, “MODY”, “hnf1a”,”hnf4a”, “hnf1b”, “Glucocinase”,

“pdx1”, “neurod1”, “klf11”, “cel”, “pax4”, “insulin gene”, “blk”.

Número de palavras: 7.044

8

Introdução

Maturity-onset diabetes of the young faz parte de um subgrupo de Diabetes

Mellitus (DM) com transmissão hereditária monogénica, no qual também estão

incluídas a Diabetes Neonatal e a Diabetes Mitocondrial.(1) Estes distúrbios

monogénicos partilham uma via fisiopatológica comum baseada numa disfunção

primária da célula ,(1, 2) que tem origem numa mutação de um único gene e leva a

secreção insuficiente de insulina pela mesma.(3) MODY, por sua vez, compreende um

grupo heterogéneo de distúrbios, de transmissão autossómica dominante, que podem

ser classificados em 11 tipos.(1) Estima-se que estes distúrbios monogénicos da DM

afetem 2 a 5% dos casos de DM(1, 3-5), correspondendo 1 a 2% dos casos a MODY(2),

que são frequentemente não diagnosticados ou mal classificados como Diabetes tipo 1

ou 2. De facto, estudos afirmam que a prevalência destes doentes é superior a 80% (5).

O cálculo mais preciso da prevalência de MODY não poderá ser obtido até que

estudos observacionais mais alargados e aprofundados sejam realizados(2). Mas,

atualmente, o diagnóstico definitivo só pode ser realizado através de testes genéticos

de custo elevado, e nem sempre disponíveis, e as amostras de população estudadas

têm-se demonstrado insuficientes(5).

O termo MODY surgiu inicialmente em artigos publicados nos anos 70(6), que

descrevia um tipo de Diabetes hereditária, distinta das definições clássicas de

Diabetes tipo 1 e tipo 2, de forma familiar, não-insulinodependente e que tipicamente

se apresentava antes dos 25 anos. A base molecular genética foi apenas reconhecida

nos anos 90(2, 4, 7), em que começaram a surgir os primeiros testes genéticos de

diagnóstico para os subtipos mais comuns. As causas mais comuns de MODY são

mutações nos genes que codificam a enzima Glicocinase (GCK), MODY 2, e os

fatores de transcrição nuclear: Fator Nuclear Hepático 1α (HNF1a), MODY 3, Fator

Nuclear Hepático 1 (HNF1b), MODY 5, e Fator Nuclear Hepático 4α (HNF4a),

MODY1.(1) As prevalências das diferentes mutações são variáveis nos doentes, bem

como a forma como se apresentam clinicamente, sendo as mais frequentes os

subtipos de MODY 3 e MODY 2, que correspondem a 50-70% e 20-30% dos casos,

respetivamente. Os subtipos MODY 1 e MODY 5 correspondem a 5% cada um e os

restantes subtipos foram apenas descritos em algumas famílias, representando menos

de 1% dos casos.(1, 2, 4) As prevalências dos subtipos referidas variam entre países

conforme as diferenças de frequência do rastreio para a Diabetes. Como por exemplo,

em países, onde se realizam mais frequentemente medições de glicose para rastreio

de Diabetes em indivíduos assintomáticos, são detetadas mutações da GCK com mais

frequência. Consequentemente, as mutações da GCK são mais frequentes em países

9

como a Alemanha, Itália, França e Espanha.(4, 8-10) Enquanto que, em países, onde

estes rastreios são realizados menos frequentemente, detetam-se mais mutações do

HNF1a (MODY 3). (2, 10-12)

Os estudos realizados não são concordantes quanto ao número de genes

identificados, pois 6 destes genes foram apenas identificados num pequeno número

de famílias (menos de 5) recentemente e não foram incluídos nesses estudos.(1, 2, 4, 13)

Até à data, foram identificadas mutações em 11 genes que conduzem ao fenótipo de

MODY.(1) Estes diferentes subtipos genéticos, dependendo da sua etiologia genética,

variam em termos de idade de aparecimento, padrão de hiperglicemia, resposta ao

tratamento e manifestações extra-pancreáticas. Portanto, seria mais correto referir o

nome do subtipo de MODY associado quando se diagnostica MODY, pois MODY não

é uma só entidade.

O diagnóstico correto e a distinção de MODY de Diabetes tipo 1 e 2 são

essenciais, dado que tratamentos adequados diferem, bem como a avaliação do

prognóstico e a necessidade de aconselhamento genético.(14) Os familiares de primeiro

grau têm uma probabilidade de 50% de adquirirem a mutação, conferindo-lhes um

risco superior a 95% (penetrância elevada) de desenvolverem diabetes durante a sua

vida ou, pelo menos, diminuição da tolerância à glicose ou anomalias da glicemia em

jejum, até à sexta década de vida (3, 7, 15). A distinção entre doentes com formas raras

de Diabetes, como é o caso de MODY, de doentes com Diabetes tipo 1 e 2, revela-se

um desafio diagnóstico, pois as características clínicas são semelhantes. É portanto

necessário sensibilizar o clínico geral para a existência desta patologia. As guidelines

de diagnóstico, até hoje, estabelecidas são, no entanto, ainda passíveis de discussão,

levando a classificações erróneas da Diabetes em causa. As guidelines em vigor, que

selecionam os indivíduos recomendados para teste molecular, incluem idade de

diagnóstico da Diabetes inferior a 25 anos, história parental de Diabetes e não-

dependência de insulina.(16, 17) O cumprimento rigoroso destas guidelines confere

especificidade elevada, mas sensibilidade reduzida, à identificação dos indivíduos

MODY, pois só em menos de metade dos indivíduos MODY, em países europeus,

com um diagnóstico genético confirmado, se verificam estes critérios.(5, 17) Artigos

publicados recentemente, têm-se focado no estabelecimento de guidelines de

diagnóstico clínico mais atualizadas (14), incluindo meios auxiliares de diagnóstico, até

hoje ainda não utilizados na prática clínica para essa finalidade (18, 19). Esta revisão de

literatura científica baseia-se numa leitura e estudo extensivo destes artigos,

publicados até à data da realização desta revisão. Outros tipos de Diabetes

Monogénica, tal como a Diabetes Mitocondrial e a Diabetes Neonatal não se

10

encontram incluídas nesta revisão, em que se focam aspetos de epidemiologia,

apresentação clínica, fisiopatologia, genética, diagnóstico e meios auxiliares de

diagnóstico, diagnósticos diferenciais e tratamento associados a MODY, bem como

uma discussão sobre a seleção de indivíduos para diagnóstico genético, o papel do

médico de clínica geral no diagnóstico e na vigilância desta patologia e os critérios de

diagnóstico em vigor.

Fisiopatologia

A concentração de glicose no sangue é o principal fator determinante da

secreção de insulina pela célula pancreática. A glicose é transportada para o interior

da célula através do transportador GLUT-2. Após a fosforilação da glicose pela

enzima GCK que passa a Glucose-6-fosfato, forma-se ATP através da glicólise e do

ciclo de Krebs na mitocôndria. O ATP formado fecha canais sensitivos de potássio

levando à depolarização da membrana e abertura dos canais de cálcio, que iniciam a

exocitose da insulina, tendo sido esta previamente biossintetizada no retículo

endoplasmático e armazenada em grânulos secretórios. (1, 3) (Figura 1)

Figura 1 - Modelo de uma célula pancreática e de algumas proteínas implicadas em

MODY (8)

11

Como foi referido anteriormente, os diferentes tipos de Diabetes Monogénica

(Diabetes Mitocondrial, Diabetes Neonatal e MODY) partilham a mesma base

fisiopatológica, uma disfunção primária da célula pancreática.(2) Até à data foram

descritas mais de 800 mutações para os genes de MODY que causam DM

monogénica, através da alteração inapropriada da secreção de insulina, perdendo a

sua função reguladora dos níveis de glicose plasmática.(1, 3) Todos os genes

identificados em MODY, até hoje, são expressos nas células e as mutações destes

genes levam ao desenvolvimento de DM. Estes genes são também expressos noutros

tecidos, podendo evidenciar outras anomalias das funções renal e hepática nalguns

subtipos de MODY.(3) Fatores que afetam a sensibilidade à insulina, como por

exemplo, as infeções, puberdade, gravidez e, em casos raros, a obesidade, podem

desencadear o início da Diabetes e aumentar a gravidade da hiperglicemia em

doentes MODY. Quaisquer outros fatores não genéticos não têm importância no

desenvolvimento desta patologia.(3)

Genes envolvidos em MODY

Dependendo do gene específico mutado, a biossíntese e a secreção de

insulina na célula são alteradas em várias fases.(1) Os genes afetados em MODY

codificam a enzima Glicocinase (GCK) [MODY 2]; os fatores de transcrição hepáticos

HNF4a [MODY 1], HNF1a [MODY 3] e HNF1b [MODY 5]; os fatores de transcrição

IPF-1 (promotor da insulina 1) [MODY 4] e NeuroD1 (diferenciação neurogénica 1)

[MODY 6], a proteína de supressão tumoral KLF-11 (fator Krüppel-like) [MODY 7], a

carboxyl ester lipase CEL ou lipase dependente de sal biliar [MODY 8], o fator de

transcrição PAX-4 [MODY 9], o gene de insulina INS [MODY 10] e a tirosina cinase

BLK [MODY 11].(10)

12

MODY 1 - HNF4a, MODY 3 - HNF1a, MODY 5 - HNF1b

HNF4a e GCK são os genes mutados mais frequentemente encontrados em

diabetes monogénica, no entanto, as mutações de HNF4a são menos comuns que as

mutações de GCK, representando 2 a 5% dos casos de MODY.(20-22)

Os fatores nucleares hepáticos HNF1a, HNF1b e HNF4a foram inicialmente

identificados como específicos do fígado.(23) No entanto, foram recentemente

encontrados noutros tecidos e órgãos, como é exemplo, os ilhéus pancreáticos, os rins

e os tecidos genitais.(3) Os fatores ou recetores nucleares são uma classe de proteínas

encontradas no interior das células e que são responsáveis por detetarem a presença

de hormonas e outras moléculas específicas e induzirem a transcrição de proteínas,

quando ativados por essas moléculas, neste caso pela glicose. Estes fatores/recetores

têm a capacidade de se ligarem diretamente ao ADN de células eucarióticas e mediar

a ligação entre a enzima ARN-polimerase e o ADN, permitindo assim a transcrição de

genes adjacentes e a futura tradução de proteínas. Como tal, estes fatores são

classificados como fatores de transcrição.(24) Esta rede de fatores de transcrição

funciona em conjunto no controlo de expressão de genes durante o desenvolvimento

embrionário e durante a idade adulta em tecidos onde são coexpressos. Por essa

razão, mutações nos genes que codificam os fatores HNF4a, HNF1a e HNF1b,

definem a base molecular dos subtipos de MODY 1, 3 e 5, respetivamente, que é

caracterizada por uma regulação anormal da transcrição de genes nas células , o que

leva a um defeito da sinalização metabólica da secreção de insulina e/ou do

desenvolvimento da massa da célula .(3, 25)

Nas células pancreáticas, estes fatores de transcrição regulam a expressão

do gene de insulina, bem como, a expressão de genes envolvidos no transporte e

metabolismo da glicose e das mitocôndrias, ambos os mecanismos ligados à secreção

de insulina. A penetrância de diabetes em portadores de mutações em qualquer um

destes 3 genes é elevada, com mais de 95% de afetados ao 55 anos.(26) A expressão

de HNF1a é também regulada em parte pelo HNF4a e daí as semelhanças entre os

mecanismos fisiopatológicos.(3)

Com já foi referido acima, os modelos de HNF1a, HNF1b e HNF4a deficientes,

com libertação reduzida de insulina estimulada pela glicose, estão associados a

deficiente metabolismo aeróbico da glicose nos ilhéus pancreáticos e a downregulation

de genes envolvidos no metabolismo da glicose. No entanto, estes não são passos

13

limitantes da glicólise. Portanto, os defeitos moleculares que levam ao

desenvolvimento da Diabetes em indivíduos com estes tipos de MODY ainda não

estão bem esclarecidos.(25) Havendo, no entanto, uma relação clara entre a presença

deste gene mutado e uma deficiência do crescimento da célula .

Estudos em ratos revelaram que o HNF1b é um regulador crítico de uma rede

de transcrição que controla a especificação, crescimento e diferenciação do pâncreas

embrionário, bem como, interfere no desenvolvimento embrionário de vários outros

órgãos, como o fígado, rim e intestinos.(27) Mutações HNF1b em seres humanos são

uma causa frequente de hipoplasia pancreática. Não há modelos úteis que

demonstrem o papel de HNF1b no crescimento e desenvolvimento da célula , uma

vez que o rato com HNF1b mutado morre num estadio embrionário precoce e não há

literatura publicada sobre HNF1b na linhas da célula pancreática.(28) Apesar de haver

uma considerável homologia entre HNF1a e HNF1b, existem diferenças claras entre

os seus fenótipos.

Por outro lado, os genes HNF1a e HNF4a mostraram ter um papel de

regulação da função das células diferenciadas. Mutações HNF4a também provocam

paradoxalmente hiperinsulinismo in útero e neonatal, que mais tarde progride para

secreção reduzida de insulina induzida pela glicose. Estudos recentes mostram que

mutações de HNF4a também levam a uma deficiência da expansão da massa celular

, que ocorre normalmente durante a gravidez.(29)

Indivíduos com o HNF1a mutado eventualmente falham na resposta a

estímulos fisiológicos, como é o caso da glicose, no entanto, ainda retêm capacidade

considerável para produzir insulina na resposta a medicação oral (sulfonilureias).(25)

MODY 2 - GCK

Mais de 130 mutações associadas a MODY foram encontradas no gene que

codifica a GCK. A enzima GCK encontra-se em elevadas concentrações nas células

pancreáticas e no fígado. Como já foi referido anteriormente, esta enzima é

responsável pela catalisação da fosforilação da glicose, que leva à formação de

glicose-6-fosfato. A GCK funciona como um sensor de glicose nas células e controla

a quantidade de glicose a ser fosforilada na via glicolítica, (3) sendo, por isso, o passo

mais limitante da taxa de metabolismo da glicose. A GCK expressa no fígado também

representa um papel importante no armazenamento hepático de glicose em forma de

glicogénio, sobretudo durante o período pós-prandial. A deficiência de GCK também

pode levar ao desenvolvimento de Diabetes Mellitus Neonatal permanente, caso as

14

mutações que codificam o gene GCK sejam homozigóticas. Caso estas sejam

heterozigóticas, a deficiência de GCK é apenas parcial conduzindo a um fenótipo de

MODY 2.(30)

MODY 4 - IPF-1

Estudos de Wright et al. relataram uma criança, numa família consanguínea,

com agenesia pancreática, homozigótica para uma deleção no gene que codifica o

IPF-1.(31) Mais tarde, Stoffers et al. (32) descobriram que membros heterozigóticos para

esta mutação desenvolviam DM, a que designaram MODY 4. O IPF-1 também é um

fator de transcrição, que foi inicialmente isolado como um regulador da transcrição dos

genes da insulina e da somatostatina. Também desempenha um papel importante no

desenvolvimento do pâncreas e na regulação da expressão de uma variedade de

genes nos ilhéus pancreáticos (o gene da insulina, os genes da GCK, do polipeptídeo

amiloide do ilhéu e do GLUT-2).(33) O IPF-1 também serve como mediador na

estimulação da transcrição glicose-induzida do gene da insulina.(34)

MODY 6 - NeuroD1

NeuroD1 (neurogenic differenciation), ou BETA2, é outro fator de transcrição

envolvido na transcrição do gene da insulina e é necessário ao desenvolvimento dos

ilhéus pancreáticos. Este fator regula a expressão do gene da insulina através da sua

ligação ao gene promotor da insulina.(35)

MODY 7 - KLF-11

Estudos afirmam que KLF-11 é um fator de transcrição presente no pâncreas

que funciona como regulador negativo do crescimento celular exócrino in vitro e in

vivo. No entanto o seu papel no pâncreas endócrino ainda está para ser esclarecido. A

nível das células tem como função de regulador induzido pela glicose do gene de

insulina, através da ligação ao promotor de insulina, à semelhança de outros tipos de

MODY já referidos. Para além disso, no mesmo estudo, foi demonstrada repressão

aumentada do promotor da catalase 1, sugerindo um papel no clearance de radicais

livres que podem tornar as células mais suscetíveis ao stress oxidativo.(36)

15

MODY 8 - CEL

Raeder et al.(37) relataram mutações no gene CEL como responsáveis por uma

disfunção exócrina pancreática de transmissão hereditária autossómica dominante,

que surgia na infância, e pelo aparecimento de DM, que surgia na idade adulta, ao

qual denominaram MODY 8. É de referir que este gene não é transcrito em células ;

é sim expresso maioritariamente nos tecidos acinares pancreáticos e nas glândulas

mamárias lactantes. A enzima CEL, também conhecida como lípase dependente de

sais biliares, é produzida no intestino e ativada por sais biliares, tendo como função a

hidrólise e absorção de colesterol e de vitaminas lipossolúveis.

O mecanismo fisiopatológico exato de MODY 8 ainda é desconhecido. Apenas

se sabe que, a lipomatose pancreática e a disfunção exócrina são eventos precoces

no desenvolvimento desta disfunção. Estudos recentes demonstraram que o knockout

de CEL em ratos não resultava em diabetes ou disfunção exócrina, indicando que

CEL-MODY não se devia a haploinsuficiência, ou seja, a dose reduzida do gene

mutado não seria suficiente para a produção do fenótipo afetado, e assumem um

efeito negativo de ganho de função de proteínas mutantes como provável mecanismo

da doença.(38)

MODY 9 - PAX-4

A mutação do gene PAX-4 resulta numa disfunção da atividade translacional de

repressão que afeta o desenvolvimento da célula pancreática durante o

desenvolvimento embrionário, levando a redução da massa das células adultas e da

sua proliferação. Esta perda de massa celular associada a fatores ambientais pode

estar na base do desenvolvimento de DM.(39) Estudos afirmam que mutações do gene

PAX-4 podem conduzir a MODY por 3 mecanismos: o defeito de transcrição

repressora do gene pode afetar a diferenciação e maturação da célula durante o

desenvolvimento levando a redução da massa celular; a mutação pode afetar a

proliferação de células no pâncreas adulto e, por fim, pode afetar a arquitetura da

célula , como foi demonstrado em ratos knockout heterozigóticos para PAX.(40) Estes

defeitos podem resultar em diminuição de insulina para o rácio de glucagon, causando

gliconeogénese e glicólise anormais que levam a secreção deficiente de insulina

dependente de glicose.(39)

16

MODY 10 - INS

As mutações do gene da insulina são uma causa frequente de Diabetes

Neonatal Permanente, mas raramente causam MODY.(41) Num estudo de Molven et al.

foram detetadas mutações no gene da insulina (INS) numa família de diabéticos. O

probando, o pai e uma tia paterna apresentavam-se clinicamente com MODY e a mãe

com DM tipo 1 com anticorpos negativos. Os membros da família apresentavam

função residual da célula . O fenótipo relativamente leve dos 3 membros da família

sugere a existência de um espetro de fenótipos em indivíduos com mutações no INS,

que vai desde diabetes leve e hiperinsulinemia, devido à redução da atividade

biológica da molécula de insulina, a doentes MODY com mutações que reduzem a

estabilidade estrutural da molécula de insulina e, em última instância, a Diabetes

Neonatal em doentes com mutações que causam defeitos graves na biossíntese da

molécula de insulina.(42)

MODY 11 - BLK

O gene BLK pertence a família src de proto-oncogenes. Os src são não-

recetores tirosina cinase e desempenham vários papéis a nível da sinalização celular,

estando envolvidos no controlo de várias funções, como a adesão, crescimento,

movimento e diferenciação celulares. O BLK é expresso nas células , onde promove

a síntese e secreção de insulina em resposta à glicose, através da upregulation dos

fatores de transcrição PDX-1 e NKX-6. Estes achados apontam o BLK como um

modulador não reconhecido anteriormente da célula e o seu défice pode levar ao

desenvolvimento de DM.(13) Estes efeitos do BLK parecem ser mediados por uma

upregulation do PDX-1, um dos moduladores chave da função da célula e gene que

caracteriza MODY 8.(32, 43) Outro mecanismo que contribui é a upregulation do fator de

transcrição NKX-6, que está envolvido no controlo da secreção de insulina estimulada

pela glicose.(44) Estes dois fatores de transcrição em conjunto promovem a função e a

massa das células .(45) Foi observado que a diminuição da atividade do BLK reduz a

quantidade de insulina e torna as células menos responsivas à glicose, resultando

num défice relativo de secreção de insulina e, consequentemente, DM. No entanto, foi

também observado que alguns dos portadores da mutação de BLK mantinham-se

normoglicémicos e este processo ainda não foi devidamente esclarecido. Levantou-se,

no entanto, a hipótese das diferentes penetrâncias e expressividades da mutação, que

têm sido descritas para distúrbios monogénicos, e estas podem resultar de

17

modificadores tanto genéticos como ambientais.(46) De fato, foi verificada penetrância

do gene mais elevada em indivíduos com índice de massa corporal superior a 28.

Assim, deduz-se que um ambiente diabetogénico, conferido pelo aumento do peso

corporal (possivelmente na forma de resistência aumentada à insulina e aumento da

necessidade de insulina), é necessário ao desenvolvimento de MODY 11.(13)

Características Clínicas de MODY e tratamento

Os primeiros estudos publicados sobre MODY, em 1975 por Tattersall,

caracterizavam os doentes de MODY com uma história familiar proeminente

(transmissão vertical de Diabetes através de 3 gerações), um tipo latente de Diabetes,

não insulino-dependente, fenótipo este que era consistente entre os indivíduos

afetados da mesma família.(6) Desde então, têm surgido vários estudos sobre MODY e

como esta patologia se apresenta clinicamente, nomeadamente, cada um dos

subtipos. Como cada um dos subtipos genéticos tem um mecanismo de ação próprio,

a forma como a patologia se apresenta é também definida pelo subtipo genético

específico.(44)

Os doentes MODY apresentam-se geralmente a nível clínico com hiperglicemia

moderada e assintomática em crianças, adolescentes ou jovens adultos não-obesos,

que têm uma história familiar proeminente de Diabetes, frequentemente em gerações

sucessivas (padrão consistente com um modo de transmissão hereditária autossómica

dominante), ausência de características de resistência à insulina e ausência de

evidências de auto-imunidade celular .(2, 3)

Alguns doentes apresentam-se com hiperglicemia moderada em jejum por

muitos anos, ao contrário de outros que podem apresentar vários graus de intolerância

à glicose durante vários anos previamente ao aparecimento de hiperglicemia em jejum

persistente.(47) O diagnóstico pode não ser realizado até à idade adulta, devido ao fato

de a hiperglicemia moderada não provocar os sintomas clássicos de Diabetes. No

entanto, de acordo com os estudos realizados, as primeiras manifestações tendem a

surgir na infância ou adolescência para a maioria dos doentes. Alguns poderão ter

progressão rápida para hiperglicemia sintomática, necessitando de terapêutica com

fármacos orais hipoglicemiantes ou mesmo insulina.(3, 47, 48) Indivíduos portadores de

mutações nos genes relacionados com MODY que se apresentam persistentemente

com concentrações normais de glicose plasmática são pouco comuns e a maioria

destes desenvolvem eventualmente diabetes numa certa altura da sua vida, à exceção

dos portadores de mutações no gene GCK, que será discutido mais à frente.(3)

18

A apresentação clínica depende consideravelmente do subtipo genético de

MODY do doente.

MODY1 e MODY3

Estes dois subtipos de MODY apresentam-se clinicamente de forma

semelhante, sendo uma das razões o fato do HNF4a fisiologicamente ser um

regulador do HNF1a. Ambos manifestam disfunção progressiva da célula e tendem a

surgir por volta dos 25 anos(4) até aos 30 anos.(15) À semelhança dos portadores de

mutações no gene GCK (MODY2), os portadores de mutações nos genes HNF1a ou

HNF4a também apresentam uma forma de diabetes moderada. No entanto, apesar de

apresentarem elevações moderadas semelhantes nas concentrações de glicose

plasmática em jejum, o mesmo não acontece em testes de tolerância à glicose, em

que apresentam níveis significativamente mais elevados de concentrações de glicose

plasmática, duas horas após a administração de glicose, do que os indivíduos

MODY2.(33) A hiperglicemia nestes indivíduos tende a aumentar ao longo do tempo,

resultando numa necessidade crescente de tratamento com fármacos

hipoglicemiantes orais ou mesmo de insulina, que chega a atingir 30 a 40% dos

doentes. (47, 48) A par da hiperglicemia crescente, a secreção de insulina tende a

diminuir ao longo do tempo. Estudos prospetivos numa família com MODY1

demonstraram que a secreção de insulina induzida pela glicose diminuía a uma taxa

de 1 a 4% por ano. Esta progressão sugere que as células não são capazes de

compensar a deficiência de HNF4a.(3)

Relativamente à etiologia étnica e racial, não parece haver tendências, tendo

sido detetadas mais de 120 mutações no gene HNF1a em indivíduos de várias etnias

e/ou raças, como por exemplo, em chineses, europeus, japoneses, africanos e indo-

americanos. As mutações no gene HNF1a aparentam ser as mais comuns entre

adultos diabéticos, contrariamente às mutações no gene HNF4a, em que apenas 13

famílias no mundo foram identificadas até hoje com tendo este subtipo de MODY. (3)

Estes doentes têm um risco idêntico aos doentes com DM tipo 1 ou 2 de

adquirir qualquer uma das complicações características da diabetes. As complicações

microvasculares, particularmente as que envolvem a retina e o rim, são tão comuns

nestes doentes como nos restantes diabéticos, sendo por isso, provavelmente,

determinadas pelo grau de controlo glicémico.(49)

Estudos realizados em pré-diabéticos portadores de mutações em HNF1a e

HNF4a demonstraram a deficiente função da célula como a principal causa de

19

diabetes nestes indivíduos, sem perda de sensibilidade à insulina.(50-52) É possível

distinguir os portadores de HNF1a mutado de HNF4a mutado. No estado pré-diabético

de indivíduos MODY3 a indução da secreção de insulina pela hiperglicemia moderada

é retida, ao contrário dos indivíduos MODY1. Tanto pré-diabéticos como diabéticos

MODY1 produzem quantidades decrescentes de insulina em resposta à glicose e à

arginina e também apresentam uma deficiência de secreção do glucagon em resposta

à arginina.(53)

Para além dos efeitos na célula , uma vez que HNF1a e HNF4a são

expressos noutros órgãos, os doentes também apresentam manifestações extra-

pancreáticas, afetando as funções renal e hepática. Os portadores de HN1a mutado

podem apresentar reabsorção renal reduzida de glicose e, consequentemente,

glicosúria. (54) A deficiência de HNF4a afeta o metabolismo lipídico, nomeadamente, a

biossíntese dos triglicerídeos e das Apolipoproteínas, sendo associada a uma redução

de 50% da concentração sérica de triglicerídeos e de 25% das concentrações séricas

das Apolipoproteínas AII e CII e da lipoproteína Lp(a), levando a níveis séricos

reduzidos de Colesterol HDL.(55) Também foi observado, que os portadores de HNF4a

mutado tendem a ter peso elevado à nascença, tendo 56% dos portadores

macrossomia, e hipoglicemia neonatal transitória, que afeta 15% dos portadores.

Estas características são um reflexo de hiperinsulinismo durante a vida fetal e

neonatal, que pode preceder o aparecimento de diabetes mais tardiamente, devida a

defeito na secreção de insulina.(56) O mecanismo deste processo ainda não se

encontra esclarecido.

Tratamento

Os portadores de mutações no HNF1a são extremamente sensíveis aos efeitos

hipoglicémicos das sulfonilureias.(57) Num estudo cruzado randomizado(58), em que se

comparavam indivíduos diagnosticados com MODY3 com indivíduos diagnosticados

com DM tipo 2, observou-se uma resposta 4 vezes superior dos indivíduos MODY3 à

gliclazida quando comparados com os indivíduos com DM tipo 2, enquanto que a

resposta à metformina era semelhante para ambos os grupos. Este achado tem

implicações nos doentes previamente mal diagnosticados com DM tipo 1, pois podem

descontinuar a terapia insulínica e serem tratados com sulfonilureias sem correrem o

risco de cetoacidose.(59) Um estudo demonstrou que 24 de 34 doentes com

diagnóstico de MODY3, aos quais lhes foi retirada a insulina, conseguiram manter um

bom controlo glicémico apenas com sulfonilureias.(60) O Nateglinide também tem sido

utilizado nestes doentes, sugerindo que os secretagogos prandiais podem ser uma

20

boa alternativa de tratamento.(61) Apesar de o controlo glicémico ser mantido por

muitos anos, a maioria dos doentes progride eventualmente para o tratamento

insulínico, devido a uma disfunção progressiva da célula .

O tratamento dos portadores de HNF4a mutado é semelhante ao dos

portadores de HNF1a mutado. Uma dose baixa de sulfonilureias (12.5% ou menos do

máximo da dose autorizada) parece ser eficaz no tratamento de MODY1(62), o que é

semelhante à resposta observada na MODY3. A eficácia do tratamento com

sufonilureias parece manter-se por mais de 30 anos.(47)

MODY2

Os portadores heterozigóticos de GCK mutado apresentam-se com

hiperglicemia em jejum moderada e estável (5.5-8.0mg/dL) com pouca deterioração ao

longo da vida. Os doentes são geralmente assintomáticos e a hiperglicemia é

normalmente detetada durante um rastreio de rotina.(4) Esta anomalia surge

frequentemente em crianças com hiperglicemia moderada e em mulheres com

diabetes gestacional e história familiar de diabetes. Estas mutações foram detetadas

em pessoas de todos os grupos raciais e étnicos, não se distinguindo um grupo de

risco.(3)

As mutações heterozigóticas de GCK estão também associadas a baixo peso à

nascença (500g ou mais), possivelmente devido ao seu efeito na secreção fetal de

insulina.(63) Por outro lado, mutações homozigóticas levam a uma deficiência completa

de GCK e estão associadas a Diabetes Neonatal Permanente, que é caracterizada por

baixo peso à nascença e diabetes grave, necessitando de tratamento insulínico.(30)

Como já foi falado, a enzima GCK catalisa o passo limitante da taxa de

fosforilação de glicose, permitindo assim que a célula e o hepatócito respondam

apropriadamente ao grau de glicemia.(64) As mutações heterozigóticas de inativação

elevam o limiar de glicose para a indução de secreção de insulina, produzindo um

nível mais elevado de glicose em jejum.(65) A hiperglicemia parece resultar de uma

redução na sensibilidade das células à glicose(65), bem como, a um defeito na

síntese de glicogénio pós-prandial no fígado.(66) A produção de insulina é adequada,

por isso, os níveis de glicose retornam rapidamente ao normal aquando da toma de

glicose oral. A maioria dos doentes apresentam pequena elevação dos níveis de

glicose plasmática (<3 mg/dL em 70% doentes) 2 horas após administração de glicose

oral.(67)

21

A maioria dos doentes mantém valores de Hemoglobina glicada inferiores a

8%,(68) com hiperglicemia moderada ao longo de vários anos.(22) Aparentemente, nas

células , um mecanismo fisiológico de adaptação limita a gravidade da hiperglicemia

nos indivíduos MODY2.(69) Estudos observacionais sugerem que estes doentes não

desenvolvem complicações microvasculares relacionadas com a diabetes, apesar da

exposição a hiperglicemias por um período médio de 50 anos. Relativamente às

complicações macrovasculares, estas aparentam não ter um risco significativamente

elevado, uma vez que um estudo coorte sugere que não há aumento da prevalência

de dislipidemia ou hipertensão arterial nestes doentes.(70)

Tratamento

O consenso geral é que a maioria destes doentes não necessita de tratamento

farmacológico, podendo ser controlados com dieta alimentar.(22) Excecionalmente,

alguns indivíduos MODY2 necessitam de terapia com insulina: os casos com

hiperglicemia grave, os quais não ultrapassam 2% de casos de MODY2,(71) e as

mulheres MODY2 durante a gravidez, em que o tratamento com insulina é necessário

para prevenir o crescimento fetal excessivo.(72) Isto só acontece se o feto não tiver

herdado a mutação GCK da mãe, em que o feto produz insulina em excesso como

resposta à hiperglicemia da mãe. Caso tenha herdado a mutação, o feto produz

quantidades normais de insulina, apesar da hiperglicemia materna, tendo assim um

crescimento normal. O tratamento com insulina deve também ser superior à dose de

substituição, pois o limiar sensor de glicose para a produção de insulina encontra-se

elevado. Logo, ao ser administrada insulina exógena, a secreção de insulina endógena

reduz.(72)

MODY5

Dada a influência do fator HNF1b no desenvolvimento embrionário de vários

órgãos, entre eles o rim, os indivíduos MODY5 podem desenvolver doença renal,

caracterizada por cistos renais, displasia renal, malformações do trato renal ou doença

renal glomerulocística hipoplásica.(73) O envolvimento renal aparenta ser heterogéneo,

com um perfil tubulointersticial na apresentação, e com um declínio progressivo da

função renal ao longo do tempo, na ausência de nefropatia diabética. É possível

observar-se também atrofia pancreática, anormalidades do trato genital feminino e

níveis da função hepática anormais entre os indivíduos afetados.(74) O peso à

nascença apresenta uma redução de cerca de 800g devido à secreção de insulina

reduzida no útero.(75) Cerca de metade dos afetados com MODY5 apresentam

diabetes em idades juvenis, à semelhança dos portadores de HNF1a mutado. A

22

ausência de história familiar de doença renal ou diabetes não deve interferir na

decisão de testar geneticamente, pois as mutações de novo são relativamente

frequentes.(73)

Tratamento

A baixa sensibilidade à insulina de indivíduos MODY5 sugere um sensibilizador

da insulina, tal como a metformina ou a pioglitazona, como fármaco oral de eleição.

Apesar da evidência sugestiva de resistência à insulina, a necessidade desta última

tende a ser reduzida, o que pode sugerir que estes doentes ainda mantêm produção

considerável de insulina endógena. Verificou-se contudo que estes doentes não

respondem particularmente bem às sulfonilureias. (76)

Outros tipos de MODY

Os restantes subtipos genéticos, sendo causas muito raras de MODY, com

valores de prevalência entre os casos de MODY inferiores a 1%,(1, 2, 4) possuem dados

disponíveis limitados e pouca literatura publicada.

Entretanto, sabe-se que os portadores homozigóticos e heterozigóticos

compostos de IPF-1 mutado apresentam agenesia pancreática,(77) enquanto que os

portadores heterozigóticos de IPF1 mutado (MODY4) são normalmente diagnosticados

com diabetes por volta dos 35 anos(32) e que esta pode ser tratada com antidiabéticos

orais e/ou eventualmente insulina nos casos mais graves. Estas conclusões foram

retiradas de um único estudo de uma família italiana de 46 membros com fenótipos de

diabetes gestacional, MODY4 e DM tipo 2. Nos membros da família com MODY4

foram detetados valores de glicemia elevados aos 90 minutos do teste de tolerância à

glicose oral e os membros femininos tinham história de gestações complicadas por

baixo peso à nascença, abortos ou nados mortos.(78)

Relativamente aos indivíduos MODY6, estudos de Sagen et al. de 2005

estabeleceram algumas características clínicas, como por exemplo, a idade média de

diagnóstico de diabetes de 22 anos, valores elevados de glicose em jejum e de

hemoglobina glicada (média de 8,2%). Metade destes doentes necessitava de

tratamento insulínico e/ou fármacos hipoglicemiantes orais e a outra metade mantinha

o controlo glicémico através de dieta. Nos doentes estudados observaram, à

semelhança dos outros tipos de MODY, uma transmissão hereditária dominante. Em

teste de tolerância à glicose oral, detetaram-se valores elevados de glucose 2h após a

administração oral da glicose.(79)

23

Quanto à classificação de MODY7, os estudos são ainda insuficientes. Foram

detetadas mutações no gene de KLF-11 em doentes com DM tipo 2 de início precoce.

De fato, os diferentes subtipos de MODY têm a função deficiente da célula como

mecanismo comum, bem como, a transmissão hereditária dominante. Por esta razão e

como se verificou que o KLF-11 tinha um papel no desenvolvimento da célula , o fator

KLF-11 mutado foi indicado como um subtipo genético de MODY. No entanto, a

apresentação clínica dos portadores de KLF-11 mutado assemelha-se mais a doentes

com DM tipo 2 de início precoce, com desenvolvimento de intolerância à glicose. (36)

Os indivíduos com MODY8 são, geralmente, diagnosticados na idade adulta,

com a idade média de diagnóstica de 36 anos. Nos doentes observam-se evidências

de insuficiência pancreática exócrina (disfunção da célula acinar madura) e lipomatose

pancreática, para além da diabetes. Os indivíduos estudados apresentavam dores

abdominais e a presença de um espetro de deficiência de elastase fecal.(37) O

mecanismo, pelo qual se desenvolve a disfunção pancreática endócrina e

consequentemente, diabetes, ainda não está devidamente esclarecido.(38)

As mutações do gene PAX-4 que caracterizam MODY9 foram detetadas

apenas em duas famílias até hoje,(26) que tinham sido inicialmente diagnosticadas com

DM tipo 1 e DM tipo 2 de início precoce. Por essa razão, não estão disponíveis ainda

dados sobre as características clínicas específicas deste subtipo de MODY.(39)

Os doentes MODY10, com o gene da insulina mutado, apresentam um espetro

alargado de características clínicas.(4) A maioria dos portadores de gene de insulina

mutado apresentam-se com Diabetes Neonatal Permanente, apenas uma pequena

percentagem se apresenta com MODY. Estes últimos, num estudo de Boesgaard et

al., tinham uma idade média de diagnóstico de diabetes de 18 anos, índice de massa

corporal normal e características típicas de MODY: sem necessidade de recorrer a

insulina para tratamento e/ou péptido C mensurável por pelo menos um ano após

diagnóstico e transmissão autossómica dominante.(80) A maioria dos doentes consegue

manter o controlo glicémico com dieta alimentar. No entanto, podem necessitar de

insulina e/ou sulfonilureias mais tarde.(4)

Nos indivíduos portadores de BLK mutado, MODY11, para além das

características típicas de MODY, verifica-se um aumento da penetrância do gene

mutado proporcional ao aumento do índice de massa corporal dos afetados, o que já

foi referido anteriormente nesta revisão.(13)

24

Diagnóstico

O diagnóstico de MODY é um desafio, sobretudo para o clínico geral que não

está muitas vezes ciente desta patologia, e como já pudemos verificar pela descrição

dos vários subtipos de MODY, esta entidade tem um espetro clínico variado e muitas

vezes sobrepõe-se aos outros tipos de diabetes. Consequentemente, muitos doentes

mantêm-se não diagnosticados. Apesar de MODY afetar apenas uma pequena parte

das pessoas afetadas por diabetes e o seu diagnóstico ser raro, este tem implicações

importantes no prognóstico e tratamento dos doentes. O tratamento pode ser facilitado

para o doente nalguns casos, como por exemplo nos casos de mutações HNF1a e

HNF4a em que a administração de sulfonilureias se mostrou ser eficaz, ou mesmo

nem ser necessário, como é o caso das mutações GCK, em que com uma dieta

apropriada o doente consegue manter um bom controlo glicémico. O diagnóstico

correto de MODY também permite ter uma predição sobre a evolução da doença e

confirmar o diagnóstico em familiares afetados ou mesmo alertá-los para a

possibilidade de virem a ter diabetes.

O diagnóstico definitivo de MODY requere um estudo genético molecular. Estes

testes genéticos são realizados através de sequenciação direta dos genes de MODY.

Estes testes têm uma sensibilidade superior a 99% na deteção de mutações em

genes.(60) Recomenda-se, no caso de familiares não afetados, o aconselhamento

genético previamente à realização de testes genéticos preditivos. A ocorrência de

outros tipos de diabetes na mesma família também é possível, portanto, não se deve

assumir à partida que todos os familiares do probando terão MODY.(2)

Para evitar despesas e testes genéticos desnecessários, antes de o doente ser

referenciado para estudo genético, deve-se excluir DM tipo 1 e tipo 2. Num estudo

publicado por Shields et al.(81) foi desenvolvido um modelo de predição que discrimina

doentes MODY de DM tipo 1 e MODY de DM tipo 2, usando regressão logística.

MODY era discriminada de DM tipo 1 através de valores baixos de Hemoglobina

glicada, pais com diabetes, paciente do sexo feminino e idade mais avançada no

diagnóstico e discriminada de DM tipo 2 por IMC normal, idade mais jovem no

diagnóstico, sexo feminino, valores baixos de Hemoglobina glicada, pais com diabetes

e não ser tratado com medicação oral ou insulina. Este modelo de predição, disponível

em www.diabetesgenes.org, mostrou ser eficaz na discriminação dos tipos de diabetes

e uma taxa reduzida de falsos positivos e negativos, tendo uma taxa de sensibilidade

de 91% e uma taxa de especificidade 94%. Um ponto forte desta “calculadora clínica

25

de MODY” é que o resultado é apresentado numa estimativa quantitativa, ao invés de

resultados “positivo ou negativo”.(14)

Este modelo de predição poderia ser reforçado se incluísse biomarcadores com

boa relação custo-efetividade. Um estudo de Thanabalasingham et al. identificou a

PCR de elevada sensibilidade como um bom biomarcador para MODY3. Foi

observado que indivíduos com HNF1a mutado apresentavam valores reduzidos de

PCR de elevada sensibilidade quando comparados com indivíduos com DM tipo 2 de

início precoce e outros subtipos de MODY.(82) Estudos de imagem também podem ser

considerados na identificação de alterações pancreáticas (TC e RMN), como por

exemplo, avaliação do tamanho, lipomatose, fibrose e calcificação do pâncreas.

Estudos descreveram um volume pancreático ligeiramente reduzido em MODY3,(83)

hipoplasia pancreática com agenesia das partes dorsal e caudal do pâncreas em

MODY5 e atrofia pancreática e aumento do conteúdo de gordura no pâncreas em

MODY8.(84)

Diagnóstico Diferencial

Na presença de um doente MODY, os principais diagnósticos diferenciais a

considerar são a DM tipo 1 e tipo 2. Na seguinte tabela apresentam-se as principais

diferenças entre estes tipos de diabetes:

Característica MODY DM tipo 1 Dm tipo 2

Idade de diagnóstico 15-45 anos 5-20 anos >25 anos

História parental 60-90% <15% 10-40% (>50% em

DM tipo 2 de início

precoce)

Hereditariedade Autossómica dominante Poligénica

Obesidade Pouco comum Pouco comum Comum

Síndrome metabólico Pouco comum Pouco comum Comum

Resistência à insulina Pouco comum Pouco comum Comum

Cetoacidose

diabética

Rara Comum Rara

Anticorpos

celulares

Ausentes Presentes Ausentes

Péptido C Normal Não detetável/ baixo Normal/elevado

Tratamento ótimo de

1ª linha

Sulfonilureia (MODY

1,3,4)

Dieta (MODY2)

Insulina Metformina

Tabela 1(1, 2)

26

O diagnóstico diferencial é de extrema importância para evitar testes genéticos

desnecessários e também para uma classificação correta da diabetes e tratamento

adequado do doente.

É importante salientar que variantes comuns em vários genes de MODY estão

associados a um risco acrescido de desenvolver DM tipo 2. Em meta-análises

recentes conduzidas em diabéticos de tipo 2 na Ásia,(85) mutações do gene HNF4a

foram associadas a um risco aumentado de desenvolver DM tipo 2, e o mesmo foi

verificado em mutações do gene HNF1a no Canadá(86) e em mutações do gene da

insulina (INS).(87) Esta evidência é a prova que o esclarecimento da fisiopatologia das

formas monogénicas de diabetes pode ajudar a clarificar os mecanismos

fisiopatológicos de outro tipo de diabetes mais frequente, a DM tipo 2. Os mecanismos

pelos quais estas mutações levam a hiperglicemia podem ser relevantes para a

fisiopatologia dos defeitos da célula na DM tipo 2. Os defeitos no metabolismo da

glicose nas células podem representar o mecanismo responsável pela secreção

deficiente de insulina na DM tipo 2.

Abordagem ao doente

Como já foi referido anteriormente, na abordagem ao doente, é importante a

distinção de MODY de outros tipos de diabetes. Já se encontra disponível uma

“calculadora clínica” proposta por Shields et al. No entanto, deve-se suspeitar e testar

MODY caso se apresentem as seguintes características clínicas:

1. Idade de início de diabetes anterior aos 25 anos.

2. Diabetes moderada na apresentação sem cetose significativa

3. História familiar de diabetes em pelo menos duas gerações, com

transmissão autossómica dominante (Nota: os membros da família podem

ter sido mal diagnosticados com DM tipo 1 ou tipo 2)

4. Ausência de auto-anticorpos pancreáticos

5. Glicosúria observada inapropriadamente com euglicemia ou hiperglicemia

moderada, na ausência de albuminúria e diabetes mal controlada (baixo

limiar renal que resulta em glicosuria é uma características típica de

MODY3)

6. Necessidade reduzida de recorrer à insulina (mesmo fora do período de

“lua de mel”, a necessidade de insulina em MODY é inferior a DM tipo 1)

7. Sensibilidade marcada a secretagogos de insulina (sulfonilureias) em

subtipos HNF1a e HNF4a

27

8. Características inconsistentes com outros tipos de diabetes: sem

obesidade significativa, ausência de acantose nigricans ou evidência de

resistência à insulina em DM tipo 2 de início precoce com história familiar

de diabetes.

9. Raça (alguns autores sugerem que MODY é mais frequente em europeus,

mas esta patologia foi identificada em todas raças, apesar de menos

frequentes)

10. MODY2 pode se apresentar como DM Gestacional numa grávida com

hiperglicemia moderada em rastreio pré-natal, portanto, a história familiar

deve ser tida em consideração. (88)

Na abordagem ao paciente diabético, deve-se também realizar exames de

investigação não genéticos que poderão ajudar a procurar a causa de diabetes, como

por exemplo, a medição de auto-anticorpos celulares (anticorpos para a

descarboxilase de ácido glutâmico e para os ilhéus pancreáticos), medição de péptido

C em pacientes a tomar insulina (medições seriadas podem ser biomarcadores úteis

para alguns subtipos de MODY como a PCR de elevada sensibilidade),(1) estudos de

imagem, como por exemplo, a TC e a RMN e caracterização do padrão de hiper e

hipoglicemias.

Conclusão

Nos últimos anos temos adquirido uma compreensão mais alargada e

aprofundada sobre as causas e os mecanismos fisiopatológicos de MODY, bem como,

uma noção mais realista sobre a prevalência desta patologia. Em Portugal, a

prevalência de MODY ainda não é conhecida e esta patologia tem sido ignorada pelos

clínicos gerais, que deveriam ser consciencializados para a existência e características

deste distúrbio, pois estão na linha da frente do diagnóstico da diabetes. No entanto, a

publicação de uma panóplia de estudos acerca de MODY tem permitido um acesso

maior a informação sobre as causas, características clínicas, métodos auxiliares de

diagnóstico, fisiopatologia e tratamento desta patologia e, inclusive, de outros tipos de

diabetes. O diagnóstico definitivo de MODY apenas pode ser realizado através de

testes genéticos dispendiosos, mas no futuro e com a ajuda de mais estudos, talvez

seja possível criar critérios de diagnóstico mais específicos e com melhor relação

custo-eficácia.

28

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