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A cidade romana típica Este apêndice serve de introdução suma- ríssima às características gerais das cidades romanas na sua época de apogeu, nomea- damente aos seus aspectos urbanísticos e arquitectónicos mais típicos. Tem como objectivo auxiliar o leitor a interpretar os elementos do urbanismo de Balsa descritos no texto. Idealmente, deveria ser comple- mentado pela leitura da bibliografia apre- sentada no final. Detalhe da recriação de Balsa. Christof Studer, 2005. Campo Arqueológico de Tavira www.arqueotavira.com Versão digital da 1ª edição impressa

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A cidade romana típica

Este apêndice serve de introdução suma-

ríssima às características gerais das cidades

romanas na sua época de apogeu, nomea-

damente aos seus aspectos urbanísticos e

arquitectónicos mais típicos. Tem como

objectivo auxiliar o leitor a interpretar os

elementos do urbanismo de Balsa descritos

no texto. Idealmente, deveria ser comple-

mentado pela leitura da bibliografi a apre-

sentada no fi nal.

Detalhe da recriação de Balsa. Christof Studer, 2005.

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CIDADES ROMANAS XX

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126 Balsa, Cidade Perdida

As cidades, instrumentos do Império

O Estado romano baseou o seu extenso domínio territorial numa

gigantes ca rede de unidades municipais (civitates) que tinham, idealmente,

cidades como capitais.

No grandioso projecto imperial delineado por Augusto no início da

nossa era, as cidades tinham o objectivo fi nal de distribuir localmente a carga

da administração pública e das obrigações fi scais e militares:

• Nas colónias de ex-legionários e de emigrantes de Roma e de Itália,

asseguravam a base de um estilo de vida urbana familiar e uma infra-

estrutura de apropriação do território conquistado.

• Nas civitates e municípios de raiz indígena, garantiam a coesão polí-

tica e social, através do grande poder que concediam às oligarquias

locais, asseguravam mecanismos logísticos de resistência a catástro-

fes diversas e tornavam o domínio romano mais aprazível aos povos

domi nados e às grandes massas do fundo da escala social, através

dos prazeres e facilidades da vida urbana defi nidos pelos cânones da

cultura colonizadora.

Um modelo padronizado

Este modelo de cidade romana teve por base o plano regular dos acam-

pamentos militares, o traçado cósmico herdado da tradição religiosa etrusca

e, sobretudo, os conceitos urbanísticos e arquitectónicos desenvolvidos pelos

gregos da época helenística (nos séc. III a I a.C.).

A cidade romana ideal defi nia-se por um perímetro amuralhado. O

limite exterior, pomério, possuía um importante signifi cado administrativo

e religioso.

As duas ruas principais orientavam-se segundo os pontos cardeais e

cruzavam-se no centro, em ângulo recto. O eixo Norte-Sul era o cardo máxi-

mo e o eixo Nascente-Poente o decumano máximo.

Bairros e arruamentos regulares

As ruas estabeleciam-se paralelamente a estes dois eixos, formando uma

malha rectangular de quarteirões (ínsulas).

As ruas Norte-Sul eram todas cardos e as Este-Oeste decumanos. Estas

urbanizações regulares chamam-se hipodâmicas, em homenagem ao arquitecto

grego Hipodamus de Mileto, a que se atribui a sua invenção no séc. V a. C.

Os eixos atravessavam as muralhas por quatro portas, muitas vezes

monumen tais e guarnecidas por torres ou pequenos castelos.

As ínsulas defi niam a base de assentamento das edifi cações pos-

teriores, cujos planos se orientavam geralmente segundo os eixos dos

Plano de Colchester (Camulodunum)

Porta de cidade

LF/JW

DA

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quarteirões. Formavam-se assim urbanizações muito regulares. Grandes

casas luxuosas (domus) podiam ocupar uma ínsula inteira e casas semi-

-rurais, com os seus quintais e hortas murados, podiam ocupar ínsulas

perifé ricas em cidades provinciais de urbanização ambiciosa e muito

espaço disponível.

Em contrapartida, as casas podiam acumular-se em certos bairros,

podendo surgir prédios com vários pisos.

Miniaturas de Roma

A cidade ideal aproveita de Roma sobretudo a forma e o estilo dos seus

equipamentos urbanos colectivos, isto é, a parte monumental.

Neste sentido, a cidade romana provincial tendia a ser uma Roma

em miniatura, tal como hoje as cidades possuem elementos de prestígio

copiados das grandes metrópoles, à medida da sua dimensão, riqueza e

pretensão.

Monumentalidade

Um aspecto urbanístico relevante é o aproveitamento cénico do local,

usando as vistas desde pontos elevados e explorando a imponência das moles

arquitectónicas, à custa de grandes plataformas e escadarias e recorrendo a

revestimentos brilhantes e decorados.

As grandes ruas, por vezes em diagonais que quebram a quadrícula ori-

ginal, podem ser muito largas (plateas) e ladeadas por longas galerias porti-

cadas, terminando frequentemente em arcos ou templos que exploram os

ângulos de visão.

Os pórticos são, talvez, a solução arquitectónica mais característica das

cidades romanas, usados extensivamente em ruas, galerias, fachadas de edifí-

cios ou rodeando recintos de todo o tipo.

Defi nem-se como alpendres cobertos, mais ou menos elaborados, supor-

tados por uma parede traseira e por colunas que sustentavam arcos ou lintéis.

Fórum

No cruzamento dos eixos situava-se o fórum, centro administrativo,

social e religioso, lugar de negócios, política e lazer.

Era uma praça rectangular fechada, rodeada por uma galeria porticada,

onde se dispunham lojas e edifícios administrativos, como a cúria (sala do

senado municipal), a cadeia e o tesouro.

Numa das extremidades do fórum erguia-se geralmente um templo dedi-

cado à tríade capitolina ( Júpiter, Juno e Minerva) ou então ao culto imperial. Na

Plano de Cartago na época do seu apogeu romano

Cidades Romanas

Fórum de Roma

Pórtico

DA

DA

DA

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128 Balsa, Cidade Perdida

outra extremidade, situava-se a basílica civil, sede do tribunal e dos arquivos le-

gais. Este edifício podia incluir também um templo ou capela ao culto imperial.

No fórum havia também geralmente uma profusão de pequenos monu-

mentos e estátuas de homenagem a personalidades ilustres ou fi nanciados

por elas, acompanhados de lápids alusivas.

Banhos públicos (Termas)

Os banhos públicos, ou termas, desempenhavam um papel central nos

hábitos e na vida social das populações romanizadas em toda a extensão do

Império. A sua presença era uma constante em lugares minimamente impor-

tantes, destacando-se, para além das cidades e outros agregados secundários,

as estações viárias, portos, santuários e assentamentos de guarnições, mesmo

em sítios remotos e isolados.

Em cidades como Balsa, os banhos pertenciam geralmente à civitas e a

sua manutenção era uma atribuição importante do governo local. A explora-

ção era dada de renda e as condições de funcionamento e de utilização regu-

lamentadas detalhadamente.

As cidades, mesmo pequenas, possuíam habitualmente dois, três ou

mais banhos públicos, geralmente perto das vias de entrada e do cais comer-

cial e nos arredores do fórum.

Havia balneários de todos os tamanhos, feitios e graus de sumptuosi-

dade, mas a sua estrutura básica permanecia constante. A descrição seguinte

serve de legenda à fi gura, das termas Oeste de Mirobriga (Santiago de Cacém,

Setúbal ):

• Uma entrada dava acesso ao vestiário (apodyterium) e a umas even-

tuais latrinas (La). Do apodyterium (A) acedia-se ao frigidarium (F),

sala geralmente de maiores dimensões onde existiam tanques (alveus)

(AL) de água fria e, por vezes, verdadeiras piscinas (natatio) (PI),

podendo estas situar-se em espaços exteriores.

• A zona seguinte mantinha uma temperatura intermédia (tepidarium)

(T), onde podiam existir tanques de água tépida. Dentro ou perto dela

havia um espaço destinado à limpeza do corpo (destrictarium) (T/S).

• Finalmente acedia-se ao caldarium (C), espaço geralmente mais

pequeno , sobreaquecido e com tanques de água quente. Este situa-

va-se sempre junto das fornalhas, construído sobre hipocaustos, gale-

rias sob o pavimento onde circulava o calor e o fumo.

• Um compartimento do caldarium podia destinar-se a sessões de calor

seco (laconicum) ou húmido (sudatorium) (S).

• Junto das fornalhas localizavam-se divisões de serviços (praefurnium)

(PF), que incluíam cisternas de abastecimento, armazéns de lenha,

etc.

• Do lado exterior, junto aos acessos, existia muitas vezes uma palestra,

recinto murado e descoberto, frequentemente rodeado de pórticos,

T/S T

FPIPI

PF

PFPF

PF

PF

CAL

AL

LA

S

A

pavimento sobrehipocausto

Termas Oeste de Mirobriga (Santiago de Cacém)

LF/TIR

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mais ou menos decorado e ajardinado, por vezes de grandes dimen-

sões. Destinava-se ao lazer e aos exercícios físicos.

Mercados

Perto do fórum situavam-se outros edifícios destacados, como o mer-

cado (macellum).

Os mercados ou eram praças-terreiros, designados igualmente por

fóruns , ou recintos fechados e descobertos, rodeados de pórticos, sob e ao

longo dos quais se dispunham séries de lojas. Nos pátios existiam habitual-

mente fontanários e grandes alpendres para mercadorias e lugares de venda.

Os armazéns de abastecimento urbano (horrea) e de concentração de

géneros, fi scais e comerciais, geralmente pouco monumentais, tinham porém

uma enorme importância na cidade romana e podiam ocupar grandes exten-

sões. Formavam frequentemente longas séries de compartimentos inde-

pendentes, de um ou mais pisos, cada um com a sua abóbada de canudo

perpendicular à fachada.

Templos e lugares de culto

O capitólio e o templo ou altares imperiais, já referidos, eram símbolos

obrigatórios da religião pública do Estado, cujo culto era imposto a todos os

súbditos do Império.

O culto imperial, à pessoa e família do imperador, manifestava-se

também a virtudes e qualidades abstractas divinizadas: Fortuna, Vitória,

Concórdia e Paz. Eram comuns também os templos dedicados a outras divin-

dades do panteão greco-romano.

Os templos situavam-se em diversos locais, perto do fórum ou enqua-

drados no plano urbano.

Cidades Romanas

Macellum de Lepcis Magna (Líbia)

Plantas de templos clássicos

AR

LF/AM

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130 Balsa, Cidade Perdida

Destacam-se quase sempre templos importantes em elevações naturais e nas-

centes, dentro ou no limite das cidades, e em ilhas e penínsulas junto aos portos.

Dominavam os modelos greco-romanos clássicos, rectangulares, rodea-

dos de colunas, com frontões destacados e telhados de duas águas, sendo vul-

gar a sua localização sobre pódios, plataformas artifi ciais de assentamento.

No ocidente africano e ibérico eram igualmente comuns os templos

de tradição arquitectónica fenício-púnica, dominados por um recinto desco-

berto, rodeado por um pórtico voltado para o interior, onde existiam tanques

de uso ritual.

Religiões romanizadas

Certas cidades de fundação ou população não romana mantinham as

suas antigas divindades tutelares, mais ou menos romanizadas.

Estas eram integradas na religião pública municipal, fi cando os templos

e o culto a cargo da cidade.

Muitas outras religiões e sistemas de crenças podiam coexistir na esfera

da religião privada, que era patrocinada por particulares.

Nos meios portuários do ocidente, mais cosmopolitas e miscigenados,

importantes minorias cultivavam as religiões não romanas mais difundidas

na área do império: grega, egípcia, judaica (incluindo a seita cristã, entre

outras ), levantinas de raíz canaanita, e africana, de tradição púnica.

A religião mitraica e o culto ao Sol Invicto tornaram-se populares a

partir de certa época, sobretudo em sítios de guarnição militar ou assenta-

mento de veteranos.

Os templos respectivos ou simples locais de culto variavam muito em loca-

lização e dimensão, conforme a infl uência política e a riqueza dos prosélitos.

A maioria dos santuários suburbanos e rurais correspondia, quase sem-

pre, a lugares sagrados mais antigos, de religiões pré-romanas. A sua adapta-

ção sincrética ao panteão romano (isto é, a assimilação da antiga divindade

pela divindade romana mais semelhante) nem sempre era perfeita ou pro-

curada, permanecendo as formas arcaicas mais vivas nos meios rurais e nos

grupos sociais mais distantes do mundo romano.

Situavam-se geralmente em lugares considerados de natureza sagra-

da: montanhas, nascentes, grutas, cruzamentos, cabos, vaus, limites e pedras

megalí ticas. Alguns possuíam tanques, altares e depósitos votivos.

Jogos e espectáculos públicos

Os jogos e espectáculos públicos, tão característicos do mundo roma-

no, constituíam, pelas paixões que despertavam, o principal instrumento de

coesão e enquadramento social das massas mais desapossadas ou mais afas-

tadas do padrão civilizacional imposto pelo poder.

Templo clássico

Planta do templo de Saturno, Dougga (Tunísia)

Planta do templo de Dea Caelestis, Dougga(Tunísia)

DA

LF/CP

LF/CP

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De facto, eram a resultante de uma amálgama de tradições partilhadas

pela grande maioria dos povos conquistados pelos romanos, nomeadamente

pelos povos ibéricos.

Tinham, basicamente, três origens:

• As representações públicas de episódios litúrgicos e sacrifícios reli-

giosos associados à renovação anual do mundo, nos seus diferentes

aspectos (do cosmos, da fertilidade e da legitimação da origem divina

do poder político e da aplicação das leis).

• As exibições da instrução militar das milícias locais e do poder guer-

reiro individual, integradas em rituais do início da idade adulta e de

comemoração de antigas vitórias.

• Os sacrifícios humanos de prisioneiros que acompanhavam os fune-

rais dos mortos ilustres.

Os principais espectáculos eram assim as lutas, batalhas simuladas, as cor-

ridas pedestres e de cavalos, os combates sangrentos e as execuções públicas.

A partir do séc. II a. C. os jogos tornaram-se progressivamente mais

grandiosos, exóticos e impressionantes, atingindo o cúmulo da extravagância

no séc. I da nossa era.

A sua organização transformou-se numa verdadeira indústria, altamen-

te profi ssionalizada e dispendiosa, que abrangia todo o Império. As lutas

organizavam-se em torno de escolas de gladiadores e de redes especializadas,

que capturavam animais selvagens e compravam prisioneiros.

O próprio sistema jurídico colaborava com a lógica do espectáculo, ao pro-

mover e multiplicar as condenações aos jogos do circo e as execuções em cena.

Paralelamente, as corridas de cavalos tornaram-se imensamente popu-

lares, celebrizando os condutores (aurigas) e os próprios animais.

Os jogos cénicos (teatrais) constituíam uma excepção a este quadro.

Na Península Ibérica, onde não existia uma tradição indígena, a frequência

efectiva do teatro associa-se sobretudo aos principais centros administrativos

romanos e às cidades onde existia um número signifi cativo de funcionários e

de imigrantes itálicos ou gregos.

Nas restantes cidades, o teatro seria, sobretudo, uma forma de as elites

locais se identifi carem com o poder romano. A população acorreria a ele pro-

vavelmente apenas em casos de obrigação cívica ou de espectáculos de cariz

claramente popular, como eram os baseados em mímica e em encenações de

cariz obsceno ou escatológico.

A grande utilização do teatro na propaganda imperial e no culto do im-

perador tornaram-no, no entanto, um equipamento urbano muito difundido,

existente em virtualmente todos os centros urbanos.

O papel social dos jogos

Os jogos eram o lugar de reunião física dos poderosos e humildes locais ,

realçando a identidade comunitária. A sua realização fortalecia também o

poder de atracção do centro urbano sobre o mundo rural, infl uenciando a

maioria dos habitantes do território, que vivia fora da cidade.

Cidades Romanas

Naumaquia. Batalha naval simulada, em arena inundada para o efeito

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132 Balsa, Cidade Perdida

Constituíam assim um instrumento essencial e efi caz de condução da

política local.

As massas aferiam a qualidade/poder dos seus dirigentes através do

esplen dor dos espectáculos por eles fi nanciados e pela performance despor-

tiva das suas equipas de lutadores, condutores de quadrigas e cavalos.

As proclamações mais populares e importantes realizavam-se durante os

jogos e a aclamação ou o descontentamento popular então manifestados cons-

tituíam um indício não desprezível na condução do poder político local.

A afi rmação da importância social dos cidadãos, muitas vezes de origem

social inferior, manifestava-se de forma amplamente compreensível pelas dádi-

vas de jogos e investimentos nos seus edifícios, devidamente publicitados.

Esperava-se igualmente que os patronos e os membros ilustres do poder

estabelecido dotassem a cidade dos melhores espectáculos possíveis, nos

momen tos mais importantes das suas vidas e carreiras.

Para além dos fi nanciamentos esporádicos, a organização dos jogos

estava contemplada na própria constituição política local. Os membros mais

abastados e com aspirações à magistratura deviam antes ocupar o cargo muni-

cipal de edil, que se encarregava de organizar os jogos públicos calendari-

zados e os fi nanciava, pelo menos em parte, do seu próprio bolso.

Mostravam assim a sua solidez fi nanceira e dedicação aos gostos populares,

etapas prévias consideradas indispensáveis à ascensão a cargos mais elevados.

Edifícios de espectáculos

Os recintos, que originariamente eram terreiros, campos de manobras

e praças públicas, especializaram-se e adquiriram proporções de grandiosos

edifícios monumentais.

Os modelos desenvolvidos em Roma foram reproduzidos em inúmeras

variantes e dimensões por todos os cantos do Império.

Anfi teatro

Corresponde à forma clássica dos recintos de lutas no mundo romano,

em que uma arena elíptica é rodeada por um anel de bancadas, com a mesma

forma, muito semelhantes às modernas praças de touros.

Anfi teatro

DA

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O modelo arquitectónico é o Coliseu de Roma, o maior anfi teatro do

Império. As grandes cidades provinciais ou com patronos milionários podiam

ter grandiosos anfi teatros, cuja solidez construtiva permitiu por vezes a sua

sobrevivência até à actualidade.

Os maiores destes recintos possuíam geralmente um piso técnico sub-

terrâneo, sob a arena, de onde as feras, vítimas e lutadores podiam ser içados

através de complexos dispositivos mecânicos, de modo a poder manter-se o

ritmo dos “números” sucessivos do espectáculo.

Alguns dos grandes anfi teatros estavam preparados para a arena poder

ser inundada, de modo a encenar batalhas navais simuladas (naumaquias).

De facto, os anfi teatros possuíam geralmente aquedutos próprios devido à

necessidade de lavagem da arena e jaulas.

Nas cidades mais modestas os anfi teatros tinham uma estrutura subs-

tancialmente mais simplifi cada ou não existiam, decorrendo os jogos e exe-

cuções em espaços públicos ou arenas mais ou menos improvisadas.

Em cidades litorais com uma tradição de marinha de guerra, as nau-

maquias podiam fazer parte dos jogos locais, sendo levadas a cabo perto da

margem ou em recintos portuários interiores.

Circo

Os romanos chamavam circo aos hipódromos, longas pistas de

corridas de cavalos, em torno de uma estreita e longa plataforma central

(spina = espinha).

Numa das extremidades situavam-se as cavalariças, onde se iniciavam as

corridas. A outra extremidade tinha uma curva semicircular. A pista possuía

geralmente uma largura sufi ciente para quatro quadrigas (carros puxados por

quatro cavalos).

As bancadas dispunham-se em torno da pista. O que distinguia os circos

entre si não eram as dimensões desta, normalizada, mas sobretudo a arqui-

tectura das bancadas e cavalariças e a riqueza decorativa das suas fachadas.

Nos circos mais modestos as bancadas assentavam em estruturas de

madeira ou em simples taludes de terra. Estes podiam, porém, ser revestidos

por silharia de pedra talhada e decorada na sua face interior, formando um

pódio. A spina podia também ser ricamente decorada com estátuas, repuxos

de água corrente e dispositivos de contagem de voltas.

Teatro

O modelo dos teatros, com a sua forma semicircular característica, foi

importado da Grécia.

Em Roma sofreu algumas adaptações, entre as quais o recurso regular

a estruturas artifi ciais para suportar as bancadas (em vez do uso de desníveis

existentes no terreno) e o desenvolvimento arquitectónico e decorativo de

uma grande parede situada atrás do palco (frons scenae).

Cidades Romanas

Planta de circo

Planta de teatro

DA

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134 Balsa, Cidade Perdida

Galerias e criptopórticos

O processo construtivo das grandes estruturas que suportavam as ban-

cadas é responsável pelos impressionantes vestígios monumentais associados

a edifícios de espectáculos.

As bancadas assentavam sobre grossos muros radiais que formavam

galerias abobadadas, sobrepostas em vários pisos, construídas em cantaria

talhada de grandes dimensões.

Escadas existentes nestas galerias permitiam o acesso às bancadas pelo

interior. O bordo exterior, convexo, possuía geralmente uma galeria circular

porticada e nos anfi teatros havia também uma galeria circular interior sob o

pódio.

O formigão (betão de cal e brita), extremamente resistente, era usado

como miolo de enchimento, dando coesão ao edifício. A parede exterior, de

grandes dimensões, era cortada por aberturas e arcos e revestida por silharias

decoradas. O bordo do topo era encimado por um pórtico.

Esta técnica era igualmente usada na construção de plataformas

artifi ciais , usadas para assentar grandes complexos edifi cados sempre que o

terreno natural não era sufi ciente.

As galerias subterrâneas resultantes, paralelas e interligadas por abertu-

ras suportadas por arcos, designam-se por criptopórticos, que eram usados, por

vezes, como armazéns.

Abastecimento de água

O acesso a água corrente para fi ns utilitários, sociais e monumentais foi,

talvez, o aspecto mais prestigiante e atractivo do modo de vida urbano romano.

O seu sistema de abastecimento de água, indispensável em qualquer

cidade digna desse nome, permaneceu inigualado até ao séc. XVIII e muitas

das suas estruturas continuaram em funcionamento durante muitos séculos

após o desaparecimento do Império.

Estrutura das bancadas de edifício

de espectáculos

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As suas sofi sticadas obras de engenharia hidráulica incluíam barragens;

condutas que podiam alcançar muitas dezenas de quilómetros; pontes e sifões

invertidos; reservatórios; estações de limpeza, distribuição e despressurização.

O consumo público realizava-se através de fontanários, que eram por

vezes monumentais, podendo ter uma função religiosa, associada ao culto de

divindades aquáticas.

Os pontos de grande consumo possuíam aquedutos e reservatórios pró-

prios. É o caso dos banhos públicos, de certas indústrias como a das salgas

de peixe, dos portos e de alguns centros monumentais que recorriam à água

corrente como forma decorativa.

A distribuição doméstica privada era excepcional, limitando-se às casas

da restrita elite local. Os sistemas de esgotos subterrâneos, igualmente elabo-

rados, articulavam-se com os edifícios públicos e a rede de arruamentos.

Porto

As cidades marítimas tinham estruturas portuárias que podiam ser

complexas e grandiosas, concebidas segundo modelos herdados dos gregos

da época helenística e dos cartagineses.

Destacavam-se os quebra-mares e molhes artifi ciais, os portos interio-

res (associados a arsenais, estaleiros e portos secos) e os faróis, na forma de

fachos acesos sobre torres.

As estruturas defensivas incluíam acrópoles ribeirinhas, muralhas pró-

prias e grandes correntes metálicas que, colocadas entre torres, fechavam os

canais de acesso portuário.

Certos portos, pela sua importância estratégica ou fi scal, possuíam

aquartelamentos (pretórios), fortalezas (acrópoles, quando aproveitavam ele-

vações e muralhas naturais), complexos logísticos e instalações de marinha

de guerra.

Estas áreas militares eram extraterritoriais relativamente às cidades,

estan do sobre a administração directa do Estado, através do governo provin-

cial ou do seu comando militar.

Cidades Romanas

Aqueduto

Porto de Ostia (Itália)LF/DA

DA

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136 Balsa, Cidade Perdida

Necrópoles

As “cidades dos mortos” (necrópoles) dispunham-se num anel descon-

tínuo exterior à cidade dos vivos, afastadas por imperativos religiosos e de

salubridade pública. Organizavam-se frequentemente em vários núcleos

edifi cados e murados, semelhantes aos cemitérios actuais.

As sepulturas tendiam também a alinhar-se ao longo das vias de acesso

à cidade e os mausoléus e cenotáfi os (monumentos memoriais de falecidos,

os segundos sem despojos funerários) dos cidadãos notáveis aproveitavam

geralmente os lugares mais destacados: elevações e entroncamentos viários.

Administração municipal no séc. II

Nas províncias do Ocidente, a administração de cada cidade romana

regulava-se por uma lei municipal outorgada pelo Imperador, baseada num

modelo geral mas específi ca para cada local.

A organização política centrava-se num senado (reunido no edifício ou

recinto da cúria), assembleia legislativa de âmbito administrativo e religioso

constituída pelos membros da ordo decuriónica, a que pertenciam obrigatoria-

mente todos os cidadãos municipais de nascimento livre com bens de rique-

za acima de um determinado valor. Estavam excluídos os íncolas, residentes

sem direito de cidadania e os libertos (mas não os fi lhos destes).

O poder executivo, judicial e parte do religioso pertencia a dois duúnviros ,

magistrados eleitos anualmente entre as famílias mais ricas e politicamente

infl uentes, coadjuvados geralmente por dois edis (encarregados da adminis-

Cemitério romano de Marim (Olhão)

EVMN

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tração urbana, nomeadamente da polícia, serviços e obras públicas) e, nas

maiores cidades, por dois questores (tesoureiros).

Os duúnviros e o Senado propunham patronos e nomeavam juízes

locais e embaixadores (com destaque para as delegações anuais à Assembleia

Provincial, na capital da província, onde deviam acorrer representantes de

todas as civitates do território).

Todos os cinco anos, o duúnviro em funções devia organizar o censo da

população, base da colecta fi scal e dos estatutos familiares da comunidade e

analisar novas candidaturas à ordo. Os ex-magistrados regressavam ao senado

como cidadãos romanos, formando o topo da elite municipal.

Os magistrados eram auxiliados por um corpo de funcionários mais ou

menos especializados. Entre eles havia recebedores e fi scais, fi eis de arma-

zém, secretários e amanuenses, carcereiros, bombeiros, guardas, músicos, sacer-

dotes, agrimensores e diversos tipos de operários e trabalhadores braçais.

Cada cidade possuía os seus escravos públicos, utilizados nos trabalhos

e na administração municipal, sendo alguns dos seus cargos geradores de

infl uência e enriquecimento, relativamente ao povo comum.

A base da pirâmide política era constituída pela massa dos cidadãos

livres ou libertos com menores recursos económicos, reunidos numa “assem-

bleia popular” (comitium), cujas principais funções eram eleger anualmente

os magistrados e ratifi car e celebrar as decisões políticas da ordo. As eleições

realizavam-se por método indirecto, à maneira romana, dividindo-se os elei-

tores por cúrias, cada uma com um voto.

As fi nanças urbanas dependiam da colecta de diversos impostos e ren-

das municipais, geralmente insufi cientes e, sobretudo, dos munera (obriga-

ções) devidas por todos os residentes, ricos ou pobres, cidadãos ou íncolas.

Os mais pobres contribuíam com dias de trabalho e os mais ricos, libertos ou

livres com doações monetárias, organização de espectáculos e homenagens,

distribuição gratuita de alimentos e, sobretudo, com construções públicas

pagas do seu próprio bolso.

A monumentalização e a saúde fi nanceira das cidades menos ricas depen-

dia contudo de fundos exteriores, nomeadamente das doações de eventuais

patronos de nível económico e social superior e exterior à cidade (governa-

dores provinciais, personalidades de famílias equestres e senatoriais) e, por

vezes, do próprio Imperador ou membros da sua família, que incluía os seus,

geralmente riquíssimos, libertos.

Cidades Romanas

Bibliografi a seleccionada

PIERRE GRIMAL, As cidades romanas, Edições 70, Lisboa, 2003

ANDRÉ PELLETIER, L’urbanisme romain sous l’Empire, Picard, Paris, 1982

CRISTÓBAL GONZÁLEZ ROMÁN, Roma y la urbanización de Occidente, Arco/Libros, Madrid, 1997

JÚLIO MANGAS, Leyes coloniales y municipales de la Hispânia romana, Arco/Libros, Madrid, 2001

ENRIQUE MELCHIOR GIL, La munifi cencia cívica en el mundo romano, Arco/Libros, Madrid, 1999

Campo Arqueológico de Tavira www.arqueotavira.com Versão digital da 1ª edição impressa

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138 Balsa, Cidade Perdida

Luta entre urso e elefante.Decoração de lucerna em cerâmica. Labicum (Itália).

DA

Campo Arqueológico de Tavira www.arqueotavira.com Versão digital da 1ª edição impressa

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139

Para saber mais sobre Balsa

Augusto Teixeira de Aragão

• Relatório sobre o Cemitério Romano descoberto próximo da

cidade de Tavira em Maio de 1868, Imprensa Nacional,

Lisboa 1868.*

Cristina Tété Garcia

• Estação arqueológica da Luz (Tavira), Parque Natural da

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E. Hübner

• “Monumentos de Balsa (perto de Tavira)”, in Revista

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Jeannette U. Smit Nolen

• “Balsa, uma cidade romana no litoral algarvio”, in Noventa

séculos entre a serra e o mar, IPPAR, Lisboa 1997.

• Cerâmicas e vidros da Torre de Ares (Balsa), Museu Nacional

de Arqueologia, 1994.

José d’Encarnação

• “A população romana do litoral algarvio”, in Anais do

Município de Faro, CMF, Faro 1987.

• “Quão importantes eram as gentes!...”, in Tavira, Território

e Poder, MNA/CMT, Lisboa 2003.

José Fernandes Mascarenhas

• Alguns subsídios arqueológicos sobre a antiga cidade de Balsa,

Por Terras do Algarve, Ed. Autor, Lisboa 1978.

• Fornos de cerâmica e outros vestígios romanos do Algarve, Ed.

Autor, Lourenço Marques 1974.

• Elementos de arqueologia sobre o Algarve, Ed. Autor, Tavira

1967.

Luís Fraga da Silva

• Atlas de Balsa, Campo Arqueológico de Tavira, 2005

(http://www.arqueotavira.com/Estudos/).

• Tavira Romana, Campo Arqueológico de Tavira, 2005

(http://www.arqueotavira.com/Estudos/).

• Marim Romano, Campo Arqueológico de Tavira, 2006

(http://www.arqueotavira.com/Estudos/).

• A Stacio Sacra, Campo Arqueológico de Tavira, 2007

(http://www.arqueotavira.com/Estudos/).

Maria Garcia Pereira Andrade Maia

• “Fenícios em Tavira”, in Tavira, Território e Poder, C. M.

Tavira e Mus. Nac. de Arqueologia, Lisboa 2003.

• “O culto de Baal em Tavira”, in Huelva Arqueológica (20).

Actas del III Congreso Español de Antiguo Oriente Próximo,

Huelva 2003. *

• “Tavira Turdetana, porto do ‘Círculo do Estreito’ nos fi nais

do séc. V a.C.”, in Conferencia Internacional: Historia de

la Pesca en el Ámbito del Estrecho, Puerto de Santa Maria

2004.*

Maria Luísa Estácio da Veiga A. dos Santos

• Arqueologia Romana do Algarve, Associação dos Arqueólogos

Portugueses, 2 Vols. Lisboa 1971-72.

Museu Nacional de Arqueologia

• Tavira, Território e Poder, M.N.A./C.M.T., Lisboa 2003,

com. Maria Garcia Pereira Maia, Carla Fernandes.

• Religiões da Lusitânia, M.N.A., Lisboa 2002, com. José

Cardim Raposo.

• Inventário do Mus. Nac. de Arqueologia. Catálogo de esculturas

romanas, MNA, Lisboa 1995, coord. José Luis de Matos.

Maria Manuela Alves Dias

• “A propósito de duas inscrições romanas da Quinta de

Torre d’Ares (Luz, Tavira)”, in O Arqueólogo Português, IV s.

n.º 6/7, Lisboa 1989. *

Rosa Varela Gomes e Mário Varela Gomes

• “Novas moedas hispânicas de Balsa e Ossonoba”, in

Nummus, 2.ª Série, Vol. IV a VI, Soc. Portuguesa de

Numismática, Porto 1983.*

Sebastião Estácio da Veiga

• Povos balsenses, Livraria Catholica, Lisboa 1866.*

Vasco Gil Mantas

• “As cidades marítimas da Lusitânia”, in Les Villes de

Lusitanie romaine, CNRS, Paris 1990.

• “As civitates: Esboço da geografi a política e económica do

Algarve romano”, in Noventa séculos entre a serra e o mar,

IPPAR, Lisboa 1997.

• “Os caminhos da serra e do mar”, in Noventa séculos entre a

serra e o mar, IPPAR, Lisboa 1997.

• “A cidade de Balsa”, in Tavira, Território e Poder, MNA/

CMT, Lisboa 2003.

* Versão disponível na internet no site www.arqueotavira.com

Campo Arqueológico de Tavira www.arqueotavira.com Versão digital da 1ª edição impressa

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140 Balsa, Cidade Perdida

Foi feito o possível para contactar os autores e detentores dos

direitos autorais das fi guras apre sen ta das, no sen tido de lhes solicitar

permissão para a sua inclusão na presente obra.

Junto a cada fi gura colocou-se uma pequena sigla que indica o

autor e, eventualmente, o editor. As siglas usadas apre sen tam-se na

lista seguinte, por ordem alfabética, associadas às respectivas referências

bi blio grá fi cas.

As siglas seguidas de asterisco referem arranjos gráfi cos originais

utilizando elementos fi gurativos do autor referido.

Pedimos desculpa por eventuais erros e omis sões, na certeza que

serão efectuadas as necessárias correcções em edições futuras.

Figuras

ACP A. Cepas Palanca, Crisis y continuidad en la Hispânia del siglo

III, Madrid 1997

AM Ammar Manjoubi, Villes et Structures Urbaines de la Province

Romaine d’Afrique, CPU, 2000

ANO Anónimo

ANP António Nunes Pinto, F. C. Gulbenkian, Bronzes fi gurativos

romanos de Portugal, Lisboa 2002

AR Annobal Rufus, in P.A. Février Approches du Maghreb Romain,

Aix, 1989-1990

BAL* (Balsenses)

Figuras: Fondation Jacques-Edouard Berger, http://www.

bergerfoundation.ch/Home/high_fayoum.html

Onomástica: José d’Encarnação: Inscrições Romanas do Conventus

Pacensis, Coimbra 1984, Ficheiro Epigráfi co nº29 (1988) e nº 40

(1992); Alexandre V. Cesário e J. Cardim Ribeiro: Religiões

da Lusitânia, M.N.A., Lisboa 2002; Grupo Mérida, Atlas

antroponímico de la Lusitania romana, Mérida 2003

CG Cristina Garcia, 1990

CMT Câmara Municipal de Tavira

CP C. Poinssot, Les Ruines de Dougga, Tunis 1958

CRO* (Cronografi a de Balsa)

Infografi a: Luís Fraga da Silva

Moeda Sexto Pompeu: ItaliaOnLine S.p.a, http://digilander.

libero.it/adamaney/roma/sestopompeo.htm

Restantes fi guras: Friedrich-Alexander-Univ. Erlangen-

Nürnberg, http://www.phil.uni-erlangen.de/~p1altar/photo_

html/ebene1.html

DA Anthony Rich, A dictionary of Roman and Greek antiquities,

D. Appleton & Co., New York, 1874

EVAM Sebastião Estácio da Veiga, Antiguidades Monumentais do

Algarve, Lisboa 1886

EVMN Sebastião Estácio da Veiga, Fundo do Museu Nacional

de Arqueologia, Lisboa 1866-7 (Publicado em M. Luísa

Estácio da Veiga, Associação dos Arqueólogos Portugueses,

Arqueologia Romana do Algarve, Lisboa 1972/3)

EVPB Sebastião Estácio da Veiga, Povos balsenses, Lisboa 1866

FC Filomena Campos

GAR Fotos: LFB (Ivniorvm),TVMN (restantes)

L. Lagóstena Barrios, La producción de salsas y conservas de pescado

en la Hispânia Romana (II a. C.-VI d. C.), Barcelona 2001

IPM Instituto Português de Museus.

JCF José Carlos Fernandes, Parque Natural da Ria Formosa;

Estação Arqueológica da Luz (Tavira), Olhão 1989

JM Justino Maciel, Antiguidade Tardia e Paleocristianismo em

Portugual, Lisboa, 1996

JSN Jeannette Smit-Nolen, Museu Nacional de Arqueologia., Ar-

queologia; Cerâmicas e vidros de Torre de Ares (Balsa), Lisboa 1994

LA Lúcio Alves, 1996/2006

LF/ Luís Fraga da Silva. Desenhos baseados em plantas publicadas

por outros autores referidos

LF/JW Baseado em John Wacher, Th e towns of Roman Britain,

Routledge, London 1995

LF/TIR Baseado em Tabula Imperii Romani, Hoja J-29 (Lisboa),

I.G.N.E., Madrid 1995

LFB Luís Fraga da Silva, Campo Arqueológico de Tavira,

Originais criados ou adaptados para este livro

LVA J. Leite de Vasconcelos, Religiões da Lusitânia, V. III, Lisboa

1913

MMM Maria e Manuel Maia e outros, Torre d’Aires: Relatório de

escavação e anexos, Tavira 1977

MNA Museu Nacional de Arqueologia, Religiões da Lusitânia,

Lisboa 2002

RCL Rui Cunha, RCL-Imagem e comunicação, Parede 2004

RMVG Rosa Varela Gomes, Mário Varela Gomes, Novas moedas

hispânicas de Balsa e Ossonoba, Porto 1983

TVMN Câmara Municip. de Tavira e Museu Nacional de

Arqueologia; Tavira, Território e Poder, Lisboa 2003

URB* (Formas urbanas comparadas)

Luís Fraga da Silva, desenhos baseados em plantas publicadas em:

A. Cepas Palanca, Crisis y continuidad en la Hispânia del siglo

III, Madrid 1997 (Baelo, Ebora, Emerita, Hispalis, Italica)

R. Talbert, Atlas of Classical History, Beckenham 1985

(Pompeia)

F. Toscano e J, Carrasco, Arqueología en la ciudad de Huelva,

Huelva 2001 (Huelva)

G. Motta, Atlante Storico, Novara 1979 (Roma)

Daniel Osland, Th e early Roman cities of Lusitania, BAR I. S.

1519, Oxford 2006 (Conimbriga, Olisippo, Pax iulia)

Créditos

Campo Arqueológico de Tavira www.arqueotavira.com Versão digital da 1ª edição impressa

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