iv. meio am bien te iv.3 sa nea men to am bien …...200 iv.3 sa nea men to am bien tal 1....

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200 IV.3 SANEAMENTO AMBIENTAL 1. INTRODUÇÂO O serviço de saneamento básico em grande escala passou a ser oferecido no Brasil apenas na década de 70, quando o país tornou-se predominantemente urbano, com 56% dos 93 milhões de habitantes da época vivendo nas cidades. Até os anos 70, a oferta de serviços era exclusivamente de âmbito municipal, existindo basicamente empresas locais de águas e esgotos com estruturas administrativas e financeiras inteiramente distintas entre si, o que implicava fre- qüentemente em uma oferta insuficiente de serviços. No final da década de 60, foi criado o Sistema Nacio- nal de Saneamento, integrado pelo Plano Nacional de Saneamento (Planasa), que foi a primeira iniciati- va do governo federal no setor. Com o plano, foram criadas as Companhias Estaduais de Saneamento Básico (CESB) em cada um dos Estados brasileiros. Até 1985, apenas essas empresas públicas podiam obter financiamentos oficiais para instalação de sis- temas de água e esgoto em regime de monopólio, sendo responsáveis pela construção, operação e manutenção dos sistemas de abastecimento de água e coleta e tratamento de esgotos sanitários nos mu- nicípios. Muitos municípios cederam às Companhias Estaduais, através de Contratos de Concessão, os serviços de abastecimento de água, coleta e trata- mento de esgotos sanitários. O município de Teófilo Otoni foi um dos que optou pela concessão, à Com- panhia Estadual de Saneamento de Minas Gerais - COPASA, do direito de explorar os serviços de sa- neamento básico na sede do município. O primeiro contrato de concessão, com validade de 30 anos, venceu em 2004, quando foi renovado por um perío- do de mais 30 anos. O novo contrato abrange, além do fornecimento de água potável, coleta e tratamen- to do esgoto produzido na sede do município, o for- necimento de água tratada para os distritos de Mucu- ri, Topázio, Pedro Versiani e o povoado de Potonzi- nho. Esse contrato estabeleceu um cronograma físi- co-financeiro de investimentos a serem implementa- dos até 2010, tendo em vista a meta de atendimento de 100% dos domicílios da sede do município com água potável, coleta e tratamento de esgotos. Na elaboração deste diagnóstico, foi considerada basicamente a situação dos serviços de saneamen- to da sede do município, pois as condições sanitá- IV. MEIO AMBIENTE rias dos demais distritos e da área rural não pos- suem dados sistematizados. Como as áreas urbana e rural apresentam nítidas diferenças, principalmen- te quanto à densidade populacional, às alterações produzidas no meio natural, à capacidade de absor- ção dos seus rejeitos, a sede do município é, de fa- to, o local com maior concentração de problemas de ordem sanitária e ambiental e o foco principal da presente análise. 2. SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Um sistema de abastecimento de água potável é constituído pelas atividades, infra-estruturas e instala- ções necessárias ao abastecimento público de água potável, passando pelas fases de captação, tratamen- to, reservação e distribuição, incluindo as ligações pre- diais e os respectivos instrumentos de medição. O serviço de abastecimento de água da cidade de Teófilo Otoni é realizado pela Companhia Estadual de Saneamento - COPASA. Para atendimento da sede do município, a COPASA opera dois sistemas de abastecimento de água potável: Sistemas Teófilo Otoni e Potonzinho que, juntos, atendem a 97,35% da população urbana, perfazendo um total de 32.324 ligações de água ativas e 300.415m de ex- tensão de rede (COPASA, março de 2007). O sistema de captação, adução e a estrutura dispo- nibilizada pela estação de tratamento de água - ETA de Teófilo Otoni têm capacidade para tratamento máximo de 550 litros/segundo, sendo que, atual- mente, apresenta uma vazão média de 300 litros/se- gundo, suficientes para o atendimento das necessi- dades da população. Trata-se de uma ETA do tipo convencional, construída em concreto, que realiza a purificação da água bruta através dos processos de coagulação, floculação, decantação, filtração, desin- fecção, correção do pH e fluoretação. O sistema pro- duz em média 21 milhões de litros de água tratada por dia, atendendo a 99.104 habitantes. O Sistema do Potonzinho também é de responsabi- lidade da COPASA e abastece os bairros Taquara e São Benedito. Beneficia uma população de 5.700 habitantes e utiliza-se de tratamento do tipo conven- cional, com uma vazão média de 8,11 l/s e 5.156m de extensão de rede. Integram os dois sistemas uma rede composta por 28 elevatórias e 32 reservatórios com capacidade

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200

IV.3 SA NEA MEN TO AM BIEN TAL

1. INTRODUÇÂO

O ser vi ço de sa nea men to bá si co em gran de es ca la

pas sou a ser ofe re ci do no Bra sil ape nas na dé ca da

de 70, quan do o país tor nou-se pre do mi nan te men te

ur ba no, com 56% dos 93 mi lhões de ha bi tan tes da

épo ca vi ven do nas ci da des. Até os anos 70, a ofer ta

de ser vi ços era ex clu si va men te de âm bi to mu ni ci pal,

exis tin do ba si ca men te em pre sas lo cais de águas e

es go tos com es tru tu ras ad mi nis tra ti vas e fi nan cei ras

in tei ra men te dis tin tas en tre si, o que im pli ca va fre -

qüen te men te em uma ofer ta in su fi cien te de ser vi ços.

No fi nal da dé ca da de 60, foi cria do o Sis te ma Na cio -

nal de Sa nea men to, in te gra do pe lo Pla no Na cio nal

de Sa nea men to (Pla na sa), que foi a pri mei ra ini cia ti -

va do go ver no fe de ral no se tor. Com o pla no, fo ram

cria das as Com pa nhias Es ta duais de Sa nea men to

Bá si co ( CESB) em ca da um dos Es ta dos bra si lei ros.

Até 1985, ape nas es sas em pre sas pú bli cas po diam

ob ter fi nan cia men tos ofi ciais pa ra ins ta la ção de sis -

te mas de água e es go to em re gi me de mo no pó lio,

sen do res pon sá veis pe la cons tru ção, ope ra ção e

ma nu ten ção dos sis te mas de abas te ci men to de água

e co le ta e tra ta men to de es go tos sa ni tá rios nos mu -

ni cí pios. Mui tos mu ni cí pios ce de ram às Com pa nhias

Es ta duais, atra vés de Con tra tos de Con ces são, os

ser vi ços de abas te ci men to de água, co le ta e tra ta -

men to de es go tos sa ni tá rios. O mu ni cí pio de Teó fi lo

Oto ni foi um dos que op tou pe la con ces são, à Com -

pa nhia Es ta dual de Sa nea men to de Mi nas Ge rais -

CO PA SA, do di rei to de ex plo rar os ser vi ços de sa -

nea men to bá si co na se de do mu ni cí pio. O pri mei ro

con tra to de con ces são, com va li da de de 30 anos,

ven ceu em 2004, quan do foi re no va do por um pe río -

do de mais 30 anos. O no vo con tra to abran ge, além

do for ne ci men to de água po tá vel, co le ta e tra ta men -

to do es go to pro du zi do na se de do mu ni cí pio, o for -

ne ci men to de água tra ta da pa ra os dis tri tos de Mu cu -

ri, To pá zio, Pe dro Ver sia ni e o po voa do de Po ton zi -

nho. Es se con tra to es ta be le ceu um cro no gra ma fí si -

co-fi nan cei ro de in ves ti men tos a se rem im ple men ta -

dos até 2010, ten do em vis ta a me ta de aten di men to

de 100% dos do mi cí lios da se de do mu ni cí pio com

água po tá vel, co le ta e tra ta men to de es go tos.

Na ela bo ra ção des te diag nós ti co, foi con si de ra da

ba si ca men te a si tua ção dos ser vi ços de sa nea men -

to da se de do mu ni cí pio, pois as con di ções sa ni tá -

IV. MEIO AM BIEN TE

rias dos de mais dis tri tos e da área ru ral não pos -

suem da dos sis te ma ti za dos. Co mo as áreas ur ba na

e ru ral apre sen tam ní ti das di fe ren ças, prin ci pal men -

te quan to à den si da de po pu la cio nal, às al te ra ções

pro du zi das no meio na tu ral, à ca pa ci da de de ab sor -

ção dos seus re jei tos, a se de do mu ni cí pio é, de fa -

to, o lo cal com maior con cen tra ção de pro ble mas de

or dem sa ni tá ria e am bien tal e o fo co prin ci pal da

pre sen te aná li se.

2. SIS TE MA DE ABAS TE CI MEN TO DE ÁGUA

Um sis te ma de abas te ci men to de água po tá vel é

cons ti tuí do pe las ati vi da des, in fra-es tru tu ras e ins ta la -

ções ne ces sá rias ao abas te ci men to pú bli co de água

po tá vel, pas san do pe las fa ses de cap ta ção, tra ta men -

to, re ser va ção e dis tri bui ção, in cluin do as li ga ções pre -

diais e os res pec ti vos ins tru men tos de me di ção.

O ser vi ço de abas te ci men to de água da ci da de de

Teó fi lo Oto ni é rea li za do pe la Com pa nhia Es ta dual

de Sa nea men to - CO PA SA. Pa ra aten di men to da

se de do mu ni cí pio, a CO PA SA ope ra dois sis te mas

de abas te ci men to de água po tá vel: Sis te mas Teó fi lo

Oto ni e Po ton zi nho que, jun tos, aten dem a 97,35%

da po pu la ção ur ba na, per fa zen do um to tal de

32.324 li ga ções de água ati vas e 300.415m de ex -

ten são de re de (CO PA SA, mar ço de 2007).

O sis te ma de cap ta ção, adu ção e a es tru tu ra dis po -

ni bi li za da pe la es ta ção de tra ta men to de água - ETA

de Teó fi lo Oto ni têm ca pa ci da de pa ra tra ta men to

má xi mo de 550 li tros/se gun do, sen do que, atual -

men te, apre sen ta uma va zão mé dia de 300 li tros/se -

gun do, su fi cien tes pa ra o aten di men to das ne ces si -

da des da po pu la ção. Tra ta-se de uma ETA do ti po

con ven cio nal, cons truí da em con cre to, que rea li za a

pu ri fi ca ção da água bru ta atra vés dos pro ces sos de

coa gu la ção, flo cu la ção, de can ta ção, fil tra ção, de sin -

fec ção, cor re ção do pH e fluo re ta ção. O sis te ma pro -

duz em mé dia 21 mi lhões de li tros de água tra ta da

por dia, aten den do a 99.104 ha bi tan tes.

O Sis te ma do Po ton zi nho tam bém é de res pon sa bi -

li da de da CO PA SA e abas te ce os bair ros Ta qua ra e

São Be ne di to. Be ne fi cia uma po pu la ção de 5.700

ha bi tan tes e uti li za-se de tra ta men to do ti po con ven -

cio nal, com uma va zão mé dia de 8,11 l/s e 5.156m

de ex ten são de re de.

In te gram os dois sis te mas uma re de com pos ta por

28 ele va tó rias e 32 re ser va tó rios com ca pa ci da de

201

de ar ma ze na gem de 12.160m3. O mo ni to ra men to

da água ocor re em vá rias eta pas do pro ces so

atra vés do con tro le sis te má ti co de 7 pa râ me tros:

cor, tur bi dez, pH, clo ro, flúor, co li for mes to tais e

es che ri chia co li.

O ma pa "Sis te ma de Abas te ci men to de Água" (cons -

tan te este no vo lu me como ane xo), apre sen ta a re de

prin ci pal de dis tri bui ção de água pa ra a se de do mu -

ni cí pio de Teó fi lo Oto ni. No ta-se que, além dos bair -

ros po pu la res e das vi las, al guns bair ros apre sen tam

re giões sem in fra-es tru tu ra co mo, por exem plo, par -

te dos bair ros São Ja cin to, Ipi ran ga e No vo Ho ri zon -

te. Par te des ses par ce la men tos fo ram im plan ta dos

em de sa cor do ao Art 16, da Lei Mu ni ci pal No 5.230,

de 16 de de zem bro de 2003, que atri bui ao mu ni cí pio

a res pon sa bi li da de de apro var no vos lo tea men tos

so men te após a im plan ta ção de pro je tos com ple tos

de abas te ci men to de água e es go ta men to sa ni tá rio.

Pro je tos es ses que de ve riam ser sub me ti dos à apro -

va ção pré via da CO PA SA. As sim, es ses par ce la men -

tos fo ram im plan ta dos sem a in fra-es tru tu ra bá si ca

dos ser vi ços de água e es go to. Ou tros lo cais pro ble -

má ti cos são aque les de bai xa den si da de, que não se

en qua dram nos cri té rios de cres ci men to ve ge ta ti vo

da con ces sio ná ria e, por es sa ra zão, não têm aces -

so à re de de água ofi cial. A to po gra fia lo cal, mui to

aci den ta da, di fi cul ta o aces so à re de de dis tri bui ção

de água pe las edi fi ca ções si tua das em re giões mui to

al tas. A CO PA SA res sal ta, tam bém, a pre ca rie da de

de par te das ins ta la ções pre diais de água que com -

pro me tem a qua li da de do ser vi ço, sen do res pon sá -

veis por al tas ta xas de des per dí cio.

Se gun do o IB GE (Cen so 2000), cer ca de 1.000 do -

mi cí lios par ti cu la res, lo ca li za dos no mu ni cí pio se de,

não pos suíam abas te ci men to de água po tá vel pro -

ve nien te da re de ge ral da CO PA SA. Em ter mos per -

cen tuais, o bair ro com maior ocor rên cia de do mi cí -

lios que uti li zam cis ter nas, po ços ar te sia nos ou nas -

cen tes é o Jar dim Flo res ta, com 24,6% da sua po -

pu la ção, em se gui da vem o bair ro Mi nas No -

vas/Gan gor ri nha com 17%, bair ro São Cris tó vão

(16,5%), o aglo me ra do do bair ro Bar rei ros (Vi li nha,

Ci da de No va, Vi la Ja ca ré) com 16%. A Fi gu ra 1

apre sen ta a dis tri bui ção dos do mi cí lios que não são

aten di dos pe la re de de abas te ci men to de água da

CO PA SA, se gun do IB GE (Cen so, 2000).

� Fi gu ra 1 - Ocor rên cia de do mi cí lios sem re de

de abas te ci men to de água

202

Ca be des ta car a si tua ção do se tor cen si tá rio 46, lo -

ca li za do ao sul do bair ro Ma noel Pi men ta, on de cer -

ca de 10% dos do mi cí lios (37 ca sas) uti li zam nas -

cen tes co mo fon te de abas te ci men to de água, ape -

sar da al ta den si da de, aci ma de 500hab/há, fa to que

po de es tar com pro me ten do se ria men te a qua li da de

da água con su mi da.

Es ti ma-se que, no dis tri to se de, apro xi ma da men te

5.000 pes soas não te nham aces so à água po tá vel.

Es sas in for ma ções fo ram re ti fi ca das pe la co mu ni da -

de du ran te a eta pa do diag nós ti co co mu ni tá rio,

quan do fo ram des ta ca dos os se guin tes pro ble mas:

- bair ro Mi nas No vas a po pu la ção uti li za água de

uma nas cen te, sem con tro le da sua qua li da de;

- na vi la Bar rei ro são uti li za das cis ter nas;

- vá rios do mi cí lios da re gio nal 6 (São Be ne di to e Ta qua -

ra) uti li zam po ços ar te sia nos pa ra seu abas te ci men to.

Em to das as re gio nais cons ta tou-se a exis tên cia de

do mi cí lios que uti li zam cis ter nas, po ços ar te sia nos e

nas cen tes. Nes ses ca sos, a prin ci pal re cla ma ção foi

a ine xis tên cia de mo ni to ra men to dos ma nan ciais pa -

ra ga ran tir a qua li da de da água con su mi da. Mas, de

mo do ge ral, a per cep ção da po pu la ção em re la ção

ao ser vi ço de abas te ci men to de água é sa tis fa tó ria,

ava lian do a qua li da de da água co mo boa a mui to

boa. A prin ci pal re cla ma ção con sis te no ex ces so de

clo ro pre sen te na água (Re gio nais 2, 5 e 6).

Na Re gio nal 5, on de en con tram-se al gu mas vi las e

con jun tos ha bi ta cio nais de in te res se so cial re gis trou-

se quei xa quan to ao va lor da ta ri fa de água. De acor -

do com in for ma ções da CO PA SA a ta ri fa re du zi da,

com des con to de 57,5%, se apli ca aos do mi cí lios

com área até 44 m2 e com con su mo até 15 m3/mês.

Em abril de 2007, cer ca de 23% da po pu la ção de

Teó fi lo Oto ni se be ne fi cia va des se des con to.

Na re gio nal 7, que en glo ba a área ru ral, ape nas uma

par ce la pe que na da po pu la ção, que re si de na se de

dos dis tri tos, é que tem aces so à água tra ta da da CO -

PA SA. Na maio ria das lo ca li da des a po pu la ção se va -

le de cis ter nas, po ços e nas cen tes. Nes ses ca sos,

orien ta ções téc ni cas quan to à lo ca li za ção dos ma nan -

ciais de cap ta ção e das fos sas sép ti cas são es sen ciais

de for ma a evi tar a con ta mi na ção do len çol freá ti co à

mon tan te de uma cap ta ção de água, o que re duz o ris -

co de dis se mi na ção de doen ças de vei cu la ção hí dri ca.

Os dis tri tos ti ve ram seus ser vi ços de abas te ci men to

de água am plia do a par tir de ju nho de 2004, quan do

o no vo Con tra to de Con ces são os in cluiu em sua

área de atua ção. Se gun do a CO PA SA, em abril de

2007, a si tua ção dos dis tri tos em re la ção ao abas te -

ci men to de água era:

Mu cu ri:

- Nu me ro de li ga ções ati vas de água: 702

- Per cen tual de aten di men to da po pu la ção: 97,07%

- Ex ten são de re des de água: 9.151m.

Pe dro Ver sia ni:

- Nu me ro de li ga ções ati vas de água: 207

- Per cen tual de aten di men to da po pu la ção: 99,57%

- Ex ten são de re des de água: 2.410m.

To pá zio:

- Nu me ro de li ga ções ati vas de água: 376

- Per cen tual de aten di men to da po pu la ção: 99,09%

- Ex ten são de re des de água: 3.300m.

O dis tri to do Pas to do Go ver no é aten di do por uma

es ta ção de tra ta men to de água per ten cen te à Pre -

fei tu ra de Teó fi lo Oto ni que, tam bém, é res pon sá vel

por sua ope ra ção.

Em re la ção aos ter mos con tra tuais es ta be le ci dos

en tre Pre fei tu ra e CO PA SA, ob ser va-se que uma

das me tas es ta be le ci das era o aten di men to de

100% da po pu la ção com os ser vi ços de água po tá -

vel até 31 de de zem bro de 2005, ín di ce que, ape sar

de pró xi mo, ain da não foi atin gi do, pois cer ca de

5.000 pes soas ain da não pos suem aces so a es se

ser vi ço. É im por tan te re fa zer es se cro no gra mas de

acor do com uma ava lia ção atual das con di ções

reais da Pre fei tu ra de Teó fi lo Oto ni e da CO PA SA.

Ou tro as pec to im por tan te é a ga ran tia do for ne ci men to

fu tu ro de água, que le ve em con si de ra ção o au men to

ve ge ta ti vo da po pu la ção e a pe re ni da de dos ma nan -

ciais. Ape sar da ci da de de Teó fi lo Oto ni ter apre sen ta -

do, nos úl ti mos anos, uma ta xa de cres ci men to ve ge ta -

ti vo ne ga ti va, é ne ces sá rio em preen der ações que ga -

ran tam o aten di men to da de man da fu tu ra de água. As -

sim, foi acor da da en tre CO PA SA e PMTO, a cons tru -

203

ção de um bar ra men to na ba cia do rio To dos os San -

tos, lo ca li za do à mon tan te da ci da de, com vo lu me útil

apro xi ma do de 14 mi lhões de m3, vi san do aten der à

de man da dos pró xi mos 30 anos. Seus pa râ me tros de

pro je to são 250 me tros de cris ta en tre os ma ci ços e 25

me tros de pro fun di da de. A va zão mé dia de cap ta ção

es ti ma da é de 330l/s e a va zão mé dia de dis tri bui ção

de 250l/s. Es sa bar ra gem po de rá exer cer um im por -

tan te pa pel no con tro le e amor ti za ção das cheias que

ocor rem no rio To dos os San tos. Con tu do, ca so sua

ca pa ci da de vo lu mé tri ca atin ja o li mi te má xi mo, o ris co

de ocor rên cia de gra ves inun da ções à ju san te do ma -

ci ço cres ce ex po nen cial men te, po den do tra zer sé rias

con se qüên cias pa ra a ci da de de Teó fi lo Oto ni.

Vi san do à pre ser va ção da in te gri da de dos seus ma -

nan ciais de cap ta ção a CO PA SA de sen vol veu uma

po lí ti ca con ser va cio nis ta atra vés do Sis te ma In te gra -

do de Pre ser va ção Am bien tal - SIS PAM, que pro te ge

as prin ci pais nas cen tes dos seus sis te mas de abas -

te ci men to. Os prin ci pais ma nan ciais dos dois sis te -

mas res pon sá veis pe lo abas te ci men to de Teó fi lo

Oto ni es tão lo ca li za dos no rio To dos os San tos, rio

São Jo sé e no cór re go Po ton, e fa zem par te de uma

área de pre ser va ção es pe cial -APE, com 25.890 hec -

ta res, com par ti lha dos en tre os mu ni cí pios de Teó fi lo

Oto ni e Po te, abar can do áreas de pro prie tá rios ru rais

e da pró pria CO PA SA. Em bo ra clas si fi ca da co mo

área de pre ser va ção am bien tal, não exis te uma re -

gu la men ta ção a res pei to do uso e con ser va ção do

seu ter ri tó rio. A ga ran tia da pre ser va ção des sa área

de vi tal im por tân cia pa ra a ci da de de ve rá ser al vo de

es tu dos mi nu cio sos vi san do seu en qua dra men to em

uma das ti po lo gias pre vis tas pe lo Sis te ma Es ta dual

ou Sis te ma Na cio nal de Uni da des de Con ser va ção

A le gis la ção bra si lei ra re fe ren te à ges tão dos re cur -sos hí dri cos é das mais ino va do ras em to do mun do.A Lei 9433, de 1997, es ta be le ceu que a ges tão des -ses re cur sos se ja fei ta uti li zan do co mo ba se de tra -ba lho a ba cia hi dro grá fi ca. Além dis so, es sa Lei es -ta be le ceu que a quan ti da de e a qua li da de da águasão in dis so ciá veis e de vem fa zer par te no equa cio -na men to da ges tão sus ten tá vel dos re cur sos hí dri -cos. Pa ra is so, a Po lí ti ca Na cio nal de Re cur sos Hí -dri cos dis põe so bre a cria ção dos Co mi tês de Ba ciapa ra o ge ren cia men to do re cur so água, sen do queos co mi tês de vem con tar com a par ti ci pa ção do go -ver no, em pre sas pri va das e so cie da de ci vil.

3. SIS TE MA DE CO LE TA E TRA TA MEN TO DE

ES GO TOS DO MÉS TI COS

O sis te ma de es go ta men to sa ni tá rio é cons ti tuí do

pe las ati vi da des, in fra-es tru tu ras e ins ta la ções ope -

ra cio nais de co le ta, trans por te, in ter cep ta ção, tra ta -

men to e dis po si ção fi nal ade qua dos dos es go tos sa -

ni tá rios, des de as li ga ções pre diais até seu lan ça -

men to no meio am bien te. Es ses ser vi ços são ge ren -

cia dos e ope ra dos pe la CO PA SA, que de tém o con -

tra to de con ces são do mu ni cí pio de Teó fi lo Oto ni.

A se de do mu ni cí pio de Teó fi lo Oto ni apre sen ta va

em 2000, ín di ce de 83% dos do mi cí lios com re de de

co le ta de es go tos e 3% com fos sa sép ti ca (IB GE,

Cen so 2000). Con tu do es sa não é a rea li da de dos

de mais dis tri tos que apre sen tam si tua ção mui to pre -

cá ria em re la ção a es se ser vi ço.

Pa ra aten der à po pu la ção que es tá à mar gem

des ses ser vi ços, é pre ci so prio ri zar in ves ti men tos

que ga ran tam in ter ven ções es tru tu rais. A im plan -

ta ção de sis te mas de co le ta de es go tos nes tes lo -

cais qua se sem pre de man da uma abor da gem in -

te gra da do sis te ma de in fra-es tru tu ra lo cal, re que -

ren do in ter ven ções no sis te ma viá rio e a so lu ção

das si tua ções de ris co, sob pe na de se des per di -

çar re cur sos pú bli cos.

O mo de lo ado ta do pe la CO PA SA aten deu bem à ci -

da de for mal men te cons ti tuí da, mas dei xou de sas -

sis ti dos jus ta men te os mais po bres que ocu pa ram

os lo cais de mais di fí cil so lu ção téc ni ca. As sim, ob -

ser va-se nas áreas mais po bres da ci da de, os es go -

tos es cor ren do pe las sar je tas e ruas, e de sa guan do,

in na tu ra, nos cor pos d'água ( rios, la goas) per ten -

cen tes à ba cia do rio To dos os San tos. Es ta ca rên -

cia se con cen tra em áreas de ur ba ni za ção pre cá ria

que apre sen tam di fi cul da des pa ra exe cu ção de

obras com téc ni cas con ven cio nais ou que não apre -

sen tem via bi li da de eco nô mi co-fi nan cei ra, do pon to

de vis ta da Con ces sio ná ria que ado ta cri té rios de

pro je ções de cres ci men to ve ge ta ti vo.

As fo tos 2 e 3 ilus tram al gu mas si tua ções pre cá rias de

lan ça men to de es go tos sa ni tá rios no cór re go São Ja cin to.

204

O Ma pa "Sis te ma de Co le ta de Es go tos Sa ni tá rios"

(cons tan te neste vo lu me como ane xo), apre sen ta o

de ta lha men to da re de co le to ra de es go tos exis ten te

na ci da de de Teó fi lo Oto ni em fe ve rei ro de 2007.

A Fi gu ra 2, a se guir, apre sen ta o ter ri tó rio mu ni ci palcom as áreas clas si fi ca das se gun do a dis po ni bi li da -de e/ou aces si bi li da de dos do mi cí lios per ma nen tesaos ser vi ços de co le ta de es go tos sa ni tá rios. Fo ramiden ti fi ca das 4 clas ses:

1. áreas ama re las: não fo ram dis po ni bi li za das in for -ma ções so bre a si tua ção do es go ta men to sa ni tá rio;

2. áreas azuis: pos suem re des co le to ras im plan ta -das mas não se en con tram em ope ra ção;

3. áreas ver des: par ce la men tos ir re gu la res im plan ta -dos sem in fra-es tru tu ra;

4. áreas ver me lhas: áreas crí ti cas pa ra co le ta de es -go to atra vés da re de con ven cio nal.

As de mais áreas pos suem re de di nâ mi ca de co le tade es go to ope ra da pe la CO PA SA.

� Figura 2 - Áreas sem re de co le to ra de es go tosa ni tá rio

205

Áreas aten di das pe la re de co le to ra de es go tos

sa ni tá rios

De acor do com o diag nós ti co ur ba nís ti co, al guns

bair ros vêm pas san do por um pro ces so de ver ti ca li -

za ção, com subs ti tui ção de mo ra dias uni-fa mi lia res

por mul ti-fa mi lia res, prin ci pal men te no Cen tro, ao

lon go da Av. Ge tú lio Var gas, e em par te do bair ro

São Dio go. Re co men da-se que, nes sas áreas, se ja

fei ta uma ava lia ção mi nu cio sa da ca pa ci da de das re -

des de in fra-es tru tu ra ins ta la das, per mi tin do o aden -

sa men to des sas áreas so men te até o li mi te da ca pa -

ci da de das re des ins ta la das. Por ou tro la do, al guns

bair ros pró xi mos ao Cen tro, que apre sen tam bai xa

den si da de po pu la cio nal e boa in fra-es tru tu ra de

abas te ci men to de água e co le ta de es go tos, po de -

riam oti mi zar as re des ins ta la das atra vés de me di das

de es tí mu lo ao seu aden sa men to, des de que o pro -

ces so se ja con tro la do pe la ad mi nis tra ção mu ni ci pal.

Es sa tam bém de ve ser a po lí ti ca pa ra os in ters tí cios

exis ten tes na ma lha ur ba na, con si de ran do que o

cus to de ex ten são des sas re des de ve ser dis tri buí do

pe lo maior nú me ro pos sí vel de mu ní ci pes, oti mi zan -

do os in ves ti men tos e os res pec ti vos be ne fí cios.

1- Áreas sem in for ma ções so bre a si tua ção do

es go ta men to sa ni tá rio

Es sas áreas, na sua maio ria, apre sen tam ocu pa ção

ra re fei ta e bai xo ín di ce de cres ci men to ve ge ta ti vo, o

que tor na one ro so o sis te ma de am plia ção das re -

des. Co mo elas não se en qua dram nos cri té rios da

CO PA SA pa ra ex pan são de re des vá rios do mi cí lios

são pri va dos des se ser vi ço. Se gun do in for ma do pe -

la con ces sio ná ria, al gu mas des sas áreas já pos -

suem re de co le to ra em fun cio na men to, em bo ra apa -

re çam no ma pa com a clas si fi ca ção de au sên cia de

re de. Re co men da-se um le van ta men to cri te rio so em

re la ção a ca da uma des sas man chas de for ma a

sub si diar o pla ne ja men to da ex pan são da re de co le -

to ra de es go tos sa ni tá rios na se de do mu ni cí pio.

3 - Áreas com re de co le to ra ins ta la da, mas que

não es tão em ope ra ção

Ou tros pro ble mas re la ti vos ao sis te ma de co le ta são a

au sên cia ou a pre ca rie da de de ins ta la ções pre diais de

es go ta men to sa ni tá rio além da di fi cul da de em via bi li -

zar a ade são dos mo ra do res à re de da CO PA SA se ja

pe lo cus to des sas ins ta la ções, se ja pe la co bran ça da

ta xa de es go to. No bair ro São Be ne di to foi cons truí da

a re de co le to ra, mas as li ga ções pre diais não fo ram

exe cu ta das. Se gun do a CO PA SA, a cons tru ção das

cai xas de gor du ra é um dos prin ci pais em pe ci lhos pa -

ra a po pu la ção mais ca ren te cons truir o ra mal pre dial.

O bair ro Ser ra Ver de tam bém es tá com a re de co le -

to ra pron ta, mas faz-se ne ces sá ria a trans po si ção

da BR-418, de for ma a in ter li gá-la ao in ter cep tor do

cór re go São Ja cin to. A CO PA SA es tá aguar dan do a

au to ri za ção do DNIT pa ra rea li zar a obra de trans -

po si ção da ro do via. A di fi cul da de da po pu la ção em

cons truir suas res pec ti vas cai xas de gor du ra tam -

bém é um pro ble ma nes se bair ro.

No bair ro Ta qua ra es tá pen den te a cons tru ção de

uma ele va tó ria pa ra in ter li gar a re de ao in ter cep tor

do cór re go São Be ne di to, cons truí do ao lon go da rua

Al ta mi ro Nu nes Lei te.

No bair ro Ci da de No va, a rua prin ci pal en con tra-se

abai xo do gra de da via on de foi cons truí do o in ter -

cep tor (ao lon go da rua Al ta mi ro Nu nes Lei te), di fi -

cul tan do o es coa men to dos efluen tes sa ni tá rios. Su -

ge re-se ava liar a pos si bi li da de de ou tras for mas de

co le ta e tra ta men to, tais co mo, fos sas con do mi niais

ou a cons tru ção de uma ele va tó ria.

4- Par ce la men tos ir re gu la res im plan ta dos sem

in fra-es tru tu ra

Al guns par ce la men tos im plan ta dos em de sa cor do à

Lei Mu ni ci pal 5230, ci ta da an te rior men te, não pos -

suem as re des de in fra-es tru tu ra ne ces sá rias à sua

ocu pa ção. Es ses em preen di men tos, na sua maio ria,

pro vo cam gra ves da nos am bien tais ao ex po rem so -

los des nu dos à ação dos agen tes ero si vos, ven tos e

chu vas, pro vo can do o car rea men to de ma te riais pa -

ra os fun dos de va le, com con se qüen tes pro ces sos

de as so rea men to e en chen tes. Es sas áreas ain da

apre sen tam bai xa den si da de de ocu pa ção, co mo é

o ca so do al to do bair ro São Ja cin to, par te dos bair -

ros Bel ve de re e Fi la dél fia, de for ma que a con ces -

sio ná ria ten de a es pe rar seu cres ci men to ve ge ta ti vo

pa ra pro vê-las de re des de água e es go to. Pa ra evi -

tar o agra va men to dos pro ble mas am bien tais, su ge -

re-se que a Pre fei tu ra coor de ne um pro ces so de ne -

206

go cia ção en tre o em prei tei ro res pon sá vel pe lo par -

ce la men to, a CO PA SA e os atuais pro prie tá rios.

5 - Áreas crí ti cas pa ra co le ta de es go to atra vés

da re de con ven cio nal

As áreas de li mi ta das na Fi gu ra 2 co mo áreas crí ti -

cas são aque las on de as so lu ções con ven cio nais do

es go ta men to sa ni tá rio não aten dem. Por exem plo,

no bair ro Jar dim Flo res ta, as edi fi ca ções fo ram

cons truí das so bre uma de pres são si tua da na vár zea

de ala ga men to do cór re go São Ja cin to que, atual -

men te, en con tra-se as so rea da e eu tro fi za da (fo tos 5

e 6), mas que po de ria exer cer im por tan te pa pel no

con tro le das cheias des sa ba cia.

Su ge re-se um es tu do de ta lha do pa ra ava liar a pos si -bi li da de de re cu pe ra ção do es pe lho d'água da la goae sua in ser ção no meio ur ba no atra vés da im plan ta -ção de uma área de la zer pú bli ca no seu en tor no.

O bair ro São Ge ral do apre sen ta pro ble mas pa ra in ter li -ga ção das edi fi ca ções à re de de co le ta. A me lhor so lu -ção é a cons tru ção de fos sa con do mi nial com os efluen -tes lan ça dos no in ter cep tor do cór re go São Be ne di to.

A por ção mais a les te do bair ro São Pau lo não é con -

tem pla da com a co le ta de es go to de vi do à di fi cul da de

de in ter li ga ção com a re de exis ten te que es tá co nec -

ta da ao in ter cep tor do cór re go São Be ne di to. Re co -

men da-se uma ava lia ção en tre téc ni cos da Pre fei tu ra

e CO PA SA pa ra de fi ni ção de al ter na ti vas pos sí veis.

O bair ro Ma noel Pi men ta apre sen ta al gu mas por -

ções de ocu pa ção ir re gu lar e com al tas den si da des

ocu pa cio nais (por exem plo, se tor cen si tá rio 46) que

di fi cul tam a so lu ção das re des de abas te ci men to de

água e de co le ta de es go to. A pos si bi li da de de cons -

tru ção de fos sa sép ti ca con do mi nial de ve ser ava lia -

da pe los téc ni cos da CO PA SA.

Na Vi li nha, a ocu pa ção na pla ní cie de ala ga men to do

cór re go São Be ne di to di fi cul ta a re ti ra da dos efluen -

tes do més ti cos. A rua Ola vo Bi lac en con tra-se abai xo

do ní vel da re de co le to ra. De vem ser ava lia das al ter -

na ti vas pa ra co le ta e tra ta men to des ses efluen tes.

Al gu mas por ções dos bair ros Ipi ran ga e São Dio go

tam bém apre sen tam di fi cul da de pa ra eva cuar os

efluen tes do més ti cos, sen do ne ces sá rio ava liar as pos -

si bi li da des de so lu ções con do mi niais ou ele va tó rias.

A in su fi ciên cia na ma nu ten ção dos sis te mas pú bli -

cos de es go ta men to sa ni tá rio, es pe cial men te nas vi -

las e fa ve las, é um agra van te do qua dro ge ral des -

sas áreas. Con tu do, con si de ra-se que a fal ta de so -

lu ções e tec no lo gias al ter na ti vas pa ra o sa nea men -

to am bien tal em vi las e fa ve las se ja o pro ble ma mais

gra ve. Al gu mas ex pe riên cias bra si lei ras têm de -

mons tra do que fos sas sép ti cas con do mi niais, bio di -

ges to res, den tre ou tras pos si bi li da des são bas tan te

efi cien tes em lo cais on de a tec no lo gia con ven cio nal

não lo grou re sul ta dos po si ti vos.

O diag nós ti co co mu ni tá rio mos trou que a po pu la çãotem uma for te per cep ção dos pro ble mas am bien taisda ci da de e que es tes es tão re la cio na dos à si tua çãode de gra da ção dos cur sos d'água que cor tam o meio ur ba no e que se en con tram to tal men te po luí -dos, prin ci pal men te pe los es go tos do més ti cos lan -ça dos em na tu ra em suas água. Em to das as re gio -nais fo ram res sal ta dos os pro ble mas de cor ren tes dapo lui ção dos cur sos d'água.

Atual men te, o sis te ma de in ter cep ta ção não aten -

de to da a ci da de e, mes mo on de ele exis te, ocor -

rem li ga ções clan des ti nas en tre as re des de es go -

to e os dis po si ti vos de dre na gem plu vial. A des -

con ti nui da de do sis te ma de in ter cep ta ção é ou tro

fa tor que com pro me te a qua li da de da água de to -

dos os cur sos d'água e as es tru tu ras dos ca nais.

De acor do com o con tra to de con ces são com a

CO PA SA, até 31 de de zem bro de 2007 de ve riam

es tar pron tos os in ter cep to res dos rios To dos os

San tos e San to An tô nio, cór re gos São Dio go, São

Ja cin to, São Be ne di to e Ma ti nha. Se gun do in for -

207

ma ções da CO PA SA, em ja nei ro de 2007 en con -

tra vam-se im plan ta dos os se guin tes in ter cep to res:

Rio To dos os San tos - tre cho si tua do en tre as ruas

Ale xan dre Mat tar e Al fre do Ma cha do de Al mei da, ao

lon go das duas mar gens;

Rio San to An tô nio - tre cho en tre ruas Mar ti nho

Apo li ná rio de Sou za e Ave ni da Si dô nio Oto ni;

Cór re go São Dio go - in ter cep tor pro je ta do;

Cór re go São Ja cin to - tre cho en tre Av. Si dô nio

Oto ni e o in ter cep tor do rio To dos os San tos, pró -

xi mo à rua Ewald Mi del dorf;

Cór re go São Be ne di to - tre cho en tre o in ter cep tor

do rio To dos os San tos, lo ca li za do na Av. Luiz Boa li

Por to Sal man, e a rua 163, no bair ro Ta qua ra;

Cór re go Ma ti nha - en tre Av. Si dô nio Oto ni e o in ter -

cep tor do cór re go São Ja cin to.

A ine xis tên cia de uma Es ta ção de Tra ta men to de

Es go tos - ETE com pro me te a qua li da de da água de

to dos os cor pos d'água per ten cen tes à ba cia do rio

To dos os San tos, pe na li zan do as po pu la ções ru rais

à ju san te da ci da de, que não po dem mais uti li zar as

suas águas pa ra des se den ta ção ani mal ou con su -

mo hu ma no. O pra zo pre vis to pa ra tra tar to do o es -

go to co le ta do na se de do mu ni cí pio é 31 de de zem -

bro de 2008. No en tan to, es te cro no gra ma en con tra-

se bas tan te atra sa do, pois até o pre sen te a CO PA -

SA ain da não ha via de fi ni do o lo cal pa ra sua im plan -

ta ção. Es ti ma-se que, após de fi ni do o ter re no, as fa -

ses de de sa pro pria ção, li cen cia men to am bien tal e

cons tru ção da ETE de mo rem, no mí ni mo, 18 me -

ses. Res sal ta-se que a ETE de ve rá es tar si tua da à

ju san te do pe rí me tro ur ba no.

4. SIS TE MA DE GE REN CIA MEN TO DE

RE SÍ DUOS SÓ LI DOS UR BA NOS

A "no ção" de re sí duos não exis te na na tu re za, poisnos gran des ci clos na tu rais o pa pel dos de com po si -to res é trans for mar e/ou in cor po rar com ple ta men teas ma té rias des car ta das pe los ou tros com po nen tesdo sis te ma, sem al te rar o equi lí brio na tu ral. As sim, ano ção de re sí duo co mo ele men to ne ga ti vo, cau sa -dor de de gra da ção da qua li da de am bien tal, é de ori -gem an tró pi ca e, em ge ral, apa re ce quan do a ca pa -ci da de de ab sor ção na tu ral pe lo meio no qual es táin se ri do é ul tra pas sa da.

O con cei to de re sí duos de ve, tam bém, ser con si de -

ra do re la ti vo tan to no tem po quan to no es pa ço: um

va lor de uso ou uti li da de nu lo pa ra um de ten tor po -

de cor res pon der a um va lor de uso po si ti vo pa ra ou -

tro. O sta tus de re sí duo é, por tan to, pro vi só rio, tran si -

tó rio, sen do de pen den te dos es ta dos da eco no mia,

da tec no lo gia e da in for ma ção. Po rém, além das cir -

cuns tân cias eco nô mi cas e tec no ló gi cas do mo men to,

o fu tu ro do re sí duo, seu des car te ou sua con ser va -

ção, é for te men te con di cio na do pe lo con tex to psi co ló -

gi co e so cio ló gi co, fa to res que tam bém evo luem no

tem po e no es pa ço. As sim, a va lo ra ção dos re sí duos

é fru to da so cie da de na qual é ge ra do e, qual quer

pro pos ta pa ra seu ma ne jo e tra ta men to, de ve rá in cor -

po rar os va lo res e a cul tu ra pre va le cen tes no cor po

so cial. Nes se con tex to, os pro gra mas de ge ren cia -

men to de re sí duos só li dos as su mem im por tan te pa -

pel na cons ti tui ção dos no vos pa ra dig mas que de ve -

rão fun da men tar a so cie da de do sé cu lo XXI.

Além da ques tão de sua va lo ra ção, a quan ti da de

dos re sí duos ge ra dos em uma co mu ni da de de pen -

de, ain da, do ti po de ati vi da des exer ci das, do ní vel

so cial pre do mi nan te, da cons cien ti za ção so bre o

uso ra cio nal dos re cur sos e, evi den te men te, da po -

pu la ção aten di da pe lo ser vi ço de co le ta re gu lar.

Em Teó fi lo Oto ni, o ín di ce de aten di men to da co le ta

re gu lar de li xo do mi ci liar é de 86% da po pu la ção ur -

ba na, sen do que a lim pe za ur ba na es tá sob a res -

pon sa bi li da de da Se cre ta ria Mu ni ci pal de In fra-es -

tru tu ra e Meio Am bien te. Os ser vi ços de lim pe za ur -

ba na com preen dem as ati vi da des de: co le ta de re sí -

duos só li dos do més ti cos, co mer ciais e pú bli cos; var -

ri ção e ca pi na de vias e lo gra dou ros; la va ção de vias

e pra ças; po da de ár vo res; lim pe za de bo cas de lo -

bo; pin tu ra de meio-fio e mu ros pú bli cos; co le ta de

re sí duos de ser vi ços de saú de, de en tu lho e de re sí -

duos vo lu mo sos; lim pe za de fei ras e mer ca dos; e

re mo ção de ani mais mor tos.

Nos me ses de mar ço e abril de 2001, a ES COAR

En ge nha ria rea li zou um diag nós ti co da si tua ção dos

re sí duos só li dos no mu ni cí pio, ten do en con tra do os

se guin tes pa râ me tros:

- ge ra ção diá ria de 101 to ne la das de re sí duos, in -

cluin do re sí duos de ser vi ços de saú de e en tu lho;

- 20% do to tal de re sí duos ge ra dos fo ram con si de ra -

dos po ten cial men te re ci clá veis;

- os es ta be le ci men tos de re sí duos de ser vi ços de

saú de ge ram 0,6 t/dia de re sí duos;

- ge ra ção per ca pi ta de 0,997kg/hab x dia;

- pe so es pe cí fi co do li xo sol to foi de 245kg/m3.

Es ses da dos fo ram uti li za dos pa ra di men sio na men to

do pro je to do fu tu ro ater ro sa ni tá rio do mu ni cí pio e,

por se rem os úni cos da dos dis po ní veis, ser vi rão de

ba se pa ra as es ti ma ti vas rea li za das nes te tra ba lho.

208

Pa ra ca rac te ri zar a si tua ção dos ser vi ços de lim -

pe za pú bli ca exis ten te em Teó fi lo Oto ni, fo ram uti -

li za dos da dos mais re cen tes, co le ta dos pe lo Sis te -

ma Na cio nal de In for ma ções so bre Sa nea men to -

SNIS, do Mi nis té rio das Ci da des, re fe ren tes ao

ano de 2004. Nes se ano, a Pre fei tu ra alo ca va 144

ser vi do res mu ni ci pais no ma ne jo dos re sí duos só -

li dos ur ba nos, sen do 20 na var ri ção de lo gra dou -

ros, 65 na ca pi na, 57 em ou tras ati vi da des e dois

ge ren tes. Con ta va, tam bém, com 56 tra ba lha do res

ter cei ri za dos, dis tri buí dos en tre as ati vi da des de

co le ta de re sí duos do més ti cos (25), de var ri ção de

lo gra dou ros (27) e 4 ge ren tes.

A fre qüên cia da co le ta dos re sí duos do més ti cos era

diá ria pa ra 55% da po pu la ção, al ter na da pa ra 35% e

cer ca de 10% dos mu ní ci pes eram aten di dos por co -

le ta se ma nal. Os re sí duos dos ser vi ços de saú de,

ape sar de se rem de res pon sa bi li da de do ge ra dor,

eram co le ta dos pe la mu ni ci pa li da de, uti li zan do veí -

cu lo pró prio a es sa fi na li da de, e sem ônus ex tra pa -

ra os ge ra do res. Os re sí duos de cons tru ção ci vil e

os re sí duos vo lu mo sos tam bém eram co le ta dos gra -

tui ta men te pe la mu ni ci pa li da de.

Os gas tos da pre fei tu ra com os ser vi ços de lim pe za

ur ba na to ta li za ram R$ 2.239.000,00 no ano de 2004,

ou o equi va len te a uma mé dia men sal de R$

186.590,00. Par te des sas des pe sas é co ber ta pe la

ta xa de lim pe za pú bli ca ar re ca da da jun to com o im -

pos to pre dial e ter ri to rial ur ba no - IP TU.

Ain da se gun do o SNIS, os equi pa men tos dis po ní veis

pa ra a pres ta ção dos ser vi ços eram dois ca mi nhões,

um bás cu la e um com pac ta dor, com mais de 10 anos

de uso e per ten cen tes à Pre fei tu ra. A em pre sa ter cei -

ri za da dis pu nha de 7 ca mi nhões, 5 com pac ta do res e

2 bás cu las, com me nos de 5 anos de vi da útil.

Quan to à dis po si ção fi nal, os re sí duos eram en ca mi -nha dos pa ra ter re no par ti cu lar, alu ga do pe la Pre fei -tu ra, e lo ca li za do às mar gens da BR-116. Pa ra ope -ra ção de ater ra men to dos re sí duos eram dis po ni bi li -za dos um tra tor de es tei ra e uma pá car re ga dei ra.Ain da se gun do es sa fon te, ha via à épo ca, cer ca de40 ca ta do res no lo cal do ater ro con tro la do, sen do 17com ida de in fe rior a 14 anos.

Ca be res sal tar que to das as in for ma ções cons tan tes nore la tó rio do SNIS fo ram for ne ci das pe la pró pria Pre fei -tu ra atra vés do preen chi men to de for mu lá rios pa drões.

Em maio de 2006, a Pre fei tu ra ini ciou um pro ces -

so li ci ta tó rio pa ra con tra ta ção de em pre sa que de -

ve rá as su mir os ser vi ços de lim pe za ur ba na do

mu ni cí pio nos pró xi mos 5 anos. Os ser vi ços ob je -

tos de con tra ta ção do Edi tal 001/2006 pre vêem:

1. co le ta e trans por te de re sí duos só li dos do mi ci -

lia res, co mer ciais e de var ri ção na se de e nos dis -

tri tos de Cris pim Ja ques, Mu cu ri, Pe dro Ver sia ni,

Ce dro, To pá zio, Ma ra vi lha, Rio Pre ti nho, La ji nha,

Bam berg, Bre jão e Pó ton;

2. co le ta se le ti va e trans por te de ma te riais re ci clá veis;

3. co le ta e trans por te de re sí duos de ser vi ço de saú de;

4. var ri ção ma nual de vias, lo gra dou ros pú bli cos e

lo cais de fei ras li vres;

5. for ne ci men to de equi pes es pe ciais pa ra pres ta -

ção de ser vi ços pú bli cos re la ti vos à lim pe za es pe -

cial que in cluem ras pa gem, var ri ção, ca pi na ção e

ro ça da jun to aos pas seios, sar je tas, can tei ros cen -

trais, ca nais e cór re gos, pin tu ras de meio- fios e mu -

ros pú bli cos, re ti ra das das fai xas e car ta zes, lim pe -

za de lo tes va gos, re mo ção de en tu lho e ani mais

mor tos e lim pe za ma nual de bo cas de lo bo;

6. ca pi na me ca ni za da em vias e lo gra dou ros pú bli cos;

7. lim pe za me câ ni ca de bo cas de lo bo e dos ra mais

de li ga ção;

8. la va gem de lo gra dou ros pú bli cos, de lo cais de fei -

ras li vres e abri gos de ôni bus;

9. lo ca ção de equi pa men tos e mão-de- obra pa ra

ope ra ção do ater ro exis ten te;

10. cam pa nha per ma nen te de edu ca ção am bien tal.

É im por tan te des ta car que no Edi tal 001/2006 a Pre -

fei tu ra in cluiu a mo da li da de de co le ta se le ti va nos

ser vi ços de lim pe za ur ba na e pre viu a im plan ta ção

de Cam pa nha Per ma nen te de Edu ca ção Am bien tal

vi san do à mo bi li za ção da co mu ni da de e seu es cla -

re ci men to quan to aos ser vi ços de lim pe za ur ba na.

Pa ra rea li zar es sa cam pa nha fo ram pre vis tos re cur -

sos fi nan cei ros pa ra pro du ção de fo lhe te ria, anún -

cios na mí dia lo cal (rá dio), con tra ta ção de pro fis sio -

nal da área am bien tal e de um au xi liar, além de veí -

cu lo de apoio. O edi tal pre vê ain da que:

"O ser vi ço se rá or ga ni za do de for ma a con tem plar aco le ta se le ti va e o trans por te dos ma te riais re ci clá -veis até o lo cal on de os ca ta do res fa rão a tria gem eo en far da men to des se ma te rial ou on de a Pre fei tu raMu ni ci pal de Teó fi lo Oto ni in di car.Pa ra o trans por te dos ma te riais re ci clá veis, pro ve -nien tes da co le ta se le ti va, de ve rá ser usa do um ca -mi nhão car ro cei ra equi pa do, com pin tu ra e iden ti fi -ca ção es pe cí fi ca."

Des sa for ma, a Pre fei tu ra co me ça a se es tru tu rar no

209

sen ti do de sa nar um dos pon tos fra cos do atual sis -

te ma de lim pe za ur ba na que é a au sên cia de co le ta

se le ti va or ga ni za da no mu ni cí pio, en ten den do co mo

"or ga ni za da" a par ti ci pa ção do po der pú bli co na es -

tru tu ra ção des sa ati vi da de. Atual men te, é rea li za da

co le ta se le ti va in for mal, pe los ca ta do res de ma te -

riais re ci clá veis, ape nas no bair ro Fi la dél fia.

Em 1999, com a in ter ve niên cia do Mi nis té rio Pú bli co, a

pre fei tu ra Mu ni ci pal de Teó fi lo Oto ni as si nou um Ter mo

de Ajus ta men to de Con du ta vi san do à re ti ra da dos ca -

ta do res que atua vam no li xão, com pro me ten do-se em

ga ran tir- lhes ou tra for ma de so bre vi vên cia. Con tu do, a

mu dan ça de ges tão do po der pú bli co mu ni ci pal in ter -

rom peu es se pro ces so que só veio a ser re to ma do em

2002, quan do vá rias ins ti tui ções e em pre sas, sen si bi li -

za das com a si tua ção dos ca ta do res, jun ta ram-se em

uma par ce ria com o ob je ti vo de apoiar a cria ção da As -

so cia ção dos Ca ta do res. Den tre os apoia do res ci tam-

se CO PA SA, IEF, IBRAM, Câ ma ra dos Ve rea do res,

As so cia ção Apren der e Em preen der Jun tos, Es co las

Mu ni ci pais, Cen tro de De fe sa dos Di rei tos Hu ma nos,

den tre ou tros, mas não con ta vam com o apoio ofi cial

da ad mi nis tra ção mu ni ci pal. As sim, em de zem bro de

2002 foi cria da a As so cia ção de Ca ta do res de Ma te -

riais Re ci clá veis Nos sa Vi da - AS CA NO VI.

Em 2004 foi rea li za do o Se mi ná rio Pro mo ção de

Tra ba lho e Ren da: Li xo e Ci da da nia, pro mo vi do pe -

la Câ ma ra Mu ni ci pal, dan do con ti nui da de às ati vi da -

des de apoio a AS CA NO VI.

O pro ble ma de fal ta de ins ta la ções on de pu des sem

rea li zar as ati vi da des de tria gem e ar ma ze na gem

dos ma te riais foi uma das ações que mo bi li zou vá -

rios apoia do res e re sul tou na ces são, pe la Se cre ta -

ria de Pa tri mô nio Pú bli co da União, do gal pão do

DNIT lo ca li za do pró xi mo à ro do viá ria, em 2004.

Se gun do da dos for ne ci dos pe la AS CA NO VI, em

abril de 2007, ela con ta va com 27 as so cia dos, em -

bo ra se es ti me que exis tam de 150 a 200 ca ta do -

res au tô no mos atuan do na ci da de. De acor do com

le van ta men to for ne ci do pe la As so cia ção, são tria -

dos e co mer cia li za dos, em mé dia, 28 to ne la das/

mês de ma te riais, a sa ber:

- 21,0t de pa pe lão- 4,0t de pa pel bran co- 0,3t de plás ti co du ro- 1,5t de sa co fil me- 0,2t de PET- 1,1t de Me tal.

A re cei ta apu ra da com a co mer cia li za ção des ses

ma te riais re ci clá veis é dis tri buí da en tre os as so cia -

dos, pro pi cian do uma ren da mé dia men sal en tre R$

130,00 e R$150,00. Ou se ja, ca da fa mí lia pre ci sa

triar, no mí ni mo, 1 to ne la da/mês pa ra ga ran tir es sa

ren da. De acor do com es ti ma ti vas da AS CA NO VI,

pa ra au men tar o nú me ro de as so cia dos e ge rar ren -

da su fi cien te pa ra to dos se ria ne ces sá rio co mer cia -

li zar cer ca de 230t/mês de ma te riais re ci clá veis.

Con for me o diag nós ti co rea li za do pe la ES COAR En -

ge nha ria, o po ten cial de ge ra ção de ma te riais re ci clá -

veis em Teó fi lo Oto ni se ria de 20% do to tal de li xo pro -

du zi do dia ria men te. No en tan to, pes qui sas do

IPT/CEM PRE in di ca ram que o per cen tual má xi mo de

ma te riais re ci clá veis se pa ra dos pe la po pu la ção é de

10%, nas ci da des on de fo ram im plan ta dos pro gra mas

de co le ta se le ti va. As sim, con si de ran do es se per cen -

tual mais pes si mis ta, em Teó fi lo Oto ni o po ten cial de

ma te riais re ci clá veis pa ra co mer cia li za ção é da or dem

de 10t/dia ou 220t/mês, quan ti ta ti vo bem pró xi mo às

230t cal cu la das pe la AS CA NO VI e que ga ran ti ria a

ab sor ção de apro xi ma da men te 200 fa mí lias. Con tu -

do, o al can ce des sa me ta de pen de do apoio do po der

pú bli co mu ni ci pal na mo bi li za ção da po pu la ção e na

cria ção das con di ções ne ces sá rias à im plan ta ção de

um pro gra ma de ge ren cia men to de re sí duos só li dos

ur ba nos que in cor po re a co le ta se le ti va e a ge ra ção

de ren da e in clu são so cial dos ca ta do res.

Do ex pos to aci ma, con clui-se que o for ta le ci men to

da AS CA NO VI atra vés da im plan ta ção or ga ni za da

da co le ta se le ti va em Teó fi lo Oto ni de ve ser uma das

prio ri da des da atual ges tão, bem co mo lhes ga ran tir

o di rei to ao pro ces sa men to e co mer cia li za ção dos

ma te riais re ci clá veis. Di rei to es te que de ve rá es tar

res pal da do por Lei Mu ni ci pal.

O avan ço da or ga ni za ção dos ca ta do res pos si bi li toua cria ção de um mo vi men to na cio nal que tem co mouma de suas prin ci pais ban dei ras a ga ran tia da des -ti na ção de to dos os ma te riais re ci clá veis aos ca ta -do res or ga ni za dos no sis te ma coo pe ra ti vo ou as so -cia ti vo. Nes se sen ti do, a Lei Fe de ral No 11.445 - Leida Po lí ti ca Fe de ral de Sa nea men to Bá si co, de 5 deJa nei ro de 2007, al te ra dis po si ti vo da Lei Fe de ral8.666, per mi tin do a con tra ta ção, sem li ci ta ção, deas so cia ção ou coo pe ra ti va pa ra exer cer as ati vi da -des de co le ta, pro ces sa men to e co mer cia li za ção dere sí duos só li dos ur ba nos re ci clá veis ou reu ti li zá veis,em áreas com sis te mas de co le ta se le ti va de li xo.

A Di re ção Na cio nal do Mo vi men to dos ca ta do res en -

ten de que é ne ces sá rio cui da do com os pro ces sos de

ter cei ri za ção dos ser vi ços de co le ta, pa ra que es se

di rei to não se ja des via do pa ra a ini cia ti va pri va da ou

seg men tos já re mu ne ra dos pe lo ser vi ço que fa zem.

210

"É ne ces sá rio de fi nir pro je tos e pro gra mas que in -cluam os ca ta do res or ga ni za dos no seu pro ces sode ges tão e tam bém a co le ta dos ma te riais, que érea li za da pe los ca ta do res or ga ni za dos nos seus sis -te mas de as so cia ção ou coo pe ra ti va." (Se mi ná rioLe gis la ti vo Li xo e Ci da da nia, 2005).

Ten do em vis ta a com ple men ta ção dos da dos se-

cun dá rios, foi rea li za da vi si ta téc ni ca à ci da de de

Teó fi lo Oto ni, no mês de ja nei ro de 2007, quan do foi

pos sí vel cons ta tar que, de mo do ge ral, a ci da de

apre sen ta va boas con di ções de lim pe za e bom as -

pec to fí si co. As prin ci pais ocor rên cias de re sí duos

nos es pa ços pú bli cos ( vias e lo gra dou ros) es ta vam

re la cio na das com a dis po si ção de re sí duos de cons -

tru ção ci vil em bo ta-fo ras clan des ti nos (fo tos 7 a 10).

A ine xis tên cia de al ter na ti vas ade qua das pa ra dis po si -

ção dos re sí duos de cons tru ção ci vil pro du zi dos pe los

pe que nos ge ra do res, evi tan do sua de po si ção in dis cri -

mi na da pe la ma lha ur ba na, é um dos prin ci pais pro -

ble mas das ad mi nis tra ções pú bli cas. Em ra ros lo cais,

con for me po de ser ob ser va do na fo to 11, a dis po si ção

dos re sí duos iner tes ge ra dos pe las obras, prin ci pal -

men te os so los pro ve nien tes de de sa ter ros, é fei ta or -

ga ni za da men te, sa nean do áreas in sa lu bres ou ater -

ran do vo ço ro cas. Es sa po de ser con si de ra da uma

des ti na ção ade qua da pa ra es se ti po de re sí duo.

Se gun do a Re so lu ção CO NA MA 307, de 5/7/2002, é

atri bui ção dos mu ni cí pios ela bo ra rem o Pla no In te -

gra do de Ge ren cia men to de Re sí duos da Cons tru ção

Ci vil que de ve rá con ter as di re tri zes e pro ce di men tos

pa ra o Pro gra ma Mu ni ci pal de Ge ren cia men to de Re -

sí duos de Cons tru ção Ci vil - RCC e pa ra os Pro je tos

de Ge ren cia men to de RCC. O pri mei ro pro gra ma, de

atri bui ção do po der pú bli co, de ve rá pro ver al ter na ti -

vas pa ra dis po si ção ade qua da dos RCC pro du zi dos

pe los pe que nos ge ra do res. Os Pro je tos de Ge ren cia -

men to de ve rão ser ela bo ra dos pe los gran des ge ra do -

res e, após apro va ção do ór gão pú bli co com pe ten te,

de ve rão ser im plan ta dos nos can tei ros de obra ten do

co mo prio ri da de a re du ção da ge ra ção de re sí duos,

se gui da de reu ti li za ção e re ci cla gem. Se gun do es sa

re so lu ção é proi bi do o re ce bi men to de ma te rial iner te

211

(ter ra e en tu lho) nos ater ros sa ni tá rios, de ven do ser

im ple men ta das áreas de tria gem e trans bor do - ATT,

pa ra se pa ra ção dos ma te riais iner tes da que les não

iner tes. Pos te rior men te, os iner tes de ve rão ser en ca -

mi nha dos pa ra ater ros es pe cí fi cos. As áreas des ti na -

das ao re ce bi men to de iner tes po dem ter des ti na ções

di fe ren cia das, ou se ja, um ater ro de iner tes po de ser

con si de ra do co mo fu tu ra área de em prés ti mo de ma -

te rial ou po de ser um lo cal que pre ci se ser sa nea do

ou re ti fi ca do pa ra me lho ria das con di ções am bien tais

da ci da de. As fo tos 12 e 13 ilus tram dois exem plos de

áreas que po de riam ser re qua li fi ca das com a dis po si -

ção con tro la da de iner tes.

No ca so da Rua São Vi cen te, o grei de da via à meia

en cos ta in ter rom peu o sis te ma de dre na gem na tu ral

das águas plu viais e criou uma si tua ção de di fí cil so -

lu ção téc ni ca pa ra as edi fi ca ções im plan ta das no ní -

vel abai xo do lei to da via. Ater rar es se lo cal com

iner tes pa ra de pois reas sen tar as fa mí lias pro pi cia -

ria uma si tua ção mais ade qua da dos pon tos de vis -

ta téc ni co, sa ni tá rio, am bien tal e so cial.

A vo ço ro ca apre sen ta da na fo to 13 po de ser con -

si de ra da uma área ap ta a re ce ber, de for ma con -

tro la da, os ma te riais iner tes ge ra dos nas obras de

cons tru ção ci vil, des de que se jam pre vis tos aces -

sos se gu ros. O re sul ta do se ria a re cu pe ra ção de

uma área am bien tal men te de gra da da.

Há vá rias al ter na ti vas pa ra dis po si ção dos iner tes sen -

do que a es co lha da me lhor op ção pa ra a ci da de, de -

pen de de es tu do de ta lha do que de ve rá sub si diar a ela -

bo ra ção do Pla no de Ge ren cia men to de Re sí duos da

Cons tru ção Ci vil de Teó fi lo Oto ni, em con so nân cia com

as di re tri zes con ti das na re so lu ção CO NA MA 307/02 e

iden ti fi can do as áreas pro pí cias pa ra re ce bi men to,

trans bor do e dis po si ção fi nal de ma te riais iner tes.

Se, pa ra os gran des ge ra do res, o pro ble ma bá si co é a

se pa ra ção dos re sí duos e sua cor re ta dis po si ção em

áreas ap tas pa ra re ce bê-los, no ca so dos pe que nos ge -

ra do res o prin ci pal pro ble ma é pro ver a ci da de de pon -

tos au to ri za dos pa ra re ce bi men to dos re sí duos de cons -

tru ção e de mo li ção sem cau sar im pac tos am bien tais.

Em Teó fi lo Oto ni, co mo em ou tras ci da des bra si lei ras, é

co mum uti li zar o ser vi ço de car ro cei ros pa ra o trans por -

te de ma te riais de cons tru ção e tam bém pa ra os re sí -

duos ge ra dos pe las obras. Nes ses ca sos, os re sí duos

de cons tru ção e de mo li ção são de po si ta dos em lo tes

va gos, nas mar gens de rios e cór re gos, no lei to de vias

ou em áreas pú bli cas não ocu pa das, cau san do gran des

trans tor nos pa ra o meio am bien te e a saú de pú bli ca.

Se gun do in for ma do, a ci da de pos sui três pon tos de

car ro cei ros, sen do que o prin ci pal de les lo ca li za-se

no iní cio da Av. Flo ria no Pei xo to (fo tos 14 e 15).

212

Co mo prin ci pais agen tes trans por ta do res de en tu -

lho, os car ro cei ros pre ci sam ser sen si bi li za dos so -

bre os pro ble mas de cor ren tes de suas ações e os

im pac tos ne ga ti vos so bre o meio am bien te ur ba -

no. O tra ba lho de sen si bi li za ção e or ga ni za ção

des ses tra ba lha do res pre ci sa ser in cor po ra do pe -

los ges to res mu ni ci pais, na me di da em que eles

po dem, se de vi da men te orien ta dos, rea li zar um

tra ba lho fun da men tal pa ra a lim pe za ur ba na. Al gu -

mas ci da des co mo, Be lo Ho ri zon te, San to An dré,

Gua ru lhos, den tre ou tras, im plan ta ram uni da des

fí si cas, dis tri buí das pe la ci da de, e do ta das de ca -

çam bas es ta cio ná rias pa ra re ce be rem os RCD

trans por ta dos pe los car ro cei ros. Não se tra ta de

im por tar es sa so lu ção pa ra Teó fi lo Oto ni, mas se

ins pi rar nes ses mo de los, de for ma a criar uma al -

ter na ti va que se ja ade qua da pa ra a ci da de.

Du ran te o diag nós ti co co mu ni tá rio, a po pu la ção ex -

pres sou que, de for ma ge ral, es tá sa tis fei ta com os

ser vi ços de lim pe za pú bli ca. Os prin ci pais pro ble mas

iden ti fi ca dos es tão re la cio na dos com a to po gra fia aci -

den ta da da re gião que não per mi te o trá fe go dos ca -

mi nhões de co le ta em tre chos de al ta de cli vi da de,

pre ju di can do a po pu la ção que mo ra nas par tes mais

al tas da ci da de. Nes ses lo cais o li xo é jo ga do in dis cri -

mi na da men te em lo tes va gos pa ra ser quei ma do pos -

te rior men te, pro vo can do gra ves pro ble mas de po lui -

ção at mos fé ri ca. A fal ta de pa vi men ta ção de al gu mas

vias tam bém foi con si de ra da fa tor pre ju di cial à co le ta

de li xo, pois na épo ca das chu vas o ca mi nhão de co -

le ta não con se gue tran si tar por es sas vias. Em al guns

lo cais de di fí cil aces so a Pre fei tu ra tem se uti li za do de

li xei ras pú bli cas on de os mo ra do res que não pos -

suem aces so à co le ta por ta-a-por ta, de po si tam seus

sa cos de li xo (Fo to 16). Es sa so lu ção é con si de ra da

pa lia ti va, pois se as dis tân cias en tre as mo ra dias e as

ca çam bas for mui to gran de (mais de 100m), os mo ra -

do res aca bam jo gan do o li xo em lo tes va gos ao in vés

de uti li zar a li xei ra pú bli ca.

Por fim, a fal ta de uma al ter na ti va de dis po si ção

fi nal ade qua da pa ra o li xo foi ou tro fa tor con si de -

ra do fa lho pe la po pu la ção. O atual ater ro con tro -

la do não dis põe de sis te mas de tra ta men to de ga -

ses e efluen tes lí qui dos (cho ru me) e o sis te ma de

ater ra men to de re sí duos é pre cá rio, não ocor ren -

do dia ria men te. No lo cal ain da ocor re ca ta ção e

as áreas à ju san te en con tram-se im pac ta das pe la

ope ra ção do ater ro con tro la do. As fo tos 17 a 20

apre sen tam a si tua ção do ater ro con tro la do de li -

xo no mês de Ja nei ro de 2007.

213

Vi san do so lu cio nar o pro ble ma da dis po si ção fi nal

dos re sí duos só li dos ur ba nos a Pre fei tu ra de Teó fi lo

Oto ni iden ti fi cou uma área lo ca li za da a apro xi ma da -

men te 10 km de dis tân cia do cen tro ur ba no pa ra im -

plan ta ção do fu tu ro ater ro sa ni tá rio. A lo ca li za ção da

área po de ser ob ser va da no ma pa "Zo nas Po ten -

ciais de Con ser va ção Am bien tal" (cons tan te do vo lu -

me ane xo - Car to gra fia). Che car se es sa in for ma ção

real men te cons ta do ma pa. Se gun do in for ma do pe -

la Pre fei tu ra, os téc ni cos da FEAM já vis to ria ram a

área, que foi apro va da, e en con tra-se em an da men -

to o pro ces so de ob ten ção da Li cen ça de Ins ta la ção

do em preen di men to. A no va uni da de de tra ta men to

pre vê, tam bém, uma uni da de de com pos ta gem pa ra

tra ta men to de par te da ma té ria or gâ ni ca pre sen te na

mas sa de re sí duos.

Den tre os pro ble mas já iden ti fi ca dos, acres cen ta-se a fal ta de tra ta men to pré vio dos re sí duos de ser -vi ços de saú de co le ta dos nos es ta be le ci men tos een ca mi nha dos di re ta men te pa ra dis po si ção fi nalno ater ro con tro la do, on de são ater ra dos em va laex clu si va. Ur ge rea li zar es for ços no sen ti do de im -plan tar a co le ta se le ti va e um ater ro sa ni tá rio pa raa ci da de, bem co mo al ter na ti vas de ma ne jo, tra ta -men to e dis po si ção dos re sí duos de ser vi ços desaú de e de cons tru ção ci vil.

Quan to aos re sí duos ge ra dos nos es ta be le ci men -tos de saú de de ve rá ser san cio na da Lei Mu ni ci palque obri gue sua se gre ga ção na ori gem de tal for -ma que os re sí duos con ta mi na dos não te nhamcon ta to com os re sí duos co muns. Os re sí duos con -ta mi na dos de ve rão ser iner ti za dos an tes da suadis po si ção fi nal. O mé to do de iner ti za ção mais co -mum e eco nô mi co, pa ra os re sí duos do ti po A (re -sí duos com con ta mi na ção bio ló gi ca por agen tespa to gê ni cos), é a au to-cla va gem, se gui da pe lospro ces sos de mi croon das e in ci ne ra ção.

Pe lo ex pos to fi ca evi den te a ne ces si da de de ela bo -

ra ção do Pla no de Ge ren cia men to In te gra do dos

Re sí duos Só li dos Ur ba nos que de ve rá com por um

dos ca pí tu los da Po lí ti ca Mu ni ci pal de Sa nea men to

que, por sua vez, de ve rá in cor po rar as di re tri zes de

sa nea men to que ve nham a ser es ta be le ci das pe lo

Pla no Di re tor de Teó fi lo Oto ni.

Pa ra im plan ta ção do Pla no de Ge ren cia men to In te -

gra do de Re sí duos Só li dos Ur ba nos de ve-se bus car

co lo car ca da ci da dão co mo agen te par ti ci pan te da

cons tru ção de so lu ções pa ra os pro ble mas re la cio -

na dos ao li xo pro du zi do por ca da um. A atua ção vol -

ta da pa ra a ci da da nia e par ti ci pa ção so cial de ve se

apoiar num tra ba lho de co mu ni ca ção e mo bi li za ção

so cial pa ra en fren tar o enor me de sa fio do alhea -

men to da so cie da de em re la ção aos pro ble mas re la -

cio na dos ao li xo ur ba no.

"De ve-se tam bém bus car via bi li zar a ge ra ção de tra -ba lho e ren da pa ra se to res tra di cio nal men te ex cluí -dos da ci da de for mal por meio da in ser ção so cialdos ca ta do res de ma te riais re ci clá veis, car ro cei ros emes mo da po pu la ção de vi las e fa ve las, pe la suauti li za ção na exe cu ção dos ser vi ços de lim pe za ur -ba na nes ses lo cais" ( ABREU, 2001).

5. DI RE TRI ZES PA RA SA NEA MEN TO BÁ SI CO

Há que se ob ser var, que no mo de lo de cres ci men todas ci da des bra si lei ras, to dos os con tri buin tes pa -gam o cus to das in ver sões em in fra-es tru tu ra, mases ta não al can ça a to dos. Ca be, por tan to, ao po derpú bli co pro ce der à dis tri bui ção mais eqüi ta ti va dosin ves ti men tos e seus con se qüen tes be ne fí cios. Emcon so nân cia com es se ra cio cí nio, as di re tri zes pa raaten di men to às ne ces si da des de abas te ci men to de água, es go ta men to sa ni tá rio e ge ren cia men to de re -sí duos só li dos da po pu la ção de Teó fi lo Oto ni fo ramfun da men ta das nos prin cí pios de uni ver sa li da de,equi da de e in te gra li da de. En ten de-se co mo:

Uni ver sa li da de: to dos os ci da dãos têm di rei to aoaces so a to dos os ser vi ços de sa nea men to bá si cocon si de ra dos es sen ciais à so bre vi vên cia hu ma nacom dig ni da de.

Equi da de: to dos os ci da dãos são iguais e têm di rei -

tos iguais, as sim, os ser vi ços de sa nea men to bá si co

de vem es tar igual men te dis po ní veis a to dos.

In te gra li da de: to dos os ci da dãos têm di rei to ao con -

jun to de to das as ati vi da des e com po nen tes de ca da

um dos ser vi ços de sa nea men to bá si co em con for -

mi da de com suas ne ces si da des.

Es ses prin cí pios fo ram as se gu ra dos pe la Lei Fe de -

ral No 11.445 - Lei da Po lí ti ca Fe de ral de Sa nea -

men to Bá si co, de 5 de Ja nei ro de 2007, que es ta be -

214

le ceu di re tri zes na cio nais pa ra o sa nea men to bá si -

co, sen do es te en ten di do co mo o con jun to de ser vi -

ços, in fra-es tru tu ra e ins ta la ções ope ra cio nais de

abas te ci men to de água po tá vel; es go ta men to sa ni -

tá rio; lim pe za ur ba na e ma ne jo dos re sí duos só li -

dos; dre na gem e ma ne jo de águas plu viais ur ba nas.

Es ta be le ceu, tam bém, a obri ga to rie da de de to dos

os mu ni cí pios ela bo ra rem seus res pec ti vos Pla nos

Mu ni ci pais de Sa nea men to.

Ten do em vis ta que o Pla no Di re tor de Teó fi lo Oto ni é

um dos prin ci pais ins tru men tos de ges tão de mo crá ti ca

da ci da de, de ve rá in cor po rar den tre suas di re tri zes a

cons ti tui ção do Pla no Mu ni ci pal de Sa nea men to - PMS,

fun da men ta do nos prin cí pios es ta be le ci dos pe la Lei

11.445. O PMS de ve rá ser es tru tu ra do em dois ei -

xos prin ci pais: cria ção de ar ca bou ço le gal pa ra as

ações de sa nea men to e meio-am bien te e cria ção de

ca nais de mo crá ti cos de par ti ci pa ção po pu lar.

1 - Cria ção de ar ca bou ço le gal pa ra o

sa nea men to

O Pla no Mu ni ci pal de Sa nea men to de ve ga ran tir a

to dos os ci da dãos o di rei to de aces so aos ser vi ços

de sa nea men to em con for mi da de com suas ne ces si -

da des, bem co mo a pre ser va ção dos re cur sos hí dri -

cos exis ten tes. Vi san do al can çar es ses ob je ti vos de -

ve rá con tem plar, no mí ni mo, os se guin tes as pec tos:

1- De fi ni ção dos res pon sá veis pe la re gu la ção, fis ca -

li za ção e pres ta ção dos ser vi ços de sa nea men to bá -

si co nos ter mos da Cons ti tui ção Fe de ral e da Lei

11.107/2005.

2- Ob je ti vos e me tas de cur to, mé dio e lon go pra zos

pa ra a uni ver sa li za ção, ad mi ti das so lu ções gra duais

e pro gres si vas, bem co mo o uso de so lu ções e tec -

no lo gias al ter na ti vas pa ra sa nea men to de áreas de

ur ba ni za ção es pe ciais (vi las, fa ve las e pe que nos

po voa dos ru rais).

3- Pro gra mas, pro je tos e ações ne ces sá rias pa ra

atin gir os ob je ti vos pro pos tos, de mo do com pa tí vel

com os pla nos plu ri- anuais e com ou tros pla nos go -

ver na men tais cor re la tos.

4- Pre vi são de al ter na ti vas de pres ta ção de ser vi ços

atra vés da as so cia ção vo lun tá ria com ou tros en tes

fe de ra dos, por con vê nio ou con sór cio pú bli co.

5- Cria ção do Fun do Mu ni ci pal de Sa nea men to com

par te dos re cur sos ar re ca da dos pe la CO PA SA e por

ou tras em pre sas pres ta do ras de ser vi ços de sa nea -

men to com a fi na li da de de cus tear a uni ver sa li za ção

dos ser vi ços pú bli cos de sa nea men to.

6- Cro no gra ma de ações pa ra ca da ti po de ser vi ço

em con for mi da de com os res pec ti vos pres ta do res

des ses ser vi ços.

7- Pre vi são de sub sí dios ta ri fá rios e/ou fis cais pa ra

os usuá rios e lo ca li da des que não te nham ca pa ci da -

de de pa ga men to ou es ca la eco nô mi ca su fi cien te

pa ra co brir o uso in te gral dos ser vi ços.

8- De fi ni ção dos gran des usuá rios dos ser vi ços que

de ve rão ter tra ta men to es pe cí fi co, atra vés de re gu -

la men ta ção pró pria. No ca so dos re sí duos só li dos,

de ve rão ser de fi ni dos os gran des ge ra do res e os

ge ra do res de re sí duos es pe ciais (re sí duos de ser vi -

ços de saú de, de cons tru ção ci vil e de in dús tria) e

re gu la men ta das as res pon sa bi li da des pe la co le ta,

tra ta men to e dis po si ção fi nal des ses re sí duos:

a) obri ga to rie da de dos ge ra do res de re sí duos de ser -

vi ços de saú de se gre ga rem seus re sí duos na ori gem

de tal for ma que, os re sí duos con ta mi na dos não te -

nham con ta to com os re sí duos co muns. Os re sí duos

con ta mi na dos de ve rão ser iner ti za dos an tes da sua

dis po si ção fi nal ou dis pos tos em va la es pe cí fi ca;

b) re gu la men tar as di re tri zes con ti das na Re so lu ção

CO NA MA 307/2002, que tra ta do ge ren cia men to

dos re sí duos de cons tru ção ci vil, em es pe cial, a im -

plan ta ção de áreas au to ri za das pe lo po der pú bli co

pa ra re ce bi men to dos re sí duos iner tes pro ve nien tes

das obras de cons tru ção e de mo li ção;

9- In cen ti vo e apoio à or ga ni za ção dos car ro cei ros eca ta do res em as so cia ções e/ou coo pe ra ti vas, defor ma a as se gu rar- lhes a par ti ci pa ção no pro ces soda co le ta se le ti va, com con di ções de tra ba lho quega ran tam ge ra ção de ren da;

10- Ga ran tia de prio ri da de das as so cia ções e coo pe -ra ti vas de ca ta do res pa ra o re ce bi men to e co mer cia -li za ção dos ma te riais re ci clá veis co le ta dos pe la ad -mi nis tra ção mu ni ci pal ou por suas con ces sio ná rias;

11- In cen ti vo à im plan ta ção de in dús trias de re ci clá -veis e apoio à for ma ção de re des de eco no mia so li -dá ria de em preen di men tos de ca ta do res e car ro cei -ros, com ado ção de ins tru men tos fis cais e/ou eco -nô mi cos que fa vo re çam es sas ini cia ti vas;

2 - Cria ção de ca nais de mo crá ti cos de

par ti ci pa ção

Pa ra as se gu rar o cum pri men to do Pla no Mu ni ci pal de

Sa nea men to - PMS faz-se ne ces sá ria a cria ção de ca -

nais pa ra par ti ci pa ção dos di ver sos seg men tos que

cons ti tuem o cor po so cial, evi tan do que as al ter nân cias

po lí ti co-par ti dá rias ve nham a com pro me ter o al can ce

das me tas e ob je ti vos es ta be le ci dos nes se Pla no.

215

Destaca-se a im por tân cia de cons ti tui ção de ór gão co -

le gia do, ou a in cor po ra ção de atri bui ções a ór gão co -

le gia do já exis ten te, quan to ao con tro le so cial dos ser -

vi ços pú bli cos de sa nea men to, on de es te jam as se gu -

ra das as re pre sen ta ções dos ti tu la res dos ser vi ços, de

ór gãos go ver na men tais re la cio na dos ao sa nea men to

bá si co, dos pres ta do res des ses ser vi ços, dos usuá -

rios, bem co mo de en ti da des téc ni cas e or ga ni za ções

da so cie da de ci vil e de de fe sa do con su mi dor.

De ve rão ser pre vis tos, tam bém, me ca nis mos de

con tro le so cial pa ra o mo ni to ra men to das ati vi da des

de pla ne ja men to, re gu la ção e fis ca li za ção dos ser vi -

ços de sa nea men to bá si co.

A tí tu lo de exem plo, os Fó runs Mu ni ci pais Li xo e Ci -

da da nia têm se cons ti tuí do em im por tan tes ca nais

de par ti ci pa ção po pu lar, re co nhe ci dos na cio nal men -

te, pois são os fó runs efe ti vos de ma ni fes ta ção de

um seg men to so cial tra di cio nal men te mar gi na li za do

- os ca ta do res de ma te riais re ci clá veis. A cria ção do

Fó rum Li xo e Ci da da nia de Teó fi lo Oto ni sig ni fi ca

uma im por tan te ala van ca pa ra im plan ta ção da co le -

ta se le ti va no mu ni cí pio com o con se qüen te for ta le -

ci men to da AS CA NO VI.

Ou tro im por tan te ca nal de par ti ci pa ção é o co mi tê de

ba cias hi dro grá fi cas, pre vis to pe la Lei Fe de ral No

9.433/1997. Nes se sen ti do, re co men da-se a cria ção

do Co mi tê da Ba cia Hi dro grá fi ca do Rio To dos os

San tos, que de ve rá as su mir a res pon sa bi li da de pe la

ges tão des sa ba cia, en quan to fó rum pri vi le gia do pa -

ra as dis cus sões dos di ver sos in te res ses que gi ram

en tor no do uso da água da ba cia. Atual men te as nas -

cen tes do rio To dos os San tos es tão pro te gi das por

uma Área de Pro te ção Es pe cial - APE, sob a res pon -

sa bi li da de da CO PA SA, mas que ain da ca re ce de re -

gu la men ta ção. Re co men da-se a ela bo ra ção de le -

van ta men to de ta lha do da área de abran gên cia da

APE vi san do sua trans for ma ção em uma uni da de de

con ser va ção es ta dual ou fe de ral, de for ma a ga ran tir

as nas cen tes des se im por tan te cur so d'água.

6. CON CLU SÕES E RE CO MEN DA ÇÕES

Além das di re tri zes pro pos tas, al gu mas ações de

cur to pra zo de vem ser con tem pla das com ur gên cia

pe la ad mi nis tra ção mu ni ci pal e in cor po ra das ao Pla -

no Di re tor. Res sal tam-se:

- re fa zer o cro no gra ma de ações pre vis tas até de -

zem bro de 2008, en tre Pre fei tu ra Mu ni ci pal de Teó -

fi lo Oto ni e CO PA SA, e que en con tra-se atra sa do;

- se le ção da área pa ra im plan ta ção da Es ta ção de Tra -

ta men to de Es go tos - ETE, pró xi ma ao va le do rio To -

dos os San tos e à ju san te do li mi te da área ur ba na de

Teó fi lo Oto ni;

- con clu são das obras dos in ter cep to res pre vis tos

ao lon go de to do o tre cho ur ba no dos rios To dos os

San tos e San to An tô nio e dos cór re gos São Dio go,

São Ja cin to, São Be ne di to e Ma ti nha;

- in cor po ra ção nos es tu dos de dre na gem plu vial de

ava lia ção téc ni ca so bre as la goas ur ba nas que

atual men te en con tram-se as so rea das e/ou eu tro fi -

za das, e que apre sen tam via bi li da de de re cu pe ra -

ção do seu es pe lho d'água, com a fi na li da de de in -

se ri-las ao meio ur ba no atra vés da im plan ta ção de

áreas de la zer pú bli ca no seu en tor no;

- ava lia ção da ca pa ci da de das re des de in fra-es tru tu -

ra ins ta la das (prin ci pal men te re des de abas te ci men to

de água e co le ta de es go tos) e seus po ten ciais de as -

si mi la ção de aden sa men tos po pu la cio nais, se ja atra -

vés de pro ces sos de subs ti tui ção de uso ou de ver ti -

ca li za ção das edi fi ca ções, de for ma a per mi tir o cres -

ci men to so men te até o li mi te da ca pa ci da de das re -

des ins ta la das. Por ou tro la do, al guns bair ros pró xi -

mos ao Cen tro, que apre sen tam bai xa den si da de po -

pu la cio nal e boa in fra-es tru tu ra, po de riam oti mi zar as

ins ta la ções de in fra-es tru tu ras atra vés de me di das de

es tí mu lo ao seu aden sa men to, des de que o pro ces so

se ja con tro la do pe la ad mi nis tra ção mu ni ci pal. Es sa

tam bém de ve ser a po lí ti ca pa ra os in ters tí cios exis -

ten tes na ma lha ur ba na, con si de ran do que o cus to de

ex ten são des sas re des de ve ser dis tri buí do pe lo

maior nú me ro pos sí vel de mu ní ci pes ten do em vis ta

oti mi zar os in ves ti men tos e os res pec ti vos be ne fí cios.

Em su ma, su ge re-se não tra ba lhar com pro je ções

de de man das e, con se qüen te men te, não prio ri zar a

hi pó te se de in ves ti men tos na ex pan são da ca pa ci -

da de dos sis te mas (de trans por te, ele tri ci da de, sa -

nea men to, etc), mas ad mi tir que há uma ocio si da de

no uso da in fra-es tru tu ra ins ta la da e in du zir a in ten -

si fi ca ção da ocu pa ção nas áreas on de fo rem iden ti -

fi ca das fol gas na ofer ta de in fra-es tru tu ra.

7. RE FE RÊN CIAS BI BLIO GRÁ FI CAS

ABREU, Ma ria de Fá ti ma. Pro gra ma Li xo e Ci da da -

nia. In: Pro gra ma de Qua li fi ca ção do Ser vi dor Pú bli -

co: Ge ren cia men to In te gra do de Re sí duos Só li dos

Ur ba nos. Be lo Ho ri zon te: FEAM/FAT, 2001.

BRA SIL. MI NIS TÉ RIO DAS CI DA DES. Pro gra ma de

Mo der ni za ção do Se tor Sa nea men to. Sis te ma Na -

cio nal de In for ma ções so bre Sa nea men to: diag nós -

ti co do ma ne jo de re sí duos só li dos ur ba nos - 2004.

Bra sí lia: MCI DA DES. SNSA, 2006.

216

CO NA MA. Re so lu ção No 307, de 5 de Ju lho de

2002. Es ta be le ce di re tri zes, cri té rios e pro ce di men -

tos pa ra a ges tão dos re sí duos da cons tru ção ci vil.

CO PA SA/ PMTO. Con tra to de Con ces são de ser vi -

ços pú bli cos de abas te ci men to de água e es go ta -

men to sa ni tá rio que en tre si ce le bram o Mu ni cí pio de

Teó fi lo Oto ni e a Com pa nhia de Sa nea men to de Mi -

nas Ge rais - CO PA SA.

CO PA SA. In for ma ções en ca mi nha das atra vés do

Ofí cio CE- DTBM no 010/2007, de 07 de fe ve rei ro de

2007, e suas pos te rio res com ple men ta ções.

ES COAR/Pre fei tu ra Mu ni ci pal de Teó fi lo Oto ni. Me -

mo rial des cri ti vo e de se nhos pa ra a uni da de de dis -

po si ção fi nal de re sí duos só li dos ur ba nos: ater ro sa -

ni tá rio. Teó fi lo Oto ni:ES COAR, de zem bro de 2005.

INS TI TU TO DE PES QUI SAS TEC NO LÓ GI CAS /

COM PRO MIS SO EM PRE SA RIAL PA RA RE CI CLA -

GEM. JAR DIM, Ni za S. ( coord.). Li xo Mu ni ci pal: Ma -

nual de Ge ren cia men to In te gra do. 1a ed. São Pau -

lo: IPT/CEM PRE, 1995. 278p.

MU NI CÍ PIO DE TEÓ FI LO OTO NI. Lei Mu ni ci pal No

5230, de 16 de de zem bro de 2003. Au to ri za a con -

ces são dos ser vi ços de abas te ci men to de água e es -

go ta men to sa ni tá rio à Com pa nhia de Sa nea men to de

Mi nas Ge rais - CO PA SA e dá ou tras pro vi dên cias.

PRE FEI TU RA MU NI CI PAL DE TEÓ FI LO OTO NI.

Edi tal de Con cor rên cia Pú bli ca No CP 001/2006:

Con tra ta ção de Em pre sa Es pe cia li za da na Pres ta -

ção dos Ser vi ços de Lim pe za Pú bli ca do Mu ni cí pio

de Teó fi lo Oto ni.TO, abril de 2006.

PRE FEI TU RA MU NI CIAPL DE TEÓ FI LO OTO NI.

Pla no de Con tro le Am bien tal pa ra Uni da de de Tra ta -

men to e Des ti na ção Fi nal de Re sí duos Só li dos Ur -

ba nos: Ater ro Sa ni tá rio. PMTO, fe ve rei ro de 2006.

RE SÍ DUOS SÓ LI DOS PRO VE NIEN TES DE CO LE -

TAS ES PE CIAIS: re ci cla gem e dis po si ção fi nal. BI -

DO NE, Fran cis co R.A. ( coord.). Rio de Ja nei ro: Ri -

Ma, ABES, 2001. 240p.

SE MI NÁ RIO LE GIS LA TI VO. Li xo e Ci da da nia: Po lí -

ti cas Pú bli cas pa ra uma So cie da de Sus ten tá vel.

ALMG: Be lo Ho ri zon te, 2005.

UNIÃO. Lei Fe de ral No 11.445, de 5 de ja nei ro de

2007. Es ta be le ce di re tri zes pa ra o sa nea men to bá si -

co; al te ra as Leis 6766, de 19/12/79, 8036, de

11/05/90, 8666, de 21/06/93, 8987, de 13/02/95; re vo -

ga a Lei 6528, de 11/05/78; e dá ou tras pro vi dên cias.