isbn 9788547216429 - forumdeconcursos.com€¦ · 12/09/2011 · 1.5 a ampliação do...

1668

Upload: dinhtuyen

Post on 08-Oct-2018

212 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • ISBN9788547216429

    Sarlet,IngoWolfgangCursodedireitoconstitucional/IngoWolfgangSarlet,LuizGuilhermeMarinonieDanielMitidiero.6.ed.SoPaulo:

    Saraiva,2017.1.Direitoconstitucional2.Direitoconstitucional-BrasilI.Marinoni,LuizGuilherme.II.Mitidiero,Daniel.III.Titulo.16-1351CDU342(81)

    ndicesparacatlogosistemtico:

    1.Brasil:Direitoconstitucional342(81)

    PresidenteEduardoMufarej

    Vice-presidenteClaudioLensing

    DiretoraeditorialFlviaAlvesBravin

    Conselhoeditorial

    PresidenteCarlosRagazzo

    GerentedeaquisioRobertaDensa

    ConsultoracadmicoMuriloAngeli

    GerentedeconcursosRobertoNavarro

    GerenteeditorialThasdeCamargoRodrigues

    EdioBrunaSchlindweinZeni

    ProduoeditorialAnaCristinaGarcia(coord.)|LucianaCordeiroShirakawaClarissaBoraschiMaria(coord.)|KelliPriscilaPinto|MarliaCordeiro|MnicaLandi|TatianadosSantosRomo|

    TiagoDelaRosa

    Diagramao(LivroFsico)EdsonColobone

    RevisoAdrianaC.Bairrada

    ComunicaoeMKTElaineCristinadaSilva

    CapaCasadeIdeias

    Livrodigital(E-pub)

    Produodoe-pubGuilhermeHenriqueMartinsSalvador

    ServioseditoriaisSuraneVellenich

  • Datadefechamentodaedio:20-12-2016

    Dvidas?

    Acessewww.editorasaraiva.com.br/direito

    NenhumapartedestapublicaopoderserreproduzidaporqualquermeioouformasemaprviaautorizaodaEditoraSaraiva.

    AviolaodosdireitosautoraiscrimeestabelecidonaLein.9.610/98epunidopeloartigo184doCdigoPenal.

    http://www.editorasaraiva.com.br/direito
  • ParaGabrielleBezerraSalesSarlet,meuamoreminhaparceiranumaluminosajornada,

    dedicoapartequemetocanessaobraemconstruo...

    IngoWolfgangSarlet

  • SUMRIO

    Nota6.Edio

    Nota5.Edio

    Nota4.Edio

    Nota3.edio

    Nota2.edio

    Apresentao

    PrimeiraParte-TeoriadaConstituioedoDireitoConstitucional

    1.AConstituioemperspectivahistrico-evolutiva-IngoWolfgangSarlet

    1.1Consideraesintrodutrias

    1.2OcasodaInglaterraesuaspeculiaridades

    1.3OsEstadosUnidosdaAmrica:aviragemdeCoprnicodaevoluoconstitucional

    1.4OlegadodaexperinciaconstitucionalnaFrana

    1.5Aampliaodoconstitucionalismopelomundoocidental:rumoaomodelodoEstadoConstitucionalcomoparadigmauniversal

    1.6ALeiFundamentaldaAlemanha(1949):notassobresuaformao,evoluoecontedo

    1.6.1Precedenteseodesmantelamentodaordemconstitucionalpretritaporforadaditaduranacional-socialista

    1.6.2Elaborao,contedoeafirmaodaLeiFundamentalde1949

    1.6.3Aquedadomuro,areunificaoeaadoodaLeiFundamentalde1949comoConstituioFederaldaAlemanha

    2.Classificaodasconstituies-IngoWolfgangSarlet

    3.Estrutura,funesecontedodasconstituies-IngoWolfgangSarlet

    3.1Asconstituiesesuaestrutura

    3.1.1Consideraesdecartergeral

    3.1.2Oprembulodasconstituies,comdestaqueparaoproblemadesuaforajurdicanaConstituioFederalde1988

    3.1.3Disposiesconstitucionaispermanentes

    3.1.4Disposiesconstitucionaistransitrias

    3.2Asfunesdaconstituio

    3.3Oproblemadocontedodasconstituies

    4.Conceitoecaractersticasdodireitoconstitucional-IngoWolfgangSarlet

    5.Dopoderconstituinteedamudana(reformaemutao)constitucional-IngoWolfgangSarlet

    5.1Notasintrodutrias

    5.2Oqueopoderconstituinte?

    5.2.1Generalidades

  • 5.2.2Anaturezadopoderconstituinte

    5.2.3Distinoentrepoderconstituinteformalepoderconstituintematerial

    5.2.4Caractersticasdopoderconstituinte

    5.3Quemotitulardopoderconstituinte?Oproblemadalegitimidadedopoderconstituinteedaconstituio

    5.4Formasdemanifestao(expressoouexerccio)dopoderconstituinte

    5.4.1Aspectosintrodutrios

    5.4.2Asformasdemocrticasdeexercciodopoderconstituinte

    5.4.3Arevoluocomoformadamanifestaodopoderconstituinte

    5.5Limitesecondicionamentosdopoderconstituinte?

    5.6Generalidadesedistinoentreasdiversasformasdemudanaconstitucional:processosformaiseinformais(mutaoconstitucional)

    5.7Opoderdereformadaconstituio

    5.7.1Questesterminolgicas

    5.7.2Natureza,caractersticasefunesdopoderdereformaconstitucional

    5.7.3OpoderdereformanaConstituioFederalde1988

    5.7.3.1AdistinoentrerevisoeemendascomomodalidadesdereformadaConstituio

    5.7.4Oslimitesdareformaconstitucional

    5.7.4.1Consideraesgerais

    5.7.4.2Limitesformais

    5.7.4.3Limitescircunstanciais

    5.7.4.4Oproblemadoslimitesmateriais(asassimchamadasclusulasptreas)

    5.7.4.4.1Naturezaesignificadodoslimitesmateriais

    5.7.4.4.2Espciesdelimitaesmateriaisaopoderdereforma

    5.8Aassimchamadamutaoconstitucionalesuasformasdemanifestao:algumasaproximaes

    5.8.1Consideraesgerais:conceitoemodalidadesdemutaoconstitucional

    5.8.2Mecanismos(modos)demutaoconstitucional

    5.8.3Limitesdamutaoconstitucional:oproblemadasmutaesinconstitucionais

    6.Eficciaeaplicabilidadedasnormasconstitucionais-IngoWolfgangSarlet

    6.1Algunsaspectosterminolgicoseconceituais

    6.2ApresentaoediscussodasprincipaisclassificaesdasnormasconstitucionaisquantosuaeficciaeaplicabilidadeadotadasnoBrasil

    6.2.1Asposiesclssicaseasuagradualsuperao

    6.3Apreciaocrticadasdiferentesposies

    6.4Snteseconclusiva

    7.OproblemadaefetividadedasnormasconstitucionaisedaforanormativadaConstituio-IngoWolfgangSarlet

    8.Anormaconstitucionalnotempo-IngoWolfgangSarlet

    8.1Consideraesgerais

    8.2AConstituioeodireitoconstitucionalanterior

    8.2.1AConstituiooriginriaeaConstituioanterior

    8.2.2Asemendasconstitucionaiseodireitoconstitucional(originrio)anterior

    8.3AConstituioeodireitoinfraconstitucionalanterior

    9.AConstituioeasrelaescomodireitoestrangeiroeinternacional-IngoWolfgangSarlet

  • 9.1Consideraesintrodutrias

    9.2RelaesentreodireitoestrangeiroeaConstituio

    9.3OdireitointernacionaleaConstituioFederalde1988

    10.Linhasmestrasdainterpretaoconstitucional-IngoWolfgangSarlet

    10.1Noesgerais

    10.2Princpiosdainterpretaoconstitucional

    10.2.1OprincpiodaunidadedaConstituio

    10.2.1.1Princpiodoefeitointegrador

    10.2.1.2Oprincpiodaconcordnciaprticaoudaharmonizao

    10.2.1.3Aassimchamadaponderao(oubalanceamento)nocampodainterpretaoeaplicaodaConstituio

    10.2.1.4Proporcionalidadeerazoabilidadecomoprincpiosecritriosdeinterpretaoconstitucional

    10.2.2OprincpiodasupremaciadaConstituio

    10.2.2.1OprincpiodamximaeficciaeefetividadedaConstituio

    10.2.2.2OprincpiodaforanormativadaConstituio

    10.2.2.3Oprincpiodainterpretao(dasleis)conformeConstituio

    10.2.3Oprincpiodadivisodepodereseocorrelatoprincpio(dever)daconformidadefuncional:oproblemadaautorrestrioporpartedajurisdioconstitucionaleasassimchamadascapacidadesinstitucionais

    SegundaParte-OSistemaConstitucionalBrasileiro

    1.Oconstitucionalismobrasileiroemperspectivahistrico-evolutiva-IngoWolfgangSarlet

    1.1OsprimrdioseaCartaImperialde1824

    1.2AProclamaodaRepblicaeaimplantaodaFederao:aConstituiodaRepblicadosEstadosUnidosdoBrasilde1891

    1.3AConstituiodaRepblicadosEstadosUnidosdoBrasilde1934

    1.4OEstadoNovoeaCartade1937(aConstituioPolaca)

    1.5AConstituiodosEstadosUnidosdoBrasilde1946

    1.6AConstituiodoBrasilde1967eaEC1/1969

    1.7BrevesnotassobreaConstituiodaRepblicaFederativadoBrasilde1988

    2.Dosprincpiosfundamentais-IngoWolfgangSarlet

    2.1Princpiodadignidadedapessoahumana

    2.1.1Consideraesgerais

    2.1.2Brevesnotassobreaformadepositivao(reconhecimento)dadignidadedapessoahumananaConstituioFederal

    2.1.3Funesdadignidadedapessoahumananaarquiteturajurdico-constitucional

    2.2PrincpiodoEstadoDemocrticoeSocioambientaldeDireito

    2.2.1Noesgerais

    2.2.2Oprincpiodemocrticoeasoberaniapopular

    2.2.3Oprincpiodopluralismopoltico

    2.2.4OprincpiodoEstadodeDireito

    2.2.5OprincpiodoEstadoSocioambiental(aconjugaodajustiasocial,darealizaodosdireitoshumanosefundamentaissociaisedaproteodoambiente)761

    2.2.6Princpiorepublicano

    2.2.7Oprincpiofederativo

    2.2.8Oprincpiodasustentabilidade(oudesenvolvimentosustentvel)788

  • 3.Teoriageraldosdireitosfundamentais-IngoWolfgangSarlet

    3.1Consideraesgerais805

    3.1.1Aspectosterminolgicos:direitoshumanose/oudireitosfundamentais?

    3.2Osdireitosfundamentaisemperspectivahistrico-evolutivaeasassimdesignadasdimenses(ougeraes)dedireitosfundamentais

    3.2.1Consideraespreliminares

    3.2.2Apr-histriadosdireitosfundamentais:dosprimrdiosnoodedireitosnaturais(inatoseinalienveis)dohomem

    3.2.3Oreconhecimentodosdireitosfundamentaisnaesferadodireitopositivo

    3.2.3.1Antecedentes(operodopr-constitucional)

    3.2.4Asassimchamadasdimenses(geraes?)dosdireitosfundamentais:atrajetriaevolutivadosdireitosfundamentaisdoEstadoLiberalaoEstadoConstitucionalSocioambiental

    3.2.4.1OsdireitosfundamentaisnombitodoEstadoLiberal(aassimchamadaprimeiradimenso)

    3.2.4.2OadventodoEstadoSocialeosdireitoseconmicos,sociaiseculturais(aassimchamadasegundadimenso)

    3.2.5Atitularidadetransindividualeosassimchamadosdireitosdaterceiradimenso

    3.2.6Existemdireitosfundamentaisdequarta,quintaesextadimenso?

    3.2.7Asdimenses(geraes)dosdireitosemperspectivacrtica

    3.3Oconceitodedireitosfundamentaisnosistemaconstitucionalbrasileiro

    3.3.1Aduplafundamentalidadeemsentidoformalematerial

    3.3.2Aabertura(expansividade)docatlogoconstitucionaldosdireitosfundamentais:significadoealcancedanormacontidanoart.5.,2.,daCF

    3.3.2.1Noespreliminares

    3.3.2.2Classificaodosdireitosfundamentaiscombasenocritriodaaberturamaterialdocatlogoconstitucional

    3.3.2.3DireitosprevistosnoTtuloIIdaCF

    3.3.2.4Direitosfundamentaisdispersosnotextoconstitucional

    3.3.2.5Direitossediadosnostratadosinternacionaisdedireitoshumanos

    3.3.2.5.1Generalidades

    3.3.2.5.2OprocedimentodeincorporaodostratadosdedireitoshumanosnaperspectivadaConstituioFederal

    3.3.2.5.3Oproblemadahierarquiadostratadosdedireitosfundamentaisnaordemjurdicainternabrasileira:direitosfundamentaissemhierarquiaconstitucional?

    3.4Adupladimensoobjetivaesubjetiva,amultifuncionalidadeeaclassificaodosdireitosegarantiasfundamentais

    3.4.1Osdireitosfundamentaisesuadimensosubjetiva

    3.4.2Aassimchamadadimensoobjetivadosdireitosfundamentais

    3.4.3Multifuncionalidadeeclassificaodosdireitosfundamentaisnaordemconstitucional

    3.5Atitularidadedosdireitosegarantiasfundamentais:quemosujeitodosdireitos?

    3.5.1Consideraesgerais

    3.5.2Apessoanaturalcomotitulardedireitosfundamentais:atitularidadeuniversalesuainterpretaonaConstituioFederal

    3.5.3Oproblemadatitularidadededireitosfundamentaisporpartedosestrangeirosearelevnciadadistinoentreestrangeiroresidenteenoresidente

    3.5.4Oproblemadatitularidadededireitosfundamentaisnoslimitesdavida

    3.5.5Pessoasjurdicascomotitularesdedireitosfundamentais

    3.6Aaplicabilidadeimediatadasnormasdedireitosegarantiasfundamentais:significadoealcancedoart.5.,1.,daCF

    3.7Destinatriosdosdireitosegarantiasfundamentais

    3.8Particularescomodestinatriosdosdireitosfundamentais:oproblemadaeficciadosdireitosfundamentaisnasrelaesprivadas

  • 3.9Limiteserestriesdedireitosfundamentais1077

    3.9.1Consideraesintrodutrias

    3.9.2Ombitodeproteodosdireitosegarantiasfundamentais

    3.9.3Oslimitesdosdireitosfundamentais

    3.9.4Limitesaoslimitesdosdireitosfundamentais

    3.9.4.1Noespreliminares

    3.9.4.2Proporcionalidadeerazoabilidadecomolimitesdoslimites

    3.9.4.3Aassimchamadagarantiadoncleoessencialdosdireitosfundamentais

    4.Direitosfundamentaisemespcie-IngoWolfgangSarlet

    4.1Odireitovida

    4.1.1Brevehistrico:danoodedireitonaturalconsagraocomodireitohumanoefundamental

    4.1.2mbitodeproteododireitovida:oconceitodevidaparaefeitosdatutelajurdica

    4.1.3Relaododireitovidacomoutrosdireitosfundamentais

    4.1.4Atitularidadedodireitovidaeoproblemadoincioefimdaproteojurdico-constitucionaldavidahumana

    4.1.5Destinatrios(sujeitospassivos):rgosestataiseparticulares

    4.1.6Odireitovidaesuadupladimensoobjetivaesubjetivacomodeverdeproteoecomplexodeposiessubjetivasdecontedonegativoepositivo

    4.1.6.1Consideraesgerais

    4.1.6.2Dimensessubjetivaeobjetivadodireitovida

    4.1.7Limitesdasintervenesnodireitovida:umaanliseapartirdealgunsexemplos

    4.1.7.1Consideraesgerais

    4.1.7.2Existeumdireitodematar?Ocasodapenademorteedeoutrasintervenessimilares

    4.1.7.3Adiscussoemtornodalegitimidadeconstitucionaldainterrupodagravidez

    4.1.7.4Oproblemadeumdireitoaosuicdioeadiscussoemtornodaspossibilidadeselimitesdaeutansia

    4.2Odireitointegridadefsicaepsquica

    4.2.1Consideraesgerais

    4.2.2Direitoconstitucionalestrangeiroedireitointernacionaldosdireitoshumanos

    4.2.3OdireitointegridadefsicaepsquicanaConstituioFederal

    4.2.3.1Observaesgeraiserelaocomoutrosdireitosfundamentais

    4.2.3.2Adupladimensosubjetiva(negativaepositiva)eobjetivadodireitointegridadefsicaepsquica

    4.2.3.3Titularesedestinatrios

    4.2.3.4Intervenesnodireitointegridadecorporal,limiteserestries:acontrovrsiaemtornodeumdireitodisposiodoprpriocorpo

    4.2.3.5Ocasodaproibiodatortura,detodoequalquertratamentodesumanoedegradante,incluindoaproibiodaspenascruis

    4.3DemaisdireitosidentidadeeintegridadepessoalOdireitoaolivredesenvolvimentodapersonalidadeeosdireitosespeciaisdepersonalidade

    4.3.1Osdireitosfundamentaisvinculadosproteodapersonalidadeeoscontornosdeseuregimejurdico-constitucional

    4.3.1.1Consideraesgerais

    4.3.1.2Direitointernacionaldosdireitoshumanoseconstituiesestrangeiras

    4.4Odireitoaolivredesenvolvimentodapersonalidade:suafunocomoclusulageralesuarelaocomosdireitosespeciaisdepersonalidade

    4.5Contornosdoregimejurdico-constitucionaldosdireitosdepersonalidade

  • 4.6Odireitovidaprivada(privacidadeeintimidade)

    4.6.1Consideraesgerais

    4.6.2Contedo(mbitodeproteo)dodireitovidaprivada

    4.6.3Limiteserestries

    4.7Asalvaguardadosigilofiscalebancrio

    4.8Inviolabilidadedodomiclio

    4.8.1Notciahistricaegeneralidades

    4.8.2DireitointernacionaldosdireitoshumanoseevoluoconstitucionalbrasileiraanteriorConstituioFederal

    4.8.3ContedoelimitesdodireitoinviolabilidadedodomiclionaConstituioFederal

    4.9Ainviolabilidadedacorrespondnciaeosigilodascomunicaesemgeral

    4.10Proteodosdadospessoais

    4.11Osdireitoshonraeimagem

    4.11.1Consideraesgerais

    4.11.2Odireitohonra

    4.11.3Odireito(prpria)imagem

    4.12Direitosdeliberdade

    4.12.1AlgumasnotassobreumdireitogeraldeliberdadenaConstituioFederaleosistemaconstitucionaldasliberdadesfundamentais276

    4.12.2Liberdadedeexpresso

    4.12.2.1Notasintrodutrias:brevemiradasobreaevoluoconstitucionalbrasileirapretritaeodireitointernacional

    4.12.2.2AliberdadedeexpressonaConstituioFederal

    4.12.3Liberdadedeconscinciaedecrena(liberdadereligiosa)

    4.12.3.1Notasintrodutriasebrevemiradasobreaevoluonombitododireitointernacional,direitoconstitucionalestrangeiroeevoluoconstitucionalbrasileira

    4.12.3.2AliberdadereligiosaealiberdadedeconscincianaConstituioFederalde1988

    4.12.4Liberdadedelocomoo

    4.12.4.1Consideraesgeraisereconhecimentonoplanododireitointernacionaledireitoconstitucionalestrangeiro

    4.12.4.2Aliberdadedelocomoonaevoluoconstitucionalbrasileirapretrita

    4.12.5AliberdadedelocomoonaConstituioFederal

    4.12.5.1Consideraesgerais

    4.12.5.2mbitodeproteodaliberdadedelocomoo:suadimensoobjetivaesubjetiva

    4.12.5.3Titularesedestinatrios

    4.12.5.4Limitesdaliberdadedelocomoo

    4.12.6Asgarantiasconstitucionaisrelativaspriso:ocasodaprisocivil

    4.12.6.1Generalidades

    4.12.6.2Aprisocivil:possibilidadeelimitesnaConstituioFederal393

    4.12.6.2.1Generalidadeseevoluoconstitucionalpretrita

    4.12.6.2.2ContedoembitodeproteodaproibiodaprisocivilnaConstituioFederal

    4.12.6.2.3Aprisocivilnocasodeinadimplementovoluntrioeinescusveldeobrigaoalimentar

    4.12.6.2.4Acontrovrsiaemtornodaprisocivildodepositrioinfiel

    4.12.6.2.5Liberdadedeprofisso

    4.12.6.2.6AliberdadedeprofissonaConstituioFederal

  • 4.12.6.2.7Liberdadedeassociao

    4.12.6.2.8Liberdadedereunio

    4.13Direito(s)deigualdade:direitogeraldeigualdade,clusulasespeciaisdeigualdadeepolticasorientadasparaaigualdade

    4.13.1Consideraesintrodutrias

    4.13.2Daigualdadeformaligualdadematerial

    4.13.3Brevesnotasarespeitodarelaoentredignidade,liberdadeeigualdade

    4.13.4Contedoesignificadodoprincpiodaigualdadeedo(s)direito(s)deigualdadenaConstituioFederalde1988

    4.13.4.1Generalidades

    4.13.4.2mbitodeproteo:contedoealcancedoprincpioedodireitogeraldeigualdade

    4.13.4.3Metdicadeaplicaodoprincpio(direito)daigualdadeeefeitosdesuaviolaonacondiodedireitosubjetivo

    4.13.4.4Igualdade,diferenaeasassimchamadasaesafirmativas

    4.14Dosdireitosfundamentaissociais592

    4.14.1Aspectosgeraisrelativosaosdireitossociaiscomodireitosfundamentais

    4.14.1.1Generalidades:osdireitossociaisnoquadrodaevoluoconstitucionalbrasileira

    4.14.2Brevesnotassobreosdireitossociaisnombitododireitoconstitucionalestrangeiro

    4.14.3OsdireitossociaiscomodireitosfundamentaiseseuregimejurdiconaConstituioFederal

    4.14.3.1Aspectosgerais

    4.14.3.2Titularesedestinatriosdosdireitossociais

    4.14.3.3Oproblemadaeficciaeefetividadedasnormasdedireitossociais,comdestaqueparaacontrovrsiaacercadaexigibilidadedosdireitossociaiscomodireitosaprestaes

    4.14.3.4Oproblemadaproteodosdireitossociaiseoassimdesignadoprincpiodaproibioderetrocesso

    4.14.3.5Algumasnotasacercadoproblemadofinanciamentodosdireitossociais,dasclusulasptreaseasEmendasConstitucionaisn.94e95de2016

    4.15Dosdireitossociaisemespcie

    4.15.1Consideraespreliminares

    4.15.2Odireitoao(eagarantiado)mnimoexistencialcomoespciedecategoriatransversal

    4.15.3Odireitoproteoepromoodasade

    4.15.4Odireitoalimentao

    4.15.5Odireitomoradia

    4.15.6Odireitoeducao

    4.15.7Odireitoaotrabalho

    4.15.8Odireitoaolazer

    4.15.9Odireitoseguranasocial:previdnciaeassistnciaaosdesamparados

    4.15.10Odireitoproteodamaternidade,dainfncia,dajuventudeedoidoso

    4.15.11Odireitoaotransporte

    4.16Nacionalidade764

    4.16.1Consideraesintrodutrias

    4.16.2Anacionalidadenombitododireitointernacional,comdestaqueparaosistemadereconhecimentoeproteodosdireitoshumanos

    4.16.3Anacionalidadenodireitoconstitucionalestrangeiro

    4.16.4Anacionalidadenombitodaevoluoconstitucionalbrasileira

    4.16.5OregimedanacionalidadenaConstituioFederalde1988

  • 4.16.5.1Consideraesgerais:anacionalidadecomodireitoegarantiafundamental

    4.16.5.2Espciesdenacionalidade

    4.16.5.2.1Anacionalidadeprimria:obrasileironato

    4.16.5.2.2Anacionalidadesecundria:anaturalizaocomoformadeaquisiodanacionalidade

    4.16.5.3Distinesentreosbrasileirosnatoseosnaturalizados

    4.16.5.4Perdaereaquisiodanacionalidadebrasileira

    4.16.5.5Oproblemadaassimchamadaduplanacionalidade

    4.16.5.6Umcasoespecial:acondiojurdico-constitucionaldoscidadosportugueses(aassimchamadaquase-nacionalidade)

    4.16.5.7OregimejurdicodoestrangeironaConstituioFederal

    4.16.5.7.1Aspectosgerais

    4.16.5.7.2Aexclusodoestrangeiroporiniciativaestatal:ashiptesesdedeportao,expulsoeextradio

    4.16.5.8Ashiptesesdeasiloerefgio

    4.16.5.8.1Oasilo

    4.16.5.8.2Orefgio

    4.17DireitosPolticos

    4.17.1Consideraesgerais:osignificadojurdicodademocraciaesuarelaocomosdireitospolticoseosdireitosfundamentaisemgeral

    4.17.2Osdireitospolticoscomodireitoshumanosefundamentais

    4.17.2.1Consideraesgerais

    4.17.2.2Osdireitospolticosnoplanosupranacional(internacionaleregional)

    4.17.3Osdireitospolticosnoconstitucionalismobrasileiro

    4.17.3.1Constituiesanteriores

    4.17.3.2OsdireitospolticosnaConstituioFederalde1988

    4.17.3.2.1Consideraesgerais:oregimejurdico-constitucionaldosdireitospolticosnacondiodedireitosfundamentais

    4.17.3.2.2Osufrgioeodireitodevoto

    4.17.3.2.3Atitularidadedosdireitospolticos

    4.17.3.2.4Osufrgiopassivo:condiesdeelegibilidade

    4.17.3.2.5Aindaosufrgiopassivo:ascausasdeinelegibilidade

    4.17.3.2.6Oscasosdeperda,suspensoereaquisiodosdireitospolticos

    4.17.3.2.7Areaquisiodosdireitospolticos

    4.17.3.2.8Aregradaanualidadeemmatriaeleitoral(art.16daCF)

    4.18Dospartidospolticos

    4.18.1Consideraesgerais:posioefunodospartidospolticosnoEstadoDemocrticodeDireito

    4.18.2Asdimensesdaliberdadepartidriaeseuselementosestruturanteseconsequncias

    4.18.3Ospartidospolticosnodireitoconstitucionalbrasileiropretrito

    4.18.4OspartidospolticosnaConstituioFederalde1988

    4.18.4.1Anotaespreliminares

    4.18.4.2Personalidadejurdicadospartidospolticos,suaautonomiaeliberdadenaCF

    4.18.4.3Oproblemadafidelidadepartidriaedacorrelataperdadomandato

    4.18.5Aigualdadedeoportunidadesentreospartidospolticos

    4.18.5.1Aspectosgerais

  • 4.18.5.2Dofinanciamentodospartidos

    4.18.5.3Dapropagandaeleitoraledoacessoaosmeiosdecomunicao

    5.Direitosfundamentaisprocessuais-LuizGuilhermeMarinonieDanielMitidiero

    5.1Direitofundamentalaoprocessojusto

    5.1.1Introduo

    5.1.2mbitodeproteo

    5.1.3Titularidadeedestinatrios

    5.1.4Eficcia

    5.1.5Conformaoinfraconstitucional

    5.2Direitofundamentalcolaboraonoprocesso

    5.2.1Introduo

    5.2.2mbitodeproteo

    5.3Direitofundamentaltutelaadequadaeefetiva

    5.3.1Introduo

    5.3.2mbitodeproteo

    5.4Direitofundamentaligualdadeeparidadedearmas

    5.4.1Introduo

    5.4.2mbitodeproteo

    5.5Direitofundamentalaojuiznaturaleaopromotornatural

    5.5.1Introduo

    5.5.2mbitodeproteo

    5.6Direitofundamentalaocontraditrio

    5.6.1Introduo

    5.6.2mbitodeproteo

    5.7Direitofundamentalampladefesa

    5.7.1Introduo

    5.7.2mbitodeproteo

    5.8Direitofundamentalprova

    5.8.1Introduo

    5.8.2mbitodeproteo

    5.9Direitofundamentalpublicidade

    5.9.1Introduo

    5.9.2mbitodeproteo

    5.10Direitofundamentalmotivaodasdecises

    5.10.1Introduo

    5.10.2mbitodeproteo

    5.11Direitofundamentalseguranajurdicanoprocesso

    5.11.1Introduo

    5.11.2mbitodeproteo

    5.12Direitoassistnciajurdicaintegral

  • 5.12.1Introduo

    5.12.2mbitodeproteo

    5.13Direitofundamentalduraorazoveldoprocesso

    5.13.1Introduo

    5.13.2mbitodeproteo

    5.14Direitofundamentalaoduplograudejurisdio?

    5.14.1Introduo

    5.14.2mbitodeproteo

    6.Aesconstitucionais-LuizGuilhermeMarinonieDanielMitidiero

    6.1Habeascorpus

    6.1.1Introduo

    6.1.2mbitodeproteo

    6.1.3Titularidade

    6.1.4Conformaoinfraconstitucional

    6.2Mandadodesegurana

    6.2.1Introduo

    6.2.2mbitodeproteo

    6.2.3Titularidade

    6.2.4Conformaoinfraconstitucional

    6.3Mandadodeinjuno

    6.3.1Introduo

    6.4Habeasdata

    6.4.1Introduo

    6.4.2mbitodeproteo

    6.4.3Titularidade

    6.4.4Conformaoinfraconstitucional

    6.5Aopopular

    6.5.1Introduo

    6.5.2mbitodeproteo

    6.5.3Titularidade

    6.5.4Conformaoinfraconstitucional

    6.6Aocivilpblica

    6.6.1Introduo

    6.6.2mbitodeproteo

    6.6.3Titularidade

    6.6.4Conformaoinfraconstitucional

    7.DaorganizaodoEstadoedaRepartiodeCompetncias-IngoWolfgangSarlet

    7.1OEstadoFederalnombitodateoriaeprticadasformasdeEstado:noesgeraiseintrodutrias

    7.2ElementosnuclearesqualificadoresdoEstadoFederal

    7.3OEstadoFederalnaConstituiode1988

  • 7.3.1BrevenotciahistricaformasdeEstadoeatrajetriadoFederalismonodireitoconstitucionalbrasileiro

    7.3.2Principaisnovidades:ainclusodoMunicpiocomoentefederativoeoaperfeioamentodoassimchamadofederalismocooperativo

    7.3.3AFederaocomoclusulaptrea(art.60,4.,I,daCF),osassimchamadosprincpiossensveis(art.34,VII,daCF)eoinstitutodasvedaesconstitucionais(art.19daCF)

    7.4OinstitutodaIntervenocomogarantiadaintegridadedaFederao

    7.4.1Noesgerais

    7.4.2AIntervenonosEstadosenoDistritoFederal

    7.4.2.1Pressupostosmateriaisehiptesesdecabimento

    7.4.2.2Aspectosdeordemformaleprocedimental

    7.4.2.2.1Iniciativadoprocessointerventivo

    7.4.2.2.2Competnciaeformadoatointerventivo

    7.4.2.2.3Amplitude,prazo,condieseconsequnciasdainterveno

    7.4.2.2.4Dointerventoredesuaresponsabilidade

    7.4.2.2.5Controlepolticoejurisdicionaldainterveno

    7.4.3AintervenonosMunicpios

    7.5Noesgerais

    7.6Dascompetnciasadministrativas(materiais)dosentesfederativos

    7.6.1Aspectosgeraisecompetnciasexclusivas(indelegveis)

    7.6.2Competnciasadministrativascomuns(concorrentes)

    7.7Dascompetnciaslegislativas

    7.7.1CompetnciaslegislativasprivativasdaUnioesuadelegao

    7.7.2CompetnciaslegislativasdosEstados

    7.7.3CompetnciaslegislativasdosMunicpios

    7.7.4CompetnciaslegislativasdoDistritoFederal

    7.8Ascompetnciaslegislativasconcorrentes

    7.8.1Consideraesgerais

    7.8.2Algumasnotassobreo(problemticoecontroverso)conceitodenormasgerais

    7.8.2.1AcompetnciasuplementardosEstadosedoDistritoFederal

    7.8.2.2AcompetnciasuplementardosMunicpios

    7.8.2.3Consideraesdenaturezacrticaluzdoexemplodaproteoambiental

    8.Controledeconstitucionalidade-LuizGuilhermeMarinoni

    8.1OsurgimentodocontrolejudicialdaconstitucionalidadedasleisnosEstadosUnidos

    8.1.1Primeirasconsideraes

    8.1.2Asuperioridadedocommonlawsobreosatosdoparlamentoingls

    8.1.3ARevoluoGloriosa,de1688,eosignificadodoprincpiodasupremacyoftheEnglishParliament

    8.1.4Docontroledosatosdacolniaapartirdodireitoinglsaojudicialreviewestadunidense.MerainversodoprincpiodasupremaciadoparlamentopeloprincpiodasupremaciadoJudicirio?

    8.1.5Ossignificadosdesupremaciadoparlamentonasrevoluesinglesaefrancesa

    8.1.6Ojudicialreviewdiantedoprincpiodaseparaodospoderes

    8.1.7AmatrizjusnaturalistadaConstituioeospoderesconstituinteeconstitudo

    8.1.8OcasoMarburyv.Madison.54AdoutrinaMarshall

  • 8.1.9Consideraohistrico-crticaacercadosurgimentodosistemaamericanodecontroledifusodaconstitucionalidadedasleis

    8.2AevoluodocontrolejudicialdaconstitucionalidadedasleisnaEuropa

    8.2.1Primeirasconsideraes

    8.2.2Osistemaaustracodecontroledeconstitucionalidade

    8.2.3Amanutenodocontroleconcentradoeaexpansodomodoincidental.OsTribunaisConstitucionaisitalianoealemo

    8.2.4Compreensodosistemaemqueojuiz,pornopoderdecidiraquestoconstitucional,remete-aparaanlisedaCorteConstitucional

    8.3Histriadocontrolejudicialdeconstitucionalidadebrasileiro

    8.3.1AConstituioImperial

    8.3.2AConstituiode1891

    8.3.3AConstituiode1934

    8.3.4AConstituiode1937

    8.3.5AConstituiode1946

    8.3.6AConstituiode1967/1969

    8.3.7AConstituiode1988

    8.4Dasformasdecontroledeconstitucionalidade

    8.4.1Controlejudicialecontrolenojudicial

    8.4.1.1Objetodocontrolejudicial

    8.4.2Controlepreventivoecontrolerepressivo

    8.4.3Controleconcretoecontroleabstrato

    8.4.4Controleincidentalecontroleprincipal

    8.4.5Controledifusoecontroleconcentrado

    8.5Asdiversasfacesdainconstitucionalidade

    8.5.1Inconstitucionalidadeformaleinconstitucionalidadematerial

    8.5.2Inconstitucionalidadeporaoeinconstitucionalidadeporomisso

    8.5.2.1Primeirasconsideraes

    8.5.2.2Inconstitucionalidadeporao

    8.5.2.3Inconstitucionalidadeporomisso

    8.5.2.3.1Instrumentosprocessuaisparacombateraomissoinconstitucional:mandadodeinjunoeaodiretadeinconstitucionalidadeporomisso

    8.5.2.3.2Omissototaleomissoparcial

    8.5.2.3.3Normaconstitucionalimpositivadedeverdelegislaredireitofundamentalcarentedetutelanormativa

    8.6Inconstitucionalidadeoriginriaeinconstitucionalidadesuperveniente

    8.6.1Inconstitucionalidadesupervenienteourevogao?Consequnciasprticas

    8.6.2Alteraodosfatosemodificaodaconcepogeralacercadodireito

    8.7Inconstitucionalidadetotaleinconstitucionalidadeparcial

    8.8Inconstitucionalidadediretaeinconstitucionalidadeindireta

    8.9Aquestoconstitucionalnoprocessocomum

    8.10Adecisonocontroleincidental

    8.11Anaturezaprejudicialdaquestodeconstitucionalidade

    8.12Legitimadosaarguiraquestoconstitucionalnocontroleincidental

    8.13Ocontroledeconstitucionalidadedeofcio

  • 8.14Dainexistnciadeprecluso

    8.15DeclaraoincidentaldeinconstitucionalidadenosTribunaisEstaduaiseRegionaisFederaisenoSTJ

    8.15.1AexignciadequorumqualificadonosTribunais.Encaminhamentoedecisodaquestoconstitucional

    8.15.2ASmulaVinculante10

    8.15.3Interpretaoconformeedeclaraoparcialdenulidadesemreduodetexto.ExclusividadedoPlenoourgoEspecial

    8.15.4Nocabimentodoincidentedeinconstitucionalidade

    8.15.5QuestoconstitucionaljdecididapeloSTF

    8.15.6QuestoconstitucionaljdecididapeloPlenrioourgoEspecial

    8.15.7DeclaraodeinconstitucionalidadenoSTJ

    8.15.8ProcedimentodoincidentedeinconstitucionalidadenosTribunais

    8.15.8.1Procedimentoprvioperanteorgofracionrio

    8.15.8.2ProcedimentoperanteoPlenoouorgoEspecial

    8.16Recursoextraordinrio

    8.16.1Recursoextraordinrio

    8.16.2Repercussogeral

    8.16.3AimprescindibilidadedeosprecedentesdaSupremaCorteobrigaremosjuzosinferioresnosistemaemquetodoequalquerjuiztempoderparacontrolaraconstitucionalidade

    8.16.4Osprecedentesobrigatrioseaimportnciadafundamentaodasdecises

    8.16.5Ratiodecidendieobiterdicta

    8.16.6Aindividualizaodosfundamentosdeterminantesouratiodecidendi

    8.16.7AeficciavinculantedosfundamentosdeterminantesnoSTF

    8.16.8Atributosdaeficciavinculantedosfundamentosdeterminantes

    8.16.9Eficciatemporaldarevogaodeprecedenteformadonocontroleincidental

    8.16.9.1AquestonosEstadosUnidos

    8.16.9.2Diferentesrazesparatutelaraseguranajurdica:decisodeinconstitucionalidadeerevogaodeprecedenteconstitucional

    8.16.9.3Efeitosinterpartesevinculantesdadecisodeinconstitucionalidade(nocontroleincidental)edadecisoquerevogaprecedenteconstitucional

    8.16.9.4Eficciaprospectivadedecisorevogadoradeprecedenteconstitucionalededecisoproferidaemcontroleincidental

    8.16.9.5AfunodoSenadoFederal

    8.17Controleincidentalnaaocivilpblicaenaaopopular

    8.18Oproblemadocontroleincidentaldainconstitucionalidadeporomisso

    8.18.1Primeirasconsideraes

    8.18.2Opoderdecontroledifusoabarcaopoderdecontrolaraomissoinconstitucional

    8.18.3Situaesemqueafaltadeleifrequentementesupridanaprticaforense

    8.18.4Aeficciadosdireitosfundamentaissobreosparticulareseocontroleincidentaldaomissoinconstitucional

    8.18.5Oslimitesdojuiznosuprimentodafaltadeleinecessriatuteladedireitofundamental.Ocontroledainconstitucionalidadeporomissocomocontroledainsuficinciadetutela

    8.18.6Controledeinconstitucionalidadeporomissotuteladedireitofundamentaldenaturezaprocessual

    8.18.7Legitimidadedoraciocniodecisrionosuprimentodetcnicaprocessual

    8.19Primeirasconsideraes419

    8.20Legitimidade

  • 8.20.1Extensodalegitimidade,legitimadosuniversaiseespeciaisecapacidadeparapostular

    8.20.2Legitimidade,pertinnciatemticaeinteressedeagir

    8.20.3GovernadordeEstadoeAssembleiaLegislativa

    8.20.4ConselhoFederaldaOrdemdosAdvogadosdoBrasil

    8.20.5Partidopoltico

    8.20.6Confederaosindicaleentidadedeclassedembitonacional

    8.21Objeto465

    8.22Parmetrodecontrole

    8.23Procedimento

    8.24Procedimentosumrioemsentidoformal

    8.25Causadepediraberta

    8.26Medidaliminar

    8.27Amicuscuriae

    8.28Esclarecimentodematriadefatoeinformaesacercadaaplicaodanormaimpugnada

    8.29Dadeciso

    8.30Primeirasconsideraes552

    8.31Legitimidade

    8.32Objetoeparmetrodecontrole

    8.33Petioinicial

    8.34Controvrsiajudicialrelevante

    8.35Indeferimentodapetioinicial

    8.36Participaonoprocesso

    8.37Esclarecimentodematriadefatoeinformaesacercadaaplicaodanormaquestionada

    8.38Medidaliminareseusefeitos

    8.39Deciso

    8.40Eficciaergaomnes

    8.40.1Eficciaergaomnesecoisajulgadamaterial

    8.40.2Decisodeconstitucionalidadeepossibilidadedeposteriorououtraaodiretadeinconstitucionalidade

    8.40.3Decisodeconstitucionalidadecomefeitosergaomneseimpactodasnovascircunstnciassobreocontroledifuso

    8.40.4Efeitostemporaisdarevogaodadecisodeconstitucionalidade

    8.41Eficciavinculante

    8.41.1Primeirasconsideraes

    8.41.2Extensoobjetiva

    8.41.3Extensosubjetiva

    8.42Reclamao

    8.43Modulaodosefeitostemporaisdadecisodeinconstitucionalidade

    8.44Efeitosdadecisodeinconstitucionalidadesobreacoisajulgada

    8.44.1Leiinconstitucionaledecisobaseadaemleiinconstitucional:efeitosdaleieefeitosdadecisojudicial

    8.44.2Incompatibilidadedaretroatividadedadecisodeinconstitucionalidadecomosistemadifuso

    8.44.3Coisajulgadaeseguranajurdica

  • 8.44.4Retroatividadedadecisodeconstitucionalidadesobreacoisajulgada

    8.44.5AimpugnaofundadaemdecisodeinconstitucionalidadenoCPCde2015:Daretroatividadetuteladaobservnciadasdecisesedosprecedentesconstitucionais

    8.44.6Daaorescisriafundadaemviolaoliteraldelei(art.485,V,doCPC/73)aorescisriabaseadaemviolaodenormajurdica(art.966,V,doCPC/2015)

    8.44.7Atesedequenohinterpretaocontrovertidadenormaconstitucional

    8.44.8Nohdistinoentredecisoproferidaemcontroleconcentradoecontroledifusoparaefeitoderescindibilidadedecoisajulgada

    8.44.9AprevisodehiptesederescisriabaseadaemulteriordecisodeinconstitucionalidadenoCPCde2015

    8.44.10OcasoMetabelv.UnioFederal:anoadmissodeaorescisriabaseadaemulteriorprecedentedoSupremoTribunalFederalmedianteaafirmaodagarantiaconstitucionaldacoisajulgadamaterial

    8.44.11Casosemqueseadmiteaorescisriabaseadaemviolaodenormaconstitucional

    8.44.12Modulaodeefeitosecoisajulgada

    8.45Inconstitucionalidade,nulidade,decisodeclaratriaeproduodeefeitos

    8.46Declaraodeinconstitucionalidadetotaledeclaraodeinconstitucionalidadeparcial

    8.47Inconstitucionalidadeporarrastamento

    8.48Pronnciadeinconstitucionalidadesemdeclaraodenulidade

    8.49Omissoparcial,pronnciadeinconstitucionalidadeeisolamentodedeterminadosefeitos

    8.50Normaemtrnsitoparaainconstitucionalidade

    8.51InterpretaoconformeConstituio

    8.52Declaraoparcialdenulidadesemreduodetexto

    8.53Primeirasconsideraes755

    8.54HistriadomandadodeinjunonoSTF

    8.55Escopodomandadodeinjuno

    8.56Naturezamandamental?

    8.57Legitimidade

    8.58Medidaliminar

    8.59Pressupostosparaaconcessodomandadodeinjuno

    8.59.1Deverdelegislar

    8.59.2Moradolegislador

    8.59.3Normainsuficienteeomissoparcial

    8.59.4Normanoautoaplicvel

    8.59.5NormarecepcionadapelaConstituio,ediosupervenientedanormaeencaminhamentodeprojetodelei

    8.60Coisajulgadanosmandadosdeinjunoindividualecoletivo

    8.61Revisodadeciso?Aquestodosefeitostemporaisdacoisajulgada

    8.62Retroatividadeapenasparabeneficiar

    8.63Eficcianaturaldacoisajulgada

    8.64Eficciadosprecedentes

    8.65Omandadodeinjunodiantedapossibilidadedeafaltadeleisersupridanocasoconflitivoconcreto

    8.62Primeirasconsideraes842

    8.63Escopodaaodiretadeinconstitucionalidadeporomisso

    8.64Objetodaomissoinconstitucional

  • 8.65Legitimidade

    8.66Procedimento

    8.67Omissoparcialdeinconstitucionalidade

    8.68Medidaliminar

    8.69Dadecisonaaodeinconstitucionalidadeporomisso.Crtica

    8.70Efeitosdadecisoproferidanaaodiretadeinconstitucionalidadeporomisso.ResponsabilidadedoEstadoporomissoinconstitucional

    8.71Primeirasconsideraes894

    8.72Modalidades

    8.73Requisitosdaarguiodedescumprimentodepreceitofundamental

    8.73.1Ausnciadeoutromeioprocessualcapazdesanaralesividadedemodoeficaz

    8.73.2Relevnciadofundamentodecontrovrsiaconstitucionalsobreleiouatonormativofederal,estadualoumunicipal,includososanterioresConstituio

    8.74Legitimidade

    8.75Parmetrodecontrole

    8.76Objeto

    8.76.1Introduo

    8.76.2AtosdoPoderPblico

    8.76.3Direitopr-constitucional911

    8.76.4Declaraodeinconstitucionalidadededireitomunicipal916

    8.76.5Declaraodeconstitucionalidadedosdireitosmunicipaleestadual

    8.76.6Controledeatolegislativoemfasedeformao

    8.76.7Normadecartersecundrio

    8.76.8Decisesjudiciaisearguiodedescumprimentodepreceitofundamental

    8.76.9Aquestodaomissoparcial

    8.77Procedimento934

    8.78Medidaliminar

    8.79Decisoeefeitos949

    8.80Introduo950

    8.81Legitimidade

    8.82Objeto

    8.83Compreensodosprincpiossensveiscomoparmetroparaadecretaodainterveno

    8.84Procedimento

    8.85Medidaliminar

    8.86Decisoeefeitos

    8.87Primeirasconsideraes968

    8.88Normaestadualeduplicidadedecontroledeconstitucionalidade

    8.89Decisode(in)constitucionalidadedenormaconstitucionalestadual,emfacedaConstituioFederal,emaodiretadeinconstitucionalidadepropostaperanteoTribunaldeJustia

    8.90NormaconstitucionaldereproduoeinterpretaoincompatvelcomaConstituioFederal.Cabimentoderecursoextraordinrio

    8.91AodeinconstitucionalidadeporomissonosEstados-membros

  • 8.92AodiretadeconstitucionalidadenosEstados-membros

    8.93Efeitosdadecisoproferidaemsededeaodiretadembitoestadual

    8.94Introduo.Hierarquianormativadostratadosinternacionaisdosdireitoshumanos

    8.95Significadodesupralegalidadedostratadosinternacionais

    8.96Modosdecontroledaconvencionalidadenodireitobrasileiro

    8.97Controledesupraconstitucionalidade

    8.98OcontroledeconvencionalidadepelaCorteInteramericanadeDireitosHumanos

    8.99ObjetoeparmetrodocontroledeconvencionalidadenaCorteInteramericana

    8.100OsefeitosdasdecisesdaCorteInteramericanadeDireitosHumanos

    Refernciasbibliogrficas

  • NOTA6.EDIO

    Novamentetranscorreupoucotempoentreolanamentodaltimaedioeanecessidadederevisare

    atualizaraobraparaassegurara tempestivapublicaodestasextaedio.Comoocorreunasedies

    anteriores, tambmestafoiobjetodecuidadosaatualizaojurisprudencial,bibliogrficae legislativa,

    inclusive com diversas inseres ao longo do texto, destacando-se as mais recentes e importantes

    decisesdoSTFrelacionadasaosdiversostpicosdaobra,comdestaqueparaosdireitosfundamentais,

    osdireitosprocessuaiseocontroledeconstitucionalidade.

    Almdisso, tambmestaedioveioacompanhadadenovidades.Comefeito,almdainserodas

    alteraesrelativasaoNovoCdigodeProcessoCivil,foiincludoumnovocaptulosobreospartidos

    polticos, bem como um comentrio da nova lei que regulamenta o procedimento do Mandado de

    Injuno.

    Calha sublinhar, de outra banda, que as atualizaes levadas a efeito alcanam novidades

    bibliogrficas, jurisprudenciais e legislativas disponveis at outubro de 2016, tendo a edio sido

    fechadaemnovembro.

    Assim, renovando o compromisso de manuteno da qualidade e gradual atualizao e

    complementao desteCurso deDireito Constitucional, esperamos que sigamerecedor da confiana

    nele(eemns)depositadapelopblicoacadmicoeprofissional.

    PortoAlegreeCuritiba,novembrode2016.

    IngoWolfgangSarlet

    LuizGuilhermeMarinoni

    DanielMitidiero

  • NOTA5.EDIO

    Apresenteedio,comoasanteriores,almderevistaeatualizadanoquedizcomlegislao,doutrina

    e jurisprudncia, contempla ao menos um item novo, ainda que modesto na sua formatao,

    designadamenteumitemdedicadoaodireitoaotransporte,recentementeagregadoaocatlogodedireitos

    sociaisdoart.6.daConstituioFederal.Comoaquartaediofoi lanadanomercadoeditorialno

    incio de agosto de 2015, nesse meio tempo no chegaram a ocorrer muitas alteraes e

    desenvolvimentossignificativos,demodoque,comosajustesoraefetuados,consideramosquetambm

    esta edio alcana os seus objetivos, sem prejuzo do compromisso da gradual mas cuidadosa

    ampliaodaobranasprximasedies.

    PortoAlegreeCuritiba,dezembrode2015.

    IngoWolfgangSarlet

    DanielMitidiero

    LuizGuilhermeMarinoni

  • NOTA4.EDIO

    A quarta edio do presente Curso de Direito Constitucional, ora veiculada pela EDITORA

    SARAIVA,maisumavez objetode atenta reviso e atualizao,mediante a inserono apenasde

    bibliografia, mas especialmente de jurisprudncia e eventuais inovaes legislativas (atualizaes

    limitadasaquiaoperododeatmaiode2015),comovaienriquecida,aexemplodasediesanteriores,

    deumnovocaptulo,destafeitaversandosobreosPrincpiosFundamentaisdaConstituioFederalde

    1988. Mas no s o captulo como tal novo, mas esta edio tambm distinta, em termos

    comparativos,quantoaocontedodonovocaptulo,especialmenteemfaceda inseronosprincpios

    fundamentaisdoPrincpiodoEstadoSocioambientaledoPrincpiodaSustentabilidade.Assim,coma

    esperanadeseguircorrespondendosexpectativasemantendo-nosfiisaocompromissodepermanente

    atualizaoecomplementaodaobra,agradecemosatodosquenostmprestigiadocomsualeiturae

    crtica,manifestandoaquiespecialgratidopelaformacomquefomosacolhidospelaequipedaEditora

    SARAIVA.

    PortoAlegreeCuritiba,4dejunhode2015.

    IngoWolfgangSarlet

    LuizGuilhermeMarinoni

    DanielMitidiero

  • NOTA3.EDIO

    Tendoemcontaoesgotamentodemaisumaedio,comalegriaqueanunciamososurgimentodesta

    terceiraedio,que,emsintoniacomasmetaspostasquandodasnotasintrodutriasdaedioinaugural,

    surgeenrobustecida,atualizadaeamplamenterevista.Comefeito,almdainserodeumcaptulonovo,

    versandosobreaOrganizaodoEstado,houvecuidadosaatualizaodajurisprudncia,notadamentedo

    STF, assim como atualizao bibliogrfica e legislativa, resultando na insero de dezenas de novos

    ttulosnabibliografiadaobra.Registre-se,nesseparticular,quesalvoumaououtraexceoqueainda

    podesercontemplada,emtermosgeraisofechamentodasegundaedio,noquedizcomaatualizao

    dasfontes,ocorreuemjaneirode2014.

    Outroaspectoaserdestacadodizrespeitoaopreodaobra,que,emvirtudedealteraesdeordem

    grfica, sem reduo do texto (pelo contrrio, houve insero de captulo novo), logrou ser reduzido,

    tudo a contribuir para que a obra tenha ainda maior potencial de circulao. Se formos novamente

    brindados como esgotamento desta edio, desde logo anunciamos amanuteno do compromisso de

    progressiva complementao e aperfeioamento do texto. Assim, nos resta novamente agradecer ao

    pblicoleitoreaosmultiplicadoresdaobrapelaconfianadepositada.

    PortoAlegreeCuritiba,fevereirode2014.

    IngoWolfgangSarlet

    LuizGuilhermeMarinoni

    DanielMitidiero

  • NOTA2.EDIO

    Tendoemcontaoesgotamentodaprimeiraedio,inclusivemedianteumareimpresso,antesmesmo

    decompletadoumanodeseulanamento(marode2012),comalegriaqueanunciamososurgimento

    desta segunda edio, que, em sintonia comasmetas postas quandodas notas introdutrias da edio

    inaugural, surgeenrobustecida, atualizadae amplamente revista.Comefeito, almda inserodedois

    captulos novos e atualizados versando sobre a Nacionalidade e os Direitos Polticos, foram

    incorporadosaotextodoistpicosadicionais,umdelesdiscorrendosobreaexperinciaconstitucional

    alem, com destaque para a Lei Fundamental de 1949 (na parte sobre a constituio em perspectiva

    histrica)eoutrodispondosobreodireito(garantia)aoduplograudejurisdio,esseltimoinseridona

    partedosdireitosegarantiasfundamentaisprocessuais.Comtaisacrscimos,aobracresceuemtornode

    100(cem)pginasemrelaoaotextodaprimeiraedio.Almdisso,houvecuidadosaatualizaoda

    jurisprudncia, notadamente doSTF, assim como atualizao bibliogrfica e legislativa, resultando na

    inserodedezenasdenovosttulosnabibliografiadaobra.Registre-se,nesseparticular,quesalvouma

    ououtraexceoqueaindapodesercontemplada,emtermosgeraisofechamentodasegundaedio,no

    quedizcomaatualizaodasfontes,ocorreuemnovembrode2012.

    Poroutrolado,buscandocompensaroacrscimoemtermosdevolumedetextoeajustaropreofinal

    de modo a torn-lo mais competitivo, foi ampliado o tamanho do volume (aumento da pgina),

    assegurandoumnmeromaiordecaracteresporpgina,semquetivessesidonecessriaaexclusode

    parte do texto da primeira edio. Em outras palavras, o que se buscou e seguir buscando, um

    crescimento e ajuste sustentvel da obra. Se formos novamente brindados com o esgotamento da

    segundaedio,desdelogoanunciamosamanutenodocompromissodeprogressivacomplementaoe

    aperfeioamento do texto. Assim, resta-nos agradecer de forma entusiasmada ao pblico leitor e aos

    multiplicadoresdaobrapelaconfianadepositada.

    PortoAlegreeCuritiba,dezembrode2012.

    IngoWolfgangSarlet

  • LuizGuilhermeMarinoni

    DanielMitidiero

  • APRESENTAO

    AmissodeescreverumCursoquepossaostentaressadesignaonosereveladefcilexecuo.

    Por um lado, preciso assumir o compromisso de conciliar uma dosagem suficiente de contedo e

    densidade,oferecendoaoleitorinformaorelativamenteacessveleatualizada,quepossaorient-lona

    suatrajetriaacadmica,noplanodaformaopessoal,mastambmnasuaatividadeprofissional.Por

    outro,importaselecionardeformaadequadaosassuntosqueinteressammaisdepertoparacompreenso

    do direito constitucional brasileiro. Por mais completo que seja o programa da obra, dificilmente,

    considerada a abrangncia do texto constitucional brasileiro, poder ser mantida a mesma densidade

    quantoaotratamentodamatria.Essacontingnciasedeveaofatodeoscontedosqueextrapolamos

    domnios convencionais do direito constitucional em que inequivocamente se inserem a teoria da

    constituio, dos princpios e dos direitos fundamentais, da organizao do Estado e dos poderes

    articularem-sefortementecomsubsistemastemticosemquecostumamsermaisdesenvolvidos.Ditode

    outromodo,umcursodedireitoconstitucionalnopoderpretendersersimultaneamenteumcursode

    direito tributrio,direitoadministrativo,direitoeconmico,direitoprevidenciriooumesmoumcurso

    completosobreosdireitosfundamentaisemespcie.Dever,noentanto,serumreferencialadequado

    paraquemquiseriralmtambmnessesdomnios.

    EssasconsideraesabriramespaoparaduaspeculiaridadesquemarcamonossoCurso.

    Aprimeiradelasdiz respeitoseleodocontedo.Comefeito, a exemplodoque severifica em

    outroscasos,apresenteobranonasceucompleta,e,mesmoconsiderandoaatualizaoeampliaoa

    cadareedio(eapresenteedionoserevelaumaexceo),nosepretendecompleta.Cuida-se,isso

    sim,deumtrabalhoprojetadoparaumpermanenteprocessodeampliaoereconstruo,cujaprimeira

    ediosurgiucontemplando,naprimeiraparte,algunsdosaspectoscentraisdateoriadaconstituioe

    dodireitoconstitucional,deixandoaapresentaoeaanlisedosistemaconstitucionalbrasileiro(aquilo

    que se costuma tambmdesignardedireito constitucionalpositivo)para a segundaparte.Almdisso,

    convmfrisarqueseguesendonossainteno,porocasiodecadanovaedio,noapenasaperfeioar

  • e atualizar os tpicos ora versados, mas incluir, gradativamente, novos pontos, de modo a buscar a

    almejadacompletude,aindaquesesaibaqueestasejamaisumidealdoqueumarealidadepossvel.

    Queodestaqueeissojnaprimeiraediovaiparaostemascentraisdateoriadaconstituioedo

    direitoconstitucionaleosdireitosfundamentaiseaefetividadedaconstituio(essatambmarazode

    ser de uma alentada parte sobre o controle de constitucionalidade e das aes constitucionais) no

    representamalgoaleatrio,masconstituemumdosaspectosdiferenciaismedianteosquaissepretende

    queopresenteCurso,dealgummodo,possacontribuirparaauxiliarnoaprendizadoemanejododireito

    constitucionalnoBrasil.

    A segunda observao concerne autoria. Como projeo da nossa preocupao em apresentar

    comunidadeacadmicaumtextosuficientementeslido,nosnareadateoriaconstitucional,mascom

    particular foco na efetividade da Constituio, pareceu-nos conveniente conjugar esforos demodo a

    poderenfrentarcompropriedade todosessesaspectosdoproblema.Dasurgiunossaparceria, como

    intento de outorgar tratamento adequado e especfico tanto aos problemas de direitomaterial quanto

    queles de direito processual que a Constituio brasileira apresenta. A propsito, para preservar a

    identidadedecadaautoredasuarespectivacolaboraoparaaobra,todososcaptulostmgravadosos

    nomes de seu autor, assegurando a pronta identificao da responsabilidade pelo texto pelo pblico-

    leitor.

    Apresentar (nocaso, reapresentar)umCurso comunidadeacadmicabrasileiradadoonvelde

    excelnciadeboapartedanossaproduoconstitucionalnoconstituitarefaquesepossaassumirde

    modoleviano.Pelocontrrio,issossejustificapelapossibilidadedepodercolaborarcomodebatea

    fim de que nossas instituies se fortaleam e o Estado Constitucional viceje forte para alm das

    contingnciaspolticas.Poroutrolado,isso,claro,ssejustificasetivermospresentequeadoutrina

    temumamissoparaalmdasespecialidadesadeformar,emumespritodeUniversidade,pessoas

    preocupadascomo sentidoconstitucional queperpassa todooDireito noEstadoConstitucional.o

    nicoobjetivorazovelquesepodeassinalaraumCursodeDireitoConstitucionalrealmentecentrado

    napreocupaocomapromoodaConstituio.

    Porderradeiro,nopoderamosdeixardeagradecerEditoraSARAIVApeloestmuloepeloapoio

    tcnicoparaaproduodestaquartaediodaobra,primeirapelaEditoraSaraiva.Ademais,embora

    sendo uma reedio, mantm-se aqui os agradecimentos a todos os que colaboraram (em diversos

  • momentos e com diferentes autores) com a pesquisa bibliogrfica e jurisprudencial que resultou na

    primeiraediodaobra,assimcomoarevisodenotas,designadamenteAndreiFerreiradeArajoLima

    (acadmicodeDireitonaPUCRS),CarlosEduardoRangelXavier (ProcuradordoEstadodoParan),

    ChristianDelgado(MestrandoemDireitonaUFPR),EduardoFrischmannKruter(BacharelemDireito

    pelaUFRGSeAssessordeDesembargadornoTJRS),FernandoAndreoniVasconcellos(Doutorandoem

    DireitonaUFPR),taloR.Fuhrmann-Souza(MestreemDireitopelaPUCRS),JefersonFerreiraBarbosa

    (Mestre emDireito pela PUCRS),LuizHenriqueKrassuski Fortes (Bacharel emDireito pelaUFPR),

    MarianaF.Figueiredo(AdvogadadaUnio,MestreeDoutorandapelaPUCRS),PaulaPessoaPereira

    (MestrandaemDireitonaUFPR)eRonaldoLuizKochemJunior (AcadmicodeDireitodaUFRGS),

    SelmaRodrigues Petterle (Advogada, ProfessoraUniversitria,Mestre eDoutoranda emDireito pela

    PUCRS), Tiago Fensterseifer (Defensor Pblico em So Paulo, Mestre e Doutorando pela PUCRS).

    Cumpre,ademais,enfatizarqueseguimoscontandocomascrticasesugestesdosleitores,demodoa

    permitiroconstanteaperfeioamentodaobra.

    PortoAlegre,RS,eCuritiba,PR,4dejunhode2015.

    IngoWolfgangSarlet

    LuizGuilhermeMarinoni

    DanielMitidiero

  • PRIMEIRAPARTE

    TeoriadaConstituioedoDireitoConstitucional

  • 1

    ACONSTITUIOEMPERSPECTIVAHISTRICO-EVOLUTIVADosantecedentes afirmaodo constitucionalismomodernoe doassim chamadoEstadoConstitucional

    IngoWolfgangSarlet

    1.1Consideraesintrodutrias1

    Embora a noo de constituio, compreendida em sentido material, ou seja, como o modo de

    organizao da sociedade poltica, seja bem mais antiga, o fato que a ideia de uma constituio

    formal,nosentidodeumaconstituiojurdicaounormativa,portanto,comoexpressodeumpoder

    constituinte formal, encontrou suaafirmao (terica e prtica) apenasapartir do final do sculo

    XVIII.precisamentenessaperspectivaquejseafirmouqueofatodecadaunidadepolticaestarem

    umaconstituio(ouserumaconstituio)nosignificaqueeladefatotenhaumaconstituio(formal,

    no sentido de uma constituio normativa), de tal sorte que o termo constituio cobre ambas as

    realidadesque,contudo,nosoequivalentesemtodaasuaextenso,vistoquenaprimeiraacepo(que

    coincidecomadeconstituiomaterial)setratadeumconceitoempricooudescritivodeconstituio,

    aopassoquenosegundosentidocuida-sedeumconceitonormativoouprescritivodeconstituio.2

    Comissonoseestasustentar,todavia,queantesdaafirmaoeconsolidaodanoomodernade

    constituioformal(jurdica)noexistissemdocumentosjurdicosdecunhoconstitucional(emboraem

    largamedida distintos do que viriam a ser as constituies escritas no sentidomoderno), consoante,

    alis,demonstradeformaemblemticaaexperinciaconstitucionalinglesa.Jportalrazo,mastambm

    poraindaconstituirumaviadiferenciadanocontextomaisamplodaevoluoconstitucional,omodelo

    ingls tambm ser considerado neste captulo, juntamente com as experincias norte-americana e

    francesa que, como amplamente aceito, constituem os dois pilares do constitucionalismo na sua

  • versomoderna,oqual,emseustraosessenciais,seguemarcandooconstitucionalismocontemporneo,

    embora emprocesso de permanente reconstruo, a ponto de se chegar a afirmar que, a despeito das

    muitase relevantescontribuiesencontradasna literatura,ahistriado constitucionalismomoderno

    aindaestsendoescrita,e,portanto,estporserescrita.3Emsentidosimilar,buscandodestacarquea

    constituio e o constitucionalismo se caracterizam comoumprocesso evolutivo, h quemdiga quea

    constituiopodesercompreendidacomoumaespciedeaquisioevolutiva.4

    Nada obstante a existncia, antes do surgimento das constituies jurdicas modernas, de regras

    jurdicas, inclusive consolidadas em documentos, regulando as relaes de poder poltico e mesmo

    vinculando os titulares do exerccio do poder, tais regras (ainda que integrantes de uma constituio

    material) no correspondem noo moderna de constituio normativa, nascida no final do sculo

    XVIII,razopelaqual,comoadverteDieterGrimm,nohqueconfundirosfenmenosdajuridificao

    edaconstitucionalizao:aconstituionosentidomodernodo termoconstituiumaformapeculiarde

    juridificaodopoderedadominaopoltica,vinculadaadeterminadascondieshistricas,quenem

    sempreestiverampresentesequepodemvoltarafaltar.5Defato,sealgunsdocumentosjurdicosmais

    antigos,comoocasodaMagnaCartaInglesa(1215),masespecialmentedasdeclaraesdedireitos

    inglesas do sculoXVII, tm sido considerados antecedentes de uma constituio jurdica no sentido

    moderno (no caso peculiar da Inglaterra, at mesmo integrando, ainda hoje, a prpria constituio

    histrica, juntamente com outros regramentos), certamente eram em muito distintos da noo de uma

    constituio compreendida como lei fundamental de uma comunidade poltica, dotada, entre outras

    caractersticas,daqualidadedenormahierarquicamentesuperior.6

    Jportalrazo,importatersemprepresenteque,emboraasRevoluesAmericana(1776)eFrancesa

    (1789)tenhamdemarcadoomomentoinicialdoconstitucionalismomoderno,7cujahistria,porsuavez,

    estintrinsecamenteligadalimitaonormativadopoderpolticoegarantiadedireitosindividuaise

    indisponveis,livresdeintervenoestatal,ofatoqueasvertentesdoconstitucionalismo(inclusiveda

    noo de constituio jurdica) so mais remotas, podendo ser encontradas j no perodo medieval,

    embora com amplo destaque para o constitucionalismo histrico e o pensamento poltico e filosfico

    ingls.

    Comefeito, emquepeseoconstitucionalismo tenhaseconsolidadoapartirdasgrandes revolues

    dossculosXVIIeXVIII,formandotrsmodelosque,ressalvadasasdiferenasentresi,asseguraramas

  • basesdasexperinciasconstitucionaisposteriores,nocaso,osmodelosingls,norte-americanoefrancs

    (osdoisltimosdefinidoresdoassimdesignadoconstitucionalismomoderno),foinoperodomedieval,

    por meio da afirmao dos costumes e tradies (portanto, pelo direito costumeiro), que foram

    estabelecidas regras gerais de organizao poltica, j a partir do sculo V.8 O prprio termo

    constituio(quejaparecianaobradeAristteles)9erarelacionado,napoca,aumanooemprica,

    nonormativa,queresultoudasimplestransposiodadescrionaturaldoprocessodedominaodos

    territriosedeseushabitantesedodesenvolvimentohistricodasrelaesdepoderparaalinguagem

    jurdicaepoltica,ondepassouaconstituirumconceitotambmnormativo,dodeverser.10Ademais,a

    utilizao do termo constituio nos escritos polticos da Antiguidade e mesmo na fase seguinte, do

    Medievo,costumavaemmuitoscasosdesignarummododeorganizaopolticaidealdasociedade,

    comodo conta as obras doprprioAristteles (ao identificar e propor uma tipologia das formasde

    governo),masespecialmenteaficodaRepblica,dePlato,aCidadedeDeus,deAgostinho,entre

    outras.11

    Com a derrocada gradual domodo de produo e de organizao da sociedade tpicos do perodo

    medieval,geralmenteidentificadocomosistemafeudal(emboraasdiferenasimportantesregistradasde

    lugarparalugareaolongodotempo),surge,especialmenteaolongodossculosXV,XVIeXVII,mas

    com experincias anteriores, como d conta o caso de Portugal, que assumiu aos contornos de uma

    unidadeestatalcentralizadaemumterritrioecomoexercciodopoderconcentradonasmosdeum

    monarca jno sculoXIII, o assimchamadoEstadomoderno;opoderpoltico, antes fragmentadoem

    diversos centros de poder, torna-se centralizado, indivisvel e absoluto, depositado nas mos do

    monarca,cujasoberaniaeralegitimada,segundoumasriedeteorias,pelodireitodivino.12

    ComaascensodascorrentesfilosficasqueiriamforjaroambientedoIluminismocomdestaque

    para os escritos de Thomas Hobbes, John Locke, Jean-Jacques Rousseau e Immanuel Kant13 , a

    legitimao e o exerccio do poder foram enquadrados em esquemas racionalistas, de modo que,

    especialmente apartir do sculoXVIII, algumasdas consequnciasdessemovimento j semostravam

    clarasnocenriojurdicoepolticoeuropeu,inclusivemigrandoparaocenriodascolniasinglesasna

    Amrica, em que acabou eclodindo o processo que levou ao surgimento das primeiras constituies

    escritasnosentidomodernodo termo.Dentre tantosoutrosaspectosdignosdenota,enfatiza-seaquia

    afirmao do primado da lei em detrimento do costume como fonte do direito (movimento de

  • codificao),almdaalteraodaconcepoatentovigentedesoberania,comocentradanafigurado

    prncipe,paraumconceitodesoberanianacional,ondealeieraconcebidacomoaexpressomximada

    vontadegeral.14

    Com o incremento do capitalismo como modo de produo, primeiramente com o incremento e

    expanso das relaes comerciais a partir do final da IdadeMdia, e depois por via de seumodelo

    industrial oriundo da revoluo econmica na Inglaterra, a burguesia revela-se como o setor mais

    avanadoedinmicodasociedade,avultando,cadavezmais,ocontrasteentresuaposioeconmicae

    aausnciadesuaparticipaonopoderpoltico.Assim,inevitvelochoquedeinteresses,findandona

    ecloso de movimentos revolucionrios que iriam contestar os privilgios da monarquia do antigo

    regime,inclusiveemtermosdemovimentosdesecessoporpartedascolnias,noapenasnosEstados

    Unidos (1776-1783) e na Frana (1789-1799) seguramente as duas mais importantes para o

    constitucionalismo,mastambmnaIrlanda(1783-1784),naBlgica(1787-1790),naHolanda(1783-

    1787) e, inclusive, na Inglaterra (1779), que j havia passado por um perodo de intensa agitao

    poltico-institucional,inclusiveporumaguerracivil,aolongodosculoXVII.

    Embora integrante do ciclo revolucionrio do sculo XVIII, no tendo, portanto, sido um evento

    isolado no contexto da poca, a Revoluo Francesa, eclodida em 1789, foi, sem dvida, o mais

    profundo e impactante (consideradas as suas propores e repercusso) entre os movimentos

    revolucionrios. Alm de ter sido uma revoluo social de massa, mais radical do que as que a

    precederamequeaseguiram(exceofeitaaosmovimentosrevolucionriosocorridosnaRssiaena

    China, no sculo XX), foi a nica de carter ecumnico, dizer, seus ideais foram concebidos para

    revolucionaromundo,diferentementedarevoluonorte-americana,cujoacontecimentocentrou-senos

    EstadosUnidosenospasesnelaenvolvidos.15

    Consoante anota Horst Dippel, ainda que as consequncias polticas e jurdicas da Revoluo

    Francesa tenhamadquiridoproporesmundiais, no foinaFranaque sedeuaorigemdoquehoje

    entendemosporconstitucionalismomoderno,mas,sim,nosEstadosUnidosdaAmrica,mediante,ainda

    numaprimeira fase,apromulgaodaDeclaraodosDireitosdaVirgnia,em1776.Taldocumento

    jurdico, diferentemente do Bill of Rights da Inglaterra (1689), embora em boa parte por influncia

    daquele, foi o primeiro a consagrar umadeclarao de direitos estabelecida pelos representantes do

    povo, reunidos numa conveno plena e livre, direitos que foram compreendidos como constituindo a

  • base e o fundamento do governo.16Ainda comDippel, a Declarao de Direitos da Virgnia, pelo

    menos em seus traos essenciais, serviu demodelo para a Declarao dosDireitos doHomem e do

    Cidado, promulgada na Frana, em 16 de agosto de 1789, de modo que, indiretamente, o

    constitucionalismonorte-americanoinfluencioutextosconstitucionaisemescalaglobal.17Nestemesmo

    contexto, calha relembrar a lio de Thomas Paine, um dos intelectuais norte-americanos (embora

    nascidonaInglaterra)maisdestacadosdoperodorevolucionrio,nosentidodequeumaconstituio

    noumatodegoverno,masdeumpovoconstituindoumgoverno.Governosemconstituiopoder

    semdireito.18Talafirmao,porsuavez, reforaanoodequecomaDeclaraodaVirgnia,de

    1776,maisespecialmentecomapromulgaodaConstituiodosEstadosUnidosdaAmrica,de1787,

    algodesubstancialmentenovoestavaasurgir.

    Noqueconsistemostraoscaractersticosdoconstitucionalismomodernoedostrsgrandesmodelos

    queseafirmaramaolongodossculosXVIIeXVIII(Inglaterra,EstadosUnidosdaAmricaeFrana),

    ser objeto de ateno logo na sequncia, ainda que existam outras experincias e tradies

    constitucionais que, especialmente ao longo do sculo XX, influenciaram a noo contempornea de

    constitucionalismo.19De outra parte, importa enfatizar quea incluso da experincia constitucional

    inglesaresultaimperiosajpelofatodequeoconstitucionalismo,setomadoemsentidomaisamplo,

    abarcaoprocessohistricomarcadopelodesenvolvimentodanoodelimitaojurdicadopoder

    poltico, que teve precursores e uma tradio importante na Inglaterra, ainda que no mediante a

    adoodeumaconstituioescritatalcomoocorreunaAmricadoNorteenaFrana,20mas tambm

    pelo fato de que na Inglaterra radicam elementos tericos importantes que auxiliaram a pavimentar o

    terrenoparaaedificaodoconstitucionalismomoderno.Muitoemboranoseverifiqueumconsenso

    quantoaesteaspecto,tambmdignodenotaqueparamuitosoInstrumentodeGoverno(Instrumentof

    Government) impostodurante aditaduradeOliverCromwell, em1653, perodonoqual amonarquia

    estavaalijadadopoder,adespeitodesuatransitoriedade,podeserconsideradocomoodocumentomais

    prximodasfunesdeumaconstituioescritanosentidomodernodotermo,almdetersidoanica

    constituioescritaqueaInglaterrateve,21tudoareforaraimportnciadainclusodamatrizinglesa

    nocontextodaevoluodoconstitucionalismomoderno.

    1.2OcasodaInglaterraesuaspeculiaridades

    No h, at hoje, uma constituio escrita na Inglaterra, pelo menos, no sentido das constituies

  • escritasque, apartir do finaldo sculoXVIII, passarama caracterizaro constitucionalismomoderno.

    Nada obstante, a Inglaterra j possua os elementos essenciais de ummoderno Estado constitucional,

    mesmo antes da declarao de independncia dos EstadosUnidos daAmrica e da promulgao das

    ConstituiesdosEstadosUnidos,daFranaedaPolnia,todasnofinaldosculoXVIII,vistoquena

    Inglaterrajvigoravaumsistemadelimitesaopoder,umdevidoprocessolegislativoformal,umregime

    parlamentardotadodeumarepresentaopopular,emesmoexistiaumconjuntodegarantiaseliberdades

    civis,asseguradopormeiodedocumentosjurdicosquase-constitucionais,aindaquedistintodosdireitos

    fundamentaisnosentidoatualdotermo.22

    SegundoDieterGrimm,sodoisosmotivosprincipaisparaquea Inglaterra,pasque,dopontode

    vista econmico e poltico, era o mais liberal do antigo regime, acabasse prescindindo de uma

    constituio formal. Um primeiro motivo apontado pelo autor reside no fato de no ter sido

    necessria uma ruptura revolucionria para a consolidao das relaes civis em face da dominao

    tradicional absolutista, j que, poca do sistema feudal, em contraposio ao que se passava no

    continente,oslimitesentreaaristocraciaeaburguesiaeramsignificativamentemaistnues,demodoque

    havia tanto o enobrecimento de cidados honrados quanto o exerccio da atividade empresarial por

    segmentosdaaristocracia.Almdisso,aindadeacordocomoautor referido,aReformana Inglaterra

    no se fez em direo ao fortalecimento do poder monrquico, mas, sim, conduziu a uma gradativa

    valorizao do Parlamento, j no sculo VI, quando Henrique VIII tentou assegurar o apoio do

    ParlamentomediantesuarupturacomRoma,ouseja,comaIgrejaCatlicaRomana.23

    O processo constitucional ingls, de carter cumulativo e evolutivo, transmitido de gerao para

    gerao,principioucomodesenvolvimentodasinstituiesfeudaisque,numaprimeirafase,resultouno

    fortalecimentodopoderpolticodosbares,mediantea imposio,aoReiJooSemTerra,daMagna

    ChartaLibertatum,em1215,documentoque, todavia,veioposteriormentea influenciaraconsolidao

    doParlamento,aindaquecontroladopelorei.24Cumpreaverbar,naesteiradaliodeDieterGrimm,

    que, diversamente do que passou a ocorrer no continente, onde o absolutismomonrquico dominou o

    cenrio especialmente ao longo dos sculos XVI e XVII, na Inglaterra a convivncia de uma

    representaodaburguesiaedanobreza,nombitodoParlamento,demarcouummodelodeevoluo

    peculiar, visto que ambos os setores no apenas apresentavam interesses em parte comuns, como

    detinhamuma representaopoltica.25Oembate entre oParlamento e o podermonrquicoquede

  • certomodomarcouaevoluopoltico-institucionalinglesadeformacrescente,muitoemboravarivel

    ganhou contornos mais intensos no sculo XVII, resultando, em 1628, na assim chamada Petio de

    Direitos(PetitonofRights),umadeclaraodedireitosqueestabelecialimitaessubstanciaisaopoder

    doReiCarlosI.Este,adespeitodoscompromissosassumidosporforadapetiodedireitos,dissolve

    diversosParlamentos,impeimpostossemaprviaaprovaopeloParlamento,oqueresultanacriao

    deumexrcitopeloParlamentoenoconfrontocomasforasreais,tudoadesembocarnumaguerracivil,

    que levou vitria das foras parlamentares e decapitao do rei, em 1649. Todavia, uma vez

    instauradaaRepblica,ocomandantedoexrcitoquederrotouasforasmonrquicas,OliverCromwell,

    dissolveuoParlamento(1652)einiciouumaespciedeabsolutismo(ouditadura)republicano,almde

    promulgar um documento que costuma ser considerado como a primeira verso de uma espcie de

    constituioescrita,que,talcomojapontadonaparteintrodutria,foianicaqueaInglaterrajamais

    teve (oassimchamado InstrumentofGovernment, de1653) eque esteve emvigorporpouco tempo,

    tendoemvistaamortedeCromwell(1658)earestauraodamonarquia,em1660,comoretornodo

    exlio de Carlos II, filho de Carlos I.26 O carter efmero da peculiar experincia inglesa de uma

    constituioescritaencontraexplicaonofatodeque,comamortedeCromwell,anovaordemlogo

    comeou a soobrar, e o Parlamento, em juno com outras foras polticas e sociais, optou pela

    restauraodamonarquia,justamenteaformadegovernoquehaviasidoderrubadapelaconstituiode

    Cromwell.27

    Embora restabelecida a monarquia e a Cmara dos Lordes, que havia sido dissolvida durante a

    ditaduradeCromwell,ocontextojeracompletamentediferente,marcadojpelacrescentesupremacia

    doParlamento,ondeomonarcagozavadepoderessignificativamentelimitados,aindamaisapartirda

    ediodaDeclaraodeDireitos(BillofRights),em1689.28Comefeito,oassimchamadoModelo

    Westminster, como era designada a forma de governo inglesa, teve seu ponto culminante no perodo

    compreendidoentre1688e1689,quandoforamestabelecidasmudanaspolticaseinstitucionais,como

    aconsolidaodasupremaciadoParlamentoemrelaoaoreiesuperioridadedaCmaradosComuns

    sobre a Cmara dos Lordes.29 Note-se, todavia, que a Declarao de Direitos, pactuada entre o

    ParlamentoeaCoroa,diversamentedarevoluoamericanaeespecialmentedafrancesa,foioresultado

    deummovimentoconservadordaordemestabelecida,resultandonaconfirmaodosantigosdireitose

    imunidadesquejintegravamatradioinglesa.30Poroutrolado,adespeitodetaiscircunstncias,a

  • DeclaraodeDireitosde1689,comopontoculminantedaassimchamadarevoluogloriosa,podeser

    consideradacomoumdosprincipaismomentosconstitucionaisdaInglaterra,vistoquerepresentoua

    necessidade de estabelecer, demarcar e limitar, inclusive mediante um texto escrito, os poderes da

    legislatura e do monarca.31 Tal evoluo, por sua vez, naquilo que legou ao mundo o modelo

    parlamentar e um primeiro sistema de liberdades civis e polticas, pode ser considerada como a

    grandecontribuioinglesaaoconstitucionalismoeparaahistriadasinstituiespolticas,muito

    emboraaquinosepossaadentrarnosdetalhesdetalmodeloeseusdiversosdesdobramentos,sejapara

    aInglaterra,sejaparaoutrasordensconstitucionais.32

    Adespeitode sua relevnciaparaaevoluodoconstitucionalismoepelo fatodena Inglaterra ter

    sidoengendradooprimeiroEstadodefeioliberal,omodeloinglsconstituiumaviapeculiar,visto

    que,almdeno tersidobaseadonadistinoentrepoderconstituinteepoderesconstitudos,no

    contempla o princpio da supremacia da constituio, inexistindo, portanto, um controle de

    constitucionalidadedosatoslegislativos,notadamenteporforadaadoodoprincpiodasupremacia

    parlamentar.Aindaassim,aolongodostempos,importantesmudanasforamdesenvolvidasnombitoda

    configuraoinstitucionaldoPoderJudiciriocomorgo independentedaatuaoparlamentar,oque

    pode ser ilustrado mediante referncia aprovao, em 1998, pelo Parlamento, da incorporao ao

    direitointernodaConvenoEuropeiadeDireitosHumanos,oassimchamadoHumanRightsAct,que

    operacomoparmetroparaalegislaoordinriaepodeensejarumadeclaraodeincompatibilidade

    emconcretopeloPoderJudicirio.33

    Almdisso, em2005, foi aprovadooConstitutionalReformAct, reorganizandooPoder Judicirio

    ingls,medianteoqualfoiestabelecidaumaseparaoorgnicaentreoPoderJudicirioeoParlamento,

    esvaziandoas funes judiciaisdaCmaradosLordese transferindo funesparaumanovaSuprema

    Corte.34Assim,muitoemboraaquise tenhaapresentadooconstitucionalismoinglsdemaneiramuito

    esquemtica,oquesepercebeque(tambm)secuidadeummodeloempermanente(re)construo,o

    qual,emborasigasubstancialmentedistintodatradiodeumconstitucionalismoescritopelomenosno

    sentido de uma codificao de normas formalmente constitucionais e hierarquicamente superiores s

    demais35, contemplaelementos importantesdomodernoEstadoconstitucional, e est, almdomais,

    pelo menos quanto a alguns aspectos (como d conta, entre outros exemplos, o caso da Conveno

    Europeia de Direitos Humanos e oHuman Rights Act), em processo de gradativa aproximao dos

  • demaismodelos, o que emmuito se deve integrao europeia, para alm de outros fatores que so

    externosmatrizoriginalinglesa,incluindoaglobalizaodaeconomia,aspectosque,contudo,aquino

    serodesenvolvidos.

    1.3 Os Estados Unidos da Amrica: a viragem de Coprnico da evoluoconstitucional

    NaAmricadoNorte,medianteaDeclaraodeIndependnciadasantigastrezecolniasinglesasea

    posterior fundao do Estado Federal, com a promulgao da Constituio de 1787, a formao do

    constitucionalismomoderno adquiriu feies paradigmticas.36 Uma das peculiaridades quemarca o

    estgio inicialdaevoluoconstitucionalnorte-americana residenacircunstnciadequea criaoda

    Constituio (a primeira constituio escrita no sentido moderno do termo) coincidiu com a prpria

    formao do pas como nao independente. O constitucionalismo republicano dos Estados Unidos

    fundou um novo sistema poltico, apto a garantir a independncia das treze antigas colnias inglesas,

    estabelecendo regras gerais de atuao poltica e consagrando direitos naturais da pessoa humana,

    especialmentecomnfasenaeliminaodosentravess atividades econmicas,quecaracterizavama

    pocadetutelacolonialbritnica.37

    Todavia, embora apenasodocumento elaboradopelaConvenodaFiladlfia, em1787, possa ser

    consideradocomoaprimeiraConstituiodosEstadosUnidosdaAmricaeostentemesmoottulode

    primeira constituio moderna, os constituintes puderam recorrer a precedentes oriundos da prpria

    realidadenorte-americana,inclusivedafasecolonial,vistoqueascolnias,aderindoaomovimentoque

    semanifestavanaInglaterra,elaboraramdocumentosque,aexemplodaDeclaraodeDireitoseoutros

    documentosconstitucionaisingleses,podemserconsideradoscomoantecedentesdaconstituioescrita,

    como foi o caso das assim chamadas cartas coloniais (Colonial Charters ou Colonial Forms of

    Government).38 Tais documentos, todavia, embora tenham preparado o terreno para as diversas

    constituiesaprovadaspelosEstadosoriginriosdasex-colniasacontarde1776,masespecialmente

    paraaConstituiode1787,nopodemserequiparadosaumaconstituiojpelosimplesfatodeas

    colniasseremdependentesdaInglaterraenoconstituremEstadossoberanos.

    Quando,em4de julhode1776,assinadaaDeclaraode Independnciadasantigascolniasda

    Inglaterra na Amrica do Norte, tais colnias constituram Estados independentes, soberanos. Pouco

    tempodepois,cientesdanecessidadedefortaleceraunioparaenfrentaroinimigocomum,vistoquea

  • guerracontraaInglaterraaindanoestavavencida,osEstadosindependentesratificaram,em1781,os

    famosos Articles of Confederation, estabelecendo uma confederao formada pelos treze estados

    soberanosoriginadosdasantigascolnias,que,portanto, representouumaformacompostadeEstados,

    mas no uma Federao como veio a ser criada logo mais adiante. Foi, entre outras razes, com a

    intenodeimprimirunidadeeestabilidadeaosistema,medianteacriao,especialmente,deumPoder

    Executivoaptoagerenciaradisputainterna,quefoiconvocadaaConvenodaFiladlfia,que,em1787,

    aprovou a primeiraConstituio (jurdica e escrita) no sentidomodernodo termo, alis, a primeira e

    nicaConstituioescritaqueosEstadosUnidosdaAmrica,comonaoindependenteesoberana,j

    tiveram.39Almdisso,tambmporforadopactoconstituintede1787,foicriadaaprimeiraRepblica

    Federativa e Presidencialista no mbito da evoluo poltica e institucional poltico-institucional da

    humanidade.Apesar disso, fica o registro de que aConstituio de 1787 no foi o resultado de uma

    decisoprviaeplanejada,mas,sim,aformaencontradapelosintegrantesdaConvenodaFiladlfia

    para resolver um problema concreto e imediato, qual seja o da estruturao e organizao interna do

    poder.40

    ConsiderandoqueotextoaprovadopelaConvenode1787foi,antesdeentraremvigor(oqueveio

    aocorrer em julhode1788), submetidoaumprocessode ratificaopelosEstadosque integravama

    antigaConfederaoeque,portanto,renunciaramsuasoberania,necessriodestacaraimportncia,

    para tal ratificao, dos escritos de Alexander Hamilton, James Madison e John Jay, publicados na

    imprensadeNovaYork,entreoutubrode1787emaiode1788, sobo ttulodeOFederalista, e que,

    juntamente com outras contribuies de relevo, ajudaram a formar, no seu conjunto, no apenas o

    substratoe a justificao tericadanovaordemconstitucional,mas tambmaevoluoconstitucional

    posterior.41

    Importa notar, todavia, que, embora o ttulo de primeira constituio moderna seja atribudo ao

    documento elaborado em1787, j desde aDeclarao de Independncia, em1776, quando as antigas

    colniasconstituramEstadosindependentes,anoodeconstituioemsentidomodernoe,comela,a

    prprianoodeumpoderconstituintejsefaziampresentes,precisamentepelofatodequeosnovos

    Estados originrios das colnias experimentaram um processo de formao constitucional que

    apresentavaascaractersticasquedepoisvieramaseconsolidarquandodaaprovaodaConstituio

    de 1787. Em geral, os novos Estados independentes, mediante processo constituinte democrtico,

  • elaboraramsuaprpriaconstituioe/oudeclaraodedireitos,prevalecendo,emregra,anoodeque

    a constituio que precede o governo e constitui, alm disso, a base emedida da legislao, tendo

    mesmoasdeclaraesdedireitos sidoou inseridasno textoconstitucional,ouento incorporadaspor

    remisso, embora constantes em documento apartado, como foi o caso, por exemplo, da famosa

    DeclaraodaVirgnia, de1776, tudo a indicar que a concepode constituiomoderna, ou seja, o

    modeloembrionriodeumaordemconstitucional republicanadotadadeconstituioescrita,pode ser

    reconduzidaatalmomento,embora,comojfrisado,consolidadalogoadiante,quandodaformaodos

    Estados Unidos da Amrica como Estado Constitucional.42 Tudo isso revela que a construo da

    Constituio americana se deu mediante um processo que vai pelo menos de 1776 (Declarao de

    Independncia) at 1791 (incorporao de uma declarao de direitos ao texto da Constituio de

    1787).43 Tal processo veio a ser consolidado posteriormente mediante, entre outros aspectos, a

    consolidaodanoodesupremaciadaConstituio,queserobjetodeatenologoadiante.

    Fundada e justificada na e pela noo de soberania popular, emblematicamente expressa j no

    Prembulo,medianteafamosaexpressoNs,oPovo(WethePeople),aConstituiode1787,como

    j sinalado, foi a primeira constituio escrita a consagrar uma Repblica Federativa, alm de

    estabelecerumExecutivounipessoalnosdoisplanosfederativos(federaleestadual),exercidoporum

    PresidentedaRepblicanaesferadogovernodaUnio,bemcomocolocandoemprticaaseparaode

    poderesidealizadaporMontesquieueafirmandoasupremaciadalei(ruleofthelaw).44Muitoembora

    o texto original no tivesse previsto um rol de direitos e garantias, que somente viriam a ser

    incorporados, em 1791, pormeio das primeiras dez emendas Constituio, denominadas deBill of

    Rights,arelevnciadetaisdireitosegarantiasparaafuturaevoluoconstitucionaleaafirmaodos

    direitosfundamentaisdapessoanomundoocidentalnopodesersuficientementeenfatizada,aindamais

    quandoqualificadapelanoodesupremaciadaConstituio,istosemfalarnoimpactodetaisdireitos,

    especialmentemedianteasuainterpretaopelaSupremaCorte,paraavidasocial,econmicaepoltica

    dosEstadosUnidosdaAmrica,bastandoaquireferir,emcarterilustrativo,acompreensodaclusula

    da equal protection para a superao (ainda que no total) das graves distores na esfera da

    discriminao racial.Evidentemente, o elencodedireitos egarantias integradoao texto constitucional

    (direitosvidaepropriedade,liberdadedeexpresso,igualdade,liberdadereligiosa,devidoprocesso

    legal,entreoutros)apresentavacartereminentementeliberal,sendoresultadodoZeitgeistiluministae

  • liberal-burgus vigente na poca da formao constitucional norte-americana e que, ainda que com

    algumavariao, definiu as linhasmestras da primeira grande fase do constitucionalismomoderno.O

    hoje ainda praticamente intocado dogma da supremacia da Constituio teve nos Estados Unidos da

    Amrica a suamxima expresso, notadamente a partir da incorporao ao constitucionalismo norte-

    americano(edelparaomundo)dadoutrinaeprticadocontrolejudicialdeconstitucionalidadedas

    leis, prtica que costuma ser reconduzida famosa deciso da Suprema Corte no casoMarbury vs.

    Madison,de1803,emfunodoclebrevotodoChiefJusticeJohnMarshall,aoafirmaracompetncia

    da Corte para, com base na Constituio, controlar e mesmo fulminar atos dos demais poderes da

    Repblica.45

    Em sntese, oferecendo uma sumria radiografia das principais diretrizes domodelo constitucional

    norte-americano,incorporadaslogoapsodesfechodomovimentodeseparaodametrpoleinglesae

    mediante a aprovao da Constituio de 1787 e das emendas de 1791, possvel, tomando por

    emprstimoaseleoefetuadaporHartmutMaurer,elencarosseguintesaspectos:(a)soberaniapopular

    como fundamentodoPoderdoEstado; (b) agarantiadosdireitos fundamentaispara a salvaguardada

    liberdade e igualdade das pessoas diante do poder estatal; (c) a separao dos poderes, limitados e

    controlados entre si; (d) a Federao, consubstanciada na criao de um Estado comum, mas com a

    manutenodoformatoanteriordeEstadosindividuais,comarepartiodetarefasestataisentreaUnio

    eosEstadosfederados.46Odesenvolvimentoposteriordoconstitucionalismonorte-americano,importa

    agregar, encontra-se, por sua vez, atrelado atuaomarcante de suaSupremaCorte, que, embora as

    diversas fases mais ou menos conservadores ou progressistas, foi decisiva para a reconstruo

    permanente da ordem constitucional, alm de influenciar o papel de outras cortes constitucionais no

    mundointeiro.

    1.4OlegadodaexperinciaconstitucionalnaFrana

    Aeradoconstitucionalismomoderno,desdeoparadigmadasconstituiesescritaselaboradaspelos

    Estados norte-americanos, culminando na Constituio Federal de 1787, atingiria o incio de sua

    escalada,quandodapromulgao,naFrana,daDeclaraodosDireitosdoHomemedoCidado,47

    em1789,cujofamosoart.16esboavaonovoconceitodeconstituio,aoestipular,emtomsolene,que

    umEstadoquenogarantisseaseparaodospoderesenoassegurasseosdireitosindividuaisnoteria

    umaconstituio.Asexignciasdoiderioliberal-burgusforamdelineadasnaDeclaraodeDireitos,

  • documentojurdicoquerepresentavaaomesmotempoummanifestocontraasociedadehierrquicaeos

    privilgiosdanobreza,muitoemboraestivesselongedepoderserconsideradoumlibeloemproldeuma

    sociedadedemocrticaeigualitria.48OidealeraaformaodeumEstadosecular,queassegurasseas

    liberdadesciviseasgarantiasparaaempresaprivada,edeumgovernodecontribuinteseproprietrios,

    elevando-seapropriedadeprivadacondiodedireitonatural,sagrado,inalienveleinviolvel.

    AclebrefrasedeLusXIV,identificandooEstadocomapessoadomonarcaLtatcestmoie

    querepresentavaaquintessnciadoabsolutismomonrquico,foiextirpadadovocabulrioconstitucional

    francs,nombitodeumprocessoque,decertomodo,deunovosignificadoaotermoRevoluo.Por

    outrolado,precisodestacarqueodesenvolvimentodoconstitucionalismonocontinenteeuropeuinicia

    comaRevoluoFrancesade1789,aindaquenosepossadesprezarainflunciadaexperincianorte-

    americana especialmente para o momento inaugural do constitucionalismomoderno na Europa, assim

    comonodecorrerdaevoluoposterior,oque,contudo,aquinoserabordado.

    Em apertada sntese, possvel afirmar que o primeiro impulso rumo a uma primeira constituio

    escritanaFranaocorreucomaconvocao,peloReiLusXVI,dosEstadosGerais,umaassembleia

    (reunidanodia5demaiode1789)integradaporrepresentantesdastrsordensdasociedadefrancesa,

    nocaso,anobreza,ocleroeopovocomum,querepresentavamoassimchamadoTerceiroEstadoe

    cuja pauta de reivindicaes inclua a elaboraodeuma constituio escrita, por forada influncia

    norte-americana. Mediante presso do Terceiro Estado foi instaurada uma Assembleia Nacional

    Constituinte(apartirde17dejunhode1789),queelegeuumcomitencarregadodeelaborarumprojeto

    deconstituio(6dejulhode1789),oqual,emprincpio,mantinhaamonarquiahereditria.Todavia,

    emfunodarebeliopopularedaassimchamadaquedadaBastilha,fortalezaeprisoreal(14dejulho

    de1789),eemvirtudedaexpansodomovimento,aAssembleiaConstituinte,deixandode ladoneste

    momentooprojetodeconstituio,dedicou-seaelaborarumaDeclaraodeDireitos,queveioa ser

    aprovadaem26deoutubrode1789,estabelecendo,almdaconsagraodanoodedireitosnaturaise

    imprescritveis do homem, representados pelos direitos de liberdade, propriedade, segurana e

    resistncia opresso (art. 2.), o j referido conceito de constituio, formulado no art. 16 da

    Declarao.49

    Registre-se que uma das peculiaridades do desenvolvimento constitucional francs, especialmente

    quando confrontado com o norte-americano, reside nas caractersticas do Poder Constituinte.

  • Contrariamente ao que sucedeu nos Estados Unidos, a Assembleia Nacional Constituinte na Frana

    significavaumarupturacomopassado,nosentidonoapenasdafundaodeumEstado,masdeuma

    novaordemestatalesocial,afetandoprofundamenteatombitomaiselementardasociedade.Nesse

    sentido,adeclaraodedireitos fundamentaisnoobjetivavaapenasa limitaodopoderdoEstado,

    mastambm,esobretudo,aextinododireitofeudaledosprivilgiosdaaristocracia.50

    Curialdestacar,apartirdaexperinciaconstitucionalfrancesa,queasimplesdenominaodeEstado

    Constitucional no garantia, de per si, do respeito aos elementos essenciais do chamado

    constitucionalismomoderno.Defato,osdoisprimeiros textosconstitucionais francesesnodispunham

    sobre a independncia do Poder Judicirio, o governo limitado e a proteo da Constituio. Tais

    elementos s foram incorporados ao longo do tempo, especialmente aps a instaurao da Quinta

    Repblica,em1958.Ademais,comapromulgaodaConstituiodoanoVIII(1799),foramretirados

    traos essenciais do constitucionalismo moderno, de modo a concentrar excessivamente o poder nas

    mosdoPrimeiro-Cnsul,queoexerceucomoumditadorsobortulodoEstadoConstitucional.51

    OPoderJudicirio,objetodedesconfianadosrevolucionrios,equesereflete,decertomodo,atos

    diasatuais,foirelegadoameroaplicadordodireitolegislado,detalsorteque,paraaconcretizaoda

    mximadeRousseau,segundoaqualaleiaexpressodavontadegeral,apenasaoPoderLegislativo

    era dada a competncia de explicitar o sentido das suas prprias prescries, o que, por sua vez,

    contribuiuparaqueapenas jnoltimoquarteldo sculoXXoConselhoConstitucional,rgoaque

    incumbe,naFrana,ocontroledeconstitucionalidadedasleis,passasseaassumirumpapelmaisefetivo

    e mais prximo de uma autntica jurisdio constitucional, capaz de assegurar a supremacia da

    Constituio em relao ao direito infraconstitucional, o que tambm aspecto que constitui uma

    diferena essencial em relao tradio do constitucionalismo norte-americano e mesmo, na fase

    posteriorSegundaGuerraMundial,daexperinciadamaioriadosEstadosqueapostaramnacriaode

    TribunaisConstitucionaisdeperfiljurisdicional,comofoiocasodaAlemanha.52

    De qualquer sorte, a despeito do perodo de domnio napolenico (a contar de 1799) e, depois da

    derrota final de Napoleo emWaterloo (1815), da restaurao damonarquia, a matriz constitucional

    francesaengendradanoperodorevolucionriodeixouumlegadopermanenteparaoconstitucionalismo

    moderno,atmesmodemodoindireto,vistoqueopensamentopolticofrancstambmteverepercusso

    nosEstadosUnidos,ondealgumasideiastiveramrecepoerealizaoprticaempartedistintadaque

  • ocorreu na Frana, como o caso, apenas para mencionar um exemplo clebre, do princpio da

    separaodepoderes,que,reconstrudonosEstadosUnidos,foiincorporadogramticaconstitucional

    deumasriedeEstadosqueaderiramaomovimentoconstitucional.

    1.5 A ampliao do constitucionalismo pelo mundo ocidental: rumo ao modelo doEstadoConstitucionalcomoparadigmauniversal

    Umabreveobservaoa respeitodo significadodas trs experincias constitucionais inauguraisdo

    constitucionalismomoderno, com destaque para a norte-americana e a francesa,mas sem olvidar que

    parte das premissas tericas e mesmo parte das instituies que passaram a integrar a noo de um

    Estado Constitucional so oriundas da tradio constitucional inglesa (como, por exemplo, a prpria

    doutrinada rule of law, que, no direito constitucional continental, recebeu sentido em parte diverso),

    revelaquetodasforamdeterminantesparaaafirmao,nocenriojurdico-constitucionalepolticodo

    final do sculoXVIII, dos contornos da noo de um Estado Constitucional, compreendido como um

    Estado de Direito, na perspectiva da limitao jurdica do poder, e lanaram as bases da evoluo

    posterior.Todavia,oprocessodeafirmaoereconstruodoEstado(Constitucional)deDireito,que

    nasceucomoumEstadoLiberaldeDireito,revelaquesetratadeumatrajetriagradual,marcadapelo

    surgimentodeoutrasexperinciasconstitucionaisqueexerceramsuainflunciaesodignasdenota,seja

    pelas suas peculiaridades, seja pela influncia gerada no que diz com a reconstruo do prprio

    constitucionalismo, que, ao longo do sculo XIX, vivenciou um processo de significativa ampliao,

    inclusivenaAmricadoSuleCentral.

    Por outro lado, especialmente na Europa da primeira metade do sculo XIX, as constituies que

    comearam a ser elaboradas nem sempre refletiam os elementos essenciais do constitucionalismo de

    matriznorte-americanaedaexperinciafrancesarevolucionriapr-napolenica.Jantesdaelaborao

    daprimeiraConstituiofrancesa,em3demaiode1791,aPolniapromulgouaprimeiraConstituio

    escritaemsoloeuropeu,seguida,naesteiradasguerrasnapolenicas,deumasriedeconstituiesna

    Alemanha,Sua,Itlia,HolandaeEspanha,demodoqueapartirdeentoomovimentoconstitucional

    passouaserumfenmenoemprocessodeexpanso,aindaquedemododiferenciado,emmuitoscasos,

    davertenteoriginal.53

    Aqui,tambmemhomenagemaopapelrepresentado,maisadiante,nocontextodoconstitucionalismo

    emgeral, pelaConstituiodaRepblicadeWeimar (1919) epelaLeiFundamentaldaAlemanha,de

  • 1949,desedestacaraevoluoconstitucionalalem,desdeoprimeiroquarteldosculoXIX,perodo

    noqual, contudo,asdiversasconstituiesdosEstadosalemes, inclusiveaConstituio Imperial,da

    Alemanha Unificada, a monarquia seguiu sendo a forma de governo por excelncia, marcada por um

    cunhomaisoumenosautoritrio,emboraemgradativasintoniacomoparadigmaliberal,principalmente

    a contar dosmovimentos liberais que agitaram especialmente a Frana e a Alemanha emmeados do

    sculo XIX.54 Diversamente das matrizes norte-americana e francesa (pelo menos na sua verso

    original),asConstituiesalemsdapocanoforamelaboradasporumaAssembleiaConstituinte,mas

    em geral outorgadas pelosmonarcas dos diversos estados alemes, na primeira fase, inspiradas pela

    Carta Constitucional editad