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Instituto BRFAbril de 2014

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Primeiras palavrasO ano de 2013 foi marcante para o Instituto BRF, pois foi um período de experimentação, de colher aprendizados, de analisar os resultados alcançados em cada atividade que havia sido planejada e de projetar uma estratégia madura para os próximos anos.

Uma de nossas principais conquistas foi a consolidação de uma metodolo-gia de atuação que promove a transformação social. Foi colocar em prática a certeza de que juntar atores com distintas trajetórias, conhecimentos e perfis para atuar de maneira coletiva e articulada em benefício de um obje-tivo comum vale a pena, e gera impactos positivos na comunidade. Nosso profundo agradecimento a todos os parceiros que acreditaram conosco nessa história e que estão fazendo diferença nesta construção.

Outro acerto foi o envolvimento crescente dos colaboradores da BRF e de seus familiares em ações coordenadas pelo Instituto BRF. A eles, nosso agradecimento especial. A dedicação com que trabalharam e o compro-misso com o qual assumiram o exercício da cidadania foi fundamental para ampliar o resultado do trabalho nos municípios em que atuamos.

Com as atividades realizadas ao longo do ano, beneficiamos milhares de pessoas e dezenas de municípios, mas ainda há muito por fazer. Precisamos focar nossa atuação nas comunidades vizinhas à nossa operação, integrar projetos e programas, ampliar o intercâmbio de experiências e melhorar a comunicação com nossos públicos de relacionamento. Essas serão nossas prioridades em 2014.

Este primeiro relatório de atividades do Instituto BRF pretende apresentar o trabalho que realizamos em nosso dia a dia e convidar você a fazer parte dele. Nas próximas páginas, você vai encontrar as principais atividades implementadas em 2013 no esforço de promover o desenvolvimento local e contribuir para que as comunidades em que estamos presentes tenham melhor qualidade de vida, um meio ambiente mais equilibrado e maior justiça social.

Marcos Sawaya Jank Diretor Presidente do Instituto BRF

Sumário

BRF: parte da comunidade 6Fomentando a criação de redes intersetoriais e estimulando o protagonismo local, o Instituto BRF promove o desenvolvimento das comunidades nas quais a BRF está inserida

Estímulo à articulação em rede 10O programa Comunidade Ativa usa a metodologia de formação de grupos e trabalho compartilhado para promover o diálogo entre distintos atores e fomentar o desenvolvimento local

Impulso a organizações do terceiro setor 12Por meio do Programa Inspira, o Instituto BRF e a BRF contribuíram para fortalecer o papel estratégico das organizações da sociedade civil na promoção do desenvolvimento local

Os voluntários, agentes de transformação 14Programa Voluntários BRF prioriza ações contínuas, ampliando o impacto e promovendo o engajamento de mais de 2 mil colaboradores da companhia

Fomento ao empreendedorismo e à empregabilidade 18Comunidades criam formas inovadoras de geração de renda e inserção no mercado de trabalho com o apoio do Instituto BRF

Balanço Financeiro 20

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BRF: parte da comunidadeFomentando a criação de redes intersetoriais

e estimulando o protagonismo local, o Instituto BRF promove o desenvolvimento

das comunidades nas quais a BRF está inserida

O Instituto BRF foi fundado em março de 2012 para promover o desenvolvimento das comunidades das quais a BRF faz parte. Atua com base em uma estratégia pautada em duas frentes: investimento social e responsabilidade corporativa. A proposta é estabelecer um ambiente de diálogo e atuação conjunta com as comunidades para, a partir da identificação de desafios e potencialidades locais, realizar projetos que impulsionem o desenvolvimento desses territórios. Esse processo é paulatino porque depende do estabelecimento de vínculos entre a empresa e os parceiros locais, além da identificação de objetivos comuns, clareza dos papéis de cada um, e reconhecimento dos limites e possiblidades de atuação conjunta. Mas também é poderoso, pois reforça o protagonismo dos atores locais, a participação cidadã e a articulação duradoura e permanente entre distintos sujeitos.A estratégia da BRF de estímulo à promoção do desenvolvimento local conta com uma estrutura de governança pensada para uma atuação integrada entre companhia e territórios, com base em um planejamento compartilhado. Tudo para gerar inovações, práticas e projetos de médio e longo prazo, que transformem positivamente a realidade local. O investimento social da BRF é cogerido pela equipe do Instituto BRF e pela empresa. No núcleo corporativo da companhia, foi estruturado um Grupo de Trabalho, que é responsável por monitorar as atividades realizadas, sugerir diretrizes e potenciais melhorias, bem como apoiar o Instituto no aprimora-mento da operação. Esse grupo, integrado por representantes de diferentes áreas da empresa, reúne-se, no mínimo, duas vezes por ano, e busca também identificar sinergias entre a estratégia de promoção do desenvolvimento local e demais iniciativas da companhia voltadas à gestão sustentável.

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Outro grupo fundamental nessa gestão compartilhada são os Comitês de Desenvolvimento Local (Comitês), integrados por colaboradores das unidades produtivas da BRF, assim como de seus centros de distribuição e sedes administrativas. Em 2013, os Comitês estavam sediados em 39 unidades (o que representava 66% da operação da BRF no Brasil, sem incluir filiais de vendas) e mobilizaram 400 colaboradores. Cada Comitê constitui-se de até 15 pessoas, algumas delas cuja participação nessa instância faz parte de suas atribuições na empresa. Isso facilita a integração do investimento social e das ações de responsabilidade corporativa à estratégia de sustentabilidade da companhia. Os Comitês são responsáveis por ser a voz da localidade no momento de planejar a estratégia no município, assim como por implementá-la. Entre suas responsabilidades está o mapeamento das necessidades locais, dos ativos e potenciais parceiros, além de outros elementos essenciais para que o trabalho realizado seja coerente com a realidade de cada território.

Lógica de intervençãoEm 2013, o Instituto BRF e os Comitês promoveram atividades focadas em três pilares: fomento a redes intersetoriais; fortalecimento da gestão de organizações do terceiro setor; e estímulo ao empreendedorismo e à empregabilidade. O investimento nessas linhas se dá por meio do apoio financeiro direto às ações e organizações, e também via capacitações.Os principais programas e projetos desenvolvidos pelo Instituto BRF foram o Comunidade Ativa (de estímulo à formação de redes intersetoriais e à atuação coletiva), a edição piloto do Inspira (iniciativa de estímulo ao papel

estratégico de organizações do terceiro setor); o ReciclAção (de gestão de resíduos sólidos para a geração de renda e promoção de transformações positivas na comunidade) e a Estação

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Digital (formação em informática voltada à empregabilidade de jovens e adultos). Um programa transversal a essas ações foi o Voluntários BRF, que promoveu o engajamento dos colaboradores, aposentados e familiares nas atividades do Instituto.Foram investidos diretamente nesses projetos e programas 2,7 milhões de reais, gerando benefí-cios a cerca de 44 mil pessoas em 53 municípios, 40 deles com unidades BRF. Com base na experiência e nos aprendizados adquiridos ao longo de 2012 e 2013, em 2014, o

Instituto e a BRF decidem focar sua atuação nas comunidades vizinhas à operação da companhia, trazendo maior sinergia para os projetos, e assim contribuindo de forma mais eficaz e sistemática para melhorar a atuação da empresa em prol do desenvolvimento local. A estratégia da BRF passa a estar articulada em dois eixos fundamentais. O primeiro, volta-se para o fomento ao protagonismo comunitário. O Programa Comunidade Ativa será seu elemento central, atuando de maneira integrada ao Programa Voluntários BRF e ao Programa Inspira, que mudará de perfil e será chamado de Inspira Comunidade. Assim, nos municípios em que o Comunidade Ativa ainda não foi implementado, o Programa Voluntários BRF promoverá atividades de forma a ir construindo um ambiente de diálogo e atuação conjunta com a comunidade. A ideia é implementar ações que gerem impactos positivos na localidade e que, ao mesmo tempo, permitam reconhecer os ativos, as necessidades e organizações que teriam interesse, perfil e disponibilidade para compor a rede intersetorial prevista no Comunidade Ativa. O Programa Inspira passará do apoio ao fortalecimento da gestão de organizações do terceiro setor ao estímulo e capacitação para atuação em rede. O segundo eixo está relacionado com a transformação da própria companhia, buscando uma gestão cada vez mais voltada à sustentabilidade. Nesta frente, serão incubadas inovações que tenham esse potencial e, sempre que possível, com possibilidade de replicação. Farão parte desse eixo os projetos ReciclAção e Estação Digital, a doação de alimentos, e um novo programa de comunicação, relacionamento e formação em aspectos de saúde e segurança, denominado Portas Abertas.

“Para mim, ser voluntária é algo gratificante. Sempre

que participo de uma ação, vejo que esse trabalho está

proporcionando tanto o crescimento do município, como

uma mudança cultural dos cidadãos, por meio do espírito de

solidariedade” Valdirene Soares, colaboradora e voluntária de Bom Conselho (PE)

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Aliados estratégicos para o desenvolvimento localEm 2013, o Instituto estabeleceu parcerias com mais de 100 organizações da sociedade civil, para ampliar o impacto de seus projetos e ações, e assim contribuir com a geração de conhecimento e inovações nos temas de investimento social e desenvolvimento local. O Instituto associou-se à RedEAmérica, que agrega 70 empresas, fundações e institutos rea-lizadores de ações de desenvolvimento de base comunitária em 11 países da América Latina, e seguiu ativamente envolvido com o Grupo de Institutos, Fundações e Empresas (GIFE) - do qual é membro desde 2007 (desde 2012, como Instituto BRF). Em parceria com o GIFE e a Yunus Social Business - organização fundada por Muhammad Yunus, economista Prêmio Nobel da Paz e criador do Banco Grameen -, o Instituto organizou em São Paulo o evento Negócios Sociais e Investimento Social Corporativo - Uma conversa com Muhammad Yunus, que buscou contribuir com as crescentes discussões sobre a relação entre esses dois conceitos.Desde 2011 integrante também da Comunitas - organização que fomenta ações coletivas entre diversos setores da sociedade para enfrentar as desigualdades sociais e incentivar a sustentabilidade - o Instituto BRF realizou, em 2013, com essa organização e com os Comitês de Desenvolvimento Local da BRF, oficinas sobre as tendências de investimento social no Brasil e no mundo. As palestras foram realizadas entre agosto e outubro, em oito municípios do interior, e buscaram aprofundar a reflexão sobre o papel cidadão das empresas.A fim de intensificar ainda mais o debate sobre as diferentes concepções de desenvolvimento local e os aprendizados decorrentes da implementação de projetos nessa área, o Instituto BRF apoiou uma iniciativa do GIFE, do Instituto de Cidadania Empresarial e da Fundação Getúlio Vargas, que organizou três encontros de um grupo intersetorial para gerar conhecimento sobre a relação entre empresas, sociedade civil e poder público. O grupo, além de intercambiar conceitos e tecnologias sociais, dialogou sobre seus aprendizados e desafios.Outra parceria estratégica foi a estabelecida com o Programa Cidades Sustentáveis, da Rede Nossa São Paulo, Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis e Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social. Com o propósito de contribuir para transformar compromissos de sustentabilidade assumidos por candidatos a prefeitos durante as eleições de 2012 em metas e ações concretas durante seus mandatos, o Instituto BRF financiou a implementação da plataforma digital Gestão Pública Sustentável (www.cidadessustentaveis.org.br/gps). A plataforma facilita o processo de planejamento e gestão sistêmica das cidades, estimulando os gestores a levar em consideração variáveis socioeconômicas, culturais, ambientais, tributárias, demográficas e tecnológicas na elaboração do Plano Diretor e do Plano de Metas dos municípios. Em 2013, a plataforma foi utilizada por cerca de 200 prefeituras.Em novembro, o Instituto BRF e a Ashoka Brasil e Paraguai realizaram o evento Usina de Ideias: Empregabilidade, que traçou um panorama dos desafios e oportunidades da empregabilidade juvenil, bem como seu potencial impacto na cultura das grandes empresas. Participaram do encontro lideranças da BRF e de outras companhias, institutos e fundações. Por fim, a BRF e o Instituto BRF, em parceria com o Mesa Brasil (Programa do SESC), realizaram uma importante doação de alimentos próprios para consumo, mas que seriam incinerados. A experiência serviu de ação piloto para a estruturação de doações sistemáticas de alimentos em 2014.

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Estímulo à articulação em redeO programa Comunidade Ativa usa a

metodologia de formação de grupos e trabalho compartilhado para promover o

diálogo entre distintos atores e fomentar o desenvolvimento local

Partindo da ideia de que o desenvolvimento sistemático e alinhado à perspectiva do que é qualidade de vida, equilíbrio ambiental e justiça social de um determinado território depende da existência de redes intersetoriais, diversas e inclusivas, formadas por pessoas e organizações

que se dispõem a construir uma visão comum em torno do que é desenvolvimento e, com base nisso, planejar e implementar ações, foi criado o programa Comunidade Ativa.A iniciativa estimulou a implementação dos chamados Conselhos de Desenvolvimento Comunitário (CDC) nos municípios de Bom Conselho (PE), Chapecó (SC), Concórdia (SC), Dois Vizinhos (PR), Francisco Beltrão (PR), Lucas do Rio Verde (MT), Sabará - Ravena (MG), Toledo (PR), Uberlândia (MG) e Vitória de Santo Antão (PE). Os CDCs são grupos integrados pelo Comitê da unidade local da BRF (veja mais sobre os Comitês na página 7), além de representantes de organizações da sociedade civil, associações de bairro, poder público e outras empresas. Eles são responsáveis por levantar hipóteses com relação ao que se pode avançar nos municípios e realizar uma consulta participativa com a população para definir, da forma mais legitima possível, os elementos que embasarão o planejamento e o plano de ação.A consulta é sempre realizada em parceria com o Instituto Paulo Montenegro (IPM), que desenvolveu a metodologia PerguntAção. Assim, depois de passar por uma formação específica, os integrantes do CDC de cada município elaboram um questionário, desenvolvem estratégias para coletar dados junto aos demais moradores, tabulam as informações

COMUNIDADE

ATIVAp r o g r a m a

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sobre as prioridades levantadas, desenvolvem projetos que respondam a essas demandas, implementam essas iniciativas e monitoram seus resultados.Em decorrência dessa estratégia, que promove encontros mensais entre os atores interessados, foram elaborados, em 2013, 27 projetos de curto e médio prazos, com foco em meio ambiente, educação, cidadania e cultura.Em Concórdia (SC), por exemplo, a iniciativa permitiu incluir a duplicação de uma estrada que atravessa o bairro de Santa Cruz no novo plano de transportes que o município estava elaborando. A criação de espaços públicos e a implementação de atividades no contraturno escolar também integraram o trabalho desse CDC em 2013.Em Dois Vizinhos (PR), por sua vez, a comunidade identificou a necessidade de revitalizar um espaço de lazer nos bairros Nossa Senhora de Lourdes e Concórdia. O CDC conseguiu, então, construir um muro de contenção da área, reformar a calçada da frente de uma escola, implantar uma pista de caminhada e adquirir brinquedos para um parquinho infantil.No ano de 2013, o Instituto BRF investiu 231 mil reais no Comunidade Ativa, incluindo o valor da implantação da metodologia e o montante destinado aos projetos implementados. No entanto, os membros dos CDCs, como corresponsáveis pelos projetos, em muitos casos, conseguiram mobilizar recursos adicionais para viabilizar as atividades. No total, foram beneficiadas 9,5 mil pessoas.

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Impulso a organizações do terceiro setor

Por meio do Programa Inspira, o Instituto BRF e a BRF contribuíram para fortalecer o papel

estratégico das organizações da sociedade civil na promoção do desenvolvimento local

Criada em outubro de 2012, a edição piloto do Programa Inspira buscou contribuir para que organizações do terceiro setor se inserissem estrategicamente na promoção do desenvolvimento local, aprimorando sua gestão e trabalhando com base em uma perspectiva realista de resultados alcançáveis, articulação intersetorial e sustentabilidade financeira.

Por meio de um edital público lançado em outubro daquele ano, 56 organi-zações, localizadas próximas a unidades da BRF em Goiás, Mato Grosso, Mi-nas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, foram selecionadas e participaram da iniciativa, que tem 16 meses de duração e será concluída em julho de 2014.Ao longo de 2013, essas instituições passaram por cinco encontros de formação, realizados em parceria com o Fundo Internacional Socioambiental (FICAS), uma organização que desenvolve metodologias para fortalecer o papel estratégico das organizações da sociedade civil e que já trabalhou com mais de 300 instituições no Brasil e em Moçambique. No primeiro módulo do curso, denominado Identidade, as organizações refletiram sobre seu perfil, missão, objetivos e valores. No segundo, foram estimuladas a realizar um Diagnóstico Institucional, para identificar seus desafios e potencialidades. No terceiro, conheceram ferramentas para aprimorar a análise do Contexto de sua Atuação, avaliando as necessidades e as potencialidades do território em que estavam inseridas. O quarto módulo

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foi dedicado a Elaboração e Desenvolvimento de Projetos, e o último a Comunicação, Mobilização de Recursos e Atuação em Rede, elementos fundamentais para ampliação de seu impacto e para trazer sustentabilidade à intervenção.Os cursos foram organizados em 80 horas presenciais e contaram com um acompanhamento virtual de 20 horas. Como forma de colocar em prática os conhecimentos construídos, após o término do segundo módulo, as organizações foram convidadas a elaborar projetos no valor de até 10 mil reais. Com esses recursos, as organizações, que têm características muito diversas, realizaram e implementaram distintas propostas, como: aquisição de um sistema que permite aperfeiçoar a gestão da informação das instituições; realização de capacitações de seus profissionais; elaboração de reformas de infraestrutura para melhorar o atendimento à população; ou contratação de consultorias externas para o desenvolvimento de planos estratégicos.Durante todo o processo, as instituições foram acompanhadas pelo FICAS, pelos Comitês e pelo Instituto BRF, num trabalho conjunto, que buscou contribuir para a superação de desafios e potencializar os aprendizados e impactos nas organizações. O programa permitiu ainda que as instituições apoiadas trocassem experiências para aprender com os acertos e erros dos outros, e ampliou possibilidades de atuação em rede.Em 2013, a BRF investiu 560 mil reais nas organizações participantes do piloto do Inspira, além de aproximadamente 870 mil reais, via Instituto, para viabili-zar as capacitações. Em 2014, as organizações implementarão novos projetos de fortalecimento institucional, desta vez no valor de até 30 mil reais. Tendo em vista os aprendizados da edição piloto e o foco da estratégia da BRF e do Instituto BRF de promoção de desenvolvimento local, em 2014, o programa adotará uma nova abordagem, que priorizará o fortalecimento de redes intersetoriais.

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Os voluntários, agentes de transformação

Programa Voluntários BRF prioriza ações contínuas, ampliando o impacto e

promovendo o engajamento de mais de 2 mil colaboradores da companhia

Transversal aos demais programas do Instituto BRF, o Programa Voluntários BRF incentiva a participação dos colaboradores da empresa e suas famílias, aprendizes e aposentados na vida de suas comunidades, promovendo a transformação social. Em 2013, o programa foi implementado em 39

municípios, que contam com Comitês de Desenvolvimento Local (saiba mais sobre os Comitês na página 7). Desde sua criação em 2011, o Voluntários BRF buscou focar em ações sistemáticas, transformadoras e não assistenciais. Em 2013, foi possível avançar nesta intenção, priorizando atividades de médio e longo prazos, o que será aprofundado em 2014, a partir da adoção do planejamento compartilhado com a comunidade.O Programa está estruturado em dois tipos de atividades: a Ação Voluntários BRF e as Ações Locais. A primeira visa mobilizar todos os Comitês em torno de uma temática comum, relevante para os municípios, para o país e para o mundo, e sempre relacionada a temas articulados à visão de sustentabilidade da companhia. A iniciativa é organizada uma vez por semestre, sendo que, na primeira metade do ano, busca-se engajar a comunidade em um processo de transformação, que pode ser concluído no segundo semestre. Quando possível, esse processo é conectado às Ações Locais, que são planejadas e executadas de acordo com os potenciais e demandas do território −abordagem que será aprofundada em 2014.

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Enquanto as atividades do Ação Voluntários BRF são orientadas pelo Instituto BRF e pelo GT Corporativo (conheça mais sobre o GT na página 7), adaptadas à realidade local pelos Comitês e implementadas por eles de maneira articulada, as Ações Locais são definidas pelos próprios Comitês e validadas pelo Instituto BRF. Nesse caso, o Instituto colabora com a definição dos resultados esperados, o planejamento e alinhamento com as diretrizes e estratégias de promoção do desenvolvimento local. Assim como as Ações Voluntários BRF, as atividades são colocadas em prática com o protagonismo do Comitê, dos parceiros locais e da comunidade.Em 2013, foram promovidas duas Ações Voluntários BRF em todo país − uma em maio, com foco em educação, e outra em outubro, sobre meio ambiente. Durante a primeira Ação, os Comitês realizaram atividades de incentivo ao protagonismo juvenil, orientação para o mundo do trabalho e ampliação do universo cultural dos jovens. Já em outubro, aproveitou-se o mote da declaração de 2013 como Ano Internacional de Cooperação pela Água para incentivar a proteção e preservação de bens naturais, o consumo responsável, a gestão e o manejo de recursos hídricos, bem como ações de educação ambiental e engajamento da juventude em políticas públicas para a conservação da água.

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Ações voluntárias da BRF ganham o país

O Voluntários BRF contou com o engajamento de mais de 2 mil pessoas em 2013, que se envolveram em 165 ações, beneficiando mais de 40 mil moradores em 41 municípios. No total, foram investidos 470 mil reais. Aqui, destacam-se algumas das atividades realizadas, mas, para conhecer mais ações, basta visitar o site www.voluntariosbrf.com.

Durante a Ação Voluntários BRF de Educação, o Comitê de Uberlândia (MG) criou uma parceria com a Central Única de Favelas (CUFA) para realizar oficinas de basquete, parkour, dança de rua, música e capoeira com os estudantes da Escola Estadual Antônio Thomaz Ferreira de Rezende. A iniciativa promoveu atividades esportivas saudáveis e de baixo custo na cidade, incentivando também os jovens a valorizar suas histórias de vida por meio da escrita. Assim nasceu

o Projeto Escreva!, que ao longo do ano, estimulou alunos da sexta à oitava séries do Ensino Fundamental a produzir poemas inspirados em suas experiências. O resultado foi a elaboração de um livro com as obras dos estudantes, lançado na Ação Voluntários BRF de outubro.Em Vitória de Santo Antão (PE), o Comitê organizou durante a Ação Voluntários BRF de Educação três oficinas de formação sobre meio ambiente, mídias sociais, empreendedorismo e empregabilidade, para despertar a capacidade empreendedora dos alunos da Escola Estadual Professora Amélia Coelho. De maio a dezembro, o Comitê seguiu trabalhando com os estudantes para orientá-los a aprofundar seus conhecimentos sobre desenvolvimento local e organizar um festival de cultura e sustentabilidade, realizado em dezembro. Já em Embu (SP), os voluntários convidaram os jovens do Projeto Farol, organização que atende

crianças e adolescentes de 5 a 15 anos, para um desafio de transformação local durante o Ação Voluntários BRF de maio. Inspirados pelo curta-metragem “Cine Rincão”, os jovens resolveram implementar um projeto de Cinema Comuntário. Entre junho e setembro, eles trabalharam para viabilizar o projeto, que foi lançado na Ação Voluntários BRF de Meio Ambiente, em outubro, com a exibição de filmes sobre uso consciente de água. Além de

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implantar o cinema, os voluntários ajudaram a elaborar a agenda de exibição de filmes e a implementar uma cinemateca e um cineclube abertos à comunidade. A experiência foi registrada em um documentário.Os voluntários de Ijuí (RS) também colocaram seus talentos em sonorização e teatro à disposição dos alunos da Casa Criança Feliz. Assim, em maio, os alunos participaram de oficinas e, ao longo do ano, foram motivados pelos voluntários a criar seus próprios grupos teatrais. Um concurso de peças sobre a Cooperação pela Água foi organizado, e o grupo de teatro ganhador apresentou sua obra na Escola Infantil Alvorada, durante a Ação Voluntários BRF de Meio Ambiente de outubro. Nessa ocasião, a escola também foi reformada pelos voluntários BRF.Outra instituição pública de ensino apoiada pelos voluntários foi a Escola de Educação Básica Paulo Blasi, de Campos Novos (SC), onde foram realizadas sessões de cinema sobre os desafios ambientais do planeta. De maio a dezembro, os colaboradores da empresa trabalharam em parceria com a escola para implantar o Programa 5S, prática diária das unidades da BRF que tem por objetivo organizar, limpar, padronizar e levar rotina aos locais de trabalho. Também foi realizada uma gincana, com base na cartilha da Política Nacional de Resíduos Sólidos, para mobilizar os alunos a implantar a coleta seletiva, atividade que os parceiros pretendem continuar em 2014.Por outro lado, os voluntários da unidade de Campo Verde (MT), em parceria com a Escola Maria Artemir Pires, participante do Programa Escolas Sustentáveis do Ministério da Educação, colocaram em prática a cartilha do programa federal. No decorrer do ano, o grupo trabalhou pela recuperação das nascentes do município e acabou sendo reconhecido pelo poder público local.Identificando um desafio para o desenvolvimento local, os voluntários da unidade de Dourados (MS) trabalharam em parceria com o Centro de Educação Integral (CEIA) Dom Alberto Forst para lidar com as cheias e secas do município. Eles realizaram ações de saúde e uma campanha de prevenção à dengue na Ação Voluntários BRF Educação e, em outubro, na Ação Voluntários BRF de Meio Ambiente, discutiram com a comunidade o tema da gestão correta de resíduos sólidos.

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Fomento ao empreendedorismo e à empregabilidade

Comunidades criam formas inovadoras de geração de renda e inserção no mercado de

trabalho com o apoio do Instituto BRF

Uma das principais iniciativas que buscou promover sinergia entre o investi-mento social da BRF e seu compromisso por aprimorar sua gestão sustentá-vel foi o Projeto ReciclAção, implementado de maneira piloto na comunida-de de Morro dos Prazeres, no bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro (RJ).Em sintonia com a Política Nacional de Resíduos Sólidos, o ReciclAção visa erradicar os riscos socioambientais na comunidade, a partir da implantação de um projeto autossustentável de educação ambiental, mobilização comunitária e gestão de resíduos sólidos. A iniciativa foi criada e é gerida por um Grupo de Trabalho, integrado por organizações de distintos setores, a saber: BRF, Instituto BRF, Equilíbrio Sustentável, Centro de Promoção da Saúde (CEDAPS), Grupo PROA, Galera.com, Brasil PET (a partir de 2014),

Tetra Pak, Latasa (que deixa o grupo em 2014), Comlurb e Instituto Pereira Passos, via Unidade de Polícia Pacificadora Social. Também conta com a parceria da Secretaria Municipal de Conservação e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Prefeitura do Rio de Janeiro). O projeto está estruturado em três pilares: coleta e venda de recicláveis; mobilização e educação ambiental; e investimento em projetos de desenvolvimento local. Os resíduos priorizados são: garrafas PET, alumínio, plástico,

“O ReciclAção promove um ciclo colaborativo. Diferentes pessoas

e organizações se conectam, gerando sustentabilidade ambiental e econômica, e

fortalecendo a comunidade a partir de seus próprios recursos e parcerias”

Kátia Edmundo - diretora-executiva do Centro de Promoção da Saúde

(CEDAPS), ONG parceira do projeto

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embalagens longa vida e óleo vegetal. Os materiais são vendidos para recicladoras parceiras da iniciativa e o dinheiro arrecadado é reinvestido no projeto e na própria comunidade, conforme as prioridades identificadas por meio de uma consulta participativa.A iniciativa está em fase piloto e atingiu resultados relevantes, tendo como perspectiva chegar em seu ponto de equilíbrio em 2015, quando passará a operar, formalmente, como um negócio social. Em 2013, a comunidade coletou 2,5 toneladas de resíduos, realizou 15 atividades educativas e beneficiou 1,8 mil pessoas. A venda dos resíduos foi revertida em 3,8 mil reais. O valor atualmente está guardado em uma poupança e será utilizado pela iniciativa na fase de transição para a autonomia. O Instituto BRF doou 154 mil reais em 2013 na incubação do projeto no CEDAPS. Além de promover a consciência ambiental e trazer benefícios sociais, ambientais e econômicos, o ReciclAção vem fomentando o trabalho em rede entre as organizações locais, a mobilização comunitária em torno de um objetivo comum e parcerias com iniciativas públicas e privadas.Outro projeto que fez parte do eixo Empreendedorismo e Empregabilidade foi a Estação Digital, escola em funcionamento desde 2008 em Bom Conselho (PE), que visa contribuir para a empregabilidade de jovens e adultos, por meio da capacitação em informática. A ação, que é realizada em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco, abriu 16 turmas de informática básica, 16 de informática intermediária e 4 de informática avançada, atendendo a 351 pessoas em 2013. Em novembro, o Instituto BRF realizou uma avaliação do projeto para identificar o impacto da iniciativa na vida desses e de outros jovens e adultos que haviam sido capacitados desde março de 2008. Em 2014, a atuação da Estação Digital deve ser revisada com base nos resultados da pesquisa.

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Balanço Financeiro Balanços patrimoniais31 de dezembro de 2013 e 2012, em milhares de reais

2013 2012Ativo Circulante caixa e equivalente de caixa 3.130 532 outros créditos - 15Total do ativo circulante 3.130 547 Total do ativo 3.130 547

Passivo e patrimônio líquido Circulante fornecedores 49 31 obrigações trabalhistas 48 33 impostos retidos na fonte 22 36 partes relacionadas 506 -Total do passivo circulante 625 100

Patrimônio líquido Superávit acumulado 2.505 447Total do patrimônio líquido 2.505 447 Total do passivo e patrimônio líquido 3.130 547

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Demontrações do resultadoexercício findo em 31 de dezembro de 2013 e período de 5 de abril de 2012 (fundação) e 31 de dezembro de 2012, em milhares de reais

2013 2012Doações 6.276 1.899Recursos aplicados em projetos (3.711) (1.242)

Superávit bruto 2.565 657

Receitas (despesas) operacionais: Gerais e administrativas (576) (210) Despesas financeiras (2) - Receitas financeiras 71 - (507) (210) Superávit do exercício/período 2.058 447

Demontrações das mutações do patrimônio líquidoexercício findo em 31 de dezembro de 2013 e período de 5 de abril de 2012 (fundação) e 31 de dezembro de 2012, em milhares de reais

Superávits acumulados TotalSaldo em 5 de abril de 2012 - - Superávit do período 447 447Saldo em 31 de dezembro de 2012 447 447

Superávit do exercício 2.058 2.058Saldo em 31 de dezembro de 2013 2.505 2.505

Nos exercícios findos em 31 de dezembro de 2013 e 2012 o Instituto apurou superávit, o qual é justificado pelo tempo em que as doações são registradas na entidade versus o tempo em que são aplicadas na operação do Instituto e ao longo da duração de cada projeto/programa.

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Diretoria do Instituto BRFMarcos Sawaya Jank (Diretor Presidente) e Luciana F. Lanzoni (Diretora Executiva)

Conselho FiscalElcio Mitsuhiro Ito, Giovanni Filiberto Lipari e Paulo Zaidan

Conselho ConsultivoAntônio Moraes Neto, Ralf Piper e Rodrigo Mendes

EquipeAndréa Henriques, Bárbara Azevedo, Franciela Barros, Janaina Reis Nascimento, Marcela Hitomi Toguti e Maria Christina Vasconcelos Curvelo

Grupo de Trabalho (GT) Coorporativo 2013Antonio Luiz Oneda (Unidades Carnes e Lácteos), Barbara Rueda (Recursos Humanos), Carine Moraes (Sedes Administrativas), Carlos Alexandre Laszlo Liszkievich (Tecnologia e Informação), Carlos Amarildo Lucas de Mello (Recursos Humanos - Rotinas Trabalhistas), Carlos Antonio Barzotto (Remuneração e Benefícios), Caroline Souza de Oliveira (Comunicação), Charlys Torres (Gestão), Cristine Marques de Souza (Recursos Humanos - Corporativo), Diego Guimarães (Cultura e Engajamento), Fernanda Ávila (Sustentabilidade), Gédna Melsiana Rissi (Recursos Humanos - Rotinas Trabalhistas), Glaucia da Costa Santos (Cultura e Engajamento), Izabel Buscarioli (BP), Janaina Verona (Sedes Administrativas), Luciana Restiffe (T&D Competências Funcionais), Luciana Ueda (Sustentabilidade), Marcia Pimentel Carneiro (Jurídico), Marcos Caetano (Comunicação), Marianna Costa Figueiredo (Jurídico), Mauricio Busatto Casagrande (SSMA), Patricia Favarin (Recursos Humanos - Sistema de Gestão), Rosangela Correia (BP e Representante CDs), Roseli Fatima Grotto Rosa (Unidades Carnes e Lácteos), Silvia Vasquez (Recursos Humanos - Benefícios), Simone Yanaga (Suprimentos), Valeria Ribeiro (BP), Viviane Diaferia (Riscos e Seguros).

Comitês de Desenvolvimento Local 2013Bom Conselho (PE), Buriti Alegre (GO), Campo Verde (MT), Campos Novos (SC), Capinzal (SC), Carambeí (PR), Chapecó (SC), Concórdia (SC), Dois Vizinhos (PR), Dourados (MS), Embu (SP), Faxinal dos Guedes (SC), Francisco Beltrão (PR), Herval D’Oeste (SC), Ijuí (RS), Itajaí (SC), Itumbiara (GO), Jataí (GO), Jundiaí (SP), Lajeado (RS), Lucas do Rio Verde (MT), Marau(RS), Mineiros (GO), Mirassol D’Oeste (MT), Nova Mutum (MT), Paranaguá (PR), Ponta Grossa (PR), Sabará - Ravena (MG), Rio Verde (GO), Santa Rosa/Três de Maio I e II (RS), Serafina Corrêa (RS), Tatuí (SP), Terenos (MS), Teutônia (RS), Toledo (PR), Uberlândia (MG), Várzea Grande (MT), Videira (SC), Vitória de Santo Antão (PE)

Produção Editorial do Relatório de Atividades 2013pontok comunicaçãoTexto: Laura GiannecchiniArte: Paulo Assis BarbosaFotos: Acervo Instituto BRF

Instituto BRFrua Hungria, 1400

Jardim EuropaSão Paulo - SP

tel +55 11 2322.5035www.brf-br.com