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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

ARTIGO CIENTÍFICO

A VALORIZAÇÃO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA: A CAPOEIRA

E SEUS MOVIMENTOS

Artigo Científico apresentado à Secretaria de Estado

da Educação – SEED como requisito final de

participação no Programa de Desenvolvimento

Educacional (PDE) na Área de História.

Orientadora: Prof.ª Drª Janete Leiko Tanno

CORNÉLIO PROCÓPIO

2012

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A VALORIZAÇÃO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA: a capoeira e seus movimentos

Autor: Marli Tarosso1

Orientadora: Janete Leiko Tanno2

RESUMO

O presente artigo é resultado das atividades que abordaram o tema da cultura Afro-

Brasileira desenvolvidas com alunos da 7ª série/8º ano, do Ensino Fundamental da

rede pública e foram elaboradas e aplicadas durante o Programa de

Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná – PDE 2010/2011. O objetivo

foi levar ao conhecimento dos alunos, que a capoeira não é somente uma luta e que

ela está ligada a cultura africana e, através disto, despertar o interesse pelo

conhecimento histórico e respeito pela diversidade cultural. Participaram deste

projeto, estudantes da 7ª série/8º ano B, do período matutino, do Colégio Estadual

Professora Adélia Antunes Lopes, no município de Jataizinho – PR. Ao final da

aplicação e conclusão das atividades desenvolvidas especialmente para este

projeto, foi possível interagir com a equipe multidisciplinar do Colégio e participar

das atividades da Semana da Consciência Negra, expondo em forma de cartazes a

história da capoeira.

Palavras-chave: Capoeira; valorização da cultura afro-brasileira; Preconceito.

1 Professora da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná.

e-mail: [email protected] 2 Professora Adjunta do Departamento de História da Universidade Estadual do Norte do Paraná –

UENP –CCHE/Jacarezinho. e-mail: [email protected]

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1 INTRODUÇÃO

Com base na Lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003, que inclui no currículo

oficial a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Africana” e

que, no seu parágrafo primeiro, estabelece que o conteúdo programático a ser

desenvolvido pela escola deverá conter o estudo da História da África e dos

Africanos; a luta dos negros no Brasil; a cultura negra brasileira e o negro nas áreas

social, cultural, econômica e política e, partindo do princípio de que a escola é uma

das instituições formadora de identidades, de valores e inclusão social, fica ela,

responsável por uma pedagogia anti-racista e pela busca de estratégias para

proporcionar uma mudança conceitual, tanto para professores, como também junto à

sociedade.

O Caderno Temático: “História e cultura afro-brasileira e africana: Educando

para as relações étnico-raciais”, sugere que as escolas desenvolvam atividades

como: ações que propiciem o contato com a cultura africana e afro descendente;

discussões e atividades para a valorização da diversidade étnica brasileira;

pesquisas e debates sobre o espaço dos afros descendentes e de sua cultura e que

valorizem igualmente as diferentes e diversificadas raízes das identidades dos

distintos grupos que constituem o povo brasileiro, e que busquemos compreender e

ensinemos os nossos alunos a respeitar os diferentes modos de ser, viver, conviver

e pensar.

A escola tem como um de seus objetivos, proporcionar a aquisição de

conhecimentos e alicerçar a formação de atitude respeitosa de reconhecimento da

participação e contribuição dos afro-brasileiros na nossa sociedade para conseguir

abolir preconceitos e discriminações construídas através de vários séculos da nossa

história.

Desta forma, podemos sintetizar que a escola deve oportunizar a todos o

conhecimento da cultura afro mostrando que ela faz parte da cultura brasileira, e a

partir deste princípio elaborar um currículo de trabalho onde haja desconstrução dos

preconceitos e a construção de uma nova visão de um povo marginalizado pela

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história do nosso país, e, cabe mais especificamente, ao professor de história,

mostrar aos alunos, a importância que africanos e afros descendentes tiveram na

nossa história, culturalmente, economicamente e principalmente a sua resistência e

luta pela dignidade e igualdade.

Sob tais perspectivas, abordei o tema da cultura afro-brasileira, por meio da

capoeira, e expus que é uma arte ao alcance de todos e para todos, independente

de classe social, etnia ou credo, pois é com base na igualdade que se pressupõe

semelhanças e diferenças, que não contempla a inferioridade.

Com base nesses preceitos, levei ao conhecimento dos alunos a origem da

capoeira e como ela se implantou no Brasil e, desta forma pude desmistificar essa

arte que foi símbolo de luta e resistência dos negros, e que ainda hoje é

discriminada e carregada de preconceito. Esse trabalho esclarece que a capoeira

que conhecemos hoje, não é a mesma que tínhamos no período colonial e mesmo

posterior a este e que há muitos questionamentos sobre sua origem.

Em suma, podemos dizer que o preconceito e a discriminação com relação à

capoeira existem por desconhecimento do que ela de fato é; da sua história e dos

significados dos passos do jogo. É com base no conhecimento de sua história que

esse artigo visa mostrar a importância desta arte da cultura afro que os negros

adaptaram e usaram como forma de resistência e defesa ao cativeiro e às

imposições das classes dominantes e que atualmente adquiriu outros significados na

nossa sociedade.

2 A ORIGEM DA CAPOEIRA

Para melhor entender a cultura afro-brasileira, é necessário ter

conhecimento e compreensão da complexidade que a envolve. Na realidade, a

cultura é mais que um conceito acadêmico, ela diz respeito às vivências construídas

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ao longo do processo histórico e social, e é por meio da cultura que se estipulam

regras e valores.

Ao abordar o tema proposto sob o título: A Valorização da Cultura Afro-

Brasileira: a Capoeira e Seus Movimentos procurou-se despertar nos alunos o

interesse e a compreensão pela diversidade cultural através de estudos que

envolviam o conhecimento e as mudanças históricas ocorridas com a capoeira; o

contato com os instrumentos utilizados nesta arte/jogo; a musicalidade (ritmo) e os

movimentos (passos) realizados nas apresentações. Assim, foi possível levar os

alunos a compreenderem que no Brasil, a cultura negra ou herança africana, foi

construída no contato com outros povos (portugueses e indígenas) e se faz presente

na nossa sociedade como um todo, por meio da vivência cotidiana dos brasileiros,

independente de sua origem.

Nota-se que há muita discussão e questionamento sobre a origem da

capoeira. No entanto, há um consenso entre alguns autores, de que a capoeira no

Brasil tem nas suas origens elementos africanos fundidos a fatores locais

(portugueses e indígenas), ou seja, uma fusão de manifestações culturais diversas.

Sabemos que dos africanos herdamos os movimentos rituais fundamentais do

candomblé; os portugueses nos doaram através da dança popular, a chula, o uso do

improviso, do pandeiro e da viola, e as culturas nativas (indígenas) forneceram a

nomenclatura dos movimentos, que se assemelham aos movimentos dos animais.

Nestor Capoeira, autor de várias obras sobre o assunto e grande

conhecedor e divulgador desta arte e apaixonado pela capoeira Angola, que em seu

íntimo tem a malícia e a singularidade da simplicidade, em seu livro: “Os

Fundamentos da Malícia” (1992), aprofunda a discussão sobre a origem da capoeira

e coloca que existem várias teorias antagônicas (uns dizem que ela foi criada na

África e trazida para o Brasil; outros afirmam que foi uma invenção do escravo

africano no Brasil, entre outras), mas que todas chegam ao mesmo ponto comum:

ela é uma “invenção” dos africanos. No decorrer de seu livro, Capoeira escreve que

na realidade o que se sabe sobre a capoeira atualmente começa a partir de 1808,

com a chegada de D. João VI ao Brasil, pois foi somente neste período que se

começou a ter registros de alguns eventos, proibições e também registros policiais

relativos ao jogo. É com base nestas fontes que se constrói a história da capoeira

deste período aos dias atuais.

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Ainda quanto à sua origem, João Couto Teixeira (1998: p.17), em sua

monografia desenvolvida no Curso de Especialização na Universidade de Brasília,

diz que:

“Antigamente, a capoeira era relacionada à malandragem e religiões. Era

considerada uma forma de luta disfarçada em dança e ritual, onde

associava a luta às músicas e ritmos de candomblé, religião dos negros

escravos”. (.....) “Esta prática foi levada para as ruas após a abolição da

escravatura, quando foi proibida por lei e revogada somente em 1930,

começando a ser praticada dentro de recintos fechados".

Segundo o autor, a capoeira exerceu influência nos acontecimentos

socioculturais e políticos do Brasil, a tal ponto que o Código Penal de 1890 deu um

tratamento especial ao caso, prevendo prisão, trabalhos forçados, e até deportação

para os seus praticantes.

Até então, sobre a origem da capoeira, fica esclarecido que não se tem

certezas, mas há concordâncias de que ela representa a fusão das culturas de

indígenas, portugueses e africanos e, a partir disto, se tornando “tipicamente

brasileira”.

Nas transformações ocorridas em sua história, a capoeira sofre com

repreensões e proibições legais, mas resiste e continua sendo praticada com

algumas modificações pelos seus mestres.

2.1 A HISTÓRIA DA CAPOEIRA

De sua origem até os dias atuais, a capoeira sofreu mudanças e se

apresentou em diversos “estilos”, cada um com suas características, marcado por

visões próprias, hábitos específicos e fundidos com a cultura local de cada região.

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Atualmente, essas diferentes abordagens da capoeira se manifestam através da

prática dos diferentes grupos e são expressas em duas principais vertentes: a

capoeira Angola, que possui como referência Mestre Pastinha, e a capoeira

Regional, que tem como seu principal personagem Mestre Bimba.3

A capoeira Angola ou tradicional, nome dado devido aos traços das

manifestações da África Bantu no Brasil, é o estilo mais próximo de como os

escravos jogavam a capoeira. Ela é caracterizada por ser mais lenta, porém,

também possui movimentos rápidos, mais furtivos e executados perto do solo,

porque o solo representa a natureza (água). Ela enfatiza as tradições da capoeira,

que em sua raiz está ligada aos rituais afro-brasileiros caracterizados pelo

candomblé. Sua música é lenta e quase sempre está acompanhada por uma bateria

completa de instrumentos posicionados na seguinte ordem, da esquerda para a

direita: atabaque; pandeiro; berimbau viola; berimbau médio; berimbau gunga ou

berra boi; pandeiro; reco-reco e agogô. (SANTOS, COUTINHO E CONCEIÇÃO,

2011).

A capoeira Angola não tem data definida e nem uma pessoa a quem

possamos atribuir com certeza a sua criação, mas quando falamos em capoeira

Angola, temos o nome de Vicente Ferreira Pastinha (1889 - 1981), o Mestre

Pastinha, associado a ela. Ele foi seu grande defensor e divulgador. Introduzindo-a

na sociedade, fez com que a capoeira deixasse de ser vista somente como uma luta

marginalizada, praticada por vândalos e arruaceiros. Foi ele também que criou a

primeira escola de capoeira Angola no Brasil, em 1942. Pastinha defendia a capoeira

Angola e a divulgou no exterior, inclusive na África. Na realidade, pretendia fazer

com que ela mantivesse sua força e não perdesse suas principais características.

Atualmente, existem muitos seguidores de Pastinha que ainda tentam resgatar as

antigas tradições da Angola, entre eles podemos citar: Mestre Gildo Alfinete; Antonio

Carlos Moraes, o Mestre Caiçara, João Pereira dos Santos, o Mestre João Pequeno

e João Oliveira dos Santos, conhecido como Mestre João Grande, entre tantos

outros. 4

3 Prof. Paulista. Diferença entre Regional e Angola. Publicado em: 04 de fevereiro de 2010.

Disponível em: http://profpaulista.blogspot.com/2010/02/diferenca-entre-regional-e-angola.html 4Pesquisa online em: ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA ARTE CULTURA CAPOEIRA: Capoeira Angola.

Disponível em: http://www.arteculturacapoeira.com.br/site/index.php?option=com_content&view=article&id=98&Itemid

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Em resumo, podemos dizer que a capoeira Angola é diferente da luta

regional baiana ou capoeira Regional de Mestre Bimba, por possuir maior enfâse em

características como, o jogo, a brincadeira e a busca pela ancestralidade, com

movimentos mais lentos, rasteiros e lúdicos. Na "roda de Angola", o objetivo é a

busca intensiva dos fundamentos da arte. Ou seja, cada capoeirista tem o seu jeito

de amar, respeitar e valorizar a Capoeira Angola.

A capoeira Regional, primeiramente denominada de Luta Regional Baiana, é

uma manifestação da cultura baiana, que foi criada em 1928, por Manuel dos Reis

Machado (1900-1974), conhecido como Mestre Bimba e tornou-se rapidamente

popular. Ele dizia: (...) eu criei, a Regional, que é o batuque (luta do Nordeste

Brasileiro extinta com o passar do tempo) misturado com a Angola, com mais golpes,

uma verdadeira luta, boa para o físico e para a mente.5

Na capoeira regional mudaram-se alguns movimentos, eliminou a malícia da

postura do capoeirista, colocando-o em pé, criou um código de ética rígido, que

exigia até higiene e estabeleceu um uniforme branco (a cor branca dentro da

capoeira significa limpeza, purificação). Seu jogo é mais rápido, acrobático e atlético,

com isto, os golpes são desferidos em grande velocidade e freqüência, o que pode

tornar o jogo perigoso, mas extremamente belo. Bimba deixava claro que não devia

haver luta ao som do berimbau. Seria um desrespeito aos princípios e a Regional

tem como um de seus pilares, o respeito à integridade física e moral dos

companheiros. Com essa filosofia, a capoeira Regional conquistou todas as classes

da sociedade brasileira. Os praticantes dessa arte se denominam "capoeira", pois,

para eles, a capoeira é um estilo de vida, de ser, pensar e agir.

Atualmente os mestres capoeiristas misturam os dois estilos, porque não há

como fazer um desligamento das origens, principalmente no que se refere aos

movimentos, instrumentos musicais e ritmos. Enfim, ambos estilos são marcados

pelo uso de dissimulação e subterfúgio, a famosa mandinga, e são bastante ativos

no chão, sendo freqüentes as rasteiras, pontapés, chapas e cabeçadas. A formação

CARNEIRO Igor. Mestre Pastinha. Publicado em: 23 de novembro de 2008. Disponível em: http://www.senzala.org.br/historia/bibliografia/11-mestre-pastinha.html ESCOLA DE CAPOEIRA GRUPO SENZALA. Mestre Pastinha. Disponível em: http://capoeiraexports.blogspot.com/2011/01/biografia-de-mestre-pastinha.html 5 BARBOSA, Fayson Rodrigo Merege. Mestre Bimba: o fundador e rei da capoeira regional.

Revista Digital. Buenos Aires: Ano 14 – nº 133 – junio de 2009. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd133/mestre-bimba-o-fundador-e-rei-da-capoeira-regional.htm

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da roda também tem sua significação, seria a comunhão, a cooperação, um só

sentimento, a globalização, a diversidade unida. Dizem que para ser um verdadeiro

capoeirista, durante o jogo, só pode sujar a palma das mãos e a sola dos pés, jamais

pode sujar a roupa. E se durante o jogo, um dos capoeiristas estiver de chapéu e

este cair, ele jamais poderá pegá-lo com as mãos (elas estão sujas), ele o ajeitará

com a boca e o pegará com a própria cabeça. Essas são algumas curiosidades que

envolvem o jogo da capoeira.

FRIGERIO (1989), em seu trabalho: Capoeira: da arte negra ao esporte

branco, aborda a questão do “cisma” que ocorreu na capoeira. Segundo o autor, foi

com Mestre Bimba, que a Capoeira sofreu uma grande transformação. Ela começa a

ser praticada dentro de academias, com normas e regras, que aqui chamamos de

legalidade. Com essa nova modalidade, surgem novos movimentos e a capoeira

passa a ter aspectos de luta.

A capoeira Regional, para Frigerio, foi o “embranquecimento” da Capoeira

Tradicional, pois com sua prática em academias sua clientela passa a ser de

pessoas advindas de setores médios e altos, e, consequentemente, ela deixa de ser

o “teatro mágico”, “uma escola para a vida” como a definia CAPOEIRA (1985) e

passa a ser considerado um esporte.

Toda essa discussão implica alguns questionamentos como: a capoeira “era”

cultura negra, que passou a ser esporte branco? Fora do Brasil ela é divulgada como

cultura ou esporte?

Sabemos que nas últimas décadas, a capoeira tem despertado interesse em

diversos setores da sociedade. Tal valorização pode ainda ser percebida no fato

dela, a partir de 2008, ter sido registrada pelo Conselho Consultivo do Patrimônio

Cultural do Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan), como Patrimônio Histórico

Brasileiro.

Tal histórico da capoeira foi discutido com os alunos da 7° série B a partir de

atividades diversificas inserindo-os, dessa forma, também em reflexões sobre a

cultura afro-brasileira, sua valorização e o preconceito que ainda persiste em relação

à capoeira como será detalhado a seguir.

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3 A APLICAÇÃO DO PROJETO NA ESCOLA

Iniciei os trabalhos com os alunos expondo sobre a Lei nº 10.639, de 09 de

janeiro de 2003, que inclui no currículo oficial a obrigatoriedade da temática “História

e Cultura Afro-Brasileira e Africana”, sobre a contribuição desta etnia na formação do

povo brasileiro e, a seguir abordei o tema proposto, “capoeira”. Explanei sobre os

objetivos do projeto e de como iríamos desenvolvê-lo durante as aulas.

As atividades foram pensadas para serem trabalhadas na forma de

pesquisas investigativas, orientadas pelo professor, pois o intuito foi despertar o

interesse dos alunos pelo assunto e possibilitar um maior contato com a cultura Afro-

Brasileira.

A primeira atividade trabalhada apresentou como objetivo a verificação do

conhecimento prévio que os alunos possuíam sobre a capoeira. Iniciei questionando

se eles já haviam assistido alguma roda de capoeira ou se alguém a praticava ou

tinha praticado ou por que não a praticavam. A partir das respostas recebidas,

esclareci que ainda hoje existem muitas pessoas que não a pratica por ter

preconceito e discriminação, que a relacionam diretamente com os

afrodescendentes, sem ter noção da riqueza desta cultura. Com base nessa

exposição, trabalhei os termos: preconceito e discriminação. Primeiro fizemos uma

pesquisa no dicionário e verificamos a definição dos dois termos e a seguir expliquei

que havia vários tipos de discriminação e preconceito (religioso, sexual, etc.), mas o

que nós iríamos ver era o racial. Foi um exercício oral, no qual todos puderam

participar dando sua opinião e discutindo situações que vivenciaram sobre a questão

do preconceito. Nesta atividade, houve a participação dos alunos e a intervenção do

professor. No final das discussões, pedi para que cada aluno respondesse duas

questões:

O que você entendeu por preconceito?

O que você entendeu por discriminação?

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Esta atividade visou verificar se houve aprendizado e se o objetivo havia

sido alcançado. O resultado foi muito bom pois houve entendimento por parte dos

alunos, conforme podemos verificar na foto 1.

Foto 1: Folha de atividade respondida por aluno da 7° série B. Fonte: Marli Tarosso (2011).

Depois dos alunos construírem seu saber sobre preconceito e discriminação,

pedi para que aprofundassem seus conhecimentos sobre a capoeira e sugeri a eles

que se dividissem em grupos e pesquisassem sobre a origem, a história e as

transformações da capoeira ao longo do tempo. Para realizar essa atividade, levei

os alunos para a sala de informática, disponível nas dependências do Colégio

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Estadual Professora Adélia Antunes Lopes, para consultarem sites que abordassem

a história da capoeira. Foram feitas leituras e depois, os alunos elaboraram um texto

e até um cartaz sobre a origem da capoeira, com base nas pesquisas (foto 2).

Foto 2 – Cartaz sobre a origem da capoeira no Brasil, apresentado pelo grupo de alunos da 7ª B. Fonte: Marli Tarosso (2011)

Retornamos a sala de aula, e cada grupo expôs o seu texto e as conclusões

que haviam chegado. Foi uma discussão muito boa, com questionamentos e dúvidas

sobre a real origem da capoeira, visto que alguns autores afirmam que a capoeira

teve origem na África, outros afirmam que ela é brasileira, enfim chegamos a um

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consenso de que a capoeira é uma miscigenação das culturas: portuguesa, indígena

e africana, e, cada uma delas deixou suas contribuições nesta arte. Também foi

possível identificar que a capoeira sofreu modificações ao longo de sua história e

que surgiram novos movimentos, inovando a maneira de se jogar a roda da

capoeira, sem, no entanto perder sua ginga, sua destreza e sua malícia.

Partindo dos resultados da pesquisa e das discussões dos alunos acerca da

origem da capoeira foi possível desenvolver a atividade 36, que tinha como objetivo

compreender e diferenciar dois estilos da capoeira: Capoeira Angola e Capoeira

Regional. Explanei sobre a evolução da capoeira ao longo do tempo em uma aula

expositiva, abordei especificamente a Capoeira Angola e a Capoeira Regional.

Apresentei sobre seus mestres criadores (Mestre Pastinha da Capoeira Angola e

Mestre Bimba da Capoeira Regional) e citei alguns mestres seguidores dos referidos

estilos. Expliquei as pequenas diferenças existentes entre a Capoeira Angola e

Capoeira Regional. Esta atividade foi muito produtiva, porque os alunos já haviam

pesquisado sobre a história da capoeira, e tinham conhecimento prévio sobre o

assunto. Ao final apliquei um exercício com questões que foram prontamente

respondidas, como podemos verificar na foto 3. Os alunos demonstraram interesse

sobre o assunto e os resultados das atividades comprovaram que houve

ensino/aprendizagem de qualidade.

6 As atividades completas estão nos anexos

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Foto 3: Atividade respondida por uma aluna da 7ª B. Fonte: Marli Tarosso (2011)

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Depois de ter trabalhado a parte teórica, que envolvia a questão da origem,

da história, dos estilos e dos mestres fundadores, passei à parte prática, que dizia

respeito à questão da aprendizagem visual, levando o aluno a conhecer alguns

passos e instrumentos da capoeira. Forneci a eles algumas figuras de capoeiristas7

e pedi que fizessem pesquisas e nomeassem os passos apresentados e que

identificassem a qual estilo pertencia (foto 4). Também forneci figuras de

instrumentos musicais8 executados em uma roda de capoeira e pedi que os

identificassem (foto 5). Foi uma atividade prazerosa, que não exigiu muito dos

alunos, pois eles já haviam se familiarizado com o tema abordado. Os alunos

responderam corretamente os exercícios propostos e por meio deles foi possível

avaliar que houve aprendizagem significativa.

7 Imagens dos passos de capoeira disponível em: www.aobrasil.com/capoeira. Acesso em: 16 de unho de 2011.

8 Imagens dos instrumentos musicais disponível em:

http://gessijames.blogspot.com/2007_03_01_archive.html - acessado 26 de junho de 2011. http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/capoeira/instrumentos-da-capoeira-2.php - acessado 26 de junho de 2011. http://abadacapoeiraitu.blogspot.com/2008/08/mais-instrumentos-da-capoeira.html - acessado 26 de junho de 2011. http://www.cienciasdacapoeira.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=73&Itemid=80 – acessado 26 de junho de 2011.

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Foto 4: Atividade respondida por uma aluna da 7ª B, que consistia em nomear os movimentos básicos da capoeira. Fonte: Marli Tarosso (2011)

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Foto 5: Atividade respondida por uma aluna da 7ª B, sobre alguns dos instrumentos musicais utilizados numa roda de capoeira. Fonte: Marli Tarosso (2011)

A finalização deste projeto culminou com a Semana da Consciência Negra

(de 14 a 18 de novembro de 2011). Para comemoração do Dia da Consciência

Negra, foi convidado um grupo de capoeiristas que se apresentaram para todos os

alunos. Com conhecimento de alguns dos passos e dos instrumentos da capoeira,

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ficou fácil de resolver a atividade que consistia em assistir a apresentação de uma

roda de capoeira e responder às questões propostas (foto 6). Essa atividade foi

prazeirosa para os alunos que se encantaram com a capoeira. Eles se envolveram

na apresentação e participaram cantando as músicas enquanto os componentes do

grupo executavam os movimentos cheios de ginga e malícia. Foi muito gratificante

verificar que os alunos haviam compreendido a importância desta cultura e que a

enxergavam com outros olhos, sem preconceito e sem discriminação.

Foto 6: Atividade respondida por um aluno da 7ª B, após a apresentação da roda de capoeira. Fonte: Marli Tarosso (2011)

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Além da apresentação do grupo de capoeira, expomos também no pátio um

painel (fotos: 7, 8, 9 e 10), no qual se fazia uma referência a todo o trabalho que

desenvolvi durante a implementação do projeto, possibilitando com isto, que outros

alunos que não haviam sido envolvidos neste trabalho, tivessem contato,

conhecessem e respeitassem a cultura afro através da capoeira.

Foto 7: Cartaz confeccionado pelos alunos da 7ª B sobre a origem da capoeira e exposto no pátio do Colégio Estadual Professora Adélia Antunes Lopes, durante a Semana da Consciência Negra (de 14 a 18 de novembro). Fonte: Marli Tarosso (2011)

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Foto 8: Cartaz confeccionado pelos alunos da 7ª B sobre a Capoeira Angola e exposto no pátio do Colégio Estadual Professora Adélia Antunes Lopes, durante a Semana da Consciência Negra (de 14 a 18 de novembro).

Fonte: Marli Tarosso (2011)

Foto 9: Cartaz confeccionado pelos alunos da 7ª B com uma curiosidade sobre a formação da roda de capoeira e exposto no pátio do Colégio Estadual Professora Adélia Antunes Lopes, durante a Semana da Consciência Negra (de 14 a 18 de novembro). Fonte: Marli Tarosso (2011)

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Foto 10: Cartaz confeccionado pelos alunos da 7ª B com imagens dos instrumentos musicais usados nas rodas de capoeira e exposto no pátio do Colégio Estadual Professora Adélia Antunes Lopes, durante a Semana da Consciência Negra (de 14 a 18 de novembro). Fonte: Marli Tarosso (2011)

Além dos trabalhos desenvolvidos com os alunos, também foi realizado com

professores da área de história, o Grupo de Trabalho em Rede (GTR). Do meu

grupo, participaram onze professores que trabalham na rede pública do Estado do

Paraná. O GTR consistiu em discutir e enriquecer o nosso projeto, desde a parte

teórica até a implementação, que aqui podemos denominar de prática. O GTR

contribuiu muito no desenvolvimento do projeto, porque em discussão com outros

professores, foram colocadas novas ideias e novas situações que enriqueceram

essa pesquisa.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O intuito de despertar o interesse dos alunos pelo assunto e possibilitar um

maior contato com a cultura Afro-Brasileira e, ao mesmo tempo trabalhar as

questões de preconceito e discriminação, desconstruindo os mitos criados pela

classe dominante, considero que foi alcançado.

Atualmente, a diversidade cultural vem sendo muito discutida e está

havendo a desmistificação criados pela imposição da classe dominante. Hoje, a

capoeira é vista por muitos como um esporte, e está sendo muito divulgada tanto

dentro do Brasil quanto no exterior. O que não podemos deixar é que se esqueçam

as raízes desta arte.

Acredito que esse trabalho, realizado durante o Programa de

Desenvolvimento Educacional (PDE) do Estado do Paraná, forneça aos professores

de história, subsídios para abordarem o tema da cultura afro-brasileira e possibilite

que a capoeira seja um conteúdo anexado no Plano de Trabalho Docente de

qualquer ano do Ensino Fundamental.

5 REFERÊNCIAS

BARBOSA, Fayson Rodrigo Merege. Mestre Bimba: o fundador e rei da capoeira regional. Revista Digital. Buenos Aires: Ano 14 – nº 133 – junio de 2009. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd133/mestre-bimba-o-fundador-e-rei-da-capoeira-regional.htm - acessado em 02/abr/2011. CAPOEIRA, Nestor. Capoeira – Pequeno Manual do Jogador. Rio de Janeiro: Record, 1981.

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___________. Capoeira, os fundamentos da malícia. Rio de Janeiro: Record, 1992. ___________. Galo já Cantou: Capoeira para Iniciados. Rio de Janeiro, Arte Hoje, 1985. FRIGERIO, Alejandro. Capoeira: De Arte Negra a Esporte Branco. São Paulo, Editora Três, 1989. Disponível em: www.anpocs.org.br/portal/...00.../rbcs10_05.htm - acessado em 20/02/2011. HILÁRIO. Giancarlo Roger. Educação Física e Capoeira: cultura popular e Indústria Cultural no Jogo de Roda. Artigo PDE. Maringá, 2007. Disponível em www.diaadiaeducacao.pr.gov.br – acessado em 07/abr/2011 PARANÀ. Secretaria de Estado da educação. Diretrizes Curriculares da Educação. Curitiba: SEED-PR, 2008. PARANÁ. Secretaria de Estado da educação. Superintendência da Educação. Departamento de Ensino Fundamental. História e cultura afro-brasileira e africana: educando para as relações étnico-raciais/Paraná. Secretaria de Estado da educação. Superintendência da Educação. Departamento de Ensino Fundamental – Curitiba: SEED-PR, 2006. (Cadernos Temáticos) PINATTI, Djanir e OLIVEIRA SILVA, Gladson de. Capoeira: A Arte Marcial do Brasil. 2 vols., São Paulo, Editora Três, 1984. SANTOS, B.D.dos; COUTINHO. L. E. M.; CONCEIÇÃO. L. T. S. Da África ao Brasil: Sou Maculelê. Disponível em http://www.webartigos.com/articles/20823/1/Da-Africa-ao-Brasil-Sou-Maculele/pagina1.html - acessado em 15/abr/2011 SODRÉ, Muniz. A verdade seduzida. Por um conceito de Cultura no Brasil. Rio de Janeiro, Editora DP&A, 2005. SOUZA, A. C. R.; MELO, M. D. C. G. de; CORDEIRO, I. C. de A. A Cultura como espaço de luta: reflexões sobre Identidade, Capoeira e Cidadania. V ENECULT, UFBa, Salvador, 2009. Disponível em: http://www.cult.ufba.br/enecult2009/19508.pdf - acessado em 04 de abril de 2011. TEIXEIRA, João Couto. Festas Populares – Capoeira. Monografia desenvolvida no Curso de Especialização no Ensino da Capoeira na Escola, Universidade de Brasília, 1998. Disponível em: http://www.fernandodannemann.recantodasletras.com.br/visualizar. php?idt=959037 acessado em 20/02/2011. VIDOTTO. Roberto Marcos. Projeto Capoeira Escolar. 2003. Disponível em www.diaadiaeducacao.pr.gov.br – acessado em 07/abr/2011.

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SITES CONSULTADOS:

PAULISTA, Professor. Diferença entre Regional e Angola. Publicado em: 04 de fevereiro de 2010. Disponível em: http://profpaulista.blogspot.com/2010/02/diferenca-entre-regional-e-angola.html. - acessado em 02/abr/2011. ESCOLA DE CAPOEIRA GRUPO SENZALA. Mestre Pastinha. Disponível em: http://capoeiraexports.blogspot.com/2011/01/biografia-de-mestre-pastinha.html -

acessado em 02/abr/2011.

http://joaopequeno.portalcapoeira.com/capoeira-angola/ - acessado em 03/abr/2011.

http://portalcapoeira.com – acessado em 04/abr/2011.

ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA ARTE CULTURA CAPOEIRA: Capoeira Angola. Disponível em: http://www.arteculturacapoeira.com.br/site/index.php?option=com_content&view=arti

cle&id=98&Itemid=61- acessado em 05/abr/2011.

CARNEIRO Igor. Mestre Pastinha. Publicado em: 23 de novembro de 2008.

Disponível em: http://www.senzala.org.br/historia/bibliografia/10-mestre-bimba.html -

acessado em 05/abr/2011.

http://www.senzala.org.br/historia/bibliografia/11-mestre-pastinha.html - acessado em

06/abr/2011.

http://www.aobrasil.com/capoeira - acessado em 16 de junho de 2011. http://www.cienciasdacapoeira.com.br - acessado 26 de junho de 2011. http://gessijames.blogspot.com/2007_03_01_archive.html - acessado 26 de junho de 2011. http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/capoeira/instrumentos-da-capoeira-2.php - acessado 26 de junho de 2011. http://abadacapoeiraitu.blogspot.com/2008/08/mais-instrumentos-da-capoeira.html - acessado 26 de junho de 2011.

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Anexos

ATIVIDADE Nº 1 – PESQUISA INVESTIGATIVA

OBJETIVO:

Verificar o conhecimento prévio que os alunos têm sobre a capoeira, sua origem, passos,

instrumentos musicais e letra das canções que são entoadas nas apresentações, etc..

DESENVOLVIMENTO:

Essa é uma atividade oral, na qual todos os alunos podem participar.

Iniciar a atividade questionando se algum aluno conhece capoeira? Se eles já a praticaram?

Por que a praticou ou porque não a pratica?

A partir das respostas, esclarecer que existe preconceito e discriminação com relação à

capoeira. Com base nessa exposição, trabalhar os conceitos de: Preconceito e

Discriminação.

AVALIAÇÃO:

Pedir aos alunos que escrevam o que entenderam por preconceito e discriminação.

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ATIVIDADE Nº 2 – PESQUISA

OBJETIVO:

Conhecer a história da capoeira e suas transformações ao longo do tempo.

DESENVOLVIMENTO:

Os alunos se dividirão em grupo de 5 e deverão fazer pesquisas em livros ou internet e

escrever um pequeno texto sobre a origem da palavra capoeira e da história da capoeira

no Brasil. Em sala de aula, cada grupo vai expor a sua pesquisa para discussão das teorias

encontradas.

AVALIAÇÃO:

Recolher o material pesquisado e pedir aos alunos que depois da discussão do tema

proposto escrevam o que entenderam sobre a palavra capoeira e façam um pequeno texto

sobre a história da capoeira.

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ATIVIDADE Nº 3 – AULA EXPOSITIVA

OBJETIVO:

Levar o aluno a compreender e diferenciar dois estilos de capoeira: Capoeira Angola e

Capoeira Regional.

DESENVOLVIMENTO:

Com base nas pesquisas sobre a história da capoeira e sua evolução, explanar o assunto

em uma aula expositiva, explicando as diferenças dos dois estilos. Salientar os seus

fundadores: Mestre Pastinha e Mestre Bimba e citar alguns mestres capoeiristas dos dois

estilos.

AVALIAÇÃO:

Pedir aos alunos que respondam os exercícios elaborados pelo professor para verificação

da aprendizagem.

1) Explique a diferença da Capoeira Angola e Capoeira Regional.

2) Fale sobre Mestre Pastinha.

3) Fale sobre Mestre Bimba.

4) Cite alguns mestres seguidores da Capoeira Angola.

5) Cite alguns mestres seguidores da Capoeira Regional.

6) Opinião pessoal: O professor capoeirista pode usar os dois estilos em suas aulas?

Por quê?

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ATIVIDADE Nº 4 – PESQUISA DIRECIONADA E EXERCÍCIOS

OBJETIVO:

Verificar se o aluno assimilou nomes de movimentos e instrumentos musicais utilizados

durante apresentação de uma roda de capoeira.

DESENVOLVIMENTO:

Os alunos serão divididos em grupos de 5 e pesquisarão sobre alguns passos e sobre

instrumentos utilizados na capoeira.

Em sala de aula, o professor dará, em forma de exercícios, a representação desses itens e

os alunos terão que nomeá-los corretamente e até descrevê-los, se possível (conforme

modelo abaixo).

AVALIAÇÃO:

Consiste nos exercícios respondidos pelos alunos, pois através deles poderei verificar a

aprendizagem.

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http://gessijames.blogspot.com/20

07_03_01_archive.html - acessado

26 de junho de 2011.

ATABAQUE

http://gessijames.blogspot.com/20

07_03_01_archive.html - acessado

26 de junho de 2011.

AGOGÔ

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3=

ATIVIDADE Nº 5 – APRESENTAÇÃO DE UM GRUPO CAPOEIRISTA

OBJETIVO:

Vivenciar a teoria pesquisada.

DESENVOLVIMENTO:

Convidar um grupo de capoeiristas para fazer uma apresentação no pátio da escola.

AVALIAÇÃO:

Depois da apresentação, pedir aos alunos que respondam as seguintes questões:

a) Qual estilo de capoeira foi apresentado?

b) Cite alguns passos que foram executados durante a apresentação da roda de

capoeira.

c) Cite os instrumentos que fizeram parte desta apresentação.

d) Que tipo de vestimentas os capoeiristas usavam?

e) Qual a idade aproximada dos capoeiristas do grupo?

f) Quando você assistiu a apresentação, sentiu vontade de fazer parte do grupo?

g) Durante a apresentação, você notou se os componentes do grupo de capoeiristas

eram brancos ou afrodescendentes?