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future health index 2017 Atendimento que cumpre o que promete Como os sistemas globais de saúde utilizam a tecnologia digital para ajudá-los a se preparar para o futuro? O Future Health Index é encomendado pela Philips

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futurehealthindex2017

Atendimento que cumpre o que prometeComo os sistemas globais de saúde utilizam a tecnologia digital para ajudá-los a se preparar para o futuro?

O Future Health Index é encomendado pela Philips

1

SU

RIO

Agradecimentos e reconhecimentos 2

Prefácio 3

Resumo executivo 5

Sistemas de assistência médica sob pressão 13Entregar resultados para todos 15

Dominando a tecnologia para a mudança sistêmica 18

Profissionais mudando a mentalidade para prevenção 21A promessa de cuidados conectados 25

Convertendo os cínicos 26

Tornar os dados uma disciplina 28

Como trafegam os registros de saúde 30

Eficiência sobrepõe-se a economias de custo 32

Colocando as pessoas em primeiro plano 33Sem doutores-robô, por favor 36

Assumindo o controle, consolidando a confiança 38

Reimaginando incentivos 39

Futuras medidas de valor 41Planejando uma revisão da política 43

O caminho para a assistência médica perpétua 43

ApêndicesI Metodologia da pesquisa 45

II Perfis dos países 51

III Glossário e referências 55

Sumário

Este relatório foi redigido por New Narrative Ltd.,

com a pesquisa realizada por IPSOS, Schlesinger,

e Braun.

Gostaríamos também de aproveitar a

oportunidade para agradecer àqueles que se

envolveram no desenvolvimento da pesquisa

e foram entrevistados para o relatório.

Painel de assessores especialistas internacionais A contribuição de informações para a pesquisa

de 2017, incluindo o desenvolvimento de

questionários e análise, sessões de feedback

em profundidade foi conduzida pelas seguintes

pessoas:

• Dra. Rebecca Flyckt, Obstetra/Ginecologista

registrada em conselho e com certificação

em conselho de subespecialidade em

Endocrinologia Reprodutiva e Infertilidade

• Dr. Matt Kalaycio, Presidente do Departamento

de Oncologia Hematológica e Distúrbios

Sanguíneos, Cleveland Clinic Taussig Cancer

Institute

• Sr. Michael Kessel, Presidente e CEO, Cleveland

Clinic Canada

• Angela Kiska, Diretora, Assessoria de Imprensa,

Cleveland Clinic

• Dr. Steve Nissen, Presidente do Conselho do

Robert and Suzanne Tomsich Department of

Cardiovascular Medicine, Sydell and Arnold

Miller Family Heart & Vascular Institute,

Cleveland Clinic

• Sara Riggare, aluna de doutorado em

Autoatendimento para Doença de Parkinson,

Health Informatics Centre, Karolinska Institutet,

Estocolmo, Suécia

• Eileen Sheil, diretora-sênior, Public & Media

Relations, Corporate Communications,

Cleveland Clinic

• Dr. Khalil Sivjee, diretora-médica (Respirologista),

Cleveland Clinic Canada

Especialistas entrevistados Realizamos também várias entrevistas com

importantes líderes de opinião, de janeiro e

março de 2017.

• Arnaud Bernaert, chefe da Global Health and

Healthcare Industries, membro do Comitê

Executivo, Fórum Econômico Mundial

• Dave deBronkart ‘e-Patient Dave’, presidente

emérito, Society for Participatory Medicine

• Patricia N. Mechael, doutora, mestre em

Ciências Médicas, diretora e líder em Políticas,

HealthEnabled, e vice-presidente, Personal

Connected Health Alliance, HIMSS

• Dr. Pablo Perel, médico, mestre e doutor,

professor-adjunto, London School of Hygiene

& Tropical Medicine e consultor-sênior, World

Heart Foundation

• Paul Sonnier, fundador do grupo Digital Health

no LinkedIn

• Simon Spurr, co-fundador e diretor, South

Africa-based HealthCloud

• Leonard Witkamp, Professor, Academic Medical

Center e CEO, KSYOS TeleMedical Center.

Agradecimentos e reconhecimentos

3

PR

EF

ÁC

IO

Para criar o ecossistema de saúde do futuro,

devemos primeiro ouvir os principais usuários deste

sistema – as pessoas e os profissionais de saúde

– e compreender suas expectativas e experiências.

Em segundo lugar, devemos verificar como a

tecnologia já está transformando as vidas nos

diferentes sistemas de saúde no mundo e como ela

pode conferir ainda mais poderes à sociedade.

Este é o Future Health Index, um registro

abrangente de onde estamos no caminho para

melhores resultados em saúde, alcançados a custos

mais baixos e como estamos avançando para

atender as necessidades futuras de assistência

médica. Onde a conectividade está endo os

maiores benefícios e onde ela precisa de mais

investimentos para prevenir e tratar doenças para

aliviar a carga nos sistemas de assistência médica?

O Future Health Index fornece uma plataforma para

discutir onde os governos e empresas deveriam

concentrar recursos para possibilitar uma revolução

na maneira como a assistência médica está sendo

entregue e aproveitada.

Este é o segundo estudo anual em profundidade,

resultado de levantamentos e entrevistas com

mais de 33.000 profissionais de saúde, planos de

saúde e membros do público através de 19 países

e cinco continentes.

Conferir poderes é um dos temas principais do

Index. Os profissionais e as pessoas concordam em

que a tecnologia digital pode e deve proporcionar

às pessoas mais controle para gerenciar sua própria

saúde e provedores de saúde com ferramentas

para melhorar a entrega dos cuidados. A integração

dos sistemas de saúde permitindo às pessoas e

médicos trabalharem mais conjuntamente para

cuidados contínuos entre hospital e domicílio é

um aspecto fundamental. Isto é especialmente

verdadeiro à medida que as populações vivem

mais e as doenças relacionadas com estilo de vida

aumentam, enquanto os custos relacionados com

atendimento médico se elevam criando uma

necessidade premente de eficiências sistêmicas.

O Future Health Index também indica

discrepâncias preocupantes quanto à rapidez em

que essa transformação centrada no consumidor

está se efetivando. Sistemas locais persistem.

Melhores incentivos e parcerias mais poderosas

precisam ser estabelecidas. Uma estrutura de

aferição mas robusta precisa ser projetada. E mais

treinamento e programas de conscientização

precisam ser introduzidos para profissionais de

saúde e a população em geral para abraçarem

e se envolverem totalmente com um ambiente

digital de saúde sempre ligado.

Olhando para estes futuro, o relatório também

explora projetos e parcerias inovadoras. Estes

exemplos abrangem os campos da telesaúde,

monitoração remota e fluxos de trabalho

digitais onde empolgantes novos campos

estão sendo explorados.

Juntamente com estes estudos de caso, o Future

Health Index explora como as percepções das

pessoas correspondem às realidades da

assistência médica. Se formos reformular o futuro,

é vital endereçar defasagens entre o que existe e o

que é desejado. E para melhor compreender como

entregar a informação e as ferramentas certas no

tempo e no lugar certos, para maximizar o impacto

em experiências e resultados na saúde.

Criar um sistema de assistência médica ajustada

ao século 21 é um processo inegavelmente

complicado e esperamos que a pesquisa do Future

Health Index de 2017 forneça insights inspiradores

em nossa jornada comum. Trata-se de um

relatório que amplia nosso nível de compreensão

sobre o ponto em que a sociedade se encontra

e também indica soluções melhores e mais

sustentáveis que vão ao final trazer melhor saúde

e bem-estar para todos.

JAN KIMPEN Diretor-médico chefe, Philips

PATRICIA MECHAEL Diretora e líder em Políticas, HealthEnabled, e vice-presidente, Personal Connected Health Alliance, HIMSS

Prefácio

“ No momento, estou mais otimista com relação à nossa saúde e abordagem à saúde do que nos últimos 20 anos. A mudança em pessoas assumindo um papel mais proativo em sua saúde é realmente estimulante. Estamos apenas agora compreendendo a importância disto através da combinação de dados a partir de uma multiplicidade de fontes e novas e inovadoras abordagens à saúde.”

P A T R I C I A M E C H A E LDiretora e líder em Políticas, HealthEnabled,

e vice-presidente executiva,

Personal Connected Health Alliance, HIMSS

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IVO

Populações envelhecendo, níveis

mais elevados de doenças crônicas

e os crescentes custos de cuidados

combinam-se para criar um enorme

desafio para as sociedades, em nível

global. Por todo o mundo, governos,

empresas e indivíduos lutam com

a questão; como as populações

podem viver bem ao longo de toda

a sequência contínua da saúde –

o dia-a-dia de viver saudavelmente,

prevenção, diagnóstico, tratamento

e atendimento domiciliar?

O Future Health Index busca alimentar e

aprofundar esta discussão. Agora em seu segundo

ano, a pesquisa determina a prontidão de 19 países

para abordar estes desafios mais prementes da

saúde. Isto é alcançado medindo as percepções

e experiências dos usuários básicos dos sistemas

de saúde – profissionais de saúde e população

em geral – através de:

1 Acesso aos cuidados

2 Integração dos sistemas de saúde

3 Adoção de tecnologia de cuidados conectados.

Neste ano, estas percepções estão justapostas

com dados de terceiros revelando as realidades

dos sistemas de saúde em cada país nas mesmas

áreas. A comparação com a realidade destaca

rapidamente as diferenças entre o que os

profissionais de saúde e os cidadãos percebem,

e o que os sistemas de saúde estão efetivamente

fazendo para evoluir. Isto, por sua vez, indica as

áreas em que os sistemas estão (ou prestes a estar)

ausentes ou deficientes; evoluindo ou sob coerção.

A pesquisa também foi ampliada para produzir,

para cada país, uma taxa de eficiência que utilize

dados de terceiros para comparar os gastos com

cuidados de saúde com resultados de saúde,

como taxas de mortalidade materna e expectativa

de vida, fornecendo um retrato de como os gastos

com assistência médica estão fundamentalmente

impactando a saúde dos cidadãos1.

Analisando as realidade atuais da assistência

médica em cada país, e também os pontos de vista

dos profissionais de saúde e do público em geral,

a pesquisa oferece insights no progresso de cada

país no caminho para um sistema de assistência

médica preparada para o futuro. O Future Health

Index deixa claro que mudar o foco de tratamento

para prevenção e conferir poder ao público em

geral e aos profissionais para assumirem um papel

mais ativo na gestão da saúde são aspectos

essenciais para diminuir a lacuna que aflige os

sistemas de saúde, e caminhar no sentido da forma

mais conectada de cuidados necessários para

assegurar que estes sistemas sejam sustentáveis

no futuro.

Resumo executivo

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IND

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17

O Future Health Index – investigando a percepção versus a realidade do desempenho dos sistemas de saúdeComo importante extensão do estudo, as percepções deste ano estão justapostas com dados de terceiros

revelando as realidades dos sistemas de saúde em cada país nas mesmas áreas. Comparar percepção com

realidade destaca rapidamente as defasagens entre o que os profissionais de saúde e a população em geral

enfrentam, e o que os sistemas de saúde estão efetivamente realizando para evoluir. Os níveis de defasagens

indicados no mapa apontam para áreas em que os sistemas estão (ou prestes a estar) ausentes ou deficientes;

evoluindo ou sob coerção através dos pilares de acesso, integração e adoção de tecnologia de cuidados conetados.

EUA

Brasil Argentina Espanha França Itália

Canadá Reino Unido Holanda Alemanha

0 0 0 0 0

0 0 0 0 0

100 100 100 100 100

100 100 100 100 100

0 0 0 0 0

0 0 0 0 0

20,3

26,1

25,2

100 100 100 100 100

100 100 100 100 100

PERCEPÇÃO PERCEPÇÃO PERCEPÇÃO PERCEPÇÃO PERCEPÇÃO

PERCEPÇÃO PERCEPÇÃO PERCEPÇÃO PERCEPÇÃO PERCEPÇÃO

REALIDADE REALIDADE REALIDADE REALIDADE REALIDADE

REALIDADE REALIDADE REALIDADE REALIDADE REALIDADE

44,6 16,4 20,2

16,1

46,6 49,9

21,6

28,1

41,0 23,6

32,012,4

Média de 19 países

0 1000100

PERCEPÇÃO REALIDADE

31,5

12,3

16,0

64,666,9

24,154,9

57,850,8

7

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África do Sul CingapuraEmirados Árabes Unidos Austrália

China Coreia do SulSuécia Arábia Saudita Rússia

0 0

0 0 0 0

0 0 0 100 100

100 100 100 100

100 100 100 0 0

0 0 0 0

0 0 0

15,6 10,117,7

100 100

100 100 100 100

100 100 100

PERCEPÇÃO PERCEPÇÃO

PERCEPÇÃO PERCEPÇÃO PERCEPÇÃO PERCEPÇÃO

PERCEPÇÃO PERCEPÇÃO PERCEPÇÃO REALIDADE REALIDADE

REALIDADE REALIDADE REALIDADE REALIDADE

REALIDADE REALIDADE REALIDADE

29,9

26,7

53,0

21,5

44,0 40,2

38,9

26,8

37,9 55,5

16,3

28,4 41,4

35,7

19,1

20,7

17,9

Adoção de tecnologia de assistência conectada

Acesso a assistência médica

Integração dos sistemas de saúde

Índices de aferição

Desigualdade

O posicionamento da lacuna indica se percepções ou realidade é a mais alta. Defasagens significativas foram destacadas com 10 pontos ou mais.

8

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17

Panorama geral das principais verificaçõesPopulações e profissionais de saúde atribuem altos níveis de confiança a seus sistemas de saúde. Maior integração melhoraria ainda mais este quadro.

54%

100% da população geral disseram que con am no sistema de assistência médica do seu país

A confiança é mais alta entre

as populações na Espanha

(71%), França (67%), Cingapura

(66%), Canadá (64%), Suécia

(64%) e Austrália (63%). Este

sentimento não é apenas

refletido mas excedido por

profissionais de saúde em

geral pesquisados (72%).

Os que percebem o sistema

como mais integrado têm maior

propensão a confiar no sistema,

com 79% dos que percebem

o sistema como muito ou

completamente integrado

confiando nele, em comparação

com apenas 47% dos que acham

que o sistema é somente até

certo ponto ou não é de forma

alguma integrado.

Nas regiões pesquisadas, o setor

de assistência médica recebia

a maior confiança quando se

tratava de dados pessoais, com

44% da população em geral

afirmando que confiam mais no

setor de assistência médica com

seus dados pessoais, em

comparação com 35% para o

setor bancário, 20% para o de

seguros e meros 5% para o

de varejo.

No que diz respeito a acesso, integração e adoção, percepções dos grupos de interesse sempre se alinham com a realidade – há defasagens.

As maiores defasagens aparecem

entre percepções e realidade

ao exploar a integração dos

sistemas de saúde, onde a

realidade é muitas vezes menos

integrada do que as percepções.

Embora a população em geral

e os profissionais de saúde

percebam que o sistema de

saúde é de maneira geral

integrado, os investimentos na

tecnologia da Internet das coisas

em assistência médica

relacionados com sistemas

integrados são uma porcentagem

relativamente baixa do PIB do

país.

A maior lacuna na percepção de

acesso e a realidade de acesso

é verificada na China, onde as

percepções superam muito a

realidade.

China

0 1000100

PERCEPÇÃO REALIDADE

25,864,7

A pontuação do índice

de realidade de acesso

relativamente baixo da China

é impulsionado pela densidade

de profissionais de saúde

habilitados mais baixa entre os

19 países pesquisados (31,5 por

população de 10.000) e o risco

extremamente elevado de

gastos reduzidos para

atendimento cirúrgico (52,7%

das pessoas estão em risco).

As percepções dos profissionais de saúde e da população em geral muitas vezes diferem ao avaliar a saúde da população em geral.

Estas diferenças são maiores

em mercados emergentes, onde apenas:

da população avalia sua própria saúde como sofrível ou normal

33%

dos pro�ssionais de assistência médica concordam

55%

0 100%

Por exemplo: 32% da população

no Brasil classifica sua saúde

como fraca ou aceitável;

contudo, 91% dos profissionais

de saúde no Brasil classificam

a saúde da população como

fraca/aceitável. Na África do Sul,

as cifras são de 19% e 57%,

respectivamente.

9

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IVO

Para criar e manter sistemas de saúde sustentáveis, precisa haver uma mudança no foco do tratamento para a prevenção.

Cerca de metade da população

em geral acha que os

profissionais de saúde deveriam

dedicar a maior parte de seu

tempo e recursos em geral a cuidados preventivos (ou seja,

mantendo bem os saudáveis).

Enfoque naassistênciapreventiva

Enfoqueem tratar o doente

50% 48%

Entretanto, um número

aproximadamente igual (48%)

considera que o foco deveria

ser em tratar os doentes. Enquanto isso, 59% dos

profissionais de saúde afirmam

que os cuidados preventivos

deveriam ser seu foco.

Cerca de um terço (32%) da

população em geral não

concorda em que tenha acesso

a medicação ou tratamento

para prevenir doenças.

“Os pacientes podem deixar de lado o trabalho preventivo e tentar focar o problema real, mas no caso da saúde há muitos sistemas de órgãos e o paciente é focado em questões quando o problema surge, mas não quando poderíamos ter realizado um trabalho preventivo para evitá-lo.”

MÉDICO DE FAMÍLIAPraticado há 10 anos, Canadá

Tecnologia de cuidados conectados é percebida como importante para a prevenção, mas atualmente não é usada com frequência.

100%

100%63%

73%

Cerca de três quartos dos

profissionais de saúde (73%)

e da população em geral (72%)

entrevistados, afirmam que a

tecnologia de cuidados

conectados é importante para melhorar a prevenção de

problemas médicos.

Contudo, um número

aproximado de profissionais

de saúde (63%) afirmam que a

tecnologia de cuidados

conectados era raramente ou

nunca estava sendo utilizada

quando os pacientes estão

saudáveis e não sofrem de

condições médicas. A população

em geral está ligeiramente mais

otimista com relação ao uso

da tecnologia de cuidados

conectados para uma vida

saudável, uma vez que 52%

acham que raramente ou nunca

está sendo utilizada.

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17

Há espaço para melhoramento

conferindo poderes aos profissionais de saúde para

prover cuidados completos

a seus pacientes:

Quase um terço dos pro�ssionais de assistência médica acreditam que plataformas para a troca de informações acessíveis e seguras entre eles terão o máximo de impacto positivo sobre os cidadãos que cuidam da sua saúde.

30%

Há uma compensação imediata a ser obtida com a tecnologia de cuidados conectados em atendimento domiciliar.

De maneira geral, 81% dos

profissionais de saúde e 74% da

população geral pesquisada

afirmam que a tecnologia de

cuidados de saúde é importante

para melhorar os serviços de atendimento domiciliar.

81%

74%

Pro�ssionais de assistência médica

População geral

100%

Tanto a população em geral quanto os profissionais de saúde têm que contar com poderes para assumir um papel mais ativo na gestão da saúde.

Há uma clara necessidade de

conferir poderes à população

para perceber que eles podem

assumir um papel ativo na

gestão de sua própria saúde:

Cerca de um quarto da população geral não assume absolutamente nenhuma responsabilidade pelo seu registro médico

24%

Dentre aqueles que usaram tecnologia de assistência conectada nos últimos 12 meses, cerca de um quarto não entende como interpretar os resultados da tecnologia

23%

Um quinto da população geral diz, em média, que consulta um pro�ssional de assistência médica para fazer um checkup geral 0 vezes por ano.

20%

Atualmente, não há uma estrutura consistente instalada para reembolsar e incentivar os provedores de saúde no sentido da assistência médica focada na prevenção.

“O aspecto fundamental é que a prevenção precoce não gera lucros. No tratamento, operações como colocar stent serão rentáveis, enquanto que preleções educativas sobre prevenção não trazem grandes vantagens financeiras. Os pacientes gastam muito quando acometidos por doenças.”

CIRURGIÃO CARDÍACO 19 anos de experiência, China

“O problema está ligado à psicologia humana; não queremos colaborar, todos são egoistas. Assistência médica tornou-se muito comercial. As pessoas doentes são como um cheque bancário roubado por outros hospitais.”

CARDIOLOGISTA25 anos de experiência, França

Panorama geral das principais verificações

11

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IVO

De maneira semelhante, ao

serem perguntados sobre que

aspecto da tecnologia de

cuidados com a saúde podem

trazer os maiores benefícios, a

proporção mais alta (55%) dos

profissionais de saúde escolheu

aspectos relacionados com atendimento domiciliar, principalmente em termos

de melhoramento da gestão

no longo prazo e no

acompanhamento de

questões médicas.

Políticas mais claras e uma abordagem mais estruturada à gestão e compartilhamento de dados pessoais de assistência médica são necessários para tirar proveito das oportunidades que esses dados oferecem.

54%

0 100%

A maioria dos profissionais de saúde (54%) acha que a

responsabilidade pela obtenção

de registros médicos de um

estabelecimento de assistência

médica para outro é atualmente

assumida pelos profissionais/

estabelecimentos de assistência

médica.

Entretanto, eles acham que esta

responsabilidade deveria ser

assumida tanto pelos pacientes

quanto pelos profissionais/

estabelecimentos de assistência

médica (57%). Da população em

geral que utilizou tecnologia de

assistência médica para rastrear

indicadores de saúde, 63%

afirmaram que compartilharam

estes dados ou informações com

um profissional de saúde.

Dos que sofreram um problema

respiratório, cardiológico,

oncológico, ginecológico, ou

de fertilidade ou recentemente

engravidaram/estão grávidas,

32% disseram que seus registros

médicos foram automaticamente

compartilhados entre os

profissionais de saúde na última

vez em que tiveram uma

consulta médica. Em número

menor, 21% afirmaram que seus

registros médicos não foram

compartilhados, 19% disseram

que eles próprios

compartilharam os registros,

e 17% informaram que algum

compartilhamento foi

automático e alguns

compartilhados por eles.

As pessoas, de maneira geral, desejam que a tecnologia de assistência conectada se intensifique e não substitua o ‘toque humano’ em cuidados com a saúde.

Quando perguntados sobre que

ferramentas ou tecnologias de

inteligência artificial (IA) podiam

ter o maior impacto para

melhorar a assistência médica,

somente 11% da população em

geral viam potencial para

consultas remotas com médicos

em holograma e apenas 10%

imaginavam profissionais-robôs

de saúde teriam o maior

impacto. Os profissionais de

saúde tiveram percepções

semelhantes (profissionais-robô

de saúde: 9%; médicos em

holograma: 7%).

Populaçãogeral

Pro�ssionais de assistência médica

Médicos com hologramas

Pro�ssionais robóticos deassistência médica

11% 10%7%

9%

20%

0

12

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Sistemas de assistência médica sob pressão“ A maioria dos sistemas de saúde não está estruturada para lidar com o envelhecimento das populações ou o aumento das taxas de doenças não transmissíveis. Apenas fazer com que uma pessoa não se torne diabética é um enorme ganho para a sociedade e para o sistema de saúde. São os próprios indivíduos e não apenas os sistemas que têm mais a ganhar ou a perder.”

P A T R I C I A M E C H A E LDiretora e líder em Políticas, HealthEnabled,

e vice-presidente executiva,

Personal Connected Health Alliance, HIMSS

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17

Sistemas de assistência médica sob pressão

A atual pressão sobre os sistemas

de assistência médica é o resultado

inevitável de uma população global

que cresce e envelhece rapidamente,

um processo que a ONU denominou

uma das “mais significativas

transformações sociais do século 21.”2

Avanços em cuidados de saúde significam que

as pessoas estão vivendo mais do que antes; um

estudo recente de países industrializados projetou

que a expectativa de vida aumenta para todos eles

e atribuiu uma probabilidade de mais de 50% de

que a expectativa nacional do sexo feminino

ultrapassaria a barreira dos 90 anos por volta de

2030.3 Populações em envelhecimento e estilos

de vida mais sedentários significam que doenças

crônicas como diabetes e câncer criarão muito

da carga dos cuidados com a saúde no futuro;

o Fórum Econômico Mundial estimou que eles

resultarão em US$47 trilhões em produção perdida

em 2030.4 Os gastos com cuidados de saúde

globais deverão mais do que duplicar entre 2013

e 2040 para mais de $18 trilhões; contudo, muitos

países, particularmente os de baixa e média renda,

ainda deixarão de realizar os investimentos

necessários para alcançar as metas de saúde da

United Nations Sustainable Development Goals.5

Gastos totais com saúde como uma porcentagem do produto interno bruto (PIB) por país*

9,4

4,8

%

AU

10,5CA

5,6CN

11,5FR

11,3DE

9,3IT

10,9NL

9,0ES

11,9SE

9,1UK

17,1US

AR

8,3BR 7,1

RU

4,7SA

4,9SG

8,8ZA

7,4KR

3,6UAE

0

* FONTE: Organização Mundial da Saúde, 2014

15

SIS

TE

MA

S D

E A

SS

IST

ÊN

CIA

DIC

A S

OB

PR

ES

O

O aumento das pressões significa que os sistemas

e modelos de serviços que eram adequados para

as finalidades de algumas décadas atrás não

podem mais funcionar como antes. No Canadá, por

exemplo, um levantamento recente mostrou tempos

de espera para tratamentos e procedimentos ‘de

necessidade médica’ atingiram uma média de 20

semanas em 2016, o dobre da espera de 1993 e o

período mais longo já registrado.6 No Reino Unido,

os dirigentes de hospitais advertiram que a falta

de recursos financeiros e o número recorde de

pacientes estão levando o National Health Service

(NHS) à beira do colapso.7

Em países emergentes, as populações são de

maneira geral mais jovens porém estão também

crescendo mais rapidamente, e os governos se

empenham para lidar com recursos mais limitados,

de modo que os sistemas estão muitas vezes em

sérios apuros. Na China, os baixos salários e as

duras condições de trabalho levaram a uma grave

falta de médicos, particularmente nas áreas rurais.8

A Rússia está enfentando problemas semelhantes

e se empenha para reformar um sistema de saúde

em grande parte ainda da era soviética.9

“O principal desafio é que não há pessoal médico suficiente,” afirma um oncologista da Rússia com 23 anos de experiência. “A parcela da população que deveria concluir o curso de medicina e trabalhar em assistência médica não se materializou. Tivemos uma transição para democracia (nos anos 1990) e a população decresceu, e então simplesmente não tivemos pessoal suficiente para substituir os médicos mais antigos.”

Enquanto isso, no Brasil, reduções no orçamento e

surtos de doenças forçaram os governos estaduais

a declarar verdadeiros ‘estados de emergência’ no

sistema de saúde.10

“No momento, estamos atravessando uma crise generalizada,” declara uma enfermeira no Brasil, com uma década de experiência. “A demanda de paciente é maior que a capacidade dos hospitais. Atravessamos um processo de superar longas esperas, demoras nos exames, equipamentos quebrados, diariamente.”

Entregar resultados para todos Com o crescimento da demanda e os recursos

limitados, a eficiência – a capacidade de apresentar

resultados máximos ao custo mais baixo possível

– tornar-se-á cada vez mais vital para que os

sistemas de assistência médica progridam. Com isto

em mente, o Future Healthcare Index mede as taxas

de eficiência para cada país com base em uma

comparação de gastos com assistência médica

(como uma porcentagem do PIB) com resultados

de saúde como expectativa de vida, taxas de

mortalidade materna e probabilidade de morte

por doenças não transmissíveis.

Os Emirados Árabes Unidos e Cingapura se

destacam como altamente eficientes, com taxas

de 22,7 e 18,1 respectivamente; ambos conseguem

alcançar resultados de sólidos a bons com gastos

proporcionalmente baixos. O país menos eficiente

é a África do Sul, devido principalmente a

resultados mais baixos, seguido pelos EUA,

Alemanha, Suécia e França – todos eles produzindo

fortes resultados mas gastando um montante

proporcionalmente elevado para alcanças isso.

Antes que fatores como qualidade e resultados

possam ser considerados, um sistema de

assistência médica deveria ser acessível,

fisicamente e financeiramente, a todos os

segmentos da população e por toda a sequência

contínua da assistência médica – desde uma vida

saudável até a prevenção e tratamento de

doenças, e desde a gestão de condições crônicas

até o atendimento domiciliar aos mais idosos.

Apesar dos avanços conquistados no combate

à pobreza em anos recentes, em muitos países

o acesso aos serviços de saúde mais básicos ainda

não podem ser convincentes. Um relatório da

Organização Mundial de Saúde e do Banco Mundial

constatou que cerca de 400 milhões de pessoas em

todo o mundo não têm acesso a serviços essenciais,

como planejamento familiar, cuidados pré-natais,

vacinação e tratamento de tuberculose.11

16

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20

17

Dados de taxa de eficiência

EAU (EEAU)

Cingapura (SG)

Arábia Saudita (SA)

China (CN)

Argentina (AR)

Coréia do Sul (KR)

Itália (IT)

Rússia (RU)

Reino Unido (UK)

Austrália (AU)

Espanha (ES)

Canadá (CA)

Holanda (NL)

Brasil (BR)

França (FR)

Suécia (SE)

Alemanha (DE)

Estados Unidos (US)

África do Sul (ZA)

Média do grupo

3,6

4,9

4,7

5,6

4,8

7,4

9,3

7,1

9,1

9,4

9,0

10,5

10,9

8,3

11,5

11,9

11,3

17,1

8,8

8,7

82,6

88,8

73,1

76,6

65,8

87,9

91,3

68,2

87,1

89,0

85,0

87,6

88,4

65,5

89,4

91,2

85,4

83,8

38,7

80,3

Escalão País ContribuiçãoDespesas com assistência médica com % do PIB

ResultadosNota do resultado geral

22,7

18,1

15,6

13,8

13,7

11,9

9,9

9,6

9,5

9,5

9,4

8,4

8,1

7,9

7,8

7,6

7,6

4,9

4,4

10,5

Razão de e�ciência(Resultados/contribuição na assistência médica)

17

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As constatações do Future Health Index mostram

que problemas de acesso não estão de modo

algum confinados a mercados emergentes. Países

com elevadas pontuações de percepção de acesso

(ou seja, onde os dados da pesquisa mostram que

os profissionais de saúde e a população em geral

percebem a assistência médica como acessível),

incluem os Emirados Árabes Unidos com 75,6

e Cingapura com 72,6. Entretanto, as pontuações

de ‘realidade’ dos Emirados Árabes Unidos e de

Cingapura são significativamente mais baixos,

com 57,7 e 56,3, respectivamente, devido a uma

densidade relativamente baixa de profissionais

de saúde qualificados e questões de capacidade

financeira – em Cingapura cerca de 15% da

população estaria em risco de empobrecimento

em razão de cuidados cirúrgicos, por exemplo.

As defasagens são ainda mais amplas na China,

onde a percepção de acesso excede a realidade

por 38,9 pontos, e a África do Sul, onde a

percepção excede a realidade em 26,8 pontos.

Na China, enquanto, de acordo com o governo,

o seguro-saúde público atualmente cobre 95%

da população, milhões de trabalhadores migrantes

não conseguem receber os benefícios que os

retiraria de condições que ameaçam a vida.12 Um

estudo na África do Sul, enquanto isso, verificou

que a distância permanece um grande obstáculo

para alguns segmentos da comunidade,

particularmente em áreas rurais, assessarem

serviços de cuidados de saúde.13

“No que se refere à disponibilidade, acho que (a África do Sul) possui excelentes estabelecimentos de assistência médica. Entretanto, ao se observar o setor governamental, na maioria dos centros urbanos os recursos estão muito espalhados e por causa disso a qualidade do atendimento em níveis primários não é tão boa,” afirma um pneumologista do sistema de saúde pública da África do Sul com 12 anos de experiência.

Em alguns países relativamente afluentes com

altas pontuações de ‘realidade’ de acesso, as

percepções da população em geral em particular

são menos favoráveis. Na Suécia, a percepção de

acesso fica atrás da pontuação de realidade em

aproximadamente 16 pontos. Embora os suecos

contem com uma alta densidade de profissionais

de saúde qualificados e praticamente não corram

risco de empobrecimento por atendimento

cirúrgico, menos da metade (48%) da população

em geral pesquisada na Suécia concorda em que

têm acesso a tratamentos requeridos para

condições médicas atuais ou futuras – embora

os profissionais de saúde de maneira geral não

compartilhem desse ponto vista, com 77%

concordando que seus pacientes contam com

esse acesso.

A ampla (20,3 pontos) lacuna de realidade de

acesso sobre a percepção na Holanda, enquanto

isso, deve-se muito à mais alta densidade de

profissionais de saúde qualificados entre os países

incluídos neste estudo.

Há também exemplos de países com alta

acessibilidade onde as percepões e realidades

de acesso parecem relativamente alinhadas –

como o Canadá (com uma realidade 4 pontos

sobre lacuna de percepção e o Reino Unido

(realidade de 4,9 pontos sobre lacuna de

percepção). Estas constatações mostram que

estes sistemas estão de maneira geral provendo

acesso a assistência médica nos estágios em que

os cuidados estão em demanda, embora ainda

haja trabalho a ser realizado – isto é muitas vezes

verdadeiro para a população em áreas remotas.

“Um maior acesso a médicos em regiões remotas é realmente importante, afirma um endocrinologista reprodutivo canadense de uma clínica particular com 47 anos de experiência. Trata-se de uma questão importante para um país enorme como o Canadá. Há uma enorme parcela da população fora de áreas urbanas.”

“(O sistema de assistência médica) funciona bastante bem, porque é hierárquico e não baseado em demanda mas sim governado por necessidades,” declara um pneumologista com 34 anos de experiência no setor de saúde pública da Suécia. “Todos os pacientes, independentemente de sua origem ou status, avançam mais além pelo sistema e finalmente chegam a um local em que recebem o diagnóstico correto e espera-se que recebam tratamento também.”

18

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17

Dominando a tecnologia para a mudança sistêmicaGarantir acesso a assistência médica e controlar

gastos enquanto luta com demanda elevada

é um ato de equilíbrio delicado, e a melhor

abordagem para a assistência médica no futuro

é ser intensamente debatido em muitos países.

Porém, de maneira geral, estas pressões sistêmicas

ainda não se traduzem em mudanças concretas

de larga escala nas políticas governamentais e

nas mentalidades do público, impulsionadas por

questões prementes similares como mudança

climática – apesar da importância da saúde e

do bem-estar tanto para a atividade econômica

quando para os próprios indivíduos.

Ao mesmo tempo, o progresso observado em áreas

como sustentabilidade ou regulação do setor

financeiro mostram que as crises podem ser

contornadas, e que a mudança está inteiramente

dentro do domínio da possibilidade. Como destaca

a Organização Mundial de Saúde, populações em

crescimento não necessariamente levam a aumentos

insustentáveis de orçamento ou congelamento de

sistemas. Pessoas mais idosas capazes de gerir sua

saúde independentemente não sobrecarrega o

sistema da mesma forma que qualquer outro. Ao

invés de mais dinheiro, o que se precisa é de um foco

em prevenção (e alocação apropriada de recursos)

e não tratamento reativo; reorientação no sentido

de maximizar saúde e bem-estar em todas as

idades; e novas atitudes visando cuidados na idade

mais avançada – tudo com resultados posteriores

e tendo em mente o consumidor final.

“Minha maior preocupação é o desalinhamento de incentivos no programa de entrega dos cuidados,”afirma Arnaud Bernaert, diretor da Global Health and Healthcare Industries e membro do comitê executivo do Fórum Econômico Mundial. “Os sistemas devem ser organizados em torno dos pacientes mas nem tudo está sendo elaborado com isto em mente. Muitos incentivos são estabelecidos para possibilitar diferentes agrupamentos de lucro através da cadeia de valor, sem conexão direta com os resultados do paciente.”

O Future Health Index apresenta um algo grau

de conscientização do potencial das tecnologias

conectadas para desempenhar um papel essencial

na transformação da assistência médica, e para

oferecer soluções à escassez de recursos que a

saúde enfrenta em muitos países. Por exemplo,

cerca de três quartos (76%) da população em geral

pesquisada em países emergentes percebem

a tecnologia de cuidados conectados tão

importantes para melhorar a saúde geral da

população, quanto 65% dos pesquisados em

países desenvolvidos. As possibilidades são

múltiplas, desde registros eletrônicos padronizados

que facilitam o fluxo de informações do paciente

e reduzem ineficiências e erros em tratamento

médico, até dispositivos de monitoração remota

que possibilitam que mais pessoas rastreiem

e relatem suas condições de saúde fora do

ambiente formal de cuidados de saúde.

Análise das defasagens entre percepções e realidade: acesso a assistência médica

AUCA

CN

La

cun

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on

tos)

FR DEIT NLES SEUK US

AR BR

RU

SA SGZA KRUAE0

38,9

26,8

17,9 17,7 16,3 16,1

4,4 0,7

4,0 4,1

4,9 6,0

6,6 7,2

7,4

9,2

20,3

10,1

15,6

Percepções > Realidade

Realidade > Percepções

19

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A S

OB

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O

A analítica de grandes dados vai oferecer novas

maneiras de identificar tendências emergentes

na saúde e avaliar e melhorar a qualidade dos

resultados do setor de assistência médica. Nos

EUA, por exemplo, uma pesquisa elaborada da

McKinsey estima a implementação do sistema

de intercâmbio de dados da Kaiser Permanente

HealthConnect produziu US$1bilhão em

economias, e que a adoção disseminada

de aplicações de grandes dados podia ajudar

a reduzir os gastos nacionais com saúde em

até $450 bilhões.14

Entre os profissionais de seguro pesquisados pelo

Future Health Index, metade (50%) afirmou que

está atualmente usando serviços baseados na

internet das coisas e usando “vestíveis” e outras

tecnologias de cuidados conectados para oferecer

planos de saúde mais personalizados. Em essência,

tornar a informação de assistência médica mais

prontamente disponível e possibilitando automação

e monitoração remota, a tecnologia dá capacidade

aos indivíduos para gerir eles próprios mais

aspectos de assistência médica, potencialmente

reduzindo a carga sobre os sistemas e os

profissionais de saúde.

“Precisamos colocar as pessoas no centro de seus próprios cuidados, e não colocar os cuidados exclusivamente nas mãos do sistema de saúde, que é limitado. É uma responsabilidade pessoal, e muitas pessoas estão tendo um maior interesse. Temos mais acesso à informação com vestíveis e rastreadores de atividades; podemos medir novas coisas e dar às pessoas maior insight e informação sobre sua saúde,” afirma Patricia Mechael diretora e líder em Políticas, HealthEnabled, e vice-presidente, Personal Connected Health Alliance, HIMSS.

Entretanto, a pesquisa do Future Health Index

identificou defasagens entre a conscientização

do potencial da tecnologia de cuidados

conectados e a adoção desta tecnologia.

Em muitos países, uma porcentagem relativamente

alta de profissionais de saúde entrevistados afirma

que estão até certo ponto ou extremamente

familiarizado com tecnologias de cuidados

conectados – cerca de 50% na Argentina,

Austrália, Brasil, China, Espanha e Rússia, subindo

para 66% na África do Sul, 80% na Arábia Saudita

e 83% nos Emirados Árabes Unidos. Muitos

também percebem os cuidados conectados

desempenhando um papel no melhoramento

da qualidade dos cuidados.

“Conseguir consulta com um médico mais rapidamente, fazer um exame mais rápido, agilizar investigação e tratamento, fornecer cuidados exemplares, importar-se com todos independentemente de como estão fisicamente – as possibilidades da tecnologia são ilimitadas,” afirma um endocrinologista reprodutivo do Canadá, de uma clínica particular com 47 anos de experiência.

Contudo, há também inúmeras barreiras para a

adoção da tecnologia de cuidados conectados ao

integrar sistemas de saúde, desde preocupações

com relação a custos e qualidade dos dados, a

questões sobre como a tecnologia pode impactar

os modelos de remuneração dos profissionais de

saúde e o controle dos registros de saúde. Em

torno de um quarto (24%) da população em geral

pesquisada, por exemplo, acha que não têm

controle sobre seus registros médicos. Estas

lacunas estão associadas e são emblemáticas

da disparidade mais acentuadas que o estudo

identificou entre como os sistemas de assistência

médica são percebidos – por profissionais de

saúde e pelo público mais amplo – e como eles

efetivamente funcionam.

Superar esta disparidade, e criar sistemas de

entrega de cuidados de saúde que sejam mais

‘à prova de futuro’ é, em primeiro lugar e essencial,

uma questão de identificar onde essas lacunas

existem e, em seguida, passar da conscientização

para começar a dar atenção a elas, através de

um roteiro para uma abordagem mais proativa e

holística a assistência médica que esteja mais em

sintonia com as realidade globais emergentes.

Esta abordagem vai variar conforme as condições

do mercado, mas será inevitavelmente construída

sobre alguns alicerces comuns – adoção de

tecnologia conectada, integração do sistema de

assistência médica, e atribuição de poderes não

somente aos profissionais de saúde mas também

ao público.

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17

Profissionais mudando a mentalidade para prevenção“ O sistema faz o que é projetado para fazer, que é tratar de doenças, não prevení-las. De acordo com o US Centers for Disease Control and Prevention 86% dos custos com assistência médica se destinam a doenças preventivas, contudo os sistemas médicos não estão preparados para prevenir ou direcionar mudança comportamental – embora sejam doenças crônicas acionadas por estilo de vida que estão estimulando estes custos.”

P A U L S O N N I E RFundador do grupo Digital Health no LinkedIn

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17

Os países que buscam tornar seus

sistemas de assistência médica mais

resilientes terão que aumentar o

foco em assistência preventiva.

O Fórum Econômico Mundial (WEF na sigla em

inglês) identificou a prevenção como elemento

essencial da abordagem de cuidados mais

baseada em valor para tornar os sistemas de

saúde mais sustentáveis.15 Há ampla evidência

dos benefícios de uma abordagem mais preventiva

aos cuidados de saúde; um estudo publicado em

2016 no Population Health Management, por

exemplo, mostrou que os cuidados preventivos

personalizados produziam “economias de custo

mais concretos e melhor gestão da saúde dentro

de três anos da adoção”.16

Contudo, o WEF também advertiu que os países

“sistematicamente subinvestem” em prevenção

e poucos dos especialistas em assistência

médica entrevistados no decorrer desta pesquisa

percebiam uma mudança concreta no sentido

de cuidados preventivos sendo adotados em

algum momento no curto prazo.

O Future Health Index mostra que uma maioria

(59%) dos profissionais de saúde entrevistados

percebiam que deveriam focar a maior parte de

seu tempo e recursos em geral a cuidados

preventivos (ou seja, mantendo bem os saudáveis).

Esta crença é particularmente prevalente entre

profissionais de saúde em mercados emergentes

como o Brasil (87%), Argentina (81%), China (69%)

e Coreia do Sul (69%); apenas na Suécia e no

Reino Unido uma maioria concreta de profissionais

de saúde acredita que deveriam priorizar

o tratamento sobre a prevenção.

“Ao longo das duas últimas décadas, não temos despendido tempo suficiente para falar sobre melhoramento de estilo de vida e prevenção, que são muito importantes na saúde da comunidade,” observa um cardiologista de uma clínica particular dos EUA com 30 anos de experiência.

“Precisa haver mais investimento em comunidade e prevenção, na população maior em risco mais baixo, porque é onde a maior carga (sobre os sistemas de saúde) podia ser evitada, afirma o dr. Pablo Perel, diretor do Centre for Global Non-Communicable Diseases at the London School of Hygiene & Tropical Medicine. “Não é tão interessante e provavelmente pouco atraente para os políticos. Não se percebe resultados imediatos que possam aparecer com grande destaque, mas acho que no longo prazo é de onde a maior parte do retorno em termos de investimento virá.”

Profissionais mudando a mentalidade para prevenção

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Onde os profissionais de saúde acham que devem focar a maior parte de seu tempo e recursos, de maneira geral

81%

59%

87%

58%

69%

49%

47%

51%

50%

62%

68%

54%

56%

69%

59%

41%

59%

42%

59%

16%

39%

12%

41%

30%

49%

51%

48%

48%

34%

32%

45%

42%

30%

40%

55%

40%

54%

39%

3%

3%

1%

1%

1%

1%

2%

1%

1%

4%

1%

2%

2%

2%

4%

2%

4%

1% US

UK

UAE

SE

ES

KR

ZA

SG

SA

RU

NL

IT

DE

FR

CN

CA

BR

AU

AR

Assistência preventiva

Tratamento de doentes

Outros

59% 39% 2% Global

Pro�ssional de assistência médica: n=3,891As porcentagens foram arredondadas, portanto podem não totalizar 100

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17

Em que medida você concorda em que a assistência médica disponível através do sistema de saúde em seu país atende as suas necessidades e as de seus pacientes?

População geral

Pro�ssionais de assistência médica

Concordo DiscordoNão concordo nem discordo

21%

30%

20%

22%

59%

49%

População geral: n=29,410Pro�ssional de assistência médica: n=3,891

Tem que haver investimento agora em educação e a prevenão de doenças crônicas17 para fazer uma diferença no longo prazo, concorda um cardiologista da Austrália com 17 anos de experiência nos setores privado e público. “Por exemplo, em doença coronária precisamos intervir em idade mais precoce, como pacientes em seus 20 e 30 anos, idealmente em nível de clínico geral para fazer a triagem com relação a hipercolesterolemia, diabetes, tabagismo e obesidade.”

A triagem avançada e o melhoramento de estilo

de vida são particularmente importantes porque

a pesquisa indica que muitas pessoas podem

estar em pior estado de saúde do que imaginam,

ou, com efeito, ‘sonambulando’ para uma saúde

deficiente. Em todos os países, 37% dos

profissionais de saúde entrevistados classificam

a saúde geral da população como deficiente

a razoável, na melhor das hipóteses, mas apenas

33% da população em geral atribui à sua própria

saúde classificações deficientes a razoáveis. Mais

de um quarto (29%) da população em geral

pesquisada afirma que sua saúde é muito boa

a excelente, enquanto 22% dos profissionais de

saúde classificam a saúde da população

no mesmo nível. As diferenças tendem a ser mais

acentuadas em mercados emergentes; 55% dos

profissionais de saúde em mercados emergentes

classificam a saúde da população com deficiente

a razoável, versus apenas 33% do público em geral.

As visões gerais dos sistemas de saúde nacionais

são relativamente consistentes; apenas 22% da

população em geral e 20% dos profissionais de

saúde (e apenas 5% das seguradoras) não

acreditam que o sistema de saúde em seu país

atende as necessidades dos pacientes. Entretanto,

em alguns mercados emergentes, os profissionais

de saúde são significativamente mais críticos do

que a população em geral. Na China, enquanto

51% da população em geral acha que o sistema de

assistência médica atende as suas necessidades,

apenas 39% dos profissionais de saúde julgam

que atende as necessidades dos pacientes; na

Argentina, as classificações são de 43% e 37%,

respectivamente. Nos países desenvolvidos, em

contraste, a situação é com mais frequência

invertida; 80% dos profissionais de saúde

australianos concordam em que o sistema atende

as necessidades dos pacientes mas apenas 62% da

população em geral; entre os profissionais de saúde

e o público na Alemanha, as classificações são de

68% e 46%, respectivamente; e na Itália, 55% e 30%.

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A promessa de cuidados conectadosOs profissionais de saúde percebem a tecnologia

de cuidados conectados como ferramentar úteis na

batalha para prevenção avançada, especialmente

em termos de possibilitar monitoração regular dos

indicadores ou condições de saúde, e também

compartilhar e analisar dados de saúde.

Aproximadamente três quartos (73%) dos

profissionais de saúde entrevistados disseram que

a tecnologia de cuidados conectados é importante

para melhorar a prevenção de questões médicas,

subindo para até 86% no Brasil, 91% na China, 92%

nos Emirados Árabes Unidos e 94% n Arábia Saudita.

“Precisamos de mais promoção de ferramentas de autodiagnóstico, porque os pacientes vêm ao médico a menos que algo o incomode,” observa um oncologista russo com 23 anos de experiência. “No caso de pessoas mais jovens, (tecnologia de cuidados conectados) poderia criar progresso significiativo (pressionando-os a irem ao médico com mais frequência).”

Contudo, 63% dos profissionais de saúde afirmam

que a tecnologia de cuidados conectados é

raramente ou nunca utilizada quando os pacientes

estão saudáveis e não sofrem de condições

médicas. Muito semelhante aos sistemas de saúde

mais amplos, o uso da tecnologia conectada parece

se concentrar no diagnóstico e no tratamento

de condições médicas, onde 68% e 71% dos

profissionais de saúde, respectivamente, afirmam

que estava sempre, com frequência ou pelo menos

algumas vezes sendo utilizada.

Para acessar as lacunas entre percepções

e realidade, os pontos de vista dos profissionais

de saúde e da população em geral sobre o uso,

conhecimento, atitudes e valor dos dispositivos

de assistência conectados eram contrastados com

gastos de TI para hardware de internet das coisas

em cuidados de saúde (como uma proporção do

PIB) e o grau em que os países adotaram uma

política médica de tecnologia na saúde nacional.

Com base nestas métricas, percepções de adoção

excedem significativamente a realidade na

Austrália (em 41,4 pontos) e Arábia Saudita

(21,5 pontos); um resultado da falta de política

de tecnologia em saúde na Austrália e gastos com

TI proporcionalmente baixos com relação ao PIB

na Arábia Saudita. Na Europa, por outro lado, as

pontuações de realidade de adoção com mais

frequência excederam percepções – em 41 pontos

na França, 26,7 pontos na Suécia, 26,1 pontos na

Holanda e 23,6 pontos na Itália.

O paradoxo entre profissionais de saúde

compreendendo os benefícios da tecnologia

conectada no contexto preventivo, mas nem sempre

aplicando-o dessa forma, está provavelmente

arraigado a uma série de questões. Em muitos casos,

os sistemas (ou orçamentos) das instituições onde os

profissionais de saúde trabalham podem não estar

preparadas para possibilitar o uso. Porém a pesquisa

indica que as mentalidades podem constituir um

fator, e para todos os avanços tecnológicos em

assistência médica nas décadas recentes, um nível

de ceticismo profissional continua a envolver

tecnologia de cuidados conectados de maneira geral.

Análise das lacunas entre percepções e realidade: adoção de tecnologia de assistência conectada

AU

CA CN FRDE IT NLES SE

UKUS

AR BR RU

SA

SGZA KR

UAE

0

41,4

21,5

9,0 8,25,4

1,3 3,2 3,2 4,8 4,9 5,4 7,0

20,7

21,6 23,626,1 26,7 28,4

41,0

Realidade > Percepções

Percepções > Realidade

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Convertendo os cínicos Um obstáculo para a adoção de assistência

conectada é uma simples falta de compreensão;

menos da metade (47%) dos profissionais de saúde

no total, alegam estar familiarizados com a

tecnologia de assistência médica conectada,

inclusive com proporções menores de profissionais

de saúde bem informados na França (35%), Suécia

(35%), Itália (34%), Holanda (25%), Alemanha (10%)

e até mesmo a bem conectada Coreia do Sul (30%).

Sem constituir surpresa, dadas as pressões

orçamentárias que muitos sistemas de assistência

médica enfrentam, há também preocupações

difundidas sobre os custos de adoção da

tecnologia; 51% dos profissionais de saúde de

maneira geral acham que a tecnologia de

assistência médica conectada tornaria os

cuidados um pouco ou muito mais caros em

geral no longo prazo.

Há também uma sólida quantidade de evidência

interessante de profissionais de saúde temerem

que a tecnologia vai aumentar sua carga de

trabalho, ameaçar os fluxos de renda ou até

resultar em perda de trabalho. Na Coreia do Sul,

por exemplo – que tinha uma das taxas mais

baixas de conhecimento de profissionais de

saúde sobre cuidados conectados – os planos

do governo para ampliarem os serviços de

telemedicina desencadearam protestos

generalizados por parte dos médicos.18 Isto

ressalta a necessidade de ajustar os modelos

de receita para acompanhar as introduções de

assistência conectada.

“Os médicos podem ser contra a tecnologia porque acham que ela vai eliminar seus trabalhos e eles se tornarão figuras periféricas,” afirma um cardiologista de clínica particular da Alemanha, com 20 anos de experiência. “Eles temem que, ao final, os médicos não serão necessários.”

Os temores em torno da tecnologia de assistência

conectada pode ser em parte geracionais, e

poderiam ceder à medida em que um nova

geração na população de profissionais de

saúde ‘digitalmente nativa’ assumir o comando.

A pesquisa mostra que os profissionais de saúde

com menos anos de experiência têm uma maior

tendência a afirma que possuem conhecimento

sobre as tecnologias de assistência conectadas

– 54% daqueles com 0-10 anos de experiência

e 49% daqueles com 11-19 alegam possuir,

versus 42% daqueles com 20 ou mais anos de

experiência. Da mesma forma, estes profissionais

de saúde tendem mais a ver a assistência

conectada usada em toda a sequência

contínua da saúde.

Na realidade, a adoção da tecnologia foi destacada

por pessoas bem informadas do setor com um

meio vital de atrair pessoas jovens para a profissão

médica e evitar que talentos médicos sejam

seduzidos por outros setores.19 Mas há outras

constatações que apontam para questões

fundamentais com a maneira em que a

tecnologia é aplicada no ambiente da assistência

médica, particularmente nas áreas de incentivo

e dados pessoais.

Leonard Witkamp, professor do Academic Medical

Center, na Holanda, e CEO do KSYOS TeleMedical

Center, dá o exemplo da teledermatologia, sobre

a qual o clínico geral pode enviar imagens de um

paciente a um dermatologista para obter um

diagnóstico em vez de encaminhar o paciente ao

especialista fisicamente. Ele estima que isto reduz

o processo a apenas algumas horas em vez de dias

ou semanas, e pode reduzir custos e consultas do

paciente com o dermatologista.

“Isto é algo em que todos vêem os benefícos,” declara ele. Não obstante, se fizermos isso rapidamente, talvez um quarto dos dermatologistas fique sem emprego. Então, eu defenderia uma implementação modular da inovação para dar ao sistema de saúde o tempo e a possibilidade para mudar de forma gradual.”

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Porcentagem de profissionais de saúde que julgam que a assistência conectada está muitas vezes/sempre usada nas seguintes situações:

Pro�ssionais de assistência médica com 0–10 anos de experiência

Pro�ssionais de assistência médica com mais de 20 anos de experiência

Quando os pacientes estão saudáveis e não manifestam condições médicas

20%10%

34%24%

Quando os pacientes usam o sistema de saúde para tratamentos que impedirão as condições médicas de se formarem

40%29%

Quando os pacientes estão sendo diagnosticados de uma condição médica

44%28%

Quando os pacientes estão sendo tratados de uma condição médica

36%27%

Quando os pacientes estão vivendo com uma condição médica grave ou duradoura em suas próprias residências

Porcentagem de profissionais de saúde que julgam que a assistência conectada é importante para melhorar as seguintes situações:

80%

81%

Serviços de assistência domiciliar

76%

69%

Saúde da população em geral

Vida saudável diariamente

66%

57%

Prevenção de problemas médicos

71%

78%

Diagnose de condições médicas

81%

76%

Tratamento de problemas médicos

84%

80%

Pro�ssionais de assistência médica com 0–10 anos de experiência

Pro�ssionais de assistência médica com mais de 20 anos de experiência

Pro�ssionais de assistência médica com 0–10 anos de experiência: n=803Pro�ssionais de assistência médica com mais de 20 anos de experiência: n=1,975

28

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17

Tornar os dados uma disciplina Regrase processos claros em torno do controle e

compartilhamento de dados de assistência médica

fornecem a base de referência necessária para

que a assistência conectada seja eficiente. As

informações do paciente são de utilidade limitada

se não for revelada para os profissionais de saúde

e entre os especialistas. Compartilhar dados entre

pacientes e profissionais de saúde já está pelo

menos até certo ponto no processo; cerca de

metade de todos os profissionais de saúde

entrevistados afirma que na ano passado pelo

menos alguns de seus pacientes compartilharem

com eles dados de pressão arterial (52%) ou

glicemia (51%) que eles próprios rastrearam com

tecnologia de assistência conectada, com a taxa se

elevando a 67% na Rússia, 88% na Arábia Saudita

e 84% dos Emirados Árabes Unidos (EAU) para

dados de pressão arterial.

Não ostante, há questões sore o que acontece

aos dados do paciente e como efetivamente esta

informação é transferida nas estruturas de saúde

ainda amplamente subintegrada. Uma maioria

(58%) de todos os profissionais de saúde

entrevistados afirma que seus sistemas nacionais

de saúde não estão de forma alguma ou estão

apenas razoavelmente integrados; somente

nos EAU e na Arábia Saudita a maioria dos

profissionais de saúde acham que estão muito

ou completamente integrados (90% e 73%,

respectivamente). No entanto, mesmo uma

porcentagem mais elevada (88%) de todos os

profissionais de saúde percebem a integração

dos sistemas de saúde como até certo ponto ou

extremamente importante, como acontece com

aproximadamente todos (94%) os profissionais

de seguro entrevistados.

“Continuidade é um problema,” afirma uma cardiologista do setor de assistência médica pública da Suécia, com 27 anos de experiência. “Quanto maior o número de novas interações, maior a ineficiência da assistência médica, porque os pacientes fazem consultas desnecessárias e exames que já foram realizados são repetidos ou não são aceitos (por outra instituição). Há muitas falhas como essa e isto gera uma sobrecarga no atendimento pelo especialista.”

A integração do sistema de saúde é onde o Future

Health Index identifica as maiores lacunas de

percepção -realidade – as percepções são

medidas pela população em geral e os pontos de

vista dos profissionais de saúde sobre integração;

e os escores de realidade são baseados em em

despesas efetivas na internet das coisas em

assistência médica como uma proporção do PIB,

incluindo serviços, software e conectividade.

Em todos os países estudados, com exceção de

Cingapura, os escores de percepção de integração

são mais altos do que os de realidade; ou seja, os

sistemas de assistência médica são percebidos

como mais integrados do que realmente são.

A lacuna entre escores de percepção e realidade

subiam para até 55,5 nos EAU e 53,0 na Arábia

Saudita onde as despesas com TI em assistência

médica são relativamente baixas como uma

proporção do PIB.

Porcentagem de profissionais de saúde que tiveram pacientes compartilhando dados/informações de saúde rastreados em tecnologia de assistência conectada sobre os seguintes indicadores com eles nos últimos 12 meses

0 100%

64% Ritmo cardíaco

70% Níveis glicêmicos

71% Pressão sanguínea

Pro�ssional de assistência médica: n=3,891

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Análise das lacunas entre percepções e realidade: integração de sistemas de saúde

AUCA CN FRDEIT NLESSE UK USAR BR RUSA

SG

ZA KRUAE

0

55,5 53,0

49,9 46,6 44,6 44,0

40,237,9

35,7

32,0

29,9

28,1

25,2

20,2

19,1

16,4

6,3

12,4

1,5

Realidade > Percepções

Percepções > Realidade

La

cun

a (

me

did

a e

m p

on

tos)

Porcentagem de profissionais de saúde que julgam ser importante que o sistema de saúde em seus países seja integrado

AUCA

FR

DE

ITNL

ES

SE

UK

US

AR

BRCN RU SA

SG

ZA KR

UAE

0

100

%

Prossional de assistência médica: n=3,891

88%Média de19 países

8783

7883

9692

96

8984

75

89

9692 92 92 90

83 84

95

30

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17

Isto significa que as avaliações amplament

positivas dos prossionais de saúde nesses países

– 90% dos profissionais de saúde nos EAU e 73%

na Arábia Saudita acreditam que o sistema de

assistência médica é muito ou completamente

integrado – pode não ser inteiramente justificada.

Certamente, alguns profissionais de saúde

observaram que as informações nem sempre fluem

consistentemente através destes sistemas de

assistência médica, às vezes devido a razões

competitivas ou financeiras e não tecnológicas.

“Como estamos no setor privado, cada hospital tem suas próprias práticas de confidencialidade e outras questões semelhantes,” afirma um profissional de saúde dos EAU, com oito anos de experiência em uma clínica particular. Isto se deve à concorrência entre os hospitais particulares; cada um deseja ser o melhor. A confidencialidade pode ser perdida e então eles podem não querer compartilhar.”

No Reino Unido, França e EUA, onde as

despesas com TI em assistência médica são

proporcionalmente mais elevadas, a lacuna entre

percepção de integração e escores de realidade

é muito menor, em 16,4, 12,4 e 1,5, respectivamente.

Cingapura é um importante investidor em internet

das coisas na assistência médica em relação ao

tamanho de sua economia, e o único mercado com

um escore de realidade de integração que superou

o escore de percepção em 6,3 pontos.

“Há muita fragmentação na assistência médica,” afirma Simon Spurr, cofundador e diretor da HealthCloud, baseada na África do Sul, que desenvolve soluções de interoperabilidade e promove parcerias no setor médico. “Os sistemas legados não foram criados para conversar um com o outro e ainda existe a coleta manual de informações. Na África, uma vasta maioria dos sistemas de saúde ainda se baseia em papel. A adoção de tecnologia tem que ocorrer universalmente para que a mudança se inicie.”

Como trafegam os registros de saúdeA transferência de informação, então, raramente

é automática. Atualmente, os profissionais de

saúde e as próprias instituições suportam o fardo

de transferir registros médicos, com 54% dos

profissionais de saúde entrevistados no total

e taxas até mais altas na Europa – 83% no

Reino Unido e na Itália, 68% na Holanda e 63%

na Espanha – significando que isto é uma

responsabilidade combinada de profissionais de

saúde e estabelecimentos de assistência médica.

Entretanto, 57% dos profissionais de saúde

entrevistados julgam que este é um trabalho que

deveria ser compartilhado em pelo menos algum

ponto com seus pacientes, elevando para quase

três quartos dos profissionais de saúde na África

do Sul (74%), 71% na Holanda e 69% nos EUA

e Canadá. Isto mostra uma necessidade de

abordagens ao compartilhamento de dados que

claramente distribuem a responsabilidade e

limitam as pressões administrativas adicionais

sobre os profissionais de saúde se o potencial de

dados em áreas como monitoração do paciente

e a identificação precoce dos problemas de saúde

devam ser compreendidas.

“Coisas como exames sendo realizados desnecessariamente, porque os dados não passam de um sistema para outro, ou (profissionais de saúde) não confiam nas informações de práticas anteriores,” observa Dave deBronkart, mais conhecido como ‘e-Patient Dave’, presidente emérito da Society for Participatory Medicine. Ninguém admite que isto é política – dizem a algumas pessoas que precisam repetir a tomografia porque (a instituição) precisa de receita.”

Uma maior adoção também vai depender até um

certo ponto da indústria tecnológica abordando

preocupações sobre a qualidade dos dados,

particularmente de dispositivos de consumo

comum que registram dados de saúde, que alguns

casos recentes envolvendo vestíveis questionaram.

“Temos que observar se os dados principais são autenticados, e qual a sua confiabilidade. É importante que os dados sejam confiáveis, mas essa confiabilidade deve ser autenticada por algum tipo de autoridade,” afirma um ginecologista com 11 anos de experiência, do setor de saúde pública da China.

A adoção é também impactada pela

regulamentação; muitas instituições e profissionais

de saúde pode estar preocupados em entrarem

em conflito com regras de privacidade como as

encontradas na estrutura de proteção de dados

da UE e a US Health Insurance Portability and

Accountability Act, que dificultam o

compartilhamento de dados de paciente sem

consentimento explícito. A adoção de padrões

e métricas claras em todo o setor pode ajudar

nesse sentido, aumento o ‘valor’ dos dados e

incentivando seu uso como uma ferramenta de

diagnóstico precoce por profissionais de saúde.

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“Todos os dados de pacientes são confidenciais,” afirma um médico de atenção primária nos EAU, com 23 anos de experiência. “Só podemos transferir dados se o paciente concordar. Haveria um impacto positivo para o paciente se pudéssemos compartilhar os dados com outros profissionais de saúde para facilitar o tratamento.”

Dados são outra área em que modelos de

remuneração ou reembolso podem ter que mudar,

uma vez que alguns profissionais agora observam

uma incompatibilidade fundamental.

“O compartilhamento não está configurado com padrões para reembolso; enquanto a responsabilidade de registros médicos recai sobre os pacientes porque ele têm que assinar o consentimento, o encargo (financeiro) fica

com os provedores para dar seguimento às solicitações,” afirma um cardiologista dos EUA, de uma clínica particular, com 30 anos de experiência.

“O atendimento médico está fundamentado no sistema de regulamentação e reembolso antiquado, que é um modelo desatualizado para transferência de conhecimento,” observa Sara Riggare, estudante de doutorado em autoatendimento de Doença de Parkinson no Centro de Informática de Saúde do Karolinska Institutet, da Suécia. “Um movimento por parte de pacientes foi iniciado e está em crescimento, então, mais cedo ou mais tarde os regulamentadores vão ter que acompanhar.”

Porcentagem de profissionais de saúde que julgam que a assistência conectada podem beneficiar mais os seguintes aspectos da assistência médica

Capacitar assistência domiciliar de longo prazo

Melhorar a gestão a longo prazo e o rastreamento de problemas médicos

Reduzir os tempos de recuperação

Viabilizar diagnósticos mais precisos

Detectar situações de emergência

Capacitar diagnósticos mais rápidos

Fornecer informações mais holísticas sobre o paciente a pro�ssionais de assistência médica para que se tomem decisões sobre o tratamento

Personalizar o tratamento

Reduzir o custo da assistência para o paciente

Reduzir o custo da assistência em geral

Melhorar o acesso a recursos de assistência médica

Impedir a formação de problemas médicos

Capacitar boas opções de saúde pessoais

0 100%

40%

17%

6%

23%

20%

20%

30%

24%

22%

12%

20%

19%

14%

Pro�ssionais de assistência médica: n=3,891

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Eficiência sobrepõe-se a economias de custoPolíticas à parte, a melhor maneira de fazer com

que a tecnologia apoie uma forma mais preventiva

de assistência é provando e não afirmando. Os

países emergentes podiam provar valiosos casos

de teste para o retorno sobre o investimento em

atendimento preventivo, uma vez que estão em

muitos casos criando sistemas de saúde mais

novos e orientados para tecnologia

essencialmente do zero, e tendem a priorizar

prevenção sobre tratamento – uma tendência

potencialmente natural em lugares onde os

recursos de tratamento ou a qualidade podem

historicamente vir faltado. A pesquisa mostrou que

69% dos profissionais de saúde em mercados

emergentes acham que os profissionais de saúde

em geral deveriam focar a maior parte de seu

tempo e recursos em atendimento preventivo,

comparados a 52% nos países desenvolvidos.

Há também campos e práticas específicas onde a

maior adoção de tecnologia de assistência médica

conectada e compartilhamento de dados parecem

preparados para fornecer rápidos ganhos em

termos de demonstrar o valor da tecnologia

conectada e incentivar seu uso em outros

segmentos do sistema de assistência médica.

Um exemplo claro é o atendimento domiciliar,

incluindo assistência domiciliar para os idosos

– uma área que cresce rapidamente dada à taxa

em que as populações de muitos países estão

envelhecendo.

No total, 81% dos profissionais de saúde

entrevistados afirmam que a tecnologia de

assistência conectada é importante para melhorar

os serviços de atendimento domiciliar, e 82%

declaram que é importante para melhorar os

serviços de assistência médica para atendimento

geriátrico (de idosos). De maneira semelhante,

ao serem perguntados sobre que aspecto da

tecnologia de assistência médica pode trazer os

maiores benefícios, a proporção mais alta (55%)

dos profissionais de saúde escolheu aspectos

relacionados com atendimento domiciliar,

principalmente em termos de melhoramento da

gestão no longo prazo e no acompanhamento de

questões médicas. Na China, Cingapura e Itália

– todas elas economias com populações em

rápido envelhecimento – as taxas foram de 61%,

61% e 67%, respectivamente.

Embora os dispositivos vestíveis estejam se

tornando melhores e mais baratos, tornando a

monitoração domiciliar mais viável do que nunca,

atualmente “o processo de atendimento domiciliar

está mal genrenciado,” afirma o sr. Spurr. “Mas se

houver a possibilidade de se envolver e gerir um

paciente depois que ele deixa o hospital, pode-se

apenas evitar uma potencial reinternação, mas

também criar um melhor ambiente onde os

pacientes podem estar.”

Cumpre observar que os ganhos financeiros não

são necessariamente o foco principal quando os

profissionais de saúde estão avaliando a adoção

da tecnologia de assistência conectada.

Particularmente em países desenvolvidos, ênfase

mais substancial foi aplicada na capacidade da

tecnologia para produzir eficiências. Na Holanda,

por exemplo, 50% dos profissionais de saúde

entrevistados afirmam que a prova de que a

tecnologia de assistência conectada tornaria

os processos mais eficientes e com maior

probabilidade de uso, mas somente 28% declaram

que uma redução de custo daria o mesmo

resultado. Pontos de vista semelhantes ficam

evidentes na Suécia (48% e 39%, respectivamente),

Canadá (50% e 36%), e China (54% e 34%).

Colocando as pessoas em primeiro plano“ Constitui responsabilidade da equipe de saúde ser inovadora e agir de novas maneiras em prol dos seus pacientes e comunidades. Isto inclui procurar soluções criativas para oferecer aos pacientes e acesso ininterrupto a cuidados e informações divulgadas. Os médicos não podem utilizar o poder da tecnologia apenas pra se conectar com seus pacientes, devendo incentivar todos eles a assumir um papel mais ativo na gestão dos seus cuidados. A assistência médica é um esporte de equipe que carece tanto da equipe médica como da participação do paciente para produzir resultados positivos.”

B R I A N D O N L E YMédico, Chefe Geral da Clínica Cleveland

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Colocando as pessoas em primeiro plano

Profissionais e instituições de saúde

podem ter de mudar, mas o outro

agente essencial na passagem para

uma abordagem mais holística

e orientada pela tecnologia para

a assistência médica (em vez de

“cuidar da doença”) é o público em

geral. A monitoração e a gestão da

saúde mais ativas, principalmente

fora da infraestrutura formal de

assistência médica, exige não só

aparelhos mais sofisticados como

também uma população bem

informada e engajada que use

ou interaja com tais aparelhos

regularmente e da maneira certa;

compartilhe dados relevantes de

saúde com os profissionais da

assistência médica e use esses

dados (ou as recomendações do

profissional de saúde baseadas

neles) como catalisadores e

mudanças no estilo de vida capazes

de melhorar a saúde de maneira

mais duradoura. O que encoraja

é saber que muitos especialistas

já notam indícios do surgimento

desta mudança – com variadas

implicações para os profissionais

de saúde.

“Há uma tendência no sentido de serviços, compromissos e iniciativas (de saúde) mais propícios para o consumidor, com as pessoas se tornando mais exigentes a respeito do que desejam e como querem ser tratadas”, diz o Dr. Mechael. “Antes, o(a) médico(a) era como Deus e nós escutávamos o que era dito – mas, com a democratização da saúde, as pessoas estão tomando ciência dos seus direitos e e da qualidade de assistência que desejam receber.”

Quanto aos profissionais de saúde, em muitos

casos existe uma aparente distância entre a

conscientização pelo público da tecnologia de

assistência conectada e o papel que ela realmente

tem na vida das pessoas. Na pesquisa, a

população como um todo cita as recomendações

dos profissionais de saúde como o principal fator

geral (44%) para convencê-los a usar a tecnologia

de assistência conectada (tal como rastreadores

de condições de saúde e aparelhos domiciliares

para monitoração de saúde), seguido pelos

subsídios do governo para o pagamento da

tecnologia (42%) – embora este último possa

vir a se tornar um motivador mais intenso nos

mercados emergentes (46% contra 39% em

países desenvolvidos), onde o faturamento

com descartáveis é menor.

No entanto, a pesquisa também revela um número

expressivo de pessoas que nem sempre seguem os

conselhos dos profissionais de saúde, ainda que

estejam mais propensas a dispor dos recursos

necessários. No total, 16% dos portadores de

distúrbios cardiovasculares pesquisados cujos

médicos recomendaram que rastreassem o seu

ritmo cardíaco não o fizeram.

Assim como os profissionais de saúde, o público

em geral parece afinado com os possíveis

benefícios da assistência conectada. Cerca de

três quartos dos entrevistados disseram que

é extremamente ou relativamente importante

melhorar o diagnóstico das condições médicas

(76%), o tratamento de problemas médicos (77%)

e os serviços de assistência médica para idosos

(78%), enquanto grupos menores enxergaram

a tecnologia de assistência conectada tendo

um papel importante na melhoria da saúde geral

da população (70%) ou de um cotidiano de vida

mais saudável (63%).

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IRO

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AN

O

A principio, por que você começou a acompanhar o seu ritmo cardíaco?

Colegas

Outros

8%

2%

Diagnosticado com problema cardiovascular

13%

Histórico de família/genética 15%

Médico avisado 24%

Preocupação sobre saúde cardíaca com a idade

26%

Melhorar o desempenho nos exercícios

27%

Geralmente interessado 33%

Preocupação sobre saúde pessoal em geral

34%

Peers

Diagnosed with a cardiovascular issue

Family history / genetics

Doctor advised

Concern about heart health with age

To improve exercise performance

Generally interested

Concern about overall personal health

8%

13%

15%

24%

26%

27%

33%

34%

População em geral que usa tecnologia de assistência conectada para rastrear o ritmo cardíaco: n=3,835

General population who use connected care technology to track heart rate: n=3,835

A proliferação de produtos que se pode vestir

parece oferecer a pessoas curiosas e atentas à

saúde uma série de oportunidades para incorporar

a tecnologia de assistência médica conectada em

seus domicílios ou nas rotinas diárias. No entanto,

mais da metade dos entrevistados (55%) declarou

não ter usado nenhuma tecnologia de assistência

conectada para monitorar, sem depender de um

profissional qualificado, os seus indicadores

cardíacos nos últimos 12 meses. O que surpreende,

apesar dos custos às vezes associados a esses

dispositivos, é que as frequências de uso são

muito maiores em mercados emergentes, onde

57% da população em geral pesquisada usou

tecnologia de assistência conectada nos últimos

12 meses, frente a 37% em países desenvolvidos.

Isto pode refletir uma população voltando-se

para os dispositivos em países onde a assistência

médica nem sempre estará prontamente acessível.

Mas também sugere que, apesar do custo ser um

problema (50% da população entrevistada acha

que a tecnologia de assistência conectada pode

acabar deixando a assistência médica um tanto ou

muito mais cara de um modo geral a longo prazo),

não é necessariamente o maior ponto de atenção

a se considerar na adoção da tecnologia de

assistência conectada para a população em geral

– tal como não é o principal fator para os

profissionais de saúde.

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Sem doutores-robô, por favor A pesquisa indica mudanças na percepção e

mentalidade que podem ter um papel mais crítico

na capacitação das pessoas para aproveitar as

oportunidades oferecidas por novas tecnologias

e usá-las como base para uma abordagem da

saúde mais ativa.

Primeiro, é importante reconhecer que, apesar das

pessoas enxergarem claramente o potencial da

tecnologia na assistência médica e na gestão da

sua própria saúde, nem todas vão querer assumir

o comando. A saúde pode ser uma questão delicada

e o ‘toque humano’ que os profissionais de saúde

proporcionam será valorizado, seja qual for o grau

de sofisticação alcançado pela tecnologia – um

ponto que os profissionais de saúde temerosos

da perda ou obsolescência de trabalhos ligados à

tecnologia podem querer manter vivo na memória.

Quando perguntada quais as ferramentas ou

tecnologias de inteligência artificial (IA) poderiam

ter o maior impacto sobre a melhoria da

assistência médica, a maior parte da população

em geral entrevistada (25%) optou por um

aplicativo ou portátil capaz de rastrear indicadores

importantes automaticamente e dar sugestões

apropriadas; apenas 11% vê potencial para

consultas remotas com médicos de holograma

e apenas 10% escolheram profissionais de

assistência médica totalmente robóticos (embora

a Coreia do Sul estivesse relativamente inclinada

a isto, com 25% selecionando a opção). Ver

(e promover) a tecnologia como complemento em vez

de substituto dos conhecimentos dos profissionais

de saúde pode fazer muito para acalmar

preocupações e incrementar a adoção entre as

pessoas do público e esses profissionais também.

Alguns profissionais também salientaram que a

tecnologia e o toque humano não precisam ser

mutuamente excludentes se, por exemplo, a

tecnologia reduzir o número de pessoas visitando

os profissionais de saúde por conta de problemas

menores que se poderia tratar através do

monitoramento e diagnóstico próprios, permitindo

que esses profissionais devotem mais tempo aos

casos mais sérios.

“Para mim, a tecnologia viabiliza o toque humano. Se você examinar 30 pacientes em uma tarde, não haverá toque humano, apenas apertos de mãos,” diz o Dr Witkamp. “Mas se você puder substituir esses 30 pacientes por quatro pacientes que realmente precisem da sua ajuda, então haverá definitivamente o toque humano. E eu creio que estaremos ocupando o papel principal do profissional de saúde do futuro.”

A porcentagem da população geral que tinha usado tecnologia de assistência conectada para monitorar quaisquer indicadores de saúde nos últimos 12 meses

39AU 36

CA36FR

35DE

29IT

38NL

39ES

33SE 31

UK

40US

58AR

46BR

67CN

48RU

70SA

50SG

49ZA 46

KR

74UAE

0

100

Pro�ssional de assistência médica: n=29,410

%

45%Média de19 países

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EM

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IRO

PL

AN

O

Outro problema que precisa ser enfrentado

é o do conhecimento, que, avaliado pelas

próprias pessoas, parece decididamente confuso.

Cerca de um quarto (24%) da população em geral

entrevistada alega ter conhecimentos a respeito

das tecnologias de assistência conectada.

A porcentagem costuma ser ainda menor nos

países desenvolvidos, principalmente na Europa,

chegando a 9% na Itália e 8% na Alemanha. Até

nos EAU, bem classificado quanto à adoção da

assistência conectada, apenas 48% da população

em geral alega ter esses conhecimentos.

Além disso, entre a população geral entrevistada

que já usou qualquer tecnologia de assistência

conectada nos últimos 12 meses, 81% alega

entender um pouco ou totalmente como usá-la

corretamente, enquanto 77% alega saber como

interpretar seus resultados. O mais interessante é

que 76% dos profissionais de saúde que atenderam

qualquer paciente trazendo informações da

tecnologia de assistência conectada a eles nos

últimos 12 meses acredita que eles entendam

como usar corretamente a tecnologia e 67% dizem

que eles entendem como interpretar os resultados

desta tecnologia.

Por poucas que sejam, essas diferenças mostram

que é preciso fazer mais para divulgar essas

tecnologias e ensinar o seu uso correto. Cerca de

um terço (31%) da população em geral entrevistada

disse que treinar com a tecnologia de assistência

conectada estimularia a sua utilização. Isto destaca

a importância da simplicidade em projetos

próprios para os usuários.

“Para que eles consigam ver a mudança de que todos estão falando a respeito da necessidade da assistência médica adentrar os lares das pessoas e pacientes”, diz a Sra. Riggare. “E isto quer dizer que a tecnologia precisa ser projetada de maneira diferente dos padrões atuais. Se quisermos que as pessoas consigam cuidar de si mesmas, elas precisarão de tecnologias que sejam projetadas para elas como usuários primários, assim como precisaremos de sistemas de reembolso que amparem esta política.”

“A maior oportunidade na assistência médica está em investir no desenvolvimento de modelos para assistência própria,” continua Sra. Riggare. “Se bem realizada, tenho a forte opinião de que será possível transformar as coisas.”

Qual das seguintes ferramentas e outras tecnologias de Inteligência Artificial (IA) você acredita que poderia surtir o maior efeito sobre a melhoria da assistência médica hoje se estivesse disponível?

Title here

25%Rastreador de saúde com IA portátil/aplicativo em smartphone

20%Ferramentas de assistência médica com IA que oferecem orientação

15%Realidade virtual no

treinamento de pro�ssionaisde assistência médica

11%Consultas remotas usando

médicos em holograma

10%Pro�ssionais robóticosde assistência médica

15%Centrais de atendimento com

IA para assistência medica

1%Não sabe

3%Outros

População geral: n=29,410

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Assumindo o controle, consolidando a confiançaDentro das instituições e para profissionais de

assistência médica, o controle e a gestão dos

dados dos pacientes também representam

possíveis obstáculos para o público em geral.

Apenas 23% da população em geral entrevistada

que usou tecnologia de assistência conectada

nos últimos 12 meses alegou ter entendido

completamente quando transferir os dados

do seu aparelho para o do profissional e qual

a maneira mais fácil de fazê-lo.

Os sistemas e profissionais de saúde também

podem fazer mais para liderar pelo exemplo

através da integração dos sistemas. Dentre

a população geral entrevistada que visitou

profissionais de saúde devido a diversas

condições, somente uma minoria (32%) presenciou

seus registros médicos serem automaticamente

compartilhados entre os profissionais – 33%

no caso de doença arterial, 29% com arritmia,

33% por problemas da válvula cardíaca, 40%

com câncer e 28% com pressão alta – embora

fosse preciso compartilhar os registros na

grande maioria dos casos.

Como já foi observado, muitos profissionais de

saúde esperam ver pacientes assumindo um papel

ativo neste processo, e um número significativo

deles realmente está; dentre a população geral de

entrevistados que responderam sendo portadores

de qualquer problema de saúde, mais de um terço

(36%) disse haver eles mesmos mostrado alguns

ou todos os seus registros. A pesquisa salienta

uma clara oportunidade de fazer das pessoas

administradoras mais envolvidas e dispostas a

revelar seus dados. A maioria (76%) da população

geral de entrevistados acha que assume alguma

ou toda a responsabilidade por seus registros

médicos, embora esta proporção tenha diminuído

para 62% na Alemanha e 57% no Reino Unido.

“Os pacientes devem ser responsáveis por seus registros de saúde mas, ao mesmo tempo, para ser justos com eles, precisam ter acesso aos registros”, diz um cardiologista de uma instituição privada em Cingapura com 10 anos de experiência. “Direitos aos dados e a autoridade para controlar sua movimentação são inexistentes no momento. Neste momento, ninguém é responsável pela informação sendo transmitida.”

“A maioria do poder hoje fica com os médicos e especialistas, e creio que precisamos ouvir mais o paciente”, diz o Dr Perel. “Não creio que estejamos ouvindo e envolvendo o paciente tanto quanto adequado. Entretanto, talvez nem todos os pacientes queiram deter este poder.”

A confiança é um fator essencial no incentivo

das pessoas a monitorar e revelar seus dados de

saúde, principalmente porque muitas consideram

o assunto delicado. Quando perguntados o que

menos gostariam que viesse a público se a sua

conta ou seus dados fossem violados, 55% da

população geral pesquisada escolheu dados

de saúde contra apenas 28% por e-mail e 17%

informações de contas de mídias sociais.

Quanto controle a população em geral acha que pode assumir sobre os seus registros médicos

24%Sem responsabilidade

55%Alguma responsabilidade

21%Responsabilidade completa

População geral: n=29,410

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O que mais nos anima é que o setor de saúde

goza de níveis relativamente altos de confiança

tratando-se de dados pessoais quando

comparados aos dados de outros setores. No

cômputo geral, 44% da população geral diz que

confia seus dados ao máximo no setor de saúde,

comparados com 35% no setor bancário, 20% no

setor de seguros e míseros 5% no setor de varejo.

Os níveis de confiança com dados pessoais no

ramo de assistência médica tendem a ser ainda

maiores em países com altos níveis de adoção da

integração de sistemas de assistência conectada,

como os EAU (55%), Cingapura (51e Suécia (55%);

mas são menores nos EUA (39%), Alemanha (36%)

e países emergentes como o Brasil (35%) e

particularmente a Rússia (20%). Cultivar um grau

de confiança nos sistemas de saúde com dados

pessoais – seja através de regimes de proteção de

dados ou práticas de divulgação de dados mais

robustos – e garantir que as pessoas conheçam

os “pontos de entrada”! em que seus dados devam

estar interagindo com esses sistemas, poderia

garantir que mais dados sejam postos em uso,

além de reduzir as ineficiências e a duplicação

nas instituições.

Reimaginando incentivos Ainda que a tecnologia prometa facilitar a

monitoração do paciente por si mesmo, assim

como foi com a reciclagem de resíduos há uma ou

duas décadas, a adoção de uma mentalidade de

assistência médica mais centrada na prevenção

e novos comportamentos certamente terá de ser

cultivada através de uma mistura de obrigações

e recompensas.

A maioria das pessoas está ciente da necessidade

de se preparar para a aposentadoria e optar (ou

antes, ser obrigada por seus governos) a por de

lado uma parte das economias da aposentadoria

– nos EUA 69% dos trabalhadores informam que

eles ou suas esposas têm de economizar para a

aposentadoria, por exemplo.20 Da mesma forma,

a ideia de “investir” – não necessariamente por um

prisma financeiro, mas alterando hábitos ou estilos

de vida – para garantir que esta aposentadoria

seja saudável tende a receber menos atenção.

O mesmo se dá com os governos, que em muitos

países continuam a gastar uma parcela cada vez

maior do seu PIB em pensões do que em serviços

de saúde apesar do fato de que uma população

idosa exercerá pressão de ambos os lados.21

Que informações a população menos gostaria de tornar públicas se sua conta ou dados fossem invadidos?

0 100%

Registro medico

Conta de e-mail

Mídia social

Dados de tecnologia de

assistência conectada

40%

28%

17%

15%

População geral: n=29,410

40

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20

17

A tecnologia de assistência conectada produziu

alguns sucessos notáveis em termos de pessoas

assumindo mais responsabilidade sore sua própria

saúde. O ‘e-Paciente Ave’ cita o exemplo da

OpenAPS.org, uma solução de código aberto

projetada por uma comunidade de pessoas com

diabetes que deixe a tecnologia do sistema de um

pâncreas artificial ao alcance de qualquer pessoa

com um aparelho compatível.22 O OpenAPS pode

comunicar-se com um grande conjunto de bombas

de insulina e monitores de glicose a fim de manter

a glicemia de uma pessoa dentro de um intervalo

seguro, tendo sido projetado para servir de ponte

entre bombas de insulina autônomas e sistemas

APS proprietários que ainda estão a muitos anos

da aprovação das entidades normativas.

“Há alguma coisa nova acontecendo”, diz o ‘e-Patient Ave’. “Informações digitais de saúde estão capacitando os pacientes com algum problema a agir de maneira cada vez mais independente, com ou sem a cooperação de um médico.”

O Sr. Sonnier vê algum potencial de ludificação no

contexto da saúde, tal como com jogos portáteis

que possam ajudar a detectar o início do Alzheimer

e consoles sensíveis ao movimento feitos para

manter a pessoa fora do divã. “Não é uma receita,

mas um método para a pessoa se movimentar”,

diz ele. “Tudo isto promove uma mudança

comportamental.”

Muitos especialistas concordam que uma espécie

de incentivação – seja financeira ou social. na

forma de uma ‘pressão do companheiro’ – será

necessária para estimular a pessoa a assumir um

papel mais saudável e proativo.

“O momento que você menciona incentiva a pessoa a ficar mais disposta”, diz um radiologista com um ano de experiência no setor de saúde pública da África do Sul. “Com os incentivos, a pessoa que recolher mais dados provavelmente ficará mais motivada a viver com saúde.”

“As pessoas podem dar apoio umas às outras”, diz o Ir Sourcing. “Há muitas iniciativas de saúde promovidas por comunidades onde as pessoas se articulam para promover uma vida saudável, particularmente incentivadas por iniciativas de mídias sociais.”

As iniciativas “precisam ser propriamente

direcionadas para os grupamentos corretos”, diz

o Dr Ciberalerta. “Incentivos monetários ajudam

na mudança comportamental mas ainda não há

compreensão suficiente dos desencadeantes

comportamentais; saúde é coisa muito pessoal.

É preciso combinar analítica comportamental com

mídias sociais e interesses sociais para colimar

várias propostas que atraiam um indivíduo mas

não necessariamente seus vizinhos.”

Empregadores também estão emergindo como

um importante contribuinte em potencial para

a mudança neste particular. Há mais locais de

trabalho estimulando planejamentos de saúde

efetivos e incentivando os funcionários a adotar

estilos de vida mais saudáveis, de maneira muito

parecida a como muitos apoiam o planejamento

financeiro dos empregados. O mercado corporativo

do bem-estar – que inclui temas como avaliações

de riscos à saúde no local de trabalho, preparo

físico, nutrição e programas de abandono do

fumo – apenas na região Ásia-Pacífico espera-se

que venha mais do que a dobrar no intervalo

2015–2024 para US$ 7,4 bilhões.23 Iniciativas

bem sucedidas para a promoção da saúde pelos

empregadores podem proporcionar um modelo

para a adoção de programas mais amplos

e ambiciosos de incentivação da assistência

à saúde a nível nacional – um processo para

qual a tecnologia de assistência conectada pode

contribuir facilitando a monitoração assim como

na aferição dos resultados.

A Clínica Cleveland procura manter todos os seus pacientes saudáveis , o que inclui os seus próprios

funcionários.. Os funcionários da Clínica Cleveland e seus legítimos cônjuges que se cadastram em seu

plano de seguro-saúde funcional podem obter reduções de até 30% nos prêmios do seguro. Para

conseguir os incentivos, aqueles com um conjunto de quadros crônicos como diabetes, hipertensão e

obesidade podem se cadastrar em programas para ajudá-los a alcançar objetivos médicos ou nutricionais

personalizados. Aqueles que já estão saudáveis podem ganhar os descontos atingindo objetivos de

atividade física, tais como comparecimento sistemático ao ginásio ou dar um certo número de passadas

por mês. Esses programas ajudaram a Clínica Cleveland a manter os prêmios reduzidos e estimular os

pacientes a ficar e permanecer saudáveis, controlando o seu próprio bem-estar. Antes deste programa de

saúde, os custos vinham aumentando mais de 7% por ano, mas apenas neste ano passado (2016) a Clínica

Cleveland começou a presenciar uma queda nas despesas em um índice aproximado de 2%.

Futuras medidas de valor “ A medição é a primeira etapa, mas precisa ser considerada no sentido de uma comparação seletiva e depois como protocolos da mudança. Precisamos medir, comparar, melhorar, medir, comparar’ … melhores sistemas precisam ser melhor unificados e alinhados com todos os grupos de interesse visando uma boa assistência.”

A R N A U D B E R N A E R TChefe da Global Health and Healthcare Industries,

Membro da Comissão Executiva, Fórum Econômico Mundial

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17

Onde a população em geral acha que os profissionais de saúde devem concentrar a maioria do seu tempo e recursos, como um todo

2%Outros

48%Tratamento de doentes

50%Assistência preventiva

População geral: n=29,410

Enquanto a passagem de reativa,

doente, para proativa e concentrada

no estilo de vida uma assistência de

‘saúde’ não irá prevalecer da noite

para o dia, há etapas que precisam

ser vencidas a curto prazo visando

assentar as bases para a

transformação – e na maioria dos

casos as fontes e tecnologias já

existem para implementá-las.

Primeiro, os gastos do governo e os modelos

de rendimento da assistência médica devem

ser reavaliados a fim de amparar a mudança rumo

a uma assistência preventiva que organizações

como as Nações Unidas e a Organização Mundial

da Saúde perceberam que será necessária para

enfrentar os desafios de uma população global

que envelhece. Como o presente estudo deixou

claro, muitos profissionais de assistência médica e

países emergentes já estão cientes da necessidade

de se priorizar a prevenção, como estão os

cidadãos em geral de muitos países. Na Argentina,

por exemplo, 68% da população geral entrevistada

disse que o tempo e os recursos da maioria dos

profissionais de saúde deveria se direcionar para

a assistência preventiva, tal como disseram 64%

deles no Brasil; 64% nos EUA e 62% na China.

Também será preciso mudar as práticas de

financiamento e reembolso para sustentar uma

assistência dedicada aos clientes que venha a

ocorrer até certo ponto fora do sistema.

Futuras medidas de valor

“Há muito pouco engajamento quando pacientes deixam o hospital até o próximo check-up; em muitos casos, eles não têm ou não conseguem se lembrar dos seus planos de tratamento, quase sempre resultando na procura da Internet para suas próximas etapas”, diz o Sr Spurr. “Seguradoras pagam as contas do hospital, mas não para o que poderia acontecer depois que um paciente recebe alta. Uma parcela do financiamento deve ser investida no tratamento subsequente para reduzir os custos que possam surgir depois.

43

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S D

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OR

Planejando uma revisão da políticaSegundo, a política em torno da responsabilidade

e uso de dados de saúde, particularmente no

ambiente institucional, precisa evoluir para um

modo que incentive as pessoas a se tornar

responsáveis mais ativos pelos seus dados,

oferecendo caminhos bem definidos para

compartilhar informações de aparelhos de

monitoração residencial quando pertinente ou

necessário e deixando claro o papel do paciente

(quando houver) na transferência de dados entre

os profissionais ou instituições de saúde. Isto pode

contribuir para a integração da assistência médica

ao promover o fluxo de informações do paciente

e evitar que o ônus administrativo gerado pelos

dados recaia exclusivamente sobre profissionais de

saúde já sobrecarregados, o que poderia estimular

ainda mais a adoção.

Implementando e comunicando políticas robustas

e transparentes sobre a proteção e uso de dados,

as instituições garantirão às pessoas que seus

dados não serão comprometidos, tornando mais

provável o compartilhamento e contribuindo para

os alicerces já relativamente fortes de um consórcio

de consumidores no setor de assistência médica.

Estruturas de medição uniformes tem sido

identificadas como elemento crítico de um

atendimento baseado no valor dependente

acima de tudo da análise e aferição sistemática

dos exames de saúde.24

A tecnologia de assistência conectada pode

contribuir para este processo ao oferecer os

dados necessários para acompanhar e analisar

a evolução durante um certo tempo. Entretanto,

para esta tecnologia ser bem sucedida é preciso

que ela mesma seja avaliada. Avaliações objetivas

que demonstrem o valor da assistência conectada

podem ser um poderoso determinante da adoção

– lembrando que finanças não são o único árbitro

do valor e metas como eficiência ou desfechos de

saúde também podem ser considerados.

Obviamente, o ônus a capitalizar sobre o

potencial de assistência conectada não pertence

inteiramente às instituições de assistência médica.

A indústria da tecnologia tem a responsabilidade

cada vez maior de desenvolver soluções de

maneira a sustentar o emergente paradigma da

assistência médica, desenvolvendo e projetando

ferramentas para a prevenção e domicílio, assim

como para tratamento e uso profissional.

“Se nos cabe o conserto de sistemas de saúde, precisamos olhar para além da assistência médica,” diz o Sr Sonnier. “Bem estar e boa forma, por exemplo, são óbvias e evidentes. A Under Amour, por exemplo, lançou o Connected Fitness para agregar no mesmo local dados do seu estilo de vida oriundos de diferentes aplicativos”

Enquanto a transição para estratégias mais

preventivas é fundamental na promoção de

melhores desfechos de saúde, a tecnologia de

assistência conectada e o compartilhamento de

dados também são capacitadores fundamentais

de uma rede integrada de provedores de assistência

e pacientes, permitindo que trabalhem mais unidos

melhorando o suporte a decisões e tratamentos.

O caminho para a assistência médica perpétuaO progresso nestes desafios já é evidente nos

países que atingem altos índices no Future Health

Index através dos pilares de acesso, integração

e adoção da tecnologia de assistência conectada,

muitos dos quais compartilham seu enfoque na

assistência preventiva e conseguem índices

relativamente altos de integração ao sistema

de saúde, investimento em tecnologia e adoção;

e que podem oferecer modelos como exemplo

para outros sistemas de saúde. Entretanto, como

indicam as lacunas entre percepção e realidade,

mesmo os melhores colocados no índice precisam

fazer mais para alinhar sistemas de saúde com as

necessidades e expectativas dos profissionais de

saúde e membros do público e as metas do

sistema de medição com resultados factuais.

Como melhorar o acesso, a integração e a adoção

levarão à melhoria dos desfechos de saúde com

baixo custo – ou seja, melhorando a eficiência

futura – pode-se contrastar as taxas de eficiência

do Future Health Index com os escores de

percepção e realidade em busca de um sistema

de assistência médica que resista ao futuro.

Avaliadas desta maneira, existe um claro

alinhamento entre taxas de eficiência e percepções

gerais de acesso, integração e adoção; países com

altos índices de eficiência, como os EAU, a Arábia

Saudita e Cingapura conseguem altos índices de

percepção e vice-versa. Existe menos correlação

entre eficiência e realidade; China, Arábia Saudita

e os EAU, por exemplo, obtiveram escores acima

da média para eficiência mas decididamente

baixos para realidade, enquanto os da França,

Países Baixos e Suécia foram altos, com eficiência

um tanto baixa (ou seja, a custo relativamente alto).

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17

Para que os sistemas de saúde sejam sustentáveis

no longo prazo, essas diferentes leituras terão de

convergir. Uma relação de alta eficiência combinada

com altos escores de percepção e realidade

indicaria um sistema de saúde que consegue

produzir bons resultados, sendo reconhecido como

produtor daqueles resultados por profissionais

de assistência médica e o público, com eficiência

de custos – e, portanto, com improvável tendência

a enfrentar o descontentamento geral ou um

colapso financeiro.

Governos, sistemas de saúde e indivíduos

precisam admitir que, dadas as tendências atuais,

para ser sustentável a assistência médica não

pode mais parar com eficácia às portas do hospital

ou clínica, ou quando os pacientes serão tratados

com êxito de alguma doença. A tecnologia de

assistência conectada removeu (ou pelo menos

tentou) muitas das limitações de tempo e lugar

que antes valiam para a monitoração e o

diagnóstico de saúde; o que resta é que mais

sistemas, profissionais de saúde e o público em

geral abracem uma forma de assistência médica

que, tal como a Internet, esteja sempre “ligada”

e integrada ao nosso cotidiano.

“Atividades rotineiras, como sair para as compras compras ou visitar uma agência de viagens foram substituídas pela Internet, que também terá seu lugar na assistência médica”, diz o Dr Witkamp. “Com a disponibilidade de mais e mais dados, teremos sistemas inteligentes capazes de tomar decisões ainda melhores do que médicos especialistas. Tanto nas providências rotineiras de saúde quanto em processos mais complicados, haverá grandes mudanças.”

Combining a country’s efficiency ratio with the overall perception index to define its position on the path to a future-proof healthcare system

Suécia

Cingapura

UAE

Arábia SauditaChina

Coréia do Sul

Argentina

França

Alemanha

Reino Unido

Itália

Brasil

Rússia

África do SulEUA

AustráliaEspanha

Países Baixos

Canadá

Baixas percepções, alta e�ciência Altas percepções, alta e�ciência

Altas percepções, baixa e�ciência

Índice de percepção combinada

Esc

ore

da

razã

o d

e e�

ciên

cia

Baixas percepções, baixa e�ciência

50 52 54 56 58 60 62 64 660

5

10

15

20

25

Índ

ice

de

per

cep

ção

méd

ia

Escore de percepção média

Apêndice I: Metodologia da pesquisa

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Visão geral e objetivos da pesquisaDesde 2016, a Royal Philips vem realizando uma

pesquisa permanente original buscando entender

melhor as percepções relativas à tecnologia

de assistência conectada e ao papel que ela

desempenha no futuro da assistência médica.

A pesquisa procura entender nuances globais

relativas ao acesso à assistência médica,

integração de sistemas de assistência médica e

adoção de tecnologia de assistência conectada.

Em 2016, os resultados tem sido usados para criar

um Índice de Saúde Futura (FHI). O índice em si

é uma medida do quanto são bem equilibrados

vários sistemas de saúde no mundo inteiro ao

tratar dos desafios da assistência médica no

presente e no futuro pela análise dos componentes

da assistência que serão importantes para criar

sistemas de saúde sustentáveis.

Em 2017, o estudo evoluiu para medir mais

experiências de populações maiores do mundo

inteiro, incorporando também dados secundários

para complementar os achados primários A

incorporação de dados secundários no Future

Health Index de 2017 faculta uma comparação

inédita das percepções/experiências pessoais dos

participantes do sistema de assistência principal

com a realidade do estado da assistência de saúde

em todo o mundo.

Para favorecer uma compreensão holística dos

sistemas de assistência médica atuais em todo

o mundo, o estudo de 2017 combina pesquisas

quantitativas, análises de dados secundários

e entrevistas de aprofundamento qualitativas

realizadas de janeiro a março de 2017 entre

os principais grupos de interesse a seguir:

• Profissionais de assistência médica em

in 19 países (qualitativas e quantitativas).

• A população geral em 19 países (quantitativas).

• Profissionais de seguro em cinco países

(quantitativas).

Metodologia detalhada Entrevistas qualitativas

Profissionais de assistência médicaPara dar contexto aos dados quantitativos

(conforme descritos abaixo), a pesquisa foi

suplementada por entrevistas de aprofundamento

de 30 a 45 minutos com 10 profissionais de

assistência médica em cada país. São definidos

especificamente como profissionais de assistência

de saúde os ,[médicos, cirurgiões, enfermeiras

hospitalares, enfermeiras diplomadas, enfermeiras

práticas licenciadas ou enfermeiras de uma série

de especializações. As entrevistas foram realizadas

em parceria com a Schlesinger entre 24 de janeiro

e 16 de fevereiro de 2017. Fizeram-se entrevistas

em pessoa ou pelo telefone.

Pesquisas quantitativas

Profissionais de saúde e a população em geralEm parceria com a IPSOS, uma empresa global

independente de pesquisa de mercado, uma

pesquisa foi levada a campo entre 18 de janeiro de

2017 e 3 de março de 2017 em 19 países (Argentina,

Austrália, Brasil, Canadá, China, França, Alemanha,

Itália, Holanda, Rússia, Arábia Saudita, Cingapura,

África do Sul, Coreia do Sul, Espanha, Suécia, EAU,

Reino Unido e Estados Unidos) em seus idiomas

nativos. A pesquisa teve uma duração média de

25 a 30 minutos. Empregou-se uma combinação

de entrevistas online, face a face (assistidas por

computador) e telefônicas (assistidas por

computador), gerando uma amostra total de:

• 3,891 profissionais de assistência médica

(definidos como aqueles que trabalham em

funções de assistência como médicos, cirurgiões,

enfermeiras hospitalares, enfermeiras

diplomadas, enfermeiras práticas licenciadas ou

enfermeiras de uma série de especializações

• 29,410 adultos (representativos da respectiva

população adulta de cada país).

Cerca de 200 profissionais de assistência médica

e entre 1.400 e 2.000 membros do público em

geral foram entrevistados em cada país. No

intervalo de confiança de 95%, o total de 19 países

para a população em geral registrou uma margem

de erro25 de +/- 0.6 ponto percentual e o total dos

19 países para a população de profissionais de

assistência médica acusou uma margem de erro

estimada de +/- 1,6 ponto percentual25.

Apêndice I: Metodologia da pesquisa

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Profissionais de seguroEm parceria com a Braun Research, Inc., uma

empresa independente de pesquisas de mercado,

realizou-se uma pesquisa online de 11 minutos

entre 11 de fevereiro e 1º de março de 2017 na

China, França, Holanda, Reino Unido e EUA com:

• 151 profissionais de seguros (definidos como

aqueles que já trabalharam em uma função

acima do nível iniciante durante pelo menos um

ano em uma empresa privada de seguros-saúde,

uma organização de seguros-saúde financiada

por verbas públicas ou uma organização que

supervisione publicamente sistemas de

assistência médica subvencionados.

Cerca de 30 profissionais de seguros foram

entrevistados em cada país. No nível de confiança

de 95%, a margem de erro total estimada26 é de

+/- 8,0 pontos percentuais.

Segue abaixo o tamanho específico da amostra,

margem de erro ao nível de confiança de 95%

e metodologia de entrevista usada para cada

mercado.

População geral Profissionais de assistência médica

Não ponderadotamanho da

amostra(N=)

Margem de erro

%

Metodologia daentrevista

Não ponderadotamanho da

amostra(N=)

Margemestimada

de erro26

%

Metodologia daentrevista

Total de 19 países

29,410 +/- 0,6 OnlineFace a face

3,891 +/- 1,6 OnlineFace a face

Telefone

Argentina 1,433 +/- 2,6 OnlineFace a face

203 +/- 6,9 OnlineTelefone

Austrália 1,517 +/- 2,5 Online 208 +/- 6,9 Online

Brasil 1,442 +/- 2,6 OnlineFace a face

201 +/- 6,9 Online

Canadá 1,491 +/- 2,5 Online 201 +/- 6,9 Online

China 1,534 +/- 2,5 Online 203 +/- 6,9 Online

França 1,473 +/- 2,6 Online 200 +/- 6,9 Online

Alemanha 1,483 +/- 2,5 Online 207 +/- 6,9 Online

Itália 1,453 +/- 2,6 Online 204 +/- 6,9 Online

Países Baixos 1,473 +/- 2,6 Online 201 +/- 6,9 Online

Rússia 1,680 +/- 2,4 Online 200 +/- 6,9 Online

Arábia Saudita 1,422 +/- 2,6 OnlineFace a face

206 +/- 6,9 OnlineTelefone

Face a face

Cingapura 1,493 +/- 2,5 Online 200 +/- 6,9 OnlineFace a face

África do Sul 2,168 +/- 2,1 OnlineFace a face

202 +/- 6,9 Online Telefone

Coréia do Sul 1,693 +/- 2,4 Online 200 +/- 6,9 Online

Espanha 1,462 +/- 2,6 Online 201 +/- 6,9 Online

Suécia 1,490 +/- 2,5 Online 202 +/- 6,9 Online

UAE 1,696 +/- 2,4 OnlineFace a face

249 +/- 6,2 OnlineTelefone

Reino Unido 1,500 +/- 2,5 Online 202 +/- 6,9 Online

EUA 1,507 +/- 2,5 Online 201 +/- 6,9 Online

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Tônicas da população geral para o mercado localPonderaçãoPara a amostra da população geral, todos os

países são ponderados como representativos da

população nacional com base em estatísticas do

censo para fatores demográficos relevantes (como

idade, gênero, moradia urbana/rural, região e nível

de renda e/ou socioeconômico), com exceção

da China, que é ponderada como representativa

da população online do país devido à baixa

penetração da Internet naquele mercado. Aplica-

se a ponderação para garantir que a amostra seja

representativa dos indivíduos com idade igual ou

superior a 18 anos em cada país.

Comparações ano a anoEm 2016, a população de pacientes foi definida

como aqueles que interagiram com o sistema de

assistência médica nos últimos três meses. Em

2017, evoluímos este grupo para ser totalmente

inclusivo e representativo da população geral,

significando que não se exige dos entrevistados

que tenham tido uma interação recente com

o sistema de assistência médica a ser incluído.

Para acomodar esta mudança de público, a

metodologia totalmente online em 2016 foi

reajustada em muitos países para alcançar uma

população mais ampla. Isto se aplica ao Brasil,

África do Sul e os EAU, onde foram usadas

metodologias (online e face a face) heterogêneas.

Tônicas de profissionais de assistência médica no mercado localPonderaçãoNa ausência de uma estrutura de amostragem

confiável para a população de profissionais de

assistência médica, a amostra em países que

foram incluídos no 2016 Future Health Index são

ponderadas a fim de garantir sua comparabilidade

de um ano para outro. As principais variáveis

ponderadas para garantir consistência foram: anos

de experiência, especialidade, emprego público

ou privado, gênero e região.

Comparações ano a anoA definição de profissional de assistência médica

permanente consistente com a do estudo de 2016.

Isto significa que se ode fazer comparações diretas

de um ano para o seguinte.

Nos EAU, a metodologia foi ajustada para permitir

alcançar uma população mais representativa de

profissionais de assistência médica conforme

definidos por país de origem.

Ponderação do total de países (profissionais de assistência médica e população em geral) O total dos 19 países é um cálculo da média com

cada amostra de país ponderada para ter o mesmo

valor. Isto foi concluído para garantir que cada país

tenha o mesmo peso neste total. A mesma

abordagem foi usada para todos os totais regionais.

Índice de percepção

Para comparar e medir variações em percepções,

criou-se um índice que será aplicado em bases

anuais. O lado da percepção do Future Health

Index é calculado pela combinação das respostas

à pesquisa quantitativa por pacientes e

profissionais de assistência médica igualmente

para perguntas sobre o estado atual de integração

do sistema de assistência no seu país, adoção de

dispositivos de assistência conectada e acesso ao

sistema de assistência médica. Cada índice varia

de 0 a 100 pontos.

As três pontuações no índice de percepção

baseiam-se em uma série de grupos de perguntas

(ou componentes) que derivam de um tema

distinto do questionário.27 Esses componentes

foram estatisticamente testados usando uma

análise fatorial exploratória para garantir que

cada um esteja realmente medindo uma

dimensão exclusiva.

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A figura abaixo delineia a estrutura de pontuação dos escores no índice de percepção.

Índice de percepção da integração100 pontos

(peso igual entre pacientes e profissionais de assistência médica)

Índice de percepção da adoção de tecnologia de

assistência conectada100 pontos

(peso igual entre pacientes e profissionais de assistência médica)

Índice de percepção do acesso

100 pontos(peso igual entre pacientes e

profissionais de assistência médica)

Acesso através do espectro da assistência médica

(100 pontos)

Nível de integração(33,3 pontos)

Atitudes com a integração(33,3 pontos)

Conhecimento de dispositivo CC (closed

caption - legenda oculta)(25 pontos)

Valor de custo da integração

(33,3 pontos)

Atitude quanto a dispositivos CC

(25 pontos)

Valor de custo de dispositivos CC

(25 pontos)

Uso de dispositivos CC(25 pontos)

Índice de realidade

Para aproveitar a análise de percepções do 2016

Future Health Index, a 2017 Future Health Index

também incorpora dados secundários obtidos da

Organização Mundial da Saúde, do Banco Mundial

e da International Data Corporation (IDC).

Esses diferentes indicadores são agrupados em

três sub-índices para refletir a estrutura do índice

de percepção, como segue:

• Acesso: densidade de profissionais de saúde

especializados por 10.000 pessoas e a

porcentagem de pessoas em cada país sob risco

de empobrecimento por despesas com

procedimento cirúrgico.

• Integração: Despesa de TI com a Internet das

Coisas em serviço, programa e conectividade

para assistência médica.

• Adoção: Despesas com TI na Internet das Coisas

em assistência médica sobre are e a presença de

uma política nacional de tecnologia de saúde.

Os indicadores são normalizados para garantir

comparabilidade entre países e marcados para se

adequar em uma escala de 0 a 100. Critérios que

se relacionem com despesa são calculados como

porcentagem do PIB do país para maximizar os

efeitos da variação dos níveis de afluência por caís.

Na maioria dos casos os indicadores são calculados

ajustando a ‘melhor’ nota entre todos os países com

uma população de mais de 1.000.000 como ‘100’

e qualquer parâmetro mínimo ideal como ‘0’.28

Excluindo os países com menos de 1.000.000 de

habitantes excluímos atípicos que podem criar uma

possibilidade irreal de chegar a ‘100’. As pontuações

são calculadas como porcentagem da melhor nota

do país. São indicadores que não seguem este

padrão de normalização:

• Despesa com risco de empobrecimento

para assistência cirúrgica – este indicador

é informado como porcentagem, portanto

é simplesmente invertido sem outra

normalização sendo necessária.

• Presença de uma política nacional de

tecnologia de saúde – este indicador é

categórico, portanto atribuem-se pontos

para cada grupo distinto sem outra

normalização necessária.

Os marcadores de cada indicador são então rateados

para calcular cada valor do índice de realidade.

50

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Apêndice II: Perfis dos países

52

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Razão de eficiência 2017

Escore do Brasil Média de 19 países

Entrada (despesas de saúde como porcentagem do PIB) 8,3 8,7

Escore do resultado total 65,5 80,3

Razão de eficiência (desfechos/entrada) 7,9 10,5

Histórico do país

PIB (2015 – USD) $1.774 trilhão

Despesas com saúde per capita (2014 – USD) $ 947,42

Despesas com saúde como porcentagem do PIB (2014) 8,3%

Tipo de sistema de saúde Pública e Privada

• 3/4 dependem da assistência gratuita pelo Sistema Unificado de Saúde (SUS) do Brasil

• O maior sistema de saúde pública do mundo

• 1/4 estão inscritos em planos de saúde privados (muitos usam também o sistema público)

Expectativa média de vida 75,0• Expectativa de vida saudável 65,5

Taxa de mortalidade infantil (por 1.000) 16,4

Principal causa de morte Doença cardíaca isquêmica

Fontes: PIB: Banco Mundial (2015); Despesas com saúde per capita: Banco Mundial (2014); Tipo de sistema de saúde: Fundo das Nações Unidas (2014); Expectativa Média de Vida: Organização Mundial da Saúde (2015); Expectativa Média de Vida: Organização Mundial da Saúde Taxa de mortalidade infantil (por 1.000): Organização Mundial da Saúde (2015); principal causa de morte: Organização Mundial da Saúde (2012)

Brasil (BR)

Future Health Index 2017

2016 2017

BrasilPercepção Percepção Realidade Percepção Realidade Lacuna

Sub-índice de Acesso 45,4 66,9 64,6 49,9 49,2 0,7

Sub-índice de Integração 57,0 54,9 24,1 55,3 8,7 46,6

Sub-índice de Adoção 49,4 50,8 57,8 50,5 53,7 3,2

Índice Geral 50,6 57,6 48,8 51,9 37,2 14,7

Média de 19 países

Brasil Percepção

versus Realidade

Brasil

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Nas áreas de acesso e adoção de tecnologia de assistência conectada, as percepções entre a população geral do Brasil e os profissionais de assistência médica estão geralmente alinhadas com as realidades do sistema de saúde. Entretanto, o sub-índice de integração está menos alinhado, basicamente devido ao escore de realidade estar notavelmente abaixo da media dos 19 países. Além disso, os escores de realidade do Brasil estão aquém da média dos 19 países nos três pilares, mostrando oportunidades de crescimento.

As percepções e a realidade do acesso à assistência através de todo o conjunto estão ambas abaixo da média dos 19 países no Brasil. Entretanto, as percepções da população em geral e dos profissionais de assistência médica parecem estar alinhadas com a realidade. O escore do índice de realidade no Brasil tende a cair devido a despesas com risco de empobrecimento acima da média para assistência cirúrgica e e uma quantidade abaixo da média de profissionais de saúde qualificados no país.

A lacuna de 3.2 entre percepções (50.5) e realidade (53.7) no que se refere à adoção de tecnologia de assistência conectada encontra-se entre as menores dos 19 países deste estudo. Esta lacuna mostra um alinhamento da população em geral e dos profissionais de assistência médica com a realidade do nível de adoção desta tecnologia no Brasil. Porém, o escore da realidade no Brasil fica muito aquém da média dos 19 países (53.7 contra 57.8 respectivamente) devido à despesa com TI relativamente baixa na Internet das Coisas (IdC) em hardware para assistência médica como porcentagem do PIB nacional.

As percepções da integração do sistema de saúde equiparam-se à média dos 19 países (55.3 contra 54.9) no Brasil. Entretanto, com um escore de 8.7, a realidade no Brasil fica bem abaixo da média dos 19 países, resultando numa grande lacuna (46.6). O escore da realidade no Brasil é rebaixado pelo pouco investimento em TI com serviços, software e conectividade para a IdC no âmbito da assistência médica como porcentagem do PB comparado com outros mercados.

O índice de eficiência no Brasil é inferior à média dos 19 países, devido a resultados de saúde abaixo da média como resultado da despesa típica em assistência médica como porcentagem do PIB.

Outros achados principais

1. Os profissionais de assistência medica e a população em geral expressam ambas uma confiança limitada no sistema de saúde brasileiro, principalmente devido ao acesso limitado.

2. Estes profissionais e o público em geral entendem a importância da prevenção. Muitos concordam que os profissionais de assistência médica devem se concentrar na prevenção a fim de capacitá-los e também aos consumidores do serviço, aliviando a pressão sobre o sistema como um todo.

3. Muitos pacientes pensam hoje que detêm grande responsabilidade por seus próprios registros médicos e os profissionais de assistência médica concordam. Além do mais, muitos desses profissionais acreditam que a responsabilidade pela transferência dos registros para a próxima unidade médica deve ser compartilhada, sugerindo um alinhamento entre profissionais e pacientes.

4. Pacientes cardíacos respondem por aumentar seus conhecimentos, cumprir as recomendações médicas e conhecer a tecnologia de assistência conectada que possa definir um caminho capaz de aumentar o uso dessas tecnologias em todos os espaços.

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APÊNDICE III: Glossário e referências

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Acesso: O nível percebido de acesso por todas as

pessoas a uma série de soluções e serviços de

assistência médica para todas as necessidades

de saúde.

Adoção: a proliferação, aquisição e uso percebidos

de tecnologia de assistência conectada e a

familiaridade com ela.

Tecnologia de assistência conectada: aquela que

permite o compartilhamento de informações com

todos os setores do sistema de saúde (médicos,

enfermeiras, enfermeiras comunitárias, pacientes,

hospitais, especialistas, seguradoras e o governo).

Esta tecnologia pode assumir uma série de formas,

tais como, entre outras: aparelhos que monitoram

vários indicadores de saúde como ritmo cardíaco

ou passos (p.ex. aparelhos portáteis como relógios

inteligentes/medidores de capacidade física ou

monitores domiciliares da saúde); programas de

computador para comunicação segura entre

médicos e hospitais; dispositivos de saúde que

estejam habilitados para a Internet e a transmissão

de dados.

Razão de eficiência: a proporção de resultados

de saúde em relação a despesas com assistência

médica. Ela é calculada pela agregação e marcação

de sete indicadores de resultados de saúde e a

divisão deste resultado pelo ingresso (despesa

total com saúde como porcentagem do PIB).

Registros eletrônicos de saúde (RES): registros

digitalizados do paciente disponíveis para acesso

em tempo real.

População geral: amostra demográfica

representativa dos 19 países pesquisados

(Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, França,

Alemanha, Itália, Holanda, Rússia, Arábia Saudita,

Cingapura, África do Sul, Coreia do Sul, Espanha,

Suécia, EAU, Reino Unido, EUA).

Espectro da assistência médica: • Vida saudável: levar uma vida saudável em um

ambiente saudável

• Prevenção: capacitar as pessoas a administrar

sua própria saúde

• Diagnóstico

• Tratamento

• Assistência domiciliar: suporte e recuperação em

domicílio para doenças crônicas

Despesa com saúde, total (% do PIB): Nível de

despesa total com saúde (DTS) expressa como

porcentagem do produto interno bruto (PIB) da

OMS, 2014.

Profissional de assistência médica: aquele que

trabalha na assistência à saúde como médico,

cirurgião, enfermeira de hospital, enfermeira

registrada, enfermeira prática licenciada ou

enfermeira para uma série de especializações.

APÊNDICE III: Glossário e referências

Glossário

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Sistema integrado de saúde: sistema de

saúde onde todas as partes (clínicos gerais,

enfermeiras, médicos, enfermeiras comunitárias,

pacientes, hospitais, especialistas, seguradoras

e o governo) trabalham em conjunto para

coordenar a assistência de maneira eficiente

(p.ex. compartilhando resultados e dados médicos,

alinhando-se em planos de tratamento etc.).

Coordenar a assistência inclui (entre outras),

compartilhar os dados ou informações do paciente

através de métodos tradicionais (p.ex. papel,

telefone etc.) ou por aparelhos da tecnologia ou

um sistema de TI que esteja integrado com todos

os departamentos e/ou a assistência primária

(p.ex. médicos/clínicos gerais de assistência

primária) e a assistência secundária

(p.ex. hospitais).

Integração: o estado percebido de integração

funcional e a interoperabilidade dos sistemas

de assistência médica.

Índices de percepção: Respostas marcadas

integradas da população em geral e os

profissionais de assistência médica para uma série

de perguntas de pesquisa relativas aos seguintes

três pilares: acesso, integração e adoção.

Assistência médica preventiva: providências

destinadas a evitar a manifestação de uma doença

visando minimizar o seu ônus e dos fatores de

risco associados.

Índices de realidade: indicadores marcados de

forma agregada dos dados de terceiros (oriundos,

entre outros, da Organização Mundial da Saúde,

do Banco Mundial e da International Data

Corporation) relativos aos três seguintes pilares:

acesso, integração e adoção.

Sistemas de saúde baseados no valor: Um sistema

de saúde que dá prioridade a desfechos centrados

no paciente relativos ao custo.

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1. Para uma metodologia detalhada de todos os

elementos do Future Health Index, consulte o

Apêndice I.

2. http://www.un.org/en/development/desa/

population/publications/pdf/ageing/WPA2015_

Report.pdf

3. http://www.thelancet.com/journals/lancet/

article/PIIS0140-6736(16)32381-9/fulltext

4. http://www3.weforum.org/docs/WEF_Harvard_

HE_GlobalEconomicBurdenNonCommunicable

Diseases_2011.pdf

5. http://www.healthdata.org/news-release/

global-spending-health-expected-increase-

1828-trillion-worldwide-2040-many-countries

6. https://www.fraserinstitute.org/studies/waiting-

your-turn-wait-times-for-health-care-in-

canada-2016

7. https://www.theguardian.com/society/2016/

sep/10/hospitals-on-brink-of-collapse-say-

health-chiefs

8. https://www.ft.com/content/0501f7ac-d8b2-11e6-

944b-e7eb37a6aa8e

9. http://www.independent.co.uk/news/world/

europe/thousands-of-hospital-staff-to-be-

sacked-in-russian-healthcare-reforms-

9891710.html

10. http://www.reuters.com/article/us-brazil-health-

emergency-idUSKBN0U716Q20151224

11. http://www.who.int/mediacentre/news/

releases/2015/uhc-report/en/

12. https://www.wsj.com/articles/falling-through-

the-cracks-of-chinas-health-care-

system-1420420231

13. http://www.opensaldru.uct.ac.za/

handle/11090/613

14. http://www.mckinsey.com/industries/healthcare-

systems-and-services/our-insights/the-big-

data-revolution-in-us-health-care

15. http://www3.weforum.org/docs/IP/2017/HE/

VBHC_Working_Paper_Final_EditedDraft9Jan17.

pdf?ET_CID=1464449&ET_

RID=001b0000002lzQhAAI&ET_CID=1464617&ET_

RID=001b000000WKRhpAAH

16. http://online.liebertpub.com/doi/pdf/10.1089/

pop.2015.0171

17. https://www.cdc.gov/chronicdisease/

18. http://www.koreaherald.com/view.

php?ud=20131219000671

Referências

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AP

ÊN

DIC

E III: G

LO

SS

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IO E

RE

FE

NC

IAS

19. https://blog.rendia.com/drop-out-docs/

20. https://www.ebri.org/publications/ib/index.

cfm?fa=ibDisp&content_id=3328

21. http://www.oecd.org/els/soc/OECD2016-Social-

Expenditure-Update.pdf (see p. 3)

22. https://openaps.org/

23. http://www.prnewswire.com/news-releases/

asia-pacific-corporate-wellness-market-to-

reach-us-74-bn-in-2024-as-mncs-encourage-

fitness-among-employees-transparency-market-

research-592581711.html

24. http://www3.weforum.org/docs/IP/2017/HE/

VBHC_Working_Paper_Final_EditedDraft9Jan17.

pdf?ET_CID=1464449&ET_

RID=001b0000002lzQhAAI&ET_CID=1464617&ET_

RID=001b000000WKRhpAAH

25. Margem de Erro Estimada que seria associada a

uma amostra deste tamanho para a população

total de profissionais de assistência médica em

cada mercado. Ante a limitação de dados

disponíveis sobre o perfil demográfico específico

dos profissionais de assistência médica de cada

país, esta margem de erro estimada serve apenas

para fins direcionais.

26. Margem de Erro Estimada é a margem de erro

que seria associada a uma amostra deste

tamanho para a população total de profissionais

de seguro em cada mercado. Ante a limitação de

dados disponíveis sobre o perfil demográfico

específico dos profissionais de seguro em cada

país, esta margem de erro estimada serve apenas

para fins direcionais.

27. Consulte o Apêndice I para as perguntas

completas inseridas em cada componente

do índice de percepção.

28. Consulte o Apêndice II para as fontes e métodos

de normalização de cada indicador.

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www.futurehealthindex.com