francesco, woodman y los lenguajes del

5
Francesco, Woodman y los lenguajes del cuerpo kk María José García Oramas Sus fotos s o n , e n palabras de Gianni Romano: "auténticos retratos psicológicos, no en el sentido de recorridos visuales de acontecimientos de su vida diaria, sino más bien episodios psíquicos e n l o s cuales la capacidad de expre- sión de la artista y s u imaginación creadora se entretejen con la r i q u e z a d e su vida íntima". María José García Oramas es i n v e s t i g a d o r a d e la Facultad de Psicología ( l \ ) , m a e s t r a en E s t u d i o s d e Género por la New School University, U S A , Y doctora en Ciencias de la Educación p o r l a U n i v e r s i d a d d e París 1 0 , Nanterre, Francia. A mi alumna Karla Mestizo, quien me introdujo en ta obra de hranresea Woodman. Podemos vivir e l c u e r p o , como l a cárcel del alma o como su manifestación externa. Po- demos vivirlo con sospecha o g o z o ; c o m o una limitación o como u n m e d i o p a r a l a l i b e r t a d y la expresión d e n u e s t r o m o d o d e ser. P A U L R I C O E U R Francesco Woodman, una joven fotógrafo genial F rancesca Woodman (1959-1981) fue una artista precoz que realizó s u producción artística e n s u adolescencia y juventud. Sus primeras fotogra- fías datan d e l a edad d e 1 3 años y las últimas, de los 22, cuando se suicidó arrojándose por la ventana de un edificio neoyorquino. Su obra comprende una se- rie de fotografías muy intensas, gran parte de ellas autorretratos de s u c u e r p o en blanco y negro, general- mente a l d e s n u d o , con el rostro velado o cubierto. Me- diante espejos, juegos de luces y sombras, su cuerpo se fragmenta y camufla entre objetos d e l a naturaleza y de su entorno cotidiano, y a s e a entre las ramas de los árboles o las raíces e n e l agua. Estas fotos son una especie de d i a r i o q u e va dando cuenta del desarrollo de la artista desde su debut adolescente hasta sus úl- timas imágenes juveniles, mucho más poéticas. A este periodo corresponde s u última serie realizada en cia- notipias, donde predomina el azul, característico de este proceso. El diálogo y la apropiación del cuerpo: la lente fo- tográfica como espejo y ventana Utilizando la lente de s u cámara como medio, Fran- cesca Woodman desarrolla un proceso dialógico me- diante una serie de autorretratos donde ubica su cuerpo de mujer joven en distintos escenarios que le son f a m i l i a r e s , c o m o las habitaciones donde habita en Roma o Nueva York, o los bosques y lagos de la Tos- cana italiana. Colocándose generalmente en los án- gulos y l o s b o r d e s d e l a imagen, construye un modelo comunicativo en el cual, al mismo tiempo que se nos presenta, nos adentra en sus reflexiones acerca d e s u propia experiencia vital. Sus fotos son, en palabras de Gianni Romano: "auténticos retratos psicológicos, n o en el sentido de recorridos visuales de acontecimien- t o s d e su vida diaria, sino más bien episodios psíquicos LA P A L A B R A Y E L H O M B R E • 5 1

Upload: others

Post on 10-Nov-2021

3 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Francesco, Woodman y los lenguajes del

Francesco, Woodman y l o s l e n g u a j e s d e l

c u e r p o kk María José García Oramas

S u s f o t o s s o n , e n p a l a b r a s d e G i a n n i R o m a n o : "auténticos r e t r a t o s psicológicos,

n o e n e l s e n t i d o d e r e c o r r i d o s v i s u a l e s d e a c o n t e c i m i e n t o s d e s u v i d a

d i a r i a , s i n o más b i e n e p i s o d i o s psíquicos e n l o s c u a l e s l a c a p a c i d a d d e e x p r e ­

sión d e l a a r t i s t a y s u imaginación c r e a d o r a s e e n t r e t e j e n c o n l a r i q u e z a d e s u v i d a íntima".

María José García O r a m a s e s i n v e s t i g a d o r a d e l a F a c u l t a d d e Psicología ( l \ ) , m a e s t r a e n E s t u d i o s d e Género p o r l a

N e w S c h o o l U n i v e r s i t y , U S A , Y d o c t o r a e n C i e n c i a s d e l a Educación p o r l a U n i v e r s i d a d d e París 1 0 ,

N a n t e r r e , F r a n c i a .

A mi alumna Karla Mestizo,

quien me introdujo en ta obra de hranresea Woodman.

P o d e m o s v i v i r e l c u e r p o , c o m o l a cárcel d e l a l m a o c o m o s u manifestación e x t e r n a . P o ­d e m o s v i v i r l o c o n s o s p e c h a o g o z o ; c o m o u n a limitación o c o m o u n m e d i o p a r a l a l i b e r t a d y l a expresión d e n u e s t r o m o d o d e s e r .

P A U L R I C O E U R

F r a n c e s c o W o o d m a n , u n a j o v e n fotógrafo g e n i a l

F r a n c e s c a W o o d m a n ( 1 9 5 9 - 1 9 8 1 ) f u e u n a a r t i s t a p r e c o z q u e realizó s u producción artística e n s u a d o l e s c e n c i a y j u v e n t u d . S u s p r i m e r a s f o t o g r a ­

fías d a t a n d e l a e d a d d e 1 3 años y l a s últ imas, d e l o s 2 2 , c u a n d o s e suicidó arro jándose p o r l a v e n t a n a d e u n e d i f i c i o n e o y o r q u i n o . S u o b r a c o m p r e n d e u n a s e ­r i e d e fotografías m u y i n t e n s a s , g r a n p a r t e d e e l l a s a u t o r r e t r a t o s d e s u c u e r p o e n b l a n c o y n e g r o , g e n e r a l ­m e n t e a l d e s n u d o , c o n e l r o s t r o v e l a d o o c u b i e r t o . M e ­

d i a n t e e s p e j o s , j u e g o s d e l u c e s y s o m b r a s , s u c u e r p o s e f r a g m e n t a y c a m u f l a e n t r e o b j e t o s d e l a n a t u r a l e z a y d e s u e n t o r n o c o t i d i a n o , y a s e a e n t r e l a s r a m a s d e l o s árboles o l a s raíces e n e l a g u a . E s t a s f o t o s s o n u n a e s p e c i e d e d i a r i o q u e v a d a n d o c u e n t a d e l d e s a r r o l l o d e l a a r t i s t a d e s d e s u d e b u t a d o l e s c e n t e h a s t a s u s úl­t i m a s imágenes j u v e n i l e s , m u c h o más poét icas . A e s t e p e r i o d o c o r r e s p o n d e s u últ ima s e r i e r e a l i z a d a e n c i a -n o t i p i a s , d o n d e p r e d o m i n a e l a z u l , caracter ís t ico d e e s t e p r o c e s o .

E l diálogo y l a apropiación d e l c u e r p o : l a l e n t e f o ­tográfica c o m o e s p e j o y v e n t a n a

U t i l i z a n d o l a l e n t e d e s u c á m a r a c o m o m e d i o , F r a n ­c e s c a W o o d m a n d e s a r r o l l a u n p r o c e s o dialógico m e ­d i a n t e u n a s e r i e d e a u t o r r e t r a t o s d o n d e u b i c a s u c u e r p o d e m u j e r j o v e n e n d i s t i n t o s e s c e n a r i o s q u e l e s o n f a m i l i a r e s , c o m o l a s h a b i t a c i o n e s d o n d e h a b i t a e n R o m a o N u e v a Y o r k , o l o s b o s q u e s y l a g o s d e l a T o s -c a n a i t a l i a n a . Co locándose g e n e r a l m e n t e e n l o s án­g u l o s y l o s b o r d e s d e l a i m a g e n , c o n s t r u y e u n m o d e l o c o m u n i c a t i v o e n e l c u a l , a l m i s m o t i e m p o q u e s e n o s p r e s e n t a , n o s a d e n t r a e n s u s r e f l e x i o n e s a c e r c a d e s u p r o p i a e x p e r i e n c i a v i t a l . S u s f o t o s s o n , e n p a l a b r a s d e G i a n n i R o m a n o : "auténticos r e t r a t o s psicológicos, n o e n e l s e n t i d o d e r e c o r r i d o s v i s u a l e s d e a c o n t e c i m i e n ­t o s d e s u v i d a d i a r i a , s i n o más b i e n e p i s o d i o s psíquicos

L A P A L A B R A Y E L H O M B R E • 5 1

Page 2: Francesco, Woodman y los lenguajes del

mi s/t: Providence, Rhode Island, 1975-78 (Foto 1)

en los cuales la capacidad de expresion de la artista y su imagination creadora se entretejen con la riqueza de su vida mtima" (1991: 2).

El cuerpo es para Woodman un lugar de encuen-tro entre sf misma y el resto del mundo mediante el cual proyecta imagenes, sfmbolos, miedos y anhelos propios. En sus imagenes incluye en ocasiones frases sugerentes sobre los pensamientos e inquietudes que llegan a su mente, como si fuesen notas con las cuales ella va creando piezas musicales: "Despues, en un de-terminado momento, no necesite traducir las notas, ellas vinieron directo a mis manos". "iSigo existiendo aunque no me mires?"

Su obra refleja un deseo y una urgencia perma-nente por explorar en toda su intensidad las posibili-dades de la fotograffa como medio para dialogar con su cuerpo, de tal suerte que este es representado como

un laboratorio sobre sf misma en el cual habita como un lugar "de cosas delicadas" que el tiempo y la vejez, pensaba, inevitablemente tendenan a borrar. Asf lo escribio: "Mi vida en este punto es como un sedimento muy viejo en una taza de cafe y preferirfa morir joven dejando varias realizaciones... En vez de ir borrando atropelladamente todas estas cosas delicadas..."

Esta manera de representar su cuerpo de mujer se aleja del exhibicionismo corporal que comunmen-te encontramos en otras representaciones dolorosas y clesgarradoras con las que suele asociarsele. Por el contrario, en la obra de Woodman (Chris Townsend, 2006), el cuerpo se transforma y deconstruye constan-temente a la manera de Penelope, quien cada noche deshace el tejido que hilo durante el dfa en espera de Ulises. De esta misma manera, su cuerpo se nos presenta y ausenta simultaneamente autorrepresen-

52 • 0 T 0 N 0 , 201 1

Page 3: Francesco, Woodman y los lenguajes del

i s claro que Francesco no quer ia devenir de n ina a mujer, s ino perma-

necer suspendida en el t iempo y e! espacio como un angel etereo, traspasando

asi sus propios limites corporales. Antes de morir, realizo una fascinante serie fotografica

titulada On being an angel (Siendo un angel) y poco tiempo despues, ya transformada

en angel, vo lo sa l tando por la ventana de s u depar tamento hacia el

abismo.

tandose y autoborrandose en un proceso siempre in-acabado de construccion subjetiva para, finalmente, traspasar sus propios limites corporales y salir de la crisalida de la infancia y la adolescencia no como mu-jer, sino como angel.

La metamorfosis corporal: de nina a angel

La representacion corporal es un elemento fundante de la subjetividad humana puesto que para el ser hu-mano el cuerpo es siempre cuerpo simbolizado. El yo, instancia psfquica que nos permite lograr una repre-sentacion de nosotros(as) mismos(as), mas o menos acabada como sujetos singulares, es decir, cliferente de los otros, es, en primera instancia, corporal, como bien lo afirmara Sigmund Freud. Por ello, la consoli-dacion de una subjetividad autonoma pasa necesaria-mente por la apropiacion del propio cuerpo.

Devenir ser para si habitando el propio cuerpo, explorando sus lenguajes en tanto multiples posibili-dacles de expresion para acceder a una subjetividad plena y singular, como lo intentara incansablemente Woodman, no es tarea sencilla. Ella llevo a cabo este proceso de de-construccion y re-construccion subje-tiva a traves de la autorrepresentacion de su cuerpo, en un recorrido especular mediado por la lente foto-grafica que seguia exclusivamente los dictamenes de su deseo, como lo decfa, ya que lo que pretenclfa era que las imagenes aparecieran en su mente con liber-tad para luego traducirlas en fotograffas. Puesto que no encontraba un modelo que lograra transmitir sus inquietudes personales y artfsticas, recurrfa invaria-blemente a si misma. Ello hizo que, al mismo tiem-po que cuestionaba la practica fotografica como arte, ampliara sus horizontes de autonomfa subjetiva, aun cuando todo ello la llevara al suicidio.

Es claro que Francesca no queria devenir de nina a mujer, sino permanecer suspendida en el tiempo y el espacio como un angel etereo, traspasando asi sus propios limites corporales. Antes de morir, realizo una

s/t: MacDowell Colony, Peterborough, iNew Hampshire, 1980 (Foto 2)

fascinante serie fotografica titulada On being an angel (Siendo un angel) (fotos 3, 3.1 y 4) y poco tiempo des-pues, ya transformada en angel, volo saltando por la ventana de su departamento hacia el abismo; hacia ese otro espacio sin fondo, sin limites ni bordes, hacia donde irremediablemente nos lleva el goce femenino, de acuerdo con los planteamientos de Jacques Lacan.

Un angel suspendido en el espacio y el tiempo fe-meninos

Seguir la trayectoria especular de Woodman, como lo hemos venido haciendo, nos permite reconocer ele-

LA PALABRA Y EL HOMBRi • 53

Page 4: Francesco, Woodman y los lenguajes del

D e l < i s e r i e O n b e i n g a n ángel, R o m a , 1 9 7 7 ( F o t o í>)

L a s m u j e r e s , a l n o e s t a r d e l t o d o e n e l m u n ­

d o fálico, c o n t a m o s c o n m e j o r e s

p o s i b i l i d a d e s d e e x p e r i m e n t a r

o t r o g o c e q u e e s c a p a a l o r d e n

simbólico m a s c u l i n o y q u e s e j u e g a

más allá, e n t r e e l t o d o y l a n a d a , e n l o s

límites d e l a e x i s t e n c i a , e n t r e l a v i d a y l a

m u e r t e .

m e n t o s q u e s o n p r o p i o s a l a conformac ión d e l a s u b j e ­t i v i d a d d e s d e u n a posición f e m e n i n a , e s d e c i r , d e s d e l e n g u a j e s p r o p i a m e n t e f e m e n i n o s t a l c o m o l o h a n t e o r i z a d o a u t o r a s c o m o L u c e I r i g a r a y , J u l i a K r i s t e v a y C o l e t t e S o l e r .

I r i g a r a y ( 1 9 8 1 ) p l a n t e a q u e e l c u e r p o d e l a s m u j e ­r e s , a d i f e r e n c i a d e l c u e r p o d e l o s h o m b r e s - q u e e s u n o y c o n c r e t o - , e s múltiple y f l u i d o y , p o r e n d e , s u e r o g e -

D e l a s e r i e O n b e i n g a n ángel, R o m a , 1 9 7 7 ( F o t o 3 . 1 )

n e i d a d n o e s d e u n s o l o órgano, n i s u t e m p o r a l i d a d l i n e a l , s i n o cíclica. P o r s u p a r t e J u l i a K r i s t e v a ( 1 9 9 5 ) a f i r m a q u e l a s m u j e r e s , e n l a m e d i d a e n q u e n o t o d o s u d e s e o s e j u e g a e n e l m u n d o s imbólico m a s c u l i n o , fá­l i c o , t i e n e n m a y o r e s p o s i b i l i d a d e s d e d e s a r r o l l a r o t r o s l e n g u a j e s , poéticos, c o r p o r a l e s y s i n g u l a r e s . F i n a l m e n ­t e , C o l e t t e S o l e r ( 2 0 0 6 ) d i s c u t e l a teoría d e l a s e x u a ­l i d a d f e m e n i n a d e L a c a n , p a r t i c u l a r m e n t e e n c u a n t o p l a n t e a q u e e l d e s e o , q u e m u e v e a l a p a r a t o psíquico d e s d e l a f a l t a c o n s t i t u t i v a d e l s e r h u m a n o e n función d e s u i n c o m p l e t u d e indefensión o r i g i n a r i a , e n e l p l a ­c e r y e l s u f r i m i e n t o s imultáneo q u e e x p e r i m e n t a m o s e n c a d a u n a d e n u e s t r a s e x p e r i e n c i a s v i t a l e s ( p r e c i s a ­m e n t e p o r q u e n u e s t r o s d e s e o s n u n c a p u e d e n s a t i s f a ­c e r s e p l e n a m e n t e ) , s e m a n i f i e s t a e n d o s p o s i c i o n e s : u n a m a s c u l i n a , c o m p l e t a m e n t e fálica, r e l a t i v a a l t e n e r o n o t e n e r , y o t r a f e m e n i n a , n o c o m p l e t a m e n t e fálica, r e l a t i v a a l s e r , a l a e x i s t e n c i a . L a s m u j e r e s , a l n o e s t a r d e l t o d o e n e l m u n d o fálico, c o n t a m o s c o n m e j o r e s p o ­s i b i l i d a d e s d e e x p e r i m e n t a r otro g o c e q u e e s c a p a a l o r ­d e n simbólico m a s c u l i n o y q u e s e j u e g a más allá, e n t r e e l t o d o y l a n a d a , e n l o s límites d e l a e x i s t e n c i a , e n t r e l a v i d a y l a m u e r t e . C a r e n t e d e s i g n i f i c a n t e , e s t e g o c e n o s r e b a s a y n o s l l e v a a t r a s p a s a r l o s l ímites d e e s t e m u n d o , h a c i a e l i n f i n i t o , e l a b i s m o .

5 4 • O T O Ñ O , 2 0 1 1

Page 5: Francesco, Woodman y los lenguajes del

S i b i e n e s c i e r t o q u e l a f e m i n i d a d e s u n a e x p e r i e n c i a v i t a l q u e s e

j u e g a más al lá d e l o s l ími tes d e n u e s t r a h u m a n a e x i s t e n c i a , q u e i n e ­

v i t a b l e m e n t e n o s s o b r e p a s a y e n l a q u e l a s p a l a b r a s n o b a s t a n p a r a d e s c i f r a r s u s múl­

t i p l e s s i g n i f i c a d o s , e l h e c h o d e e x p l o r a r l a s m e j o r e s p o s i b i l i d a d e s q u e , c o m o m u j e r e s ,

t e n e m o s d e a c c e d e r a o t r o s l e n g u a j e s . . .

E n e s t e o r d e n d e i d e a s r e c o n o c e m o s e n l a o b r a d e W o o d m a n e s p a c i o s q u e n o s o n l i n e a l e s n i p l a n o s , s i n o múltiples y p r o f u n d o s , c o m o l o s o n s u s p l a c e r e s y s u f r i m i e n t o s ; e s p o r e s o q u e e l l a s e c o n f u n d e c o n l o s o b j e t o s q u e l a r o d e a n , trastocándolos, haciéndolos g i r a r y m o v e r s e e n e s t e t i e m p o cícl ico f e m e n i n o , q u e d e - c o n s t r u y e y r e - c o n s t r u y e s u p r o p i o c u e r p o c o n f u n ­d i d o y c a m u f l a d o e n t r e e l l o s p a r a , finalmente, c o l o ­c a r s e f r e n t e a n o s o t r o s y f r e n t e a sí m i s m a c o m o u n a figura etérea, s u s p e n d i d a e n t r e d o s m u n d o s ( f o t o 2 ) , s i e m p r e m o v i d a p o r u n d e s e o q u e n o " c e s ( x ) a " d e m a ­n i f e s t a r s e , c o m o diría L a c a n , e n t a n t o s e r s e x u a d o , i n c o m p l e t o , a t r a v e s a d o p o r l a f a l t a c o n s t i t u t i v a q u e l a l l e v a r a finalmente a t r a s p a s a r s u s p r o p i o s l ímites c o r p o r a l e s s a l i e n d o d e s u p r o p i o caparazón ( f o t o 1 ) p a r a v o l a r h a c i a o t r o t i e m p o y o t r o e s p a c i o i n f i n i t o s c o n n u e v a s a l a s .

A n a l i z a r l a o b r a d e W o o d m a n a p a r t i r d e l o s d i ­v e r s o s e l e m e n t o s q u e c o n f o r m a n l a e x p e r i e n c i a v i t a l f e m e n i n a , p a r t i c u l a r m e n t e d e s d e r e f e r e n t e s p r o p i o s q u e a l u d e n a l a representación psíquica d e l c u e r p o e n e l p r o c e s o s i e m p r e i n a c a b a d o d e construcc ión s u b j e t i v a , n o s p e r m i t e r e c o n o c e r y v a l o r a r e s o s otros l e n g u a j e s q u e n o p a s a n n e c e s a r i a m e n t e p o r l a lógica simbólica, n i p o r l o s v a l o r e s a s o c i a d o s a l a m a s c u l i n i -d a d . L e n g u a j e s c o r p o r a l e s q u e t r a n s i t a n p o r otra lógi­c a f e m e n i n a y s i n g u l a r q u e c o m o m u j e r e s podr íamos e x p e r i m e n t a r p a r a e n r i q u e c e r n u e s t r a v i d a . P o r q u e s i b i e n e s c i e r t o q u e l a f e m i n i d a d e s u n a e x p e r i e n c i a v i t a l q u e s e j u e g a más allá d e l o s l ímites d e n u e s t r a h u m a n a e x i s t e n c i a , q u e i n e v i t a b l e m e n t e n o s s o b r e p a ­s a y e n l a q u e l a s p a l a b r a s n o b a s t a n p a r a d e s c i f r a r s u s múltiples s i g n i f i c a d o s , e l h e c h o d e e x p l o r a r l a s m e j o r e s p o s i b i l i d a d e s q u e , c o m o m u j e r e s , t e n e m o s d e a c c e d e r a o t r o s l e n g u a j e s , e n l o s c o n f i n e s d e u n e s p a c i o y u n t i e m p o a m p l i a d o s , c o m o n o s l o m u e s t r a e s t a g e n i a l a r t i s t a , s i n d u d a n o s permit i r ía e n s a n c h a r n u e s t r o s h o r i z o n t e s d e l i b e r t a d y autonomía , a l g o t a n n e c e s a r i o p a r a n o s o t r a s l a s m u j e r e s .

D e l a s e r i e O n b e i n g a n ángel, R o m a . 1 9 7 7 ( F o t o 4 )

B I B L I O G R A F Í A

I r i g a r a y , L u c e . Ce Sexe qui n'en estpas Un. E d i t i o n s d e M i n u i t , París, 1 9 8 5 .

K r i s t e v a , J u l i a . La Révolte Lntime. F a y a r d , París, 1 9 7 7 . R o m a n o , G i a n n i . " F r a n c e s c a W o o d m a n o n b e i n g a n ángel",

h t t p : / / p h o t o a r t . c o m / j o u r n a l / r o m a n o / w o o d m a n T o w n s e n d , C h r i s . Francesca Woodman, scattered in space and

lime, P h a i d o n , N u e v a Y o r k , 2 0 0 6 .

L A P A L A B R A Y E L H O M B R E • 5 5