fatores abiÓticos associados a aedes aegypti em sinop
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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 2 p 014-026 jul ago 2012
FATORES ABIOacuteTICOS ASSOCIADOS A Aedes aegypti EM SINOP MT BRASIL
Leacuteia Pedrosa de Souza Dilkin1 Marliton Rocha Barreto
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RESUMO
A dengue eacute uma infecccedilatildeo reemergente que vem preocupando as autoridades em todo mundo em razatildeo das
dificuldades enfrentadas para o controle das epidemias produzidas pelo viacuterus da doenccedila bem como devido a sua
ampla distribuiccedilatildeo e ao grande potencial para casos graves e letais Desta forma este trabalho procurou pautar os
possiacuteveis fatores que contribuem direta ou indiretamente para a ocorrecircncia do vetor Aedes aegypti no municiacutepio de
Sinop MT de 2004 a 2008 Foram analisados os dados quanto aos casos notificados com suspeita da doenccedila e
casos confirmados de dengue e os dados sobre Iacutendice de Infestaccedilatildeo predial aleacutem dos dados referentes aos iacutendices
pluviomeacutetricos As elevadas incidecircncias de infecccedilotildees por dengue indicam como eacute reduzido o impacto apresentado
pelos programas de combate ao A aegypti resultando em sequentes surtos da doenccedila O aumento da ocorrecircncia
acompanha padrotildees sazonais de incidecircncia coincidentes com o veratildeo devido agrave maior ocorrecircncia de chuvas e
aumento de temperatura nesta estaccedilatildeo Os resultados mostram a existecircncia de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos
de dengue e fatores abioacuteticos identificando o intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos contribuiacuteram para a
geraccedilatildeo de novos casos da doenccedila
Palavras-chave Dengue Controle de vetores Mato Grosso
ABIOTIC FACTORS ASSOCIATED TO Aedes aegypti IN SINOP MT BRAZIL
ABSTRACT
Dengue is a reemerging infection that has been causing the concern of authorities across the globe due
to the difficulties to control the epidemics by the disease virus as well as its broad distribution and the strong
potential for serious and lethal cases Therefore the goal of this study was to list the possible factors that are
directly or indirectly associated with the occurrence of the Aedes aegypti vector in the city of Sinop Mato Grosso
from 2004 to 2008 Data were analyzed regarding the notified suspicious and confirmed cases of disease and the
data regarding house infestation and rainfall rates The high dengue infection rates indicate the poor impact of
programs against A aegypti which have resulted in outbreaks The growing occurrence rate follows seasonal
patterns of incidence in the Summer due to the greater rainfall and higher temperatures of the season Results
show there is an association between the number of dengue cases and abiotic factors revealing the interval in
which rainfall rates contributed for the emergence of new cases
Keywords Dengue Vector control Mato Grosso
Trabalho recebido em 21122011 e aceito para publicaccedilatildeo em 29072012
1 Escola Teacutecnica Estadual de Educaccedilatildeo Profissional de Sinop SECITECMT Av Sibipirunas sn Jd Jacarandaacutes 78550-029
Sinop MT 2 Instituto de Ciecircncias Naturais Humanas e Sociais ndash ICNHS Campus Universitaacuterio de Sinop ndash UFMT Av Alexandre
Ferronato 1200 78557-267 Sinop MT TelFax 66 3531-1663 Correspondecircncia para Barreto M R e-mail
mrbarretoufmtbr
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1 INTRODUCcedilAtildeO
O arboviacuterus do gecircnero Flavivirus
pertencente agrave famiacutelia Flaviviridae eacute o
responsaacutevel pela disseminaccedilatildeo da dengue
especialmente nos paiacuteses tropicais onde as
condiccedilotildees do meio ambiente aliadas agraves
caracteriacutesticas urbanas favorecem o
desenvolvimento e a proliferaccedilatildeo do
mosquito transmissor (TAUIL 2001
MIYAZAKI et al 2009) Aedes
(Stegomyia) aegypti (Linnaeus) eacute o
mosquito vetor do agente etioloacutegico
causador da febre dengue nos troacutepicos
(DEGALLIER et al 2010) A dengue eacute
uma infecccedilatildeo reemergente que vem
preocupando as autoridades em todo
mundo em razatildeo das dificuldades
enfrentadas para o controle das epidemias
produzidas pelo viacuterus da doenccedila bem
como devido a sua ampla distribuiccedilatildeo e ao
grande potencial para casos graves e letais
(MARCcedilAL JUNIOR amp SANTOS 2004
BARRETO amp TEIXEIRA 2008)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
estima que a cada ano sejam infectadas 50
milhotildees de pessoas (World Health
Organization 2010) CONSOLI amp
OLIVEIRA (1998) relataram que nas aacutereas
endecircmicas a doenccedila eacute praticamente
inevitaacutevel e que por enquanto a uacutenica
maneira de prevenir a sua ocorrecircncia eacute pelo
controle da proliferaccedilatildeo do A aegypti
Segundo esses mesmos autores satildeo fatores
macrodeterminantes e microdeterminantes
para proliferaccedilatildeo desta doenccedila a alta
densidade populacional e habitacional e a
urbanizaccedilatildeo natildeo planejada que propiciam
tanto a raacutepida circulaccedilatildeo do viacuterus como as
condiccedilotildees necessaacuterias agrave sua reproduccedilatildeo
A produccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de
materiais descartaacuteveis e a coleta
inadequada do lixo produzem um cenaacuterio
de facilidades para a reproduccedilatildeo do vetor
acrescidos de outros recipientes materiais
natildeo removiacuteveis que acumulam aacutegua no
interior e exterior agraves residecircncias Acrescem
a este a temperatura a precipitaccedilatildeo a
umidade e a altitude que influenciam na
distribuiccedilatildeo do vetor (HALSTEAD 1992
CONSOLI amp OLIVEIRA 1998)
Em Mato Grosso os primeiros
registros de dengue foram em 1991 e
atribui-se a ele a circulaccedilatildeo do sorotipo
DEN 1 no estado Desde entatildeo a doenccedila
passou a ocorrer de forma endecircmica
intercalando-se com a manifestaccedilatildeo de
epidemia em especial nos anos de 1995
1996 1998 2002 e 2003 Eacute relevante
apontar o crescimento dos casos de Febre
Hemorraacutegica da Dengue e de Siacutendrome do
Choque de Dengue cujos primeiros casos
ocorreram a partir de 1995 (PIGNATTI
1996)
Accedilotildees de combate a dengue tecircm
sido emergentes na nossa sociedade e
propostas e sugestotildees para medidas
alternativas satildeo cada vez maiores
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crescendo assim a necessidade da
realizaccedilatildeo de um estudo do comportamento
epidemioloacutegico da dengue Desta forma o
objetivo deste trabalho foi pautar os
possiacuteveis fatores abioacuteticos que contribuem
direta ou indiretamente para a ocorrecircncia
do vetor no municiacutepio de Sinop MT
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi realizado no
municiacutepio de Sinop localizado no norte do
estado do Mato Grosso agraves margens da
rodovia Cuiabaacute-Santareacutem (BR 163) Com
uma populaccedilatildeo estimada em 113099
habitantes e uma extensatildeo territorial de
3942 Kmsup2 (IBGE 2010)
Para o desenvolvimento dessa
pesquisa foram realizados levantamentos
bibliograacuteficos junto agrave Secretaria de Sauacutede
do Municiacutepio (SMS) e ao Escritoacuterio
Regional de Sauacutede (ERS) utilizando os
Sistemas de Informaccedilatildeo de Agravo de
Notificaccedilatildeo (SINAN e SINAN NET) e o
de Febre Amarela e Dengue (FAD e
SISFAD) Foram analisados os dados
quanto aos casos notificados com suspeita
da doenccedila e casos confirmados de dengue e
os dados sobre Iacutendice de Infestaccedilatildeo
predial Os dados referentes aos iacutendices
pluviomeacutetricos foram obtidos na Secretaria
de Agricultura e na Empresa Mato-
grossense de Pesquisa Assistecircncia e
Extensatildeo Rural (EMPAER)
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
No periacuteodo 2004 a 2008 foram
notificados mais de 2700 casos de dengue
no municiacutepio sendo 77 destes
confirmados segundo o Escritoacuterio
Regional de Sauacutede (ERS) Conforme esta
mesma fonte a maioria dos casos eacute
autoacutectone contraiacutedos pelos indiviacuteduos nas
proximidades de suas residecircncias Em
2004 foram confirmados 62 casos o menor
registro neste periacuteodo de 4 anos e em 2007
se deu a maior incidecircncia totalizando
1705 notificaccedilotildees (Tabela 1)
O Plano Estadual de Contingecircncia
de Dengue no biecircnio 2005-2006
apresentado pela Secretaria do Estado de
Sauacutede destaca que o estado de Mato
Grosso enfrentou somente no ano 2005
8757 registros de casos notificados no
somente no periacuteodo de janeiro a outubro
significando um aumento de 163 em
relaccedilatildeo ao mesmo periacuteodo do ano anterior
(3330 casos) Em 2007 atingiu um dos
maiores registros no estado com 19288
casos No entanto esses iacutendices tiveram
queda de 589 comparada ao mecircs de
janeiro do ano seguinte 2008 Merece
destaque a situaccedilatildeo atiacutepica no Mato
Grosso do crescimento ascendente das
notificaccedilotildees nos meses de abril maio e
junho deste ano quando comparado com
anos anteriores
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A avaliaccedilatildeo mensal dos
levantamentos sobre as notificaccedilotildees de
ocorrecircncia de dengue nos anos de 2004 a
2008 no municiacutepio tem revelado padrotildees
sazonais de incidecircncia coincidente com o
veratildeo devido agrave maior ocorrecircncia de chuvas
e aumento de temperatura nesta estaccedilatildeo
pois os surtos da doenccedila tecircm ocorrido nos
primeiros semestres dos periacuteodos avaliados
e com uma visiacutevel diminuiccedilatildeo dos registros
no uacuteltimo semestre anual (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Notificaccedilotildees mensais de Dengue com total de casos notificados e confirmados
(Nm) e imoacuteveis inspecionados (Ii) no municiacutepio de Sinop no periacuteodo de 2004 - 2008 (Fonte
ERSSINANSINAN NET 2008)
Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008
Nm Ii Nm Ii Nm Ii Nm Ii Nm Ii
Jan 57 3794 7 21410 23 24758 170 25726 29 22899
Fev 37 17366 72 22130 52 23762 390 24267 41 27503
Mar 16 28107 66 23014 79 26120 504 22489 58 19073
Abr 10 20367 32 21632 69 24825 240 27389 19 26152
Maio 5 31028 39 15337 119 23755 127 22227 15 26285
Jun 0 27783 8 30002 48 19237 94 23804 14 34969
Jul 2 17500 9 21366 27 22881 77 20411 11 20235
Ago 0 25162 15 32298 10 35929 41 20838 10 28149
Set 1 16591 14 21201 0 24372 11 29568 4 30220
Out 3 19984 13 19320 10 29572 16 28825 6 24622
Nov 3 21307 9 22550 2 25008 18 23350 4 26916
Dez 4 31097 5 17025 5 19023 17 30045 6 15582
Total notificado 138 289 444 1705 217
Total confirmado 62 137 350 1537 65
As confirmaccedilotildees feitas sobre
aumento de visitas em imoacuteveis por parte do
trabalho realizado pelos agentes de sauacutede
permitiram inferir que apesar das visitas e
do aumento na frequumlecircncia das mesmas o
problema com focos nos domiciacutelios ainda
pode estar longe de ser sanado Este fator
pode estar ocorrendo por uma deficiecircncia
de informaccedilotildees e a falta de um controle
maior por parte da populaccedilatildeo
O aumento da ocorrecircncia
acompanha padrotildees sazonais de incidecircncia
coincidentes com o veratildeo devido agrave maior
ocorrecircncia de chuvas e aumento de
temperatura nesta estaccedilatildeo O maior nuacutemero
de casos notificados foi registrado de
janeiro a maio (Tabela 1)
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aproximadamente os mesmos meses onde
ocorreram os maiores regimes de chuvas
(Tabela 3)
Os levantamentos e
acompanhamentos nos imoacuteveis
residenciais e comerciais atraveacutes de
inspeccedilotildees realizadas pelos agentes de
sauacutede no municiacutepio tecircm atingido uma
meacutedia de 23803 inspeccedilotildeesano nuacutemeros
crescentes a cada ano mas tem se revelado
insuficientes devido ao aumento dos
registros de notificaccedilotildees registradas no
intervalo dos anos estudados (Tabela 1)
Analisando a distribuiccedilatildeo dos
iacutendices mensais de infestaccedilatildeo de formas
imaturas do vetor nos imoacuteveis foi
observado que no ano de 2004 a 2008
(Tabela 3) verifica-se que revelam uma
densidade maior nos trecircs primeiros e
uacuteltimos meses do ano correspondentes ao
periacuteodo de chuvas na regiatildeo coincidindo
com o aumento da incidecircncia da doenccedila
somente no primeiro trimestre dos anos
analisados e estes iacutendices de infestaccedilatildeo do
mosquito tecircm atingido porcentagens
superiores (acima de 1) aos tolerados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede (FUNASA
2007)
De acordo com o Programa
Nacional de Controle da Dengue do ano de
2008 do Ministeacuterio da Sauacutede a meta eacute que
o iacutendice de infestaccedilatildeo predial seja mantido
abaixo de 1 a fim de diminuir o risco de
transmissatildeo da doenccedila O MS estabelece os
seguintes paracircmetros para os iacutendices de
infestaccedilatildeo lt1 eacute considerado satisfatoacuterio
entre 1 a 39 eacute situaccedilatildeo de alerta e gt4
risco de surto TEIXEIRA et al (1999)
ressaltaram a importacircncia de se estabelecer
metas de reduccedilatildeo da populaccedilatildeo vetorial
que devem estar zero ou proacuteximas a zero
pois iacutendices superiores criam condiccedilotildees
favoraacuteveis a ocorrecircncia de epidemias Haacute
portanto a necessidade de uma vigilacircncia
entomoloacutegica permanente e um
acompanhamento dos iacutendices de infestaccedilatildeo
por micro aacutereas (zonas) eou bairros pelas
equipes municipais a fim de detectar
precocemente mudanccedilas na densidade e
distribuiccedilatildeo geograacutefica do vetor de forma
estratificada para adoccedilatildeo de medidas de
controle imediatas e focadas (SESMT
2008)
A verificaccedilatildeo dos imoacuteveis
inspecionados mostrou-se positiva para a
presenccedila de larvas do vetor confirmando
os depoacutesitos de A aegypti sempre com
nuacutemeros inferiores aos imoacuteveis
inspecionados Observa-se que em 2006 a
quantidade de depoacutesitos encontrados
atingiu uma maacutexima superior a todos os
periacuteodos analisados com 2989 depoacutesitos
positivos para presenccedila de formas imaturas
do vetor (Figura 1)
Conforme inspeccedilotildees feitas nos
imoacuteveis nos anos de 2004 - 2008 (Tabela
1) e a ocorrecircncia de focos no periacuteodo de
chuvas os dados demonstram que no
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municiacutepio os meses de maior ocorrecircncia
de depoacutesitos de A aegypti se concentraram
entre o primeiro e o uacuteltimo mecircs do periacuteodo
de chuva dos anos levantados Segundo
RIBEIRO et al (2006) nestes meses ou
periacuteodos ocorre um aumento consideraacutevel
dos criadouros do vetor aumentando as
condiccedilotildees ambientais apropriadas para o
desenvolvimento de adultos
Figura 1 ndash Nuacutemero de imoacuteveis positivos para depoacutesitos (IPD) do mosquito e de imoacuteveis com
presenccedila de Aedes aegypti nas residecircncias nos anos de 2004 a 2008 (Fonte SMSFAD
2008)
A Tabela 2 apresenta os tipos de
criadouros com maiores percentuais
peridomiciliares analisados durante a
pesquisa demonstrando uma
predominacircncia de criadouros em lixos
recipientes plaacutesticos latas e entulhos com
destaque para o ano de 2005 que
apresentou iacutendice de 6255
(LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo)
seguidos por depoacutesitos de aacutegua em niacutevel do
solo como vasos e recipientes semelhantes
com um percentual de 2477 em 2006
Conforme observado na Tabela 2
sobre os tipos de depoacutesitos predominantes
para a presenccedila de A aegypti totalizou-se
uma meacutedia em primeiro lugar para os
lixos recipientes plaacutesticos latas e entulhos
foram responsaacuteveis por 56 em segundo
depoacutesitos de aacutegua ao niacutevel do solo como
vasos e semelhantes com 167 e em
terceiro destaca-se pneus e outros materiais
rodantes com 1218 dos depoacutesitos
Observa-se como sugere VIEIRA amp
LIMA (2006) a falta de consciecircncia
ambiental pois com um destino adequado
do lixo um acondicionamento correto de
latas recipientes plaacutesticos latas ou
garrafas viradas de boca para baixo furos
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ou areias em vasos de plantas eliminam-se
a possibilidade destes se tornarem
criadouros do mosquito
O levantamento dos iacutendices
pluviomeacutetricos do municiacutepio demonstrou
que as maiores precipitaccedilotildees de chuva se
concentraram nos meses entre outubro e
abril com uma maior predominacircncia para
os meses de dezembro e janeiro e o ano
com maior densidade de chuva foi 2005
com 2206 mm (Tabela 3) OLIVEIRA E
AMARAL (2011) observando a
precipitaccedilatildeo relataram que haacute uma relaccedilatildeo
com os casos de dengue onde a maioria
dos casos foram registrados nos primeiros
5 meses do ano de 2008 simultacircneo com o
final do periacuteodo chuvosos eacute nesse periacuteodo
que ocorre a maioria dos casos
confirmados de dengue Fato esse que pode
ocorrer devido ao amontoamento de aacutegua
nas residecircncias que se transformam em
criadouros ao mosquito A aegypti
Entretanto o que deve ser considerado
nesta relaccedilatildeo natildeo eacute total precipitado mais
sim a sazonalidade das chuvas
Tabela 02 ndash Tipos de criadouros com presenccedila de Aedes aegypti no Municiacutepio de Sinop de
2004 a 2008 (ERSFADSISFAD 2008)
DepoacutesitosAno 2004 2005 2006 2007 2008
Depoacutesito de aacutegua elevado 20 136 165 094 028
Depoacutesito de aacutegua ao niacutevel do solo 211 1736 2477 1163 866
Depoacutesitos moacuteveis 60 484 515 1287 989
Depoacutesitos fixos 0 008 0 1046 993
Pneus e outros materiais rodantes 120 122 1144 1153 1375
LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo 581 6255 5568 4973 5546
Depoacutesitos naturais 08 161 131 284 203
Segundo FORATTINI (2002) e OLIVEIRA et al (2007) os periacuteodos caracterizados
pelas elevaccedilotildees de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas em geral mostram relaccedilatildeo positiva com a
transmissatildeo de dengue pois afetam a sobrevivecircncia e a reproduccedilatildeo do vetor as mudanccedilas na
sua distribuiccedilatildeo e densidade Um veratildeo uacutemido torna essas condiccedilotildees ideais (Tabela 3) Os
modelos preditivos para a transmissatildeo de dengue tecircm enfatizado a importacircncia da
temperatura precipitaccedilatildeo e umidade relativa do ar sobre a distribuiccedilatildeo de A aegypti
(mosquito transmissor) e na ocorrecircncia de surtos de dengue sendo a precipitaccedilatildeo o fator
climaacutetico mais importante para esses modelos (LIMA et al 2008)
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O aumento populacional pode ter agravado esta situaccedilatildeo por haver direta ou
indiretamente aumentado a quantidade de criadouros no periacutemetro das casas em terrenos
baldios e quintais mal cuidados aumentando a densidade larvaacuteria
Tabela 3 ndash Iacutendices Pluviomeacutetricos (IP) do municiacutepio de Sinop em miliacutemetros e Iacutendices
Mensais de Infestaccedilatildeo (IF) em percentagem de formas imaturas do vetor nos Imoacuteveis no
periacuteodo de 2004 a 2008 (Fonte Secretaria Municipal de Agricultura e EMPAER e SMSFAD
2008)
Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008
IP IF IP IF IP IF IP IF IP IF
Jan 423 306 443 276 225 173 155 339 368 198
Fev 441 200 273 166 234 254 325 183 229 169
Mar 347 079 456 154 196 204 220 088 180 190
Abr 40 053 86 052 190 126 11 049 89 085
Maio 0 030 0 022 0 037 0 036 40 031
Jun 0 004 0 017 0 015 0 010 0 007
Jul 0 011 0 007 0 012 0 014 0 006
Ago 0 008 0 008 0 010 0 012 0 003
Set 0 015 105 021 137 015 10 020 0 008
Out 150 060 161 065 357 072 10 070 0 050
Nov 92 139 139 122 226 140 233 170 230 130
Dez 365 117 543 115 432 177 265 124 470 129
Meacutedia Anual 15483 085 18383 085 16641 103 10241 093 13383 084
Segundo TAUIL (2001) as
mudanccedilas demograacuteficas causadas pelos
intensos fluxos migratoacuterios resultam num
ldquoinchaccedilordquo das cidades e estas natildeo tem
estrutura apropriada para atender as
necessidades baacutesicas destas populaccedilotildees De
acordo com a Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2008) a
populaccedilatildeo do municiacutepio de Sinop quase
triplicou somente no periacuteodo de 1991 a
2007 com um aumento populacional de
67378 indiviacuteduos (63) No Brasil o
crescimento global da populaccedilatildeo a
urbanizaccedilatildeo e as condiccedilotildees
socioambientais como condiccedilotildees
inadequadas de saneamento pouco
tratamento e destinaccedilatildeo seletiva de lixo
maacute distribuiccedilatildeo de renda e baixa
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escolaridade da maior parte da nossa
populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a
disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al
2009 TEIXEIRA et al 2009)
Uma das consequumlecircncias desta
situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em
potencial do principal mosquito vetor O
saneamento baacutesico em especial a coleta de
lixo e o fornecimento de aacutegua eacute
inadequado ao crescimento desordenado
destas grandes cidades (MUCELIN amp
BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)
Associada a esta situaccedilatildeo o sistema
produtivo industrial moderno que produz
grandes quantidades de recipientes
descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e
outros materiais que recebem um destino
inadequado
Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo
residenciais e comerciais revelam uma
distribuiccedilatildeo em todos os meses dos
intervalos analisados mas foram
encontradas densidades elevadas nos
primeiros e uacuteltimos meses do ano dos
periacuteodos estudados Os iacutendices analisados
mensalmente revelam uma densidade
maior em comparaccedilatildeo com os percentuais
anuais como no ano de 2007 que
apresentou uma densidade anual de 093
iacutendice considerado satisfatoacuterio mas
somente no mecircs de janeiro deste mesmo
ano atingiu a maacutexima percentual de 339
iacutendice este considerado risco de surto
(Tabela 3)
Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de
formas imaturas do vetor nos imoacuteveis
demonstrados mostram como esses
indicadores se dissipam quando analisados
como meacutedias anuais Obteve-se um
percentual semelhante para 2004 e 2005
(085) 2006 (103) 2007 (093) e
2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de
infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor
acabam se diluindo ao estabelecer uma
meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e
principalmente dos Estados e suas regiotildees
(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram
percentuais de ateacute 339 somente para o
mecircs de janeiro de 2007 um dos registros
mais elevados em todos os meses
analisados mas em contrapartida a meacutedia
anual para 2007 atingiu um iacutendice de
somente 103
Foram analisadas as frequumlecircncias de
notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde
foi verificado que todas as idades foram
acometidas pela doenccedila demonstrando um
alto risco de adoecimento em todas as
faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos
eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante
ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA
et al (2001) em Salvador na Bahia onde a
predominacircncia foi em indiviacuteduos com
idade acima de 15 anos poreacutem
WICHMANN (2004) nos relata que haacute
registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a
dengue hemorraacutegica acomete
preferencialmente adolescentes menores de
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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
23
15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute
relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em
Manaus onde a enfermidade predomina em
menores de 15 anos Mas natildeo se tem um
comportamento uacutenico de ocorrecircncia da
dengue por idade Segundo RIBEIRO et al
(2006) em caso das endemias a
suscetibilidade passa a ser universal
Na distribuiccedilatildeo de casos segundo
sexo constatou-se que aproximadamente
59 dos casos notificados revelaram uma
predominacircncia para o feminino (n = 1744)
e 41 (n = 1224) no masculino Segundo
RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al
(2009) haacute estudos que demonstram maiores
incidecircncias de dengue em mulheres do que
em homens apontando para um discreto
predomiacutenio de mulheres provavelmente
pelos seguintes motivos permanecem mais
tempo em suas residecircncias que os homens
e como a transmissatildeo se faz principalmente
no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila
observada pode justificar-se devido agrave
maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas
procurarem mais os serviccedilos de sauacutede
(Tabela 4)
A falta de consciecircncia ambiental
somados a uma coleta de lixo inadequada e
a falta de um controle de limpeza em
terrenos baldios pode ter agravado este
fato Estes fatores e os resultados obtidos
neste trabalho sugere que os principais
agravantes no aumento de casos de dengue
estaacute relacionado a chuva ao descaso da
populaccedilatildeo e a falta de um plano de
controle por parte do poder puacuteblico
(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)
Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E
SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP
Faixa Etaacuteria (ano) Sexo
Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino
2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70
2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139
2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209
2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703
2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103
A prevenccedilatildeo da dengue tem se
tornado um desafio pois as accedilotildees devem
ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico
ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na
cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo
do seu principal transmissor o A aegypti
Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior
desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo
motivada a resolver e enfrentar
coletivamente as endemias de dengue
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conscientizando-a a eliminar todos os
possiacuteveis criadouros de dengue
Como natildeo se dispotildee de uma vacina
para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode
contar com medidas de controle e
prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias
accedilotildees em conjunto que envolvam
investimento em saneamento baacutesico a
participaccedilatildeo das comunidades induzindo as
modificaccedilotildees de haacutebitos e
comportamentos a permissatildeo da
populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de
depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares
natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um
reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo
estudos proacuteprios agrave biologia do vetor
PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees
de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus
estatildeo fortemente associadas com a
densidade e dispersatildeo dos vetores
A elevada incidecircncia de infecccedilotildees
por dengue sugere como eacute reduzido o
impacto apresentado pelos programas de
combate ao A aegypti resultando em
sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp
VALLE (2007) ressalta a importacircncia das
coletas de larvas para verificar o impacto
das estrateacutegias baacutesicas de controle da
doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas
do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom
indicador para se medir a abundacircncia do
adulto ineficaz para estimar o risco de
transmissatildeo embora venha sendo usado
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados mostram a existecircncia
de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de
dengue e fatores abioacuteticos identificando o
intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos
contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos
casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem
ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e
controle e planejamento principalmente
em municiacutepios com perfis semelhantes
Faz-se necessaacuterio pensar numa
contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva
bem como melhorar o treinamento e a
formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais
5 AGRADECIMENTO
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e
ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela
disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz
Carlos Dilkin pelo constante apoio
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1 INTRODUCcedilAtildeO
O arboviacuterus do gecircnero Flavivirus
pertencente agrave famiacutelia Flaviviridae eacute o
responsaacutevel pela disseminaccedilatildeo da dengue
especialmente nos paiacuteses tropicais onde as
condiccedilotildees do meio ambiente aliadas agraves
caracteriacutesticas urbanas favorecem o
desenvolvimento e a proliferaccedilatildeo do
mosquito transmissor (TAUIL 2001
MIYAZAKI et al 2009) Aedes
(Stegomyia) aegypti (Linnaeus) eacute o
mosquito vetor do agente etioloacutegico
causador da febre dengue nos troacutepicos
(DEGALLIER et al 2010) A dengue eacute
uma infecccedilatildeo reemergente que vem
preocupando as autoridades em todo
mundo em razatildeo das dificuldades
enfrentadas para o controle das epidemias
produzidas pelo viacuterus da doenccedila bem
como devido a sua ampla distribuiccedilatildeo e ao
grande potencial para casos graves e letais
(MARCcedilAL JUNIOR amp SANTOS 2004
BARRETO amp TEIXEIRA 2008)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
estima que a cada ano sejam infectadas 50
milhotildees de pessoas (World Health
Organization 2010) CONSOLI amp
OLIVEIRA (1998) relataram que nas aacutereas
endecircmicas a doenccedila eacute praticamente
inevitaacutevel e que por enquanto a uacutenica
maneira de prevenir a sua ocorrecircncia eacute pelo
controle da proliferaccedilatildeo do A aegypti
Segundo esses mesmos autores satildeo fatores
macrodeterminantes e microdeterminantes
para proliferaccedilatildeo desta doenccedila a alta
densidade populacional e habitacional e a
urbanizaccedilatildeo natildeo planejada que propiciam
tanto a raacutepida circulaccedilatildeo do viacuterus como as
condiccedilotildees necessaacuterias agrave sua reproduccedilatildeo
A produccedilatildeo e utilizaccedilatildeo de
materiais descartaacuteveis e a coleta
inadequada do lixo produzem um cenaacuterio
de facilidades para a reproduccedilatildeo do vetor
acrescidos de outros recipientes materiais
natildeo removiacuteveis que acumulam aacutegua no
interior e exterior agraves residecircncias Acrescem
a este a temperatura a precipitaccedilatildeo a
umidade e a altitude que influenciam na
distribuiccedilatildeo do vetor (HALSTEAD 1992
CONSOLI amp OLIVEIRA 1998)
Em Mato Grosso os primeiros
registros de dengue foram em 1991 e
atribui-se a ele a circulaccedilatildeo do sorotipo
DEN 1 no estado Desde entatildeo a doenccedila
passou a ocorrer de forma endecircmica
intercalando-se com a manifestaccedilatildeo de
epidemia em especial nos anos de 1995
1996 1998 2002 e 2003 Eacute relevante
apontar o crescimento dos casos de Febre
Hemorraacutegica da Dengue e de Siacutendrome do
Choque de Dengue cujos primeiros casos
ocorreram a partir de 1995 (PIGNATTI
1996)
Accedilotildees de combate a dengue tecircm
sido emergentes na nossa sociedade e
propostas e sugestotildees para medidas
alternativas satildeo cada vez maiores
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crescendo assim a necessidade da
realizaccedilatildeo de um estudo do comportamento
epidemioloacutegico da dengue Desta forma o
objetivo deste trabalho foi pautar os
possiacuteveis fatores abioacuteticos que contribuem
direta ou indiretamente para a ocorrecircncia
do vetor no municiacutepio de Sinop MT
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi realizado no
municiacutepio de Sinop localizado no norte do
estado do Mato Grosso agraves margens da
rodovia Cuiabaacute-Santareacutem (BR 163) Com
uma populaccedilatildeo estimada em 113099
habitantes e uma extensatildeo territorial de
3942 Kmsup2 (IBGE 2010)
Para o desenvolvimento dessa
pesquisa foram realizados levantamentos
bibliograacuteficos junto agrave Secretaria de Sauacutede
do Municiacutepio (SMS) e ao Escritoacuterio
Regional de Sauacutede (ERS) utilizando os
Sistemas de Informaccedilatildeo de Agravo de
Notificaccedilatildeo (SINAN e SINAN NET) e o
de Febre Amarela e Dengue (FAD e
SISFAD) Foram analisados os dados
quanto aos casos notificados com suspeita
da doenccedila e casos confirmados de dengue e
os dados sobre Iacutendice de Infestaccedilatildeo
predial Os dados referentes aos iacutendices
pluviomeacutetricos foram obtidos na Secretaria
de Agricultura e na Empresa Mato-
grossense de Pesquisa Assistecircncia e
Extensatildeo Rural (EMPAER)
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
No periacuteodo 2004 a 2008 foram
notificados mais de 2700 casos de dengue
no municiacutepio sendo 77 destes
confirmados segundo o Escritoacuterio
Regional de Sauacutede (ERS) Conforme esta
mesma fonte a maioria dos casos eacute
autoacutectone contraiacutedos pelos indiviacuteduos nas
proximidades de suas residecircncias Em
2004 foram confirmados 62 casos o menor
registro neste periacuteodo de 4 anos e em 2007
se deu a maior incidecircncia totalizando
1705 notificaccedilotildees (Tabela 1)
O Plano Estadual de Contingecircncia
de Dengue no biecircnio 2005-2006
apresentado pela Secretaria do Estado de
Sauacutede destaca que o estado de Mato
Grosso enfrentou somente no ano 2005
8757 registros de casos notificados no
somente no periacuteodo de janeiro a outubro
significando um aumento de 163 em
relaccedilatildeo ao mesmo periacuteodo do ano anterior
(3330 casos) Em 2007 atingiu um dos
maiores registros no estado com 19288
casos No entanto esses iacutendices tiveram
queda de 589 comparada ao mecircs de
janeiro do ano seguinte 2008 Merece
destaque a situaccedilatildeo atiacutepica no Mato
Grosso do crescimento ascendente das
notificaccedilotildees nos meses de abril maio e
junho deste ano quando comparado com
anos anteriores
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A avaliaccedilatildeo mensal dos
levantamentos sobre as notificaccedilotildees de
ocorrecircncia de dengue nos anos de 2004 a
2008 no municiacutepio tem revelado padrotildees
sazonais de incidecircncia coincidente com o
veratildeo devido agrave maior ocorrecircncia de chuvas
e aumento de temperatura nesta estaccedilatildeo
pois os surtos da doenccedila tecircm ocorrido nos
primeiros semestres dos periacuteodos avaliados
e com uma visiacutevel diminuiccedilatildeo dos registros
no uacuteltimo semestre anual (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Notificaccedilotildees mensais de Dengue com total de casos notificados e confirmados
(Nm) e imoacuteveis inspecionados (Ii) no municiacutepio de Sinop no periacuteodo de 2004 - 2008 (Fonte
ERSSINANSINAN NET 2008)
Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008
Nm Ii Nm Ii Nm Ii Nm Ii Nm Ii
Jan 57 3794 7 21410 23 24758 170 25726 29 22899
Fev 37 17366 72 22130 52 23762 390 24267 41 27503
Mar 16 28107 66 23014 79 26120 504 22489 58 19073
Abr 10 20367 32 21632 69 24825 240 27389 19 26152
Maio 5 31028 39 15337 119 23755 127 22227 15 26285
Jun 0 27783 8 30002 48 19237 94 23804 14 34969
Jul 2 17500 9 21366 27 22881 77 20411 11 20235
Ago 0 25162 15 32298 10 35929 41 20838 10 28149
Set 1 16591 14 21201 0 24372 11 29568 4 30220
Out 3 19984 13 19320 10 29572 16 28825 6 24622
Nov 3 21307 9 22550 2 25008 18 23350 4 26916
Dez 4 31097 5 17025 5 19023 17 30045 6 15582
Total notificado 138 289 444 1705 217
Total confirmado 62 137 350 1537 65
As confirmaccedilotildees feitas sobre
aumento de visitas em imoacuteveis por parte do
trabalho realizado pelos agentes de sauacutede
permitiram inferir que apesar das visitas e
do aumento na frequumlecircncia das mesmas o
problema com focos nos domiciacutelios ainda
pode estar longe de ser sanado Este fator
pode estar ocorrendo por uma deficiecircncia
de informaccedilotildees e a falta de um controle
maior por parte da populaccedilatildeo
O aumento da ocorrecircncia
acompanha padrotildees sazonais de incidecircncia
coincidentes com o veratildeo devido agrave maior
ocorrecircncia de chuvas e aumento de
temperatura nesta estaccedilatildeo O maior nuacutemero
de casos notificados foi registrado de
janeiro a maio (Tabela 1)
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aproximadamente os mesmos meses onde
ocorreram os maiores regimes de chuvas
(Tabela 3)
Os levantamentos e
acompanhamentos nos imoacuteveis
residenciais e comerciais atraveacutes de
inspeccedilotildees realizadas pelos agentes de
sauacutede no municiacutepio tecircm atingido uma
meacutedia de 23803 inspeccedilotildeesano nuacutemeros
crescentes a cada ano mas tem se revelado
insuficientes devido ao aumento dos
registros de notificaccedilotildees registradas no
intervalo dos anos estudados (Tabela 1)
Analisando a distribuiccedilatildeo dos
iacutendices mensais de infestaccedilatildeo de formas
imaturas do vetor nos imoacuteveis foi
observado que no ano de 2004 a 2008
(Tabela 3) verifica-se que revelam uma
densidade maior nos trecircs primeiros e
uacuteltimos meses do ano correspondentes ao
periacuteodo de chuvas na regiatildeo coincidindo
com o aumento da incidecircncia da doenccedila
somente no primeiro trimestre dos anos
analisados e estes iacutendices de infestaccedilatildeo do
mosquito tecircm atingido porcentagens
superiores (acima de 1) aos tolerados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede (FUNASA
2007)
De acordo com o Programa
Nacional de Controle da Dengue do ano de
2008 do Ministeacuterio da Sauacutede a meta eacute que
o iacutendice de infestaccedilatildeo predial seja mantido
abaixo de 1 a fim de diminuir o risco de
transmissatildeo da doenccedila O MS estabelece os
seguintes paracircmetros para os iacutendices de
infestaccedilatildeo lt1 eacute considerado satisfatoacuterio
entre 1 a 39 eacute situaccedilatildeo de alerta e gt4
risco de surto TEIXEIRA et al (1999)
ressaltaram a importacircncia de se estabelecer
metas de reduccedilatildeo da populaccedilatildeo vetorial
que devem estar zero ou proacuteximas a zero
pois iacutendices superiores criam condiccedilotildees
favoraacuteveis a ocorrecircncia de epidemias Haacute
portanto a necessidade de uma vigilacircncia
entomoloacutegica permanente e um
acompanhamento dos iacutendices de infestaccedilatildeo
por micro aacutereas (zonas) eou bairros pelas
equipes municipais a fim de detectar
precocemente mudanccedilas na densidade e
distribuiccedilatildeo geograacutefica do vetor de forma
estratificada para adoccedilatildeo de medidas de
controle imediatas e focadas (SESMT
2008)
A verificaccedilatildeo dos imoacuteveis
inspecionados mostrou-se positiva para a
presenccedila de larvas do vetor confirmando
os depoacutesitos de A aegypti sempre com
nuacutemeros inferiores aos imoacuteveis
inspecionados Observa-se que em 2006 a
quantidade de depoacutesitos encontrados
atingiu uma maacutexima superior a todos os
periacuteodos analisados com 2989 depoacutesitos
positivos para presenccedila de formas imaturas
do vetor (Figura 1)
Conforme inspeccedilotildees feitas nos
imoacuteveis nos anos de 2004 - 2008 (Tabela
1) e a ocorrecircncia de focos no periacuteodo de
chuvas os dados demonstram que no
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municiacutepio os meses de maior ocorrecircncia
de depoacutesitos de A aegypti se concentraram
entre o primeiro e o uacuteltimo mecircs do periacuteodo
de chuva dos anos levantados Segundo
RIBEIRO et al (2006) nestes meses ou
periacuteodos ocorre um aumento consideraacutevel
dos criadouros do vetor aumentando as
condiccedilotildees ambientais apropriadas para o
desenvolvimento de adultos
Figura 1 ndash Nuacutemero de imoacuteveis positivos para depoacutesitos (IPD) do mosquito e de imoacuteveis com
presenccedila de Aedes aegypti nas residecircncias nos anos de 2004 a 2008 (Fonte SMSFAD
2008)
A Tabela 2 apresenta os tipos de
criadouros com maiores percentuais
peridomiciliares analisados durante a
pesquisa demonstrando uma
predominacircncia de criadouros em lixos
recipientes plaacutesticos latas e entulhos com
destaque para o ano de 2005 que
apresentou iacutendice de 6255
(LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo)
seguidos por depoacutesitos de aacutegua em niacutevel do
solo como vasos e recipientes semelhantes
com um percentual de 2477 em 2006
Conforme observado na Tabela 2
sobre os tipos de depoacutesitos predominantes
para a presenccedila de A aegypti totalizou-se
uma meacutedia em primeiro lugar para os
lixos recipientes plaacutesticos latas e entulhos
foram responsaacuteveis por 56 em segundo
depoacutesitos de aacutegua ao niacutevel do solo como
vasos e semelhantes com 167 e em
terceiro destaca-se pneus e outros materiais
rodantes com 1218 dos depoacutesitos
Observa-se como sugere VIEIRA amp
LIMA (2006) a falta de consciecircncia
ambiental pois com um destino adequado
do lixo um acondicionamento correto de
latas recipientes plaacutesticos latas ou
garrafas viradas de boca para baixo furos
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ou areias em vasos de plantas eliminam-se
a possibilidade destes se tornarem
criadouros do mosquito
O levantamento dos iacutendices
pluviomeacutetricos do municiacutepio demonstrou
que as maiores precipitaccedilotildees de chuva se
concentraram nos meses entre outubro e
abril com uma maior predominacircncia para
os meses de dezembro e janeiro e o ano
com maior densidade de chuva foi 2005
com 2206 mm (Tabela 3) OLIVEIRA E
AMARAL (2011) observando a
precipitaccedilatildeo relataram que haacute uma relaccedilatildeo
com os casos de dengue onde a maioria
dos casos foram registrados nos primeiros
5 meses do ano de 2008 simultacircneo com o
final do periacuteodo chuvosos eacute nesse periacuteodo
que ocorre a maioria dos casos
confirmados de dengue Fato esse que pode
ocorrer devido ao amontoamento de aacutegua
nas residecircncias que se transformam em
criadouros ao mosquito A aegypti
Entretanto o que deve ser considerado
nesta relaccedilatildeo natildeo eacute total precipitado mais
sim a sazonalidade das chuvas
Tabela 02 ndash Tipos de criadouros com presenccedila de Aedes aegypti no Municiacutepio de Sinop de
2004 a 2008 (ERSFADSISFAD 2008)
DepoacutesitosAno 2004 2005 2006 2007 2008
Depoacutesito de aacutegua elevado 20 136 165 094 028
Depoacutesito de aacutegua ao niacutevel do solo 211 1736 2477 1163 866
Depoacutesitos moacuteveis 60 484 515 1287 989
Depoacutesitos fixos 0 008 0 1046 993
Pneus e outros materiais rodantes 120 122 1144 1153 1375
LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo 581 6255 5568 4973 5546
Depoacutesitos naturais 08 161 131 284 203
Segundo FORATTINI (2002) e OLIVEIRA et al (2007) os periacuteodos caracterizados
pelas elevaccedilotildees de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas em geral mostram relaccedilatildeo positiva com a
transmissatildeo de dengue pois afetam a sobrevivecircncia e a reproduccedilatildeo do vetor as mudanccedilas na
sua distribuiccedilatildeo e densidade Um veratildeo uacutemido torna essas condiccedilotildees ideais (Tabela 3) Os
modelos preditivos para a transmissatildeo de dengue tecircm enfatizado a importacircncia da
temperatura precipitaccedilatildeo e umidade relativa do ar sobre a distribuiccedilatildeo de A aegypti
(mosquito transmissor) e na ocorrecircncia de surtos de dengue sendo a precipitaccedilatildeo o fator
climaacutetico mais importante para esses modelos (LIMA et al 2008)
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O aumento populacional pode ter agravado esta situaccedilatildeo por haver direta ou
indiretamente aumentado a quantidade de criadouros no periacutemetro das casas em terrenos
baldios e quintais mal cuidados aumentando a densidade larvaacuteria
Tabela 3 ndash Iacutendices Pluviomeacutetricos (IP) do municiacutepio de Sinop em miliacutemetros e Iacutendices
Mensais de Infestaccedilatildeo (IF) em percentagem de formas imaturas do vetor nos Imoacuteveis no
periacuteodo de 2004 a 2008 (Fonte Secretaria Municipal de Agricultura e EMPAER e SMSFAD
2008)
Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008
IP IF IP IF IP IF IP IF IP IF
Jan 423 306 443 276 225 173 155 339 368 198
Fev 441 200 273 166 234 254 325 183 229 169
Mar 347 079 456 154 196 204 220 088 180 190
Abr 40 053 86 052 190 126 11 049 89 085
Maio 0 030 0 022 0 037 0 036 40 031
Jun 0 004 0 017 0 015 0 010 0 007
Jul 0 011 0 007 0 012 0 014 0 006
Ago 0 008 0 008 0 010 0 012 0 003
Set 0 015 105 021 137 015 10 020 0 008
Out 150 060 161 065 357 072 10 070 0 050
Nov 92 139 139 122 226 140 233 170 230 130
Dez 365 117 543 115 432 177 265 124 470 129
Meacutedia Anual 15483 085 18383 085 16641 103 10241 093 13383 084
Segundo TAUIL (2001) as
mudanccedilas demograacuteficas causadas pelos
intensos fluxos migratoacuterios resultam num
ldquoinchaccedilordquo das cidades e estas natildeo tem
estrutura apropriada para atender as
necessidades baacutesicas destas populaccedilotildees De
acordo com a Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2008) a
populaccedilatildeo do municiacutepio de Sinop quase
triplicou somente no periacuteodo de 1991 a
2007 com um aumento populacional de
67378 indiviacuteduos (63) No Brasil o
crescimento global da populaccedilatildeo a
urbanizaccedilatildeo e as condiccedilotildees
socioambientais como condiccedilotildees
inadequadas de saneamento pouco
tratamento e destinaccedilatildeo seletiva de lixo
maacute distribuiccedilatildeo de renda e baixa
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escolaridade da maior parte da nossa
populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a
disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al
2009 TEIXEIRA et al 2009)
Uma das consequumlecircncias desta
situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em
potencial do principal mosquito vetor O
saneamento baacutesico em especial a coleta de
lixo e o fornecimento de aacutegua eacute
inadequado ao crescimento desordenado
destas grandes cidades (MUCELIN amp
BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)
Associada a esta situaccedilatildeo o sistema
produtivo industrial moderno que produz
grandes quantidades de recipientes
descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e
outros materiais que recebem um destino
inadequado
Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo
residenciais e comerciais revelam uma
distribuiccedilatildeo em todos os meses dos
intervalos analisados mas foram
encontradas densidades elevadas nos
primeiros e uacuteltimos meses do ano dos
periacuteodos estudados Os iacutendices analisados
mensalmente revelam uma densidade
maior em comparaccedilatildeo com os percentuais
anuais como no ano de 2007 que
apresentou uma densidade anual de 093
iacutendice considerado satisfatoacuterio mas
somente no mecircs de janeiro deste mesmo
ano atingiu a maacutexima percentual de 339
iacutendice este considerado risco de surto
(Tabela 3)
Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de
formas imaturas do vetor nos imoacuteveis
demonstrados mostram como esses
indicadores se dissipam quando analisados
como meacutedias anuais Obteve-se um
percentual semelhante para 2004 e 2005
(085) 2006 (103) 2007 (093) e
2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de
infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor
acabam se diluindo ao estabelecer uma
meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e
principalmente dos Estados e suas regiotildees
(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram
percentuais de ateacute 339 somente para o
mecircs de janeiro de 2007 um dos registros
mais elevados em todos os meses
analisados mas em contrapartida a meacutedia
anual para 2007 atingiu um iacutendice de
somente 103
Foram analisadas as frequumlecircncias de
notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde
foi verificado que todas as idades foram
acometidas pela doenccedila demonstrando um
alto risco de adoecimento em todas as
faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos
eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante
ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA
et al (2001) em Salvador na Bahia onde a
predominacircncia foi em indiviacuteduos com
idade acima de 15 anos poreacutem
WICHMANN (2004) nos relata que haacute
registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a
dengue hemorraacutegica acomete
preferencialmente adolescentes menores de
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15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute
relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em
Manaus onde a enfermidade predomina em
menores de 15 anos Mas natildeo se tem um
comportamento uacutenico de ocorrecircncia da
dengue por idade Segundo RIBEIRO et al
(2006) em caso das endemias a
suscetibilidade passa a ser universal
Na distribuiccedilatildeo de casos segundo
sexo constatou-se que aproximadamente
59 dos casos notificados revelaram uma
predominacircncia para o feminino (n = 1744)
e 41 (n = 1224) no masculino Segundo
RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al
(2009) haacute estudos que demonstram maiores
incidecircncias de dengue em mulheres do que
em homens apontando para um discreto
predomiacutenio de mulheres provavelmente
pelos seguintes motivos permanecem mais
tempo em suas residecircncias que os homens
e como a transmissatildeo se faz principalmente
no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila
observada pode justificar-se devido agrave
maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas
procurarem mais os serviccedilos de sauacutede
(Tabela 4)
A falta de consciecircncia ambiental
somados a uma coleta de lixo inadequada e
a falta de um controle de limpeza em
terrenos baldios pode ter agravado este
fato Estes fatores e os resultados obtidos
neste trabalho sugere que os principais
agravantes no aumento de casos de dengue
estaacute relacionado a chuva ao descaso da
populaccedilatildeo e a falta de um plano de
controle por parte do poder puacuteblico
(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)
Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E
SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP
Faixa Etaacuteria (ano) Sexo
Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino
2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70
2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139
2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209
2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703
2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103
A prevenccedilatildeo da dengue tem se
tornado um desafio pois as accedilotildees devem
ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico
ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na
cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo
do seu principal transmissor o A aegypti
Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior
desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo
motivada a resolver e enfrentar
coletivamente as endemias de dengue
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conscientizando-a a eliminar todos os
possiacuteveis criadouros de dengue
Como natildeo se dispotildee de uma vacina
para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode
contar com medidas de controle e
prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias
accedilotildees em conjunto que envolvam
investimento em saneamento baacutesico a
participaccedilatildeo das comunidades induzindo as
modificaccedilotildees de haacutebitos e
comportamentos a permissatildeo da
populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de
depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares
natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um
reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo
estudos proacuteprios agrave biologia do vetor
PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees
de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus
estatildeo fortemente associadas com a
densidade e dispersatildeo dos vetores
A elevada incidecircncia de infecccedilotildees
por dengue sugere como eacute reduzido o
impacto apresentado pelos programas de
combate ao A aegypti resultando em
sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp
VALLE (2007) ressalta a importacircncia das
coletas de larvas para verificar o impacto
das estrateacutegias baacutesicas de controle da
doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas
do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom
indicador para se medir a abundacircncia do
adulto ineficaz para estimar o risco de
transmissatildeo embora venha sendo usado
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados mostram a existecircncia
de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de
dengue e fatores abioacuteticos identificando o
intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos
contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos
casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem
ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e
controle e planejamento principalmente
em municiacutepios com perfis semelhantes
Faz-se necessaacuterio pensar numa
contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva
bem como melhorar o treinamento e a
formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais
5 AGRADECIMENTO
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e
ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela
disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz
Carlos Dilkin pelo constante apoio
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crescendo assim a necessidade da
realizaccedilatildeo de um estudo do comportamento
epidemioloacutegico da dengue Desta forma o
objetivo deste trabalho foi pautar os
possiacuteveis fatores abioacuteticos que contribuem
direta ou indiretamente para a ocorrecircncia
do vetor no municiacutepio de Sinop MT
2 MATERIAL E MEacuteTODOS
O trabalho foi realizado no
municiacutepio de Sinop localizado no norte do
estado do Mato Grosso agraves margens da
rodovia Cuiabaacute-Santareacutem (BR 163) Com
uma populaccedilatildeo estimada em 113099
habitantes e uma extensatildeo territorial de
3942 Kmsup2 (IBGE 2010)
Para o desenvolvimento dessa
pesquisa foram realizados levantamentos
bibliograacuteficos junto agrave Secretaria de Sauacutede
do Municiacutepio (SMS) e ao Escritoacuterio
Regional de Sauacutede (ERS) utilizando os
Sistemas de Informaccedilatildeo de Agravo de
Notificaccedilatildeo (SINAN e SINAN NET) e o
de Febre Amarela e Dengue (FAD e
SISFAD) Foram analisados os dados
quanto aos casos notificados com suspeita
da doenccedila e casos confirmados de dengue e
os dados sobre Iacutendice de Infestaccedilatildeo
predial Os dados referentes aos iacutendices
pluviomeacutetricos foram obtidos na Secretaria
de Agricultura e na Empresa Mato-
grossense de Pesquisa Assistecircncia e
Extensatildeo Rural (EMPAER)
3 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
No periacuteodo 2004 a 2008 foram
notificados mais de 2700 casos de dengue
no municiacutepio sendo 77 destes
confirmados segundo o Escritoacuterio
Regional de Sauacutede (ERS) Conforme esta
mesma fonte a maioria dos casos eacute
autoacutectone contraiacutedos pelos indiviacuteduos nas
proximidades de suas residecircncias Em
2004 foram confirmados 62 casos o menor
registro neste periacuteodo de 4 anos e em 2007
se deu a maior incidecircncia totalizando
1705 notificaccedilotildees (Tabela 1)
O Plano Estadual de Contingecircncia
de Dengue no biecircnio 2005-2006
apresentado pela Secretaria do Estado de
Sauacutede destaca que o estado de Mato
Grosso enfrentou somente no ano 2005
8757 registros de casos notificados no
somente no periacuteodo de janeiro a outubro
significando um aumento de 163 em
relaccedilatildeo ao mesmo periacuteodo do ano anterior
(3330 casos) Em 2007 atingiu um dos
maiores registros no estado com 19288
casos No entanto esses iacutendices tiveram
queda de 589 comparada ao mecircs de
janeiro do ano seguinte 2008 Merece
destaque a situaccedilatildeo atiacutepica no Mato
Grosso do crescimento ascendente das
notificaccedilotildees nos meses de abril maio e
junho deste ano quando comparado com
anos anteriores
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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
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A avaliaccedilatildeo mensal dos
levantamentos sobre as notificaccedilotildees de
ocorrecircncia de dengue nos anos de 2004 a
2008 no municiacutepio tem revelado padrotildees
sazonais de incidecircncia coincidente com o
veratildeo devido agrave maior ocorrecircncia de chuvas
e aumento de temperatura nesta estaccedilatildeo
pois os surtos da doenccedila tecircm ocorrido nos
primeiros semestres dos periacuteodos avaliados
e com uma visiacutevel diminuiccedilatildeo dos registros
no uacuteltimo semestre anual (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Notificaccedilotildees mensais de Dengue com total de casos notificados e confirmados
(Nm) e imoacuteveis inspecionados (Ii) no municiacutepio de Sinop no periacuteodo de 2004 - 2008 (Fonte
ERSSINANSINAN NET 2008)
Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008
Nm Ii Nm Ii Nm Ii Nm Ii Nm Ii
Jan 57 3794 7 21410 23 24758 170 25726 29 22899
Fev 37 17366 72 22130 52 23762 390 24267 41 27503
Mar 16 28107 66 23014 79 26120 504 22489 58 19073
Abr 10 20367 32 21632 69 24825 240 27389 19 26152
Maio 5 31028 39 15337 119 23755 127 22227 15 26285
Jun 0 27783 8 30002 48 19237 94 23804 14 34969
Jul 2 17500 9 21366 27 22881 77 20411 11 20235
Ago 0 25162 15 32298 10 35929 41 20838 10 28149
Set 1 16591 14 21201 0 24372 11 29568 4 30220
Out 3 19984 13 19320 10 29572 16 28825 6 24622
Nov 3 21307 9 22550 2 25008 18 23350 4 26916
Dez 4 31097 5 17025 5 19023 17 30045 6 15582
Total notificado 138 289 444 1705 217
Total confirmado 62 137 350 1537 65
As confirmaccedilotildees feitas sobre
aumento de visitas em imoacuteveis por parte do
trabalho realizado pelos agentes de sauacutede
permitiram inferir que apesar das visitas e
do aumento na frequumlecircncia das mesmas o
problema com focos nos domiciacutelios ainda
pode estar longe de ser sanado Este fator
pode estar ocorrendo por uma deficiecircncia
de informaccedilotildees e a falta de um controle
maior por parte da populaccedilatildeo
O aumento da ocorrecircncia
acompanha padrotildees sazonais de incidecircncia
coincidentes com o veratildeo devido agrave maior
ocorrecircncia de chuvas e aumento de
temperatura nesta estaccedilatildeo O maior nuacutemero
de casos notificados foi registrado de
janeiro a maio (Tabela 1)
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aproximadamente os mesmos meses onde
ocorreram os maiores regimes de chuvas
(Tabela 3)
Os levantamentos e
acompanhamentos nos imoacuteveis
residenciais e comerciais atraveacutes de
inspeccedilotildees realizadas pelos agentes de
sauacutede no municiacutepio tecircm atingido uma
meacutedia de 23803 inspeccedilotildeesano nuacutemeros
crescentes a cada ano mas tem se revelado
insuficientes devido ao aumento dos
registros de notificaccedilotildees registradas no
intervalo dos anos estudados (Tabela 1)
Analisando a distribuiccedilatildeo dos
iacutendices mensais de infestaccedilatildeo de formas
imaturas do vetor nos imoacuteveis foi
observado que no ano de 2004 a 2008
(Tabela 3) verifica-se que revelam uma
densidade maior nos trecircs primeiros e
uacuteltimos meses do ano correspondentes ao
periacuteodo de chuvas na regiatildeo coincidindo
com o aumento da incidecircncia da doenccedila
somente no primeiro trimestre dos anos
analisados e estes iacutendices de infestaccedilatildeo do
mosquito tecircm atingido porcentagens
superiores (acima de 1) aos tolerados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede (FUNASA
2007)
De acordo com o Programa
Nacional de Controle da Dengue do ano de
2008 do Ministeacuterio da Sauacutede a meta eacute que
o iacutendice de infestaccedilatildeo predial seja mantido
abaixo de 1 a fim de diminuir o risco de
transmissatildeo da doenccedila O MS estabelece os
seguintes paracircmetros para os iacutendices de
infestaccedilatildeo lt1 eacute considerado satisfatoacuterio
entre 1 a 39 eacute situaccedilatildeo de alerta e gt4
risco de surto TEIXEIRA et al (1999)
ressaltaram a importacircncia de se estabelecer
metas de reduccedilatildeo da populaccedilatildeo vetorial
que devem estar zero ou proacuteximas a zero
pois iacutendices superiores criam condiccedilotildees
favoraacuteveis a ocorrecircncia de epidemias Haacute
portanto a necessidade de uma vigilacircncia
entomoloacutegica permanente e um
acompanhamento dos iacutendices de infestaccedilatildeo
por micro aacutereas (zonas) eou bairros pelas
equipes municipais a fim de detectar
precocemente mudanccedilas na densidade e
distribuiccedilatildeo geograacutefica do vetor de forma
estratificada para adoccedilatildeo de medidas de
controle imediatas e focadas (SESMT
2008)
A verificaccedilatildeo dos imoacuteveis
inspecionados mostrou-se positiva para a
presenccedila de larvas do vetor confirmando
os depoacutesitos de A aegypti sempre com
nuacutemeros inferiores aos imoacuteveis
inspecionados Observa-se que em 2006 a
quantidade de depoacutesitos encontrados
atingiu uma maacutexima superior a todos os
periacuteodos analisados com 2989 depoacutesitos
positivos para presenccedila de formas imaturas
do vetor (Figura 1)
Conforme inspeccedilotildees feitas nos
imoacuteveis nos anos de 2004 - 2008 (Tabela
1) e a ocorrecircncia de focos no periacuteodo de
chuvas os dados demonstram que no
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municiacutepio os meses de maior ocorrecircncia
de depoacutesitos de A aegypti se concentraram
entre o primeiro e o uacuteltimo mecircs do periacuteodo
de chuva dos anos levantados Segundo
RIBEIRO et al (2006) nestes meses ou
periacuteodos ocorre um aumento consideraacutevel
dos criadouros do vetor aumentando as
condiccedilotildees ambientais apropriadas para o
desenvolvimento de adultos
Figura 1 ndash Nuacutemero de imoacuteveis positivos para depoacutesitos (IPD) do mosquito e de imoacuteveis com
presenccedila de Aedes aegypti nas residecircncias nos anos de 2004 a 2008 (Fonte SMSFAD
2008)
A Tabela 2 apresenta os tipos de
criadouros com maiores percentuais
peridomiciliares analisados durante a
pesquisa demonstrando uma
predominacircncia de criadouros em lixos
recipientes plaacutesticos latas e entulhos com
destaque para o ano de 2005 que
apresentou iacutendice de 6255
(LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo)
seguidos por depoacutesitos de aacutegua em niacutevel do
solo como vasos e recipientes semelhantes
com um percentual de 2477 em 2006
Conforme observado na Tabela 2
sobre os tipos de depoacutesitos predominantes
para a presenccedila de A aegypti totalizou-se
uma meacutedia em primeiro lugar para os
lixos recipientes plaacutesticos latas e entulhos
foram responsaacuteveis por 56 em segundo
depoacutesitos de aacutegua ao niacutevel do solo como
vasos e semelhantes com 167 e em
terceiro destaca-se pneus e outros materiais
rodantes com 1218 dos depoacutesitos
Observa-se como sugere VIEIRA amp
LIMA (2006) a falta de consciecircncia
ambiental pois com um destino adequado
do lixo um acondicionamento correto de
latas recipientes plaacutesticos latas ou
garrafas viradas de boca para baixo furos
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ou areias em vasos de plantas eliminam-se
a possibilidade destes se tornarem
criadouros do mosquito
O levantamento dos iacutendices
pluviomeacutetricos do municiacutepio demonstrou
que as maiores precipitaccedilotildees de chuva se
concentraram nos meses entre outubro e
abril com uma maior predominacircncia para
os meses de dezembro e janeiro e o ano
com maior densidade de chuva foi 2005
com 2206 mm (Tabela 3) OLIVEIRA E
AMARAL (2011) observando a
precipitaccedilatildeo relataram que haacute uma relaccedilatildeo
com os casos de dengue onde a maioria
dos casos foram registrados nos primeiros
5 meses do ano de 2008 simultacircneo com o
final do periacuteodo chuvosos eacute nesse periacuteodo
que ocorre a maioria dos casos
confirmados de dengue Fato esse que pode
ocorrer devido ao amontoamento de aacutegua
nas residecircncias que se transformam em
criadouros ao mosquito A aegypti
Entretanto o que deve ser considerado
nesta relaccedilatildeo natildeo eacute total precipitado mais
sim a sazonalidade das chuvas
Tabela 02 ndash Tipos de criadouros com presenccedila de Aedes aegypti no Municiacutepio de Sinop de
2004 a 2008 (ERSFADSISFAD 2008)
DepoacutesitosAno 2004 2005 2006 2007 2008
Depoacutesito de aacutegua elevado 20 136 165 094 028
Depoacutesito de aacutegua ao niacutevel do solo 211 1736 2477 1163 866
Depoacutesitos moacuteveis 60 484 515 1287 989
Depoacutesitos fixos 0 008 0 1046 993
Pneus e outros materiais rodantes 120 122 1144 1153 1375
LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo 581 6255 5568 4973 5546
Depoacutesitos naturais 08 161 131 284 203
Segundo FORATTINI (2002) e OLIVEIRA et al (2007) os periacuteodos caracterizados
pelas elevaccedilotildees de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas em geral mostram relaccedilatildeo positiva com a
transmissatildeo de dengue pois afetam a sobrevivecircncia e a reproduccedilatildeo do vetor as mudanccedilas na
sua distribuiccedilatildeo e densidade Um veratildeo uacutemido torna essas condiccedilotildees ideais (Tabela 3) Os
modelos preditivos para a transmissatildeo de dengue tecircm enfatizado a importacircncia da
temperatura precipitaccedilatildeo e umidade relativa do ar sobre a distribuiccedilatildeo de A aegypti
(mosquito transmissor) e na ocorrecircncia de surtos de dengue sendo a precipitaccedilatildeo o fator
climaacutetico mais importante para esses modelos (LIMA et al 2008)
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O aumento populacional pode ter agravado esta situaccedilatildeo por haver direta ou
indiretamente aumentado a quantidade de criadouros no periacutemetro das casas em terrenos
baldios e quintais mal cuidados aumentando a densidade larvaacuteria
Tabela 3 ndash Iacutendices Pluviomeacutetricos (IP) do municiacutepio de Sinop em miliacutemetros e Iacutendices
Mensais de Infestaccedilatildeo (IF) em percentagem de formas imaturas do vetor nos Imoacuteveis no
periacuteodo de 2004 a 2008 (Fonte Secretaria Municipal de Agricultura e EMPAER e SMSFAD
2008)
Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008
IP IF IP IF IP IF IP IF IP IF
Jan 423 306 443 276 225 173 155 339 368 198
Fev 441 200 273 166 234 254 325 183 229 169
Mar 347 079 456 154 196 204 220 088 180 190
Abr 40 053 86 052 190 126 11 049 89 085
Maio 0 030 0 022 0 037 0 036 40 031
Jun 0 004 0 017 0 015 0 010 0 007
Jul 0 011 0 007 0 012 0 014 0 006
Ago 0 008 0 008 0 010 0 012 0 003
Set 0 015 105 021 137 015 10 020 0 008
Out 150 060 161 065 357 072 10 070 0 050
Nov 92 139 139 122 226 140 233 170 230 130
Dez 365 117 543 115 432 177 265 124 470 129
Meacutedia Anual 15483 085 18383 085 16641 103 10241 093 13383 084
Segundo TAUIL (2001) as
mudanccedilas demograacuteficas causadas pelos
intensos fluxos migratoacuterios resultam num
ldquoinchaccedilordquo das cidades e estas natildeo tem
estrutura apropriada para atender as
necessidades baacutesicas destas populaccedilotildees De
acordo com a Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2008) a
populaccedilatildeo do municiacutepio de Sinop quase
triplicou somente no periacuteodo de 1991 a
2007 com um aumento populacional de
67378 indiviacuteduos (63) No Brasil o
crescimento global da populaccedilatildeo a
urbanizaccedilatildeo e as condiccedilotildees
socioambientais como condiccedilotildees
inadequadas de saneamento pouco
tratamento e destinaccedilatildeo seletiva de lixo
maacute distribuiccedilatildeo de renda e baixa
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escolaridade da maior parte da nossa
populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a
disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al
2009 TEIXEIRA et al 2009)
Uma das consequumlecircncias desta
situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em
potencial do principal mosquito vetor O
saneamento baacutesico em especial a coleta de
lixo e o fornecimento de aacutegua eacute
inadequado ao crescimento desordenado
destas grandes cidades (MUCELIN amp
BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)
Associada a esta situaccedilatildeo o sistema
produtivo industrial moderno que produz
grandes quantidades de recipientes
descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e
outros materiais que recebem um destino
inadequado
Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo
residenciais e comerciais revelam uma
distribuiccedilatildeo em todos os meses dos
intervalos analisados mas foram
encontradas densidades elevadas nos
primeiros e uacuteltimos meses do ano dos
periacuteodos estudados Os iacutendices analisados
mensalmente revelam uma densidade
maior em comparaccedilatildeo com os percentuais
anuais como no ano de 2007 que
apresentou uma densidade anual de 093
iacutendice considerado satisfatoacuterio mas
somente no mecircs de janeiro deste mesmo
ano atingiu a maacutexima percentual de 339
iacutendice este considerado risco de surto
(Tabela 3)
Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de
formas imaturas do vetor nos imoacuteveis
demonstrados mostram como esses
indicadores se dissipam quando analisados
como meacutedias anuais Obteve-se um
percentual semelhante para 2004 e 2005
(085) 2006 (103) 2007 (093) e
2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de
infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor
acabam se diluindo ao estabelecer uma
meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e
principalmente dos Estados e suas regiotildees
(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram
percentuais de ateacute 339 somente para o
mecircs de janeiro de 2007 um dos registros
mais elevados em todos os meses
analisados mas em contrapartida a meacutedia
anual para 2007 atingiu um iacutendice de
somente 103
Foram analisadas as frequumlecircncias de
notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde
foi verificado que todas as idades foram
acometidas pela doenccedila demonstrando um
alto risco de adoecimento em todas as
faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos
eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante
ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA
et al (2001) em Salvador na Bahia onde a
predominacircncia foi em indiviacuteduos com
idade acima de 15 anos poreacutem
WICHMANN (2004) nos relata que haacute
registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a
dengue hemorraacutegica acomete
preferencialmente adolescentes menores de
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15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute
relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em
Manaus onde a enfermidade predomina em
menores de 15 anos Mas natildeo se tem um
comportamento uacutenico de ocorrecircncia da
dengue por idade Segundo RIBEIRO et al
(2006) em caso das endemias a
suscetibilidade passa a ser universal
Na distribuiccedilatildeo de casos segundo
sexo constatou-se que aproximadamente
59 dos casos notificados revelaram uma
predominacircncia para o feminino (n = 1744)
e 41 (n = 1224) no masculino Segundo
RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al
(2009) haacute estudos que demonstram maiores
incidecircncias de dengue em mulheres do que
em homens apontando para um discreto
predomiacutenio de mulheres provavelmente
pelos seguintes motivos permanecem mais
tempo em suas residecircncias que os homens
e como a transmissatildeo se faz principalmente
no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila
observada pode justificar-se devido agrave
maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas
procurarem mais os serviccedilos de sauacutede
(Tabela 4)
A falta de consciecircncia ambiental
somados a uma coleta de lixo inadequada e
a falta de um controle de limpeza em
terrenos baldios pode ter agravado este
fato Estes fatores e os resultados obtidos
neste trabalho sugere que os principais
agravantes no aumento de casos de dengue
estaacute relacionado a chuva ao descaso da
populaccedilatildeo e a falta de um plano de
controle por parte do poder puacuteblico
(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)
Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E
SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP
Faixa Etaacuteria (ano) Sexo
Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino
2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70
2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139
2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209
2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703
2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103
A prevenccedilatildeo da dengue tem se
tornado um desafio pois as accedilotildees devem
ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico
ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na
cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo
do seu principal transmissor o A aegypti
Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior
desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo
motivada a resolver e enfrentar
coletivamente as endemias de dengue
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conscientizando-a a eliminar todos os
possiacuteveis criadouros de dengue
Como natildeo se dispotildee de uma vacina
para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode
contar com medidas de controle e
prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias
accedilotildees em conjunto que envolvam
investimento em saneamento baacutesico a
participaccedilatildeo das comunidades induzindo as
modificaccedilotildees de haacutebitos e
comportamentos a permissatildeo da
populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de
depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares
natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um
reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo
estudos proacuteprios agrave biologia do vetor
PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees
de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus
estatildeo fortemente associadas com a
densidade e dispersatildeo dos vetores
A elevada incidecircncia de infecccedilotildees
por dengue sugere como eacute reduzido o
impacto apresentado pelos programas de
combate ao A aegypti resultando em
sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp
VALLE (2007) ressalta a importacircncia das
coletas de larvas para verificar o impacto
das estrateacutegias baacutesicas de controle da
doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas
do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom
indicador para se medir a abundacircncia do
adulto ineficaz para estimar o risco de
transmissatildeo embora venha sendo usado
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados mostram a existecircncia
de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de
dengue e fatores abioacuteticos identificando o
intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos
contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos
casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem
ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e
controle e planejamento principalmente
em municiacutepios com perfis semelhantes
Faz-se necessaacuterio pensar numa
contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva
bem como melhorar o treinamento e a
formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais
5 AGRADECIMENTO
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e
ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela
disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz
Carlos Dilkin pelo constante apoio
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A avaliaccedilatildeo mensal dos
levantamentos sobre as notificaccedilotildees de
ocorrecircncia de dengue nos anos de 2004 a
2008 no municiacutepio tem revelado padrotildees
sazonais de incidecircncia coincidente com o
veratildeo devido agrave maior ocorrecircncia de chuvas
e aumento de temperatura nesta estaccedilatildeo
pois os surtos da doenccedila tecircm ocorrido nos
primeiros semestres dos periacuteodos avaliados
e com uma visiacutevel diminuiccedilatildeo dos registros
no uacuteltimo semestre anual (Tabela 1)
Tabela 1 ndash Notificaccedilotildees mensais de Dengue com total de casos notificados e confirmados
(Nm) e imoacuteveis inspecionados (Ii) no municiacutepio de Sinop no periacuteodo de 2004 - 2008 (Fonte
ERSSINANSINAN NET 2008)
Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008
Nm Ii Nm Ii Nm Ii Nm Ii Nm Ii
Jan 57 3794 7 21410 23 24758 170 25726 29 22899
Fev 37 17366 72 22130 52 23762 390 24267 41 27503
Mar 16 28107 66 23014 79 26120 504 22489 58 19073
Abr 10 20367 32 21632 69 24825 240 27389 19 26152
Maio 5 31028 39 15337 119 23755 127 22227 15 26285
Jun 0 27783 8 30002 48 19237 94 23804 14 34969
Jul 2 17500 9 21366 27 22881 77 20411 11 20235
Ago 0 25162 15 32298 10 35929 41 20838 10 28149
Set 1 16591 14 21201 0 24372 11 29568 4 30220
Out 3 19984 13 19320 10 29572 16 28825 6 24622
Nov 3 21307 9 22550 2 25008 18 23350 4 26916
Dez 4 31097 5 17025 5 19023 17 30045 6 15582
Total notificado 138 289 444 1705 217
Total confirmado 62 137 350 1537 65
As confirmaccedilotildees feitas sobre
aumento de visitas em imoacuteveis por parte do
trabalho realizado pelos agentes de sauacutede
permitiram inferir que apesar das visitas e
do aumento na frequumlecircncia das mesmas o
problema com focos nos domiciacutelios ainda
pode estar longe de ser sanado Este fator
pode estar ocorrendo por uma deficiecircncia
de informaccedilotildees e a falta de um controle
maior por parte da populaccedilatildeo
O aumento da ocorrecircncia
acompanha padrotildees sazonais de incidecircncia
coincidentes com o veratildeo devido agrave maior
ocorrecircncia de chuvas e aumento de
temperatura nesta estaccedilatildeo O maior nuacutemero
de casos notificados foi registrado de
janeiro a maio (Tabela 1)
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aproximadamente os mesmos meses onde
ocorreram os maiores regimes de chuvas
(Tabela 3)
Os levantamentos e
acompanhamentos nos imoacuteveis
residenciais e comerciais atraveacutes de
inspeccedilotildees realizadas pelos agentes de
sauacutede no municiacutepio tecircm atingido uma
meacutedia de 23803 inspeccedilotildeesano nuacutemeros
crescentes a cada ano mas tem se revelado
insuficientes devido ao aumento dos
registros de notificaccedilotildees registradas no
intervalo dos anos estudados (Tabela 1)
Analisando a distribuiccedilatildeo dos
iacutendices mensais de infestaccedilatildeo de formas
imaturas do vetor nos imoacuteveis foi
observado que no ano de 2004 a 2008
(Tabela 3) verifica-se que revelam uma
densidade maior nos trecircs primeiros e
uacuteltimos meses do ano correspondentes ao
periacuteodo de chuvas na regiatildeo coincidindo
com o aumento da incidecircncia da doenccedila
somente no primeiro trimestre dos anos
analisados e estes iacutendices de infestaccedilatildeo do
mosquito tecircm atingido porcentagens
superiores (acima de 1) aos tolerados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede (FUNASA
2007)
De acordo com o Programa
Nacional de Controle da Dengue do ano de
2008 do Ministeacuterio da Sauacutede a meta eacute que
o iacutendice de infestaccedilatildeo predial seja mantido
abaixo de 1 a fim de diminuir o risco de
transmissatildeo da doenccedila O MS estabelece os
seguintes paracircmetros para os iacutendices de
infestaccedilatildeo lt1 eacute considerado satisfatoacuterio
entre 1 a 39 eacute situaccedilatildeo de alerta e gt4
risco de surto TEIXEIRA et al (1999)
ressaltaram a importacircncia de se estabelecer
metas de reduccedilatildeo da populaccedilatildeo vetorial
que devem estar zero ou proacuteximas a zero
pois iacutendices superiores criam condiccedilotildees
favoraacuteveis a ocorrecircncia de epidemias Haacute
portanto a necessidade de uma vigilacircncia
entomoloacutegica permanente e um
acompanhamento dos iacutendices de infestaccedilatildeo
por micro aacutereas (zonas) eou bairros pelas
equipes municipais a fim de detectar
precocemente mudanccedilas na densidade e
distribuiccedilatildeo geograacutefica do vetor de forma
estratificada para adoccedilatildeo de medidas de
controle imediatas e focadas (SESMT
2008)
A verificaccedilatildeo dos imoacuteveis
inspecionados mostrou-se positiva para a
presenccedila de larvas do vetor confirmando
os depoacutesitos de A aegypti sempre com
nuacutemeros inferiores aos imoacuteveis
inspecionados Observa-se que em 2006 a
quantidade de depoacutesitos encontrados
atingiu uma maacutexima superior a todos os
periacuteodos analisados com 2989 depoacutesitos
positivos para presenccedila de formas imaturas
do vetor (Figura 1)
Conforme inspeccedilotildees feitas nos
imoacuteveis nos anos de 2004 - 2008 (Tabela
1) e a ocorrecircncia de focos no periacuteodo de
chuvas os dados demonstram que no
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municiacutepio os meses de maior ocorrecircncia
de depoacutesitos de A aegypti se concentraram
entre o primeiro e o uacuteltimo mecircs do periacuteodo
de chuva dos anos levantados Segundo
RIBEIRO et al (2006) nestes meses ou
periacuteodos ocorre um aumento consideraacutevel
dos criadouros do vetor aumentando as
condiccedilotildees ambientais apropriadas para o
desenvolvimento de adultos
Figura 1 ndash Nuacutemero de imoacuteveis positivos para depoacutesitos (IPD) do mosquito e de imoacuteveis com
presenccedila de Aedes aegypti nas residecircncias nos anos de 2004 a 2008 (Fonte SMSFAD
2008)
A Tabela 2 apresenta os tipos de
criadouros com maiores percentuais
peridomiciliares analisados durante a
pesquisa demonstrando uma
predominacircncia de criadouros em lixos
recipientes plaacutesticos latas e entulhos com
destaque para o ano de 2005 que
apresentou iacutendice de 6255
(LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo)
seguidos por depoacutesitos de aacutegua em niacutevel do
solo como vasos e recipientes semelhantes
com um percentual de 2477 em 2006
Conforme observado na Tabela 2
sobre os tipos de depoacutesitos predominantes
para a presenccedila de A aegypti totalizou-se
uma meacutedia em primeiro lugar para os
lixos recipientes plaacutesticos latas e entulhos
foram responsaacuteveis por 56 em segundo
depoacutesitos de aacutegua ao niacutevel do solo como
vasos e semelhantes com 167 e em
terceiro destaca-se pneus e outros materiais
rodantes com 1218 dos depoacutesitos
Observa-se como sugere VIEIRA amp
LIMA (2006) a falta de consciecircncia
ambiental pois com um destino adequado
do lixo um acondicionamento correto de
latas recipientes plaacutesticos latas ou
garrafas viradas de boca para baixo furos
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ou areias em vasos de plantas eliminam-se
a possibilidade destes se tornarem
criadouros do mosquito
O levantamento dos iacutendices
pluviomeacutetricos do municiacutepio demonstrou
que as maiores precipitaccedilotildees de chuva se
concentraram nos meses entre outubro e
abril com uma maior predominacircncia para
os meses de dezembro e janeiro e o ano
com maior densidade de chuva foi 2005
com 2206 mm (Tabela 3) OLIVEIRA E
AMARAL (2011) observando a
precipitaccedilatildeo relataram que haacute uma relaccedilatildeo
com os casos de dengue onde a maioria
dos casos foram registrados nos primeiros
5 meses do ano de 2008 simultacircneo com o
final do periacuteodo chuvosos eacute nesse periacuteodo
que ocorre a maioria dos casos
confirmados de dengue Fato esse que pode
ocorrer devido ao amontoamento de aacutegua
nas residecircncias que se transformam em
criadouros ao mosquito A aegypti
Entretanto o que deve ser considerado
nesta relaccedilatildeo natildeo eacute total precipitado mais
sim a sazonalidade das chuvas
Tabela 02 ndash Tipos de criadouros com presenccedila de Aedes aegypti no Municiacutepio de Sinop de
2004 a 2008 (ERSFADSISFAD 2008)
DepoacutesitosAno 2004 2005 2006 2007 2008
Depoacutesito de aacutegua elevado 20 136 165 094 028
Depoacutesito de aacutegua ao niacutevel do solo 211 1736 2477 1163 866
Depoacutesitos moacuteveis 60 484 515 1287 989
Depoacutesitos fixos 0 008 0 1046 993
Pneus e outros materiais rodantes 120 122 1144 1153 1375
LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo 581 6255 5568 4973 5546
Depoacutesitos naturais 08 161 131 284 203
Segundo FORATTINI (2002) e OLIVEIRA et al (2007) os periacuteodos caracterizados
pelas elevaccedilotildees de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas em geral mostram relaccedilatildeo positiva com a
transmissatildeo de dengue pois afetam a sobrevivecircncia e a reproduccedilatildeo do vetor as mudanccedilas na
sua distribuiccedilatildeo e densidade Um veratildeo uacutemido torna essas condiccedilotildees ideais (Tabela 3) Os
modelos preditivos para a transmissatildeo de dengue tecircm enfatizado a importacircncia da
temperatura precipitaccedilatildeo e umidade relativa do ar sobre a distribuiccedilatildeo de A aegypti
(mosquito transmissor) e na ocorrecircncia de surtos de dengue sendo a precipitaccedilatildeo o fator
climaacutetico mais importante para esses modelos (LIMA et al 2008)
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O aumento populacional pode ter agravado esta situaccedilatildeo por haver direta ou
indiretamente aumentado a quantidade de criadouros no periacutemetro das casas em terrenos
baldios e quintais mal cuidados aumentando a densidade larvaacuteria
Tabela 3 ndash Iacutendices Pluviomeacutetricos (IP) do municiacutepio de Sinop em miliacutemetros e Iacutendices
Mensais de Infestaccedilatildeo (IF) em percentagem de formas imaturas do vetor nos Imoacuteveis no
periacuteodo de 2004 a 2008 (Fonte Secretaria Municipal de Agricultura e EMPAER e SMSFAD
2008)
Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008
IP IF IP IF IP IF IP IF IP IF
Jan 423 306 443 276 225 173 155 339 368 198
Fev 441 200 273 166 234 254 325 183 229 169
Mar 347 079 456 154 196 204 220 088 180 190
Abr 40 053 86 052 190 126 11 049 89 085
Maio 0 030 0 022 0 037 0 036 40 031
Jun 0 004 0 017 0 015 0 010 0 007
Jul 0 011 0 007 0 012 0 014 0 006
Ago 0 008 0 008 0 010 0 012 0 003
Set 0 015 105 021 137 015 10 020 0 008
Out 150 060 161 065 357 072 10 070 0 050
Nov 92 139 139 122 226 140 233 170 230 130
Dez 365 117 543 115 432 177 265 124 470 129
Meacutedia Anual 15483 085 18383 085 16641 103 10241 093 13383 084
Segundo TAUIL (2001) as
mudanccedilas demograacuteficas causadas pelos
intensos fluxos migratoacuterios resultam num
ldquoinchaccedilordquo das cidades e estas natildeo tem
estrutura apropriada para atender as
necessidades baacutesicas destas populaccedilotildees De
acordo com a Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2008) a
populaccedilatildeo do municiacutepio de Sinop quase
triplicou somente no periacuteodo de 1991 a
2007 com um aumento populacional de
67378 indiviacuteduos (63) No Brasil o
crescimento global da populaccedilatildeo a
urbanizaccedilatildeo e as condiccedilotildees
socioambientais como condiccedilotildees
inadequadas de saneamento pouco
tratamento e destinaccedilatildeo seletiva de lixo
maacute distribuiccedilatildeo de renda e baixa
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escolaridade da maior parte da nossa
populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a
disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al
2009 TEIXEIRA et al 2009)
Uma das consequumlecircncias desta
situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em
potencial do principal mosquito vetor O
saneamento baacutesico em especial a coleta de
lixo e o fornecimento de aacutegua eacute
inadequado ao crescimento desordenado
destas grandes cidades (MUCELIN amp
BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)
Associada a esta situaccedilatildeo o sistema
produtivo industrial moderno que produz
grandes quantidades de recipientes
descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e
outros materiais que recebem um destino
inadequado
Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo
residenciais e comerciais revelam uma
distribuiccedilatildeo em todos os meses dos
intervalos analisados mas foram
encontradas densidades elevadas nos
primeiros e uacuteltimos meses do ano dos
periacuteodos estudados Os iacutendices analisados
mensalmente revelam uma densidade
maior em comparaccedilatildeo com os percentuais
anuais como no ano de 2007 que
apresentou uma densidade anual de 093
iacutendice considerado satisfatoacuterio mas
somente no mecircs de janeiro deste mesmo
ano atingiu a maacutexima percentual de 339
iacutendice este considerado risco de surto
(Tabela 3)
Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de
formas imaturas do vetor nos imoacuteveis
demonstrados mostram como esses
indicadores se dissipam quando analisados
como meacutedias anuais Obteve-se um
percentual semelhante para 2004 e 2005
(085) 2006 (103) 2007 (093) e
2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de
infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor
acabam se diluindo ao estabelecer uma
meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e
principalmente dos Estados e suas regiotildees
(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram
percentuais de ateacute 339 somente para o
mecircs de janeiro de 2007 um dos registros
mais elevados em todos os meses
analisados mas em contrapartida a meacutedia
anual para 2007 atingiu um iacutendice de
somente 103
Foram analisadas as frequumlecircncias de
notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde
foi verificado que todas as idades foram
acometidas pela doenccedila demonstrando um
alto risco de adoecimento em todas as
faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos
eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante
ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA
et al (2001) em Salvador na Bahia onde a
predominacircncia foi em indiviacuteduos com
idade acima de 15 anos poreacutem
WICHMANN (2004) nos relata que haacute
registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a
dengue hemorraacutegica acomete
preferencialmente adolescentes menores de
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15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute
relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em
Manaus onde a enfermidade predomina em
menores de 15 anos Mas natildeo se tem um
comportamento uacutenico de ocorrecircncia da
dengue por idade Segundo RIBEIRO et al
(2006) em caso das endemias a
suscetibilidade passa a ser universal
Na distribuiccedilatildeo de casos segundo
sexo constatou-se que aproximadamente
59 dos casos notificados revelaram uma
predominacircncia para o feminino (n = 1744)
e 41 (n = 1224) no masculino Segundo
RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al
(2009) haacute estudos que demonstram maiores
incidecircncias de dengue em mulheres do que
em homens apontando para um discreto
predomiacutenio de mulheres provavelmente
pelos seguintes motivos permanecem mais
tempo em suas residecircncias que os homens
e como a transmissatildeo se faz principalmente
no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila
observada pode justificar-se devido agrave
maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas
procurarem mais os serviccedilos de sauacutede
(Tabela 4)
A falta de consciecircncia ambiental
somados a uma coleta de lixo inadequada e
a falta de um controle de limpeza em
terrenos baldios pode ter agravado este
fato Estes fatores e os resultados obtidos
neste trabalho sugere que os principais
agravantes no aumento de casos de dengue
estaacute relacionado a chuva ao descaso da
populaccedilatildeo e a falta de um plano de
controle por parte do poder puacuteblico
(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)
Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E
SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP
Faixa Etaacuteria (ano) Sexo
Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino
2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70
2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139
2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209
2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703
2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103
A prevenccedilatildeo da dengue tem se
tornado um desafio pois as accedilotildees devem
ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico
ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na
cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo
do seu principal transmissor o A aegypti
Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior
desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo
motivada a resolver e enfrentar
coletivamente as endemias de dengue
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conscientizando-a a eliminar todos os
possiacuteveis criadouros de dengue
Como natildeo se dispotildee de uma vacina
para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode
contar com medidas de controle e
prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias
accedilotildees em conjunto que envolvam
investimento em saneamento baacutesico a
participaccedilatildeo das comunidades induzindo as
modificaccedilotildees de haacutebitos e
comportamentos a permissatildeo da
populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de
depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares
natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um
reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo
estudos proacuteprios agrave biologia do vetor
PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees
de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus
estatildeo fortemente associadas com a
densidade e dispersatildeo dos vetores
A elevada incidecircncia de infecccedilotildees
por dengue sugere como eacute reduzido o
impacto apresentado pelos programas de
combate ao A aegypti resultando em
sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp
VALLE (2007) ressalta a importacircncia das
coletas de larvas para verificar o impacto
das estrateacutegias baacutesicas de controle da
doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas
do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom
indicador para se medir a abundacircncia do
adulto ineficaz para estimar o risco de
transmissatildeo embora venha sendo usado
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados mostram a existecircncia
de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de
dengue e fatores abioacuteticos identificando o
intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos
contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos
casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem
ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e
controle e planejamento principalmente
em municiacutepios com perfis semelhantes
Faz-se necessaacuterio pensar numa
contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva
bem como melhorar o treinamento e a
formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais
5 AGRADECIMENTO
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e
ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela
disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz
Carlos Dilkin pelo constante apoio
6 REFEREcircNCIAS
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aproximadamente os mesmos meses onde
ocorreram os maiores regimes de chuvas
(Tabela 3)
Os levantamentos e
acompanhamentos nos imoacuteveis
residenciais e comerciais atraveacutes de
inspeccedilotildees realizadas pelos agentes de
sauacutede no municiacutepio tecircm atingido uma
meacutedia de 23803 inspeccedilotildeesano nuacutemeros
crescentes a cada ano mas tem se revelado
insuficientes devido ao aumento dos
registros de notificaccedilotildees registradas no
intervalo dos anos estudados (Tabela 1)
Analisando a distribuiccedilatildeo dos
iacutendices mensais de infestaccedilatildeo de formas
imaturas do vetor nos imoacuteveis foi
observado que no ano de 2004 a 2008
(Tabela 3) verifica-se que revelam uma
densidade maior nos trecircs primeiros e
uacuteltimos meses do ano correspondentes ao
periacuteodo de chuvas na regiatildeo coincidindo
com o aumento da incidecircncia da doenccedila
somente no primeiro trimestre dos anos
analisados e estes iacutendices de infestaccedilatildeo do
mosquito tecircm atingido porcentagens
superiores (acima de 1) aos tolerados
pelo Ministeacuterio da Sauacutede (FUNASA
2007)
De acordo com o Programa
Nacional de Controle da Dengue do ano de
2008 do Ministeacuterio da Sauacutede a meta eacute que
o iacutendice de infestaccedilatildeo predial seja mantido
abaixo de 1 a fim de diminuir o risco de
transmissatildeo da doenccedila O MS estabelece os
seguintes paracircmetros para os iacutendices de
infestaccedilatildeo lt1 eacute considerado satisfatoacuterio
entre 1 a 39 eacute situaccedilatildeo de alerta e gt4
risco de surto TEIXEIRA et al (1999)
ressaltaram a importacircncia de se estabelecer
metas de reduccedilatildeo da populaccedilatildeo vetorial
que devem estar zero ou proacuteximas a zero
pois iacutendices superiores criam condiccedilotildees
favoraacuteveis a ocorrecircncia de epidemias Haacute
portanto a necessidade de uma vigilacircncia
entomoloacutegica permanente e um
acompanhamento dos iacutendices de infestaccedilatildeo
por micro aacutereas (zonas) eou bairros pelas
equipes municipais a fim de detectar
precocemente mudanccedilas na densidade e
distribuiccedilatildeo geograacutefica do vetor de forma
estratificada para adoccedilatildeo de medidas de
controle imediatas e focadas (SESMT
2008)
A verificaccedilatildeo dos imoacuteveis
inspecionados mostrou-se positiva para a
presenccedila de larvas do vetor confirmando
os depoacutesitos de A aegypti sempre com
nuacutemeros inferiores aos imoacuteveis
inspecionados Observa-se que em 2006 a
quantidade de depoacutesitos encontrados
atingiu uma maacutexima superior a todos os
periacuteodos analisados com 2989 depoacutesitos
positivos para presenccedila de formas imaturas
do vetor (Figura 1)
Conforme inspeccedilotildees feitas nos
imoacuteveis nos anos de 2004 - 2008 (Tabela
1) e a ocorrecircncia de focos no periacuteodo de
chuvas os dados demonstram que no
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municiacutepio os meses de maior ocorrecircncia
de depoacutesitos de A aegypti se concentraram
entre o primeiro e o uacuteltimo mecircs do periacuteodo
de chuva dos anos levantados Segundo
RIBEIRO et al (2006) nestes meses ou
periacuteodos ocorre um aumento consideraacutevel
dos criadouros do vetor aumentando as
condiccedilotildees ambientais apropriadas para o
desenvolvimento de adultos
Figura 1 ndash Nuacutemero de imoacuteveis positivos para depoacutesitos (IPD) do mosquito e de imoacuteveis com
presenccedila de Aedes aegypti nas residecircncias nos anos de 2004 a 2008 (Fonte SMSFAD
2008)
A Tabela 2 apresenta os tipos de
criadouros com maiores percentuais
peridomiciliares analisados durante a
pesquisa demonstrando uma
predominacircncia de criadouros em lixos
recipientes plaacutesticos latas e entulhos com
destaque para o ano de 2005 que
apresentou iacutendice de 6255
(LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo)
seguidos por depoacutesitos de aacutegua em niacutevel do
solo como vasos e recipientes semelhantes
com um percentual de 2477 em 2006
Conforme observado na Tabela 2
sobre os tipos de depoacutesitos predominantes
para a presenccedila de A aegypti totalizou-se
uma meacutedia em primeiro lugar para os
lixos recipientes plaacutesticos latas e entulhos
foram responsaacuteveis por 56 em segundo
depoacutesitos de aacutegua ao niacutevel do solo como
vasos e semelhantes com 167 e em
terceiro destaca-se pneus e outros materiais
rodantes com 1218 dos depoacutesitos
Observa-se como sugere VIEIRA amp
LIMA (2006) a falta de consciecircncia
ambiental pois com um destino adequado
do lixo um acondicionamento correto de
latas recipientes plaacutesticos latas ou
garrafas viradas de boca para baixo furos
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ou areias em vasos de plantas eliminam-se
a possibilidade destes se tornarem
criadouros do mosquito
O levantamento dos iacutendices
pluviomeacutetricos do municiacutepio demonstrou
que as maiores precipitaccedilotildees de chuva se
concentraram nos meses entre outubro e
abril com uma maior predominacircncia para
os meses de dezembro e janeiro e o ano
com maior densidade de chuva foi 2005
com 2206 mm (Tabela 3) OLIVEIRA E
AMARAL (2011) observando a
precipitaccedilatildeo relataram que haacute uma relaccedilatildeo
com os casos de dengue onde a maioria
dos casos foram registrados nos primeiros
5 meses do ano de 2008 simultacircneo com o
final do periacuteodo chuvosos eacute nesse periacuteodo
que ocorre a maioria dos casos
confirmados de dengue Fato esse que pode
ocorrer devido ao amontoamento de aacutegua
nas residecircncias que se transformam em
criadouros ao mosquito A aegypti
Entretanto o que deve ser considerado
nesta relaccedilatildeo natildeo eacute total precipitado mais
sim a sazonalidade das chuvas
Tabela 02 ndash Tipos de criadouros com presenccedila de Aedes aegypti no Municiacutepio de Sinop de
2004 a 2008 (ERSFADSISFAD 2008)
DepoacutesitosAno 2004 2005 2006 2007 2008
Depoacutesito de aacutegua elevado 20 136 165 094 028
Depoacutesito de aacutegua ao niacutevel do solo 211 1736 2477 1163 866
Depoacutesitos moacuteveis 60 484 515 1287 989
Depoacutesitos fixos 0 008 0 1046 993
Pneus e outros materiais rodantes 120 122 1144 1153 1375
LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo 581 6255 5568 4973 5546
Depoacutesitos naturais 08 161 131 284 203
Segundo FORATTINI (2002) e OLIVEIRA et al (2007) os periacuteodos caracterizados
pelas elevaccedilotildees de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas em geral mostram relaccedilatildeo positiva com a
transmissatildeo de dengue pois afetam a sobrevivecircncia e a reproduccedilatildeo do vetor as mudanccedilas na
sua distribuiccedilatildeo e densidade Um veratildeo uacutemido torna essas condiccedilotildees ideais (Tabela 3) Os
modelos preditivos para a transmissatildeo de dengue tecircm enfatizado a importacircncia da
temperatura precipitaccedilatildeo e umidade relativa do ar sobre a distribuiccedilatildeo de A aegypti
(mosquito transmissor) e na ocorrecircncia de surtos de dengue sendo a precipitaccedilatildeo o fator
climaacutetico mais importante para esses modelos (LIMA et al 2008)
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O aumento populacional pode ter agravado esta situaccedilatildeo por haver direta ou
indiretamente aumentado a quantidade de criadouros no periacutemetro das casas em terrenos
baldios e quintais mal cuidados aumentando a densidade larvaacuteria
Tabela 3 ndash Iacutendices Pluviomeacutetricos (IP) do municiacutepio de Sinop em miliacutemetros e Iacutendices
Mensais de Infestaccedilatildeo (IF) em percentagem de formas imaturas do vetor nos Imoacuteveis no
periacuteodo de 2004 a 2008 (Fonte Secretaria Municipal de Agricultura e EMPAER e SMSFAD
2008)
Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008
IP IF IP IF IP IF IP IF IP IF
Jan 423 306 443 276 225 173 155 339 368 198
Fev 441 200 273 166 234 254 325 183 229 169
Mar 347 079 456 154 196 204 220 088 180 190
Abr 40 053 86 052 190 126 11 049 89 085
Maio 0 030 0 022 0 037 0 036 40 031
Jun 0 004 0 017 0 015 0 010 0 007
Jul 0 011 0 007 0 012 0 014 0 006
Ago 0 008 0 008 0 010 0 012 0 003
Set 0 015 105 021 137 015 10 020 0 008
Out 150 060 161 065 357 072 10 070 0 050
Nov 92 139 139 122 226 140 233 170 230 130
Dez 365 117 543 115 432 177 265 124 470 129
Meacutedia Anual 15483 085 18383 085 16641 103 10241 093 13383 084
Segundo TAUIL (2001) as
mudanccedilas demograacuteficas causadas pelos
intensos fluxos migratoacuterios resultam num
ldquoinchaccedilordquo das cidades e estas natildeo tem
estrutura apropriada para atender as
necessidades baacutesicas destas populaccedilotildees De
acordo com a Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2008) a
populaccedilatildeo do municiacutepio de Sinop quase
triplicou somente no periacuteodo de 1991 a
2007 com um aumento populacional de
67378 indiviacuteduos (63) No Brasil o
crescimento global da populaccedilatildeo a
urbanizaccedilatildeo e as condiccedilotildees
socioambientais como condiccedilotildees
inadequadas de saneamento pouco
tratamento e destinaccedilatildeo seletiva de lixo
maacute distribuiccedilatildeo de renda e baixa
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escolaridade da maior parte da nossa
populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a
disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al
2009 TEIXEIRA et al 2009)
Uma das consequumlecircncias desta
situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em
potencial do principal mosquito vetor O
saneamento baacutesico em especial a coleta de
lixo e o fornecimento de aacutegua eacute
inadequado ao crescimento desordenado
destas grandes cidades (MUCELIN amp
BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)
Associada a esta situaccedilatildeo o sistema
produtivo industrial moderno que produz
grandes quantidades de recipientes
descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e
outros materiais que recebem um destino
inadequado
Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo
residenciais e comerciais revelam uma
distribuiccedilatildeo em todos os meses dos
intervalos analisados mas foram
encontradas densidades elevadas nos
primeiros e uacuteltimos meses do ano dos
periacuteodos estudados Os iacutendices analisados
mensalmente revelam uma densidade
maior em comparaccedilatildeo com os percentuais
anuais como no ano de 2007 que
apresentou uma densidade anual de 093
iacutendice considerado satisfatoacuterio mas
somente no mecircs de janeiro deste mesmo
ano atingiu a maacutexima percentual de 339
iacutendice este considerado risco de surto
(Tabela 3)
Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de
formas imaturas do vetor nos imoacuteveis
demonstrados mostram como esses
indicadores se dissipam quando analisados
como meacutedias anuais Obteve-se um
percentual semelhante para 2004 e 2005
(085) 2006 (103) 2007 (093) e
2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de
infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor
acabam se diluindo ao estabelecer uma
meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e
principalmente dos Estados e suas regiotildees
(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram
percentuais de ateacute 339 somente para o
mecircs de janeiro de 2007 um dos registros
mais elevados em todos os meses
analisados mas em contrapartida a meacutedia
anual para 2007 atingiu um iacutendice de
somente 103
Foram analisadas as frequumlecircncias de
notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde
foi verificado que todas as idades foram
acometidas pela doenccedila demonstrando um
alto risco de adoecimento em todas as
faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos
eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante
ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA
et al (2001) em Salvador na Bahia onde a
predominacircncia foi em indiviacuteduos com
idade acima de 15 anos poreacutem
WICHMANN (2004) nos relata que haacute
registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a
dengue hemorraacutegica acomete
preferencialmente adolescentes menores de
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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
23
15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute
relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em
Manaus onde a enfermidade predomina em
menores de 15 anos Mas natildeo se tem um
comportamento uacutenico de ocorrecircncia da
dengue por idade Segundo RIBEIRO et al
(2006) em caso das endemias a
suscetibilidade passa a ser universal
Na distribuiccedilatildeo de casos segundo
sexo constatou-se que aproximadamente
59 dos casos notificados revelaram uma
predominacircncia para o feminino (n = 1744)
e 41 (n = 1224) no masculino Segundo
RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al
(2009) haacute estudos que demonstram maiores
incidecircncias de dengue em mulheres do que
em homens apontando para um discreto
predomiacutenio de mulheres provavelmente
pelos seguintes motivos permanecem mais
tempo em suas residecircncias que os homens
e como a transmissatildeo se faz principalmente
no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila
observada pode justificar-se devido agrave
maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas
procurarem mais os serviccedilos de sauacutede
(Tabela 4)
A falta de consciecircncia ambiental
somados a uma coleta de lixo inadequada e
a falta de um controle de limpeza em
terrenos baldios pode ter agravado este
fato Estes fatores e os resultados obtidos
neste trabalho sugere que os principais
agravantes no aumento de casos de dengue
estaacute relacionado a chuva ao descaso da
populaccedilatildeo e a falta de um plano de
controle por parte do poder puacuteblico
(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)
Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E
SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP
Faixa Etaacuteria (ano) Sexo
Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino
2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70
2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139
2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209
2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703
2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103
A prevenccedilatildeo da dengue tem se
tornado um desafio pois as accedilotildees devem
ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico
ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na
cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo
do seu principal transmissor o A aegypti
Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior
desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo
motivada a resolver e enfrentar
coletivamente as endemias de dengue
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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
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conscientizando-a a eliminar todos os
possiacuteveis criadouros de dengue
Como natildeo se dispotildee de uma vacina
para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode
contar com medidas de controle e
prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias
accedilotildees em conjunto que envolvam
investimento em saneamento baacutesico a
participaccedilatildeo das comunidades induzindo as
modificaccedilotildees de haacutebitos e
comportamentos a permissatildeo da
populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de
depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares
natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um
reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo
estudos proacuteprios agrave biologia do vetor
PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees
de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus
estatildeo fortemente associadas com a
densidade e dispersatildeo dos vetores
A elevada incidecircncia de infecccedilotildees
por dengue sugere como eacute reduzido o
impacto apresentado pelos programas de
combate ao A aegypti resultando em
sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp
VALLE (2007) ressalta a importacircncia das
coletas de larvas para verificar o impacto
das estrateacutegias baacutesicas de controle da
doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas
do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom
indicador para se medir a abundacircncia do
adulto ineficaz para estimar o risco de
transmissatildeo embora venha sendo usado
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados mostram a existecircncia
de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de
dengue e fatores abioacuteticos identificando o
intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos
contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos
casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem
ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e
controle e planejamento principalmente
em municiacutepios com perfis semelhantes
Faz-se necessaacuterio pensar numa
contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva
bem como melhorar o treinamento e a
formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais
5 AGRADECIMENTO
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e
ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela
disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz
Carlos Dilkin pelo constante apoio
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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
19
municiacutepio os meses de maior ocorrecircncia
de depoacutesitos de A aegypti se concentraram
entre o primeiro e o uacuteltimo mecircs do periacuteodo
de chuva dos anos levantados Segundo
RIBEIRO et al (2006) nestes meses ou
periacuteodos ocorre um aumento consideraacutevel
dos criadouros do vetor aumentando as
condiccedilotildees ambientais apropriadas para o
desenvolvimento de adultos
Figura 1 ndash Nuacutemero de imoacuteveis positivos para depoacutesitos (IPD) do mosquito e de imoacuteveis com
presenccedila de Aedes aegypti nas residecircncias nos anos de 2004 a 2008 (Fonte SMSFAD
2008)
A Tabela 2 apresenta os tipos de
criadouros com maiores percentuais
peridomiciliares analisados durante a
pesquisa demonstrando uma
predominacircncia de criadouros em lixos
recipientes plaacutesticos latas e entulhos com
destaque para o ano de 2005 que
apresentou iacutendice de 6255
(LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo)
seguidos por depoacutesitos de aacutegua em niacutevel do
solo como vasos e recipientes semelhantes
com um percentual de 2477 em 2006
Conforme observado na Tabela 2
sobre os tipos de depoacutesitos predominantes
para a presenccedila de A aegypti totalizou-se
uma meacutedia em primeiro lugar para os
lixos recipientes plaacutesticos latas e entulhos
foram responsaacuteveis por 56 em segundo
depoacutesitos de aacutegua ao niacutevel do solo como
vasos e semelhantes com 167 e em
terceiro destaca-se pneus e outros materiais
rodantes com 1218 dos depoacutesitos
Observa-se como sugere VIEIRA amp
LIMA (2006) a falta de consciecircncia
ambiental pois com um destino adequado
do lixo um acondicionamento correto de
latas recipientes plaacutesticos latas ou
garrafas viradas de boca para baixo furos
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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
20
ou areias em vasos de plantas eliminam-se
a possibilidade destes se tornarem
criadouros do mosquito
O levantamento dos iacutendices
pluviomeacutetricos do municiacutepio demonstrou
que as maiores precipitaccedilotildees de chuva se
concentraram nos meses entre outubro e
abril com uma maior predominacircncia para
os meses de dezembro e janeiro e o ano
com maior densidade de chuva foi 2005
com 2206 mm (Tabela 3) OLIVEIRA E
AMARAL (2011) observando a
precipitaccedilatildeo relataram que haacute uma relaccedilatildeo
com os casos de dengue onde a maioria
dos casos foram registrados nos primeiros
5 meses do ano de 2008 simultacircneo com o
final do periacuteodo chuvosos eacute nesse periacuteodo
que ocorre a maioria dos casos
confirmados de dengue Fato esse que pode
ocorrer devido ao amontoamento de aacutegua
nas residecircncias que se transformam em
criadouros ao mosquito A aegypti
Entretanto o que deve ser considerado
nesta relaccedilatildeo natildeo eacute total precipitado mais
sim a sazonalidade das chuvas
Tabela 02 ndash Tipos de criadouros com presenccedila de Aedes aegypti no Municiacutepio de Sinop de
2004 a 2008 (ERSFADSISFAD 2008)
DepoacutesitosAno 2004 2005 2006 2007 2008
Depoacutesito de aacutegua elevado 20 136 165 094 028
Depoacutesito de aacutegua ao niacutevel do solo 211 1736 2477 1163 866
Depoacutesitos moacuteveis 60 484 515 1287 989
Depoacutesitos fixos 0 008 0 1046 993
Pneus e outros materiais rodantes 120 122 1144 1153 1375
LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo 581 6255 5568 4973 5546
Depoacutesitos naturais 08 161 131 284 203
Segundo FORATTINI (2002) e OLIVEIRA et al (2007) os periacuteodos caracterizados
pelas elevaccedilotildees de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas em geral mostram relaccedilatildeo positiva com a
transmissatildeo de dengue pois afetam a sobrevivecircncia e a reproduccedilatildeo do vetor as mudanccedilas na
sua distribuiccedilatildeo e densidade Um veratildeo uacutemido torna essas condiccedilotildees ideais (Tabela 3) Os
modelos preditivos para a transmissatildeo de dengue tecircm enfatizado a importacircncia da
temperatura precipitaccedilatildeo e umidade relativa do ar sobre a distribuiccedilatildeo de A aegypti
(mosquito transmissor) e na ocorrecircncia de surtos de dengue sendo a precipitaccedilatildeo o fator
climaacutetico mais importante para esses modelos (LIMA et al 2008)
Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil
Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
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O aumento populacional pode ter agravado esta situaccedilatildeo por haver direta ou
indiretamente aumentado a quantidade de criadouros no periacutemetro das casas em terrenos
baldios e quintais mal cuidados aumentando a densidade larvaacuteria
Tabela 3 ndash Iacutendices Pluviomeacutetricos (IP) do municiacutepio de Sinop em miliacutemetros e Iacutendices
Mensais de Infestaccedilatildeo (IF) em percentagem de formas imaturas do vetor nos Imoacuteveis no
periacuteodo de 2004 a 2008 (Fonte Secretaria Municipal de Agricultura e EMPAER e SMSFAD
2008)
Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008
IP IF IP IF IP IF IP IF IP IF
Jan 423 306 443 276 225 173 155 339 368 198
Fev 441 200 273 166 234 254 325 183 229 169
Mar 347 079 456 154 196 204 220 088 180 190
Abr 40 053 86 052 190 126 11 049 89 085
Maio 0 030 0 022 0 037 0 036 40 031
Jun 0 004 0 017 0 015 0 010 0 007
Jul 0 011 0 007 0 012 0 014 0 006
Ago 0 008 0 008 0 010 0 012 0 003
Set 0 015 105 021 137 015 10 020 0 008
Out 150 060 161 065 357 072 10 070 0 050
Nov 92 139 139 122 226 140 233 170 230 130
Dez 365 117 543 115 432 177 265 124 470 129
Meacutedia Anual 15483 085 18383 085 16641 103 10241 093 13383 084
Segundo TAUIL (2001) as
mudanccedilas demograacuteficas causadas pelos
intensos fluxos migratoacuterios resultam num
ldquoinchaccedilordquo das cidades e estas natildeo tem
estrutura apropriada para atender as
necessidades baacutesicas destas populaccedilotildees De
acordo com a Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2008) a
populaccedilatildeo do municiacutepio de Sinop quase
triplicou somente no periacuteodo de 1991 a
2007 com um aumento populacional de
67378 indiviacuteduos (63) No Brasil o
crescimento global da populaccedilatildeo a
urbanizaccedilatildeo e as condiccedilotildees
socioambientais como condiccedilotildees
inadequadas de saneamento pouco
tratamento e destinaccedilatildeo seletiva de lixo
maacute distribuiccedilatildeo de renda e baixa
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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
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escolaridade da maior parte da nossa
populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a
disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al
2009 TEIXEIRA et al 2009)
Uma das consequumlecircncias desta
situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em
potencial do principal mosquito vetor O
saneamento baacutesico em especial a coleta de
lixo e o fornecimento de aacutegua eacute
inadequado ao crescimento desordenado
destas grandes cidades (MUCELIN amp
BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)
Associada a esta situaccedilatildeo o sistema
produtivo industrial moderno que produz
grandes quantidades de recipientes
descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e
outros materiais que recebem um destino
inadequado
Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo
residenciais e comerciais revelam uma
distribuiccedilatildeo em todos os meses dos
intervalos analisados mas foram
encontradas densidades elevadas nos
primeiros e uacuteltimos meses do ano dos
periacuteodos estudados Os iacutendices analisados
mensalmente revelam uma densidade
maior em comparaccedilatildeo com os percentuais
anuais como no ano de 2007 que
apresentou uma densidade anual de 093
iacutendice considerado satisfatoacuterio mas
somente no mecircs de janeiro deste mesmo
ano atingiu a maacutexima percentual de 339
iacutendice este considerado risco de surto
(Tabela 3)
Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de
formas imaturas do vetor nos imoacuteveis
demonstrados mostram como esses
indicadores se dissipam quando analisados
como meacutedias anuais Obteve-se um
percentual semelhante para 2004 e 2005
(085) 2006 (103) 2007 (093) e
2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de
infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor
acabam se diluindo ao estabelecer uma
meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e
principalmente dos Estados e suas regiotildees
(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram
percentuais de ateacute 339 somente para o
mecircs de janeiro de 2007 um dos registros
mais elevados em todos os meses
analisados mas em contrapartida a meacutedia
anual para 2007 atingiu um iacutendice de
somente 103
Foram analisadas as frequumlecircncias de
notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde
foi verificado que todas as idades foram
acometidas pela doenccedila demonstrando um
alto risco de adoecimento em todas as
faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos
eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante
ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA
et al (2001) em Salvador na Bahia onde a
predominacircncia foi em indiviacuteduos com
idade acima de 15 anos poreacutem
WICHMANN (2004) nos relata que haacute
registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a
dengue hemorraacutegica acomete
preferencialmente adolescentes menores de
Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil
Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
23
15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute
relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em
Manaus onde a enfermidade predomina em
menores de 15 anos Mas natildeo se tem um
comportamento uacutenico de ocorrecircncia da
dengue por idade Segundo RIBEIRO et al
(2006) em caso das endemias a
suscetibilidade passa a ser universal
Na distribuiccedilatildeo de casos segundo
sexo constatou-se que aproximadamente
59 dos casos notificados revelaram uma
predominacircncia para o feminino (n = 1744)
e 41 (n = 1224) no masculino Segundo
RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al
(2009) haacute estudos que demonstram maiores
incidecircncias de dengue em mulheres do que
em homens apontando para um discreto
predomiacutenio de mulheres provavelmente
pelos seguintes motivos permanecem mais
tempo em suas residecircncias que os homens
e como a transmissatildeo se faz principalmente
no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila
observada pode justificar-se devido agrave
maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas
procurarem mais os serviccedilos de sauacutede
(Tabela 4)
A falta de consciecircncia ambiental
somados a uma coleta de lixo inadequada e
a falta de um controle de limpeza em
terrenos baldios pode ter agravado este
fato Estes fatores e os resultados obtidos
neste trabalho sugere que os principais
agravantes no aumento de casos de dengue
estaacute relacionado a chuva ao descaso da
populaccedilatildeo e a falta de um plano de
controle por parte do poder puacuteblico
(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)
Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E
SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP
Faixa Etaacuteria (ano) Sexo
Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino
2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70
2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139
2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209
2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703
2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103
A prevenccedilatildeo da dengue tem se
tornado um desafio pois as accedilotildees devem
ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico
ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na
cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo
do seu principal transmissor o A aegypti
Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior
desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo
motivada a resolver e enfrentar
coletivamente as endemias de dengue
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conscientizando-a a eliminar todos os
possiacuteveis criadouros de dengue
Como natildeo se dispotildee de uma vacina
para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode
contar com medidas de controle e
prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias
accedilotildees em conjunto que envolvam
investimento em saneamento baacutesico a
participaccedilatildeo das comunidades induzindo as
modificaccedilotildees de haacutebitos e
comportamentos a permissatildeo da
populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de
depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares
natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um
reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo
estudos proacuteprios agrave biologia do vetor
PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees
de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus
estatildeo fortemente associadas com a
densidade e dispersatildeo dos vetores
A elevada incidecircncia de infecccedilotildees
por dengue sugere como eacute reduzido o
impacto apresentado pelos programas de
combate ao A aegypti resultando em
sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp
VALLE (2007) ressalta a importacircncia das
coletas de larvas para verificar o impacto
das estrateacutegias baacutesicas de controle da
doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas
do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom
indicador para se medir a abundacircncia do
adulto ineficaz para estimar o risco de
transmissatildeo embora venha sendo usado
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados mostram a existecircncia
de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de
dengue e fatores abioacuteticos identificando o
intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos
contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos
casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem
ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e
controle e planejamento principalmente
em municiacutepios com perfis semelhantes
Faz-se necessaacuterio pensar numa
contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva
bem como melhorar o treinamento e a
formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais
5 AGRADECIMENTO
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e
ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela
disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz
Carlos Dilkin pelo constante apoio
6 REFEREcircNCIAS
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ou areias em vasos de plantas eliminam-se
a possibilidade destes se tornarem
criadouros do mosquito
O levantamento dos iacutendices
pluviomeacutetricos do municiacutepio demonstrou
que as maiores precipitaccedilotildees de chuva se
concentraram nos meses entre outubro e
abril com uma maior predominacircncia para
os meses de dezembro e janeiro e o ano
com maior densidade de chuva foi 2005
com 2206 mm (Tabela 3) OLIVEIRA E
AMARAL (2011) observando a
precipitaccedilatildeo relataram que haacute uma relaccedilatildeo
com os casos de dengue onde a maioria
dos casos foram registrados nos primeiros
5 meses do ano de 2008 simultacircneo com o
final do periacuteodo chuvosos eacute nesse periacuteodo
que ocorre a maioria dos casos
confirmados de dengue Fato esse que pode
ocorrer devido ao amontoamento de aacutegua
nas residecircncias que se transformam em
criadouros ao mosquito A aegypti
Entretanto o que deve ser considerado
nesta relaccedilatildeo natildeo eacute total precipitado mais
sim a sazonalidade das chuvas
Tabela 02 ndash Tipos de criadouros com presenccedila de Aedes aegypti no Municiacutepio de Sinop de
2004 a 2008 (ERSFADSISFAD 2008)
DepoacutesitosAno 2004 2005 2006 2007 2008
Depoacutesito de aacutegua elevado 20 136 165 094 028
Depoacutesito de aacutegua ao niacutevel do solo 211 1736 2477 1163 866
Depoacutesitos moacuteveis 60 484 515 1287 989
Depoacutesitos fixos 0 008 0 1046 993
Pneus e outros materiais rodantes 120 122 1144 1153 1375
LixoSucatasEntulhosConstruccedilatildeo 581 6255 5568 4973 5546
Depoacutesitos naturais 08 161 131 284 203
Segundo FORATTINI (2002) e OLIVEIRA et al (2007) os periacuteodos caracterizados
pelas elevaccedilotildees de precipitaccedilotildees atmosfeacutericas em geral mostram relaccedilatildeo positiva com a
transmissatildeo de dengue pois afetam a sobrevivecircncia e a reproduccedilatildeo do vetor as mudanccedilas na
sua distribuiccedilatildeo e densidade Um veratildeo uacutemido torna essas condiccedilotildees ideais (Tabela 3) Os
modelos preditivos para a transmissatildeo de dengue tecircm enfatizado a importacircncia da
temperatura precipitaccedilatildeo e umidade relativa do ar sobre a distribuiccedilatildeo de A aegypti
(mosquito transmissor) e na ocorrecircncia de surtos de dengue sendo a precipitaccedilatildeo o fator
climaacutetico mais importante para esses modelos (LIMA et al 2008)
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O aumento populacional pode ter agravado esta situaccedilatildeo por haver direta ou
indiretamente aumentado a quantidade de criadouros no periacutemetro das casas em terrenos
baldios e quintais mal cuidados aumentando a densidade larvaacuteria
Tabela 3 ndash Iacutendices Pluviomeacutetricos (IP) do municiacutepio de Sinop em miliacutemetros e Iacutendices
Mensais de Infestaccedilatildeo (IF) em percentagem de formas imaturas do vetor nos Imoacuteveis no
periacuteodo de 2004 a 2008 (Fonte Secretaria Municipal de Agricultura e EMPAER e SMSFAD
2008)
Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008
IP IF IP IF IP IF IP IF IP IF
Jan 423 306 443 276 225 173 155 339 368 198
Fev 441 200 273 166 234 254 325 183 229 169
Mar 347 079 456 154 196 204 220 088 180 190
Abr 40 053 86 052 190 126 11 049 89 085
Maio 0 030 0 022 0 037 0 036 40 031
Jun 0 004 0 017 0 015 0 010 0 007
Jul 0 011 0 007 0 012 0 014 0 006
Ago 0 008 0 008 0 010 0 012 0 003
Set 0 015 105 021 137 015 10 020 0 008
Out 150 060 161 065 357 072 10 070 0 050
Nov 92 139 139 122 226 140 233 170 230 130
Dez 365 117 543 115 432 177 265 124 470 129
Meacutedia Anual 15483 085 18383 085 16641 103 10241 093 13383 084
Segundo TAUIL (2001) as
mudanccedilas demograacuteficas causadas pelos
intensos fluxos migratoacuterios resultam num
ldquoinchaccedilordquo das cidades e estas natildeo tem
estrutura apropriada para atender as
necessidades baacutesicas destas populaccedilotildees De
acordo com a Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2008) a
populaccedilatildeo do municiacutepio de Sinop quase
triplicou somente no periacuteodo de 1991 a
2007 com um aumento populacional de
67378 indiviacuteduos (63) No Brasil o
crescimento global da populaccedilatildeo a
urbanizaccedilatildeo e as condiccedilotildees
socioambientais como condiccedilotildees
inadequadas de saneamento pouco
tratamento e destinaccedilatildeo seletiva de lixo
maacute distribuiccedilatildeo de renda e baixa
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escolaridade da maior parte da nossa
populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a
disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al
2009 TEIXEIRA et al 2009)
Uma das consequumlecircncias desta
situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em
potencial do principal mosquito vetor O
saneamento baacutesico em especial a coleta de
lixo e o fornecimento de aacutegua eacute
inadequado ao crescimento desordenado
destas grandes cidades (MUCELIN amp
BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)
Associada a esta situaccedilatildeo o sistema
produtivo industrial moderno que produz
grandes quantidades de recipientes
descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e
outros materiais que recebem um destino
inadequado
Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo
residenciais e comerciais revelam uma
distribuiccedilatildeo em todos os meses dos
intervalos analisados mas foram
encontradas densidades elevadas nos
primeiros e uacuteltimos meses do ano dos
periacuteodos estudados Os iacutendices analisados
mensalmente revelam uma densidade
maior em comparaccedilatildeo com os percentuais
anuais como no ano de 2007 que
apresentou uma densidade anual de 093
iacutendice considerado satisfatoacuterio mas
somente no mecircs de janeiro deste mesmo
ano atingiu a maacutexima percentual de 339
iacutendice este considerado risco de surto
(Tabela 3)
Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de
formas imaturas do vetor nos imoacuteveis
demonstrados mostram como esses
indicadores se dissipam quando analisados
como meacutedias anuais Obteve-se um
percentual semelhante para 2004 e 2005
(085) 2006 (103) 2007 (093) e
2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de
infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor
acabam se diluindo ao estabelecer uma
meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e
principalmente dos Estados e suas regiotildees
(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram
percentuais de ateacute 339 somente para o
mecircs de janeiro de 2007 um dos registros
mais elevados em todos os meses
analisados mas em contrapartida a meacutedia
anual para 2007 atingiu um iacutendice de
somente 103
Foram analisadas as frequumlecircncias de
notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde
foi verificado que todas as idades foram
acometidas pela doenccedila demonstrando um
alto risco de adoecimento em todas as
faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos
eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante
ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA
et al (2001) em Salvador na Bahia onde a
predominacircncia foi em indiviacuteduos com
idade acima de 15 anos poreacutem
WICHMANN (2004) nos relata que haacute
registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a
dengue hemorraacutegica acomete
preferencialmente adolescentes menores de
Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil
Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
23
15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute
relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em
Manaus onde a enfermidade predomina em
menores de 15 anos Mas natildeo se tem um
comportamento uacutenico de ocorrecircncia da
dengue por idade Segundo RIBEIRO et al
(2006) em caso das endemias a
suscetibilidade passa a ser universal
Na distribuiccedilatildeo de casos segundo
sexo constatou-se que aproximadamente
59 dos casos notificados revelaram uma
predominacircncia para o feminino (n = 1744)
e 41 (n = 1224) no masculino Segundo
RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al
(2009) haacute estudos que demonstram maiores
incidecircncias de dengue em mulheres do que
em homens apontando para um discreto
predomiacutenio de mulheres provavelmente
pelos seguintes motivos permanecem mais
tempo em suas residecircncias que os homens
e como a transmissatildeo se faz principalmente
no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila
observada pode justificar-se devido agrave
maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas
procurarem mais os serviccedilos de sauacutede
(Tabela 4)
A falta de consciecircncia ambiental
somados a uma coleta de lixo inadequada e
a falta de um controle de limpeza em
terrenos baldios pode ter agravado este
fato Estes fatores e os resultados obtidos
neste trabalho sugere que os principais
agravantes no aumento de casos de dengue
estaacute relacionado a chuva ao descaso da
populaccedilatildeo e a falta de um plano de
controle por parte do poder puacuteblico
(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)
Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E
SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP
Faixa Etaacuteria (ano) Sexo
Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino
2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70
2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139
2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209
2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703
2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103
A prevenccedilatildeo da dengue tem se
tornado um desafio pois as accedilotildees devem
ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico
ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na
cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo
do seu principal transmissor o A aegypti
Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior
desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo
motivada a resolver e enfrentar
coletivamente as endemias de dengue
Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil
Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
24
conscientizando-a a eliminar todos os
possiacuteveis criadouros de dengue
Como natildeo se dispotildee de uma vacina
para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode
contar com medidas de controle e
prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias
accedilotildees em conjunto que envolvam
investimento em saneamento baacutesico a
participaccedilatildeo das comunidades induzindo as
modificaccedilotildees de haacutebitos e
comportamentos a permissatildeo da
populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de
depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares
natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um
reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo
estudos proacuteprios agrave biologia do vetor
PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees
de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus
estatildeo fortemente associadas com a
densidade e dispersatildeo dos vetores
A elevada incidecircncia de infecccedilotildees
por dengue sugere como eacute reduzido o
impacto apresentado pelos programas de
combate ao A aegypti resultando em
sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp
VALLE (2007) ressalta a importacircncia das
coletas de larvas para verificar o impacto
das estrateacutegias baacutesicas de controle da
doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas
do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom
indicador para se medir a abundacircncia do
adulto ineficaz para estimar o risco de
transmissatildeo embora venha sendo usado
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados mostram a existecircncia
de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de
dengue e fatores abioacuteticos identificando o
intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos
contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos
casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem
ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e
controle e planejamento principalmente
em municiacutepios com perfis semelhantes
Faz-se necessaacuterio pensar numa
contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva
bem como melhorar o treinamento e a
formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais
5 AGRADECIMENTO
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e
ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela
disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz
Carlos Dilkin pelo constante apoio
6 REFEREcircNCIAS
BARRETO ML TEIXEIRA MG
Dengue no Brasil situaccedilatildeo
epidemioloacutegica e contribuiccedilotildees
para uma agenda de pesquisa Estudos Avanccedilados 22(64) 53-72
2008
BRAGA AB VALLE D Aedes aegypti
Vigilacircncia Monitoramento e
Resistecircncia de Alternativas de
Controle no Brasil Epidemiol
Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia 295-
302 2007
CONSOLI RAGB OLIVEIRA RL
Principais Mosquitos de
Importacircncia Sanitaacuteria no Brasil
2deg ediccedilatildeo Ed Fiocruz 228 p 1998
Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil
Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
25
DEGALLIER N C FAVIER C
MENKES M LENGAIGNE W
M RAMALHO R SOUZA J
SERVAIN JP BOULANGER
Toward an early warning system
for dengue prevention modeling
climate impact on dengue
transmission Climatic Change
98 581-592 2010
FERREIRA BJ SOUZA MFM
FILHO MAS CARVALHO
AA Evoluccedilatildeo histoacuterica dos
programas de prevenccedilatildeo e
controle da dengue no Brasil
Revista de Ciecircncias de Sauacutede
Coletiva 961-972 2009
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BARCELLLOS C GRACIE R
MAGALHAtildeES MAFM
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dengue em estudos locais Niteroacutei
RJ Revista de Sauacutede Puacuteblica 43
(6) 1035-1043 2009
FORATTINI OP Culicidologia Meacutedica
Identificaccedilatildeo Biologia e
Epidemiologia Satildeo Paulo
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Epidemioloacutegica Brasiacutelia
Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
Centro Nacional de Epidemiologia
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HALSTEAD SB The XX th century
dengue pandemic need for
surveillance and research World
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e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades
Disponiacutevel em
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topwindowhtm1gt Acesso em 28
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e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades
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httpwwwcenso2010ibgegovbr
sinopseindexphpuf=51ampdados=1
gt Acesso em dezembro de 2010
2010
LIMA EA FIRMINO JLN FILHO
MFG A relaccedilatildeo da previsatildeo da
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e
casos de dengue nos estados de
Alagoas e Paraiacuteba nordeste do
Brasil Campina Grande PB
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23 (3) 264-269 2008
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(Diptera Culicidae) e incidecircncia
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combate ao vetor Manual de
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2008
MIYAZAKI RD RIBEIRO ALM
PIGNATTI MG JUacuteNIOR
JHC PIGNATI M
Monitoramento do mosquito
Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
(Diptera Culicidae) por meio de
ovitrampas no Campus da
Universidade Federal de Mato
Grosso Cuiabaacute Estado de Mato
Grosso Revista da Sociedade
Brasileira de Medicina Tropical
42(4) 392-397 2009
MUCELIN CA BELLINI M Lixo e
Impactos Ambientais
Perceptiacuteveis no Ambiente
Urbano Uberlacircndia MG Revista
Sociedade amp Natureza 20 111-
124 2008
OLIVEIRA CL BIER VA MAIER
CR RORATO GM FROST
KF BARBOSA MA
SCHNORRENBERGER SCW
LANDO TT Incidecircncia de
dengue relacionada as condiccedilotildees
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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
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climaacuteticas no municiacutepio de
Toledo ndash PR Arquivos Ciecircncias da
Sauacutede Unipar Umuarama 11(3)
211-216 2007
OLIVEIRA E DA S AMARAL L P
Estudo da relaccedilatildeo dos fatores
climaacuteticos e casos de dengue no
municiacutepio de Assis
Chateaubriand Paranaacute Rev
Engenharia Ambiental - Espiacuterito
Santo do Pinhal v 8 n 2 p 171-
181 2011
PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as
doenccedilas emergentes no Brasil Rev Ambiente amp Sociedade vol7
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PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as
praacuteticas sanitaacuterias para o controle
da dengue no Estado de Satildeo Paulo
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(Dissertaccedilatildeo de Mestrado
UNICAMP FCM DMPS) 1996
RIBEIRO AF MARQUES GRAM
VOLTOLINI JC CONDINO
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incidecircncia de dengue e variaacuteveis
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epidemioloacutegico dos casos
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TEIXEIRA MG COSTA MCN
BARRETO F BARRETO ML
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TEIXEIRA MG COSTA MCN
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O aumento populacional pode ter agravado esta situaccedilatildeo por haver direta ou
indiretamente aumentado a quantidade de criadouros no periacutemetro das casas em terrenos
baldios e quintais mal cuidados aumentando a densidade larvaacuteria
Tabela 3 ndash Iacutendices Pluviomeacutetricos (IP) do municiacutepio de Sinop em miliacutemetros e Iacutendices
Mensais de Infestaccedilatildeo (IF) em percentagem de formas imaturas do vetor nos Imoacuteveis no
periacuteodo de 2004 a 2008 (Fonte Secretaria Municipal de Agricultura e EMPAER e SMSFAD
2008)
Mecircs Ano 2004 2005 2006 2007 2008
IP IF IP IF IP IF IP IF IP IF
Jan 423 306 443 276 225 173 155 339 368 198
Fev 441 200 273 166 234 254 325 183 229 169
Mar 347 079 456 154 196 204 220 088 180 190
Abr 40 053 86 052 190 126 11 049 89 085
Maio 0 030 0 022 0 037 0 036 40 031
Jun 0 004 0 017 0 015 0 010 0 007
Jul 0 011 0 007 0 012 0 014 0 006
Ago 0 008 0 008 0 010 0 012 0 003
Set 0 015 105 021 137 015 10 020 0 008
Out 150 060 161 065 357 072 10 070 0 050
Nov 92 139 139 122 226 140 233 170 230 130
Dez 365 117 543 115 432 177 265 124 470 129
Meacutedia Anual 15483 085 18383 085 16641 103 10241 093 13383 084
Segundo TAUIL (2001) as
mudanccedilas demograacuteficas causadas pelos
intensos fluxos migratoacuterios resultam num
ldquoinchaccedilordquo das cidades e estas natildeo tem
estrutura apropriada para atender as
necessidades baacutesicas destas populaccedilotildees De
acordo com a Fundaccedilatildeo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatiacutestica (IBGE 2008) a
populaccedilatildeo do municiacutepio de Sinop quase
triplicou somente no periacuteodo de 1991 a
2007 com um aumento populacional de
67378 indiviacuteduos (63) No Brasil o
crescimento global da populaccedilatildeo a
urbanizaccedilatildeo e as condiccedilotildees
socioambientais como condiccedilotildees
inadequadas de saneamento pouco
tratamento e destinaccedilatildeo seletiva de lixo
maacute distribuiccedilatildeo de renda e baixa
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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
22
escolaridade da maior parte da nossa
populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a
disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al
2009 TEIXEIRA et al 2009)
Uma das consequumlecircncias desta
situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em
potencial do principal mosquito vetor O
saneamento baacutesico em especial a coleta de
lixo e o fornecimento de aacutegua eacute
inadequado ao crescimento desordenado
destas grandes cidades (MUCELIN amp
BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)
Associada a esta situaccedilatildeo o sistema
produtivo industrial moderno que produz
grandes quantidades de recipientes
descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e
outros materiais que recebem um destino
inadequado
Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo
residenciais e comerciais revelam uma
distribuiccedilatildeo em todos os meses dos
intervalos analisados mas foram
encontradas densidades elevadas nos
primeiros e uacuteltimos meses do ano dos
periacuteodos estudados Os iacutendices analisados
mensalmente revelam uma densidade
maior em comparaccedilatildeo com os percentuais
anuais como no ano de 2007 que
apresentou uma densidade anual de 093
iacutendice considerado satisfatoacuterio mas
somente no mecircs de janeiro deste mesmo
ano atingiu a maacutexima percentual de 339
iacutendice este considerado risco de surto
(Tabela 3)
Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de
formas imaturas do vetor nos imoacuteveis
demonstrados mostram como esses
indicadores se dissipam quando analisados
como meacutedias anuais Obteve-se um
percentual semelhante para 2004 e 2005
(085) 2006 (103) 2007 (093) e
2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de
infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor
acabam se diluindo ao estabelecer uma
meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e
principalmente dos Estados e suas regiotildees
(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram
percentuais de ateacute 339 somente para o
mecircs de janeiro de 2007 um dos registros
mais elevados em todos os meses
analisados mas em contrapartida a meacutedia
anual para 2007 atingiu um iacutendice de
somente 103
Foram analisadas as frequumlecircncias de
notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde
foi verificado que todas as idades foram
acometidas pela doenccedila demonstrando um
alto risco de adoecimento em todas as
faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos
eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante
ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA
et al (2001) em Salvador na Bahia onde a
predominacircncia foi em indiviacuteduos com
idade acima de 15 anos poreacutem
WICHMANN (2004) nos relata que haacute
registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a
dengue hemorraacutegica acomete
preferencialmente adolescentes menores de
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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
23
15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute
relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em
Manaus onde a enfermidade predomina em
menores de 15 anos Mas natildeo se tem um
comportamento uacutenico de ocorrecircncia da
dengue por idade Segundo RIBEIRO et al
(2006) em caso das endemias a
suscetibilidade passa a ser universal
Na distribuiccedilatildeo de casos segundo
sexo constatou-se que aproximadamente
59 dos casos notificados revelaram uma
predominacircncia para o feminino (n = 1744)
e 41 (n = 1224) no masculino Segundo
RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al
(2009) haacute estudos que demonstram maiores
incidecircncias de dengue em mulheres do que
em homens apontando para um discreto
predomiacutenio de mulheres provavelmente
pelos seguintes motivos permanecem mais
tempo em suas residecircncias que os homens
e como a transmissatildeo se faz principalmente
no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila
observada pode justificar-se devido agrave
maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas
procurarem mais os serviccedilos de sauacutede
(Tabela 4)
A falta de consciecircncia ambiental
somados a uma coleta de lixo inadequada e
a falta de um controle de limpeza em
terrenos baldios pode ter agravado este
fato Estes fatores e os resultados obtidos
neste trabalho sugere que os principais
agravantes no aumento de casos de dengue
estaacute relacionado a chuva ao descaso da
populaccedilatildeo e a falta de um plano de
controle por parte do poder puacuteblico
(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)
Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E
SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP
Faixa Etaacuteria (ano) Sexo
Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino
2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70
2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139
2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209
2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703
2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103
A prevenccedilatildeo da dengue tem se
tornado um desafio pois as accedilotildees devem
ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico
ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na
cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo
do seu principal transmissor o A aegypti
Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior
desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo
motivada a resolver e enfrentar
coletivamente as endemias de dengue
Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil
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conscientizando-a a eliminar todos os
possiacuteveis criadouros de dengue
Como natildeo se dispotildee de uma vacina
para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode
contar com medidas de controle e
prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias
accedilotildees em conjunto que envolvam
investimento em saneamento baacutesico a
participaccedilatildeo das comunidades induzindo as
modificaccedilotildees de haacutebitos e
comportamentos a permissatildeo da
populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de
depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares
natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um
reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo
estudos proacuteprios agrave biologia do vetor
PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees
de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus
estatildeo fortemente associadas com a
densidade e dispersatildeo dos vetores
A elevada incidecircncia de infecccedilotildees
por dengue sugere como eacute reduzido o
impacto apresentado pelos programas de
combate ao A aegypti resultando em
sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp
VALLE (2007) ressalta a importacircncia das
coletas de larvas para verificar o impacto
das estrateacutegias baacutesicas de controle da
doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas
do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom
indicador para se medir a abundacircncia do
adulto ineficaz para estimar o risco de
transmissatildeo embora venha sendo usado
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados mostram a existecircncia
de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de
dengue e fatores abioacuteticos identificando o
intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos
contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos
casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem
ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e
controle e planejamento principalmente
em municiacutepios com perfis semelhantes
Faz-se necessaacuterio pensar numa
contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva
bem como melhorar o treinamento e a
formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais
5 AGRADECIMENTO
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e
ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela
disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz
Carlos Dilkin pelo constante apoio
6 REFEREcircNCIAS
BARRETO ML TEIXEIRA MG
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epidemioloacutegica e contribuiccedilotildees
para uma agenda de pesquisa Estudos Avanccedilados 22(64) 53-72
2008
BRAGA AB VALLE D Aedes aegypti
Vigilacircncia Monitoramento e
Resistecircncia de Alternativas de
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Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia 295-
302 2007
CONSOLI RAGB OLIVEIRA RL
Principais Mosquitos de
Importacircncia Sanitaacuteria no Brasil
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Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil
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MENKES M LENGAIGNE W
M RAMALHO R SOUZA J
SERVAIN JP BOULANGER
Toward an early warning system
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climate impact on dengue
transmission Climatic Change
98 581-592 2010
FERREIRA BJ SOUZA MFM
FILHO MAS CARVALHO
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controle da dengue no Brasil
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Coletiva 961-972 2009
FLAUZINO RF SOUZA-SANTOS R
BARCELLLOS C GRACIE R
MAGALHAtildeES MAFM
OLIVEIRA RM
Heterogeneidade espacial da
dengue em estudos locais Niteroacutei
RJ Revista de Sauacutede Puacuteblica 43
(6) 1035-1043 2009
FORATTINI OP Culicidologia Meacutedica
Identificaccedilatildeo Biologia e
Epidemiologia Satildeo Paulo
EDUSP 2002
FUNASA Guia de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica Brasiacutelia
Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
Centro Nacional de Epidemiologia
V I pg 203-230 2007
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dengue pandemic need for
surveillance and research World
Health Stat Q 45 292-298 1992
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e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades
Disponiacutevel em
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de junho de 2008 2008
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e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades
Disponiacutevel em lt
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gt Acesso em dezembro de 2010
2010
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precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e
casos de dengue nos estados de
Alagoas e Paraiacuteba nordeste do
Brasil Campina Grande PB
Revista Brasileira de Meteorologia
23 (3) 264-269 2008
MARCcedilAL JUNIOR O SANTOS A
Infestaccedilatildeo por Aedes Aegypti
(Diptera Culicidae) e incidecircncia
de Dengue no espaccedilo urbano Revista Caminhos da Geografia
241-251 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Dengue
Instruccedilotildees para pessoal de
combate ao vetor Manual de
normas teacutecnicas 3 ed Revista da
Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 84 p
2001
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Programa
Nacional de Controle de Dengue -
PNCD Accedilotildees e Programas
Secretaria de Vigilacircncia a Sauacutede
Ministeacuterio da Sauacutede Brasil 254 p
2008
MIYAZAKI RD RIBEIRO ALM
PIGNATTI MG JUacuteNIOR
JHC PIGNATI M
Monitoramento do mosquito
Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
(Diptera Culicidae) por meio de
ovitrampas no Campus da
Universidade Federal de Mato
Grosso Cuiabaacute Estado de Mato
Grosso Revista da Sociedade
Brasileira de Medicina Tropical
42(4) 392-397 2009
MUCELIN CA BELLINI M Lixo e
Impactos Ambientais
Perceptiacuteveis no Ambiente
Urbano Uberlacircndia MG Revista
Sociedade amp Natureza 20 111-
124 2008
OLIVEIRA CL BIER VA MAIER
CR RORATO GM FROST
KF BARBOSA MA
SCHNORRENBERGER SCW
LANDO TT Incidecircncia de
dengue relacionada as condiccedilotildees
Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil
Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
26
climaacuteticas no municiacutepio de
Toledo ndash PR Arquivos Ciecircncias da
Sauacutede Unipar Umuarama 11(3)
211-216 2007
OLIVEIRA E DA S AMARAL L P
Estudo da relaccedilatildeo dos fatores
climaacuteticos e casos de dengue no
municiacutepio de Assis
Chateaubriand Paranaacute Rev
Engenharia Ambiental - Espiacuterito
Santo do Pinhal v 8 n 2 p 171-
181 2011
PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as
doenccedilas emergentes no Brasil Rev Ambiente amp Sociedade vol7
n1 Campinas 2004
PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as
praacuteticas sanitaacuterias para o controle
da dengue no Estado de Satildeo Paulo
1985-1995 Campinas 1996
(Dissertaccedilatildeo de Mestrado
UNICAMP FCM DMPS) 1996
RIBEIRO AF MARQUES GRAM
VOLTOLINI JC CONDINO
MLF Associaccedilotildees entre
incidecircncia de dengue e variaacuteveis
climaacuteticas Satildeo Paulo Revista de
Sauacutede Puacuteblica 40(4) 671-676
2006
RIBEIRO PC SOUSA DC ARAUJO
TME Perfil cliacutenico-
epidemioloacutegico dos casos
suspeitos de Dengue em um
bairro da zona sul de Teresina
PI Brasil Revista Brasileira de
Enfermagem 61(2) 211-216 2008
ROCHA LA TAUIL PL Dengue em
crianccedilas aspectos cliacutenicos e
epidemioloacutegicos Manaus Estado
do Amazonas 2006 a 2007 Revista da Sociedade Brasileira de
Medicina Tropical 42(1) 18-22
2009
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de Mato Grosso Plano Estadual
de Contingecircncia de Dengue 2005-
2006 Disponiacutevel em
httpwwwsaudemtgovbrupload
documento61plano-estadual-de-
contingencia-de-dengue-2005-
2006-5B61-190510-SES-
MT5Dpdf Acesso em 16 de
novembro 2008 2008
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dengue Cadernos de Sauacutede
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TEIXEIRA MG BARRETO ML
GUERRA Z Epidemiologia e
Medidas de Prevenccedilatildeo de
Dengue Informe Epidemioloacutegico
SUS 8 5-33 1999
TEIXEIRA MG COSTA MCN
BARRETO F BARRETO ML
Dengue twenty-five years since
remergence in Brasil Cadernos de
Sauacutede Puacuteblica 25 7-18 2009
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Epidemiologia do Dengue em
Salvador ndash Bahia 1995-1999
Revista da Sociedade Brasileira de
Medicina Tropical 34(3) 269-264
2001 VIEIRA GSS LIMA SC Distribuiccedilatildeo
Geograacutefica da Dengue e Iacutendice de
Infestaccedilatildeo do Aedes aegypti em
Uberlacircndia MG 2000 a 2002 Revista
Caminhos da Geografia 11(17) 107 ndash
122 2006
WICHMANN O Risk factors and
clinical features associated with
severe dengue infection in adults
and children during the 2001
epidemic in Chonburi Thailand
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2004
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Acesso em 22 de marccedilo de 2010
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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
22
escolaridade da maior parte da nossa
populaccedilatildeo contribuiacuteram em muito para a
disseminaccedilatildeo do vetor (FERREIRA et al
2009 TEIXEIRA et al 2009)
Uma das consequumlecircncias desta
situaccedilatildeo eacute o aumento de criadouros em
potencial do principal mosquito vetor O
saneamento baacutesico em especial a coleta de
lixo e o fornecimento de aacutegua eacute
inadequado ao crescimento desordenado
destas grandes cidades (MUCELIN amp
BELLINI 2008 PIGNATTI 1996)
Associada a esta situaccedilatildeo o sistema
produtivo industrial moderno que produz
grandes quantidades de recipientes
descartaacuteveis entre eles plaacutesticos latas e
outros materiais que recebem um destino
inadequado
Os valores de iacutendices de infestaccedilatildeo
residenciais e comerciais revelam uma
distribuiccedilatildeo em todos os meses dos
intervalos analisados mas foram
encontradas densidades elevadas nos
primeiros e uacuteltimos meses do ano dos
periacuteodos estudados Os iacutendices analisados
mensalmente revelam uma densidade
maior em comparaccedilatildeo com os percentuais
anuais como no ano de 2007 que
apresentou uma densidade anual de 093
iacutendice considerado satisfatoacuterio mas
somente no mecircs de janeiro deste mesmo
ano atingiu a maacutexima percentual de 339
iacutendice este considerado risco de surto
(Tabela 3)
Os iacutendices anuais de infestaccedilatildeo de
formas imaturas do vetor nos imoacuteveis
demonstrados mostram como esses
indicadores se dissipam quando analisados
como meacutedias anuais Obteve-se um
percentual semelhante para 2004 e 2005
(085) 2006 (103) 2007 (093) e
2008 (084) Os iacutendices altos e baixos de
infestaccedilatildeo de formas imaturas do vetor
acabam se diluindo ao estabelecer uma
meacutedia mensal e anual para os municiacutepios e
principalmente dos Estados e suas regiotildees
(Tabela 3) Os iacutendices mensais revelaram
percentuais de ateacute 339 somente para o
mecircs de janeiro de 2007 um dos registros
mais elevados em todos os meses
analisados mas em contrapartida a meacutedia
anual para 2007 atingiu um iacutendice de
somente 103
Foram analisadas as frequumlecircncias de
notificaccedilotildees referentes agrave faixa etaacuteria onde
foi verificado que todas as idades foram
acometidas pela doenccedila demonstrando um
alto risco de adoecimento em todas as
faixas etaacuterias mas a faixa de 25 a 34 anos
eacute a mais acometida (Tabela 4) Semelhante
ocorrecircncia foi encontrada por TEIXEIRA
et al (2001) em Salvador na Bahia onde a
predominacircncia foi em indiviacuteduos com
idade acima de 15 anos poreacutem
WICHMANN (2004) nos relata que haacute
registros em paiacuteses asiaacuteticos em que a
dengue hemorraacutegica acomete
preferencialmente adolescentes menores de
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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
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15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute
relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em
Manaus onde a enfermidade predomina em
menores de 15 anos Mas natildeo se tem um
comportamento uacutenico de ocorrecircncia da
dengue por idade Segundo RIBEIRO et al
(2006) em caso das endemias a
suscetibilidade passa a ser universal
Na distribuiccedilatildeo de casos segundo
sexo constatou-se que aproximadamente
59 dos casos notificados revelaram uma
predominacircncia para o feminino (n = 1744)
e 41 (n = 1224) no masculino Segundo
RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al
(2009) haacute estudos que demonstram maiores
incidecircncias de dengue em mulheres do que
em homens apontando para um discreto
predomiacutenio de mulheres provavelmente
pelos seguintes motivos permanecem mais
tempo em suas residecircncias que os homens
e como a transmissatildeo se faz principalmente
no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila
observada pode justificar-se devido agrave
maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas
procurarem mais os serviccedilos de sauacutede
(Tabela 4)
A falta de consciecircncia ambiental
somados a uma coleta de lixo inadequada e
a falta de um controle de limpeza em
terrenos baldios pode ter agravado este
fato Estes fatores e os resultados obtidos
neste trabalho sugere que os principais
agravantes no aumento de casos de dengue
estaacute relacionado a chuva ao descaso da
populaccedilatildeo e a falta de um plano de
controle por parte do poder puacuteblico
(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)
Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E
SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP
Faixa Etaacuteria (ano) Sexo
Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino
2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70
2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139
2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209
2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703
2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103
A prevenccedilatildeo da dengue tem se
tornado um desafio pois as accedilotildees devem
ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico
ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na
cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo
do seu principal transmissor o A aegypti
Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior
desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo
motivada a resolver e enfrentar
coletivamente as endemias de dengue
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Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
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conscientizando-a a eliminar todos os
possiacuteveis criadouros de dengue
Como natildeo se dispotildee de uma vacina
para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode
contar com medidas de controle e
prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias
accedilotildees em conjunto que envolvam
investimento em saneamento baacutesico a
participaccedilatildeo das comunidades induzindo as
modificaccedilotildees de haacutebitos e
comportamentos a permissatildeo da
populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de
depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares
natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um
reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo
estudos proacuteprios agrave biologia do vetor
PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees
de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus
estatildeo fortemente associadas com a
densidade e dispersatildeo dos vetores
A elevada incidecircncia de infecccedilotildees
por dengue sugere como eacute reduzido o
impacto apresentado pelos programas de
combate ao A aegypti resultando em
sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp
VALLE (2007) ressalta a importacircncia das
coletas de larvas para verificar o impacto
das estrateacutegias baacutesicas de controle da
doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas
do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom
indicador para se medir a abundacircncia do
adulto ineficaz para estimar o risco de
transmissatildeo embora venha sendo usado
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados mostram a existecircncia
de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de
dengue e fatores abioacuteticos identificando o
intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos
contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos
casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem
ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e
controle e planejamento principalmente
em municiacutepios com perfis semelhantes
Faz-se necessaacuterio pensar numa
contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva
bem como melhorar o treinamento e a
formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais
5 AGRADECIMENTO
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e
ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela
disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz
Carlos Dilkin pelo constante apoio
6 REFEREcircNCIAS
BARRETO ML TEIXEIRA MG
Dengue no Brasil situaccedilatildeo
epidemioloacutegica e contribuiccedilotildees
para uma agenda de pesquisa Estudos Avanccedilados 22(64) 53-72
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Vigilacircncia Monitoramento e
Resistecircncia de Alternativas de
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novembro 2008 2008
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Geograacutefica da Dengue e Iacutendice de
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Uberlacircndia MG 2000 a 2002 Revista
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clinical features associated with
severe dengue infection in adults
and children during the 2001
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2010
Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil
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15 anos de idade Semelhante ocorrecircncia eacute
relatada por ROCHA amp TAUIL (2009) em
Manaus onde a enfermidade predomina em
menores de 15 anos Mas natildeo se tem um
comportamento uacutenico de ocorrecircncia da
dengue por idade Segundo RIBEIRO et al
(2006) em caso das endemias a
suscetibilidade passa a ser universal
Na distribuiccedilatildeo de casos segundo
sexo constatou-se que aproximadamente
59 dos casos notificados revelaram uma
predominacircncia para o feminino (n = 1744)
e 41 (n = 1224) no masculino Segundo
RIBEIRO et al (2008) e FLAUSINO et al
(2009) haacute estudos que demonstram maiores
incidecircncias de dengue em mulheres do que
em homens apontando para um discreto
predomiacutenio de mulheres provavelmente
pelos seguintes motivos permanecem mais
tempo em suas residecircncias que os homens
e como a transmissatildeo se faz principalmente
no domiciacutelio e peridomiciacutelio a diferenccedila
observada pode justificar-se devido agrave
maior exposiccedilatildeo ou tambeacutem por estas
procurarem mais os serviccedilos de sauacutede
(Tabela 4)
A falta de consciecircncia ambiental
somados a uma coleta de lixo inadequada e
a falta de um controle de limpeza em
terrenos baldios pode ter agravado este
fato Estes fatores e os resultados obtidos
neste trabalho sugere que os principais
agravantes no aumento de casos de dengue
estaacute relacionado a chuva ao descaso da
populaccedilatildeo e a falta de um plano de
controle por parte do poder puacuteblico
(MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE 2001)
Tabela 4 - Notificaccedilotildees de dengue segundo faixa etaacuteria e sexo Fonte SINAN DADOS E
SINAN NETVIGILAcircNCIA EPIDEMIOLOacuteGICAERS-SINOP
Faixa Etaacuteria (ano) Sexo
Ano lt 01 01a 04 05 a 14 15 a 24 25 a 34 35 a 44 45 a 54 55 a 64 ge65 Feminino Masculino
2004 0 2 12 30 35 24 20 8 7 77 70
2005 2 4 39 54 60 63 36 20 11 167 139
2006 1 4 59 76 100 90 65 39 10 263 209
2007 6 26 180 343 348 321 243 128 110 1109 703
2008 2 3 28 48 29 46 38 16 7 128 103
A prevenccedilatildeo da dengue tem se
tornado um desafio pois as accedilotildees devem
ser centradas na atuaccedilatildeo sobre o uacutenico
ponto vulneraacutevel que faz a ligaccedilatildeo na
cadeia epidemioloacutegica que eacute a eliminaccedilatildeo
do seu principal transmissor o A aegypti
Eacute importante ressaltar tambeacutem que o maior
desafio de todos eacute manter a populaccedilatildeo
motivada a resolver e enfrentar
coletivamente as endemias de dengue
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conscientizando-a a eliminar todos os
possiacuteveis criadouros de dengue
Como natildeo se dispotildee de uma vacina
para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode
contar com medidas de controle e
prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias
accedilotildees em conjunto que envolvam
investimento em saneamento baacutesico a
participaccedilatildeo das comunidades induzindo as
modificaccedilotildees de haacutebitos e
comportamentos a permissatildeo da
populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de
depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares
natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um
reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo
estudos proacuteprios agrave biologia do vetor
PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees
de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus
estatildeo fortemente associadas com a
densidade e dispersatildeo dos vetores
A elevada incidecircncia de infecccedilotildees
por dengue sugere como eacute reduzido o
impacto apresentado pelos programas de
combate ao A aegypti resultando em
sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp
VALLE (2007) ressalta a importacircncia das
coletas de larvas para verificar o impacto
das estrateacutegias baacutesicas de controle da
doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas
do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom
indicador para se medir a abundacircncia do
adulto ineficaz para estimar o risco de
transmissatildeo embora venha sendo usado
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados mostram a existecircncia
de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de
dengue e fatores abioacuteticos identificando o
intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos
contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos
casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem
ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e
controle e planejamento principalmente
em municiacutepios com perfis semelhantes
Faz-se necessaacuterio pensar numa
contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva
bem como melhorar o treinamento e a
formaccedilatildeo dos agentes de sauacutede ambientais
5 AGRADECIMENTO
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e
ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela
disponibilizaccedilatildeo dos dados e ao Sr Luiz
Carlos Dilkin pelo constante apoio
6 REFEREcircNCIAS
BARRETO ML TEIXEIRA MG
Dengue no Brasil situaccedilatildeo
epidemioloacutegica e contribuiccedilotildees
para uma agenda de pesquisa Estudos Avanccedilados 22(64) 53-72
2008
BRAGA AB VALLE D Aedes aegypti
Vigilacircncia Monitoramento e
Resistecircncia de Alternativas de
Controle no Brasil Epidemiol
Serviccedilo de Sauacutede Brasiacutelia 295-
302 2007
CONSOLI RAGB OLIVEIRA RL
Principais Mosquitos de
Importacircncia Sanitaacuteria no Brasil
2deg ediccedilatildeo Ed Fiocruz 228 p 1998
Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil
Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
25
DEGALLIER N C FAVIER C
MENKES M LENGAIGNE W
M RAMALHO R SOUZA J
SERVAIN JP BOULANGER
Toward an early warning system
for dengue prevention modeling
climate impact on dengue
transmission Climatic Change
98 581-592 2010
FERREIRA BJ SOUZA MFM
FILHO MAS CARVALHO
AA Evoluccedilatildeo histoacuterica dos
programas de prevenccedilatildeo e
controle da dengue no Brasil
Revista de Ciecircncias de Sauacutede
Coletiva 961-972 2009
FLAUZINO RF SOUZA-SANTOS R
BARCELLLOS C GRACIE R
MAGALHAtildeES MAFM
OLIVEIRA RM
Heterogeneidade espacial da
dengue em estudos locais Niteroacutei
RJ Revista de Sauacutede Puacuteblica 43
(6) 1035-1043 2009
FORATTINI OP Culicidologia Meacutedica
Identificaccedilatildeo Biologia e
Epidemiologia Satildeo Paulo
EDUSP 2002
FUNASA Guia de Vigilacircncia
Epidemioloacutegica Brasiacutelia
Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede
Centro Nacional de Epidemiologia
V I pg 203-230 2007
HALSTEAD SB The XX th century
dengue pandemic need for
surveillance and research World
Health Stat Q 45 292-298 1992
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades
Disponiacutevel em
lthttpwwwibgegovbrcidadesat
topwindowhtm1gt Acesso em 28
de junho de 2008 2008
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades
Disponiacutevel em lt
httpwwwcenso2010ibgegovbr
sinopseindexphpuf=51ampdados=1
gt Acesso em dezembro de 2010
2010
LIMA EA FIRMINO JLN FILHO
MFG A relaccedilatildeo da previsatildeo da
precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e
casos de dengue nos estados de
Alagoas e Paraiacuteba nordeste do
Brasil Campina Grande PB
Revista Brasileira de Meteorologia
23 (3) 264-269 2008
MARCcedilAL JUNIOR O SANTOS A
Infestaccedilatildeo por Aedes Aegypti
(Diptera Culicidae) e incidecircncia
de Dengue no espaccedilo urbano Revista Caminhos da Geografia
241-251 2004
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Dengue
Instruccedilotildees para pessoal de
combate ao vetor Manual de
normas teacutecnicas 3 ed Revista da
Fundaccedilatildeo Nacional de Sauacutede 84 p
2001
MINISTEacuteRIO DA SAUacuteDE Programa
Nacional de Controle de Dengue -
PNCD Accedilotildees e Programas
Secretaria de Vigilacircncia a Sauacutede
Ministeacuterio da Sauacutede Brasil 254 p
2008
MIYAZAKI RD RIBEIRO ALM
PIGNATTI MG JUacuteNIOR
JHC PIGNATI M
Monitoramento do mosquito
Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
(Diptera Culicidae) por meio de
ovitrampas no Campus da
Universidade Federal de Mato
Grosso Cuiabaacute Estado de Mato
Grosso Revista da Sociedade
Brasileira de Medicina Tropical
42(4) 392-397 2009
MUCELIN CA BELLINI M Lixo e
Impactos Ambientais
Perceptiacuteveis no Ambiente
Urbano Uberlacircndia MG Revista
Sociedade amp Natureza 20 111-
124 2008
OLIVEIRA CL BIER VA MAIER
CR RORATO GM FROST
KF BARBOSA MA
SCHNORRENBERGER SCW
LANDO TT Incidecircncia de
dengue relacionada as condiccedilotildees
Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil
Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
26
climaacuteticas no municiacutepio de
Toledo ndash PR Arquivos Ciecircncias da
Sauacutede Unipar Umuarama 11(3)
211-216 2007
OLIVEIRA E DA S AMARAL L P
Estudo da relaccedilatildeo dos fatores
climaacuteticos e casos de dengue no
municiacutepio de Assis
Chateaubriand Paranaacute Rev
Engenharia Ambiental - Espiacuterito
Santo do Pinhal v 8 n 2 p 171-
181 2011
PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as
doenccedilas emergentes no Brasil Rev Ambiente amp Sociedade vol7
n1 Campinas 2004
PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as
praacuteticas sanitaacuterias para o controle
da dengue no Estado de Satildeo Paulo
1985-1995 Campinas 1996
(Dissertaccedilatildeo de Mestrado
UNICAMP FCM DMPS) 1996
RIBEIRO AF MARQUES GRAM
VOLTOLINI JC CONDINO
MLF Associaccedilotildees entre
incidecircncia de dengue e variaacuteveis
climaacuteticas Satildeo Paulo Revista de
Sauacutede Puacuteblica 40(4) 671-676
2006
RIBEIRO PC SOUSA DC ARAUJO
TME Perfil cliacutenico-
epidemioloacutegico dos casos
suspeitos de Dengue em um
bairro da zona sul de Teresina
PI Brasil Revista Brasileira de
Enfermagem 61(2) 211-216 2008
ROCHA LA TAUIL PL Dengue em
crianccedilas aspectos cliacutenicos e
epidemioloacutegicos Manaus Estado
do Amazonas 2006 a 2007 Revista da Sociedade Brasileira de
Medicina Tropical 42(1) 18-22
2009
SESMT Secretaria do Estado de Sauacutede
de Mato Grosso Plano Estadual
de Contingecircncia de Dengue 2005-
2006 Disponiacutevel em
httpwwwsaudemtgovbrupload
documento61plano-estadual-de-
contingencia-de-dengue-2005-
2006-5B61-190510-SES-
MT5Dpdf Acesso em 16 de
novembro 2008 2008
TAUIL PL Urbanizaccedilatildeo e ecologia do
dengue Cadernos de Sauacutede
Puacuteblica 17 99-102 2001
TEIXEIRA MG BARRETO ML
GUERRA Z Epidemiologia e
Medidas de Prevenccedilatildeo de
Dengue Informe Epidemioloacutegico
SUS 8 5-33 1999
TEIXEIRA MG COSTA MCN
BARRETO F BARRETO ML
Dengue twenty-five years since
remergence in Brasil Cadernos de
Sauacutede Puacuteblica 25 7-18 2009
TEIXEIRA MG COSTA MCN
BARRETO F BARRETO ML
Epidemiologia do Dengue em
Salvador ndash Bahia 1995-1999
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Medicina Tropical 34(3) 269-264
2001 VIEIRA GSS LIMA SC Distribuiccedilatildeo
Geograacutefica da Dengue e Iacutendice de
Infestaccedilatildeo do Aedes aegypti em
Uberlacircndia MG 2000 a 2002 Revista
Caminhos da Geografia 11(17) 107 ndash
122 2006
WICHMANN O Risk factors and
clinical features associated with
severe dengue infection in adults
and children during the 2001
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2004
WORLD HEALTH ORGANIZATION
Dengue and dengue
haemorrhagic fever Disponiacutevel
em
httpwwwwhointmediacentrefa
ctsheetsfs117enindexhtml
Acesso em 22 de marccedilo de 2010
2010
Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil
Engenharia Ambiental - Espiacuterito Santo do Pinhal v 9 n 3 p 014-026 jul ago 2012
24
conscientizando-a a eliminar todos os
possiacuteveis criadouros de dengue
Como natildeo se dispotildee de uma vacina
para prevenccedilatildeo contra a dengue soacute se pode
contar com medidas de controle e
prevenccedilatildeo do vetor fazem se necessaacuterias
accedilotildees em conjunto que envolvam
investimento em saneamento baacutesico a
participaccedilatildeo das comunidades induzindo as
modificaccedilotildees de haacutebitos e
comportamentos a permissatildeo da
populaccedilatildeo para um tratamento quiacutemico de
depoacutesitos de aacutegua intra e peridomiciliares
natildeo eliminaacuteveis accedilotildees de educaccedilatildeo
comunicaccedilatildeo e informaccedilatildeo com um
reforccedilado apoio da miacutedia e ateacute mesmo
estudos proacuteprios agrave biologia do vetor
PIGNATTI (2004) relata que as condiccedilotildees
de permanecircncia e circulaccedilatildeo dos viacuterus
estatildeo fortemente associadas com a
densidade e dispersatildeo dos vetores
A elevada incidecircncia de infecccedilotildees
por dengue sugere como eacute reduzido o
impacto apresentado pelos programas de
combate ao A aegypti resultando em
sequumlentes surtos da doenccedila BRAGA amp
VALLE (2007) ressalta a importacircncia das
coletas de larvas para verificar o impacto
das estrateacutegias baacutesicas de controle da
doenccedila dirigidas agrave eliminaccedilatildeo das larvas
do vetor Esse entretanto natildeo eacute um bom
indicador para se medir a abundacircncia do
adulto ineficaz para estimar o risco de
transmissatildeo embora venha sendo usado
4 CONCLUSAtildeO
Os resultados mostram a existecircncia
de associaccedilatildeo entre nuacutemeros de casos de
dengue e fatores abioacuteticos identificando o
intervalo em que os iacutendices pluviomeacutetricos
contribuiacuteram para a geraccedilatildeo de novos
casos da doenccedila Informaccedilotildees estas podem
ser uacuteteis na elaboraccedilatildeo de estrateacutegias e
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Faz-se necessaacuterio pensar numa
contribuiccedilatildeo da populaccedilatildeo mais efetiva
bem como melhorar o treinamento e a
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5 AGRADECIMENTO
Agrave Secretaria Municipal de Sauacutede e
ao Polo Regional de Sauacutede de Sinop pela
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302 2007
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Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil
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25
DEGALLIER N C FAVIER C
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for dengue prevention modeling
climate impact on dengue
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e Estatiacutestica Seccedilatildeo Cidades
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gt Acesso em dezembro de 2010
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precipitaccedilatildeo pluviomeacutetrica e
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23 (3) 264-269 2008
MARCcedilAL JUNIOR O SANTOS A
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(Diptera Culicidae) e incidecircncia
de Dengue no espaccedilo urbano Revista Caminhos da Geografia
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Ministeacuterio da Sauacutede Brasil 254 p
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Monitoramento do mosquito
Aedes aegypti (Linnaeus 1762)
(Diptera Culicidae) por meio de
ovitrampas no Campus da
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Grosso Cuiabaacute Estado de Mato
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Brasileira de Medicina Tropical
42(4) 392-397 2009
MUCELIN CA BELLINI M Lixo e
Impactos Ambientais
Perceptiacuteveis no Ambiente
Urbano Uberlacircndia MG Revista
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124 2008
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KF BARBOSA MA
SCHNORRENBERGER SCW
LANDO TT Incidecircncia de
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Dilkin LPS amp Barreto M R Fatores abioacuteticos associados a Aedes aegypti em Sinop MT Brazil
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26
climaacuteticas no municiacutepio de
Toledo ndash PR Arquivos Ciecircncias da
Sauacutede Unipar Umuarama 11(3)
211-216 2007
OLIVEIRA E DA S AMARAL L P
Estudo da relaccedilatildeo dos fatores
climaacuteticos e casos de dengue no
municiacutepio de Assis
Chateaubriand Paranaacute Rev
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Santo do Pinhal v 8 n 2 p 171-
181 2011
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doenccedilas emergentes no Brasil Rev Ambiente amp Sociedade vol7
n1 Campinas 2004
PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as
praacuteticas sanitaacuterias para o controle
da dengue no Estado de Satildeo Paulo
1985-1995 Campinas 1996
(Dissertaccedilatildeo de Mestrado
UNICAMP FCM DMPS) 1996
RIBEIRO AF MARQUES GRAM
VOLTOLINI JC CONDINO
MLF Associaccedilotildees entre
incidecircncia de dengue e variaacuteveis
climaacuteticas Satildeo Paulo Revista de
Sauacutede Puacuteblica 40(4) 671-676
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crianccedilas aspectos cliacutenicos e
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de Contingecircncia de Dengue 2005-
2006 Disponiacutevel em
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contingencia-de-dengue-2005-
2006-5B61-190510-SES-
MT5Dpdf Acesso em 16 de
novembro 2008 2008
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TEIXEIRA MG BARRETO ML
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SUS 8 5-33 1999
TEIXEIRA MG COSTA MCN
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Geograacutefica da Dengue e Iacutendice de
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FILHO MAS CARVALHO
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Nacional de Controle de Dengue -
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Ministeacuterio da Sauacutede Brasil 254 p
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Monitoramento do mosquito
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(Diptera Culicidae) por meio de
ovitrampas no Campus da
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Grosso Cuiabaacute Estado de Mato
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42(4) 392-397 2009
MUCELIN CA BELLINI M Lixo e
Impactos Ambientais
Perceptiacuteveis no Ambiente
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Sociedade amp Natureza 20 111-
124 2008
OLIVEIRA CL BIER VA MAIER
CR RORATO GM FROST
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SCHNORRENBERGER SCW
LANDO TT Incidecircncia de
dengue relacionada as condiccedilotildees
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climaacuteticas no municiacutepio de
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211-216 2007
OLIVEIRA E DA S AMARAL L P
Estudo da relaccedilatildeo dos fatores
climaacuteticos e casos de dengue no
municiacutepio de Assis
Chateaubriand Paranaacute Rev
Engenharia Ambiental - Espiacuterito
Santo do Pinhal v 8 n 2 p 171-
181 2011
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n1 Campinas 2004
PIGNATTI M G Sauacutede e Ambiente as
praacuteticas sanitaacuterias para o controle
da dengue no Estado de Satildeo Paulo
1985-1995 Campinas 1996
(Dissertaccedilatildeo de Mestrado
UNICAMP FCM DMPS) 1996
RIBEIRO AF MARQUES GRAM
VOLTOLINI JC CONDINO
MLF Associaccedilotildees entre
incidecircncia de dengue e variaacuteveis
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Sauacutede Puacuteblica 40(4) 671-676
2006
RIBEIRO PC SOUSA DC ARAUJO
TME Perfil cliacutenico-
epidemioloacutegico dos casos
suspeitos de Dengue em um
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Enfermagem 61(2) 211-216 2008
ROCHA LA TAUIL PL Dengue em
crianccedilas aspectos cliacutenicos e
epidemioloacutegicos Manaus Estado
do Amazonas 2006 a 2007 Revista da Sociedade Brasileira de
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2009
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de Mato Grosso Plano Estadual
de Contingecircncia de Dengue 2005-
2006 Disponiacutevel em
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documento61plano-estadual-de-
contingencia-de-dengue-2005-
2006-5B61-190510-SES-
MT5Dpdf Acesso em 16 de
novembro 2008 2008
TAUIL PL Urbanizaccedilatildeo e ecologia do
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Puacuteblica 17 99-102 2001
TEIXEIRA MG BARRETO ML
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TEIXEIRA MG COSTA MCN
BARRETO F BARRETO ML
Dengue twenty-five years since
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