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FACEBOOK E ALGORITMOS: UM ESTUDO DE CASO DO USO DO FACEBOOK
COMO SUPORTE PEDAGÓGICO NA DISCIPLINA DE
ALGORITMOS E TÉCNICAS DE PROGRAMAÇÃO DO CURSO DE
SISTEMAS DE INFORMAÇÃO EM IES
FACEBOOK AND ALGORITHMS: A CASE STUDY OF THE USE OF FACEBOOK
AS A PEDAGOGICAL SUPPORT TO THE DISCIPLINE ALGORITHMS AND
PROGRAMMING TECHNIQUES IN INFORMATION SYSTEMS COURSE IN A
HEI
Fabio Neves de MIRANDA1
1Faculdade de Minas, Faminas-BH, Professor da disciplina de Algoritmos e Linguagens de Programação do
curso de Sistemas de Informação
e-mail: [email protected]
Resumo
O presente trabalho teve como finalidade mostrar de que forma a rede social facebook pode contribuir para processo de aprendizagem dos discentes da disciplina de algoritmos e linguagens de programação proposta pelos cursos de Sistemas da Informação na modalidade presencial em uma Instituição de Ensino Superior. Para atingir este fim, foi utilizado como metodologia a pesquisa qualitativa usando como instrumentos metodológicos a pesquisa bibliográfica, estudo de caso e a observação desde a implantação e criação da disciplina na rede social facebook até o final da primeira etapa da disciplina em questão. O resultado que se obteve deste trabalho demostraram a satisfação dos alunos com o fato do professor usar esta ferramenta de interação da geração Y para envolver e interagir com os alunos, entendendo que a disciplina de algoritmos e linguagens de programação é base para posteriores disciplinas do curso de Sistemas de Informação. Este trabalho no futuro poderá servir de apoio a professores, que preocupados com o aspecto colaborativo da web 2.0 atual, exercerão de forma eficaz o ensino da disciplina de algoritmos e linguagens de programação, além de vislumbrar possibilidades pedagógicas em diversas disciplinas que requer maior apoio sistemático em uma Instituição de Ensino Superior (IES).
Palavras-chave: Redes Sociais. Algoritmos. Linguagem de Programação.Colaboração.
Abstract This study aims at showing how the social network Facebook may contribute to the learning process of students enrolled in the Algorithms and Programming Languages discipline from the Information Systems on-site courses offered by a Higher Education Institution. Thus, the qualitative research was used as methodology which included the following tools: literature research, case study and observation that lasted from the creation and deployment of the discipline in Facebook through the end of the first stage of the given discipline. The result obtained in this work displayed the students' satisfaction with the teacher's use of Facebook, which is a typical interaction tool of the Y generation, to interact and get the students engaged; understanding that the subject Algorithms and Programming Languages is the basis for subsequent courses of the program Information Systems. This work may serve ultimately as a support for teachers who, worried about the collaborative aspect of the current Web 2.0, will be able to teach the discipline of Algorithms and Programming Languages effectively besides being able to picture pedagogic possibilities in several disciplines that require more systematic support in a Higher Education Institution (HEI). Keywords:Social Networks. Algorithms.Programming Language.Collaboration.
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1 Introdução As novas maneiras de comunicar e se relacionar têm levado os educadores a
repensarem seus processos de ensino. As redes sociais tornam-se uma realidade do
contexto chamado web 2.0. Há algum tempo as “tecnologias interativas” tinham ênfase
no cenário tecnológico, porém atualmente as atenções tem se voltado para os chamados
“sistemas colaborativos”, “cultura participativa”.
O termo Web 2.0 que foi cunhado inicialmente por Tim O’Reilly em 2005, e que
significa uma web interativa, descrita como:
Web 2.0 é a revolução de negócios na indústria de informática causada pela mudança para a Internet como plataforma, e uma tentativa de entender as regras para o sucesso nessa nova plataforma. A principal entre essas regras é a seguinte: Construa aplicações que tenha os efeitos de rede para obter melhor aproveitamento das pessoas que usá-los. (Isto é o que eu tenho chamado em outro lugar de "aproveitamento da inteligência coletiva"). (O'REILLY, 2005, tradução nossa)1
A Web 2.0 é a mudança para uma Internet como plataforma (arquitetura em que
as aplicações de software são construídas e usadas sobre a Web) e o entendimento da
filosofia subjacente de modo a atingir tal objetivo. Entre outros, um dos objetivos mais
importantes passam pelo desenvolvimento de aplicativos que aproveitem os efeitos da
rede para se tornarem melhores quanto mais forem usados pelas pessoas, beneficiando a
inteligência coletiva (O’Reilly&Battelle, 2009).
As tecnologias Web 2.0 (podcasts, wikis, redes sociais e mundos virtuais) fazem
parte do dia-a-dia dos nossos alunos e, a pouco a pouco, os professores procuram
fortalecer a relação pedagógica entre ambos através de tecnologias e ferramentas Web
que favoreçam a interação com conteúdos e com os intervenientes dos processos de
aprendizagem.
O objetivo deste estudo e da investigação é apresentar inicialmente os
fundamentos das Redes Sociais, dedicando especial atenção à rede social Face book.
Seguidamente, será descrito uma experiência pedagógica mediada por esta rede social
com 30 alunos de uma turma de 1º período do curso de Sistemas de Informação na
disciplina de Algoritmos e Linguagens de Programação e suas contribuições no
processo de ensino-aprendizagem na disciplina em questão de uma IES.
Por fim, são tecidas algumas considerações relevantes, nomeadamente para
1 “Web 2.0 is the business revolution in the computer industry caused by the move to the internet as platform,
and an attempt to understand the rules for success on that new platform. Chief among those rules is this: Build applications that harness network effects to get better the more people use them. (This is what I've elsewhere called "harnessing collective intelligence.")” (O'REILLY, 2005)
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aqueles que procuram novas modalidades de utilização das redes sociais em contextos
educativos em Instituições de Ensino Superior (IES).
2 Redes Sociais
As redes sociais são formadas pelas pessoas e seus relacionamentos. Alguns
relacionamentos são duradouros e fortes, assim como relacionamentos em membros da
família ou de amizade, outros são passageiros e desaparecem com o tempo. As redes
sociais na web são ambientes virtuais onde os participantes interagem com outras
pessoas e criam redes baseadas em algum tipo de relacionamento.
De acordo com Nielsen (NIELSEN, 2009), o uso das redes sociais e dos blogs já
representa a quarta atividade mais realizada na web, e já atinge 66,8% da população
mundial. O tempo gasto nos sites de relacionamento cresce três vezes mais do que o
crescimento do tempo total gasto na internet, o que indica a tendência ainda maior do
crescimento das redes.
Como afirma Fuks (2011), as redes sociais atuam como auxílio na resolução de
problemas do “mundo real” tais como: a) armazenar e difundir o conhecimento entre
pessoas que vivem situações semelhantes, mas vivem ou trabalham em locais distintos;
b) reproduzir e gerar conexões entre pessoas e organizações; conectar pessoas ainda que
desconhecidas no presencial, para estabelecer parceria e colaboração; dentre outros
aspectos fundamentais na geração Y.
Estudos importantes realizados no âmbito brasileiro têm levantado a
possibilidade do uso das redes sociais na educação; a utilização de Redes Sociais na
Internet na educação (na aprendizagem), entre os principais estão Alves, 2008; Costa,
2008; Hardagh, 2009.Teorias importantes na era digital têm sido propostas como o
conectivismo de Siemens (2012) que possui alguns princípios norteadores como:
a) aprendizagem e conhecimento baseiam-se na diversidade de opiniões e posições;
b) aprendizagem é a capacidade de conectar nós específicos ou fontes de informações;
c) aprendizagem pode residir em dispositivos não humanos;
d) cultivar e manter conexões são necessários para a aprendizagem contínua, dentre
outros aspectos.
Para Lima (2011), as redes sociais Virtuais são grupos ou espaços específicos na
Internet, que permitem partilhar dados e informações, sendo estas de caráter geral ou
específico das mais diversas formas (textos, arquivos, imagens, fotos, vídeos, etc).
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Formando grupos que possuem afinidades e que encontram nas Redes Sociais Virtuais
espaço para debates e discussões.
Assumiu-se neste trabalho que o conceito de Rede Social é uma estrutura
organizada de indivíduos, grupos de indivíduos, organizações conectadas por laços
fortes ou fracos compartilhando um ou mais objetivos comuns. Existem diversas
plataformas para este fim, mas o foco em questão será o facebook.
2.1 Facebook
Uma pergunta importante se faz necessária: Por que usar o facebook na
Educação? Bozarth (2010) afirma de maneira apropriada os motivos: facilita a
conversação; ajuda a diminuir as relações hierárquicas de poder entre professor e
alunos; melhora o “nível” de relacionamento; suporta a interação entre alunos,
rompendo com o discurso limitado tipo aluno-professor.
Bozarth (2010) ressalta ainda que na cibercultura atual alguns aspectos
educacionais sejam importantes como: noção de conhecimento como uma construção;
aprendizagem participativa; integração das tecnologias digitais ao currículo;
inteligência coletiva que favorece o fluxo comunicacional por meio do
compartilhamento das mídias sociais, ou seja, o que está em jogo é mesmo o fluxo de
signos; a interação e a conectividade entre pessoas e conteúdos.
“Dar às pessoas o poder de compartilhar e tornar o mundo mais aberto e
conectado2” é a missão desta plataforma (Facebook, tradução nossa), conforme o
próprio criador Mark Zuckerberg descreve na página do Facebook destinada a
apresentar o produto à comunidade. No lançamento desta plataforma ela foi restrita aos
alunos da Universidade de Harvard, sendo que rapidamente ganhou dimensão mundial,
chegando hoje a cerca de 880 milhões de usuários.
O Facebook tornou-se não só um canal de comunicação e um destino para
pessoas interessadas em procurar, partilhar ou aprender sobre determinado assunto, mas
também, um meio de oportunidades para o ensino superior, designadamente: é uma
ferramenta popular; fácil de usar; não necessita de desenvolvimento interno ou de
aquisição de software; é útil para alunos, professores e funcionários; permite a
integração de diversos recursos no Facebook (RSS feeds, blogs, twitter, etc.); fornece
2 “Facebook's mission is to give people the power to share and make the world more open and connected.”
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alternativas de acesso a diferentes serviços; permite o controlo de privacidade (podemos
controlar a informação que queremos que os outros vejam sobre nós); e, acima de tudo,
não a podemos ignorar (Kelly, 2007).
Em face desta realidade, a seguir procuramos utilizar o facebook como uma
forma de interagir e promover situações de aprendizado em uma disciplina considerada
base para o curso de Sistema de Informação: Algoritmos e Linguagens de Programação
da turma do 1º. Período de 2012.
3 Facebook e a disciplina de Algoritmos e Linguagens de Programação
A disciplina de Algoritmos e Linguagens de Programação faz parte da grade
curricular dos cursos de Sistemas de Informação proposta pelo MEC e tem como
finalidade apresentar ao aluno a lógica de programação, suas estruturas, suas formas de
representação dessa lógica (algoritmos) e o uso aplicado destes algoritmos por meio da
linguagem de programação C.
Um algoritmo pode ser visto como uma sequência de ações executáveis para a
obtenção de uma solução para determinado tipo de problema. Os programas são
formulações concretas de algoritmos abstratos, baseado em representações e estruturas
específicas de dados. Em outras palavras, programas representam uma classe especial
de algoritmos capazes de serem seguidos por computadores (ZIVIANE, 2011).
Essa disciplina muitas vezes é encarada pelos estudantes como uma barreira
intransponível principalmente nos cursos de computação e algumas engenharias, dentre
outros. A dificuldade em assimilar os conceitos envolvidos em tais disciplinas é facilmente
observável especialmente nos primeiros semestres em que são introduzidas nos cursos de
graduação. Com o avanço do curso, para muitos as deficiências de aprendizagem nos
conceitos básicos de programação limitam o nível de abstração e amadurecimento conceitual
dos conteúdos subsequentes, dificultando ainda mais a aprendizagem e impulsionando altos
índices de evasão e reprovação.
4 Estudo de caso do Facebook em Algoritmos e Linguagens de Programação
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Os discentes utilizados neste trabalho são os alunos do 1º. período do curso de
Sistemas de Informação. É comum no 1º. período o aluno ter dificuldades para se
engajar no âmbito do curso superior. Como a disciplina de Algoritmos e Linguagens de
Programação requer grande esforço por parte do aluno dentro e fora de sala aula, o
facebook veio como um instrumento eficaz que os alunos já usam no seu dia a dia.
Apesar de todos os esforços do docente em impulsionar o uso da plataforma, este
apenas registrava um incremento de acessos que antecediam momentos de avaliação.
Portanto, se os alunos já estão motivados para o uso de redes sociais e utilizam
diariamente podendo ser um veículo de aprendizagem colaborativa e informal, por que
não usá-las em contexto educativo?
Neste sentido, foi proposto explorar e identificar o potencial educativo da rede
social Facebook, através de aplicações, recursos e atividades que pudessem suportar o
processo de ensino/aprendizagem, com a finalidade de obter uma participação mais
proativa, e interativa dos alunos. Este estudo de caso foi implementado com os
discentes de uma turma de 1º período do curso de Sistemas de Informação da
Instituição de Ensino Superior em questão. A técnica de coleta de dados usada foi a
sondagem simples e a recolhimento de informação baseada na observação.
4.1 Interações iniciais no Facebook
A experiência pedagógica teve início Fevereiro de 2012 com a criação do um
grupo chamado “SI-PERIODO-01” dentro do Facebook pelo professor administrador
do grupo. Logo após, o professor administrador do grupo orientou o representante de
turma para aos poucos inserir outros colegas que eles já conheciam na sala dentro do
grupo. Esta ação foi intencional pelo professor, assim o representante de turma poderia
atuar também como um elo entre o professor e a turma em questão.
Logo no início da criação do grupo e das primeiras interações, o representante da
turma (figura 1) busca na internet o livro da disciplina de Algoritmos e Linguagens de
Programação que consta no plano de ensino conforme orientação do professor em sala
de aula. Compartilha com os outros colegas da turma que a edição da biblioteca é mais
atual que a edição da internet. Isso demostra a preocupação do aluno em ir até a
biblioteca e também compartilhar com os outros colegas sua preocupação com a edição
do livro que servirá de base para os estudos da disciplina.
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Figura 1 – interação do representante sobre o livro
referência
Para melhor orientação quanto aos conteúdos da disciplina lecionada, o professor da
disciplina emite um comunicado para que os alunos possam continuar seus estudos fora
da sala de aula, ou seja, por meio de Ambientes Virtuais de Aprendizagem conforme
Figura 2.
Figura 2 – primeira comunicação do professor
O professor volta a incentivar o representante da turma para adicionar mais
colegas para obter maior interação por parte dos alunos e professor na disciplina. No
primeiro momento havia poucos alunos.
O universo previsto observado é de 30 alunos para esta pesquisa. Na figura
3observa-se 34 alunos adicionados, porém ao final deste processo, haverá mais de 80
alunos cadastrados no grupo em questão. Há uma intensa participação do representante
da turma para a participação dos que ainda não tinham entrado no grupo (figura4).
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Figura 3 – mais de 30 membros já adicionados no grupo para
interação
Figura 4 – representante da turma incentivando os
colegas
4.2 Dúvidas iniciais compartilhadas entre os discentes e o docente
A disciplina de algoritmos requer por parte dos alunos intensa prática fora de
sala de aula. Observa-se que a dúvida do aluno (Figura 5.1 e 5.2) é compartilhada com
outros discentes juntamente com o professor passam a interagir e a participar
ativamente na dúvida do aluno. Ao final, o aluno tira eficazmente sua dúvida podendo
prosseguir no processo de aprendizagem da disciplina.
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Figura 5.1 – dúvidas iniciais do discente determinado
exercício
Figura 5.2 – dúvida respondida ao final das
contribuições
4.3 Aumento da intensidade de indagações pelos discentes
À medida que a turma interage com outros discentes e o professor, a
complexidade das perguntas aumenta. O aluno neste caso (Figura 6) resolve não
somente perguntar, mas colar o conteúdo do algoritmo que ele está tentando resolver
para todos dentro do facebook, facilitando ainda mais o compartilhamento de
informações por parte de todos. Após várias interações, o aluno também sana sua
dúvida ficando satisfeito em continuar seu processo de aprendizagem.
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Figura 6 – aluno “cola” o algoritmo para compartilhamento de
informações
O outro aluno em vez de “colar” o conteúdo diretamente no campo para inserir textos
no Facebook, ele resolve copiar literalmente a tela (com a tecla printscreen) e colar
dentro do Facebook para outros colegas lhe ajudarem (Figura 7). Mais uma vez, o
compartilhamento de informações aconteceu e o aluno tirou sua dúvida de forma
satisfatória.
Figura 7 – aluno “cola” a tela para tirar
dúvidas
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Alguns alunos além de interagirem dentro do Facebook procuram formar os
chamados grupos de estudos (Figura 8). O aluno compartilha sua excelente ideia e o os
outros discentes discutem e ao final omitem a opinião dizendo da grande importância
que é um grupo de estudo para a disciplina em questão.
Figura 8 – proposta de grupos de estudos para melhor aprendizagem
Importante salientar aqui este outro caso onde o aluno compartilha o fato de que
terminou de fazer um determinado exercício, porém ficou com uma dúvida e expõe sua
dúvida aos demais discentes. Neste caso houve 20 comentários (figura 9), ou seja, uma
intensa interação e a dúvida compartilhada e sanada de forma altamente interativa.
Figura 9 – 20 (vinte) interações por parte dos discentes
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Constantemente o professor, como mediador do aprendizado, procura comunicar
aos discentes informações importantes durante a disciplina tornando ainda mais
interativo a relação do aluno com a disciplina (Figura 10).
Figura 10– comunicações ao longo da disciplina pelo
professor
O monitor (Figura 11) da disciplina de Algoritmos e Linguagens de Programação
também interage para ajudar os alunos na disciplina. O monitor é ativo, participativo e
contribui efetivamente para o entendimento do conteúdo da disciplina.
Figura 11 – aluno e monitor interagindo na disciplina
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Percebe-se nitidamente uma intensa interação e motivação por parte do docente e
dos discentes em uma disciplina que requer intensa busca e muita disciplina.
4 Percepção final dos discentes no uso do facebook na disciplina
Ao final da primeira etapa da disciplina, o professor procurou obter por parte dos
alunos suas opiniões sobre a eficácia do facebook na disciplina de algoritmos e
linguagem de programação. A pergunta foi feita da seguinte forma: de que forma o
Facebook tem contribuído para o aprendizado dos discentes de Algoritmos e
Linguagens de Programação? Eis as respostas dos alunos conforme figuras 12. É
nitidamente perceptível a opinião dos alunos. Os comentários ressaltam aspectos
colaborativos, troca de conhecimentos e experiências. Outros afirmam aspectos
diferentes como:
Aluno 1: “o facebook tem colaborado para tirar dúvidas de forma rápida e todos têm
contribuído para o crescimento geral de nosso desenvolvimento e aprendizado de nosso
conteúdo. Obrigado Professor”
Aluno 2: E como ajuda, entro no facebook ultimamente mais para estudar, do que
qualquer outra coisa... Vendo a galera interagindo sobre as matérias. “Aqui acabamos
ajudando uns aos outros e tirando muitas dúvidas, ou seja, compartilhamos e curtimos
conhecimentos...”
Aluno 3: “O uso do Facebook tem ajudado a orientar e compartilhar informações e
dicas sobre a matéria, além de contribuir para interação entre professor e aluno”.
Figura 12 – opiniões finais sobre a eficácia do facebook
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5 Conclusão
Os discentes na geração Y, já adotaram estilos de vida mais flexíveis, interativos
e atemporais, servindo-se das tecnologias Web 2.0 para participar, partilhar e
comunicar.
As redes sociais são ambientes sociais e digitais, com conectividade e
ubiquidade, baseadas na procura de aprendizagem, levando os educadores a ampliar a
visão de pedagogia para que os alunos sejam participantes ativos e coprodutores de
conteúdos, de modo que a aprendizagem seja um processo participativo, social, de
apoiado em objetivos e necessidades individuais (MacLoughlinet al., 2007).
Numa primeira análise, os resultados parciais deste estudo permitiram evidenciar
que os alunos se adaptam melhor às tecnologias quando vão ao encontro dos seus
interesses e necessidades pessoais. Ou seja, a utilização prévia do Facebook num
ambiente de aprendizagem informal contribuiu para que esse ambiente fosse
gradualmente organizando-se como um espaço de integração, comunicação e
colaboração entre todos, conforme demostrado em vários momentos neste trabalho,
observando-se de fato como um ambiente propício à aprendizagem formal, cooperativa
e colaborativa e altamente interativa na sociedade em rede que vivemos.
No cenário atual da cibercultura torna-se patente que o Facebook pode ser
utilizado como um recurso pedagógico potencializador importante para promover a
interação, a colaboração e as competências tecnológicas em Instituições de Ensino
Superior (IES), em cursos de Sistemas de Informação como também em outros cursos
de nível superior.
Por se tratar de um campo vasto e novo, o papel do facebook do ponto de vista
educacional já é uma realidade, principalmente, com o lançamento recente do facebook
for educators gerenciado pelos doutores Linda Fogg Phillips, Derek Baird, MA, & BJ
Fogg, Ph.D (FACEBOOK, 2012). Siemens (2012) propõe uma nova abordagem
pedagógica colaborativa chamada de Conectivismoque tem sido pesquisada e também
aceita como uma espécie de teoria de aprendizagem da era digital. Para futuros
trabalhos, pretende-se abordar aspectos desta suposta teoria aplicada à disciplina em
questão.
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6 Referências
BOZARTH, Jane. Social Media for Trainers.John Wiley & Sons, 2010. FACEBOOK, for Educators.Disponível em: http://facebookforeducators.org/. Acesso em: 09 jun 2012. FUKS, Hugo. Sistemas Colaborativos. São Paulo: Elsevier , 2012. KELLY, B. Introduction To Facebook: Opportunities and Challenges For The Institution. Disponível em: http://www.ukoln.ac.uk/web-focus/events/meetings/bath-facebook-2007-08/. Acesso em: 21 de Mar 2012. KENSKI, V. M. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas: Série Prática Pedagógica, 2003. LIMA, A. B. Social networks: uma nova onda? Disponível em: <http://grupopapeando.wordpress.com/2011/02/18/social-networks-uma-nova-onda/> Acesso em: 04 mar. 2012. SIEMENS, G. Connectivism: A Learning Theory for the Digital Age.elearnspace. Dezembro, 2004.Disponível em: <http://www.elearnspace.org/Articles/connectivism.htm>. Acesso em: 11 jun 2012. SIEMENS, G..Learning and knowing in networks: Changing roles for educators and
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Generation of Software. de O'Reilly Network: Disponívelem: http://oreilly.com/web2/archive/what-is-web-20.html. Acessoem: 21mar 2012. ZIVIANE, Nivio. Projeto de algoritmos.São Paulo: Cengage Learning, 2011.