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2013 2 0 0 0 1 9 9 5 2 0 0 5 2 0 1 0 2 0 1 5 2 0 2 0 2 0 2 5 C H A N G E Editado por Colleen Lowe Morna, Kubi Rama, Lucia Makamure e Mukayi Makaya-Magarangoma Extractos do PROTOCOLO DE GÉNERO DA SADC SADC

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Editado por Colleen Lowe Morna,Kubi Rama, Lucia Makamure e

Mukayi Makaya-Magarangoma

Extractos do

PROTOCOLO DE GÉNERO DA SADC SADC

Notas do editor

O Barómetro de 2013 é o quinto da série dosBarómetros, um marco anual para monitorar, denunciare envergonhar, na crítica contagem decrescente até2015. Este ano, uma nova característica em cadacapítulo é a caixa de monitoria desde 2009 até 2013;com uma coluna no fim mostrando as metas de 2015.O fosso entre 2013 e 2015 é uma das grandespreocupações deste Barómetro. A Aliança do Protocoloda SADC sobre Género e Desenvolvimento começoucom o lema “acelerando a igualdade do género naSADC”. Ela tornou-se: “A hora é agora”. Nestes temposde Barrack Obama, o lema mudou para “Sim,podemos.” Agora o lema é um grito urgente: “Sim,devemos!”.

Com a entrada em vigor em Setembro de 2012 doProtocolo da África Austral sobre Género eDesenvolvimento, a Aliança acredita que os governosdevem ser responsabilizados no período remanescenteaté 2015: o prazo para a implementação das 28 metasdo Protocolo e ODM 3. Como representantes do sectordo género do Conselho das ONGs da Comunidade doDesenvolvimento da África Austral (SADC - CNGO), aAliança está também activamente engajada nasdeliberações pós-2015.

No que diz respeito à igualdade do género eempoderamento da mulher, as discussões focalizaramsobre os impedimentos estruturais para a plenaigualdade do género (ONU Mulher, 2013). O progressorumo ao alcance dos actuais ODMs sobre a igualdadedo género demonstra que algumas metas preconizadasnos ODMs podem ser satisfeitas mas não lidam com

as preocupações estruturais que permitem que asdesigualdades do género persistam. Por exemplo, amatrícula de raparigas na escola primária (mesmosecundária) pode alcançar a paridade ou chegar aos100%, mas isso não se traduz em as estudantes ganharacesso à educação superior ou ter oportunidades iguaispara o mesmo tipo de emprego como os estudantes(ONU Mulher, 2013).

Através de várias auscultações para se lidar com asMetas do Desenvolvimento Sustentável pós-2015, enotavelmente o documento dos Resultados da Cimeirade Rio +20, a prioridade tem sido uma metatransformativa e única sobre igualdade do género eempoderamento da mulher com três componentes epara indicadores específicos do género para outrasmetas. As três componentes da proposta meta são:Os debates pós-2015 vingam o exercício há oito anos,durante a avaliação de Beijing Mais Dez, para uminstrumento sub-regional que abarca os cometimentosexistentes sobre igualdade do género e melhora-osatravés de metas calendarizadas, cobrindo dez áreastemáticas que abarcam liberdade da violência;capacidades e recursos; voz, liderança e participação.Na verdade, o Protocolo da SADC sobre Género surgiuantes do seu tempo. O Barómetro de 2013 toca emvários aspectos da agenda Pós-2015. Mas o seu principalenfoque é para agora, sobre o que acontece nospróximos dois anos.

Como nos anos anteriores, o Barómetro alimenta-seduma rica e crescente base de dados dos estudos decaso do Protocolo da SADC em @cção - 75 estudos decaso de 13países; muitos foram tirados das cimeirasdo Protocolo da SADC em @cção que tiveram lugarem 12 países da SADC antes da cimeira regional emJoanesburgo, em 2013 (vide Tabela II).

Tabela 1: Estudos de caso sobre o Protocolo da SADC em @cção usados no Barómetro 2013

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A Cimeira regional do Protocolo da SADC em @cção, naqual participaram mais de 300 pessoas em Abril de 2013,lançou um grande relógio fazendo a contagemdecrescente para o dia da SADC, 17 de Agosto de 2015:meses, dias, horas, minutos e segundos. Os finalistas das12 cimeiras nacionais realizadas durante Março e iníciosde Abril competiram entre si para prémios pelo trabalhode empurar a agenda do género para frente. Todostinham uma mensagem: sim, podemos e sim, devemos!A antiga vice presidente sul-africana, Phumzile Mlambo-Ngcuka, que em Agosto de 2013 assumiu a posição daONU Mulher, fez o seguinte discurso.

“Pese embora termos dado grandes passos naemancipação da mulher, a justiça do género e a luta damulher continuam um desafio, desde a violência baseadano género, altos índices de pobreza entre as mulheres,exclusão de mulheres em posições significativas, o fardoda doença e mais. O nosso trabalho ainda não terminou,”disse. “Precisamos de trabalhar muito mais para mobilizarinstituições chave na sociedade: as nossas igrejas, escolas,órgãos desportivos, que devem continuar a luta.Precisamos também de ampliar a base visto seremnecessárias muitas mais pessoas para que ultrapassemosas complexas batalhas que enfrentamos. Como soldadosrasos nesta luta, precisamos de continuar a liderar defrente, de trás e dos lados.”

“Como povos da SADC, usemos o Protocolo da SADCsobre Género e Desenvolvimento para entrincheirar eavançar a causa das mulheres nos nossos países. OProtocolo deve ser um documento vivo em todos osnossos países: devemos levá-lo aos povos.”

No geral, o Índice de Género e Desenvolvimento da ÁfricaAustral (SGDI) permaneceu estagnado em 66%. Existemtantas luzes vermelhas como luzes verdes em ambas osumário narrativo (Tabela III) e os dados (Tabela IV). Estapontuação é uma medida empírica do progresso de 23indicadores para os quais obteve-se dados em todos ospaíses. Cobrem seis dos dez sectores da SADC: governação,educação e formação, justiça económica, HIV e SIDA,comunicação social, informação e comunicação.

Mas o grande notícia deste ano é que homens e mulheresna África Austral deram aos seus governos uma pontuaçãode 66% - nove pontos percentuais acima do ano passado- usando o Cartão de Classificação do Cidadão (CSC) quefoi administrado à 8860 cidadãos: 4787 mulheres e 4073homens (uma amostra quatro vezes maior que o anopassado).

Diferente do SDGI, o CSC basea-se nas percepções ecaptura as nuances que não são incorporadas nos dadosempíricos. Por exemplo, enquanto o SGDI regista o nívelde ingressos de rapazes e raparigas, o CSC inclui aspectosqualitativos como a segurança nas escolas e preconceito

de género nos currícula. O CSC também cobre os quatrossectores para os quais não existe pontuação para o SGDIporque são de mensuração difícil - direitos constitucionaise legais, GBV, edificação da paz, e implementação. Estearranque de optimismo mostra que homens e mulherescomeçam que as preocupações do género estão naagenda, mesmo se as suas realidades objectivas nãomudaram muito.

A Aliança do Protocolo da SADC sobre Género eDesenvolvimento - 15 redes nacionais e oito grupostemáticos que fizeram campanha pelo protocolo, suaratificação e agora a sua implementação - está a levar acampanha até grandes alturas na contagem decrescenteaté 2015.

O Think Tank ou grupo de trabalho da Aliança vai levaras principais constataçõs do Barómetro para a reuniãoparalela da sociedade civil na Cimeira dos Chefes deEstado da SADC, no Malawi, em Agosto de 2013: é aprimeira vez que tal encontro será presidida por umamulher presidente. A principal mensagem aos líderes éde que não apenas o tempo está a se esgotar, mastambém que há novas prioridades e preocupações naagenda.

Desde Novembro de 2011, a Aliança tem estadoa conduzir a campanha para aadopção dumaAdenda ao Protocolo da SADC sobre Géneroe Mudanças Climáticas. Numa reunião realizadaem Maputo, em Fevereiro de 2013, no augedas inundações nas Maurícias que ceifou váriasvidas, os ministros do género aceitaram o

princípio da Adenda. Desde então a luta tem sido sobrea integração do género no futuro Protocolo da SADCsobre Mudanças Climáticas, ou apensar uma adenda aoProtocolo do Género. A Aliança argumenta a favor deambas as posições.

Com dez eleições na região entre Agosto de 2013 eDezembro de 2015 (incluindo Malawi), a Aliança vai tercomo alvo a Cimeira de 2013 dos Chefes de Estado daSADC para dar um empurrão significativo, sob a liderançada Rede de Coordenação de ONGs do Género - NGO GCN- o ponto focal da Aliança no Malawi.

Barómetro do Protocolo de Género da SADC 2013 1

Sumário Executivo

Marchando: delegação zambiana à Cimeira do Protocolo da SADC em@cção. Foto: Gender Links

2 Barómetro do Protocolo de Género da SADC 2013

Tabela I: Sumário dos desafios e progressos ao longo do ano passado

Luz vermelha Luz verde

Dez países da SADC encentaram reformas legais deste ou aquele tipo quetêm um impacto sobre o género desde o primeiro Barómetro em 2009. Em2013, o Zimbabwe adoptou uma nova constituição na qual as activistas dogénero estimam que alcançaram 75% das suas exigências.As Maurícias emendaram a sua Constituição para dar lugar à introdução dequotas para mulheres nas eleições municipais realizadas o ano passado. Esteaspecto abriu possibilidades para que as Maurícias assinassem o Protocoloda SADC sobre Género e Desenvolvimento.Houve uma melhoria progressiva nas percepções dos cidadãos sobre odesempenho nesta área, de 60%, em 2009, para 66%, em 2013. Éespecialmente significativo que houve um aumento de oito pontos percentuaisno CSC entre 2012 e 2013, também o período no qual houve muito países alevarem a cabo reformas constitucionais. Isso reflecte um optimismo crescentenuma das áreas mais estratégicas para o avanço dos direitos da mulher.Líderes no Malawi e Maurícias fizeram pronunciamentos progressivos sobreos direitos dos LGBT.

Em 2012, a representação de mulheres no parlamento dos Seychelles aumentoude 29% até 45%, colocando a ilha no topo dez global nessa pontuação.

Com 49% de mulheres no governo local, Lesoto tem a mais alta proporçãode mulheres em qualquer area de tomada de decisão política na SADC.As Maurícias marcaram um golo pela igualdade do género com um aumentoquadruplicado de mulheres nas eleições municipais para 26% nas eleiçõesde Dezembro de 2012.O Zimbabwe realiza eleições presidenciais, legislativas e municipais no dia31 de Julho de 2013, com uma quota constitucional que garante um mínimode 22% de assentos na assemleia nacional.

A África do Sul tem tido de forma consistente a mais alta percentagem demulheres no conselho de ministros, em 41%.

Seis países na região: África do Sul, Botswana, Maurícias, Seychelles,Suazilândia e Zámbia têm altas proporções de mulheres que homens noensino superior.

África do Sul, Malawi, Suazilândia, Tanzania e Zámbia têm leis e políticaspara a provisão gratuíta e obrigatória de educação primária.

Seis países (África do Sul, Botswana, Lesoto, Namíbia, Seychelles e Suazilândia)têm 50% ou mais raparigas em escolas secundárias.Lesoto tem consideravelmente a mais alta proporção de raparigas que rapazesno ensino secundário (57%) por causa dos rapazes que apascentam o gado.África do Sul, Botswana, Maurícias e Namíbia têm ligeiramente mais raparigasque rapazes, o que é consistente com a demografia. Seychelles e Suazilândiatêm um número igual de rapazes e raparigas no ensino secundário.

A pontuação de 73% do Índice de Género e Desenvolvimento da África Austral(SGDI) está seis pontos percentuais acima da pontuação do Cartão deClassificação do Cidadão (CSC) em 67%.A proporção de mulheres em posições de tomada de decisões económicascresceu em oito pontos percentuais de 18%, em 2009, a 26%, em 2013.

Direitos Constitucionais e legaisCinco países da SADC ainda têm cláusulas “atrasadas” nas suas constitucionaisque minam as disposições sobre igualdade do género. A recente sentença noTribunal Constitucional de Lesoto negando a filha dum chefe o direito desucessão enfatiza valores patriarcais profundamente entrincheiradas

Aborto, trabalho sexual, estupro marital e orientação sexual não constam noProtocolo da SADC sobre Género.Casamentos prematuros são uma questão emergente que coloca as raparigasem maior risco de violência e má saúde do que os rapazes.GovernaçãoEm 24%, a SADC escorregou de segundo para terceiro lugar (após os paísesnórdicos e as Américas) na comparação global por região sobre mulher noparlamento.A representação global de mulheres no parlamento permaneceu em 24% noano em revisão, e um ponto percentual abaixo do que em 2011.A representação de mulheres no parlamento angolano caíu de 38% para 34%.Actualmente o Madagascar e a Zámbia (6%) têm a mais baixa representatividadede mulheres nos governos locais. A representatividade de mulheres noscírculos urbanos na Suazilêndia regrediram de 19% para 14% em eleiçõesrealizadas nos finais de 2012.

Infelizmente, a quota de mulheres no parlamento zimbabweano na novaconstituição não se extende aos governos locais. Esforços dos activistas parase extender a Secção 17 da Constituição (que preconiza que “ambos osgéneros são igualmente representados em todas as instituições e agênciasdo governo em todos os níveis”) à lei eleitoral dos governos locais não deufrutos.As Maurícias estão em ultimo com 8% de mulheres no conselho de ministros.

EducaçãoMenos de metade dos quinze países estados da SADC alcançaram as metasda paridade do género em cada um dos três níveis - primária, secundária esuperior. Com a excepção de Lesoto e Seychelles, as mulheres na ÁfricaAustral têm níveis de literacia mais baixas que os homens.O Malawi ainda tem grandes fossos de género na educação com a literaciafeminina em 67%; os ingressos de raparigas na escola primária em 45% enos níveis secundário e terciário em 39%.A RDC tem 36% de raparigas no ensino secundário, consistentemente a maisbaixa.A violência do género nas escolas continua a ser um grande desafio.

Justiça EconómicaMulheres e homens não se beneficiam de mesmo modo do crescimentoeconómico experimentado em vários países da África Austral.

Os dados sobre posse de terra continuam irregulars, mas variam de 11%((Seychelles) a 25% (na RDC e Tanzania).

Barómetro do Protocolo de Género da SADC 2013 3

Zámbia desbravou novos terrenos na região com uma política que requer que30% de toda a nova terra seja alocada para mulheres.As políticas comerciais continuam cegas ao género, e apenas poucas políticasde procurement fazem referência específica à mulheres. Políticas comerciaiscegas ao género podem introduzir novos desigualdades do género ouentrincheirar as já existentes.As mulheres continuam a lutar para ter acesso ao crédito, embora muitospaíses da SADC tenham programas deste ou aquele tipo para ajudar asmulheres a ganhar o acesso ao crédito.Todos os países da SADC têm disposições legais para a licença de maternidade,mas apenas 40% têm provisões para a licença de paternidade.

O Estudo de Base sobre Violência contra a Mulher foi levado a cabo em seispaíses da SADC - quatro províncias da África do Sul, Botswana, Maurícias,quatro distritos do Lesoto, Zámbia e Zimbabwe.Quadros legislativos fortes existem em muitos países mas os desafios continuama ser em volta da implementação efectiva das leis e políticas.

Existe um forte quadro legislativo para a VBG em muitos países da região daÁfrica Austral. A legislação sobre a violência doméstica e estupro existe em12 paises.A provisão de Profilaxia Pós-Exposição (PEP) melhorou ao longo dos últimosanos - de apenas um único país, África do Sul, fornecendo PEP, em 2009-2012, para um total de seis países, em 2013. Continua a ser muito baixa doque devia estar e abaixo de metade dos países da SADC.Seis países da SADC completaram os seus estudos de base sobre Violênciacontra Mulher (VCM) e adoptaram um índice composto para medir a VBG. Osresultados dos estudos de base devíam guiar as estratégias sobre VBG eprocessos de orçamentação. O índice vai também ajudar na monitoria eavaliação em curso da eficâcia das estratégias da VBG.

Acesso melhorado ao tratamento começa a reverter esta tendência.

Nos 75.8%, as Maurícias têm a mais alta taxa do uso de contraceptivos naregião.As Maurícias e Seychelles alcançaram 100% de assistência por parte depessoal qualificado para todos os partos.

Mortes relacionadas ao SIDA baixaram em 33% desde 2001 devido à expansãoda terapia anti-retroviral.

Luz vermelha Luz verde

Violência do géneroOs cidadãos deram aos seus governos uma classificação global de 68% dogolo de 2015 em termos das metas relacionadas com a violência do género.É uma subida de dez pontos percentuais da classificação de 58% em 2012.A prevalência de todas as formas de violência contra a mulher, especialmenteviolência física e sexual, continua a ser alta apesar de quadros legais sobreVBG relativamente fortes na região.Estudos recentes mostram taxas de prevalência pela vida inteira de 25%(Maurícias) a 89% em quatro distritos da Zámbia: Kitwe, Mansa, Kasama andMazabuka.Orçamentos insuficientes minam a implementação.

A violência sexual contra a mulher e rapariga continua uma das maiores causasde infecção de HIV.A violência contra as lésbicas está a crescer com casos macabros de “estuprocorrectivo” e mortes reportados na África do Sul durante o ano em revisão.O progresso na aprovação de legislação doméstica e estupro reduziusubstancialmente nos últimos dois anos.Os legisladores da SADC atrasaram-se em termos de implementação dasdisposições das leis. Embora 12 países têm serviços acessíveis, baratos eespecializados, incluíndo assistência jurídica, para as sobreviventes da VBG,a realidade é de que esses provedores de serviços continuam com poucosrecursos com capacidade limitada para satisfazer os seus mandatos.Uma das grandes preocupações na região é a falta de abrigos de segurançae secundários para as sobreviventes da VBG. Os governos dependem dasorganizações da sociedade civil para fornecer este serviço, o que não é umasolução sustentável.É difícil obter dados quantitativos fiáveis e abrangentes sobre VBG. Asestatísticas policiais são amplamente contestadas por causa da VBG que nãoé reportada e ferramentas inadequadas de colecta de dados.SaúdeOs rácios da mortalidade maternal na África Austral aumentaram ao longodas últimas duas décadas, quando estão a baixar em outras regiões,principalmente como resultado do HIV.As estimativas indicam que as taxas de mortalidade e morbidade entre mulheresseropositivas são duas vezes mais do que das mulheres seronegativas.Angola tem a taxa mais baixa na região em termos do uso de contraceptivos,em 6.2%Entre 44% e 46% dos partos na Tanzania e Madagascar não são assistidospor pessoal qualificado.Apenas quarto dos 15 países na região da SADC mencionaram qualquercampanha que envolva homens no planeamento familiar (Lesoto, Maurícias,Malawi e Zámbia).HIV e SIDAOs nove países com as mais altas taxas de prevalência de HIV entre adultosno mundo podem todas serem encontradas na SADC: Suazilândia (26%),Botswana (23.4%), Lesoto (23.3%), África do Sul (17.3%), Zimbabwe (14.9%),Namíbia (13.4%), Zámbia (12.5%), Moçambique (11.3%) e Malawi (10%).

4 Barómetro do Protocolo de Género da SADC 2013

Em sete dos 15 países - África do Sul, Botswana, Maurícias, Namíbia,Suazilância e Zámbia - a cobertura de anti-retrovirais para prevenir a transmissãovertical do HIV está acima dos 80%.Ganhos impressivos foram feitos na redução de mortes por tuberculose (TB)em pessoas vivendo com HIV. Entre 2004 e 2011, as mortes por TB relacionadacom o SIDA baixaram em 8% na África sub-Sahariana. Os últimos 24 mesesviram um descréscimo de 13% nas mortes por TB relacionada com o SIDA.Há evidências de que as campanhas de prevenção começaram a mudar ospadrões de comportamento sexual e levaram a redução do HIV e SIDA.Todavia, as disparidades do género continuam a ser o grande impulsionadorda epidemia na região.O Zimbabwe adoptou uma política progressiva sobre os trabalhos de cuidados.Vários outros países, incluíndo Malawi, Moçambique e Zámbia começaramtrabalhos sobre o desenvolvimento de uma política para trabalhos de cuidados.

As mulheres constituem 27% nas forças de defesa na África do Sul; 37% naforça policial e 52% do pessoal dos serviços de correcção nas Seychelles.

Houve uma vasta melhoria no fornecimento de dados desagregados por sexosobre serviços de segurança na região desde que o Barómetro começou amonitorar este parâmetro em 2010. Dez países (comparados a cinco) agorafornecem dados desagregados por sexo sobre a defesa e 13 (comparados acinco) fornecem dados desagregados sobre a polícia.Existe uma melhoria na disponibilidade de dados desagregados por sexosobre a polícia, com 13 países da SADC (comparados a cinco no passado)a disponibilizarem tais dados.O Grupo de Trabalho dos Recursos Humanos da SADC aceitou em fazer ogénero um ítem de agenda padrão para as suas reuniões. Este modelo vaimonitorar a existência de políticas relacionadas com o género, estruturas,metas e representação. Este uma grande avanço para a colecta deste dadovisto que os dados para a mulher no sector da segurança pela África sãoescassos.A Namíbia tem consistentemente fornecido a mais alta proporção de mulheres(46%), embora (devido ao seu tamanho) a África do Sul forneceu o maiornúmero absoluto de mulheres em tais missões.Oito países da SADC agora contribuem mulheres para as forças de manutençãoda ONU, comparado com sete quando o Barómetro começou a monitorar estaárea de trabalho.

A GL está a trabalhar com 108 Centros de Excelência de Género e ComunicaçãoSocial (COEs) em 12 países da SADC.Existe evidências de que as instituições de comunicação social começarama tomar seriamente a integração do género, com 47 instituições de comunicaçãosocial representando 90 redacções na SADC já com políticas do género.O exercício de auto-monitoria levado a cabo em 76 COEs da ComunicaçãoSocial mostra que a proporção de fontes femininas na comunicação socialsubiu cinco pontos percentuais desde os 19% no Estudo de Base do Géneroe Comunicaçào Social (GMBS) para 22%.No ano passado, a GL providenciou formação no local de trabalho para acomunicação social sobre dez temas do Protocolo.Os participantes de dez instituições de ensino superior de seis paísesparticiparam na formação de formadores para a integração do género nocurrículo do jornalismo e comunicação social.Os estudantes das instituições do ensino superior reconheceram o papel dogénero e literacia mediática na melhoria do seu conhecimento sobre o género.

A campanha para a adopção da Adenda sobre Género e Mudanças Climáticasganhou ímpeto com uma petição online assinada por 1027 cidadãos (55%homens; 45% mulheres). Os ministros do género apoiaram formalmente aproposta na sua reunião em Maputo, em Fevereiro de 2013.

Luz vermelha Luz verdeEm 13 dos 15 países da SADC, as mulheres têm uma prevalência de HIVmais alta queos homens.

Em seis dos 15 países da SADC, menos de 50% de Pessoas Vivendo comHIV e SIDA (PVHS) recebe anti-retrovirais.

Em nove dos 15 países, menos de 50% da população entre os 15-24 de idadetem conhecimento compreensivo do HIV e SIDA.

As mulheres parfazem 58% dos que vivem com HIV e SIDA na África sub-Sahariana. As raparigas entre 15-24 de idade continuam particularmentevulneráveis, perfazendo 64% de infecções neste grupo etário em todo o mundo.Paz e segurançaO potencial para conflito no Madagascar, RDC e Zimbabwe permanece alto,embora as políticas de militarização na Suazilândia são uma preocupação.Há uma baixa proporção de mulheres na defesa.As mulheres arcam um peso disproporcional do conflito onde seja que ocorra,mesmo assim estão ausentes dos processos de paz e tomada de decisão.Apenas seis países fornecem dados desagregados por sexo sobre os serviçosde correcção.Ainda persistem grandes fossos, com vários países ainda a não forneceremdados; sem nenhuma mulher em certas áreas de segurança, ou baixos níveisde 1% a 6%.

Os países da SADC precisam de rever a legislação governando o sector dasegurança para assegurar a sensibilidade do género e colecta regular dedados. Isso devia começar com o Órgão de Segurança da SADC e planoestratégico, que permanece cegos ao género.

Em muitos países a proporção de mulheres despachadas em missões demanutenção de paz varia de 2% a 6%.

Comunicação socialAs leis e políticas da comunicação social têm fracas disposições sobre ogénero.

As mulheres constituem 41% dos trabalhadores da comunicação social (32%se a África do Sul é excluída) mas menos de um quarto dos gestores e apenasum punhado de de membros dos conselhos de administração e executivossuperiores.Há mais mulheres que homens nos escolas de comunicaçào social, mas maisdocenres masculinos do que femininos.

Mudanças climáticasAs mudanças climáticas vão afectar todos os países, em todas as partes domundo. Mas os seus impactos serão espalhados diferentemente entre asdiferentes regiões e diferentes grupois de pessoas (IPCC, 2001). Os maisafectados serão provavelmente os pobres e mulheres vivendo nos países em

Barómetro do Protocolo de Género da SADC 2013 5

A Zámbia ultrapassou a paridade em termos de representatividade femininanos órgãos de tomada de decisão relacionados com as mudanças climáticase desenvolvimento sustentável, qudando-se em 60%. A África do Sul e aNamíbia seguem-na com 42% e 33%, respectivamente. Moçambique e Angolatêm um desempenho razoável com 29% e 27%, respectivamente. A Tanzania(7%) e Madagascar (9%) pontuaram em um dígito. As Maurícias, Malawi,Suazilândia, Botswana e Zimbabwe quedaram-se no meio.

Treze dos 15 países assinaram o Protocolo da SADC sobre Género.Doze países (de nove o ano passado) ratificaram o Protocolo, sendo o Malawio último a ratificar e depositar os seus instrumentos.Quarto países (Namíbia, Suazilândia, Zámbia e Seychelles) desenvolveramplanos de acção do género com custos alinhados com o Protocolo do Género.Malawi e Zimbabwe estão no processo de actualizar as suas políticas dogénero.As Seychelles desenvolveram um política nacional do género exemplar, vistocomo uma boa prática porque integra explicitamente todas as 28 metas doProtocolo da SADC sobre Género na Política Nacional do Género.Seis países da SADC - Lesoto, Moçambique, Malawi, RDC, Tanzania eZimbabwe - expressaram um interesse em actualizar as suas políticas dogénero e alinhá-las com as metas do Protocolo da SADC sobre Género numworkshop de aprendizagem e partilha de experiências em Junho de 2013.Ao longo do passado ano a Aliança procurou organizar-se melhor. Na sequênciade auscultações sobre arranjos institucionais, a GL como a rede coordenadora,assinou mais Mes com parceiros - 8 Mes sectoriais e 14 Mes nacionais. Naesteira da reunião anual da Aliança de 2011, o comité instalador elegeu umThink Tank que vai assitir o Secretariado com o trabalho diário.A conscientização do Protocolo do Género da SADC aumentou de 46% em2010 para 54% em 2012 conforme aferido pelo teste de conhecimentoadministrado em toda a região da SADC. Os cidadãos tem mais conhecimentosobre quais os governos que assinaram e a meta de 50/50 até 2015 na tomadade decisão. As reuniões comunitárias e as cimeiras de contagem decrescentepara 2015 planeadas ao nível dos paises e regional para o próximo ano, vãoajudar a intensificar a pressão.

Luz vermelha Luz verdedesenvolvimento. A medida em que o clima mudar, as pessoas susceptíveisde sofrer mais dos impactos das mudanças climáticas são as menosresponsáveis por causá-las. Reconhece-se amplamente que se espera queos países em desenvolvimento sofram mais dos efeitos devastadores dasmudanças climáticas do que os desenvolvidos. Na África Austral, os pobres,a maioria dos quais são mulheres, serão mais antigidos pelos impactos dasmudanças climáticas.As mulheres perfazem apenas 20% das tomadoras chave de decisões emmuitos ministérios relacionados com mudanças climáticas e desenvolvimentosustentável, uma subida de dois pontos percentuais desde 2012 mas aindamuito longe da meta dos 50%.

ImplementaçãoBotswana e Maurícias ainda não assinaram o Protocolo do Género.A RDC ainda não depositiou os seus instrumentos de ratificação.

A maioria dos países da SADC não integrou as metas do Protocolo nos seusprocessos de planeamento e orçamentação.

A Aliança do Protocolo do Género da África Austral é uma coligação dosdispostos - isto descentraliza a responsabilidade mas pode também resultarno enfraquecimento da corrente quanto o elo mais fraco.

Existe uma necessidade de acelerar o ímpeto rumo ao 2015.

6 Barómetro do Protocolo de Género da SADC 2013

O que há de novo em 2013?

Monitorando as mudanças: A principal novacaracterística no Barómetro de 2013 é a caixa de monitoriano começo de cada capítulo. Os autores e editoresdestacaram os indicadores chave que podem sermonitorados ao longo de cinco anos para mostrar oprogresso feito e os desafios que subsistem. As primeiraspoucas páginas dos capítulos fornecem uma fotografiaque pode ser usada para a planificação de acções.

A Pontuação sobre o Progresso do Género: Ao longodos anos, a Aliança tem vindo a monitorar o conhecimentosobre o Protocolo da SADC sobre Género e atitudes emrelação ao género. Este ano, o Barómetro usa a ferramentaonline da Pontuação sobre o Progresso do Género(GPS)desenvolvida pela Gender Links para classificar as respostasàs 20 perguntas da pesquisa de atitudes, desde zero(regressivo) até 100 (muito progressivo). Ao longo daregião quase 50.000 cidadãos usaram esta ferramenta,e registaram uma pontuação global de 65% com variaçõessignificativas de país a país. O conhecimento do Protocoloda SADC sobre Género (baseado em cincoperguntas simples) quedou-se em 53%.Isto reflecte a necessidade de continuara mobil izar, sensit izar e mudarcomportamentos.

Desafios chave• Atitudes patriarcais ainda abundam,

reflectidas nos estereótipos de géneronas escolas; bem como estruturas detomada de decisão predominantementemasculinas em todas as áreas. O casoduma mulher no Lesoto que lhe foinegada o direito de assumir a chefatura(tradicional) após o falecimento do seupai é uma lembrança tenebrosa dosvalores patriarcais profundamenteenraizados. Crimes de ódio contralésbicas (amplamente publicitados naÁfrica do Sul) funcionam como umalembrança da combinação letal dahomofobia e misoginia que continuama grassar muitos países na região.

• A violência do género continua o indicador maisrevelador da falta de direitos e actuação damulher: Os chocantes altos níveis de violência dogénero revelados por pesquisas recentes sobreprevalência (de 25% nas Mauríc ias paraaproximadamente 80% em quatro distritos da Zámbia)mostra que uma em três se não mais mulheresexperimentaram alguma forma de violência dogénero ao longo das suas vidas, e múltiplas formas deviolência.

• Retrocesso nas eleições: Com poucas excepções, oultimo conjunto de eleições foi decepcionante: a quedada representação de mulheres nos níveis nacional elocal em Angola e Suailândia no ano passado; ospersistentes baixo níveis de representaçào de mulheresna RDC, e o aumento marginal da representação demulheres nas eleições nacionais no Lesoto em Maio de2012 funcionam como uma lembrança dos ganhosfrágeis alcançados pelas mulheres na esfera política.

• A economia continua uma reserva masculina: Asmulheres ainda não tem acesso à tomada de decisõeseconómicas (26%), terra, crédito e outros meios deprodução. Elas constituem a maioria dos pobres; dosdesempregados; dos sem posse e daqueles quetrabalham no sector informal.

• As mulheres não têm palavra nas decisões aueafectam as suas vidas: Seja no quarto ou na sala dereuniões, as mulheres estão eficazmente sem voz, compouco a dizer, por exemplo, no uso de preservativosmasculinos tão essenciais para a prevenção do HIV eSIDA. A falta de “voz” das mulheres reflecte-se nacomunicação social, onde a proporção de fontesfemininas apenas subiu marginalmente de 17%, em2003, a 22% num exercício de auto-monitoria cobrindo76 instituições de comunicação social na região.

Mulheres nas Maurícias reclamam o seu espaço no governo local. Photo: Loga Virahsawmy

Barómetro do Protocolo de Género da SADC 2013 7

• HIV e SIDA continua a ameaçar os frágeis ganhosque tem sido feitos: As raparigas continuam a ser amaioria dos novos infectados pelo HIV e SIDA, bemcomo as que carregam o fardo de cuidadr das PessoasVivendo com o HIV e SIDA.

Principais sucessos• A educação continua a estrela brilhante na região

da SADC: A paridade do género está a ser rapidamentealcançada a todos os níveis. A divisão laboral por géneronas áreas está lentamente a mudar, e isto vaieventualmente resultar numa mudança na divisão detrabalho por género na força de trabalho.

• Benefícios tangíveis das Revisões Constitucionais:Um dos grandes sucessos da Aliança ao longo dopassado ano foi levar o género para a agenda da revisãoconstitucional em dez países, notavelmente nasMaurícias, Zámbia e Zimbabwe. Como foi testemunhadono ano passado, isto começa a dar benefícios. NasMaurícias, a emenda constitucional abriu o caminhopara quotas no governo local que levaram a umaumento quadruplicado de mulheres a nível localnaseleições de Dezembro de 2012. A nova Constituiçãodo Zimbabwe retira as cláusulas retrógradas e garanteas mulheres 22% de assentos no parlamento.

• As campanhas de 50/50: Há dez eleições na regiãoda SADC entre Agosto de 2013 e Dezembro de 2015.Projecções detalhadas no Barómetro mostram que sea relançada campanha de 50/50 for rigorosamenteimplementada, a região pode atingir a meta originalde 30% de mulheres em posição de tomada de decisãoa nível local e nacional, com quatro países aproximando-se ou ultrapassando a marca de 40%.

• Pela primeira vez, boas notícias sobre HIV: OBarómetro de 2013 traz pela primeira vez boas notíciassobre HIV. As mortes relacionadas ao SIDA na regiãoreduziram em 32% desde 2001 devido à expansão daterapia anti-retroviral. Em sete países da SADC, aPrevenção da Transmissão Vertical é superior a 80%.Embora as disparidades do género continuem a ser oprincipal condutor da pandemia, existe evidências demudanças dos padrões de comportamento sexual quelevam a baixos níveis do HIV e SIDA.

• Um melhor entendimento e uma abordagem maisholística à VBG: Os seis Estudos de Base da ViolênciaContra a Mulher (VCM) ajudaram-nos a estabelecer adisparidade entre os dados da polícia e os dados actuaisda VBG. O estudo também mostrou que os níveis maisalto da violência - psicológica e económica - são osmenos reportados. Estas constatações aceleraram acampanha para as pesquisas de rotina dessa naturezapara fortalecer os Planos Nacionais de Acção paraAcabar com a Violência de Género.

• Enfoque na implementação: Agora que o Protocolofoi ratificado, o enfoque mudou rapidamente para aimplementação. A Unidade de Género da SADC, as

redes nacionais pontos focais da Aliança, e a GenderLinks, como coordenadora da Aliança, desenvolveramum modelo de aprendizagem e partilha de experiênciaspara cascatear e enriquecer estes esforços.

• Mudanças da base para cima: Os governo locais pelaregião juntaram-se à campanha do Protocolo da SADCsobre Género. 300 municípios tornaram-se Centros deExcelência (COEs) para a Integração do Género noGoverno Local. Exemplos de como o Protocolo da SADCsobre Género está a ser localizado abundam noBarómetro de 2013, que tem a mais rica colecção deestudos de caso de mudança da base para cima.

• O Protocolo @m acção: Nada é bem sucedido comoo sucesso! Nem sempre os dados brutos capturam asqualidades mobilizadoras e inspiracionais do Protocolo.A Aliança colectou mais de 1000 estudos de caso; algunsconstam em caixas deste relatório. Eles reflectem aextensão da apropriação, engajamento e aplicaçãoinspirada pelo Protocolo.

Principais prioridades

Necessárias energias renovadas no próximo ano para:• Assegurar que todos os países assinem e ratifiquem o

Protocolo.• Fazer uso das oportunidades estratégicas como as

revisões constitucionais para domesticar o Protocolo.• Aumentar a consciência sobre o Protocolo e suas

disposições a nível comunitário.• Assegurar que todos os governos e autoridades locais

incorporem as metas do Protocolo do Género nos seusplanos de acção e custos de implementação.

• Campanha pela Adenda sobre Género e MudançasClimáticas.

• Fortalecer a Aliança, do nível local ao regional, nacontagem decrescente até 2015.

Da esquerda: Magdeline Madibela, Chefe da Unidade de Género daSADC; SEXA Excelência Inonge Wina, Ministra do Género eDesenvolvimento de Menores (MGCD); Namatama Chinyama,Documentalista do MGCD; Edwidge Mulate, Secretária Permanente doMGCD e Colleen Lowe Morna, Presidente do Conselho de Administraçãoda GL no lançamento do Barómetro da Zámbia 2012 - Lusaka, Novembrode 2012. Foto: Loveness Jambaya

MARCOS DO PROTOCOLO DO GÉNERO DA SADC

• 2005: Auditoria das realizações em relação à Declaraçãoda SADC sobre Género e Desenvolvimento leva aelaboração de um documento - “Racional para aElevação da Declaração da SADC sobre Género eDesenvolvimento para um Protocolo” - o instrumentolegal mais vinculativo da SADC. Organizações dasociedade civil pela Aliança do Protocolo do Géneroda África Austral.

• 2005-2008: Membros da Aliança formam parte daEquipa de Trabalho constituída pela Unidade de Géneroda SADC para esboçar notas para a equipa legal,comentar e examinar sete esboços do Protocolo antesda apresentação final aos Chefes de Estado.

• Agosto de 2008: 13 dos 15 Chefes de Estado assinamo Protocolo do Género da SADC, o único instrumentosub-regional que junta e melhora os compromissospara a igualdade de género já existentes, através de28 metas com tempo limitado e alinhados com os prazosdo ODM 3. Membros da Aliança lançam uma campanhapara fazer com que as Maurícias e Botswana assinassem.

• Agosto de 2009: A Aliança lança o Barómetro de Basedo Protocolo do Género da SADC - um instrumentochave de acompanhamento que avalia o progresso dos15 paises em relação às 28 metas do Protocolo -http://www.genderlinks.org.za/page/sadc-research.

• Agosto de 2009: A Aliança lança o “Roteiro para aIgualdade” - estratégias e lições aprendidas nacampanha; principais disposições do Protocolo em 23línguas; spots de rádio; um DVD; teste de conhecimentoe atitude; reuniões de nível comunitário parapopularizar o Protocolo, que até então atingiramdirectamente mais de 15,000 cidadãos e outros tantosmilhares indirectamente.

• 2009/2010: A Aliança elabora um Cartão de Classificaçãodo Cidadão que é usado para medir as percepções doscidadãos do progresso do governo, e é administradonas reuniões comunitárias.

• Agosto de 2010: Barómetro de Progresso e reuniãoanual da Aliança. A Aliança fica melhor organizadapor paises e grupos temáticos, cada grupo liderando

um assunto-chave, por exemploViolência Baseada no Género, JustiçaEconómica.

• Agosto de 2011: O Protocolo doGénero da SADC entra em vigor coma África do Sul a se tornar no nonopaís a ratificar o Protocolo, dando osdois terços exigidos. Com os dados de15 paises sobre 23 indicadores, o Barómetro de 2011introduz o Índice de Género e Desenvolvimento daSADC - veja http://www. genderlinks.org.za/page/sadc-sgdi. A Aliança forma o corpo de reflexão que orientao trabalho da Aliança entre as reuniões anuais.

• 2011/2012: As redes da Aliança nos paises identificamos defensores para as 28 metas do Protocolo, começama recolher estudos de caso do Protocolo em exercício- veja http://www.genderlinks.org.za/page/protocol-work.

• Setembro de 2011: A Aliança colabora com a Unidadede Género da SADC sobre um instrumento e processopara alinhar os planos de acção nacionais com as metasdo Protocolo do Género da SADC, e calcular o custoda sua implementação. A Namíbia testa este processo- veja http:/ /www.genderl inks.org.za/page/implementation.

• Novembro de 2011: Pressão intensa de lobbying poruma Adenda ao Protocolo sobre Género e MudançasClimáticas ligada ao COP 17; os ministérios ligados aogénero aceitam esta premissa

• Fevereiro de 2013: Ministros de Género reunindo emMaputo antes da 57ª reunião da Comissão sobre oEstatuto da Mulher (CSW) comprometem-se a levar aAdenda avante. A Aliança lança uma declaraçãoprogressiva de preocupações sobre justiça do génerona região. Monta uma presença na CSW e produzboletins noticiosos diários; gera debate sobre a agendapós-2015.

• Março-Abril de 2013: Doze cimeiras nacionais e umacimeira regional levam a colecta de 672 estudos decaso na plataforma Protocolo da SADC em @cção deONGs, OSC, Organizações com Base na Fé e.

• Até Junho de 2013: Lesoto, Malawi, Moçambique,RDC, Tanzania, Zámbia e Zimbabwe aprendem dasSeychelles, Namíbia, Zámbia e Suazilândia sobre oalinhamento das suas políticas e planos de acção paraa implementação do Protocolo da SADC e cálculo doscustos da sua implementação.

• Agosto de 2013: Reunião annual da Aliança antes daCimeira dos Chefes de Estado da SADC, no Malawi,com enfoque sobre implementação, a campanha de50/50, género e mudanças climáticas e Edificação deColigações. Uma mesa redonda com a nova chefe daONU Mulher, Phumzile Mlambo-Ngcuka. Visita deestudo às reuniões da rede ponto focal da AliançaWomen Demand Action Now despoletam ideias parao fortalecimento das redes focais a nível nacional,provincial e distrital.

8 Barómetro do Protocolo de Género da SADC 2013

Margaret Machilla da Zámbiapartilha sua experiência sobre alinhamentoe cálculo de custos da implementação do Protocolo. Foto: Lucia Makamure

Barómetro do Protocolo de Género da SADC 2013 7

Globalmente, o desempenho dos países da SADCmelhorou ao longo dos três anos como vem ilustradopelo aumento da pontuação regional do Índice doGénero e Desenvolvimento da África Austral (SGDI)de 64%, em 2009, a 66%, em 2013. Porém, com ganhose perdas a se equilibrarem, o SGDI permaneceu estáticoentre 2012 e 2013. Todavia, o Cartão de Pontuaçãodo Cidadão (CSC) que complementa o SGDI aumentoudramaticamente por onze pontos percentuais, de 55%a 60%.

Como funcionam o CSC e SGDI

O CSC tem estado a ser implementado há quarto anos,e é uma ferramenta chave de responsabilização. Porexemplo, nos workshops comunitários, quando oProtocolo é explicado, pede-se aos participantes paraclassificar os seus governos. O CSC dá ao homem emulher comum a oportunidade de responsabilizar oseu governo. Também assegura que o homem e amulher se engajem criticamente com as disposiçõesdo Protocolo. O Anexo Um sumariza os resultadosdo CSC ao longo de quatro anos.

O tamanho da amostra para o CSC aumentou esteano. Como ilustrado na Tabela III, participaram oscidadãos de todos os 15 países da SADC. As mulheresperfizeram 54%, e os homens 46% do total.

PROGRESSO COM RELAÇÃO AO SGDI E CSC

Figura I: Análise comparativa da pontuaçãoglobal do SGDI e CSC

100%

80%

60%

40%

20%

0%

55

64

57

SGDI CSC

66 66 66

201120122013

Tabela II: Amostra do CSC 2013

AngolaBotswanaRDCLesotoMadagascarMalawiMauríciasMoçambiqueNamíbiaSeychellesÁfrica do SulSuazilândiaTanzaniaZámbiaZimbabweRegional

541087484123844736266

11032534925650469174

4787

48598171118441831253953242064550486101

4073

102167155

155242285

1567519

205649555301100955275

8860

Mulher Homem TotalPaísCartões de pontuação

O desafio é de combinar as medições de percepções(qualitativos) com medições empíricas (quantitativo).Como detalhado no Anexo Dois, houve váriastentativas globalmente e em África de se desenvolveríndices para medir o progresso rumo ao alcance daigualdade do género. Cada um está cheio de desafios.Um ponto comum em todos os desafios é a dificuldadede obter uma ampla e suficiente variedade deindicadores para capturar as muitas facetas daigualdade do género ou sua falta.

Porque a informação sobre participação política eeducação, bem como alguns indicadores económicos,encontra-se facilmente disponível, índices relacionadoscom o género tendem a usá-los mais. Mas taisindicadores não capturam adequadamente as questõesdos direitos, tais como voz, participação, o direito detomar decisões sobre o seu corpo; segurança.

Em 2009, o Barómetro colectou uma gama de estudosde base sobre o estatuto da mulher pelos 15 países daSADC. Tinham lacunas por sector e por país. Mas até2011, através de pesquisa online e dados colectadospara os barómetros nacionais, a equipa colectou dadossobre 23 indicadores em seis sectores (vide Tabela IV).Os números em vermelho indicam um retrocesso aolongo do passado ano, enquanto os números em verdereflectem desenvolvimentos positivos. Considerandoos vários esforços a nível global e continental paradesenvolver um cabaz de indicadores para medir aigualdade do género (see Anexo Dois), issorepresentou um tamanho significativo de informação.

Os indicadores são agrupados em seis categorias,nomeadamente Governação (3 indicadores), Educação

10 Barómetro do Protocolo de Género da SADC 2013

(3), Economia (5), Saúde Sexual e Reprodutiva (3), HIV e SIDA (3), e Comunicação Social (6). Para criar umíndice composto, cada categoria recebeu igual pesoatravés do cálculo da pontuação média ao longo dosindicadores nessa categoria. Por conseguinte, porexemplo, para as categorias com três indicadores, apontuação para essa categoria foi a média dos trêsindicadores. Esta abordagem também resolveu oproblema de como lidar com países para os quaisfaltavam alguns indicadores, visto a média ter sidocalculada com os indicadores disponíveis para cadapaís. Para se padronizar, todas as “pontuações brutas”tinham que ser convertidas em valores que variam de0 (para o pior possível desempenho) a 100 (para omelhor possível desempenho).

Embora a maioria dos indicadores mede umacaracterística desejada, para a qual uma alta pontuaçãoindica bom desempenho, há alguns indicadores quemedem características indesejadas para as quais altaspontuações reflectem um pobre desempenho (tal

como a taxa de desemprego de mulheres entre a franjade pessoas vivendo com o HIV, e taxa da mortalidadematerna). Para esses indicadores, a taxa foi invertidaatravés da subtração da taxa padronizada por 100. ATabela IV ilustra os sectores para os quais existepontuação para o SGDI e CSC, e pontuação apenaspara o CSC:

Tabela III: Sectores abrangidos pelo SGDI e CSC

Direitos constitucionais e legaisGovernaçãoEducaçãoRecursos produtivos, emprego eempoderamento económicoViolência baseada no GéneroSaúdeHIV e SIDAConstrução da Paz e Resolução de ConflictosComunicação social, informação ecomunicaçãoImplementação

���

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SGDI CSCSector do Protocolo da SADC sobre Género����

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Condutor de mudanças: Adélia Munguambe, uma bombeira em Mandlakazi, Moçambique. Foto: Ruben Covane

Barómetro do Protocolo de Género da SADC 2013 11

% MULHERES

ZIM

BA

BW

E

16

19

16

50

46

43

23

37

62

57

31

36

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100

960

59

66

46

60

54

13

38

11

25

57

15

TA

NZ

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IA

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MIB

IA

12

6

11

49

45

52

23

73

86

11

14

22

12

100

440

41

57

38

57

86

33

27

28

29

61

21

31

34

20

50

44

32

21

50

90

6

4

31

12

100

449

34

51

45

55

74

36

22

27

28

60

19

22

18

25

48

50

51

40

53

71

n/a

n/a

32

12

0

736

51

74

52

57

95

40

33

29

33

37

21

42

38

41

50

55

58

23

49

62

28

23

45

16

60

176

60

91

27

59

95

50

38

34

50

64

20

44

n/a

27

50

50

n/a

33

68

79

5

4

54

14

100

0

41

99

67

42

95

n/a

n/a

na

n/a

n/a

31

MO

ÇA

MB

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MA

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25

42

20

49

53

53

25

63

69

32

23

41

12

100

449

46

81

65

50

85

40

39

37

47

60

20

39

36

32

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44

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86

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n/a

n/a

11

9

100

550

44

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34

60

51

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25

32

28

26

17

19

26

8

49

48

61

33

37

63

12

5

38

12

100

62

76

100

87

19

95

33

36

23

79

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25

22

n/a

30

50

45

40

27

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98

10

5

15

8

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460

36

73

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53

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27

24

29

50

24

14

6

27

49

49

48

10

84

89

5

2

38

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498

32

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54

58

8

33

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19

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71

24

26

49

22

49

57

n/a

21

55

73

25

21

63

12

0

620

56

62

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58

62

73

47

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67

73

32

10

2

17

46

36

n/a

21

70

72

36

n/a

26

12

67

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5

74

21

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6

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18

10

18

77

17

8

19

14

50

52

53

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44

99

40

58

95

46

24

37

37

54

24

Tabela IV: INDICADORES CHAVE SOBRE O ESTATUTO DA MULHER NOS PAÍSES DA SADC

SE

YC

HE

LL

ES

33

n/a

20

46

44

40

29

76

77

n/a

n/a

24

12

100

593

6

47

7

61

14

n/a

n/a

n/a

n/a

n/a

n/a

ZA

MB

IA

GOVERNAÇÃO

Parlamento

Governo Local

Conselho de Ministros

EDUCAÇÃO

Ensino Primário

Ensino Secundário

Ensino Superior

ECONOMIA

Tomada de decisões económicas

Participação na força laboral - Mulheres

Participação na força laboral - Homens

Desemprego - Mulheres

Desemprego - Homens

Mulheres no trabalho remunerado não-agrícola

Duração da licença do parto (semanas)

Benefícios da licença do parto (% de semanas pagas)

SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA

Taxa da mortalidade materna (em cada 100,000)

Usando anticonceptivos

Partos assistidos por pessoal qualificado

HIV e SIDA

Conhecimento compreensivo sobre HIV e SIDA - mulheres

Proporção do total vivendo com HIV

Mulheres grávidas seropositivas recebendo TPTV

COMUNICAÇÃO SOCIAL

Global

Conselho de administração

Gestão

Docentes e trabalhadoras em instituições do ensino superior

Proporção de estudantes em instituições do ensino superior

Fontes noticiosasSource: Gender Links 2013. nd = não disponívelOs números em vermelho regredram enquanto os verdes progrediram ao longo do ano passado.

12 Barómetro do Protocolo de Género da SADC 2013

Figura II: Pontuação do SGDI por região e país: 2011 - 2013

Moçambique

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Angola

África do Sul

Tanzania

NamibiaLesoto

Suazilândia

Maurícias

ZambiaMalawi

Botswana

MadagascarRDC

Seychelles

64 66

79 79

7375

7174

70 7067 66

6164

6058 59

5658

56 58

Zimbabwe

7375

Média

regional

79 79

58

45

50

A Figura II compara a pontuação do SGDI desde 2011 a 2013. A media regional subiu por dois pontos percentuais desde2011, de 64% a 66%. Com 82%, Seychelles teve a mais alta pontuação, representando uma aumento de três pontospercentuais comparado a 2012. Em segundo lugar, a África do Sul permaneceu constante com 79%. Nove países receberamuma classificação acima da pontuação de 2011. O SGDI para Malawi subiu nos últimos três anos de 56%, em 2011, a63%, em 2013. Embora a RDC esteja classificada em último lugar nos últimos três anos, registou o terceiro maior aumentode 45% a 48%.

Figura III: Pontuação dos cidadãos 2010 - 2013

África do Sul

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Namibia

Tanzania

Madagascar

ZimbabweZambia

MalawiRDC

MoçambiqueLesoto

Média

regional

Seychelles

Maurícias

Botswana

Suazilândia

66

8279

7175

74

70

65 646565

58 5959 61 59

48

635456

5759

201120122013

20102011

20122013

47

38

6568

4143

64

68

5658

5351

4646

55

51

74

6664

71

61

58

65

58

7479

64

71

54

6259

66

70

76

61

67

61

5758

51

44

38

66

75

59

48

62

77

5050

41

45

54

40

61

68

555557

66

59

Angola

A Figura III mostra que globalmente houve uma tendência positiva dramática na pontuação dos cidadãos. Nos últimoscinco anos, os cidadãos de oito países da SADC pontuaram os seus países em alta. Madagascar (de 38% a 75%) eZimbabwe (38% a 68%) destacam-se pela subida substantiva na pontuação. Picos de optimismo são comuns em paísesemergindo de conflicto, o que frequentemente abre uma breve janela de espaço democrático para os direitos damulher.Apesar do declínio na representação política da mulher na Zámbia, os cidadãos aumentaram a pontuação de 43% a68%. Talvez seja um aceno à criação dum ministério dedicado ao género liderada por uma forte activista do género,Inonge Wina, na sequência duma barragem de crítica sobre o declínio da representação política da mulher.

Os cidadãos em democracias mais maduras tendem a ser mais críticos. Por exemplo, Seychelles continuaram num caminhoconsistente de aumentos de três pontos percentuais, bem como Moçambique e Suazilândia. As Maurícias experimentaramum declínio de 76% a 67%.

Barómetro do Protocolo de Género da SADC 2013 13

Figura IV: Como homens e mulher vêem o cometimento do governo

Moçambique

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

África do Sul

Tanzania

NamibiaLesoto

Suazilândia

Maurícias

ZambiaMalawi

Botswana

MadagascarRDC

MulheresHomens

Seychelles

66 66 6764

6769

67

71

67 6662

545860

54

48

5054

49

54

Zimbabwe

6868

Média

regional

6872

5957

4643

A Figura IV mostra que globalmente, não há grandes disparidades de género na pontuação de homens e mulheres. Asmulheres pontuaram os seus governos mais em alta do que os homens na África do Sul, Seychelles, Lesoto, Moçambique,Tanzania e Maurícias. O contrário é verdadeiro para os outros países. Malawi, Suazilândia e Zimbabwe registaram asmaiores disparidades do género (quatro pontos percentuais). Esta disparidade nas percepções aponta para o conservatismosocial, com os homens aparentemente a verem um ambiente mais conducente para as mulheres.

Figura V: Comparação do SGDI e CSC por país para 2013

Moçambique

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Angola

África do Sul

Tanzania

NamibiaLesoto

Suazilândia

Maurícias

ZambiaMalawi

Botswana

MadagascarRDC

SGDICSC

Seychelles

60

66

58

75 77

7168

70

51

65

51

64

51

63

68

61

68

59

75

5954

Zimbabwe

67

77

Média

regional

82

58

79

71

6266

4548

Como destacado desde o Barómetro do Protocolo da SADC sobreGénero de 2011, o SGDI e CSC não são directamente comparáveisvisto que o segundo é baseado nas percepções e abrange todasas 28 metas do Prototolo da SADC sobre Género em dez sectorescomparado aos 23 indicadores em seis sectores no caso do SGDI.Todavia, é importante comparar a extensão ao qual as percepçõesdos cidadãos correlacionam-se com o SGDI que se baseia em númerosreais.

Figure V mostra que podem existir amplas divergências entre comoos cidadãos percebem a realidade e a realidade em si. A grandedisparidade reside em Seychelles, que obteve a pontuação maisalta do SGDI (82%) e a mais baixa do CSC (58%). A lição é de pesaras duas pontuações em conjunto na formação de opinião sobreprogresso, mas estar claro quanto as forças e limitações de cadamedição.

Nomthandazo Mankazana (à direita) ajuda mulheres em Chiredzi,Zimbabwe, a preencherem os Cartões de Pontuação dos Cidadãos.

Foto: Colleen Lowe Morna

75

74

7578

Angola

59

14 Barómetro do Protocolo de Género da SADC 2013

A Figure VI mostra que a pontuação do SGDI permaneceurelativamente constante de 2011 a 2013, com a educaçãoa ter a mais alta pontuação, seguida da economia,comunicação social, e saúde sexual e reprodutiva. O HIVe SIDA substituíu a governação em quinto lugar, devidoao aumento na pontuação de 47% a 51%.

Figura VI: SGDI por sector - 2011 - 2013

Educação

Economia

Saúde sexual e

reprodutiva

Comunicação social

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

HIV e SIDA

4748

6766

7171

93 94

Governação

6262

55

47

O que mede o SGDIEDUCAÇÃO• Educação primária: o número de raparigas matriculadas

no ensino primário expresso como uma percentagemdo total das matrículas nas escolas primárias.

• Educação secundária: o número de raparigas/mulheresmatriculadas no ensino primário expresso como umapercentagem do total das matrículas no ensinosecundário.

• Ensino superior: o número de mulheres matriculadasem instituições do ensino superior expresso como umapercentagem do total de matriculas no ensino superior.

ECONOMIA• Fatia feminina de tomada de decisões económicas: o

número de mulheres ocupando posições de alto nívelde tomada de decisões económicas expresso como umapercentagem de todas tais posições no país. As posiçõesincluídas na medição são ministro e vice-ministro dasfinanças, ministro e vice-ministro do comércio eindústria, ministro e vice-ministro do plano, bancocentral, ou seus equivalentes, secretários permanentes.

o PFL Feminina/PFL Masculina. A taxa de Participação damulher expressa como uma percentagem daparticipação da força laboral masculina. A taxa departicipação da força laboral é calculada como (númerode mulheres/homens em idade activa (geralmenteacima dos 15 anos ou 15-64) que trabalham ou a procurade emprego) dividido pelo número total demulheres/homens em idade activa.

• Taxa de desemprego feminino/masculino. A taxa dedesemprego das mulheres expressa como umapercentagem da taxa de desemprego dos homens. Ataxa de desemprego é calculada como o (número demulheres/homens que procuram emprego) divididopor (número de mulheres/homens que trabalham ouprocuram emprego)

• Fatia feminina de trabalho remunerado não-agrícola.O número de mulheres com trabalho remunerado forada agricultura expresso como uma percentagem detodos com tranbalho remunerado fora da agricultura.

• Duração da licença de maternidade: o número desemanas de férias as que a mulher tem direito comrelação à gravidez e parto.

COMUNICAÇÃO SOCIAL• Mulheres trabalhadoras como percentagem do total:

O número de mulheres trabalhadoras trabalhando eminstituições de comunicação social expresso como umapercentagem de todos os trabalhadores nas instituiçõesda comunicação social.

• Mulheres como percentagem do conselho deadministração: O número de directoras nas instituiçõesde comunicação social expresso como uma percentagemde todos os directores das instituições da comunicaçãosocial.

• Mulheres como percentagem da gestão: O número degestoras nas instituições da comunicação social expressocomo uma percentagem de todos os gestores nasinstituições de comunicação social.

• Percentagem feminina do pessoal em instituições deestudos sobre comunição social: o número do pessoalfeminino em instituições de estudos sobre comuniçãosocial expresso como percentagem de todo o pessoalem instituições de estudos sobre comunição social.

• Percentagem feminina de estudantes instituições deestudos sobre comunição social: o número de estudantesRagateando no Mercado de Chingola market, Zámbia.

Foto: Gender Links

201120122013

94

73

6764

5148

Barómetro do Protocolo de Género da SADC 2013 15

femininos instituições de estudos sobre comuniçãosocial como uma percentagem de todos os estudantesinstituições de estudos sobre comunição social.

• Percentagem de fontes noticiosas femininas: o númerode mulheres referenciadas como fontes na comunicaçãosocial expresso como uma percentagem de todas aspessoas referenciadas como fontes.

SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA• Mulheres que usam anticonceptivos: A percentagem

de mulheres entre os 15 e 46 anos que reportam usaruma forma moderna de anticonceptivo.

• Partos assistidos por pessoal qualificado: A percentagemde partos num dado ano na qual as mulheres sãoassistidas por pessoal formado, tais como partiurentesou enfermeiras.

• Rácio da mortalidade materna: O número de mulheresque morrem enquanto grávidas ou dentro de 42 diasapós o término da gravidez para cada 100.000 nadosvivos.

HIV e SIDA• Conhecimento compreensivo sobre o HIV e SIDA: A

percentage de mulheres com 15 anos que podem

correctamente responder questões específicas sobreHIV e SIDA.

• Vivendo com HIV como proporção do total: O númerode mulheres seropositivas expresso como umapercentagem de todas as pessoas seropositivas.

• Mulheres grávidas seropositivas que recebem PTVH: Onúmero de mulheres grávidas seropositivas que recebemtratamento contra transmissão vertical expresso comouma percentagem de mulheres grávidas seropositivas.

GOVERNAÇÃO• Parlamento: A percentagem de deputadas. A

mensuração inclui ambas as cameras (alta e baixa) parapaíses com mais de uma cámera.

• Governo local: A percentagem de vereadoras/representantes do município que são mulheres.

• Conselho de Ministros: A percentagem de membos doconselho de ministros que são mulheres. A mensuraçãoinclui vice-ministros e secretários de estado que sãomembros do conselho de ministros. Igualmente, incluio Presidente se ele/ela é membro do conselho deministros.

A Figura VII mostra a tendência do CSC por sector de2009 - 2013. Ao longo dos últimos cinco anos o sector dacomunicação social alcançou o mais alto aumento daPontuação dos Cidadãos, de 40%, em 2009, a 695, esteano. Isto pode reflectir o trabalho aturado no sector dacomunicação social com 109 instituições da comunicaçãosocial em 13 países, juntando-se aos Centros de Excelência

de Género e Comunicação Social. Segue-se por perto osector da construção da paz com um aumento percentualde 23 pontos, de 45%, em 2009, a 68%, em 2013. Talvezreflicta a mobilização feita pelo líder do grupo temático- o Instituto para Estudos de Segurança (ISS) ao longo doano passado, construindo um dos grupos temáticos maisfortes dentro da Aliança.

Figura VII: Pontuação comparativa dos sectores partindo do Cartão de Pontuação do Cidadão

Governação

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

HIV e SIDA

Violência baseada

no género Saúde

Economia

Educação

Constitucional

e legal

Edificação da paz

5050 50

56

6565

55

636060 6058

Comunicação social

56

40

45

40

51

4040 40

5553

636062

4749

43

66 66

69

67

55

47

55

68

71

6869

200920102011

20122013

5858

5556

68

58

16 Barómetro do Protocolo de Género da SADC 2013

Embora a educação sempre ficou melhor classificadadado as tendências positivas no sector, a sua pontuaçãoapenas mexeu-se por quatro pontos percentuais (65% a69%) desde 2009. De forma interessante, a VBG aparececomo número três na classificação do CSC. Isto pode seratribuido às campanhas dos Dezaseis Dias de Activismocontra a Violência contra a Mulher e planos de acçãomultisectoriais que se enraizaram em muitos países. Quasetodos os países da SADC têm alguma forma de estratégiaou plano de acção para lidar com a violência, bem comouma legislação extensiva. Talvez isto explique porqueapesar das taxas alarmantes da VBG, os cidadãos olhamos seus governos como capazes de cumprir com as suasmetas da VBG.

Figure VIII compara a pontuação do SGDI (pontuaçãoempírica) e do CSC (percepção) nos seis sectores ondeambos estão pontuados. Embora as pontuações foramconstruidas de forma diferente, as tendências sãointeressantes, visto reflectirem a extensão até a qual aspercepções e realidade convergem ou divergem. O gráficomostra que:• O SGDI classifica a educação no topo (94%) enquanto

o CSC com 69% classifica a educação como númerodois na região.

• O SDGI classifica os recursos produtivos em segundo,enquanto o CSC classifica a educação em segundo. OSDGI captura uma relativamente estreita gama deindicadores económicos. Os mesmo não incluem oacesso à terra, financiamentos e recursos produtivos.A divergência entre o SGDI e CSC é por conseguintenão surpreendente.

• As positivas percepções dos cidadãos sobre o HIV eSIDA podem ser atribuidas ao tremendo aumento noacesso de anti-retrovirais, Prevenção da TransmissãoVertical e políticas de trabalhos de cuidados.

• Ambos o SGDI e CSC classificam a governação porúltimo. A pontuação empíricado SGDI de quase 50%reflecte a realidade de que a média da representaçãodas mulheres em posições de tomada de decisõespolíticas - uma média entre 20% a 25% para o

parlamento, município e conselho de ministros - estáà metade donde devia estar. A pontuação do CSC (66%)reflecte o desejo dos cidadãos para os seus governosredobrarem os esforços nesta área.

• O CSC pontua a comunicação social no topo emborao SGDI classifica a comunicação social em terceiro lugar.A pontuação do SGDI sobre comunicação social incluia representação das mulheres na formação, dentro dacomunicação social, na gestao da comunicação social,e nos conteúdos da comunicação social. As primeirasduas categorias tendem a desequilibrar a pontuaçãoporque as mulheres são relativamente numerosas nasduas categorias. Porém, estão duramente ausentes datomada de decisões e como fontes noticiosas. Porqueo SGDI é quantitativo, não mede a representação damulher na comunicação social. Isto, mais do quequalquer outro factor pode justificar a esporádica baixapontuação do CSC. A divergência entre as duaspontuações mostra que ambas são importantes nacompreensão do que está a acontecer dentro dumsector.

Figura VIII: Pontuação comparativa dossectores globais do CSC e SGDI

Educação

Comunicação social

SGDICSC

100%

90%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Economia

HIV e SIDA

48

6669

6767

73

69

94

Governação

64

58

51

71

Saúde