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KaciPesca Digital Especial Montarias Edição nº1.1

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KaciKaciPesca Pesca Digital Digital IndiceIndice

KaciKaciPesca Pesca —— DiverteDiverte--te por cá ;) 3te por cá ;) 3

Editorial 4

Normas de Montaria 7

Manifesto de Montaria 9

Organização de Montarias 12

Diferentes Modelos de Trabalho das Matilhas

14

Código de Ética do Monteiro 16

Armas

Calibre 18

Munição 19

Órgãos de Pontaria 21

Clube Português de Monteiros

Troféus e sua homologação 22

Espécies de Caça Maior em Portugal 27

Legislação 28

Agradecimentos 30

Parceiros 31

Na cozinha com... 32

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KaciKaciPesca Pesca Digital EditorialDigital Editorial

KaciKaciPesca Pesca —— DiverteDiverte--te por cá ;) 4te por cá ;) 4

Ano Novo, Caça em MontariasAno Novo, Caça em Montarias

Com o início do novo ano, acaba a caça à maioria das espécies, ficando o calendário reservado às aves migratórias tais como tordos, pombos, galinholas e narcejas. Alguns caçadores dedicam-se a partir de agora às montarias com mais frequência e é nesta modalidade que vamos centrar a nossa atenção, nomeadamente dando alguns conselhos para que desfrutem em pleno da montaria desde a sua porta, sem serem colocados, nem colocarem ninguém em perigo.

Basicamente, uma carabina semi-automática com um visor de ponto vermelho é o binómio perfeito para caçar em montaria, permite a aquisição rápida do alvo e de efectuar os disparos com os dois olhos abertos. Portanto, uma vez chegados ao posto devemos começar por fazer uma observação cuidada da área cir-cundante, tomando nota das passagens dos javalis, ficando com uma ideia por onde irão aparecer quando perse-guidos pelos cães, pois é o caminho habitual deles e será por onde fugirão, assim quando eles aparecerem já temos a referência do local melhorando a rapidez no disparo. Colocados na porta teremos em atenção de que se for um corta-fogo em escolher muito bem o local para efec-tuar os disparos, pois os animais serão avistados num curto espaço e muito rapidamente, só atiraremos ao ani-mal quando bem identificado e de modo a não atingir as portas vizinhas. Se a porta for num outro local, por exemplo uma fraga, iremos eleger o melhor sitio para executar o tiro, escolhendo as zonas com melhor visibilidade e ensaiando com a arma encarada, dar-nos-á maior segurança.

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KaciKaciPesca Pesca —— DiverteDiverte--te por cá ;) 5te por cá ;) 5

Na porta devemos estar com o máximo de atenção, não fazer ruído, não fumar, evitar ao máximo denun-ciar a nossa presença. Alguns caçadores queixam-se do seu azar nas montarias, mas nunca param quietos, não se coíbem de fazer barulho, fazendo com que os animais que vêm com os sentidos todos em alerta máximo, escolham outro caminho de fuga que não aquela direcção. Todos os animais preferem enfrentar uma matilha de cães a enfrentar o homem. Há um ditado na caça que diz: “Se ouvires o javali a chegar, já está meio morto”, quer isso dizer que estar atento na porta e ter em conta todos os ruídos, dão-te tempo para te preparares e até intuíres de onde te sairá o javali, a arma estará encarada, só tendo de ser corrigida a pontaria para fazer o tiro certeiro. O ouvir é fundamental na montaria, bem como saber que “música” cantam os cães. Depois de escutar o javali a aproximar-se, devemos deixar o animal cumprir, deixando que ele se chegue o mais possível da nossa porta, teremos mais possibilidades de êxito, uma vez que no meio do mato e com o animal em corrida não será fácil repetir o disparo com êxito. Devemos também mais uma vez observar o nosso campo de tiro e ter em conta cães e matilheiro que vêm em perseguição da peça de caça. A precipitação e a hesitação nos disparos não são boas opções, quase sempre traduzem-se em falhanços, e, numa montaria onde os lances nunca serão muitos, é importante aproveitar todas as oportunidades. Por vezes os javalis, principalmente a fêmeas vêm em varas mais ou menos numerosas, será importante optar por atirar aquelas que tenham um tamanho por volta dos 35/40 quilos, pois as porcas maiores por esta altura já estarão prenhas e serão melhores progenitoras, assim evitaremos matar não um mas mais javalis duma vez. Atirar a muitos javalis juntos será difícil concentrarmo-nos, mas devemos eleger um animal e somente atirar a outro depois de cobrado o animal escolhido. Se andarmos a mudar de javali á toa corremos o risco de não cobrar nenhum podendo também deixar muita caça ferida. A percentagem de peso dos javalis cobrados nas montarias ronda os 45 quilos, isto diz-nos que são ani-mais pequenos, o que dificulta muito o tiro. Na hora de disparar devemos aprimorar a pontaria, um animal toca-do a focinho de cão vem a toda a mecha pela mancha, fazendo com que se errem muitos tiros. Correr bem a mão é por isso essencial, apontando os tiros um pouco á frente, para os deixar colocados nos pontos vitais, tais como caixa torácica, ou na cabeça, se for um tiro de rabo devemos apontar às orelhas, aos que nos entram de frente é só esperar e apertar o gatilho na hora certa, se deixar cumprir bem o animal, poderá ficar com ele aos pés. Os javalis que entram às portas, para além da velocidade que trazem, também vêm carregados de adre-nalina, pelo que os tiros devem ser colocados nas zonas vitais, um javali aguenta muito os disparos e a má colo-cação dos tiros pode fazer com que se perca aquele troféu á tanto tempo ambicionado. São estes os conselhos considerados mais importantes e a adoptar pelos monteiros nos postos, o respeito pelos colegas, pelos animais e pela natureza é muito importante, julgamos que estes conselhos poderão ajudar a me-lhorar a média de animais cobrados e a conquistar o tão ambicionado troféu de javali. Boas caçadas.

Texto: José Reizinho Fotos: Google

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KaciKaciPesca Pesca Digital Digital Normas de MontariaNormas de Montaria

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Normas de MontariaNormas de Montaria

1 - Na deslocação para o posto, deverá guardar-se o máximo silêncio, a arma descarregada e dentro da respecti-va bolsa, seja a pé ou em viatura.

2 - É expressamente proibido utilizar zagalotes; apenas poderá atirar com bala, seja com arma de cano liso ou estriado.

3 - Ao chegar ao posto que lhe foi designado, considere-se em acto de caça, salvo indicação em contrário da organização.

4 - Como principio a “ dobragem de postos “não é permitida. A presença de duas pessoas no posto, obriga a levar apenas uma arma.

5 - Ao chegar ao seu posto mostre-se claramente, mas em silêncio, aos ocupantes dos postos vizinhos, referen-ciando simultaneamente as suas posições.

6 - Respeite o campo de tiro dos outros, não cortando as reses e deixando cumprir (entrar) a caça.

7 - É expressamente proibido atirar a reses que tenham cães muito próximo ou em agarre, tornando-se o Mon-teiro responsável pelos danos causados por incumprimento desta regra.

8 - Não atire a um animal que não esteja perfeitamente visível e identificado.

9 - Evite atirar muito longe; as probabilidades de êxito são pequenas e o perigo aumentado. Certifique-se que, na trajectória de tiro não porá ninguém em perigo

10 - Não saia do seu posto. Se o tiver de fazer por alguma razão muito especial faça-o na máxima segurança e mostrando-se aos companheiros.

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11 - O abate de fêmeas seguidas de farroupo ou listados é interdito. No caso de cervídeos é proibido atirar a fêmeas ou varetos.

12 - O corte do troféu na mancha, durante ou no final da Montaria não é permitido.

13 - No caso de dois ou mais Monteiros terem atirado ao mesmo animal, o troféu pertence a quem lhe fez san-gue em primeiro lugar. Qualquer duvida surgida será resolvida pelo Director de Montaria, de preferência no próprio local, sendo a sua decisão inapelável.

14 - O pistear um animal ferido é, em primeiro lugar, da responsabilidade do Monteiro. Caso o não faça, dificil-mente poderá depois reclamar o respectivo troféu.

15 - É dever do Monteiro, tentar rematar uma rês que esteja a ser agarrada pelos cães, perto do seu posto e na ausência do matilheiro. O remate, nestas circunstâncias deve ser feito com faca e nunca com arma de fogo

16 - È dever do Monteiro assinalar as reses abatidas no final da Montaria de modo a facilitar a sua posterior recolha.

17 - No final da Montaria assinalado ou não através de morteiro, não deverá abandonar o seu posto, devendo fazê-lo apenas e quando o postor da sua armada o vier recolher.

18 - Deixe o seu posto como o encontrou, ou seja, limpo

19 - Durante a caçada é proibido o uso de telemóveis

20 - Por decisão da Organização da Montaria ou do seu Director poder-se-ão alterar algumas das normas ante-riores, nomeadamente o nº 2,3,11e12

Fonte: Clube Português de Monteiros

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Manifesto de MontariaManifesto de Montaria

A Delegação Espanhola do Conselho Internacional da Caça e da Conservação da Natureza (C.I.C.), a Federação Espanhola de Caça, a Junta Nacional de Homologação de Troféus, o Clube de Monteiros e as Associações de Produtores de Caça (A.P.R.O.C.A) de Castilla-La Man-cha, Andaluzia, Castilla e Leon e da Extremadura (A.P.R.O.C.N.EX.) conscientes do risco de desaparecimento dos princípios tradicionais que ao longo de séculos deram à Montaria a sua singularidade e caráter, acordam a divulgação deste manifesto com o propósito de manter e defender a essência de uma actividade fundamental para a nossa Caça Maior. Declaração Preliminar A defesa da Caça e da sua cultura como actividade integrada na socioeconomia do mundo rural e do ócio e a defesa da Natureza passam pela melhor gestão e bom uso possíveis dos recursos cinegéticos. A Montaria, praticada ao longo de oito séculos é o espelho da Caça maior espanhola (Ibérica) com características que a tornaram única no contexto das técnicas de caça a nível mundial. O esquecimento das suas normas consuetudinárias por parte de promotores ou de praticantes pouco rigorosos e a evolução dos métodos de exploração do mundo rural arrastam a Montaria para um descrédito pernicioso que afeta toda a Caça. Por outro lado, as regulamentações venatórias têm-se tornado cada vez mais intervencionistas sem pontos de referência reais com os inte-resses que elas próprias administram pelo que é imprescindível a participação de todos os caçadores neste assunto a fim de possibilitar ao nível decisório o conhecimento dos princípios fundamentais e tradicionais das actividades que ao longo da história conseguiram não só um equilíbrio racional dos recursos como também a manutenção dos territórios em ótimas condições naturais. Torna-se assim imperioso e por tanto, proteger a Montaria Clássica através de uma reorganização do seu exercício aconselhando todos os intervenientes a assumirem as práticas que sempre foram consideradas como essenciais para este modelo e para o seu prestígio. Este manifesto não pretende de forma alguma que a Montaria seja um compêndio de rituais anacrónicos nem que suponha a exigência de práticas contrárias ao nosso tempo. Entenda-se que a montaria pode evoluir juntamente com as circunstâncias venatórias actuais sem contu-do perder os seus valores, adaptando-se perfeitamente às características da moderna gestão da Caça Maior e das pretensões dos monteiros atuais. Por outro lado os signatários desejam ainda manifestar a sua preocupação pelo aumento das práticas de caça maior tendentes a garantir os resultados através de fórmulas artificiais de criação e de adaptação das reses e aos melhoramentos dos locais de caça. Estas acções confun-dem a autenticidade da Montaria por serem praticadas em condições que não só adulteram a sua essência como também não se justificam. Recompilação da Normas de Montaria Para os fins propostos considerou-se que a compilação das regras fundamentais para realizar corretamente uma Montaria pode resultar num instrumento de grande utilidade por estabelecer referências importantes que sejam consideradas por todos como indispensáveis. Estas re-gras que se expressam sob a forma de Recomendações foram organizadas de acordo com a sugestão do Conselho da Europa de 1985 no que se refere à elaboração de um Código de Conduta para o caçador. No que se refere ao texto apresentado na parte “ Recomendações Elementares” alertamos para o facto do esquecimento de muitas delas apenas contribuir para desvirtuar um exercício cuja grandeza reside na manutenção das suas tradições e do bem-fazer. Apesar das Reco-mendações se dirigirem aos diferentes intervenientes na montaria o seu conhecimento pretende contribuir para a formação de uma consci-ência global que proporcione aos praticantes a definição de um estilo e de uma forma de estar. DECLARAÇÃO FINAL As Instituições que subscrevem este Manifesto concordaram:

• PROMOVER a divulgação das presentes Recomendações por todos os meios ao seu alcance afim de que estas cheguem ao conhe-cimento geral do mundo da Montaria.

• - SOLICITAR a todos os monteiros seja qual for a sua condição ou experiência a adopção das presentes Recomendações como guia básico da sua actividade.

• - MANTER a vigência destas Recomendações fazendo com que as mesmas sejam integradas no espírito e na norma das regula-mentações administrativas.

• FOMENTAR a observância das Recomendações mediante a criação de prémios anuais que distingam de forma pontual as mais destacadas actuações contidas na finalidade do Manifesto.

OUTUBRO DE 1994

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I – RECOMENDAÇÕES PARA OS ORGANIZADORES DE MONTARIAS 1. Sobre a marcação dos postos na mancha: 1.1. Estudar com tempo e com o maior detalhe possível a mancha a montear, para definir convenientemente os seus limites e a forma como deve ser batida. 1.2. Marcar os postos de forma a que estes fiquem correctamente colocadas tanto do ponto de vista da segurança dos monteiros e restantes auxiliares como do ponto de vista das linhas de fuga da caça. 1.3. Se os postos se situarem em aceiros garantir que estes tenham o traçado conveniente (em termos de segurança) e a limpeza desejável. Deve evitar-se a marcação de postos que revelem riscos de segurança e os que fiquem na proximidade de vedações de qualquer tipo. 1.4. Evitar sempre a marcação excessiva de postos numa mancha, avaliando com rigor aqueles que a mancha admite realmente e com segurança. 2. Sobre o Diretor de Montaria e restantes auxiliares: 2.1. Designar sempre um Diretor de Montaria, sublinhando a sua autoridade e fazendo respeitar todas as suas decisões sobre eventuais conflitos de tiro ou de primeiro sangue que possam apresentar-se. 2.2 Assegurar que todos os postores conhecem perfeitamente a localização dos postos que têm de colocar, bem como a forma de serem ocupados. No fim da montaria estes devem garantir que todos os postos são recolhidos e ajudar na recolha das reses abatidas. 2.3 Organizar com razoabilidade a movimentação e o estacionamento dos veículos de transporte na periferia da man-cha, sem abusar da sua utilização. 2.4 Não permitir que se cortem e retirem os troféus no campo, garantindo uma recolha tão rápida quanto possível dos animais abatidos e a constituição do Quadro de Caça para que todos os presentes o possam apreciar. 2.5 Facilitar a todos os monteiros e dentro da medida do possível, as condições para que estes possam pistear as rezes por si feridas para que estas não fiquem perdidas no campo, procurando cobrá-las até ao limite do razoável. A busca por parte do Monteiro deve limitar-se às horas de luz dessa jornada. 3. Sobre as Matilhas participantes: 3.1 Contratar as matilhas necessárias para que a mancha seja correctamente batida (sem excesso nem escassez de cães) e bem assim definir os locais de solta adequados e convenientes segundo as características de cada uma. 3.2 Proporcionar aos matilheiros o auxílio de guias que conheçam bem a mancha a caçar a fim de que estes possam respeitar os trajectos que lhes sejam definidos pelo organizador, e colaborar no resgate dos cães eventualmente perdidos. 3.3 Recordar a verdadeira função das matilhas na montaria, seleccionando-as com base na eficácia, profissionalismo e ética dos matilheiros e evitando contratar matilhas de constituição ocasional ou que ofereçam poucas garantias de qualida-de do seu trabalho. 3.4 Dedicar a matilheiros e proprietários a consideração devida elogiando-os e estimulando-os quanto disso for digna a qualidade do trabalho realizado. 4 - Sobre a participação dos Monteiros: 4.1 Possibilitar a todos os Monteiros a máxima informação possível sobre a mancha a caçar, facilitando-lhes esquemas da localização e de características, número e identificação das matilhas, instruções especificas impostas pela propriedade, bem como solicitar a colaboração de todos no sentido de manter o campo limpo. 4.2 Exigir e fazer cumprir a pontualidade na chegada à concentração, cumprindo igualmente o horário estabelecido e necessário para atender todos e para montar a mancha. Definir processos que possibilitem que todos saibam quando termina a montaria a fim de que estes não se antecipem ou demorem a recolha por falta de guias ou de meios de transporte. 4.3 Facilitar a integração do Monteiro nas características, desenvolvimento e nos resultados da montaria utilizando para o efeito as regras tradicionais de hospitalidade e bem fazer, e apoiar a realização dos “noivados” zelando para que se reali-zem dentro das regras do aceitável.

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II - RECOMENDAÇÕES PARA OS MONTEIROS 1. Sobre a atitude do Monteiro perante a Montaria: 1.1 Ter sempre presente que os resultados da montaria são aleatórios e podem estar sujeitos a circunstâncias alheias à vontade de organizadores e proprietários. Ninguém pode garantir os resultados a atingir pelo que não será justo valorizar a montaria em função dos resultados obtidos. Para este efeito deverão ser ponderados vários factores tais como a qualidade da organização, a atitude dos companheiros perante a caça bem como a qualidade das matilhas, em suma encarar a situação como um todo. 1.2 Recordar que nas montarias por convite devem reservar-se ao proprietário dois direitos: um o de escolher o posto a ocupar por cada Monteiro e outro o de reservar para a casa a propriedade dos troféus obtidos. Esta segunda situa-ção implica que obrigatoriamente se peça autorização para retirar e levar consigo qualquer troféu. 2. Sobre a integração na Montaria: 2.1 Ser pontual na chegada à concentração, apresentando-se aos organizadores e companheiros. Permanecer aten-to a todas as instruções e sorteios e não demorar, com atrasos, a saída da sua armada. 2.2 Não abusar, por comodidade, do uso de veículos no interior da mancha bem como não transportar demasiados utensílios que complicarão sempre a deslocação da armada. É recomendável participar com roupa discreta usando, de preferência, trajes tradicionais. 2.3 Evitar levar acompanhantes para o posto ou então fazer-se acompanhar apenas por aqueles que forem indis-pensáveis, nunca dobrando o posto pois isso facilita o risco de acidentes para todos os presentes. Deve ser rigorosamente respeitada a regra de “duas pessoas uma única arma”. Durante a Montaria os acompanhantes deverão manter-se em silên-cio e respeitar os ocupantes dos postos adjacentes. 2.4 Exigir ao postor que lhe indique a localização dos restantes postos da armada e sinalizar-se visualmente aos companheiros adjacentes no sentido de definir com rigor e segurança o campo de tiro possível. A segurança de todos os participantes deve constituir um factor primordial e acima de todos os outros. 3. Sobre as armas e a sua utilização: 3.1 Não utilizar armas inadequadas que permitam a perda de animais feridos. De igual modo não se deve atirar a distâncias excessivas uma vez que a probabilidade de efetuar um disparo certeiro é muito baixa. Para além disso o Mon-teiro deverá ser portador de uma faca de remate que lhe permita dar morte a um animal agarrado pelos cães ou cedê-la a alguém com experiência que necessite dela para esse efeito. 3.2 As normas de segurança de tiro devem aplicar-se com o máximo rigor, recordando sempre que, dentro do mato andam matilheiros, ajudantes, guias e guardas, ocultos nos lugares mais inesperados. Por isso mesmo não se deve dispa-rar para o horizonte ou para o alto dos cabeços e muito menos sobre um vulto ou movimento do mato que não tenha sido perfeitamente identificado. 3.3 A caminho dos postos as armas devem ser sempre transportadas desmontadas e/ou dentro de estojo apropriado sendo proibido disparar sobre qualquer animal que entretanto se mostre. As armas só serão carregadas depois de chegado ao posto e deverão ser descarregadas e guardadas imediatamente após o fim da Montaria. 3.4 Na mancha não deverão testar-se as armas nem sequer fazer tiro ao alvo mesmo que a Montaria já tenha termi-nado. Essas situações podem levar a acidentes, confusões entre o pessoal auxiliar e entre matilheiros e cães já que estes últimos deixarão de responder ao sinal de recolha. 4. Sobre a caça e o seu cobro: 4.1 Uma vez o colocado, o Monteiro não deverá nunca abandonar o seu posto a não ser em circunstâncias justifi-cadas e nesse caso deverá comunica-lo claramente a todos os vizinhos da armada. Nunca se alterará a localização de um posto para atirar melhor às rezes ou para obter vantagem sobre as suas trajectórias de deslocação. É obrigatório permane-cer no posto até que seja dada por terminada a Montaria. 4.2 Deverá respeitar-se sempre a corrida dos animais deixando-os “cumprir” no nosso posto, evitando de igual modo disparar às que, afastadas, se podem dirigem aos postos adjacentes. 4.3 Respeitar sempre a regra do primeiro sangue. As dúvidas que possam ter lugar no terreno do lance devem ser resolvidas com cordialidade e correcção e em caso de impossibilidade deverá consultar-se o Diretor de Montaria cuja decisão será inapelável e respeitada por todos. Em todos os casos de dúvida é dever do Monteiro verificar se o animal foi ferido procurando sangue ou outros sinais no local do tiro e nas suas imediações. Verificando-se tais circunstâncias deve-rá ainda procurar cobrar o animal e/ou ajudar qualquer companheiro que esteja a desempenhar esta tarefa. Encontrado o animal deverá marcar-se o local de forma visível a fim de evitar demoras na sua recolha. Deve igualmente marcar-se o animal com a identificação do seu proprietário.

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4.4 Terminada a montaria os participantes devem comunicar ao Diretor de Montaria todos os factos con-siderados relevantes tais como o número de animais vistos, possíveis defeitos de marcação do posto, comporta-mento das matilhas, entre outros, pois com esta informação estarão a contribuir para a futura melhoria da mon-taria naquela mancha. 5. Sobre o comportamento em relação aos cães: 5.1 O Monteiro obriga-se a respeitar os cães pois eles são a base da montaria. Um comportamento ina-dequado para com estes pode alterar todo o trabalho de preparação e de eficácia de uma matilha. 5.2 Não prender nem espantar com violência os cães que estejam a morder numa rês morta. Antes se deve deixar que o façam por momentos e logo depois enxotá-los sem dureza para que regressem ao seu traba-lho na mancha. 5.3 Não disparar nunca a um animal cercado pelos cães uma vez que existe forte possibilidade de ferir ou matar alguns deles. Este perigo acentua-se em caso de agarre não devendo utilizar-se arma de fogo para o remate porque o ruído do tiro pode espantar os cães que em circunstâncias futuras deixarão o matilheiro ou o Monteiro sozinhos frente aos animais. Neste caso o remate deve ser realizado à faca e no caso de não se sentirem capazes do o fazer deverão aguardar a presença do matilheiro ou de outro Monteiro que saiba e seja capaz de o fazer. 5.4 Se por erro ou acidente qualquer Monteiro ferir ou matar um cão, deverá assumir a responsabilidade de tal ato e comunicar a situação ao organizador e ao matilheiro. III – RECOMENDAÇÕES PARA OS PROPRIETÁRIOS DAS MATILHAS. 1. Sobre a Uniformidade da Matilha: 1.1. Apresentar-se na montaria com o número suficiente de cães para a tarefa a desempenhar e de em função do que foi acordado, considerando-se que cada matilha deve ser constituída por 25 cães. 1.2. Identificar os cães com marcas ou cores aplicadas nas coleiras para além da necessária placa de iden-tificação e licenciamento. Aplicar aos cães de pelagem escura pequenos chocalhos ou outros sinais que permi-tam distingui-los quando dentro do mato. 1.3. Se possível manter a matilha com o um tipo característico de cães de forma a criar um estilo próprio e uniforme. 1.4. Solicitar aos matilheiros que, dentro da medida do possível, usem indumentárias e meios de chamada tradicionais, nomeadamente a caracola. 2. Sobre a participação na Montaria: 2.1 Cumprir rigorosamente os horários de chegada à concentração e /ou de solta dos cães, bater com profissionalismo e respeitar rigorosamente os trajectos definidos. 2.2 Respeitar a sua posição na linha das matilhas e os agarres, sem alterar o trajecto para facilitar aque-les a não ser em condições excecionais. Marcar visivelmente as rezes mortas dentro da mancha ou deslocá-las (quando possível) para onde seja mais fácil a sua recolha. 2.3 Não levar para a montaria cães doentes e que possam contaminar os restantes bem como evitar caçar com cadelas em cio pelos inconvenientes que causam aos outros matilheiros e ao resultado da montaria. 2.4 Aceitar a prioridade do Monteiro no remate de uma rês agarrada pelos cães ou em sua salvaguarda quando este acontece nas proximidade de um posto e sempre que o respectivo matilheiro não tenha possibilida-de de acudir ao agarre. 2.5 Comunicar às autoridades competentes e identificar aqueles que no fim da temporada ou durante as últimas montarias da época abandonam no campo os cães que não lhes interessam.

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Organização de MontariasOrganização de Montarias

Antes de falar na Organização de Montarias vamos primeiro ver, o que é uma Montaria? A Montaria é um processo de caça a espécies de Caça Maior. É o processo de caça mais conhecido por todos nós em Portugal. É um processo que envolve muitos meios e pessoas, monteiros, postores, mati-lheiros... Para este processo, necessitamos obrigatoriamente de uma grande área de terreno, umas cente-nas de hectares, para que não haja perigo entre todos os envolventes. Para realizar uma Montaria não basta dizer e combinar um dia para sair com as armas para o campo. Existe todo um trabalho a efectuar para que a Montaria seja um sucesso, e quando digo isto, não falo só no nu-mero de reses abatidas, mas que tudo corra pelo melhor , sem problemas e principalmente sem que ninguém se magoe. A primeira análise que vamos fazer, é escolher cuidadosamente a mancha a montear, vamos sair ao campo e efectuar a nossa visita de estudo. Como as Montarias são realizadas nas estações frias, meses de frio e chuva, vamos escolher uma zona ou encosta onde logo pela manhã seja abraçada pelos raios de Sol, isto porque as reses, tal como todos os animais e até nós, também sentem frio. Vamos também verificar se a zona ou encos-ta têm arvoredo e vegetação suficiente para que proporcione um bom abrigo e protecção. Este trabalho deve ser feito por alguém que perceba os hábitos dos animais. Muitas vezes as manchas são escolhidas porque existem muitos vestígios da presença de animais, como rastos, lameiros ou fossados. E no final cobraram-se poucas reses e efectuaram-se poucos disparos, isto porque a Montaria realizou-se onde os animais comiam e não onde tinham os seu encames para poderem descansar, protegidos de todos. Diga-mos

que são quase como nós, utilizam a cozinha e o quarto, na cozinha na se encontra os lençóis e no quarto não

se encontra comida.

Esta avaliação do terreno deve ser realizada por uma ou duas pessoas, sempre o mais silenciosamente possível e sem entrar em demasia na mancha, porque senão os animais poderão começar a mudar os seus costu-mes, passagens e encames. Escolhida a mancha e depois de termos a certeza que os animais pernoitam por ali, vamos estudar um ou dois caminhos de fácil acesso e onde possamos passar sem fazer muito barulho, para colocar comida para as nossas reses. Quanto mais comida colocarmos menos vezes teremos que lá ir colocar mais, evitando assim estar sempre a incomodar os animais. Devemos ter sempre a noção se a comida vai desaparecendo ou não, se sim é bom sinal, quer dizer que temos um bom numero de exemplares na zona.

Durante os meses que antecedem a Montaria é impensável realizar es-peras nocturnas. Uma espera na zona pode colocar todo o trabalho de meses ou até mesmo da época em risco.

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KaciKaciPesca Pesca Digital Digital Organização de MontariasOrganização de Montarias

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A segunda análise será a colocação dos postos. Não há número mínimo ou máximo de postos, estes são colocados em locais específicos e sempre com a máxima segurança. Para uma boa colocação dos postos deve-se conhecer a mancha muito bem e saber “lê-la”, pois é ela que nos dita o melhor local para colocar o posto. Normalmente os postos distam 100 metros uns dos outros, depen-dendo do terreno e da visibilidade entre eles. Se a zona for muito suja não vale a pena marcar postos porque não vamos conseguir disparar em condições nem em segurança. Quando o perfil do terreno é muito plano devemos sempre marcar os postos junto á mancha, isto porque se for necessário disparar, o nosso colega do lado já está fora da linha de tiro. A marcação dos postos deve ser realizada semanas antes da montaria e de modo a sinalização se mante-nha até ao dia da montaria. Convém ainda mencionar que se podem colocar dois tipos distintos de postos: as armadas de fecho, que se destinam a cobrir as principais zonas de fuga para o exterior da mancha e as travessas que mais não

são do que pequenas armadas colocadas no interior desta (normalmente junto a linhas de água mais ou

menos afundadas) sendo que estes postos devem ter um espaçamento superior ao dos das armadas de fecho.

A justificação para este facto é que as travessas se destinam apenas a provocar maior movimentação dos

animais levantados pelas matilhas

Por ultimo temos o local de solta das matilhas. Para estas deve ser utilizado um caminho ou estrada de fácil acesso, para que os veículos não fiquem atascado e se possam deslocar no máximo de silêncio, sem incomo-dar os animais que se encontram na mancha, estes, com o seu extraordinário sentido, sentem os cães a umas boas centenas de metros de distância. Um pormenor interessante e para que os cães trabalhem de uma forma mais perfeita, é que estes ca-cem com o vento no focinho, identificando e captando os odores mais facilmente e no sentido correcto.

Texto: Rogério Alferes Pesquisa: A Página do Monteiro Fotos: Google e APM

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Diferentes Modelos de Trabalho das MatilhasDiferentes Modelos de Trabalho das Matilhas

As linhas a negro representam os limites da mancha e as armadas. As setas azuis representam o movimento das matilhas.

Uma mão, só ida. Ideal para manchas compridas, planas e de "pouco" mato. Se houver cervídeos na

mancha deve-se caçar com ida e volta das matilhas. Na primeira passagem saem os veados (sempre os primeiros a sair) e na segunda "trabalham-se" os javalis.

Ao choque (ou ao meio). Duas soltas diametralmente opostas, com ida e volta. Quando se encontram as matilhas de cada lado, iniciam o regresso. Ideal para manchas de encosta de serra.

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Cruzadas. Duas soltas diametralmente opostas com ida e volta. Ideal para manchas de serra com duas encostas. A parte central da mancha seria o topo da serra na posição longitudinal.

De volta inteira. Uma única solta com as matilhas alinhadas tal como linha de caçadores de caça menor. Ideal para manchas de vale situadas entre serras.

Fonte: A Página do Monteiro

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KaciKaciPesca Pesca Digital Digital Código de Ética do MonteiroCódigo de Ética do Monteiro

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Código de Ética do MonteiroCódigo de Ética do Monteiro

1º O Monteiro cumpre e faz cumprir a lei e as normas que regem a Caça Maior, bem como as regras de Segurança no manuseamento de Armas de Fogo.. 2º O Monteiro defende os princípios tendentes à conservação da Natureza e da Biodiversida-de, sabendo que deste modo contribui para que as gerações vindouras possam também usu-fruir delas usufruir. 3º O Monteiro sabe que Caçar incide sobre a “colheita” do acréscimo de animais bravios em cada ano observado, infligindo o menor sofrimento possível aos animais. 4º O Monteiro é pontual, afirmando deste modo o seu respeito por companheiros e organi-zadores. 5º Pistear um animal ferido é um imperativo ético do Monteiro, cumprido nas devidas condi-ções de segurança. 6º Quando atirar a uma rês o Monteiro deve sempre comprovar se a feriu, pois por vezes tu-do indica ter errado e todavia encontra afinal uma pista de sangue. 7º O Monteiro respeita os Matilheiros e seus cães, nunca atirando a reses que tenham cães próximos, particularmente num agarre pois se o fizer destroça a matilha que, no futuro, sol-tará um animal agarrado sempre que alguém se aproxime. 8º Quando existem dúvidas sobre a pertença de um troféu, o Monteiro deve dialogar e tentar chegar a acordo no próprio local com o companheiro de um modo afável e cortês, recorren-do apenas ao Director de Montaria em último caso. 9º O Monteiro utiliza apenas e tão só os meios eticamente aceitáveis para praticar a Caça.. 10º O Monteiro cumpre sempre as indicações de Organizadores, Postores, Guias e Guardas de Caça. 11º O Monteiro deve colaborar com instituições que defendam a actividade cinegética e a Conservação da Natureza. 12º A Caça Maior privilegia a qualidade e não a quantidade de reses abatidas. Por isso o Monteiro, por respeito às Organizações e Gestores de Caça, deve mandar homologar os seus troféus sempre que estes sejam significativos. 13º Se respeitar este Código de Ética, será mais fácil ao Monteiro defender conscientemente a Caça junto dos conhecidos e da própria Sociedade.

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Navalheiro abatido na 1ª Montaria KaciPesca

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Armas para Montaria Com tanta versatilidade e quantidade de armas e calibres disponíveis no mercado arrisco a dizer que não há uma arma ou calibre indicado para montarias

Actualmente as montarias são um processo de caça em ascensão. Desde que se incluiu a licença de caça maior na nossa habitual licença de caça, esta modali-dade ganhou mais adeptos por todo o País, realizando-se agora mais montarias do que à uns anos atrás. Neste momento existem mais detentores de carabi-nas de caça maior, no acto da compra, procura-se uma arma que sirva para montarias esperas nocturnas, isso não existe. É muito difícil ou mesmo impossível conciliar estas duas modalidades numa só arma ou simplesmente encontrar uma mira indicada para os dois processos. A arma indicada para montaria depende na maior parte das vezes do posto que nos calhou em sorteio. Podemos ter um posto com um amplo campo de vi-são, onde é possível realizar disparos superiores a 100 metros e se justifique uma carabina com mira telescópica, ou podemos ter um posto com pouca visibilidade e já temos que prescindir do uso de mira telescópica ou até recorrer a uma vulgo calibre 12 que nos permite um rápido encare num curto espaço de tempo.

Entre as carabinas, para montaria, o sistema mais indicado será o semiautomático. As vantagens deste sistema são várias, encare mais rápido, rapidez nos disparos e principalmente, não precisamos “largar” a arma para a recargar. Calibres Em Portugal utilizam-se vários calibres para a caça maior, sendo o mais utilizado o 30.06, 9.3x62, .300 e mais alguns. O mais apreciado pelo caçador portu-guês talvez seja o 30.06, porque é um calibre bastante equilibrado e desempenha bastante bem a sua função no mundo da caça maior existente no nosso País. É também com relativa facilidade que se encontram, no nosso mercado, variadíssimos tipos de munição. Em grande parte, ainda encontramos muitos montei-ros com caçadeiras calibre 12 municiadas de bala. Este calibre fica muito aquém de uma carabina, tanto em tiros de longa distância como em precisão. É um calibre que “desenrasca” quem não possui uma cara-bina, mas que fica limitado na ordem dos 50 metros. Os novos canos estriados e as novas balas “sabot” já permitem uma maior precisão e disparos até aos 150 metros, segundo as marcas, mas será sempre notória a diferença de poder de derrube quando comparado com uma carabina, seja ela qual for.

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Carabina Pontas de munições para a Montaria Muito se escreve sobre munições ou “balas” para a montaria, nas próximas linhas vou dar a minha opini-ão sobre as que acho que serão as mais adequadas para esta actividade, mas só com base em conheci-mento próprio e não por leitura que em muitos casos é pura publicidade e para caçar outras espécies e a distancias que em nada têm a ver com a nossa monta-ria. Na maioria dos casos os tiros são dados abaixo dos 50 metros e sem grande tempo de apontar devidamen-te, portanto quer-se uma ponta que tenha um bom poder de derrube. Temos também que contar com a adrenalina no ani-mal, alguns dos tiros feitos entre estevas, e vários ângulos de tiro. Então na minha curta experiencia de caçador de caça maior, elegi como algumas pontas que acho que cum-prem bem o serviço, em calibres standard Norma ponta de plástico, Remington core-lock, Winchester power point, Rws evolution, e mais recentemente também gostei do comportamento da Geco plus no caso do 30-06. Para a 9,3 a Norma ponta de plástico e Vulkan, Rws Ks, Geco t-mantel. No caso dos calibres magnuns funciona melhor pontas mais “duras”, al-guns vão dizer que com uma ponta macia é que é bom, mas depois perde-se um pouco a penetração do projéctil que é fundamental para o rápido cobro da peça, não se esqueçam que à tiros quase à queima roupa e a sua grande velocidade vai fazer expandir rapidamente e perde-se muita penetração, portanto pontas tipo; Rws evolution e tug (uni classic), Norma oryx, Winchester xp3, sei que se podia enumerar mais umas quantas, mas optei por estas por existirem prati-camente em todos os armeiros, pois não podemos andar constantemente a trocar de munições. Se o seu projéctil não está aqui referido, não vá a cor-rer trocá-lo, pois pode ser tão válido como estes, e depois o factor psicológico pode interferir com os resultados, quantas vezes ouvimos; com as balas que usava aquele porco não ia embora…. Depois da escolha, afine bem a arma, treine alguns tiros com ela, de modo a que a maneje com destreza e segurança.

Calibre 12 Canos de alma lisa Para as caçadeiras calibre 12 já vamos tendo uma grande diversidade de balas, pontas e pesos, consoan-te o cano seja estriado ou não. Para os canos de alma lisa, onde tínhamos somente balas de chumbo maciço, com mais ou menos feitio, com grande poder de derrube, mas com muita cadên-cia de tiro e pouca precisão, temos agora balas de qualidade, mais leves, mais rápidas, mais precisas. As Sauvestre são balas com provas dadas, permitem um grande conforto no disparo, possuem um bom poder de derrube e uma grande precisão até aos 100 metros.

Outra marca bastante boa é a DDupleks, existem em 28g e 32g, para curtas/médias e longas distâncias. Aconselho as de 28g pela sua suavidade, não dá gran-de coice, permitindo um rápido segundo disparo.

Cumpra sempre todas as regras da montaria e de segurança com as armas. Lembre-se nos acidentes não há segundas oportunidades.

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Ainda da mesma marca temos as Monolit para tiros certeiros a partir dos 50 metros. Têm a particularida-de de serem suaves, precisas, manter a trajectória mesmo encontrando objectos e um enorme poder de derrube.

As balas DDupleks podem ser utilizadas em todo o tipo de canos de calibre 12 Canos estriados Para as calibre 12 com canos estriados temos vários tipos de balas, chamadas “sabot”. São especificamen-te desenhadas para utilizar em canos totalmente estri-ados e não em armas que tenham o choque estriado. Com cano estriado e uma bala “sabot” estamos a aumentar a distância de tiro e a precisão da nossa arma. Segundo as marcas a precisão consegue-se até aos 150 metros o que é bastante para uma caçadeira. Facilmente encontramos as Winchester XP3 ou as Remington AccuTip à venda nos nossos armeiros e consideram-se muito boas escolhas para a nossa ar-ma.

Calibre: 12/70 GR: 300grains Copela: 18 Velocidade: 600m/s Tipo: Sabot

Calibre: 12/70 Gr: 385grains Copela: 18 Velocidade: 580m/s Tipo: Sabot

As balas que apresentamos têm fricção mínima no cano, podendo ser disparadas com qualquer tipo de choque.

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KaciPesca Digital Órgãos de Pontaria

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Órgãos de Pontaria

Nos últimos anos têm-se observado que cada vez mais caçadores procu-ram miras para facilitarem o cobro de rezes em montarias. Esta ajuda se bem escolhida é muito eficaz. Para a montaria podemos usar, as miras da própria arma, miras teles-

cópicas, e pontos vermelhos ou holosights. As miras da própria arma são as que dão maior campo de visão mas também menos precisão para tiros a mais de 50 metros. Sou apologista que antes de se atirar com miras telescópicas e outras dever-se-ia saber dominar este tiro (alça aberta) com nas carabinas de pressão de ar. Por exemplo, eu ainda faço algu-mas montarias de alça, quando a porta é fechada, uso pelo seu cam-po visual e pela rapidez. As miras telescópicas apresentam bastantes vantagens, a precisão dos tiros, e o poder cobrar algumas rezes mais longe são as principais. Claro que tem desvantagens, o seu curto campo de visão e o seu mau uso para cobrar rezes que iam cum-prir a outras portas são as mais im-portantes. Entre as miras telescópi-cas as mais comuns são entre 1 aumento e 4, com abertura a rondar os 24 mm. Claro que existe outras também eficazes, um exemplo é a todo terreno 1,5-6 / 42, inclusive há quem utilize a mira de espera na montaria, dependendo da porta. O

essencial é dominar bem o tiro com mira telescópica que sem algum treino pode levar a alguns aborreci-mentos. Por último, muitas miras já trazem ponto ou reticulo vermelho, é uma mais-valia, mas não o acho crucial. Por último, os pontos vermelhos ou holosights, são eficazes mas a gran-de parte que anda no mercado não justificam a sua compra. É preciso ter cuidado na compra, porque mui-tos tem paralaxe e outos tem muitos moas, todo o que passa 3-4 moas para cima tira precisão, cada moa equivale a 2,5-3 cm a 100 metros. Utilizar mais do que 4 moas, perde-se bastante precisão. As grandes vantagens destes apare-lhos é o campo de visão e o poder atirar de olhos abertos, uma boa opção para tiros “curtos”. Importante é utilizarem umas boas montagens, e praticarem um pouco numa carreira de tiro, podem pedir para lhe afinarem as armas, mas não deixem de treinar, pois muitos acidentes vêm do mau manusea-mento da arma, porque a arma é uma “desconhecida”.

Nos órgãos de pontaria das carabinas os mais usuais são: a alça e ponto ou rampa de bati-da e ponto. Alguns mo-delos não trazem estes órgãos deixando ao caçador a opção de adquirir e equipar a carabi-na com miras, ponto vermelho ou holosight. No caso em concreto das mon-tarias, onde habitualmente os tiros são efectuados a curta distancia e muitas vezes de difícil execução devido à rapi-dez com que as reses se apre-sentam, as miras com retículo iluminado trazem uma vanta-gem assim como os pontos vermelhos ou holosight, como se costuma dizer onde está o ponto esta a bala.

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KaciKaciPesca Pesca Digital Digital Clube Português de MonteirosClube Português de Monteiros

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O Clube Português de Monteiros conta já mais de 30 anos dedicados à defesa intransigente de princípios éticos na prática da Caça em ge-ral, e da Caça Maior em particular . O Clube Português de Monteiros desenvolve a sua actividade com o objectivo de garantir as melhores práticas na concepção, no planea-mento, na gestão e na realização dos diversos tipos de actos de Caça Maior, sustentadas numa atitude plenamente ética e auto-responsável do Caçador perante a Fauna, a Natureza e a Biodiversidade. O Clube Português de Monteiros é ainda o responsável primeiro pelos trabalhos da Comissão Nacional de Homologação de Troféus (CNHT), a quem compete oficialmente a responsabilidade pela medi-ção dos troféus de espécies de Caça Maior.

http://www.clubemonteiros.com

Porque se devem medir os troféus? A medição e a homologação dos troféus são instrumentos fundamentais para a aferição da evolução das espécies e da sua distribuição por zonas e regiões, e permitem ao bom gestor demonstrar aos caçadores e à sociedade em geral a correcta execução do seu trabalho. Quais as espécies que podem ser homologadas em Portugal? As espécies constantes da relação das espécies cinegéticas cuja caça é legalmente permitida em Portugal. Que métodos existem para a medição de troféus? Para além do método que adopta as normas do Conselho Internacional da Caça e da Conservação da Fauna (C.I.C.), ainda existe aquele que decorre nas normas da instituição Safari Clube Internacional (S.C.I.). Qual é o metodo oficialmente reconhecido no nosso País? O método reconhecido oficialmente pelo Ministério da Tutela e pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (I.C.N.F.) é aquele qe segue as normas do C.I.C.. Existem métodos que permitam a medição simplificada no campo? Sim. Os troféus podem ser medidos no campo (medição simplificada) sem ter em conta o peso e os pontos de beleza ou de penalização. Como posso tirar um curso de medidor? Está prevista a realização de cursos de formação e actualização de medição de troféus, de acordo com as Normas emanadas do C.I.C.. Porque têm alguns trofeus de esperar 90 dias para poderem ser medidos pela comissão? Para permitir a “secagem” do troféu, dado que o peso é influenciado pela humidade do troféu. Os troféus naturalizados podem ser medidos? Não podem ser medidos nem homologados. Os troféus que estejam já colocados em tábuas podem ser medidos? Sim, desde que possam ser retirados da tábua ou permitirem a obtenção de todas as medidas necessárias. Um troféu é medido por quantos membros da comissão? Geralmente por 2 membros da Comissão. Se o troféu entrar para primeiros 5 do ranking nacional, isso obriga a nova medição por 2 outros membros, fazendo-se depois uma média entre as quatro medidas. Quanto custa medir um troféu? O preço é idêntico para todas as espécies? Actualmente o custo está fixado em 30,00 €, qualquer que seja o troféu, desde que seja medalhado. Para os não medalhados o custo é de 15,00 €. Como devo proceder para enviar ou entregar um troféu para medição? O troféu pode ser entregue na Tapada Nacional de Mafra (Portão do Codeçal) a qualquer hora de expediente de um dia de semana, contra entrega de um talão de recepção. Poderá também ser entregue directamente a qualquer membro da C.N.H.T., ou ainda na Sede do Clube Português de Monteiros. Possuo um troféu que foi abatido há alguns anos e que nunca foi medido. Posso solicitar agora a sua edição? Sim, desde que cumpra as condições de qualquer outro troféu. Sendo possuidor de um troféu é possivel obter um diploma comprovativo do mesmo? Qualquer troféu que seja homologado (independentemente de ser medalhado ou não) tem direito a um Diploma de Homologação. Este diploma é grátis para os troféus homologados desde 2003, e sujeito a um pagamento de 10,00€ para os troféus homologados antes dessa data.

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NORMAS PARA A MEDIÇÃO E HOMOLOGAÇÃO DE TROFÉUS DE CAÇA MAIOR

Normas de medição, pontuação e homologação dos troféus

1- A Comissão adopta as Normas e Instruções Gerais e Particulares dos Sistemas de Medição definidas pelo Conselho Internacional da Caça e da Conservação da Fauna (CIC). 2- A pontuação dos troféus medalháveis, adoptada pela CNHT, é feita de acordo com os valores constantes do seguinte quadro:

* Actualmente estas espécies estão estritamente protegidas, sendo a medição e homologação dos seus troféus

feita apenas a exemplares comprovadamente obtidos antes da entrada em vigor da legislação que proibiu a

sua caça.

3- Só são homologados troféus provenientes de exemplares caçados legalmente em território nacional e que pertençam a espécies ou subespécies classificadas como cinegéticas nos termos da legislação em vigor à data do abate. 4- Não são homologados troféus: a) Anormais ou atípicos; b) Que apresentem modificações artificiais de partes objecto de medições; c) Que se apresentem naturalizados e ou montados, excepto os muflões; d) Provenientes de cervídeos em estado de veludo; e) No caso dos cervídeos, sem que tenha decorrido pelo menos 2 meses desde a data do abate, e no caso do troféu entrar nos dez primeiros da espécie sem que tenham decorrido pelo menos 3 meses. 5- Consideram-se troféus anormais ou atípicos: a) No caso dos veados, quando falte a ponta intermédia em ambas as hastes, ou a ponta intermédia e a contra lutadeira da mesma haste. b) No caso do muflão, quando o quociente entre a envergadura e a distância entre as pontas dos cornos for infe-rior a 0,7.

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Regras a observar na medição dos troféusRegras a observar na medição dos troféus 1- Em todas as medições observar-se-á o seguinte: a) A medição de troféus que apresentem fracturas será efectuada até ao ponto de fractura, não sendo esta consi-derada factor de irregularidade nem motivo de penalização. b) A atribuíção de pontos de beleza e penalizações far-se-á através da utilização de pontos e meio pontos. c) As medidas expressas em centímetros serão tomadas com aproximação ao milímetro. As medidas expressas em milímetros serão tomadas com aproximação às décimas de milímetro. As medidas expressas em quilogramas serão tomadas com aproximação ao decagrama. As medidas expressas em gramas serão tomadas com aproximação ao decigrama. d) Os arredondamentos serão feitos da seguinte forma: 0,1 a 0,4 = 0 0,5 a 0,9 = 1 e) A pontuação total de um troféu é apresentada com aproximação à centésima de ponto. 2- Os elementos da Comissão que forem proprietários de troféus para medição na CNHT, não podem participar na medição dos mesmos, bem como os que forem gestores ou proprietários das zonas de caça também não po-dem medir os troféus provenientes dessas zonas de caça. 3- A medição de cada troféu é efectuada no mínimo por 2 membros da Comissão. 4- Quando um troféu apresentar uma pontuação que o inclui na lista dos 10 melhores da sua espécie, a sua me-dição será repetida por outros dois membros da Comissão, sendo homologada a pontuação que constitui a mé-dia das duas medições. 5- O disposto no número anterior aplica-se nos mesmos termos aos troféus cuja pontuação os distancie da clas-se imediatamente superior, em menos de 5 décimas de ponto.

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Normas Particulares para a homologação de troféusNormas Particulares para a homologação de troféus 1- A homologação de troféus obriga o seguinte: a) Nome do proprietário; b) Data em que foi cobrado; c) Identificação da Zona de Caça e do Município; d) Processo de caça; 2- As folhas de homologação serão assinadas pelos membros intervenientes na medição e o seu conteúdo será reservado aos membros da Comissão. 3- Como prova da homologação efectuada, será entregue ao proprietário do troféu um comprovativo assinado pelos membros da Comissão que fizeram a medição e onde consta: a) Nome do proprietário; b) Pontuação; c) Número de registo da Comissão; d) Data de homologação; 4- A cada troféu medalhável será atribuída a respectiva medalha e todos os troféus medidos o respectivo diplo-ma. 5- Em qualquer medição de troféus só poderão utilizar-se fita métrica, compasso, craveira, balança e suta. 6- Os troféus podem ser passíveis de análises de ADN, bem como de registo fotográfico, por decisão da Comis-são. 7- Troféus Classe A: Os obtidos em áreas abertas ou cercados cinegéticos com área igual ou superior a 400 hectáres. Troféus Classe B: Os obtidos em cercados cinegéticos com área inferior a 400 hectáres. 8- As homologações da Comissão podem ser alvo de reclamação para o Presidente da CNHT.

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KaciKaciPesca Pesca Digital Digital Espécies de Caça MaiorEspécies de Caça Maior

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Nome comum: Javali Outras designações: Porco-montês, javardo, porco-bravo Peso: 250 Kg macho, e 150 Kg a fêmea Comprimento: 1 – 1,5 metros Altura máxima do garrote: 1 metro

Em Portugal é comum em quase todo o território continental, e na Madeira existe uma população resul-tante do cruzamento entre o javali e o porco doméstico. É uma espécie bastante apreciada pelos caçadores, constituindo uma fonte de rendimentos importante em muitas zonas. Um grande macho é um troféu importante.

Nome comum: Veado Peso: 100 – 200 kg Comprimento: 1,65 – 2,5 m Altura (altura do garrote): 1,20 m

É o maior cervídeo da fauna portuguesa, constituindo também o trofeu mais valioso. É um animal de grande porte, de membros esguios, dorso direito e garrote saliente, sendo ao mesmo tempo forte, ágil e prudente. Em Portugal as maiores populações de veado (sem contar com zonas vedadas e onde foram feitas reintroduções) correspondem às zonas de Moura/Barrancos, Castelo Branco/Idanha-a-Nova e Bra-

Nome Comum: Corço Ordem: Artiodactilos Família: Cervídeos Espécie: Capreolus Capreolus (Linnaeus, 1758) Peso médio: Entre 15 e 30 Kg, sendo a média 20-21 Kg.

Espécie cuja capacidade de adaptação é sem dúvida das mais notáveis, é o mais pequeno dos cervídeos portugueses, de aspecto gracioso mas compacto.Sobretudo activo durante a madrugada e o fim do dia, passa a maior do tempo restante embrenhado no coberto,comendo ou repousando; este facto, aliado ao comportamento arisco que o caracteriza, bem como ao tipo de terreno em que geralmente se encontra, faz com que estes animais dificilmente sejam vistos, mesmo pelas pessoas que frequentam os locais por eles habitados.

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Nome Comum: Gamo Ordem: Artiodactilos Família: Cervídeos Género: Dama Espécie: Dama dama (Linnaeus,1758) Peso médio: Machos entre 52 e 63 Kg, femeas entre 28 e 41 kg..

É um animal mais pequeno que o veado e de cabeça mais curta, com focinha fino e de corpo compacto; o seu comprimento tatal varia de 1,30 a 1,50 m e o macho raramente ultrapassa rs 120 kg de peso. O gamo prefere zonas com abundante arvoredo e matagal, com áreas de pasto. A alimentação é muito semelhante à do veado, variando essencialmente com o habitat. O macho distingue-se da fêmea por apresentar durante a maior parte do ano urna armação; esta é cons-tituída no animal adulto por duas hastes espalmadas, arredondadas na base. Na parte superior da área espalmada desenvolvem-se várias pontas. Aos 7 anos, tal como no Veado, a cabeça atinge a sua forma característica.

Nome Comum: Muflão Ordem: Artiodactilos Família: Bovidae Género: Ovis Espécie: Ovis ammon Peso médio: Machos entre 150 e 200 Kg, fêmeas entre 75 e 125 kg..

O muflão é um "carneiro selvagem", de pelagem curta; os machos têm cornos recurvados (o troféu nesta espécie), e nas fêmeas, quando estão presentes, são muito pouco desenvolvidos. Esta espécie apresenta valores médios de peso entre 25 e 50 kg, um comprimento total de 1,10 a 1,30 m e a sua altura ao garrote pode variar entre 65 e 75 cm. As origens do muflão não estão esclarecidas ainda, havendo autores que defendem ter esta espécie ori-gem em carneiros domésticos introduzidos em ilhas mediterrânicas (Sardenha e Córsega). Actualmente, apresenta ampla distribuição europeia (Europa Central e Meridional), embora em Portu-gal a sua introdução seja muito recente e muito localizada. .

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Vamos deixar uma nota de esclarecimento relativamente a alguns conceitos, que consciente ou inconscientemente, por ve-zes nos levam a cometer algumas ilegali-dades em acto venatório, mais concreta-mente em processos monteiros e cujo con-teúdo é de particular interesse de todos os caçadores de Caça Maior.

A “Lei da Caça” se define logo no art.º 3º a classificação das armas, sendo que n.º 2 desse artigo se define o que são as armas da classe “A”, constando da sua alínea f) que são armas da classe “A” “as armas brancas sem afectação ao exercício de quaisquer práticas venatórias”. Quer isto dizer que o legislador considerou que não são armas da classe “A” as armas brancas que sejam afec-tadas ou destinadas ao uso de quaisquer práticas venatórias. De contrário, não teria feito essa excepção. O problema coloca-se é a um outro nível, o da distinção entre os conceitos de “portar” e “transportar” uma ar-ma, e só assim se pode entender tais apreensões. Desde que o Monteiro transporte na sua viatura, dentro do seu saco e acondicionada no estojo a sua faca de remate quando vai para uma montaria, está perfeitamente legal. Mas se o Monteiro porta a sua faca ao cinto, ou à vista fora do saco e não acondicionada no seu estojo quando vai para uma montaria, então esse porte é que é ilegal.

Procede à segunda alteração à Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro, que aprova o novo regime jurídico das armas e suas munições A Assembleia da República decreta, nos termos da alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte:

Artigo 1.º Alteração à Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro

ANEXO

Republicação da Lei n.º 5/2006, de 23 de Fevereiro

Artigo 3.º Classificação das armas, munições e outros acessórios

1 — As armas e as munições são classificadas nas classes A, B, B1, C, D, E, F e G, de acordo com o grau de perigosidade, o fim a que se destinam e a sua utilização. 2 — São armas, munições e acessórios da classe A: a) … b) … c) … d) … e) … f) As armas brancas sem afectação ao exercício de quaisquer práticas venatórias, comerciais, agrícolas, industriais, flores-tais, domésticas ou desportivas, ou que pelo seu valor histórico ou artístico não sejam objecto de colecção;

Aquisição, detenção, uso e porte de armas Artigo 4.º

Armas da classe A 1 — São proibidos a venda, a aquisição, a cedência, a detenção, o uso e o porte de armas, acessórios e munições da classe A.

ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA Lei n.º 17/2009 de 6 de Maio

Clube de Monteiros do Norte

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Matilheiros com armasMatilheiros com armas Legal ou Ilegal?Legal ou Ilegal?

Em montarias é completamente ilegal os matilheiros transportarem armas de fogo, arco ou besta.

Decreto-Lei nº 2/2011 de 06-01-2011

ANEXO - (a que se refere o artigo 10.º) - Republicação do Decreto-Lei n.º 202/2004, de 18 de Agosto

CAPÍTULO VI - Exercício da caça

SECÇÃO IV - Auxiliares e meios de caça

Artigo 77.º - Auxiliares 1 - Os secretários ou mochileiros não podem praticar quaisquer actos venatórios ou exercer funções de matilheiro ou batedor e só podem ser portadores de armas de fogo, arco ou besta desde que acondicio-nados em estojo ou bolsa e de aves de presa aparelhadas com piós e avessada. 2 - Os negaceiros, os batedores e os matilheiros não podem ser portadores de arma de fogo, arco ou besta nem capturar qualquer exemplar de espécie cinegética, com excepção dos matilheiros no remate de um animal ferido. 3 - Nos terrenos cinegéticos não ordenados, cada caçador só pode ser acompanhado por um auxiliar. 4 - Os auxiliares não podem fazer parte da linha de caçadores.

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KaciKaciPesca Pesca Digital Digital AgradecimentosAgradecimentos

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A ideia de lançar esta edição A ideia de lançar esta edição Especial Montarias Especial Montarias da da KaciKaciPescaPesca Digital Digital partiu do meu ami-partiu do meu ami-go José Reizinho. Quero deixar os meus sinceros agradecimentos, não só a ele, como a go José Reizinho. Quero deixar os meus sinceros agradecimentos, não só a ele, como a toda a Equipa KaciPesca que opinou, criticou e apoio e também aqueles que estiveram direc-toda a Equipa KaciPesca que opinou, criticou e apoio e também aqueles que estiveram direc-tamente envolvidos, como é o caso do José David e do Rui Militão.tamente envolvidos, como é o caso do José David e do Rui Militão. Para a realização desta simples edição foi necessária alguma pesquisa, para isso centramoPara a realização desta simples edição foi necessária alguma pesquisa, para isso centramo--nos essencialmente em dois espaços virtuais, que são o Clube Português de Monteiros e A nos essencialmente em dois espaços virtuais, que são o Clube Português de Monteiros e A Página do Monteiro. Consideramos estes espaços muito ricos em informação e julgamos que Página do Monteiro. Consideramos estes espaços muito ricos em informação e julgamos que são os mais completos acerca desta temática. são os mais completos acerca desta temática. O nosso muito obrigado a todos aqueles que contribuíram na construção destas duas webs O nosso muito obrigado a todos aqueles que contribuíram na construção destas duas webs que se encontram ao alcance de todos nos seguintes links:que se encontram ao alcance de todos nos seguintes links: Clube Português de Monteiros Clube Português de Monteiros -- http://www.clubemonteiros.comhttp://www.clubemonteiros.com A Página do Monteiro A Página do Monteiro -- http://www.apaginadomonteiro.net/http://www.apaginadomonteiro.net/

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Javali EstufadoJavali Estufado

Ingredientes 1 kg de javali sal pimenta 1 cabeça de alhos 2 colheres de sopa de colorau 2,5 dl de vinho branco 4 cebolas 1 dl de azeite 50 g de margarina Vaqueiro 1 colher de sopa de banha 80 g de bacon 7 folhas de louro 1 cálice de conhaque Preparação Corte o javali em bocados e tempere com sal, pimenta, meia cabeça de alhos, descascados e esmagados, o colorau e o vinho branco. Misture bem a carne com todos os temperos, tape o recipiente e coloque-o no frigorífico durante 2 a 3 dias. Durante esse tempo dê uma volta à carne de vez em quando. Descasque as cebolas e os restantes dentes de alho e corte tudo em rodelas finas. Num tacho grande de barro ou com o fundo espesso, leve a refogar as cebolas e os alhos com o azeite, a mar-garina Vaqueiro e a banha. Junte o bacon cortado em bocadinhos e o louro e deixe alourar tudo sobre lume brando. Escorra o javali da marinada e deite-o no tacho. Deixe a carne alourar de todos os lados. Regue com o conha-que e um pouco da marinada. Tape o tacho e deixe estufar sobre lume muito brando. Vá acrescentando uns pingos de água quente de vez em quando para a carne não secar demasiado. Acompanhe com arroz solto de ervilhas e cenouras e fatias finas de broa, fritas em óleo Vaqueiro. Sugestão Acompanhe com um belo vinho Alentejano, com moderação claro ;)

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Lombo de Veado com Mel e AlecrimLombo de Veado com Mel e Alecrim

Ingredientes 1 lombo de veado (800 g) 10 dentes de alho 2 folhas de louro sal 1 colher de sopa de pimenta em grão 1 colher de sopa de coentros em grão 1 ramo de alecrim fresco 2 dl de vinho verde tinto 3 colheres de sopa de mel 100 g de margarina Vaqueiro 1 kg de castanhas congeladas óleo Vaqueiro 500 g de cebolinhas ou chalotas Preparação Tempere o lombo de veado com os dentes de alho, descascados e esmagados, o louro, sal, os grãos de pi-menta e coentros previamente esmagados num almofariz e o ramo de alecrim. Regue com o vinho verde tinto e deixe assim de um dia para o outro, em local fresco. Vire o lombo de veado duas a três vezes durante esse período. Escorra a carne da marinada e aloure-a de todos os lados num tacho com 20 g de margarina Vaqueiro. Retire a carne e coloque-a num tabuleiro de forno, regue com a marinada e o mel, por cima espalhe 40 g de margari-na Vaqueiro em nozinhas. Leve a carne a assar em forno moderado durante cerca de 1 hora e 30 minutos ou até estar macia. Quando a carne estiver quase assada, frite as castanhas em óleo Vaqueiro quente. Escorra sobre papel absor-vente. Descasque as cebolinhas e leve-as a saltear numa frigideira com a restante margarina Vaqueiro. Quando as cebolinhas estiverem moles, introduza as castanhas e deixe saltear mais um pouco. Retire a carne para a travessa de serviço e coe o molho. À volta da carne disponha as castanhas e as cebolinhas e coloque o molho numa molheira. Sugestão Acompanhe com grelos salteados. Regue a carne e vire várias vezes durante o tempo em que estiver a assar, mas sem a picar para que não perca os sucos e fique mais suculenta.

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