EPISÓDIO DO ADAMASTOR

EPISÓDIO DO ADAMASTOREstrutura externa: V, 39-60

Estrutura interna: Narração

Narrador: Vasco da Gama – narrador autodiegético

Narratário: Rei de Melinde

Classificação do episódio: Simbólico

I- APARECIMENTO E DESCRIÇÃO DO ADAMASTOR

(39-40)NOMES ADJETIVOS

RETRATO FÍSICO

RETRATO PSICOLÓGICO

- “figura”;- “estatura”;- “barba”;- “olhos”;- “cor”;

- “cabelos”;- “boca”;- “dentes”;- “membros”

-“robusta”;- “válida”;- “disforme”;-“grandíssima”;- “esquálida”;- “encovados”;

-“ terrena”;-“pálida”- “crespos”;- “negra”;- “amarelos”;-“grande”.

- “rosto”;-“postura”;- “tom de voz”

-“carregado”;- “medonha”;- “má”;

-“horrendo”;- “grosso”.

I- APARECIMENTO E DESCRIÇÃO DO ADAMASTOR

(39-40)Caraterização do monstro

do geral para o particular

- adjetivação expressiva;- comparação.

Imponência da figura;Terror e estupefação de

Vasco da Gama e dos seus companheiros.

Começa o seu discurso elogiando os Portugueses. (41)

masOdeia essa

mesma gente que veio descobrir os segredos dos seus mares.

II- DISCURSO AMEAÇADOR E PROFÉTICO DO GIGANTE

(41-48)

Profetiza dificuldades futuras na passagem do Cabo (43, vv. 1-3):destruirá a primeira armada que por ali passar (43);

vingar-se-á de quem o descobriu (44);

haverá muitos outros naufrágios e perdições (44);

II- DISCURSO AMEAÇADOR E PROFÉTICO DO GIGANTE

(41-48)

morrerá ali o primeiro vice-rei da Índia, D. Francisco de Almeida (45);

a família Sepúlveda sofrerá horrores antes de morrer (46-48).

II- DISCURSO AMEAÇADOR E PROFÉTICO DO GIGANTE

(41-48)

Tempos verbais predominantes: imperativo (“ouve”; “sabe”);

futuro do Indicativo (“terão”; “farei”; “acabará”; “vereis”…);

futuro do Conjuntivo (“fizerem”; “ficarem”; “abrandarem”…)

adequados ao caráter ameaçador e profético do discurso

II- DISCURSO AMEAÇADOR E PROFÉTICO DO GIGANTE

(41-48)

Vasco da Gama dá mais uma prova da ousadia da gente lusitana, mesmo mediante as trágicas profecias, interpelando o gigante e perguntando-lhe quem era.

Profunda viragem no discurso do Adamastor.

III- INTERPELAÇÃO DE VASCO DA GAMA

(49)

O Gigante revela a sua identidade e conta a sua história: era um dos gigantes filhos do Céu e da Terra (51);

confrontou-se com Júpiter e Neptuno (51);

apaixona-se por Tétis, filha de Nereu e Dóris (52);

IV- DISCURSO AUTOBIOGRÁFICO DO ADAMASTOR

(50-59)

Dóris promete interceder dadas as ameaças de Adamastor em conquistar Tétis pelas armas (53-54);

aparecimento de Tétis (55);

deceção de Adamastor quando se surpreende abraçado a um rochedo, pensando que abraçava Tétis (56);

IV- DISCURSO AUTOBIOGRÁFICO DO ADAMASTOR

(50-59)

transformação em penedo como castigo de Júpiter que venceu os gigantes (57-59).

À realidade gigantesca do seu corpo sucede a fragilidade psicológica de um herói enganado e vencido que perde a sua própria individualidade transformando-se em penedo.

IV- DISCURSO AUTOBIOGRÁFICO DO ADAMASTOR

(50-59)

Desaparece chorando, emocionado com a sua triste sorte.

O Gigante é afinal um sentimental, que tendo perdido tudo, se refugia na solidão;

O desvendar dos seus segredos vem tirar-lhe o pouco que tinha;

Reage como qualquer humano em desespero: desaparece para chorar sozinho as suas mágoas.

V- DESAPARECIMENTO DO ADAMASTOR

(60)

EVOLUÇÃO DO COMPORTAMENTO DAS PERSONAGENS

ADAMASTOR VASCO DA GAMA

1º- rancoroso, vingativo, ameaçador;

2º - dor profunda, raiva, desespero;

3º - humaniza-se, reconhece a sua derrota e desaparece.

1º - amedrontado;2º - sem medo, de

cabeça erguida (“alçado”), num tom de igual para igual, quase de desafio;

3º - atitude de fé.

PLANOS NARRATIVOSPlano da Viagem – O Adamastor,

nas suas próprias palavras, é “aquele oculto e grande Cabo / A quem chamais vós outros Tormentório” (50, vv. 1-2)

Plano Mitológico -Como figura mitológica tem o poder de vaticinar acontecimentos futuros aos Portugueses, fazendo profecias.

Plano da História de Portugal – as profecias reportam-se a acontecimentos que medeiam entre o tempo da viagem (1498) e o tempo do discurso da epopeia.

EPISÓDIO SIMBÓLICOEste episódio representa os

perigos que os Portugueses enfrentaram e ultrapassaram, assemelhando-se, pela grandeza, ao próprio gigante.

Verdadeira dimensão épica