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12 Caderno do Professor Entre Margens Português 12. o Ano Olga Magalhães · Fernanda Costa Colaboração Conceição Pires Décimo Segundo Ano Oo

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Entre Margens 12_Professor

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Page 1: Entre Margens 12_Professor

12Caderno do Professor

Entre Margens

Português 12.o Ano

Olga Magalhães · Fernanda Costa

Colaboração Conceição PiresDécimo Segundo Ano

Oo

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Page 2: Entre Margens 12_Professor

I S B N 9 7 8 - 9 7 2 - 0 - 9 4 9 6 3 - 9

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Page 3: Entre Margens 12_Professor

3

ÍNDICE

Proposta de planificação anual ................................................................................................................................................................................ .4

Fichas de trabalho – compreensão oral Fichadetrabalho1....................................................................................................................................................................................................................................................15

Fichadetrabalho2....................................................................................................................................................................................................................................................16

Fichadetrabalho3....................................................................................................................................................................................................................................................17

Fichadetrabalho4....................................................................................................................................................................................................................................................18

Fichadetrabalho5....................................................................................................................................................................................................................................................20

Fichadetrabalho6....................................................................................................................................................................................................................................................22

Resolução das fichas de trabalho – compreensão oral ........................................................................ .23

Transcrição de registos áudio “Oeternosolitário”[biografiadeFernandoPessoa],inFilhos da Nação, Luís de Camões,

Fernando Pessoa e Eça de Queirós,QuidNovi,2010.................................................................................................................................................. .29

“OaniversáriodeÁlvarodeCampos”,emSinais,deFernandoAlves,

TSF,15deoutubrode2010.......................................................................................................................................................................................................................... .30

“AutobiografiadeJoséSaramago”,FundaçãoJoséSaramago..................................................................................................................... .31

EntrevistaaJoséSaramago,emPessoal… e Transmissível,deCarlosVazMarques,

TSF,7denovembrode2005....................................................................................................................................................................................................................... .34

Fichas de avaliação Fichadeavaliação1..................................................................................................................................................................................................................................................39

Fichadeavaliação2..................................................................................................................................................................................................................................................43

Fichadeavaliação3..................................................................................................................................................................................................................................................48

Fichadeavaliação4..................................................................................................................................................................................................................................................53

Propostas de resolução das fichas de avaliação..................................................................................................... .58

Começar pelo fim Preparação para o Exame Nacional[GuiadoProfessor] ......................................................................................................................... .61

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Porto Editora

0 Diagnóstico de competências essenciais [4 x 90 min]

Apresentação Objetivos da disciplina Distribuição dos conteúdos pelos três períodos letivos Critérios de avaliação Contrato de leitura + fichas de leitura

90 min

Pág. Documento de partida90 min

+

90 min

+

90 min

Começar pelo fim – Preparação para o Exame Nacional (oferta ao aluno)

15 Teste diagnóstico

Atividades de reforço: Fichas Informativas do manual e do Caderno de Atividades n.º 4 (Funções sintáticas) e n.º 5 (Frase complexa)

1 Fernando Pessoa – ortónimo e heterónimos [24 x 90 min]

Pág.Documento de partida

Leitura Expressão escritaCompreensão/ Expressão oral

Funcionamento da língua

Tempo

22

Fernando Pessoa O eterno solitário [texto expositivo]

pesquisa orientada e redação de curriculum vitae

exercício de escuta ativa com V/F

90 min

Atividades de reforço Ficha Informativa do manual n.º 11 (Curriculum vitae)

25Fernando Pessoa Temáticas estruturantes do ortónimo [texto informativo]

exercício de completamento 45 min

26Fernando Pessoa Contexto político-social [texto informativo]

exercício de escolha múltipla

45 min

28

Fernando Pessoa (ortónimo) Autopsicografia[poema]

Isto [poema]

atividades de pré­­leitura – consulta de dicionário e debate

itens de construção (resposta curta)

comentário orientado

síntese

recursos estilísticos atos ilocutórios marcadores discursivos

90 min

32

33

Fernando Pessoa (ortónimo) Ó sino da minha aldeia [poema]

Língua portuguesa [texto expositivo]

atividade de pré­­leitura (teoria do fingimento)

itens de construção (resposta curta)

escolha múltipla

recursos estilísticos noções de versificação

classes de palavras funções sintáticas coesão textual

90 min

Primeiro período (14semanas)

4

Proposta de planificação anual

+

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Proposta de planificação anual5

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Pág.Documento de partida

Leitura Expressão escritaCompreensão/ Expressão oral

Funcionamento da língua

Tempo

34

Fernando Pessoa (ortónimo)

Não sei, ama, onde era [poema]

atividade de pré­­leitura (relação texto/imagem)

itens de construção (resposta curta)

tempos e modos verbais

valor da pontuação

funções sintáticas frase complexa (exercício de escolha múltipla)

45 min

36

Fernando Pessoa (ortónimo)

Quando as crianças brincam [poema]

atividades de pré­leitura

itens de construção (resposta curta) escolha múltipla

marcadores discursivos

tempos verbais

45 min

37

39

Fernando Pessoa (ortónimo)

Não sei se é sonho, se realidade [poema]

ou

Boiam leves, desatentos [poema]

atividades de pré­leitura

análise através de tópicos de leitura

descrição

síntese

45 min

40

43

46

Fernando Pessoa (ortónimo)

Ela canta, pobre ceifeira [poema]

ou

O menino da sua mãe [poema]

ou

Liberdade [poema]

atividades de pré­­leitura (relação título/imagem)

itens de construção (resposta curta)

comentário

texto narrativo

leitura em voz alta

exposição oral

recursos estilísticos noções de versificação

campo lexical recursos estilísticos tempos verbais

45 min

Atividades globais Modernismo [texto informativo] (pág. 48) Síntese das características da poesia de Fernando Pessoa (ortónimo) (pág. 50)

Ficha de autoavaliaçãoEm exame – Fernando Pessoa (ortónimo) (pág. 51) + correção

45 min + 45 min

Atividades complementares Consulta de sítios da Internet O CD áudio da turma (pág. 42)

54

Fernando Pessoa

O fenómeno heteronímico [carta a Adolfo Casais Monteiro]

análise orientada por questões prévias

45 min

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Entre Margens, 12.° ano | Caderno do Professor6

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Pág.Documento de partida

Leitura Expressão escritaCompreensão/ Expressão oral

Funcionamento da língua

Tempo

61 Alberto Caeiro – uma arte de ser [ensaio]

Caeiro visto por Ricardo Reis [texto de apreciação crítica]

interpretação a partir de palavras­chave

45 min

62

Alberto Caeiro

Poema I de O Guardador de Rebanhos [poema]

atividades de pré­­leitura (sinonímia/campo lexical)

itens de construção (resposta curta)

recursos estilísticos

articuladores discursivos

tempos e modos verbais

coesão textual

45 min

64

Alberto Caeiro

Poema IX de O Guardador de Rebanhos [poema]

atividades de pré­­leitura (consulta de dicionário) itens de construção (resposta curta)

texto argumentativo orientado

interpretação de cartoon

comentário de anúncio publicitário

90 min

66

Alberto Caeiro

Por um Portugal verde [texto de opinião]

escolha múltipla frase complexa funções sintáticas 45 min

68

Alberto Caeiro

Poema X de O Guardador de Rebanhos [poema]

atividades de pré­­leitura (relação intertextual)

itens de construção (resposta curta)

análise comparativa de poemas

texto argumentativo orientado

comentário de anúncio publicitário

45 min

70

Alberto Caeiro

Poema II de O Guardador de Rebanhos [poema]

atividades de pré­­leitura (debate)

itens de construção (resposta curta)

tempos verbais coesão textual classes de palavras atos ilocutórios

45 min

72

73

Alberto Caeiro

Poema XXXIV de O Guardador de Rebanhos [poema]

ou Poema XX de O Guardador de Rebanhos [poema]

atividades de pré­­leitura (relação texto/imagem)

itens de construção (resposta curta)

redação de retrato comentário de BD

45 min

Atividades globais Síntese das características da poesia de Alberto Caeiro (pág. 75)

Ficha de autoavaliaçãoEm exame – Alberto Caeiro (pág. 76) + correção

45 min + 45 min

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Proposta de planificação anual7

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Pág.Documento de partida

Leitura Expressão escritaCompreensão/ Expressão oral

Funcionamento da língua

Tempo

81

83

Ricardo Reis

Ricardo Reis – uma arte de viver [ensaio]

Epicurismo e estoicismo [texto informativo]

exercício de V/F45 min

85

Ricardo Reis

Segue o teu destino [poema]

atividades de pré­­leitura (verbete de dicionário)

itens de construção (resposta curta)

análise comparativa de poemas

45 min

87

Ricardo Reis

Mestre, são plácidas [poema]

atividades de pré­leitura

itens de construção (resposta curta)

tempos verbais polissemia frase complexa funções sintáticas

90 min90 Crono e Caronte

[texto informativo]

exercício de escolha múltipla

frase complexa funções sintáticas valor modal

92

Ricardo Reis

Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio [poema]

atividades de pré­­leitura (consulta de glossário)

itens de construção (resposta curta)

análise comparativa de poemas

recursos estilísticos valor expressivo da pontuação

90 min

95

97

98

Ricardo Reis As rosas amo dos jardins de Adónis [poema]

ou

Não consentem os deuses mais que a vida [poema]

ou Não tenhas nada nas mãos [poema]

atividades de pré ­leitura (sinonímia; relação texto/imagem)

itens de construção (resposta curta)

organização de frases

comentário

recursos estilísticos funções sintáticas

90 min

Atividades globais Síntese das características da poesia de Ricardo Reis (pág. 99)

Ficha de autoavaliaçãoEm exame – Ricardo Reis (pág. 100) + correção

45 min + 45 min

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Entre Margens, 12.° ano | Caderno do Professor8

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Pág.Documento de partida

Leitura Expressão escritaCompreensão/ Expressão oral

Funcionamento da língua

Tempo

105

106

Álvaro de Campos

Álvaro de Campos – uma arte de sentir [prefácio]

Futurismo [texto informativo]

exercício de completamento

síntese a partir de tópicos

comentário /interpretação de pinturas futuristas

90 min

108

Álvaro de Campos

Ode triunfal [poema]

atividades de pré­leitura

itens de construção (resposta curta)

audição de poema lido /comentário

leitura em voz alta

debate

recursos estilísticos pontuação noções de versificação

90 min

113

Álvaro de Campos

Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir [poema]

ou

atividades de pré­leitura

itens de construção (resposta curta)

família de palavras

90 min

115 Lisbon revisited [poema]

atividades de pré ­leitura (relação texto/imagem)

itens de construção (resposta curta)

recursos estilísticos frase complexa funções sintáticas

117

121

119

120

Álvaro de Campos

Aniversário [poema]

Todas as cartas de amor são [poema]

Aniversário de Álvaro de Campos [crónica radiofónica]

Meia-idade [crónica]

atividades de pré ­leitura (antecipação de sentidos; interpretação de imagens)

itens de construção (resposta curta)

estrutura argumentativa

síntese

exercício de escolha múltipla

recursos estilísticos pontuação

marcadores discursivos

atos ilocutórios

90 min

Atividades globais Síntese das características da poesia de Álvaro de Campos (pág. 125) Página de diário (pág. 122) Visionamento orientado da curta­metragem Dia Triunfal (pág. 123) [Ficha de trabalho 1 – compreensão oral]

Ficha de autoavaliação Em exame – Álvaro de Campos (pág. 126) + correção

45 min + 45 min

Ficha de avaliação 1 (Caderno do Professor – pág. 39) + correção 90 min + 45 min

ou

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Proposta de planificação anual9

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Segundo período (12semanas)

2 Os Lusíadas, Luís de Camões e Mensagem, Fernando Pessoa [12 x 90 min]

Pág.Documento de partida

Leitura Expressão escritaCompreensão/ Expressão oral

Funcionamento da língua

Tempo

132

134

136

Texto líricoTexto épico Texto épico-lírico [textos informativos]

Os Lusíadas: uma obra aberta [ensaio]

Os Lusíadas – Visão global [esquema]

análise orientada por tópicos

exercício de V/F marcadores discursivos

90 min

137

Os Lusíadas (As reflexões do poeta)

Canto I (est. 105­106)

atividades de pré­­leitura (relação texto/imagem)

itens de construção (resposta curta)

recursos estilísticos pontuação

45 min

138

Os Lusíadas (As reflexões do poeta)

Canto V (est. 92­98)

atividades de pré­­leitura (pesquisa)

organização de frases

itens de construção (resposta curta)

síntese marcadores discursivos

140

141

Os Lusíadas (As reflexões do poeta)

Canto VI (est. 95­99)

Canto VII (est. 78­82)

atividades de pré­leitura

itens de construção (resposta curta)

marcadores discursivos

funções sintáticas classes de palavras

90 min

143

145

Os Lusíadas (As reflexões do poeta)

Canto VIII (est. 96­99)

Canto IX (est. 92­95)

atividades de pré­­leitura (antecipação de sentidos)

exercício de correspondência itens de construção (resposta curta)

exercício de complemento

recursos estilísticos coesão e coerência

90 min

147 D'Os Lusíadas à Mensagem [ensaio]

redação de síntese a partir de esquema

elaboração de um esquema textual

análise de imagem de anúncio publicitário

90 min

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Entre Margens, 12.° ano | Caderno do Professor10

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Pág.Documento de partida

Leitura Expressão escritaCompreensão/ Expressão oral

Funcionamento da língua

Tempo

150 Mitos e heróis [ensaio]

atividades de pré­­leitura (verbete de dicionário; exposição oral)

exercício de escolha múltipla

exposição oral classes de palavras funções sintáticas frase complexa

45 min

153

154

155

Mensagem – Visão global [esquema]

�Mensagem O dos Castelos

Os�Lusíadas Excerto do Canto III

atividades de pré­­leitura (relação texto/imagem)

itens de construção (resposta curta)

relação intertextual exposição oral

45 min

156

157

159

163

158

160

�Mensagem Ulisses D. Dinis

ou D. Sebastião, Rei de Portugal

ou O Infante

Os�Lusíadas Excerto do Canto III Excerto do Canto I

atividades de pré­­leitura (pesquisa)

itens de construção [resposta curta]

relação intertextual

recursos estilísticos classes de palavras

45 min

texto expositivo­­argumentativo

45 min

164

165

Mensagem Horizonte

Os�Lusíadas Excerto do Canto IX

atividades de pré ­leitura (antecipação de sentidos)

itens de construção (resposta curta) relação intertextual

45 min

168

Mensagem O Mostrengo atividades de

pré ­leitura (antecipação de sentidos)

itens de construção (resposta curta)

texto expositivo­­argumentativo

45 min

45 min

170

171

172

�Mensagem Mar Português

Os�Lusíadas Excerto do Canto IV

Mensagem O Quinto Império

atividades de pré­leitura

itens de construção (resposta curta)

relação intertextual

texto expositivo­­argumentativo

síntese

recursos estilísticos

45 min

45 min

+

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Proposta de planificação anual11

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Pág.Documento de partida

Leitura Expressão escritaCompreensão/ Expressão oral

Funcionamento da língua

Tempo

174

175

Mensagem Nevoeiro

Os Lusíadas Excerto do Canto X

atividades de pré ­leitura (antecipação de sentidos)

itens de construção (resposta curta)

relação intertextual

texto expositivo­­argumentativo

exposição oral (com guião)

recursos estilísticos

45 min

Atividades globais Síntese do estudo de Os Lusíadas e Mensagem (pág. 176) Escrita/Oralidade (pág. 175): apresentação oral da análise de um poema de Mensagem

Ficha de autoavaliação Em exame – Os Lusíadas e Mensagem (pág. 177) + correção

45 min + 45 min

Ficha de avaliação 2 (Caderno do Professor – pág. 43) + correção 90 min + 45 min

3 Felizmente Há Luar!, Luís de Sttau Monteiro [12 x 90 min]

Pág.Documento de partida

Leitura Expressão escritaCompreensão/ Expressão oral

Funcionamento da língua

Tempo

182O tempo da história Vêm aí os franceses!e Amigos de Peniche[textos informativos]

exercício de V/F45 min

184

185

187

O tempo da escrita Um Estado policial[texto expositivo]

“Éramos detidos por darmos beijos na boca…” [entrevista]

Sem comentários [cartoon]

itens de construção (resposta curta)

análise orientada por tópicos itens de construção (resposta curta)

interpretação de cartoon

90 min

188

189

As canções de resistência [texto informativo]

A morte saiu à rua[letra de canção]

itens de construção (resposta curta)

itens de construção (resposta curta) exercício de escolha múltipla

pesquisa e divulgação na aula

audição de canções

90 min

190

190

191

Parva que sou [canção]

Quem disse que já não se fazem hinos? [texto de opinião]

Cartoon

exercício de V/F

itens de construção (resposta curta)

comentário de cartoon

90 min

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Entre Margens, 12.° ano | Caderno do Professor12

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Pág.Documento de partida

Leitura Expressão escritaCompreensão/ Expressão oral

Funcionamento da língua

Tempo

192

193

Felizmente Há Luar!

Verificação de leitura

Excerto do Ato I [texto dramático]

itens de construção (resposta curta)

exercício de V/F

exercício de escolha múltipla

itens de construção (resposta curta)

síntese

características do texto dramático 90 min

197

197

Felizmente Há Luar!

Aferição de leitura

Excerto do Ato I [texto dramático]

exercício de escolha múltipla

itens de construção (resposta curta)

90 min

202

205

Felizmente Há Luar!

Aferição de leitura

Excerto do Ato I [texto dramático]

itens de correspondência

itens de construção (resposta curta) exercício de escolha múltipla

caracterização de personagens (redação de retrato)

90 min

208 Fim do Ato I (gravação)

exercício de escuta ativa (Ficha de trabalho 2 – compreensão oral)

90 min

208

210

Felizmente Há Luar!

Aferição de leitura

Excerto do Ato II [texto dramático]

itens de completamento e V/F

itens de construção (resposta curta)

caracterização de personagens (redação de retrato)

texto expositivo­­argumentativo

90 min

232 Fim do Ato II(gravação)

exercício de escuta ativa (Ficha de trabalho 3 – compreensão oral)

90 min

Atividades globais Os símbolos (pág. 214) O paralelismo histórico – 1817/1961 (pág. 215) Dramatização um julgamento (pág. 216) Visionamento de excerto do documentário O meu coração ficará no Porto (pág. 216) [Ficha de trabalho 4 – compreensão oral] Em síntese (pág. 217)

Ficha de autoavaliação Em exame – Felizmente Há Luar! (pág. 219) + correção

45 min + 45 min

Ficha de avaliação 3 (Caderno do Professor – pág. 48) + correção 90 min + 45 min

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Proposta de planificação anual13

fotocopiável

Terceiro período (7semanas)

4 Memorial do Convento, José Saramago [14 x 90 min]

Pág.Documento de partida

Leitura Expressão escritaCompreensão/ Expressão oral

Funcionamento da língua

Tempo

234Memorial do Convento

Sequências narrativas orientação por questões­chave da leitura integral da obra

226 Autobiografia deJosé Saramago [autobiografia]

ficha de trabalho 5 – compreensão oral

exercício de escuta ativa com V/F

45 min

228 Entrevista radiofónica a José Saramago

ficha de trabalho 6 – compreensão oral

exercício de escuta ativa 45 min

228 Duas mulheres [crónica]

itens de construção (resposta curta)

modos de relato de discurso 45 min

230

232

Memorial do Convento [texto expositivo]

Memorial do Convento Verificação de leitura

itens de construção (resposta curta)

exercício de V/F e escolha múltipla

90 min

236

238

Memorial do Convento Elementos paratextuais

1.Onarrador

itens de construção

(resposta curta)

análise de excertos selecionados

análise de capas e da contracapa da obra

categorias da narrativa: o narrador

45 min

241

Memorial do Convento

2.Aação O convento

itens de construção (resposta curta)

intertexto com Os Lusíadas

a simbologia do convento

comentário recursos estilísticos

categorias da narrativa: a ação

45 min

244

Memorial do Convento A passarola itens de construção

(resposta curta) a simbologia da passarola

categorias da narrativa: a ação

45 min

247

249

Memorial do Convento3.Aspersonagens D. João V e D. Maria Ana Josefa

Revolução [cartoon]

itens de construção (resposta curta)

caracterização de personagens

análise crítica de cartoon

categorias da narrativa: as personagens

frase complexa pontuação

90 min

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Entre Margens, 12.° ano | Caderno do Professor14

fotocopiável

Pág.Documento de partida

Leitura Expressão escritaCompreensão/ Expressão oral

Funcionamento da língua

Tempo

250Memorial do Convento Baltasar Sete­Sóis e Blimunda Sete­Luas

itens de construção (resposta curta) simbologia dos apelidos das personagens

caracterização de personagens

categorias da narrativa: as personagens

90 min

253Memorial do Convento Análise comparativa de dois excertos

itens de construção (resposta curta)

categorias da narrativa: as personagens

linguagem e estilo de José Saramago

90 min

255Memorial do Convento Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão

itens de construção (resposta curta)

caracterização de personagens

categorias da narrativa: as personagens

classes de palavras

90 min

258Memorial do Convento Domenico Scarlatti itens de construção

(resposta curta)

caracterização de personagens

texto expositivo ­­argumentativo

audição e comentário de uma sonata

categorias da narrativa: as personagens

90 min

260Memorial do Convento O povo – personagem coletiva

itens de construção (resposta curta)

comentário categorias da narrativa: as personagens

recursos estilísticos

45 min

263Memorial do Convento4.Otempo análise de

quadro/esquema

categorias da narrativa: o tempo

45 min

264Memorial do Convento5.Oespaçofísico análise

comparativa

texto expositivo ­­argumentativo 45 min

266Memorial do Convento 6.Asátiraeacrítica

social análise orientada por tópicos

90 min

Atividades globais José e Pilar e Viagens – visualização de trailers e análise de capa de DVD (pág. 227) Linguagem e estilo de José Saramago (pág. 269)

Ficha de autoavaliação Em exame – Memorial do Convento (pág. 272) + correção

45 min + 45 min

Ficha de avaliação 4 (Caderno do Professor – pág. 53) + correção 90 min + 45 min

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Dia Triunfal FernandoPessoa,BernardoSoares*,ÁlvarodeCampos,RicardoReiseAlbertoCaeiroencontram-seno

caféMartinhodaArcada.Observaaconversaentreeleserespondeàsquestõesqueseseguem,selecio-

nandoasrespostascorretas.

*Semi-heterónimo.de.Fernando.Pessoa,.ajudante.de.guarda-livros.na.cidade.de.Lisboa.e.autor.do.Livro do Desassossego.

1.IdentificaapersonagemdeFernandoPessoaeasdosseusheterónimos,estabelecendoascorrespon-

dênciascorretas,deacordocomoqueéretratadonofilme.

Ficha de trabalho 1 – compreensão oral15

(pág. 123 do manual)

2. Dosadjetivosqueseseguem,escolheaquelesquemelhorcaracterizamBernardoSoares,baseando-te

noseucomportamentoenassuasintervenções:

a. tímido c. desajeitado e. indeciso g.inseguro

b. confiante d.exaltado f. prestável h.estranho

3. Oscincoescritoresestãoreunidospara:

a.fundaremumarevistaliterária.

b.decidiremqualamelhorformadechamaremaatençãodopúblicoparaaquiloqueescrevem.

4.ÁlvarodeCampospropõeque:

a.apareçamaopúblicocomoumaúnicapessoacommúltiplaspersonalidades.

b. daíemdiante,passemaescrevertodosjuntos,poissóassimconseguirãoosucessoquedesejam

alcançar.

5.PeranteapropostadeCampos,aatitudedeRicardoReiséde:

a.aceitaçãosemreservas,porqueosfinsjustificamosmeios.

b.hesitação,porquenãosesentepreparadopararenunciaràsuaexistênciareal.

6. Paradecidirqualdoscincoirádarcorpoà“personagem”,

a. tiramàsorte. b. votam.

7.Asortedecidequequemvairepresentaroscincoserá“escolhido”entre:

a.FernandoPessoaeÁlvarodeCampos. b.FernandoPessoaeRicardoReis.

A curta-metragem que viste é uma ficção que sugere uma explicação para o aparecimento dos

heterónimosdeFernandoPessoa.

Imagina tu, agora, uma outra história que pudesse ter estado na origem deste fenómeno

heteronímico.

a. FernandoPessoa 1. Atrabalharnoseuconsultóriomédico.

b. RicardoReis 2. Àmesanocafé,sozinho,afumar,usandoóculosredondos.

c. AlbertoCaeiro 3. Surge,maistarde,jánocafé.

d. ÁlvarodeCampos 4. Narua,comrevistasejornaisnamãoeumbonénacabeça.

e. BernardoSoares 5. Sentado,pensativo,numasalacomgrandesmáquinas.

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Porto EditoraFicha de trabalho 2 – compreensão oral

16

Felizmente Há Luar! (Fim do Ato I)

1. Ouve,comatenção,ofinaldoAtoIdeFelizmente Há Luar!,paracompletaresafichadetrabalho.

(pág. 208 do manual)

Personagens em cena Caracterização feita pelo autor .(pág..13.da.obra)

“Um provocador em vias de promoção”

“Dois denunciantes que honraram a classe”

“Três conscienciosos governadores do Reino”

Primeiro momentoÀ procura do “chefe da conspiração”

Qual é o “estado em que se encontra o Reino”?

De que tem medo o Principal Sousa?

Que ordem dá Beresford aos delatores?

O que é, para D. Miguel, “um Portugal próspero e feliz”?

Comentário “Quero o país inteiro a cantar em coro.” (D.Miguel)

Segundo momentoEncontrado o “chefe da conspiração”

Qual é o nome que Vicente e Corvo trazem, quando regressam da rua?

Como caracteriza D. Miguel o “chefe da revolta”?

Terceiro momentoPreparativos para a ação

Que medidas preconiza D. Miguel para “criar um ambiente de receio”?

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Ficha de trabalho 3 – compreensão oral17

Felizmente Há Luar! (Fim do Ato II)

1. Ouve, com atenção, o final do Ato II de Felizmente Há Luar!, para completares a ficha de trabalho.

(pág. 214 do manual)

Comentário “Há homens que obrigam todos os outros a reverem-se por dentro…” (Sousa Falcão)

Primeiro momentoMatilde e Sousa Falcão

Como estão vestidos?Matilde

Sousa Falcão

Opinião de Matilde sobre Sousa Falcão

Opinião de Sousa Falcão sobre si próprio

Segundo momentoMatilde

Matilde despede-se de Gomes Freire

Expressões utilizadas por Matilde para se dirigir a Gomes Freire

Justificação para ter vestido a saia verde

Significado

do som dos tambores

da fogueira

do luar

Explicitação do sentido de frases-chave“É por mim que estou de luto, Matilde!” (Sousa Falcão)

“Julguei que isto era o fim e afinal é o princípio.” (Matilde)

“Felizmente – felizmente há luar!”(Matilde)

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Porto EditoraFicha de trabalho 4 – compreensão oral

18

O meu coração ficará no Porto

Vê, com atenção, o excerto do documentário O meu coração ficará no Porto, que constitui uma homena-

gem a Humberto Delgado, o “General Sem Medo”.

1. Durante o primeiro visionamento, toma notas para completar as grelhas que se seguem.

(pág. 216 do manual)

Introdução

O golpe militar liderado pelo General Gomes da Costa

deu-se em

o objetivo era

teve como consequência

o novo regime dura

Durante o Estado Novo, Salazar

criou

aboliu

deixou o país

Após a Segunda Grande Guerra

passaram a existir

ganhavam sempre

os elementos da oposição acabavam geralmente

Em 1958

realizaram-se

Salazar propõe como candidato

o partido comunista estava na

este partido apoia

surge também um candidato militar da oposição chamado

Humberto Delgado

lança a candidatura a partir da cidade

consegue congregar

14 de maio de 1958

é o início do fim do

Humberto Delgado ficará para sempre conhecido como

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Ficha de trabalho 4 – compreensão oral19

2. Vê uma segunda vez o documentário e completa a informação em falta.

Após a introdução

Datas

Grande manifestação.

A oposição não consegue organizar-se para a disputa de eleições.

Eleições para a Presidência da República.

Humberto Delgado é assassinado.

Nomes

Filha de Humberto Delgado – “Era um homem alegre e bem-disposto, punha toda a gente a trabalhar”.

Participante da candidatura de Humberto Delgado – “Ele sabia que na luta que travava estava a jogar a vida.”

Historiador – refere a suspensão do artigo 8.º da Constituição.

Mandatário da candidatura de Arlindo Vicente – “…havia um regime de terror e de medo…”

Um manifestante que foge à polícia.

Menor de 15 anos, tipógrafo – detido na manifestação por carregar uma bandeira e dar “vivas” a Humberto Delgado.

Solteiro, 30 anos, engraxador – detido na manifestação por vender fotos do General Humberto Delgado.

Toma posse como Presidente da República Portuguesa.

É demitido das Forças Armadas e forçado ao exílio.

Locais

Humberto Delgado afirma “Obviamente, demito-o.”

Primeiro ato da campanha de Humberto Delgado, após apresentação em Lisboa.

Milhares de manifestantes aguardam a chegada de Hum-berto Delgado.

Local onde Humberto Delgado esteve exilado.

Local onde Humberto Delgado foi assassinado.

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Porto EditoraFicha de trabalho 5 – compreensão oral

20

Autobiografia de José Saramago

1. Ouve um excerto da autobiografia de José Saramago e reconstitui a sua vida e a obra, completando as

três grelhas que se seguem.

(pág. 226 do manual)

Nascimento

a. Lugar, província

b. Localização relativamente à capital

c. Nome do pai

d. Nome da mãe

e. Nome com que foi registado

f. Origem do apelido Saramago

g. Data do registo do nascimento

h. Data real do nascimento

Vida: os primeiros tempos

a. Acontecimento ocorrido em 1924

b. Profissão exercida pelo pai a partir dessa data

c. Acontecimento familiar trágico

d. Alterações ocorridas com 13-14 anos

e. Número de anos em que frequentou a escola primária

f. Número de anos em que frequentou o liceu

g. Cargo para que foi eleito aos 12 anos

h. Nova escola frequentada

i. Ofício aprendido

j. Duas disciplinas estudadas

k. Local de trabalho

l. Local frequentado nos períodos noturnos

m. Acontecimento ocorrido em 1944

n. Segunda atividade exercida

o. Nome da mulher

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Ficha de trabalho 5 – compreensão oral21

Vida: a partir de finais dos anos quarentaLocalização

temporalFACTOS RELEVANTES

(Vida pessoal / Atividades exercidas / Locais onde exerceu as atividades / Atividade literária / Prémios)

1947Nascimento . Publica , a que inicialmente chamara A Viúva.

1949Fica desempregado por motivos políticos. Encontra nova ocupação .

Final dos anos 50 Trabalha na editora “ ”, como responsável pela .

1955 -1981 Dedica algum tempo livre a .

1967-1968 Mais uma ocupação paralela: .

1966 Publica Os Poemas Possíveis, uma coletânea de .

1970Publica , outra coletânea de poemas.Divorcia-se de Ilda Reis. Inicia uma relação com a escritora .

1971 Publica Deste Mundo e do Outro (recolha de ). Deixa a editora. Trabalha durante dois anos, como de um e como editorialista no Diário de Notícias.

1973 Publica (recolha de crónicas de imprensa).

1974 Publica As Opiniões que o DL teve (recolha de editoriais).

1975 (abril) Passa a exercer o cargo de do jornal .

1975 (novembro) Encontrando-se desempregado, decide .

1976 Instala-se em Lavre, no .

1978 Publica Objeto Quase, uma coletânea de .

1979 Publica A Noite, uma .

1982 Publica (romance).

1984 Publica (romance).

1986 Publica (romance). Conhece Pilar del Río.

1987 Publica A Segunda Vida de Francisco de Assis ( ).

1988 Casa com Pilar del Río.

1989 Publica A História do Cerco de Lisboa (romance).

1991 Publica O Evangelho Segundo Jesus Cristo, vetado pelo Governo português ao , com o argumento de que o livro era .

1993Muda-se, com a mulher, para , nas Canárias. Inicia a escrita de um : Cadernos de Lanzarote.

1995Publica (romance).Recebe o Prémio .

1997 Publica Todos os Nomes (romance) e O Conto da Ilha Desconhecida.

1998 Recebe o Prémio .

de 1998 a 2006Publica 8 obras: Folhas Políticas, A Caverna, A Maior Flor do Mundo, O Homem Duplicado, Ensaio sobre a Lucidez, Don Giovanni ou o Dissoluto Absolvido, As Intermitências da Morte, As Pequenas Memórias.

2007 Nasce a , em Lisboa.

2008 Publica (romance).

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Porto EditoraFicha de trabalho 6 – compreensão oral

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Entrevista a José Saramago

1. Ouve o excerto da entrevista que Carlos Vaz Marques fez, em 2005, a José Saramago. Toma notas, na

coluna da direita, em função das orientações da coluna da esquerda.

(pág. 228 do manual)

Orientações de escuta Notas

Idade do escritor

Posição de Saramago em relação à imortalidade

O que se diz na contracapa do “novo” romance de Saramago

Título do romance que serve de pretexto à entrevista

Personagem principal do romance

Ideia-chave de que parte o romance

Significado de ICAR

Razão pela qual a Igreja não sobreviveria se não existisse morte

Orientações de escuta Notas

Dois adjetivos que caracterizam a morte

Aspeto clássico com que a morte aparece aos “moribundos de olhar penetrante”

Aspeto com que a morte terá aparecido ao escritor Marcel Proust

O verdadeiro aspeto da morte, segundo o narrador

Razão pela qual Deus não se torna visível aos olhos dos seres humanos

2. Ouve, de novo, a passagem do romance que Saramago lê e completa a grelha.

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Resolução das fichas de trabalho – compreensão oral

23

FICHA DE TRABALHO 1 Pág. 15

FICHA DE TRABALHO 2 Pág. 16

1. a. 2.; b. 1.; c. 4.; d. 5.; e. 3.; 2. a., c., e., f., g., h.; 3. b.; 4. a.; 5. b.; 6. a.; 7. b.

Personagens em cena Caracterização feita pelo autor (pág. 13 da obra)

Vicente “Um provocador em vias de promoção”

Morais Sarmento“Dois denunciantes que honraram a classe”

Andrade Corvo

Beresford

“Três conscienciosos governadores do Reino”Principal Sousa

D. Miguel de Forjaz

Primeiro momentoÀ procura do “chefe da conspiração”

Qual é o “estado em que se encontra o Reino”?

Grande agitação: “ […] basta um grito na rua para que as labaredas alastrem

de norte a sul…” (Corvo); “E para que o sangue corra nas ruas.” (Vicente)

De que tem medo o Principal Sousa? Que a revolta popular se concretize e que o povo se vingue.

Que ordem dá Beresford aos delatores?

Que lhe tragam “os chefes” da conspiração a qualquer preço: “Comprem

quem for preciso, vendam a alma ao diabo, mas tragam-me os nomes dos

chefes…”

O que é, para D. Miguel, “um Portugal próspero e feliz”?

É um Portugal em que a separação de classes sociais é clara: “[…] com um

povo simples, bom e confiante, que viva lavrando e defendendo a terra, com

os olhos postos no Senhor.”, “uma nobreza orgulhosa” e “um clero” “cons-

cientes da sua missão, integrados na estrutura tradicional do Reino…”

Segundo momentoEncontrado o “chefe da conspiração”

Qual é o nome que Vicente e Corvo trazem, quando regressam da rua?

O do general Gomes Freire d’Andrade.

Como caracteriza D. Miguel o “chefe da revolta”?

“[…] é lúcido, é inteligente, é idolatrado pelo povo, é um soldado brilhante, é

grão-mestre da Maçonaria e é, senhores, um estrangeirado…”

Terceiro momentoPreparativos para a ação

Que medidas preconiza D. Miguel para “criar um ambiente de receio”?

“[…] Há que pôr os frades, por esse país fora, a bramar dos púlpitos contra os

inimigos de Deus. Há que procurar em cada regimento um oficial que se

preste a dizer aos soldados que a Pátria se encontra ameaçada pelos inimi-

gos de dentro. Há que fazer tocar os tambores […]”; “Quero os sinos das

aldeias a tocar a rebate […]”

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Entre Margens, 12.° ano | Caderno do Professor24

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FICHA DE TRABALHO 3 Pág. 17

Primeiro momentoMatilde e Sousa Falcão

Como estão vestidos?Matilde “vesti a minha saia verde”

Sousa Falcão “de luto”

Opinião de Matilde sobre Sousa Falcão “É o melhor dos amigos […]”

Opinião de Sousa Falcão sobre si próprio

Sousa Falcão considera que não é um bom amigo por não ter estado ao lado

de Gomes Freire “na primeira linha”; afirma odiar-se a si próprio, acusa-se de

falta de coragem e de “cobardia”.

Segundo momentoMatilde

Matilde despede-se de Gomes Freire

Expressões utilizadas por Matilde para se dirigir a Gomes Freire

“meu amor”, “minha vida”, “meu homem”, “amor da

minha vida”

Justificação para ter vestido a saia verde

Matilde veste a saia verde que Gomes Freire lhe comprou

em Paris, em sinal de esperança e do amor que sente pelo

“seu homem” (“Ele ainda está vivo […]” ).

Significado

do som dos tambores Desta vez tocarão “em honra” de Gomes Freire.

da fogueiraA fogueira simboliza os ideais revolucionários que “incen-

diarão” o país.

do luarA luz do luar sobrepõe-se à escuridão da noite (opressão)

e fará brilhar a verdade, indicando o caminho a seguir.

Explicitação do sentido de frases-chave

“É por mim que estou de luto, Matilde!” (Sousa Falcão)

Sousa Falcão está de luto por si próprio porque considera

que não foi corajoso como deveria ter sido. Gomes Freire

morre na realidade, Sousa Falcão sente-se morto por

dentro.

“Julguei que isto era o fim e afinal é o princípio.” (Matilde)

A morte do general Gomes Freire é o princípio de uma

nova era: o povo despertará à luz do seu exemplo e dará

novo rumo ao Reino.

“Felizmente – felizmente há luar!”(Matilde) O luar reflete a esperança e o inconformismo.

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Resolução das fichas de trabalho – compreensão oral

FICHA DE TRABALHO 4 Pág. 18

Introdução

O golpe militar liderado pelo General Gomes da Costa

deu-se em 28 de maio de 1926

o objetivo era derrubar a República

teve como consequência a instauração de uma ditadura

o novo regime dura 48 anos

Durante o Estado Novo, Salazar

criou a polícia política

aboliu as liberdades e garantias

deixou o país pobre e amordaçado

Após a Segunda Grande Guerra

passaram a existir simulacros de eleições

ganhavam sempre os candidatos de Salazar

os elementos da oposição acabavam geralmente presos

Em 1958

realizaram-seeleições para a Presidência

da República

Salazar propõe como candidato Américo Tomás

o partido comunista estava na clandestinidade

este partido apoia Arlindo Vicente

surge também um candidato militar da oposição chamado Humberto Delgado

Humberto Delgado

lança a candidatura a partir da cidade do Porto

consegue congregar o apoio da oposição

14 de maio de 1958

é o início do fim do Estado Novo

Humberto Delgado ficará para sempre conhecido como o “General Sem Medo”

Após a introdução

Datas

1958 Grande manifestação.

1949-1951 A oposição não consegue organizar-se para a disputa de eleições.

8 de junho de 1958 Eleições para a Presidência da República.

13 de fevereiro de 1963 Humberto Delgado é assassinado.

Nomes

Iva DelgadoFilha de Humberto Delgado – “Era um homem alegre e bem-disposto, punha toda a gente a trabalhar”.

Coelho dos SantosParticipante da candidatura de Humberto Delgado – “Ele sabia que na luta que travava estava a jogar a vida.”

Jorge Alves Historiador – refere a suspensão do artigo 8.º da Constituição.

António ReisMandatário da candidatura de Arlindo Vicente – “…havia um regime de terror e de medo…”

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Entre Margens, 12.° ano | Caderno do Professor26

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FICHA DE TRABALHO 5 Pág. 20

Nascimento

a. Lugar, província Azinhaga, Ribatejo

b. Localização relativamente à capital Cerca de cem quilómetros a nordeste de Lisboa

c. Nome do pai José de Sousa

d. Nome da mãe Maria da Piedade

e. Nome com que foi registado José de Sousa Saramago

f. Origem do apelido SaramagoNome de uma planta espontânea cujas folhas serviam de

alimento às famílias pobres

g. Data do registo do nascimento 18 de novembro de 1922

h. Data real do nascimento 16 de novembro de 1922

Após a introdução (cont.)

Nomes(cont.)

Augusto Azevedo Um manifestante que foge à polícia.

Manuel Eduardo FerreiraMenor de 15 anos, tipógrafo – detido na manifestação por carregar uma bandeira e dar “vivas” a Humberto Delgado.

José Fernandes MartinsSolteiro, 30 anos, engraxador – detido na manifestação por vender fotos do General Humberto Delgado.

Américo Tomás Toma posse como Presidente da República Portuguesa.

Humberto Delgado É demitido das Forças Armadas e forçado ao exílio.

Locais

Café Chave d’Ouro Humberto Delgado afirma “Obviamente, demito-o.”

PortoPrimeiro ato da campanha de Humberto Delgado, após apresentação em Lisboa.

Estação de S. Bento, Porto Milhares de manifestantes aguardam a chegada de Humberto Delgado.Estação de Santa Apolónia, Lisboa

Brasil Local onde Humberto Delgado esteve exilado.

Badajoz Local onde Humberto Delgado foi assassinado.

Vida: os primeiros tempos

a. Acontecimento ocorrido em 1924 Mudança da família para Lisboa.

b. Profissão exercida pelo pai a partir dessa data Polícia de segurança pública.

c. Acontecimento familiar trágico Morte do irmão Francisco.

d. Alterações ocorridas com 13-14 anosA família passa a viver, pela primeira vez,

numa casa própria.

e. Número de anos em que frequentou a escola primária Três anos.

f. Número de anos em que frequentou o liceu Dois anos.

g. Cargo para que foi eleito aos 12 anos Tesoureiro da Associação Académica.

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Resolução das fichas de trabalho – compreensão oral

Vida: os primeiros tempos (cont.)

h. Nova escola frequentada Escola de ensino profissional.

i. Ofício aprendido Serralheiro mecânico.

j. Duas disciplinas estudadas Francês e Literatura.

k. Local de trabalho Oficina de reparação de automóveis.

l. Local frequentado nos períodos noturnos Uma biblioteca pública de Lisboa.

m. Acontecimento ocorrido em 1944 Casamento.

n. Segunda atividade exercida Empregado administrativo num organismo da Segurança Social.

o. Nome da mulher Ilda Reis.

Vida: a partir de finais dos anos quarenta

Localização temporal

FACTOS RELEVANTES(Vida pessoal / Atividades exercidas / Locais onde exerceu as atividades / Atividade literária / Prémios)

1947 Nascimento da filha, Violante; Publica Terra do Pecado, a que inicialmente chamara A Viúva.

1949Fica desempregado por motivos políticos. Encontra nova ocupação numa empresa metalúrgica.

Final dos anos 50 Trabalha na editora “Estúdios Cor”, como responsável pela produção.

1955 -1981 Dedica algum tempo livre a trabalhos de tradução.

1967-1968 Mais uma ocupação paralela: crítico literário.

1966 Publica Os Poemas Possíveis, uma coletânea de poemas.

1970Publica Provavelmente Alegria, outra coletânea de poemas. Divorcia-se de Ilda Reis. Inicia uma relação com a escritora Isabel da Nóbrega.

1971

Publica Deste Mundo e do Outro (recolha de crónicas de imprensa). Deixa a editora. Trabalha durante dois anos como coordenador de um suplemento cultural e como

editorialista no Diário de Notícias.

1973 Publica A Bagagem do Viajante (recolha de crónicas de imprensa).

1974 Publica As Opiniões que o DL teve (recolha de editoriais).

1975 (abril) Passa a exercer o cargo de diretor adjunto do jornal Diário de Notícias.

1975 (novembro) Encontrando-se desempregado, decide dedicar-se inteiramente à literatura.

1976 Instala-se em Lavre, no Alentejo.

1978 Publica Objeto Quase, uma coletânea de contos.

1979 Publica A Noite, uma peça de teatro.

1982 Publica O Memorial do Convento (romance).

1984 Publica O Ano da Morte de Ricardo Reis (romance).

1986 Publica A Jangada de Pedra (romance). Conhece Pilar del Río.

1987 Publica A Segunda Vida de Francisco de Assis (peça de teatro).

1988 Casa com Pilar del Río.

1989 Publica A História do Cerco de Lisboa (romance).

1991Publica O Evangelho Segundo Jesus Cristo, vetado pelo Governo português ao PrémioLiterário Europeu, com o argumento de que o livro era ofensivo para os católicos.

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Nota: Em 2009, José Saramago publica o seu último romance: Caim. Morre em 18 de junho de 2010. Postuma-

mente, foi publicado o romance Claraboia (2011), cuja redação o escritor terminou em janeiro de 1953.

Vida: a partir de finais dos anos quarenta (cont.)

Localização temporal

FACTOS RELEVANTES(Vida pessoal / Atividades exercidas / Locais onde exerceu as atividades / Atividade literária / Prémios)

1993Muda-se, com a mulher, para Lanzarote, nas Canárias.

Inicia a escrita de um diário: Cadernos de Lanzarote.

1995 Publica Ensaio sobre a Cegueira (romance). Recebe o Prémio Camões.

1997 Publica Todos os Nomes (romance) e O Conto da Ilha Desconhecida.

1998 Recebe o Prémio Nobel da Literatura.

de 1998 a 2006

Publica 8 obras: Folhas Políticas, A Caverna, A Maior Flor do Mundo, O Homem Duplicado,

Ensaio sobre a Lucidez, Don Giovanni ou o Dissoluto Absolvido, As Intermitências da Morte,

As Pequenas Memórias.

2007 Nasce a Fundação José Saramago, em Lisboa.

2008 Publica A Viagem do Elefante (romance).

FICHA DE TRABALHO 6 Pág. 22

Orientações de escuta Notas

Idade do escritor 82 anos (quase 83).

Posição de Saramago em relação à imortalidade José Saramago não acredita em nenhum tipo de imortalidade.

O que se diz na contracapa do “novo” romance de Saramago

“Saberemos cada vez menos o que é o ser humano.” (Livro das

Previsões)

Título do romance que serve de pretexto à entrevista As Intermitências da Morte.

Personagem principal do romance A morte.

Ideia-chave de que parte o romance A morte deixa de matar.

Significado de ICAR Igreja Católica Apostólica Romana.

Razão pela qual a Igreja não sobreviveria se não existisse morte

“se não houvesse morte […] a Igreja não teria nenhuma probabilidade

de sobreviver […] porque nós teríamos já, na terra, […] aquilo que a

Igreja se cansa a prometer-nos […]: a vida eterna.”

Orientações de escuta Notas

Dois adjetivos que caracterizam a morte “discreta” e “invisível”

Aspeto clássico com que a morte aparece aos “moribundos de olhar penetrante” “um fantasma envolto em panos brancos”

Aspeto com que a morte terá aparecido ao escritor Marcel Proust “na figura de uma mulher gorda vestida de preto”

O verdadeiro aspeto da morte, segundo o narrador “a morte é um esqueleto embrulhado num lençol”

Razão pela qual Deus não se torna visível aos olhos dos seres humanos “porque não saberia que cara pôr”

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O eterno solitário

13 de junho de 1888 podia ter sido mais um dia de Santo António. Mas não foi.

Nesta data nasce, em Lisboa, o filho de Joaquim Pessoa e Maria Nogueira. Os pais dão-lhe o nome de Fernando António, homenageando assim o santo. […]

Joaquim morre quando o filho tem só cinco anos. Maria volta a casar com um diplomata e muda-se com a família para Durban, na África do Sul. Criado no meio de gente crescida e sem amigos da sua idade, Fernando Pessoa inventa companheiros de brincadeira. O primeiro é Chevalier de Pas, a quem mais tarde se junta Alexander Search. São estes amigos imaginários o ponto de par-tida para os heterónimos, personagens que funcionam como autores de algu-mas das suas poesias. Em África, o inglês torna-se a sua língua de estudos e depois de escrita. Devora os clássicos e ganha mesmo um prémio […] com um dos seus textos. Aos 17 anos deixa a mãe e os irmãos em África e regressa a Portugal. Vem viver com a avó e duas tias. Ainda estuda Letras na Universi-dade de Lisboa, mas, para desgosto da família, não tarda a desistir.

Com a morte da avó, Fernando ganha uma pequena herança, graças à qual funda uma tipografia. […] o negócio acaba por falir. Torna-se, então, tradutor e correspondente comercial. Assim continuaria até ao fim dos seus dias.

O rei e o príncipe herdeiro são mortos, a 1 de fevereiro de 1908, mas Pessoa não se envolve na política. Mesmo assim, o seu amor pela pátria desperta. Quer mudar as coisas, fazer uma revolução…

Esse desejo passa-o para o papel em Mensagem, uma das suas mais impor-tantes obras. Em 44 poemas, Fernando homenageia os feitos dos portugueses ao longo da História e deseja que estes se repitam. Mensagem é publicado em 1934, um ano antes da sua morte. Aliás, é o único livro de poesia de Fernando Pessoa a ser editado em vida, à exceção dos poemas em inglês.

A República é instaurada em 1910. […] Pessoa conhece, então, muitos escritores esperançados nesta mudança. Torna-se amigo, sobretudo, de Mário de Sá-Carneiro, que, vivendo em França, lhe conta as novidades daquele país onde tudo acontece primeiro.

Em 1914, o poeta cria os seus mais famosos heterónimos. É preciso não confundi-los com pseudónimos, que são nomes usados pelos escritores para assinar os seus livros. Os heterónimos são, sim, personagens com vida própria. Eles têm data de nascimento e morte, profissão, […] aventuras e desventuras. Conhecem-se muitos e muitos heterónimos de Fernando Pessoa, mas aqueles mais falados são Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos: três homens com vidas e estilos de escrita completamente diferentes.

Fernando é um dos fundadores da Orpheu, revista trimestral que em 1915 quer mostrar uma nova poesia. A acompanhar Pessoa estão o seu amigo Sá-Carneiro, Almada Negreiros e o heterónimo Álvaro de Campos. O primeiro

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número deixa as pessoas escandalizadas, mas esgota num abrir e fechar de olhos. Quer a sorte que a revista não dure muito. […]

Em 1916, Fernando Pessoa tem outro desgosto: a morte do padrasto. A mãe e o resto da família vêm então viver com ele para a Rua Coelho da Rocha, em Lisboa, local onde hoje está a Casa Fernando Pessoa. […]

Mesmo muito dedicado à poesia, Fernando ainda tem tempo para se apai-xonar. […] Tem uma paixão confessa – Ofélia Queirós – com a qual mantém uma relação muitas vezes distante, se bem que intensa. Ele tem 31 anos, ela apenas 19, quando se conhecem. […]

Da sua carreira faz parte a famosa frase “Primeiro estranha-se e depois entranha-se”, que nada mais é do que um slogan para um anúncio da Coca--Cola que nunca chegou a ser usado porque o Governo acabou por proibir a venda da bebida.

A astrologia faz também parte das suas paixões. Graças a ela cria Raphael Baldaya, outro heterónimo responsável por um livro sobre o tema.

Fernando Pessoa despede-se da vida a 30 de novembro de 1935. Cinquenta anos mais tarde, os seus restos mortais são trasladados para o Mosteiro dos Jerónimos, onde repousam ao lado de outro enorme poeta: Luís de Camões.

in Filhos da Nação, Luís de Camões, Fernando Pessoa e Eça de Queirós, QuidNovi, 2010 (adaptado e com supressões)

O aniversário de Álvaro de Campos

Álvaro de Campos faz hoje anos. Parece que o tempo não passou por ele. Continua alto, magro, cara rapada, cabelo liso, como Pessoa o fez nascer em Tavira num outro 15 de outubro, há 120 anos.

Pessoa quis que ele fosse engenheiro naval por Glasgow e nele inscreveu toda a emoção que a si mesmo não deu nem à sua vida.

Os amigos juntam-se, celebrando o seu aniversário hoje e amanhã no pri-meiro encontro internacional sobre Álvaro de Campos, no hotel Porta Nova, em Tavira. É um nome apropriado – Porta Nova – para celebrar o dia de anos daquele que sempre esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta.

As inscrições são a 20 euros e isso inclui jantar, já esta noite, talvez não ainda um menu com mais legumes e doses mais pequenas como os jornais contam que estabelece um documento de compromisso, nem sequer moti-vado pela austeridade, mas pelos rigores de uma dieta mais cuidada.

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos, dirá ele, era a mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos, o apara-dor com muitas coisas (doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado, refrigerantes, leites achocolatados, iogurtes líquidos, ananás em calda, marga-rina vegetal, feijão encarnado em lata, conservas, óleos alimentares), o IVA para os bens alimentares de primeira necessidade, Sr. Engenheiro, salta para 23%.

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Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes… até as rosas na florista são deixadas… ganham espinhos. Mas é a comida que leva a maior facada no orçamento familiar, Sr. Engenheiro…

Come chocolates, pequena. Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.

Mas a situação impõe um sangue-frio muito grande, Sr. Engenheiro. O que há em mim é sobretudo cansaço. Coitado do Álvaro de Campos, com quem ninguém se importa, coitado dele que tem tanta pena de si mesmo.

Muito gostaria de poder estar consigo à mesa hoje em Tavira, Sr. Enge-nheiro Álvaro de Campos, para o ouvir recordar aquele dia no restaurante fora do espaço e do tempo, aquele dia em que lhe serviram – lembra-se? – o amor como dobrada fria. O amor talvez seja ainda taxado com um imposto extraordinário, como as pensões douradas. Não será o caso da sua, Sr. Enge-nheiro Álvaro de Campos, bem o sei, vadio e pedinte a valer, no sentido tras-lado, como é evidente. Coitado do Álvaro de Campos com quem ninguém se importa! Não diga isso, Sr. Engenheiro. E muitos parabéns!

Estou cansado, é claro. Feliz aniversário!

Sinais, Fernando Alves, TSF, 15 de outubro de 2010

Autobiografia de José Saramago

Nasci numa família de camponeses sem terra, em Azinhaga, uma pequena povoação situada na província do Ribatejo, na margem direita do rio Almonda, a uns cem quilómetros a nordeste de Lisboa. Meus pais chamavam-se José de Sousa e Maria da Piedade. José de Sousa teria sido também o meu nome se o funcionário do Registo Civil, por sua própria iniciativa, não lhe tivesse acres-centado a alcunha por que a família de meu pai era conhecida na aldeia: Sara-mago. (Cabe esclarecer que saramago é uma planta herbácea espontânea, cujas folhas, naqueles tempos, em épocas de carência, serviam como alimento na cozinha dos pobres). Só aos sete anos, quando tive de apresentar na escola primária um documento de identificação, é que se veio a saber que o meu nome completo era José de Sousa Saramago... Não foi este, porém, o único problema de identidade com que fui fadado no berço. Embora tivesse vindo ao mundo no dia 16 de novembro de 1922, os meus documentos oficiais referem que nasci dois dias depois, a 18: foi graças a esta pequena fraude que a família escapou ao pagamento da multa por falta de declaração do nascimento no prazo legal. Talvez por ter participado na Grande Guerra, em França, como soldado de artilharia, e conhecido outros ambientes, diferentes do viver da aldeia, meu pai decidiu, em 1924, deixar o trabalho do campo e trasladar-se com a família para Lisboa, onde começou a exercer a profissão de polícia de segurança pública, para a qual não se exigiam mais “habilitações literárias” (expressão comum então...) que ler, escrever e contar. Poucos meses depois de

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nos termos instalado na capital, morreria meu irmão Francisco, que era dois anos mais velho do que eu. Embora as condições em que vivíamos tivessem melhorado um pouco com a mudança, nunca viríamos a conhecer verdadeiro desafogo económico. Já eu tinha 13 ou 14 anos quando passámos, enfim, a viver numa casa (pequeníssima) só para nós: até aí sempre tínhamos habitado em partes de casa, com outras famílias. Durante todo este tempo, e até à maio-ridade, foram muitos, e frequentemente prolongados, os períodos em que vivi na aldeia com os meus avós maternos, Jerónimo Melrinho e Josefa Caixinha.

Fui bom aluno na escola primária: na segunda classe já escrevia sem erros de ortografia, e a terceira e quarta classes foram feitas em um só ano. Transitei depois para o liceu, onde permaneci dois anos, com notas excelentes no pri-meiro, bastante menos boas no segundo, mas estimado por colegas e professo-res, ao ponto de ser eleito (tinha então 12 anos...) tesoureiro da associação académica...

Entretanto, meus pais haviam chegado à conclusão de que, por falta de meios, não poderiam continuar a manter-me no liceu. A única alternativa que se apresentava seria entrar para uma escola de ensino profissional, e assim se fez: durante cinco anos aprendi o ofício de serralheiro mecânico. O mais sur-preendente era que o plano de estudos da escola, naquele tempo, embora obviamente orientado para formações profissionais técnicas, incluía, além do Francês, uma disciplina de Literatura. Como não tinha livros em casa (livros meus, comprados por mim, ainda que com dinheiro emprestado por um amigo, só os pude ter aos 19 anos), foram os livros escolares de Português, pelo seu carácter “antológico”, que me abriram as portas para a fruição literá-ria: ainda hoje posso recitar poesias aprendidas naquela época distante. Ter-minado o curso, trabalhei durante cerca de dois anos como serralheiro mecâ-nico numa oficina de reparação de automóveis. Também por essas alturas tinha começado a frequentar, nos períodos noturnos de funcionamento, uma biblioteca pública de Lisboa. E foi aí, sem ajudas nem conselhos, apenas guiado pela curiosidade e pela vontade de aprender, que o meu gosto pela leitura se desenvolveu e apurou.

Quando casei, em 1944, já tinha mudado de atividade, passara a trabalhar num organismo de Segurança Social como empregado administrativo. Minha mulher, Ilda Reis, então datilógrafa nos Caminhos de Ferro, viria a ser, muitos anos mais tarde, um dos mais importantes gravadores portugueses. Faleceria em 1998. Em 1947, ano do nascimento da minha única filha, Violante, publi-quei o primeiro livro, um romance que intitulei A Viúva, mas que por conve-niências editoriais viria a sair com o nome de Terra do Pecado. […]

Por motivos políticos, fiquei desempregado em 1949, mas, graças à boa vontade de um meu antigo professor do tempo da escola técnica, pude encon-trar ocupação na empresa metalúrgica de que ele era administrador. No final dos anos 50 passei a trabalhar numa editora, Estúdios Cor, como responsável pela produção, regressando assim, mas não como autor, ao mundo das letras

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que tinha deixado anos antes. Essa nova atividade permitiu-me conhecer e criar relações de amizade com alguns dos mais importantes escritores portu-gueses de então. Para melhorar o orçamento familiar, mas também por gosto, comecei, a partir de 1955, a dedicar uma parte do tempo livre a trabalhos de tradução, atividade que se prolongaria até 1981 […]. Outra ocupação paralela, entre maio de 1967 e novembro de 1968, foi a de crítico literário. Entretanto, em 1966, publicara Os Poemas Possíveis, uma coletânea poética que marcou o meu regresso à literatura. A esse livro seguiu-se, em 1970, outra coletânea de poemas, Provavelmente Alegria, e logo, em 1971 e 1973 respetivamente, sob os títulos Deste Mundo e do Outro e A Bagagem do Viajante, duas recolhas de crónicas publicadas na imprensa, que a crítica tem considerado essenciais à completa compreensão do meu trabalho posterior. Tendo-me divorciado em 1970, iniciei uma relação de convivência, que duraria até 1986, com a escritora portuguesa Isabel da Nóbrega.

Deixei a editora no final de 1971, trabalhei durante os dois anos seguintes no vespertino Diário de Lisboa como coordenador de um suplemento cultural e como editorialista. Publicados em 1974 sob o título As Opiniões que o DL teve, esses textos representam uma “leitura” bastante precisa dos últimos tem-pos da ditadura que viria a ser derrubada em abril daquele ano.

Em abril de 1975 passei a exercer as funções de diretor adjunto do matu-tino Diário de Notícias, cargo que desempenhei até novembro desse ano […].

Sem emprego uma vez mais e, ponderadas as circunstâncias da situação política que então se vivia, sem a menor possibilidade de o encontrar, tomei a decisão de me dedicar inteiramente à literatura: já era hora de saber o que poderia realmente valer como escritor. No princípio de 1976, instalei-me por algumas semanas em Lavre, uma povoação rural da província do Alentejo. Foi esse período de estudo, observação e registo de informações que veio a dar origem, em 1980, ao romance Levantado do Chão, em que nasce o modo de narrar que caracteriza a minha ficção novelesca. Entretanto, em 1978, havia publicado uma coletânea de contos, Objeto Quase, em 1979, a peça de teatro A Noite, a que se seguiu, poucos meses antes da publicação de Levantado do Chão, nova obra teatral, Que Farei com este Livro?. Com exceção de uma outra peça de teatro, intitulada A Segunda Vida de Francisco de Assis e publicada em 1987, a década de 80 foi inteiramente dedicada ao romance: Memorial do Con-vento, 1982, O Ano da Morte de Ricardo Reis, 1984, A Jangada de Pedra, 1986, História do Cerco de Lisboa, 1989. Em 1986 conheci a jornalista espanhola Pilar del Río. Casámo-nos em 1988.

Em consequência da censura exercida pelo Governo português sobre o romance O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), vetando a sua apresentação ao Prémio Literário Europeu sob pretexto de que o livro era ofensivo para os católicos, transferimos, minha mulher e eu, em fevereiro de 1993, a nossa resi-dência para a ilha de Lanzarote, no arquipélago de Canárias. […] Em 1993, iniciei a escrita de um diário, Cadernos de Lanzarote, de que estão publicados

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cinco volumes. Em 1995, publiquei o romance Ensaio sobre a Cegueira, e em 1997, Todos os Nomes e O Conto da Ilha Desconhecida. Em 1995, foi-me atri-buído o Prémio Camões, e, em 1998, o Prémio Nobel de Literatura.

Em consequência da atribuição do Prémio Nobel a minha atividade pública viu-se incrementada. Viajei pelos cinco continentes, oferecendo conferências, recebendo graus académicos, participando em reuniões e congressos, tanto de carácter literário como social e político, mas, sobretudo, participei em ações reivindicativas da dignificação dos seres humanos e do cumprimento da Declaração dos Direitos Humanos pela consecução de uma sociedade mais justa, onde a pessoa seja prioridade absoluta, e não o comércio ou as lutas por um poder hegemónico, sempre destrutivas.

Creio ter trabalhado bastante durante estes últimos anos.Desde 1998, publiquei Folhas Políticas (1976-1998) (1999), A Caverna

(2000), A Maior Flor do Mundo (2001), O Homem Duplicado (2002), Ensaio sobre a Lucidez (2004), Don Giovanni ou o Dissoluto Absolvido (2005), As Intermitências da Morte (2005) e As Pequenas Memórias (2006). Agora, neste outono de 2008, aparecerá um novo livro: A Viagem do Elefante, um conto, uma narrativa, uma fábula.

No ano de 2007 decidiu criar-se em Lisboa uma Fundação com o meu nome, a qual assume, entre os seus objetivos principais, a defesa e a divulgação da literatura contemporânea, a defesa e a exigência de cumprimento da Carta dos Direitos Humanos, além da atenção que devemos, como cidadãos respon-sáveis, ao cuidado do meio ambiente. Em julho de 2008 foi assinado um pro-tocolo de cedência da Casa dos Bicos, em Lisboa, para sede da Fundação José Saramago, onde esta continuará a intensificar e consolidar os objetivos a que se propôs na sua Declaração de Princípios, abrindo portas a projetos vivos de agitação cultural e propostas transformadoras da sociedade.

in Fundação José Saramago, http://www.josesaramago.org/ (com supressões)

Entrevista a José Saramago

Carlos Vaz Marques – Para que é que serve a morte, José Saramago?José Saramago – A morte serve para que possamos continuar a viver, muito

simplesmente.

CVM – José Saramago, 82 anos, escritor… A palavra “imortalidade” existe no seu dicionário pessoal, José Saramago?

JS – Bom… antes de mais, são 82 realmente, mas não tardam muitos dias para que sejam 83.

CVM – Ainda são 82, em todo o caso…JS – Bom, os 82 estão feitos. Sobre os 82 já se acrescentaram uma quanti-

dade de dias, tantos que dentro de menos de uma semana cumprirei os 83. Pois a imortalidade, quer no sentido pessoal quer no sentido digamos que tem

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que ver com o meu trabalho, porque como sabemos, quando se fala de litera-tura e de arte, fala-se muito nos imortais, ou melhor, na imortalidade da obra. Eu não creio em nenhum tipo de imortalidade.

CVM – Nem na da obra?JS – Nem na da obra, porque tudo acaba por esquecer. As coisas podem

estar aí, mas podem não ser lidas, os livros podem não ser lidos e a partir desse momento… acaba o tempo da vida. Às vezes há ressurreições: uma obra que foi esquecida e que de repente, às vezes não se sabe muito bem porquê, volta outra vez a interessar as pessoas, mas de qualquer forma, tudo acaba por esquecer e, portanto, tudo acaba por acabar.

CVM – A literatura, pelo menos, permite, nalguns casos, uma vida mais longa do que a da vida física, propriamente dita…

JS – Enfim, isso é uma ilusão que nós acarinhamos muito… quer dizer, com esta ideia de que, enfim, acabamos nós, acaba o corpo e a obra fica por aí. Portanto isso numa certa maneira é… não… o melhor é não chamar-lhe imor-talidade… digamos, chamemos-lhe uma vida um pouco mais prolongada.

CVM – Camões falava “daqueles que por feitos valorosos se vão da lei da morte libertando”…

JS – Ninguém se liberta da lei da morte.CVM – Nem por feitos valorosos?JS – Nem por nada.CVM – Nem por bons romances?JS – Nem por bons romances e também nem por boas ações. Tudo acaba…

quer dizer… é melhor que tenhamos esta consciência: tudo acaba. Mais tarde ou mais cedo, tudo acaba.

CVM – Nunca lhe ocorreu pensar alguma vez como será lido daqui por cem anos, digamos, quando nenhum de nós já cá estiver?

JS – Não porque… e muito menos agora, em que há uma mudança de valo-res, uma mudança de mentalidade… não sei nada do que é que será o ser humano dentro de, digamos, de cem anos. Pode ser que os livros já não lhe interessem ou interessem pouco… ou que haja, como sempre no fim de contas aconteceu, uma minoria de pessoas que leem. Porque as pessoas que leem, desde sempre, são uma minoria. Agora, os meus livros podem ser lidos, sim… ou podem… não sei… quer dizer… eu… vivo hoje, trabalho pelas razões de hoje, escrevo para as pessoas de hoje, e o amanhã, como eu não estarei nele, não sei o que é que se passará. Claro, evidentemente, se me pergunta “Mas não gostaria de continuar a ser lido?”, ai isso gostaria muito, evidentemente.

CVM – Mas é por essa ignorância quanto ao que será o futuro que, no Livro das Previsões, na contracapa deste seu novo romance, escreve que saberemos cada vez menos o que é o ser humano?

JS – …o que é o ser humano… Eu creio que sim… quer dizer… não é tão… enfim… não tem uma relação direta com o que estamos a dizer agora, mas

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tem que ver com esta dúvida: qual vai ser o futuro do ser humano? Ou melhor dizendo: o que é que vamos ser? A grande questão é realmente essa…

CVM – Isso pressupõe sabermos o que somos?JS – Pois… a questão também é esta: é que não sabemos muito bem aquilo

que somos. Repare: só houve um momento, creio eu, um momento… um longo momento, claro… em que, digamos, pensámos saber o que é realmente um ser humano. E isso aconteceu… enfim… vamos pôr a questão, digamos, na Idade Média, em que ninguém tinha dúvida de que o homem era criatura divina, que tinha sido posta no paraíso, que não se tinha comportado muito bem e portanto tinha sido expulso e depois vai ganhar o pão com o suor do rosto, a mulher a parir com dor… todas essas coisas, enfim, que estão escri-tas… e aí julgámos…

CVM – E ainda há quem acredite…JS – …há quem acredite… mas isso ainda é o menos. Nesse momento, o ser

humano era isso. Toda a gente… se se perguntasse o que era o ser humano, qualquer pessoa podia ter uma resposta assim ou semelhante a esta. A partir do momento em que passámos a conhecer mais do ser humano, demos conta da imensidade que faltava por saber. Duma certa maneira, eu creio que não saberemos nunca, nunca, o que é um ser humano. Mas a perspetiva dessa frase, no fundo, é esta: desde o ponto de vista de agora, a perplexidade sobre o que será o ser humano no futuro, e esse futuro podem ser cem anos ou mil anos, realmente inquieta… a mim, inquieta-me, embora também não me inquiete do ponto de vista pessoal uma vez que eu não vou conhecer essas pes-soas, mas… vai nascer um novo tipo de ser humano que pode ser que não tenha muita coisa que ver connosco.

CVM – Pois bem, inquietações que estão no livro mais recente de José Saramago. Chama-se As Intermitências da Morte e a morte é justamente a pro-tagonista. O que é que o levou a meter-se agora com “ela”, José Saramago?

JS – Eu não me meti… enfim com ela… enfim… digamos… é impossível escrever uma história praticamente sem que se fale da morte. É impossível. Ela sempre está, aliás, noutras formas de expressão, digamos artísticas, chame-mos-lhes assim,… no cinema morre-se com uma facilidade extraordinária, já sabemos que aquela morte não é autêntica… o ator levanta-se, lava-se, toma um duche, bebe um whisky e está pronto para morrer outra vez. Como quase sempre, eu creio até que posso dizer como sempre, digamos, a ideia apareceu--me de repente, e…

CVM – A primeira ideia foi logo aquela com que o romance abre: o que é que aconteceria se a morte, digamos assim, suspendesse a sua atividade?

JS – No fundo, não era exatamente isso. Digamos o tema… a ideia inicial consistia nisto: a morte estava ali, mas havia uma pessoa a quem ela não con-seguia matar. Esta foi a ideia inicial. Enfim, bastante pobre, a não ser que fosse metida num contexto mais amplo e mais, digamos, mais problemático… isso foi…

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CVM – Depois é que lhe surgiu a tal pergunta?JS – Depois é que aparece essa frase que, de alguma forma, é a célula a par-

tir da qual se desenvolve todo o romance: “No dia seguinte, ninguém morreu.” E a partir daí há que perguntar o que é que aconteceria se nós não morrêsse-mos, o que no livro se apresenta como uma espécie de panorâmica social, uma espécie de vista, como uma espécie de grande angular onde se dá ao leitor a informação de algumas das hipóteses que se concretizariam se efetivamente não morrêssemos. E a partir daí, o livro muda de orientação e passa a focar a tal pessoa a quem a morte não conseguia matar…

CVM – A tal ideia inicial…JS – …a tal ideia inicial, mas já posta num contexto diferente.CVM – A morte e Deus, escreve a páginas 151, são duas caras da mesma

moeda. De que modo?JS – Eu acho que sim porque… Deus e sobretudo se nós pensarmos nos

representantes de Deus na terra, que são as igrejas, temos que chegar a uma conclusão muito fácil: as igrejas precisam… a Igreja… agora falemos direta-mente da Igreja Apostólica…

CVM – Fala da Igreja Católica diretamente no romance...JS – Também isso.CVM – A ICAR, como a certa altura diz sarcasticamente.JS – ICAR porque como agora tudo se designa por siglas, creio que não

seria má ideia passar a chamar à Igreja, que tem um nome muito comprido, e chamar-lhe simplesmente ICAR.

CVM – Em vez de Igreja Católica Apostólica Romana.JS – Exatamente. Ora bem, se não houvesse morte, se nós não morrêssemos

aqui no planeta onde estamos, a Igreja não teria nenhuma probabilidade de sobreviver a esse choque porque nós teríamos já, na terra, aqui, com o nosso corpo, aquilo que a Igreja se cansa a prometer-nos para a vida futura, quer dizer… para o futuro: a vida eterna. Se já tínhamos a eternidade aqui, para que a queríamos depois? Então… quer dizer, essa é uma das consequências, claro está.

CVM – A morte e Deus. Duas faces da mesma moeda. Talvez o melhor seja justamente escutar essa página do novo romance de José Saramago, na voz do próprio autor.

“Salvo alguns raros casos, como os daqueles citados moribundos de olhar penetrante que a enxergaram aos pés da cama com o aspeto clássico de um fantasma envolto em panos brancos ou, como a proust parece ter sucedido, na figura de uma mulher gorda vestida de preto, a morte é discreta, prefere que não se dê pela sua presença, especialmente se as circunstâncias a obrigam a sair à rua. Em geral crê-se que a morte, sendo, como gostam de afirmar alguns, a cara de uma moeda de que deus, no outro lado, é a cruz, será, como ele, por sua própria natureza, invisível. Não é bem assim. Somos testemunhas

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fidedignas de que a morte é um esqueleto embrulhado num lençol, mora numa sala fria em companhia de uma velha e ferrugenta gadanha que não responde a perguntas, rodeada de paredes caiadas ao longo das quais se arrumam, entre teias de aranha, uns quantas dúzias de ficheiros com grandes gavetões rechea-dos de verbetes. Compreende-se portanto que a morte não queira aparecer às pessoas naquele preparo, em primeiro lugar por razões de estética pessoal, em segundo lugar para que os infelizes transeuntes não se finem de susto ao darem de frente com aquelas grandes órbitas vazias no virar de uma esquina. Em público, sim, a morte torna-se invisível, mas não em privado, como o pude-ram comprovar, no momento crítico, o escritor marcel proust e os moribun-dos de vista penetrante. Já o caso de deus é diferente. Por muito que se esfor-çasse nunca conseguiria tornar-se visível aos olhos humanos, e não é porque não fosse capaz, uma vez que a ele nada é impossível, é simplesmente porque não saberia que cara pôr para se apresentar aos seres que se supõe ter criado, sendo o mais possível que não os reconhecesse, ou então, talvez ainda pior, que não o reconhecessem eles a ele. Há também quem diga que, para nós, é uma grande sorte que deus não queira aparecer-nos por aí, porque o pavor que temos da morte seria como uma brincadeira de crianças ao lado do susto que apanharíamos se tal coisa acontecesse. Enfim, de deus e da morte não se têm contado senão histórias, e esta não é mais que uma delas.”

José Saramago, As Intermitências da Morte, Caminho, 2005 (pp. 151-152)

CVM – Uma história de que vamos continuar a falar, depois de uma curta pausa, quando voltarmos com José Saramago e As Intermitências da Morte.

Pessoal… e Transmissível, Carlos Vaz Marques, TSF, de 7 de novembro de 2005

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Ficha de avaliação 1 39

GRUPO I

A

Lê o poema a seguir transcrito.

O amor, quando se revela,Não se sabe revelar.Sabe bem olhar p,ra ela, Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que senteNão sabe o que há de dizer.Fala: parece que mente…Cala: parece esquecer…

Ah, mas se ela adivinhasse,Se pudesse ouvir o olhar,E se um olhar lhe bastassePr,a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;Quem quer dizer quanto senteFica sem alma nem fala,Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lheO que não lhe ouso contar,Já não terei que falar-lhePorque lhe estou a falar…

Fernando Pessoa, in Poesias Inéditas (1919-1930), Ática

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. Indica o possível referente dos pronomes pessoais “ela” (vv. 3 e 9), “lhe” (vv. 4, 11, 17, 18, 19 e 20)

e “a” (v. 12) e comenta a utilização da terceira pessoa do singular.

2. Explicita o conflito interior expresso pelo sujeito poético, transcrevendo os versos em que

aparecem dois recursos estilísticos que melhor o traduzem.

3. Explica o verso 10, “Se pudesse ouvir o olhar”, comentando o valor expressivo do recurso

estilístico aí presente.

4. Explicita o sentido da última quadra, referindo a sua função no poema.

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Fernando Pessoa (ortónimo e heterónimos)

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B

Atenta nas seguintes palavras de Manuela Parreira da Silva sobre Ricardo Reis:

“É no estoicismo que vai beber a força para suportar o fatalismo da morte ou dor de viver

[…]. É ao epicurismo que vai buscar a apologia da suprema indiferença.”

in Dicionário de Fernando Pessoa e do Modernismo Português, coord. de Fernando Cabral Martins, Caminho, 2008

Fazendo apelo à tua experiência de leitura, comenta, num texto de oitenta a centoetrinta

palavras, o enunciado acima transcrito sobre a poesia do heterónimo pessoano, Ricardo Reis.

GRUPO II

Lê o texto que se segue.

Jornalistas vs. máquinas: que vença o melhor

Se as redações do passado eram salas de fumo em que toda a gente gritava, as reda-ções do futuro podem ser salas assépticas e de temperatura controlada. As máquinas começaram a escrever notícias. Bem-vindas e boa sorte!

Daqui a muitos anos, a seguinte frase poderá fazer parte da História: “O Wisconsin parece estar ao comando, na rota para a vitória, ao liderar por 51-10 após o terceiro quarto.” Quem escrever os futuros anais da História poderá dizer que este foi o pri-meiro parágrafo de uma notícia articulada integralmente escrita por uma máquina.

Com alguma liberdade poética, o historiador do futuro até poderá acrescentar que foi no primeiro quartel do século XXI que a figura do jornalista – essa espécie constan-temente agarrada a telefones e a computadores, trabalhando horas a fio nos intervalos dos cigarros – cedeu passagem à concorrência: um software que mastiga dados em bruto e cospe artigos limpinhos. Mais rápido que uma bala. Sem úlceras, sem stress, sem gralhas. O futuro do Tintim, do Bob Woodward e do Edward R. Murrow é um computador. Será?

Voltemos ao início: a frase de abertura deste artigo foi efetivamente escrita por uma máquina – ao contrário deste texto, facto que muito lamenta a sua autora. A frase é o arranque de uma notícia sobre um jogo de futebol americano e foi escrita por um software desenvolvido pela start-up americana Narrative Science.

O que este software faz é pegar em dados em bruto – como estatísticas desportivas ou relatórios financeiros, por exemplo – e transformá-los em textos jornalísticos arti-culados e interessantes, rigorosos e fiáveis. Não importa se os dados em bruto são tex-tuais ou numéricos, estruturados ou não. A máquina resolve.

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Ficha de avaliação 1

E mais: os artigos são escritos com uma rapidez proibitiva para falangetas e neuró-nios. O texto sobre o jogo de futebol americano foi escrito em 60 (sessenta) segundos após o final do terceiro quarto de jogo. Toma lá, humano!

[…] Se o vídeo matou a estrela da rádio, será que a máquina pode matar o jorna-lista? Os criadores da tecnologia acreditam que não. Reafirmaram ao NYT que ela é apenas uma ferramenta low-cost para as publicações, a fim de que estas se possam “expandir e enriquecer as suas coberturas de eventos numa altura em que os orçamen-tos editoriais estão sob pressão”.

Mas as provas estão aí: a máquina não adoece, a máquina é mais rápida e mais barata, a máquina não se sindicaliza, não tem filhos nem consultas médicas, a máquina não tem pruridos editoriais nem para para comer. Mas a máquina não tem pernas, não tem olhos, não tem cérebro. António Granado é da opinião de que “ainda passarão algumas gerações até que um computador saia à rua e escreva uma reportagem de qua-lidade”.[…]

Susana Almeida Ribeiro, in revista Pública, 13 de novembro de 2011 (com supressões)

1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., seleciona a única opção que permite

obter uma afirmação correta. Escreve, na folha de respostas, o número de cada item e a

letra que identifica a opção escolhida.

1.1. A frase: “O Wisconsin parece estar ao comando, na rota para a vitória, ao liderar por

51-10 após o terceiro quarto.” (ll. 4-6), aparece entre aspas porque constitui

(A) uma citação de um autor mencionado no texto.

(B) a transcrição de parte de um diálogo.

(C) uma possível citação futura.

(D) um possível título de um artigo do futuro.

1.2. Com a forma verbal “trabalhando” (l. 10), a ação é perspetivada como

(A) progressiva. (B) habitual. (C) pontual. (D) acabada.

1.3. Segundo a autora, o historiador do futuro poderá dizer que o computador

(A) criou um jornalista mais perfeito.

(B) concebeu uma forma de escrita mais limpa.

(C) substituiu a figura do jornalista.

(D) se transformou num jornalista com maus hábitos.

1.4. Em “transformá-los” (l. 20), o pronome sublinhado tem como antecedente

(A) “dados em bruto” (l. 19).

(B) “estatísticas desportivas” (l. 19).

(C) “estatísticas desportivas ou relatórios financeiros” (ll. 19-20).

(D) “textos jornalísticos” (l. 20).

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1.5. A autora do texto refere também que os futuros artigos jornalísticos serão escritos

(A) de uma forma completamente ininteligível para o ser humano.

(B) de uma maneira que danificará o ser humano, mental e fisicamente.

(C) com tal rapidez, que os homens serão incapazes de os ler.

(D) a uma velocidade muito superior à do ser humano.

1.6. A expressão “Toma lá, humano!” (l. 25) realiza um ato ilocutório

(A) expressivo. (B) diretivo. (C) assertivo. (D) declarativo.

1.7. Na frase “[…] a máquina não adoece, a máquina é mais rápida e mais barata, a máquina

não se sindicaliza, não tem filhos nem consultas médicas, a máquina não tem pruridos

editoriais nem para para comer.” (ll. 31-33), a repetição de “máquina” constitui um

mecanismo linguístico

(A) imprescindível para assegurar a progressão textual.

(B) indispensável para enumerar as qualidades de “máquina”.

(C) que permite apenas estabelecer uma coesão interfrásica.

(D) que enfatiza a ideia de superioridade associada à máquina.

2. Responde de forma correta aos itens apresentados.

2.1. Classifica a oração iniciada por “que” em “[…] que foi no primeiro quartel do século XXI”

(ll. 8-9).

2.2.Identifica o processo de formação de palavras de que resulta o vocábulo “low-cost”

(l. 28).

2.3. Identifica a função sintática desempenhada pela expressão “à rua” (l. 35).

GRUPO III

Em declarações acerca do tema “Como vamos viver em 2049”, à Revista Única, Nuno Crato

afirma:

“Não me atrevo a prever o que acontecerá daqui a 38 anos. Os computadores e a Internet

não estupidificam as pessoas nem as tornam mais inteligentes. Tudo depende do uso que

deles se faça.”

in Revista Única, Expresso, 26 de fevereiro de 2011

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas pala-

vras, apresenta uma reflexão sobre o que é afirmado no excerto transcrito – o impacto das

novas tecnologias nas nossas vidas.

Para fundamentar o teu ponto de vista, recorre, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando

cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

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Ficha de avaliação 243

GRUPO I

A

Lê os textos que se seguem.

TextoA

O Mostrengo

O mostrengo que está no fim do marNa noite de breu ergueu-se a voar;À roda da nau voou três vezes,Voou três vezes a chiar,E disse: “Quem é que ousou entrarNas minhas cavernas que não desvendo,Meus tetos negros do fim do mundo?”E o homem do leme disse, tremendo:“El-rei D. João Segundo!”

“De quem são as velas onde me roço?De quem as quilhas que vejo e ouço?”Disse o mostrengo, e rodou três vezes,Três vezes rodou imundo e grosso.“Quem vem poder o que só eu posso,Que moro onde nunca ninguém me visseE escorro os medos do mar sem fundo?”E o homem do leme tremeu, e disse:“El-rei D. João Segundo!”

Três vezes do leme as mãos ergueu,Três vezes ao leme as reprendeu,E disse no fim de tremer três vezes:“Aqui ao leme sou mais do que eu:Sou um Povo que quer o mar que é teu;E mais que o mostrengo, que me a alma temeE roda nas trevas do fim do mundo,Manda a vontade, que me ata ao leme,De El-Rei D. João Segundo!”

Fernando Pessoa, Mensagem, 12.ª ed., Ática, 1978

TextoB

39 Não acabava, quando hũa figura Se nos mostra no ar, robusta e válida, De disforme e grandíssima estatura; O rosto carregado, a barba esquálida, Os olhos encovados, e a postura Medonha e má e a cor terrena e pálida; Cheios de terra e crespos os cabelos, A boca negra, os dentes amarelos.

40 Tão grande era de membros, que bem posso Certificar-te que este era o segundo De Rodes estranhíssimo Colosso, Que um dos sete milagres foi do mundo. Cum tom de voz nos fala, horrendo e grosso, Que pareceu sair do mar profundo. Arrepiam-se as carnes e o cabelo, A mi e a todos, só de ouvi-lo e vê-lo!

41 E disse: – “Ó gente ousada, mais que quantas No mundo cometeram grandes cousas, Tu, que por guerras cruas, tais e tantas, E por trabalhos vãos nunca repousas, Pois os vedados términos quebrantas E navegar meus longos mares ousas, Que eu tanto tempo há já que guardo e tenho, Nunca arados de estranho ou próprio lenho: […]

49 Mais ia por diante o monstro horrendo, Dizendo nossos Fados, quando, alçado, Lhe disse eu: – “Quem és tu? Que esse estupendo Corpo, certo, me tem maravilhado!” A boca e os olhos negros retorcendo E, dando um espantoso e grande brado, Me respondeu, com voz pesada e amara, Como quem da pergunta lhe pesara:

Luís de Camões, Os Lusíadas (excerto do Canto V), Porto Editora, 2010

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Os Lusíadas e Mensagem

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Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. Explicita a temática dos textos apresentados.

2. Comprova a presença de uma estrutura narrativa nas estrofes lidas.

3. Estabelece semelhanças entre as duas figuras aí retratadas: o “Mostrengo”, de Mensagem,

e o “Adamastor”, d'Os Lusíadas.

4. Indica os efeitos provocados pelo Adamastor/Mostrengo naqueles que o enfrentam, trans-

crevendo exemplos significativos.

B

Atenta nas seguintes palavras, de Fernando Cabral Martins, sobre o poema Mensagem:

“[…] Pessoa […] ainda que afirmando que Portugal é “por índole, uma nação criadora e

imperial” conclui: “Para o destino que presumo que será o de Portugal, as colónias não são

precisas” […]”.

Dicionário de Fernando Pessoa e do Modernismo Português, coord. de Fernando Cabral Martins, Caminho, 2008

Fazendo apelo à tua experiência de leitura, comenta, num texto de oitenta a centoetrinta

palavras, o enunciado acima transcrito sobre o conceito de “império” em Mensagem, por

oposição àquele que é veiculado n’Os Lusíadas de Luís de Camões.

GRUPO II

Lê o texto que se segue.

Há muito que a expressão “ninguém é profeta na sua terra” entrou na lista das locu-ções proverbiais portuguesas. Foi certamente adaptada do Evangelho de São Mateus (13.57) e baseia-se na afirmação feita por Jesus aos seus conterrâneos quando ensinava na sinagoga de Nazaré: “É só em sua pátria e em sua família que um profeta é menosprezado.”

[…] Dito assim ou de maneira diferente temos que o profeta, o visionário, o que anuncia, o que antecipa o futuro, o que fala por Deus ou por deuses, bem pode ir pregar para outra freguesia que na sua só muito raramente lhe darão crédito. Vem isto a pro-pósito de me parecer sem discussão que a frequência de notícias sobre gente da nossa terra que foge dela para brilhar na terra dos outros cresce exponencialmente qualquer que seja o ramo do saber ou o tipo de atividade que exerça. E, se não foi sempre assim, este êxodo contínuo dos que por não obterem reconhecimento dos seus méritos entre

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os patrícios vão procurar sólida reputação com aplauso em paragens distantes dura pelo menos há dois mil anos.

É claro no evangelho de Mateus que enquanto Cristo fala aos nazarenos estes estão muito mais interessados em lembrar a sua origem humilde, a profissão de seu pai, a vulgaridade dos seus familiares, do que nos seus ensinamentos, porque invejoso que se preza não é o que olha para o luxo do vizinho e promete a si mesmo que vai lutar para conseguir igualá-lo. Invejoso genuíno, de boa colheita, é o que olha com raiva para alguém com valor e sonha acordado que o há de ver tornar-se igual a si ou, se tudo correr bem, ainda mais desprezível.

Claro que se lhe for possível dar uma mãozinha há de manobrar pela calada para tentar apressar a derrocada que deseja porque destruir também é fácil. Erguer o Mos-teiro da Batalha ou o Convento de Mafra requereu centenas de artistas e de trabalhado-res braçais — fora, segundo Saramago, as juntas de bois para levarem ao local as pedras escolhidas — destruí-los requer apenas tempo, dois oligofrénicos avantajados e um par de picaretas como apoio tecnológico.

Deve ser imensa a lista dos portugueses que, parafraseando o Padre António Vieira, saíram para ser grandes e, sem que tomássemos consciência, saindo fizeram-nos uma falta do tamanho da grandeza que obtiveram. Não sei quais foram, quantos foram, nem que monumentos teriam edificado, mas sei que precisávamos deles, sinto que com a sua presença seríamos diferentes e melhores. Para prová-lo gostava que fosse possível uma reconstituição demonstrativa, ao jeito de Frank Capra nessa obra mágica que é Caiu do Céu Uma Estrela, para que pudéssemos ver minuciosamente o que acontece quando se está e quando se falta. A possibilidade de recorrer a um anjo pachola que nos mostrasse como seria importante a presença entre nós daqueles a quem a vida por variados motivos obrigou a procurar longe daqui a realização pessoal, o reconheci-mento do seu trabalho e do seu valor.

[…]

Lima-Reis, “Ninguém é profeta na sua terra – Crónica do que poderia ter sido”, in Notícias Magazine, 13 de novembro de 2011

1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., seleciona a única opção que permite

obter uma afirmação correta. Escreve, na folha de respostas, o número de cada item e a

letra que identifica a opção escolhida.

1.1. Na frase “Foi certamente adaptada do Evangelho de São Mateus (13.57) e baseia-se na

afirmação feita por Jesus aos seus conterrâneos quando ensinava na sinagoga de

Nazaré […]” (ll. 2-4), os segmentos sublinhados pertencem

(A) ao mesmo campo semântico.

(B) ao mesmo campo lexical.

(C) à mesma família de palavras.

(D) à mesma subclasse de palavras.

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1.2. Com a expressão “[…] bem pode ir pregar para outra freguesia que na sua só muito

raramente lhe darão crédito.” (ll. 7-8), o autor pretende afirmar que os mais inteligentes

e perspicazes

(A) não devem expor as suas convicções na freguesia onde moram.

(B) não conseguem obter empréstimos no local onde residem.

(C) são normalmente desvalorizados no seu próprio país.

(D) não conseguem pregar a sua religião na sua própria terra.

1.3. Segundo o autor, uma pessoa invejosa é aquela que

(A) procura colher mais do que os outros e ainda destruir-lhes as colheitas.

(B) sente raiva dos que demonstram ter mais valor e pretende igualá-los.

(C) colhe os ensinamentos dos mais dotados para os poder superar.

(D) se irrita com o valor dos outros e deseja o seu insucesso.

1.4. O grupo verbal “Deve ser” (l. 28) assume um valor modal de

(A) possibilidade.

(B) impossibilidade.

(C) certeza.

(D) incerteza.

1.5. O vocábulo “saindo” (l. 29) constitui uma oração

(A) subordinada adverbial concessiva não finita.

(B) subordinante.

(C) subordinada adverbial temporal não finita.

(D) subordinada substantiva completiva não finita.

1.6. O conteúdo semântico da forma verbal “mostrasse” (l. 36), assume um carácter hipoté-

tico que deriva

(A) da sua conjugação no modo conjuntivo.

(B) da sua integração numa oração subordinada.

(C) do facto de na oração seguinte a forma verbal estar conjugada no condicional.

(D) de se tratar de uma conjugação pronominal.

1.7. Na linha 37, o vocábulo “daqui” constitui um deítico

(A) pessoal.

(B) temporal.

(C) espacial.

D) textual.

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Ficha de avaliação 2

2. Responde de forma correta aos itens apresentados.

2.1. Indica a classe e a subclasse a que pertence o vocábulo “estes” (l. 15).

2.2. Classifica a oração “se lhe for possível dar uma mãozinha” (l. 22).

2.3. Classifica o sujeito de “Claro que […] há de manobrar pela calada” (l. 22).

GRUPO III

Lê com atenção o excerto que se segue.

“Há em primeiro lugar o nobre patriotismo dos patriotas: esses amam a pátria, não dedi-

cando-lhe estrofes, mas com a serenidade grave e profunda dos corações fortes. Respeitam

a tradição, mas o seu esforço vai todo para a nação viva, a que em torno deles trabalha, pro-

duz, pensa e sofre: e, deixando para trás as glórias que ganhámos nas Molucas, ocupam-se

da pátria contemporânea [...].”

Eça de Queirós, “Brasil e Portugal”, in Notas Contemporâneas, Livros do Brasil

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas pala-

vras, apresenta uma reflexão sobre o que é afirmado no excerto transcrito relativamente ao

conceito de patriotismo.

Para fundamentar o teu ponto de vista, recorre, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando

cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

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GRUPO I

A

Lê o texto que se segue.

De entrada,

Matilde fala

com lentidão,

pesando bem

as palavras.

Estas palavras são

proferidas com

arrogância.

([…]. O Principal Sousa fica de pé, com as pernas abertas, em ati-tude de ira. Matilde levanta-se lentamente.)

MATILDE

É tão grande o desprezo que tenho por si, tão infinito o meu nojo, que só por caridade não traduzo em palavras o que sinto no coração.

Judas, que traiu Cristo uma vez, acabou enforcado numa figueira, mas Vossa Reverência, que O trai todos os dias, vai acabar entre os seus com todas as honras que neste Reino se concedem aos hipócri-tas e se negam aos justos.

O meu homem vai morrer lá em baixo, junto ao mar, com o som do vento nos ouvidos, mas Vossa Reverência há de morrer, um dia, ouvindo, por entre o latim, as suas pragas.

Alguma vez ouviu praguejar um homem, Reverência? Um homem a sério, capaz de palmilhar as estradas da Galileia? Capaz de passar 40 dias no deserto, ou 150 dias metido numa masmorra?

Então oiça!

(Durante uns instantes fica parada em atitude de quem ouve um ruído longínquo)

Não sabe donde vêm as pragas, pois não? Tanto podem vir do Céu como de S. Julião da Barra…

Pois há de viver até ao fim dos seus dias sem o saber… e à medida que for envelhecendo, à medida que a sua hipocrisia se for afinando até morrer convencido de que foi cristão, o som destas pragas há de ir aumentando de volume até lhe encher os ouvidos, até que não possa ouvir mais nada.

Há de o ouvir no som do vento que lhe entra pelas janelas… no bater das portas da sua igreja… na voz das crianças que lhe pedirem esmola…

Esta praga lhe rogo eu, Matilde de Melo, mulher de Gomes Freire d’Andrade, hoje 18 de outubro de 1817.

(O Principal Sousa senta-se na cadeira. Ao longe, muito ao longe, começa a ouvir-se o murmúrio da multidão, entrecortado, de quando em quando, por latim)

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Felizmente Há Luar!

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Luís de Sttau Monteiro, Felizmente Há Luar!, Areal, 2010 (com supressões)

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. Explica os sentimentos que Matilde expressa pelo seu interlocutor, comprovando com

elementos textuais.

2. Indica as razões que justificam esses sentimentos.

3. Comenta o valor expressivo das interrogações retóricas do discurso da personagem.

4. Explicita o sentido da última frase de Matilde.

B

Na contracapa da edição da Areal Editores da obra Felizmente Há Luar!, de Luís de Sttau Mon-

teiro, podem ler-se as seguintes palavras:

“[…] a peça Felizmente Há Luar!, publicada em 1961 […], esteve proibida pela censura

durante muitos anos. Só em 1978 foi pela primeira vez levada à cena, no Teatro Nacional

[…].”

Fazendo apelo à tua experiência de leitura, comenta, num texto de oitenta a cento e trinta

palavras, o enunciado acima transcrito, explicando as razões dos factos aí mencionados.

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Todos somos Cristo, Reverência, e todos começamos pela espe-rança de que se realize o que há de Cristo em cada um de nós.

A uns mata-lhes a vida a esperança, a outros matam-na os que em seu nome falam, tendo-a já perdido…

Mas há quem escape, Reverência, quem chegue ao fim da vida com o seu Cristo tão intacto como no dia em que nasceu.

Esses morrem na forca ou apodrecem nas prisões, não vá a sua presença incomodar a burocracia de Deus!

[…]

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GRUPO II

Lê o texto que se segue.

Conhecemos a Guidinha num domingo à tarde, em casa da avó Paula, pela mão do nosso Pai, aliás, pela voz dele porque, nessa altura, em 1969, quando a Guidinha come-çou a escrever ainda a Clara e eu não sabíamos ler. Essa leitura em voz alta, saboreada vezes três, tornou-se num ritual aguardado semanalmente com curiosidade e entu-siasmo. Mais tarde, aprendidas as letras, ganhámos desenvoltura e vocabulário da melhor maneira: a sorrir!

Graças à Guidinha, soube pela primeira vez que existia um bairro chamado Graça, onde fui parar em crescida e ainda moro radiante. Também por isso, vai para dez anos, aprendi a descortinar sentidos na ausência deliberada de pontuação cultivada com mestria pela língua afiada de Luís Sttau Monteiro (1926-93) e generosamente posta ao serviço da sua lucidez crítica, em tempos de censura – o ignóbil lápis azul – pude acei-tar trinta e tal anos mais tarde este saboroso desafio duplo: o do mergulho retrospetivo numa infância feliz vivida em estereofonia e na atribulada história recente de Portugal que a minha geração só pôde decifrar a posteriori.

[…]

A Guidinha com graça em plena Ditadura no tempo das Conversas em Família, de Marcelo Caetano, do Se Bem Me Lembro, de Vitorino Nemésio, da pasta medicinal Couto, do restaurador Olex, do creme desodorizante Bily, do Cartaz TV, do TV Rural, dos pastéis de bacalhau sem bacalhau, do E a Vida Continua, do folclore popular e tele-visivo, com ou sem Pedro Homem de Mello, do Museu de Cinema mudo com Lopes Ribeiro e António Melo, à voz e ao piano muitos artistas de variedades, outras tantas metáforas do país amordaçado […].

Entre 1969 e 1980, primeiro no suplemento “A Mosca” do Diário de Lisboa, pela mão do “padrinho” Cardoso Pires, depois em O Jornal, pela mão afável de Afonso Praça, graças ao talento de Luís Sttau Monteiro, antes a Guidinha emprestou a sua voz infantil aos que não tinham voz, porque às crianças mais facilmente se perdoa o não terem papas na língua… embora, nessa altura, nem sequer fosse permitido festejar o Dia Mundial da Criança. Depois, quando as vozes se levantaram, e por vezes se confun-diram, a Guidinha em trânsito sobreviveu teimosamente, mostrando que continuava atenta, sem condescendências...

Grata à Guidinha, pois, também porque, pelo caminho, encontrei outros “grilos” desenhados que podiam ser primos dela, o Astérix, a Mafalda, o Calvin, mas só pude reconhecê-los por a ter conhecido tão cedo...

Quase vinte e cinco anos depois da última “Redação da Guidinha”, muitas idiossin-crasias persistem, mas o sentido de oportunidade da partilha mantém-se, para que a Guidinha nos lembre sempre que a amargura e a deceção que os regimes mais ou menos musculados suscitam pode ser transformada de maneira construtiva num

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sarcasmo metódico que aposta em pôr-nos a nu através do ridículo tão temido, quando muitos insistem em gabar-nos os fatos.

Antes e depois, como nas dietas, fora e dentro, como nas viagens... Abrir e fechar os olhos e a boca... Resistir e acreditar, sorrindo!

Helena De Gubernatis, in Luís de Sttau Monteiro – A Guidinha antes e depois, (“Da arte de driblar a Censura”), O Independente, 2004 (adaptado, com introdução de pontuação)

1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., seleciona a única opção que permite

obter uma afirmação correta. Escreve, na folha de respostas, o número de cada item e a

letra que identifica a opção escolhida.

1.1.A autora e a irmã conheceram a Guidinha, na infância,

(A) quando a visitavam pela mão do pai.

(B) quando o pai lhes lia as suas redações.

(C) depois de lerem três vezes as suas redações.

(D) quando aprenderam a ler e a escrever.

1.2. A expressão “Graças à Guidinha […]” (l. 7 ) configura uma modalidade

(A) deôntica.

(B) apreciativa.

(C) epistémica.

(D) com valor de permissão.

1.3. Na linha 8, “onde”, em “[…] onde fui parar em crescida […]”, introduz uma oração

(A)subordinada substantiva relativa sem antecedente.

(B) subordinada substantiva completiva.

(C) coordenada explicativa.

(D) subordinada adjetiva relativa explicativa.

1.4.O segmento “[…] com mestria […]” (ll. 9-10) assume a função sintática de

(A) modificador da frase.

(B) complemento oblíquo.

(C)modificador do grupo verbal.

(D) complemento do adjetivo.

1.5. Em “[…] posta ao serviço da sua lucidez crítica […]” (ll. 10-11), o segmento sublinhado

desempenha a função de

(A) complemento do nome.

(B) modificador restritivo do nome.

(C) modificador apositivo do nome.

(D) complemento oblíquo.

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1.6. Com a expressão “[…] outras tantas metáforas do país amordaçado […]” (ll. 20-21),

o autor pretende

(A) criar a imagem de um Portugal de poetas.

(B)referir a ausência de liberdade de expressão.

(C) explicar a mediocridade cultural do país.

(D)referir-se às prisões políticas da ditadura.

1.7.Nas linhas 33 e 34, o vocábulo “idiossincrasias” significa

(A) atitudes de despotismo.

(B) bandas desenhadas.

(C) atividades culturais.

(D)características peculiares.

2. Responde de forma correta aos itens apresentados.

2.1. Indica o valor da expressão indefinida “[…] numa infância feliz […]” (l. 13).

2.2.Classifica a oração “[…] embora, nessa altura, nem sequer fosse permitido […]” (l. 26).

2.3.Classifica o sujeito de “[…] e por vezes se confundiram […]” (ll. 27-28).

GRUPO III

Lê com atenção o excerto que se segue.

“O nosso problema grande é estarmos convencidos que os problemas deles [dos vizinhos/

dos outros] não nos dizem respeito. A nossa tragédia é acharmos que não temos nada a ver

com isso.”

José Luís Peixoto, “Somos a primeira pessoa do plural”, in revista Visão, 8 a 14 de dezembro de 2011

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas pala-

vras, apresenta uma reflexão sobre o que é afirmado no excerto transcrito relativamente ao

individualismo do ser humano.

Para fundamentar o teu ponto de vista, recorre, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando

cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

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Lê o texto que se segue.

[…] Quando Baltasar entra em casa, ouve o murmúrio que vem da cozinha, é a voz da mãe, a voz de Blimunda, ora uma, ora outra, mal se conhecem e têm tanto para dizer, é a grande, interminável conversa das mulheres, parece coisa nenhuma, isto pen-sam os homens, nem eles imaginam que esta conversa é que segura o mundo na sua órbita, não fosse falarem as mulheres umas com as outras, já os homens teriam perdido o sentido da casa e do planeta, Deite-me a sua bênção, minha mãe, Deus te abençoe, meu filho, não falou Blimunda, não lhe falou Baltasar, apenas se olharam, olharem-se era a casa de ambos.

Há muitos modos de juntar um homem e uma mulher, mas, não sendo isto inven-tário nem vademeco de casamentar, fiquem registados apenas dois deles, e o primeiro é estarem ele e ela perto um do outro, nem te sei nem te conheço, num auto de fé, da banda de fora, claro está, a ver passar os penitentes, e de repente volta-se a mulher para o homem e pergunta, Que nome é o seu, não foi inspiração divina, não perguntou por sua vontade própria, foi ordem mental que lhe veio da própria mãe, a que ia na procis-são, a que tinha visões e revelações, e se, como diz o Santo Ofício, as fingia, não fingiu estas, não, que bem viu e se lhe revelou ser este soldado maneta o homem que haveria de ser de sua filha, e desta maneira os juntou. Outro modo é estarem ele e ela longe um do outro, nem te sei nem te conheço, cada qual em sua corte, ele Lisboa, ela Viena, ele dezanove anos, ela vinte e cinco, e casaram-nos por procuração uns tantos embaixado-res, viram-se primeiro os noivos em retratos favorecidos, ele boa figura e pelescurita, ela roliça e brancaustríaca, e tanto lhes fazia gostarem-se como não, nasceram para casar assim e não doutra maneira, mas ele vai desforrar-se bem, não ela, coitada, que é honesta mulher, incapaz de levantar os olhos para outro homem, o que acontece nos sonhos não conta.

Na guerra de João perdeu a mão Baltasar, na guerra da Inquisição perdeu Blimunda a mãe, nem João ganhou, que feitas as pazes ficámos como dantes, nem ganhou a Inquisição, que por cada feiticeira morta nascem dez, sem contar os machos, que tam-bém não são poucos. Cada qual tem sua contabilidade, seu razão e seu diário, escritura-ram-se os mortos num lado da página, apuram-se os vivos do outro lado, também há modos diferentes de pagar e cobrar o imposto, com o dinheiro do sangue e o sangue do dinheiro, mas há quem prefira a oração, é o caso da rainha, devota parideira que veio ao mundo só para isso, ao todo dará seis filhos, mas de preces contam-se por milhões, agora vai à casa do noviciado da Companhia de Jesus, agora à igreja paroquial de S. Paulo, agora faz a novena de S. Francisco Xavier, agora visita a imagem de Nossa Senhora das Necessidades, agora vai ao convento de S. Bento dos Loios, e vai à igreja paroquial da Encarnação, e vai ao convento da Conceição de Marvila, e vai ao convento de S. Bento da Saúde, e vai visitar a imagem de Nossa Senhora da Luz, e vai à igreja do Corpo Santo, e vai à igreja de Nossa Senhora da Graça, e à igreja de S. Roque, e à igreja

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da Santíssima Trindade, e ao real convento da Madre de Deus, e visita a imagem de Nossa Senhora da Lembrança, e vai à igreja de S. Pedro de Alcântara, e à igreja de Nossa Senhora do Loreto, e ao convento do Bom Sucesso, quando está para sair do paço às suas devoções rufa o tambor e repenica o pífaro, não ela, claro está, que ideia, uma rainha a tamborilar e a repenicar, põem-se em ala os alabardeiros, e estando as ruas sujas, como sempre estão, por mais avisos e decretos que as mandem limpar, vão à frente da rainha os mariolas com umas tábuas largas às costas, sai ela do coche e eles colocam as tábuas no chão, é um corrupio, a rainha a andar sobre as tábuas, os mariolas a levá-las de trás para diante; […]

José Saramago, Memorial do Convento, 50.ª ed., Caminho, 2011

Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem.

1. Identifica as diferentes vozes do texto e delimita os segmentos textuais que lhes

correspondem.

2. Traça o retrato de D. Maria Ana, justificando com elementos textuais.

3. Transcreve dois exemplos de crítica social presentes no texto e comenta-os, de acordo

com a mensagem global da obra.

4. Explicita o sentido da expressão “olharem-se era a casa de ambos” (ll. 7-8), salientando o

valor expressivo da figura de estilo aí utilizada.

B

Atenta no seguinte enunciado:

“No nosso entender, o Memorial do Convento é um romance extremamente peculiar,

onde ocorre […] a reescrita da História na perspetiva de personagens perdedoras nas lutas de

poder ou simplesmente esquecidas e, por isso, apagadas da História.”

Ana Margarida Ramos, “Memorial do Convento” – da leitura à análise, ASA, 1999

Fazendo apelo à tua experiência de leitura, comenta, num texto de oitenta a cento e trinta

palavras, o enunciado acima transcrito, justificando as afirmações aí efetuadas.

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GRUPO II

Lê o texto que se segue.

Tentarei explicar, em breves palavras, as coisas que aprendi com José Saramago, com quem privei somente numa ocasião mas cuja obra, que li de forma anacrónica, intensamente admiro.

A primeira coisa que o escritor me ensinou foi que a solidão é a mais bela matéria narrativa que existe. O diretor desta revista escrevia, no seu blogue, que as personagens de Saramago são humildes, anónimas e colhidas da multidão; eu acrescentaria que são, e também, essencialmente solitárias, embora essa solidão seja magnificamente preen-chida com os “inúmeros” que vivem em nós e de que falava Pessoa. Vejamos: Ricardo Reis, essencialmente só, embora heterónimo; Tertuliano Máximo Afonso, essencial-mente só, embora duplicado; o Sr. José, essencialmente só, colecionando vidas alheias; Jesus de Nazaré, essencialmente só, levado por todos a um cruel martírio. Com a soli-dão das personagens de Saramago – uma solidão repleta de fantasmas, de vozes inespe-radas, de olhos cegos – aprendi a aceitar a solidão universal do Homem, afinal a razão pela qual escrevemos (para a combatermos) e pela qual lemos (entre outras coisas, para não a sentirmos tão presente).

Com os livros de Saramago aprendi também que a literatura não tem geografia. Se é verdade que tem língua (porque o autor escreveu em português) e que essa língua, transformada em linguagem, mudou a nossa perceção do romance no que respeita à forma, abrindo-o a um leque de novíssimas possibilidades formais, é também verdade que, na progressão da sua obra, as personagens começaram a habitar um mundo que não se constitui em lado nenhum e que, contudo, se constitui em toda a parte. Que país habitam os cegos de Ensaio sobre a Cegueira? Que cidade é aquela em que o Sr. José se perde nas cavernas labirínticas da Conservatória em Todos os Nomes? Que lugar per-corre Tertuliano em busca do seu idêntico em O Homem Duplicado? Saramago criou um país chamado literatura e, pela primeira vez, mostrou-nos que não temos de estar em parte alguma para podermos dizer todas as coisas.

Aprendi, ainda, que a voz é o bem mais precioso do escritor. Saramago não apenas criou um mapa ficcional único como o narrou de uma maneira absolutamente inova-dora e inimitável. A sua voz, muito brevemente anunciada em Manual de Pintura e Caligrafia, surge, como num passe de mágica, em Memorial do Convento e jamais o (nos) abandona; é essa a sua maior virtude, é por causa dessa voz – uma das mais fortes de toda a literatura desde que há memória – que, seja em que língua for ou onde nos encontremos, um livro de Saramago é imediatamente discernível do de qualquer outro autor.

Por último, com Saramago aprendi a dizer “não”: aprendi o valor da oposição que tanto tardou a chegar e a fazer tremer o cânone do romance português. “Não”, dizia o Nobel, era a palavra mais importante que se podia dizer; eu concordo.

João Tordo, in revista Ler, julho/agosto de 2010

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1. Para responderes a cada um dos itens de 1.1. a 1.7., seleciona a única opção que permite

obter uma afirmação correta. Escreve, na folha de respostas, o número de cada item e a

letra que identifica a opção escolhida.

1.1. A expressão “da multidão”, em “colhidas da multidão” (l. 6), assume a função sintática de

(A) complemento do nome.

(B) modificador do nome.

(C) complemento do adjetivo.

(D) modificador frásico.

1.2. Na linha 7, a forma verbal “seja” está conjugada no modo conjuntivo porque

(A) se insere numa oração subordinada adverbial.

(B) se segue à conjunção subordinativa concessiva “embora”.

(C)assume obrigatoriamente um valor hipotético.

(D)atualiza uma modalidade deôntica.

1.3.Na linha 22, a expressão “os cegos de Ensaio sobre a Cegueira” desempenha, na ora-

ção em que se integra, a função de

(A)complemento direto.

(B) predicativo do sujeito.

(C)complemento oblíquo.

(D)sujeito.

1.4. No complexo verbal “começaram a habitar” (l. 20), o aspeto verbal de “início” é-lhe

conferido

(A) pela utilização de um complexo verbal.

(B) pelo facto de o verbo inicial estar no pretérito.

(C) pelo recurso a um tempo composto.

(D) pelo recurso a um verbo auxiliar aspetual.

1.5. Na opinião de João Tordo, uma das maiores virtudes dos textos saramaguianos é

(A) o carácter universal das suas histórias.

(B)a natureza fantasista das suas personagens.

(C) o exotismo dos lugares descritos.

(D)a temática tipicamente portuguesa que adotam.

1.6. Na linha 28, o vocábulo “como” estabelece uma relação de

(A)adição.

(B)causa.

(C)comparação.

(D)exemplificação.

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1.7. O autor do texto refere também que outra característica da obra de Saramago é o

facto de

(A)a sua tradução ser complexa, dadas as suas particularidades formais.

(B)depois de traduzida, ser semelhante a muitas outras.

(C)a sua inteligibilidade depender do local onde habitam os seus leitores.

(D) a sua autoria ser facilmente identificável, mesmo quando traduzida.

2. Responde de forma correta aos itens apresentados.

2.1. Indica o antecedente de “cuja” (l. 2).

2.2. Classifica a oração “[…] que a literatura não tem geografia.” (l. 16).

2.3. Indica o tempo e o modo em que está conjugada a forma verbal “for” (l. 32).

GRUPO III

Lê com atenção o texto que se segue:

“Do ponto de vista biológico, a idade ideal para procriar é aos 20 anos […]. Focamos muito

o problema biológico, como se devêssemos culpar as mulheres por terem filhos [quando são]

mais velhas. Há outros interesses nas vidas das mulheres: ver o mundo, a sua carreira –

aquilo que vemos como normal na qualidade de homens.”

Guido Pennings, in “A congelação de ovócitos como seguro de fertilidade” [entrevista de Catarina Gomes], in revista Pública, 15 de janeiro de 2012

Num texto bem estruturado, com um mínimo de duzentas e um máximo de trezentas pala-

vras, apresenta uma reflexão sobre o que é afirmado no excerto transcrito.

Para fundamentar o teu ponto de vista, recorre, no mínimo, a dois argumentos, ilustrando

cada um deles com, pelo menos, um exemplo significativo.

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Propostasderesoluçãodasfichasdeavaliação

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FICHADEAVALIAÇÃO1 Pág. 39

GRUPO I

A

1. Os pronomes pessoais referem-se, provavelmente, à

mulher amada. Sendo o poema uma declaração de amor,

a utilização da 3.ª pessoa foge à declaração tradicional

que, por norma, é dirigida a uma 2.ª pessoa, evidenciando

a impossibilidade que o sujeito poético sente de exprimir

diretamente as suas emoções.

2. As antíteses e trocadihos – “O amor quando se revela, /

Não se sabe revelar” (vv. 1-2), “Quem quer dizer o que

sente / Não sabe o que há de dizer.” (vv. 5-6), “Fala […] /

Cala […]” (vv.7-8), “Já não terei que falar-lhe / Porque lhe

estou a falar…” (vv. 19-20),… – traduzem o desejo do

sujeito poético de revelar o seu amor e a dificuldade que

sente em fazê-lo.

3. O recurso à sinestesia (“ouvir o olhar”) salienta o desejo

do sujeito poético de que a amada pudesse perceber o

seu amor por ela sem que ele tivesse de recorrer às pala-

vras e o fizesse, apenas, através da interpretação do seu

olhar.

4. A última quadra é a justificação da escrita do próprio

poema (“isto”) como solução encontrada pelo sujeito poé-

tico para fazer passar a mensagem à mulher que ama.

B

A resposta deve contemplar os tópicos que a seguir se

enunciam.

Na poesia de Ricardo Reis, são evidentes a influência do

estoicismo e do epicurismo:

– a fruição do momento presente, procurando prazeres

moderados;

– a fuga à dor e a ataraxia;

– a autodisciplina, a abdicação, a recusa de compromis-

sos afetivos e sociais;

– a aceitação calma e serena da ordem das coisas e do

destino;

– a consciência da passagem inexorável do tempo e a

obsessão pela morte;

– …

GRUPO II

1.1. (C) uma possível citação futura.

1.2. (B) habitual.

1.3. (C) substituiu a figura do jornalista.

1.4. (A) “dados em bruto” (l. 19).

1.5. (D) a uma velocidade muito superior à do ser

humano.

1.6. (A) expressivo.

1.7. (D) que enfatiza a ideia de superioridade associada à

máquina.

2.1. Subordinada substantiva completiva.

2.2. Empréstimo.

2.3. Complemento oblíquo.

FICHADEAVALIAÇÃO2 Pág. 43

GRUPO I

A

1. Ambos os textos remetem para a época das Descober-

tas e para os perigos que os navegadores encontraram e

tiveram de ultrapassar, simbolizados pela mesma figura: o

“mostrengo” (em Mensagem) e a “figura” “robusta e

válida, / De disforme e grandíssima estatura” (o Adamas-

tor, n’Os Lusíadas).

2. Trata-se do relato de um episódio (ação) com a pre-

sença de personagens, a descrição das suas figuras e das

suas atitudes, o recurso aos tempos do passado (pretérito

perfeito e imperfeito do indicativo), a ocorrência do dis-

curso direto e respetivos verbos introdutores.

3. Ambas as figuras, que, na realidade são a mesma, têm

um aspeto assustador, a voz sinistra e uma atitude intimi-

dante (texto A: “mostrengo”, (v. 1) “Voou três vezes a

chiar” (v. 4), “imundo e grosso” (v. 13); texto B: est. 39 e

vv.1-6 da est. 40). As palavras proferidas pelas figuras

num e noutro poema corroboram o retrato traçado:

“Quem é que ousou entrar / Nas minhas cavernas que

não desvendo” (vv. 5-6, do texto A); “E navegar meus lon-

gos mares ousas, / Que eu tanto tempo há já que guardo

e tenho” (est. 41, vv. 6-7, do texto B).

4. Quer num quer noutro poema, a reação começa por

ser de medo (texto A: “tremendo” (v. 8), “tremeu, e disse”

(v. 17), “tremer três vezes” (v. 21); texto B: est. 40, vv. 7-8),

transformando-se em coragem (vv. 22-27 do texto A) e

em respeito (est. 49, vv. 3-4, do texto B).

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Propostas de resolução das fichas de avaliação

B

A resposta deve contemplar os tópicos que a seguir se

enunciam.

Os Lusíadas:

– o império geográfico e material;

– a vocação africana de Portugal – espalhar a Fé e o

Império;

– o herói que vence os obstáculos pela bravura e pelas

armas;

Mensagem:

– o império espiritual e intelectual – o Quinto Império;

– a vocação messiânica – propagar o sonho de uma nova

civilização;

– o herói é aquele que se ultrapassa a si próprio em nome

de uma vontade maior;

– …

Grupo II

1.1. (B) ao mesmo campo lexical.

1.2. (C) são normalmente desvalorizados no seu próprio

país.

1.3. (D) se irrita com o valor dos outros e deseja o seu

insucesso.

1.4. (A) possibilidade.

1.5. (C) subordinada adverbial temporal não finita (=

quando saíram).

1.6. (A) da sua conjugação no modo conjuntivo.

1.7. (D) espacial.

2.1. Pronome demonstrativo.

2.2. Subordinada adverbial condicional.

2.3. Sujeito nulo subentendido.

FICHADEAVALIAÇÃO3 Pág. 48

GRUPO I

A

1. Matilde sente “desprezo” e “nojo” e, à medida que a

cena se desenrola, revela ódio e raiva pelo seu interlocu-

tor (Principal Sousa), quando o acusa de traição, de hipo-

crisia e lhe roga uma praga.

2. Estes sentimentos são justificados pelo que Matilde

considera ser o cristianismo hipócrita e falso do Principal

Sousa na medida em que este trai os seus princípios para

ser conivente com um poder terreno arbitrário e impie-

doso: “Judas, que traiu Cristo uma vez, acabou enforcado

numa figueira, mas Vossa Reverência, que O trai todos os

dias, vai acabar entre os seus com todas as honras que

neste Reino se concedem aos hipócritas e se negam aos

justos.” (ll. 6-10)

3. Com estas perguntas, além de expressar o seu ódio

pelo Principal Sousa, a personagem salienta a coragem e

a integridade do general Gomes Freire: “Alguma vez ouviu

praguejar um homem, Reverência? Um homem a sério,

capaz de palmilhar as estradas da Galileia? Capaz de pas-

sar 40 dias no deserto, ou 150 dias metido numa mas-

morra?” (ll. 14-16)

4. Com esta frase, Matilde de Melo pretende evidenciar

que, naquele contexto político, os bons cristãos são con-

denados porque incomodam os falsos “representantes de

Deus”, como o é, na sua opinião, o Principal Sousa.

B

A resposta deve contemplar os tópicos que a seguir se

enunciam.

O tempo da história e o tempo do discurso:

– paralelismo entre as duas épocas;

– a ditadura salazarista, a ausência de liberdade de expres-

são e a censura;

– o teatro (épico) como forma de denúncia e arma política;

– …

GRUPO II

1.1. (B) quando o pai lhes lia as suas redações.

1.2. (B) apreciativa.

1.3. (D) subordinada adjetiva relativa explicativa.

1.4. (C) modificador do grupo verbal.

1.5. (A) complemento do nome.

1.6. (B) referir a ausência de liberdade de expressão.

1.7. (D) características peculiares.

2.1. Valor específico.

2.2. Subordinada adverbial concessiva.

2.3. Sujeito nulo subentendido [“as vozes”].

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FICHADEAVALIAÇÃO4 Pág. 53

GRUPO I

A

1. Para além da voz do narrador, podemos ouvir a voz de

Baltasar (“Deite-me a sua bênção, minha mãe” (l. 6)), da

sua mãe (“Deus te abençoe, meu filho” (ll. 6-7)) e de Bli-

munda (“Que nome é o seu” (l. 13)).

2. D. Maria Ana Josefa tem “vinte e cinco anos”, é “roliça e

brancaustríaca”, é uma mulher “honesta” apesar de os

seus sonhos traírem os seus valores morais (“o que acon-

tece nos sonhos não conta.”). Para além disso, é uma

mulher devota, que faz as suas preces em inúmeros locais

de culto, tal como é exemplificado no texto (ll. 34-41), e

que vive só para cumprir a sua “missão” de rainha: ter

filhos (“rainha, devota parideira, que veio ao mundo só

para isso”).

3. No excerto, criticam-se os casamentos oficiais entre

casas régias, marcados pelo poder regulador da Igreja,

em que as relações amorosas eram substituídas por rela-

ções orientadas para a procriação e em que a mulher tem

apenas o papel de assegurar a sucessão; o estado das

ruas de Lisboa, sempre sujas, espelhando a miséria que

grassava na cidade. Critica-se, ainda, a exploração dos

homens na figura dos “mariolas” que carregam as tábuas

que a rainha há de pisar para não sujar os sapatos nas

suas deslocações.

4. A metáfora utilizada salienta o elevado grau de entendi-

mento de Baltasar e Blimunda, que não precisavam de

falar para comunicarem, sentindo-se, um com o outro,

“como quem está em casa”.

B

A resposta deve contemplar os tópicos que a seguir se

enunciam.

A visão alternativa da verdade histórica através:

– do enaltecimento dos excluídos (esquecidos, mutilados,

pobres,…);

– da crítica ao poder despótico do rei e da Igreja;

– da valorização do ponto de vista dos marginalizados e

proscritos;

– …

GRUPO II

1.1. (C) complemento do adjetivo.

1.2. (B) se segue à conjunção subordinativa concessiva

“embora”.

1.3. (D) sujeito.

1.4. (D) pelo recurso a um verbo auxiliar aspetual.

1.5. (A) o carácter universal das suas histórias.

1.6. (A) adição.

1.7. (D) a sua autoria ser facilmente identificável, mesmo

quando traduzida.

2.1. “José Saramago” (l. 1).

2.2. Subordinada substantiva completiva.

2.3. Futuro do conjuntivo.

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Documento A.Linhas de orientação:1. Distingue, no documento A, factos de opiniões.2. Debate com os teus colegas as opiniões presentes no documento.3. Sintetiza oralmente o resultado do debate: quais são as funções dos exames

nacionais?

Documento B.

Na generalidade, o que importa que os alunos percebam é que de 2010 para 2011 a percentagem de reprovações aumentou quer a Português (de 6% para 10%) quer a Mate-mática (de 13% para 20%).

Documento C.

O cartoon põe em evidência os maus resultados nos exames de Português e de Mate-mática, mostrando de que forma esse facto se pode refletir no futuro dos alunos que não poderão exercer em pleno a sua cidadania já que não entendem sequer o valor dos juros da dívida e não terão as competências necessárias, em língua portuguesa, para poderem con-testar ou dar a sua opinião.

Página 4

Ao falar dos exames nacionais, importa salientar que, no segundo período, os alunos irão realizar Testes Intermédios à disciplina.

Parece-nos ser uma boa prática começar um ano decisivo na vida dos nossos alunos, preparando-os para o que vão encontrar no final do ano, no exame nacional.

No próprio documento enviado pelo GAVE, chama-se a atenção para o facto de este documento dever “ser dado a conhecer aos alunos e com eles analisado, para que fiquem devidamente informados sobre a prova de exame nacional que irão realizar”. (pág. 9)

Os pontos relativos ao “Objeto de avaliação” destinam-se a ser lidos, explicitados e comentados pelo professor e pelos alunos.

Página 6

Nesta página indicam-se as Fichas Informativas do manual em que os alunos poderão adquirir/desenvolver os conhecimentos de Funcionamento da Língua bem como as fichas do Caderno de Atividades onde poderão realizar exercícios sobre os conteúdos indicados.

Começar pelo fimPreparação para o Exame Nacional

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A tira de banda desenhada presente nesta página pode ser pretexto para salientar a importância de começar cedo a preparar os exames e para refletir com os alunos sobre a criação de condições para poderem estudar.

Página 10

A questão do autor do texto, neste Grupo I, tem causado, como todos sabemos, cons-trangimentos nos alunos, que os levam, com frequência, a falharem. De facto, o Programa prevê que se confira centralidade ao texto e, quando isso não é feito, nesta primeira parte do Grupo I, os alunos são frequentemente tentados a “ignorar” o texto e as quatro pergun-tas e a escreverem tudo o que aprenderam, em teoria, sobre o respetivo autor, esquecendo que cada texto tem as suas peculiaridades e que nem sempre estão presentes todas as características estudadas ou aquelas a que se deu mais atenção.

Nesta página e na página 12, salienta-se a importância de ler as perguntas com atenção para se responder exatamente àquilo que se pede. Os alunos tomarão consciência de que, muitas vezes, as suas respostas não são corretas porque não o fizeram. Evidencia-se, em particular, o rigor com que as questões são formuladas, situando o aluno no texto e expli-citando claramente o que se pretende e como: “Identifique duas sensações… citando ele-mentos do texto…”. Para chegarem a bom porto, os alunos terão que praticar este rigor e (re)aprender a descodificar o que lhes é pedido, reconhecendo desde cedo a tipologia de verbos que aparecem nas perguntas. (No final deste Caderno, é apresentada uma listagem de verbos que surgem frequentemente nas perguntas e os respetivos sentidos, que poderá ir sendo completada pelos alunos).

Repare-se, por exemplo, como, nas quatro perguntas do Grupo I, parte A, há uma gra-dação crescente do grau de dificuldade: “Identifique”, “Caracterize”, “Explique”, “Relacione”.

Página 16

Recorde-se que os itens de Funcionamento da Língua incidem sobre “os conteúdos declarativos relativos ao 10.º e 11.º anos, consolidados no 12.º ano.” Em síntese, para res-ponderem com correção às questões deste grupo, os alunos devem ter atualizado todos os conhecimentos de gramática relativos à Língua Portuguesa. As cinco primeiras fichas do Bloco Informativo do manual destinam-se a isso mesmo.

Passamos, agora, a transcrever excertos do relatório sobre os Exames Nacionais de 2010, elaborado pelo GAVE. As dificuldades detetadas nos alunos e as propostas de inter-venção didática poderão ajudar o professor na sua prática letiva.

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Começar pelo fim – Preparação para o Exame Nacional

Propostas de intervenção didática

[…] A análise dos resultados torna evidente que os alunos revelam grandes dificulda-des quando a resolução do item exige mais do que aquilo que está explícito no texto, isto é, quando se exige inferência ou avaliação da informação. O desconhecimento do léxico também interfere na resolução de alguns itens. Estes dados mostram a necessidade de um reforço do trabalho da Leitura, centrado sobretudo em tarefas de grau de dificuldade mais elevado. No que respeita ao Funcionamento da Língua, refira-se que a solicitação do uso de metalinguagem constitui normalmente uma dificuldade acrescida.

Assim, as dificuldades manifestadas pelos alunos evidenciam que:

• no domínio da leitura, para além do desenvolvimento da competência lexical, impor-tará reforçar um trabalho que envolva a realização de inferências e o posicionamento crítico face aos textos lidos;

• no domínio da expressão escrita, preconiza-se a realização de um trabalho sistemático, envolvendo a aprendizagem e o treino de diferentes tipologias textuais, assegurando um crescente domínio das competências envolvidas na planificação, na textualização e na revisão dos textos;

• no domínio do Funcionamento da Língua, será fundamental assegurar o desenvolvi-mento de um trabalho de acordo com a metalinguagem e as orientações metodológi-cas explicitadas no Programa.

(pág. 38)

Conclusão

[…]Um olhar mais específico por disciplina/área disciplinar permite inferir das dimensões

em que parece valer a pena investir:

Literatura Portuguesa, Português (ensino secundário)

• treino de estratégias de leitura inferencial;• promoção do rigor da análise e do posicionamento crítico face aos textos através da

prática de formulação de juízos de leitura pessoais e fundamentados;• explicitação de conhecimento linguístico ao nível da estrutura da frase com recurso a

metalinguagem;• ensino da escrita com explicitação das características das tipologias textuais (nomea-

damente, texto expositivo-argumentativo) e com atividades dirigidas ao trabalho sobre os mecanismos de coerência discursiva e de coesão;

[…](pág. 65)

in Exames Nacionais / Relatório 2010, GAVE, junho de 2011

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Recordamos, por fim, a terminologia a adotar na classificação de itens de instrumentos de avaliação externa, emanada do GAVE, em 2010:

“Nesta informação, apresenta-se a classificação dos itens que integram as provas de exame nacional, as provas de aferição, os testes intermédios e os restantes instrumentos de avaliação da responsabilidade do GAVE. A terminologia adotada é a que constará, dora-vante, nos documentos produzidos pelo Gabinete.

Pretende-se, assim, proporcionar aos alunos/examinandos uma informação mais clara quanto ao tipo de respostas esperadas e, simultaneamente, ajustar a linguagem técnica em uso no Gabinete à terminologia mais comum a nível internacional, com expressão em bibliografia especializada.

Deste modo, já a partir do ano escolar de 2010/2011, a referência a itens de resposta fechada e a itens de resposta aberta é substituída por uma nomenclatura que prevê itens de seleção e itens de construção.

[…]

Item de seleção: o aluno/examinando escolhe a resposta a partir de várias hipóteses dadas no item. Para responder, regista os elementos que identificam a sua seleção (a forma de registar as respostas é explicitada nas instruções dadas nos enunciados das provas).

São exemplos de itens de seleção os itens de:

• escolha múltipla;• associação/correspondência;• ordenação.

Item de construção: o aluno/examinando produz a resposta.

São exemplos de itens de construção os itens de:

• resposta curta;• resposta restrita;• resposta extensa.”

Informação do GAVE para adoção a partir de 2010/2011 (adaptado)

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