UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE FFEEDDEERRAALL DDAA BBAAHHIIAA
FFAACCUULLDDAADDEE DDEE CCOOMMUUNNIICCAAÇÇÃÃOO
Terapia Verde
Uma revista sobre os métodos alternativos de tratamento da saúde
Elma Rios
Salvador Maio de 2002
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Terapia Verde
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UUNNIIVVEERRSSIIDDAADDEE FFEEDDEERRAALL DDAA BBAAHHIIAA
FFAACCUULLDDAADDEE DDEE CCOOMMUUNNIICCAAÇÇÃÃOO
Terapia Verde
Uma revista sobre os métodos alternativos de tratamento da saúde
Memória descritiva e analítica da revista Terapia Verde, apresentada como exigência legal para conclusão do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo.
Professor Orientador: Vera Martins
Aluna: Elma Santana Rios
Salvador Maio de 2002
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AGRADECIMENTOS
A minha família, por estar sempre ao
meu lado; a Vera, por ter me guiado e
acreditado na minha capacidade; aos
meus amigos, pela paciência e a Pablo e
Luana, pela ajuda.
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ÍNDICE
1. Ponto de Partida................................................................................................................05
2. A Escolha do Produto........................................................................................................06
3. Diferencial.........................................................................................................................07
6. Fundamentação Teórica....................................................................................................15
7. Processo.............................................................................................................................26
8. Aprendizado......................................................................................................................29
9. Custos................................................................................................................................31
10. Cronograma.....................................................................................................................32
11. Referências Bibliográficas..............................................................................................33
12. Bibliografia Complementar.............................................................................................34
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1) PONTO DE PARTIDA
Saúde: quem não se preocupa com ela? Esse é o ponto de partida, o gancho da Terapia
Verde. A idéia era fazer algo especializado para um público ainda pouco explorado. Então
surgiu a revista Terapia Verde, um produto informativo sobre os métodos não-
convencionais de tratamento. Ela une o jornalismo impresso especializado com a saúde, um
tema que nunca sai de moda.
A Terapia Verde mostra outras possibilidades de tratamento, às vezes mais baratas e
saudáveis. Não pretende defender ou propagandear nenhuma terapia. Nem entrar em
cheque com a alopatia. Apenas dizer que existem outras maneiras de se tratar a saúde.
Muitas delas reconhecidas cientificamente e mundialmente. Maneiras essas que poucas
vezes são divulgadas pela imprensa.
Uma publicação sobre os métodos não-convencionais de tratamento atende a um grande
número de pessoas. É um incentivo saber que, na última década, o interesse dos baianos
pelas terapias alternativas de tratamento, como acupuntura, yôga e massagens terapêuticas,
cresceu visivelmente. Farmácias naturais, restaurantes macrobióticos, alimentos produzidos
sem agrotóxicos, centros de massagens orientais, lojas esotéricas e dezenas de outros
negócios ligados ao tema explodiram pela cidade.
Milhões de pessoas em todo o mundo recorreram, pelo menos uma vez na vida, a métodos
pouco convencionais de tratamento. Nesse ponto, refiro-me a todas as formas de cura que
não usam remédios alopatas ou cirurgias. Tomar chá de camomila, ao invés de um calmante
industrializado, ou nadar para tratar da coluna e de problemas respiratórios são exemplos de
como esses métodos fazem parte do cotidiano das pessoas.
Pensando nesse público, surgiu a Terapia Verde, uma revista mensal, de tamanho A4 (A3
fechado) e com oito páginas. A Terapia pretende falar sobre a saúde através de um ponto
de vista especial: os métodos não-convencionais de tratamento. Ela pretende fazer isso de
forma clara, porque a Terapia Verde é uma revista jornalística, que quer se firmar como um
veículo de prestação de serviço. O público-alvo é amplo, assim como o assunto a ser
tratados: vai da mãe ao médico, do terapeuta ao idoso.
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A Terapia Verde possui algumas editorias fixas, como a “Receita Saudável”, “Mural
Verde” e “Espaço Zen”. No geral, traz matérias sobre formas de se tratar a saúde que vão
além da medicina alopática, como acupuntura, iridologia (leitura da íris para detectar
doenças), homeopatia, dentre outras. Também tem seções com receitas para alimentação
mais saudável, entrevista com médicos de orientação não-convencional (naturistas, por
exemplo) e estudiosos do tema. Além disso, a revista trará um espaço de comunicação
direta com o leitor e o editorial.
2) A ESCOLHA DO PRODUTO
Desde os primeiros semestres de faculdade, a idéia de fazer uma revista especializada como
projeto de conclusão do curso sempre me cativou. No início, pensava em fazer algo voltado
para a terceira idade. Algo de comportamento com muitas dicas de serviço e reportagens
mais elaboradas. No Brasil, o número de idosos cresce a cada ano. Existem faculdades,
cursos e pacotes de turismo voltados exclusivamente para eles. Seria justo e esperto fazer
um informativo só para os idosos. Mas essa idéia acabou não passando de uma idéia. Nas
bancas da cidade, começaram a circular duas ou três publicações locais feitas para os mais
velhos. A revista Melhor Idade era uma delas e se enquadrava exatamente no meu projeto
editorial. Era mais sensato desistir da idéia e partir para outra.
Na disciplina Temas Especiais em Telejornalismo tive o primeiro contato com o gancho
deste projeto. A disciplina discutiu, em determinado momento, os programas das TVs por
assinatura. Como trabalho de fim de semestre, analisei o programa Alternativa: saúde. O
programa se dedica exclusivamente aos novos métodos de tratamentos alternativos para
cuidar da saúde do corpo e do espírito. É apresentado semanalmente pela atriz Patrícia
Travassos, no GNT – canal da TV paga. As matérias tratam sempre das terapias alternativas
que proporcionam uma vida melhor e o equilíbrio emocional das pessoas. O Alternativa:
saúde já existe há mais de três anos e é exibido em todo Brasil e em Portugal. O sucesso do
programa chamou a minha atenção para a importância dos métodos não-convencionais de
tratamento.
Já no primeiro semestre da faculdade, entrevistei o presidente do Centro Cultural Brasil-
China (CCBC) de Salvador, Ma To Chi, para um trabalho da disciplina Comunicação
Jornalística. Acupuntura, massagem chinesa (Tui Na), aurículoterapia e Tai Chi Chuan são
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algumas das técnicas chinesas que as pessoas podem encontrar no centro. Na época, há
quatro anos, o CCBC atendia a cerca de 30 pessoas por dia. Hoje, são mais de 50. A
maioria das classes A e B. Percebi então a importância que os baianos vêm dando às formas
alternativas de tratamento da saúde. Na Bahia, as práticas alternativas tiveram início com o
médico fitoterapeuta, Fernado Hoisel e com o médico naturista, Áureo Augusto.
Pensando na elaboração do projeto experimental, decidi cursar a disciplina optativa
Jornalismo Especializado para poder analisar e acompanhar o processo de segmentação da
produção jornalística na Bahia. Foi então que me convenci da importância de uma
publicação jornalística especializada para aqueles que utilizam os métodos não-
convencionais de tratamento. Os três grandes jornais da cidade e as outras publicações
locais não atendem a esse público. Existem diversas revistas esotéricas ou ligadas a uma
forma mais natural de tratar o corpo e a mente, mas nenhuma trata jornalisticamente (como
propõe a Terapia Verde) das terapias alternativas. Foi também nesta disciplina que nasceu a
primeira versão da Terapia Verde.
Ainda na faculdade, o Jornal Laboratório da Facom, do qual fiz parte durante dois anos,
possibilitou-me maior contato com a técnica de produção de matérias. Essa experiência
aprimorou o meu texto jornalístico. Além disso, me ensinou a produzir um jornal, ou seja, a
fazer pautas para fotografia, editar matérias e entrar em contato com gráficas, o que foi útil
na elaboração da Terapia Verde.
2) O TEMA
A pesquisa foi fundamental na elaboração deste projeto. Nunca dominei o tema em questão:
as terapias alternativas. Para conhecer e poder fazer a revista recorri a livros, revistas,
jornais, programas de televisão e sites, na Internet. Descobri que as terapias alternativas
constituem uma forte presença na área da saúde nos dias de hoje. Isso é um diferencial
importantíssimo para essa revista. Porém, há pouco mais de uma década, o tratamento
alternativo nos países do Ocidente era um fenômeno mais ligado aos adeptos da
contracultura. Essa situação mudou devido a vários fatores, mas a queda da confiança no
poder curativo da prática médica tradicional é um dos mais importantes. Só nos Estados
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Unidos, as pessoas gastam bilhões de dólares a cada ano com os métodos não-
convencionais.
Segundo o Sindicato Nacional dos Terapeutas Holísticos (Sinte), o número de terapeutas e
de simpatizantes chega a mais de 30 milhões de pessoas no Brasil. Desses, sete milhões são
pacientes da homeopatia. Os profissionais de acupuntura chegam a 25.000 e esse número
cresce a cada ano. A acupuntura é reconhecida como prática médica desde 1995 e está
sendo votado no Congresso Nacional o projeto de regulamentação desta terapia. Pela nova
lei, apenas os médicos, dentistas, veterinários e pessoas com mais de três anos de
experiência podem exercer essa prática. Quem não cumprir esses pré-requisitos terá que
cursar uma faculdade de medicina. A homeopatia, por sua vez, é reconhecida, no Brasil,
como especialidade médica desde 1980 e cerca de 15.000 profissionais estão habilitados a
exercê-la. A Inglaterra, por exemplo, é conhecida pelo espaço que dá à chamada medicina
alternativa, incluída no sistema público de saúde.
Segundo a matéria de capa “Um novo caminho”, publicada na revista Isto É (03/04/2000)
as terapias alternativas complementam cada vez mais o tratamento convencional contra o
câncer e melhoram a qualidade de vida dos que lutam para vencer a doença. A matéria
ainda mostra que, no Brasil, a primeira fase de uma pesquisa feita entre 1998 e 1999 com
três mil pacientes do Hospital A. C. Camargo, em São Paulo - maior referência em câncer
no país - revelou que 48% dos entrevistados usam pelo menos um outro tipo de terapia em
conjunto com a quimioterapia. Segundo a pesquisa, esse fato acontece, porque o paciente
sente que a terapia alternativa lhe dá maior controle sobre o tratamento e uma melhor
qualidade de vida.
De acordo com a reportagem “A medicina doente”, publicada na revista Superinteressante
(maio de 2001), a atração das pessoas pelo tema se dá, em parte, pela falência da medicina
tradicional. Um conjunto de distorções abala a confiança nos médicos e expõe uma crise
que atinge a medicina. Mortes provocadas por remédios que deveriam curar, exames e
cirurgias caros e desnecessários, tratamento desumano de pacientes etc. É fato que a
medicina convencional, baseada na alopatia, no combate aos sintomas e em intervenções
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de modo geral agressivas ao organismo do paciente, está aos poucos perdendo a sua
posição hegemônica nos países ocidentais.
A medicina convencional passou a dividir espaço com a homeopatia, a acupuntura, a yôga,
a meditação e dezenas de outras práticas terapêuticas não-invasivas, quase todas de origem
oriental. Chame-se a isso de medicina alternativa ou complementar, integrativa,
naturopática ou holística. A verdade é que algo está mudando numa área vital para as
pessoas: a manutenção da saúde. Mais suaves e nada invasivas, o certo é que as terapias
alternativas roubam clientes da medicina oficial.
Porém, quando se fala em terapia alternativa no Brasil, é preciso esclarecer que se trata, na
maioria dos casos, de práticas proibidas pelo Conselho Federal de Medicina. A matéria
“Promessa de Milagre”, publicada na revista Veja (01/05/2002) chama a atenção para os
riscos das terapias alternativas. De acordo com a reportagem, há centenas de tratamentos
(cerca de 800 modalidades em todo o mundo). A maioria nada resolve. Pelo contrário: elas
podem mascarar sintomas de problemas graves. Para a revista, as terapias alternativas
podem ser úteis na complementação ao tratamento convencional. Por isso, é importante
que uma publicação, como a Terapia Verde, consiga separar as verdades (sim, elas
existem) de mentiras no imenso leque que constitui essa área.
Segundo a reportagem, estima-se que quatro milhões de brasileiros lancem mão de alguma
forma de terapia alternativa para tratar doenças. A Associação Brasileira de Medicina
Complementar calcula que existam cerca de 50 mil terapeutas alternativos em atividade no
país. Para a revista Veja, esse é um filão que cresce em torno de 20% ao ano em todo o
mundo. No Brasil, presume-se que o mercado de terapias alternativas movimente
aproximadamente 500 milhões de dólares anualmente. Ainda uma migalha em comparação
ao que ocorre nos Estados Unidos, onde perto de 60 milhões de pessoas engrossam um
mercado de 30 bilhões de dólares. Ainda segundo a reportagem “Promessa de Milagre”,
existe, no Brasil, três vezes mais massagistas corporais, que garantem dar fim a dores de
coluna, que ortopedistas. Para a revista, a explosão da medicina alternativa se deve a
diversos aspectos. Um dos mais contundentes é o ceticismo dos pacientes em relação à
medicina convencional.
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Juntamente com o interesse do público pelo tratamento alternativo, aumentaram as
informações existentes sobre o tema. “O livro de medicina alternativa típico é radical,
apresentando os tratamentos alternativos em uma linguagem entusiasmada e criticando os
tratamentos convencionais como sendo mais uma fonte de doença do que de saúde”
(Bratman, 1998, p. 1). O médico norte-americano Steven Bratman é defensor tanto da
medicina convencional quanto da medicina alternativa. Tem formação em shiatsu,
medicina chinesa e fitoterapia e dirige uma clínica que adota diversos tipos de terapias
alternativas. De acordo com ele, esse radicalismo também é comum nas publicações
existentes sobre medicina alternativa. Os sites, revistas, jornais e programas televisivos
tratam os métodos não-convencionais como se fossem verdades absolutas. O programa
Alternativa: saúde (do canal GNT), por exemplo, fez uma matéria há alguns anos sobre
umas pílulas que prometiam curar o câncer. Eles entrevistaram a dona da idéia e pessoas
que juravam ter sido curadas por elas. Alguns meses depois, foi apresentado um Globo
Repórter sobre as terapias não-convencionais. O programa mostrou que as mesmas pílulas
eram falsas.
A medicina alternativa oferece tantas opções que pode ficar complicado defini-la. Os que
defendem sua prática definem a medicina alternativa, às vezes, de forma romântica. Eles
gostariam de acreditar que ela ajuda o corpo a curar-se e evita doenças antes que apareçam.
Porém, “é fato sabido na medicina alternativa que muitos pacientes não melhoram”
(Bratman, 1998, p. 31). Os médicos convencionais, por outro lado, tendem a descrevê-la
como um conjunto de práticas infundadas e sem nenhum valor científico. Para o doutor
Bratman (1998, p. 4) “a medicina alternativa é uma série de técnicas, filosofias e cultura de
curas não-convencionais”.
A gama de opções oferecidas pelas práticas alternativas também confunde as pessoas.
Acupuntura, Homeopatia, Fitoterapia, Massoterapia, Tui-Na, Reflexologia, Quiropraxia,
Yôga, Iridologia, Cromoterapia, Aromaterapia, Musicoterapia, Florais de Bach etc. Entre
tantas opções fica difícil escolher o método certo para determinado problema. Muitas
dessas práticas compartilham o rótulo de medicina alternativa apenas por não serem
adotadas pelos médicos convencionais. Mas é fácil distinguir um profissional competente:
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a maioria dos profissionais das terapias alternativas é inspirada por três metas: oferecer
tratamento que seja natural, holístico e que promova o bem-estar.
O desejo de tratamento natural “é uma tentativa de trazer de volta o simples, o original e o
puro” (Bratman, 1998, p. 6). Alguns profissionais da medicina e da terapia natural
preferem usar ervas em vez de medicamentos. Esse é um dos pontos conflitantes com o
médico convencional que não acredita na cura através das substâncias “naturais”. Já o
holismo é um dos principais ideais da medicina alternativa. Este princípio faz com que o
profissional alternativo veja o paciente como seres humanos inteiros. Mais uma vez, bem
diferente da medicina convencional que tem uma forte tendência à especialização. O
médico Celso Batello fala sobre isso num artigo que escreveu para o Informativo da
Associação Paulista de Homeopatia - APH - (no. 46, 1996): “Para a homeopatia, não
existem doenças e sim indivíduos doentes. Desta maneira, para se medicar um paciente
(...), leva-se em conta mais que o diagnóstico clínico. É preciso considerar (...) a sua
individualidade. Leva-se sempre em conta o aspecto mais global do paciente. (...) A
homeopatia trata o indivíduo física, psíquica e mentalmente. (...) Os gregos antigos
preconizavam o Holismo (inteiro), teoria na qual o universo deve ser visto não como partes
separadas, mas como algo global. Este modo de conceber o universo e o homem, ditado
por Platão, prevaleceu até o aparecimento da visão dos contrários (Enanthiose). Tal
raciocínio, como não poderia deixar de ser, tomou conta da Medicina, que hoje vê o
homem de forma fragmentada”. Porém, o ser humano é tão complexo que, às vezes, não há
um método que consiga abarcá-lo como um todo.
O terceiro ideal da medicina alternativa é a promoção do bem-estar. Enquanto parte dos
medicamentos causa diversos efeitos colaterais, como mal-estar, sonolência e dor de
cabeça, os efeitos do tratamento alternativo são em geral o oposto. Muitos pacientes aliam
a medicina convencional a uma prática alternativa para diminuir os efeitos negativos dos
tratamentos convencionais. Exemplo disso é que, de acordo com a revista Isto É,
renomados centros de Oncologia, como o MD Anderson Cancer Center (Houston, Texas),
- um dos maiores centros americano de tratamento de câncer - começou a adotar as terapias
não-convencionais (tai chi chuan, acupuntura, massagem, meditação e outras técnicas)
juntamente com a quimioterapia. No Brasil, o Day Care Center de São Paulo é um dos
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pioneiros a divulgar esse conceito de medicina integrativa para o câncer no país. Entre os
métodos não-convencionais, a acupuntura e a meditação são os mais aceitos pela
comunidade médica. Embora ainda não se conheça seu verdadeiro mecanismo de ação, a
acupuntura estimula o sistema de defesa do corpo, diminui efeitos colaterais da
quimioterapia, como náuseas, e alivia a dor. A meditação, por sua vez, ajuda a poupar o
organismo porque provoca um alto nível de relaxamento – cerca de seis vezes superior ao
do sono – e diminui a produção de cortisol, hormônio relacionado ao stress.
A medicina alternativa também acredita no vitalismo, ou seja, na existência de uma
“energia vital”. Para os médicos convencionais, o corpo é uma máquina complexa. A
pesquisadora em História da Química e da Alquimia, Ana Maria Goldfarb, fala sobre essa
questão em entrevista (no. 38, 1995) para o informativo da APH: “A experiência clássica
de Descartes, tentando comparar o coração a uma bomba, é uma imagem que muitos
médicos usam até hoje. Mas se ele soubesse que a partir dela chegou-se a um modelo de
circulação completamente equivocado, talvez eles não a usassem”. Para os terapeutas
alternativos, a cura consiste não em combater doenças, mas em ajudar a força vital a
realizar a sua tarefa.
Além de ter três ideais, a medicina alternativa divide-se em duas categorias. Os métodos
semicientíficos são fundamentados por um certo grau de análise científica. Os usos de
extratos fitoterápicos, vitaminas e suplementos naturais exemplificam estes métodos. A
acupuntura e massagem são exemplos das artes curativas que oferecem um toque humano
onde a medicina é dominada por substâncias químicas e máquinas. “Os médicos são
basicamente técnicos inteligentes e, se o campo continuar no atual rumo, podem logo ser
substituíveis (em grande parte) pelos computadores” (Bratman, 1998, p. 19).
“É normal que as pessoas busquem auxílio nessas técnicas por desespero. Mas sou contra a
mistificação. É mentira dizer que algumas gotinhas, chazinhos ou agulhinhas salvam. Já vi
pacientes que tinham um tumor operável, mas preferiram usar a terapia alternativa e
acabaram morrendo. Estou cansado de ver isso acontecer e ninguém ser punido”, afirma o
conceituado oncologista Dráuzio Varella e autor do livro Estação Carandiru, em entrevista
à revista Isto É. Para que isso seja evitado, o médico Steven Bratman recomenda a
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avaliação de um possível profissional para certificar-se de que este realmente presta atenção
aos resultados. A matéria da Isto É (03/04/2000) também chama a atenção para esse fato:
“Um método de cura para o câncer criado há três anos na Itália pelo médico Luigi Di Bella
ilustra o que a divulgação irresponsável de tratamentos “milagrosos” pode fazer com a
ajuda da mídia. Batizado de “Di Bella”, o método se propunha a curar o câncer com uma
mistura de vitaminas e hormônios, ao preço aproximado de US$ 5 mil por mês. Trouxe
muitas falsas esperanças. Não tinha comprovação científica. Como conseqüência, milhares
de pacientes foram atrás do método que, tempos mais tarde, mostrou-se ineficaz”.
Uma característica dos médicos alternativos é que eles são em geral mais idealistas e
românticos do que os convencionais. Às vezes, “isso pode levar a uma espécie de fé
religiosa na eficácia do tratamento e à criação de visões extremistas” (Bratman, 1998, p.
14).
Publicações sobre o assunto: Boa parte dos mais de sete mil sites (em português) sobre
terapias alternativas encontrados através do Google tem essa postura de extremo idealismo
e, às vezes, de descompromisso com o público. Geralmente, falam de forma superficial
sobre alimentos naturais, florais, acupuntura, massagens, banhos relaxantes etc. O site
Syntonia Alternativa (www.syntonia.com), por exemplo, ao mesmo tempo em que trata das
terapias holísticas (explicando cada terapia), também têm links para Astrologia,
Numerologia e Tarô.
Na maioria das vezes, os sites explicam, mas não trazem nenhuma novidade (notícia) sobre
os métodos alternativos de tratamento. Outros sites, como o Recanto Saudável
(www.conex.com.br/user/acissm/alternativas.htm), prometem elixires florais para parar de
fumar e exaltam a folha da babosa. O problema é que os médicos garantem que a babosa
pode ser mortal se usada internamente. Fato que a publicação ignora por uma questão de
falha jornalística.
Um outro ponto observado em revistas de circulação nacional, como Viva Feliz e Forma
Física, é que elas falam da questão da saúde em geral. Não tratam exclusivamente das
terapias não-convencionais, como é proposto pela Terapia Verde. No caso da primeira, fala
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também de religião, de como ser feliz no trabalho, na família e no sexo. A revista tem
algumas seções muito úteis para o público, como dicas de livros, produtos, alimentação etc.
Já a Forma Física está mais ligada à beleza da mulher. Ao mesmo tempo em que fala de
dietas e de exercícios físicos, tem uma seção que trata dos métodos não-convencionais.
Outra revista parecida com o perfil editorial da Terapia Verde é a Bom Astral. Em algumas
edições, traz matérias sobre as terapias alternativas. Porém, os métodos não-convencionais
de tratamento não são o gancho desta publicação. Basicamente, a Bom Astral traz dicas
para acabar com as energias negativas que rodeiam o lar e o corpo. Por isso mesmo, o texto
da revista é peculiar: as matérias são curtas e trazem muitas dicas práticas. A Bom Astral
tem periodicidade bimestral. É feita em São Paulo e tem circulação nacional. Ponto
positivo: a diagramação é leve e a revista é feita por jornalistas.
Esse não é o caso do jornal Alquimista, uma publicação local. Os textos são feitos por
especialistas, como professores de dança do ventre, médicos e terapeutas. Por isso mesmo,
são textos fracos e, muitas vezes, truncados. Ao final de cada um deles, nome e telefone de
contato do profissional que o escreveu. Detalhe: o expediente explica que o jornal “não se
responsabiliza por conceitos emitidos em entrevistas, depoimentos, matérias assinadas e
anúncios”.
Um fato importante: o Alquimista tem doze páginas e 56 anúncios (quase cinco por página).
Dentre eles, propagandas de lojas esotéricas, travesseiros medicinais, restaurantes naturais,
farmácias homeopáticas, clínicas de medicina holística, agências de turismo especializadas
em viagens a lugares “mágicos e excêntricos” e livrarias holísticas. Todos eles são
possíveis anunciantes da Terapia Verde. Pontos negativos: além dos textos que não se
enquadram no perfil jornalístico, a diagramação torna a leitura praticamente impossível.
Já o Folha Equilíbrio (do jornal A Folha de São Paulo) trata da qualidade de vida de um
ponto de vista novo: ele mostra como melhorar o cotidiano sem se estressar. O encarte é
semanal e, quase sempre, traz reportagens mais elaboradas e novidades sobre as terapias
alternativas. O Folha Equilíbrio baseia-se no seguinte tripé: a saúde do corpo, da mente e
do meio ambiente. O cardápio do caderno tem um pouco de tudo do cotidiano do leitor:
saúde (tratada do ponto de vista preventivo), ginástica, estética pessoal, relacionamentos e
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Terapia Verde
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terapias, algumas que já foram alternativas e hoje se tornaram complementares, como a
meditação e a massagem. Segundo o próprio encarte, o público-alvo é amplo como os
assuntos a serem tratados: vai do executivo ao idoso, da grávida ao adolescente. A
diagramação é leve e colorida: tem em média 20 páginas em formato tablóide. Os textos
são curtos, mas completos. É bastante interativo, com seções de correio e perguntas. Traz
muitas notas, boxes e ilustrações. Tudo isso, para facilitar o entendimento.
Nas TVs pagas, é fácil encontrar programas sobre as terapias alternativas. Um dos mais
conhecidos é o Alternativa: saúde (do GNT). Além desse, o canal Discovery Health é um
prato cheio para quem se interessa pelo assunto. Na grade de programação, existem pelo
menos quatro programas voltados para os métodos não-convencionais. São eles: Medicina
Alternativa, Alternativas da Medicina, A Cozinha de Christina: comida integral e Bem-
Estar em Foco. Este último tem um lema simples: não importa qual o problema de saúde,
existe em algum lugar, uma terapia alternativa que pode ser a solução. Desde dores de
cabeça e sintomas de tensão pré-menstrual, até esclerose múltipla e câncer de pele, médicos
de todas as partes do mundo dedicam suas vidas à missão de encontrar a cura perfeita para
ajudar os pacientes a alcançarem saúde total, que abrange mente, corpo e espírito. Bem
Estar em Foco introduz os telespectadores às terapias alternativas, incluindo mesas sonoras,
natação com golfinhos, reflexologia, método Feldenkrais, canto de mantras, cura pelo
toque, terapia musical, massagem watsu, dentre outros. O ponto negativo dos programas do
Discovery Health é o fato de eles serem gravados em várias partes do mundo. Uma
realidade diferente e distante da dos baianos.
A conclusão foi rápida: as terapias alternativas são um fenômeno em expansão no mundo
ocidental. É um campo complexo que em geral é tratado de forma superficial pelas
publicações que falam sobre o tema. A maioria parece não se preocupar em estudar os
aspectos da saúde. Só o embasamento teórico permite fazer críticas construtivas à medicina
como um todo.
6) FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA – O MEIO
“Jornalismo, independentemente de qualquer definição acadêmica, é uma fascinante
batalha pela conquista das mentes e corações de seus alvos: leitores, telespectadores ou
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Terapia Verde
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ouvintes. Uma batalha geralmente sutil e que usa uma arma de aparência extremamente
inofensiva: a palavra (...)”, (Rossi, 1988, p. 7).
Como já foi dito, a Terapia Verde será uma tentativa de jornalismo especializado sobre os
métodos alternativos de tratamento da saúde. Mas, por que uma revista impressa? Alguns
fatores foram decisivos na escolha do formato da Terapia Verde. Em primeiro lugar, a
escolha está no modo como o conteúdo é estruturado numa revista. Esse tipo de publicação
permite o uso de reportagens mais elaboradas, como propõe a Terapia. As versões on-line,
por exemplo, apesar do descompromisso com o tamanho, não suportam textos grandes
(pela inconveniência da leitura). Além disso, a atualização tem que ser constante, o que,
praticamente, impossibilita o processo de pesquisa e apuração.
A imprensa no Brasil: Segundo Juarez Bahia, a imprensa brasileira pode ser dividida em
três fases: a inicial (1808-1880); a fase de consolidação (1880-1930) e a fase moderna, que
começa a partir de 1930. A maioria dos jornais do primeiro período da imprensa brasileira
era noticioso, político e vigoroso. Eles analisavam os problemas do Brasil e defendiam a
emancipação do país.
Ainda de acordo com Bahia, a chegada da imprensa marca o momento em que o país deixa
de ser colônia para ser a sede do próprio governo metropolitano. Durante todo período
colonial, o regime de Portugal asfixiou a manifestação do pensamento por meio da palavra
impressa. Porém, o ano de 1821 foi importante para instituição da imprensa brasileira,
porque assinala a inauguração da liberdade de manifestação do pensamento crítico. Neste
ano foi decretado o fim da censura a toda matéria escrita. Na imprensa, o jornalismo
político ganhou projeção, multiplicando-se em centenas de jornais por todo o Brasil.
A partir de 1880, segundo o jornalista Juarez Bahia, a imprensa se consolida, quando o
jornal toma característica de empresa. “Uma imprensa mais consciente é chamada a ocupar
lugar fundamental na vida pública do País (...) Compreendem os editores que o âmbito
restrito estabelecido pelo jornalismo sem muitas pretensões, mais literário e mais político,
não atende às novas necessidades da sociedade brasileira, que vai conhecendo os avanços
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Terapia Verde
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das comunicações e vai se capacitando da função de jornalismo como veículo de massas”
(Bahia, 1972, p. 45).
Porém, em 1929, a tiragem registrada pelos periódicos brasileiros ainda era irregular e
modesta. Os grandes jornais não vendiam mais que 50 mil exemplares por dia e esgotavam-
se na periferia dos centros urbanos, chegando com atraso ao interior. Depois de 1930,
estrutura-se a cadeia jornalística brasileira, com os Diários e Emissoras Associados,
reunindo mais de 30 jornais, revistas, emissoras de rádio e de televisão e uma agência de
notícias. Essa expansão observada a partir de 1930 se deve a fatores econômicos, políticos e
culturais. “O jornalismo já entrara numa faixa de operação industrial, abandonando a
projeção boêmia, ativista, idealista da primeira fase. O jornal-mito, identificado com a visão
individualista de seu proprietário (...) cede lugar ao jornal empresa” (Bahia, 1972, p. 68).
O jornalismo especializado: As publicações especializadas também são bastante antigas.
Pouco depois da inauguração da Imprensa Régia, já existiam no Brasil gazetas dedicadas às
artes, à indústria, ao comércio e à agricultura. Porém, um longo processo histórico foi
necessário para a definição industrial, a suficiência e a revelação, como empresa, de uma
imprensa especializada. Esta imprensa é destinada a determinadas faixas de consumo, de
certos públicos e de assuntos específicos e se destacou no processo da informação. A
especialização do jornalismo acompanha especializações em outros campos da atividade
humana, como a própria especialização do trabalho.
Com o desenvolvimento das comunicações sociais ampliam-se as áreas do jornalismo
especializado. De acordo com Juarez Bahia, surgiram “os jornais para o comércio, a
agricultura, a indústria, as letras e as artes, os esportes. Depois, os que se faziam de porta-
vozes de minorias raciais (...) E a seguir, toda uma variada e complexa informação
especializada a cobrir as faixas mais importantes, como o jornalismo econômico, o
jornalismo de empresa, o jornalismo agrícola, o jornalismo científico, o jornalismo técnico,
o jornalismo técnico-industrial (...)” (Bahia, 1972, p. 104). O jornalismo esportivo é uma
das formas mais influentes de jornalismo especializado em todo o mundo. Esse jornalismo
esportivo impresso encontra um suporte de penetração cada vez maior no rádio e na
televisão. Porém, das formas de jornalismo especializado existentes no Brasil, as mais
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Terapia Verde
18
importantes e de maior significado em números são o jornalismo de empresa (house-organ)
e o jornalismo técnico-industrial.
O suplemento em caderno especial é um recurso de veiculação que o jornal de informação
geral utiliza para difundir a informação especializada. O Jornal do Brasil, por exemplo,
edita um caderno sobre cultura (Caderno B). Na Bahia, o jornal A Tarde possui cadernos de
turismo, de informática, rural, de automóveis etc. O jornal Folha de São Paulo publica,
além destes, um caderno para adolescentes. “Essa formas de jornalismo absorvem
experiências, tentativas e resultados da aplicação de novas tecnologias na educação, na
indústria, nos negócios. A especialização, assim, atinge outros meios, além do jornal e da
revista, identificando-se mais com as mudanças sociais” (Bahia, 1972, p. 106). Essa
especialização dos veículos fez com que surgisse a reportagem técnica, uma cobertura
especializada e destinada a leitores específicos.
As seções especializadas dos jornais também podem ser apontadas como a origem de
veículos especializados, cujos assuntos, deslocando-se da informação geral para a
informação específica, conquistaram autonomia com essa fórmula de veiculação. Assim,
tornaram-se comuns as seções de imóveis, turismo, automóveis. No jornal moderno, as
seções atendem basicamente a circunstâncias de mercado, a modismos e a interesses
publicitários. Cinema, Televisão, Teatro, Restaurantes, Shows, histórias em quadrinhos e
outros representam o que Juarez Bahia chama de Variedades. Nesta seção o jornal
desenvolve a sua função de entretenimento. Através das Variedades, também nasceram os
veículos especializados. “Com o impacto do rádio, do cinema e da televisão o jornal
intensificou no seu esquema de notícias a cobertura de espetáculos, ampliando suas
Variedades, conjugando a atração da vida privada dos astros e estrelas com receitas de
pratos, palavras cruzadas e comics” (Bahia, 1972, p. 195).
A partir dos anos 50, o Brasil ingressa na idade da cultura de massas com uma participação
cada vez maior. Levantamento da UNESCO, em 1966, oferece um balanço de 264 jornais
diários, somando uma tiragem de quatro milhões de exemplares. Hoje, esse número é bem
maior. Entretanto, a tiragem dos grandes jornais não passa de 200 mil exemplares diários.
No site de procura Google, na Internet, ao digitar a palavra “revista” (para procura apenas
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Terapia Verde
19
em português) aparecem 475 mil resultados. Para “jornal”, são mais 619 mil. Dentre estes,
estão publicações apenas de caráter on-line e outras especializadas, como jornais para
condomínios, jornais de poesia, matemática, jornais religiosos, de gastronomia, dança etc.
Porém “o analfabetismo tem sido, historicamente, um dos fatores que impedem o progresso
da imprensa no Brasil” (Bahia, 1972, p. 93). De acordo com o censo demográfico de 2000,
há, no Brasil, 115.246.769 pessoas, com mais de dez anos de idade, alfabetizadas. Levando-
se em conta que existem mais de 137 milhões de pessoas nessa mesma faixa etária (maiores
de dez anos de idade), cerca de 21% da população brasileira é analfabeta.
Vantagens e Desvantagens do impresso: A necessidade da leitura é uma das
desvantagens da imprensa diante do rádio e da televisão. É por isso, que “nos países e
regiões de baixo nível econômico e, conseqüentemente, de baixo nível cultural, a imprensa
assume o papel de um meio de comunicação de elite, se comparado aos outros meios de
comunicação social” (Melo apud Erbolato, 1991, p. 29). A televisão e o rádio acabam
atingindo camadas mais vastas da população e chega até aos analfabetos, público sem
acesso a livros e jornais. Além dessa, há outras desvantagens do jornal em relação à TV.
“Sobre a imprensa, a televisão apresenta vantagens inigualáveis: é contemporânea do fato;
ao invés de simplesmente dizer que tal fato ocorreu de tal maneira, pode mostrá-lo em toda
a sua integridade (...) atinge a mais sentidos que a mensagem escrita, mobilizando a audição
e a visão do telespectador. É cômoda (...). Dentre suas inúmeras páginas, de tamanho
geralmente incômodo, de manuseio desconfortável, o leitor terá de localizar a matéria de
seu interesse e conseguir tempo para lê-la. A televisão, ao contrário, poderá ser vista e
ouvida enquanto se faz a barba, ao vestir-se (...)” (Vieira apud Erbolato, 1991, p. 28).
Apesar disso, o impresso possui alguns pontos positivos que a TV não pode alcançar. A
notícia televisiva tem que ser compreendida na ocasião em que é transmitida. O jornal e a
revista, por sua vez, permitem o “voltar atrás” para rever determinada informação e
averiguar certos dados. “O jornal permite a consulta permanente e a recuperação da
informação; a linguagem escrita está fixada (...) A televisão mostra o fato com um poder de
síntese extraordinário, mas sem capacidade de aprofundamento” (Vieira apud Erbolato,
1991, p. 29). Essa possibilidade de aprimoramento pretende ser atingida pela Terapia
Verde.
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Terapia Verde
20
Além disso, a notícia escrita produz um efeito muito maior nas pessoas. “As características
produtivas dos noticiários televisivos não permitem, portanto, uma eficácia cognitiva
duradoura, ao passo que a informação escrita possui ainda a capacidade de assinalar a
importância dos problemas apresentados” (Wolf, 1979, p. 131). Wolf completa: “a
televisão parece ser menos influente do que a informação escrita” (Wolf, 1979, p. 133).
Juarez Bahia também concorda com a superficialidade da televisão quando diz que uma das
vantagens do jornal “é a capacidade de explicar o acontecimento, esmiuçá-lo e torná-lo
permanente aos olhos do leitor, numa dimensão que responde ao porquê e ao como da
natureza das coisas. Essa vantagem do impresso é uma desvantagem para a TV, que apesar
de sua flexibilidade e mobilidade, não ultrapassa os limites do que está diante das câmeras”
(Bahia, 1972, p. 156).
No caso do jornalismo impresso e diário, um dos problemas é o dilema da seleção versus
quantidade. O furo é considerado a base do jornalismo e este, de acordo com Alberto Dines,
já não existe. “A busca do furo foi, em certa fase, a essência do jornalismo e, em outra, a
sua caricatura. Hoje, em plena era da informação e da comunicação, o conceito de furo não
pode ser considerado como essencial. É evidente que a procura incessante do novo é vital,
mas é impossível a um jornal levantar todos os fatos novos” (Dines, 1974, p. 92).
A notícia é, sem dúvida, a base do jornal e uma de suas características é a rapidez e a
atualidade. “A notícia, para ser completa, deve ter, ainda, clareza e interpretação (...) A
interpretação, contudo, não deve ser confundida com a opinião. A natureza interpretativa
das notícias se concilia com algumas palavras ou dados adicionais, que fazem a informação
mais explícita e mais responsável” (Bahia, 1972, p. 176). Seja no jornal, na televisão ou no
rádio, a grande notícia (a reportagem) ocupa o primeiro lugar nas informações difundidas.
Esta grande cobertura imprime movimento, interesse, vibração, emotividade e novidade ao
jornalismo atual. Apresenta os fatos com ritmo, clareza e rapidez, atualizando a informação.
A reportagem: A Terapia Verde pretende trazer textos mais elaborados. O meio
impresso permite o aprofundamento das matérias. Ele tem a capacidade correlacionar temas
e ampliar o enfoque das matérias pautadas. Isso tudo através da reportagem, que tem maior
espaço nas revistas. Por ser uma publicação mensal, as matérias factuais nem sempre
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Terapia Verde
21
poderão aparecer. Porém, assuntos “quentes”, que geralmente são tratados em forma de
notícias, podem pautar a Terapia. Os fatos podem ser ampliados e um ângulo diferente se
transforma numa reportagem elaborada e informativa.
Segundo Erbolato, as reportagens surgiram, justamente, nessa luta dos jornais impressos
contra o jornalismo falado. “As notícias, que eram superficiais, limitando-se a narrar os
acontecimentos, sofreram alterações em sua estrutura (...). Hoje, novos esquemas são
adotados. O recurso foi o de dar ao leitor reportagens que sejam complemento do que foi
ouvido no rádio e na televisão” (Erbolato, 1991, p. 30).
O jornalista francês Jean-Dominique Boucher acredita que a reportagem esclarece o
acontecimento e permite ir além dos fatos em bruto. “Sob um ângulo diferente, se possível
original, ela personaliza a informação. Restitui-a de uma forma diferente. Dá-lhe vida. (...).
Não é uma ‘crônica da moda’ e também não constitui um acessório da informação. É
informação” (Boucher, s/d, p. 9). Para Boucher, a reportagem tem algumas funções. Ela
deve informar de maneira diferente. Tornar mais compreensível um fato. Diversificar as
formas de tratamento da informação (não existe somente o relato) e aproximar o leitor da
informação. Nesse ponto, Jean-Dominique Boucher acredita que a reportagem faz apelo à
afetividade do leitor. “O seu papel, mesmo a propósito de uma informação já conhecida, é
trazer a surpresa, o inesperado, a novidade” (Boucher, s/d, p. 10).
“O objetivo da reportagem é, portanto, fazer ver, ouvir, sentir, experimentar. Fazer viver.
Como se o leitor lá estivesse”, (Boucher, s/d, p. 12). Para Boucher, a reportagem é como
um espetáculo e deve ser construída a partir de regras dramáticas, com um início, um
desenvolvimento e um desfecho. Porém, vale ressaltar a importância do compromisso com
a verdade dos fatos. A maneira como a matéria é feita não pode ser confundida com a
prática tão comum atualmente de se “espetacularizar” os assuntos para que assim virem
notícias, muitas vezes através da distorção da informação.
Para fazer uma reportagem, não é necessário exagerar. “A sobriedade é regra (...). Não
necessita de uma profusão de adjetivos. Não há que dizer se o espetáculo era belo ou
trágico. Há que o relatar. Os leitores farão o resto” (Boucher, s/d, p. 14). Como em todo
espetáculo, na reportagem o já visto não existe. Por isso mesmo, tudo depende do ponto de
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Terapia Verde
22
vista. “É o encanto da reportagem. É possível fazer uma reportagem nova acerca de um
velho tema. Milagre do ângulo que se escolhe” (Boucher, s/d, p. 14).
Diferentemente da reportagem, a notícia trata a informação de maneira neutra Na
reportagem, o jornalista tem um comportamento ativo. “É o narrador, o contador, o
encenador etc” (Boucher, s/d, p.18).
Além disso, as reportagens também podem ser utilizadas para esclarecer dúvidas mais
específicas e ligadas a termos técnicos. Segundo Clóvis Rossi, o leitor merece explicações
dos jornais. “Seria impensável que um leitor qualquer, por mais ilustrado, culto e bem
informado que fosse, pudesse acompanhar e entender informações secas sobre medicina e
política, energia nuclear e Afeganistão. Não. Ele necessita de um aprofundamento, um
questionamento que o jornal (ou revista) deveria estar em condições de oferecer”, (Rossi,
1988, p. 36).
Para que isso aconteça, as notícias mudam de caráter e evoluem para a categoria da
reportagem. O porquê disso é bem fácil de entender. “A reportagem oferece detalhamento
e contextualização àquilo que já foi anunciado, mesmo que seu teor seja
predominantemente informativo”, (Sodré, 1986, p. 18).
Na Terapia Verde, o lead tenta ser mais criativo e não se baseia apenas nos seis elementos
básicos (quem, o quê, como, onde, por quê, quando), que são uma exigência maior nas
matérias factuais. Segundo Clóvis Rossi, com o tempo, passou-se a exigir (não
explicitamente, mas indiretamente) que todos esses elementos figurassem no lead (do
inglês, conduzir). Ou seja, o início de qualquer trabalho jornalístico deveria ser
suficientemente atraente para conduzir o leitor ao restante do material. “Da forma como o
lead é encarado hoje, ele se transformou muito mais num resumo de toda a matéria, como
se o leitor estivesse interessado apenas no início de cada notícia e não no seu conjunto”,
(Rossi, 1988, p. 25). Rossi completa: “Essa norma não escrita é vigente nos jornais diários
e não em revistas que até pelo seu caráter não diário, as normas são outras”, (Rossi, 1988,
p. 25).
A abertura ou o lead da matéria é o ponto de atração do leitor. Para isso, ela tem que ser
criativa. O Manual de Estilo Editora Abril ensina que o lead deve ter clareza, simplicidade
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Terapia Verde
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e impacto. O primeiro parágrafo deve explicar por que a matéria está sendo publicada. Por
uma simples razão: ela deve apresentar um fato relevante capaz de despertar o interesse do
leitor. É por isso que o gancho deve vir na abertura.
Muniz Sodré vai mais além: “A abertura destina-se basicamente a chamar a atenção do
leitor e conquista-lo para a leitura do texto” (Sodré, 1986, p. 67). Ele explica que é comum
utilizar no lead palavras concretas, frases curtas, incisivas e afirmativas, no estilo direto.
Para Sodré, alguns modelos de abertura merecem destaque. Elas realçam a visão (abertura
fotográfica, cinematográfica ou descritiva); realçam a audição (através de uma citação ou
declaração); realçam a imaginação (abertura comparativa ou imaginativa); realçam a
pessoa (contar a história pessoa); jogam com fórmulas (frases feitas); jogam com as
palavras (trocadilhos, paradoxos, anedotas etc).
Seja televisivo, impresso, diário ou mensal. Seja através de reportagens ou de notícias. A
principal tarefa do jornalismo é informar e promover o bem comum. O jornal, por sua vez,
facilita as relações entre os homens e suprime as barreiras do tempo e do espaço. “Na
sociedade moderna o jornalismo fala cada vez mais a linguagem coletiva” (Bahia, 1972,
154). Ou seja, os meios de transmissão de informações detêm os anseios da opinião
pública. É por isso que o jornalista ocupa uma posição importante na comunidade.
Jornalista ou Especialista? Mas quem deve fazer o jornalismo especializado? O
jornalista ou o especialista? A análise das publicações sobre terapias alternativas
possibilitou refletir sobre algo: boa parte delas é feita por especialistas. Aí entra uma
questão polêmica que o jornalista Nilson Lage aborda no artigo “A macumba da dengue”,
publicado no site do Observatório da Imprensa do dia 06/03/2002. Nele, Lage escreve
sobre o quadro que Dr. Dráuzio Varella apresenta no Fantástico, da Rede Globo. No
programa, o médico dá instruções sobre primeiros socorros e questões relacionadas à saúde.
Temas esses que, segundo Nilson Lage, “em tese, seriam ‘os de sua especialidade’, como
autoriza, sabiamente, a legislação que regula o exercício profissional dos jornalistas”.
Na edição do dia 24/02/2002 do Fantástico, Dr. Varella declarou que era possível evitar a
proliferação de mosquitos da dengue adicionando uma colher de sopa de água sanitária a
quantidades variáveis de água limpa e parada. Dias depois, o Jornal Nacional - da própria
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Terapia Verde
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Rede Globo - provou diante das câmaras que a água sanitária não mata as larvas do Aedes
aegypti que viram mosquitos e, mais tarde, podem se tornar vetores da dengue.
Para Lage, esse episódio permite formular algumas reflexões. Uma delas é “sobre a
natureza cada vez mais especializada da formação profissional”. Não é todo médico que
pode falar sobre um determinado assunto. O enfoque de cada especialidade médica é
distinto do de outra e os tratamentos são muito específicos. Se Dr. Dráuzio Varella é
oncologista, teoricamente, ele domina qualquer assunto relacionado ao câncer e não à
dengue.
Ainda segundo Nilson Lage, “como não é possível treinar ou encontrar tantos especialistas
dispostos e capazes de falar ao público em geral e que, ao mesmo tempo, se entendam entre
si em assuntos de saúde pública, a melhor forma de apresentar mensagens desse tipo é
processá-las a partir da apuração dos dados, consulta aos técnicos e estimativa consistente
sobre o público. Esse é um dos sentidos do jornalismo – particularmente daquele que está
sendo chamado nos Estados Unidos de public journalism”.
É por isso que é importante uma revista como a Terapia Verde ser feita por um jornalista e
não por médicos, terapeutas e outros profissionais da área. As formas de tratamento da
saúde são temas difíceis para a maioria da população que não domina o assunto. Muitas
vezes, a pessoa é especialista numa determinada área, mas não em outra. Como não é
jornalista, a apuração dos dados é prejudicada. O especialista vai mostrar apenas a versão
dos fatos que lhe interessa. O jornalista tem a obrigação de questionar e, se necessário,
ouvir mais de uma fonte. Ele tem a função de mediador entre o especialista e o público.
Traduzir o assunto. Trazer o fato ao leitor de forma responsável e exata. Para que o público
entenda o que o especialista diz.
O jornalista Clóvis Rossi acredita que “a fórmula para a boa informação jornalística deveria
ser a especialização dos jornalistas e não especialistas praticando jornalismo” (Rossi, 1988,
p. 75). Para ele, a imprensa brasileira ainda não venceu a regra “não escrita” de que o
jornalista é um especialista em generalidades. Ou, em outras palavras, um sujeito que sabe
pouco de muitas coisas. É por isso que um mesmo repórter escreve, num dia sobre
urbanismo, no outro sobre saúde, depois sobre energia e mais tarde sobre política...
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Terapia Verde
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Pode-se argumentar, segundo Rossi, que certas reportagens não demandam um grande
aprofundamento. Mas ele crê que a qualidade da informação seria muito maior se os
assuntos pudessem ser tratados por um jornalista com razoável background deles. Isso
também iria aumentar “consideravelmente as chances de que um leigo total cometa alguma
monumental bobagem ao escrever sobre temas que lhe são estranhos – quando não
absolutamente indiferentes”, (Rossi, 1988, p. 74).
“Os especialistas escrevem para especialistas e não para o público em geral. Seus artigos
acabam sendo herméticos, indecifráveis para quem não tenha uma razoável formação
científica sobre o tema”, (Rossi, 1988, p. 75). O especialista domina um determinado
assunto. Ele está tão inserido naquele mundo, que pode falar ou escrever achando que todos
estão entendendo o que diz. O que na maioria das vezes não acontece. Se a publicação (na
área de saúde, por exemplo) for apenas para especialistas, que cada um escreva um artigo
sobre o tema que domina. Mas se a publicação for para um leigo, que o jornalista colha os
fatos e disponha-o da maneira mais clara possível.
Mas, segundo Clóvis Rossi, os jornalistas devem levar informações e análises aos não
iniciados sem, entretanto, cair num primarismo que se torne maçante para os que detêm
algum conhecimento no ramo. Mário Erbolato acredita que a divulgação dos assuntos
relacionados à ciência não deve fugir às normas gerais da redação e necessita apresentar
clareza, eliminando sempre que possível a aridez do assunto, com a inclusão de um toque
de humor e graça. “Os jornais precisam explicar, interpretar e informar o máximo possível
sobre as descobertas e orientações científicas” (Erbolato, 1981, p. 43).
A Terapia Verde fala da saúde. Abordar assuntos relacionados à medicina e ciência é
sempre complicado para o jornalismo. Segundo Mário Erbolato, “sempre que uma
descoberta se concretiza, muitas vezes sem mesmo comprovação de seus efeitos, é
divulgada pela imprensa” (Erbolato, 1981, p. 41). Mesmo assim, ele admite a importância
do jornalismo na mediação entre o público e a ciência. “Levar a descoberta ao
conhecimento dos leitores de forma acessível, correta e sem desvio da verdade, deixando
inclusive de dar esperanças vãs em caso de provável cura de doenças ainda consideradas
fatais, é a missão do jornalismo científico” (Erbolato, 1981. p. 41).
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Terapia Verde
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Aspectos gráficos de um impresso: A diagramação é fundamental numa publicação
impressa. Uma de suas funções principais é dar aos textos, títulos e fotos uma estrutura
visual que permita que “o leitor possa discernir, rápida e confortavelmente, aquilo que para
ele representa algum interesse”, (Silva, 1985, p. 43). A linguagem visual deve orientar a
leitura de forma rápida e agradável. “Embora seja imprescindível o aprimoramento do
texto, não se deve desprezar o valor da parte gráfica como instrumento de persuasão na
leitura” (Silva, 1985, p. 14). Para Rafael Silva, a diagramação é a atividade de coordenar
corretamente o material gráfico com o material jornalístico, combinando os dois elementos
com o objetivo principal de persuadir o leitor. Nenhum é mais importante que o outro. O
gráfico orienta o texto e vice-versa.
Por isso, é possível dizer que a palavra e arte gráfica existem, ao mesmo tempo, no
jornalismo impresso. “O jornal é antes de tudo, alguma coisa que se vê: do todo se parte
para os grandes títulos e para as ilustrações. Importantíssima a paginação. Desce-se, depois,
ao texto”, (Silva, 1985, p. 28).
Conclusão: Todas essas questões foram decisivas na hora de escolher o suporte da
Terapia Verde. Elas me permitiram optar pelo meio impresso como a melhor forma de
publicação desse conteúdo. Além disso, o conhecimento da área foi útil até mesmo na hora
de optar por um tema tão específico. Essa base teórica também foi essencial para a
definição dos projetos, editorial e gráfico, e para a feitura do produto em si.
7) O PROCESSO
Primeiro veio a pesquisa. Como não dominava o assunto, conhecer o tema era essencial
para a produção dessa revista. Um dia, uma semana, um mês, um ano... Um processo
constante de aprendizado e de atualização sobre o assunto. Nesse ponto, as conversas com
a minha orientadora foram esclarecedoras. Não é fácil encontrar na Facom um professor
que conheça tão bem o tema e o meio.
Em meio às descobertas, a escolha das pautas. São centenas de opções. Mas tive que optar
por algumas. O critério de escolha variou e (neste primeiro número) a disponibilidade de
contato com as fontes fez a diferença em alguns casos. Médicos e terapeutas – fontes
constantes – são de difícil acesso, pois passam o dia inteiro em consulta. Apesar das
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Terapia Verde
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terapias alternativas já serem muito difundidas em todo o mundo, em Salvador, não é tão
fácil encontrar dois ou três cromoterapeutas, por exemplo.
Definir o público-alvo. A princípio, pensava que a Terapia Verde seria voltada apenas para
terapeutas, terapeutizados e profissionais da área de saúde. Conversas com a minha
orientadora clarearam-me a mente. A Terapia Verde é uma revista sobre saúde. Por isso,
de interesse de qualquer um. Afinal, quem não se preocupa com ela? Qualquer pessoa pode
ser um leitor em potencial da Terapia.
Com o público-alvo em mãos, ficou mais fácil elaborar o projeto editorial. Todas as
matérias e notas foram escritas utilizando uma linguagem clara e de fácil entendimento para
todos. Os assuntos ligados à saúde já são complicados para quem não domina o tema. Os
textos têm que ser extremamente simples, mas esclarecedores. Algumas questões, como o
processo de cura, tiveram que ser tiradas das matérias por complicarem demais o
entendimento das mesmas. Assuntos relacionados à saúde exigem mais aprofundamento e,
por isso, foram abordados de forma acessível para que despertasse o interesse do público.
Escolhidas as pautas, chegou a hora de fazer as entrevistas. Antes disso, um processo foi
essencial. Não conheço e nem domino todas as terapias existentes. São dezenas:
acupuntura, auriculoterapia, feng shui, arteterapia, cinoterapia, cromoterapia, aromaterapia
e tantas outras “pias”. Por isso, foi fundamental pesquisar cada matéria antes de partir para
as entrevistas. Dominando um pouco mais o assunto, a conversa com os especialistas rende
muito melhor. Não é nada bom ser tratada com desdém por uma fonte que desconfia que o
repórter “não faz idéia” do que está perguntando. Além disso, conhecer o assunto é uma
forma de mostrar respeito ao trabalho do entrevistado. Isso também evita que o repórter
seja ludibriado.
Por isso, é importante que o jornalista se prepare antes de fazer uma matéria. Segundo Jean
Dominique Boucher “mesmo que se trate de um acontecimento a cobrir nas horas que se
seguem, a reportagem exige um mínimo de preparação” (Boucher, s/d, p. 39). Para ele, não
adianta a precipitação do repórter. “O tempo ganho, antes, em tarefas de pesquisa e de
organização, proporcionará mais disponibilidade e maleabilidade ao repórter para
aprofundar o seu trabalho” (Boucher, s/d, p. 40).
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Vale ressaltar que algumas entrevistas foram feitas através de e-mail, porque essas fontes
não vivem em Salvador. Foi o que aconteceu com o Dr. Wu Tou Kwang, que é
acupunturista e diretor do Centro de Estudos de Acupuntura e Terapias Alternativas
(CEATA), com sede em São Paulo. Nesse caso, ele foi escolhido por ser médico e
presidente de uma instituição reconhecida nacionalmente.
Depois das entrevistas, a redação dos textos. O Manual de Estilo da Editora Abril ajudou
em algumas dúvidas. Apesar da Terapia Verde ter oito páginas e se confundir (no
tamanho) com um jornal, a periodicidade e o perfil das matérias são de revista. São textos
mais elaborados, descontraídos e sem muita preocupação com a técnica do lead e da
pirâmide invertida. A partir desse conceito ficou mais fácil redigir os textos. Sempre
pensando em ilustrações e boxes para facilitar a leitura.
Textos prontos é a vez da diagramação. Teoricamente, tudo estava na minha cabeça. Mas
as coisas não são tão simples com achava. Não tinha o programa (Quark X’Press) e nem
domino o assunto. Chegou a hora de pedir ajuda. Já tinha definido toda a paginação. Já
sabia as cores que ia utilizar. Já sabia que a diagramação tentaria ser arejada e que a revista
teria muitos boxes. Contratei um diagramador. A versão que ele entregou não me agradou.
As fontes que utilizou (Arial para os textos e Times New Roman para os títulos) não
combinam com o perfil que proponho para a Terapia Verde. Além disso, o espaçamento
entre as linhas era muito pequeno (apenas 10 pt), o que estava prejudicando a leitura.
Então, decidi fazer, por conta própria, as alterações que julgava necessárias. Pedi ajuda aos
colegas Luana Francischini e Pablo Reis. Eles me deram algumas dicas de diagramação e
me emprestaram o CD de instalação do Quark. Como disse, não conheço muito bem o
programa. Mas, na disciplina Temas Especiais em Planejamento Gráfico aprendi a utilizar
as ferramentas básicas do Quark X’Press. Mudei as fontes, inseri uma capitular em cada
início de texto, alterei a cor e estrutura dos boxes, inseri um espaço de meio centímetro no
início de cada parágrafo, mudei a característica das legendas e aumentei o espaçamento
entre as linhas. Além disso, alterei toda a capa, desde a foto principal até o formato como
as chamadas estavam dispostas. Aproveitei para revisar a ortografia e mudar algumas
fotografias, que estavam com a qualidade ruim. Nesse primeiro número, não pude fazer as
fotos. Por isso, tive que scanear algumas e copiar outras da Internet.
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29
8) APRENDIZADO
A Facom foi, sem dúvida, o começo, a preparação. E o Projeto Experimental não é o fim,
mas o início. Por isso, apresento um produto que tem a ver com o meu perfil. Não que eu
seja esotérica ou zen. Mas fazer a Terapia Verde foi poder exercitar o que me fez ingressar
neste curso: o jornalismo impresso.
Durante os quatro anos de faculdade, algumas disciplinas foram especialmente úteis na
elaboração deste projeto. Algumas mais, outras menos. Foram elas: Comunicação
Jornalística, Teorias do Jornalismo, Oficina de Jornalismo Impresso I e II, Jornalismo
Especializado, Temas Especiais em Telejornalismo, Temas Especiais em Planejamento
Gráfico e, é claro, Ética da Comunicação.
Janeiro, Fevereiro, Março e Abril. O semestre da faculdade foi apertado, mas com um
pouco de organização e planejamento, o projeto andou. Foi necessário planejar cada passo,
cada etapa da revista. Aos poucos aprendi a organizar o tempo e as idéias. Outro ponto
positivo foi o fato de pesquisar sobre o assunto há quase dois anos.
Na Facom, em apenas 50% do curso, tive contato com a produção de matérias. Para alguns
colegas, sei que é muito. Para mim, esse tempo foi insuficiente. Nada melhor do que
aproveitar o último semestre da faculdade para exercitar o que mais gosto: escrever. Essa,
aliás, foi a etapa que mais me interessou durante a execução do projeto.
Apesar de a Terapia Verde ser um produto técnico, a base teórica foi fundamental para
coloca-la em prática. Mas ler não foi suficiente. Escrever, entrevistar e editar também não.
Ainda tive que diagramar (um desafio...) e fazer outras coisas mais. Dispor de maneira
equilibrada as matérias, testar fontes, cores, ilustrações e fotos. Escolher o papel, a sua
gramatura. Encontrar uma gráfica rápida que imprima no Quark X’Press. Pensar nas
pautas, nos entrevistados, como conseguir o contato com as fontes, tentar fazer um texto
ideal para prender a atenção do leitor. Revisar... Ufa!
Mas ainda é o começo e a Terapia Verde tem muito que melhorar. Pelo menos posso dizer
que executar essa revista foi fazer um pouco de cada disciplina que cursei na faculdade e
muito, muito mais. Formação e informação foram pré-requisitos básicos. Aprendi, pratiquei
e aperfeiçoei. Mas ainda é o começo. E se o jornalismo é mesmo uma batalha em busca das
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Terapia Verde
30
mentes e corações dos leitores, telespectadores e ouvintes, espero ter entrado nessa guerra
preparada.
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Terapia Verde
31
9) CUSTOS
a) Nesta edição
O que Quanto
Gráfica rápida (impressão de dez
exemplares)
R$100,00
Diagramação R$50,00
Compra de livros, revistas e jornais
especializados.
R$100,00
Telefone (contando com acesso a Internet
para pesquisa)
R$180,00
Total R$430,00
b) por edição
O que Quanto
Gráfica (impressão de 500 exemplares) R$2000,00
Diagramação R$500,00
Fotógrafo R$120,00 (cerca de dez reais por foto)
Telefone R$80,00
Total R$ 2700,00
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10) CRONOGRAMA
Atividades Meses/Semanas Meses Janeiro Fevereiro Março Abril
Semanas 1a. 2a. 3a. 4a. 1a. 2a. 3a. 4a. 1a. 2a. 3a. 4a. 1a. 2a. 3a. 4a. Pesquisa – leitura de livros, revistas
e jornais.
Definição das pautas
Realização de entrevistas
Produção de matérias
Edição
Diagramação
Revisão da Diagramação
Revisão de Textos
Gráfica
Memória
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11) REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAHIA, Juarez. Jornal. História e Técnica. São Paulo: Ibrasa, 1972.
BOUCHER, Jean-Dominique. Técnicas de Jornalismo – A Reportagem Escrita. Lisboa:
Editorial Inquérito, s/d.
BRATMAN, Steven. Guia Prático da Medicina Alternativa. Tradução: Ana Gibson. Rio
de Janeiro: Campus, 1998.
DINES, Alberto. O Papel do Jornal. São Paulo: Artenova, 1974.
ERBOLATO, Mário L. Técnicas de Codificação em jornalismo: redação, captação e
edição no jornal diário. São Paulo: Ática, 1991.
ERBOLATO, Mário L. Jornalismo Especializado. São Paulo: Atlas, 1981.
MANUAL de Estilo Editora Abril. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990.
ROSSI, Clóvis. O que é Jornalismo. São Paulo: Brasiliense, 1988.
SILVA, Rafael Souza. Diagramação - O Planejamento Visual Gráfico na Comunicação
Impressa. São Paulo: Summus Editorial, 1985.
SODRÉ, Muniz. Técnica de Reportagem: Notas sobre a narrativa jornalística. São Paulo:
Summus, 1986.
WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Lisboa: Editorial Presença, 1979.
12) BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
DE ROSE, Mestre. Tudo o que você nunca quis saber sobre yôga (e jamais teve a intenção
de perguntar). São Paulo: Uni-Yoga, 1995.
GARCIA, Luiz (org.). Manual de Redação e Estilo O Globo. São Paulo: Globo. 1992
GREIVE, Bradley Trevor. Um Dia “Daqueles”. Tradução: Pedro Bandeira. Rio de
Janeiro: Sextante, 2001.
NOVO Manual de Redação Folha de S. Paulo. São Paulo: Folha de S. Paulo, 1995.
- PERIÓDICOS
Revista Viva Feliz: no. 09 (Ano: 2000)
Revista Forma Física: (Ano: 1996)
Revista Isto É: 03/04/2000
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Terapia Verde
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Informativo da Associação Paulista de Homeopatia: nos. 38 e 46
Folha Equilíbrio: 07/12/1997; 05/08/1998; 27/07/2000; 13/10/1999; 11/05/2000;
27/07/2000; 28/02/2002 a 28/04/2002.
Folha de São Paulo (COTIDIANO): 01/05/1997; 07/12/1997; 14/12/1997; 14/01/1998;
25/01/1998; 31/03/1998; 09/06/1998; 05/08/1998; 14/08/1998; 05/09/1998; 14/09/1998;
20/09/1998; 25/10/1998; 07/09/1999; 08/09/1999; 13/10/1999; 11/05/2000; 27/07/2000;
16/08/2000; 01/09/2000; 17/09/2000; 22/10/2000; 03/12/2000; 08/02/2001.
Revista Superinteressante: 05/2000; 02/1999.
Revista Bom Astral: Ano 4 / No. 18
Revista Viver em Equilíbrio: fevereiro/março de 2002
Revista Veja: 01/052002
- WEB SITES
Acupuntura:
Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura: www.smba.com.br
Associação Médica Brasileira de Acupuntura: www.amba.com.br
Centro de Cultura Oriente Ocidente: www.falconi.com.br
Acupuncture: www.acupuncture.com (inglês)
Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa: www.esmtc.pt
Instituto de Acupuntura – Ciências Orientais: www.acupuntura.hpg.ig.com.br
Acupuntura – Medicina Tradicional Chinesa: acupuntura.tsx.org
Cromoterapia:
Planeta.terra.com.Br/saúde/cromo
Cromoterapia.vila.bol.com.br
Massagem:
www.massage.net
Massage Free: www.massagefree.com (inglês)
Massoterapia:
Associação de Massoterapia: www.massopatia.com.br
Shiatsu:
Shiatsu Society: www.shiatsu.org
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Terapia Verde
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Reflexologia:
www.reflexologia.com.br
Tai Chi Chuan:
www.artesmaciais.com.br
Terapias Alternativas e Saúde:
Conhecimento: www.conhecimento.com.br
EPT – Escola Paulista de Therapias: www.hzta.com.br/ept
Syntonia Alternativa: www.syntonia.com.br
Recanto Saudável: www.conex.com.br/user/acissm/alternativas.htm
Sindicato dos Terapeutas Holísticos (Sinte): www.sintecfth.com.br
Vida Integral: www.vidaintegral.com.br
Alimento Vivo: www.alimentovivo.org.br
www.bemstar.ig.com.br
www.uol.com.br/saude
www.florais.com.br
www.escelsanet.com.br/sitesaude
Planeta Natural: www.planetanatural.com.br
Pense Positivo: www.pensepositivo.com.br
Espaço Vidya: www.espacovidya.com.br
Pratica: www.pratica.iol.pt
Fitoterapia:
www.fitoterapia.cjb.net
Equilíbrio Natural: www.equilibrionatural.com
Petras: www.petras.hpg.ig.com.br
Yoga:
Yogananda: www.yogananda.hpg.ig.com.br
Outros:
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): www.ibge.org.br
http://nccam.nih.gov
www.nib.unicamp.br/publ.htm
www.taps.org.br/biblio.htm
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Terapia Verde
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www.caldas.com.br
www.google.com
O Estado de São Paulo: www.estadao.com.br
Revista Isto É: www.istoe.com.br
Revista Marieclaire: www.marieclaire.globo.com
Jornal A Tarde: www.atarde.com.br
Jornal Correio da Bahia: www.correiodabahia.com.br
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Terapia Verde
37
Projeto Editorial e Gráfico
Terapia Verde Uma revista sobre os métodos alternativos de tratamento da saúde
Por: Elma Rios
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Terapia Verde
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PROJETO EDITORIAL
A revista Terapia Verde é um produto informativo sobre os métodos não-convencionais de
tratamento da saúde. Ela aborda as formas de curar o corpo e a mente que estão além da
medicina alopática. É um assunto que agrada a pelo menos 30 milhões de pessoas (número
de profissionais e de pacientes das terapias alternativas) só no Brasil. Isso sem contar as
pessoas que se interessam pela saúde: todo mundo.
A Terapia Verde visa esclarecer o leitor comum. Por isso tentei faze-la de forma agradável
e interessante. O objetivo principal é que a saúde (conseqüentemente as doenças), um tema
tão pesado e de conhecimento restrito a poucos, seja entendida por qualquer um. Conhecer
um pouco mais sobre o corpo é aprender a questionar as ações dos médicos e terapeutas.
Com esse rápido conceito em mente, foi mais fácil definir o projeto editorial. A Terapia
Verde tem oito páginas. É uma revista pequena, mas é uma revista. A equipe é apertada: só
uma repórter/editora fixa para fazer quase tudo. Os textos requerem maior pesquisa. Por
isso, a revista, a princípio, terá que ser mensal. É o tempo suficiente para pesquisar,
escolher pautas, pesquisar de novo, conseguir marcar entrevista com as fontes, entrevista-
las, fazer os textos, editar, fazer as fotos e diagramar.
Como já foi dito, a Terapia Verde tem, a princípio, oito páginas. Cada uma delas deve
apresentar, no máximo, duas matérias. Nesta primeira edição, entre duas e três fontes
(entrevistados) foram consultadas para cada matéria. Nem todas foram utilizadas na
redação dos textos. Algumas delas, deram declarações redundantes. Outras tiveram que ser
“cortadas” pelo pouco espaço disponível em cada página. Futuramente, essa questão deve
ser resolvida. A idéia é aumentar o número de paginas da revista, através, é claro, dos
anunciantes.
A periodicidade foi definida: mensal. A partir daí, ficou claro que as matérias não poderiam
girar em torno de notícias, pois estas acabariam ficando “frias”. Dispondo de mais tempo, a
equipe do jornal poderá investir em reportagens mais abrangentes, sem compromisso com o
dead line. Assim, a Terapia Verde pretende se firmar como um veículo que apresenta
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Terapia Verde
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matérias de serviço e com bastante dicas. Porém, as notícias também poderão aparecer.
Várias palestras, cursos e descobertas sucedem sobre o tema. Nesse caso, uma agenda e
pequenas notas cobrirão esses assuntos.
As pautas serão definidas a partir, principalmente, de intensa pesquisa em publicações
especializadas no assunto e de conversas com especialistas. Elas devem obedecer a um
critério simples: conter informações a respeito da saúde e dos métodos não-convencionais
de tratamento. Se cada vez mais, mais terapias alternativas aparecem no mercado, cabe à
Terapia Verde informar às pessoas que se interessam pela saúde sobre as opções existentes.
Além disso, a publicação pretende ressaltar o que há de sério e eficaz na Bahia. Como o
público-alvo da Terapia Verde é amplo, as pautas devem ser pensadas para atender a todos.
Um assunto que já faz parte do conhecimento de um terapeuta, por exemplo, pode ser
novidade para o leitor comum. Por isso, essa mesma pauta pode virar uma reportagem
nessa revista.
Também pretende abordar o que há de importante e novo e denunciar as práticas ilícitas e
irregulares. Para atingir esse objetivo, a Terapia Verde poderá, eventualmente, trazer dicas
sobre como encontrar o melhor método para determinados problemas de saúde; alertas
sobre possíveis charlatões; dicas de feng shui designer; de saúde; de livros; vídeos e
serviços. Também terá seções com receitas para alimentação mais saudável, entrevista com
médicos não-convencionais (naturistas, por exemplo) e estudiosos do tema. Mais uma
vantagem que a revista pretende oferecer é um espaço para publicação de dúvidas de
leitores, respondidas por especialistas no assunto que, esporadicamente, poderão escrever
artigos regularmente.
O mercado em Salvador oferece uma série de opções para aqueles se interessam pelos
métodos alternativos, porém a maioria das pessoas desconhece, justamente por falta de
divulgação. A revista pretende conhecer e veicular as demandas desse mesmo mercado que
ainda não foram supridas. No futuro, servir de guia.
Assim, será possível criar um canal de comunicação com o público. O objetivo é suprir a
lacuna que existe no mercado local. A Terapia Verde pretende trazer informações
relacionadas com a situação de Salvador. A maioria das publicações que existe sobre o
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Terapia Verde
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tema é elaborada no eixo Rio/São Paulo. Por isso mesmo são caras (mais de R$5,00 cada
uma) e falam de produtos e serviços pouco comuns à realidade dos baianos.
- Padrão do texto
Clareza na linguagem é um dos requisitos para que um texto seja lido com prazer. A
linguagem utilizada na Terapia Verde, apesar de específica devido ao caráter do tema que
aborda (terapias alternativas), tenta ser o mais leve possível. Apesar de a Terapia Verde ser
uma revista especializada, ela não se dirige a um público-alvo muito específico. Por ser
uma publicação sobre saúde, a revista pode ser do interesse de qualquer leitor. A revista
não foi feita para especialistas e sim para pessoas comuns que não entendem sobre
medicina. Por isso, a idéia é torná-la ilustrativa, com fotos e figuras para que o leitor possa
identificar e entender melhor o assunto.
Alguns boxes, tabelas, quadros e fotos serão constantemente utilizados para esclarecer
dúvidas mais específicas e ligadas a termos técnicos. Assim, seria possível explicar
assuntos mais complexos, para que o leitor possa entender, de forma mais clara, as
informações ligadas à saúde, medicina e terapias alternativas. Para que isso aconteça, as
notícias vão dar lugar à reportagem. Isso porque a reportagem esmiúça o fato. Ela detalha e
contextualiza aquilo que está sendo tratado. Assim, é possível explicar melhor um assunto.
Na Terapia Verde, os textos não obedecem ao estilo do jornalismo diário. Quase não há
assuntos factuais. As matérias pretendem ser mais abrangentes e aprofundadas. No dia-a-
dia das redações praticamente não há tempo para reportagens mais elaboradas, que
requerem pesquisa intensa.
A linguagem não se preocupa tanto com algumas formalidades técnicas do jornalismo. O
texto da Terapia Verde não segue a risca os princípios da pirâmide invertida, por exemplo.
Além disso, o lead tenta ser mais criativo e não se baseia apenas nos seis elementos
básicos (quem, o quê, como, onde, por quê, quando), que é bastante característico do
jornalismo diário.
Os textos da Terapia Verde tentam seguir um princípio básico: criatividade no lead. A
abertura é o ponto de atração do leitor em qualquer reportagem. Ele deve chamar a tenção e
conquistar o leitor. Para isso, ele não pode deixar de ser claro.
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Terapia Verde
41
A Terapia Verde é dividida em algumas editorias fixas. Os nomes resumem a finalidade e
a idéia principal de cada uma. Cada uma das oito páginas da revista possui algumas
editorias fixas:
- Capa: conta com a logomarca da revista, fotos, títulos e chamadas para assuntos
mais interessantes. Já que se trata de uma revista em formato A4, a idéia é
aproveitar ao máximo os espaços, portanto, o padrão da primeira página é
basicamente uma manchete principal acompanhada de foto e de um texto curto;
outras três chamadas, podendo vir acompanhadas de fotos ou não.
- Página dois: possui o editorial, o expediente, a seção “Mural Verde” e o “Espaço
Zen”.
Mural Verde: espaço para divulgação dae
uma agenda de cursos, palestras, feiras e
serviços.
Espaço Zen: é o espaço que o leitor tem para
se manifestar. Ele pode mandar sugestão de
pautas, reclamações, perguntas para que
especialistas respondam etc.
*Para o número piloto, foi preciso ir atrás do leitor, já que o público ainda não tem
conhecimento do serviço oferecido.
- Página três: trará duas matérias menores.
- Páginas quatro e cinco: são as páginas centrais. Contêm a matéria mais
importante. Esta poderá ser uma reportagem sobre determinada terapia ou alguma
novidade, como a aprovação de leis pelo congresso, a descoberta de um novo
método etc. Também poderá falar de determinado problema de saúde, como
depressão ou câncer e como as terapias alternativas podem ajudar no tratamento
dessas doenças.
- Página seis: contém apenas uma matéria de serviço (sobre uma determinada
terapia) com fotos, boxes e telefone dos profissionais citados. Serão matérias
basicamente informativas sobre o que é, como e onde encontrar cada serviço, sobre
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Terapia Verde
42
as demandas ainda não supridas, a opinião do público consumidor, além de
entrevistas com especialistas dando dicas sobre o assunto pesquisado no momento.
Em outras edições, poderá trazer, ao invés da matéria, uma entrevista ping-pong
com algum especialista de renome.
- Página sete: contém a seção “Receita Saudável”.
Receita Saudável: ingredientes e modo de
preparo de uma comida natural.
- Página oito: página das dicas – de saúde, de esporte, de turismo e de livros, tudo
ligado à melhoria da saúde do corpo e da mente.
Detalhe: cada página deverá apresentar até duas matérias, com possibilidade de boxes,
tabelas, ilustrações e quadros.
- Alcance e anúncios
Na fase inicial, 500 exemplares da Terapia Verde serão distribuídos gratuitamente em
clínicas especializadas da cidade, centros holísticos, de massoterapia e de acupuntura,
restaurantes macrobióticos e naturais, livrarias e lojas também especializadas. No total,
cerca de 25 pontos. Com isso, as primeiras edições servirão de vitrine para as demais (seria
como um teste de aceitação para os possíveis anunciantes).
Dependendo da simpatia do público, a expectativa é que a revista atraia anunciantes para a
compra dos espaços publicitários. Nesse ponto, a publicidade, e não a venda, irá sustentar a
revista. Assim como qualquer publicação, a Terapia Verde só sobreviverá através desses
patrocinadores e/ou anunciantes. No futuro, a revista poderá ser vendida em bancas de
jornal por um preço irrisório.
Há diversos custos envolvidos na criação e na manutenção de uma revista. Eles envolvem
gastos com fotógrafos, diagramadores e gráficas. Para que a Terapia Verde se mantenha no
mercado, foram criados alguns espaços destacados para publicidade, que serão
comercializados através de pequenos anúncios. O padrão foi baseado nas medidas mais
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Terapia Verde
43
usadas em algumas publicações já existentes no mercado, como o caderno Shopping (A
Tarde).
Os anúncios ocuparão todas as páginas, exceto a capa. Cada página comportará um número
máximo de anúncios, para que estes não prejudiquem o conteúdo e o projeto gráfico da
revista. Para que haja lucro, deve-se levar em conta o custo de cada edição e o número
possível de anúncios. Já os preços só poderão ser definidos após a segunda ou terceira
edição da Terapia Verde. E vão depender, é claro, da receptividade do leitor. A partir disto
poderá ser feita uma comparação com outras publicações do gênero e será estipulado um
preço dentro do que é cobrado no mercado. O valor vai depender dos custos e do lucro que
se deseja ter.
- Lançamento
O coquetel de lançamento da revista Terapia Verde será condizente com o tema do
veículo. A comida será natural. A música aquariana, que é bem relaxante e estilo New Age.
Uma apresentação de dança do ventre dará um clima oriental ao evento. A decoração
seguirá o mesmo estilo oriental, com incensos e tapetes.
A festa é claro, será ao ar livre, de preferência, num jardim. Para completar, tendas
armadas numa área verde bastante arborizada. Em cada uma delas, profissionais
especializados demonstrando suas técnicas, como acupuntura e massagem oriental.
Os convites serão distribuídos para profissionais que trabalham com os métodos
alternativos, pacientes dessas terapias, profissionais da área de saúde, empresários do ramo
e jornalistas. O mais importante: serão convidados possíveis anunciantes: clínicas
especializadas, centros de massagens e acupuntura, restaurantes naturais e macrobióticos e
lojas especializadas.
- Equipe
Como já foi dito, a equipe da Terapia Verde é reduzida: as reportagens e edição das
matérias serão feitas por mim mesma. A parte publicitária, administrativa, as fotos e a
diagramação serão feitas por pessoas contratadas.
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Terapia Verde
44
PROJETO GRÁFICO
“Capaz de fascinar, a diagramação é também capaz de enganar. Agradável, pode ser fútil;
sedutora, pode ser demagógica; atrativa, pode ser simplesmente comercial e, sabendo
provocar e concentrar o interesse, ela sabe também como dispersar e, assim, dissolver.
Estas são as perigosas contrapartidas de suas riquezas: quem ousaria pretender que elas
são imaginárias?”, (Luiz Amaral apud Silva, 1985, p. 42).
- Diagramação
A revista Terapia Verde possui um princípio básico: clareza. Esse objetivo tentou ser
alcançado tanto no texto quanto na diagramação. Afinal, não adianta fazer um texto claro se
a diagramação é falha. Muito texto e pouca ilustração são sinônimos de confusão na hora da
leitura. Uma fonte sem serifas e a utilização de boxes foram alguns artifícios utilizados para
deixar a revista mais “arejada”.
- Tamanho
A princípio, a Terapia Verde tem oito páginas coloridas de tamanho A4 (A3 fechado). A
escolha dessa dimensão é resultado da reduzida equipe da revista. Futuramente, se a equipe
aumentar, o número de páginas também aumentará.
A dimensão será usada como aliada. A Terapia Verde será distribuída em alguns locais
específicos. Como qualquer publicação, ela não pretende ser lida e esquecida. Do tamanho
de uma folha ofício, o leitor pode levar a revista para casa e guarda-la para pesquisa
posterior. Por isso, optou-se pelo tamanho A4. Assim, a revista fica mais leve. Além disso,
a Terapia Verde ainda não conta com o apoio de anunciantes. O tamanho e o número de
páginas são condizentes com a estrutura financeira.
- Papel
O papel utilizado é o offset de gramatura 120.
- Fontes
A fonte escolhida para os textos foi a Lúcida Sans Unico, corpo 11. É uma fonte “limpa”,
arredondada, sem serifas e de fácil leitura. O objetivo é dar leveza e mais graciosidade à
revista. Nos textos, ela se apresenta em estilo normal.
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Terapia Verde
45
Outro detalhe da diagramação que torna a leitura mais agradável é a capitular. O texto
principal de todas as matérias é capitulado no seu início na cor verde (green), corpo 24. Já
o restante dos textos se apresenta na cor preta.
Nos títulos, a fonte utilizada foi a Book Antigua, que é serifada, em negrito. O tamanho
varia entre 40 e 70 nas “cabeças de página” e 18 e 24 nos títulos inferiores. Uma
característica dos títulos é o destaque de uma única palavra em verde1 100% em qualquer
estilo, seja ele sombreado ou todo em caixa-alta. Os subtítulos se apresentam em Book
Antigua, normal e corpo variando entre 14 e 16.
As legendas surgem em estilo normal, corpo 10 e dentro de um box verde1 100%.
Possuem a liberdade de trabalhar tanto embaixo, como ao lado das fotos. Sempre
adentrando a imagem. Para facilitar a leitura, os intertítulos podem aparecer depois do
terceiro parágrafo e pelo menos antes dos dois últimos parágrafos. Sempre em Lucida Sans
Unico, corpo 12, negrito e sombreado. Outra característica da revista é a ausência de ponto
final nos títulos, chapéus ou cartolas, subtítulos, olhos, créditos e legendas. O crédito das
fotos aparece em Lucida Sans Unico, corpo 7.
- Boxes e logomarca
A cor dos boxes é verde, variando entre o verde1 100% e o green 10%. Afinal, verde é a
cor da saúde. Além disso, tem sido usada em conexão com a medicina; tanto assim que no
Brasil o anel de médico tem, incrustada, uma pedra verde - esmeralda ou imitação. A
logomarca tenta remeter também a um aspecto mais voltado para a natureza. A Terapia
Verde é uma revista sobre métodos alternativos de tratamento da saúde. Ou seja, formas de
tratamento mais ligadas ao natural, sem utilizar remédios alopatas. Por isso, na logomarca,
o nome “Terapia Verde” está cravado numa folha.
- Colunas
O número de colunas varia de acordo com a editoria. As matérias maiores (que ocupam
uma página ou mais) são divididas em cinco colunas por página. As páginas que contêm as
matérias menores e as notas são divididas em três colunas.
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Terapia Verde
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- Parágrafos
Os parágrafos têm alinhamento justificado. A primeira linha tem um recuo de 0,5cm. O
espaçamento entrelinhas varia entre 12 e 13 pontos.
- Editorias
Cada página deverá apresentar até duas matérias, com possibilidade de boxes, tabelas e
quadros. As páginas da revista são divididas em capa com fotos, títulos e chamadas para as
matérias da edição. A segunda página contém o expediente. As páginas restantes foram
preenchidas com as editorias elencadas no projeto editorial e outras matérias e notas.
O editorial se apresenta numa única coluna e dentro de um box que ocupa todo o lado
esquerdo da página dois. A editoria “Mural Verde” foi diagramada para parecer um mural.
Os anúncios são dispostos em pequenos quadrados que dão a impressão de estarem
tachados.
A capa é composta por uma foto ou uma ilustração grande (que não são, necessariamente,
da matéria principal), acompanhada de uma chamada e título. Essa chamada principal é em
Lucida Sans Unico, corpo 12. Pode vir nas laterais, abaixo ou dentro da imagem. A fonte
do título é a Book Antigua, podendo chegar a 64pontos. Também pode vir em qualquer
estilo, desde sombreado até caixa-alta.
Além disso, compõem a capa mais três chamadas. Duas delas não acompanham fotos e se
apresentam abaixo da imagem principal. Podem vir dentro de boxes ou não. A fonte é a
Lucida Sans Único em corpo 11. A primeira letra é capitulada na cor green, corpo 24. A
terceira chamada é menor (apenas uma frase em Lucida Sans Unico, corpo 11) e se localiza
no canto superior-direito da página, ao lado da logomarca. Esta chamada vem
acompanhada por uma foto. Ao fim de todas as chamadas aparece o número da página em
que a matéria completa pode ser encontrada.
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