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1O ENSINO DE HISTRIA DAFRICA EM DEBATE
Pro. Dr. Eliesse dos Sanos Teixeira Scaramal
Caro (a) proessora (a),
Para esudar Hisria da rica preciso romper silncios, alm dedesconsruir conceios e preconceios, passo undamenal para a desiuiode valores que levam injusia, inolerncia e, por conseguine, violn-cia. Para isso s h um caminho possvel: o conhecimeno. Esse percurso,enreano, oruoso e romper silncios no area cil. Anes de iniciarum esudo para se ensinar Hisria da rica imporane conhecer e com-parilhar a realidade e as imagens consrudas sobre os povos subalerniza-dos, nesse caso dos aricanos e seus descendenes.
Sugerimos que anes, ou de orma concomiane a esse esudo,se ome conhecimeno das Leis 10.639.03 e 11.645/08, assim como dasDirerizes curriculares de educao para as relaes enicorraciaisi, reveja osPCNs e os Pareceres dos Conselhos Federal e Esadual que legislam sobreo ema. Pela diversidade e prouso de conedos exisenes sobre his-ria da rica, opamos nesse mdulo por um recore hisrico-carogrficodo coninene aricano. Todas as imagens e sugeses de sies devem ser
acessadas, poso que neles enconram-se disponibilizados uma quanidadesuficiene e enriquecedora de livros digializados sobre a Hisria da rica,alm de vdeos e mapas sobre o ema, os quais muio conribuiro para oesudo e o ensino dessa emica em sala de aula e em seu coidiano.
Muio do conedo no presene mdulo resulado de rs anosde pesquisa juno ao Cenro Inerdisciplinar de Esudos rica-Amricas(CieAA), Ncleo de esudos aro-brasileiros (Neab) loado na Universida-de Esadual de Gois UEG. O CieAA, porm, em um carer inerinsi-
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ucional e agrega proessores e pesquisadores da UFG e UnB. Os produosgerados pelo CieAA so resulados de nossa preocupao em conribuirpara a implemenao da Lei 10.639/2003 a parir das Direrizes Curricula-res Nacionais para a Educao das Relaes nico-Raciais e para o Ensinode Hisria e Culura Aro-Brasileiras e Aricanas.
Para conribuir na implemenao da Lei 10.639/2003, o CieAAconou com a aprovao do MEC/SECAD de um Programa de Esudosdenominado Projeo AB - esudos aricanos e aro-americanos - qualifi-cao e capaciao docene para a ormao de muliplicadores. Com opresene mdulo esamos, de cera orma, dando coninuidade ao projeoAB por meio da SECAD, apenas com o dierencial da modalidade Ensino
Disncia.
Esperamos que a orma e o conedo aqui apresenados sejam praze-rosos e eis para seu conhecimeno e de seus alunos. Bons esudos.
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1. A FRICA COMO BERO DA HUMANIDADE
De onde viemos? Quem somos? Essas pergunas, de uma orma oude oura, permearam os diversos grupamenos humanos. As resposas a elasambm sempre oram diversas, variando enre posies micas, arsicas,filosficas e cienficas. Nas abordagens cienficas sobre a origem biolgicae culural da humanidade h um quase consenso que os primeiros homi-ndeos e humanos iveram uma origem espacial comum: a regio orien-al do coninene aricano, especialmene onde aualmene se localizam aTanznia, a Eipia, o Qunia, a Uganda e o Sul da rica.
A consonncia cienfica sobre a rica como bero da humanidade
s no oal por cona de duas posies ericas divergenes, conhecidaspor monogenismo e poligenismo. Essas eorias se desdobram, em ermosespacializados, em dois modelos explicaivos, conhecido por modelo Can-delabro e o modelo Arca de No
Homo Sapiens Arcaico frica Europa/sia
Monogenismo
Teoria que considera uma nicaorigem para a humanidade. Nessa
teoria, as raas teriam uma origemcomum, porm se diferenciama partir da influncia do meioambiente e pela hereditariedade
Poligenismo
Teoria que considera que a origemda humanidade se deu de forma
mltipla e multi-localizada. Nessesentido, as diferenas das raasobedeceriam fatores de ordemlocal, ambiente e gentica.
Modelo Arca de No(monocentrismo)
Homo sapiens sapiens
Modelo Candelabro(policentrismo)
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O modelo Candelabro explica a origem dos humanos a parir de ummodelo mulirregional (policenrismo). Nessa explicao, as anigas popu-laes de homindeos aricanas, asiicas e europeias maniveram uma con-inuidade genica com a humanidade aual. O modelo Arca de No preco-niza uma origem nica para a humanidade e, nesses ermos, o coninenearicano apresenado como o local diusor dos homindeos (monocen-rismo) em especial os homo erecus e sapiens sapiens para os demaisconinenes - sia, Europa, Amricas e Oceania.
Independene da divergncia sobre o local de origem e diusode homindeos pelos cinco coninenes, os pesquisadores das reas degeologia, arqueologia e paleonologia so unnimes em reconhecer um
ao: o coninene aricano o nico que, a o presene momeno, apre-sena amosras sseis que indicam uma sequncia evoluiva de pr--humanos, do gnero Homo, os quais se subdividem em homo habilis,homo erecus e homo sapiensi.
Fique alerta!
Devemos estar atentos para no incorrermos no simplismo corrente que
apresenta o homem como descendente do macaco. Recordemo-nos que
ambos fazem parte de ramos diferentes. Chipanzs e Gorilas so denominados
panides, os australopitecos e os homens modernos so classicados como ho-
mindeos, ambos descendem de um tronco comum de proto-humanos.
No ano de 1959, o casal de anroplogos Mary Leakey e Louis B. S.Leakey ao realizarem uma pesquisa na regio orienal do coninene arica-no mais especificamene no desfiladeiro de Olduvai (Tanznia) e no Valedo Omo (Eipia) enconraram os nicos vesgios de proo-humanos quese em regisrado a eno.
Os pases que consiuem a regio orienal da rica (ou rica Se-enrional ou Chire da rica) so: Egio, Eipia, Sudo, Eriria, Djibui,Somlia, Uganda, Qunia, Burundi e Tanznia.
A regio geogrfica conhecida por rica Orienal, ou am-bm por Chire da rica, onde se localizam grandes acidenes geo-grficos como o rio Nilo, Rif Valley, os Lagos Turkana e Viria e osMones Kilmanjaro e Qunia.
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Foi Charles Darwin quem, no ano de 1871, apresenou a eoria deque a rica o bero da humanidade. Porm, oram necessrios oienae oio anos para que a mesma osse corroborada. Isso ocorreu a parir dorabalho da anroploga Mary Leakey. Cona-se que aps vine e cinco anosde pesquisas, escavaes e classificaes no Vale do Olduvai Gorge, na Tan-znia, a parir dos quais conseguira reunir cenenas de vesgios e maeriaissseis e insrumenos de pedra Mary Leakey ora visa correndo de volaao acampameno, onde o marido esava acamado com ebre, bradando: Euo enconrei! Eu o Enconrei!. E inha razo.
A descobera de Mary Leakey ocorreu a parir de pegadas ossiliza-das em cinzas vulcnicas e, poseriormene, de ragmenos de um crnio deum homindeo que remeia ordem dos primaas. Nas semanas seguines,o casal Leakey conseguiu desenerrar mais de quarocenos ragmenossseos e reconsruir o crnio de um humanide adulo. A parir dessa re-consruo - e poserior daao radiomrica oi possvel a consruoda sequncia evoluiva da humanidade, alm de se compreender, por fim,que os ausralopecos, mesmo sendo homindeos exinos, no eram umancesral direo do homem.
FRICA ORIENTALDestaque aos pases que a constituem
A regio geogrcaconhecida por fricaOriental, ou tambm
por Chifre da frica, onde se localizamgrandes acidentesgeogrcos como orio Nilo, Rift Valley, oslagos Turkanae Vitria e os MontesKilmanjaro e Qunia.
Os pases queconstituem a regiooriental da frica
(ou frica Seten-trional ou Chifre dafrica) so: Egito,Etipia, Sudo, Eri-tria, Djibuti, Somlia,Uganda, Qunia,Burundi e Tanznia.
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No ano de 1969, no mesmo local, Louis Leakey enconrou ouro cr-nio com aproximadamene a mesma daao do ssil descobero em 1959.Esse crnio, porm, apresenava denes menores e um crebro um poucomaior que o descobero por Mary Leakey. Aps analisar sua descobera,Louis Leakey avaliou que o ssil de 1969 no perencia a um ausralope-cos, pois parecia ser suficienemene humano, ao pono de ser consideradouma espcie prpria do gnero Homo (ver abaixo quadro axonmico dognero Homo). Esse espcime oi baizado por Louis de Homo habilis ouhomem hbil, por sua capacidade de consruir e manipular uenslios.
No ano de 1984, ainda na rica Orienal mais precisamene noQunia, prximo ao Lago Turkana o cnico em arqueologia, Kamoya Ki-
meu, eno membro da equipe de Richard Leakey (um dos rs filhos docasal Mary e Louis Leakey), enconrou um esqueleo quase compleo deum ssil homindeo daado de cerca de 1,6 milhes de anos. A descoberadesse ssil, caegorizado como homo erecus, orneceu provas definiivassobre o amanho e anaomia dos primeiros homindeos ereos, alm deevidenciar que essa espcie ora a inermediria enre o homo habilis e osauais seres humanos. Dessa orma, pelas daaes acima apresenadas, po-de-se compreender que:
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Os ausralopecos, mesmo sendo homindeos, no azem pare dognero Homo, logo no oram ancesrais direos do homem moderno.Os primeiros sseis de ausralopecos oram descoberos na regio darica Ausral mais precisamene na regio denominada de Taung, na aualrica do Sul, porm os mais anigos sseis de ausralopecos oram encon-rados na rica Ocidenal, no pas aualmene denominado Chade (Tchad)prximo ao Lago Chad (ou Tchad).
Voc sabia?
O termo Aus-traloptecos estrelacionado com adescoberta de umfssil homindeo naregio Sul (austral)do continenteafricano, mais preci-samente onde hoje a frica do Sul.Da a denominaoaustraloptecos
= austral (sul) +ptecos (macacos) =macacos do sul (dafrica)
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Nos anos de 1959 e 1969, oram descoberos crnios e esquele-os de sseis homindeos denominados de homo habilis, alm de er-ramenas produzidas e criadas por esses. A regio de descobera dessessseis oi a rica Orienal, no Vale de Olduvai Gorge, na Tanznia.Esses sseis so reconhecidos como a mais aniga espcie do gnero homodescoberos a eno.
STIOS ARQUEOLGICOSFsseis de Australoptecus Africanus
TD-2 TD-1
ET-2 ET-1
ET-3KE -1
ZA -1ZA -2ZA -3ZA -4
TZ -2 TZ -1
Mar Mediterrneo
Golfo da Guin
Oceano Atlntico
Oceano Atlntico
Oceano ndico
Tpico de Capricrnio
Equador 0
Golfo do den
Tpico de Cncer
TD Tchad / ChadeTD 1 - Bahr el GhazalTD 2 -Djourab
ET tiopia / Etipia
ET3 - OmoET 2 - Herto
ET 1- Hadar
KE Kenya / QuniaKE 1 - Lake Turkana
TZ Tamzanie/ TanzniaTZ 1 - Olduvai
TZ 2 - Laetoli
ZA Afrique du Sud / frica do Sul
ZA 3 -Kromdraai
ZA2 - SwartkransZA1 - Sterkfontein
ZA 4 - Taung
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Ainda na rica Orienal, nos idos de 1984, oram enconradossseis do homo erecus, no Qunia e na Eipia. Tano a eoria monoge-
nisa quano as abordagens presenes nos modelos explicaivos monocen-risa e policenrisa consideram que homo erecus enha se espalhado porodo o coninene aricano e para os demais coninenes. Oura quesoimporane que esse espcime marca a ransio enre o homo habilis
enconrado na Tanznia em 1959 e o homo sapiens arcaico, ancesral maisprximo do homo sapiens sapiens (homem moderno). A eoria monoge-nisa, que deende a disperso do homo erecus pelos demais coninen-es, aualmene corroborada por pesquisas recenes de marcadores deDNA. (marcadores miocondriais) na sia, Europa e Oceania. Considera--se que sua morologia (bipedalismo) avorecia viajar grandes disncias.(Ver mapa de migraes humanas abaixo). Com o passar de longos anos,esse espcime no s eria se espalhado pelos demais coninenes comoambm variado em sua morologia.
FRICA ORIENTALTanznia Vale Olduvai Gorge Stio Homo habilis
Fique alerta!
Tanto o homo erec-tus quanto o homosapiens e o homosapiens sapiens sotambm conhecidospelo termo homohabilis, pela capaci-
dade (habilidade) deproduzirem e utili-zarem ferramentas.Porm, todos essestm caractersticasmorfolgicas eculturais que osdiferenciam entre si.
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Assim, imporane reafirmar um enendimeno: o gnero Homo o grande ronco a parir do qual se subdividiram rs grandes linhagens deipos de homindeos e, nesse senido, esses so aparenados e no direa-mene evoludos em uma sequncia linear. Para um melhor enendimeno,vejamos o fluxograma que represena as semelhanas e dierenas culurais,sicas e de linhagens enre esses rs segmenos.
Homo
Homo Habilis Homo ErectusHomo SapiensArcaico
Locais:frica Oriental(Tanznia, Qunia, Etipiae frica do Sul)Datas:entre 02 a 1,7
milhes de anosCaractersticasfsico-culturais:aparenta-se com o austra-loptecos:a) baixa estatura (1,10 a1,30 mts)b) capacidade craniana:500 a 700 cmc) carnvoro, necrfago ecaadord) fabrico de utensliosem pedra
e) organizao familiar eem bandosf) habitao em campose abrigos naturais paraproteo de ventos epredadores
Locais: frica Orientale do Norte (Arglia, Tan-znia, Qunia, Etipia efrica do Sul), Sudeste da
sia (Java e China) e sulda Europa (Alemanha)Datas: 1,5 milhes deanosCaracteristicasfsco-culturais:Ainda diferem muitodos humanos atuais naforma do crnio e outrascaractersticas, comoas arcadas dentriassalientes e ausncia dequeixo. Porm tambm
no se assemelha aosaustraloptecos,como ohomo habilisse aparenta.a) mdia estatura (1,60 a1,63 mts)b) capacidade craniana:entre 830 a 1200 cm3c) habilidade de cons-truo e utilizao deferramentas
Locais: frica, sia , Eu-ropa, Oceania e AmricaDatas:500.000 anosatrs
Caractersticasfsico-culturais:Mais prximo aparenta-do do homem moderno,tanto em termos fsicoquanto culturais. Pormse distinguem dos huma-nos modernos pela es-pessura do crnio (1200-1400 cm3) e pela falta deum queixo proeminente.No h consenso sobrea denominao homo
sapiens arcaico, geral-mente se utiliza mais aforma homo sapiens, poispara um segmento dapaleontologia o Homosapiens uma espcienica subdividida emvrias outras subespcies,como o homo sapiensneanderthalis ou neande-thalensis
Nesses ermos, imporane er em cona que, mesmo guardandosimiliudes do gnero Homo, h dierenas biologicamene marcanes en-re os homo habilis, erecus e sapiens (odos exinos) e, sobreudo, enreesses e o homo sapiens sapiens (humanos modernos). Conorme ressal-ado aneriormene, ais similiudes e dierenas no implicam, necessa-riamene, em uma evoluo linear, pois, conorme advere os especialis-as, essas variaes axonmicas (ou seja, de classificao) levam os homohabilis, erecus, sapiens e sapiens sapiens se aparenarem mais como primosque como irmos.
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2. A GEOGRAFIA AFRICANA: DIVERSIDADE REGIONALE CORRENTES MIGRATRIAS
Iniciemos o presene ema reomando queses ainda laenes no -pico anerior. Ora, se a humanidade, em sua diversidade, eve uma origemcomum, essa diversidade espalhou-se por sucessivas correnes migrariaspor longos decursos de anos a parir do coninene aricano.
O planisrio acimai apresena resulados de um ineressane projeode pesquisa denominado Genografiaii. Traa-se de uma das mais recenespesquisas desenvolvidas por uma equipe mulidisciplinar (geneicisas, bi-logos, anroplogos, gegraos, linguisas, ec.) que buscou raar as roasdas migraes humanas, com o objeivo de conhecer a herana genica dapopulao mundial. Esse esudo apenas mais um que pe em xeque as
posies ideolgicas e pseudocienficas que quiseram apresenar a ricacomo um coninene echado em si mesmo, esagnado e sem hisria.
Os sculos XVIII, XIX e pare do XX oram marcados por posiescienificisas europeias que apresenaram, em odos os mbios do sisemaormal de educao, o coninene aricano como endo nem hisria ou hu-manidade, muias vezes reduzindo-o a um pas, quando no recorando-oconorme os ineresses de dominao.
Planisfrio: mapa dasprimeiras migra-es humanas deacordo com anlisesefetuadas por DNAmitocondrial. Aperspectiva desseplanisfrio centra-seno plo norte. Asmigraes partemdo continenteafricano (gruposgenticos L1, L2 eL3) para os demaiscontinentes. Unida-des de refernciastemporais: milniosat o presente. Re-
produzido de http://www.mitomap.org/wordmigrations.pdf.
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No plano hisrico-filosfico, desde o sculo XIX, ficou amplamen-e conhecido o parecer do filsoo alemo Georg Wilhelm Friedrich Hegel(1770-1831) que disse em sua obra Lies sobre a Filosofia da Hisria Uni-versali que a rica no inha hisria. Hegel alvez enha sido o primeiro aapresenar em ermos acadmicos uma diviso dual do coninene aricano.Em ermos geogrficos, a rica ambm sempre oi dividida conorme in-eresses geopolicos, desde a aniguidade a a conemporaneidade. Nes-se senido, como disse o gegrao rancs oiocenisa, Vidal de La Blache(1845-1918), a geografia serve anes e udo para azer a guerra.
Diane de posies ideolgicas o negaivadas, az-se imporanepara a compreenso e o esudo da diversidade humana de uma orma geral,
e a compreenso da ormao hisrica da sociedade brasileira de uma or-ma paricular, a desconsruo desses preconceios. Para ano, propem-seconhecer um pouco sobre a diversidade regional do coninene aricano esuas exenses no coninene americano, vamos a ela.
Diversidade do continente africanoe dispora atlntica
Africanas de diferentes NaesAutor: Debret
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Banos, Sudaneses, Keus, Minas, Yorubs, Jeje, Nags, Lucums,Mandingas, aigos, Benguelas, Mals, Hausss, Fani-Ashani, Cabindas,Congos. Quem oram e quem so? Em quais regies da rica viviam ouvivem? E nas Amricas, onde ficaram? E hoje, onde esariam? A o presenemomeno a hisria ensinada pouco divulgou essas queses.
Conorme bem oriena as Direrizes Curriculares Nacionaispara a Educao das Relaes nico-Raciais e para o ensino de His-ria e Culura Aro-Brasileira (2004; p.17) a obrigaoriedade de inclu-so de Hisria e Culura Aro-Brasileira e Aricana nos currculos daEducao Bsica uma deciso polica, com ores repercusses pedag-gicas, inclusive na ormao de proessores, poso que, com ais medidas
h um devido reconhecimeno e valorizao nos bancos escolares de 42% da populao brasileira.
A o presene momeno, essa populao s conheceu a hisria desua ascendncia pelo vis colonialisa e subalernizado do sisema escravo-craa. Aualmene, a que pese a inegabilidade hisrica de al modelo iner-preaivo, prope-se reomar a posiividade e cenralidade das populaesaricanas ano na prpria rica quano na dispora americana. Traa-se deuma deciso polica cuja direo es nas mos da Hisria. Uma Hisriacom os ps no passado e o olhar volado para o uuro.
A deliberao de ocar emas aricanos na dispora americana eno apenas no Brasil az-se imporane pelo senimeno idenirio quere-localiza o Brasil como pare consiuine das Amricas. O Brasil, por suasdimenses coninenais e por seu idioma hegemonicamene lusiano, aas-ou-se das demais culuras americanas, de sua hisria e vivncias. A reo-mada desse senimeno idenirio pode ser, mais uma vez, reiniciado peloconhecimeno da hisria das culuras aricanas em sua dispora americana.
Ademais, para esudar Hisria da rica, deve-se esar ciene de queoda maniesao culural ruo de escolhas. E escolhas culurais no de-vem ser objeos de juzo de valor. Um exemplo: as ormas arquienicasapresenadas em odo o coninene aricano so riburias de escolhas ra-cionais, esicas, econmicas, pragmicas e filosficas. Assim...
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Os Tuaregues (ambm aricanos do Nore de rica) consruramcasas em orma de endas de couro e palha.
Os egpcios(africanos do Nortede frica) constru-
ram pirmides epalcios de pedras.
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Os Musguns (da aual Repblica dos Camares) escolheram cons-ruir casas cnicas de barro
Mulheres burkinesas (de Burkina Faso rica ocidenal)preerem consruir casas em erracoa e argila e decor-las com mliplospigmenos naurais.
A tecnologia utiliza-da pelos musguns naconstruo de suascasas refernciana mais modernatecnologia mundiale apresentadacomo modelo desustentabilidade am-biental e intelignciade designer.
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Essa diversidade de escolhas, no enano, no az de nenhum dospovos aricanos mais ou menos adianado, desenvolvido, ou arasadoque o ouro. E muio menos az do aricano mais ou menos arasadoou civilizado que o europeu, o asiico ou americano. Conorme ane-riormene afirmado: culura escolha. Escolhas essas baseadas em racio-nalidade e ineligncia, ambas mediadas pela esica e pela economia se-leiva de elemenos da naureza que melhor se ajusem ao senido da vidaque se preende levar.
Iso porque durane vrios sculos o coninene aricano oi alvo deinmeros esereipos e consrues imaginrias a respeio de seus povos edas diversas culuras ali desenvolvidas. Ao analisarmos a viso que os pasesocidenais m sobre o coninene, percebe-se que a rica muias vezes
associada a uma imagem de araso, barbrie e selvageria, esereipos queso ainda hoje manidos e alimenados por uma mdia racisa e parcial.
Mas eses esereipos no vm de agora. Eles so ruos de um longoprocesso de ressignificaes e associaes consrudas em orno do coni-nene aricano. Desde os primeiros conaos com a rica, o olhar ocidenalaribui ao coninene aricano uma ideia de inerioridade. No perodo im-perialisa, eses ideais ganham conornos mais precisos, principalmene de-pois dos esudos cienificisas que deram origem ao que chamamos hoje de
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racialismo cienfico. Eses ideais, decorrenes em grande pare do enormedesconhecimeno que se inha do coninene aricano, ganharam um con-orno pseudocienfico a parir do sculo XVIII.
No campo da hisria, recorrene a verso de Hegel de que arica no em ineresse hisrico prprio, seno o de que os homens vivemali na barbrie e selvageria, sem ornecer nenhum elemeno civilizaoi.Esas ideias oram reoradas pelos sisemas de classificao biologicis-as (axonomia), como o sisema naural de Charles Linn (1707-1778),que ipificou a raa humana em cinco caegorias dierenes, a saber: o ho-mem selvagem, o americano, o europeu, o asiico e o aricano, a cada umsendo aribudas caracersicas biolgicas, culurais e psicolgicas inaas.
No caso do aricano, ele oi assim definidovii
:
Negro, eumtico, relaxado. Cabelos negros, crespos; pele acetinada; nariz
achatado, lbios tmidos; engenhoso, indolente, negligente. Unta-se com
gordura. Governado pelo Capricho
Ese discurso classificario, que aribua ao negro caracersicasmuias delas idas por ineriorizanes, oi apropriado e uilizado pelo discur-so polico-ideolgico europeu que jusificava o rfico alnico de escravosaricanos, assim como oda a violncia sica e simblica conra eles praica-dos nas Amricas.
Assim, ao longo de vrios sculos oi-se consruindo sobre a ricaum imaginrio negaivizado, que a coloca como o coninene sem lei, semculura e sem hisria, um coninene esanque, que vive em consane esa-do de selvageria e barbrie. A mesma lgica da consruo dese imaginrio que alimena hoje os racismos e preconceios exisenes sobre o negro,e os esereipos que ainda hoje so manidos sobre a rica e os diversospovos que ali vivem.
Conhecer o coninene aricano, porano, se orna o primeiro pas-so para desconsruirmos eses esereipos. Esudar a culura dos povosque ali viveram e vivem as ormas organizacionais que ali se desenvolve-ram, e as grandes civilizaes que iveram no coninene aricano seubero e sua hisria.
Para iso, emos que er em mene que o esudo do diverso raz de-safios episemolgicos e didicos. O ao de ermos sido educados (e dou-
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rinados) na perspeciva ocideno-caresiana que preconiza a diviso domundo em pares para depois generalizar em conceios universais raz umaerrvel dificuldade quando se prope esudar e ensinar hisria da rica.
No que se reere rica, h uma inconormidade de ermos esenidos para conceios comumene enconrados na hisria ocidenalque necessariamene no enconra correspondncia imediaa com a reali-dade aricana. Como exemplo, pode-se ciar as dificuldades de adequaoerminolgicas para as unidades e organizaes policas e sociais doconinene aricano.
A erminologia, mormene uilizada para a hisria europeia, asi-
ica e a americana, ais como esados, imprios, reinos, pases, naes,ribos, enias e a culuras no podem ser aplicadas de uma maneira uni-versal rica, poso que uma das caracersicas das organizaes poli-cas e sociais dese coninene (sobreudo anes do sculo XIX) era a au-onomia local. Assim sendo, caro proessor, no se deve esranhar o aode em uma mesma regio e em um mesmo perodo, vrias denominaeserminolgicas as quais, muias vezes no se enconra uma correspondnciade senido o presene.
Por fim, lembremo-nos de que para esudar Hisria da rica pre-ciso, anes de udo, humildade, poso que a rica o coninene da diversi-dade. Essa diversidade es presene ano na geografia em suas ineracessicas e humanas, quano na filosofia, nas cosmogonias e cosmologias, e nasares, as quais agem de orma ineraiva e muliaceada com a hisria vi-venciada e consanemene recriada.
Da, quando da organizao desse mdulo, deparamo-nos com umproblema: como apresenar amanha diversidade em um exo insrumen-al? Anes de udo, deve-se er claro que aqui no se preende execuar
exausivamene amanha area, qual seja a de mapear a diversidade arica-na. Conudo, como afirma o inelecual aricano Alpha I. Sow a unidadeno apaga a diversidade e no deveria enravar seu reconhecimeno (SOW,1977, p. 21). Logo, menos que apresenar uma meiculosa carografiahumana do coninene aricano, apresenam-se aqui emas para se cons-ruir uma carografia hisrica de algumas organizaes policas e sociaispresenes na rica.
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O Ensino de Histria da frica em Debate 25
Por uma Cartograa Histrica da frica
Monte Kilimanjaro - cujo pico abriga neves eternas Nor te da Tanznia.
Muios hisoriadores aleram para a necessidade de se desconsruira ideia de homogeneidade do coninene aricano. Normalmene, quandose ala em rica, se pensa em um grande bloco homogneo de ome e mi-sria, alguma savana habiada por animais como giraas, lees e zebras, masendo como pare predominane de seu erririo um desero desolador eum calor aigane.
Pode-se iniciar a desconsruo dessa ideia de homogeneidade pelaprpria geografia do coninene. Conorme pode se observar no mapa, oconinene aricano abriga ouras paisagens para alm do desero do Saa-ra. Ao conrrio, a rica abriga vrios ouros grandes deseros como os daLbia, Nbia, e Calarari e muios ipos de savanas. Abriga ambm alos pi-
cos e monanhas com neves eernas, como o mone Kilimanjaro, passandopor densas floresas, a por um ipo de vegeao denominada medier-rnica, que abriga pinheiros e vasas pasagens, alm de regies panano-sas. Ou seja, o coninene aricano abriga regies exremamene rias, paraalm da rica do Sul.
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26 Educao para as Relaes Etnicorraciais
Por ouro lado, grande pare do subsolo aricano rica em meaispreciosos, como ouro e diamanes. Alis, a maior reserva de diamanes doplanea erra es localizada exaamene ao sul do coninene aricano, osquais so exrados com modernssima ecnologia. Em ermos de exenso
erriorial (incluindo o coninene e a pare insular) a rica alcana umasupercie de 30.264.000 km, correspondendo aproximadamene a umquino das erras emersas do globo.
Comumene pode-se enconrar variadas ormas de diviso geogr-fica do coninene aricano, quase nunca variando de perspecivas, ou seja,odas essas divises apresenam um vis colonialisa:
Mar Mediterrneo
Golfo da Guin
Oceano Atlntico
Oceano Atlntico
Oceano ndico
Tpico de Capricrnio
Equador 0
Golfo do den
Tpico de Cncer
FLORESTA TROPICAL
FLORESTA COSTEIRA DO LESTE DA FRICA
FLORESTA DECIDUAL - SAVANA DE RVORES
FLORESTA DECIDUAL - SAVANA DE GRAMNEAS
ESTEPE - GRAMNEAS E VEGETAAO RASTEIRASEMI DESERTO
DESERTO
MEDITERRNEA
GRAMNEAS DE MONTANHAS
FLORESTA DE MONTANHAS - TUNDRA
VEGETAO AFRICANA
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O Ensino de Histria da frica em Debate 27
geopolico-colonial : rica poruguesa, rica islmica, ec paisagsica: rica equaorial, medierrnica, ec lingusica: rica rancona, lusona, anglona ou ainda racial:
rica branca e rica negra, sendo essa lima a mais divulgada nosmanuais didicos.
Enreano, a corriqueira diviso do coninene em rica Branca(ao nore) e rica Negra (ao sul) imprecisa e carregada de perspecivaseurocnricas ou asiocnricas. Nesse modelo inerpreaivo, o Nore derica por er sido invadido ou colonizado desde o sculo VIII por rabese mulumanos eria se ornando proeminenemene branco. Esse modelo,enreano, no consegue explicar, por exemplo, como a Nigria e o Sudo
que so dois pases que abrigam um dos dois maiores coningene popula-cional epidermicamene negro do planea eso localizados jusamene aonore do coninene, alm de serem majoriariamene aricanos islamizados.Ou mesmo explicar o grande coningene epidermicamene mais claro (emrelao a nigerianos e sudaneses) que se localizam ao Cenro-Sul da rica,como as populaes koisans e bosqumanas, sem alar nos aricners.
Essa orma de diviso dual (rica Branca x rica Negra) encerra-va uma perspeciva ideolgica de dominao. Ora se deendia que o norearicano, por ser islamizado, seria mais desenvolvido que a rica subsa-ariana (rica Negra), ora deendia que, por er abrigado grandes civiliza-es (egpcias e axunias, por exemplo) ou enclaves policos e econmicos,como Alexandria ou Carago no aria pare da rica propriamene dia.Esse vis hisrico-geogrfico sobre a rica apresenado pelo Filsooiluminisa alemo Friedrich Hegel, no sculo XIX serviu no s para adominao colonial na rica como para a diuso de ideias preconceiuosase discriminarias sobre o coninene. Ideias essas que eso presenes noslivros didicos a os dias de hoje.
Na reerida obra de Hegel aneriormene ciada, o filsoo afirma que:
A rica no uma pare hisrica do mundo. No em movi-menos, progressos a mosrar, movimenos hisricos prpriosdela. Quer isso dizer que a sua pare seenrional perence aomundo europeu ou asiico. Aquilo que enendemos precisa-mene pela rica o esprio a-hisrico, o esprio no desen-
volvido, ainda envolo em condies de naural e que deve seraqui apresenado apenas como no limiar da hisria do mundo.(HEGEL (1946) apud HERNANDEZ, 2005, 20 p.)
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Assim, na perspeciva hegeliana, o Nore da rica (ambm deno-minada rica medierrnica, ou rica Branca) no se consiuiria comopare da geografia do coninene aricano e sim de um mundo medierrni-co, poso se aproximar muio mais da Europa e da sia que da rica em si.O mesmo vis inerpreaivo apresenou essa rica propriamene dia, ouseja, a rica Negra (ou subsaariana) como ribal, animisa e arasada, pos-o que esivera impedida pelo desero do Saara de maner conao comas civilizaes adianadas. Logo, segundo Hegel, essa pare do coninenedeveria ser deixada de lado, por no azer pare da Hisria da Humanidade.
A rica propriamene dia a pare caracersica desseconinene. Comeamos pela considerao desse coninen-
e, porque em seguida podemos deix-lo de lado, por assimdizer. No em ineresse hisrico prprio, seno o de queos homens vivem ali na barbrie e na selvageria, sem or-necer nenhum elemeno civilizao. Por mais que rero-cedamos na hisria, acharemos que a rica es sempreechada no conao com o reso do mundo, um Eldoradorecolhido em si mesmo, o pas criana, envolvido na es-curido da noie, aqum da luz da hisria consciene [...]Nesa pare principal da rica, no pode haver hisria.(HEGEL (1946) apud HERNANDEZ, 2005, 20 p.)
Para ugir a esses esquemaismos desenvolvimenisas, eleolgicos eenocnricos, no presene esudo, opou-se por dividir o coninene arica-no em cinco grandes regies geogrficas e geomricas, a saber:
rica Cenral, rica Ausral (ao sul) ambm denominada rica Meridional rica Orienal (a lese) ambm denominada Chire da rica rica Ocidenal (a oese) e rica Seenrional (ao nore) ambm
denominada Nore da rica
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O Ensino de Histria da frica em Debate 29
Vale ressalar que essa configurao no oi arbirria, ao se conside-rar as possibilidades dinmicas e relaivizadoras que al diviso acolhe.
Para compreendermos melhor esa diviso, recordemo-nos algunsaos hisricos que levaram a aual configurao geopolica da rica.
O ano de 1870 oi considerado o marco da implanao da policaimperialisa da Europa na rica, que eria como consequncia imediaa asua parilha. A Conerncia Geogrfica Inernacional convocada pelo Rei daBlgica, Leopoldo II, em Bruxelas, em 12 de seembro de 1876, da qual par-iciparam alm da Blgica, Alemanha, Ausria-Hungria, Frana, Inglaerra e
Rssia, deerminou uma explorao medica, real e eficiene do solo ari-cano, por meio de pesquisadores e homens empreendedores, deixando omapa do coninene aricano compleamene modificado. J a Conernciade Berlim, na Alemanha, convocada por Bismark, durou de 15 de novem-bro de 1884 a 26 de evereiro de 1885, oi o momeno em que as ponciaseuropeias dividiram enre si o erririo aricano, ignorando por compleoo desino de cerca de 30 milhes de vidas habiando em inmeras naes.Em 1920, as colnias aricanas j inham sido praicamene odas mapeadas.
REGIES DA FRICA
FRICA SETENTRIONAL FRICA ORIENTAL
FRICA OCIDENTAL
FRICA AUSTRAL
OU MERIDIONAL
FRICA CENTRAL
FRICA SETENTRIONAL
FRICA ORIENTAL
FRICA OCIDENTAL
FRICA CENTRAL
FRICA AUSTRAL
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30 Educao para as Relaes Etnicorraciais
Ou seja, por cona da polica imperialisa europeia, com a parilhada rica enre suas poncias no ano de 1885 e seu poseriores desdobra-menos hisricos, a configurao geopolica do coninene aricano aual-mene assim visualizada:
El Aain
SAARAOCIDENTAL
MARROCOS
MAURITNIA
ARGLIA
LIBRIA
COST A DOMARFIM
TOGO
BENI N
Nouakchott
Dacar
BanjulBissau
GUIN BISSAUConacri Freetow n
Monrvia Abidj Lom
Niamei
Malabu
NGER CHADE
GUIN EQUA TORIAL
Ndjamena
Iaund
SUDO DJIBUTI
ERITRIA
QUNI A
CartumAsmara
Djibuti
BURUNDI
Mogadscio
Nairbi
Campala
Brazzaville
Libreville
Luanda
CABINDA (Angola)
So Tom
MADAGASCAR
Harare
Lusaka
ZMBIA
NAMBIA
SUAZILNDIA
WindhoekGaborone
Mbabane
EGITO
LBIA
Cairo
Trpoli
TUNSIA
TnisArgelRabat
Mar Mediterrneo
Ilhas Canrias
Ilhas Madeira
Golfo de den
Oceanondico
Oceano Atlntico
Golfo da Guin
CABO VERDE
Cidade de
Praia
Antananarivo
ILHAS SEYCHELLES
Vitria
ILHAS COMORES
Moroni
MAURCI OPort Louis
SENEGAL
GUIN
SERRA LEOA
ANGOLA
BOTSUANA
LESOTO
REP . DEM .DO CONGO
Ocean o Atlntico
TANZNIA
SOMLIA
MOCAMBIQUE
REPBLICACENTRO-AFRICANA
Bangui
Kinshasa
CONGO
ZIMBBUE
Pretria Maputo
ETIPIA
UGANDA
Kigali
RUANDA
Porto Novo
CAMARES
Abduja
Uagadugu
BamacoGMBIA
Equador 0
Trpico de Capricrnio
TrpicodeCncer
FRICADO SUL
Maseru
FASSO
GANA
Acra
MALI
Vermelho
Mar
GABO
T
Lilongue
Adis-Abeba
NIGRIA
Bujumbura
MALAVI
Dodoma
BURKINA
SO E PRNCI PEOM
FRICA POLTICO
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O Ensino de Histria da frica em Debate 31
Caso no ivesse ocorrido o processo de colonizao e parilha doconinene, respeiando as divises errioriais policas e nicas aricanas,possivelmene essa seria a configurao polica da rica:
Mar Mediterrneo
Golfo de den
Oceanondico
Oceano Atlntico
Golfo da Guin
Ocean o Atlntico
Equador 0
Trpico de Capricrnio
TrpicodeCncerVerm
elho
Mar
DIVERSIDADE TNICA
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32 Educao para as Relaes Etnicorraciais
Vima de um passado hisrico de colonizao, a Segunda GuerraMundial provocou um processo de reao ao sisema de colonialismo eu-ropeu implanado a parir do sculo XIX (veja a dierena conceiual enrecolonialismo e colonizao), marcando o incio dos processos de descoloni-zao. Vejamos a sequncia evoluiva geopolica:
ORGANIZAES POLTICAS ANTES DE 1885
PEULES
JALOFOS
SONGAIGANA
MALIMOSSIUagadugu
Macina
Bongu Kano
KororofaBenin
Dahom
NupNanumba
GonjaOvo
Ibo
Biram
BulalaTibue
Katsena Bomu
RanoZegzeg
Kanem
HASSAS
CONGO
ACHANTI
IORU
BAS
SORG
U
MONOMOTAPA
Mabunda Mocaranga
Cimbebas
Cimbebas
SonyoNdongo
Matamba
Lunda
Luda
KubaLoango
Kagongo
Ngoyo
Mbata
Cibolo
Tio
Bolia
MujacoBiafraIaund
Kiziba
Nimeamay
Busoga
Kyamutwara
Buganda Jubo
GallaHadia
Maracatos
NalindeMombasse
Pemba
Pemba
KilwaKisiwani
COMORES
IMPRIO
COMERCIA
DE KILWA
DamoteImarya
Fatagar
Bali
AmaraGojam
Semiem
TigreUagara
Uagara
XarcaMogadiscio
FateAngote
IntertaDanclia
Lasta
Eritria
Baria
DauaroAdial e Mora
KazembeMongalo
Macuas
Macuas
Sofaia
Rundo
Madagscar
IMERLINA
MAHAFALIBARA
LALAGINAMANDRAARINDRANO
TANALATeve
Baru
Dande
Tonga
Zimbas
Maraw
Urungue
Biri
Namaqua
Hotetontes
Bosquimanos
Hambounas
Chamgamira
ZuluFumos
Kosa
Inhambane
Covanas
Bororo
Mpangu
Mpangu
Mpangu
Macoco
Mbamba
Mpemba
DamaraMacasis
DIARA
LIBERIA
TERRUR
TRIPOU EGITO
KANEM-BORNU
CORDOF
NBIAKawarAir
Daura
Liptako
Gunme Gobir
Tibeste
Fezan
Berberes
Deserto do Saara
Tuaregue
Guenziga
El Aalum
Marrocos
Teiza
FezBerberes
Terga
TaganetAdever
Gabu
Casa
Futa Jalom
Sapes Mandinga
Fante Akam
EweDenkyra
Kaarca
Burbus
BARBARIA
ALMORVIDAS
Berdoa
Cirenaica
DARFURWadaf
Funje
Aldia
Macria
Nobacia
Dongola
Adamawa
Dar
DarRunga
Danda
Bunioro-Kitara
ToroBudu
AncolCarangu
ABISSNIA
Butua
ManicaSabiaSono
Inhangiro
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O Ensino de Histria da frica em Debate 33
J no ano de 1880, ou seja, cinco anos anes do Traado de Berlim, oconinene aricano j esboava em seus conornos liorneos uma presenade colonialismo europeu, como pode ser observado no mapa abaixo:
PEULES
JALOFO MOSSI
MOSSIDANHOM
BENIN
IBO
HASSABORNU
DESERTO DO SAARA
MARROCOSTRIPOLITNEA
EGITO
Ocupao
EGPCIA
FANG
RUANDA
UBUNDI
CHOKWE
LOZI
MISIRI
ACHANTI
ARGLIA
ZANZIBAR
MOAMBIQUEMERINA
TRANSVAL ZWASI
Orange ZULU
BASOUTOColnia doCabo
Luanda
ArgelRabat
TripoliMar Mediterrneo
Dacar
GMBIABanju
BissaGUIN-BISSAGUIN
SENEGAL
CanacriFreetowr
Monrvia AbdjSERRA - LEOA
LIBRIA COSTA DOMARFIM
Lagos
Librevill
Golfo da Guin
Oceano Atlntico
Oceano Atlntico
ANGOLA
Sofala
Mombassa
Oceano ndico
Tpico de Capricrnio
Equador 0
Mogadscio
Adis-Abeba
ABISSNIA
Cartum
Golfo do den
Tpico de Cncer
Fachoda
Cairo
PORTUGUS
ESPANHOL
INGLSFRANCS
BER
ESTADOS INDEPENDENTES
COLNIAS TERRITRIOS PROTETORADOS
OTOMANO
SITUAO POLTICA INDEFINIDA
MUDANAS POLTICAS (1880)
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34 Educao para as Relaes Etnicorraciais
Cinco anos depois da Conerncia de Berlim, a o ano de 1936 aconfigurao geopolica do coninene aricano j era basane marcane:
A primeira ase da descolonizao aconeceu com a Conerncia deBrazaville de 1944 (aual Congo-Brazaville), na qual se reuniram odos osgovernadores das colnias rancesas para esudarem e discuirem as reor-mas das insiuies radicionais.
Trpico de cncer
Equador
Trpico de capricrnio
Abissnia
Rodsia do Sul
PORTUGUS
ESPANHOL
INGLS
FRANCS
ITALIANO
ESTADOS INDEPENDENTES
BELGA
ALEMO
COLNIAS TERRITRIOS PROTETORADOS
MUDANAS POLTICAS (1885 -1936)
MarrocosEspanhol
Marrocos
Arglia
Rio doOuro
Lbia
TunsiaMar Mediterrneo
Egito
Gmbia
GuinPortuguesa
Serra Leoa
Libria
fricaOcidentalFrancesa
fricaEquatorialFrancesa
Togo
Costa do Ouro
GuinEspanhola
Gabo
SudoAnglo-Egpcio
Kamerun
Cabinda
Congo
Belga(Zare)
Uganda
Oceano Atlntico
AngolaNiassalndia
Rodsia doNorte
fricaOriental
Britnica
Eritria
Costa dosSomalis
SomliaBritnica
Somalilndia
fricaOrientalAlem
Oceano Indco
fricaOriental
Portuguesa
MadagscarSudoesteAfricanoAlemo
Bechuanalndia
Suazilndia
BasutolndiaUnio
Sul-Africana1910
Colnia doRio Orange
Transval
Colnia do Natal
Golfo do den
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O Ensino de Histria da frica em Debate 35
Os primeiros pases a se ornarem independenes durane a dcadade 50 oram:
Egio em 1922, Reino da Lbia - 24 de dezembro de 1951;
Mar Mediterrneo
Golfo da Guin
Oceano Atlntico
Oceano Atlntico
Oceano ndico
Tpico de Capricrnio
Equador 0
Golfo do den
Tpico de Cncer
Marrocos
Espanhol Tunsia
Arglia
Marrocos
Rio do Ouro
Lbia
frica
OcidentalFrancesa
Nigria
Gmbia
Guin
Portuguesa
Serra Leoa
Libria Costa do Ouro
GuinEspanhola
fricaEquatorialFrancesa
Egito1922
SudoAnglo-Egpcio
EritriaCosta dosSomalis
SomliafricaOrientalItaliana
Britnica
Somalilndia
QuniaCongo
Belga
Cabinda
Angola
SudoesteAfricano
Tangnica
Niassalndia
Rodsia doNorte
Rodsiado Sul
fricaOriental
Portuguesa
Suazilndia
UnioSul-Africana
Basutolndia
Madagscar
a
SuAf
PORTUGUS
ESPANHOL
INGLS
FRANCS
ITALIANO
ESTADOS INDEPENDENTES
COLNIAS TERRITRIOS PROTETORADOS
BELGA
TERRITRIO CONTROLADOPELA UNIO SUL-AFRICANA
PAS E ANO DE INDEPENDNCIAEGITO
1922
MUDANAS POLTICAS (1937 - 1945)
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36 Educao para as Relaes Etnicorraciais
Repblica do Sudo - 1 de Janeiro de 1956; Reino do Marrocos - 02 de maro de 1956; Repblica da Tunsia - 20 de maro de 1956; Repblica de Gana - 06 de maro de 1957 e a Repblica da Guin - 02 de ouubro de 1958.
Mar Mediterrneo
Golfo da Guin
Oceano Atlntico
Oceano Atlntico
Oceano ndico
Tpico de Capricrnio
Equador 0
Golfo do den
Tpico de Cncer
Gmbia1965
GuinBissau
Serra Leoa
Guin1958
Gana1957
Togo
fricaOcidentalFrancesa
GuinEspanhola
Federaodo Mali
ComunidadeFranco
Africana
SaaraOcidental
Arglia
Marrocos1956
Tunsia - 1956
ReinoUnido da
Lbia - 1950
fricaEquatorial
Francesa
Sudo1956
Congo
Ruanda
BelgaCabinda BurundiTanznia
Angola
Federaoda frica Central
Eritria
SomliaFrancesa
SomliaBritnica
Qunia
Etipia1941
Nambia
Suazilndia
Basutolndia
frica do Sul
Moambique
Madagscar
Nigria
MUDANAS POLTICAS (1945 - 1960)
a
PORTUGUS
ESPANHOL
INGLS
FRANCS
BELGA
ESTADOS INDEPENDENTES
COLNIAS TERRITRIOS PROTETORADOS
TERRITRIO CONTROLADOPELA UNIO SUL-AFRICANA
CUSTDIA DAS NAES UNIDAS
PAS E ANO DE INDEPENDNCIAGANA1957
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O Ensino de Histria da frica em Debate 37
Durane a dcada de 60, os seguines pases conquisaram suasindependncias:
Camares (1960); Togo (1960); Madagascar (1960); Congo (Zaire, 1960); Somlia (1960); Daom (1960); Burkina Faso (1960); Cosa do Marfim (1960); Chade (1960);
Repblica Cenro-Aricana (1960); Congo-Brazaville (1960); Gabo (1960); Senegal (1960); Mali (1960);
Nigria (1960); Maurinia (1960); Serra Leoa (1961); Tanznia (1961); Burundi (1962); Ruanda (1962); Arglia (1962); Uganda (1962); Qunia (1963);
Malawi (1964); Zmbia (1964); Gmbia (1965); Bosuana (1966) e Lesoo (1966).
Angola e Moambique s conseguiram suas independncias nosanos 70, depois de revolues sangrenas conra Porugal, lideradas peloMovimeno Popular de Liberao de Angola (MPLA), de linha sino-cuba-na de Agosinho Neo, que veio a ser Presidene e Mrio Pino de Andrade;a Unio dos Povos de Angola (UPA), de Holden Robero e a Unio Na-cional pela Independncia Toal de Angola (UNITA), dirigida a hoje porJonas Savimbi. Em Moambique surgiram a Frene de Liberao de Mo-ambique (FRELIMO) de Eduardo Mondiane, Uria Simango, MarcelinoSanos e Samora Machel, que mais arde oi presidene. O ouro grupo erao Comi Revolucionrio Moambicano (COREMO), de Paulo Gumane.
Aualmene, com exceo do pas de nome Saara Ocidenal (narica Seenrional), anigo Rio do Ouro, de colonizao espanhola, odos
os pases do coninene aricano eso independenes. O Saara Ocidenalenconra-se sobre proeorado da ONU, pois seu erririo aualmenedispuado pela Maurinia e Marrocos. Algumas ilhas do que ora a oali-dade da pare insular do coninene aricano, coninua, ainda, erririos dealgumas poncias europeias, ais como: a Ilha de Sana Helena (Inglaerra),as Ilhas Canrias (Espanha) e a Ilha da Madeira (Porugal).
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38 Educao para as Relaes Etnicorraciais
MUDANAS POLTICAS (1986)
Mar MediterrneoOceano Atlntico
Oceano Atlntico
Oceano ndico
Tpico de Capricrnio
Equador 0
Golfo do den
Tpico de Cncer
PORTUGUS
ESPANHOL
INGLS
FRANCS
TERRITRIO CONTROLADOPELA UNIO SUL-AFRICANA
CUSTDIA DAS NAES UNIDAS
PAS E ANO DE INDEPENDNCIA
ESTADOS INDEPENDENTES
COLNIAS TERRITRIOS PROTETORADOS
QUNIA1957
Madagascar
1960
Amrica do Sul
1961
Nambia
Angola
Zimbau1965
Congo
1960
Lbia
Chade
1960
Niger
1960
Serra Leoa
1968
Guin equatorial
1968
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O Ensino de Histria da frica em Debate 39
Arglia
So Tom e Prncipe1975
Angola1975
Namibia1990
Moambique1975
Comores
1975
Seychelles1976
Djibuti1977
Eritria1993
Santa Helena
frica dos Sul
SaaraOcidental1976
Cabo Verde1975
Guin Bissau1973
Camares
Congo Repblica
Democrticado Congo
Ascenso
Canrias
Madeira
Benin
Cabinda
Espanhol
Portugus
Ingls
Mar Mediterrneo
Golfo da Guin
Oceano AtlnticoOceano ndico
Tpico de Capricrnio
Equador 0
Golfo do den
Tpico de Cncer
Santa Helena
PORTUGUS
ESPANHOL
INGLS
PAS E ANO DE INDEPENDNCIA
OCUPADO PELO MARROCOS ERECONHECIDO PELA ONU
NGOLA1975
NAES
COLNIAS TERRITRIOS PROTETORADOS
MUDANAS POLTICAS (1970 - 2007)
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40 Educao para as Relaes Etnicorraciais
Regies geogrcas e histricas da frica e suadispora no Atlntico Negro
DISPORA AFRICANA
10%
10%
40%
40%
Buenos Aires
Montivideo
Rio de Janeiro
Salvador
Recife
Valparaso
Cartagena
MxicoVeracruz
Charleston
Santo Domingo
Quelimane
Luanda
Cabinde
Tripoli
Lisboa
ZabidAdon
KarachI
Calabar
Marzuq
Lagos
CopenhagueAmsterd
Roterd
Londres
IstambulRoma
NantesVeneza
Acra
AORES
Ilha Gore
Sevilha
Alexandria
Timbocutu
Assu
Quargia
GnovaBordeaux
Bristol
Basm
Palermo
Liverpool
Mombassa
Tomalave
JALOFO
BAMBARA
ARADA
HAUSSAS
KANEM
BORNU
BOBANGI
LUNDA
MAKUA
MOSSIBENIN
ACHANTI
LOANGO
CONGO
NDONGO
MBUNDU
OVIMBUNDU
IBO IORUBA
CUBA
JAMAICA
ZANZIBAR
Goa
PORTO RICO
Oceano AtlnticoOceano Pacfico
Oceano ndico
ILHAS CANRIAS
CABO VERDE
MAURCIOIlha Reunio
(Bourbon)
SOCOTRA
P/ MalacaMacaoCantum(Hong Kong)Nagasaki
Regies fornecedoras do comrcio de escravos TrasAtnticosBENINPercentual de escravos de portados
Regio de importao de escravos nas Amricas
Regio de exportao de escravos na frica
Comrcio TransSaariano de escravos
Comrcio TransAtlntico de escravos
Jias, armas, comida
Algodo, acar, tabaco e caf
Grandes portos do comrcio de escravos na frica
Grandes portos do comrcio de escravos nas Amricas
Grandes portos comerciais europeus
Grandes portos do comrcio de escravos
Centros de classificao e distribuio de escravos
Estimativa do tamanho total da populao alcanada na metadedo sculo XIX pelo comrcio de escravos: 200 milhes
Populao africana total na metade do sculo XIX: 100 milhes
Total de deportaes do sculo XVII metade do sculo XIXpara o comrcio de escravos: 24 milhes
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O Ensino de Histria da frica em Debate 41
Traaremos agora de um pouco da hisria, culura e geografia das cin-co regies do coninene aricano em esudo, alm de conhecer um pouco so-bre dois principais segmenos que cruzaram o Alnico rumo ao Brasil e sAmricas. Esses segmenos, conhecidos pelos nomes generalizanes de Ban-os e Sudaneses, oram responsveis por grande pare da ormao da popula-o brasileira e americana. nase ser dada em algumas ormaes hisricasda rica Orienal, ais como Egio e Nbia. Traar dessas duas organizaeshisricas imporane para conhecermos um pouco da variedade de op-nimos (nomes de lugares) e enminos (nomes de povos e enias) que azempare da hisria e culuras aricanas e aro-brasileiras.
Assim, nesse subpico aprenderemos que os sudaneses que
cruzaram o Alnico por ora da empresa escravagisa no aziam par-e dos grupos nicos do aual Sudo (ou seja, no so os mesmos sudane-ses da aualidade), pois na aniguidade o Sudo era conhecido por Nbia,logo os auais sudaneses, na aniguidade eram conhecidos por nbios,meroas, kushias ou napaas. Esses genlicos da aniga Nbia reeriam--se aos habianes desses grandes reinos que conglomerava a aniga Nbia,que hoje o aual Sudo.
O ermo sudans o recorrene na bibliografia sobre os povos arica-nos que pariciparam da ormao hisrica brasileira em origem em uma an-iga expresso rabe: Bilad-al-Sudan (Pas dos Negros) e reeria-se aos povosque habiavam a aual rica Ocidenal, regio que dividiu com povos da ri-ca Cenral e Ausral (ais como Angola, Congo e Moambique) denominadosBanos. Alis, imporane regisrar que o prprio ermo Bano arificial, ouseja, reere-se a um recore enolinguisico de uma grande diversidade culurale polica, que a anropologia colonialisa convencionou assim denomin-los.
No que se reere rica Orienal demos ambm um especial des-aque hisria do Egio Anigo, pois conorme aleram as Direrizes Cur-
riculares de educao para as relaes nico-raciais, imporane vincu-larmos a hisria do Egio no coninene aricano, em resposa s posieseurocenrisas que sempre localizaram esse pas em um mundo medierrni-co, assim como fizeram com Carago (aual Tunsia rica Seenrional) eAlexandria. Os emas sobre hisria da rica devem ser enrenados de ma-neira ransversal por odas as disciplinas de Hisria, pelo menos quando ain-da vigora o modelo Quadriparie rancs (Hisria Aniga, Mdia, Modernae Conempornea). Por enquano, ainda que no se aa de nossa pare deve-remos pelo menos iniciar esse processo.
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Por fim, os dois mdulos apresenados serviro de indicaivos para oesudo da presena islmica no coninene aricano. Essa uma hisria delonga e complexa periodizao, porm de grave imporncia para se com-preender muio da diversidade e impacos no modo de ser dos aricanosconemporneos, poso que mais da meade do coningene populacionalda rica so mulumanas ou soreram um processo de islamizao desdeo sculo VII da era cris. Grande pare dessa populao islamizada am-bm paricipou da dispora aricana nas Amricas. No Brasil, por exem-plo, esses povos ficaram conhecidos pelos nomes de Mals, Mandingas,Fani-Ashane, Fulanis, denre ouros.
Passemos agora para um esudo panormico das cinco regies his-
rico-carogrficas do coninene aricano.
frica Setentrional e Oriental
A rica Seenrional, ambm conhecida por Nore da rica, lo-caliza-se ao nore do desero do Saara. Compem a rica Seenrional ospases de uma regio culural conhecida por Magreb. Algumas divises si-uam ambm o Egio e Sudo como componenes da rica seenrional,nesse esudo, opamos por siu-los na rica orienal por azerem pare deuma regio culural mais prxima de ouros reinos, como a Nbia (aualSudo) e Eipia (aniga Abissnia). Ainda na rica Seenrional exise umaregio culural conhecida por Magreb, que conglomera seis pases: Marro-cos, Arglia, Tunsia, Lbia, Maurinia e Saara Ocidenal. Esse limo , ao presene momeno, um pas de jure. Isso significa dizer que ainda no um pas de aco poso que reclama o reconhecimeno de sua legiimida-de (como pas independene do Marrocos) juno a organismos inernacio-nais. Aualmene, o Saara Ocidenal enconra-se sob proeorado da ONU. imporane considerar a rica Seenrional sempre em relao
rica Orienal, sobreudo nos pases que hoje so a Eriria e a Eipia.Essa reerncia es jusificada no pela posio geogrfica que ocupa essedois pases em relao regio seenrional da rica (no recore geogrfico,ano a Eriria quano a Eipia azem pare da rica orienal) e sim porenglobar uma rea culural, lingusica e hisrica que os aproximam de mui-os povos da regio seenrional da rica. Quano ao erririo da ricaOrienal, em ermos da diviso geogrfica aual, enconramos os seguines pa-ses: Egio, Sudo, Eriria, Djibui, Eipia, Somlia, Uganda, Qunia, Ruanda,Burundi e Tanznia.
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FRICA SETENTRIONAL
Mar Mediterrneo
Oceano Atlntico
Oceano ndico
Tpico de Capricrnio
Equador 0
Golfo do den
Tpico de Cncer
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Na rica orienal convergem vrias organizaes policas e sociais,denre as quais a egpcia mais conhecida e esudada sempre conside-
rada como componene de grandes civilizaes da aniguidade ocidenal,com pouca ou nenhuma relao com o coninene aricano. Por essa razo,prope-se considerar o Egio em sua relao com ouras organizaes pol-icas-culurais das regies seenrional, orienal e ocidenal do coninenearicano, cenrando o oco nas relaes que maninham com anigos reinosque se localizavam nas auais Eipia e Eriria. Em ermos policos auais, aEipia e Eriria no consiuem pare do Nore da rica, mas em ermos his-ricos azem pare de uma mesma configurao econmica, culural e polica.Da o desaque nas represenaes carogrficas que acompanham esse pico.
FRICA ORIENTAL
Mar Mediterrneo
Oceano Atlntico
Oceano Atlntico
Oceano ndico
Tpico de Capricrnio
Equador 0
Golfo do den
Tpico de Cncer
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Esse recore absoluamene necessrio quando se busca descenraro olhar homogneo e racialisa que vigorou nos compndios sobre a His-ria da rica desde a aniguidade. Esse olhar homogeneizador oi respon-svel pela produo de uma srie de opnimos (nome prprios de luga-res) e de enminos (nomes de povos, comunidades policas, enias, ec)que variaram conorme ineresses geopolicos, mas maninham a mesmainencionalidade: nomear e definir para submeer. Ademais, conhecer aisopnimos e enminos orna-se imporane para siuar o aluno espaciale emporalmene no esudo da rica. Porano, deve-se lembrar que osprimeiros relaos escrios sobre a rica oram eios por viajanes, gregos erabes, sobreudo.
Alis, enquano na rica os rabes oram grandes hisoriadores, osgregos oram grandes oponomisas (aqueles que deixaram regisrados osnomes de lugares). Por isso, so comuns grandes conuses enre povos, lo-calizaes e emporalidades.
Por exemplo, a denominao ehiop oi dada pelos gregos aos nbiose ashunias. O ermo reeria-se aos homens de cara queimada e no aoseopes, da aual Eipia. A aual Eipia da aniguidade e a fins do s-culo XIX oi conhecida pelo nome de Abissnia. A Nbia, por sua vez, erauma regio do aual Sudo, o qual aualmene se localiza na pare nordes-e da rica e guarda pouca relao com o Anigo Sudo Cenral (ouroradenominado de Nigrcia por colonizadores europeus). A regio da Nbiadividia-se em Nbia inerior e superior e abrigou imporanes reinos e cida-des, como Cush, Mere e Napaa. Os exemplos poderiam seguir indefinida-mene. O imporane que possamos, pelos menos, iniciar o desvelamenodessas inumerveis denominaes, alm de nos localizarmos espacial e em-poralmene nas ricas de odos os empos.
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Egito, Nbia (Kush, Mroe, Napata) eAbissnia (Ashum)
A ormao populacional do Egio, da Nbia e Abissnia so ribu-rias de longos processos migrarios de povos agriculores que, no IVmilnio a.C., viviam na regio do Saara. Nesse perodo, comumene conhe-cido por aniguidade (4.000 a.C a 3.500 a.C) o Saara no era um desero esim uma regio propcia agriculura, com rios pouco caudalosos e umavegeao pouco exuberane, o que possibiliava pouco gaso de energiano rabalho, na busca de pasagem para animais domesicados e no deculivo de vegeais.
O mesmo no ocorria com a regio nilica. Nesse mesmo perodo,essa regio ainda no era araiva para aquelas populaes que a eno ha-biavam o Saara, pois o leio do rio Nilo ransbordava em alos ndices. Ade-mais, o rio Nilo esava cercado por uma vegeao ciliar assaz exuberane.
Por vola no ano 3.500 a.C, segundo argumena Ki-Zerbo (1972, p.79-80), essas populaes diane das bruscas mudanas climicas e geo-lgicas que se processavam na regio do Saara passaram a buscar lugares
TOPNIMOS REGIO NORDESTE FRICAcom destaque para reinos e imprios antigos
Egito
Nbia
AbissniaAshum
Cush
Meroe
Napata
ANTES DO SCULO XIX A.D
Egito
Sudo
Etipia
ATUAL
Eritria
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com abundncia de gua e vales reis, ugindo do processo de deserifica-o que ocorria na regio. Por conseguine, com pare do processo de de-serificao que alcanava ambm o Nilo, houve um aumeno da aridez dosolo e desgase naural da abundane vegeao, o que permiiu a ormaode aluvies exremamene reis.
Passados alguns sculos de sucessivas migraes do Saara rumo re-gio nilica, um grande coningene populacional esabeleceu-se ao longodas margens do Nilo, do Dela sexa caaraa. A populao que se orna-ria poseriormene Egio esabeleceu-se do Dela 1 caaraa do Rio Nilo(nore) e da Nbia, da 2 6 caaraa (sul). Essas populaes, agrupadasem dois polos (Nore e Sul do Nilo), passaram a ponderar sobre ormas
organizacionais que melhor aprovasse e aproveiasse o excedene maerialproduzido pela densa sociedade nascene.
Das ormas organizacionais, no aspeco sociopolico, o Egio esco-lheu se organizar em um modelo hierarquizado e eocrico (Faro), comum corpo de apoio sacerdoal, assegurado por exrcios miliares, escribaspara ordenar e adminisrar os excedenes maeriais, alm de lavradores, lie-raos, consruores, arquieos, mdicos, denre ouras anas aividades que,com dierenas na orma, eram ambm desenvolvidas por anas ouras so-ciedades aricanas a mesma poca.
A populao Nbia, por sua vez, escolheu organizar-se em socieda-des auocricas, independenes e dinmicas, o que propiciou maner umalo grau de negociao e auonomia polica, comercial e adminisraiva emrelao a ouros povos, inclusive com assrios e romanos.
Ki-Zerbo (1999), em Hisria da rica Negra, comena que per-gunas simples m o errvel eeio de desarmarem especialisas. E o queocorre quano se busca reomar ano as relaes enre os egpcios e ou-
ros povos no conexo aricano, quano no conexo asiico e europeu.A simples perguna eram os egpcios negros? gerou alm de muiosesudos em vrias reas do conhecimeno humano muias conendas.Por isso, imporane er em cona que vrios dos esudiosos que enaram re-omar a culura egpcia no conexo aricano oram acusados de aro-cnris-mo. O caso mais conhecido o do anroplogo, sico e egiplogo senegalsCheik Ana Diop (1923-1986).
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Por ouro lado, conorme reconhece o hisoriador Elikia MBokolo, aqueso das relaes enre o Egio aranico e a rica Negra muio maiscomplicada do que pode parecer a princpio (MBOKOLO, 2003, p. 53).O auor afirma que al queso perdura por duzenos anos e se ornou um dosproblemas mais raados na hisoriografia aricana, com connuas polmicas.Com cereza, ais desacordos so oriundos da hisrica ilao enre raa, civi-lizao e desenvolvimeno.
Quano perguna eram os egpcios negros? impora mais refleir so-bre a mesma que respond-la direamene. Assim, podemos iniciar pelo em-po verbal. Eram ou so negros, os egpcios?. De quais egpcios esamosraando? Em quais pocas? Essas proposies razem para a arena de discus-
so a dinamicidade hisrica e social prprias dos seres humanos que, almde abrir possibilidades para a discusso ideniria das relaes nico-raciais,permiem desconsruir a posura eurocnrica que vigora nos manuais did-icos. Ademais, conorme aneriormene discuido, o conceio de ser negrodeve ser conexualizado no mbio das relaes hisricas e idenirias deum povo, e no apenas no vis biologicisa ou racialisa que engloba o ermo.
Enreano, para se reomar a hisria do Egio nesse vis, az-se impor-ane, primeiramene, siu-lo em alguns marcos hisricos, como por exem-plo, reomar as dinasias por quais passou, alm da orma comumene uili-zada pelos hisoriadores para defini-lo ano emporal quano espacialmene.Assim sendo, o conedo que se segue em o objeivo simples de rememoraresses marcos, poso se acrediar que al propsio aciliar a compreenso doaluno sobre de quais egpcios esamos nos reerindo.
Egito tempo e espao
Conhecemos que a hisria Egpcia remona aniguidade, ou seja,no perodo de anos enre 4.000 a.C. a 3.500 a.C. Coninuando nessa empo-
ralidade, quarocenos anos mais arde, por vola do ano 3.100 a.C se iniciauma nova daao hisrica do Egio Anigo, comumene dividida em rsgrandes periodizaes:
Anigo Imprio = da 1 dinasia a 12 dinasia (3.100 a.C. a 2.000 a.C) Mdio Imprio = da 12 dinasia a 18 dinasia (2.000 a.C. a 1.580 a.C) Novo Imprio = da 19 dinasia a 30 dinasia (1.580 a.C a 1.100 a.C)
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imporane reconhecer a no fixidez dessas daas. Alguns egip-logos divergem quano simplificao dessa periodizao, acrescenandoo perodo pr-dinsico (no qual esariam as duas primeiras dinasias, de-nominadas Tinias), dois perodos inermedirios, anes e depois do MdioImprio, alm de uma poca Baixa e vrios perodos, denre eles, o polo-maico e o romano (ver quadro cronolgico/dinsico egpcio que acompa-nha esse exo)
Enreano, como no objeivo enrar nessa querela, maneremosnosso propsio inicial: conhecer a sociedade egpcia em relao aos demaispovos aricanos, asiicos e europeus. Dessa orma, opamos por reporaraqui, com alguns acrscimos, a reerncia emporal de Ki-zerbo na qual, em
que pese simplicidade, no exclui a eficcia para um simples esudo caro-grfico e hisrico do Egio Anigo.
Segundo Elikia MBokolo, as auais inormaes que se dispe sobrea Nbia so suficienes para ugir da querela que envolve o Egio. Conormepde-se conerir nos quadros reerendados, a Nbia enconrava-se localiza-da nos erririos ao sul do Egio os quais eram irrigados pelo Nilo. A regiode Kush corresponde, grosso modo, ao vale mdio do Nilo. Dessa orma,deve-se eviar as inormaes hisoriogrficas que em por pono comumconsiderar a Nbia como um desdobrameno do Egio.
Inormaes arqueolgicas demonsram que o esado kushco (IVmilnio a.C) era conemporneo dos araonaos pr-dinsico. Objeos decermica, marfim, peles, e cobre, revelam, alm de uma aproximao enrekushias e egpcios, uma inensa roa comercial enre os dois esados. O re-gisro sobre o reino (e o nome) de Kush daa dos princpios do II milnio e enconrado em exos egpcios. Nesses exos so recorrenes as anoaesde emor que os egpcios inham dos kushias. Esse emor que os egpciosnuriam pelos nbios kushias no era de odo sem precedenes, poso
que, alm de vrias enaivas os nbios conseguiram, poseriormene, eei-var uma dinasia nbia no Egio. Essa ficou conhecida como a XXV dinasiaEope no Egio. Enreano, necessrio ressalar que os nbios (kushias,meroas, ec) oram denominados, por hisoriadores gregos, de eopes.Logo, no pode e no deve ser conundido o anigo enmino eope comos auais eopes (da aual Eope) poso que os gregos reeriam-se aos n-bios do perodo anigo. A parir da invaso e ocupao do Egio pelos hic-sos, vindos da sia, oi possvel ober inormaes mais precisas sobre o rei-no de Kush, da qual Eleanina marcava sua roneira ao nore, com o Egio.
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50 Educao para as Relaes Etnicorraciais
NBIA E ABISSNIA
Alexandria
Atual Egito
Tebas
As suBerenice
1 Catarata
BAIXA NBIABuhen2 Catarata
DjedaMecaNOBCIA
CUXE3 Catarata ALTA NBIA
DongolaQuenmaJebel Barkal
NapataMACURIA
MeroeBUTANA
Cartum
4 Catarata5 Catarata
6 Catarata
Atual Sudo ALODIASoba
SenarDARFUR
CORDOFO
MarV
ermelh
o
TIGREAXUM
ABISSNIA
LASTA LAIBELA
FUAJE ANHARA
DAMUT IFAT
CHOA Hara
Atual Etipia
Berbera
Zeila
AdulisKougar YEMEN
AdenAtual Eritria
Golfo do den
LagoFurkana Atual Somlia
Ocenao ndico
MogadscioMarka
BravaLago Massa(Vitria)
NiloBranco Nilo
Azu
l
Nilo
BahrelArab
WabeShebele
REINO
PORTO
CIDADE
CAPITAL
REGIO
CATARATAS
NECRPOLIS
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3. FRICA OCIDENTAL
Iniciaremos agora o esudo dos vrios povos que habiaram a regioda rica Ocidenal conhecida como Iorubalndia. A escolha pelo esudodeses povos se deve sua significaiva presena na dispora aricana para asAmricas e por sua influncia na ormao das religies de mariz aricanae aro-brasileiras.
Os pases que com-pem a subdivisoda frica Ocidental,atualmente so:Mauritnia, Mali,Nger, Nigria,Burkina Fasso,Senegal, Gmbia,Guin, Serra Leoa,Libria, Costa doMarm, Gana, Togo,Benin, Camares,Guin Equatorial,So Tom e Prncipe ,Gabo. Ao longo dahistria, diversospovos viveram nestaregio, dentre eles,
os Hausss, Tapas,Ibos, Ijexs, etc.
FRICA OCIDENTAL
Mar Mediterrneo
Oceano Atlntico
Oceano Atlntico
Oceano ndico
Tpico de Capricrnio
Equador 0
Golfo do den
Tpico de Cncer
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3.1 Populaes do Delta do Nger (Os Yorubs)
Pases Populao % Idiomas
Benin 520.000 09% Yoruba (Yariba, Yooba, Ede)
Nigria 24.494.000 20% Yoruba (Yariba, Yooba, Ede)
Golo da Guin (Cosa da Mina): nome que designava poca daescravido, a regio liornea que se esende da Libria, passando pela Cosado Marfim a o Gabo. O opnimo Cosa da Mina se deveu ao Caselo deEl Mina, localizado no aual erririo de Gana. Os Yorubs eso localiza-dos na poro noroese do coninene aricano abaixo do Saara ao sul; a
sudoese e sudese da confluncia do Rio Nger com o Benue.
Os povos yorubanos eram essencialmene agriculores. Suas insiuies amiliares baseavam-se em laos e radies amiliares. Suas aldeias, habiadas por vrias linhagens, inham governanes esco-
lhidos pela idade ou pela proximidade de parenesco com o grande an-cesral comum.
Um grupo pequeno dessas aldeias ormava uma cidade-esado que erachefiada por um lder
Esse lder poderia receber ulos de dierenes nomenclauras, conor-me sua aribuio/uno na sociedade, ou ainda conorme a cidadeesado a que esava ligado.
Ob, Olu ou Aloj eram os ulos desses governanes. Cada governane era, em geral, o homem mais rico de sua comunidade. Conrolava grande pare das insiuies e, sobreudo, regulava o mer-
cado, que ficava em rene sua casa, no cenro da Aldeia principal.
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POPULAES DO DELTA DO NIGERDestaque para o Ibos e os Iorubas
BORGU (Baribas)
Nikki
Sav
Igbaho(Ogbara)
BUSAWans
Jabba TadaOi
ObEsie
Ikayi Niku
Ede
EGBA
Oshogbo IreseAdo Ekiti
IIexIkar
Bida
NUP(Tapas)
PandaIgu
IGALA
IF
ALAGODona
IdahOndo Ow
BeninOde Itsekin
Ijebu IgboIjebu Ode
IbadanAke
WARRI
IORUB
IJAN (IJ)
Aboh
Namba
IBO
Aguleri
OnitsheIgbo IkwuAwka
OgutaOsomari
Okrika
ElemKalabari
Bonny
KANGOMA
HAUSSA
Nok
QuetoAbokuta
IIaroEGBADO
IIobi
Ishari
AKPOSODAOM
TadoAbomei
SaviNuatja IIanyin
TORI ALAD
Gliji Ajud Jakin e OIra
Pop GrandeAllao
Porto NovoApa Eko
(Lagoa)
Mossi
Nger
Oyan
Vott
a
Meca
Quem
Okpara
Yewa
Ogum
OdoOno
Oxum
Osse
Benim
Benu
Anembra
Kadu
na
CAPITAL DO REINO IORUB
CIDADE
REINOS / POVOS
ka
i
y
Localizao - Golo da Guin Benim: Ao sudese do pas - Capial: Queo (Keu) Nigria - Na regio sudoese do pas Povos Vizinhos - Fons, Ibs (Igbs), Edos, Nups.
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54 Educao para as Relaes Etnicorraciais
Origens dos Yorubs
Segundo as narraivas orais e hisoriogrficas, a primeira cidade--esado yorubana ora I (ou Il-I). I se seguiram ouras gran-des cidades-esado, como Oy, Equii, Ijex, Ijebu, Sav (Sab) eOuidh (Idah) Egb e Ond.
Os povos Hausss cosumam dizer que o povo de I se originou dealguns descendenes de Cana, da ribo de Nimrod, que eriam sido reira-dos da Arbia por um prncipe de nome Ya-ruba, que eria migrado para arica ocidenal, deixando para rs seu povo.
Ouros povos dizem que Odudua, o pai de odos aqueles que de-pois se chamaram iorubs, era filho de um rei rabe, e que, por resisir aoIsl, eria sido expulso pelos fiis mulumanos. Segundo essa lima nar-raiva, Odudua aravessou o Saara, perseguido pelos inimigos, chegouao Nger, com suas divindades e sua gene; e nas floresas da uura errados yorubs, undara Il-I. Conudo, essa genealogia parece er nascidoda conuso do nome Meca, a cidade sana dos muulmanos, como o deMeko, uma cidade iorubana.
Oura narraiva, afirma que os primeiros habianes de Il-I vie-ram das erras dos Nupes ou das erras dos Hausss. A radio yorubana(inclusive na dispora americana) afirma que os yorubanos nasceram em I.E no s eles, mas ambm a Terra e os primeiros seres humanos oram cria-dos em I o Umbigo do Mundo.
A criao do Mundo Mito Fundador de Il-If
No incio dos empos, as divindades viviam no Orum (Cu), abai-
xo do qual havia apenas a imensido das guas. Olorum, o Deus Supremo,senhor do Orum deu a Oxal, o senhor das veses brancas, uma sacola con-endo uma poro de erra numa casca de caracol (igbi) e uma espcie degalinha de cinco dedos e ordenou que descesse e criasse a erra.
Uma das regras imporanes era que odo o Orix que se pusessearavessar o poral do Orum deveria azer uma oerenda a Exu, o guardiodas cancelas e caminhos. Enreano, como Oxal esava preocupado em re-alizar urgenemene sua area, no se preocupou em cumprir a regra e Exu,
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mesmo endo percebido que Oxal havia esquecido sua sacola com gua,no o avisou. No caminho, Oxal seniu muia sede, mas no se deeve paraomar gua nos riachos e lagos prximos ao Orum. Com a disncia, essasones ficavam cada vez mais escassas e Oxal aumenava sua sede, a ummomeno que no pde mais resisir e enfiou seu cajado (opaxor) em umapalmeira, da qual saiu vinho de palma. Oxal bebeu o vinho de palma abun-danemene, ficou embriagado e adormeceu.
Eno, sua rival Odudua (ouras verses alam em Odudua irmoe rival de Oxal) roubou a sacola e usou o p para criar o mundo anes deOxal acordar. Oxal oi casigado com a proibio de usar produos dodendezeiro e bebidas alcolicas; mas, como consolao, recebeu uma argila
para modelar os humanos. Mas, como no levou a srio a proibio, coni-nuou bebendo e, nos dias em que se excedia, azia as pessoas oras ou malcozidas. por isso que os deormados e os albinos so filhos de Oxal.
Odudua, aps pegar a sacola de Oxal omou da poro de erra queesava em seu inerior e lanou sobre a gua. Depois colocou a galinha decinco dedos em cima da erra. A galinha comeou a ciscar a erra, espalhan-do-a em odas as direes, para muio longe, a o fim do mundo.
Depois, Odudua mandou o camaleo verificar se o solo era firme.Eno, Odudua pisou no cho de Idio, local onde ez sua morada e ondehoje se localiza, em I, seu bosque sagrado.
Quando Oxal desperou da embriaguez e descobriu que o rabalhoj havia sido concludo, percebeu o quano o vinho de palmeira era perigoso.Assim proibiu seus filhos que o bebessem para odo o sempre.
As fontes e o trco
Ao longo do golo da Guin, do Gmbia aual Repblica dos Ca-mares, se esende uma regio mida, cobera de floresas sobre a zonacoseira do Oceano Alnico cuja hisria aniga pela ausncia de docu-menos coninua basane desconhecida.
Os recursos naurais da regio anes do ano de 1.500 eram os leosde palma (Azeie de Dend), o vinho da palma, o sal, a madeira da qual sereirava o maerial das casas e corias. A agriculura esava volada para a
Ver Mapa:Populaes doDelta do Nger
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produo de inhame, banana, arroz: aps o sculo XV, com a chegada deporugueses, passou-se a produzir a mandioca e o milho. A mosca se-sno permiia a criao de cabrio e carneiros para a produo de l ou qual-quer bovino de pequeno pore. O erro era conhecido de longa daa.
Os habianes da regio do aual Benin eram ormados por uma po-pulao eminenemene negra. A paisagem dessa regio era ormada porimensas regies deseras em ceras pares da floresa e era requenada pormercadores sudaneses que comercializavam a noz de cola e o ouro. Esse me-al era enconrado em abundncia na regio limroe da Cosa do Ouro ena Cosa do Marfim.
Esses opnimos oram dados pelos porugueses que baizaram a re-gio ambm de Cosa da Malaguea uma microrregio da aual Libria;Cosa dos Escravos a Regio do Dahomey (aual Benin) e Rio dos le-os a regio da embocadura do Rio Niger; essa nomenclaura reeria-se aosprincipais produos de exporao e cmbio com europeus, ais como, uzis,barris de plvora, barras de erro e de cobre, ecidos e miangas de vidro.
O ouro oi o primeiro araivos para os europeus. Os poruguesesinsiuram na Cosa do Ouro o ore de El Mina e exporaram mais de umaonelada do produo por ano. Assim, a Cosa do Ouro (ou Cosa dos Escra-vos) e a Roa dos leos eram as principais vias de rnsio desses rficos.
Cerca de 50.000 mil escravos dessa regio oram ransposos paraas Amricas no Sculo XVIII, perodo do auge do rfico de escravos. Noano de 1815 o rfico ora oficialmene abolido. Enreano, a caa aoshabianes da regio no ps fim definiivo ao rfico. Os ingleses, que i-nham aprisionado a maior pare desses habianes, oram os mais enrgi-cos na represso ao rfico. O sucesso dessa represso deveu-se muio oraleza de sua marinha.
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Confederao yorubana
Localizao (aual): Sudoese da Nigria e ceras regies do Togo,Gana e do Benin a sudoese da confluncia dos rios Nger e Benu.
Localizao (hisrica): vizinhos dos povos Haus (nordese),Baribas [Borgu] (noroese), dos Ibs (sudese) e Edos-[Benin] (sudoese).
Principais cidades (povos) yorubanas:
Abeokua, Ado-Ekii, Akure, Egb, Egbado, Ibadam, Ie, Ilex (Ilesaou Ijex), Ijebu-Od, Ijebu-Igb, Ilorin, Lagos (aual), Ode isekim,Ogbomoso, Ondo, Oa, Osogbo, Owo e Oy.
Populao: 40 milhes de pessoas (com aproximadamene 250 gru-pos nicos, sendo 180 apenas na Nigria)
Castelo de El Mina
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Religio (aual) Crisianismo (45 %), Islamismo (44%) e religiesradicionais (Culo aos Orixs) e ouros.
Os Yorubs oram caracerizados (anropologicamene) pela unida-de lingusica em orno do ramo kwa do grupo ngero-congols. O enmi-no Ioruba originalmene designava apenas o povo de Oi (Oy), enreano,hoje ele nomeia vrios subgrupos populacionais (acima ciado). Assim, naclassificao eno-lingusica, os Yorubs ormam um grupo lingusico queconsiuem aproximadamene 30% da populao oal da Nigria e abarcamcerca de 40 milhes de pessoas.
Na dispora aricana nas Amricas enconra-se reminiscncias yoru-
banas no Brasil, Cuba, Poro Rico, Trinidad-Tobago e Haii.
Organizao sociopoltica-religiosa:
Anes da colonizao inglesa, os Yorubs consiuam uma ederaode cidades-esado endo como cenro Il-I (I) undada por um cheeguerreiro de nome Odudua.
dicil esabelecer com exaido a poca dessa migrao, mas a ar-queologia esima que ela enha ocorrido enre os anos 500 a.C e 400 denossa era. provvel que esse deslocameno enha ocorrido paulainamenedurane vrias geraes.
Por vola do ano 900 d.C, a cidade-Esado de Ile-I (I) se auopro-clamou como uma poncia dominane de vrias cidades que circundavamIl-I. Ressala-se que essas cidades eram poradoras de uma desacadacomplexidade polico-culural.
Assim, a cidade de I se convereu no cenro culural e religioso devrias populaes que a cercavam, as quais passaram a reconhecer a cidadede I como primaz na emanao de poderio.
I esendeu sua influncia e poderio para povos imporanes que fi-cavam bem ao sul da Nigria ais como os Igbs e Edos. E cada nova cidade--esado que passava a inegrar a ederao iorubana recebia como chee umOb, cujo cargo represena uma orma de monarquia herediria.
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Para se ornar um Ob era necessrio que o posulane passassepor um processo iniciico que o ornava um descendene espiriual deOdudua. Alis, odos os demais dignirios deveriam passar por riuais deiniciao, poso que as insiuies policas da radio iorubana so in-imamene ligadas s insiuies religiosas radicionais de seu povo. Am-bas sobreviveram sob o governo colonial ingls na Nigria e coninuam auncionar a nossos dias.
Seguindo o mio de criao, os descendenes de Odudua oram,eno, os undadores dos primeiros reinos iorubas. Enre esses reinos,que deram origem a ouros anos, eso Ow, Queo, Benin, Sav, Pop,Oi, Ijebu-Od, Ilex, Ond, Aqu, e Ado-Equii. E por isso que nos ri-
uais de enronizao de novos Obs, odas essas cidades-esados re-afirmavam suas ligaes com I. Paramenos e insgnias deveriam serenviados ao Oni de I (Rei de I) para serem consagrados com o Ax,a ora vial divina, de Odudua.
Ao ascender ao poder, o novo soberano da cidade (Ob) enviava ummensageiro ao Oni para comunicar-lhe a more do anecessor e pedir-lheque o confirme como Ob. O Oni, escolhido por um conselho de chees li-derados pelo Ou, governane dos ijexs, represenava ano a conederaodas cidades, quano as comunidades e, sobreudo, as divindades. Quando oOni morria junava-se aos Orixs. Assim, o Oni no era um simples sacer-doe ou riualisa, mas o smbolo da unidade e a cabea que conduz o corpopolico de seu povo.
Muias das cidades-esados eram conroladas pelos Obs, alm deminisros nomeados por nobres, lderes e comercianes. Ouras cidades i-nham monarcas poderosos e semiauocricos, os quais inham um conrolequase oal. Em ouras, os Obs eram apenas figuras imporanes e deviam,em ambos os casos, seu poder ao Oni de I.
O Oni de I deinha os poderes religiosos que confirmavam e sacra-menavam a enronizao de cada um dos Obs, os quais, periodicamene,iram a sua presena para as obrigaes riuais que confirmavam seus laoscom os Ebors (Sociedade Egugun), ancesrais primevos, violenos e peri-gosos. A mesmo o Alafin de Oi, quando assumia o poder, enviava a espa-da-smbolo de sua realeza (o agad) a I, para l receber o Ax de Odudua.
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Logo, o poder do Oni a emanao do poder espiriual dos ebors,maior e mais ore do que qualquer ipo de poder sico. Assim, um Oni,depois de consagrado, passa a ocupar a posio de senhor do Ax (alax),imediaamene abaixo dos ebors: e quando morria, o Oni passava a ine-grar o paneo dos ebors.
4. FRICA CENTRAL
FRICA CENTRAL
Mar MediterrneoOceano Atlntico
Oceano Atlntico
Oceano ndico
Tpico de Capricrnio
Equador 0
Golfo do de
Tpico de Cncer
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Nesa subdiviso do coninene enconramos os seguines pases:Chade, Repblica Cenro-Aricana, Repblica Democrica do Congo,Congo. Denre os vrios povos que habiaram esa regio, desacaremos ospovos de lngua bano por se raar de dois eros da populao aual, e porsua relao com o Brasil na dispora rica-Amrica.
Os Povos Bantos
O ermo Bano se reere a um ronco lingusico no qual se encai-xam enre 300 e 600viii lnguas e povos dierenes, que ocupam uma super-cie de aproximadamene nove milhes de quilmeros quadrados, que vai
desde uma linha imaginria que divide o coninene aricano ao meio, daRepblica dos Camares, no Alnico, Tanznia, no Oceano ndico ix. comum uilizar-se o ermo bano hoje ambm para designar os povos queuilizam as lnguas perencenes ao ronco bano, que somam mais de 200milhes de pessoas. Segundo a ese de alguns linguisas, as lnguas banasseriam derivadas de uma nica lngua comum, denominada por eles de pro-obano. De acordo com os esudos deses linguisas, possvel reconsruirum pouco do modo de vida dos primeiros povos banos aravs do esudode sua lngua. Sabemos, por exemplo, que eram produores de alimenos,pois possuam palavras para designar o dendezeiro, legume, figueira, azei-e, cogumelo, bode, cachorro, e a boi. O vocabulrio de caa era poucoe predominavam as palavras reerenes pesca, como anzol, canoa, remo.Tudo iso nos az crer que ivessem um habia que ransiasse enre asavana, o cerrado e a floresa.
Ese ipo de erririo pode ser enconrado ao nore e ao sul da gran-de selva do Zaire. Pelos esudos lingusicos e arqueolgicos, esamos diane,porano, de pescadores, que praicavam a agriculura nas bordas da maa,coziam a cermica, eciam panos de rfia e ouras fibras vegeais, aziam ces-
os, esavam organizados em exensas amlias e conheciam ceras ormas deconrole social diusas, baseadas no presgio dos mais velhos. Suas crenasreligiosas no apresenavam grande disncia das que ainda hoje proessammuios de seus descendenes: acrediavam que udo paricipa da harmoniacsmica, que cada coisa possui ora espiriual e que h permanene rocade poder e apoio enre os vivos e os moros da mesma linha de sangue.
medida que aumenava o nmero populacional, os proobanosoram avanando para o lese e para o oese, sempre seguindo os principais
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leios de rios da regio, como o Sanga e o Ubanqui a o leio do rio Zaire,e eno subindo por seus afluenes: o Cuango, o Quilu, o Cassai e o Lulua.Conorme iam migrando, a lngua ia se segmenando. Os grupos que se ex-pandiram para o lese deram origem s lnguas banas orienais, e os que sedeslocaram para o sul, ao ramo ocidenal do bano.
Por vola do sculo II, os banos aingiram as regies das serranias emonanhas do Qunia e do Rif Valley, como demonsram os exemplaresdas cermicas ali descoberas. Nos sculos III e IV, eles expandiram-se ao nore da rica do Sul, descendo cosa de Moambique, onde iveramconao com a bananeira, o coqueiro e a vrias espcies de inhames de ori-gem sul-asiica, razidas regio de Madagascar pelos primeiros indon-
sios que ali chegaram aravs do ndico.
Mais arde eles levariam eses produos a o inerior da rica, doZambeze a Senegal, azendo com que a banana e o coqueiro passassem aazer pare da paisagem aricana, especialmene nos liorais alnico e ndi-co. Em algum momeno de sua hisria, os banos que viviam nas floresasdo Zaire eriam conhecido o erro. Segundo a arqueologia, oram encon-rados vesgios do uso desa ecnologia em dierenes daas enre os vriospovos banos habianes da rica Cenral, como, por exemplo, o sculo IVa.C. nos Camares, Congo, Chaba e no cenro da Zmbia, enre VII e I a.C.,no Gabo, e no sculo III a.C., na regio de Kinshasa.
Aps dominarem ouras cnicas de obeno de alimeno, como oculivo do sorgo e do milhee, e a criao das cabras, carneiros e bois, osbanos puderam eno se aasar da vida prxima aos rios, crregos e lagos, eocuparam as savanas e os planalos da Zmbia, do Zimbbue, Malui, Zaire,Moambique, Angola e lese da rica do Sul. A maioria passou eno a de-pender mais da caa e do gado do que da pesca, alm da semeadura.
Como mosra o relao de Albero da Cosa e Silva, assim sedava a chegada de um grupo bano a uma nova regio: Eisque chega um grupo bano. Algumas amlias. Ou oda um