Download - ED FÍSICA ATENÇÂO A SAÙDE DO _idoso
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Educao Fsica
ateno sadedo idoso
Daniela Coelho Za
Mauro Heleno Chag
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Belo HorizonteNescon UFMG
2011
Educao Fsicaateno sade
do idosoDaniela Coelho Zaz
Mauro Heleno Chaga
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A produo deste material didtico recebeu apoio financeiro do BNDES
2011, Ncleo de Educao em Sade Coletiva
A reproduo total ou parcial do contedo desta publicao permitida desde que seja citada a onte e a nalidade no seja comercial.
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Universidade Federal de Minas Gerais
Reitor: Cllio Campolina Diniz
Vice-Reitora: Rocksane de Carvalho Norton
Pr-Reitoria de Ps-Graduao
Pr-Reitor: Ricardo Santiago Gome
Pr-Reitoria de ExtensoPr-Reitor: Joo Antnio de Paula
Coordenador do Centro de Apoio Educao a Distncia (CAED)
Coordenador: Fernando Selmar Rocha Fidalgo
Conselho Regional de Educao Fsica CREF6 / MG
Presidente: Claudio Augusto Boschi
Escola de Enfermagem
Diretora: Maria Imaculada de Ftima Freitas
Faculdade de Educao
Diretora: Samira Zaidan
Escola de Educao Fsica, Fisioterapia e Terapia OcupacionalDiretor: Emerson Silami Garcia
Faculdade de Medicina
Diretor: Francisco Jos Penna
Faculdade de Odontologia
Diretor: Evandro Neves Abdo
Projeto Grfico
Marco Severo, Rachel Barreto e Romero Ronconi
Diagramao
Adriana Janurio
Zaz, Daniela CoelhoEducao sica : ateno sade do idoso / Daniela Coelho Zaz e Mauro
Heleno Chagas. -- Belo Horizonte: Nescon/UFMG, 2011.76p. : il., 22x27cm.
Pblico a que se destina: Prossionais da sade ligados estratgia de Sade da Famlia.
1. Sade do idoso. 2. Atividade sica. 3. Promoo da sade. 4. Atenoprimria sade. 5. Qualidade de vida. I. Chagas, Mauro Heleno. II. Ncleo deEducao em Sade Coletiva da Faculdade de Medicina/UFMG(Nescon). III. Ttulo.
NLM: WA 108CDU: 615.8
Z11e
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Sumrio
Apresentao dos autores .......................................................................................................
Apresentao - Curso de Especializao em Ateno Bsica em Sadeda Famlia - Programa gora ...................................................................................................
Apresentao da Unidade Didtica II: Tpicos especiais em ateno bsicaem Sade da Famlia ................................................................................................................
Introduo ao mdulo .............................................................................................................
Seo 1- Responsabilidades do Profissional de Educao Fsicana estratgia Sade da Famlia ..............................................................................................
Parte 1 | A estratgia Sade da Famlia: a insero do profissionalde Educao Fsica ..............................................................................................................Parte 2 | Responsabilidades do profissional de Educao Fsicano Ncleo de Apoio a Sade da Famlia (NASF) ...................................................................
Seo 2 - Envelhecimento populacional e sade dos idosos ...............................................Parte 1 | Transio demogrfica ...........................................................................................Parte 2 | Transio epidemiolgica .......................................................................................
Seo 3 - Desafios relativos ao envelhecimento ...................................................................Parte 1 | Adeso a prtica de atividade fsica .......................................................................Parte 2 | Capacidade funcional .............................................................................................Parte 3 | Quedas ..................................................................................................................Parte 4 | Depresso .............................................................................................................
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Seo 4 - Profissional de Educao Fsica e atividade fsica .................................................Parte 1 | Atuao do Profissional de EF ...............................................................................Parte 2 | Avaliao fsica .......................................................................................................Parte 3 | Trabalho de equipe .................................................................................................Parte 4 | Programas de atividade fsica ................................................................................
Parte 5 | Profissional de Educao Fsica: Abordagens Coletivas .........................................
Referncias ................................................................................................................................
Anexos .......................................................................................................................................
Anexo 1 | Formulrio de avaliao das atividades de vida diria (Katz) .................................
Anexo 2 | Formulrio de avaliao das atividades instrumentais
de vida diria (Lawton) .........................................................................................................Anexo 3 | Escala de Depresso Geritrica verso curta (EDG) ............................................
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Apresentao dos autores
Daniela Coelho Zaz
Proessora do Departamento de Cincias Biolgicas,
Ambientais e da Sade do Centro Universitrio de
Belo Horizonte UNI-BH. Tutora, autora conteudista
e orientadora do Curso de Especializao em Ateno
Bsica em Sade da Famlia do Ncleo de Educao emSade Coletiva (Nescon) da Faculdade de Medicina da
UFMG. Mestre em Treinamento Esportivo pela Escola
de Educao Fsica, Fisioterapia e Terapia Ocupacio-
nal (EEFFTO) da Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG). Prossional de Educao Fsica - Bacharel e Li-
cenciada pela EEFFTO/UFMG.
Mauro Heleno Chagas
Proessor Adjunto do Departamento de Esportes da
Escola de Educao Fsica, Fisioterapia e Terapia ocu-
pacional (EEFFTO) da UFMG. Proessor do programa
de Ps-Graduao em Cincias do Esporte (Mestrado e
Doutorado) da EEFFTO/UFMG. Tutor, autor conteudistae orientador do Curso de Especializao em Ateno
Bsica em Sade da Famlia do Ncleo de Educao em
Sade Coletiva (Nescon) da Faculdade de Medicina da
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Coor-
denador do Curso de Especializao em Treinamento
Esportivo/Musculao da EEFFTO/UFMG. Doutor em
Cincias do Esporte pela Johann Wolgang Goethe
Universitt, Frankurt, Alemanha. Mestre em Treina-
mento Esportivo pela EEFFTO/UFMG. Prossional de
Educao Fsica - Bacharel e Licenciado pela EEFFTO/
UFMG.
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ApresentaoCurso de Especializao em Ateno Bsica em Sade da Famlia
Programa gora
O Curso de Especializao em Ateno Bsica em
Sade da Famlia (CEABSF), na modalidade distncia,
uma realizao da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), por meio do Ncleo de Educao em
Sade Coletiva da Faculdade de Medicina (Nescon),
com a participao da Escola de Enermagem, Escola
de Educao Fsica, Fisioterapia e Terapia Ocupacional,
Faculdade de Educao e Faculdade de Odontologia.
Essa iniciativa apoiada pelo Ministrio da Sade Se-
cretaria de Gesto do Trabalho e da Educao em Sa-
de (SGTES) / Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS) ,
pelo Ministrio da Educao Sistema Universidade
Aberta do Brasil/ Secretaria de Educao a Distncia
(UAB/CAPES) e pelo Banco Nacional de Desenvolvi-
mento Econmico e Social (BNDES). A produo desse
caderno apoiada pelo Conselho Regional de Educa-
o Fsica da 6 Regio de Minas Gerais (CREF-6/ MG).
O curso integra o Programa gora, do Nescon, e de
orma interdisciplinar, interdepartamental, interunida-
des e interinstitucional articula aes de ensino pes-
quisa extenso. O Programa, alm do CEABSF, atua
na ormao de tutores, no apoio ao desenvolvimento
de mtodos, tcnicas e contedos correlacionados
educao a distncia e na cooperao com iniciativas
semelhantes.
Direcionado a mdicos, enermeiros e cirurgies-
-dentistas integrantes de equipes de Sade da Famlia
e com uma turma especial para prossionais de Educa-o Fsica integrantes de Ncleos de Apoio Sade da
Famlia (NASF), o CEABSF tem seu sistema instrucional
baseado na estratgia de Educao Distncia. Esse
sistema composto por um conjunto de Cadernos de
Estudo e outras mdias disponibilizadas tanto em DVD
mdulos e outros textos, e vdeos , como na Inter-
net por meio de erramentas de consulta e de intera-
tividade, acilitadores dos processos de aprendizagem
e tutoria, nos momentos presenciais e distncia.
Os cadernos de estudo, como este, so resultados
do trabalho interdisciplinar de prossionais da UFMG,
de outras universidades e do Servio. Os autores so
especialistas em suas reas e representam tanto a ex-
perincia acadmica, acumulada no desenvolvimento
de projetos de ormao, capacitao e educao per-
manente em sade, como a vivncia prossional. Todo
o material do sistema instrucional do CEABSF est dis-
ponvel para acesso pblico na biblioteca Virtual do
Curso.
A perspectiva de que esse Curso de Especializa-
o cumpra seu importante papel na qualicao dos
prossionais de sade, com vistas consolidao da
estratgia Sade da Famlia e ao desenvolvimento do
Sistema nico de Sade, universal e com maior grau
de equidade.
A Coordenao do CEABSF pretende criar oportu-
nidades para que alunos que conclurem o curso pos-
sam, alm dos mdulos nalizados, optar por mdulos
no cursados, contribuindo, assim, para o seu processo
de educao permanente em sade.
Para informaes detalhadas consulte:CEABSF e Programa gora:www.nescon.medicina.umg/agoraBiblioteca Virtual:www.nescon.medicina.umg.br/biblioteca
http://www.nescon.medicina.ufmg.br/agora/http://www.nescon.medicina.ufmg.br/bibliotecahttp://www.nescon.medicina.ufmg.br/bibliotecahttp://www.nescon.medicina.ufmg.br/agora/ -
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Apresentao da UnidadeDidtica IITpicos especiais em ateno bsica em Sade
da Famlia
A Unidade Didtica II do Curso de Especializao em Ateno Bsica em
Sade da Famlia (CEABSF), da qual az parte esta publicao, est ormada por
mdulos relativos a disciplinas optativas, entre as quais os prossionais em or-
mao podem escolher um nmero suciente para integralizar 210 horas (14
crditos). Com eles completa, com as 150 horas (10 crditos) de disciplinas obri-
gatrias cursadas na Unidade Didtica I, o mnimo de 360 horas (24 crditos)necessrias integralizao da carga horria total do CEABSF.
Nesta Unidade Didtica II (UD II), o propsito possibilitar que o prossional
atenda necessidades prprias ou de seu cenrio de trabalho, sempre na pers-
pectiva de sua atuao como membro de uma equipe multiprossional. Desta
orma, procura-se contribuir para a consolidao do Sistema nico de Sade
(SUS) e para a reorganizao da Ateno Primria Sade (APS), por meio da
estratgia Sade da Famlia.
O leque de oertas amplo na UD II, envolvendo tpicos especiais de 60
horas como sade da mulher, sade do idoso, sade da criana aspectos bsi-
cos, sade bucal aspectos bsicos, sade do adulto, sade da mulher e sade
mental.
Outros mdulos, de 30 horas, so oertados visando s demandas pros-
sionais especcas, complementando os mdulos maiores, como Sade da
criana e do adolescente doenas respiratrias, Sade da criana e do ado-
lescente agravos Nutricionais; Urgncias na ateno bsica, Sade do Traba-
lhador, entre outros. Nesse grupo incluem-se trs mdulos de Educao Fsica,
reerenciados sade da criana e do adolescente, sade do adulto e sade do
idoso.
Endemias e epidemias sero abordadas em mdulos que devero desen-
volver aspectos da ateno bsica para leishmaniose, dengue, doenas sexual-
mente transmissveis, hepatites, tuberculose e hansenase, entre outros.Caractersticas atuais voltadas para grandes problemas sociais, sade ambi-
ental, acidentes e violncia tambm esto abordadas em mdulos especcos.
Famlia como oco da ateno primria compe um dos mdulos da Unidade
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Didtica II e traz uma base conceitual importante para as relaes que se pro-
cessam no espao de atuao da equipe de Sade da Famlia e do Ncleo de
Apoio a Sade da Famlia.
Por seu carter de instrumentos para a prtica prossional e para os aspec-
tos metodolgicos, trs mdulos so indicados a todos os alunos das demais
turmas como disciplinas optativas: Iniciao metodologia cientca; Protoco-
los de cuidado sade e organizao do servio; e Projeto social: educao e
cidadania.
Para atender bem s necessidades pessoais, sugere-se que os prossio-
nais, antes da opo e matrculas nas disciplinas, consultem os contedos dis-
ponveis na Biblioteca Virtual.
Esperamos que esta Unidade Didtica II seja compreendida e utilizada como
parte de um curso que representa apenas mais um momento de um processo
de desenvolvimento e qualicao constantes.
Para informaes detalhadas consulte:CEABSF e Programa gora: www.nescon.medicina.umg/agoraBiblioteca Virtual: www.nescon.medicina.umg.br/biblioteca
http://www.nescon.medicina.ufmg.br/agora/http://www.nescon.medicina.ufmg.br/bibliotecahttp://www.nescon.medicina.ufmg.br/bibliotecahttp://www.nescon.medicina.ufmg.br/agora/ -
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Introduo ao MduloEducao Fsica: ateno sade do idoso
Esse mdulo az parte de um conjunto de trs cadernos de estudos do Cur-
so de Especializao em Ateno Bsica em Sade da Famlia (CEABSF), mais
direcionados aos prossionais de Educao Fsica. A partir do entendimento
de Educao Fsica como parte da ateno primria sade, sero abordadas
as particularidades dos grupos etrios: Educao Fsica: ateno sade da cri-
ana e do adolescente; Educao Fsica: ateno sade do adulto e Educao
Fsica: ateno sade do idoso.
A partir de agora, vamos tratar especicamente da ateno sade do ido-so, objeto de estudo deste caderno. Para eeito deste mdulo, trabalharemos
com o conceito do estatuto do idoso (BRASIL, 2003) que considera como idoso
as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos.
Nos pases desenvolvidos, o envelhecimento da populao ocorreu e oi
acompanhado por melhorias nas condies gerais de vida, enquanto nos
pases em desenvolvimento, o processo do envelhecimento populacional
acontece de orma rpida, sem tempo para uma reorganizao social e da rea
de sade adequada para atender s novas demandas emergentes (seguridade
social, sade, etc). No Brasil, possvel observar a busca por avanos no sentido
de assegurar aos idosos condies adequadas para promover sua autonomia,
integrao e participao eetiva na sociedade.
A Poltica Nacional de Sade da Pessoa Idosa (PNSPI), divulgada na Portaria
GM n 2.528 de 19 de outubro de 2006 (BRASIL, 2006a) dene que a ateno
sade dessa populao ter como porta de entrada a Ateno Bsica/Sade da
Famlia, tendo como reerncia a rede de servios especializada de mdia e alta
complexidade. Em paralelo, oi publicado o Pacto pela Sade do SUS - Portaria
GM/MS 399/2006 (BRASIL, 2006b), sendo que a sade do idoso apresentada
como uma das 6 (seis) prioridades pactuadas entre as trs eseras de governo
no SUS. Em 2008, o Ministrio da Sade criou o Ncleo de Apoio Sade da
Famlia (NASF), com a inteno de ortalecer a Estratgia Sade da Famlia, e
estabeleceu que entre as 9 (nove) reas estratgicas estivesse a reabilitao/
sade integral da pessoa idosa. Com a implantao dos NASFs oi propiciada a
incluso do Prossional de Educao Fsica entre os dierentes prossionais das
equipes de Sade.
Para conhecer um pouco mais sobreo estatuto do idoso, institudo pelaLei 10.741, de 01 de outubro de 2003,conra no site:.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/estatuto_idoso.pdf -
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Partindo desta breve contextualizao, entendemos ento claramente a
necessidade desta unidade didtica Educao Fsica e a Ateno a Sade do
Idoso e reconhecemos a importncia da capacitao do Prossional de Educa-
o Fsica para uma atuao interdisciplinar na ateno sade do idoso.
Na primeira seo dos trs mdulos relativos Educao Fsica, ve-
remos as abordagens e intervenes da equipe de Sade da Famlia na ateno
amlia e comunidade, considerando, especialmente, o Prossional de Edu-
cao Fsica inserido no Ncleo de Apoio Sade da Famlia (NASF). A partir
da segunda seo, nesse mdulo, j sero vistos os aspectos relacionados ao
envelhecimento populacional, como algumas caractersticas da transio de-
mogrca e epidemiolgica no Brasil e em Minas Gerais e o impacto dessas
inormaes na ateno sade do idoso. Na terceira seo iremos abordar os
desaos relativos ao envelhecimento (adeso, capacidade uncional, quedas e
depresso) e a relao dos mesmos com a atividade sica. Na ltima seo, voc
ser convidado a contextualizar a relao entre o Prossional de Educao Fsica
e a prescrio de atividade sica/prticas corporais para as pessoas idosas.
Para discutir esses temas com os prossionais de sade, esse mdulo
oi dividido em quatro sees:
Seo 1 Responsabilidades do Prossional de Educao Fsica na estrat-
gia sade da amlia.
Seo 2 Envelhecimento populacional e sade dos idosos.
Seo 3 Desaos relativos ao envelhecimento.
Seo 4 Prossional de Educao Fsica e atividade sica.
Para um bom aproveitamento dos contedos apresentados no mdulo
importante voc realizar todas as atividades propostas no Caderno, encami-
nhando as solicitadas no cronograma de atividades para discusso das dvi-
das com o tutor e aproundando alguns aspectos por meio da participao no
Frum. Esperamos que voc, juntamente com seus colegas, compreenda o con-
texto e os desaos apresentados no processo de estimular, orientar e prescrever
atividades sicas e prticas corporais para as pessoas idosas.
Ao trmino do estudo deste Mdulo, voc dever ser capaz de:
Compreender a inter-relao entre as transies demogrca e epide-
miolgica;
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Entender a importncia das principais transormaes demogrcas e
epidemiolgicas para o Brasil, assim como para sua rea de abrangn-
cia;
Reconhecer os desaos relativos ao envelhecimento no contexto dapromoo da sade;
Contextualizar a importncia da prtica regular de atividade sica/
prticas corporais na vida de um idoso;
Compreender as orientaes e recomendaes sobre a prescrio de
atividades sicas ao grupo de usurios idosos.
Vamos l pessoal, muito nimo, disposio e interesse, pois temos que con-
tribuir signicativamente na ormao de estilos de vida saudveis nos die-
rentes ciclos da vida. Pensando especicamente nas pessoas idosas teremos
algumas batalhas pela rente: a incluso da prtica regular de atividades sicasentre os hbitos de vida do usurio idoso, a manuteno da independncia do
idoso, preveno de quedas e reduo da depresso. Aes interdisciplinares
de promoo da sade e preveno podem ajudar na construo de uma nova
sociedade, inclusiva, em que o binmio sade e educao, abrangida a educa-
o sica, tenha papel preponderante.
Para que voc possa aproundar seus conhecimentos estamos suge-
rindo leituras complementares. Recomendamos que voc consulte esses tex-
tos, assim que orem citados. Esperamos que este mdulo traga contribuies
importantes para sua prtica prossional.
Para o desenvolvimento adequado deste mdulo importante o entendi-mento de alguns termos bsicos:
Conceito de Sade: Entende-se que sade um meio, um recurso para a vidadas pessoas, no o objetivo da vida (FARIA et al., 2009).
Promoo da Sade: concebida como a soma das aes da populao, dosservios de sade, das autoridades sanitrias e outros setores sociais e produtivos,
voltados para o desenvolvimento de melhores condies de sade individual e co-letiva. Portanto, promoo da sade o processo de capacitao das pessoas paraaumentar seu controle sobre como melhorar a sua sade (OMS, 1986).
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Envelhecimento: A Organizao Pan-Americana de Sade (OPAS) dene enve-lhecimento como um processo seqencial, individual, acumulativo, irreversvel, uni-versal, no patolgico, de deteriorao de um organismo maduro, prprio a todos osmembros de uma espcie, de maneira que o tempo o torne menos capaz de azer
rente ao estresse do meio-ambiente e, portanto, aumente sua possibilidade de morte(BRASIL, 2006c).
Envelhecimento ativo: Envelhecimento ativo o processo de otimizao deoportunidades para a sade, participao e segurana com o objetivo de aumentara qualidade de vida quando as pessoas envelhecem. um termo utilizado para trans-mitir uma mensagem mais abrangente do que o envelhecimento saudvel e reco-nhecer outros atores, alm de cuidados de sade, que aetam o modo como os indi-vduos e as populaes envelhecem (OMS, 2005).
Atividade fsica (AF): entendida como qualquer movimento corporal que produzido pela contrao da musculatura esqueltica e que aumenta o gasto de ener-gia (ACSM, 2009). So exemplos de atividades sicas: tomar banho, dirigir, pintar, tocarum instrumento, andar, brincar, passear, azer compras, trabalhar, danar, jogar, varrer,
jardinar e praticar exerccios sicos.
Exerccio fsico: uma atividade sica planejada, estruturada e repetitiva paraaumentar ou manter um ou mais componentes da aptido sica, que denida opera-cionalmente como um estado de bem-estar com um baixo risco de problemas prema-turos de sade e disposio (energy) para participar em uma variedade de atividadessicas (ACSM, 2009).
Prticas Corporais: So prticas que estimulam a interao mente-corpo, pro-porcionam aos participantes maior conscincia da sua integralidade enquanto ser hu-mano, levando melhoria da qualidade de sade e de vida, atuando na promoo sade, preveno e auxlio no tratamento de doenas e contribuindo tambm para a
humanizao dos servios de sade (BRASIL, 2009).
Sedentarismo: denida como uma maneira de viver ou estilo de vida que re-quer uma atividade sica mnima e que incentiva a inatividade por meio de decisesespeccas e barreiras estruturais e/ou nanceiras (ACSM, 2009).
Qualidade de vida: Qualidade de vida um construto psicolgico, que tem sidocomumente denida como uma deciso/julgamento consciente da satisao que umindivduo tem em relao a sua prpria vida (ACSM, 2009).
Senescncia: Compreende o envelhecimento como um processo natural de di-minuio progressiva da reserva uncional dos indivduos, o que, em condies nor-
mais, no costuma provocar qualquer problema (BRASIL, 2006c).
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Senilidade: entendida como envelhecimento em condies de sobrecarga,por exemplo, doenas, acidentes e estresse emocional, que pode ocasionar umacondio patolgica que requeira assistncia (BRASIL, 2006c).
Autonomia: a habilidade de controlar, lidar e tomar decises pessoais sobrecomo se deve viver diariamente, de acordo com suas prprias regras e preerncias(OMS, 2005).
Independncia: Signica ser capaz de realizar as atividades sem ajuda de outrapessoa. De maneira similar, a organizao mundial da sade, entende como a capaci-dade de viver independentemente na comunidade sem ou com pouca ajuda de outrapessoa (OMS, 2005).
Dependncia: Signica no ser capaz de realizar as atividades cotidianas sem a
ajuda de outra pessoa (BRASIL, 2006c).
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Seo 1Responsabilidades do Profssionalde Educao Fsica na estratgiaSade da Famlia
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Nesta seo vamos abordar a insero do Prossional de Educao Fsica
na estratgia Sade da Famlia, bem como as responsabilidades que lhe so
atribudas, no dia a dia de atuao.
Como essa seo comum aos trs mdulos optativos relativos Educao
Fsica, se voc j teve oportunidade de estud-la em outro mdulo, reveja-a, em
leitura dinmica. Leia novamente os quadros.
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A estratgia Sade da Famlia:a insero do Profssional deEducao Fsica
As lutas dos trabalhadores da sade e dos usurios por um modelo assis-
tencial digno e justo para os brasileiros possibilitaram ao Ministrio da Sade
estabelecer a Ateno Primria Sade (APS) como eixo estruturante do atual
modelo assistencial e, desta orma, reorientar suas estratgias para o Sistemanico de Sade (SUS). A Estratgia Sade da Famlia oi denida como o eixo
reorientador do sistema, pelo entendimento que a complexidade do cuidado
da sade humana demanda trabalho em equipe e que o indivduo no pode ser
visto como elemento isolado do contexto amiliar e comunitrio.
Esta mudana de lgica promove a aproximao entre as equipes dos
trabalhadores da sade e as amlias de uma rea geogrca delimitada, o que
possibilita uma melhor compreenso das diculdades e potencialidades huma-
nas e ambientais existentes no territrio, maior participao e corresponsabili-
zao da comunidade no processo e, consequentemente, maior eetividade na
soluo dos problemas.Um avano de tal envergadura na viso poltica do modelo assistencial
brasileiro gerou uma expressiva mudana no processo de trabalho dos pros-
sionais e das equipes, pela possibilidade de reorganizao das intervenes e
aes. A ateno primria sade visa no s a recuperao da sade do indi-
vduo, mas tambm a busca da promoo da sade, da preveno dos agravos
que so mais requentes na comunidade e da reabilitao uncional e psicos-
social das pessoas, perto de seus amiliares e amigos.
Desde a implantao das equipes de sade da amlia, as orientaes
estiveram sempre voltadas para o cadastramento das amlias residentes no ter-
ritrio da Unidade Bsica de Sade, na composio de uma equipe mnima,
constituda por um mdico, um enermeiro, um tcnico ou um auxiliar de ener-
magem e agentes comunitrios de sade. de undamental importncia contar
com outros prossionais de sade atuando junto s equipes de sade da am-
lia para contribuir na soluo dos problemas que a populao apresenta. Essa
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uma rdua tarea para os municpios, principalmente os de pequeno porte e
com condies socioeconmicas decitrias, o que no lhes possibilitam ter
atrativos nanceiros para agregar no servio de sade dierentes prossionais
de sade, mesmo sabendo da contribuio desses para a melhora da qualidade
de assistncia oertada populao.
O Ministrio da Sade, em 2008, criou o Ncleo de Apoio Sade da Famlia
(NASF), com a inteno de ortalecer a estratgia Sade da Famlia enquanto
movimento de reorientao do modelo de ateno, em nosso pas possibilitan-
do a agregao de outros prossionais de sade na ateno primria sade
(BRASIL, 2008).
A proposta dos NASFs tem como objetivo ampliar a abrangncia e o escopo
das aes de ateno bsica e melhorar a qualidade e a resolutividade da aten-
o a sade. Contudo, importante ressaltar que os NASFs no so portas de
entrada do sistema parte integrante das equipes de sade da amlia (BRASIL,
2009, p.7).Os NASFs so constitudos por equipes compostas por prossionais de die-
rentes reas de conhecimento, que desenvolvem suas atividades em parceria
com os todos os prossionais de Sade da Famlia (SF), atuando diretamente
no apoio s equipes para as quais oram cadastrados. Dessa orma, permitem
ampliar o nmero de prossionais vinculados s equipes, como mdico (gine-
cologista, pediatra e psiquiatra), Prossional de educao sica, nutricionis-
ta, acupunturista, homeopata, armacutico, assistente social, sioterapeuta,
onoaudilogo, psiclogo e terapeuta ocupacional.
Os ncleos so compostos por, no mnimo, cinco prossionais (modalidade
NASF1) ou trs prossionais (modalidade NASF2), de ormao denida pe-los gestores municipais. Devem uncionar em horrio coincidente com o das
equipes de Sade da Famlia. A equipe do NASF1 deve realizar suas atividades
vinculadas, no mnimo, a oito e no mximo, a 20 equipes de Sade da Famlia,
excetuando os estados da Regio Norte, onde o mnimo cinco. Para a equipe
NASF2, a vinculao mnima de uma equipe NASF para trs equipes de Sade
da Famlia. Cabe s secretarias estaduais de sade assessorar os municpios na
denio dos territrios e na vinculao dos NASFs s equipes de Sade da
Famlia, acompanhar e monitorar o desenvolvimento das aes dos NASFs, as-
sessorar e realizar avaliao, assim como acompanhar a organizao da prtica
e do uncionamento dos ncleos.
Considerando os objetivos e as caractersticas do NASF inmeras aes po-
dem ser desenvolvidas, na perspectiva de transpor a lgica ragmentada da
ateno sade para a construo de redes de ateno e cuidado, de orma
corresponsabilizada com as equipes de SF. O Ministrio da Sade, em 2009, in-
Para saber mais sobre NASF consultea portaria GM n.154, de 24 de janeirode 2008, republicada em 4 de marode 2008, Ministrio da Sade Cria osNcleos de Apoio Sade da Famlia NASF. (BRASIL, 2008)Disponvel em: .
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Portaria_N_154_GMMS.pdfhttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Portaria_N_154_GMMS.pdfhttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Portaria_N_154_GMMS.pdfhttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Portaria_N_154_GMMS.pdfhttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Portaria_N_154_GMMS.pdfhttp://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/Portaria_N_154_GMMS.pdf -
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dicou nove reas estratgicas associadas ao NASF: sade da criana/do adoles-
cente e do jovem; sade mental; reabilitao/sade integral da pessoa idosa;
alimentao e nutrio; servio social; sade da mulher; assistncia armacu-
tica; prticas corporais/atividade sica; prticas integrativas e complementares.
Analisando essas reas estratgicas cil entender porque a equipe do NASF
necessita apresentar um perl multiprossional para que o seu objetivo seja
alcanado de maneira satisatria. A integrao do Prossional de Educao
Fsica deve, portanto, ortalecer e ampliar todas as possveis intervenes da
equipe de sade.
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Responsabilidadesdo Profssional de EducaoFsica no Ncleo de Apoio Sade da Famlia (NASF)
Dentro da perspectiva de que as reas estratgicas associadas ao NASF no
se remetem atuao especca e exclusiva de uma categoria prossional, o
processo de trabalho ser caracterizado ortemente por aes compartilhadas,
visando uma interveno interdisciplinar. Exemplicando: a rea de prticas
corporais/atividade sica (PCAF), embora seja especca para o prossional de
Educao Fsica, demanda aes que podem ser desempenhadas por outros
integrantes da equipe do NASF, da mesma maneira que o educador sico deve
participar de aes de outros grupos prossionais.
O quadro 1 apresenta as atribuies comuns a todos integrantes da equipe
do NASF (BRASIL, 2009, p.23).
1. Identificar, em conjunto com as equipes de Sade da Famlia (SF) e a comunidade, as atividades, as aes e as
prticas a serem adotadas em cada uma das reas cobertas.2. Identificar, em conjunto com as equipes de SF e a comunidade, o pblico prioritrio a cada uma das aes.
3. Atuar, de forma integrada e planejada, nas atividades desenvolvidas pelas equipes de SF e de InternaoDomiciliar, quando estas existirem, acompanhando e atendendo a casos, de acordo com os critrios previamenteestabelecidos.
4. Acolher os usurios e humanizar a ateno.
5. Desenvolver coletivamente, com vistas intersetorialidade, aes que se integrem a outras polticas sociais,como educao, esporte, cultura, trabalho, lazer, entre outras.
6. Promover a gesto integrada e a participao dos usurios nas decises, por meio de organizao participativacom os conselhos locais e/ou municipais de sade.
7. Elaborar estratgias de comunicao para divulgao e sensibilizao das atividades dos NASF por meio decartazes, jornais, informativos, faixas, flderes e outros veculos de informao.
8. Avaliar, em conjunto com as equipes de SF e os conselhos de sade, o desenvolvimento e a implementaodas aes e a medida de seu impacto sobre a situao de sade, por meio de indicadores previamente estabeleci-dos.
9. Elaborar e divulgar material educativo e informativo nas reas de ateno dos NASF.
10. Elaborar projetos teraputicos, por meio de discusses peridicas que permitam a apropriao coletiva pelasequipes de SF e os NASF do acompanhamento dos usurios, realizando aes multiprofissionais e transdisciplina-res, desenvolvendo a responsabilidade compartilhada.
Quadro 1. Ncleo de Apoio Sade da Famlia (NASF): atribuies comuns aos diversos
membros da equipe*
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Para alm das atribuies gerais equipe do NASF, algumas diretrizes espe-
ccas ao Prossional de Educao Fsica oram apresentadas pelo Ministrio da
Sade em 2009 e sumarizadas no Caderno de Ateno Bsica n. 27: Diretrizes
do NASF. Estas diretrizes, relacionadas ao conhecimento nuclear do Prossional
de Educao Fsica, no devem ser interpretadas, entretanto, como nicas e ex-
clusivas deste prossional, mas sim como resultado da interao com todos os
outros prossionais. O Quadro 2 mostra, detalhadamente, essas diretrizes para
o Prossional de Educao Fsica (BRASIL, 2009, p.146-147).
1. Fortalecer e promover o direito constitucional ao lazer.
2. Desenvolver aes que promovam a incluso social e que tenham a intergeracionalidade, a integralidade do su-jeito, o cuidado integral e a abrangncia dos ciclos da vida como princpios de organizao e fomento das prticascorporais/atividade fsica.
3. Desenvolver junto equipe de SF aes intersetoriais pautadas nas demandas da comunidade.
4. Favorecer o trabalho interdisciplinar amplo e coletivo como expresso da apropriao conjunta dos instrumentos,espaos e aspectos estruturantes da produo da sade e como estratgia de soluo de problemas, reforandoos pressupostos do apoio matricial.
5. Favorecer no processo de trabalho em equipe a organizao das prticas de sade na APS, na perspectiva dapreveno, promoo, tratamento e reabilitao.
6. Divulgar informaes que possam contribuir para adoo de modos de vida saudveis por parte da comunidade.
7. Desenvolver aes de educao em sade reconhecendo o protagonismo dos sujeitos na produo e apreensodo conhecimento e da importncia desse ltimo como ferramenta para produo da vida.
8. Valorizar a produo cultural local como expresso da identidade comunitria de reafirmao do direito e possibi-lidade de criao de novas formas de expresso e resistncia sociais.
9. Primar por intervenes que favoream a coletividade mais que os indivduos sem excluir a abordagem individual.
10. Conhecer o territrio na perspectiva de suas nuances sociopolticas e dos equipamentos que possam ser poten-cialmente trabalhados para o fomento das prticas corporais/ atividade fsica.
11. Construir e participar do acompanhamento e avaliao dos resultados das intervenes.
12. Fortalecer o controle social na sade e a organizao comunitria como princpios de participao polticas nasdecises afetas a comunidade ou populao local.
Quadro 2 - Prticas Corporais/Atividade Fsica (PCAF): diretrizes para atuao profissional
Fonte: BRASIL, 2009, p.146-147. Disponvel em: .
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_diretrizes_nasf.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_diretrizes_nasf.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_diretrizes_nasf.pdf -
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Partindo das atribuies comuns aos integrantes da equipe do NASF e das
diretrizes para atuao prossional, o NASF tem como objetivo contribuir para
a construo de redes de ateno e cuidado, de orma corresponsabilizada com
a equipe de SF. Contudo, sabemos que esta situao, desejvel, no acontecer
de orma espontnea e natural. Aqui cabe lembrarmos aquela experincia com
macacos, provavelmente hipottica, relatada no mdulo Processo de trabalho
em sade (FARIA et al., 2009). Naquele mdulo, discutimos sobre inrcia no
trabalho. Durante a refexo sobre esta questo, cou claro que, muitas vezes,
os indivduos ou grupos no conseguem romper com a ora da cultura insti-
tucional. Por isso, necessrio que os prossionais do NASF assumam suas res-
ponsabilidades, em regime de cogesto com todos os membros das equipes
de Sade da Famlia e sob a coordenao do gestor local, para os processos de
constante construo do Sistema nico de Sade.
Considerando o contexto atual daspolticas pblicas de Educao eSade, o Conselho Federal de Edu-
cao Fsica (CONFEF) publicou umdocumento intitulado Recomenda-es sobre condutas e procedimen-tos do Prossional de Educao Fsicana ateno bsica sade. Este doc-umento promove a abertura de umdilogo entre os prossionais da rea.Veja e acesse esse documento na bib-lioteca virtual (SILVA et al., 2010) ouacesse o site: .
Recomendamos que voc leia es-pecialmente os captulos iniciais eas pginas 142 a 152 o Caderno deAteno Bsica n.27, do Ministrio daSade, sobre as diretrizes do NASF(BRASIL 2009). Verique sua existn-cia na unidade de sade: se no esti-ver disponvel, imprima dois volumes,
uma para seus colegas do NASF, naunidade, e outro para sua consultae biblioteca. O documento est dis-ponvel em:
http://www.listasconfef.org.br/arquivos/Livro_Recomendacoes.pdfhttp://www.listasconfef.org.br/arquivos/Livro_Recomendacoes.pdfhttp://www.listasconfef.org.br/arquivos/Livro_Recomendacoes.pdfhttp://www.listasconfef.org.br/arquivos/Livro_Recomendacoes.pdfhttp://www.listasconfef.org.br/arquivos/Livro_Recomendacoes.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_diretrizes_nasf.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_diretrizes_nasf.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_diretrizes_nasf.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_diretrizes_nasf.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_diretrizes_nasf.pdfhttp://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderno_atencao_basica_diretrizes_nasf.pdfhttp://www.listasconfef.org.br/arquivos/Livro_Recomendacoes.pdf -
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Seo 2Envelhecimento populacionale sade dos idosos
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O contedo da seo 2 diz respeito abordagem do envelhecimento
populacional e a sade dos idosos. Sero apresentadas algumas caractersticas
da transio demogrca, epidemiolgica e da mortalidade da populao de
idosos no Brasil e em Minas Gerais.
O impacto dessas inormaes sobre o Prossional de Educao Fsica
ir permitir ao mesmo uma anlise com maior contextualizao sobre o
envelhecimento e a expectativa de vida, sendo esses importantes enmenos
no s para os Prossionais de Educao Fsica, mas para todos os prossionais
integrantes das equipes de sade. Considerando os dados dos estudos
demogrcos e epidemiolgicos nacionais envolvendo o envelhecimento
populacional e o aumento da expectativa de vida, dierentes projees,
conseqncias e desaos so lanados, sobretudo para a populao idosa.
Esperamos que ao trmino desta seo voc seja capaz de:
Entender por que e como o Brasil est envelhecendo.
Compreender como a mudana no perl epidemiolgico pode intererir
no padro de sade e doena.
Contextualizar a contribuio do conhecimento desta seo na
organizao do processo de trabalho.
Sabendo dos objetivos desta seo, ns poderemos agora caminhar juntos
e de maneira proativa para entender aspectos importantes e norteadores
sobre o envelhecimento populacional e a sade dos idosos. Vamos em rente,buscando ortalecer nossa atuao como agentes transormadores dentro do
binmio educao sade.
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Transio demogrfca
No Brasil
Em 2008, enquanto as crianas de 0 a 14 anos de idade correspondiam a
26,47% da populao total, o contingente com 65 anos ou mais de idade re-
presentava 6,53%. Quando se compara esses valores com uma projeo para o
ano de 2050 (Grco 1), observa-se que o primeiro grupo mencionado repre-
sentar 13,15% da populao total, ao passo que o segundo grupo (pessoascom 65 anos ou mais) ultrapassar os 22,71% da populao total. Com isso
possvel ter uma idia melhor das transormaes que esto por acontecer
com a populao brasileira. A essas transormaes d-se o nome de transio
demogrca.
Grfico 1 - Participao relativa da populao dos grandes gru-
pos de idade na populao total - Brasil - 1980/2050
Fonte: IBGE, Projeo da Populao do Brasil por Sexo e Idade para o Perodo 1980 -2050 - Reviso 20 08.
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A transio demogrca pode ser entendida como as mudanas verica-
das ao longo do tempo nas taxas de ecundidade, natalidade, migrao e mor-
talidade e da infuncia da economia, das variaes climticas e das mudan-
as culturais sobre esses indicadores. Em outras palavras, pode-se dizer que a
transio demogrca o termo que designa o conjunto de modicaes em
relao dimenso e estrutura etria da populao.
A transio demogrca um dos enmenos estruturais mais importantes
que tem marcado a economia e a sociedade brasileira desde a segunda metade
do sculo passado.
A transio demogrca pode ser sintetizada em 3 ases:
Primeira ase: caracterizada por elevadas taxas de ecundidade, mas
com taxas de mortalidade ainda mais altas, originando baixo cresci-
mento populacional. A grande ruptura com esse perodo comea a se
dar nos pases desenvolvidos com a Revoluo industrial, j nos pases
em desenvolvimento isso ocorre apenas em meados do sculo XX. Segunda ase: caracterizada por elevadas taxas de ecundidade e de-
clnio das taxas de mortalidade, gerando elevado crescimento popu-
lacional. Esse elevado crescimento populacional oi chamado de ex-
ploso demogrca. Nos pases desenvolvidos esse ato ocorreu logo
aps a Revoluo Industrial. J nos pases em desenvolvimento isso
ocorreu na segunda metade do sculo XX.
Terceira ase: caracterizada por baixas taxas de ecundidade e de morta-
lidade, ocasionando o envelhecimento populacional. Dados da Pesqui-
sa Nacional por Amostra de Domiclios - PNAD 2009 - mostram que h
uma queda acelerada das taxas de ecundidade e mortalidade no Bra-sil. Desta orma, o Brasil j teria ingressado na terceira ase da transio
demogrca. Segundo os dados da PNAD 2009, a populao brasileira
contava com cerca de 191,8 milhes de habitantes. Destas, aproxima-
damente 21 milhes eram pessoas com 60 anos ou mais (IBGE, 2009).
Octogenrios
Uma anlise mais detalhada das pessoas com 60 anos ou mais indica um
aspecto interessante. possvel vericar um considervel incremento da popu-
lao de 80 anos ou mais de idade. Em 2000 eram 1,6 milho de pessoas com 80
anos ou mais de idade e, em 2050, podero ser 13,8 milhes de pessoas nessa
mesma aixa etria (Grco 2). Este ato preocupante, pois este grupo de ido-
sos se destaca por apresentar maior prevalncia de doenas e um declnio un-
cional acentuado, o que pode torn-los dependentes.
Taxa de natalidade: nmero depessoas que nascem por 1000 habi-tantes durante 1 ano.
Taxa de fecundidade: nmero m-dio de lhos que uma mulher teria aonal de sua idade reprodutiva.
Taxa de mortalidade: nmero de
pessoas que morrem por 1000 habi-tantes durante 1 ano.
Taxa de migrao: nmero de pes-soas que vo de um pas para outroou de um lugar geogrco para outrodentro de um mesmo pas, com mu-dana de residncia. No primeiro casotrata-se de migrao internacional eno segundo de migrao interna.
Glossrio
Voc conseguiria identicar em qualase da transio demogrca as pes-soas da sua rea de abrangncia es-tariam?
Os idosos j representam uma par-cela signicativa desta populao?
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Se puder conra os artigos sobtema, disponveis nabiblioteca vi
Transio demogrca e desidades sociais no Brasil (BRITO, 20 Distribuio espacial e cresci
to da populao idosa nas capbrasileiras de 1980 a 2006: um esecolgico (NOGUEIRA et al., 2008
Grfico 2 - Populao com 80 anos ou mais, por sexo - Brasil -
1980/2050
Fonte: IBGE, Projeo da Populao do Brasil por Sexo e Idade para o Perodo 1980 -2050 - Reviso 20 08.
Vamos pensar...Na sua rea de abrangncia j possvel perceber o aumento do nmero de idososcom 80 anos ou mais?
http://www.nescon.medicina.ufmg.br/bibliotecahttp://www.nescon.medicina.ufmg.br/bibliotecahttp://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca -
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Feminizao do envelhecimento
Um enmeno que acompanha o envelhecimento da populao a emi-
nizao da velhice, ou seja, as mulheres vivem mais do que os homens. Nos
pases desenvolvidos possvel observar uma maior proporo de mulheres
entre os idosos. Nos pases em desenvolvimento, esse enmeno tambm j
pode ser observado. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios -
PNAD 2009, entre as pessoas com 60 anos ou mais de idade, as mulheres so a
maioria (55,8%) (IBGE, 2009). A principal razo disso explicada pelo dierencial
de mortalidade que determina uma vida mdia mais elevada para as mulheres.
Em Minas Gerais
Minas Gerais apresenta uma transio demogrca semelhante a do Brasil,
ou seja, um ritmo cada vez mais lento de crescimento populacional e o enve-lhecimento da estrutura etria. Em 2000 Minas Gerais tinha 17.891.494 milhes
de habitantes. A aixa at 15 anos de idade, que em 1970 representava 43,3%
da populao total de Minas Gerais, passou a representar 28,4% da populao
em 2000. Em contrapartida, na aixa acima dos 60 anos h um aumento pro-
porcional de 4,8% para 9,1% no perodo. J em 2009, de acordo com dados do
IBGE, havia cerca de 20.033.665 milhes de pessoas residentes em Minas Gerais.
Destas, aproximadamente 12,2% (2.444.107) eram pessoas de 60 anos ou mais
e 1,7% (340.572) de 80 anos ou mais. Esses dados mostram o envelhecimento
da populao em Minas Gerais, assim como no Brasil.
Outro aspecto relativo transio demogrca brasileira, assim como a deMinas Gerais a maior proporo de mulheres com o avano da aixa etria,
que resulta na diminuio quantitativa de homens em relao a cada grupo de
100 mulheres.
De acordo com a pesquisa de Oramentos Familiares 2008-2009 (IBGE),
Minas Gerais tinha 468.948 homens e 579.971 mulheres na aixa etria de 65
a 74 anos e 251.644 homens e 325.795 mulheres na aixa etria de 75 anos ou
mais, que conrma a superioridade eminina em Minas Gerais.
Essas transormaes podem ser mais bem visualizadas quando compara-
mos a composio etria da populao brasileira com a de Minas Gerais (Gr-
cos 3 e 4). possvel observar em ambos os grcos (Brasil e Minas Gerais) que
a pirmide antes com base larga e pice pontiagudo est caminhando para um
estreitamento na base da pirmide, o que indica uma reduo no nmero de
crianas e adolescentes e um alargamento superior que indica o crescimento
da populao de idosos, com superioridade eminina.
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Grfico 3 - Composio da populao residente, por sexo,
segundo os grupos de idade Brasil - 1999/2009
Fonte: IBGE - Sntese de Indicadores Sociais, 20 10.
Grfico 4 - Composio da populao residente, por sexo,
segundo os grupos de idade Minas Gerais - 1970/2007
Fonte: Censo demogrco, Minas Gerais, 1970, 2000 I n: Fundao Joo Pinheiro, 2008.
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Esses nmeros reoram o que j vem sendo divulgado h alguns anos por
especialistas em demograa: a necessidade de maior ateno aos idosos por
parte dos vrios setores da sociedade, uma vez que a tendncia de que essa
parte da populao continue a ter participao crescente nas prximas dca-
das.
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Transio epidemiolgica
Concomitantemente a essas transies demogrcas ocorrem outras mu-
danas no comportamento da mortalidade e morbidade da populao. Essas
mudanas deram origem ao conceito de transio epidemiolgica. A teoria da
transio epidemiolgica est ocalizada na complexa mudana dos padresde sade e doena e nas interaes entre esses padres e seus determinantes
e conseqncias.
Alm das modicaes populacionais, o Brasil tem experimentado uma
transio epidemiolgica, com alteraes relevantes no quadro de morbimor-
talidade. O padro caracterizado por doenas e bitos por causas inecciosas e
transmissveis vem sendo progressivamente substitudo pelo de doenas crni-
cas, degenerativas e causas externas ligadas a acidentes e violncia. Contudo,
h que se atentar para a permanncia e reincidncia de algumas doenas trans-
missveis, por seu potencial de impactar a vida, social e economicamente, e os
sistemas de sade.
Essas mudanas nos padres de ocorrncia das doenas tm imposto no-
vos desaos, pois as doenas crnicas custam caro ao Sistema nico de Sade
(SUS). Se no prevenidas e gerenciadas adequadamente, demandam uma as-
sistncia mdica de custos sempre crescentes, em razo da permanente e ne-
cessria incorporao tecnolgica.
A transio demogrca indica o envelhecimento da populao, sendo as-
sim, conhecer mais detalhadamente a evoluo das doenas e causas de morte
da populao idosa (populao com 60 anos ou mais de idade) torna-se unda-
mental para o planejamento de aes na rea da sade.
medida que a pessoa envelhece, maiores so as chances de contrair uma
doena crnica. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios -PNAD 2008 - somente 22,6% das pessoas de 60 anos ou mais de idade declara-
ram no possuir doenas (Grco 5) (IBGE, 2008). Para aqueles de 75 anos ou
mais de idade, esta proporo cai para 19,7%. A pesquisa mostrou ainda que
Morbidade: Termo usado para signar o conjunto de casos de udada doena ou a soma de agraa sade que atingem um grupoindivduos, em um dado intervalotempo e lugar especco.
Glossrio
OenvelhecimentonoBrasil:a
tos da transio demogrca e epmiolgica (LEBRO, 2007), dispona sua biblioteca virtual.
http://www.nescon.medicina.ufmg.br/bibliotecahttp://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca -
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quase metade (48,9%) dos idosos soria de mais de uma doena crnica e, no
subgrupo de 75 anos de idade ou mais a proporo atingia mais da metade
(54,0%). Entre as doenas crnicas, a hipertenso a que mais se destaca em
todos os subgrupos de idosos.
Em geral, as doenas dos idosos so crnicas e mltiplas, perduram por vri-
os anos e exigem acompanhamento mdico constante e medicao contnua.
Qualquer que seja o indicador de sade analisado haver uma proporo
maior de agravos e procedimentos mdicos entre aqueles de mais de 60 anos,
em comparao aos demais grupos etrios, implicando maior utilizao dos
servios de sade e custos mais elevados.
Uma orma bastante comum de se analisar a evoluo do perl de sade de
uma populao a comparao de situaes de mortalidade (bito) em die-
rentes momentos.
Grfico 5 - Proporo de pessoas de 60 anos ou mais de idade
que declararam sofrer algum tipo de doena crnica, segundo
os principais tipos - Brasil - 2008
Fonte: IBGE, Sntese de Indicadores Sociais, 2010.
(1) Inclui depresso (9,2%), asma ou bronquite (5,9%), tendinite ou tenossinovite ( 5,0%), insucincia renal crnica (3,3%) e cncer(2,5%).
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Mortalidade em idosos
Os bitos so classicados por 20 tipos de causas. As principais causas de
morte so:
Neoplasias: bito em conseqncia de algum tipo de cncer;
Doenas endcrinas: bito causado por doena relacionada ao sistema
endcrino (hormnios). Uma doena caracterstica desse grupo o Dia-
betes Mellitus (decincia no hormnio insulina);
Doenas respiratrias: doenas do pulmo, como, por exemplo, bron-
quite, ensema e doena pulmonar obstrutiva crnica (DPOC);
Doenas circulatrias: problemas no corao ou no sistema circulatrio,
como, por exemplo, o inarto cardaco.
Causas externas: bitos em decorrncia da violncia e acidentes de
trnsito;
Demais causas: correspondem a doenas inecciosas, doenas da gravi-dez, parto e puerprio, entre outras.
Nos anos mais recentes, a estrutura da mortalidade no Brasil vem passando
por proundas mudanas, principalmente no que se reere incidncia de de-
terminadas causas de bitos sobre as distintas aixas etrias.
Causas evitveis como as relacionadas s enermidades inecciosas e para-
sitrias, m nutrio e aos problemas relacionados sade reprodutiva, que
historicamente aetavam a mortalidade inantil (menores de 1 ano de idade) e
de menores de 5 anos, vm, cada vez mais, perdendo sua predominncia an-
terior. Por outro lado, vm aparecendo com mais reqncia causas de morterelacionadas a enermidades no transmissveis e causas externas (violentas).
Na estrutura da mortalidade, o peso das causas relacionadas a problemas
circulatrios, respiratrios e neoplasias, torna-se importante, pois vm incidin-
do nas aixas etrias mais idosas. Este um grupo (60 anos ou mais de idade)
que vem aumentando sua representao na composio da estrutura geral da
populao, tanto em termos absolutos como relativos, estabelecendo um novo
padro demogrco brasileiro, associado elevao da expectativa de vida.
As enermidades relacionadas a problemas do aparelho circulatrio atingem
mais ortemente as pessoas na aixa de 60 anos ou mais. O perl para os ido-
sos reproduz, em parte, os principais grupos de causas de mortes da popula-
o como um todo, sendo as doenas do aparelho circulatrio, com 37,5% das
mortes, a causa majoritria. Os bitos por neoplasias representaram 16,9% do
total de mortes de idosos e, em seguida, a maior proporo oram daqueles
relacionados s doenas do aparelho respiratrio (IBGE - SIS, 2010).
Para mais inormaes sobre esteco, consulte tambm... Chamowicz et al. (2009), cad
Sade do Idoso, parte 3 nas pg34 41, disponvel na bibliotectual.
http://www.nescon.medicina.ufmg.br/bibliotecahttp://www.nescon.medicina.ufmg.br/bibliotecahttp://www.nescon.medicina.ufmg.br/bibliotecahttp://www.nescon.medicina.ufmg.br/bibliotecahttp://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca -
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Em Minas Gerais
Em Minas Gerais, assim como no Brasil, ao mesmo tempo em que a estrutura
etria da populao passa por importantes mudanas, o perl de mortalidade
tambm vem se transormando.
As doenas crnicas no transmissveis nos ltimos anos passaram a pre-
dominar nas estatsticas de morbimortalidade em Minas Gerais. No ano de
2007 oram responsveis por 64% do total de bitos por todas as idades. As
principais causas de mortalidade oram as doenas do aparelho circulatrio
com 32,2%, as neoplasias com 16,5%, as causas externas com 12,6% e as doen-
as do aparelho respiratrio com 11,3%.
Durante o ano de 2008 as DCNT representaram mais de 35% de internaes
pelo SUS, por todas as idades. A primeira causa oi decorrente das doenas do
aparelho circulatrio, seguidas pelas do aparelho respiratrio, do digestivo e
das causas externas, respectivamente.
Na parte 1 e 2 voc estudou as caractersticas do envelhecimento popula-
cional e as transormaes no perl de mortalidade e morbidade. Para reor-
ar o seu aprendizado nesta seo, sugerimos que refita sobre as seguintes
questes:
Como o envelhecimento da populao est refetindo na rea de
abrangncia da sua equipe de sade?
Qual o signicado da reduo da mortalidade por doenas inecto-con-
tagiosas e do aumento do nmero de doenas crnicas no-transmis-
sveis (DCNT)?
possvel vericar o enmeno da eminizao da populao idosa na
sua rea de abrangncia?
Que contribuio este conhecimento ter na organizao do processo
de trabalho da sua equipe de sade?
Importante:Como voc certamente percebeu durante a leitura sobre as transies demogr-ca e epidemiolgica, o maior impacto do envelhecimento populacional ainda estpor vir. Esse impacto ir demandar do sistema de sade, das polticas pblicas desade e dos prossionais envolvidos na estratgia Sade da Famlia (ESF) um grandeesoro para que o servio prestado populao seja satisatrio. Embora vocs jtenham sido sensibilizados com a necessidade e a importncia da ateno sadedos jovens/adolescentes e adultos, no temos dvida de que o grupo de usuriosrelacionado com a populao idosa ir representar tambm um grande desao.Vamos nos preparar para absorver esta demanda com qualidade?
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Faa a leitura do trabalho Ncleos de apoio sade da amlia e a promoo das
atividades sicas no Brasil: de onde viemos, onde estamos e para onde vamos(FLORINDO, 2009), disponvel na biblioteca virtual.
Identique os problemas levantados pelo autor no que diz respeito ao NASF e sua
contribuio com as equipes de ESF e tambm as sugestes para enrent-los. Re-
gistre-os por escrito.
Aps a identicao dos problemas e das sugestes para enrent-los na leitura
sugerida, aa uma comparao com os problemas e as aes desenvolvidas para
soluo dos mesmos vivenciados por voc dentro do NASF ou no projeto social no
qual voc atua.
Registre, por escrito, sua opinio. Consulte, no cronograma da disciplina, outros en-
caminhamentos solicitados para esta atividade.
Atividade 1
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Seo 3Desafos relativos ao envelhecimento
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Fonte:dreamstime.com-
TatyanaChernyak
Na segunda seo deste mdulo - Envelhecimento populacional e sade
dos Idosos - voc constatou que no Brasil, a populao idosa cresce mais que
as outras aixas etrias e que ainda pode ser considerada uma populao de
idosos jovem; sendo que a maioria tem menos de 70 anos. Paralelo a essa in-
ormao, importante car atento para outros estudos, os quais indicam que
a dependncia para desempenhar as atividades de vida diria (AVD) tende a
aumentar cerca de 5% na aixa etria de 60 anos para cerca de 50% entre osidosos com 90 anos ou mais. Ento, se associarmos estas inormaes muito
cil deduzir que ainda est por vir uma grande demanda sobre todo o sistema
de ateno sade da pessoa idosa. Essa demanda para ser absorvida ade-
quadamente ir requerer uma antecipao de polticas pblicas especcas e
sustentveis em uma ponta e equipes de sade bem preparadas na outra. Con-
tudo, j possvel identicar hoje dierentes desaos relacionados ao processo
de envelhecimento, como a capacidade uncional, quedas, depresso, o baixo
nvel de incluso da prtica regular de atividade sica entre os hbitos de vida
do idoso, entre outros. Um auxlio importante no enrentamento desses desa-
os na ateno sade da pessoa idosa est relacionado com a prtica regular
de atividades sicas.
Considerando a crescente evidncia da relevncia da atividade sica para a
sade do indivduo, aliado a conscientizao da importncia deste instrumen-
to como uma estratgia de preveno e promoo da sade, a terceira seo
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deste mdulo ir abordar os desaos relativos ao envelhecimento e a relao
dos mesmos com a atividade sica. Esta seo oi dividida nas seguintes partes:
Parte 1 Adeso a prtica de atividade sica
Parte 2 - Capacidade uncional
Parte 3 - Quedas
Parte 4 - Depresso
Como objetivo geral, esperamos que esta seo contribua para que voc
seja capaz de argumentar sobre cada um dos desaos mencionados de manei-
ra isolada, mas que tenha a capacidade tambm de azer anlises e inerncias
sobre as condies de sade dos idosos, considerando a interao complexa
entre os dierentes aspectos envolvidos.
Ao trmino desta seo pretendemos que voc desenvolva sua competn-cia para:
Fundamentar a importncia da prtica regular de atividade sica para
o idoso.
Compreender as relaes entre capacidade uncional, autonomia e in-
dependncia.
Entender por que a queda uma das mais importantes preocupaes.
Perceber a contribuio da atividade sica na preveno da depresso.
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Adeso a prtica de atividade
Se a independncia e a autonomia, pelo maior tempo possvel, so metas
a serem alcanadas na ateno sade da pessoa idosa, o envelhecimento
ativo e saudvel o grande objetivo nesse processo. Desta orma, a reduo da
prevalncia da inatividade sica em idosos dever mobilizar a criatividade dos
prossionais da sade para estabelecerem programas e aes que asseguram
um avano nesta direo. Na realidade, a incluso da prtica regular de ativi-
dade sica deve se entendida como uma questo essencial nos hbitos da vidasociocultural do idoso e que ir garantir realmente um envelhecimento ativo.
Em um estudo de Marin et al. (2008) oi investigada a percepo de pro-
ssionais que atuam na estratgia Sade da Famlia (ESF) quanto sade do
idoso. Os resultados desse estudo indicaram que a alta de adeso ao cuidado e
de apoio dos amiliares uma das principais temticas neste contexto. Por este
motivo e pela relevncia do mesmo para as uturas perspectivas visando pro-
moo, preveno, cura e reabilitao das condies de sade dessa par-
cela da populao, na parte 1 desta seo vamos conrontar com esta temtica.
O sedentarismo no Brasil apresenta alta prevalncia, causando custos eleva-
dos, tanto diretos quanto indiretos, para o sistema de sade.
Dados apresentados pela vigilncia de atores de risco e proteo paradoenas crnicas por inqurito telenico (BRASIL - VIGITEL, 2009) mostram que
a reqncia de adultos que praticam atividade sica no tempo livre oi baixa
em todas as cidades estudadas, variando entre 10,3% em So Paulo e 21,2% em
interessante destacar que, disseminar simplesmente a inormao sobre os bene-cios da atividade sica sade no parece ser suciente para uma adeso aumen-tada entre os idosos. Mudanas de comportamento so necessrias e devem serpensadas em longo prazo para que os idosos jovens de hoje sejam os idosos muitoidosos com um perl de envelhecimento ativo no uturo. A busca pela inclusoda prtica regular de atividade nos hbitos da vida do idoso primordial para apromoo da sade. Contudo, isso no exime a necessidade dos prossionais dasequipes de sade de pensarem construtivamente em aes e estratgias agudas deinterveno rente prevalncia de inatividade na populao idosa.
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Vitria. No conjunto da populao adulta das 27 cidades estudadas, a reqn-
cia da atividade sica realizada no tempo livre oi de 14,7%, sendo maior no
sexo masculino (18,8%) do que no sexo eminino (11,3%). Em Belo Horizonte, o
percentual de adultos ( 18 anos) que praticam atividade sica no tempo livre
oi de 21,2% para o sexo masculino e 11,2% para o sexo eminino. Em Minas
Gerais a situao parece ser ainda pior. Dados da Pesquisa por Amostras de Do-
miclios de Minas Gerais - PAD-MG, 2009 mostram que o sedentarismo atinge
78,5% dos mineiros. Quase oito em cada 10 pessoas em Minas Gerais admitem
no azer exerccios sicos (FUNDAO JOO PINHEIRO, 2009).
No Brasil, a atividade sica no lazer mais reqente para o sexo mascu-
lino (18,1%) do que para o sexo eminino (10,8%). Entre homens, a reqncia
alcana 20,5% entre os idosos. J entre as mulheres, a situao mais desa-
vorvel, apenas 11,2% das idosas inormam atividade sica suciente no lazer
(BRASIL, 2009). Contudo, Dumith (2009) em um estudo de reviso sistemticasobre atividade sica no Brasil vericou que existem poucas pesquisas realiza-
das exclusivamente com idosos e que h necessidade de uma padronizao
de critrios, nomenclaturas e instrumentos nos estudos epidemiolgicos envol-
vendo a prevalncia de atividade sica.
Diminuir o sedentarismo e promover estilos de vida mais saudveis com
a participao da ateno bsica sade e seus prossionais pode represen-
tar um grande impacto na melhoria dos ndices de sade populacional e nos
custos relacionados gesto dos servios. Alm disso, um estilo de vida ativo
demonstra eeito positivo na preveno e minimizao das perdas decorrentes
do processo de envelhecimento. Sendo, assim, torna-se importante que a ativi-dade sica seja parte undamental dos programas de promoo da sade. O
reconhecimento cientco da importncia da prtica regular da atividade sica
na sade do indivduo, a conscientizao do grande valor da atividade sica
como estratgia de promoo da sade so temas que a cada dia vm ganhan-
do mais espaos.
Promoo da sade
A promoo da sade denida na Carta de Ottawa (OMS, 1986) como
um processo que consiste em proporcionar s pessoas os meios necessrios
para melhorar sua sade e exercer um maior controle sobre a mesma. Neste
contexto, importante destacar que a promoo da sade no responsabi-
lidade exclusiva do setor sade, e vai para alm de um estilo de vida saudvel.
As aes de promoo da sade objetivam reduzir as dierenas no estado de
Conra os artigos, disponveis na bi-blioteca virtual, sobre o tema:
Evoluodapesquisaepidemiolgi-ca em atividade sica no Brasil: revisosistemtica (HALLAL et al., 2007).Atitudes de idosos frente prtica
de atividades sicas (OKUMA; MIRAN-DA; VELARDI, 2007).
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sade da populao e assegurar oportunidades e recursos igualitrios para ca-
pacitar todas as pessoas a realizar completamente seu potencial de sade. Isto
inclui ambientes avorveis, acesso inormao, a experincias e habilidades
na vida, bem como oportunidades que permitam azer escolhas por uma vida
mais sadia. A promoo da sade concebida, cada vez mais, como a soma das
aes da populao, dos servios de sade, das autoridades sanitrias e ou-
tros setores sociais e produtivos, voltados para o desenvolvimento de melhores
condies de sade individual e coletiva. Dessa orma, a promoo da sade sai
dos centros de sade e se estende para as comunidades, os ambientes, as esco-
las; acrescentando como campo de atuao, o reoro comunitrio, que contm
um componente educativo, que o desenvolvimento de habilidades sociais.
Apesar das evidncias relacionadas aos benecios advindos da prtica de
atividade sica, um nmero elevado de idosos no pratica atividade sica su-
ciente para obter tais benecios. Neste contexto deve-se ressaltar que diversos
atores podem ser determinantes para dicultar ou impedir a prtica regularde atividade sica, como por exemplo, problemas de sade, ambiente sico,
alta de conhecimento, atores psicolgicos, cognitivos, emocionais, alm dos
atores culturais e sociais.
As iniciativas no devem se restringir apenas transmisso de inormaes,
mas incentivar a criao de dierentes estratgias que aumentem o nvel de
conhecimento e que melhorem as condies para que os idosos escolham mo-
dos de vida saudveis. Assim, h necessidade de intervenes educativas com
abordagem ao indivduo, amlia e comunidade, que promovam novas apren-
dizagens, que levem os idosos a refetirem sobre si e sobre a importncia da
prtica regular de atividade sica, valorizando a sua prtica. Deve-se atribuirsignicados ao novo conhecimento para que ele seja incorporado e aplicado na
vida diria. Para reorar esse entendimento, voc certamente ir se lembrar das
discusses desenvolvidas no mdulo 4 da unidade didtica I, prticas educati-
vas em ateno bsica sade (VASCONCELOS; GRILLO; SOARES, 2009).
Para provocar mudanas no comportamento e possibilitar que os idosos possam
azer uma transio de um perl sedentrio para sicamente ativo, o que ne-
cessrio na sua opinio?
Vamos discutir no Frum!
Atividade 2
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Capacidade uncional
Considerando o novo paradigma social do envelhecimento e seus refexos
na dimenso da sade, tem-se utilizado o conceito de capacidade uncional
para denir, instrumentalizar e operacionalizar sade no idoso.
Neste sentido, a capacidade uncional diz respeito habilidade que um in-
divduo tem de realizar de orma autnoma aquelas atividades consideradasundamentais a sua sobrevivncia, bem como a manuteno das suas relaes
sociais.
Estudos apontam a limitao uncional como um importante preditor de
morbimortalidade, tanto isoladamente, como associada a comportamentos
relacionados ao estilo de vida, doenas crnico no transmissveis (DCNT), dis-
unes neuropsquicas e atores sociodemogrcos.
Muitos idosos tm vrias doenas simultaneamente, que variam em severi-
dade e provocam dierentes impactos na vida cotidiana, refetindo diretamente
sobre o autocuidado e azendo com que, a mdio e longo prazo, surja a neces-
sidade de cuidados de longa permanncia, geralmente com altos custos. Sendo
assim, a avaliao da capacidade uncional vem se tornando um instrumento
particularmente til para avaliar o estado de sade dos idosos. Sua prevalncia
geralmente mensurada atravs da incapacidade de realizar as atividades da
vida diria (AVDs) e atividades instrumentais da vida diria (AIVDs). As atividades
da vida diria (AVDs) so aquelas relacionadas ao autocuidado, j as atividades
instrumentais da vida diria (AIVDs) so aquelas relacionadas participao do
idoso em seu entorno social e indicam a capacidade de um indivduo em levar
uma vida independente dentro da comunidade. Exemplos dessas atividades
podem ser visualizados no quadro abaixo.
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alimentar-se;
banhar-se;vestir-se;
mobilizar-se;
deambular;
iraobanheiroe;
mantercontrolesobresuas
necessidadessiolgicas.
Atividades da vida diria Atividades instrumentais davida diria
utilizarmeiosdetransporte;
manipularmedicamentos;realizarcompras;
realizartarefasdomsticaslevese
pesadas;utilizarotelefone;
prepararrefeiese;
cuidardasprpriasnanas.
Lembrete
Envelhecimento ativo o processo de otimizao de oportunidades para a sade,participao e segurana com o objetivo de aumentar a qualidade de vida quandoas pessoas envelhecem. um termo utilizado para transmitir uma mensagem maisabrangente do que o envelhecimento saudvel e reconhecer outros atores, almde cuidados de sade, que aetam o modo como os indivduos e as populaes en-velhecem (OMS, 2005).
A perspectiva de curso de vida para o envelhecimento ativo reconhece que
os mais velhos no constituem um grupo homogneo e que a diversidade en-
tre os indivduos tende a aumentar com a idade. As intervenes que criam
ambientes de apoio e promovem opes saudveis so importantes em todosos estgios da vida (gura 1). A capacidade uncional atinge seu mximo nos
primeiros anos da vida adulta, entrando em declnio em seguida. A velocidade
do declnio, no entanto, ortemente determinada por atores relacionados ao
estilo de vida na vida adulta, como por exemplo, tabagismo, consumo de l-
cool, prtica regular ou no de atividade sica e dieta alimentar, assim como
por atores externos e ambientais. O declnio pode ser to acentuado que re-
sulte em uma deficincia prematura. Contudo, a acelerao no declnio pode
sorer infuncias e ser reversvel em qualquer idade atravs de medidas indi-
viduais e pblicas (OMS, 2005).
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Figura 1: Manuteno da capacidade funcional durante o curso da vida
* Mudanas no ambiente podem diminuir o limiar da deficincia e, assim, reduzir o nmero de pessoas com incapacidades emuma comunidade.
O processo incapacitante corresponde evoluo de uma condio crnica
que envolve atores de risco, como por exemplo, demogrcos, sociais, psi-
colgicos, ambientais, estilo de vida, comportamentos e caractersticas biolgi-
cas dos indivduos (gura 2).
Figura 2: Estruturao do processo incapacitante
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Dentre as conseqncias do processo incapacitante destacam-se a hospi-
talizao e a institucionalizao, que infuenciam diretamente a qualidade de
vida das pessoas idosas.
Quando se discute o processo incapacitante, trs conceitos apresentam-se
interligados e interdependentes, so eles: autonomia, independncia e de-
pendncia.
Muitas pessoas mantm sua autonomia (capacidade de deciso), embora
sejam dependentes (incapacidade sica para executar uma determinada ao).
muito reqente observar que, na vigncia de situaes de dependncia, a
autonomia da pessoa idosa tende a no ser considerada. Por isso, a condio
de dependncia a que mais amedronta os idosos. No signica que se o idoso
no consegue executar uma ao de orma total ou parcial, que ele tambm
no seja capaz de decidir sobre a mesma.
Neste contexto, a capacidade uncional surge como um novo paradigma
de sade e passa a ser resultante da interao multidimensional entre sadesica, sade mental, independncia na vida diria, integrao social, suporte
amiliar e independncia econmica. Qualquer uma dessas dimenses, se com-
prometida, pode aetar a capacidade uncional do idoso.
Na medida em que a idade cronolgica aumentada o indivduo, natural-
mente, tende a se tornar menos ativo, suas capacidades sicas so reduzidas e
com isso alteraes psicolgicas (sentimento de velhice, estresse e depresso),
a convivncia e as limitaes sociais se evidenciam. As doenas crnicas e a
reduo do nvel de atividade sica tendem a acelerar este processo, azendo
com que os idosos constituam o grupo mais suscetvel incapacidade uncio-
nal.Foi inserido no levantamento suplementar de sade da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domiclios (PNAD) em 2008 um bloco de perguntas buscando
mensurar, com base em uma escala progressiva, o grau de diculdade com que
uma pessoa exerce, normalmente, determinada tarea, possibilitando conhecer
e analisar o estgio de limitao sica de sade em que se encontra. Respon-
deram este conjunto de perguntas pessoas de 14 anos ou mais de idade.
Segundo os dados da PNAD 2008 (IBGE, 2008), a proporo da populao
com 60 anos ou mais de idade que tinha alguma diculdade na realizao de
tareas como alimentar-se, tomar banho ou ir ao banheiro sem ajuda chegou a
15,2%. Em tareas como empurrar uma mesa ou realizar consertos domsticos
o percentual aumentou para 46,9%. Foram consideradas tambm as atividades
de abaixar-se, ajoelhar-se ou curvar-se, onde 53,9% dos idosos armaram apre-
sentar diculdade e andar 100 metros, onde 27,0% dos idosos armaram ter
diculdade.
Autonomia: a habilidade de ctrolar, lidar e tomar decises psoais sobre como se deve viver damente, de acordo com suas prpregras e preerncias.
Independncia: signica ser cade realizar as atividades sem ajde outra pessoa. De maneira similaOMS, entende como a capacidadeviver independentemente na comnidade sem ou com pouca ajudaoutra pessoa.
Dependncia: signica no ser paz de realizar as atividades cotanas sem a ajuda de outra pessoa
Glossrio
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A ateno sade dos idosos primordial para preservar a sua autonomia
e independncia pelo maior tempo possvel. A avaliao uncional determinar
o grau de dependncia da pessoa idosa e os tipos de cuidados que vo ser
necessrios, alm de como e por quem os mesmos podero ser mais apropria-
damente realizados.
Vamos conhecer agora duas escalas para avaliao das atividades
da vida diria (AVD) e das atividades instrumentais da vida diria
(AIVD)
A primeira escala desenvolvida para avaliao das Atividades da Vida Diria
(AVD) e que nos dias de hoje ainda muito utilizada a Escala de Katz (Anexo
1). Esta escala avalia a independncia no desempenho de seis unes (banho,
vestir-se, ir ao banheiro, transerncia, continncia e alimentao) classicando
as pessoas idosas como independentes ou dependentes.Posteriormente, Lawton e Brody (1969) propuseram outro instrumento para
avaliar as Atividades Instrumentais de Vida Diria (AIVD) (Anexo 2), considera-
das mais complexas e cuja independncia para desempenho est diretamente
relacionada com a capacidade de vida comunitria independente. Esta escala
avalia a independncia no desempenho de nove unes (usar o teleone, ir
a locais distantes utilizando algum transporte, azer compras, preparar suas
prprias reeies, arrumar a casa, azer trabalhos manuais domsticos, lavar e
passar sua roupa, tomar remdios na dose e horrios corretos e cuidar de suas
nanas) classicando as pessoas idosas como independentes ou dependen-
tes.Alm dos questionrios propostos por Katz et. al (1963) e Lawton e Brody
(1969), os testes sicos tambm so utilizados como erramentas importantes
para determinao do perl uncional do idoso, tendo em vista que o desem-
penho nas atividades do cotidiano determinado pela integrao de diversas
capacidades e habilidades sicas. Os testes sicos permitem a predio de
possveis alteraes longitudinais da capacidade uncional, alm de serem uti-
lizados para a avaliao do eeito de intervenes baseadas em programas de
exerccios.
Voc ter contato agora com alguns testes para mensurar a capa-
cidade funcional
Diante das diversas possibilidades de testes que podem compor a avaliao
da capacidade uncional, sero apresentados a seguir alguns dos testes mais
Veja o artigo sobre o tema, disponvelna biblioteca virtual:Capacidadefuncionaldoidoso:for -mas de avaliao e tendncias (CA-MARA et al., 2008).
http://www.nescon.medicina.ufmg.br/bibliotecahttp://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca -
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utilizados e citados na literatura nacional e internacional.
Os testes de caminhada so vistos como uma alternativa rpida e de baixo
custo para avaliar o comprometimento da capacidade uncional, j que podem
refetir o potencial de realizao das atividades da vida diria. Dentre as alter-
nativas dos testes de caminhada, pode-se destacar o teste de caminhada de
6 minutos (Six-Minute Walk Test 6MWT). Ele consiste em percorrer a maior
distncia possvel no intervalo de 6 minutos. O teste deve ser executado em ter-
reno plano de aproximadamente 30 metros e com marcaes, de preerncia,
de metro em metro. O indivduo orientado a caminhar to rpido quanto pos-
svel sem correr ou trotar. Se houver necessidade, o indivduo poder descansar,
porm o tempo continuar sendo cronometrado.
A mobilidade tambm se estabelece como ponto undamental da avalia-
o uncional, pois se relaciona intimamente com a probabilidade de quedas,
o que representa impacto negativo sobre a capacidade uncional. Um teste de
mobilidade que tem sido amplamente utilizado para avaliao da capacidadeuncional do idoso Timed Up and Go (TUG). Esse teste baseia-se em avaliar
a velocidade de execuo em levantar de uma cadeira com braos, caminhar
trs metros rente, virar, caminhar de volta e sentar na cadeira, caracterizando,
assim, um conjunto de aes tipicamente rotineiras, undamentais para mobili-
dade independente (gura 3).
A capacidade de manuteno do equilbrio esttico e dinmico um ponto
crucial para a manuteno da independncia uncional, para reduzir o risco de
quedas, morbidade e mortalidade na velhice. Mensuraes do equilbrio em
posio ortosttica, portanto, tornam-se preeminentes, pois essa ao est
presente em atividades uncionais comuns, refete a estabilidade postural do
indivduo, podendo assim identicar aqueles que apresentam maiores riscos
Figura 3: Desenho esquemtico do Timed Up and Go(TUG)
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de queda. Um teste de equilbrio esttico muito utilizado na literatura o teste
de apoio unipodal. Esse teste consiste em mensurar o tempo que o avaliado
consegue sustentar-se em p, com apoio de apenas um dos membros ineri-
ores, enquanto mantm o outro p a aproximadamente a 10 centmetros do
solo (gura 4).
Figura 4: Desenho esquemtico doteste de apoio unipodal
Alm do equilbrio esttico, a avaliao do equilbrio dinmico extrema-
mente importante, pois decresce muito antes do equilbrio esttico e capa-
cidade undamental, por exemplo, para a marcha e para levantar-se de uma
cadeira. Um teste simples para a determinao do equilbrio dinmico muito
utilizado o teste de alcance uncional. Esse teste consiste em mensurar a
mxima distncia que um indivduo consegue alcanar, projetando o tronco
rente com o brao estendido, sem mover os calcanhares do cho (gura 5). A
distncia medida a partir de uma escala colocada numa parede, na altura noombro do avaliado, considerando-se a melhor de trs tentativas.
Figura 5: Desenho esquemtico doteste de alcance funcional
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A ora muscular uma capacidade sica muito presente nas atividades roti-
neiras, pois se relaciona, por exemplo, com a velocidade da marcha, habilidade
de subir degraus, levantar-se da cadeira, vestir-se e alimentar-se. Um teste que
exige da ora e potncia muscular dos membros ineriores e tem sido utilizado
em diversas abordagens o teste de levantar-se de uma cadeira.O teste consiste em realizar o movimento de levantar-se da cadeira at car
na postura ereta e voltar posio sentada (gura 6). mensurada a quanti-
dade de repeties realizadas em 30 segundos. Os braos devem estar cruza-
dos junto ao trax.
Figura 6: Desenho esquemtico do teste de levantar-se de uma cadeira
Embora a avaliao dos membros ineriores parea ser mais importante por
relacionar-se com aes uncionais mais globais e com outras variveis como
equilbrio (dinmico e esttico), velocidade da marcha e caminhada, tambm
proposta a avaliao da ora dos membros superiores. Para tanto, o teste de
fexo de cotovelo reqentemente utilizado. O teste consiste em realizar o
maior nmero de repeties de fexo unilateral de cotovelo com halteres, na
posio sentada, por 30 segundos (gura 7).
Figura 7: Desenho esquemtico do teste de flexo de cotovelo
Os testes uncionais tm comojetivo identicar disunes e blemas da capacidade sica, quedem indicar as necessidades a secontempladas no programa de adades sicas/prticas corporais o idoso. Alm disso, por meio testes, voc pode ser capaz de inerncias sobre as condiessade dos idosos e utiliz-los o controle e acompanhamento dierentes tipos de programassade. Considerando essa argumtao, o Prossional de EducaFsica deve estar apto a avaliahabilidades uncionais, uma vez as mesmas so consideradas opreditoras de declnio uncional.
Por se tratar de um aspecto relevante no contexto da prescrio de ativi-
dade sica, uma abordagem crtica sobre a importncia da avaliao sica ser
apresentada na seo 4, parte 2.
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7/29/2019 ED FSICA ATENO A SADE DO _idoso
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Quedas
Fonte: http://recursostic.educacion.es/bancoimagenes/web/ - Banco de imgenes y sonidos
O envelhecimento populacional e o aumento da ocorrncia de doenas
crnicas no transmissveis provocam a necessidade da preparao e adequa-
o dos servios de sade, incluindo a ormao e capacitao de prossionais
para o atendimento desta nova demanda. Neste contexto, emerge a discusso
acerca de eventos incapacitantes que atingem essa aixa etria, dentre os quais
se destacam a ocorrncia de quedas e suas conseqncias. Esta temtica de
grande relevncia, pois aeta o indivduo sica e psicologicamente. Alm de
possveis raturas, do risco de morte, do medo de cair, da restrio de atividades,
as quedas repercutem tambm no aumento do risco de institucionalizao.
Nesta perspectiva, as quedas de idosos so atualmente uma das mais im-
portantes preocupaes, pois constituem um dos principais problemas clnicos
e de sade pblica devido a sua alta inc