Amazon Cooperation Treaty Organization
Global Environment Facility
United Nations Environment Programme
GESTÃO INTEGRADA E SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS
TRANSFRONTEIRIÇOS NA BACIA DO RIO AMAZONAS
CONSIDERANDO A VARIABILIDADE E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS
SUBPROJETO - III.1 PROJETOS PILOTO DA GIRH
ATIVIDADE - III.1.2 MANEJO SUSTENTÁVEL DE FLORESTAS DE
VÁRZEAS TRANFRONTEIRIÇAS NA BACIA AMAZÔNICA
RELATÓRIO TÉCNICO
ETNOBOTÂNICA DE VÁRZEA AMAZÔNICA NA REGIÃO DO BAIXO AMAZONAS
Consultora: Deliane Penha
Santarém – Pará Outubro - 2013
SUMÁRIO
Capítulo I – Aspectos Gerais 3 1. Introdução 3 2. Material e métodos 4
• Área de trabalho 4
• Levantamento etnobotânico 5
• Coleta e identificação botânica das espécies citadas 6
• Análise quantitativa dos dados 6
Capítulo II – Resultados Tapará Grande 8 • Frequência Relativa de Citações 8
• Categorias de uso 11
• Valor de uso 13
Capítulo III – Resultados Urucurituba 15 • Frequência Relativa de Citação 15
• Categorias de uso 18
• Valor de uso 18
• Similaridade Florística 19
CONSIDERAÇÕES FINAIS 23
REFERÊNCIAS 24
Capítulo I – Aspectos Gerais
1. Introdução
Na Amazônia, as várzeas são planícies de inundação fluvial que margeiam os rios
de águas brancas da região (águas barrentas e ricas de sedimentos em suspensão) e que estão
sujeitas a inundações sazonais. (Lima et al., 2007). Estas inundações são periódicas e
ocorrem durante um período do ano, que dura cerca de 4 a 5 meses, e caracterizam “estações
climáticas” no ecossistema de várzea: enchente (subida das águas), cheia (nível máximo das
águas), vazante (descida das águas) e seca (nível mais baixo das águas) (Pereira, 2007).
As florestas desse ecossistema são ricas em recursos naturais e possuem grande
importância ecológica, econômica e social (Renó et al., 2011). A ampla biodiversidade
desse ambiente é responsável pela provisão de diversos bens e serviços ecossistêmicos à
população (Ewel, 2010).
Do ponto de vista florístico, apresentam baixa riqueza e menor diversidade quando
comparadas às florestas de terra firme (Almeida et al., 2004). A menor diversidade ocorre,
em parte, por que poucas espécies dispõem de mecanismos morfofisiológicos que tolerem o
ritmo sazonal de inundação (Gama et al., 2005).
Por outro lado, devido às deposições de sedimentos trazidos pelas águas dos rios no
período de inundação, os solos do ecossistema de várzea são mais ricos em nutrientes
(Oliveira et al., 2000 de Salomão). Dessa forma, a produção agrícola nesse ambiente pode
alcançar elevada produtividade das culturas sem a necessidade de incorporação de insumos
(Lima et al., 2007)
Contudo, embora a várzea seja produtiva e rica em recursos, é um ambiente
arriscado para os agricultores locais, pois a dinâmica do rio impõem limitações para as
formas de uso produtivo dos recursos disponíveis, assim, é necessário estabelecer um
calendário agrícola baseado no regime de inundação (Pereira, 2007). Dessa forma, a escolha
do que cultivar e do período em que essa atividade deve ocorrer tem forte influencia das
estações fluviais da várzea.
Em duas comunidades de várzea na região do Baixo Amazonas, Tapará Grande e
São Ciríaco, o controle sobre essa dinâmica é até previsível, no entanto, a intensidade dos
picos de inundação e seca tem influenciado na produção agrícola. Enchentes cada vez
maiores implicam em prejuízos às culturas a cada ano, uma vez que as águas inundavam
rapidamente os espaços de produção antes da colheita. Com uma intensidade de inundação
maior, a descida das águas demora e o tempo para o cultivo do próximo ano reduz,
interferindo a produção do ano seguinte. A repetição desse evento ao longo dos anos
ocasionou em alguns produtores um certo desgaste, especialmente quanto aos prejuízos
financeiros, e, consequentemente, interferiu na produção agrícola das comunidades.
Nesse sentido, a investigação etnobotânica com foco na botânica econômica se faz
necessária para identificar espécies com potencial econômico, a fim de explorar os recursos
vegetais de forma mais intensiva, levando em consideração os limites impostos pelo regime
de inundação (enchente, cheia, vazante e seca) e o manejo e desenvolvimento sustentável em
áreas de várzea na região Baixo Amazonas.
2. Material e métodos
• Área de trabalho
A Região do Baixo Amazonas tem uma área de aproximadamente 722.358 km2 que
abrange 25 municípios do Estado do Pará (CIAM, 2010). Áreas de várzeas são encontradas
em vários deles. Este estudo ocorreu nas várzeas de Tapará Grande e São Ciríaco presentes
no município de Santarém (2°24'52'' S e 54°42'36'' O, Figura 1).
Segundo a classificação de Köppen (1948), a região apresenta clima do tipo Ami
(equatorial quente e úmido). A temperatura anual média varia entre 25 e 28ºC, com máximas
Figura 1. Área de trabalho. Mostrando a zona urbana do município de Santarém e as comunidades estudadas. Balão azul São Ciríaco e balão rosa Tapará Grande.
de 30 e 31ºC e mínimas de 21 a 23ºC; a precipitação pluvial média anual é de 1920 mm,
com maior intensidade no chamado período de "inverno", que ocorre de dezembro a maio, e
menor intensidade nos meses de junho à novembro, onde ocorre o período mais seco,
correspondendo ao "verão" regional (Rodrigues et al., 2001).
As várzeas do baixo amazonas são caracterizadas por apresentarem pulsos de
inundação sazonal por rios de água branca (Pires & Prance, 1985), que em geral, duram
cerca de seis meses. Os solos são argilosos e apresentam altos níveis de fertilidade (Ayres
1993). A vegetação apresenta predominantemente floresta de várzea (Renó et al., 2011) com
espécies bem adaptadas às condições de inundação causadas pelas cheias anuais do rio
Amazonas (Ferreira et al., 2005).
As comunidades estudas fazem parte do Projeto de Assentamento Agroextrativista
(PAE), o qual visa a exploração dos recursos naturais das várzeas por meio de atividades
economicamente viáveis e ecologicamente sustentáveis.
� Tapará Grande
A comunidade de Tapará Grande está inserida no PAE Tapará. A principal fonte de
renda a pesca, agricultura, criação de gado e de pequenos animais domésticos, além de
benefícios públicos. É uma das principais comunidades da região do Tapará e, juntamente
com a comunidade Costa do Tapará, atua como um pólo de outras várzeas por apresentar
melhor estrutura educacional e médica que as demais.
� São Círiaco
São Círiaco está inserida no PAE Urucurituba e tem como principal fonte de renda
a pesca, a agricultura e benefícios públicos. Possui infraestrutura educacional e médica, no
entanto, assim como as demais comunidades do PAE Urucurituba, o fenômeno das terras
caídas tem comprometido tais estruturas.
• Levantamento etnobotânico
Para identificar as espécies úteis às comunidades, em especial as que têm potencial
econômico, 10 famílias de Tapará Grande e cinco famílias de São Círiaco foram
entrevistadas, seguindo a metodologia proposta por (Albuquerque et al., 2010). Foram
aplicados questionários semi-estruturados com perguntas sobre o conhecimento da
diversidade de espécies vegetais úteis presentes nas comunidades, bem como seus tipos de
usos e manejo. As entrevistas foram realizadas com apenas um membro de cada família e
ocorreram no período de cheia.
• Coleta e identificação botânica das espécies citadas
As espécies citadas pelos moradores de Tapará Grande e Urucurituba foram
coletadas seguindo a metodologia proposta por Fidalgo e Bononi (1984). Ocorreram durante
o período de cheia, que correspondeu ao mês de junho. Por esta razão, muitas espécies não
estavam disponíveis, principalmente as cultivadas, e, portanto a coleta das mesmas foi
inviabilizada. As identificações botânicas foram feitas com auxílio de bibliografia
especializada e por comparação no herbário do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia
(INPA). Somente as espécies encontradas foram identificadas, as que não foram encontradas
permaneceram com o nome popular, mesmo se tratando de espécies conhecidas, como por
exemplo, acerola e maracujá.
• Análise quantitativa dos dados
A análise quantitativa dos dados foi feita através dos três índices: RFC (Frequência
Relativa de Citações), VU (valor de uso) e Similaridade de Sørensen (Is). A frequência relativa
de citações permite identificar as espécies consideradas úteis pela população local. O valor de
uso, por sua vez, determina o valor de cada espécie citada, baseada nas diferentes utilidades que
realiza na comunidade. O índice de similaridade de Sørensen permite identificar a similaridade
florística das áreas estudadas, neste caso, baseado na etnobotânica (citação de espécies úteis
à comunidade).
Os índices analisados e suas respectivas equações são apresentados a seguir:
1. Frequência relativa de citações – FRC (Tardío & Pardo- de- Santana, 2008). FRC= FC/N FC: número de informantes que citou a espécie como útil à comunidade. N: número total de informantes.
2. Valor de uso – VU (Rossato et al., 1999).
VU= (ΣU)/N ΣU: soma do número de citações de uso de uma espécie por informante. N: número total de informantes 3. Índice de Similaridade de Sørensen –Is (Mueller-Dombois & Ellenberg, 1974) Is= (2*C/A + B) *100 A e B = número de espécies nas amostras A e B C = número de espécies comuns às amostras A e B
Capítulo II – Resultados Tapará Grande
• Frequência Relativa de Citações
A frequência de citação (Figura 1) de vegetais nativos e cultivados úteis à
comunidade de Tapará Grande foi de 79 espécies, dentre as quais, melancia, foi a que obteve
maior frequência de citação (100%), seguida de manga, milho e jerimum (90%), catauari e
maxixe (80%).
Figura 1 Frequência relativa de citações das espécies úteis à Comunidade de Tapará Grande.
Legenda:
Espécies Nome comum
A Melancia
B Manga, milho, jerimum
C Catauari, maxixe
D Mandioca, socoró
E Castanha sapucaia, marajá
F Cheiro verde, munguba, uruá
G Bacuri, banana grande, caju, goiaba, ingá, macaxeira, mari, pau mulato, pepino, tomate
H Boldo, chicória, coentro, embaúba, feijão de leite, jenipapo, pimenta de cheiro, pimentão, taperebá
I Abóbora, acerola, banana branca, castanha de macaco, cuieira, elichirparigori, folha grossa, gengibre, graviola, maracujá, melão, pariri, parreira, quiabo, romã, tachi, tarumã
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
A B C D E F G H I J
Fre
quên
cia
rela
tiva
de c
itaçõ
es
Espécies
J Açacu, alecrim maniva, algodão roxo, aninga, apuí, azeitona, banana duas pencas, banana pacuvi, cana mansa, capim cheiroso, cariru, cidreira, couve, curimbó, hortelã, jaca, japana branca, japana roxa, jauari, marupá, melhoral, meracilina, meracoroa, muruci, noni, pimenta malagueta, repolho, seiva de marajó, urucurana
Das espécies citadas (79) foram encontradas e identificadas 47 (Tabela 1), uma vez
que nesse período as águas inundam grande parte da vegetação, impossibilitando a
disponibilidade das mesmas, especialmente as que são cultivadas (como por exemplo,
abóbora, melancia e mandioca), cuja plantação ocorre somente após a descida das águas. As
espécies identificadas estão representadas por 31 famílias e 43 gêneros.
Tabela 1. Espécies úteis à comunidade de Tapará Grande. Nome comum Família Espécies Uso
1 Abóbora Alimentar
2 Açacu Medicinal
3 Acerola Alimentar/comercial
4 Alecrim maniva Medicinal
5 Algodão roxo Medicinal
6 Aninga Arecaceae Montrichardia arborescens (L.) Schott
Isca
7 Apuí Moraceae Ficus eximia Schott Medicinal
8 Azeitona Myrtaceae Syzygium cumini (L.) Skeels Alimentar
9 Bacuri Clusiaceae Rheedia brasiliensis (Mart.)Planch. & Triana
Alimentar/isca
10 Banana branca Musaceae Musa sp. Alimentar/comercial
11 Banana duas pencas
Musaceae Musa sp.
Alimentar
12 Banana grande Musaceae Musa sp. Alimentar/comercial
13 Banana pacuvi Musaceae Musa sp. Alimentar
14 Boldo Lamiaceae Plectranthus barbatus Andr. Medicinal
15 Caju Anacardiaceae Anacardim occidentale L. Alimentar/comercial/medicinal
16 Cana mansa Medicinal
17 Capim cheiroso Poaceae Cymbopogon citratus (DC) Stapf.
Medicinal
18 Cariru Talinaceae Talinum esculentum Hedw Alimentar
19 Castanha de macaco
Lecythidaceae Couroupita subsessilis Pilg. Alimentar
20 Castanha sapucaia Lecythidaceae Lecythis pisonis Cambess. Alimentar/artesanal
21 Catauari Capparaceae Crataeva tapia L Isca
22 Cheiro verde Amaryllidaceae Allium schoenoprasum L. Alimentar
23 Chicória Alimentar
24 Cidreira Medicinal
25 Coentro Apiaceae Coriandrum sativum L. Alimentar
26 Couve Brassicaceae Brassica oleracea var. acephala D. C.
Alimentar
27 Cuieira Bignoniaceae Crescentia cujete L. Utensílio
28 Curimbó Isca
29 Elichirparigori Medicinal
30 Embaúba Urticaceae Cecropia ficifolia Warb. ex Snethl.
Medicinal/isca
31 Feijão de leite Alimentar/comercial
32 Folha grossa Lamiaceae Mentha cf. piperita L. Medicinal
33 Gengibre Zingiberaceae Zingiber officinale Roscoe Medicinal
34 Goiaba Myrtaceae Psidium guajava L Alimentar/medicinal
35 Graviola Anonaceae Anona muricata L. Alimentar/comercial
36 Hortelã Medicinal
37 Ingá Fabaceae Inga cinnamomea Spruce ex Benth
Alimentar
38 Jaca Alimentar
39 Japana branca Medicinal
40 Japana roxa Medicinal
41 Jauari Isca
42 Jenipapo Rubiaceae Genipa americana L Alimentar/medicinal
43 Jerimum Cucurbitaceae Cucurbita moschata Duchesne
Alimentar/comercial
44 Macaxeira Euphorbiaceae Manihot cf. flemingiana D.J. Rogers & Appan
Alimentar
45 Mandioca Alimentar/comercial
46 Manga Anacardiaceae. Mangifera indica L. Alimentar/comercial/medicinal
47 Maracujá Alimentar/comercial
48 Marajá Arecaceae Bactris maraja Mart. Isca
49 Mari Fabaceae Cassia leiandra Benth Alimento
50 Marupá Medicinal
51 Maxixe Cucurbitaceae Cucumis anguria L. Alimentar/comercial
52 Melancia Alimentar/comercial
53 Melão Alimentar/isca
54 Melhoral Medicinal
55 Meracilina Medicinal
56 Meracoroa Salicaceae Laetia corymbulosa Spruce ex Benth.
Combustível
57 Milho Poaceae Zea mays L. Alimentar/comercial/isca
58 Munguba Malvaceae Pseudobombax munguba (Mart. & Zucc.) Dugand
Isca
59 Muruci Alimentar
60 Noni Medicinal
61 Pariri Marantaceae Thalia geniculata L. Alimento
62 Parreira Isca
63 Pau mulato Rubiaceae Calycophyllum spruceanum (Benth.) Hook.f. ex K.Schum
Combustível/medicinal
64 Pepino Alimentar
65 Pimenta de cheiro Solanaceae Capsicum chinense Jacq., Alimentar
66 Pimenta Solanaceae Capsicum frutescens L. Alimentar
malagueta
67 Pimentão Alimentar
68 Quiabo Alimentar
69 Repolho Alimentar
70 Romã Lythraceae Punica granatum L. Medicinal
71 Seiva de marajó Medicinal
72 Socoró Melastomataceae Mouriri cf. ulei Pilg. Isca
73 Tachi Polygonaceae Triplaris surinamensis Cham.
Medicinal/combustível
74 Taperebá Anacardiaceae Spondias mombin L. Alimentar/isca
75 Tarumã Lamiaceae Vitex cymosa Bertero ex Spreng
Isca/combustível
76 Tomate Solanaceae Solanum sp. Alimentar
77 Uruá Boraginaceae Cordia tetrandra Aubl Isca
78 Urucurana Tiliaceae Luehea candicans Mart. & Zucc.
Combustível
79 Urucuri Arecaceae Attalea phalerata Mart. ex Spreng.
Alimentar/artesanal
De modo geral, as florestas de várzea apresentam baixa riqueza florística,
especialmente quando comparadas às florestas de terra firme (Almeida et al., 2004). No
entanto, devido ao alto teor de nutrientes dos solos, este ambiente pode agregar uma riqueza
florística elevada, pois a qualidade dos solos influencia no aumento da diversidade de
plantas cultivadas em sistemas extensivos (quintais) que são úteis à população (Salomão,
2013). Na comunidade de Tapará Grande, durante o período de descida das águas, uma
considerável variedade dessas espécies é plantada em canteiros (suspensos e/ou não
suspensos) e hortas, a fim de contribuírem para a melhoria da qualidade vida da população
ribeirinha em diversos aspectos. A variedade de espécies úteis citadas pelos residentes de
Tapará Grande, que nasceram espontaneamente ou que foram plantadas, atende às
necessidades das famílias e tem diferentes finalidades de uso.
• Categorias de uso
De acordo com a citação da espécie e sua (s) respectiva (s) finalidade (s) de uso (s),
identificou-se seis categorias distintas: alimentar, comercial, medicinal, combustível,
utensílio, artesanal e isca (Figura 2).
Figura 2. Categorias de uso das espécies vegetais da comunidade de Tapara Grande
A diversidade e as categorias de uso das espécies vegetais podem ser influenciadas
por fatores ecológicos, sócio-econômicos e culturais (Salomão, 2013). Culturalmente,
devido às questões ecológicas e sócio-econômicas, a população ribeirinha das várzeas
amazônicas possui uma dieta baseada fundamentalmente nos recursos oriundos dos rios
(Pereira et al., 2007). Em Tapará Grande, a categoria alimentar foi a mais representativa,
com 43 espécies (Figura 2). Esse resultado sugere que, além dos recursos oriundos dos rios,
as famílias de Tapará Grande também exploram potencialmente os recursos da floresta, das
roças e das hortas como fonte importante para a alimentação da família e de animais
domésticos.
Determinadas espécies foram citadas para uma ou mais finalidades. Assim, uma
mesma espécie se enquadrou em uma ou mais categorias. As categorias exclusivamente
alimentar e exclusivamente medicinal foram as mais representativas (29% e 25%,
respectivamente, Figura 3). Esse resultado demostra que as espécies consideradas mais
importantes na comunidade tem uma única finalidade de uso, ou exclusivamente alimentar,
ou exclusivamente medicinal.
05
101520253035404550
Núm
ero
de e
spéc
ies
Categorias de uso
Figura 3. Categorias de uso
No entanto, quando se analisa as espécies que se enquadram em mais de uma
categoria, nota-se que a maior expressividade foi para as que têm uso alimentar/comercial
(13%) e Alimentar/isca (11%). Isso indica que em Tapará Grande, um número expressivo de
espécies usadas na alimentação, humana e/ou animal, são também comercializadas e usadas
para a pescaria.
A comercialização de espécies vegetais oriundas da floresta, de roças e de quintais é
uma prática comum entre as famílias das áreas de várzea na Amazônia, onde o manejo de
uma diversidade de espécies vegetais está também associado à subsistência familiar (Castro
et al., 2007). No entanto, o conhecimento e uso dos recursos vegetais para subsidiar a pesca,
demostra que os ribeirinhos dessa região são agricultores e pescadores.
• Valor de uso
Devido ao conhecimento que a população detém sobre o ecossistema em que vivem,
algumas espécies são essenciais pela importância de uso que oferecem. Em Tapará Grande,
melancia, milho, jerimum, manga e maxixe apresentaram maior valor de uso na comunidade
(Figura 4), e, portanto, são consideradas mais importantes para a população, uma vez que
apresentam mais de uma utilidade.
Ali29%
Med25%
Ali/Com13%
Isc11%
Isc5%
Outros17%
Figura 4. Espécies com maior valor de uso na comunidade de Tapará Grande.
Esse resultado demostra que melancia é a principal cultura usada na comunidade
para alimentação e com fim comercial. Na alimentação, constitui-se com uma importante
fonte nutricional para as famílias, em que o fruto é consumido in natura por humanos e por
animais domésticos (porcos, galinhas e patos), para estes, a “casca” do fruto é usada como
ração. Para fim comercial, todas as famílias entrevistadas cultivam a melancia em menor ou
em maior escala.
A manga, o milho e o jerimum, também são consideradas, dentre as demais,
espécies de maior importância para a população. No entanto, a produção dessas culturas vem
diminuindo a cada ano. Os entrevistados apontam os picos de inundação cada vez mais altos
e secas mais intensas como causas principais. Pois, A repetição desse evento ao longo dos
anos ocasionou em alguns produtores desgaste, principalmente quanto aos prejuízos
financeiros, e, consequentemente, interferiu na produção agrícola das comunidades.
Essas espécies (melancia, manga, milho e jerimum) foram apontadas como sendo as
principais fontes de alimentação e renda da população. Dessa forma, são as mais indicadas
para exploração econômica na região. Contudo, outros aspectos devem ser levados em
conta, como mercado, escoamento entre outros.
00.20.40.60.8
11.21.41.61.8
2
Val
or d
e us
o
Espécies
Capítulo III – Resultados Urucurituba
• Frequência Relativa de Citação
A frequência de citação de espécies nativas e cultivadas úteis à comunidade de São
Ciríaco foi de 59 espécies. O repolho foi a que obteve maior frequência de citação (100%,
Figura 1). Seguida de banana branca, goiaba, maxixe, quiabo e taperebá (90%, Figura 1.).
Essas espécies indicam ser as mais importantes para a comunidade.
Figura 1. Frequência relativa de citações das espécies úteis à Comunidade de São Ciríaco.
Legenda:
Grupos Espécies/nome comum
A Repolho
B Banana branca, goiaba, maxixe, quiabo, taperebá.
C Banana grande, banana prata, castanha sapucaia, cheiro verde, ingá
D Alfavaca, apuí, babosa, bacuri, banana mariquita, capim cheiroso, carmilitana, catauari, chicória, coentro, curuminzeiro, jerimum, manga, marupá, mastruz, pimenta cheirosa, socoró, uruá.
E Abóbora, arruda, banana sapa, boldo, caju, cana de açúcar, caxingubeira, couve, cuieira, embaúba, erva cidreira, feijão de leite, folha grossa, graviola, hortelã, jenipapo, jucá, macaxeira, marajá, mari, melancia, melão, muruci, parreira, pau mulato, pimenta malagueta, pimentão, quebra pedra, tarumã, tomate.
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
A B C D E
Fre
quen
cia
rela
tiva
de c
itaçõ
es
Espécies
Das espécies citadas (59) foram encontradas e identificadas 38 (Tabela 1), pois o
período de coleta das espécies correspondeu ao período de inundação, durante o qual
inviabiliza a disponibilidade de muitas espécies, especialmente as que são cultivadas (como
por exemplo, abóbora, melancia e mandioca), cuja plantação ocorre somente após a descida
das águas. As espécies identificadas estão representadas por 24 famílias e 32 gêneros.
Tabela 1. Espécies úteis à comunidade de São Ciríaco. Nome comum Família Espécies Uso
1 Abóbora Alimentar/comercial
2 Alfavaca Lamiaceae Ocimum basilicum L. Alimentar/comercial
3 Apuí Moraceae Ficus eximia Schott Isca
4 Arruda Medicinal
5 Babosa Medicinal
6 Bacuri Clusiaceae Rheedia brasiliensis (Mart.) Planch. & Triana
Alimentar/isca
7 Banana branca Musaceae Musa sp. Alimentar/comercial
8 Banana grande Musaceae Musa sp. Alimentar/comercial
9 Banana mariquita Alimentar/comercial
10 Banana prata Musaceae Musa sp. Alimentar/comercial
11 Banana sapa Musaceae Musa sp. Alimentar/comercial
12 Boldo Lamiaceae Plectranthus barbatus Andr. Medicinal
13 Caju Anacardiaceae Anacardim occidentale L. Alimentar
14 Cana de açúcar Alimentar/comercial
15 Capim cheiroso Poaceae Cymbopogon citratus (DC) Stapf. Alimentar/medicinal
16 Carmilitana Medicinal
17 Castanha sapucaia Lecythidaceae Lecythis pisonis Cambess. Alimentar/comercial/combustível
18 Catauari Capparaceae Crataeva tapia L Isca
19 Caxingubeira Moraceae Ficus adhatodifolia Schott Isca
20 Cheiro verde Amaryllidaceae Allium schoenoprasum L. Alimentar/comercial
21 Chicória Alimentar/comercial
22 Coentro Apiaceae Coriandrum sativum L. Alimentar/comercial
23 Couve Brassicaceae Brassica oleracea var. acephala D. C.
Alimentar/comercial
24 Cuieira Bignoniaceae Crescentia cujete L. Utensílio
25 Curuminzeiro Muntingiaceae Muntingia calabura L.- Isca
26 Embaúba Urticaceae Cecropia ficifolia Warb. ex Snethl. Isca
27 Erva cidreira Alimentar/medicinal
28 Feijão de leite Alimentar
29 Folha grossa Lamiaceae Mentha cf. piperita L. Medicinal
30 Goiaba Myrtaceae Psidium guajava L Alimentar/medicinal
31 Graviola Anonaceae Anona muricata L. Alimentar
32 Hortelã Alimentar/medicinal
33 Ingá Fabaceae Inga cinnamomea Spruce ex Benth Alimentar/comercial
34 Jenipapo Rubiaceae Genipa americana L Alimentar/medicinal
35 Jerimum Cucurbitaceae Cucurbita moschata Duchesne Alimentar/comercial
36 Jucá Medicinal
37 Macaxeira Euphorbiaceae Manihot cf. flemingiana D.J. Rogers & Appan
Alimentar/comercial
38 Manga Anacardiaceae. Mangifera indica L. Alimentar/comercial
39 Marajá Arecaceae Bactris maraja Mart. Isca
40 Mari Fabaceae Cassia leiandra Benth Alimento
41 Marupá Medicinal
42 Mastruz Medicinal
43 Maxixe Cucurbitaceae Cucumis anguria L. Alimentar/comercial
44 Melancia Alimentar/comercial
45 Melão Alimentar
46 Muruci Alimentar
47 Parreira Isca
48 Pau mulato Rubiaceae Calycophyllum spruceanum (Benth.) Hook.f. ex K.Schum
Medicinal
49 Pimenta de cheiro Solanaceae Capsicum chinense Jacq., Alimentar/comercial
50 Pimenta malagueta
Solanaceae Capsicum frutescens L. Alimentar/comercial
51 Pimentão Alimentar/comercial
52 Quebra pedra Medicinal
53 Quiabo Alimentar/comercial
54 Repolho Alimentar/comercial
55 Socoró Melastomataceae
Mouriri cf. ulei Pilg. Isca
56 Taperebá Anacardiaceae Spondias mombin L. Alimentar/comercial
57 Tarumã Lamiaceae Vitex cymosa Bertero ex Spreng Isca
58 Tomate Solanaceae Solanum sp. Alimentar/comercial
59 Uruá Boraginaceae Cordia tetrandra Aubl Isca
Em São Ciríaco, a quantidade de espécies úteis citadas pelos moradores foi menor do
em Tapará Grande. No entanto, o cultivo de uma variedade dessas espécies durante a
descida das águas parece ser uma prática comum entre as comunidades. Sugerindo que os
recursos vegetais são essenciais para a melhoria da qualidade vida da população ribeirinha
do Baixo Amazonas, pois além de atenderem à dieta alimentar humana e animal, aumentam
a renda familiar.
• Categorias de uso
Os recursos vegetais podem ter uma variedade de utilidade. Assim, determinadas
espécies podem estar inseridas em mais de uma categoria de uso, dada a importância e
utilidade que apresenta. Na comunidade de São Ciríaco foram identificadas cinco categorias
de uso, de acordo com a citação da espécie e sua (s) respectiva (s) finalidade (s) de uso (s),
(Figura 2).
Figura 2. Categorias de uso das espécies vegetais da comunidade de São Ciríaco.
A categoria alimentar e comercial foram as que obtiveram o maior número de
espécies (39 e 27, respectivamente, Figura 2). Indicando que na comunidade, as espécies
vegetais, cultivadas e/ou nativas, são essenciais para a qualidade de vida da população local,
pois os produtos que a natureza naturalmente oferece para a alimentação, associado ao que
pode ser cultivado para tal finalidade, também são usados para aumentar a renda das
famílias.
• Valor de uso
Quanto às espécies que tiveram maior valor de uso (Figura 3) repolho é a mais
importante do ponto de vista alimentar e econômico da população.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Alimentar Comercial Medicinal Isca Utensilio
Núm
ero
de e
spéc
ies
Categorias de uso
Figura 3. Espécies com maior valor de uso na comunidade de Tapará Grande
Banana grande, castanha sapucaia, maxixe, quiabo e cheiro verde, banana prata,
goiaba e taperebá também apresentaram alto valor de uso na comunidade, portanto, além do
repolho, estas espécies demostram ter potencial de exploração econômica.
Os entrevistados não apontaram redução na produção dessas espécies, no entanto, o
calendário agrícola baseado na sazonalidade das cheias e secas deve ser seguido com rigor,
caso contrário há sérios prejuízos financeiros.
• Similaridade Florística
O conhecimento dos moradores de determinada região sobre a diversidade de
categorias de uso das espécies é muito relativo, pois pode ser influenciado pelas
necessidades e interesses das famílias locais (Salomão, 2013), e pelas diferenças na
composição florísticas existente entre as áreas analisadas (Almeida et al., 2004).
Na região do baixo amazonas, a similaridade florística entre várzeas é baixa. Dessa
forma, cada local pode apresentar um número restrito de espécies e influenciar no
conhecimento sobre os recursos vegetais da comunidade. Embora na várzea de São Ciríaco,
a quantidade de espécies úteis citadas pelos moradores tenha sido menor do em Tapará
Grande, do ponto de vista etnobotânico, não existe diferença entre as comunidades (Is=
64%).
0.30.50.70.91.11.31.51.7
Val
or d
e us
o
Espécies
Tabela 2 - Matriz de porcentagem de similaridade de Sørensen entre as duas áreas estudadas.
Local Tapará Grande Tapará Grande São Círiaco 63.76
Tabela 3. Espécies citadas pelos moradores de Tapará Grande e São Ciríaco.
Espécies Tapará Grande São Ciríaco Abóbora X X Açacu X Acerola X Alecrim maniva X Alfavaca X Algodão roxo X Aninga X Apuí X X Arruda X Azeitona X Babosa X Bacuri X X Banana branca X X Banana duas pencas X Banana grande X X Banana mariquita X Banana pacuvi X Banana prata X Banana sapa X Boldo X X Caju X X Cana de açúcar X Cana mansa X Capim cheiroso X X Cariru X Carmilitana X Castanha de macaco X Castanha sapucaia X X Catauari X X Caxingubeira X Cheiro verde X X Chicória X X
Cidreira X Coentro X X Couve X X Cuieira X X Curimbó X Curuminzeiro X Elichirparigori X Embaúba X X Erva cidreira X Feijão de leite X X Folha grossa X X Gengibre X Goiaba X X Graviola X X Hortelã X X Inga X X Jaca X Japana branca X Japana roxa X Jauari X Jenipapo X X Jerimum X X Jucá X Macaxeira X X Mandioca X Manga X X Maracujá X Marajá X X Mari X X Marupá X X Mastruz X Maxixe X X Melancia X X Melão X X Melhoral X Meracilina X Meracoroa X Milho X Munguba X Muruci X X Noni X Pariri X Parreira X X Pau mulato X X
Pepino X Pimenta de cheiro X X Pimenta malagueta X X Pimentão X X Quebra pedra X Quiabo X X Repolho X X Romã X Seiva de marajó X Socoró X X Tachi X Taperebá X X Tarumã X X Tomate X X Uruá X X Urucurana X Urucuri X
Considerações finais
As comunidades de Tapará Grande e São Ciríaco demostram um perfil similar
quanto a agricultura familiar. Manejam uma diversidade de espécies vegetais cultivadas e
nativas, que são usadas para a subsistência e para a comercialização. Dessa forma, embora o
ambiente da várzea imponha limites naturais para a produção agrícola, uma agricultura
adaptada às condições locais pode otimizar a produção e contribuir de forma mais
significativa para o aumento da geração de renda com a comercialização desses produtos,
uma vez que há nessas áreas grande potencial agrícola com fim comercial.
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