diagnóstico endodôntico

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Diagnstico endodntico: comparao entre aspectos clnicos e histolgicosEndodontic diagnosis: evaluation between clinical and histological findingsLlian Dantas de Ges SILVA1 Slvio ALBERGARIA1 Paloma Souza GONALVES1 Jean Nunes dos SANTOS2

RESUMOObjetivos: Neste estudo, nos propomos a analisar as alteraes histolgicas de trinta polpas dentrias correlacionando-as com os achados clnicos para verificar a concordncia entre o diagnstico clnico e histopatolgico e contribuir para o conhecimento sobre diagnstico endodntico. Mtodos: Utilizando-se a metodologia de Oliveira4, as condies pulpares foram classificadas clinicamente como normal, pulpite reversvel, pulpite em fase de transio, pulpite irreversvel e necrose. Resultados: Foi observada falta de correlao entre os diagnsticos clnicos e histopatolgicos nos casos classificados como reversveis e em fase de transio, os quais histologicamente consistiram de leses irreversveis ou alteraes degenerativas. Todos os casos classificados clinicamente como irreversveis corresponderam aos diagnsticos histopatolgicos. Concluso: Concluiu-se que a correlao entre o diagnstico clnico e histopatolgico da polpa dentria se mostra controversa, ainda que a semiotcnica utilizada tenha sido imprescindvel para a orientao sobre a irreversibilidade da leso pulpar. Termos de indexao: polpa dentria; endodontia; histologia.

ABSTRACTObjective: In this study, the aim was to analyze the histologic alterations in thirty dental pulps and correlate them with the clinical findings to verify agreement between the clinical and histopathologic diagnosis and contribute to knowledge about endodontic diagnosis. Methods: Using the methodology of Oliveira4, the pulpal conditions were clinically classified as normal, reversible pulpitis, pulpitis at the stage of transition, irreversible pulpitis and necrosis. Results: Lack of correlation was observed between the clinical and histopathologic diagnoses in the cases classified as reversible and at the stage of transition, which histologically consisted of irreversible lesions or degenerative alterations. All the cases clinically classified as irreversible corresponded to the histologic diagnoses. Conclusion: It was concluded that the correlation between clinical and histopathologic diagnosis of dental pulp was shown to be controversial, even though the semiotechnique used had been imperative for guidance about the irreversibility of pulpal lesion. Indexing terms: dental pulp; endodontics; histology.

INTRODUOUmplanodetratamentoendodnticobemsucedido depende de um diagnstico correto. Nas alteraes da polpa dentria humana, os informes necessrios para o estabelecimento das suas condies patolgicas ficam res-

tritos anamnese, exame clnico, testes de sensibilidade pulpareavaliaoradiogrfica.Istoocorrepelofatodapolpa se encontrar envolvida por paredes de dentina, fato que impede sua visualizao direta pelo profissional durante o atendimentoclnico. Seltzeretal.1propuseramumaclassificaoclnica paraasalteraespulparesbaseadanaaquisiodesintomas

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Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Odontologia. Salvador, BA, Brasil. Universidade Federal da Bahia, Faculdade de Odontologia. Av. Araujo Pinho, 62, Canela, 40110-150, Salvador, BA, Brasil. Correspondncia para / Correspondence to: JN SANTOS ([email protected]).

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subjetivos e objetivos, obtidos atravs da anamnese. Tal classificao deveria habilitar o clnico a considerar os estados patolgicos pulpares em: tratveis e no-tratveis, referindo-seaescolhadetratamentoconservadordapolpa ou sua extirpao. Contudo, notrio que o real estado inflamatriodapolpadentriaapenaspodeserdeterminado atravs da coleta de material ou bipsia e a avaliao histolgicadamesma,oqueimpossibilitariaumtratamento pulparconservador. Rotineiramente, procedimentos radicais de tratamento endodntico so realizados como forma de solucionarasodontalgiasrelacionadaspolpa,quandosuas caractersticas clnicas levam a dvidas quanto reversibilidade da leso. Entretanto, visto na literatura que muitos sinaisesintomastradicionalmenteassociadoscomaevoluo dasdoenaspulparesocorremmaissignificantemente,porm noexclusivamente,naspolpasinflamadas2. Tendoemvistaacorrelaoentreinflamaopulpar e sintomas clnicos ser ainda incerta3,nospropomosaanalisar as alteraes histolgicas das polpas dentrias de pacientes comindicaodetratamentoendodntico,correlacionandoas com os achados clnicos com a finalidade de verificar a concordncia entre o diagnstico clnico e histopatolgico dapolpadentriahumanaecontribuirparaoconhecimento sobreodiagnsticoendodntico.

MTODOSPararealizaodessetrabalhoforamutilizadaspolpas dentrias humanas obtidas de pacientes que procuraram os servios odontolgicos da disciplina de Endodontia Clnica da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal da Bahia(UFBA),Salvador,Bahia.Aamostragemfoicomposta de trinta polpas de dentes unirradiculares, cujo tratamento indicadofoiapulpectomiaapsexameclnico-anamnsicoe radiogrfico. Na obteno do diagnstico clnico empregouse a semiologia subjetiva e objetiva, sistemtica utilizada por Oliveira4. A semiologia subjetiva foi constituda de um conjunto de perguntas ao paciente visando obter respostas relativas dor quando presente ou ausente. A semiologia objetiva foi realizada utilizando-se mtodos clssicos para obteno de sinais e sintomas clnicos atravs dos testes diagnsticos. O exame clnico abrangeu inspeo, palpao, percusso,mobilidadeeanliseradiogrfica.Acomprovao devitalidadepulparfoicomplementadaemalgunscasoscom

testes trmicos. As anlises radiogrficas foram realizadas comusodelupacomumenegatoscpio,paraavaliaroestado periodontaleperiapicaldasunidadesdentrias. Todas as informaes foram registradas nas fichas de atendimento clnico que tambm forneciam dados sobre as condies de sade geral dos pacientes. De acordo com as informaes obtidas atravs da semiologia utilizada, as condies pulpares foram classificadas clinicamente como: polpanormal,pulpitereversvel,pulpitetransicional,pulpite irreversvelenecrose4,5. Aps o exame clnico-anamnsico, iniciou-se o procedimento para extirpao da polpa atravs de anestesia infiltrativa da regio do dente, assepsia, abertura e acesso cmara pulpar coronria com brocas carbides esfricas em alta rotao, refrigerao e isolamento absoluto com diquedeborracha,deacordocomoprotocoloestabelecido pela disciplina de Endodontia Clnica da UFBA. Fez-se a odontometria, seguida da extirpao pulpar e posterior tratamento endodntico dos elementos dentrios correspondentes. Todas as polpas removidas foram fixadas em formalina a 10% e processadas histologicamente atravs da incluso em parafina e obteno de cortes de 0,4m de espessura que foram submetidos tcnica de colorao pela HematoxilinaeEosina. Aanlisehistolgicadaspolpasdentriasfoirealizada por dois examinadores devidamente calibrados utilizando microscpio binocular Nikon Eclipse E2000. Os exames histolgicos foram feitos na polpa coronria e na radicular quando possvel distingu-la. Quando no foi possvel tal separao foram apenas relevantes as alteraes do corte histolgico como um todo. O diagnstico histolgico baseou-senumaanlisesubjetivaatravsdaquantificaodos elementoscelularesedosdistrbiospresentesnasalteraes inflamatrias: hiperemia, edema e hemorragia, bem como das alteraes degenerativas pulpares: calcificao, fibrose e necrose.Ascondiesclnicasehistopatolgicasdecadapolpa foram inter-relacionadas para a verificao da concordncia entreambosdiagnsticos.

RESULTADOSNo que diz respeito distribuio do nmero de casosemrelaoaodiagnsticoclnico,nohouvenenhum caso com polpa normal. Seis polpas (20%) apresentaram pulpite reversvel, cinco polpas apresentaram-se em estado detransio(16,66%),dezessetepolpasapresentarampulpite

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Diagnstico endodntico

irreversvel(56,66%)eduaspolpastiveramdiagnsticoclnico denecrose(6,66%).Quantoaodiagnsticohistopatolgico, foramverificadasalteraesdenaturezainflamatria,alteraes de natureza degenerativa e necrose. Ao examinarmos uma mesmaamostraquasesemprenofoipossvelobterapenas umdiagnsticohistolgico. A relao dos casos e seus respectivos estados pulparesclnicosehistopatolgicoseainter-relaoentreos diagnsticos esto descritos na Tabela 1. Houve correlao entre os diagnsticos clnico e histolgico em 33,33% dos casos diagnosticados como reversvel. Polpas em estado de transio obtiveram concordncia entre os diagnsticos

em 20% dos casos. Pouco mais de 88,23% dos casos irreversveis apresentaram correlao entre os diagnsticos clnicoehistolgicoeoestadodenecroseobteve100%de correspondncia.

DISCUSSOO diagnstico de qualquer entidade, inclusive das afeces dentrias pulpares, deve ser correto para a escolha do tratamento adequado6. Entretanto, visto que

Tabela 1.Relaodoscasoseseusrespectivosdiagnsticosclnicosehistolgicoseainter-relaoentreosdiagnsticos.

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a polpa dentria se encontra encerrada por paredes de dentina, e, portanto, no visvel clinicamente, esta tarefa torna-sebastantedifcilparaocirurgio-dentista.Devido impossibilidadedeserealizarbipsiaparaverificaroreal estadopulpar,eaomesmotempotratarapolpadeforma conservadora, o diagnstico endodntico baseia-se nas informaes obtidas durante anamnese, exame clnico e radiogrfico7. Embora a polpa apresente elevada capacidade de reparao, este fator anatmico associado desproporo entre a quantidade de tecido frente ao pequeno suprimento sanguneo podem desfavorecer a resposta inflamatria frente s agresses, promovendo uma baixa capacidade de recuperao2. Clinicamente, a explorao da sintomatologia dolorosa, como forma de avaliao da vitalidade pulpar, deve constituir rotina no exame dentrio4. Por ser a polpa dentalumtecidobastantevascularizado,adoroprincipal sintoma frente s alteraes pulpares. Por isto, diversos autores defendem uma classificao clnica com base na sintomatologia dolorosa para tais alteraes. Esta leva em considerao as condies de aparecimento, durao, intensidade,freqnciaelocalizao8-10. Os resultados do presente estudo no mostraram qualquer polpa classificada clinicamente como normal (Tabela 1). Isto j era previsto, pois analisamos apenas polpas que tiveram indicao de tratamento endodntico radical pela histria clnica de sintomatologia dolorosa exarcebada, ou indicao de reabilitao prottica pela extensa perda dental. Segundo Michaelson & Holland3, a dor relacionada aos processos inflamatrios raramente experimentada por uma polpa sadia. Desta forma, no existiuentreanossaamostradenteshgidoscomindicao de tratamento endodntico em funo de reabilitao protticaouesttica. West11 definiu um esquema de diagnstico com enfoque clnico e props tratamento de acordo com a sintomatologia e testes objetivos. Ele enfatizou que este protocolo seria baseado na observncia cuidadosa da histria atual e pregressa de dor e em testes clnicos no dente. A hiperemia seria uma condio potencialmente reversvel,cujoprincipalsintomaseriadesconfortoimediato relacionadoaofrio;exarcebadacomofrio.Diferentemente da hiperemia, a pulpite estaria relacionada dor intensa e prolongadaaocalor,exarcebadacomocalor,muitasvezes aliviadas com o frio. J em casos de necrose, os pacientes reportariam sensibilidade dolorosa na histria passada do dente,quecessoucomrespostanegativaaostestestrmicos

e eltricos. O autor defendeu tratamento radical para as duas condies. No presente estudo, a classificao clnica dos estados pulpares foi fundamentalmente baseada na sintomatologia dolorosa colhida durante o exame clnicoanamnsico associada aos exames complementares de rotina. Quandoahiperemianotratadapodeevoluirpara a pulpite aguda, onde os fenmenos destrutivos evoluem rapidamente com presena de sintomatologia dolorosa, ou pulpitescrnicas,emqueotecidopulparpoderapresentar reaodegranulao,permanecendosemsintomatologiapor longotempo,atanecrose12,13. Aamostradestetrabalhoapresentouasduascondies depulpites,motivoquenoslevouaempregaraclassificao utilizada por Oliveira4 modificada pela classificao clnica de Cohen & Burns5, ao adicionar no grupo das pulpites irreversveisoscasosassintomticos. Quando a polpa coronria agredida, ela respondecomainflamao.Estudoshistolgicosrecentes confirmam que mesmo cries iniciais em esmalte podem levar s alteraes morfolgicas na polpa dental14. A persistncia de estmulos nocivos pode promover desde a deposio de dentina esclertica e/ou reparadora pela polpaaalteraesdenaturezainflamatriaoudegenerativa da mesma8,9,15.Todas as polpas obtidas para a realizao deste trabalho apresentaram, histologicamente, tais alteraes(Tabela1). De acordo com De Deus10, histologicamente, as alteraes patolgicas que afetam a polpa dentria podem ser classificadas em duas categorias: inflamatrias (pulpites) e distrficas ou degenerativas (pulposes). As alteraes distrficas so caracterizadas pela reduo da capacidade reacional da polpa acompanhada de silncio clnico, pois raramente so acompanhadas de sintomatologia. Entre os casosdesteestudoqueapresentaramaoexamehistopatolgico tais leses degenerativas, nove casos (2,8,9,10,11,12,13,16 e 18)acusaramclinicamentesensibilidadedolorosa. A calcificao distrfica o tipo de degenerao tecidual mais freqente na polpa, que ocorre geralmente, em reas de degenerao ou necrose prvia do tecido4,16. Neste estudo, esse tipo de degenerao pulpar ocorreu em 50% dos casos (Figura 1). De acordo com a literatura, os clculos pulpares parecem no ter significado clnico, pois no constituem fonte geradora de dor e no esto associados comasvariedadesdepulpites10.Adespeitodamaiorpartedas amostraspulparesdesteestudoqueapresentaramcalcificao no ter apresentado sintomatologia dolorosa, ainda assim a dorfoirelatadaclinicamenteemseiscasos.

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Diagnstico endodntico

Figura 1. Calcificao distrfica extensa em polpa dentria com diagnstico clnicodeirreversibilidade(H/E,40X).

Figura 4. Polpa dentria com diagnstico clnico de estado de transio apresentandonecrose(Cason9).(H/E,100X).

Figura 2. Polpadentriafibrosadadeindivduona3dcadadevida(H/E,100X).

Figura 5. Presena de vacolos de gordura no exame histolgico de polpa dentria(H/E,100X).

Figura 3. Polpa dentria com diagnstico clnico de estado de transio apresentandoinflamaocrnicaeinciodefibrose(Cason9)(H/E, 100X).

A fibrose representa uma alterao em que os elementos celulares da polpa so amplamente substitudos portecidoconjuntivofibrosoeaumentamprogressivamente com a idade. Contudo, neste estudo, entre os 12 casos que demonstraram ter fibrose no exame histopatolgico, a maioria esteve presente em polpas de indivduos na 2 e 3 dcadasdevida(Figura2).Istoexplicadopelofatodeque o incremento de colgeno no tem apenas relao direta com oenvelhecimento,masrefleteopassadodapolpaemrelao irritao e estmulos recebidos, como em casos de dentes comenvolvimentoperiodontal,crie,restauraeseoutros17. aliskan et al.18, numa avaliao histolgica de dentes com pulpitehiperplsica,sugeriramquecalcificaesirregularese fibroseagiamcomoformadedefesadapolpa,separandoa reainflamadadoplipodasporesmdiaeapicaldapolpa

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queestavamaparentementenormais.JRaslan&Wetzel19 as identificaramcomoalteraesregressivasdapolpa,resultado delesescariosasinstaladasporumlongoperododetempo. Duranteoexamehistopatolgico,pde-seperceber quealgumasamostrasapresentaramcombinaesdediferentes alteraespulpares(Figuras3e4),corroborandocomodado dequeosquadrospatolgicosnosonicosnumamesma polpa4.IstoexplicadoporWest11,oqualasseguraquedurante a evoluo do processo inflamatrio, pode haver diferenas entreasdiversasregiesnapolpa.Oautoraindaafirmaque medidaqueaintensidadeinflamatriaseaprofundanapolpa emdireoapical,asintomatologiadolorosaseintensifica.Por setratardapresenadedor,oautoracimacitadoserefereaos estados inflamatrios agudos. Contudo, no presente estudo apenasfoiencontradocoexistnciadevariedadespatolgicas de natureza inflamatria crnica e alteraes degenerativas, sem limites demarcados definidos, que levou a diferentes diagnsticoshistopatolgicosnumamesmapolpa. No obstante o teste de sensibilidade tenha sido de grande importncia para o diagnstico clnico das alteraes pulpares,estenosemostroueficazparademonstraraverdadeira situao desensibilidadeemumcaso (22)da nossa amostra. O teste acusou mortificao pulpar, entretanto constatousepresenadetecidovivoaosefazeroacesso.Nosparece que este fato pode ser explicado pelo resultado histolgico que demonstrou a parte coronria com necrose de coagulao emprogressoemaisapicalmenteapresenadetecidovivoe calcificaodistrfica.Diversosautoresconcordamqueousode testeseltricos,trmicosedepalpaoajudamaestabelecerum diagnsticoemprico,pormnenhumdestescompletamente seguro,devidoaofatodainexistnciadesinalousintomaque designeoestadopatolgicodapolpacompreciso.Almdisso, a percepo do paciente aos estmulos dolorosos pode ser afetada por fatores psicolgicos e emocionais3. interessante reportar o curioso fato da presena devacolosdegorduranoexamehistopatolgicodequatro amostrasnesteestudo(Figura5),jqueosadipcitosnoso componentescelularesnormaisnapolpadental.Entretanto, recentes estudos tm demonstrado a capacidade de clulas pulpareshumanassecomportaremcomoclulas-troncoese diferenciarememadipcitos,frenteaosagentesindutores20,21 eprovavelmenteistoexplicaoocorridonestasamostras. O objetivo deste estudo consistiu em comparar os diagnsticosclnicosobtidosdepolpasquetiveramindicao de tratamento endodntico radical com seus respectivos diagnsticos histopatolgicos, no intuito de verificar esta concordncia. Os resultados demonstraram dez casos (2,5,7,9,10,11,12,13,18e20)queemboratenhamapresentado

ao exame clnico-anamnsico dados que nos fizeram classific-losclinicamentecomoemestadodereversibilidade outransio,aoexamehistopatolgicofomossurpreendidos com leses crnicas ou degenerativas da polpa que no estorelacionadascomadoragudarelatadapelospacientes. Provavelmente, estas unidades sofreram um processo de agudizao, que pode ter sido desencadeado por diferentes fatores etiolgicos15. Nesteestudo,oexameclnico-anamnsicocomnfase na observao das caractersticas da sintomatologia dolorosa ou a ausncia da mesma, associada aos outros recursos complementares j mencionados, nos ofereceu subsdios necessriosparadefiniraverdadeiracondiopulparem66,7% doscasos.Outrosestudostambmobjetivaramcorrelacionar os achados histolgicos com os respectivos diagnsticos clnicos;obtendoconcordnciade57,5%22e74%4doscasos.A semiotcnicautilizadaduranteoexameclniconosauxilioude maneirabastantesatisfatriaquantoasuspeitasobreapossvel irreversibilidade da afeco pulpar nos casos estudados. Isto porque apenas 16,7% da amostra poderia ter recebido um tratamento conservador, ao conhecermos sua verdadeira condio atravs do exame histopatolgico. O mesmo no ocorreu com Lima et al.23 que verificaram atravs de anlise histolgica,que52%daspolpastratadasradicalmentepoderiam terrecebidoteraputicaconservadora. vlido esclarecer que a classificao das afeces pulpares como reversveis e em estado de transio se utilizoudoscritriosclnicosdeavaliaodador,quandoem condiesprovocadasouquandoadorcessavacomeventual usodeanalgsicos,comaparecimentoespontneo.Entretanto, pudemosobservarque72,7%dosdentesenquadradosnestes grupos ao exame histopatolgico demonstraram tambm condio de irreversibilidade quando da inter-relao dos diagnsticos. Isto deixa claro que apenas a avaliao dos dadosclnicosreferentesdornosemostradefinitivamente confivelquandosepretenderemeterodenteaumtratamento conservador.

CONCLUSODe acordo com os achados do presente estudo, a correlao entre o diagnstico clnico e histopatolgico da polpa dentria ainda se mostra controversa. Entretanto, a semiotcnica utilizada foi imprescindvel para a orientao sobre a irreversibilidade das leses pulpares e, portanto, na atribuiodotratamentopulparradicalparaestescasos.

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Diagnstico endodntico

ColaboradoresL.D.G. SILVA participou da coleta das amostras, anlisedaslminaseredaodotrabalho.S.ALBERGARIA participou da orientao quanto coleta das amostras

e metodologia referente parte de endodontia. P.S. GONALVES participou da coleta e anlise de parte das amostraselminas,respectivamente.J.N.SANTOSparticipou daorientaoquantopartehistolgica,leituradaslminas, bemcomoaredaofinaldotrabalho.

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