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DIAGNbSTICO (PARTICIPAT; RAPIDO RURAL MANUAL DE TECIITICAS COMPII.ADO POR MARTIIIT WHTTESWE MARQO 1994 PREQO: 15.000.00 MT COMISsAO :NACIONAL DO MEIO AMBIENTE P.D. BOX No 2020,`MAPt= ; MOCAMBIQUE , TEL. 465843/48/51 FAX 65849 TLX 6 :- 962,

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DIAGNbSTICO (PARTICIPAT;RAPIDO RURAL

MANUALDE

TECIITICAS

COMPII.ADO POR MARTIIIT WHTTESWEMARQO 1994

PREQO: 15.000.00 MT

COMISsAO :NACIONAL DOMEIO AMBIENTEP.D. BOXNo 2020,`MAPt=; MOCAMBIQUE ,TEL. 465843/48/51 FAX

65849 TLX 6:- 962,

INDICEPad, .

1 . Agradecimentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2

2 . Prefacio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

3

3 . Introdu~ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

4

4.0que6oDRR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

5 . Verificacao de dados secundarios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

6 . Observagao directa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13

7 . Entrevistas semi-estruturadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14

8 . Diagramas - Mapas e Perfis Transversais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19

9 . Calendarios sazonais e Rotinas Diarias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

10. Perfis hist6ricos, tend6ncias e cenarios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

34

11 . Diagramas de organizagao de umacomunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

12 . Praticas de segredo, crengas e citag6es . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

42

13 . Esquemas e perfis dos locais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

43

14 . Matriz de crit6rios e opg6es . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

15 . Outros diagramas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

16 . Seminarios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53

17 . Aplicagao do DRR na Identificagao, Planificagao e Gestaodos Recursos Naturais e um Desenvolvimentoo Sustentavel

54

Anexo I

- Programa de Treinamento e CursoAnexo II

- Conhecimentos Tradicionais - Quest6es ChavesAnexo III

- Bibliografia

1 . AGRADECIMENTOS

O material para a elaboragao deste manual foi obtido de varias fontes . Assim, o autorenderega os seus agradecimentos ao International Institute for Environment and Development(IIED) e ~ Cooperagao Bilateral Cabo Verde Pafses Baixos (SARDCP) pela informagaoobtida do seu "Relat6rio do Seminario sobre Diagn6stico Rural (Rapido) Participativo -Agosto 1991" .

O autor Fnalmente enderega os seus agradecimentos ao IIED pelo material contido na suapublicagao "An Introduction to Rapid Rural Appraisal for Agricultural Development" cujosautores sao : J . McCracken, J . Petty e G . Conway e do tambdm publicado pelo RED em"Rapid Rural Appraisal Notes"

Sempre que possfvel, as partes dos textos ou diagramas que forem usados, dessaspublicagoes, serao referenciadas conforme ilustrado nas notas bibliograficas do Anexo 3.

Outro material contido neste manual provdm do workshop promovido pelo Projecto deGestao Costeira de Mecufi, Cabo Delgado, em que o autor participau . Assim, calorososagradecimentos aos Srs . A . Massinga, I . Pereira e V. Tovela pela oportunidade dada emparticipar no workshop e na implementagao das tdcnicas na aldeia de Natuco.

O autor enderega os seus agradecimentos ao Sr. Leo Schoof da Embaixada dos pafses Baixosem Mogambique que participau no Diagn6stico de Cabo Verde (2) e ajudou, fazendocomentarios deste manual .

A Sra . Paula Dengo, pelo contributo dado na tradugao de grande parte deste manual e sua.dactilografia ; ao Sr . Alexandre P.M. Bartolomeu, pelo contributo dado nos desenhos feitosa partir de fotograflas tiradas durante o diagn6stico feito em Natuco, o autor estende os seuscumprimentos .

A Sra . Aline Barbosa ; Sr . Policarpo Napica da CNA; Sra . Vit6ria Ginja ; Sra . ConnieDupont do INDER e ao Sr . Erckhard Fricke do CCM por terem feito a ultima correcgao ecomentario do esbogo deste manual o autor enderega os seus agradecimentos .

Finalmente enderenga agradecimentos ao PNUD por ter financiado a produgao deste manuale tambdm a Embaixada do Reino dos Pafses Baixos por ter financiado na impressao domesmo .

Martin WhitesideChief Technical Adviser - Comissao Nacional do Meio Ambiente

Comissao Nacional do Meio Ambiente-Manual do DPRR

2

Bernardo Pedro FerrazDirector GeralComissao Nacional do Meio Ambiente .

2. PREFACIO

A Comissao Nacional do Meio Ambiente, (CNA) foi criada pelo Decreto Presidencial 2/92de 3 de Junho de 1992, tendo como responsabilidade a proteccao dos recursos naturais e omeio ambiente em Mozambique e a promocao de princfpios e praticas para umdesenvolvimento sustentavel .

A CNA tern a sua cede em Maputo corn um quadro de pessoal composto por tecnicosenvolvidos em planos ambientais, gestao da educagao ambiental, e sistemas de informacao .A CNA tern ainda dois Agentes do Meio Ambiente em cada provfncia e tern projectado acriagao de tres centros regionais para o Norte, Centro e Sul do,pafs, que serao especializadosnas areas prioritarias de momento que sao : a Gestao Urbana, a Gestao de Recursos Naturaise a Gestao das Zonas Costeiras .

A Comissao reconhece a importancia na obtengao de informagoes sobre use e o estado emque se encontram os Reursos naturais, assim como, procura tambdm conhecer qual e agestao dos sistemas a nfvel da comunidade tanto tradicional como moderna. E tambdmimportante a Comissao saber o que e que a populagao entende, e qual a sua concepeao dedesenvolvimento sustentavel . E essencial a participagao da comunidade na definigao das suasproprias estrat6gias para o desenvolvimento, pois, sem a sua participacao nao e possfvel umdesenvolvimento sustentavel .

O Diagnostico Rural Rapido e uma excelente tecnica, que pode ser usada tanto de modosingular ou em conjunto corn outros estudos ou metodos a fim de obter a informagaonecessaria para um desenvolvimento sustentavel . Por estas razoes a Comissao Nacional doMeio Ambiente publica este manual para todas as organizagoes que se encontram envolvidasem actividades relacionadas corn o desenvolvimento sustentavel em Mozambique.

Comissao Nacional doMeioAmbiente - Manualdo DPRR

3. INTRODUC,AO

O Diagnbstico Rapido Rural (DRR) ou (RRA em Ingles) e o Diagnbstico Rapido RuralParticipativo (DRRP) ou (PRRA em Ingles) consistem num grupo de tecnicas para recolhade informagRo que podem ser usadas por projector de desenvolvimento, para descobrir asprincipais caracterlsticas, os problemas prioritarios que afectani a populagao e as possiveissoluoes dentro da comunidade.

Todas estas tecnicas envolvem comunidades locais, participando em entrevistas, onde poderaodar o seu ponto de vista etc . Contudo, o autor prefere o use do termo DRR pois este e deuma reflexao realistica da presente pratica, deixando o termo DRRP reservado para casos emque a participando e de um nfvel mais profundo, com a comunidade participando noplaneamento, entrevistas e analise dos resultados obtidos .

O Diagnostico Rapido Rural, e considerado "Rapido", porque a aplicagao desta metodologiaproduz informagao mais rapidamente e a baixo custo comparativamente a outrasmetodologias .

Embora estas tecnicas sejam desenvolvidas em areas rurais elas tem sido usadas com sucessoem outras areas urbanas de outros paises .

As tecnicas descritas neste manual devem ser consideradas directrizes e nao regras fixas . Naoe necessario que todas elas sejam seguidas rigidamente, podendo em cada estudo, seremdesenvolvidas outras variagoes . Cada praticante deve ajustar as tecnicas de acordo com a suaexperiencia e situagao do local . Como em qualquer outro processo de desenvolvimento, omais importante e o dialogo e o entendimento .

O DRR envolve uma nova abordagem as comunidades em que o agente de desenvolvimentovai aprender da comunidade local . Isso significa estar com a populagao local, escuta-la,dialogar e juntos tentar solucionar os problemas .

A experiencia da Comissao Nacional do Meio Ambiente em Cabo Delgado mostrou que oDRR nao sd e uma boa orientagao para fazer um estudo mas Iamb¬m parte da planificaraodo projecto . O DRR foi tido como uma excelente experiencia de treino para osextensionistas locais . Mesmo os extensionistas que ja trabalharam e viveram na comunidadepor dois anos apenas, de repente viram quao poderiam aprender escutando os camponesesem vez de dizer-lhes o que deveriam fazer . Muitos afirmaram que a experiencia com oDRR, ainda que curta, mudara os metodos de trabalho no futuro .

A experiencia podera ser utilizada por todos os agentes envolvidos em trabalhos de pesquisabem como planificagao de projectos de desenvolvimento .

omissao Nacion

doMeioAmbiente - Manual do DPRR

4

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'OP' Orientagao Rbpular

omissao Nacional doMeo Ambienfe - Manual do DPRR 4-b

4. O QUE E UM DIAGNOSTICO RAPIDO RURAL (DRR)

As t6cnicas do DRR sio para dar uma informacao rapida e exacta, necessaria para odesenvolvimento planificado . Estas nao devem ser necessariamente vistas como competitivascom as demais tescnicas tradicionais, mas sim como um complemento destas . A tabela abaixocompara as duas orientacoes no emprego das duas tecnicas . (1)

Contrastes existes entre o emprego de diferentes tecnicas usadas no sistema Convencionale a DRR (1) .

Comissao Nacional doMeio Ambiente - Manual do DPRR

TECNICAS USADAS CONVENCIONAL DRR

Analises estatisticas Geralmente uma grande Pouca ou nenhuma (uso doparte triangulo)

Questionarios formais Sempre incluidos Evitado

Entrevistas com Atraves de questionarios Entrevistas semi-agricultores e formais estruturadasinformadores locais

Descricao qualitativa e Nao tao importantes Consideradas pelo menosdiagramas como "hard data" de igual importancia

Informacao fixa

Amostragem O tamanho de amostras Frequentemente adeve ser estatisticamente amostragem e pequena,aceitavel selecionando areas chaves

ou machambas, familiasetc . Os requisitosestatisticos nem sempresao necessarios .

Consultas a fontes Sim Simsecundarias (dadossecundarios)

Medicoes Detalhadas e exactas Indicadores qualitativos

Debate em grupo Sessoes informais Palestras semi-estruturadase nao estruturadas e "chuva de ideias"

(brainstorming)

4.1 A FUASOFIA (1) .

O principal pressuposto do DRR 6 de que os membros da comunidade sao os "experts" emtermos de conhecimento da realidade . Assim sendo, deverao ser eles a gerar a informacaoe participar na sue analise .

Na filosofia da DRR dois pontos sao de destacar . O primeiro e o da "optima ignorancia " .A qualidade, bem como o detalhe da informagao que e necessaria pare formular hipdtesesuteis num peribdo de tempo limitado sao consideradas como custos que devem ser mantidosa um mfnimo . O objectivo da equipe multidisciplinar e chegar a um nfvel aceitavel deconhecimentos de processos chave bem como de propriedades relevantes aos objectivos doDRR e nao perder-se em detalhes desnecessarios .

O segundo ponto e a diversidade de analises . Isto e seguido atraves do processo de"triangulagao" - que e o use de varies e diferentes fontes e meios de colheita deinformacao . A precisao e complementagao de um estudo efectuado pela DRR e maximizado,por investigar cada aspecto da situagao numa variedade de sentidos .

"A Verdade" e alcangada atraves de uma estruturagao rapida baseada em informagao diversaem vez de interpretagao de dados por via estatfstica .

Dados secundarios, observagao directa no campo, entrevistas semi-estruturadas, e apreparacao de diagramas contribuem pare uma progressive e precisa andlise da situagao sobinvestigacao .

Deste modo, a DRR e uma actividade semi-estruturada, efectuada no campo, por um grupomultidisciplinar com o objectivo de rapidamente obter novas informagoes, e de formularhipoteses acerca da vide rural .

Estes pontos por sua, vez conduzem a cinco princfpios chaves de um DRR bem executado,

Iterativo : -

O Processo e os objectivos do estudo nao sao imutavelmente fixos, maspodem ser modificados desde que o grupo compreenda o que e ou nao erelevante . Isto implica, aprender a medida que vai realizando o estudo, ondenovas informagoes geradas ajudam a melhorar a estruturagao da agenda deposteriores etapas da analise .

Inovativo : - Nao existe uma metodologia simples e padronizada . As tecnicas saodesenvolvidas pare situagoes particulares, dependendo das habilidades econhecimentos disponfveis .

Interactivo :-

Todos os membros do grupo e.disciplinas realizam um trabalho combinado eem conjunto de modo a fomentar a interdisciplina e perspicacia . O sistemaperspectivo ajuda a formar uma comunicagao facil .

Comissao Nacional do Meio Ambiente - Manual do DPRR

O processo Interactivo - Membros da equipe do Diagn6stico de Natuco discutindo osresultados e planeando trabalhos para os pr6ximos dial .

Informal : -

A enfase 6, em contraste com a formalidade de outras orientagoes, comentrevistas semi-estruturada e discussbes informais .

Na comunidade : -

Aaprendizagem 6 feita maioritariamente no campo, ou imediatamentedepois, atrav6s de workshops intensivos de curta duragao . Emparticular, as perspectivas e aspiragoes das pessoas do meio rural saoutilizadas para ajudar a definir dificuldades e problemas do nivel rural .

omissao

acional o Meio Am iente - Manual do DPRR

A4.2 O PORQUE DO USO DO DRR?(2).

Existem vdrios motivos para usar o DRRPara evitar os problemas decorrentes de pesquisas formais longas e caras, tais como:

*colectar dados em excesso;*recolher dados sem importancia ;*produzir resultados tardios e inadequados ;*fraca participagao da popularao local .

Para evitar os riscos de pesquisas rdpidas e sem estrutura, do tipo "turismo", tais como:

*obter apenas uma rApida impressao da Area ou do t6pico ;*confiar demasiado em pesquisas previas ;*trabalhar sem um quadro de referencias para colectar e analisar a informacao .

Para superar distorgoes tais como:

*entrar em contacto apenas com os grupos ou individuos mais acessiveis ou em boa posigaosocial ;*procurar apenas por dados aparentes e quantitativos, perdendo informagao qualitativa, demaior relevancia, e as interpretagoes dos mesmos;*procurar apenas o medio, o normal, perdendo de vista os extremos e o raro .

Devemos portanto encorajar a colaboraoo entre pesquisadores e a populaoo local para:

*reunir, analisar e apresentar informagao ;*estabelecer prioridades ;*desenvolver uma aprendizagem mdtua .

4.3 QUAIS SAO OS PRINCIPIOS QUE SUSTENTAM A IDEIA DO DRR? (2)

*Envolver a popula~ao local, e aumentar sua participa~ao e capacidade de actuarlocalmente ;

*Aprender da populaoo localusando classificagoes e termos locais ;

*Limitar a quantidade de informaoo colbida e tambem o tempo e o dinheiro necemarios;

*Investigar cada assunto, a partir de diferentes pontos de vista ;

*Adoptar um enfoque menos formal e poder mudd-lo conforme se avanca ;

Comissao Nacional do Meio Acnbiente - Manual do DPRR

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*Conseguir uma aprendizagem melhor atrav6s de grupos de pessoas com diferenteformaoo e especializagao profissional ;

*Produzir grande parte do trabalho na prbpria area de estudo .

O Processo do DR.R

Definir Objectivos

iSemin;ffio Inicial

Fazer a Lista dos Assuntos

1Definir Problemas e Oportunidades

Identificar oportunidades melhores

1)untar mais informagio

Ac~10(mais diilogo, actividades da comunidade, apoio t&nico . . .)

4.4 QUAIS SAO AS TfCNICAS DO DRR? (2)

O enfoque proposto pelo Diagndstico Rural Participativo permite escolher de entre uma ricavariedade de tdcnicas expostas .

Qualquer exercfcio do DRR fara use de combinagao particular dessas t¬cnicas de acordo comos recursos disponfveis e o produto prentendido . E de salientar que qualquer das t6cnicasadoptadas no DRR pode utilizar materiais locais tais como pedras, sementes, frutos, etc . Asescolhas incluem :

Comissio Nacion

o Meio Ambiente -Manual do DPRR

*Revisao de dados secundirios : aprendendo a partir dos registos oficiais, relat6rios doscensos, documentos de pesquisa, mapas, fotografias, etc ;

*Observagao directa: entrar em contacto directo com as condigoes de vida local, osproblemas, as praticas agricolas, as pessoas, as relagoes etc .

*Entrevistas semi-estruturadas : discussoes informais baseadas numa lista flexfvel det6picos . Os inquiridos podem ser moradores comuns ou informantes-chave, isto e, pessoasque possuem algum tipo de conhecimento especial tais como professores, lfderes da vila,trabalhadores da saude etc . As entrevistas podem ser conduzidas com indivfduos ou emgrupos .

Anote alguns pontos durante a entrevista . E uma experiencia de aprendizagem para oentrevistador .

*Discussoes em grupo: podem ser conduzidas atraves de grupos alvo ( quando se tratar deconhecer grupos de interesse ou atitudes de especialistas) ou atraves de discussoes abertas( quando se tratar de discussoes gerais)

*Diagramaoo: produzir diagramas, muitas vezes no pr6prio local de pesquisa, tendo emvista melhorar a comunicacao e a aprendizagem : por exemplo : mapas, transectos, calendariossazonais, diagramas de fluxos, esquemas, estes poderao ser marcados no solo ou riisticamentedesenhados no papel .

*Mapeamento e modelaoo participativos:'as pessoas desenham mapas dos arredores oumodelos da comunidade no solo, como mapas tri-dimensionais

*Ordenamento : investigar preferencias e porque as pessoas fazem certas escolhas . Elaborarescalas atraves da comparagao dum certo numero de itens, dois ao mesmo tempo, ouavaliando um de

cada vez atraves dum esquema de criterios comuns . Medidas derendimento podem ser usados para investigar as percepgoes locais sobre a riqueza e parareconhecer os diferentes nfveis de riqueza existentes dentro de uma comunidade .

*Quanffica~ao local : simples comparagoes de classes, ponderagao de critdrios ou avaliandode proporgoes podem ser explorados com use de materiais locais ( por exemplo : pilhas depedras de diferentes tamanhos para investigar proporgoes ou mudangas de quantidades aolongo do tempo) .

*logos e representgoes: adaptagoes de jogos de mesa tradicionais podem ser empreguescomo instrumentos de aprendizagem . Dramas informais com a populagao local e/ou com aequipe do DRR para aumentar a comunicagao e a aprendizagem e tamb6m estimular adiscussao .

Comissao Nacional do Meio Ambiente - Manual do DPRR 10

*Hist6rias, retratos e cita~6es : como parte do relat6rio do DRR, registar as hist6rias queforam contadas durante as entrevistas, descrever os retratos dos domfcilios situados emposigoes interessantes ou estranhas, incluir citacoes como exemplos para ilustrar certospontos .

*SeminArios : realizar discussoes abertas do g6nero 'brain-storm' analisar e apresentar sess6esna pr6pria Area ou na sala de encontros .

*Relat6rios de retorno h comunidade: apresentar de volta a populagao do local, asdescobertas realizadas durante o DRR a fim de que sejam discutidas e revistas .

4.5 QUANDO USAR O DRR ?(2)

O enfoque do DRR pode ser utilizado ao longo de todo o ciclo do projecto :

*no momento de explorar uma grea para aprender algo sobre as problemas e asoportunidades chaves, tendo em vista ajudar no planeamento da pesquisa ou nodesenvolvimento de projectos (DRR-Explorat6rio, por exemplo : AnAtise do Sistema Agro-ecol6gico)

*no momento de investigar um t6pico, questao ou problema especffico ( DRR-T6pico)

*no momento de acompanhar e avaliar uma pesquisa ou o desenvolvimento duma actividade(DRR-Acompanhamento e Avaliagao) .

*para facilitar quando ha conflitos entre diversos grupos sociais (DRR-Resolucao deconflitos)

*as t6cnicas do DRR podem ser empregues durante o trabalho didrio dos investigadores,pesquisadores de campo, extensionistas, etc .

O desenvolvimento 6 um processo de alteragoes na comunidade ; O DRR e uma metodologia,que juntamente com as outras sao dteis ao desenvolvimento. O DRR poderd ser usadoregularmente no ciclo do projecto, para avaliar os impactos na comunidade e os resultadosobtidos do pr6prio projecto .

4.6 ONDE UTILIZAR O DRR?(2).

O DRR ja foi utilizado com muito sucesso nas seguintes situagoes :

*Em investiga~oes e projectos de desenvolvimento ; em zonas rurais e poder6 ser util emareas urbanas;

*Recolha de informaoo em temas relacionados com agricultura, economia, sa6de,nutrioo, florestas, pesca, energia etc .

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4.7 LBMAC,OES DO DRR(2)

Existem certas limita~oes no emprego do DRRAs t6cnicas do DRR sao complementares a outras metodologias de pesquisa(investiga~oes estatisticas, estudos antrop6logicos de longo alcance, etc) .

*As t6cnicas do DRR podem ser rapidas, mas o processo de desenvolvimento nao 6. Anatureza rapida desse enfoque requer certas barganhas com a precisao dos dadoscolectados ;

*Assuntos sensiveis ou complexos podem ser perdidos ou mal interpretados. Tal 6 o casode conflitos sociais que sao dificeis de detectar ;

*Pesquisa de enfoque participativo pode levantar : expectativas locais . E necessario darsequencia ao que foi discutido em comum;

*As tecnicas do DRR podem nao ser facilmente transferiveis duma cultura para a outra;pois necessitam de ser adaptadas as condi~oes locais :

*O use apropriado das tecnicas do DRR exige longo tempo de preparagao e de formaoode orientadores e participantes.

*A informaoo obtida podem estar distorcida . Os informantes poderao estar a darinforma~oes que previlegie um determinado grupo social .

O DRR elabora questoes, hip6teses ou " boas apostas" para o desenvolvimento. Estesnao representam respostas mas sao uma ajuda para orientar o trabalho futuro.

Cornissao Nacional do Meio Am iente - Manual do DPRR

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5. VERIFICACAO DE DADOS SECUNDARIOS

As informagoes e os dados secundarios podem estar publicados ou nao. Sao informagoes jacolhidas previamente por outras pessoas no passado, mas que Sao relevantes para ainvestigacao pretendida. Os dados podem ser encontrados em agencias governamentais,universidades, centros de pesquisa e outras instituigoes similares .

Estas informacoes podem ser obtidas de diversas fontes e tipos de documentos tais como:documentos de projectos, relatbrios de pesquisa, relatbrios anuais, resultados de inspecgao(certificado), mapas, fotografias, imagens de sat6lites, livros t6cnicos e cientificos, artigosde jomais e outros podem ser consultados .

Fotografias a6reas sao particularmente de grande use no planeamento de um DRR e permitemuma excelente impressao da area em estudo, revelando a situagao e desenvolvimento dasmesmas, os predios, construgoes e outros importantes aspectos topograficos . As fotografiaspodem servir como base na elaboragao de mapas, e para a orientarao durante as visitas naarea. Fotografias adreas antigas podem providenciar uma evidencia historica da mudanga devegetagao e da densidade populacional e completa informarao obtida no decurso dasentrevistas a membros mais idosos da comunidade.

A revisao e sumarizagao dos dados secundarios em quadros simples, diagramas ou brevesnotas manuscristas podem ser consideradas de grande valor, na medida em que ajudam aevitar perdas de tempo na repeti0o de estudos e, revelam lacunas em dados existentes .Tambdm podem estimular ideias e sugerir ou indicar formas de investigar os recursos .Contudo 6 importante nao perder tempo na recolha de dados que oportunamente podem sercolectados no terreno . (1)

6. OBSERVACAO DIRECTA

E um metodo diversificado e franco .Envolve qualquer observagao directa dos objectivos no campo : eventos, relacionamento entreas pessoas, ou de pessoas abordadas pela equipa para uma anotagao ou diagrama .

A seleccao de indicadores e muito importante para a orientacao dos dados a recolher naobservagao directa .

Comissao Nacion

do Meio Ambiente - Manual do DPRR

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7. ENTREVISTAS SEMI-ESTRUTURADAS

A entrevista semi-estruturada ou aprendizagem semi-estruturada ~ provavelmente a t6cnicamais forte do DRR . Ela tem lugar em sessoes informais orientadas onde s6 algumas dasquestoes sao predeterminadas e as novas questoes ou linhas de questionamento surgemdurante a entrevista, em resposta as perguntas dos entrevistados . As entrevistas saonormalmente associadas com visitas a machambas e propriedades agrfcolas, a camposagrfcolas ou vilas, onde os entrevistadores podem ser agricultores (ou camponeses)individuais ou em famflias, informadores chaves tais como chefes de aldeias, professores deescolas ou funciondrio da administragao local ou vArios tipos de grupo .

As entrevistas com agricultores independentes ou famflias podem ser especialmenteorganizadas e os entrevistados seleccionados com base na informarao que se pretende obter .Alternativamente a equipe pode tamb6m entrevistar agricultores e camponeses encontradospor acaso durante a sua visita A Area . No caso da entrevista de uma famflia, deve evitar-sefalar s6 com os membros masculinos adultos da familia, pois as mulheres tamb6m tem papelimportante nas decisoes e na produgao (1)

Normalmente as mulheres conhecem melhor os problemas da 'obteWao da lenha do que os

homers. Questione as pessoas certas.

omissao Nacion

o Meio Am iente - Manual oDPRR

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E importante incluir mulheres na equipe da DRR, para desinibir e estimular a participagaodas mulhers .

Os membros da equipe podem juntar-se ~ famfia, na sua casa ou no campo de trabalho comvista a explicacao dos objectivos do trabalho e asseguram-se que os entrevistados estao clarosde que eles (equipe do DRR) vieram para aprender .

E importante tambem que a equipe do DRR assegure a confidencialidade da informaryaoobtida de forma a ganhar a confianca dos informantes .

Por exemplo uma forma de obter a cooperacao dos informantes e a do grupo ter "maosabertas

para aj udar" ,

procurando

em

simultaneo inteirar-se das necessidades

dascomunidades ; estas em resposta poderao fornecer-1hes dados das suns necessidades .Contudo nao se deve afastar do prop6sito da vista, de modo a nao deturpar a essencia .

Entrevistas concedidas por "informadores chaves" poderao produzir informadoes maisespecializadas, tais como: sistemas de comercializagao, nfvel de educagao e sadde, asinstituigoes existentes na aldeia entre outras .

Os "informadores chaves" podem tamMm ajudar a seleccionar agricultores ou familias aselecionar para as entrevistas : uma selecgao representando "cruzamentos" da comunidade,como: agricultores, criadores de gado no Distrito .

Algumas das formas de identificar os informadores chaves poderao ser por: visualizagaodaqueles que geralmente estao em contacto com os dirigentes da area ou com quadros ligadosa area de desenvolvimento rural ; ou durante a entrevista a um agricultor, por exemplo poderadescobrir-se ou chegar-se a conclusao de que ele tem responsabilidades especfficas por ex:ser funciondrio da saiide, presidente da cooperativa na vila .

Os entrevistadores podem adoptar diversas formas de entrevista, dependendo principalmentedos objectivos e composi~ao dos entrevistados .

As entrevistas podem ser casuais, envolvendo contactos, conversas com grupos encontradosacidentalmente durante passeios nas aldeias ou no campo, ou podem ser formais epreconcebidos . Os grupos formas incluem grupos da comunidade, ou grupos de saiide,grupos de individuos especialistas ou tambem uma selecgao (jungao) de individuos de-acordocom o estatuto social e idade .

O prop6sito da entrevista pode ser o de explorar e analizar um determinado t6pico,permitindo focalizar nos problemas e oportunidades vistas em conjunto pelo grupo, ou paradiscutir conflitos entre e no seio dos grupos . (1)

Comissao Nacion

o Meio Am iente - Manual do DPRR

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Entrevistas estruturadas representam um tipo de entrevistas na qual apenas algumasquest6es sao pr6-determinadas e a maioria das perguntas 6 colocada no decorrer da prdpriaentrevista . As entrevistas podem parecer informais e convencionais, mas na verdade Saocuidadosamente estruturadas e controladas . A equipe deve usar uma vsta ou um guiao dequest6es e fazer perguntas abertas, testando os topicos conforme eles vao surgindo . As novasperguntas sao colocadas durante o desenvolvimento da entrevista .

Em resumo: atengao .FACA

*Devote tempo preparando uma lista ou guia de entrevista mais geral e anoteno seu caderno de campo para ser usado como orientagao durante asentrevistas ;

*Tenha em mente que, a entrevista segue uma estrutura que foi organizada pela equipetendo em vista um certo objectivo ;

*Fique relaxado mas conserve a intensidade da entrevista ;

*Explique com toda a clareza quem v6ce 6;

*Permita que cada membro da equipe complete sua sequencia de quest6es ;

Comissao Nacion

o Meio Ambiente - Manual do DPRR

1 6

*Continue a entrevistar usando os seis auxiliares : - Que? Quando? Onde? Porque?Como? Quem?

*Questione um tdpico corn perguntas tais como:-O que voc6 quer dizer corn isso?

.

*Continue a indagar e. quando,a pergunta assim o exige, pega aos informantes paraque fagam o.papel : "E se vock fosse . . ."

*Avalie as respostas : elas sao factos, opinioes ou rumores?

*Avalie a integridade do informante . Pergunte a si mesmo : "Porque 6 que ele/ela dA-me esta resposta"?

*Mantenha uma atitude neutra e preste muita atengdo a comportamentcs nao verbais .

*Tome cuidadosamemte notas durante a entrevista ;

*Anote os nomes dos informadores ;

*Tenha uma atitude aberta e esteja preparado/a para boas ou mas entrevistas . Se forinsatisfat6ria despera-se de forma cortes e saia ;

*Preste atengao ~ dinamica da equipa mantendo encontros regulares e sessoes dedebate aberto, que sao tao importantes quanto as prbprias entrevistas ;

*Conclua logo se o informante esta inquieto mesmo se ainda houver perguntas semresposta .

*Nao interrompa outros membros da equipe quando estiverem a fazer perguntas ;

*Ndo aceite a primeira resposta: teste todos os tdpicos ;

*Nao pergunte nada que possa ser simplesmente respondido corn situ ou nao, ou sejaevite pergunta induzente?

NAO_FACA

*Ndo interrompa o/a informante ;

*Ndo d6 respostas para um informante que esta hesitante ;

*Ndo domine a entrevista utilizando um comportamento nao verbal inadequado ;

*Nao consuma muito tempo dum informante bbviamente muito ocupado ;

ComisTsao Nacion

o Meio Am iente - Manual do DPRR

17

*Nao mostre condenagao ou nojo por condigoes locais ou bebidas e comidasoferecidas ;

*Nao fags perguntas que contenham duas questoes, como:"existe um centro de sable aqui e voces estao contentes com ele"?

*Nao permita que o informante se sinta como que formalmente inquirido ;

*Nao faca perguntas sensfveis na frente de observadores .

CONSELHOS PARA PREPARACAO DAS ENTREVISTAS

*Dedique tempo praticando boas perguntas com os membros da sua equipe .Constate se as perguntas que fazem sao induzfveis ou duplas.

*Dedique tempo praticando a avaliagao das respostas . Entreviste um membroda equipe e anote o que voce pensa que 6 um facto, uma opiniao ou um rumor(2) .

Comissao Nacion

o Meio Am iente - Man

o DPRR

18

8 . DIAGRAMAS, MAPAS E PERFIS TRANSVERSAIS`

Os diagramas sao pews importantes como meio de clarificar a informagao fornecida peloscamponeses, durante uma entrevista .

Os diagramas sao dteis para iniciar um dialogo ou discussao sendo portanto o processo deformular o diagrama, mais importante que propriamente o produto final .

Os diagramas sao tambdm importantes para se fazerem analises diarias do grupo concernentesas entrevistas e tambdm em futuras sessoes de seminarios. Os tipos de diagramas mais usuaissao os mapas e perfis transversals .

MAPAS E PERFIS TRANSVERSAIS

Os mapas sao o tipo de diagramas mais familiares . Eles podem ja existir e sao importantescomponentes de dados secundarios de revisao para fins da DRR . Alguns precisam de sersimplificados . Os agricultores poderao entao usa-los para informar os especialistas sobre odesenvolvimento a localizagao das diferentes panes da machamba e o seu relacionamento comos recursos basicos, tal como a agua e grande parte das f()rmas da terra nor area . Os mapastragados no campo (terreno) sao um rascunho . O grupo de informantes pode produzir taismapas, desenhos, observando a area de um ponto alto da regiao .

Os perfis transversais tem provavelmente maior utilidade pratica em relagao aos mapas. Issodeve-se ao facto de centrarem a atengao sobre diferentes zonas dos microambientes nas linhasdivis6rias das machambas . O seu prop6sito primario deve ser identificar os locals de maioresproblemas e oportunidades nos agrossistemas . Tem um particular e importante papel que dcomum nas visitors de campo. A construgao de perfis transversais forga o grupo a atravessaruma aldeia ou outro local . Assim como os mapas, eles precisam de ser simples e idealizados .Apesar de eles terem alguma similaridade com perfis transversais de pesquisas ou de solos,eles sao diferentes nor forma e prop6sito . (1)

IReprsssntaplo do rslsvo unindo doss pontos lncluindo os respoctivos objsctos .

omissao Naciona

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m iente - Manual o DPRR 1 9

8 .1 Mapeamento Participativo

Os mapas sao particularmente importantes em projectos de desenvolvimento rural nas fasesde planeamento, a implementagao, o acompanhamento e a avaligao . As pessoas queconhecem melhor a aldeia ou a area em estudo sao geralmente aquelas que vivem e trabalhamno local .

Os mapas podem, pois, ser utilizados para se aprender rapidamente com os camponeses,assimilando parte do conhecimento colectivo deles. Os mapas sao valiosos auxiliares, porexemplo : para se testarem padroes no use do solo, para se explorar importantes diferentasem praticas de cultivo, e para se identificarem dificuldades mais importantes .

As diferentes experiencias ajudam a criar consenso e torna a comunicacao mais facil . Oresultado e que os nao locais passam a compreender melhor a maneira de pensar doscamponeses, suas prioridades e as razoes pelas quais eles querem ou nao agir de umdeterminado modo(2) .

Atengao,FACA

*Devote algum tempo reflectindo sobre o objectivo do mapeamento ;

*Procure dados secundarios, como mapas e fotografias a6reas, quandodisponfveis;

*Assegure-se que uma boa representagao da populagao local participe :homens, mulheres, velhos, jovens, etc ;

*Matenha os mapas comuns consigo enquanto estiver percorrendo a area .Continue perguntando, tendo em vista confirmar ou mudar as informagoes nomapa. Os mapas podem ser inicialmente desenhados a partir de outros mapase corrigidos durante a analise ;

*Traga uma boa quantidade de folhas e canetas, para mapas desenhados em papel ;

*Encorage e permita que os moradores produzam mapas desenhados no solo da formaque o desejarem ; encoraje o use de paus na areia, carvao no concreto, ou pedras, etc .

*Pergunte os nomes dos chefes em cada casa ou sftio indicado para o caso de mapassociais . Isto fornece uma completa lista no caso de escalas de rendimentos ou outrosformas de amostra (2) .

Comissao Nacional do Meio Ambiente - Manual do DPRR 20

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Exemplo de um mapa de machamba privada pertencente a - Sra . Tabitha Njeri, (Kenya?)(Kiara et al, 1990)(1)

ComissaoNacional o Meio Am iente - Manual o DPRR

23

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Comissao Nacional doMeioAmbiente - Manual do DPRR

Exemplo de Caminhada transversal: de Cha de Catano a Cha de Alecrim Cabo Verde (2) .

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26

9 .1 Calendarios Sazonais

9. CALENDARIOS SAZONAIS E ROTINAS DIARIAS

Calendarios sazonais sao simplesmente versoes extendidas de calendarios de colheitas quetem sido longamente usadas nas Pesquisas de Sistemas Agricolas - Farming SystemsResearch- FSR . Todas as grandes mudangas que ocorrem no ano rural sao assinaladas nocalendario, incluindo aquelas relacionadas com o clima, modelos de cultivo, criagao deanimais (fontes de forragem e eventos chaves, tais como pavimento, vendas, migragao)necessidade de mao-de-obra, mudangas de pregos etc .

Quando nao ha disponibilidade de informagao, os modelos podem ser construidos a partir dequestionamentos e discussoes . Por exemplo uma estimativa qualitativa das necessidades demao-de-obra pode ser obtida perguntando : " qual e o mes pico ?", o que se fez ?, qual e oprdximo pico ? e assim por diante .

Deve existir tambem um espago no calendario onde se inclui o periodo de problemas e seusconstrangimentos agricolas e outros, e fases das oportunidades, por exemplo quanto a novacolheita .

Calendarios de 18 meses, no qual os ultimos seis meses repetem os primeiros seis, saomuito usuais, revelando a periodicidade dos padroes . Por vezes e aconselhavel comegar ocalendario com o inicio da estagao do ano, em vez do comego do ano.(1)

Calendarios sazonais sao elaborados com vista a ampliar o entendimento dos ciclos dentrodo sistema de vida local . Eles mostram, mes a mes, os padroes de precipitagao das chuvas,a sequencia dos cultivos, a utilizagdo das fontes de agua, alimentagao dos rebanhos,rendimentos, dividas, migragoes, colheita natural, demanda de trabalho, disponibilidade damao-de-obra, sadde, doengas, actividade de conservagao dos solos e da agua, pestes eepidemias, preros, e assim por diante . Os calendarios sazonais sao importantes para seentender a articulagao dos diferentes componentes na vida rural como, por exemplo,incidencia de endemias e chuvas, ou colheita selvagem e colheita de cultivos . (2)

FACA

*Utilize informagoes de diferentes entrevistas e combine-as num unico diagrama ;

*Empregue uma escala de 18 meses : para muita gente, Janeiro - Dezembro poderepresentar um periodo de tempo artificial ;

*Procure ver se existem relagoes entre os diferentes padroes;

*Elabore calendarios comunitarios utilizando :-desenhos no solo ;-histogramas ou materiais locais para indicar as sementes, frutas, feno .

Comissao Nacional doMeio Ambiente - Manual do DPRR

27

*Encorage a discussao .

*Procure as oportunidades e problemas chaves que acontecem apenas em certas dpocasdo ano;

*Compare calendirios sazonais produzidos por diferentes grupos na comunidade, porexemplo em relagao A demanda de trabalho preparado pelas mutheres e o preparadopelos homens ; ou o calendario de cultivo dos machambeiros pobres e os ricos ;

LAO FACA

*Nao pode crer que a informagao recebida atravds duma entrevista represente asituagao de todos os domicflios rurais ;

*Nao assuma que os padroes serao os mesmos todos os anos : procure comparagoesentre anos normais e anos excepcionais ;

*Nao imponha as suas pr6prias ideias sobre o calendi£rio .(2)

siaaaetriteuabalb°a

Exemplo de CalendCrio Sazonal do trabalho das Mulheres, Natuco, Cabo Delgado (3) .

omissao

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m iente - Manual o D-PlUt 28

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Ezemplo de um calendkrio sazonal dal principals Cultural de Natuco - Cabo Delgado (3) .

Comissao Nacional do Meio Ambiente - Manual do DPRR 29

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Exemplo de Calenddrio Sazonal de Chipopopo, Manica - Care International (6)

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o Meio Am iente - Manuail do DPRR

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9 .2 ROTINAS DIARIAS

Diagramas ilustrando rotinas diarias das pessoas podem ser usadas para entender a realizagaode tarefas, a sua carga horaria de trabalho, os constrangimentos sobre o seu tempo disponivelas diferencas de actividades entre o homem e a mulher, diferentes estagoes do ano etc .Esta informagao 6 importante porque muitos projectos de desenvolvimento falharam porintroduzirem novas actividades que a mulher nao teve tempo de realizar .

Os diagramas podem ser desenhados preliminarmente no campo, com participagao dosaldeoes e, se necessario, produzidos de uma forma ordenada para o relatbrio .

E tambein importante lembrar que as diferentes rotinas diarias depedem das diferentes epocasdo ano (ver o exemplo da tabela do pescador do mar) diferem consoante o tipo de pessoas -pobre/rico, homem/mulher, jovem/idoso etc .

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Exemplo de rotina didria de menina de Cabo Verde (2)

ComissaoNacionaldoMeioA-biente - Manual do DPRR

3 1

Exemplo de rotina didria do campones, Natuco (3) .

Comssao Nacionaldo Meio Ambiente - Manual do DPRR 32

Tempo

Actividades da Mulher Actividades do Homem

1

2 Dormir Dormir

3

4

Acordar Acordar e lavar

6 Varrer, lavar panelas e carregar Agua

7

8

Machambe Machambe

10

11

12 Regresso Almoyo

13 refei4oes

14

Preperar as

descanso

15

Almogo eDescanso

16apanha da lenha Produzir esteiras

cestos artesanato

17

Preperar as refei yiies

18Jantar

19 Acender a fogueira, descanso/vao assistirJantar

20o batuque, conversar, fazer esteiras e chapbus Descanso

21

22 Dormir

23Dormir

24

Exemplo de rotina didria do pescador do mar, Natuco (3) .

Comlssa0 Naclon

o MeloAmbie11te - Manual do DPRR

Tempo Epoca de pesca Na epoca is

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Acordar

Acordar

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7

8

SaidaNachasba

10 Prepar as refel~oes

11Safda do acampaiento para aldeia Regresso a casa

12Cheqada'a casa

13 Alaop e descanso

14 Venda do peixe

15Descanso

16Partida Pazer esteira5 artaanato

17pelo acaipasento

Colecta de lenha18

19 Descanso e jantar

20Jantar

21 $ntra novamente na aquaDivertimento

22

23Donir

s 24safda da aqua

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10. PERFIS HIST6RICOS, TENDENCIAS E CENARIOS

Essas t6cnicas sao utilizadas como auxiliares para entender mudanoas anuais nalguns aspectostais como: use do solo, erosao, precipitagao pluvial, populagao, cobertura vegetal,migracoes, oportunidades econ6micas, propriedade dos recursos comuns, e assim por diante .Elas ajudam a compreender as limitagoes e- as oportunidades que aconteceram no passado eajudam no planeamento de actividades futuros . (2)

Mudancas de agroecossistemas a longo termo podem ser representados atrav6s de diagramasassim como perfis hist6ricos e atraves de graficos ilustrando as tendencias do ano. Umdiagrama adicional que Tide com os dois moldes temporal e espacial e o transecto atraves dotempo . Mudangas interessantes no use da terra podem ser assim revelados . No exemplodado, a insistMcia dos agricultores na produgao de arvores apesar de inumeros insucessosque vinham sofrendo .

FACA

*Pergunte aos moradores mais idosos da comunidade para descrever mudangasque aconteceram no local, no perfodo da sua juventude at6 a data ;

*Consulte o registo e dados secund~ffios para comparar informagoes ;

*Pergunte sobre os possfveis futuros cenarios : "Como acha que aquele morrovai estar daqui a dez anos?" ; Como voce gostaria que ele se parecesse?" .

*Em perfis hist6ricos e tendencias use :-giz em pedra, concreto ;-desenhos no solo ;-desenhos em papel .Pergunte de que forma eles querem mostrar as mudangas e deixe-os fazer ;

*Use mapas e modelos para ajudar no exame das mudangas hist6ricas ;

*Continue indagando e estimule o colheita de informanoes locais .

NAO FACA

*Nao pergunte sobre anos especfficos, mas sobre eventos para activar amem6ria, por exeinplo uma seta, a Indepedencia, revoltas, terminagao de umaestrada ;

*Nao imponha suas opinioes ou respostas aos informantes ;

*Nao interrompa ou seja impaciente: de suficiente tempo as pessoas para quepossam lembrar situagoes passadas . (2)

Comissao Nacional do Meio Am-biente - Manual do DPRR

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Exemplo de mapa cronol6gico de Natuco, Cabo Delgado (3)

Cmissao Nacional do Meio Ambiente - Manual do DPRR

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37

11 . DIAGRAMAS DE ORGANIZACAO DE UMA COMUNIDADE

Existem varias maneiras de ilustrar o relacionamento entre individualidades e organizagoesna comunidade . Uma das mais usuais no DRR e o diagrama de Venn.

11 .1 Diagrama de Venn

Os diagramas de Venn sao elaborados para ajudar no entendimento das instituigoes formaise informais existentes na area e tambem reconhecer a sobreposigao porventura existente emprocessos de decisao e cooperagao . Eles nao enfatizam apenas as instituigoes mas tambemas oportunidades de melhor comunicagao e as necessidades porventura existentes desurgimento dum novo organismo . Especificamente, esses diagramas identificam, aspercepgoes locais sobre papeis desempenhados pelas Agencias.(2)

FACA

*Utilize cfrculos de diferentes tamanhos para cada instituigao . Eles deveraosobrepor-se de acordo com o nfvel de interacgao constatado entre eles ;

*Conduza entrevistas cuidadosaniente a fim de descobrir todas as instituigoese os seus vfnculos . Pergunte sobre :-as instituigoes tradicionais-as cooperativas-as formais e informais-Agencias Governamentais e Nao Governamentais Externas ;

*Na elaboragao colectiva dos diagramas de Venn:-corte circulos de papel ou cartao de diferentes tamanhos ;-Ma aos informantes para escolher os cfrculos maiores para as instituigoesmais importantes e menores para as menos importantes ;-arranje os cfrculos de acordo com situagoes de parcial ou totalsobreposigao de actividades ;

*Pergunte como os informantes gostariam que a situagao fosse (em termos de ideias) ;

*Pega a diferentes pessoas para fazerem um diagrama de Venn; compare-os e analise-os .

Comissao Nacional do Meio Ambiente - Manual do DPRR

38

*Nao assuma tudo como colocado no diagrama . Ele 6 um retrato simplificado dumsistema complexo e dindmico de interaccoes ;

*Nao imponha a sua maneira de pensar;

*Nao assuma que essa 6 uma situagao estatica ;

*Nao assuma que todas as pessoas na area tem o mesmo ponto de vista ;

*Nao permita que as ideias da sua instituigao deformem os trabalhos.(2)

Antes da Independencia

Agora

NAO FACA

Exemplos de diagramas de Venn, Natuco, Cabo Delgado (3)

ComissaoNacion

o MeioAmbiente - Manual do DPRR 39

Regulo

Capitamoru Aphiwamuene

Munahuno Mothaphepa

-----------------------------

Cipaios

Exemplo de um Diagrama mostrando o Poder Tradicional Hierdrquico - Natuco, CaboDelgado (3) .

Comissao Nacionaldo Meio Ambiente - Manual do DPRR 40

camponeses em Wollo, Eti6pia (AssociaVdo da Cruz Vermelha 'da Eti6pia,1988) (1) .

Comissao Nacion

o Meio Ambiente - Manual do DPU

Exemplo de Diagrama de Venn demonstrando os vdrios sectores numa associa !pdo de

4 1

12. PRATICAS DE SEGREDO, CRENCAS E CITAI~OES

Esta tecnica procura recolher e realgar os conhecimentos locais que as pessoas das areasrurais tA-m a dizer aos investigadores externos e pode ser usada antes ou depois do DRR.Produtores e outras pessoas do campo tam praticas prbprias que nao se ajustam facilmentedentro do pensamento cientffico convencional . Pode nao haver explicacao para elas, masmesmo assim 6 importante regista-las . Este 6 um bom metodo para ilustrar a variedade eabragencia do conhecimento local sobre a vida no campo, e tambem aumentar o respeito poreste conhecimento . (2)

FACA

*Registe no relatorio final as praticas, as crengas e os ditados ;

*Registe quem disse reconhecer a fonte, e preste maior credibilidade aquiloque foi dito ;

*Pergunte os termos locais para tipos de solo, arvores etc ., e registe ;

*Inicie uma pratica ou crenga local e use outra tecnica em combinarao,como ordenamento, para testar as percepgoes sobre os usos e valores dosrecursos naturais .

NAO FACA

*Nao expresse descredito sobre alguma coisa que the pare~a impossfvel,fantasiosa, ou atrasada. E possfvel que ela represente uma inovagao capaz demudar o mundo . (2)

Comissao Nacional do Meio Ambiente _ Manual doDPRR 42

13. ESQUEMAS E PERFIS DOS LOCAIS

Os esquemas sao desenhados para mostrar os diferentes tipos de unidades rurais e os modosde vida . Eles podem evidenciar uma combinagao de unidades bem conservadas com outrasmal conservadas, tanto tfpicas como nao tfpicas . Os esquemas tamb6m podem registar asareas propfcias para futura extensao das actividades entre os produtores . Os exemplos podemigualmente mostrar a existencia duma variedade de machambas na area de estudo e aexistente adaptagao a nfvel micro. Isto pode aumentar a consciencia sobre a complexidadedo modo de vida dos produtores e a apreciacao, ao do conhecimento local . (2)

FACA

*Desenhe cuidadosamente todas as caracterfsticas visfveis da unidade;

*Chame a atengao para as principais caracterfsticas ao preparar o sumarioescrito ;

*Pergunte como o sftio mudou ao longo do tempo . Como era no passado .

NAO FACA

*Nao considere que aquilo que observa sej4 sempre daquele modo: ascondigoes presentes podem ser extremas .

*Nao considere que voce pode ver tudo . Pega aos produtores para descrever o queeles veem tambdm.

*Nao dedique muito tempo preparando um mapa perfeito : um esquema claro esuficiente . (2)

Comissao Nacional do Meio Ambiente - Manual do DPRR

43

14. MATRIZ DE CRITtRIOS E OKOES

A matriz 6 utilizada para descobrir o quanto um t6pico 6 conhecido localmente e quais saoas atitudes a tomar quanto ou mesmo. O trabalho basico 6 ordenar certas proposig6es, deacordo com crit6rios seleccionados. As opgoes podem abranger medidas de conservagao dasfontes e do solo, as variedades de cultivo de cereais, os tipos de fertilizantes, as arvores, osfrutos, os vegetais, as madeiras, oportunidades de rendimento, e assim por diante . A matriztamb6m ajuda a descobrir as diferentes percepgoes dos diferentes grupos sociais, em relagaoa um mesmo t6pico, fornecendo uma imagem mais nitida da situacao .

Comece por listar as diversas oproes (arvores, frutas, etc), sobre as quais voce tem interesseem conhecer. Identifique os critA-rios locais, perguntando o que 6 bom sobre cada uma dessasoproes, ate esgotar as respostas positivos . Pergunte em seguida sobre o que 6 ruim ounegativo . Prepare uma dnica lista e converta todos os critA-rios negativos em positivos, porexemplo a susceptibilidade de pestes pode tornar-se resistencia a pestes . Liste tamb6m os seuspr6prios crit6rios se quiser, mas identifique-os claramente. Prepare uma matriz com asdiferentes oKoes alinhadas na paree de cima e os critdrios na posigao vertical . Entao conduzaa defmicao da escala de pontos perguntando qual o item melhor, qual 6 o segundo, qual eo pior e o segundo pior, e assim por diante para cada crit6rio . Dai passe para a outra opcao .No final pergunte : "Se voces pudessem escolher entre essas opgoes quais voces escolheriam?Porque?" . Voce podera obter a1gumas respostas surpreendentes, bem como nova informagao .(2)

FACA

*Seja paciente e prepare uma lista de criterios : esta pode ser utilizada pormuitos informantes . Empregue comparagoes aos pares ;

*Pesquise entre as pessoas de diferentes classes, grupos, tribos, para descobrirqual 6 a percep#o e o crit6rio deles. Eles sao diferentes? Se o sao, porqua?

*Procure os itens que aparecem regularmente com bons pontos ;

*Procure os pontos Taros, como por ex. um item que apresente poucos pontosem todos os crit6rios mas que apenas num unico obteve o mais elevadoniimero de pontos;

*Use sempre as unidades de medida e os nomes locais ;

*Para a preparagao colectiva de matrizes de sementes, pedras, e outrosobjectos peca as pessoas para que os coloquem em cada caixa;

*Continue perguntando : qual e o crit6rio mais importante? Quantos itensclassificou e tem? Quantos gostaria de ter?

Connssao Nacional do Meio Ambiente - Manual do DPRR

NAO FACA

*Nao misture o seu criterio com o dos .informantes ;

*Nao se ocupe apenas na preparagao da classificagao . Procure dar pontos, comouma alternativa : escolha um ndmero maximo de pontos, pedras, sementes, etc . (Porex : 10,15 ou 20) e deixe os informadores dividi-los entre as opgoes . Prossiga assimpara todos os criterios ;

*Nao assuma que voce pode somar os pontos numa escala final : provavelmente oscriterios nao terao o mesmo navel de importancia;

*Nao deixe que a matriz se transforme num produto acabado . O mais importante eobter novas informagoes e questoes para a continuidade da pesquisa ;

* Nao fique impaciente : elaborar uma boa matriz requer tempo e muita discussao . (2)

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Este e um exemplo de uma matriz (em pares) do use de energia, comparando os diferentestipos de energia utilizados em Cabo Verde. Em cada caso comparam-se dois tipos de energiae o preferido 9 anotado na matriz . (z)

Cormssao Nacion

o Meio Ambiente - Manual do DPRR

b-HS4% wt v1 Q,- "Ms. LiK Po

45

O DRR para o caso do projecto de Mecufi a matriz foi construida pelos alde6es usandofeijbes .

Os cartoes das culturaspreferidas foram construfdascam um a fig urarepresentando cada tipo deplanta ou animal e seusrespectivos nomes emportugues e lingua local,maciia. Assim, aos aldebesreceberam um conjunto defeijoes e posteriormenteforam solicitados a colocarnos cartoes 0 a 6feij6es .

As quantidades 0 e 6 defeijoes correspondemrespectivamente ao menos eao mais importante .Uma vez entendido o "jogodo feijao " (assim como ficouconhecido) este passou a seruma rdpida e animada viapara os aldeoes priorizaremum ntimero de questoes.

Comissao Nacional do Meio Ambiente - Manual do DPRR 46

Exemplo de matriz das prioridades dos homens e das mulheres, Bassane, Manica - CareInternational (6) .

Exemplo de matriz ilustrando a importkncia das vdrias culturas para as Wrias pessoas deNatuco (3) .

omissao

aciona

o Meio

m iente - Manua

o DPRR

47

Mandioc Ab6bora Feijao Batata Arroz Milho Mapiraa nhemba doce

Comida ****** ** *** * **** **** ***

Venda ** ** **** ** ***** ****** ***

Resisten- ***** *** **** *** ** **** ***cia aseca

Resisten-cia apestes

Menor **** ** *** *** ** *** ******trabalhodesacha

As tecnicas do "jogo do feijao" eram tambem usadas para saber qua] 6 a opiniao doscurandeiros acerca das varias doencas existentes em Natuco .Estas opinioes nao tinham que necessariamente ser iguais as opinioes vindas dostrabalhadores dos centros de sadde, usando a matriz poder-se-A fazer a comparagao .

Ponto de vista de curandeiros sobre as doen~as mais frequentes que afectam a popula~do,as que tem provocando mais 6bitos e as que tem sido curadas com tratamento tradicional,Natuco (3) .

Foram identificados 28 problemas relacionados com o desenvolvimento, no diagn6sticorealizado em Natuco. De modo a darprioridade a resolu~do dos problemas encarados pelacomunidade de Natuco, fez-se um quadro, com desenhos ilustrando cada tipo destes e os seusrespectivos nomes em portugues e maccia . Vkrios grupos diferentes e indivfduos emparticular foram solicitados para demonstrar qual era o problema que mais os afectava,pondo o numero de 6feijoes ao problema mais grave e abaixo de 6 at9 0feij6es ao problemaque menos os afectava .

omissao Nacion

o Meio-rnoiente - Manual do DPRR 48

Doenyas Malbria Diarreis Sarna Bilharzi Gonorreia Sffilis Tosseose

Afectedos *** ****** ** ***** ** ** ****

Provocam morte *** ****** *** ** ** * ****

curara-se c/ ***** ****** *** **** *** ***rembdiostradicionais

l xemplo das Prioridades dadas or di erentes gruvos de aldeoes Para os diversos Problemase necessidades . (Isto foi feito utilizandofeiioes - um mdximo de seis fijoes como indicaCdomdxima de prioridade e o mfnimo de zero) eiioes com a indicacao minima (3) .

Comissao Nacional do Meio Ambiente - Manual do DPRR 49

Problems/necessi- Grupo Grupo Lides Grupo Grupo GrupoGres Homeon

Medtialade Mul Horn Comun% Homen Mul Nut Mu

Jov Jov dade Jovem

1= Posto de saude **** ***** ***** *** ***** ***** *** ** 4 .42*

1= Estrada ***** ***** ***** ***** **** **** ***** ** 4 .42*

3 Loja **** * **** ******

*** ***** *** **** 3.85

4. Moageira ***** **** **** ***** *** ***** *** **** 3 .71

5= Instrumentos *** ** **** ***** *** **** ***** _ 3 .57a ricolas

5= Feiticismo *** ** **** ******

**** ***** **** - 3 .57

7. Pragas ** *** **** *** *** ***** ***** _ 3 .42* *

8= Escola ***** ** ***** ***** *** ***** _ * 3 .28*

8= Respeito entre *** *** ** **** **** ***** ** *** 3 .28ru s

10= Tractores *** **** ***** ***** ** - ***** - 3.0*

10= Ponte sobre o *** ***** *** ***** *** - ***** - 3 .0Me aruma

12 . Postos de **** **** *** *** **** _ **** * 2 .71trabalho

13= Divertimento * ** *** ** **** ***** 2 .57

13= Aliments ao - - *** ***** *** *** ** ** 2.57

13= Instrumentos - * * ***** *** **** **** _ 2 .57de car intaria

16 . Abertura de ** ***** *** ***** ** _ **** - 2 .42novas machambas

17 . Distencias - - ** **** ** **** **** _ 2 .28para as machambas

(Tabela contin.) - Exemplo das Prioridades dadas por diferentes grupos de aldeoes para osdiversos problemas e necessidades . (Isto foi feito utilizando feijoes - um mdximo de seisfeijoes como indicapao mdxima de prioridade e como indica!pao minima de zero) (3) .

Comissao Nacional do Meio .Ambiente - Manual do DPRR 50

Grupo Grupo Lid'es Grupo Grupo Grupo Grupo Grupo MediaMul Hom comuni Hom Mul Mul Mut HomJov Jov dade Jov

18= Latrinas - - * **** *** *** **** - 2.14

18= Terra para os * - - *** *** ***** *** - 2.14deslocados

18= Processamento - - * ****** *** * **** - 2 .14e armazenamentode pescado

21= Material e * * ** ****** *** _ ** _ 2 .0equipamento de

sca

21= Mes uita - ** **** *** **** * _ * 2.0

21= Planeamento ** ** **** * ** - *** * 2.0familiar

24 . Criayao de - - * * *** ***** *** - 1 .85gado bovino

25 . Fertilidade - - * ** *** ***** - - 1 .57do solo

26 . Armazenamento - - ** ** ** *** - - 1 .28de produtosagrfcolas

27= Infestante - * ** - *** - - * .85Tiririca

27= Produyao de - - - ** *** * - - .8caju

DIAGRAMAS DE PROCESSOS

Estes sao iiteis aos membros do grupo nas suas sessoes de discussao diarias depois de fazeras entrevistas . O impacto dos diagramas de processos permitem conectar efeitos e saberorigem dos problemas afim de poder idendfica-los e traga-los . Estes tamb6m tem um papelimportante na estimulacao das discussoes durante os seminafos (que vem descritos nestecapftulo), revelando pontos de conflitos possfveis e "trade-offs" . Simples versao poderatamb6m ser construfdo no campo durante as entrevistas . Ciclos de produgao ecomercializagao poderao ser construfdos ja que os agricultores seguem os passos seguintesem cada operagao, guardando o dinheiro e os custos envolvidos e os retornos recebidos . (1)

ARVORES DE DECISAO

Arvores de decisao sao uma ajuda viavel afim de se poder entender as estrat6gias dosagricultores para poderem fazer boa gestao dos seus recursos e as razoes porque eles possamabandonar ou prosseguir com use de determinadas tecnologias .

Produzidos como parte da analise das suas entrevistas eles poderao ajudar a identificar osfactores chaves ou condigoes importantes que influenciam os agricultores . Qualquer nfvel derecursos, datas crfticas, que tem uma acgao de poder ou nao nas decisoes dos agricultores,poderao ser demarcados no "branching points" (1) .

15. OUTROS DIAGRAMAS

Comissao Nacion

oMeioAmbiente - Manual do DPRR

Exemplo de drvore de decisdo mostrando questdes chaves e deterrninantes que influenciamos agricultores na selec!do de plantio das culturas nos planaltos do nordesteste da Tailandia(Limpinuntana, 1987)

5 1

0

H

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0

0a3

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a.Od

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A

A0 00

0s.n'Acoo

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Possivel Liggao Econdmica Resultante da Melhoria da Rodovia

Aumento de venda de:1- Palha2 - Colheita3 - Pescado4 - Madeira + CarvAo

Circulo deaumento deprodutividade

Necessidade de sistema degestdo ambiental

Oportunidades paracarpinteiros e alfaiates

locais

16.SEMINARIOS (workshops)

O Seminario 6 um meio de reunir as pessoas, incluindo grupos de campo onde cada grupoda a conhecer os seus trabalhos e experiencia, participando activamente nas entrevistas,analise e evolugao da informagao obtida anteriormente. Os seminArios Sao tipicamenteintensivos e tem como factor principal chegar a um consenso nas opinioes . Quando o ndmerode participantes 6 reduzido as sessoes devem durar no mfnimo 1 ou 2 horas e quando omimero de participantes for maior podera durar varios dias .

Os objectivos devem ser claros e estabelecidos logo no comego . Isto ajudara. a construir aprogressao logica que promove a disciplina, ainda que permits o aparecimento de novasideias ou revelagoes .

O seminario poderd em parte ser estruturado e numa outra parte podera ser informal afimde optimizar o use do tempo e tornar produtivo . Em termos de procedimento, geralmenteadopts-se o seguinte : os seminarios sao realizados alternando sessoes plenarias com sub-grupos de trabalho sobre questoes meramente particulares . Os grupos de trabalho por sua vezrelatam no plenario, fazendo particular use de recursos tais como projecgao de silides,quadros brancos, projectores de tecto .

Um exemplo para a actividade final de um seminario, 6 a avaliadoo conjunta das prioridadesda acgao, como o especificado pela fase de "avaliagao inovagao" da andlise doagroecossistema . Seguindo a formulagao de possiveis ideias de intervengao para odesenvolvimento na forma de perguntas shave ou " melhores apostas", todos os queexplicitamente ou implicitamente contem uma inovagao, serao avaliados e priorizados deacordo com o seguinte crit6rio :

- Impacto sobre os quatro sistemas da propriedade productividade, estabilidade,sustentabilidade e equitabilidade

- O custo da implementagao- O tempo de beneficio- A viabilidade das t6cnicas- A viabilidade social

Para a avaliadoo dos impactos nos quatro sistemas de propriedade, sao usados os sinais mais(+), zero (0), ou menos (-) ; para a avaliadoo dos restantes critdrios, 6 usada uma escala dealto, medio e baixo ou longo, m6dio e curto, e representado como caixas cheias, meio cheiasou vazias ( tabela 5 ) . Desta forma a avaliadoo permanece visualmente orientada . Osparticipantes ficarao mais aptos a fazer observagoes e estabelecer comparagoes rapidas . Comono procedimento do processo a avaligao inicial 6 revista continuamente .

Uma vez completada a avaliadoo para todos as inovagoes propostas, estas deverao serdistribuidas consoante as suas prioridades para a investigagao e desenvolvimento (1) .

Comissao Nacion

o Meio Am iente--Manuatdo DPRR 53

17. APLICA(;AO DO DRR NA IDENTIFICAO, PLANIFICACAO E GESTAODOS RECURSOS NATURAIS E UM DESENVOLVIIAENTO SUSTENTAVEL

O Diagnostico Rapido Rural pode ser usado para muitos propositos . A Comissao Nacionaldo Meio Ambiente esta interessada em desenvolver t6cnicas que Sao particularmente dteis naidentificagao, planificagao e Gestao dos recursos naturais e um desenvolvimento sustentavel .

17.1 CONHECIIVIENTOS TRADICIONAIS DOS RECURSOS NATURAIS

Os mais idosos e bem entendidos na comunidade (regulo por exemplo)) podem serentrevistados para se poder saber algo acerca de conhecimentos tradicionais em relagao aossolos, rios, arvores, frutas, plantas e animais na area . Estes aspectos poderao identificar abase dos conhecimentos tradicionais locais donde se podera comew a construir uma gestaopratica sustentavel .

A regra importante seria "construir um desenvolvimento sustentavel naquilo que ja is doconhecimento das pessoas", mas tambem e necessario ter bem ciente de que nem sempre osconhecimentos tradicionais poderao ser aplicavdis na gestao dos recursos naturais edesenvolvimento sustentavel .

Encontrard no anexo III a bibliografia que o ajudara na formulagao de entrevistas sobre oconhecimento tradicional .

17.2 NIETODOS CORRENTES E TRADICIONAIS NA GESTAO DE RECURSOSNATURAIS

Normalmente as comunidades tem regras que permitem conhecer como e que os recursosnaturais, em seu redor poderao ser utilizados , embora estes nao sejam descritos pelacomunidade como "gestao dos recursos naturais" A regra existente pode ser acerca do tipode arvores que poderao ser cortadas, e quais as que nao podem ser cortadas, saber se epermitido as mulheres o plantio de arvores, a quantidade de terreno deixado, epoca dascolheitas, etc .

Para se obterem estas informagoes poderao usar-se entrevistas, transectos obtidos dascaminhadas, mapas, etc . As entrevistas com lideres tradicionais religiosos, curandeiros,poderao tamb6m ser dteis . Tanto as regras rurais como urbanas podem ser usadas parapesquisar em redor de uma area .

omssao Nacion

o Meio Am iente - Manual do DPRR

54

17.3 ESTATUTO DE BASE DOS RECURSOS NATURAIS

O DRR podera ser usado para obtencao de impressoes rApidas de base dos recursos naturais .Atrav6s de transectos obtidos nas caminhadas ou entrevistas pode se observar a coberturaflorestal, erosao, fauna bravia, etc .

Para a obtengao de mais detalhes, outros mdtodos de estudo serao necessarios (como porexemplo, atrav6s de fotografias a6reas associadas as demonstragoes no terreno) . Mesmoquando este tipo de estudo 6 feito, um DRR 6 provavelmente dtil, pois que com o seu usepode-se ter a percepgao dos aldeoes acerca dos recursos naturais . Por exemplo, o estudotradicional pode mostrar a redugao no campo das coberturas florestais, mas o DRR tern deprocurar saber se os aldeoes admitem o declfneo da cobertura florestal, se eles sabem se eimportante ou nao e o que 6 que pensam que podera ser feito .

O DRR poderd ser usado como meio para dialogar com os aldeoes e conhecer as suas ideiase percepcao acerca da situacao futura dos recursos naturais .

As cronologias podem ser usadas nao s6 para saber das mudanras ambientais no passado mastambem como poderao decorrer no futuro . Estas tecnicas foram usadas com sucesso por umtecnico da Eritrea, (4) e constituiu uma grande ajuda para a comunidade entender qual seriao desastre num futuro pr6ximo, se estes nao desafiassem a erosao e o desflorestamento .

17.4 O V"ACTO AMBIENTAL DO DESENVOLVEYIENTO DOS PROJECTOS

Qualquer programa de desenvolvimento tem impacto ambiental que pode ser qualificado debom ou mau. Existe a necessidade de prestar atengao continua no planeamento para prevenirpossfveis consequencias graves ambientais.

Existe a necessidade do acompanhamento ou monitorizacao ambiental durante aimplementacao de programas e projectos de desenvolvimento, para se poder saber se existiraooutros impactos ambientais.

Comissao Nacion

do Meio Ambiente - Manual do DPRR

55

C

Procura de metodos para evitorgraves impactos

Problemas priorizados.pela comunidade

Solu~oes para desenvolvimentocom a comunidadeProcura de diferentes

solu,;oes

Decisoes em que os beneficiospesem mais que os impactos

graves

Avalia~ao das solu~oes dosprovaveis

Impactos ambientais

O processo de inclusao da Avalia~ko do Impacto Ambiental em pequena escala noplaneamento de um desenvolvimento sustentdvel (M. Whiteside)

omissao Nacional do Meo Ambiente- Manual do DPRR

de menor importanciaou beneficio

56

17.5 O DRR PARA UM DESENVOLVEVIENTO SUSTENTAVEL E PLANIFICADO

O objectivo global do desenvolvimento 6 obter um crescimento sustentdvel .Isso implica existencia de um balanceamento entre a conservagao dos recursos naturais e asua exploragao, ou seja :

- Um desenvolvimento que vai de encontro as necessidades do presente momento semcomprometer a capacidade das futuras geragoes ;

- A renovagao dos recursos naturais para que estes nao sejam depauperados acima do nfvelda regeneragao natural ;

Muitas vezes existem numerosas e diferentes opgoes para o desenvolvimento que necessitamde ser avaliados para que sejam sustentAveis .

E necessario buscar solugoes que possam dar continuidade, mesmo depois do t6rmino doprojecto .

Fxemplo de uma tabela usadapara demonstra~do das diferentes escolhas para a moagem dogrdo .

A sustentabilidade geralmente requer que a comunidade "seja dona" do projecto - S6 assim6 que eles poderio dar continuidade ao projecto, mesmo sem o apoio externo . Isto ilustraperfeitamente a importancia do Diagn6stico (Participativo) Rapido Rural; quando acomunidade sente que tambdm participou na planificagao do projecto e estA segura que esterepresenta as suas necessidades prioritdrias, do que o que possa vir a ser apresentado pelasAgencias, o projecto tern maiores probalidades de ser sustentavel a longo termo.

omissao Nacion

o MeioAmbiente -Manual -do DPRR 57

Tecnologia Trabalh Custo Qualidade Sustentabilidadeda farinha

Tradicional Excessivo Baixo Boa Alta- Mas 6 necessaria uma(pilao) monitorizagao para assegurar se 6

vidvel o corte das drvores para feiturado pilao e do pilador

Moageira M6dio M6dio RazoAvel M6dia- E necessario desenvolver umde mao sistema de venda de acess6rios para as

maquinas

Moageira a Mfnimo Alto Boa Baixo- Uso de muitos e carosdiesel acess6rios. Necessario um sistema de

financiamento sofisticado, para agestao de fundos para o diesel, 61eo eacess6rios

ANEXO I

PROGRAMA DE TREINAMENTO E DIAGNOSTICO

Aldeia de Natuco, Distrito de Mecufi, Cabo DelgadoAgosto/Setembro 1993

4a. feira

Chegada. Organizagao logistfca

5a . feira

8.00-9.00

Introdugao ao projecto26/08

Objectivos do DPRR

9 .00-10 .00

Introdugao ao DRP

10.00-10.30 Intervalo

10.30-12 .30 AntecedentesEntrevistas semi-estruturadasFactos, opiniees, ditados - exercfcios6 auxiliares - o qu&, quando,como, quem, porqu6, ondePerguntas abertas/fechadas - exercfciosPerguntas dirigidas,experimentagao/triangulagao

12.30-14.00 Almogo

14 .00-16 .00

Papel a jogar nas entrevistas semi-estruturadas

16.00-16.30 Intervalo

CURSO DE TREINAMENTO

16 .30-17 .30

Problemas de tradugaoMapas/Modelos

17 .30-18 .00

'Andlise das actividades do dia

Comissio Nacional o Meio Ambiente - Manual do DPRR

Comissao NacionaTdo Meio Ambiente - Manual do DPRR

6a feira 8 .00-10.00 Sumario do dia anterior27/08 Transectos (perfis)

Calendario sazonalCronologia dos acontecimetosDiagramas de Venn

10.30-12 .30 Exercfcios sobre mapas/transectos(perfis)/cronologia dosacontecimentos/calendarios/vennapresentagao do anterior

12 .30-14.00 Almoco

14.00-16.00 Priorizaoo/categorizagaoproblemas/intervengoes

16.00-16.30 Intervalo

16.30-17.30 Piano do DRP

17.30-18.00 Analise das actividades do dia

Sabado Continuagao do curso se f6r28/08 necessario e acabar a logfstica

Domingo Descanso29/08 Partida para Mecufi/

Planificagao do trabalho

2a feira Manua Encontro com lfderes dacomunidade, caminhada pela comunidade .

Tarde Grupo A - Com a comunidade fazermapas da area .

Orupo B - Caminhar e depois fazertransectos (perfis)

Grupo C - Calendario sazonal comhomens e mulheres

Grupo D - Cronologia dosacontecimentos

Noite Analise das actividades do dia e piano para o diaseguinte .

DIAGN6STICO

3a feira

Manha

Grupo A - Entrevistas sobre o passado e presente napesca/agricultura/gado/ arvores/ lenha/ caga/frutas/ plantas medicinais

Grupo B - Entrevistas sobre mercado/saude/escolas/rendimentosalternativos/ extensao agricola/latrinas/ aguapara as casas

Grupo C - Entrevistas sobre sistemas de controleoficial/ tradicional/ religioso

Grupo D - Entrevistas sobre orgnizacao familiar/genero/ planeamento familiar

Tarde

Como acima mas talvez com rotacao dos grupos .

Noite

Analise do trabalho e planos para o dia seguinte

4a feira

Manha

Grupo A - Entrevistas sobre conhecimentos tradicionaisda gesta de recursos naturais

Grupo B - Entrevistas com professores/ extensionistas/trabalhadores da sadde/ parteiras tradicionais/curandeiros

Grupo C - Entrevistas com regulo/ cabos/secretario dalocalidade

Grupo D - Entrevistas com grupos de mulheres

Tarde

Grupo A - Entrevistas com jovensGrupo B - Entrevistas com deslocadosGrupo C - Entrevistas com pescadoresGrupo D- Posse da terra

Noite

Analise das actividades do dia e planos do dia seguinte

Comissao Nacion

o Meo Am iente - Manual do DPRR

5a feira

Manha2/09

sobre os problemas que afectam os communidadeReuniao para tomada de decisdo

Grupo A - Priorizagao dos problemasdosjovens

Grupo B - Priorizagao dos problemas da mulher

Grupo C - Priorizagao dos problemas dos homens

Grupo D - Priorizagao dos problemas dos lideres dacomunidade

Comissao Nacional do Meio Ambiente = Manual do DPRR

6 1

Tarde Continuagao da priorizaga dos problemas

Noite Analise das actividades do dia e planos do dia seguinte

6a feira Manha Prosseguimento das entrevistas3/09 se necessario . Planos para a apresentagao d comunidade

Tarde Apresentagao a comunidade e discussao

Noite Analise do trabalho\discussio

Sabado Descanso4/09

Domingo Manua Descanso5/09

Tarde Reuniao - relatorio

2a feira Relatdrio

3a feira Manha Relatorio

Tarde Compilacao dos relatoriosAvaliagao dos processor

4a feira Partida

GERMS

1 /- Indique algumas areas geograficas com intervengao etnica, a origem das pessoas,lfnguas faladas etc .

SOLO/TERRA

ANEXO 2CONHECIMENTOS TRADICIONAIS

QUESTOES CRAVES

1/- Credibilidade tradicional na terra .Como e que a terra foi formada, quem deu o direito para o seu uso, que condigoes

foramdadas sob este mesmo direito etc .

2/- Existe algumas credibilidades tradicionais em como a terra deve ser cuidada ?Quais sao ? Ainda sao credfveis ?

ARVORES E PLANTAS

1/-Existe algumas historias credfveis acerca da originalidade, use do poder de qualquertipo de arvores em especial ?

2/-Qual 6 essa credibilidade tradional ou lei relacionada com as arvores?

- Quem as detem ?

- Quem tem o direito para usufruir dos produtos dessas arvores ?

- Quem tem o direito de as cortar ?

- Quais as leis ou credibilidade usuais para o corte das arvores ?

- Quais as leis ou credibilidade que foram tragadas no plantio dessas mesmas arvores?

3/-Existirao outras leis ou historias acerca de quaisquer outras plantas?

4/-Existirao leis tradicionais acerca das queimadas nas matas?

5/-Existirao a1gumas leis tradicionais acerca da apanha e recolha de frutos silvestres,vegetais, capim do colmo etc?

Comissao Nacional do Meo Ambiente - Manual do DPRR

62

ANIMAIS

1/-Qual 6 a credibilidade tradicional Humana em relagao aos animais ?

2/-Existirao leis tradicionais relacionadas com a caqa de animais, recolha do mel, etc?

AGRICULTURA

1/-Qual d a credibilidade tradicional acerca da agricultura ?

2/-Quais as leis impostas em como plantar e quando ?

3/-Quais as leis traradas em como plantar num determinado lugar e qual a periodicidadeexigida para voltar a plantar nesse mesmo lugar ?

4/-Existirao leis tradiocais que determinem o lugar onde o gado possa pastar, e quando?

OUTROS

1/-Existira credibilidade tradicional acerca da boa protecrao e limpeza dos rios e charcos ?

2/-Existird credibilidade tradicional acerca de quando e quantos filhos um casal deve ter ?

3/-Existira credibilidade tradicional acerca de doengas infecto/contagiosas e maneira de comotrata-las ?

4/-Existirao mas alguns conhecimentos ou credibilidade tradicionais de certa relevanciarelacionadas com o meio ambiente

Comissao Nacion

o Meio Am iente - Man

o DPRR

63

ANEW 3 .BIBLIOGRAFIA

(1)

An Introduction to Rapid Rural Appraisal for Agricultural Development, IIED -J .McCracken, J . Pretty, G. Conway 1988 .

(2)

Relatbrio dum seminario . em Diagnbstico Rural (Rapido) Participativo - InternationalInstitute of Environment and Development and Co-operation Bilateral Cabo Verde-Paises Baixos, Agosto 1991 .

(3)

Diagnbstico Rural Rapido - Natuco . Projecto de GestAo de Mecufi, Cabo Delgado .A . Massinga, I . Pereira, V. Tovela, M. Whiteside . Comissao Nacional do Meio-Ambiente, Setembro 1993 .

(4)

Rapid Rural Appraisal Notes No 13 - IIED . August 1991 .

(5)

Rora Habab Project Evaluation, Eritrea - M . Whiteside et al . Christian Aid, ICCO,NCA . November 1988 .

REFERtNCIAS GERAIS

Diagnbstico Rural Participativo . Notas do curso e anexosJaneiro 1992 - Vetaid

Participatory Rapid Appraisal for community development - Training Manual basedon Middle East and North Africa. 1991 - IIED/Save the children Federation .

Comissao Nacional do Meio Am iente - Manual do DPRR