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DECISION MAKING BASED ON THE DATA AND FACTS ANALYSIS: A OBSERVATIONAL STUDY IN THE LIGHT OF THE FILM ‘TWELVE ANGRY MANIraides Gonçalves do Amaral (Universidade Nove de Julho - UNINOVE, São Paulo, Brasil) - [email protected] Nildes R. Pitombo Leite (Universidade Nove de Julho - UNINOVE, São Paulo, Brasil ) - [email protected] The object of study this article it’s the movie 'Twelve Angry Man' directed by Lumet (1957) and Friedkin (1997). The criteria for choosing for use of this movie were based on wealth that brings their content to the social sciences, particularly for Administration, and in fact revolve around the theme 'decision making', through careful analysis of data and facts. The methodological approach is consistent with the qualitative research, method phenomenological and observational study in filmic analysis. The general objective defined was investigating the strategy of filmic analysis in the management of educational projects, in light of the thematic decision making. The question was answered by the analysis of observations protocols, and the interviews, showing that the effectiveness of the use of film lies in simulation that distance the individual from exposure to embarrassment and increment of its reflection by observing the behaviors of the characters. The results have reinforced the mobilizer power of the decision- making process and confirmed that observational studies as a didactical resource are educational projects, from prospects of teaching, development, intervention, research, learning, by making be noted in the field of Administration. TOMADA DE DECISÃO BASEADA EM ANÁLISE DE DADOS E FATOS: UM ESTUDO OBSERVACIONAL À LUZ DO FILME ‘DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA’ Keywords: Decision Making. Observational Study. Filmic analysis. Teaching and Research in Administration. O objeto de estudo deste artigo é o filme ‘Doze Homens e uma Sentença’ dirigido por Lumet (1957) e Friedkin (1997). Os critérios de escolha foram baseados na riqueza que seu conteúdo traz para as ciências sociais, em particular, para a Administração, bem como no fato de versar sobre a temática ‘tomada de decisão’, por meio da análise de dados e fatos. A abordagem metodológica insere-se na pesquisa qualitativa, método fenomenológico e estudo observacional em análise fílmica. O objetivo geral definido foi investigar a estratégia de análise fílmica na gestão de projetos educacionais, à luz da temática de tomada de decisão. A questão foi respondida pela análise dos protocolos de observações e das entrevistas, mostrando que, a eficácia do uso de filmes reside na simulação que distancia o indivíduo da exposição a constrangimentos e no incremento da sua reflexão pela observação dos comportamentos dos personagens. Os resultados reforçaram o poder mobilizador do processo de tomada de decisão e confirmaram que os estudos observacionais, como recurso didático, constituem projetos educacionais, sob as perspectivas de ensino, desenvolvimento, intervenção, pesquisa e aprendizagem, fazendo- se notar no campo da Administração. Palavras-chave: Tomada de Decisões. Estudo Observacional. Análise Fílmica. Ensino e Pesquisa em Administração. 10th International Conference on Information Systems and Technology Management – CONTECSI June, 12 to 14, 2013 - São Paulo, Brazil 3298

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DECISION MAKING BASED ON THE DATA AND FACTS ANALYSIS:A OBSERVATIONAL STUDY IN THE LIGHT OF THE FILM ‘TWELVE ANGRY MAN’

Iraides Gonçalves do Amaral (Universidade Nove de Julho - UNINOVE, São Paulo, Brasil) - [email protected] R. Pitombo Leite (Universidade Nove de Julho - UNINOVE, São Paulo, Brasil ) [email protected]

The object of study this article it’s the movie 'Twelve Angry Man' directed by Lumet (1957) and Friedkin (1997). The criteria for choosing for use of this movie were based on wealth that brings their content to the social sciences, particularly for Administration, and in fact revolve around the theme 'decision making', through careful analysis of data and facts. The methodological approach is consistent with the qualitative research, method phenomenological and observational study in filmic analysis. The general objective defined was investigating the strategy of filmic analysis in the management of educational projects, in light of the thematic decision making. The question was answered by the analysis of observations protocols, and the interviews, showing that the effectiveness of the use of film lies in simulation that distance the individual from exposure to embarrassment and increment of its reflection by observing the behaviors of the characters. The results have reinforced the mobilizer power of the decision-making process and confirmed that observational studies as a didactical resource are educational projects, from prospects of teaching, development, intervention, research, learning, by making be noted in the field of Administration.

TOMADA DE DECISÃO BASEADA EM ANÁLISE DE DADOS E FATOS: UM ESTUDO OBSERVACIONAL À LUZ DO FILME ‘DOZE HOMENS E UMA SENTENÇA’

Keywords: Decision Making. Observational Study. Filmic analysis. Teaching and Research in Administration.

O objeto de estudo deste artigo é o filme ‘Doze Homens e uma Sentença’ dirigido porLumet (1957) e Friedkin (1997). Os critérios de escolha foram baseados na riqueza que seu conteúdo traz para as ciências sociais, em particular, para a Administração, bem como no fato de versar sobre a temática ‘tomada de decisão’, por meio da análise de dados e fatos. A abordagem metodológica insere-se na pesquisa qualitativa, método fenomenológico e estudo observacional em análise fílmica. O objetivo geral definido foiinvestigar a estratégia de análise fílmica na gestão de projetos educacionais, à luz da temática de tomada de decisão. A questão foi respondida pela análise dos protocolos de observações e das entrevistas, mostrando que, a eficácia do uso de filmes reside na simulação que distancia o indivíduo da exposição a constrangimentos e no incremento da sua reflexão pela observação dos comportamentos dos personagens. Os resultados reforçaram o poder mobilizador do processo de tomada de decisão e confirmaram que osestudos observacionais, como recurso didático, constituem projetos educacionais, sob as perspectivas de ensino, desenvolvimento, intervenção, pesquisa e aprendizagem, fazendo-se notar no campo da Administração.

Palavras-chave: Tomada de Decisões. Estudo Observacional. Análise Fílmica. Ensino e Pesquisa em Administração.

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1. Introdução

Este artigo originou-se de um projeto educacional, desenvolvido com base na perspectiva de projetos de ensino, pesquisa e aprendizagem, destinada ao desenvolvimento de discentes de mestrado, sob orientação docente, com a finalidade de realizar ações voltadas para a formação humana e construção conjunta do conhecimento. As três perspectivas do projeto tendem a contribuir para a manutenção da indissociabilidade entre ensino-aprendizagem e pesquisa. Justifica-se este estudo, pelos aspectos de um projeto educacional contendo a indissociabilidade dessas três perspectivas em Administração, sob a ótica da temática ‘tomada de decisão’ baseada em análise de dados e fatos.

Para o desenvolvimento dessa temática, uma breve fundamentação teórica foi desenvolvida, versando também sobre estudo observacional, em consonância com os objetivos e a questão de pesquisa deste artigo. Tanto esses objetivos, quanto a questão estão relacionados às perspectivas de projetos educacionais supramencionados.

Como unidade de análise foi escolhido o filme ‘Twelve Angry Man’, traduzido para o Brasil como ‘Doze Homens e Uma Sentença’, em suas duas versões: Lumet (1957) e Friedkin (1997). Os critérios de escolha para uso desse filme foram baseados: no fato de versar sobre a temática ‘tomada de decisão’ por meio da análise cuidadosa de dados e fatos; na possibilidade de trabalhar o estudo observacional em análise fílmica, selecionando seus fragmentos em protocolos de pesquisa para poder analisá-lo com acuidade, precisão, e responsabilidade em relação à cientificidade.

O objetivo geral foi definido como o de investigar a estratégia de análise fílmica na gestão de projetos educacionais. Para auxiliar na consecução de tal objetivo, os objetivos secundários foram assim delineados: analisar o filme ‘Doze Homens e uma Sentença’; identificar as características dos personagens; compreender como essas características influenciaram o processo de tomada de decisão; verificar o processo de tomada de decisão baseado em investigação analítica dos dados; comparar as duas versões do filme; verificar como esse filme vem sendo utilizado em um projeto educacional de intervenção.

Com a finalidade de buscar responder à questão investigada de como a estratégia de análise fílmica pode contribuir para a gestão de projetos educacionais, foram cuidadosamente selecionados os aspectos metodológicos da pesquisa com abordagem qualitativa, método fenomenológico, estratégia de estudo de caso com texto fílmico, valendo-se do estudo observacional e entrevistas como estratégias de coleta de dados e da análise de discurso e de conteúdo como estratégias de análise desses dados.

O item de apresentação e análise dos dados e discussão dos resultados foi subdividido em três partes, em que foram vistos os contextos do filme, das entrevistas edas discussões dos resultados, pautados na exigência prévia de um levantamento de referencial teórico compatível com as necessidades basilares de interconexão entre as partes do texto e de modo a tornar possível o ato de se tecerem considerações finaisinstigantes à manutenção de uma agenda de pesquisa.

2. Fundamentação Teórica

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Esta breve fundamentação teórica versa sobre os constructos: tomada de decisão e estudo observacional, em consonância com os objetivos e a questão de pesquisa deste artigo. Tanto esses objetivos, quanto a questão estão relacionados ao escopo de projetos educacionais, que, com base em Barbosa, Gontijo e Santos (2004) e Moura e Barbosa (2011), podem ser desenvolvidos sob as perspectivas de ensino, desenvolvimento, intervenção, pesquisa e aprendizagem. Russo, Ruiz e Cunha (2005) consideraram, dentre outras habilidades necessárias para a realização de um projeto, a resolução de problemas e a capacidade de exercer influência.

2.1. Tomada de decisão

Etimologicamente a palavra decisão foi considerada por Houaiss, Villar e Franco (2009:212), um substantivo feminino que significa: resolução tomada após julgamento; sentença; livre escolha; opção; capacidade de resolver sem hesitação; firmeza. Os autores (2009:302) mostraram o verbo definir como aquele que implica: tomar resolução sobre; deliberar; resolver; estabelecer; emitir juízo final sobre (questão, causa, etc.); (fazer) chegar a um resultado; resolver-se; optar por; escolher. O substantivo escolha foi tido pelos mesmos autores como preferência que se dá a alguma coisa que está entre outras; predileção; opção; eleição. Do mesmo modo, o verbo escolher significa: manter preferência por; eleger; preferir; fazer seleção de; selecionar.

Filosoficamente a tomada de decisão foi considerada por Abbagnnano (2003:232), como escolha ou “o momento conclusivo de deliberação no qual se adere a uma das alternativas possíveis”. Do mesmo modo, o autor, ao discorrer sobre a faculdade de julgar, avaliar, escolher, decidir, relembrou que, tanto a decisão quanto a escolha precisa eliminar uma incerteza e dirimir uma controvérsia.

No campo do ensino, Santos e Mortimer (2001) discutiram o significado e as implicações educacionais com relação ao objetivo central de formação da cidadania para uma ação social responsável, e os resultados de pesquisas em torno da capacidade de tomada de decisão, considerada por eles como um processo fundamental na formação da cidadania.

Voltando à etimologia, o substantivo julgamento foi visto por Houaiss, Villar eFranco (2009:444) como: sentença de um juiz, de um tribunal; audiência de um tribunal perante o juiz; juízo; parecer. O verbo julgar, por sua vez, como: tomar decisão sobre (algo), na qualidade de juiz; decidir, após refletir; pronunciar sentença; sentenciar; emitir parecer, opinião sobre; avaliar, considerar, ter certa ideia, opinião sobre si ou outrem; supor-se; considerar-se julgador. Observa-se que essas expressões estão imbricadas no processo de tomada de decisão.

No campo da Administração, a tomada de decisão é vista como o processo cognitivo pelo qual se escolhe um plano de ação com base em variados cenários, ambientes, análises ou fatores para uma situação-problema. Simon (1970) e Shimizu (2006) salientaram que todo processo decisório produz uma escolha final o que pode ser vista como uma ação ou uma opinião de escolha. Como um processo decisório pressupõe opções, escolhas nem sempre muito fáceis de fazer, é reforçado o fato de haver: perdas e ganhos; o curto e o médio prazos; conflitos de valores.

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No contexto organizacional, como salientado por Choo (1998), a tomada de decisão formal é estruturada por regras e procedimentos que especificam papeis, métodos e normas que, por sua vez, estabelecem valores que influenciam a forma como a organização enfrenta a escolha e a incerteza, salientando-se a expectativa de combinação entre cultura organizacional, comunicação e consenso para promover a eficácia nesse processo, com o uso de escolha racional.

Com o objetivo de analisar os elementos intervenientes no processo de tomada de

decisão nas organizações, Angeloni (2003) elaborou um estudo teórico que aborda a inter-relação de dado, informação, conhecimento, comunicação e tecnologia da informação como suporte a esse processo. A autora afirmou que, para alavancá-lo é importante ter disponíveis esses elementos, mas alertou também para o fato de que tais elementos normalmente estão dispersos, fragmentados e armazenados na cabeça dos indivíduos e, portanto, sofrem interferência de seus modelos mentais.

A decisão foi considerada por essa autora como um processo essencialmente coletivo, caracterizado pela interferência das diferenças individuais na coleta e interpretação da informação, o que dificulta a existência de apenas uma decisão. Por outro lado, salientou que a tomada de decisão em que envolve um maior número de pessoas tende a resultados mais qualificados, aumentando o conhecimento da situação de decisão, amenizando as distorções da visão individualizada, haja vista que ouvir e tentar compreender cada visão leva ao aprimoramento e à solidez das decisões, não obstante demandar mais tempo.

Com vistas a propiciar um aprimoramento, fundamental para uma formação mais crítica do cidadão, na capacidade de tomada de decisão, diversos estudos têm demonstrado a importância da argumentação nesse processo, a exemplo de: Patronis, Potari eSpiliotopoulou (1999), ao considerarem a argumentação como um processo social, em que indivíduos, em cooperação, tentam ajustar suas intenções e interpretações, encontrando suporte ou razão para as suas ações; McConnell (1982), para quem a tomada de decisão pública pelos cidadãos em uma democracia requer atitude cuidadosa, habilidades de obtenção e uso de conhecimentos relevantes, consciência e compromisso com valores, capacidade de transformar atitudes, habilidades e valores em ação, perspectiva de tomada de decisão incorporada ao processo educacional; Kortland (1996), ao compreender a tomada de decisão como a maneira racional de escolha entre meios alternativos de ação que requeiram um julgamento em termos de valores.

Ao analisarem a utilização de sistemas de informação, enquanto instrumento para a tomada de decisão no exercício da gerência, Guimarães e Évora (2004) advertiram que, no processo de trabalho, a tomada de decisão é considerada a função que caracteriza o desempenho da gerência, fruto de um processo sistematizado, que envolve o estudo de um problema a partir de um levantamento de dados, produção de informação, estabelecimento de propostas de soluções, escolha da decisão, viabilização e implementação da decisão e análise dos resultados obtidos. As autoras chamaram a atenção para o fato de que a decisão nem sempre é resultante de um processo sequencial, estruturado e dirigido para uma única solução, mas consideraram possível afirmar que a informação é um recurso primordial para o processo de tomada de decisão.

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Enfatiza-se que esse processo é extremamente mobilizador. Kahneman e Tversky (2012) advogaram que, ainda que não se tenha consciência, a tomada de decisão acontece frequentemente e isso pode ser constado em muitas disciplinas, a exemplo de matemática, estatística, economia, ciência política, sociologia e psicologia. Esses autores chamaram a atenção para as questões normativas e descritivas envolvidas no processo de tomada de decisão e salientaram que a tensão entre essas questões é caracterizada em grande parte do estudo de julgamento e escolha. No que se refere às questões normativas, destaca-se a natureza racional e lógica da tomada de decisão. Quanto às questões descritivas, encontra-se a análise baseada em crenças e preferências das pessoas. Rowe (2002) já ressaltava que as decisões e as atitudes tomadas voluntariamente por gerentes e funcionários todos os dias acabam por determinar a estratégia emergente.

No tocante ao termo estratégia, Mintzberg (1978) o redefiniu como uma linha de ação percebida, uma espécie de padrão de sucessão de decisões. Do mesmo modo, o autor definiu estratégia emergente como um padrão de ação a ser seguido, que quando da ausência de um plano, de um método ou de um estratagema, na incipiência e/ou inconsistência do plano existente. Mintzberg e Waters (1985) reformularam a definição de estratégia para um padrão em uma sucessão de ações, ao invés de um padrão de sucessão de decisões. Líderes estratégicos entendem esse processo e valem-se dele para garantir a viabilidade futura de suas organizações, bem como para influenciar funcionários a tomar, voluntariamente, decisões que ajudem essas organizações. Conforme caracterizado por Mintzberg (1990) e Mintzberg e Quinn (1996), o uso de estratégias emergentes se faz por organizações essencialmente estruturadas por meio de projetos, tendo suas estruturas firmadas em torno de especialistas que se reúnem para compor equipes voltadas às especificidades de cada projeto.

2.2. Estudo observacional

Tomando-se por base Aumont, Bergala, Marie e Vernet (1995), não é suficiente ter visto o filme. Faz-se necessário revê-lo, observá-lo, selecionar seus fragmentos para poder analisá-lo com acuidade, precisão, cientificidade - pelas ciências sociais, e responsabilidade. Tal análise é realizada após coleta de dados feita por meio da observação. A esse respeito, Martins e Theóphilo (2009) consideraram que, ao mesmo tempo em que a observação permite a coleta de dados, abarca a percepção sensorial do observador o que redunda em distinção, enquanto prática científica, da observação da rotina cotidiana. Os autores enfatizaram que, a observação, enquanto prática científica, consiste em exame minucioso que requer atenção na coleta e análise das informações, dos dados e evidências, o que exige previamente um levantamento de referencial teórico, bem como de outras pesquisas relacionadas ao estudo. Igual exigência foi relacionada pelos autores no que tange à construção de um protocolo de observação.

No estudo observacional privilegia-se a observação metódica ou planejada, sob a perspectiva do exame minucioso. Sobre esse estudo observacional, Machado, Matos, Leite e Leite (2012) salientaram sua importância, tanto quando ocorre na modalidade direta e, portanto, em tempo real, como quando ocorre na modalidade indireta, como é o caso dos estudos em que o documento é o próprio filme examinado. A modalidade de observação indireta, não obstante ser menos flexível do que a direta, de acordo com Cooper e Schindler (2003), também é muito menos tendenciosa e pode ser muito mais depurada. Esses autores consideraram que a observação indireta apresenta como vantagem o fato de o

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registro permanente poder ser reavaliado e seu conteúdo poder ser rediscutido. Tomando-se um filme como base empírica, portanto, essa reavaliação pode ser feita com mais acuidade.

O estudo observacional como recurso didático, assim como o uso de recursos estéticos como filmes, constituem projetos educacionais, quer sob as perspectivas de ensino, desenvolvimento, intervenção, pesquisa, aprendizagem, e vêm se fazendo notar no campo da Administração, pelos autores que concordam que tais recursos podem facilitar a construção de um elo entre construtos teóricos e realidade prática, como Davel, Vergara eGhadiri (2007); Leite e Leite (2007); Saraiva (2007); Wood Jr. (2007); Leite e Leite (2010); Matos, Lima e Giesbrecht (2011); Matos, Queiroz, Lopes, Frota e Saraiva (2012); Leite, Amaral, Freitas e Alvarenga (2012).

3. Aspectos Metodológicos da Pesquisa

A abordagem metodológica deste artigo insere-se na pesquisa qualitativa, tomando-se por base Chizzotti (2008) e Moreira (2004a), reforçando-se a ênfase dada por esse último autor, à inclusão de filmes na pesquisa qualitativa. O método de pesquisa aqui adotado é o fenomenológico, fundamentado por Moreira (2004b) e Aumont e Marie (2007) com base no rigor científico e na capacidade de fazer refletir sobre a compreensão de mundo e ultrapassar o dualismo cartesiano.

A escolha também se fundamenta em Silva (2006), por chamar a atenção para a vivência da experiência e o processo de reflexão que o método proporciona ao pesquisador. Ainda sob a premissa de envolvimento do pesquisador, Gil (2009) contribuiu com a afirmação de que esse método procura resgatar os significados atribuídos pelos sujeitos ao objeto que está sendo estudado, bem como exige que se admita o peso da subjetividade na interpretação dos dados.

A estratégia de pesquisa pode ser considerada como a de estudo de caso, com base em Yin (2010) e Eisenhardt (1989). Não obstante a unidade de análise escolhida – filme ‘Doze Homens e Uma Sentença’ – possibilitar a coleta de dados secundários, o uso de duas versões (1957 e 1997) pode caracterizar duas fontes de evidência, com observações indiretas e não participantes. Esse fato não impossibilita que os resultados: se baseiem em múltiplas fontes, os dados convirjam em formato de triângulo e, ao mesmo tempo, beneficiem-se do desenvolvimento prévio de proposições teóricas para conduzir a coleta e a análise dos dados.

A observação é a estratégia apropriada, de acordo com Cooper e Schindler (2003), para coletar dados oriundos de recursos estéticos, pois possibilita a coleta de dados visuais. No que tange à estratégia de coleta de dados, neste artigo, consideram-se, ainda, as microanálises registradas em protocolos de observações. A temática ‘tomada de decisão’ foi pesquisada simultaneamente na literatura e nos protocolos das duas versões do filme analisado. A observação indireta e não-participante caracterizada por Cooper e Schindler (2003) e corroborada por Flick (2004) como àquela que pode ser mais depurada, na medida em que apresenta como vantagem a reavaliação do registro permanente de modo a poder incluir vários aspectos diferentes do fenômeno investigado. Como salientado por Chizzotti (2008), tais registros possibilitam, ainda, o acréscimo de percepções, concepções, valores, e objetivos dos observadores, oriundos de diferentes momentos de coleta.

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O uso de filmes como material empírico nas ciências sociais foi indicado por Denzin (2004) junto a um conjunto de princípios organizativos para a pesquisa de documentos visuais, salientando que tais princípios devem ser adaptados às necessidades do pesquisador. Nesta pesquisa, sob os cuidados de proceder às adaptações necessárias, foram seguidas as quatro fases indicadas por esse autor: olhar e sentir, procurando identificar padrões de significado e registrar as impressões em protocolos de pesquisa; formular a questão de pesquisa ou definir o objetivo; realizar microanálise em cada cena de per si, descrevendo-a detalhadamente; após ver o filme tantas vezes quantas necessárias, descrever os dados observados de forma a atingir o objetivo definido.

Os filmes como entendidos por Denzin (1989) podem ser analisados por meio da estratégia de análise de discurso, pela riqueza de detalhes, coerência e silêncios discursivos que são oferecidos. Assim, no que tange à estratégia de análise dos dados, nesta pesquisa, considerou-se pertinente a análise de discurso, com base em Gill (2011), por ser uma estratégia de leitura cuidadosa, que caminha entre o texto e o contexto, uma interpretação fundamentada em detalhada e cuidadosa atenção do material aqui estudado. Nos protocolos de observações encontram-se registrados os dados: filme ‘Doze Homens e Uma Sentença’, versões (1957; 1997); tempo total de 03 horas e 34 minutos de projeção e 23 horas e 38 minutos de microanálises; exibição para análise, 07 vezes por versão, de modo a identificar as características dos personagens e compreender como essas características influenciavam o processo de tomada de decisão. Os critérios de escolha para uso desse filme foram baseados na riqueza que seu conteúdo traz para as ciências sociais, em particular, para a Administração, bem como versar sobre a temática ‘tomada de decisão’por meio da análise cuidadosa de dados e fatos.

Com a finalidade de trabalhar o objetivo específico de verificar como esse filme vem sendo utilizado em um projeto educacional de intervenção, foram realizadas 02 entrevistas semiestruturadas e em profundidade, com as quais Martins e Theóphilo (2009) defenderam a necessidade de condução com uso de roteiro, de modo a criar a liberdade de acréscimo de novas questões pelo entrevistador, com vistas à obtenção de motivações, percepções, crenças e atitudes em relação ao objeto de estudo. Essas entrevistas foram analisadas pela estratégia de análise do conteúdo das mensagens, com base em Bardin (2011).

No que tange ao contexto, o filme escolhido, ‘Twelve Angry Man’, traduzido para o Brasil como ‘Doze Homens e Uma Sentença’, sinaliza-se que ele foi estudado nesta pesquisa em suas duas versões: Lumet (1957) e Friedkin (1997). Em um caso de assassinato, doze homens foram convocados para compor um júri. Um jovem de dezoito anos era acusado de apunhalar fatalmente o próprio pai. Na visão da promotoria, o resultado poderia ser definido facilmente. Da tomada de decisão desse júri, dependia o destino desse jovem. O veredicto necessitava ter unanimidade dos doze jurados, que receberam a orientação de absolvê-lo, caso encontrassem uma só dúvida cabível. A discussão entre os jurados foi permeada por tensão. Onze, desses doze jurados votaram ‘culpado’ na votação preliminar, enquanto um votou ‘inocente’. A maioria considerou, a princípio, uma tarefa trivial, rápida, sem necessidade de discussão, e se rebelou pelo voto contrário.

Valença (1997:140) reportou-se a esse filme para discutir “a tese da advocacia em conjunto com auto-inquirição, a partir da suspensão da atitude arrogante de certeza”. Valença, Köenigs e Hare (2004:81), abordaram o aspecto da “reflexão sobre a reflexão na ação”,

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tomando esse mesmo filme como objeto de análise. No capítulo ‘Filmes no ensino e aprendizagem de questões éticas na Administração pública’ de autoria de Baêta (2007), esse filme foi utilizado como um projeto de ensino da disciplina Ética na Administração Pública, com o objetivo de dinamizar o processo de ensino-aprendizagem e favorecer a compreensão do conteúdo da disciplina no curso de Pós-Graduação em Administração da Fundação João Pinheiro. No contexto de um projeto educacional de intervenção junto a executivos, Sonia Dondice, sócia da ‘Mapa Consulting’, em entrevista concedida em 14.11.2012, declarou que utiliza esse filme há dez anos em um módulo de treinamento para ilustrar a influência, sem autoridade formal, analisando características gerenciais, e competências dos executivos. Nesta pesquisa esse filme foi utilizado para estudar o processo de tomada de decisão baseado em investigação analítica dos dados. Sua contextualização com as duas versões pode ser visualizada no Quadro 01.

Contextualização do Filme em suas duas Versões

OrdemJurados

Caracterização dos Jurados Atores Versão 1957

Atores Versão 1997

Ordem Votação

01 Presidente do júri, preocupado em organizar os trabalhos. Professor e técnico de futebol da Escola Andrew J. McCorkle, localizada no Queens

Martin Balsam Courtney B. Vance

09

02 Bancário despretensioso e atento aos detalhes John Fiedler Ossie Davis 0503 Empresário e pai emocionalmente abalado com o

desprezo do filho, sempre gritando e irritado Lee J. Cobb George C. Scott

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04 Racional e educado corretor de bolsa de valoresE. G. Marshall

Armin Mueller-Stahl

11

05 Ex-morador de cortiço, fã do Baltimore Orioles efuncionário de um Hospital no Harlem Jack Klugman Dorian

Harewood03

06 Pintor de paredes, com princípios e respeitoso com os demais. Sem hábito de especular dados Edward Binns James

Gandolfini06

07 Vendedor de marmelada, fã de beisebol, superficial e indiferente às discussões Jack Warden Tony Danza 07

08 Arquiteto, afeito a analisar dados e fatos, único voto pela inocência no início dos trabalhos, identificado como Davis ao final do filme

Henry Fonda Jack Lemmon

01

09 Ancião sábio, apoiador e observador, também bom em análise de dados e fatos, identificado como McArdle ao final do filme

Joseph Sweeney

Hume Cronyn

02

10 Dono de oficina, na versão de 1957 e dono de lava jato, na versão de 1997, preconceituoso, mal educado e grosseiro

Ed Begley Mykelti Williamson

10

11 Relojoeiro imigrante, atento e cuidadoso com os dados e fatos George

Voskovec

Edward James Olmos

04

12 Publicitário corporativo, indeciso e inseguro em suas afirmações

Robert Webber

William Petersen

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Quadro 01 – Base do processo de tomada de decisão para o veredicto ‘Inocente’Fonte1: Baseado inicialmente em interfilmes (2012)

Fonte 2: Dados obtidos das duas versões do filme (2012)

Esse quadro serviu de base para auxiliar no processo de comparação das duas versões do filme, em que se notaram pequenas mudanças na caracterização dos jurados, registrando-se ainda que: a ordem desses jurados permaneceu inalterada nas duas versões;

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a ordem em que eles mudaram seus votos também permaneceu inalterada na versão de 1997. A caracterização dos jurados foi importante para entender seus discursos durante o processo de tomada de decisão.

4. Apresentação e análise dos dados e discussão dos resultados

Cabe, nesse item, relembrar Martins e Theóphilo (2009), pela ênfase à observação, enquanto prática científica, consistindo em exame minucioso que requer atenção na coleta e análise das informações, dos dados e evidências, o que exige previamente um levantamento de referencial teórico, bem como de outras pesquisas relacionadas ao estudo. Os subitens 4.1, 4.2 e 4.3 estão fundamentados nessas prerrogativas.

4.1. No contexto do filme

As análises dos dados e discussão dos resultados tomaram por base, nesse contexto, ambas as versões do filme escolhido, mostradas no Quadro 01. Entretanto, a contagem dos tempos das cenas microanalisadas se refere apenas à versão de 1957. Esse quadro apresenta, na votação preliminar, aos 10m 48s, o jurado número 08 votando ‘inocente’ disposto a analisar dados e fatos sobre o julgamento de um adolescente de 18 anos, acusado de matar o próprio pai e, se condenado, a pena seria a cadeira elétrica. Os discursos analisados mostram o que se passava no mapa mental de cada um dos jurados convocados, na medida em que expunham seus pontos de vista.

Na segunda votação, solicitada pelo jurado número 08 aos 31m 07s, com voto escrito e secreto, após exaltação e agressividade dos jurados números 03 e 10, o jurado número 09 revelou que queria ouvir mais e apoiar a análise e discussão provocadas pelo jurado número 08. Essa ação do jurado número 09 está alinhada ao que foi preconizado por Angeloni (2003), acerca da necessidade de inter-relação de dado, informação, conhecimento e comunicação como suporte ao processo de tomada de decisão.

Após novas discussões, aos 47m 15s, o jurado número 05 informou ao jurado nº 01, relator do processo, que queria mudar o voto para ‘inocente’. Uma terceira votação foi solicitada, e o relator contabilizou 9 votos ‘culpado’ e 3 votos ‘inocente’. O jurado nº 11 disse ao relator que também queria votar ‘inocente’, ficando o final dessa votação com 8 a 4 a favor de ‘culpado’. Tais mudanças encontram-se respaldadas no que disseram Patronis, Potari & Spiliotopoulou (1999), quando consideraram a argumentação como um processo social, em que indivíduos, em cooperação, tentam ajustar suas intenções e interpretações, encontrando suporte ou razão para as suas ações.

Aos 53m 11s, o jurado número 08 pediu a planta do apartamento e fez a simulação da provável caminhada do velho que depôs afirmando ter ouvido o réu e registrou o tempo de 41s, ao invés dos 15s afirmados pelo velho no tribunal. Tais ações encontram fundamentação em Guimarães & Évora (2004) ao advertirem que a tomada de decisão é fruto de um processo sistematizado, que envolve o estudo de um problema a partir de levantamento de dados, produção de informação, estabelecimento de propostas de soluções, escolha da decisão, viabilização e implementação da decisão e análise dos resultados obtidos. Aos 61m 44s a quarta votação foi solicitada e o relator informou que se encontrava 6 a 6.

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Após a cena da simulação do uso da faca e da afirmação do jurado número 05 de que ela era usada de baixo para cima, pois já havia presenciado muitas brigas com o uso de facas similares, o jurado número 08 perguntou ao jurado número 12 o que ele achava. A resposta foi “não sei” e então ele foi até o jurado número 07, que lhe respondeu aos 65m 52s: “não sei os outros, mas isso já me cansou. Não chegaremos a lugar algum. Vou me deixar convencer. Mudo meu voto para inocente”. O jurado número 03, mostrou indignação com a resposta e o número 11 disse enfaticamente: “ele tem razão. Isso não é resposta. Que tipo de homem é você? Sentou-se aqui e votou culpado com os outros porque tem ingressos queimando seu bolso. E agora muda o seu voto porque diz que está cansado de tanto falatório. Quem disse que tem o direito de brincar com a vida de um homem? [...] Se quer votar ‘inocente’ então vote porque está convencido disso. E não porque se cansou. Se o acha ‘culpado’ então vote dessa forma. Não tem coragem para fazer o que é certo? [...] Culpado ou inocente”? “Já lhe disse. Inocente”. “Por que? [...] diga! Por que”? “Não acho que é culpado”. A exigência do jurado número 11em relação à ação do jurado número 07 pode ser respaldada pelo que foi dito por McConnell (1982), quanto à tomada de decisão pública pelos cidadãos em uma democracia, o que requer atitude cuidadosa, habilidades de obtenção e uso de conhecimentos relevantes, consciência e compromisso com valores, capacidade de transformar atitudes, habilidades e valores em ação, perspectiva de tomada de decisão incorporada ao processo educacional.

O jurado número 08 pediu a quinta votação, aos 67m 11s. Os jurados números 12 e 01 votaram ‘inocente’. O relator anunciou: “a votação está 9 a 3 a favor de inocentá-lo”. O jurado número 10 se indignou e iniciou um discurso agressivo contra todos da classe social do réu. Pouco a pouco os outros jurados foram virando as costas, restando apenas os jurados números 04 e 07. Dirigindo-se ao número 04 ele disse: “ouça [...]”. O número 04 lhe respondeu: “[...] já ouvi. Agora se sente e não abra mais a boca”. O jurado número 10 retirou-se da mesa e sentou-se de costas. Aos poucos os outros retornaram aos seus lugares. Na versão de 1997 a repreensão ao jurado número 10 foi dividida entre os jurados números 02 e 04.

Na versão de 1957 o jurado número 08 fez a intervenção: “é sempre difícil deixar os preconceitos fora de uma questão dessas. Não importa para que lado vá, o preconceito sempre obscurece a verdade. Não sei qual é a verdade. E suponho que ninguém saberá de fato. Nove pessoas aqui parecem achar o réu inocente. Mas só estamos jogando com possibilidades. Podemos estar enganados. Podemos estar deixando um homem culpado livre, não sei. Ninguém pode saber ao certo. Mas temos uma dúvida cabível. E isso é algo que é muito valioso em nosso sistema. Nenhum júri pode declarar um homem culpado a menos que tenha certeza. Nós nove não podemos entender como vocês três continuam com tanta certeza. Talvez possam nos dizer”. Na versão de 1997 não há esse preâmbulo, mas o que se segue foi visto em ambas as versões.

O jurado número 04 disse: “[...] vou tentar. Você levantou excelentes pontos, mas acho o réu culpado. Tenho duas razões para isso: uma é a prova dada pela vizinha da frente que viu o homicídio ser cometido; a segunda é ela ter testemunhado o esfaqueamento, dizendo ter visto o rapaz levantar o braço e esfaquear o pai no peito, de cima para baixo. Ela viu. E do jeito errado de usar a faca. Falemos um pouco dessa mulher. Disse que foi dormir às 11 daquela noite. Sua cama fica perto da janela e ela consegue ver, deitada, o quarto do rapaz do outro lado da rua. Rolou uma hora na cama sem conseguir dormir. Finalmente, se virou para a janela, por volta da 00h10min. E, quando olhava lá para fora

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viu o assassinato através das janelas de um trem. Disse que as luzes se apagaram após o crime. Mas que deu uma boa olhada no rapaz enquanto ele esfaqueava o pai. Pelo que consigo ver esse testemunho é inabalável, irrefutável”. Perguntou ao jurado número 08 o que ele achava. Sem resposta, voltou-se para o número 12 que respondeu “não sei”. Outra votação foi pedida. O jurado número 12 disse que trocava seu voto para ‘culpado’. O jurado número 03 perguntou se havia mais alguém e informou, exultante, que a votação estava 8 a 4. O jurado número 11 perguntou-lhe: “[...] por que parece uma vitória pessoal? É um voto”.

Reforça-se aqui o poder mobilizador do processo de tomada de decisão. Reitera-se, com as mobilizações subsequentes às do jurado número 08, principalmente as dos jurados números 09, 05, 11, 02 e 04, respectivamente, o que foi argumentado por Kahneman & Tversky (2012) acerca das questões normativas e descritivas envolvidas no processo de tomada de decisão, salientando que a tensão entre essas questões é caracterizada em grande parte do estudo de julgamento e escolha. No que se refere às questões normativas, destacaram a natureza racional e lógica da tomada de decisão. Cabe relembrar o que foisalientado por Choo (1998), a respeito da tomada de decisão formal, estruturada por regras e procedimentos que especificam papeis, métodos e normas que, por sua vez, estabelecem valores que influenciam a minimização da incerteza e a obtenção do consenso por escolha racional.

Aos 72m 03s, o jurado número 04, ao tentar olhar as horas retirou os óculos e esfregou o nariz, sob o olhar atento do jurado número 09 que o interrompeu dizendo: “[...] desculpe tê-lo interrompido. Mas você fez um gesto que me lembrou uma coisa, em uma das testemunhas [...] queria saber por que esfregou o nariz assim [...]”. O jurado número 04 respondeu: “bem, se quer saber é porque me incomoda um pouco”. “É por causa dos seus óculos”? “É sim. Agora podemos prosseguir com outro assunto?”. “Os óculos fizeram duas marcas nas laterais do seu nariz. Não havia notado. Deve incomodar muito [...] A mulher que testemunhou ter visto o assassinato tinha essas mesmas marcas nas laterais do nariz [...] Dêem-me apenas um minuto e encerro meu argumento. Não sei se mais alguém notou isso nela. Não pensei nisso na hora. Mas andei relembrando seu rosto em minha mente. Ela tinha as mesmas marcas. Esfregava no tribunal [...]. Essas marcas poderiam ser feitas por algo que não óculos?”. O jurado número 04 respondeu: “não. Não poderiam”.

Após lembranças complementares de tais detalhes, por outros jurados, o jurado número 08 levantou-se e perguntou ao jurado número 12. “É possível”? Ele respondeu ‘inocente’. Deslocou-se até o número 10, que se mantinha afastado e perguntou: “acha que ele é culpado”? Ele acenou que não. Ao chegar ao número 04 o número 08 indagou: “você acha”? “Não. Estou convencido. Inocente”. O jurado número 08, em sua capacidade de tomar decisão balizada e, ajudado, principalmente pelo jurado número 09, demonstrou a importância da argumentação nesse processo, em linha com o que foi dito por Kortland (1996), ao compreender a tomada de decisão como a maneira racional de escolha entre meios alternativos de ação que requeiram um julgamento em termos de valores. Assim, aos 82m 02s o jurado número 03, após catarse associada à sua relação com seu filho, votou ‘inocente’. Na versão de 1997 o jurado número 08 disse ao jurado número 03: “ele não é seu filho. É filho de outro”. O jurado número 04 acrescentou: “deixe-o viver”. O jurado número 3 votou ‘inocente’. O jurado número 01 avisou ao oficial que já haviam chegado ao veredicto e foi orientado para que todos voltassem ao tribunal.

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O veredicto obtido pode ser analisado com o suporte de Angeloni (2003), quando salientou que a tomada de decisão em que envolve um maior número de pessoas: tende a resultados mais qualificados; aumenta o conhecimento da situação de decisão; ameniza as distorções da visão individualizada, haja vista que ouvir e tentar compreender cada visão leva ao aprimoramento e à solidez das decisões, não obstante demandar mais tempo.Também pode servir de suporte o que foi ressaltado por Rowe (2002), sobre as decisões e as atitudes tomadas cotidiana e voluntariamente por gerentes e funcionários, redundando na determinação da estratégia emergente.

Os 11 jurados, tomando-se por base Mintzberg (1990) e Mintzberg e Quinn (1996),trataram as estratégias emergentes, estruturados como uma equipe temporária voltada às especificidades do contexto. O jurado número 08 agiu como um líder estratégico do júri, entendendo o processo de tomada de decisão e valendo-se dele para garantir a unanimidade do veredicto, bem como para influenciar os outros jurados a tomar, voluntariamente, decisões que ajudassem a justiça do resultado, respaldados nas dúvidas cabíveis contidas no processo todo e valorizadas pelo sistema vigente.

4.2. No contexto das entrevistas

As análises dos dados e discussão dos resultados, nesse contexto, tomaram por base duas entrevistas semi-estruturaras: a primeira, com uma administradora de formação, profissional de consultoria, professora de projetos de educação continuada para executivos no Brasil e no exterior. Atua há 26 anos no mercado e há 10 anos trabalha com o filme “Doze Homens e uma Sentença”; a segunda, com uma executiva do setor de TI para a área financeira, que participou há 3 anos de um dos projetos de educação continuada com a primeira entrevistada, com a utilização desse filme.

A primeira entrevistada declarou que o critério principal para a utilização desse filme é a abrangência de temática que ele permite explorar: capacidade de influência, percepção, tomada de decisão. A segunda entrevistada afirmou que o filme serviu, em sua turma, principalmente para o aprendizado do ouvir eficazmente antes de tomar decisões.

Indagada acerca das características gerenciais avaliadas com esse filme, a primeira entrevistada informou que são discutidos aspectos tais como organização, propósito, consequências de ação, como tomar decisões, estrutura de atividades. Por sua vez, a segunda entrevistada fez o registro do aprendizado relacionado às formas de alcançar resultados, tomar decisões e incrementar o poder de argumentação.

No que diz respeito aos aspectos ligados a habilidades e competências, a primeira entrevistada enumerou: gestão do estresse, tomada de decisões, competências emocionais, empatia, comunicação, controle emocional, autoconsciência. A segunda entrevistada citou: capacidade de exercer influência, capacidade de tomar decisões, saber ouvir, saber argumentar, saber liderar.

Com relação aos resultados atingidos com o uso desse filme, a primeira entrevistada declarou que tem percebido, em grupos com os quais trabalha, resultados como: clareza, exercício da empatia, processo da escuta ativa, equilíbrio emocional, atenção ao preconceito e desenvolvimento da habilidade de olhar desapaixonadamente para as situações. A segunda entrevistada declarou que, em reuniões existem situações que

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lembram as cenas do filme como argumentação, ponderação, quietude, paciência, aprender a ouvir mais. Enfatizou que o filme ajuda, simula situações diárias, pois existem situações no filme que se confundem com as organizacionais.

4.3. No contexto das discussões dos resultados

A comparação entre as duas versões do filme (1957 e 1997) mostrou a atualidade do constructo tomada de decisões, consolidando o que Simon (1970) e Shimizu (2006) salientaram em relação a todo processo decisório produzir uma escolha final. Como um processo decisório pressupõe opções, escolhas nem sempre muito fáceis de fazer, o filme reforçou os fatos de: haver perdas e ganhos no processo; saber lidar com o curto e o médio prazos; enfrentar conflitos de valores.

As entrevistas mostraram que esse filme vem sendo utilizado eficazmente há dez anos em um projeto educacional de intervenção, com executivos organizacionais, reforçando a relevância dos estudos observacionais em análise fílmica, no campo da Administração e corroborando Aumont, Bergala, Marie & Vernet (1995), ao afirmarem que não é suficiente ter visto o filme. Faz-se necessário revê-lo, observá-lo e selecionar seus fragmentos para poder analisá-lo com acuidade, precisão, cientificidade e responsabilidade.

Relembrando o estudo de Valença, Köenigs e Hare (2004), no qual esse mesmo filme foi tomado como objeto de análise, esses autores afirmaram que o jurado número 08 realizou oprocesso de ‘reflexão sobre a reflexão na ação’ junto aos outros 11 jurados, deslocando-se da forma imediatista de realizar a tarefa de condenar sumariamente um jovem de 18 anos à cadeira elétrica. Esse personagem optou por uma reconsideração das falhas existentes no processo da procuradoria, de modo a levar esses outros jurados a admitir a possibilidade da existência de uma dúvida cabível.

A questão de pesquisa foi respondida, por meio da análise dos registros de observações e das entrevistas, mostrando que a estratégia de análise fílmica pode contribuir para a gestão de projetos educacionais pela possibilidade de verificações acuradas dos dados e fatos, passíveis de revisões sistemáticas pelo acesso repetido aos registros. Tanto as entrevistas quanto a análise das duas versões do filme reforçaram que o estudo observacional como recurso didático, assim como o uso de filmes, constituem projetos educacionais, quer sob as perspectivas de ensino, desenvolvimento, intervenção, pesquisa, aprendizagem, e, por essa razão, vêm se fazendo notar no campo da Administração, pelos autores que concordam que tais recursos podem facilitar a construção de um elo entre construtos teóricos e realidade prática, como Davel, Vergara & Ghadiri (2007); Leite & Leite (2007); Saraiva (2007); Wood Jr. (2007); Leite & Leite (2010); Matos, Lima &Giesbrecht (2011); Matos, Queiroz, Lopes, Frota & Saraiva (2012); Leite, Amaral, Freitas & Alvarenga (2012).

Nos resultados há indícios, tanto pelas observações do filme estudado, quanto pelasentrevistas, que o processo de tomada de decisão baseado em investigação analítica dos dados, não se constitui tarefa trivial, rápida e sem necessidade de discussão. No campo da Administração, a tomada de decisão é vista como o processo cognitivo pelo qual se escolhe um plano de ação com base em variados cenários, ambientes, análises ou fatores para uma situação-problema. No contexto organizacional, como salientado por Choo (1998), a

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tomada de decisão formal é estruturada por regras e procedimentos que especificam papeis, métodos e normas.

Em ambas as versões do filme foi observado o que Angeloni (2003) considerou a respeito da decisão como um processo essencialmente coletivo, caracterizado, por um lado, pela interferência das diferenças individuais na coleta e interpretação da informação e suas consequentes dificuldades. Por outro lado, também foi visto o que a autora salientou acerca da qualidade da tomada de decisão com um maior número de pessoas envolvidas, aumentando o conhecimento da situação de decisão, amenizando as distorções da visão individualizada, como mostrado pelos jurados 8, 9, 5 e 11, respectivamente, haja vista que eles ouviram e tentaram compreender cada visão dos demais jurados, o que levou ao aprimoramento e à solidez das decisões, bem como à consciência de que, com dúvidas cabíveis, não poderia haver certezas.

Aqui vale relembrar o que foi visto em Houaiss, Villar & Franco (2009:444), acerca do verbo julgar, essencialmente como decidir, após refletir; pronunciar sentença; considerar-se julgador. O jurado número 08 optou por decidir após refletir, desde o início, enquanto os outros 11 jurados optaram por pronunciar sentença e considerarem-se julgadores, nessa circunstância. Não obstante ter demandado mais tempo do que o esperado pela maioria dos jurados, os resultados deste estudo mostraram alinhamento com Abbagnnano (2003), quando discorreu sobre a faculdade de julgar, avaliar, escolher, decidir e relembrou que, tanto a decisão quanto a escolha precisa eliminar uma incerteza e dirimir uma controvérsia. Somente a partir da decisão do jurado número 08 foi possível pronunciar a sentença pautada no que regia o sistema.

5. Considerações Finais

Este artigo foi oriundo de um projeto educacional, desenvolvido com base na perspectiva de projetos de ensino, pesquisa e aprendizagem, destinada ao desenvolvimento de discentes de mestrado, sob orientação docente, com a finalidade de realizar ações voltadas para a formação humana e construção conjunta do conhecimento. As três perspectivas do projeto contribuíram para a manutenção da indissociabilidade entre ensino-aprendizagem e pesquisa.

O estudo observacional em análise fílmica, em meio a suas limitações e vantagens, mostrou que, o filme ‘Doze Homens e Uma Sentença’ favoreceu a compreensão de um processo analítico, em caráter precário, em razão de tratar-se da realização de uma atividade com tempo curto em um trabalho conjunto. Nesse filme, o jurado número 08, identificado ao final como Davis, é o arquiteto que realizou uma exaustiva investigação com outros 11 jurados que julgaram precipitadamente o réu, condenando-o à cadeira elétrica.

Utilizando-se da prerrogativa da tomada de decisão com base em análise de dados e fatos, em sua ação inicial de votar ‘inocente’, Davis conseguiu: garantir o tempo para conversar sobre o caso; favorecer a investigação sobre os fatos; mostrar, com dados examinados, a possibilidade de uma dúvida cabível; revelar as inconsistências das teses dos outros 11 jurados, ao decidirem por ‘culpado’, antes de quaisquer discussões; contribuir para a obtenção da unanimidade do veredicto.

Ficou patente, desde a segunda votação, que, quando Davis tomou a decisão de votar ‘inocente’, criou a possibilidade de investigar a existência de uma dúvida cabível

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entre os demais jurados e ajudá-los a sair do processo de tomada de decisão baseado no senso comum, no preconceito, na precipitação e na abdicação de responsabilidade pelo processo, sob a premissa equivocada de que a procuradoria já o havia feito. Por meio dessa investigação, Davis extraiu a dúvida cabível de cada um desses jurados, até absolver o réu por esse critério.

O processo balizado de tomada de decisão foi possível, somente após os jurados: assumirem deixar de lado preconceitos, medos, hipocrisias, sarcasmos e idiossincrasias; deixarem de entender as etapas de análise de dados e fatos, propostas pelo jurado número 08, como provocações pessoais; eliminarem os ressentimentos que inviabilizavam a capacidade de votar com isenção. As decisões partilhadas foram incrementadas por intermédio de revelação das diferenças de conhecimentos entre esses jurados, do modo de raciocinar, de valores e de propósitos.

A investigação acerca da estratégia de análise fílmica na gestão de projetos educacionais, quer pelas entrevistas, quer pelos protocolos de observações, mostrou que, a eficácia desse recurso reside na simulação que distancia o indivíduo da exposição a constrangimentos e do incremento da sua reflexão pela observação dos comportamentos dos personagens. Reforçou-se neste estudo o poder mobilizador do processo de tomada de decisão com base em análise de dados e fatos.

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