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Entrevista:Nilson SartiOs desaos domercado imobiliriobaiano
Ponto de vista:
Carlos AlbertoMatos VieiraLimaConstruo civilcontribui paraelevar aqualidade devida dobrasileiro
ISSN 1413-1536179 abr.-jun. 2013
Educao xcrescimentoeconmico na Bahia:de 2000 a 2010____________________
Economia baiana no1 trimestre 2013:desempenho eperspectivas
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SECRETARIA
DA FAZENDA
SECRETARIA DO
PLANEJAMENTO
SECRETARIADE
INFRAESTRUTURA
A P O I O
R E A L I Z A O
P A T R O C N I O
INSCRIES ABERTAS
w w w . e e b . u f b a . b r
DINAMISMO eINTEGRAOECONMICA:
este e Brasil1 9 E 2 0 D E S E T E M B R O
19e20de
setem
brode
201
3
O IX Encontro de Economia Baiana coloca em pauta o Dinamismo e a
Integrao Econmica da regio Nordeste no Brasil. Um convite reflexo
sobre as perspectivas e possibilidades de se alcanar um novo patamar de
desenvolvimento para o Nordeste, com maior crescimento econmico e
melhoria na gerao de emprego e renda para os diferentes estados
PALESTRASCARLOS BRANDO UFRJ
Ps-doutor pelo Centro de Estudos Sociais
da Universidade de Coimbra (UC)DINAMISMO E INTEGRAO ECONMICA: NORDESTE E BRASIL
FERNANDO NOGUEIRA DA COSTA UNICAMP
Doutor em Cincia Econmica pela UniversidadeEstadual de Campinas (Unicamp)
SOCIAL-DESENVOLVIMENTISMO E CAPITALISMODE ESTADO NEOCORPORATIVISTA
MESA REDONDAINTEGRAO E DESENVOLVIMENTO DA BAHIAOSWALDO GUERRA UFBADoutor em Cincia Econmica pela UniversidadeEstadual de Campinas (Unicamp)EDGARD PORTO SEI
Doutor em Planificao Territorial eDesenvolvimentoRegional pela Universidade de Barcelona (UB)
LOCALHOTEL FIESTA CONVENTION CENTERAvenida Antnio Carlos Magalhes, 711, Pituba,Salvador (BA)
INFORMAESwww.mesteco.ufba.br
(71) 3116.1780
REAS TEMTICASQEconomia Baiana
QEconomia RegionalQFinanciamento do Desenvolvimento
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Entrevista Artigos
22Agricultura amiliar:um apndice parao desenvolvimentoeconmico
Euber Oliveira da Silva,Ubiraci de Souza Santos
37Cooperao: uminstrumento paraortalecer relaessolidrias e estimularo uxo econmicolocal em reas urbanasperiricas
Lus Paulo Arena Alves
29A relao entreeducao ecrescimentoeconmico na Bahia:uma anlise para operodo 2000-2010
Larcio DamianeCerqueira da Silva,Semramis Mangueira deLima
46A crise ecolgica docapitalismo: duasvises em disputa
Pedro Marques deSantana
Sumrio
ExpedienteGOVERNO DO ESTADO DA BAHIAJAQUES WAGNER
SECRETARIA DO PLANEJAMENTOJOS SERGIO GABRIELLI
SUPERINTENDNCIA DE ESTUDOSECONMICOS E SOCIAIS DA BAHIAJOS GERALDO DOS REIS SANTOS
CONSELHO EDITORIALAndra da Silva Gomes, Antnio AlbertoValena, Antnio Plnio Pires de Moura,Celeste Maria Philigret Baptista, CsarBarbosa, Edmundo S Barreto Figuera,Gildsio Santana Jnior, Jackson OrnelasMendona, Jorge Antonio Santos Silva,Jos Ribeiro Soares Guimares, LaumarNeves de Souza, Paulo Henrique de
Almeida, Ranieri Muricy, Rosembergue
Valverde de Jesus, Thiago Reis Ges
DIRETORIA DE INDICADORES EESTATSTICASGustavo Casseb Pessoti
COORDENAO GERALLuiz Mrio Ribeiro Vieira
COORDENAO EDITORIALElissandra Alves de BrittoRosangela Ferreira Conceio
EQUIPE TCNICAMaria Margarete de Carvalho Abreu PerazzoMercejane Wanderley SantanaZlia GisBarbara Monica Brito Sacramento (estagiria)Dilciele Nascimento de Sousa (estagiria)
COORDENAO DE BIBLIOTECAE DOCUMENTAO/ NORMALIZAOEliana Marta Gomes Silva Sousa
COORDENAO DE DISSEMINAODE INFORMAES
Ana Paula Porto
EDITORIA-GERALElisabete Cristina Teixeira Barretto
REVISOChristiana Fausto (Linguagem)Ludmila Nagamatsu (Padronizao e Estilo)
DESIGN GRFICO/EDITORAO/ILUSTRAESNando Cordeiro
PRODUOErika Encarnao (Estagiria)
FOTOSSecom, Stock XCHNG
IMPRESSO
EGBA Tiragem: 1.000
Carta do editor5
7Desempenho daeconomia baiana no1 trimestre 2013 eperspectivas
Carla do Nascimento,Elissandra Britto,Raael Cunha,Rosangela Conceio
Economia emdestaque
19Os desafos domercado imobiliriobaiano
Nilson Sarti
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Av. Luiz Viana Filho, 4 Avenida, 435, CABSalvador (BA) Cep: 41.745-002
Tel.: (71) 3115 4822 Fax: (71) 3116 1781
www.sei.ba.gov.br [email protected]
Conjuntura & Planejamento / Superintendncia de EstudosEconmicos e Sociais da Bahia. n. 1 (jun. 1994 ) . Salvador:SEI, 2013.n. 179TrimestralContinuao de: Sntese Executiva. Periodicidade: Mensal ato nmero 154.
ISSN 1413-1536
1. Planejamento econmico Bahia. I. Superintendnciade Estudos Econmicos e Sociais da Bahia.
CDU 338(813.8)
Ponto de vista IndicadoresconjunturaisInvestimentosna Bahia
56O Estado da Bahiadever atrair cerca de441 empreendimentosat 2015
Fabiana Karine Santos deAndrade
Livros60
Os artigos publicados so de inteira respon-sabilidade de seus autores. As opinies nelesemitidas no exprimem, necessariamente, oponto de vista da Superintendncia de EstudosEconmicos e Sociais da Bahia (SEI). permi-tida a reproduo total ou parcial dos textosdesta revista, desde que seja citada a onte.Esta publicao est indexada no UlrichsInternational Periodicals Directorye no sistemaQualis da Capes.
75IndicadoresEconmicos
83Indicadores Sociais
93Finanas Pblicas62ConjunturaEconmicaBaiana
54Construo civilcontribui para elevar aqualidade de vida dobrasileiro
Carlos Alberto MatosVieira Lima
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PROJETO DE
ATUALIZAODAS DIVISASMUNICIPAISATUAL COMO VOC,GRANDE COMO A BAHIA
Os limites dos municpios baianos ganham novos contornos,
atualizando uma defasagem de mais de 60 anos. A SEI j concluiuo trabalho de campo em 321 municpios e j percorreu mais de
70% do territrio baiano. Informaes atuais e precisas que vo
ajudar o governo e a sociedade a construir uma nova Bahia.
www.sei.ba.gov.br
twitter@eu_SEI fac
ebook.com/imprensas
ei
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Carta do editor
A economia brasileira apresentou, nos primeiros meses de 2013, um desempenhobem aqum das expectativas do mercado. Em consonncia a essa avaliao, a revista
Conjuntura & Planejamento, na sua edio 179, traz um cenrio quanto ao compor-tamento das economias brasileiras e baianas nos prximos meses do ano de 2013.
De acordo com a avaliao da equipe de acompanhamento conjuntural, o baixocrescimento das exportaes oi o principal motivador para o tmido desempenho da
economia brasileira no primeiro trimestre do ano de 2013, sendo resultado da reduoda demanda dos pases industrializados. Outros aspectos ressaltados, que tambminuenciaram o comportamento da economia brasileira, oram a alta inao e a orte
concorrncia de produtos importados.
Com a inteno de ampliar a discusso, na seo de artigos, abordam-se questesestruturais que permeiam o crescimento econmico do pas. O artigo de LarcioDamiane Cerqueira da Silva e Semramis Mangueira de Lima intituladoA Relao EntreEducao e Crescimento Econmico na Bahia: Uma Anlise Para o Perodo 2000
2010 retrata a concentrao cada vez mais intensa sobre os investimentos em capitalhumano, sobretudo em educao.
Nessa edio, colaboram os profssionais Nilson Sarti, engenheiro civil e presidenteda Associao de Dirigentes das Empresas de Mercado Imobilirio da Bahia (Ademi),
alm de atual diretor da Akasa Incorporadora, e Carlos Alberto Vieira Lima, presidentedo Sindicato da Indstria da Construo do Estado da Bahia. O primeiro explana, naseo de Entrevista, sobre a relevncia da Ademi para o mercado imobilirio baiano,ao tempo que discute temas como o cenrio da construo civil para esse Estado,impactos ambientais e socioeconmicos do desenvolvimento imobilirio, juros e fnan-ciamentos. Alm da absoro de mo de obra no mercado imobilirio e da construocivil, tambm so analisadas as perspectivas de crescimento do setor no mbitoestadual. Na seo Ponto de Vista, Lima inorma ao leitor a sua percepo sobre aimportncia da indstria de construo civil para o crescimento econmico do pas. Nasua avaliao, trata-se de um importante gerador de emprego em todo pas, estando
relacionado com a melhoria da qualidade de vida da populao, como construo deestradas, pontes, viadutos, escolas, hospitais, usinas e habitaes de interesses sociais.
Assim, ao retratar as questes que permeiam o crescimento das economias brasi-leira e baiana, a revista Conjuntura & Planejamento, na sua edio 179, contribui para
esclarecer seus leitores sobre as difculdades a serem enrentadas pelo pas em 2013,diante de uma conjuntura internacional adversa. Os artigos apresentados no somenteretratam essa realidade, como tambm remetem a questes de carter estrutural douncionamento da prpria economia e a algumas perspectivas para os prximos meses.
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8 Conj. & Planej., Salvador, n.179, p.6-17, abr.-jun. 2013
Desempenho da economia baiana no 1 trimestre 2013 e perspectivasEconomia
Em dEstaquE
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Desempenho da
economia baiana no1 trimestre 2013 eperspectivas
Carla do Nascimento*
Elissandra Britto**
Raael Cunha***Rosangela Conceio****
O cenrio econmico internacional, neste primeiro trimestre,
oi impactado por novas difculdades fnanceiras na Europa,
crescimento econmico menor que o esperado na Chinae ocos de problemas geopolticos, embora os EstadosUnidos comeassem a dar alguns sinais de melhora nosseus nmeros de produo e consumo, sob o impulso daormao de estoques e do consumo privado. A confana
do consumidor americano est no nvel mais elevado emseis anos, a criao de empregos tem melhorado, e o setor
de imveis est em recuperao h 12 meses. O crditoa empresas e consumidores acelerou e este ano a inds-tria automobilstica no ir parar para as rias coletivas.No Japo, em meio a polticas de relaxamento fscal emonetrio, a economia apresenta sinais de recuperao.As variaes trimestrais anualizadas do PIB atingiram, noprimeiro trimestre, 2,5% nos EUA, -0,9% na Zona do Euro,
3,5% no Japo e 6,6% na China, ante variao de 0,4%,-2,3%, 1% e 8,2%, respectivamente, no trimestre anterior.
* Mestre em Economia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), economista pela UniversidadeEstadual de Feira de Santana (UEFS) e tcnica da Superintendncia de Estudos Econmicos eSociais da Bahia (SEI). [email protected]
** Mestre em Economia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), economista pela UFBA e tcnicada Superintendncia de Estudos Econmicos e Sociais da Bahia (SEI). [email protected]
*** Mestrando em Economia pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), e tcnico da Superin-tendncia de Estudos Econmicos e Sociais da Bahia (SEI). [email protected]
**** Mestre em Administrao pela Universidade Salvador (Uniacs), especialista em Auditoria Fiscalpela Universidade do Estado da Bahia (UNEB), matemtica pela Universidade Catlica de Braslia(UCB) e economista pela Universidade Catlica do Salvador (UCSal). Tcnica da Superintendnciade Estudos Econmicos e Sociais da Bahia (SEI), docente da Escola de Engenharia e TI naUniacs. [email protected]
9Conj. & Planej., Salvador, n.179, p.6-17, abr.-jun. 2013
Economia
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No Brasil, a economia teve um desempenho aqum doesperado e o principal ato motivador, comum a todas aseconomias emergentes, reere-se ao baixo crescimento
das exportaes devido reduo da demanda dos
pases industrializados. Por outro lado, internamente, opas vem enrentando a alta inao e a orte concor-rncia de produtos importados mais baratos, resultandoem dfcits comerciais elevados.
O Produto Interno Bruto (PIB), de acordo com as ContasNacionais Trimestrais (2013), apresentou variao positiva
de 0,6%, na comparao do primeiro trimestre de 2013em relao ao quarto trimestre de 2012, considerando-se
a srie com ajuste sazonal. Na comparao com igualperodo de 2012, houve aumento do PIB de 1,9% no
primeiro trimestre do ano, contrariando as expectativasiniciais do mercado. De tal modo, o PIB acumulou, emquatro trimestres encerrados em maro de 2013, cresci-mento de 1,2% em relao a 2012. O destaque positivocoube Agropecuria com expanso de 17,0%, seguidopor Servios (1,9%), enquanto que a Indstria apresentou
queda de 1,4%. Pelo lado da demanda interna, destaca-se
o crescimento de 3,0% da ormao bruta de capitalfxo aps quatro quedas seguidas em 2012. O consumodas amlias apresentou crescimento de 2,1%, sendo atrigsima oitava variao positiva consecutiva nessabase de comparao.
O desempenho do setor industrial, no primeiro trimestrede 2013, oi consequncia do decrscimo na produo
em nove dos 14 locais pesquisados pelo InstitutoBrasileiro de Geografa e Estatstica (IBGE) (PESQUISAINDUSTRIAL MENSAL, 2013). As quedas oram regis-tradas no Amazonas (-7,0%), Esprito Santo (-6,3%), Rio de
Janeiro (-5,6%), Paran (-4,8%), Rio Grande do Sul (-4,6%),So Paulo (-3,9%), Santa Catarina (-2,7%), Cear (-1,3%)
e Par (-1,1%). Setorialmente, os principais impactosnegativos oram observados em edio, impresso ereproduo de gravaes (-10,2%), metalurgia bsica(-6,9%), armacutica (-9,0%), alimentos (-3,1%), indstrias
extrativas (-4,9%), produtos txteis (-7,1%), mquinas e
equipamentos (-2,0%) e umo (-23,3%).
Na Bahia, o PIB cresceu 1,5% no primeiro trimestre de2013. Este resultado ponderado, dierente do obser-
vado para o Pas, oi devido ao acrscimo de 3,2%na indstria e de 0,9% em servios, e queda de 4,3%na agropecuria (ECONOMIA..., 2013). Com resultadosuperior ao divulgado pela Superintendncia de EstudosEconmicos e Sociais da Bahia SEI, o ndice do BancoCentral Regional (IBCR) registrou acrscimo de 3,1% no
primeiro trimestre, em relao ao mesmo perodo doano anterior. O IBC-BR oi de 1,8% e, para o Nordeste,o ndice oi de 3,6% (BANCO CENTRAL DO BRASIL,
2013b). A dinmica do crescimento da economia baiana,no primeiro trimestre, oi sustentada pelo ritmo de cres-cimento da indstria de transormao, ancorada naproduo de derivados de petrleo.
Tendo por base o breve panorama da conjuntura, o presente
artigo analisa os principais resultados setoriais das econo-mias brasileira e baiana, no primeiro trimestre de 2013, naorma como so expostos nas sees que se seguem.
EXPECTATIVAS DE RETRAO DA
PRODUO AGRCOLA EM 2013
Na Bahia, a sara de gros apresenta perspectiva dequeda de 7,6%, que corresponde a uma produo de
5,9 milhes de toneladas ante as 6,5 milhes de tone-ladas em 2012, segundo o Levantamento Sistemtico daProduo Agrcola (2013) do IBGE. Os desdobramentosda continuidade do cenrio de seca e a incidncia dapraga da lagarta do milho so os principais atores desa-
vorveis desta situao.
O Produto Interno Bruto(PIB), de acordo com as
Contas Nacionais Trimestrais(2013), apresentou variaopositiva de 0,6%, nacomparao do primeirotrimestre de 2013 em relaoao quarto trimestre de 2012
10 Conj. & Planej., Salvador, n.179, p.6-17, abr.-jun. 2013
Desempenho da economia baiana no 1 trimestre 2013 e perspectivasEconomia
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O destaque negativo a intensifcao da queda dasoja, que chega a 20,7%. A estimativa inicial, que eraextremamente positiva devido grande rea reservadapara plantio (8,9%) e aos bons preos do mercado, no
se confrmou por causa da continuidade da seca e dapraga da lagarta do milho. Outro ator interessante odescolamento com os dados nacionais, que apontamcrescimento de 22% (COMPANHIA NACIONAL DEABASTECIMENTO, 2013) e presses de baixa no preonacional, mesmo que os preos no mercado externoestejam aquecidos. Outra cultura aetada pela praga oalgodo, que j apresenta queda de 17,3% na produo.
Na produo de algodo na Bahia, que comea a sercolhida com maior concentrao nos meses de junho e
julho, esperada queda de 17,3%, com um pouco maisde um milho de toneladas: so dois anos seguidos de
queda e de perda de um patamar de produo em tornode 1,5 milho de toneladas. A menor rea reservada para
a cultura e a alta de chuvas no perodo oram consequ-ncias para a reduo na produo.
O eijo apresenta uma expectativa de 176 mil toneladas,chegando a 66,3% de crescimento perante 2012, anoque apresentou uma quebra orte na produo devido a
intenso perodo de seca. A primeira sara ainda no possuidados completos, nmeros preliminares mostram 105mil toneladas ante as 39 mil do ano passado. Dados daAssociao dos Agricultores e Irrigantes da Bahia (AIBA)
e da Companhia Nacional de Abastecimento CONAB1,porm, no so to otimistas, o que pode confrmar queesse nmero preliminar est superestimado. Para a segunda
sara, a previso de chuva ator preponderante, pormmesmo com boas chuvas, os produtores esto pessimistas
com o que pode vir nos prximos meses e pelas dvidas jcontradas. Isso az com que o plantio acabe sendo poster-
gado at que o cenrio se apresente mais claro para os
produtores. Para o milho, o cenrio parecido, uma primeira
sara com 8,6% de variao positiva e uma expectativa deproduo total de 2,1 milhes de toneladas, sendo 16,7%
superior a 2012. Os nmeros esto muito otimistas, j quea CONAB apresenta queda de 0,1% na produo total, ena primeira sara uma variao negativa de 7,2%, dadosconfrmados pela AIBA, que aponta para uma queda de
19% na produo no Oeste do Estado, responsvel por,praticamente, 90% da produo desta cultura na Bahia.
1 Os dados da Conab seguem metodologia diversa da adotada pelo IBGE,uma vez que so considerados em relao ao ano sara, que vai de outubrode 2012 a setembro de 2013. O IBGE considera o ano civil.
Tabela 1Estimativa de produo sica, reas plantadas e colhidas e rendimentos dos principais produtos pelo IBGE Bahia 2012/2013
Produtos/sarasProduo sica (mil t) rea plantada (mil ha) rea colhida (mil ha) Rendimento (kg/ha)
2012 (1) 2013 (2) Var. (%) 2012 (1) 2013 (2) Var. (%) 2012 (1) 2013 (2) Var. (%) 2012 (3) 2013 (3) Var. (%)
Mandioca 2.202 2.370 7,6 387 342 -11,5 222 220 -1,1 9.920 10.795 8,8Cana-de-acar 6.894 6.806 -1,3 121 118 -2,5 118 113 -4,1 58.471 60.196 2,9
Cacau 159 146 -8,3 540 523 -3,2 532 523 -1,6 300 279 -6,8
Ca 143 147 2,8 171 147 -13,7 160 158 -1,3 897 934 4,1
Gros 6.490 5.995 -7,6 2.541 2.593 2,0 2.192 2.388 9,0 2.962 2.510 -15,2
Algodo 1.256 1.039 -17,3 433 305 -29,5 396 305 -23,1 3.171 3.412 7,6
Feijo total 107 176 65,3 316 350 10,8 222 295 32,9 480 598 24,4
Feijo 1 sara 39 105 169,2 201 237 17,8 135 182 34,9 287 573 99,6
Feijo 3 sara 68 72 5,8 114 113 -1,6 87 113 29,7 781 637 -18,4
Milho 1.883 2.198 16,7 592 634 7,1 407 493 21,1 4.630 4.463 -3,6
Milho 1 sara 1.748 1.899 8,6 425 440 3,6 316 299 -5,4 5.533 6.356 14,9
Milho 2 sara 135 299 121,7 167 194 15,8 91 194 113,6 1.488 1.544 3,8
Soja 3.213 2.549 -20,7 1.113 1.211 8,9 1.113 1.211 8,9 2.888 2.104 -27,1
Sorgo 32 32 -0,6 88 93 5,1 54 85 56,8 591 375 -36,6Total - - - 3.760 3.724 -1,0 3.223 3.402 5,5 - - -
Fonte: IBGE - Levantamento Sistemtico da Produo Agrcola (2013)Elaborao: SEI /CAC.(1) LSPA/IBGE 2012.(2) LSPA/IBGE previso de sara 2013 (abril/13).(3) Rendimento = produo sica/rea colhida.
11Conj. & Planej., Salvador, n.179, p.6-17, abr.-jun. 2013
Economia
Em dEstaquECarla do Nascimento, Elissandra Britto, Raael Cunha, Rosangela Conceio
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Os dados da soja, na Bahia, no oram dierentes dosdemais gros, sua produo tambm caiu devido adversidade climtica no desenvolvimento da culturae da praga da lagarta do milho. A produo, segundoTabela 1, de 2,5 milhes de toneladas, 20,7% menorque a sara passada.
A produo de mandioca pode subir 7,6% no estado.Um bom rendimento esperado o que sustenta esta
recuperao, mas preciso acompanhar os dados nacolheita para confrmar este otimismo.
O ca, que tem seu incio de colheita em junho, possuiexpectativas otimistas que apresentam crescimento de2,8%. O produto oi muito castigado pela alta de gua noano passado, e a continuidade da seca pode azer comque o produto ainda no se recupere nesta sara de 2013.Dados da AIBA mostram uma queda de 15% na sara devero, que corresponde a 30% da cultura no estado, porm
preciso esperar as primeiras colheitas de junho para se
confrmar como est o rendimento da cultura e s assimindicar a direo que estar tomando a produo de ca.
O cacau est se recuperando aos poucos da grandequeda de produo ocorrida nos anos noventa, pormseu principal entrave agora, alm da vassoura de bruxa, a concorrncia internacional num ambiente de estagnao
do mercado desta commodityna Europa e Estados Unidos.
Uma possvel quebra de sara na Indonsia pode pres-sionar demandas internacionais para o cacau brasileiro.
Com isso, a sara principal recorde, que terminou agoraem abril, pode ter potenciais compradores e pressionarpara uma leva alta no preo e melhores ganhos. A sara2012/2013, acompanhada pela Comisso Executiva doPlano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), alcanou 178 miltoneladas, com 35% de aumento. Vale lembrar que osdados da sara principal de cacau so computados pelo
IBGE com base na sara de 2012. A sara de 2013 scomea a ser registrada pelo rgo no ms de maio.
Dados da cana-de-acar apontam para uma retraoda produo de 1,3%, chegando a 6,8 milhes de tone-ladas. Esta expectativa de queda se justifca pela pequena
reduo na rea plantada e pela base altista da sararecorde do ano passado. Os preos, tanto para acar
O cacau est se recuperando
aos poucos da grande quedade produo ocorrida nosanos noventa, porm seuprincipal entrave agora, almda vassoura de bruxa, aconcorrncia internacional
Tabela 2Estimativa de produo sica, reas plantadas e colhidas e rendimentos dos principais produtos pela CONAB Bahia 2012/2013
Produtos/sarasProduo sica (mil t) rea plantada (mil ha) Rendimento (kg/ha)
2012 2013 (1) Var. (%) 2012 2013 (1) Var. (%) 2012 2013 (1) Var. (%)
Gros 6.774 5.662 -16,4 2.655 2.637 -0,7 12.824 11.396 -11,1Algodo 1.240 944 -23,9 418 274 -34,5 2.970 3.450 16,2
Feijo total 118 105 -11,1 427 342 -19,9 545 710 30,3
Feijo 1 sara 71 48 -31,9 240 229 -4,4 295 210 -28,8
Feijo 3 sara 47 56 20,5 187 113 -39,8 250 500 100,0
Milho 2.174 1.898 -12,7 605 652 7,7 5.807 4.866 -16,2
Milho 1 sara* 1.954 1.656 -15,2 429 458 6,8 4.557 3.616 -20,6
Milho 2 sara 220 242 10,0 176 194 10,0 1.250 1.250 0,0
Soja 3.183 2.692 -15,4 1.113 1.282 15,2 2.860 2.100 -26,6
Sorgo 59 24 -60,2 92 87 -5,3 642 270 -57,9
Total - - - 2.655 2.637 -0,7 - - -Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (2013).Elaborao: SEI /CAC.(1) Conab: quarto levantamento da sara de gros (abr. 2013).
12 Conj. & Planej., Salvador, n.179, p.6-17, abr.-jun. 2013
Desempenho da economia baiana no 1 trimestre 2013 e perspectivasEconomia
Em dEstaquE
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como para etanol, no esto avorveis e os ganhos estoreduzidos. Segundo a CONAB, a cana-de-acar na Bahia
destinada ao acar 32% e ao etanol de 68%, e entreo etanol a distribuio segue com 32% de etanol anidro
e 68% de hidratado.
RECUPERAO NA ATIVIDADEINDUSTRIAL E MENOR RITMODO COMRCIO EXTERIOR
A produo sica da indstria (transormao e extrativamineral) na Bahia, no primeiro trimestre, apresentou acrs-
cimo de 2,2% quando comparado com o mesmo perodo
de 2012. No mesmo perodo, o Pas e o Nordeste apresen-
taram taxas negativas de 0,5% e 0,9%, segundo dadosda PESQUISA INDUSTRIAL MENSAL (2013) do IBGE.
A anlise setorial evidencia que a perormance da produo
industrial baiana oi inuenciada principalmente pelos resul-
tados positivos apresentados pelo segmento Refno depetrleo e produo de lcool(20,2%), Metalurgia (11,2%),
Borracha e plstico (16,0%) e Celulose e papel (1,2%).Em sentido contrrio, destacaram-se Produtos qumicos(-6,1%) eAlimentos e bebidas (-11,6%).
Entre os atores que contriburam para o avano do cresci-mento industrial no estado, superior ao observado no Pas e
na regio Nordeste, listam-se os preos de leo combustvel
avorveis no mercado externo, a retomada da produode derivados de petrleo, ocorrida desde o ltimo trimestrede 2012, e os ganhos de escala da indstria metalrgica apartir dos avanos da nova tecnologia na eletrlise.
Quanto aos derivados de petrleo da refnaria baiana,observou-se, no primeiro trimestre, expanso de 19,7%,
com aumento de 41,5% em leo combustvel, 21,6%em leo diesel, 4,5% emgasolina e 11,7% emnata. Tal
perormance reete o aumento na demanda por derivados
de petrleo, que pode ser confrmado atravs da venda
de combustveis, que no estado registrou acrscimo de18,5% no primeiro trimestre. Neste sentido,
preocupada com este novo patamar de consumo, a Agncia
Nacional do Petrleo, Gs Natural e Biocombustveis (ANP)
decidiu impor estoques mnimos de petrleo e derivados
tanto Petrobras quanto aos distribuidores, em resolu-
es distintas para os dois segmentos (VENDAS... 2013).
Mesmo com a recuperao na produo sica da inds-
tria baiana, o nvel de emprego, no primeiro trimestre de2013, registrou decrscimo de 4,6%, comparando-se com
o mesmo perodo de 2012, segundo a Pesquisa Industrial
Mensal de Emprego e Salrio (2013) do IBGE. Por suavez, o indicador horas trabalhadas, que responde maisrapidamente s oscilaes da produo industrial, poisno incorre em aumento de custos para o setor, regis-
trou queda mais intensa, com taxa de 5,3% no primeirotrimestre de 2013. Nacionalmente, o nvel de emprego e o
nmero de horas pagas registraram, no primeiro trimestre
de 2013, reduo de 1,0% e 1,7%, respectivamente.
Dentre os segmentos que inuenciaram negativamenteo resultado do indicador do emprego industrial baianono primeiro trimestre de 2013, destacaram-se Caladose couro (-19,3%), Mquinas e equipamentos (-13,9%) eRefno de petrleo (-19,2%). Em contrapartida, os princi-pais segmentos que impactaram positivamente o nmero
de pessoas ocupadas nesse perodo oram Fabricaode meios de transporte (11,4%), Produtos qumicos (4,9%)
e Produtos de Metal(2,7%).
No rontexterno, e com um ritmo um pouco mais ortedo que no Pas, a balana comercial da Bahia apresentou
supervit de US$ 5,5 bilhes no primeiro quadrimestrede 2013, ante o supervit de US$ 6,0 bilhes no ano
No ront externo, e com umritmo um pouco mais orte
do que no Pas, a balanacomercial da Bahia apresentousupervit de US$ 5,5 bilhesno primeiro quadrimestre de2013, ante o supervit de US$6,0 bilhes no ano anterior
13Conj. & Planej., Salvador, n.179, p.6-17, abr.-jun. 2013
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anterior, de acordo com as estatsticas do Ministriodo Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior MDIC, divulgadas pela SEI (BOLETIM DE COMRCIO
EXTERIOR DA BAHIA, 2013). No pas, oi observado
um dfcit de 6,15 bilhes no perodo de janeiro a abril,resultado da queda de 4,3% nas exportaes e acrs-cimo de 8,8% nas importaes (BRASIL, 2013a).
As exportaes baianas, no primeiro quadrimestre de2013, alcanaram US$ 3,0 bilhes, com decrscimo de9,3% comparado ao mesmo perodo de 2012. O desem-
penho das exportaes proveio especialmente do recuonas vendas nos segmentos Petrleo e derivados (-47,5%),
Algodo e subprodutos (-48,1%),Metais preciosos (-18,7%)
e Borracha (-21,9%). Em sentido contrrio, com taxas posi-
tivas destacaram-se Soja e derivados (48,0%),Automotivo(33,1%), Metalrgicos (15,1%), Qumicos e petroqumicos(3,0%) e Papel e celulose (4,0%).
Na comparao com 2012, a venda de produtos bsicos na
Bahia caiu 5,2%, os manuaturados reduziram-se em 18,6%
e os semimanuaturados exibiram acrscimo de 7,4%. Ogrupo de produtos industrializados respondeu por 80,8%do total exportado pela Bahia no primeiro trimestre de 2013.
Por mercados de destino, destacam-se as vendas para asia (34,1%). Para a Unio Europeia, que ocupa a segundaposio como mercado comprador de produtos baianos,as vendas reduziram em 21,9% em 2012, superando as doNata, que registraram aumento no perodo de 4,8%. Dentre
os produtos vendidos sia, destacam-se celulose e soja.
As importaes registraram decrscimo de 5,3%, comvalores de US$ 2,5 bilhes, e a corrente de comrcio(exportaes mais importaes) registrou recuo de 7,5%no perodo considerado.
Em termos de participao, as compras de Intermedirios
representaram 48,5% da pauta total, e as de Bens decapital, 19,2%, demonstrando que a pauta baiana deimportao ortemente vinculada a bens direcionados
atividade produtiva. As importaes deBens de consumorepresentaram 12,6%, e as de Combustveis e lubrifcantes,
19,7%. Em termos de variao, no perodo de janeiro a abril,
a categoria Bens de intermedirios apresentou crescimento
de 15,0%, a de Combustveis e lubrifcantes recuou 29,6%,
Bens de capitalcresceu 14,5% e Bens de Consumo reduziu
32,4%, com Bens de consumo no durveis caindo 37,9%e Bens de consumo durveis aumentando 10,7%.
Com a inteno de melhorar a competitividade da indstriabrasileira, que sore com questes relacionadas inraes-trutura, produtividade e cmbio, o governo brasileiro adotou
medidas em relao aos produtos importados vendidos nomercado domstico. Vrias destas iniciativas oram intro-
duzidas neste primeiro trimestre, incluindo a Resoluodo Senado Federal n 13/2012 que uniormiza a alquota
do ICMS sobre determinados produtos importados; reno-vao do Programa Reintegra que benefcia as exporta-es; reduo do custo da energia eltrica; desoneraoda olha de pagamento; e juros menores para fnancia-mentos de investimentos produtivos. As expectativas soque estas medidas contribuiro para melhores condiesde negcios em diversos segmentos da indstria brasileirade transormao. Para a indstria qumica, em atendimento
proposta apresentada pelo Conselho de Competitividadeda Indstria Qumica, oi aprovada, em maio, a reduoda alquota de PIS e COFINS para a compra de matrias-
-primas das empresas de 1 e 2 gerao do setor qumico.
VAREJO MANTM CRESCIMENTONAS VENDAS
O comrcio varejista baiano apresentou um tmidodesempenho no primeiro trimestre de 2013. Quandoavaliado o volume de vendas do setor nas 27 Unidadesda Federao, observa-se que a Bahia obteve, com o
Na comparao com
2012, a venda de produtosbsicos na Bahia caiu5,2%, os manuaturadosreduziram-se em 18,6% e ossemimanuaturados exibiramacrscimo de 7,4%
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crescimento de apenas 0,2%, o pior resultado no perodo
analisado, perdendo apenas para o estado do Piau, queregistrou a variao negativa de 0,2%, conorme ilustrado
no Grfco 1 (PESQUISA MENSAL DE COMRCIO, 2013).
No que diz respeito aos resultados apresentados pelossegmentos no ano, os dados da PMC revelam que, naBahia, seis de um total de oito ramos que compem o
Indicador do Volume de Vendas apresentaram resul-tados positivos. Listadas pelo grau de magnitude dastaxas em ordem decrescente, tm-se: Outros artigos
de uso pessoal e domstico (33,0%); Livros, jornais,revistas e papelaria (9,0%); Tecidos, vesturio e calados(8,1%);Artigos armacuticos, mdicos, ortopdicos, deperumaria e cosmticos (3,9%); Mveis e eletrodoms-
ticos (2,8%); Hipermercados, supermercados, produtosalimentcios, bebidas e umo (0,7%). Para o subgrupo deSuper e hipermercados, o resultado apurado oi positivoem 3,0%. O segmento de Combustveis e lubrifcantes
apresentou variao negativa de 14,9% e Equipamentos
e materiais para escritrio, inormtica e comunicaoregistrou queda de 12,8%(Tabela 3).
Tabela 3Comrcio Varejista, por segmento Bahia mar. 2013
AtividadeMensal (2)
Ano (3) Acumulado12 meses (4)Jan. Fev. Mar.
Comrcio Varejista 5,2 -4,7 -0,2 0,2 7,21 - Combustveis e lubricantes -9,5 -22,3 -13,0 -14,9 0,02 - Hipermercados, supermercados, produtos alimentcios, bebidas e umo 4,7 -3,9 1,3 0,7 4,6
2.1 - Hipermercados e supermercados 5,9 -1,2 4,2 3,0 5,43 - Tecidos, vesturio e calados 10,3 8,5 5,5 8,1 11,3
4 - Mveis e eletrodomsticos 11,0 -3,0 -0,1 2,8 7,85 - Artigos armacuticos, mdicos, ortopdicos e de perumaria 5,0 4,0 2,8 3,9 8,16 - Equipamentos e material de escritrio, inormtica e comunicao 0,0 -18,8 -18,8 -12,8 27,47 - Livros, jornais, revistas e papelaria 2,7 15,3 10,7 9,0 9,98 - Outros artigos de uso pessoal e domstico 40,8 27,8 30,3 33,0 27,0Comrcio Varejista Ampliado (5) 6,8 -2,7 -0,8 1,1 9,19 - Veculos, motos, partes e peas 9,1 -0,4 -1,1 10,7 15,410 - Material de construo 10,8 7,9 -4,9 10,8 6,4
Fonte: IBGE/Pesquisa Mensal de Comrcio (2013)(1) Resulta do defacionamento dos valores nominais de vendas por ndices de preos especcos para cada grupo de atividade.(2) Compara a variao mensal do ms de reerncia com igual ms do ano anterior.(3) Compara a variao acumulada do perodo de reerncia com igual perodo do ano anterior.(4) Compara a variao acumulada nos ltimos 12 meses em relao aos 12 meses anteriores.(5) O indicador do comrcio varejista ampliado composto pelos resultados das atividades numeradas de 1 a 10.
14
12
10
8
6
4
2
0
-2
(%)
MS RN PB RO MA TO PA MT PE RJ CE RR PR RS GO AP SP BR ES AL SE AC AM DF SC MG BA PI
Grfco 1Volume de vendas do comrcio varejista Brasil e Unidades da Federao
Fonte: Pesquisa Mensal de Comrcio/IBGE (2013).
Elaborao SEI/CAC.*Variao acumulada no ano.
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Para o comrcio ampliado, observa-se, no acumuladodo ano, um crescimento de 1,1% no volume de negcios.
Esse comportamento atribudo ao desempenho dossegmentos de Veculos, motos, partes e peas e Material
de construo. Nos trs primeiros meses de 2013, ambosos segmentos registraram crescimento nas vendas, de10,7% e 10,8%, respectivamente.
Quando analisada a srie histrica do setor, observa-se
que esse desempenho o mais tmido apresentado pelosetor nos primeiros meses do ano, desde o ano de 2003,
quando o Indicador de Volume de Vendas registrou, para
o acumulado do ano, a variao negativa de 10,6%. Aanlise dos ltimos 12 meses indica que as vendas dosetor passam por um perodo de acomodao (Grfco 2).
Segundo avaliaes do Bradesco (2013), o resultado noms de maro reora a expectativa de que o consumo das
amlias, possivelmente, se acomodou em patamar maisbaixo no primeiro trimestre de 2013. Esse comportamento
justifcado, em parte, pela desacelerao dos ganhos de
renda (-0,5% para os rendimentos mdios reais no primeiro
trimestre, segundo dados da PED para a RMS), geraode emprego moderado e presso dos preos aliment-cios. De acordo com as inormaes do Cadastro Geral
de Empregados e Desempregados (Caged), em abril de2013, o setor do comrcio oi o nico que registrou saldonegativo de 3.438 postos de trabalho para o acumuladodo ano, representando uma variao negativa de 0,83%em relao ao estoque. Outro aspecto ressaltado ocomportamento do ndice de Preos ao Consumidor (IPC)
para Salvador do itemAlimentos e bebidas, que registroupara o primeiro trimestre, a taxa de 4,78%, superior aos1,67% acumulados no mesmo perodo de 2012.
Os ndices de confana relativos ao consumo doms-tico sinalizam acomodao da atividade do varejo ainda
no segundo trimestre. Conorme dados da Fundao
Getlio Vargas (FGV), o ndice de Confana do Comrcio
(ICOM) inicia o segundo trimestre em ritmo de atividademoderada. O indicador trimestral mostrou queda de
2,9% em abril, na comparao com o mesmo trimestredo ano anterior. Esse resultado reetiu, em parte, apercepo do setor quanto situao atual do nvel deatividade econmica que passou de 4,1%, no trimestrefndo em maro, para 0,7% em abril (FUNDAO
GETLIO VARGAS, 2013a).
Enquanto, o resultado apresentado pelo Indicador deConfana do Consumidor (ICC) varivel, que capta osentimento do consumidor em relao ao estado geral da
economia e suas fnanas pessoais, confrma a acomo-dao no nvel de atividade econmica, pois repete, emabril, o mesmo resultado de 113,9 apresentado em maro
(FUNDAO GETLIO VARGAS, 2013b).
Essa expectativa reorada na medida em que osIndicadores de Condies de Crdito do Banco Centralevidenciam crescimento, para o segundo trimestre de2013, nas novas operaes de crdito em todos ossegmentos, embora em ritmo reduzido.
O ritmo de crescimento nas vendas do comrcio vare-jista no primeiro trimestre de 2013, associado aodo governo em aumentar a taxa de juros SELIC, indicaque o setor dever se manter nos prximos meses comcomportamento moderado. Nesse aspecto, a melhora
nas vendas dever ser gradativa, medida que incentivoscomo as novas operaes de crdito e outras medidasde poltica econmica passem a vigorar.
DESEMPENHO MODESTO DOMERCADO DE TRABALHO
O mercado de trabalho metropolitano baiano apre-sentou modesto desempenho na gerao de postos
15
10
5
0
-5
-10
(%)
No ms 12 meses
mar.12
abr.
maio
jun.
jul.
ago.
set.
out.
nov.
dez.
jan.
fev.
mar.13
Grfco 2Volume de vendas do comrcio varejistaBahia mar. 12-mar. 13
Fonte: Pesquisa Mensal de Comrcio/IBGE.Elaborao: SEI/CAC.
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de trabalho nos primeiros meses de 2013. A Regio
Metropolitana de Salvador RMS apresentou tendnciade aumento da taxa de desemprego, enquanto o volumede empregos ormais oi menor quando comparadoao mesmo perodo do ano anterior, segundo indica-dores da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED)do Departamento Intersindical de Estatstica e Estudos
Socioeconmicos (Dieese), e do Cadastro Geral deEmpregados e Desempregados (Caged), do Ministriodo Trabalho e Emprego (MTE).
A taxa de desemprego total da Regio Metropolitana deSalvador aumentou pelo quarto ms consecutivo, passando
de 16,6% da Populao Economicamente Ativa (PEA) para20,2%, entre dezembro e abril, como ilustrado no Grfco 3.
O aumento do desemprego pode ser observado tambmno total das regies metropolitanas pesquisadas, o qualpassou de 9,8%, em dezembro, para 11,3% em abril.
Os avanos consecutivos na taxa de desemprego totalnos primeiros meses de 2013, na RMS, oram decor-
rentes da desacelerao da Populao Economicamente
Ativa (PEA), que assinalou variao negativa de 1,1%em abril, em relao a dezembro. O nvel de ocupao
tambm apresentou queda de 5,3% na mesma anlise.Ocorreu queda do nvel de ocupao em todos ossetores de atividade analisados pela pesquisa, desta-cando-se o setor de servios (-6,2%) e aindstria detransormao (-15,3%).
Seguindo a mesma anlise, a evoluo da populaoocupada do setor privado, com carteira assinada,
registrou decrscimo de 2,6%. J os empregados semcarteira assinada reduziram 7,9%. O setor pblico fgurou
com queda expressiva de 14,5%, os empregados doms-
ticos com retrao de 5,7% e os autnomos com reduo
de 5,2%, no perodo em anlise.
O rendimento mdio real, na RMS, diminuiu tanto paraos ocupados (-0,5%) como para os assalar iados (-1,8%),
na comparao da mdia do primeiro trimestre de2013 com a do mesmo perodo de 2012. Em sentido
oposto, a massa de rendimentos reais cresceu para osocupados e os assalariados, com variaes de 1,6%e 3,3%, respectivamente, no perodo considerado. Oavano mais rpido da massa de salrios, em relaoaos rendimentos, ocorreu em razo do aumento mais
signifcativo do emprego do que dos rendimentos,que cresceu 1,6% e 3,3%, em ambas categorias. Nasregies metropolitanas, nos trs primeiros meses de2013, o rendimento mdio apresentou expanso paraos ocupados (1,7%) e estabilidade para os assalariados
(-0,2%) em relao ao mesmo perodo de 2012. Porsua vez, a massa salarial dos ocupados e dos assa-
lariados cresceu 2,5% e 0,8%, respectivamente, nomesmo perodo.
Quanto ao emprego ormal, a Bahia contabilizou, noperodo de janeiro a abril de 2013, 15.078 de postosde trabalho com carteira assinada; o Nordeste, saldonegativo 1.628, e o Brasil, 549.064, sem ajuste, de acordo
com os dados do Caged, divulgados pelo MTE (BRASIL,2013b), correspondendo variao percentual do estoque
de emprego de 0,87%, situado abaixo da mdia nacional
(1,39%) e acima da mdia nordestina (-1,04%). O saldolquido apresentado neste perodo inerior aos 15.332registrados no mesmo perodo de 2012.
Setorialmente, o setor de servios, com 7.752 vagas,respondeu pelo maior saldo, correspondendo variaode 1,1%. O setor de construo civilcriou 6.784 novosempregos e aagropecuria agregou 3.335 novos postos
de trabalho. Outro setor que apresentou saldo positivo,porm menos expressivo, oi o deservios industriais deutilidade pblica, com 356 postos de trabalho geradosnos quatro primeiros meses de 2013. Por sua vez, osetor do comrcio oi o nico a apurar saldo negativode 3.438 postos de trabalho.
25
20
15
10
5
0
(%)
RMs RMS
jan.
12
fev.
mar.
abr.
maio
jun.
jul.
ago.
set.
out.
nov.
dez.
jan.
13
fev.
mar.
abr.
9,5
10,1 10,8 10,8 10,6 10,7 10,711,1 10,8 10,5 10,0 9,8 10,0 10,4
11,0 11,3
15,0 15,817,3 17,5 17,6 17,9 17,8
18,8 19,0 18,617,2 16,6 17,3
18,619,7 20,2
Grfco 3Taxa de Desemprego: Total das RMs e RMS
Fonte: Pesquisa de Emprego e Desemprego (2013).Elaborao: SEI /CAC.
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Diante deste cenrio, levando-se em considerao os
indicadores disponveis, a expectativa de acomo-dao no nvel de emprego para o ano de 2013, tendoem vista o resultado do emprego ormal abaixo do
esperado e daquele evidenciado em 2012, e do desem-prego elevado em relao ao observado em 2012.Tais resultados reetem o desempenho da atividadeeconmica, o qual indica queda na produo de gros,
signifcativo crescimento industrial com baixo cres-cimento do emprego no setor e desacelerao dasvendas do varejo.
CONSIDERAES FINAIS
Os indicadores econmicos, observados nas seesanteriores, evidenciaram os desempenhos positivos daseconomias baiana e nacional, abaixo, porm, das expec-
tativas do mercado. O crescimento da economia baianaest sustentado na perormance da indstria de transor-
mao, que tem obtido bons resultados, principalmentepelo setor de refno de petrleo, e pela manuteno docrescimento do comrcio varejista, ainda que bem maismodesto que em anos anteriores. Em sentido contrrio,a seca prejudicou o desempenho da agricultura baiana,
em especial a produo de gros.
O comportamento dos preos ainda o grande entravepara a manuteno do crescimento econmico em 2013.
At maio, o ndice de Preos ao Consumidor Amplo (2013)
atingiu 6,50% nos ltimos 12 meses, destacando-se,nesse contexto, a elevao dos preos dos alimentos.
A poltica econmica adotada pelo governo, nos primeiros
meses de 2013, ainda no oi capaz de manter a taxaabaixo do teto da meta. Para manter a inao dentroda meta, o Banco Central utilizou como instrumento a
taxa Selic. Em abril, o Copom iniciou um novo ciclo dealta nos juros bsicos, depois de quase dois anos sem
aumento, e elevou a Selic para 7,5% ao ano. Desdeagosto de 2011, a taxa vinha sendo reduzida, sucessi-
vamente, at atingir 7,25% ao ano, em outubro de 2012,o menor nvel da histria. Em fns de maio, o Copomaumentou novamente a taxa em 0,5 p.p. com intuitoimediato de combater a elevao dos preos, aindaque ocorra um menor crescimento econmico (BANCOCENTRAL, 2013a).
Nesse cenrio, a expectativa presente de uma alta doPIB brasileiro em torno de 2,0%. Para a economia baiana,as perspectivas so melhores do que as sinalizadas paraa economia brasileira, proporcionada pelo bom desem-
penho esperado para aindstria, apesar do crescimentomais modesto para o setor deservios e dos prognsticos
insatisatrios para aagropecuria, diante da instabilidade
climtica observada nos primeiros meses do ano.
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VENDAS de combustveis crescem 7,2% at maio. Sindicom.O Globo, Rio de Janeiro, 25 jun. 2013.
19Conj. & Planej., Salvador, n.179, p.6-17, abr.-jun. 2013
Economia
Em dEstaquECarla do Nascimento, Elissandra Britto, Raael Cunha, Rosangela Conceio
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NS Estabilidade econmica, baixa
inlao, reduo da taxa de juros,ampliao do prazo de pagamentoso condies undamentais, no? O undamental nisso a esta-bilidade econmica, macroecon-mica, com inlao baixa, oi o quemotivou a reduo da taxa de juros;
tem-se inanciamento com jurosmais baixos, alongamento de paga-
mentos. H um programa muitobom do governo ederal, MinhaCasa Minha Vida, e, o que mais
importante, havia uma demandamuito reprimida, como se tem ainda
hoje uma demanda grande, e tem
muita gente querendo, porquepassou muitos anos sem poderter acesso casa prpria, e essa
questo agora undamental, eoi undamental para o cresci-mento do mercado imobilirio nosltimos anos.
Nilson Sarti
Nilson Sarti, engenheiro civil e diretor da Akasa Incorporadora, presidente da Associao de Dirigentes das Empresas de MercadoImobilirio da Bahia (Ademi), cargo que assumiu pela segunda vezem 2012. Nesta entrevista, Sarti conta um pouco sobre o papelda Ademi no mercado imobilirio baiano e comenta temas como
o cenrio da construo civil no estado, os impactos ambientaise socioeconmicos do desenvolvimento imobilirio, os juros efnanciamentos, entre outros temas. O engenheiro tambm abordaa questo da mo de obra no mercado imobilirio e de construocivil, alm das perspectivas de crescimento do setor no estado.
C&P Qual a uno social, amisso e a viso da Ademi?Nilson Sarti A Ademi tem comoobjetivo principal desenvolver a ativi-dade imobiliria na Bahia e, com isso,
proteger todos os interesses dosassociados. E, quando a gente alasobre o desenvolvimento do mercado
imobilirio, tambm uma unocada vez mais ampla, porque hojeno se pode desenvolver o mercadoimobilirio sem pensar na sustentabi-
lidade das cidades, no uso de novas
tecnologias para que se possa ter umdesenvolvimento mdio do mercadoimobilirio cada vez mais consistente.
C&P Nos ltimos anos, o setorda construo civil registrou umcrescimento expressivo. Quaisatores contriburam para essedesempenho e quais os impactos
econmicos disso?
Desaos do mercadoimobilirio baiano
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C&P Quais os impactossociais desse desenvolvimentoimobilirio?NS Hoje, para se ter uma ideia, o
setor da incorporao o que maisemprega justamente aqui no estado,principalmente em Salvador e naRegio Metropolitana. Acredito que,dentro de Salvador, seja o setor maisimportante hoje, pelo menos at estemomento de alta do mercado.
C&P Alguns especialistas dizem
que os preos dos imveis esto
supervalorizados, o senhor
acredita que exista uma bolhano mercado imobilirio?NS Em termos de regio metro-politana, se Salvador no or a mais
barata, uma das mais baratas dopas, o metro quadrado mais baratodo pas. Estamos muito longe de terbolha imobiliria; pode haver pontos
especfcos que deem uma ideia deque so valores muito absurdos, como
determinados empreendimentos queacontecem hoje no Rio, So Paulo,Braslia, com valores altos por metroquadrado, mas eles no criam um risco
sistmico, porque a maior parte dessesvalores altos nem utiliza fnanciamento.
So pagamentos diretos. Por exemplo,
sei que tem um empreendimento noRio que custa cerca de R$ 50 mil ometro quadro, s que a pessoa que
comprou no pegou fnanciamento,no se endividou, no criou nenhumrisco sistmico. Ento est muito longe
disso. Temos que continuar comum ambiente macroeconmico avo-
rvel, e buscar continuar reduzindo osjuros, pois eles precisam baixar aindamais para que seja possvel haver uma
prestao que caiba cada vez mais nobolso de quem compra.
C&P A qualidade da mo deobra, ou mesmo a escassez damo de obra, um dos atorespara os preos elevados dosimveis? Se no, quais so osatores?NS Temos uma srie de coisas.Primeiro, houve um aumento consi-dervel na relao do preo do metro
quadrado nas cidades, ento se temum terreno caro, escasso e caro. um ator importante disso. O outro parte da produo mesmo, h dif-culdade de encontrar determinadostipos de materiais, a mo de obra est
tendo um peso muito grande e, aomesmo tempo, no h uma produ-tividade, qualidade, isso requer umcusto adicional, com atraso de obras,
e tudo isso impacta no preo fnal.
C&P No caso, a mo de obraainda escassa?NS Hoje melhorou, mas o cenriopiorou um pouquinho. Reduziu o
nmero de loteamentos, no se estem condio de incerteza e tudo issoo mercado imobilirio sente. Com isso
houve uma presso menor em cimada mo de obra, mesmo assim, comas mais especializadas, existem difcul-
dades. O que oi que aconteceu? Como
o mercado estava muito achatado,muita gente saiu do mercado da cons-
truo; com o aquecimento do setor,aqueceu o setor imobilirio, aqueceutambm o de obras pblicas, de uma
vez s. Isso ez com que tivesse muitagente nova entrando para o setor, muita
gente com pouca experincia.Comisso e com os acordos que oram eitos
de aumentos salariais, pagou-se a essa
pessoa sem experincia, sem nada, omesmo valor pago a quem era maisexperiente, ento teve um problemamuito grande de perda de mo de obra
qualifcada. A produtividade caiu muito.
Tivemos o aumento do custo da mo
de obra e a reduo da produtividade.
C&P Os fnanciamentos aindaso muito elevados em relaoao padro internacional?NS Ainda esto elevados, sim. Hoje
se paga (ora o Minha Casa MinhaVida, que ainda est em 4,5%) umaaixa de 9% a 10% (de fnanciamento)ao ano, o que ainda um valor alto,se comparado a l ora.
Estamos muitolonge de ter bolhaimobiliria; pode haver
pontos especfcosque deem uma ideiade que so valoresmuito absurdos,como determinadosempreendimentosque acontecemhoje no Rio, SoPaulo, Braslia, com
valores altos pormetro quadrado,mas eles no criamum risco sistmico
Hoje se paga (ora oMinha Casa MinhaVida, que ainda
est em 4,5%) umaaixa de 9% a 10%(de fnanciamento)ao ano. o que ainda um valor alto, secomparado a l ora
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C&P No caso do Minha CasaMinha Vida, qual o papel sociale econmico desse programa?NS Dar acesso a uma grande parcela
da populao que no tinha acesso casa prpria. Porque, pelo Minha
Casa Minha Vida, se tinha aquelaclassifcao de zero a trs salrios eacima de trs a dez (salrios); de zero
a trs, voc tem o subsdio completo.E de trs a dez, subsdios decres-centes at chegar a dez. Mesmoassim, uma pessoa que comprou umapartamento de R$ 70 mil ou 75 mil,tem um subsdio de R$ 15 mil e vai
pagar R$ 4.800,00 de juros.
C&P Qual a posio da Ademiem relao ao novo Plano Diretor
de Desenvolvimento Urbano?NS Hoje no temos. Na realidade,
estamos hoje em um processo dejudicializao. Isso ez com quechegssemos ao ms de julho sem
aprovar um nico projeto, o que extremamente preocupante para onosso setor.
C&P A expanso imobiliriatambm pode estar atingindoreas de preservao ambiental?
E como a Ademi se posiciona em
relao a essa questo?NS A Ademi se posiciona demaneira clara e objetiva: ns somos
a avor do meio ambiente, temos
um trabalho muito orte nessa rea.Estamos azendo, inclusive nesteano, o IV Frum de Sustentabilidade,trazendo um palestrante de renome
internacional sobre energias renov-veis, j publicamos guias de susten-
tabilidade voltados s empresase temos um Guia de ConsumoConsciente, voltado para os adqui-rentes dos imveis, os condminos,entre outros; ento ns temos essapreocupao muito grande.
C&P possvel que o setor,pela baixa oerta de reas paranovos empreendimentos, possase expandir para outras cidadesda Regio Metropolitana?NS J est acontecendo isso. Nomercado imobilirio hoje temos, naPesquisa Ademi: Salvador, Lauro deFreitas, Camaari e Feira de Santana.
Hoje, 50% do que ns vendemos est
ora de Salvador.
C&P Qual a principal regioonde esse mercado se encontra?
NS Fora de Salvador, a regio deLauro de Freitas e Camaari.
C&P E quais as perspectivas
de crescimento do setor para osprximos anos?NS O dfcit habitacional naBahia, hoje, em torno de 600 mil
unidades; na Regio Metropolitana,em torno de 120 mil unidades; at2023, h uma expectativa de que se
tenham dois milhes de unidadespara a Bahia e 60 mil unidades para
a Regio Metropolitana, ento temos
a um grande universo para atender.
Precisamos ter pessoas compe-tentes o sufciente para gerar empre-
endimentos, unidades habitacionais
que respeitem o meio ambiente. E
precisamos tambm, cada vez mais,
ter condies de azer com quehaja o acesso para quem neces-sita. Ento, hoje o que se precisa
saber o seguinte: onde que estessa demanda? preciso tambm
melhorar a questo de mobilidadeurbana, seno isso complica a vidade todo mundo. Para o atendimento
dessa orte demanda, em aspectohabitacional imenso no Brasil, temos
que pensar reas de vetores decrescimento da cidade, dotar deinraestrutura, suprir de tal ormaque as pessoas possam morar,trabalhar, estudar nessas regiesque esto crescendo, porque no
adianta querer que as pessoas tran-sitem de um lado para o outro eno dar condies para que elasaam isso.
O dfcit habitacionalna Bahia, hoje, emtorno de 600 mil
unidades; na RegioMetropolitana, emtorno de 120 milunidades; at 2023,h uma expectativade que se tenham doismilhes de unidadespara a Bahia e 60mil unidades para a
Regio Metropolitana
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EntrEvistaNilson Sarti
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Agriculturaamiliar: umapndice para o
desenvolvimentoeconmicoEuber Oliveira da Silva*
Ubiraci de Souza Santos**
A proposta que undamenta este trabalho a de
discutir acerca da agricultura amiliar na Bahia,
de modo a permitir uma melhor compreenso
de sua realidade. Com este propsito, o que se
pretende aqui azer uma incurso no universo
da agricultura baiana, apresentando a agricul-
tura amiliar, sua importncia, sua participao
e dinmica no processo de construo da nova
ordem rural que se processa no Brasil, e emespecial, na Bahia.
Dentro de uma conceituao geral pode-seapresentar agricultura amiliar como sendoo cultivo da terra realizado pelos membrosdo ncleo amiliar, objetivando o sustento da
unidade amiliar, a partir das atividades alidesempenhadas. Embora a agricultura fquesubentendida nesse contexto como atividade
estrita, dentro do novo rural o conceito jabarca outras atividades, no que se conven-cionou chamar de multiuncionalidade.
* Graduando em Cincias Econmicas na Universidade Estadual do Sudoeste daBahia (UESB). [email protected]
** Graduando em Cincias Econmicas na Universidade Estadual do Sudoesteda Bahia (UESB). [email protected]
24 Conj. & Planej., Salvador, n.179, p.22-27, abr.-jun. 2013
Artigos
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O presente trabalho est dividido em sesses da seguinte
orma: alm desta introduo, a segunda seo traz uma
breve exposio dos aspectos histricos que envolvemo reconhecimento da produo amiliar enquanto cate-
goria social. Assim, so apresentados conceitos soba viso de dierentes autores e consideraes sobre aevoluo da agricultura amiliar no novo espao rural quese desenha, tanto em nvel nacional quanto estadual.Tambm abordado o papel do Prona para a conso-lidao da unidade amiliar de produo enquanto umsegmento social do meio rural.
Na sesso seguinte busca-se situar a agricultura amiliarno cenrio da agricultura baiana apresentando oscontornos de uma realidade que se expressa em dif-
culdades e limitaes, mas tambm em superao eperseverana. Uma exposio de dados ilustra o papelundamental exercido pela agricultura amiliar tanto nombito estadual quanto no de cada localidade especfca.
A discusso a que se prope o trabalho tem como focondutor a seguinte indagao: qual o papel da agri-cultura amiliar no contexto do novo rural baiano? Emprincpio, espera-se reconhecer na agricultura amiliar
o seu importante papel, no apenas econmico, mastambm social, ambiental e ecolgico. Do mesmo modo,
compreender a dinmica na qual se insere, e a que sedeve essa importncia.
ASPECTOS HISTRICOS DAAGRICULTURA FAMILIAR NO BRASIL
At meados dos anos 1980 as discusses acerca da agri-
cultura no Brasil no tipifcavam a pequena propriedadeenquanto um segmento social do meio rural. A partir da
a emergncia do tema lhe conere uma amplitude maior,sobretudo no meio acadmico, tornando-se objeto depesquisas para socilogos, economistas, historiadorese outros. O advento dos movimentos sociais no campo
tambm teve inuncia signifcativa para a diuso dotema, que j era amplamente discutido em pases comoInglaterra e Frana.
A dcada de 1990 marcou um perodo de grandes trans-ormaes no pas. No meio rural, alm da consolidao
do modelo produtivista moldado na chamada revoluoverde, outras transormaes tambm ocorreram delineando
os contornos de uma nova realidade que se desenhava nocampo. Nesse novo cenrio a pequena unidade produtiva
viria a se frmar como uma nova categoria social. Era o surgi-mento, enquanto segmento social, da agricultura amiliar.
Conorme salienta Wanderley (1995), do ponto de vistasocial a agricultura amiliar sempre existiu, embora jamais
tivesse sido reconhecida como categoria social, propria-mente, e recebesse a importncia que conquistou nas
ltimas dcadas.
A agricultura amiliar no uma categoria social recente,
nem a ela corresponde uma categoria analtica nova
na sociologia rural. No entanto, sua utilizao, com osignifcado e abrangncia que lhe tem sido atribudo
nos ltimos anos, no Brasil, assume ares de novidade
e renovao (WANDERLEY, 1995, p. 21).
Conceitualmente, Abramovay (1992) promove a agriculturaamiliar como o veis para o desenvolvimento das amliasagricultoras. Para ele, isso se d a partir de um processode modernizao e insero no mercado. Esta viso unda-
menta sua teoria de que o desenvolvimento da agricultura
amiliar segue a lgica da modernizao, mecanizao ecapitalizao do produtor amiliar brasileiro. A idia temsuas bases nas experincias de cientistas e pesquisadores
contemporneos da Europa e dos Estados Unidos. D eoutro modo, a agricultura amiliar defnida por Bitencourte Bianchini (1996) a partir de dois elementos bsicos quea caracterizam: renda e trabalho. Assim, deende que:
Agricultor amiliar todo aquele agricultor que tem na
agricultura sua principal onte de renda (+ 80%) e que a
base da ora de trabalho utilizada no estabelecimento
seja desenvolvida por membros da amlia. permitido oemprego de terceiros temporariamente, quando a atividade
agrcola assim necessitar. Em caso de contratao de ora
de trabalho permanente externo amlia, a mo-de-obra
amiliar deve ser igual ou superior a 75% do total utilizado
no estabelecimento. (BITENCOURT; BIANCHINI, 1996).
Guanziroli e Cardim (2000) defnem como agricultoresamiliares queles que atendem s seguintes condies:a direo dos trabalhos no estabelecimento exercida
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ArtigosEuber Oliveira da Silva, Ubiraci de Souza Santos
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pelo produtor e amlia; a mo-de-obra amiliar superiorao trabalho contratado, a rea da propriedade est dentro
de um limite estabelecido para cada regio do pas (nocaso da regio sudeste, a rea mxima por estabele-
cimento amiliar oi de 384 ha). Historicamente, muitasterminologias oram usadas para se reerir ao mesmosujeito: campons, pequeno produtor, lavrador, agri-cultor de subsistncia, agricultor amiliar. A substituiode termos obedece, em parte, prpria evoluo docontexto social e s transormaes soridas por esta
categoria, mas resultado tambm de novas percepes
sobre o mesmo sujeito social. Entretanto, no se podeafrmar que este segmento tenha recebido tratamentoprioritrio pelos governos, haja vista que a agriculturapatronal tem concentrado, nos ltimos anos, mais de
70% do crdito disponibilizado para fnanciar a agricul-tura nacional. Cabe ressaltar, no entanto, que no casoBrasil, o comportamento adotado pelos agricultores quecompem esse grupo de trabalhadores promoveu, como decorrer dos tempos, mudanas importantes dentrodo processo de produo amiliar diz-se, da combi-nao de subsistemas intensivos e extensivos; diversif-cao; grande capacidade de adaptao; estratgia deacumulao progressiva objetivando sobreviver rente
ao modelo produtivista estabelecido, que altamenteintensivo em bens de capital e alta tecnologia.
Nesse contexto, sobressaem dois atores principais queinuenciaram de orma decisiva para a consolidaoda agricultura amiliar. Primeiro, a eervescncia dosmovimentos sociais no campo, materializada atravs
da mobilizao de diversas categorias como, posseiros,arrendatrios, meeiros e assentados. Segundo, a criao
do Prona (Programa Nacional de Fortalecimento daAgricultura Familiar) criado em 1996, que se caracteriza
como sendo o agente fnanciador de projetos individuaisou coletivos, capaz de gerar renda aos agricultores ami-liares e assentados.
Paralelamente, cresceram tambm os debates acad-
micos acerca das transormaes ocorridas no meiorural e da questo agrria no Brasil. O conceito de rural
ganhou novos contornos onde a similaridade entre oespao rural e as atividades produtivas no campo nomais se sustentava. Embora se observe essa reormu-lao no que concerne aos conceitos, na prtica, no
h dissociao entre eles. O que de orma mais espe-cfca promoveu uma nova conotao da agriculturaamiliar oram os horizontes alternativos de sobrevivnciaabertos a partir do novo conceito de rural. Essa novaconfgurao da unidade produtiva amiliar culmina, emcarter especfco, com aspectos da multiuncionalidadeno campo, transormando o trabalhador amiliar em umhomem pluriativo, caractersticas estas, pelas quais sero
tratados em sees posteriores.
A AGRICULTURA FAMILIARNO CONTEXTO BAIANO
A Bahia atualmente o estado brasileiro com o maiornmero de agricultores amiliares Com seus 665.831empreendimentos amiliares, congrega 87% dos esta-
belecimentos agropecurios do estado, 15% de todaagricultura amiliar do pas e a uma contribuio emtorno de 11% para o PIB baiano. Essas unidades ami-liares ocupam 34% da rea total dos estabelecimentos
agropecurios e so responsveis por 81% do pessoalocupado no meio rural (1,8 milho de pessoas) e 44%
do Valor Bruto da Produo Agropecuria do estado.Na Bahia, a agricultura amiliar responde por 91% da
produo de mandioca, 83% do eijo, 76% dos sunos,60% de aves e 52% da produo de leite (BRASIL, 2011).
Com vistas a omentar o desenvolvimento do setor,ampliando a oerta de servios pblicos para garantirmelhor condies de vida no campo, oi assinada em
A substituio de termos
obedece, em parte, prpriaevoluo do contexto social es transormaes soridas poresta categoria, mas resultadotambm de novas percepessobre o mesmo sujeito social
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Agricultura amiliar: um apndice para o desenvolvimento econmicoArtigos
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2011 a Lei Estadual 12.372 que estabelece a poltica e oPrograma Estadual de Assistncia Tcnica e ExtensoRural (ATER). Segundo a Secretaria de Agricultura, oobjetivo do Estado, (que registrou a marca de 400 mil
agricultores assistidos at 2011) ampliar e qualifcar aassistncia tcnica no campo e chegar aos 100% deamlias atendidas, com o ATER. O problema dispor deprofssionais sufcientes para atingir esta meta.
Segundo Buainain e Romeiro (2000), a agriculturaamiliar desenvolve, em geral, sistemas complexos deproduo, combinando vrias culturas, atividades decriao de animais e transormaes primrias, tanto para
o consumo da amlia como para abastecer o mercado.Nesse contexto, o produtor amiliar transita entre o campo
e a cidade assumindo um papel importantssimo: o deprincipal provedor de alimentos.
Tal atributo lhe conerido em uno da insufcincia deoerta (por parte da agroindstria) dos produtos agrcolas
que se constituem na base do consumo alimentar. Como advento do modelo produtivista os grandes produ-tores passaram a atender somente o mercado externoe a agroindstria, recaindo sobre os pequenos produ-tores a responsabilidade de produzir para abastecer o
mercado interno. Essa nova dinmica produtiva ensejouuma grande transormao no campo que culminou noNovo Rural Brasileiro.
Este novo cenrio que se desenhou traz implcito umcarter multiuncional, reeditando as concepes acerca
do espao rural, alm de incluir preocupaes com omeio ambiente. O desenvolvimento rural visto sob estatica representa uma tentativa de ir alm da moderni-zao tcnico-produtiva, apresentando-se como umaestratgia de sobrevivncia das unidades amiliares que
buscam sua reproduo. O modelo no mais o doagricultor-empresrio, mas o do agricultor-campons que
domina tecnologias, tomando decises sobre o modode produzir e trabalhar (SCHNEIDER, 2003).
Conorme visto, a Bahia se insere no contexto desse
novo rural sob o predomnio da agricultura amiliar. Deacordo com a Superintendncia de Estudos Econmicos
e Sociais da Bahia (SEI), cerca de dois teros das proprie-
dades rurais do estado esto no mbito dessa categoria.
Nas diversas regies onde as atividades no meio rural
sobressaem como vetor de impulso econmico, possvel observar a existncia de pontos de interco-nexo nas relaes entre o modelo produtivista (agroin-dstria) e a produo amiliar. Um bom exemplo dissopode ser observado na regio Oeste. Nas cidades deAngical, Baianpolis, Barreiras, Canpolis, Catolndia,
Correntina, Cotegipe, Cristpolis, Formosa do Rio Preto,Jaborandi, Luis Eduardo Magalhes, Mansido, Riachodas Neves, Santa Maria da Vitria, Santa Rita de Cssia,So Desidrio e Wanderley, pode-se verifcar uma relao
de proximidade entre a agricultura amiliar (baseada napolicultura de subsistncia) e o agronegcio moderno(mecanizado e voltado para a exportao). Um caso onde
a produo amiliar ornece produtos primrios para aagroindstria, que az o processamento e comercializacom o mercado.
Ironicamente, o maior territrio em extenso cultivvelencontra-se no semi-rido baiano. Sem nenhuma grande
agroindstria e, principalmente, sem a presena doEstado com polticas pblicas de desenvolvimento espe-
cfcas para essa regio, apresenta como caracters-tica principal a agricultura amiliar de subsistncia. Semo estmulo do Estado e desprovidos das condiesnecessrias ao desenvolvimento produtivo, os pequenos
produtores enrentam srias difculdades, inclusive parao prprio sustento.
Com o advento do modeloprodutivista os grandesprodutores passaram aatender somente o mercadoexterno e a agroindstria,recaindo sobre os pequenosprodutores a responsabilidadede produzir para abastecer omercado interno
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Nas discusses acerca da evoluo do espao ruralbaiano e sua dinmica produtiva um dos aspectos mais
presentes a questo da multiuncionalidade. Dianteda diversidade da agricultura na Bahia, a multiunciona-
lidade se expressa em diversos nveis. De modo maissobressalente se maniesta na mescla das atividades,onde estas no mais se restringem ao plano agrcola,
mas, desenvolve-se tambm sob ormas alternativasexplorando as oportunidades geradas pela proximidadecom o urbano. Nessa linha, j no incomum encon-
trar em comunidades rurais atividades desenvolvidascom o objetivo de complementar a renda amiliar, comocomrcio, turismo, lazer, servios e outras.
De outro modo, a prpria atividade agrcola adquire
novo nimo com o advento de elementos incrementaiscomo a acessibilidade s inormaes, acilitada pelapopularizao da internet (principalmente); o acesso doprodutor amiliar ao sistema bancrio, abrindo as portaspara participao em projetos atravs da concesso defnanciamentos; o suporte tcnico especializado e orien-tao (mesmo em pequena escala); o maior envolvimento
e engajamento comunitrio, estabelecendo parcerias eatuando de orma mais coletiva.
Nessa mesma linha incluem-se as novas tcnicas de
plantio e manejo que tem se desenvolvido a partir depreocupaes com o ambiente, com o ecolgico e osocial. Assim, citam-se as experincias com a policultura,
a agroecologia, a permacultura, etc.. Esta nova orma deproduzir, mesclando novas tcnicas com preservaoambiental e da sade, vem atender a uma demandacada vez mais crescente nos dias de hoje: a busca poralimentos mais saudveis produzidos organicamente.
Do lado das adversidades ainda h muito que se discutir.
Entretanto, este se constitui num territrio muito amplodado as especifcidades e peculiaridades de cada regio,de cada sistema de produo e mesmo de cada subsis-tema. A diversidade de caractersticas observadas nesses
sistemas amiliares no permite aes em um plano global,
pois, cada regio, cada sistema, constitui-se numa reali-dade especfca, mesmo havendo pontos em comum.Deste modo, tem-se que muitas aes por parte do Estado
podem at contemplar essa categoria de produtores numa
escala global. Sabe-se, no entanto, que as possibilidades
de sucesso nesses casos so minimizadas pela diversi-dade. O que se pode inerir diante dessas observaes que o estado tem eito pouco e de orma inefciente. Emcontrapartida, os produtores amiliares tm eito muito,diante do pouco incentivo que recebem.
Assim, a agricultura amil iar comea a dar sinais deque no basta ter o dinheiro para realizar projetos,
preciso tambm ampliar os horizontes da viso. A idiaem torno das aes de poltica pblica ainda se limitaao Prona. preciso trabalhar a capacitao, ornecersuporte tcnico e assistncia ao produtor amiliar. preciso ainda, estreitar a distncia entre o produtor eo conhecimento atravs de projetos que trabalhem,alm da capacitao tcnica, a educao ambiental,ecolgica, social e econmica.
CONCLUSO
As observaes aqui empreendidas objetivaram discutir o
papel da agricultura amiliar no novo cenrio da agricultura
baiana. Conorme oi exposto, a produo amiliar assume
um papel undamental no processo de construo darealidade econmica, social, ambiental e ecolgica dasregies ou localidades onde se inserem. Os dados apre-sentados corroboram com esta afrmao ao ilustrar apresena da agricultura amiliar no cenrio da agriculturae da prpria economia do estado.
Esta nova orma de produzir,mesclando novas tcnicascom preservao ambientale da sade, vem atendera uma demanda cada vezmais crescente nos dias dehoje: a busca por alimentosmais saudveis produzidosorganicamente
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Agricultura amiliar: um apndice para o desenvolvimento econmicoArtigos
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Viu-se que as difculdades e limitaes so comuns spequenas propriedades e que as polticas para o setorno contemplam suas reais necessidades, pois soimplementadas de modo mais generalistas e menos
especfcas. Desta orma no conseguem atender sdemandas especfcas de cada regio ou sistema deproduo. O Prona aparece como importante omen-tador do desenvolvimento do setor, mas, apesar disso,no consegue por si s, abarcar todas as demandasdos produtores.
Pelo importante papel que desempenha, tanto econo-micamente quanto socialmente, a agricultura amiliarsuscita um interesse maior por parte do estado nosentido de suprir suas necessidades mais elemen-
tares como suporte tcnico, programas de capacitao,incentivos fnanceiros e orientao adequada. Por fm, aincurso pelo tema ratifca o importante papel da agri-cultura amiliar para a agricultura como um todo e demodo especfco, para a Bahia.
REFERNCIAS
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29Conj. & Planej., Salvador, n.179, p.22-27, abr.-jun. 2013
ArtigosEuber Oliveira da Silva, Ubiraci de Souza Santos
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A relao entre educao e crescimento econmico na Bahia: uma anlise para operodo 2000-2010Artigos
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A relao entreeducao e
crescimentoeconmico naBahia: umaanlise parao perodo2000-2010
Larcio Damiane Cerqueira da Silva*Semramis Mangueira de Lima**
A temtica do crescimento econmico sempre
oi de grande interesse e de debate entre oseconomistas. A cincia econmica tem sepreocupado em entender os padres de cres-
cimento entre pases e regies, pois dierenas
persistentes nas taxas de crescimento doproduto conduzem, no longo prazo, a enormes
desigualdades no bem-estar da populao.
medida que novos avanos tericos e oregistro emprico modifcam-se, surgem novas
recomendaes de poltica econmica paraestimular o crescimento econmico, sendoconcentrada cada vez mais a sua ateno nos
investimentos em capital humano, sobretudoem educao.
* Doutorando em Economia pelo Programa de Ps-Graduao em Economiada Universidade Federal da Paraba (PPGE-UFPB). Proessor do Departa-mento de Economia (UFPB). [email protected]
** Mestre em Economia pelo Programa de Ps-Graduao em Economiada Universidade Federal da Paraba (PPGE-UFPB). Proessora do Depar-tamento de Economia (UFPB). Proessora de Economia da FaculdadeMaurcio de Nassau/PB. [email protected]
A busca por uma explicao terica do papel daeducao no crescimento econmico iniciou-se comUzawa (1965), que introduziu o setor educacional nomodelo de crescimento econmico como orma de
gerar crescimento contnuo e sustentado no longoprazo. Os trabalhadores do setor educacional eram aonte dos aumentos na produtividade dos demais traba-
lhadores e, consequentemente, da economia. Porm,o modelo terico que consagrou esta importncia docapital humano em gerar crescimento sustentado oio proposto por Lucas (1988). O estudo apontou para
a existncia de eeitos das externalidades da acumu-lao de capital humano, sendo realizada no setoreducacional, sobre a produtividade da economia. Oestoque de capital humano agregado gera um eeito
spillover, ou transbordamento, que mais do que justi-fca os investimentos pblicos em educao devido aoganho social ocorrido.
Romer (1986) ressalta outro aspecto muito importantequando mostra que a educao tambm qualifca os
indivduos a trabalharem na pesquisa e desenvolvimentode novos produtos. Dessa orma, a capacidade dosindivduos em terem novas ideias e produzirem novastecnologias aeta positivamente a produtividade agregada
da economia.
Em sntese, a importncia do capital humano para o cres-
cimento econmico deriva da ideia de que os indivduoscom maior nvel de conhecimento, e por sua vez, maiores
habilidades, tornam-se mais produtivos, contribuindo para
gerar um maior nvel de produo, alm de possibilitara inovao das tcnicas produtivas. Essa linha tericaganha maior respaldo ao se verifcar, a partir da dcadade 1980, a ecloso de um novo paradigma tecnolgicona economia mundial, na qual a varivel educao tem
papel preponderante.
Neste sentido, o presente trabalho pretende contribuircom a literatura do crescimento econmico relacionado
ormao de capital humano, analisando o estado daBahia, no perodo 2000-2010. A abordagem terica utili-zada no trabalho a da teoria de crescimento endgenoem que crescimento econmico sustentado s possvel
com o emprego de tecnologia que, por sua vez, depende
da educao.
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Para tanto, oram utilizadas trs proxies para capitalhumano e sico, num modelo de regresso linear, esti-mados por Mnimos Quadrados Ordinrios.
Como bem expem Kroth e Dias (2006), as vantagensdos estudos em nvel municipal em relao ao agregado
que as cidades so totalmente abertas ao comrcio, apre-
sentando livre mobilidade para os atores de produo.A proximidade de pessoas e frmas acilitaria a transe-rncia de conhecimento entre indivduos, sendo o ncleo
microeconmico utilizado para a explicao do cresci-
mento em nvel macro.
Os resultados demonstraram que a educao teve umeeito signifcativo no crescimento econmico do Estado
da Bahia no perodo analisado.
Includa esta introduo, o trabalho est estruturado emcinco sees. Na prxima seo, encontra-se o reerencialterico que trata do capital humano (educao) e sua relao
com os modelos de crescimento econmico. A seo trsapresenta os aspectos metodolgicos do trabalho. A seo
quatro apresenta os resultados obtidos e, por fm, a seocinco apresenta as consideraes fnais do trabalho.
REFERENCIAL TERICO: EDUCAOE CRESCIMENTO ECONMICO
O Capital Humano
Dada a sua importncia, a literatura de capital humano antiga, mas ganhou maior respaldo a partir da dcada de
1980 e, como exposto em Kroth e Dias (2006), a mesmapode ser dividida em duas reas: a primeira, microeco-
nmica, busca mensurar os retornos monetrios parao indivduo com investimentos em educao, tendonos trabalhos de Mincer (1974) a principal reerncia. Asegunda rea, macroeconmica, procura explicar de que
orma o capital humano contribui para gerar crescimentoeconmico, construindo, assim, modelos macroecon-micos que endogenizam esta varivel.
Pela via microeconmica, sobressaem os trabalhos decunho minceriano, os quais destacam que o tempo gasto
em educao pelo indivduo (anos de escolaridade)
responsvel pela explicao da melhora de seus rendi-mentos, ou seja, indivduos mais qualifcados, que por sua
vez so mais produtivos, auerem salrios mais elevados.
No lado macroeconmico, so relevantes os dois maioresbenecios gerados pelo capital humano: i) o incremento do
nvel educacional avorece a produo de ideias, que por sua
vez sero transormadas em inovaes tecnolgicas, origi-
nando novos produtos, bem como melhoria nos processosprodutivos; e, ii) o maior nvel educacional aumenta a habili-dade dos indivduos, possibilitando-os a utilizao de maiorvolume de capital/tecnologia e produtividade
Consoante ao primeiro aspecto, podem ser apontadosos trabalhos de Romer (1986) e de Mankiw, Romere Weil (1992), os quais so extenses do modelo deSolow (1956) e demonstram que o capital humano responsvel pela criao do progresso tecnolgico(devido aos investimentos em pesquisa e desenvol-vimento) gerando ganhos de produtividade (retornoscrescentes), possibilitando o crescimento no longo
prazo. A caracterstica de que o progresso tecnolgicopossa ser gerado pelo acmulo de capital humano(endgeno, portanto, ao modelo) a grande inovaoperante o modelo de Solow.
Lucas (1988), no entanto, concentra seu estudo nasegunda tese, isto , retrata a nase do capital humano
tornar a mo de obra mais produtiva. Outra variante que o autor trata o modelo para uma economia aberta,possibilitando, assim, a diuso (spillovers) das novas
A caracterstica de que oprogresso tecnolgico possa sergerado pelo acmulo de capitalhumano (endgeno, portanto,ao modelo) a grande inovaoperante o modelo de Solow
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ideias (conhecimento) e tecnologia entre pases ou,ainda, migrao dos atores de produo para reas
onde a remunerao destes atores maior, devidoaos mesmos serem escassos. Esta seria uma expli-
cao para pases que investem menos em educaoe, ainda assim, obtm taxas de crescimento maiores.Neste sentido, mesmo no ocorrendo inovaes, necessr ia mo de obra qualifcada para que se possaempregar a tecnologia.
O autor expe tambm que a educao gera externa-
lidades positivas sobre toda a economia. Isto signifcaque o capital humano de um indivduo particular contribui
para melhorar o capital humano dos demais indivduos sua volta, contribuindo para a gerao de capital social
e melhoria das instituies (KROTH; DIAS, 2006).
guisa dos modelos de crescimentoeconmico
Duas abordagens tericas tm sido muito utilizadaspara explicar a relao entre educao e crescimentoeconmico: a abordagem neoclssica, destacadamente
o Modelo de Solow (1956), em que a educao adicio-
nada no modelo como mais um insumo de produode onde se conclui que a acumulao de novas habi-lidades relevante para o crescimento econmico;uma segunda abordagem, a teoria de crescimentoendgeno, em que crescimento econmico sustentados possvel com o emprego de tecnologia que, porsua vez, depende da educa