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As Empresas criadas pelo Hrupo Siemens
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“Foi um século repleto
de acontecimentos que
mudaram o rumo da
história mundial,
e também da história
dos portugueses.”
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Mensa'em do Presidente
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
Em cem anos, muita coisa mudou nas nossas vidas.
A introdução da tecnologia revolucionou a forma
como concebemos a comunicação; a mobilidade
é hoje uma realidade; o mundo passou a estar mais
acessível, onde quer que o Homem se encontre.
Foi um século profícuo em inovações tecnológicas,
tendo a medicina, a energia e as telecomunicações,
dado um grande contributo para o prolongamento
da comodidade, da segurança e da esperança média
de vida dos povos. Tudo isto em prol do conforto
e do alargamento de perspectivas do homem
enquanto indivíduo.
Foi um século repleto de acontecimentos que
mudaram o rumo da história mundial, e também da
história dos portugueses. Resistindo às vicissitudes
do contexto nacional e internacional, às grandes
crises económicas e sociais, a nossa Empresa
conseguiu manter-se fiel aos princípios que
nortearam a sua constituição, na Alemanha, há mais
de 150 anos, com um espírito empreendedor e de
parceria com as realidades locais onde apostou
desenvolver-se. “Não venderei o futuro por um lucro
de curto prazo” afirmava o nosso fundador, Qerner
von Siemens, ainda no século XIX.
A Siemens acompanhou todas estas mudanças, ao
estabelecer-se oficialmente em Portugal em Novembro
de 1905, com a intenção de poder contribuir com
um crescente valor acrescentado local.
Neste centenário podemos recordar o importante
contributo da Siemens para a melhoria da qualidade
de vida dos portugueses, fundamentalmente através
da modernização das infra-estruturas, do tecido
empresarial do País e das boas práticas sociais
e ambientais.
Cem anos depois, apostando continuamente na
Excelência Operacional da nossa gestão e na
Inovação Estratégica, a Siemens mantém uma
presença incontornável e exemplar na sociedade
portuguesa, vingando nos desafios que se lhe
colocam e reagindo antecipadamente às necessi-
dades que lhe são apresentadas pelos seus Parceiros,
sempre com a transparência, o profissionalismo
e a responsabilidade social a que se compromete.
É assim com confiança que brindamos a um
percurso centenário repleto de obras marcantes,
que passaram pela electrificação do País, pelo
desenvolvimento dos transportes ferroviários, pelo
lançamento das redes de telecomunicações de última
geração, pela modernização dos Hospitais, pelo
desenvolvimento das Indústrias de Alta Tecnologia,
pelos grandes investimentos em Investigação
e Desenvolvimento, pelas Exportações de Software
e serviços made in Portugal ou em outros projectos
estruturantes como a Expo]98 ou o Euro-2004, em
que a Siemens, através da sua oferta de soluções
multidisciplinares e globais, ajudou a concretizar
localmente os sonhos de muitos portugueses.
Manteremos esta aposta no aumento e evolução das
nossas competências locais, integrando-as na Rede
Global de Inovação que é a Siemens no Mundo, para
assim podermos continuar a projectar o futuro de
Portugal. É este o nosso compromisso para o
segundo século de presença em Portugal que
agora se inicia.
Carlos de Melo Ribeiro
Administrador-Delegado, Siemens, S.A.Presidente do Grupo Siemens
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2005
7
Historial do lo'9tipo da Siemens 1905 < 2005
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
A primeira notícia referente a um fornecimento da
empresa dos irmãos Siemens em Portugal data de
1876, mas a instalação da primeira sucursal
portuguesa da então Siemens-Schuckert só se
concretizou em 1905, dando-se assim início a uma
presença regular de cem anos que agora a Siemens,
S.A. assinala com natural orgulho. Um século de
actividades em Portugal, durante o qual o Grupo
Siemens assumiu o estatuto de parceiro empenhado
na modernização e no desenvolvimento do País, no
cumprimento de uma estratégia que sempre
prosseguiu o objectivo de acrescentar valor à
economia nacional.
Passar em revista estes cem anos de presença da
Siemens em Portugal resulta num exercício que nos
permite, desde logo, confirmar o decisivo contributo
dado pela Empresa em todas as fases decisivas do
desenvolvimento da sociedade portuguesa,
fundamentalmente através da modernização das
infra-estruturas e do tecido empresarial do País.
Um objectivo prosseguido com o investimentoconstante na inovação, na qualidadee na formação profissional, trunfos quea Siemens fez valer na concretizaçãode múltiplos projectos estruturantespara Portugal nos quais participou.
Desde o processo de electrificação do País ao
desenvolvimento do transporte ferroviário, desde
o equipamento tecnológico dos serviços de Saúde
ao lançamento das redes de telecomunicações de
última geração, a presença da Siemens revelou-se
decisiva, resultando numa real mais-valia para
a qualidade de vida dos portugueses.
Em suma, a história dos cem anos da Siemens em
Portugal é um claro exemplo de sucesso,
comprovado, aliás, pela importância estratégica que
a actividade das empresas do Grupo representa hoje
para a economia nacional.
Tendo como rosto mais visível a Siemens, S.A. – que
articula a actividade de diversos operating groups
nas áreas da engenharia eléctrica e electrónica, bem
como a produção das fábricas do Sabugo (transfor-
madores) e de Corroios (quadros eléctricos) –
a sociedade regional do Grupo Siemens em Portugal
integra um conjunto de empresas próprias ou parti-
cipadas que operam em diversas áreas de negócio,
a saber: Osram, Lda. (material de iluminação e
acessórios), Fujitsu Siemens Computers (compu-
tadores e serviços), BSH Household Appliances
(electrodomésticos), bem como Infineon
Technologies, S.A. (semicondutores) e Epcos, S.A.
(condensadores de tântalo).
Este conjunto de empresas, cuja actividade engloba
a generalidade dos sectores estratégicos da economia
portuguesa, beneficia ainda das sinergias resultantes
da sua integração num operador global, o que lhe
permite não só oferecer um leque muito diversi-
ficado de negócios, mas também posicionar-se
activamente no mercado mundial. Daí que as
exportações do Grupo Siemens em Portugal atinjam
valores superiores a 1.000 milhões de EUR anuais.
Para chegar a estes números, reveladores do peso
específico que a actividade da Siemens representa
para a economia do País, uma longa caminhada de
cem anos ultrapassou marcos fundamentais que
consolidaram uma ligação cada vez mais íntima da
Empresa à comunidade envolvente. É dessa
caminhada e desses marcos que aqui se pretende
dar breve notícia.
'(( anos ao servi8odos portu9ueses
9
100 anos ao Servi?o dos Portu'ueses
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
'3(45'36(:omo tudo come8ouData de 1876 a primeira referência sobre um
fornecimento da Siemens em Portugal. A notícia
dava conta do fornecimento de um forno contínuo
com regeneração de calor para a indústria vidreira
da Marinha Grande, permitindo assim a instalação
da produção em série numa das primeiras zonas de
produção industrial de Portugal.
Embora o atraso do processo de industrialização em
Portugal fosse uma realidade incontornável no final
do século XIX, este primeiro fornecimento da
Siemens pode considerar-se emblemático da
actividade que o Grupo passaria a desenvolver no
País, marcada pela permanente oferta de soluções
inovadoras com forte impacto na modernização do
tecido empresarial.
O tímido lançamento de algumas instalações
eléctricas em unidades industriais e áreas urbanas
proporcionou então a oferta de produtos Siemens
que chegavam a Portugal através da figura
tradicional do comissionista ou representante.
Destacou-se nesse papel um cidadão alemão,
residente no Porto, de seu nome Emílio Biel, que se
tornou também conhecido na cidade graças à sua
obra de fotógrafo.
Segundo alguns anúncios da época publicados em
O Comércio do 6orto Ilustrado, Biel possuiria nos
seus depósitos do Porto dínamos e lâmpadas de arco
voltaico, sistema Schuckert, bem como lâmpadas de
incandescência de Siemens e Edison e outro material
eléctrico para instalações rápidas em fábricas. A lista
inserta nos anúncios revelava as instalações
eléctricas, sustentadas em dínamos, realizadas por
si em Portugal, as quais, em 1895, eram já 32, sendo
a lista iniciada pela tanoaria e pela moagem de
H. Andresen (1890), a que se seguiram várias fábricas
espalhadas pelo País, estações ferroviárias
(Sto Apolónia e Entroncamento), Companhia de Luz
Eléctrica do Porto, Empresa de Luz Eléctrica de Vila
Real, 14 chalés no Estoril, Palácio da Bolsa (Porto),
entre outros casos.A instalação das primeiras
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1905<1920
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
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1905<1920
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
A instalação das primeiras centrais termoeléctricas,
a que se seguiriam as hidroeléctricas, data também
deste período. A adopção do carro eléctrico como
transporte urbano no Porto (1895) e em Lisboa (1901)
são exemplos da gradual apetência pela electricidade
como solução energética e da consequente
emergência de um mercado para os produtos
indispensáveis à sua produção, transporte
e aplicação: motores Siemens foram implantados,
durante a década de 90, em carruagens dos carros
americanos (tracção animal) da Carris do Porto,
permitindo a sua reconversão em carros eléctricos.
É pois neste contexto de um processo de
electrificação ainda a dar os primeiros passos que
surge a instalação da primeira sucursal portuguesa
da Siemens-Schuckert, a designada Companhia
6ortuguesa de :lectricidade Siemens Schuckertwerk,
=da., que em 24 de Novembro de 1905 inaugurou
um escritório em Lisboa e uma representação no
Porto.
Telégra1o de ponteiro desenvolvido por Derner von Siemens · 1E4G
Dínamo desenvolvido por Derner von Siemens · 1E66
Eléctrico da linha de Sintra · 1?02
Ainda que a sua actividade tenha sido inicialmente
limitada, a sucursal da Siemens, através daoferta de produtos e serviçosdisponibilizados directamente nomercado, contribuiu para difundire desenvolver a ideia da necessidadeda electrificação em Portugal.
Fruto desta capacidade de oferta de equipamentos
e soluções técnicas, a Siemens conseguiu ainda
assim marcar presença nalguns complexos de
produção e distribuição de electricidade lançados
nas vésperas da Primeira Guerra Mundial. Em 1913,
a Siemens fornecia os equipamentos para a Central
Hidroeléctrica de Santa Rita, em Fafe, e assegurava
um contrato para o fornecimento de seis máquinas
de vapor, com geradores tipo volante, para a central
termoeléctrica de Massarelos, a construir pela
Companhia Carris do Porto, em substituição da sua
obsoleta Central da Arrábida.
Este fluxo de investimentos seria, no entanto,
interrompido devido à deflagração da Primeira
Guerra Mundial e à posterior entrada de Portugal
no conflito. Em 1916, o Estado expropriou as
actividades de súbditos e empresas alemãs, processo
que também envolveu a Siemens.
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1905<1920
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
Lm dos primeiros certi1icados Siemens M Hals=e AN
Só alguns anos após a Primeira Grande Guerra
a Siemens voltou a estar representada directamente em
Portugal. Por registo notarial de 15 de Julho de 1922, foi
criada a Siemens, =da. ? Companhia de :lectricidade, com
sede em Lisboa, na Rua da Prata, nº 108, 2º, mantendo
uma delegação técnica no Porto (Rua das Carmelitas, nº
12). O capital da sociedade, no montante de cem mil
escudos, era distribuído em duas quotas iguais pela
Siemens & Halske AG e Siemens Schuckertwerke, GmbH,
tendo sido registado como objecto social da firma a
“representação de casas comerciais estrangeiras,
especialmente no ramo de indCstrias eléctricas e artigos
de electricidade”. Ficaram então como administradores
os engenheiros Friedrich Marcuse e Edward von Almen.
6m certo incremento no processo deelectrificação verificado nos anos %@e &@ veio permitir alguma relevânciaDs actividades da Siemens em Portugal,
permitindo-lhe negociar a instalação de vários
equipamentos significativos, de que são exemplos uma
central hidráulica para a Companhia de Fiação e Tecidos
de Fafe (1926), ou a entrega às Companhias Reunidas de
Gás e Electricidade do cabo eléctrico de 30 kV para
a central Tejo - Sacavém, destinado à ligação
a Santarém (1930).
'36(5'34(
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1920<1950
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
Delegação Porto · Rua das Carmelitas
Da Rua da Prata à Rua AugustaPara melhor corresponder às expectativas de aumento do volume de negócios,
foram introduzidas alterações formais na sociedade. Por escritura de 16 de Junho
de 1931, nascia a Siemens ? Companhia de :lectricidade, S.A.R.L., cujo capital social
subiu a um milhão de escudos: a Siemens Schuckertwerke subscrevia 720 contos,
a Siemens & Halske 240 contos, entrando mais oito sócios, em nome individual,
com uma quota de cinco mil escudos cada. Era a forma de transformar a empresa
em sociedade anónima, facto elucidativo da importância crescente da Siemens em
Portugal e da atenção com que os headEuarters passavam a olhar a sua sucursal.
Também a transferência da sede, em 1934, para instalações mais dignas na Rua
Augusta, é reveladora do aumento de estatuto da sucursal portuguesa.
<rimeiras =nstala8?es
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1920<1950
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
O recurso crescente à tecnologia Siemens no
processo de electrificação em Portugal era,
entretanto, uma realidade insofismável. Exemplo
disso mesmo foi a instalação, em 1932, na central
do Lindoso (Electra del Lima), de um alternador
trifásico de 17,5 MVA, 6000 V, acoplado com uma
turbina hidráulica, conjunto que constituiu o maior
grupo alternador em Portugal até 1939.
Embora a procura portuguesa de equipamentos de
produção e transporte de electricidade, no período
entre as duas guerras mundiais, tivesse sido
limitada, os fornecimentos da Siemens
intensificavam-se no decorrer da década de 30,
contribuindo para a modernização de várias
unidades fabris da maior relevância (Fábrica de
Fosfatos da CUF, Fábrica de Cimentos Tejo,
Instalações da CP no Barreiro, etc).
Esta dinâmica acabaria por ser interrompida com
a eclosão da Segunda Guerra Mundial. A própria
Siemens, na origem, foi obrigada a direccionar
a sua acção para o esforço de guerra que envolvia
a Alemanha, deixando de ter as condições
necessárias para novos fornecimentos. Em 1945,
terminado o conflito, o Estado Português voltou
a confiscar alguns bens a empresas alemãs, processo
a que a Siemens não escapou. No entanto, importa
destacar que a presença institucional da empresa
em Portugal não sofreu qualquer interrupção desta
vez, embora novos negócios de referência só tenham
ocorrido em 1947, com a Siemens a fornecer um
posto de transformação e a instalação eléctrica
completa para a Companhia Portuguesa de Trefilaria,
em Sacavém.
1920<1950
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO20
Publicidade - AnPncio de electrodomésticos
Imagem de época · Praça dos RestauradoresEXpansão da área urbana de Lisboa · Metropolitano de Lisboa
Cahora-Bassa, desenvolvido pelos portugueses na
então província ultramarina de Moçambique, cujo
equipamento se tornou numa referência tecnológica
para a Siemens AG.
Numa outra linha, a Siemens ampliou o forneci-
mento de equipamentos para várias unidades fabris
ou institucionais que solicitavam subestações,
centrais próprias, transformadores, rectificadores
ou sistemas de electrificação: são algumas dezenas
de empresas novas ou em renovação que procuram
articular produção própria com a da rede nacional
ou solicitam ainda instalações complexas, cuja
enumeração seria fastidiosa.
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1950 < 1960
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
No período pós-Segunda Guerra Mundial,o processo de electrificação em Portugalconheceu um natural alento e tornou-semais aliciante para os operadoresdo sector da electricidade em Portugal.
Legislação entretanto publicada definia, por um lado,
a opção hidroeléctrica para o problema energético em
Portugal, e criava, por outro lado, um espaço para
lançar as “indústrias de base”, nas quais se incluíam
as indústrias químicas, responsáveis por elevados
consumos de energia (casos das fábricas de Estarreja,
Alferrarede, Canas de Senhorim, entre outras).
Em 1950, encontravam-se em exploração, no território
continental, apenas 21 aproveitamentos hidroeléctricos,
uma pequena fracção dos 74 considerados em projecto
para o plano nacional de electrificação, embora já oito
estivessem em construção (casos de Castelo de Bode,
Pracana ou Belver). A concretização surgiu lentamente,
só se tornando visível a partir de 1953, com a imple-
mentação dos “planos de fomento”.
A Siemens aproveitou estasoportunidades do mercadoe multiplicou os fornecimentosem diversas áreas.
De entre os contratos mais relevantes concretizados
nos anos 50/60, registam-se os equipamentos para
centrais geradoras de electricidade. Para além dos casos
de renovação ou ampliação de capacidade, através da
instalação de subestações, transformadores ou sistemas
de corte e medida (Hidroeléctricas do Coura, do Cávado,
da Serra da Estrela, do Alto Alentejo, Companhia
Eléctrica das Beiras, União Eléctrica Portuguesa,
Chenop), surgiram também oportunidades para
a instalação completa de centrais, incluindo a implan-
tação de turbinas, alternadores e transformadores
(Central da Bouça, da Hidroeléctrica do vêzere).
Saliente-se que, a partir de 1965, a Siemens começou
a participar no colossal projecto hidroeléctrico de
'34( 5 '3@(O relançamento da electrificação
EZuipamento para centrais geradoras de electricidade
múltiplas empresas, bancos e entidades
públicas recorriam à tecnologia Siemens para
instalações de telex, circuitos internos de
televisão, sistemas de telecheque ou redes
telefónicas privadas.
Um outro campo de negócio emergia, no final da
década de 60, a partir dos contratos com os CTT para
a ampliação da rede de telecomunicações (centrais
Telex em Lisboa e Porto, cabo coaxial Porto-Braga,
Setúbal-Évora, Marateca-Alcácer-do-Sal), bem como
na participação da instalação de centrais para
comunicações com o Ultramar. A construção hoteleira,
derivada do boom turístico, favoreceu o crescente
fornecimento de equipamentos electroacústicos e
antenas colectivas, bem como dispositivos de
segurança contra roubo e incêndio. Para além disso,
Incremento do negócio
A aposta no caminho-de-ferroComo nova linha negocial, referenciem-se os trans-
portes ferroviários, cujo processo de electrificação
então se incrementava. No período 1955-1968,
a Siemens participou, integrada num consórcio,
na electrificação das Linhas do Norte e de Sintra,
fornecendo catenárias, equipamento para automotoras
e locomotivas eléctricas, aparelhagem de telecomando,
sinalização e medida.
Em 1955, surgiu também a oportunidade de fornecer
ao Metropolitano de Lisboa, recém-instalado, várias
encomendas: 24 carruagens automotoras; 12 postos
de transformação; iluminação de estações, subestações
e vias. Em 1960, reforçava essa colaboração,
assegurando a ampliação da frota com mais
14 carruagens automotoras.
1950 < 1960
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO22
Linha de Sintra
Controlador de comboios · 1?50
Finalmente, em função da vulgarização da
electricidade e da consagração dos
electrodomésticos por evolução de padrões de
consumo e poder de compra, fenómenos
acompanhados pela publicidade televisiva e por
práticas de vendas a prestações, as vendas de
aparelhagem para uso doméstico da Siemens
apresentavam resultados crescentes, não obstante
a forte concorrência que se vivia neste domínio:
televisões, máquinas de lavar roupa e máquinas
de lavar louça eram os produtos em ascensão.
Os anos 50/60 configuraram-se como um tempo
de crescimento económico em Portugal, revelando
um surto de industrialização marcante na história
do País, ajudando a ultrapassar a fase da economia
restritiva e de auto-suficiência em que estava
mergulhado. A electrificação representava uma
das bases estruturais para se implantar
o progresso técnico.
23
1950 < 1960
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
Sede na Av. Almirante Reis - 1?62
A importância crescente do movimento comercial
da Siemens era tão notória que levou a nova
transferência de sede. A partir de 1962, esta ficou
instalada num prédio da Avenida Almirante Reis,
nº 65, edifício com nove andares, onde se
distribuíam os diversos departamentos da
empresa, entretanto organizados. Mas a acção
empresarial da Siemens em Portugal, por esta
altura, já não se limitava à simples colocação de
produtos importados, tendo começado
a implantar unidades de produção industrial.
Neste contexto, através dosseus fornecimentos,
a Siemens deu umimportante contributo
para a modernizaçãotecnológica
de Portugal.
A situação vivida em Portugal, no início
dos anos 60 era, no mínimo, complexa
tornando-se evidente o confronto entre
uma realidade conservadora, com sinais
de forte arcaísmo (guerra colonial,
emigração massiva), e notórios anseios
de modernização, de abertura
à industrialização e à Europa, através
da integração na EFTA (1960).
Perante condições favoráveis ao
investimento estrangeiro, num quadro
económico em que a exportação se
configurava como o objectivo principal,
tendo em vista suportar os custos do
esforço de guerra, surgiram, então,
unidades industriais vocacionadas para
a exportação, casos da construção naval,
celulose e indústria electrónica.
'3@( 5 '3A(
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1960 < 1970
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
Besenvolvimento industrial
Produzir no Sabugo e em ÉvoraSob licença da Siemens, a ENAE
começou a produzir também motores
eléctricos e transformadores de
potência, de reduzidas dimensões, tendo
decidido, em 1960, criar uma nova
unidade – a Motra - Equipamentos
Eléctricos S.A.R.L.. Em 1962, a Motra
passou para o controlo da Siemens, que,
no ano seguinte, deu início a uma outra
construção fabril de raiz, junto à estação
do caminho-de-ferro do Sabugo. A 3 de
Dezembro de 1964 eram inauguradas
as novas instalações da empresa, que
funcionava como associada do grupo
para a produção de transformadores,
motores, electro-bombas e ferramentas
eléctricas. Com cerca de 300
empregados, alguns deles com estágio
na Alemanha, a nova unidade, mais
conhecida como Fábrica do Sabugo, foi
projectada com automação da maior
parte do seu equipamento e com
métodos modernos de organização de
trabalho, configurando-se, ao tempo,
como exemplar.
Esta conjuntura terá levado
a Siemens a assumir
um posicionamento ainda
mais interventivo em Portugal, com
investimentos dirigidos também
para a área da produção industrial.
A primeira acção deste tipo surgiu com
a colaboração prestada à ENAE - Empresa
Nacional de Aparelhagem Eléctrica, que
produzia lâmpadas de incandescência
(Lumiar) e passou, depois de um acordo
de assistência técnica com a Osram (uma
subsidiária alemã da Siemens), a produ-
zir também lâmpadas fluorescentes
desta marca.
A Siemens – Companhia de Electricidade, S.A.R.L.
enquanto distribuidora em Portugal de todos os
produtos das várias fábricas do consórcio mundial
Siemens, assumiu a distribuição da produção do
Sabugo, que incluía transformadores de grandes
dimensões com grande procura no mercado para
várias instalações eléctricas importantes, caso de
Cahora Bassa, em Moçambique.
Esta incursão da Siemens na área da produção em
Portugal motivou uma alteração estatutária,
realizada em Abril de 1966, através da qual a Siemens
– Companhia de Electricidade, S.A.R.L. definia como
objecto social “o fabrico, aEuisição, reparação e venda
de máEuinas, aparelhos, artigos e respectivas peças
e acessórios, especialmente os pertencentes ao ramo
electrotécnico e electrónico, podendo abranger
também a comparticipação em outras empresas, bem
como dedicar-se, se assim for decidido pela
assembleia-geral, a EualEuer outra espécie de
operaçKes ou actividades comerciais”.
O Grupo Siemens decide então aumentar a sua
capacidade industrial em Portugal e lança-se no
domínio da microelectrónica. Na Fábrica do Sabugo
foi criada, em 1969, uma linha de produção de
matrizes para memórias de computadores, a que se
seguiu outra de circuitos integrados híbridos,
componentes para amplificadores a utilizar em cabos
coaxiais de forma a permitir 10.800 conversações
telefónicas simultâneas, na altura uma revolução
nas telecomunicações. Estas novas produções deram
origem a uma nova unidade funcional – a Divisão
Electrónica –, mais tarde autonomizada em unidade
fabril própria.
Em 1971, a Siemens implantou uma nova fábrica
para a produção de relés (material de
telecomunicações), nos arredores de Évora, cuja
produção se destinava também à exportação. Dada
a sua localização num meio predominantemente
rural, esta unidade revestiu-se de um importante
significado simbólico, com importantes reflexos no
mercado de trabalho local.
Segundo os dados da empresa, em finais de 1971,
a Siemens empregava 1304 trabalhadores em Portugal,
dos quais 435 em Évora e 475 no Sabugo, com os
restantes ocupados nos departamentos comerciais
e administrativos da unidade distribuidora.
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1960 < 1970
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
Imagem de época · Construção da Ponte sobre o Tejo - 1?66
Telemóvel dos anos E0
Televisão “Estoril” anos E0
“aeitoso” - Radiador eléctrico compacto
Televisão dos anos 50
Tele1one dos anos 40
1970-1980
31
1970-1980
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
Perante uma profunda reestruturação verificada
nos headquarters (criação da Siemens AG como
centro de decisão e reorganização do Grupo por
áreas de negócio), também a subsidiária portuguesa
se reorganizou em 1972, adoptando a designação
oficial de Siemens, S.A.R.L. e definindo quatro
departamentos, que passaram a chamar a si a gestão
da respectiva área de negócio: o Electromédico (que
recebeu os direitos de representação da anterior
Siemens Electromédica, S.A.R.L., filial da Siemens
Reiniger); as Telecomunicações; a Energia e
Indústria; e os Electrodomésticos. A estrutura
orgânica era completada pelo Departamento da
Administração, pela Delegação Técnica do Porto,
pela Fábrica do Sabugo e pela Fábrica de Évora.
Para além de prosseguir a função de distribuidora
de um Grupo Global, a Siemens, S.A.R.L. aprofundou
o seu investimento numa política industrial baseada
em dois objectivos centrais: incorporar crescente
matéria nacional no produto final (em 1972, já
representava 65% do valor de vendas); e privilegiar
a exportação de produtos, para a qual os
componentes de microelectrónica contribuíam
quase a 100%.
A aposta industrial e exportadora alargou-se com
a aquisição, em 1973, da Indelma � Indústrias Electro-
Mecânicas, S.A.R.L., fábrica de cablagens para
a indústria automóvel situada no Seixal, unidade
que a Siemens reorganizou, assegurando ainda uma
segunda linha de produção de quadros eléctricos.
A Siemens participou desta forma,activamente, no cumprimentodo desígnio de implantar uma indústriaelectromecânica e electrónicaem Portugal, possibilitando não sóa criação de emprego, mas tambémo aumento e a diversificaçãoda produção nacional.
Período de transição
A Revolução de Abril
A Siemens, S.A.R.L. também não conseguiu escapar
aos efeitos das perturbações derivadas do ciclo de
radicalismo político que se seguiu à Revolução de
25 de Abril, as quais se fizeram sentir, acima de tudo,
ao nível de agitação operária em algumas das
unidades fabris, tendo-se verificado apenas um
episódio mais violento, já em 1977, com o reben-
tamento de uma bomba nas instalações da sede,
na Av.o Almirante Reis.
Em termos económicos, os anos de 1974/75
representaram, no entanto, uma evidente quebra
no valor das encomendas, surgindo uma significativa
subida nas despesas com pessoal (85% de 1973 para
1974), derivada de aumentos salariais, decretados
numa conjuntura que experimentou ainda o disparo
da inflação. A recessão internacional também se fez
sentir a vários níveis, dificultando a colocação da
produção industrial. Tudo isso implicou reduções
de pessoal e prejuízos nos resultados anuais.
Com as alterações estruturais por via das
nacionalizações, as novas empresas públicas
passaram a ser os principais clientes da Siemens.
Em 1976/77, foi fundamental a decisão,
conjuntamente com o accionista Siemens AG, de
investir em Portugal suportando todos os prejuízos
acumulados durante este período difícil.
Entretanto, o pedido formal de adesão de Portugal
à Comunidade Económica Europeia, em 1977,
desanuviou o horizonte em favor da economia de
mercado e os indicadores económicos do Grupo
Siemens retomaram a tendência ascendente.
Preparar a adesão à C.E.E. passou a ser o lema da
acção governamental e dos agentes económicos.
A Siemens participou nesse movimento de retoma,
demonstrando confiança no rumo da economia
portuguesa: em 1979, a sua carteira de encomendas
crescia em 44% em termos nominais (23% em termos
reais), o nível de exportação ampliava-se (28% da
facturação); o investimento nas várias unidades
subiu 127%, elevando-se em 38% as despesas com
pessoal (salários e formação profissional).
35
1980<1990
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
'3C(5'33(A ModerniHa8Eo na Iuropa
Em 1981, face à contínua expansão, a Administração
planeou uma nova localização para as instalações de
Lisboa. Para tal, adquiriu, em 1981, um terreno na
periferia, na zona de Alfragide, desenvolvendo um
projecto de implantação, que ficou conhecido como
o projecto “Dois Moinhos”, dada a existência de dois
velhos exemplares no respectivo logradouro. Estes
moinhos foram devidamente restaurados e posterior-
mente disponibilizados para demonstrações a escolas.
Nesse ano, foi criada a Divisão de Exportação para
coordenar o respectivo sector. E foi ainda organizado
um Grupo de Regulação e Automatização de Processos
Industriais para encontrar as respostas a encomendas
relativas a automatizações de linhas de fabrico e à imple-
mentação de computadores de processo em sistemas
de controlo e comando. Deu-se início a um Plano Director
de Informática e Organização, primeiro passo para um
processo de actualização permanente. Em 1984, eram
introduzidos nos serviços os terminais Siemens MTS
2000, com extensão da rede a todos os departamentos
para acesso aos ficheiros centrais. E, no ano seguinte,
era instalado o computador de grande porte Siemens
788, na altura um dos maiores existentes no País, para
assegurar a ligação da rede nacional Siemens com a
rede internacional do Grupo, sendo instalado um
software de encomendas em teleprocessamento.
A adesão de Portugal à Comunidade Económica
Europeia (1986) implicou níveis de crescimento
económico apreciáveis, não só por efeito dos fluxos
monetários derivados das ajudas à pré-adesão, des-
tinadas à criação de infra-estruturas e modernização
do tecido económico, mas também pelo investimento
público e privado que essas ajudas exigiam como
contrapartida. Para além disso, existiam condições
atractivas para o capital estrangeiro, enquanto ao
nível do investimento privado se vivia um período
de alguma animação tendo em vista a plena inte-
gração no mercado comunitário, agendada para 1993.
Embora com efeitos distintos nas várias áreas de
negócio, a Siemens, S.A.R.L. beneficiou desse
crescimento ditado pela adesão à C.E.E.. Neste
período de transição económica, a dinâmicaevidenciada pela Siemens deveu-semuito ao incremento da oferta desoluções em serviço completo, mais do
que ao fornecimento de equipamentos, ou seja,
tratou-se de responder à procura dos clientes com
um projecto do tipo “chave-na-mão”, procurando
para isso as sinergias necessárias, dentro e fora
do Grupo.
Inauguração do Pltimo troço da auto-estrada Lisboa - Porto - 1?E0
A mudança para Alfragide
A nível interno, ganhou relevo a conclusão, em 1986,
do projecto de arquitectura “Dois Moinhos” para a sede
a construir em Alfragide, englobando escritórios,
oficinas e centros de estudo e preparação, incluindo
uma escola de técnicas digitais aplicadas em
telecomunicações e automação industrial. O projecto
desenvolveu o conceito de escritório moderno
e as obras iniciaram-se em Julho de 1987, tendo
a inauguração das instalações ocorrido em 1989,
com toda a dignidade institucional.
Fotogra1ia da entrada da Sede em Al1ragide - 1?E?
Nesta altura, surgem novos negócios, concluindo-se,
por exemplo, em 1986, a contratualização de um dos
mais estruturantes projectos da economia portu-
guesa – a digitalização da rede de telecomunicações,
para o qual a Siemens participou com o fornecimento
das centrais digitais EQSD.
No contexto do contrato de digitalização firmado
com o Estado Português através dos ex-CTT/TLP, foi
criada de raiz em Corroios uma fábrica de produção
de sistemas de comutação digital EQSD. Foi também
criada ao abrigo deste contrato, uma área de
adaptação e configuração local de software para
o sistema produzido na Fábrica de Corroios.
As primeiras centrais de comutação digital a sair de
Corroios foram instaladas na rede dos ex-CTT/TLP
em 1988, para substituir o equipamento analógico
em funcionamento.
De salientar que até ao início do programa de digita-
lização em Portugal, havia apenas 10 telefones por
100 habitantes e que em algumas zonas do País, o tempo
médio de instalação chegava a ser de vários anos.
A Fábrica de Corroios atingiu o pico de produção no
ano comercial de 90/91, sendo produzidos e
entregues aos ex-CTT/TLP mais de 400.000
terminações telefónicas.
Com o objectivo de conferir maior dimensão às
actividades de formação profissional, a Siemens criou,
em 1988, o Centro de Formação Electrónica Industrial
da Siemens, em conjunto com o INETI – Instituto
Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial,
agregando depois outras empresas do sector. Esse
centro foi o embrião da posterior Associação Nacional
de Formação Electrónica Industrial (1990). Uma
instituição que ao longo dos anos, tem facultado
formação em Electrónica Industrial e outros cursos
afins às áreas de negócio das empresas associadas a
centenas de jovens (actualmente denomina-se
Academia de Formação - ATEC).
No que se refere às outras unidades fabris do Grupo,
importa salientar que, em 1987, a empresa Motra foi
integrada na Siemens, S.A., passando a ser designada
como “Fábrica de Transformadores”. O número total
de colaboradores do Grupo Siemens em Portugal,
no ano de 1988, era já de 4174.
39
1980<1990
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
ANFEI - Associação Nacional de FormaçãoElectrónica Industrial - 1??0
Anos 3(In7estir na produçKoe na Lualidade
41
Anos 90
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
As unidades fabris continuam, nesta altura, no seu
processo de consolidação, aumentando a produção
e admitindo mais pessoal (integrou-se, nesse ano,
o 5000º colaborador da Siemens em Portugal).
Na Indelma (Fábrica do Seixal), com o negócio de
cablagens em crescimento, as ampliações realizadas
exigiram um investimento na ordem de 1.7 milhões
de contos. Entretanto, as actividades de quadros
eléctricos e disjuntores foram integradas na Siemens,
S.A., em 1992, passando a Indelma a consagrar-se
exclusivamente às cablagens. Por isso mesmo, foi
montada a Siemens - Fábrica do Seixal, designada
como Fábrica de Disjuntores e Quadros Eléctricos,
que englobou também a produção de ferramentas
e moldes de alta precisão.
Na Fábrica de Relés, em Évora, incrementa-se
a automatização de montagem e ensaio de relés
e a racionalização dos processos de fabrico, com
investimentos na ordem de 1 milhão de contos.
Também na Fábrica de Transformadores (Sabugo),
entretanto com posições consolidadas em alguns
mercados externos, se procedeu ao aumento da área
fabril e a vários investimentos.
Visita do Presidente da RepPblicaf Dr. aorge Sampaiof g Indelma - 1???
É precisamente no inHcio dos anos#@ que se assiste a um reforço muitosignificativo do investimento emoperações de renovação nasKábricas do Mrupo, sempre como obOectivo de responder D expansãodos negócios e garantir condiçõesde qualidade e produtividade
43
Anos 90
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
A certificação de qualidade passou a ser um objectivo
para as várias unidades do Grupo, solicitada junto
do Instituto Português de Qualidade em 1991.
Aplicou-se a norma NP EN 29001, que cobre todas
as actividades que influenciam a qualidade do
produto, desde a concepção, desenvolvimento
e serviço pós-venda.
A Siemens viria a ser a primeiraempresa a ter as unidades industriaiscertificadas em Portugal.
Os primeiros anos da década de 90 permitiram
à Siemens participar em Portugal em projectos de
grande dimensão. Refira-se o papel fundamental
desempenhado pela empresa no fornecimento de
equipamento para a primeira rede móvel portuguesa
contratada em 1992 com a Portugal Telecom, ou no
acordo intercalar com a EDP para a obtenção de
licença de construção e exploração da Central
Termoeléctrica de Ciclo Combinado da Tapada do
Outeiro (1991) – fundamental para a viabilização do
projecto de introdução de Gás Natural em Portugal.
O contrato de fornecimento "chave-na-mão" da
central da Tapada do Outeiro foi assinado em 1994
pelos Administradores da Siemens, Qolfgang Georg
Bzhler e João Araújo Franco.
Assinale-se, também, a participação em consórcios
para contratos nos transportes públicos (40
automotoras para a linha de Sintra, da CP; protótipo
para as novas carruagens do Metropolitano).
Os efeitos da crise económica de 1993 fizeram-se
entretanto sentir e provocaram naturais dificuldades
às exportações da Siemens, dada a quebra de
actividade nos Países receptores dos seus produtos.
Descidas bruscas na venda de transformadores
Assinatura do contratopara a Central da Tapada do Outeiro - 1??4
e cablagens prejudicaram os resultados e implicaram
dispensas de pessoal no Sabugo e na Indelma.
Novos projectos de cablagens para modelos da
Renault e da Auto-Europa vieram animar a actividade
da Indelma a partir de 1994. Também importantes
encomendas no domínio dos transportes públicos
surgiram nesta altura: a concretização do pedido de
8 mais 9 composições para o Metropolitano, de
acordo com os 2 modelos experimentais anterior-
mente desenvolvidos em consórcio com a Sorefame;
e a solicitação de 10 eléctricos rápidos, de piso
rebaixado, para a Companhia Carris de Lisboa.
A inauguração das novas instalações da Região Norte,
em Perafita, Matosinhos, concretizou-se em 19 de
Maio de 1994, passando a haver melhores condições
logísticas para o dinâmico papel que a Delegação
sempre assumiu na comercialização, instalação
e assistência nas várias áreas de produtos Siemens
na Região Norte.
Em 31 de Março de 1995, Qolfgang Georg Bzhler
deixava as funções de Administrador-Delegado, que
exercera durante 25 anos, para subir a Vice-Presidente
do Conselho de Administração. Na mesma altura, foi
designado Carlos de Melo Ribeiro, o primeiro
português a assumir uma posição de tamanho relevo
no Grupo, sinal evidente do reconhecimento pelos
headEuarters da maturidade atingida pela filial
portuguesa. Sob o comando de Carlos de Melo Ribeiro,
é reforçado o objectivo de colocar a Empresa na
liderança incontestada da indústria eléctrica e
electrónica, isto sem nunca perder de vista o recurso
às fórmulas mais adequadas de associação ao processo
de modernização da sociedade portuguesa. Pode
mesmo dizer-se que se iniciou então uma viragem
estratégica assente na aposta incondicional nas áreas
de alta tecnologia, software e serviços.
Instalações da Região Norte - Pera1itaf Matosinhos - 1??4
O inicio do R&DEm 1996 no contexto da reorientação estratégica da
Siemens Portuguesa, no sentido de uma maior aposta
na criação local de valor estratégico e reforço da
respectiva componente de alta tecnologia, deu-se início
ao embrião do que viria a ser o primeiro centro de R&D
em Portugal nas tecnologias de telecomunicações ópticas.
Arrancando em 1996 com um núcleo reduzido, menos
de uma dezena, de engenheiros de telecomunicações e
de software, deu-se início a um ciclo de crescimento das
actividades de R&D bem como dos investimentos em
meios laboratoriais associados a estas actividades.
Até ao final da década foram-se consolidando as
competências internacionais do Centro R&D da Siemens
Portuguesa com especial destaque nos sistemas óptico,
redes de comutação móvel e fixa, bem como plataformas
de gestão de redes.
Foi também no âmbito deste ciclo de crescimento que
foi criada a linha de produtos de gestão de redes – SPOTS.
A excelência como metaCom uma nova liderança, a empresa encarou o ano de
1996 como de evolução e reorganização das estruturas
com vista a responder melhor às exigências futuras. Foi
reforçado o movimento top+ para aumentar a compe-
titividade e criado um centro de Ousiness :Pcellence,
entidade coordenadora de todas as acções de produ-
tividade e qualidade para alcançar a meta principal:
a “Excelência” da organização.
Condensador de tjntalo
Por esta altura, já todas as unidades da
Siemens se encontravam certificadas ou
na fase final do processo de certificação
do Sistema de Qualidade e tinham sido
iniciados os processos de auto-avaliação
segundo o modelo da EFQM (:uropean
Roundation for SualitT Uanagement).
“:stamos profundamente empenhados em
colocar a nossa organização ao melhor
nXvel mundial” – afirmava-se no Relatório
de 1996, numa expressão programática
para um novo modelo de gestão que
marcaria os anos seguintes.
Deste ambiente de procura da excelência
decorre, naturalmente, a preocupação
com a identidade corporativa,
nomeadamente a definição do perfil da
empresa, dos princípios de acção, da visão
global do negócio, da implementação da
estratégia, de acordo com a identificação
da sua missão, que é apresentada da
seguinte forma:
Sueremos ser uma parte real, reconhecida,
activa e de valor acrescentado da Rede
Global de Inovação da Siemens no mundo.
Tanto a nível mundial como em Portugal,
a preservação ambiental é uma das
dimensões da cidadania empresarial da
Siemens, sendo certo que a protecção do
meio ambiente passa pela implementação
das boas práticas em todas as fases da
vida de um produto ou de um equipa-
mento, desde a fase do seu lançamento
ao da sua substituição. Sublinhe-se que
a Siemens, S.A. foi a primeira empresa
portuguesa a garantir a validação das
certificações ambientais de instalações
industriais: Fábrica de Relés, em Évora,
em 1995, e a Indelma, no Seixal, em 1996,
de acordo com o Sistema Comunitário de
Ecogestão e Auditoria (Regulamento
CE 1836/93).
A posição da Siemens relativamente
à defesa do ambiente está definida desde
1995 e pode acompanhar-se através das
brochuras 6olXtica Ambiental ? 6rincXpios
de 6rotecção do Ueio Ambiente e Guia de
Gestão Ambiental. Todas as unidades
dispõem de sistemas de gestão ambiental
devidamente implantados, certificados
e acompanhados.
Este clima empresarial tem sido suportado
por uma gestão rigorosa, elevados
investimentos e uma forte aposta na
investigação e na qualificação. A Siemens,
S.A., que historicamente começou por ser
meramente uma representante comercial
dos headEuarters da Alemanha, conseguiu,
nos últimos anos, ganhar para Portugal
a implantação de novoscentros de competência aonível do Grupo Global, quevieram reforçar a suacapacidade de produçãoe exportação, reconhecidamundialmente transfor-mando-a, de facto, numoperador global.Alguns desses centros de competência
desenvolveram-se em sectores já
existentes, entretanto optimizados, outros
surgiram de novo como aposta na
capacidade tecnológica dos portugueses.
45
Anos 90
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
É também nesta altura que surge o conceito de “Região
Norte”, no âmbito comercial, como forma de
maximizar o serviço prestado pela Siemens na zona
Norte do País, desde sempre assegurado pela
delegação do Porto, no sentido de optimizar
a concertação entre as várias unidades de negócio na
busca das melhores soluções à medida do cliente na
Região. Procurava-se assim responder, regionalmente,
ao objectivo da “optimização das sinergias inter-áreas
de negócio” integrado no movimento top+. Foram
visíveis os resultados desta estratégia ao nível de
grandes projectos no Norte do País, como por exemplo
a Central da Tapada do Outeiro, da Lipor II – central
de tratamento de resíduos, fornecimentos para
centrais hidroeléctricas (Central de Vila Nova), de
parques eólicos (Pena Soar, Meadas, Cabril, Pinheiro
e Alvão), de infra-estruturas de TV Cabo – Porto, da
instalação de cablagens na Faculdade de Engenharia
da Universidade do Porto, da implantação de redes
de dados e voz para os hospitais de S. João e S. Marcos,
da iluminação exterior do novo edifício da Câmara
da Maia, instalações no Hospital do Vale do Sousa,
bem como a participação em vários estádios do Euro-
2004, entre outras actividades.
Renovação de painéis solares . EXpok?E
Desenvolvimento na Fábrica do Sabugo para
Transformadores a óleo, com o objectivo de se
tornar em centro de competência da área para toda
a Europa.
Esta estrutura transversal posiciona-se como um
service provider responsável pela operacionalização
na Região das políticas e estratégias dos diversos
operating groups da Siemens, ao mesmo tempo que
desenvolve igualmente uma intensa procura de
oportunidades de negócio.
Ainda em 1996, ampliou-se e modernizou-se a
Fábrica de Quadros Eléctricos de Média Tensão, em
Corroios (Seixal), cuja unidade, completamente
remodelada, ficou responsável pelas exportações
para o mercado europeu. Criou-se um Centro de
49
Anos 90
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
Aposta na Alta Tecnologia
Marco fundamental no ano de 1996, foi a assinatura,
a 30 de Agosto, do contrato para uma nova Fábrica
backend de semicondutores em Portugal, a implantar
em Vila do Conde, conseguida em concorrência com
mais 26 Países, o que representou uma viragem
qualitativa nos investimentos em Portugal, na medida
em que significou uma aposta em sectores dealta tecnologia, com um sentidoestratégico de futuro.
Tratando-se de um projecto do maior relevo para o
desenvolvimento regional e nacional, trazia ainda um
investimento inicial da ordem dos 60 milhões de
contos – 300.000 EUR – (em duas fases) e uma criação
de 750 postos de trabalho, na sua grande maioria
engenheiros e pessoal especializado. Primeira Fábrica
da Siemens no Norte de Portugal, que assim alargava
a sua implantação geográfica nacional em termos de
unidades produtivas, a nova Fábrica foi concebida
para o fabrico de memórias DRAM de 16 Mb (unidades
de memória dinâmica para sistemas informáticos),
a que se seguiriam memórias de 64 Mb, permitindo
a evolução posterior para as tecnologias seguintes.
Já em 1997 surgiu outra decisão favorável à proposta
da Siemens, S.A. para que uma nova Fábrica, destinada
a condensadores de tântalo, altamente automatizada,
viesse para Portugal. Era mais uma unidade de alta
tecnologia, fruto da parceria Siemens e da japonesa
Matsushita, no âmbito da produção de componentes
para a indústria de telecomunicações e electrónica,
que representava um investimento inicial de 10
milhões de contos e a criação de cerca de 400 postos
de trabalho, essencialmente engenheiros, ficando
situada em Évora, zona onde já existia uma fábrica de
relés da Siemens. Lançada a primeira pedra em 5 de
Maio de 1997, o início da produção verificou-se em
1998, com impacto considerável na economia regional
e ligação à universidade local.
Estas duas Fábricas vieram, obviamente, alargar
o âmbito industrial da Siemens em Portugal,
tornando-a gradualmente uma das empresas de maior
nível exportador. Agora, a Siemens alargava o espectro
dos produtos destinados ao exterior a todo o mundo,
principalmente para Países da Europa e {frica, que
iam desde os transformadores à comutação digital,
até aos componentes high-tech. Neste contexto de
exigência, a SQT – Siemens Qualificação e Treino,
passou a actuar em Portugal, a partir de 1997,
com programas de desenvolvimento organizacional
e pessoal, antes realizados com sucesso na Alemanha
e França, passando a dar apoio às várias unidades de
negócio, com acções diversificadas de qualificação
individual e interpessoal.
Duas novas Fábricas
Em 1997, a Siemens participou festivamente da
comemoração dos 150 anos da Siemens global, tendo
para o efeito realizado uma exposição sobre
a trajectória do Grupo e realizado alguns encontros.
Na altura, por decisão da Câmara da Amadora, a rua
de entrada para a sede em Alfragide passou
a designar-se de Rua Irmãos Siemens, numa acção
simbólica de reconhecimento aos dois irmãos cujas
invenções, no séc. XIX, mudaram o mundo.
Nesta altura, verifica-se o aprofundamento da
aposta estratégica da Siemens, S.A. nasáreas das telecomunicações e serviços,através da constituição de fortesequipas operacionais e cooperação com
entidades de investigação e universidades, de forma
a ganhar posições nesses domínios, em diversas
áreas (redes IP, redes móveis, fornecimento de
soluções e serviços, mercado de telefones móveis,
tecnologias digitais).
A criação da unidade de negócio Informação
e Comunicações veio, pois, responder à necessidade
de reorganizar os recursos disponíveis, tendo em
conta a convergência crescente verificada no
mercado entre telecomunicações e tecnologias de
informação, permitindo assim dar respostas eficazes
em termos de redes, sistemas e serviços.
Os vários operating groups passaram a desenvolver
a sua acção nacional sempre em estreita colaboração
com os seus colegas a nível mundial, assegurada
por uma ligação em rede entre todo o Grupo.
Inauguração da Fábrica de condensadores de tjntalo em Évora - 1??E
Inauguração da In1ineon TechnologiesFabrica de semi-condutores - 1???
Siemens presente na EXpok?E como patrocinador e 1ornecedor o1icial
Da Expo’98 ao Euro-04
Depois de fornecer a Expo’92, a Siemens participou
activamente, a nível nacional, nesse grande evento
que foi a Expo’98, quer como patrocinador, quer
como fornecedor oficial, integrando vários projectos
com acções ao nível da iluminação pública, galerias
subterrâneas, manutenção e equipamentos para
diversos pavilhões. A complexidade das intervenções
neste projecto, envolvendo várias unidades de
negócio e contemplando aplicações inovadoras,
trouxeram à Siemens um prestígio acrescido.
Como exemplo, refira-se o projecto da rede de dados.
A Siemens construiu e operou para a Expo’98 aquela
que à época era a maior rede de dados privada do
mundo. Este projecto subcontratado pela Portugal
Telecom serviu de referência mundial e lançou as
bases para a construção em Portugal dos futuros
backbones de dados em tecnologia ATM e IP.
Esta participação na Expo’98 foi o reflexo da presença
activa da Siemens, S.A. no território nacional e das
suas sinergias com o Grupo Global, traduzido numa
acção de modernização em várias áreas. É o caso,
por exemplo, da conclusão, em 1999, da Central
Eléctrica a Gás Natural da Tapada do Outeiro, uma
obra fundamental na produção de energia, a que se
seguiu, em 2001, o contrato para a renovação da
Central de Ciclo Combinado do Ribatejo.
Também as entregas de material e renovação de
contratos para fornecimentos de material ferroviário
para a CP e Metropolitano de Lisboa constituíram
acções fundamentais de renovação do transporte
ferroviário para as quais a Siemens deu contributos
decisivos.
Os fornecimentos de equipamentos e sistemas de
automação às indústrias ou a elaboração de projectos
“chave-na-mão” tornaram-se outras vias para a
modernização, o mesmo sucedendo como os níveis
crescentes de exportação de equipamentos e de
projectos de engenharia ou a criação de sucessivos
centros de competência.
Turbina a gás da Central de ciclo combinado da Tapada do Outeiro
Metropolitano de Lisboa
NovoMilénioAs apostas estratégicas para a entrada no novo milénio
apontavam para o esforço selectivo das competências
nos negócios e serviços do futuro, as altas Tecnologias
da Informação e Comunicação e da Indústria, por
exemplo, as comunicações móveis, os produtos
orientados para a Internet e a automatização de
processos. Um dos grandes desafios centrou-se na área
dos serviços, dado o potencial de crescimento e de
emprego que oferece, estabelecendo a meta para que
essa parcela atinja metade do volume de negócios nos
próximos anos.
A 5 de Janeiro de 2001 inaugurou-se o edifício Inovação,
em Alfragide, materializando a importância da aposta
num pólo de 300 engenheiros dedicados aos segmentos
mais sofisticados do mercado de software, tecnologias
ópticas, mobilidade e Internet, áreas que já eram centros
de competência mundial e reflectiam uma aposta
importante na inteligência portuguesa.
E a verdade é que nestes primeiros anos do novo milénio
se multiplicaram as participações da Siemens no
processo de modernização das mais diversas áreas da
sociedade portuguesa, sempre com recurso a soluções
estruturantes e tecnologias inovadoras.
É o caso da intervenção decisiva na implementação das
novas redes de telecomunicações e da aposta ganha na
área dos telemóveis, com a Siemens a garantir uma
posição de destaque no mercado português (2º lugar
do ranking de vendas em 2004), onde o design nos
terminais moveis GSM e UMTS revelou-se de vital
importância, vincando uma imagem de inovação,
prestígio e alta qualidade.
Novo Milénio
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO54
Campanha publicitária do Siemens M60
55
Novo Milénio
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
Também no sector da Saúde, ao já tradicional
fornecimento de evoluídos equipamentos de tratamento
e de meios de diagnóstico, como foi o caso da instalação
do 1º PET Siemens no IPO de Lisboa em 2003, junta-se
agora a disponibilização de modernos sistemas
informáticos de gestão hospitalar.
Neste contexto inscrevem-se os contratos referentes ao
complexo plano de informatização integrado das
urgências do Hospital de Santa Maria e ao Plano Director
do mesmo hospital, compreendendo o diagnóstico e
proposta de desenvolvimento dos serviços desta unidade
de saúde de grande dimensão.
Da imensa lista de intervenções da Siemens com impacto
evidente no tecido empresarial e social português,
refiram-se, a título de exemplo, na área da energia, a
assinatura dos contratos de manutenção de longa duração
das Centrais da Tapada do Outeiro e do Ribatejo, para
cuja construção a Siemens contribuiu de forma decisiva,
ou, na área dos transportes ferroviários, a realização da
maior obra de catenárias para a electrificação da Linha
da Beira Baixa e a adjudicação para implementação de
uma solução “chave-na-mão” no Metro Sul do Tejo.
Central Termoeléctrica do Ribatejo
1º PET no IPO de Lisboa
Combino para o Metro Sul do Tejo
Estádio Alvalade XXI. Lisboa. 2004
Novo Milénio
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO56
Euro-2004A oportunidade da construção ou remodelação de
infra-estruturas desportivas para o Euro-2004 veio
evidenciar uma vez mais as capacidades
multidisciplinares da Siemens na forma de conseguir
sinergias entre seus diferentes operating groups,
para concretizar um projecto específico e desenvolver
soluções integradas com as tecnologias mais
avançadas sob a forma de projecto “chave-na-mão”.
O resultado foi uma excelente intervenção da
Siemens em nove dos dez estádios do Euro-2004,
numa verdadeira exposição de raras capacidades
que suscitou desde logo consultas de organizações
estrangeiras envolvidas em futuros eventos do
género, casos do Mundial-2006, na Alemanha, ou
das Olimpíadas de 2008 em Pequim.
Estádio do Dragão . Porto . 2004
Subjacente a esta capacidade de intervenção da
Siemens, S.A. está um elevado investimento em
investigação, desenvolvimento e formação, que
representa uma mais valia para o futuro da empresa
e do País. Em 2003, quando se criava um Laboratório
de Redes Ópticas como mais um novo centro de
inovação mundial, a Siemens, S.A. via o
reconhecimento dos seus esforços continuados
através da conquista do primeiro prémio “top+
Regiões”, atribuído pela Siemens AG no âmbito do
cumprimento dos objectivos do programa de
excelência pelas suas associadas regionais.
Na apresentação de resultados de 2003, a Comissão
Executiva deixava a mensagem para a acção comum:
“O novo sistema de gestão da Siemens concretiza-se
através da prática de três conceitos globais: a Inovação,
a Orientação para o Cliente e a Competitividade
Global” (Relatório, 2003).
Foi neste contexto que se definiram as Iniciativas
Inovação e Excelência da Siemens, sem dúvida os
pilares da gestão estratégica da Empresa. No sentido
de melhor estruturar estas políticas, foram criados
programas estratégicos, cuja aplicação trouxe já
para a Siemens em Portugal enormes benefícios.
Siemens Portugal distinguida com o 1º lugar “top+ Regiões” - 2003
57
Novo Milénio
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
Laboratório de Redes Ópticas da Siemens · 2003
A aposta na Inovação como pilar estratégico levou
a Siemens Portugal a realizar um esforço de
investimento em infra-estruturas laboratoriais e
em R&D ao longo dos últimos anos, tendo ascendido
ao equivalente a 55 milhões de EUR em 2004, ano
em que foi inaugurado o Laboratório Multimédia,
capaz de reforçar a posição da Empresa como
fornecedor de tecnologia de ponta a nível mundial.
Neste Laboratório Multimédia e no Laboratório de
Redes Ópticas, a Siemens passou a empregar mais
de 1000 engenheiros de R&D, o que diz bem do
contributo da empresa para o desenvolvimento
tecnológico de Portugal.
Laboratório Multimédia Siemens
Inauguração laboratório Multimédia com a presença do Primeiro-ministro Durão Barroso - 2004
Novo Milénio
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100 anos a Projectar o Futuro
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
Ao longo de cem anos de uma presença activa
em Portugal, a Siemens procurou adaptar-se
às realidades nacionais e aos diversos tipos de
conjuntura que tem atravessado.
Divulgando produtos com elevadoefeito de modernização ou gerandolocalmente riqueza e trabalho,a Siemens criou um enraizamentosólido em Portugal.
É aliás através do fornecimento de equipamentos
e soluções técnicas inovadoras que a Siemens mais
tem vincado a sua contribuição para a
modernização do tecido social e económico
português.
Sem pretendermos ser exaustivos, sectores de
actividade como telecomunicações, transportes,
energia, saúde e indústria/infra-estruturas têm
beneficiado em Portugal, ao longo dos anos, do
know-how desenvolvido pela Siemens.
TelecomunicaçõesEmbora a tecnologia Siemens não tenha sido chamada
a iniciar a implantação da rede inicial de
telecomunicações, o seu papel foi crescendo ao longo
do tempo neste domínio. Nos anos 60, tornou-se
relevante o seu papel na implantação da rede de telex.
Mais recentemente, foi chamada a desenvolver
projectos estruturantes de renovação das
telecomunicações, a saber: a digitalização da rede
fixa e a implantação das estruturas para a rede móvel,
tanto mais relevantes quanto arrastaram consigo a
criação de centros de competência e aimplantação de dois centros de Investigação &Desenvolvimento – um vocacionado para hardware
e software de redes ópticas e outro centrado nas
tecnologias de informação e comunicação,
nomeadamente em áreas como a Internet ou o UMTS
(terceira geração de telefones móveis).
Referimo-nos, obviamente, ao Laboratório de Redes
Ópticas e ao Laboratório Multimédia, duas unidades
que empregam cerca de 1000 engenheiros de R&D
e permitem exportar soluções tecnológicas de
vanguarda, no quadro aliás da crescente complexidade
das redes, que serão capazes de suportar
indistintamente qualquer tipo de dispositivo de acesso
e/ou antecipando a convergência entre redes públicas
e empresariais e entre redes fixas e móveis.
TransportesTambém no desenvolvimento dos sistemas detransportes, de primordial importância para ocrescimento económico e para o bem estar daspopulações, a Siemens tem desempenhado umpapel vital. No início através da participação no
arranque dos eléctricos no Porto e Lisboa ou na
electrificação do caminho-de-ferro, e na última
década através do fornecimento das novas gerações
de carruagens automotoras para o Metropolitano
de Lisboa, para os eléctricos rápidos da Carris, para
os Comboios suburbanos do Porto e Lisboa, ou ainda
assegurando a estrutura eléctrica dos Comboios de
pendulação activa da CP.
Para além do material circulante há ainda a destacar
a participação na modernização das infra-estruturas
através da implantação de subestações de tracção e
catenária em várias linhas da REFER. Esse papel moder-
nizador continua na medida em que a Siemens integra
o consórcio para a instalação do Metro Sul do Tejo,
para o qual desenvolveu um projecto “chave-na-mão”.
Em termos de futuro, a Siemens pretende continuar
a aumentar a capacidade de resposta global com
forte orientação para o mercado nacional, estando
naturalmente preparada para o projecto da Alta
Velocidade em Portugal, consciente das exigências
tecnológicas e de qualidade impostas pelo sector.
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100 anos a Projectar o Futuro
Velaro · comboio de alta velocidade
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100 anos a Projectar o Futuro
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
EnergiaA energia, nas suas diversas fases (produção,transporte, consumo), é outra das áreas com maiscontributos da Siemens ao longo da sua históriasecular em Portugal. São inúmeros os forneci-
mentos de equipamentos para múltiplas centrais de
produção de energia. Como exemplo de obra neste
domínio, pode citar-se, pela sua complexidade e
magnitude, a instalação da Central da Tapada do
Outeiro, na margem direita do Rio Douro, a primeira
em Portugal de ciclo combinado, entregue em 1999.
Tornou-se simbólica a turbina de dimensões
gigantescas, com 290 toneladas e 10,5 m de
comprimentos, que chegou por navio a Leixões, sendo
depois conduzida numa barcaça especial Douro acima.
Mais recentemente, merece realce a conclusão e
entrega dos dois primeiros grupos de produção da
Central Termoeléctrica do Ribatejo, bem como a
continuação do fornecimento de equipamentos à EDP
para a sua Central Hidroeléctrica da Venda Nova.
Antecipando o fim anunciado da presença significa-
tiva do petróleo na produção de energia e o esgota-
mento a prazo das próprias reservas de gás natural,
a Siemens tem continuado a investir no desenvol-
vimento de outros tipos de produção energética
para satisfazer uma procura que será cada vez maior
no futuro. Daí a aposta nas pilhas de combustível
para satisfação de consumos menos intensos e mais
localizados e o recurso a outras soluções ambiental-
mente sustentáveis, como por exemplo a energia
eólica. Não esquecer também a aposta a longo prazo
(mais de 10 anos) no nuclear para uma produção
centralizada de energia.
SaúdeDe grande importância para a melhoria doscuidados de saúde e aumento da qualidade devida dos portugueses tem sido o fornecimentopela Siemens de equipamentos tecnologicamenteavançados para hospitais e clínicas em várias áreasde intervenção médica, casos de Raios-X, TAC, Eco,equipamentos destinados ao bloco operatório eunidades de cuidados intensivos, etc.Como exemplo desta intervenção relevante no campohospitalar, sublinhe-se a recente colaboração (2004)com o IPO do Porto, na instalação do mais avançadoequipamento para diagnóstico de cancro, o PET/CTBiograph 6, que combina o recurso às tecnologiasde tomografia por emissão de positrões ecomputorizada (TAC), permitindo através de um
único procedimento não invasivo recolher imagensdetalhadas de todo o corpo humano e a análisemolecular de órgãos internos e tecidos vivos.Também o conceito de "hospital digital" tem-sedifundido, nomeadamente graças à aplicação desoluções integradas de sistemas de informação,como o PACS e PICIS.Atenta aos caminhos que se abrem às Tecnologiasda Saúde, a Siemens aposta no conhecimento cadavez mais aprofundado do indivíduo, que nos éproporcionado, por exemplo, pela genética, nacerteza de que será na prevenção e na antecipaçãoem relação à doença que se centrará o futuro, comas tecnologias, cada vez mais sofisticadas, asuportarem a decisão médica.
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100 anos a Projectar o Futuro
Novo sistema de diagnóstico Biograph 6
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100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
Indústria & Infra-estruturasA Siemens está intimamente ligada, desde o iníciodo século XX, à implantação e desenvolvimento dotecido industrial português. Primeiro, como simplesempresa de representação comercial do Grupo emPortugal, embora com oficinas para assegurar insta-lações e reparações dos equipamentos e ferramentasfornecidos; depois, alargando a sua actividade àprodução industrial quando surgiram condiçõesfavoráveis ao investimento estrangeiro; mais recente-mente, apostando na instalação de duas importantesunidades high-tech (semi-condutores, em Vila doConde, e condensadores de tântalo, em Évora).Com o amadurecimento da área de Serviços,a Siemens tem vindo a alavancar a indústria einfra-estruturas nacionais também através deuma oferta de soluções cada vez mais sofisticadase multidisciplinares. Neste campo, refiram-se, porexemplo, a montagem do maior armazém automáticodo País – a Lactogal; o desenvolvimento de sistemaslogísticos aeroportuários, prestando a Siemensconsultadoria internacional na operação e manu-
tenção de sistemas de tratamento de bagagens;a manutenção de edifícios emblemáticos de Portugal(CCB e sede da CGD); a contribuição pioneira para aProtecção contra Incêndio, Segurança contra Intrusãoe Gestão de Energia e Conforto dos Edifícios damaioria dos Bancos Privados e dos Centros Comerciaisdo nosso País ou ainda as soluções de venda on-linede produtos industriais, como é o caso do A&D Mall,primeiro centro comercial on-line que é já responsávelpela comercialização de mais de 50% dos produtosdeste operating group. De referir ainda os sistemasde automação e controlo onde a Siemens lideradestacadamente o mercado prestando uma fortecontribuição na modernização do tecido industrial.A Siemens acredita que o futuro seguirá por certo nocaminho da crescente utilização de plataformastecnológicas para a indústria que integrem níveis deautomação com os sistemas de gestão das empresas,isto no quadro de um natural aumento do nível deinteligência dos equipamentos e da afirmação datelemanutenção e das tecnologias Wireless.
Montagem do maior armazém automático do País - Lactogal
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100 anos a Projectar o Futuro
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
É nesta via da satisfação das necessidades da
comunidade, num espírito de parceria autêntica nas
mais diversas actividades que a Siemens se prepara
para avançar durante os próximos cem anos em
Portugal, investindo nas áreas estratégicas que
projectem o País para posições cimeiras, com soluções
de Excelência e serviços de real valor acrescentado.
Continuaremos a apostar em centros deInovação e Excelência em áreas de ponta,de olhos postos nas tecnologias etendências do futuro.
Sempre com base em valores como a integridade,
a lealdade, a tolerância e transparência, afinal os
alicerces da cultura empresarial e do código de ética
que balizam o comportamento quotidiano dos mais de
400.000 colaboradores da Siemens espalhados pelo
mundo. Sempre à luz de uma política de
responsabilidade social e corporativa assente na garantia
da sustentabilidade dependente do respeito pelo meio
ambiente e da cidadania empresarial.
É assim que pretendemos continuar aolongo do segundo século de actividadesque agora se inicia.
As empresas criadaspelo Grupo SiemensNo percurso português da Siemens, importa fixar alguns
contributos que, pelo seu simbolismo, se podem
assumir como marcos dessa trajectória de modernização
do tecido industrial e empresarial, através da instalação
de fábricas ou empresas de serviços, e de modernização
do equipamento social, através de alguns
empreendimentos em que tem participado com os seus
equipamentos e soluções.
Para além de todas as unidades fabris a que já fizemos
referência e que a partir da década de 60 integram o
universo Siemens em Portugal, importa evidenciar
também algumas das empresas participadas que
desempenharam e/ou desempenham um papel
relevante na economia nacional como são os casos, por
exemplo, da Osram, Bosch and Siemens Household
Appliances, Fujitsu Siemens Computers �.
Vejamos, em breves traços, o perfil de cada uma destas
organizações.
OsramA Osram é uma marca tradicional da Siemens que
assegura a produção de lâmpadas e sistemas para
iluminação e suas aplicações. A empresa, que se prepara
para festejar 75 anos de presença em Portugal, apresenta
quatro grandes áreas de negócio: Iluminação geral,
Automotive (indústria automóvel e sinalização de
estradas), Acessórios Electrónicos e Foto-óptica. Em
Janeiro de 1999, a Osram e a actual Infineon
Technologies AG formaram uma joint-venture na área
de semi-condutores opto-electrónicos, a Osram Opto
Semicondutors. Objectivo: desenvolver os
semicondutores como fonte de luz, uma nova tecnologia
que se adivinha com enorme futuro.
Osram
Fujitsu Siemens Computers
As empresas criadas pelo Grupo Siemens
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO66
Bosch and Siemens Household Appliances
Fujitsu Siemens Computers
bosch and siemenshousehold appliancesQuanto à Bosch and Siemens Household Appliances,
trata-se de uma parceria, iniciada em 1988, que resultou
de um contrato de assistência técnica com a Bosch-
Siemens Hausgerate GmbH, cujas marcas de
electrodomésticos foram incorporadas num único
serviço técnico da responsabilidade da Siemens, S.A.
Com sistema de qualidade, os serviços técnicos, que
incluem centenas de colaboradores e uma logística de
meios avançados, garantem uma elevada eficiência e
proximidade com o Cliente de electrodomésticos.
Entretanto, essa parceria foi sendo ampliada entre a
Siemens, S.A. e a BSH (Bosch and Siemens Household
Appliances), de forma a desenvolver abordagens
inovadoras para melhor responder aos diversos
segmentos do mercado com a articulação de quatro
marcas: Siemens, Bosch, Balay e Ufesa.
fujitsu siemens computersPor seu turno, a Fujitsu Siemens Computers foi fundada
em Outubro de 1999 a partir de uma joint-venture entre
a Fujitsu Lda. e a Siemens AG para a produção de uma
larga gama de servidores e computadores pessoais
e outras soluções de informática pessoal ou empresarial
com base em recursos conjuntos das duas empresas
patrocinadoras. A Fujitsu Siemens Computers tem sido
fornecedora de projectos nacionais em programas como
a “Internet na escola”, o projecto Nónio, liderado pelo
Ministério da Educação, ou na informatização do sistema
judicial.
IndelmaA Indelma - Indústrias Electro-Mecânicias S.A.R.L.,
fábrica de cablagens para a indústria automóvel locali-
zada no Seixal, foi adquirida pela Siemens em 1973 e
chegou a ter 2200 trabalhadores. Dadas as oscilações
do mercado automóvel, que condicionavam a sua pro-
dução, chegou a fabricar quadros eléctricos e disjunto-
res, bem como cablagens para electrodomésticos (1978).
O desenvolvimento da indústria automóvel em Portugal
permitiu-lhe incrementar a produção de cablagens para
os modelos da Auto-Europa e da Renault, acabando
a empresa, hoje denominada Alcoa Fujikura - AFL, por
deixar de fazer parte do Grupo em 2003.
Instalações da Indelma
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As empresas criadas pelo Grupo Siemens
68 100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
As empresas criadas pelo Grupo Siemens
Fábrica Semicondutores - Vila do Conde
Epcos - Évora
Relés - Évora
infineon technologiesInfineon Technologies é a designação actual da Fábrica
de Semicondutores em Vila do Conde, uma unidade de
elevada tecnologia. Instalada em 1996 e inaugurada em
1998, a sua capacidade de produção excedeu todas as
expectativas, antecipando em três meses o plano de
passagem a memórias de 64 M, nas quais se passou a
concentrar a partir de Setembro de 1998. Em 1999
equacionou as memórias de 256 Mbits e planeou o
avanço para 512 Mb e 1 Gb. Entretanto, uma vez que,
em Novembro de 1998, a Siemens AG integrou o seu
grupo internacional de semicondutores numa empresa
autónoma e juridicamente independente, sob a
denominação de Infineon Technologies AG, com o
objectivo de colocar o seu capital em bolsa, a unidade
de Vila do Conde acabou por ser transferida para a nova
empresa do Grupo em Abril de 1999, passando a
denominar-se Infineon Technologies – Fabrico de
Semicondutores, Portugal S.A..
epcosConstruída sob a orientação da Siemens Matsushita
Components, S.A., a nova fábrica de condensadores
electrolíticos de tântalo, componentes para integração
em telefones móveis, computadores e dispositivos
electrónicos para automóveis foi inaugurada em
Setembro de 1998. Representado um investimento de
50 milhões de EUR, esta unidade começou por ocupar
400 trabalhadores, na sua maioria engenheiros, tendo
recebido a actual designação em 1999, quando se
verificou a sua integração no grupo europeu de
componentes electrónicos EPCOS.
fábrica de relésTendo arrancado em Évora, em 1971, com cerca de 400
trabalhadores, a Fábrica de Relés funcionava como uma
unidade anexa à Siemens, S.A.R.L. e exportava a quase
totalidade da sua produção. Objecto de elevados
investimentos nos últimos anos, tornou-se uma unidade
tecnologicamente evoluída e capaz de oferecer uma
inovadora gama de produtos à indústria automóvel. A
partir de Outubro de 1999 passou a pertencer ao grupo
Tyco International.
Historial Siemens1876· Fornecimento de um forno contínuo com
regeneração do calor, de origem Siemens, para aindústria vidreira na Marinha Grande.
1885· Equipamentos Siemens são divulgados e instalados
em Portugal por Emílio Biel, consignatário deequipamentos eléctricos. A primeira instalaçãoeléctrica ocorreu nas unidades Andersen (Porto).
1895· Motores Siemens equipam eléctricos da Companhia
Carris, no Porto.
1905· A Companhia Portuguesa de Electricidade
Siemens Schuckertwerke, Ldª., percursora daactual Siemens, S.A., inicia as suas actividadesem Lisboa, com delegação no Porto.
1913· Fornecimento de equipamentos para a central
hidroeléctrica de Santa Rita (Fafe) e para a centraltermoeléctrica de Massarelos (Porto).
1922· Fundação da Siemens Lda., Companhia de
Electricidade. Actividade particularmente focadano fornecimento de motores e equipamentos paracentrais de produção.
1945· Aprovação da Lei de Electrificação Nacional
(Lei nº 2002) que abre caminho a umprocesso geral de electrificação, centrado naopção hidroeléctrica,criando mercado paraos fornecedores de equipamentos.
1950
· Acordo de comércio entre Portugal eAlemanha Federal para regulação de trocas.
· Relançamento da actividade da Siemens, após umabrandamento derivado da Segunda GuerraMundial (1939-1945). Início de uma fase de impor-tante actividade comercial.
1955· Fornecimento de 24 carruagens automotoras para
o Metropolitano de Lisboa
1962· Inauguração das novas instalações da Sede, na
Avenida Almirante Reis, 65, em Lisboa.
· A Siemens inicia a actividade fabril em Portugal,através da aquisição da Motra-EquipamentosEléctricos, S.A.R.L., produtora de motores e trans-formadores, antes sob licença Siemens epertencente à ENAE.
1964· Inauguração das novas instalações fabris da Motra,
no Sabugo: Fábrica de Transformadores.
1969· Criação de uma nova linha na fábrica do Sabugo
para produção de memórias para computadores.
1971· Inauguração de uma nova Fábrica em Évora,
produtora de relés.
· A empresa totalizava 1304 trabalhadores nas váriasunidades.
1973· Compra da Indelma � Indústrias Electro-Mecânicas,
S.A.R.L., no Seixal, produtora de cablagens paraautomóveis.
1974· Revolução política em Portugal, a 25 de Abril,
instaurando o regime democrático.
1977· Rebentamento de uma bomba na sede da empresa,
na Avenida Almirante Reis (Lisboa).
· Pedido formal de adesão de Portugal à C.E.E.
1981· Aquisição de um terreno em Alfragide para
localização das novas instalações.
1984· Início da produção das centrais telefónicas EMS,
na fábrica do Sabugo.
69100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
Historial Siemens
1986
· Assinatura do tratado de adesão de Portugalà CEE.
· Contrato para substituição da rede telefónicapública por equipamento digital a fornecer pelaSiemens, com tecnologia EWSD.
1987· Incorporação da Motra S.A., na Siemens, S.A.
· Entrega em serviço da primeira instalação EWSD -primeira central pública digital em Portugal.
1988· Inauguração da EMPTEL, Fábrica de Centrais
Públicas de Comutação Digital.
1989· Inauguração da nova Sede “Dois Moinhos”, em
Alfragide.
· Atribuição do Prémio “Qualidade Preferida”, pelaFord, aos relés produzidos na fábrica de Évora.
1990· Assinatura dos contratos com a CP para o forne-
cimento de 42 unidades quádruplas eléctricas paraa linha de Sintra e de 30 locomotivas eléctricas.
. Assinatura dos contratos com a Portugal Telecome TLP para implementação da rede Telemóvel e GSMe para o prolongamento do contrato de forneci-mento de equipamento EWSD.
· Admissão de 5000.º colaborador.
· Constituição da ANFEI � Associação Nacional deFormação Electrónica Industrial.
1991· Assinatura do contrato de fornecimento de centrais
EWSD com a Companhia Santomense deTelecomunicações.
· Entrega aos operadores nacionais da 1ª versão RDIS,de acordo com o livro azul CCITT, para um milhãode terminais.
· Solicitação do processo de certificação de qualidadejunto do IPQ.
1992· Constituição da Fábrica do Seixal, Fábrica de
Disjuntores e Quadros Eléctricos, e integração naSiemens, S.A.
1993· Assinatura com os TLP para fornecimento da “Rede
Inteligente” no sistema EWSD.
· A Siemens Nixdorf Informations-System AG passaa ser representada em Portugal pela Siemens, S.A.
· Integração da EMPTEL na Siemens, S.A.
1994· Inauguração das novas instalações da Delegação
do Norte, no Freixieiro, em Matosinhos.
· Assinatura do contrato de fornecimento “chave-na--mão” da central termoeléctrica de ciclo combinadoda Tapada do Outeiro.
· Implementação do programa interno top+ (TimeOptimized Processes).
1995· A Siemens torna-se a primeira empresa portuguesa
a garantir a validação das certificações ambientais deinstalações industriais (Fábrica de Relés e Indelma).
· Entrada em funcionamento do novo Hospital deLeiria, primeiro projecto “chave-na-mão” realizadopela Siemens em Portugal na área hospitalar.
· Entrega à Portugal Telecom da linha EWSD nº 2milhões.
· Entrega do Aeroporto de Macau.
1996· Assinatura do contrato de patrocínio da Exposição
Mundial de Lisboa (Expo’98).
· Assinatura do contrato de fornecimento de centraisEWSD à Cabo Verde Telecom.
· Constituição da Siemens Semicondutores, S.A., Vilado Conde.
· Arranque com um núcleo reduzido de engenheirosde telecomunicações e de software, das actividadesde R&D.
1997· Comemoração dos 150 anos de existência da
Siemens no Mundo.
· Renovação do contrato de prestação do serviço demanutenção com a TAP para mais 3 anos.
· Criação do International Training Center paracomunicações.
1998· Inauguração da Fábrica de Semicondutores em Vila
do Conde.
· Inauguração da Fábrica Condensadores de Tântaloem Évora.
Historial Siemens
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Historial Siemens
100 ANOS A PROJECTAR O FUTURO
· 10º aniversário da ANFEI (actual ATEC) e obtençãoda certificação ISO 9001, tornando-se a primeiraescola tecnológica em Portugal a obter estacertificação.
· Realização da EXPO’98 em Lisboa-Portugal
. Participação da Siemens, S.A. na Expo’98, comopatrocinadora e fornecedora de equipamentos eserviços com amplo significado tecnológico.
. Aquisição pela Siemens AG das Divisões Cerberuse Landis & Gyr à Electrowatt.
1999· Venda da Fábrica de Semicondutores à Infineon
Technologies AG (grupo global de semicondutorespertencente à Siemens AG).
· Compra da Fábrica de Relés de Évora pela TycoInternacional.
· Fornecimento da instalação eléctrica e renovaçãodo estádio de futebol do Boavista Futebol Clube.
· Criação da joint-venture Fujitsu Siemens Computers.
· Conclusão da Central Eléctrica a Gás Natural naTapada do Outeiro.
· Assinatura do contrato para o fornecimento de 38novas unidades para o Metro de Lisboa.
· Assinatura de contrato com a EDP/CCPE paraconstrução de 2 grupos reversíveis 106Mvat paraCentral ligada ao Empreendimento Venda Nova II.
2000· Assinatura do contrato para o fornecimento da
nova geração de unidades múltiplas eléctricas(CP2000) para a CP.
· Inauguração da Central da Tapada do Outeiro.
· Entrega do Aeroporto do Funchal.
· Lançamento do 1º produto integralmente desenvol-vido na Software House do Porto - o DUIT.
2001· Assinatura de novos contratos como o do Grupo
PT - Portugal Telecom para as redes de Nova Geração,o fornecimento de soluções ADSL e o aprofunda-mento da liderança no mercado de backbone IP.
· Consolidação da liderança no mercado de terminaiscordless e da 2ª posição para terminais GSM.
· Nomeação para liderar um centro de competênciaregional da Siemens para aplicações UMTS.
. Fusão das actividades das Divisões Cerberus eLandis & Staefa na empresa Siemens BuildingTechnologies.
· Adjudicação do contrato para fornecer dois gruposde 800Mw para a central de ciclo combinado doRibatejo e assinatura de contracto para Manutençãolonga duração da Central da Tapada do Outeiro.
· Adjudicação da maior obra de electrificação da Linhada Beira Baixa entre Mouriscas e Castelo Branco.
2002· Um milhão de telemóveis vendidos.
· Projecto “chave-na-mão” para a nova Fábrica deCervejas Cintra.
· Centro de Referência Mundial para a Integral PlantMaintenance.
· Início da assinatura de contratos para soluçõesintegradas a implementar em estádios partici-pantes no EURO-2004.
· Adjudicação para a implementação de uma solução“chave-na-mão” no Metro Sul do Tejo.
· Conclusão da Informatização integral das urgênciasdo Hospital Santa Maria.
· Conclusão do projecto de informatização da redede balcões dos CTT.
2003· Criação e inauguração do Laboratório de Redes
Ópticas e de um Centro Mundial de I&D de softwarepara as redes de UMTS e GPRS.
· 1º PET Siemens instalado no IPO de Lisboa.
· Sistema PACS instalado no Hospital Amato Lusitanoem Castelo Branco.
2004
· Campeonato Europeu de Futebol - Euro-2004
· Fornecimento de soluções integradas, algumas delasprofundamente inovadoras, pela Siemens, S.A. paranove dos dez estádios de futebol do Euro-2004.
. Montagem e operação do Terminal de PassageirosANA/Euro-2004.
· Inauguração do Multimédia Lab.
· Assinatura de contrato de manutenção de longaduração para o grupo um e dois da Central doRibatejo e assinatura de contrato para construçãodo 3º grupo da mesma central.
· 1º PET/CT Biograph 6 instalado no IPO do Porto.
· Contrato de serviços de manutenção dos equipa-mentos informáticos dos balcões e edifícios centraisdo Grupo CGD.
. Integração da Siemens Building Technologies comooperating group da Siemens, S.A.
2005