coaching com psicodrama

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    COACHING COM PSICODRAMA

    SINOPSE

    O artigo explica o que coaching, sua estrutura, as dimenses onde atua (autoconhecimento, ao e resultadosdesejados) e as abordagens e ferramentas utilizadas. Responde, tambm, importantes questes, como: Quaisso os norteadores tericos? Como se realiza uma sesso? Quanto tempo leva em mdia um processo deCoaching? Qual o diferencial do psicodrama no coaching? O coach psicodramatista, ao mesmo tempo que d

    suporte angustia do cliente, o estimula a lutar por suas metas e convices. Psicodrama e Coaching convidam ao e mudana.

    DESCRITORES

    Coaching, Coaching com Psicodrama.

    SUMRIO

    I - IntroduoII - Constructo TericoIII - Estrutura e Elementos do CoachingIV - A Sesso de Coaching com Psicodrama

    V - ConclusesVI - Referncias Bibliogrficas

    I INTRODUO AO COACHING

    Atuando como coach e tendo me especializado em psicodrama organizacional e pedaggico, descobri nainterveno psicodramtica ferramentas poderosas. O tema Coachingcom Psicodrama foi o escolhido para omeu projeto para fins de certificao como psicodramatista junto a Febrap. Comecei a introduzir o psicodramano coaching em 2005, aplicando-o inicialmente em colegas psicodramatistas curiosos para conhecer a tcnica;depois, passei a utiliz-lo com clientes. Em 2006, eu e Joceli Drumond, coach psicodramatista e minhasupervisora de psicodrama, comeamos a ministrar cursos de Coaching com Psicodrama. O nosso objetivo contribuir para difundir cada vez mais essa nova abordagem de coaching.

    E AFINAL, O QUE COACHING?

    O termo coach vem da palavra coche, do ingls medieval, que significava carruagem, a idia de transportar.Ainda hoje tem o significado de levar as pessoas de um estado atual a outro desejado. A noo de coachingnosentido educacional americano vem do conceito de tutor, aquele que conduz e orienta o aluno, ou algum quetreina intensivamente por instruo ou demonstrao, ou que instrui atletas em certo esporte e dirige aestratgia do time.

    Debra Benton (2002, p.1) explica que um coach algum que instrui particularmente, visando preparar umapessoa para um trabalho especfico ou importante. A necessidade de coaching na vida corporativa pode estarno desenvolvimento da liderana, no discurso, na etiqueta, na lapidao da personalidade, na construo dasegurana, nas habilidades das pessoas, nas relaes pblicas e pessoais, no gerenciamento voltado aocrescimento, no gerenciamento de pessoas difceis ou mesmo na aparncia.

    Marshall Goldsmith (2003, p.20) vai alm: ocoaching transformacional. Ao ajudar as pessoas aentenderem como so percebidas quando no esto em alinha-mento - e ento coloc-las novamente emalinhamento, uma pessoa de cada vez - o coaching pode provocar um impactoreal e construir organizaessaudveis - de cima para baixo e das bases para cima.

    Ane Arajo (1999, p.26) complementa:Coaching no significa comprometer-se apenas com os resultados, mascom a pessoa como um todo, com a sua realizao e o seu desenvolvimento. Por meio do processo de coaching,novas competncias e possibilidades de aprendizagem surgem para o coach e para o cliente.

    Quanto mais alto o cargo do profissional, maior a responsabilidade e a solido nas tomadas de deciso. OCoachentra em cena como um parceiro com o qual executivos e profissionais das organizaes podem refletiraspectos gerenciais e de comportamento, com confidencialidade e resultados eficazes. O Coaching um

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    processo que ajuda o profissional a elaborar melhor o seu papel e a elevar o seu nvel de competncias(conhecimento, habilidades e atitudes - CHA), aperfeioando seu desempenho pessoal e profissional, sejadesenvolvendo novas competncias ou aprimorando as atuais, e a lidar com dificuldades que podemcomprometer os resultados da empresa e que podem ser ofuscadas pelos problemas do cotidiano. O cliente ajudado a reconhecer e a desenvolver suas foras, a superar resistncias internas e interferncias e a funcionarcomo parte de um time. dada nfase a fortalecer a identidade e os valores e trazer os sonhos e os objetivospara a realidade. O objetivo do processo ampliar o autoconhecimento do cliente e a clareza do que ele quer edo que necessrio fazer para alcanar os resultados desejados.

    Drumond (2006) fala sobre as diferenas entre Coachinge Terapia. Na minha viso, a principal diferena est nofoco da abordagem do Coaching do presente para o futuro (o que se quer). No Coaching, o passado revisitado apenas rapidamente atravs de reflexes e das cenas.

    QUAIS SO OS BENEFCIOS DO COACHING?

    A prtica de Coaching traz inmeros benefcios. Para a organizao, traz fortalecimento para executivos efuncionrios: aumenta a satisfao, a qualidade e a produtividade no trabalho, melhora o relacionamento intra einterpessoal e o esprito de equipe. Os clientes, atravs do feedback e do aprendizado melhoramsignificativamente a performance, se tornam mais flexveis, agregam valor ao que fazem e com isso, alcanammais realizao pessoal e profissional.

    TIPOS E ABORDAGENS DE COACHING

    Existem diversos tipos de coaching, dependendo da rea para o qual direcionado: CoachingPessoal, CoachingExecutivo, de Carreira, Esportivo e outros. O CoachingPessoal ajuda os clientes a fazerem mudanas positivas navida. O CoachingExecutivo ajuda executivos a aperfeioarem suas estratgias e tomadas de deciso e a clarificarseus objetivos e valores.Existem tambm muitas abordagens metodolgicas de Coaching, cada uma delas com suas particularidades erecursos especficos. A ttulo de ilustrao, citamos algumas difundidas no Brasil: o Coaching Integrado, deabordagem racional cognitiva; o CoachingOntolgico, que utiliza a ontologia da linguagem (inter-relao entrea linguagem, o corpo e a emoo); o Coaching com Programao Neurolingustica; o Coaching Integral, combase na psicologia integral e no modelo dos quatro quadrantes de Ken Wilber. O Coaching com Psicodrama,como constatado no XV Congresso Brasileiro de Psicodrama, em 2006, est comeando a ocupar espao noambiente organizacional, palco de mudanas constantes e cada vez mais rpidas, levando os profissionais a umcontnuo estresse e, com isso, os papis no resolvidos emergem em situaes no adequadas.

    O DIFERENCIAL DO PSICODRAMA NO COACHINGO diferencial do psicodrama no coaching, em relao s outras abordagens, est na forma rpida e eficaz deexplorar as aes repetitivas e tratar os aspectos comportamentais do coachee, para que ele possa lidar comseus bloqueios, rever o seu papel profissional e desenvolver ou aprimorar competncias.

    A interveno psicodramtica procura conectar a pessoa com sua emoo, para que deixe emergir emoes queestavam cristalizadas e no resolvidas, e ao reviver, com uma nova conscincia, possa rematrizar o que j no lhe adequado, porque agora pode exercer novas escolhas. O coach, ao mesmo tempo em que d suporte angstiado coachee, o estimula a lutar por suas metas e convices.

    II CONSTRUCTO TERICO

    COACHING Nmero previamente acordado de

    sesses Abordagem: presente futuro Cliente vai em direo a objetivos

    desejados Tarefas a cada sesso (desenvolver

    competncias) Foco: plano para o futuro

    TERAPIA Geralmente nmero no definido de

    sesses Abordagem: passado presente Cliente muitas vezes busca alvio para

    dor e desconforto No utiliza tarefas Foco: sade mental do paciente

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    Acho interessante pontuar quais so os norteadores tericos do coaching com psicodrama: a matriz deIdentidade, os papis, os clusters de papise a resposta esperada: espontaneidade.

    MATRIZ DE IDENTIDADE

    So as respostas aprendidas a partir das vivncias em um certo local (locus) e de um estmulo (status nascendi).Estas respostas permeiam o comportamento humano, devendo ser percebida para a sua manuteno oumudana. Drumond (2006).

    A matriz formada pelas experincias da primeira fase da vida - primeiras aprendizagens emocionais da criana.Moreno, no livro Psicodrama (1974, p.73), prope o conceito matriz de Identidade como sendo uma rea deaes e interaes constitutivas e fundamentais, um universo peculiar em que ocorrero os encontros e osdesencontros do ser, os papis principais, secundrios e antagnicos no prprio momento de suas emergnciasoriginais. Ou placenta social, pois estabelece a comunicao entre a criana e o sistema social da me,incluindo aos poucos o que dela mais prximo.O psicodrama considera ser possvel para a pessoa rematrizar um registro original cunhado na sua matriz,ampliando suas possibilidades de ao e de reao. Isto feito sobrepondo a uma marca uma outra marca quese adeqe a uma nova sada para certa situao. Reviver de um modo diferenciado a cena que ficou congelada ereorganizar a matriz anterior, o que no consiste em uma volta ao passado para corrigir um fato especfico, esim ter uma segunda chance. Atravs da ao psicodramtica, a pessoa pode refletir sobre os seus atos, atravsda prpria ao ou da ao de outro protagonista. Apenas ento capaz de rematrizaes, tornando suasaes mais espontneas.

    PAPIS

    No mundo atual, vivemos diferentes papis e cada papel precisa ser vivido de uma forma determinada. Assim, opapel de irmo sentido e vivido de forma diferente do papel de pai. O mesmo acontece com o papelprofissional como chefe, parceiro, colaborador, que dever ter suas distintas nuances. (Drumond, 2006).Segundo Moreno, o eu emerge dos papis, ou seja, antes mesmo de ter a noo do eu, da personalidade ou deconstruir a linguagem falada a criana desempenha papis.

    Moreno (1974) deu vrias definies a papel: a forma de funcionamento que o indivduo assume no momentoespecfico em que reage uma situao especfica, na qual outras pessoas ou objetos esto envolvidos (p.27);a menor unidade observvel de conduta (p.238); unidade de experincia sinttica em que se fundiramelementos privados, sociais e culturais; uma cristalizao final de todas as situaes em uma zona especial de

    operaes pelas quais o indivduo passou, por exemplo, o comedor, o pai, o piloto de avio. um personagemou funo assumida na realidade social, como policial, mdico, juiz(p.206). Nessas diferentes definies econcepes pode-se notar que os papis possuem algo comum: aparecem nas aes, e a partir deles que sedesenvolvem as relaes. No processo de desenvolvimento do indivduo, os papis surgem no interior da matrizde identidade que, para Moreno, constitui "a base psicolgica para todos os desempenhos de papis"; "os papisso os embries, os precursores do eu, e se esforam por se agrupar e unificar" (p.25).

    Sampaio (2006) considera que so cinco os componentes de um papel: o contexto ou a ligao entre a ao e aorganizao social que lhe confere sentido; o comportamento ou o que se faz ou a ao em relao aoproblema; a crena ou rede de pressupostos que restringem as realizaes - atitudes, suposies, preconceitos,

    Matriz de Identidade

    Espontaneidade: Resposta esperada

    PapisCluster

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    convices; o sentimento ou experincias emocionais base da percepo do que importante para a pessoa; asconseqncias ou efeitos que os papis exercem no outro e no contexto.

    CLUSTER DE PAPIS

    Bustos (1990, p.110) fala que todo papel possui aspectos coletivos e diferenciais individuais; os papis seagrupam segundo uma certa dinmica e no funcionam isolados, ao contrrio, eles tendem a formar clusters(ramos). H uma transferncia (espontaneidade) desde papis no atuados aos que so atuados no presente.

    Esta influncia chama-se efeito cluster.

    Rubini (1995) explica a dinmica envolvida na formao dos clusters: em cada perodo o beb incorporaexperincias que influenciaro seu futuro, quando papis no vividos sero atirados no presente. O primeirocluster depende do complementar materno (responsvel por funes de dependncia e incorporao). Osegundo clusterdepende do complementar paterno, gerando a matriz dos papis ativos. Ambos possuem umprimeiro complementar nico: me e pai (ou os adultos que desempenham esses papis primrios, que soassimtricos por natureza). O terceiro cluster representa as relaes de paridade ou simetria das relaes, eaparece na forma de irmos, primos ou companheiros de brincadeira, uma interao diferenciada das outrasduas. Configura-se, assim, o esquema bsico de papis: passivo (de funes passivas, incorporativas,dependentes, vinculado ao papel gerador de me e a aspectos femininos); ativo (gerador de capacidade ativa,penetrante, autnoma, vinculado ao papel de pai e a aspectos masculinos); e interativo (terceiro vnculo gerador o papel de irmo, substituvel pelo de amigo, responsvel pelas experincias de intercmbio no mesmo nvel,competio, rivalidade etc). Essas trs dinmicas constituem possibilidades alternativas de todos os papis. Aforma como o beb vivencia as questes ou aprendizados relativos a um cluster influencia a forma como vaivivenciar o cluster seguinte.

    O quadro a seguir, adaptado de Drumond (2006), mostra os principais aprendizados nos trs clusters. Na minhaviso, a compreenso do cluster de papis possibilita entender com mais rapidez a dinmica de atuao docliente e o apoio que ele est precisando no momento.

    ESPONTANEIDADE: RESPOSTA ESPERADA

    A espontaneidade ou capacidade de agir de modo adequado diante de situaes novas, criando uma respostaindita, renovadora ou transformadora de situaes preestabelecidas a busca tanto do psicodrama quanto doCoaching. A espontaneidade um fator que possibilita manifestar ou atualizar o potencial criativo.Averdadeiraao espontnea equivale, de acordo com Rubini (1995), a criar e desempenhar papis que correspondem amodelos prprios de existncia. A dimenso do homem criativo e espontneo se contrape continuamente coma conserva ou manuteno da estrutura social, os papis que o aprisionam a modelos e padres, normas,status,rtulos pr-determinados.

    Menegazzo (1994, pp.86-87) explica que toda conduta reiterativa no espontnea, equvoca ou elusiva apontasempre para uma falha. Se conseguimos compreend-la como um significante, podemos seguir seu fio

    CLUSTER 1ME

    EU SOUHOLDING - Acolhimento

    Palavra Chave: DependnciaReceberPassivo

    Representa o SIMCapacidade criadora de idias e aesTernura, intimidade, prazerVoracidade, InvejaResponsabilidadeCulpa, Vergonha

    CLUSTER 2PAI

    EU POSSOGROUNDING - Sustentao

    AutonomiaDarAtivo

    Capacidade de dizer NoCapacidade de dar forma e contedo eordenar pensamentos e aesLimites, Normas, LeisPoder, Controle, AutoridadeCime

    CLUSTER 3IRMOS

    EU DIVIDOSHARING - Partilhar

    Confronto/ enfrentamentoNegociarInterativo

    Capacidade de escolha permanenteOnipotncia X Potncia(posso tudo) (posso algo)Competio, Partilhar, Rivalidade

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    condutor. Assim, esse ato ser um sinal que mais cedo ou mais tarde nos far desembocar na busca de suasmotivaes e nos indicar por que esse papel ficou detido ou fixado nas matrizes do passado. Podemosdescobrir, ento, que por trs das aparncias existe uma cena ou srie de cenas acontecidas nos locus daquelasmatrizes evolutivas que condicionaram a fixao desse papel ou do conjunto de papis a um modo especial, noexato momento de seu surgimento original. So as fixaes e as ancoragens que condicionam a condutahumana no resolvida e a caracterizam como carente de liberdade, espontaneidade e criatividade. A cadasintoma corresponde pelo menos uma cena que deve ser investigada.Psicodrama e Coachingtm como resposta esperada a espontaneidade do indivduo.

    III - ESTRUTURA E ELEMENTOS DO COACHING

    III.1 - DIMENSES DO COACHING

    Independente da abordagem utilizada, o processo de coaching atua em trs dimenses: Autoconhecimento,Ao e Resultados desejados.

    AUTOCONHECIMENTO

    O coachingamplia a conscincia do cliente de quem ele e de como atua no mundo. O que o cliente queragora e no futuro? Quais so as suas dificuldades e as suas foras? Quais so as suas aes repetitivas e o queest por trs delas? O que o cliente valoriza? Como estabelece suas prioridades? Como faz as suas escolhas? Oque o influencia nas tomadas de deciso? Quais crenas o limitam e quais o impulsionam? Entender a razo desuas escolhas d pessoa mais flexibilidade e mais possibilidade de dar novas respostas. importante a pessoater conscincia de suas necessidades, pois quando elas no so atendidas, como em situaes de adversidades emuito estresse, fazem emergir emoes que estavam reprimidas.

    O psicodrama, ao convidar para a reflexo da ao e impulsionar para a ao, mostra onde falta espontaneidadee papis que esto inadequados. E medida que se vo trabalhando cenas da infncia, entre outros ganhos sevai ampliando a conscincia de atitudes e comportamentos antes no entendidos.

    RESULTADOS DESEJADOS

    Para se chegar a algum lugar, necessrio saber aonde se quer ir. O coachajuda o cliente a ter objetividade eclareza do que quer alcanar, desde objetivos de longo prazo (direcionamento de vida) a metas (curto prazo).Isso d o foco e objetividade ao trabalho a ser feito e possibilita o aprendizado do coachee ser avaliado, alm deserem feitos os ajustes necessrios, durante o processo.

    AES

    O que preciso fazer para alcanar o resultado desejado?So as nossas aes que nos possibilitam alcanar o objetivo pretendido e determinam os resultados alcanados.O coaching, assim o psicodrama, convida para a ao, um processo de aprendizado e aprimoramentocontnuo.

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    Mesmo a no ao uma ao. Moreno.

    III.2 - ETAPAS DO PROCESSO DE COACHING

    Quais so as etapas de um processo de coaching?

    CONTRATO

    O cliente procura o coaching para melhorar a performance pessoal e/ou profissional. firmado um contratoespecificando o trabalho a ser feito, o nmero de sesses, condies etc. Muitos coachesestipulam pacotes de10 a 15 sesses, que vo sendo renovados de acordo com a necessidade e interesse do cliente, e de 2 a 3 sessespara questes pontuais. A fixao do nmero de sesses importante para dar objetividade ao trabalho e paraa aferio dos resultados.

    No psicodrama, tambm so estabelecidos contratos verbais entre o coach e o coachee: no ser necessriofalar sobre as reflexes intrapessoais; e analisar e partilhar as reflexes interpessoais, para entender asrelaes e as possibilidades de crescimento a partir delas sem buscar culpados ou vtimas. (Drumond, 2006).

    SESSES DECOACHING

    A cada sesso, so exploradas as dificuldades que o cliente est lidando, dentro do plano de ao estabelecido,ou at novas questes que vo surgindo e que se mostram mais urgentes, em comum acordo entre coach ecoachee. Ao final, so acordadas tarefas, que do o feedbackdo aprendizado do coachee.O que caracteriza o coaching que o objetivo acordado no contrato tem de ser alcanado, a menos que sejaalterado em comum acordo entre o coache o cliente.

    TAREFAS

    Entre uma sesso e outra, o cliente desafiado a fazer algo diferente, confrontar hbitos e crenas, viver seusvalores. O mais importante da tarefa que o cliente aprenda algo sobre seus recursos. O aprendizado est nofeedback, no em um resultado satisfatrio (OConnor, 2004, p.146). A tarefa deve ser clara e especfica. Oque o coacheefar? Quando? Quem estar envolvido? Quando o coacheee o coachdiscutiro o que aconteceu?

    AVALIAO

    Ao final de cada sesso geralmente feita uma avaliao, para aferir o aprendizado do coachee, e o seu sucessoou no no desenvolvimento da nova competncia.Da mesma forma, na concluso do processo feita a avaliao final e renovado ou no o contrato, dependendodo interesse do cliente na continuidade.

    III.3 - FERRAMENTAS E TCNICAS DO COACHING

    CONTRATOO que se quer

    SESSESAo

    vivencial

    TAREFASDesenvolvercompetncias

    AVALIAO

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    Algumas tcnicasutilizadas no coaching

    so bsicas aoprocessoeoutras so

    especficas da

    abordagem utilizada.

    Capacidade atualDesempenho atual

    Atitudes atuaisCrenas, valores etc

    Novas competnciasDesempenho desejado

    Novas atitudesMudanas

    3.3.1 FERRAMENTAS BSICAS

    AVALIAES

    As avaliaes so muito utilizados pelas empresas para mapear as competncias a serem desenvolvidas com aajuda do coach. Alguns dos maisconhecidos soas Avaliaes 360, que mostram como o cliente visto pelospares, chefias e subordinados; o Sistema Disk, inventrio de competncias; e o MTBI, inventrio de preferncias.

    No psicodrama so avaliados os clusters, inadequaes de papis e onde falta espontaneidade ao coachee, queserviro de bssola para o trabalho.

    PERGUNTAS OU CONSIGNAS

    Para Finlayson (2001, pp.4-6), as perguntas expem os problemas, impulsionam para a ao e do direo,mesmo quando no se tem ainda um destino final. OConnor (2003, p.159) diz que impossvel noresponder a uma pergunta voc precisa pensar em sua experincia mesmo que no tenha uma resposta.Perguntas provocam uma busca transderivacional. Voc vasculha suas idias, recordaes e experincias em

    busca de algo que permitir fazer sentido da pergunta. Nesse sentido, a forma da pergunta estabelece limites extenso de sua busca.

    Menegazzo (1994, pp.12 e 51) explica que no aspecto terico, as perguntas so sempre mais importantes queas respostas. Estas devem ser consideradas simples marcos no caminho acumulativo e apositivo que nos aguarda.Para transitar nesse caminho, faz falta o estmulo permanente das perguntas inquietantes. So as perguntas quenos aproximam da verdade; as respostas so sempre insuficientes. Elas esto ali, nas representaesfundamentais das lendas em um cdigo s vezes obscuro, outras vezes ambguo, mas sempre passvel de serdecifrado.

    GROUNDINGE CELEBRAR SUCESSOS

    Realar as qualidades e desempenhos excelentes do cliente e faze-lo reconhecer e celebrar seus sucessos

    contribui para aumentar a autoestima e o empoderar, e ele vai se motivando e se comprometendo mais com oprocesso.

    OBJETIVOS, METAS, PLANO DE AO

    No coaching so explorados: onde o cliente quer chegar? O que precisa? Quais competncias precisam serdesenvolvidas para o cliente lidar com as dificuldades para alcanar os resultados desejados? Quais as sadaspossveis? De incio, estabelecido o objetivo do processo e um plano de ao com metas a serem atingidasdurante o processo. Depois, a cada sesso so estabelecidas prioridades. Isso d foco e objetividade ao trabalhoe possibilita avaliar o aprendizado do coachee e seos resultados esto sendo alcanados.

    Presente Futuro

    Ferramentas:

    -Bsicas-Especficas

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    OUTRAS TCNICAS

    Existem muitas tcnicas que do um bom suporte ao trabalho de Coaching. A Roda da Vida, por exemplo, uma ferramenta simples de avaliao da satisfao atual e da satisfao desejada do cliente com a sua vida emdeterminadas reas, 6 a 8 em geral; por exemplo: finanas, diverso & lazer, sade, auto-desenvolvimento,relacionamentos, romance. E ajuda a identificar com mais rapidez que reas trabalhar prioritariamente parafazer um balanceamento.

    3.3.2 TCNICAS PSICODRAMTICAS

    No coaching com psicodrama podem ser utilizadas todas as tcnicas psicodramticas: solilquio, duplo,interpolao de resistncias, inverso de papis, concretizao outras. Como coach, gosto particularmente deduas tcnicas: o objeto intermedirio e o role playing.

    O objeto intermedirio um recurso especial para explorar situaes difceis de resolver pelo comprometimentopessoal. Utilizado no coaching para o cliente falar de suas emoes, ele d muita leveza e profundidade aotrabalho do coach. Ao falar atravs dele, o coachee diminui o comprometimento com o que falado e sepermite falar do mais ntimo, deixando emergir para o consciente questes que estavam inconscientes. Barber,no livro A Escultura na Psicoterapia (1999, pp.135-138), fala que os objetos intermedirios so introduzidospara: facilitar uma ao e impulsionar a comunicao do protagonista, que se expressa atravs deles pelo querepresentam; enfatizar certo clima emocional ou personagem que est ocorrendo na cena, fazendo emergiraspectos ocultos, ou ao ampli-los, os evidenciam e favorecem insightssobre a atividade realizada no momento.Exemplos: uma almofada e a fora com que jogada por A em B, e um pano branco que cobre o personagemenfatizando a morte; ajudar a expressar contedos que surgem no protagonista e se materializam na forma de

    desenhos, pinturas, figuras moldadas etc. O objeto ele mesmo se mostrando.

    Ao falar sobre ele, a pessoa est se perguntando: O que importante aqui para mim? E para as outras pessoas?O que isso me agrega? Qual a sua relao com...? Como... mexeu comigo? Em que momento estou presentenesse contexto? muito interessante observar aqui grandes insights do coachee ao reconhecer suas aesrepetitivas (padres), quando exploramos o seu tomo social ao longo de um perodo longo. Muitas vezes, elesarregalam o olho e falam: Eu nunca tinha percebido isso!

    O role playing, por sua vez, muito utilizado no desenvolvimento de novos papis e competncias. Elepossibilita colocar o indivduo frente a situaes semelhantes a aquelas reais, em que ele pode vivenciarpreviamente o papel numa situao mais protegida, onde sero apontadas... suas falhas e acertos nodesempenho. Nessa situao, ter oportunidade de desenvolver o papel... mais rapidamente que na situaoreal (Soeiro, 1995, p.110).

    IV - A SESSO DE COACHING COM PSICODRAMA

    A sesso de coachingcom psicodrama deve ter como objetivo levar o coacheea perceber como tem agido emcertas situaes e ajud-lo a descobrir e a colocar em ao novas possibilidades de resposta a suas dificuldades,em especial as aes repetitivas.

    Aquecim

    ento

    Dramatiz

    ao

    Compartil

    hamento

    Reflexo

    RODA DA VIDA ATUAL RODA DA VIDA DESEJADA

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    Aquecimento: para se explorar o tomo social podem ser colocadas almofadas no cho representando ocoachee e os envolvidos naquela situao especfica, ou utilizados objetos intermedirios como figuras,desenhos ou outros. Drumond (2006) fala que o esperado, nesta fase, levar o coachee a ter o pensamentodivergente, ampliar as suas idias de si mesmo e dos outros, para que a reflexo sobre as aes se efetive. Soexploradas as inadequaes de papis e dificuldades do coachee no cotidiano, os clusters,levantando o histricodas relaes de assimetria e simetria expressas pela facilidade ou dificuldade em lidar com os subordinados(cluster um), os superiores (cluster dois) ou pares (cluster trs) e feito o diagnstico. Checa-se, ento, o que bem desenvolvido e o que pode ser desenvolvido. E se desenvolve o que mais forte.

    Na dramatizao ou jogos com objetos intermedirios, trabalha-se a questo que se quer transformar ourealar.No compartilhamento, foca-se na essncia da questo e dividem-se as percepes em cada personagemvivido. Ento, buscam-se as sadas possveis, a partir da reflexo.Ao final, acordada a tarefa a ser realizada at a prxima sesso. A sesso seguinte deve ser iniciada pelofeedback do coachee com relao tarefa. O mais importante o aprendizado com a tarefa, no o resultadomais ou menos satisfatrio.

    V CONCLUSES

    O Coaching um processo que ajuda o profissional a elaborar melhor o seu papel e a elevar o seu nvel decompetncias (conhecimento, habilidades e atitudes - CHA) e o desempenho pessoal e profissional, sejadesenvolvendo novas competncias ou aprimorando as atuais, seja lidando com dificuldades que podemcomprometer os resultados da empresa e que podem ser ofuscadas pelos problemas do cotidiano. O cliente ajudado a reconhecer e a desenvolver suas foras, a superar resistncias internas e interferncias e a funcionarcomo parte de um time. O objetivo ampliar o autoconhecimento do cliente e a clareza do que ele quer e doque necessrio fazer para alcanar os resultados desejados. dada nfase a fortalecer a identidade e osvalores e trazer os sonhos e os objetivos para a realidade.

    O coaching pode ser feito a partir de diferentes abordagens e ser direcionado para diferentes reas deatividades. O diferencial do Coaching com Psicodrama est na forma rpida e eficaz de explorar as aesrepetitivas e trabalhar os aspectos comportamentais do coachee, para que ele possa lidar com seus bloqueios epossa rever seu papel profissional e aprimorar as suas competncias. Procura-se conectar a pessoa com suaemoo, para que deixe emergir emoes que esto cristalizadas e no resolvidas, e ao reviver com uma novaconscincia, possa rematrizar o que j no lhe adequado, pois agora pode exercer novas escolhas. O coach, aomesmo tempo em que d suporte angstia do coachee, o estimula a lutar por suas metas e convices.

    O coachingfortalece pessoas e organizaes: aumenta a satisfao, a qualidade e a produtividade no trabalho;melhora o relacionamento intra e interpessoal e o esprito de equipe de funcionrios e executivos. Os clientesmelhoram significativamente a performance, se tornam mais flexveis, agregam valor ao que fazem e, com isso,alcanam mais realizao pessoal e profissional.

    VI - REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    ARAUJO, Ane. Coach: um parceiro para o seu sucesso. So Paulo: Gente, 1999.BARBER, Elisa Lpez et Knappe, Pablo Poblacin. A Escultura na Psicoterapia: psicodrama e outras tcnicas deao. So Paulo: Agora, 1999.BENTON, D.A. Faa o que eles fazem: tcnicas de coaching para o desenvolvimento profissional. So Paulo: Negcio,2002.BUSTOS, Dalmiro M. Perigo, amor vista. So Paulo: Aleph, 1990.

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    *AUTORA: Maria de Ftima Boucinhas Economista, Coach, Psicodramatista organizacional e pedaggico,com formaes em Reaprendizagem Emocional pela Arteterapia, Conscincia Corporal e Movimento VitalExpressivo pelo Sistema Rio Aberto, e Trainer em Programao Neurolingustica.