chi ha rapito il re dei fornelli? alessandro gatti e ... · depois desaparecer num minúsculo...

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FICHA TÉCNICA Título original: Chi ha rapito il re dei fornelli? Autores do texto: Alessandro Gatti e Davide Morosinotto Ilustrações: Stefano Turconi Copyright © 2013 Atlantyca Dreamfarm s.r.l., Italia Projeto editorial de Atlantyca Dreamfarm s.r.l., Italia Edição original publicada por Edizioni Piemme S. p. A. International Rights © Atlantyca S.p.A., Via Leopardi, 8 – 20123 Milano, Italia [email protected] – www.atlantyca.com Tradução © Brilho das Letras, Lisboa, 2014 Tradução: Francesco Mai Composição, impressão e acabamento: Multitipo – Artes Gráficas, Lda. Depósito legal n.º 379 054/14 1.ª edição, Lisboa, outubro, 2014 Jacarandá é uma chancela da Brilho das Letras Reservados todos os direitos para a língua portuguesa (exceto Brasil) à Brilho das Letras Uma empresa Editorial Presença Estrada das Palmeiras, 59 Queluz de Baixo 2730-132 Barcarena Copyright © Atlantyca Dreamfarm s.r.l. de nomes, personagens e símbolos, e licença exclusiva de Atlantyca S.p.A para a edição original. Traduções e adaptações são propriedade de Atlantyca S.p.A. Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida sob qualquer forma ou meio, eletrónico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou armazenamento de informação sem o consentimento prévio, por escrito, do proprietário. Para mais informações contactar Atlantyca S.p.A., Via Leopardi, 8, 20123 Milano - Italia. [email protected].

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FICHA TÉCNICA

Título original: Chi ha rapito il re dei fornelli?Autores do texto: Alessandro Gatti e Davide MorosinottoIlustrações: Stefano TurconiCopyright © 2013 Atlantyca Dreamfarm s.r.l., ItaliaProjeto editorial de Atlantyca Dreamfarm s.r.l., ItaliaEdição original publicada por Edizioni Piemme S. p. A.International Rights © Atlantyca S.p.A., Via Leopardi, 8 – 20123 Milano, [email protected] – www.atlantyca.comTradução © Brilho das Letras, Lisboa, 2014Tradução: Francesco MaiComposição, impressão e acabamento: Multitipo – Artes Gráficas, Lda.Depósito legal n.º 379 054/141.ª edição, Lisboa, outubro, 2014

Jacarandá é uma chancela da Brilho das LetrasReservados todos os direitos para a língua portuguesa (exceto Brasil) àBrilho das LetrasUma empresa Editorial PresençaEstrada das Palmeiras, 59Queluz de Baixo2730-132 Barcarena

Copyright © Atlantyca Dreamfarm s.r.l. de nomes, personagens e símbolos, e licença exclusiva de Atlantyca S.p.A para a edição original. Traduções e adaptações são propriedade de Atlantyca S.p.A. Todos os direitos reservados.

Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida sob qualquer forma ou meio, eletrónico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou armazenamento de informação sem o consentimento prévio, por escrito, do proprietário. Para mais informações contactar Atlantyca S.p.A., Via Leopardi, 8, 20123 Milano - Italia. [email protected].

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Alessandro Gatti & Davide Morosinotto

Quem raptou o rei da cozinha?

Ilustrações de Stefano Turconi

Tradução: Francesco Mai

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Mister MoonlightÉ o líder dos gatinhos detetives. Astuto e aventureiro, tem uma intuição fora do comum!

JosephineElegante e sofisticada, todos os gatos de Paris estão apaixonados por ela.

OS PROTAGONISTAS

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PonponO pequenote do grupo. É teimoso e desajeitado, mete-se sempre nos sarilhos!

Dodò, o MarselhêsUm gatinho de rua feioso mas sagaz. Conhece todos os segredos do submundo da cidade.

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Luc RatinÉ um ratinho do campo, pequeno e gordalhufo. Sempre educado e prestável, é o ajudante oficial de Mister Moonlight.

TenardierFugiu do jardim zoológico quando era ainda uma

criança. É o rei dos esgotos da cidade e sabe sempre tudo de todos!

Olivier BonnetArtista sonhador, é o «comidono»

de Mister Moonlight. Não é esperto como o seu gato, mas é gentil e generoso com todos os felinos

da cidade.

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Inspetor RampierConhecido por toda a Paris, tem uns bigodes fininhos que se enrolam sempre que vê um gato. Constantemente mal-humorado, tem um mau feitio considerável e nunca acerta nas soluções dos casos!

CauchemarO buldogue de Rampier. É grande e forte e, na verdade, um pouco pateta. Está disposto

a tudo para capturar os gatinhos detetives.

GatomasO mais famoso gato ladrão de Paris. Espertíssimo, agilíssimo e rapidíssimo, consegue sempre que ninguém o apanhe!

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Capítulo 1Um encontro

secreto

Ah, Paris! A cidade das luzes, da Tour Eiffel, dos restaurantes à beira do Sena. A cidade das senho-ras da alta sociedade que se passeiam com os seus requintados guarda-chuvas de renda. E, acima de tudo, a cidade dos gatos.

No bairro de Montmartre, no número 12 da rua Victor Massé, encontrava-se um pequeno prédio alto e estreito, com uma pequena porta vermelha de madeira gasta.

Das janelas do grande sótão do último andar podiam-se admirar todos, ou quase, os telhados de Paris. No peitoril de uma janela estava colocada uma confortável almofada de veludo vermelho, sobre a

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qual estava enroscado um grande gato preto. De facto, não era completamente preto: tinha três man-chas brancas, uma na ponta do rabo, uma no olho e a terceira na pata anterior esquerda. Chamava-se Mister Moonlight (que significa «luz da lua», em inglês) porque era um gato americano.

Naquele momento, entre as patas do felino, estava aninhado um ratinho do campo com a pele da mesma cor de uma meia de leite usando, sabe-se lá porquê, um laço ao pescoço. O ratinho chamava-se Luc Ratin e...

«Já sabemos o que se passa quando um grande gato preto tem entre as suas garras um ratinho!», devem estar a pensar. “Um instante”, respondo eu. «Desta vez, não é como vocês pensam!».

– Já está, senhor – murmurou Luc Ratin, levan-tando a cabecinha e pousando a lima. – Agora as suas unhas estão afiadíssimas!

Mister Moonlight anuiu distraidamente e levan-tou a pata, controlando as suas garras. Que estavam, tal como Ratin acabava de referir, afiadas como sabres.

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– Excelente, Ratin – comentou. – Fizeste mesmo um excelente trabalho, meu bom amigo.

Ratin corou e os seus bigodes agitaram-se. – É demasiado gentil, senhor.

– Agora estás dispensado, penso que vou bater uma soneca. Mas não te esqueças de despertar-me meia hora antes do pôr do sol, que esta noite tenho um encontro muito importante.

Luc Ratin anuiu. Era o mordomo de Mister Moonlight já há muitos anos, tinha acompa-nhado o gato nos cruzeiros que atravessavam o oceano e, depois, estabelecera-se com ele naquele velho sótão.

Ratin, portanto, conhecia muito bem os hábitos do seu dono. Sabia, então, que era uma quarta-feira e, como todas as quartas-feiras, Mister Moonlight sairia de casa ao pôr do sol para regressar a meio da noite. Nunca lhe dizia, contudo, para onde ia ou o que fazia: às vezes podia ser um gato muito misterioso. E, no fundo, Luc Ratin estava satis-feito assim: podia desejar algo melhor que uma

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noite livre na companhia de uma casca de queijo quebradiça para roer?

O ratinho avançou ao longo do peitoril da janela, saltou para o chão, enfiou-se por baixo do sofá para depois desaparecer num minúsculo buraco na parede que era, de facto, o seu covil.

Mister Moonlight, pelo contrário, permaneceu sentado na almofada observando os telhados de Paris. Adorava aquele panorama. Observando-o com atenção podiam-se descobrir muitíssimas coisas interessantes. Por exemplo, que François Pigeon, o pombo-correio, tinha discutido mais uma vez com a sua namorada Valentine Colombine e esta o tinha expulsado do ninho. Aqueles dois andavam sempre às turras mas faziam sempre as pazes e gostavam muito um do outro.

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– Moonlight – murmurou uma voz grave e um pouco rouca. – Moonlight, onde estás?

A voz não tinha falado em miaulês (ou seja, a língua dos gatos), mas sim em francês. Nada que o espantasse, tendo em conta que os humanos eram mesmo uns zeros à esquerda com as línguas estran-geiras! Precisamente o contrário dos gatos. Moon-light, por exemplo, ao longo das suas repetidas via-gens pelos mares, tinha aprendido várias línguas dos humanos, embora não as utilizasse nunca na presença deles. Imaginem só as caras se soubessem que os gatinhos entendiam todas as suas conversas (e, quase sempre, riam-se às escondidas)!

– Moonlight, onde estááás... Ah, cá estás tu! – ex-clamou o senhor Olivier Bonnet, aproximando-se da janela. – Porque nunca respondes quando te chamo?

Bonnet era um senhor com uma certa idade, uns espessos bigodes lustrosos e uma pequena pera no queixo. Tinha também uma barriga imponente, umas bochechas redondas como maçãs maduras e as pontas dos dedos constantemente sujas de tinta.

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Coisa que fazia sentido, já que era um pintor ou, como ele próprio dizia, um «artista».

– Olha o que eu trouxe para ti, Moonlight... uma bela surpresa!

Com um movimento elegante, Olivier extraiu do bolso do colete uma latinha de metal dourado e, depois de encontrar o abre-latas em cima de uma prateleira, começou a abri-la.

Não foi fácil. Mas depois de um pequeno con-certo de «uhm», «ui», «uff» e «bolas!», o pintor

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conseguiu finalmente abri-la e no ar espalhou-se um cheirinho delicioso. Moonlight reconhecê-lo-ia mesmo de olhos fechados: salmão do Atlântico em azeite virgem. Menos requintado que o salmão real do Pacífico mas, ainda assim, uma iguaria nada má.

– Pensei trazer-te uma prendinha – murmurou Bonnet, olhando para o peixe em lata. – Ultima-mente tenho-me descuidado um pouco com a tua alimentação... sempre e só restos... Mas desde que roubaram os quadros na galeria do senhor Prunier...

Mister Moonlight miou e começou a ronronar (para agradar ao pobre Bonnet). O pintor era um homem bom, tinha uma alma gentil. Mas era tam-bém muito, muito ingénuo!

E, de facto, nunca tinha compreendido que o senhor Prunier, o dono da galeria ao qual entregava os seus quadros para que os vendesse, não passava de um aldrabão de todo o tamanho que arranjava as desculpas mais esfarrapadas para não lhe pagar nem um tostão. Na última ocasião tinha inventado que uns ladrões tinham roubado os seus quadros

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