boletim comemorativo 2009

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Boletim Comemorativo do 82º aniversário do Regimento de Artilharia N.º 4, correspondente ao ano de 2009, sob a direcção do Coronel de Artilharia José da Silva Rodrigues.

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3BOLETIM 2009

´

HERÁLDICA DO BRASÃO DO RA4

EDITORIAL

IMPLEMENTAÇÃO DO SACC

INTEGRAÇÃO DO P/PRC-525 NO SACC

BATERIA DE ARTILHARIA DE CAMPANHA/NRF14

OPERATIONAL MENTOR AND LIAISON TEAM

PASSAGEM PELAS FILEIRAS DO EXÉRCITO PORTUGUÊS

A PROTECÇÃO AMBIENTAL

DESPORTO E LASER

TREINO FÍSICO E NUTRIÇÃO

RETROSPECTIVA ANUAL DE ACTIVIDADES

4

5

6

12

16

22

29

31

34

42

50

Boletim Comemorativo 2009

Propriedade do Regimento de Artilharia N.º 4

Direcção, Redacção e AdministraçãoRua D. José Alves Correia da Silva

Cruz D’Areia2410-120 Leiria

Telefone: 244822026/434400 [email protected]

DirectorCOR ART José da Silva Rodrigues

Coordenação 1SAR ART Anjos Das Neves

Articulistas TCOR ART Luís HenriquesTCOR ART Norberto Serra

MAJ ART Pedro AlmeidaMAJ ART Marto Silva

CAP ART Simão Sousa TEN ART Samantha Mateus

ALF RC Pedro AlvesSCH SGE Luís Martins

SOLD RC Hélcio Gomes

Revisão de TextoMAJ Marques Fernando

DR.a Alda Mourão

Projecto Gráfico e PaginaçãoCarlos Neves, IDEA

Vitor Castanheira, Jornal de Leiria1SAR ART Anjos Das Neves, RA4

FotografiaRicardo Graça

SOIS, RA4

Impressão e AcabamentoMX3 - Artes Gráficas, Lda

EdiçãoJorlis, Edições e Publicações, Lda

Depósito Legal278676/08

Tiragem500 Exemplares

SUMARIOSUMARIO´

Page 4: Boletim Comemorativo 2009

4 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

- Escudo de ouro, um leão de negro, animado, lampassado e armado devermelho; franco-cantão de vermelho com uma flor-de-lis de prata;

- Elmo militar, de preta, forrado de vermelho, a três quartos para a dextra;- Correia de vermelho perfilada de ouro;- Timbre: dois canhões passados em aspa, sustendo um castelo, tudo de

prata;- Condecorações: circundando o escudo, o Colar de Oficial da Ordem

Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito;- Divisa: num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras de

negro, maiúsculas, de estilo elzevir "FORTES E LEAIS".

- O LEÃO evoca os campos de batalha de Flandres onde, durante a 1ªGuerra Mundial, as Batarias do ROC praticaram brilhantes feitos dearmas e evidenciaram excepcional valor e a coragem e decisão que o 1ºGBA demonstrou por ocasião da Batalha de 9 de Abril, opondo com oseu fogo, tenaz resistência ao avanço do inimigo, até ao total esgotamentodas suas munições;

- A FLOR-DE-LIS alude à cidade de Leiria onde, em 1926, o ROC e o 2ºGrupo do RA 2 originaram o Regimento de Artilharia nº 4, que, no anoseguinte, se transformou em Regimento de Artilharia Ligeira nº4 e, em1975, passou a designar-se Regimento de Artilharia de Leiria;

- O TIMBRE recorda o Regimento de Obuses de Campanha de CasteloBranco, origem do Regimento de Artilharia de Leiria e cujocomportamento em combate acresceu lustre e glória ao historial doExército Português;

- A DIVISA "FORTES E LEAIS" exprime a intenção de cultivar empermanência a força de ânimo como factor essencial para poder cumprircom lealdade.

- OURO: a força de ânimo demonstrada nos feitos de armas praticados;- PRATA: a riqueza do historial do seu comportamento em combate;- NEGRO: a constância demonstrada nas horas amargas da adversidade.

Armas

Simbologia e Alusãodas Peças

Os Esmaltes significam

Page 5: Boletim Comemorativo 2009

5BOLETIM 2009

Comemora-se este ano o 82º aniversário do Regimento de Artilharia Nº4 e, à semelhançado ano anterior, em associação ao evento, publica-se por esta ocasião o Boletim 2009, oqual reflecte, através de um conjunto de artigos, a motivação e empenho com que todos

servem neste Regimento e caracterizam algumas etapas da sua actividade recente.A publicação do Boletim 2009 integra um conjunto de artigos que, só por si, constituem

motivos fortes e únicos, por retratarem experiências e factos que, na sua variedade, transmitem asáreas de intervenção do próprio Regimento. Tal é possível através dos seus militares que, em boahora, aceitaram o desafio de as anotarem e reproduzirem, e cujo valor se potencia, naturalmente, peloespírito de partilha.

A área operacional e o aprontamento do Grupo de Artilharia de Campanha (GAC) constituem,claramente, o Core Business do Regimento, em proveito da FOPE que, em cada momento, sematerializa na sua prontidão operacional, quer através da moderna tecnologia, no âmbito do SistemaAutomático de Comando e Controlo (SACC), quer na sua operação e exploração, com a nova sériede rádios da família P/PRC-525, de que já dispõe e opera, abrindo assim novos caminhos.

Pela primeira vez, foi atribuída à Artilharia e ao Regimento a preparação de uma força parauma missão NATO. Para tanto, foi necessário o aprontamento de uma Bateria de Artilharia deCampanha, equipada com o Obus M119 105mm Light Gun/30/m98, que integra a NRF14, com basena sua quase totalidade de recursos do GAC e do Regimento, cujo desafio reflecte a dedicaçãoextrema, o espírito de missão dos militares que a integram e de todos aqueles que servem sob omesmo lema: “Fortes e Leais”.

Fica também aqui ressalvado o testemunho e a experiência em missões além fronteiras, queenobrece a participação de militares do Regimento e cujo conhecimento transmitido é,indubitavelmente, uma mais-valia. Pelo meio, passam sem dúvida outras missões de enriquecimentoprofissional e intelectual, que o Regimento promove de forma permanente, estando certo docontributo que dá no sentido da melhoria contínua do potencial humano de que dispõe.

Uma última referência aos militares e civis que servem no Regimento. Ao brio, à formaprestimosa, dedicada e reconhecida que colocam no cumprimento da grande diversidade de tarefasque lhe estão adstritas, nomeadamente nas diversas missões de interesse público. A suadeterminação, perseverança e sentido de missão permitem encarar o futuro com grande optimismo,pese embora as condicionantes globais que caracterizam a sociedade e em que, naturalmente, oRegimento e o Exército se inserem.

O COMANDANTE

José da Silva RodriguesCOR ART

EditorialEditorial

Page 6: Boletim Comemorativo 2009

ambiente operacional em queactualmente decorrem as operaçõesmilitares caracteriza-se pela utilização

do Sistema de Apoio de Fogos de forma integrada earticulada com os restantes sistemas do Campo deBatalha.

O Comando, Controlo e Coordenação constitui aessência do Sistema de Apoio de Fogos que permiteao Comandante da Força aceder e trocar informaçãorelativa ao Apoio de Fogos disponível. O recurso aSistemas de Comando e Controlo e CoordenaçãoAutomáticos constitui uma realidade crescente, emqualquer força moderna.

No âmbito do processo de reequipamento daartilharia, o Grupo de Artilharia de Campanha(GAC) da Brigada de Reacção Rápida (BrigRR) foidotado do Sistema Automático de Comando eControlo (SACC).

O Sistema Automático de Comando e Controlo,que equipa o GAC, da BrigRR, permite comandar,coordenar e controlar os meios de apoio de fogos,automatizando as tarefas inerentes ao apoio de fogos,nomeadamente o planeamento de apoio de fogos, oprocesso de targeting, o apoio à missão, a direcçãotáctica e técnica do tiro, assim como o conhecimentoe acompanhamento permanente da situação. Éconstituído pelos seguintes subsistemas:

Advanced Field Artillery Tactical DataSystem (AFATDS) 1

- Destinado a auxiliar o coman-dante no planeamento deapoio de fogos, permite aintegração de todos osmeios, execução de fogos,o controlo de movimentos,o apoio logístico, nomea-

IMPLEMENTAÇÃO DO SACCA IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA AUTOMÁTICO DE COMANDO E CONTROLO NO GRUPO DE ARTILHARIA DE CAMPANHA DA BRIGADA DE REACÇÃO RÁPIDA

O

6 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 46

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7BOLETIM 2009

damente, a elaboração do relatório de consumo eos pedidos de recompletamento de munições,combustíveis, e ainda, a direcção táctica e técnicado tiro.

- Cada terminal Compact Computer Unit (CCU) 2 édotado do sistema operativo SOLARIS, versãoCDE 3.1, desenvolvido pela empresa SUNMicrosystems sobre o qual funciona a aplicaçãoAFATDS.

- Equipa o EAF 3 de Brigada (2 CCU), 3 EAF deBatalhão (3 CCU), PCT do Grupo (1CCU),Secção de Operações (1 CCU) e Secção deInformações (1 CCU).

Battery Computer System (BCS)4

- Destinado a ser utilizado pelo PCT 5 da Bateria deBocas-de-fogo é um sistema concebido paraoperar como parte do AFATDS e completar ascapacidades deste, na direcção táctica e técnica,nomeadamente no cálculo automático doselementos de tiro.

Forward Observer System (FOS)6

- Sistema utilizado pelos observadores avançadospermite executar missões de tiro. Tem ainda acapacidade de processar, armazenar, receber etransmitir informações sobre objectivos, medidasde coordenação, ordem de operações, lista deobjectivos e conduzir missões de apoio aéreopróximo.

Gun Display Unit - Replacement (GDU-R) 8

- É um terminal, de dimensões reduzidas, quepermite às seccções de bocas-de-fogo receberComandos de Tiro calculados pelo BatteryComputer System. Permite igualmente manterinformado o PCT sobre o estado da Secção.

- Existem 18 terminais portáteis que se destinam àsSecções de Bocas-de-Fogo.

O SACC do GAC BrigRR dispõe de 29 RádiosTácticos de Comunicações 525. A transmissão de dadosentre os sistemas AFATDS e BCS é efectuada com base nosistema de comunicações táctico móvel GRC525,instalado nas viaturas IVECO, com a seguintedistribuição:

Viatura Nº rádiosPCT GAC 4OAF Brig 2OAF Bat (x3) 6Operações 1Informações 1PCT Btr (x3) 6

. Compact Computer Unit .

. Battery Computer System .

. Ruggedized Handheld Computer 7 .

. Gun Display Unit - Replacement .

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8 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

A transmissão de dados efectuada a partir do FOSé feita pelo rádio táctico comunicações 525, na versãoman pack, existindo em número de 9 unidades.

A transmissão de dados entre BCS e GDU éefectuada apenas por modo filar.

O SACC dispõe de 10 viaturas Auto TG IVECO D4x4 40.13 WM C/G com contentor, onde seencontram instalados os sistemas AFATDS e BCS.

As equipas de observadores avançados operam oFOS a partir da viatura Auto TG ¼ Toyota 4x4 LandCruiser, que constitui o meio através do qualintegram as unidades de manobra.

A cronologia de implementação Ano 2005O processo de implementação do SACC no GAC,

da BrigRR, iniciou-se a 18 de Fevereiro de 2005, como levantamento dos equipamentos do sistemaAFATDS, BCS e FOS no Depósito Geral de Materialdo Exército (DGME).

A 21de Fevereiro de 2005, decorreram os testescom os equipamentos no CMSM, por parte detécnicos americanos, tendo sido detectadasanomalias em alguns equipamentos que foramevacuados.

No período de 04 a 22 Abril 2005, decorreu naEscola Prática de Artilharia (EPA) o Curso Inicial deFormação de Formadores do Battery ComputerSystem, ministrado por instrutores dos EUA, com aparticipação de um Oficial do RA4.

No período de 26 de Abril a 23 de Junho 2005,decorreu na EPA o Curso Inicial de Formação deFormadores do sistema Advanced Field ArtilleryTactical Data System, ministrado por instrutores dosEUA, com a participação de um Oficial do RA4.

No período de 27 de Junho a 01 de Julho 2005,decorreu na EPA o Curso Inicial de Formação deFormadores do sistema Foward Observer System,

ministrado por instrutores dos EUA, com aparticipação de um Oficial do RA4.

No período de 06 a 08 de Julho 2005, decorreu naEPA o Curso Inicial de Formação de Formadores dosistema Gun Display Unit, ministrado por instrutoresdos EUA, com a participação de 01 Oficial do RA4.

No período de 11 a 15 de Julho 2005, decorreu naEPA o Curso Manutenção do Battery ComputerSystem, ministrado por instrutores dos EUA, dosistema BCS com a participação de um Oficial doRA4.

Ano 2006Efectuada a montagem dos equipamentos do

SACC em bancadas e a realização de testespreliminares.

Cedência temporária de equipamentos à EscolaPrática de Artilharia com vista apoiar formação deoperadores do sistema.

Ano 2007Decorreu no CMSM, no período de 12 a 23 de

Março de 2007, a verificação final dos equipamentosSACC (Sell-off), em fase de aquisição aos EstadosUnidos, dos quais se destacam as seguintesactividades:

- Correcção de anomalias detectadas nos váriosequipamentos AFATDS, BCS e FOS durante afase de testes em Fevereiro de 2005;

- Execução de demonstrações de planeamento ecoordenação de Apoio de Fogos com o sistemaAFATDS;

- Realização de testes de comunicações entre osvários sistemas, com sistema filar e rádiotáctico de comunicações 525;

- Realização de sessão de Fogos reais, com osistema automático e Obus M119 105mmLight Gun;

. Sistema de Comunicações Táctico Móvel GRC525 .

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- Entrega de 18 Gun Display Units com vista aequipar as secções de Bocas-de-Fogo;

- Entrega de versões de software actualizadas.Em Abril de 2007, o Regimento de Artilharia nº 4

elegeu como “Área de Excelência” a implementaçãodo sistema Automático de Comando e Controlo noGrupo Artilharia de Campanha.

No período de 24 a 26 de Setembro de 2007,decorreu no RA4 o Curso de Formação do sistemaGun Display Unit com a participação doscomandantes e serventes apontadores das secções debocas-de-fogo do GAC.

No período de 01 de Outubro a 16 de Novembrode 2007, decorreu no RA4 o Curso de Formação dosistema AFATDS com a participação de noveformandos do GAC.

No período de 15 a 24 de Outubro 2007, decorreuno RA4 o Curso de Formação do sistema FOS com aparticipação de seis formandos do GAC.

No período de 10 a 14 de Dezembro de 2007,efectuou-se no CMSM o Exercício “TANGO 07”, como objectivo realizar a 1ª sessão de fogos reais com oSACC, montado em bancada. A transmissão dedados foi filar (WD1TT) e com configuração baseadano protocolo TACFIRE. O dispositivo adoptado foiconcentrado, materializando no terreno todos oselementos essenciais ao processamento de umamissão de tiro. Apesar de ter existido alguma lentidãona transmissão de dados, as missões de tirodecorreram com sucesso. Foram testadas missões detiro área, fumos e fumos imediatos.

Ano 2008No período de 26 a 28 de Março de 2008,

decorreu no CMSM o Exercício “TROVÃO 081”,tendo como objectivo conduzir a 2ª sessão de fogosreais em moldes semelhantes ao exercício “TANGO07”, alterando apenas o dispositivo. Para o efeito, aEquipa de Observação avançada foi colocada a 12Km das restantes componentes do sistema.Verificou-se que a transmissão de dados, em modofilar (WD1TT), se tornou bastante lenta,impossibilitando pontualmente o processamento demissões de tiro.

No período de 11 a 15 de Maio 2008, o GACparticipou no exercício DRAGÃO 08, na serra daPadrela, integrado no exercício nível Brigada.Apesar de não terem sido realizados fogos reais, foimaterializado no terreno o EAF Brigada, EAFBatalhão e PCT GAC, distanciados entre si de cercade 20Km. Na presença de duas cabines de feixes,junto ao EAF da Brigada e EAF Batalhão,respectivamente, foram efectuadas ligações LAN(Local Area Network)9 entre AFATDS e as cabinesde feixes. Verificou-se que a transmissão de dadosfoi conseguida com sucesso e, por sua vez, efectuadaa retransmissão de dados por modo filar ao PCTGAC que não tinha acesso à cabine de Feixes. Foitestado o envio e recepção de mensagens de texto.

A 09 de Dezembro de 2008, foi efectuada aentrega pelo DGME de 10 Viaturas Auto TGIVECO D 4x4 40.13 WM C/G com

9BOLETIM 2009

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10 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

contentor e montagem veicular Rádio TácticoComunicações 525, destinadas ao EAF Brigada (1),EAF Batalhão (3), PCT GAC (1), Operações (1),Informações (1) e PCT das Baterias (3).

Também a 09 de Dezembro 2008, foi efectuada aentrega pelo DGME de 9 Rádios Tácticos deComunicações 525, versão man pack, com vista aprover as equipas de observação avançada do Grupode Artilharia de Campanha.

Ano 2009Decorreu nos períodos 02 a 06 de Março de 2009

e de 30 de Março a 03 de Abril de 2009, no RA4, emcoordenação com a EPT e a Companhia deTransmissões da BrigRR, o Curso de Operadores doSistema P/PRC 525, com a participação de vinte equatro formandos do GAC.

Por seu turno, também decorreu no período de09 a 13 de Março de 2009, no RA4, em coordenaçãocom a EPT e a Companhia de Transmissões da BrigRR, o Curso de Gestão e Configuração do SistemaP/PRC 525 com a participação de cinco formandosdo GAC.

No período de 25 a 27 de Março 2009, decorreuno CMSM o Exercício “TROVÃO 091”, tendo comoobjectivo conduzir a 1ª sessão de fogos reais comSACC, instalado na viatura IVECO e utilizando orádio táctico de comunicações 525 para transmissãode dados. Inicialmente, foi adoptado um dispositivoconcentrado, de forma a monitorizar oprocessamento de dados, tendo sido posteriormenteefectuada a dispersão dos elementos do SACC, deacordo com o cenário e tema táctico criado. Aconfiguração do sistema de comunicações entreAFATDS foi digital e entre AFATDS-BCS eAFATDS-FOS analógica. A rede de transmissão dedados digital foi efectuada com rapidez e segurança.A rede analógica de FOS para AFATDS funcionoucom limitações na transmissão de dados. O terminalAFATDS da Secção de operações neste exercícioefectuou, pela primeira vez, a actualização dasunidades no sistema e a emissão e recepção derelatórios, constituindo uma evolução relativamenteaos exercícios anteriores.

No período de 20 a 30 de Abril 2009, decorreu noCMSM o Exercício “EFICÁCIA ROSA BRAVA09”. OGAC BrigRR realizou a 2ª Sessão de fogos reais como SACC, instalado na viatura IVECO e utilizandorádio táctico comunicações 525 para transmissão dedados. Foi adoptado um dispositivo semelhante ao

do exercício “TROVÃO 091”, embora, ao nível daconfiguração, a ligação FOS - AFATDS tenha sidoem modo digital.

Verificou-se que a transmissão de dados foi maiseficaz do FOS para o AFATDS e que as correcçõessubsequentes do BCS para o FOS, apesar daconfiguração BCS ser analógica, foram mais fiáveis.

Considerações Finais - A implementação do SACC no GAC BrigRR

constituiu um avanço tecnológico semprecedentes que obrigou a reformularconceitos e procedimentos adoptados naartilharia. A avaliação das alterações

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11BOLETIM 2009

produzidas nos procedimentos carece de serconsolidada à medida que se aprofundamtodas as capacidades do sistema.

- A utilização do SACC não pode excluir oudescurar o conhecimento adquirido deprocedimentos no sistema manual queconstituem a base do emprego da artilharia decampanha.

- A sua implementação exigiu a formaçãoinicial de operadores nos subsistemas doSACC, criando a sua especialização.

- O planeamento do treino operacional do GACterá que ter em consideração a forma defuncionamento do sistema e deve ser

operacionalizado de modo a garantir treinoindividualizado e integrado dos diferentessubsistemas.

- O conceito de treino do sistema deve serpensado de modo a permitir aos operadores ocontacto diário com os equipamentos.

- A operacionalidade do sistema dependedirectamente da continuidade e permanênciae dos operadores nas funções desempenhadas.

- Os equipamentos com a especificidade técnicado SACC caracterizam-se por actualizaçõesperiódicas. Manter actualizados osequipamentos e a formação dos operadoresdeve constituir uma preocupação.

- A digitalização da artilharia constituiu umanova fase no conhecimento artilheiro e não deveser considerada como um ponto de chegada,mas sim como um ponto de partida.

1 Sistema Táctico Avançado de Dados da Artilharia deCampanha.

2 Terminal do Sistema Táctico Avançado de Dados daArtilharia de Campanha

3 Elemento de Apoio de Fogos.4 Terminal de Cálculo Automático de Tiro da Bateria de Tiro. 5 Posto Central de Tiro.6 Sistema de Observação Avançada.7 Terminal da Equipa de Observação Avançada.8 Terminal de Dados do Obus.9 Redes de Área Local.

Referências Bibliográficas:DIAS, Pedro M. Russo Carvalho Ten – “A evolução doDomínio do Comando e Controlo”, Boletim informação eDivulgação Ano IX, II Série EPA

AFATDS Operator´s Notebook for AFATDS 6.3.1Plano Treino Operacional para 2008 do Grupo ArtilhariaCampanha Brig RR.

Plano Treino Operacional para 2009 do Grupo ArtilhariaCampanha Brig RR.

MAJ ART Pedro Almeida2º Comandante do GAC

Page 12: Boletim Comemorativo 2009

12 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

om a chegada do SACC à ArtilhariaPortuguesa, tornou-se necessária aaquisição de um novo equipamento de

comunicações, com características específicas efuncionais que os anteriores equipamentos ao serviço doExército não possuíam.

O SACC requer grandes exigências ao nível datransmissão de dados, determinando uma elevadalargura de banda, a atribuição de um IP (Protocolo deInternet), bem como a necessidade de interoperabilidadecom os outros equipamentos rádio. Foi neste sentido quefoi adquirido o P/PRC-525; no caso do GAC/BrigRR, aversão 5.2.

Sendo o SACC constituído por vários equipamentos,cada um deles com diferentes características detransmissão de dados, tal facto foi decisivo para que aEID (Empresa de Investigação e Desenvolvimento de

Electrónica, S.A) desenvolvesse diversas soluções detransmissão de dados, em conformidade com ascaracterísticas específicas de cada equipamento. Sãoexemplos disso a transmissão de dados de modoanalógico e digital.

Características do P/PRC-525Ao P/PRC-525 foi atribuída a designação “M3TR”,

que significa Rádio Táctico Multibanda, Multimodo eMultifunção.

Este equipamento torna-se multibanda uma vez quepossibilita a utilização de três bandas do espectroelectromagnético: HF, VHF e UHF.

Assim, podemos encontrar o P/PRC-525 em duasversões. Em transmissão a versão HF/VHF possibilita agama de frequências de 1,5 a 108 MHz e a versãoVHF/UHF vai dos 25 aos 512MHz. Ambas as versões

INTEGRAÇÃO DO P/PRC-525 NO SACCA INTEGRAÇÃO DO SISTEMA P/PRC-525 NO SISTEMA AUTOMÁTICO DE COMANDO E CONTROLO (SACC)

C

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13BOLETIM 2009

possibilitam a recepção entre os 1,5 aos 512 MHz, o quepermite que estes equipamentos tenham capacidade decobertura completa em HF/VHF/UHF.

É um equipamento multimodo, pois permite umadiversidade de modulações de acordo com o tipo deinformação envolvida no processo de transmissão,podendo apresentar de forma diferenciada trêsModelações de Amplitude, três tipos de Banda LargaÚnica, duas Modelações de Frequência, modo FSK emodo AFSK.

Este equipamento apresenta uma elevadadiversidade de funcionalidades, tais como redes rádio-voz e redes rádio-dados, bem como a interoperabilidadeem Redes de Área Locais (LANs) ou Redes de ÁreaAlargadas (WANs). Possui ainda diversas funçõesessenciais às actuais características do campo de batalha,tais como os diferentes modos de funcionamento:Frequência Fixa (FF), Frequência Fixa Digital (DFF) eSalto de Frequência (FH), sendo este último essencialpara a Segurança da Transmissão e da Comunicação(SECOM), variando de frequência a cada 2milissegundos e possibilitando a encriptação dos dados,dificultando a intercepção do sinal, bem como o seuempastelamento. O uso do FH é muito útil para a boagestão do espectro electromagnético, numa era em que

este se encontra cada vez mais saturado, pois utiliza umafaixa de frequências para a comunicação, não impedindoa coexistência de outras redes rádio nessas frequências,devido à diminuta ocupação temporal em cada umadessas frequências no FH.

No Exército Português, a transmissão de dados comeste equipamento é o requisito fundamental para ainteroperabilidade com os diversos ambientes detrabalho, tais como o SACC e o SICCE (Sistema deInformação para o Comando e Controlo do Exército).Nas diversas possibilidades de envio de dados peloequipamento obtemos também variadas possibilidadesde velocidade de transmissão, a saber: FSK (75 bps a 16Kbps), STANAG 4285 (3600 bps), OFDM (64 Kbps) eInternet/Intranet via IP Interface, tendo sempre ematenção que a velocidade de transmissão introduzida norádio terá sempre de ser igual ou superior à capacidadedo interface do sistema em utilização, o que na práticapoderá transformar a capacidade de comunicaçõesefectivas menor do que a capacidade real.

A integração das Comunicações do P/PRC-525com o SACCDesde a recepção do SACC, em 2006, pelo Exército

Português, nomeadamente pelo Grupo de Artilharia de

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14 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

Campanha do Regimento de Artilharia N.º 4(GAC/RA4), como unidade de apoio de fogos, que autilização do sistema não estava a ser efectuada na suamáxima potencialidade, face à necessidade de umsistema de comunicações com capacidade detransmissão de dados. Em alternativa, e sempre com apreocupação de evolução na utilização dos diversosmódulos do SACC, comunicava-se então através domeio filar, mesmo perdendo a rapidez de respostas aospedidos de tiro, mas sempre garantindo o Apoio deFogos oportuno às unidades de manobra.

Em Dezembro de 2008 o GAC recebeu nove manpacks 525 V/U para a integração do Forward ObserverSystem (FOS)1 no SACC e também dez viaturas com umtotal de vinte montagens veiculares 525. Sete viaturas sãoportadoras de duas consolas 525 V/U, uma viaturadispõe de quatro consolas (três 525 V/U e uma 525 H/V)e as duas restantes viaturas possuem uma consola 525H/V e uma consola 525 V/U, respectivamente.

As características e potencialidades desteequipamento tornaram necessária e imperiosa arealização do Curso de Operação do Sistema 525, bemcomo do Curso de Configuração do Sistema. Estes doiscursos foram leccionados no Regimento de ArtilhariaNº4, por uma equipa devidamente credenciada para oefeito. Face à necessidade emergente de melhoramentodas competências de operação sobre os referidosequipamentos, foi leccionado mais um Curso deOperador do Sistema 525 por elementos da unidade.Estas acções de formação foram decisivas para melhoraras competências de operação, bem como para

optimização das funcionalidades estudadas.Após estas acções de formação, todos os utilizadores

do SACC, e consequentemente do P/PRC525, ficaramdespertos para algumas especificidades da comunicaçãodeste equipamento, bem como para a utilização deSECOM, em particular na transmissão digital.

De uma forma genérica, e para melhor compreensãodo funcionamento do SACC e consequente transmissãodos dados no 525, apresentada na figura.

Os P/PRC-525 são programados através de umcomputador com um software específico designado por“Mission Plan”.

Cada programação toma a designação de missãoquando contempla os rádios, as frequências atribuídas,bem como redes em uso para o exercício.

Inicialmente, os testes foram feitos utilizando amissão criada pela EID aquando da integração doP/PRC-525 com o SACC. Nesta missão o FOS e o BCS(Battery Computer System)2 utilizavam uma frequênciafixa para a transmissão analógica de dados.

O BCS tem capacidade de transmissão digital dedados com os sistemas de comunicações americanos,contudo, com o P/PRC-525, essa capacidade não éatingida, tendo por isso que se efectuar a comunicaçãoanalógica de dados para e deste sistema na missão de tiro.

No AFATDS a transmissão de dados é digital, por sero meio mais seguro e mais rápido, tornando-senecessária a existência no PCT/GAC de dois rádios paraa rede de dados, um digital e outro analógico. Ou seja, oPCT/GAC recebe a missão do OAF/Brigada portransmissão digital de dados de um AFATDS e envia a

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15BOLETIM 2009

TEN ART Samantha MateusComandante do Pel/Tms da BCS/GAC

Ordem de Tiro para o BCS por transmissão analógica dedados.

No decorrer do Exercício “Trovão 091”, realizado noperíodo de 22 a 27 de Março de 2009, constatou-se anecessidade de colocar o FOS a comunicar digitalmente,uma vez que os cabos analógicos estavam a introduzirerros no P/PRC-525 e a transmissão analógica semostrava bastante mais lenta.

Foi desta forma que se iniciaram os testes para atransmissão digital de dados do FOS para o AFATDS econsequentemente a utilização deste sistema para atransmissão das correcções de tiro do FOS para o BCS.Devido a pormenores de carácter técnico do sistema,ainda não foi conseguido colocar o BCS a transmitirdigitalmente.

De uma forma simples e inequívoca, podemosafirmar que com a recepção do P/PRC-525 conseguiu-sepotencializar as comunicações do SACC, que serepercutiram numa maior rapidez de procedimentos daexecução do pedido de tiro e das consequentescorrecções, incrementando a eficiência no Apoio deFogos às Unidades de manobra.

Simultaneamente, através das SECOM, e do FH emparticular, conseguiu-se uma maior segurança nastransmissões e comunicações, bem como uma menorocupação do espectro electromagnético.

Este equipamento torna-se, assim, decisivamente,uma mais-valia para o cumprimento da missão doGAC/BrigRR, no apoio de fogos à Brigada de ReacçãoRápida.

1 Sistema Avançado de Observação.2 Sistema Computorizado da Bateria.

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esde o dia 1 de Janeiro de 2009 que oRegimento de Artilharia N.º 4, integradona cadeia de comando, tem por missão

aprontar uma Bateria de Artilharia de Campanha(BArtCamp) para a NATO Response Force (NRF) 14.

O conceito NRF surgiu com o intuito de criaruma Força tecnologicamente avançada, flexível,projectável, interoperável e com capacidade desustentação, capaz de actuar em todo o espectro dasoperações militares dentro de uma Combined JointTask Force (CJTF). Inclui um Deployable Joint TaskForce HQ (DJTF HQ) pronto para ser projectado em5 dias e as Componentes de Operações Especiais(SOCC), Terrestre (LCC), Naval (MCC) e Aérea(ACC).

As NRF baseiam-se num sistema de rotação de

seis meses, precedidos de seis meses de treinomultinacional e certificação. O ComandoOperacional destas forças é rotativo pelos dois JointForce Command HQ (JFC Nápoles e Brunssum) epelo Joint HQ Lisbon.

Para cada operação será gerada uma Força apartir do conjunto das unidades constituintes daNRF. As unidades seleccionadas efectuarão aTransferência de Autoridade (TOA) para osComandos NATO antes de serem projectadas para oTeatro de Operações (TO).

As probabilidades de emprego das forças queintegram a NRF são, entre outras, as seguintes:

- Força Isolada (Stand Alone Force);- Força de Entrada Inicial (Initial Entry Force);- Operações de Demonstração da Força;

16

BATERIA DE ARTILHARIADE CAMPANHA/NRF14A BATERIA DE ARTILHARIA DE CAMPANHA DA NATO RESPONSE FORCE 14

D

16 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 416

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17BOLETIM 2009

- Operações de Resposta a Crises (CRO);- Operações de Apoio ao Contra-Terrorismo;- Operações de Interdição Marítima, Terrestre

e Aérea.Com o objectivo de testar a capacidade militar

real das forças disponibilizadas pelas nações paraintegrar as NRF, de acordo com parâmetrosespecíficos definidos pela Aliança e após acertificação nacional, as forças são avaliadas peloComando de Componente, através de inspecçõesconduzidas nos respectivos países, num exercício dotipo CPX/CAX/LIVEX a realizar durante os seismeses que antecedem o período de emprego.

A directiva em N.º 202/CEME/08, de 23 deOutubro de 2008, determina que o ExércitoPortuguês participa na NRF 14, com uma BArtCampdestinada a integrar o GAC da LCC (LCC CapabilityModule 22 – Field Arty Bn) e uma Movement ControlTeam (MCT) para o Joint Logistic Support Group(JLSG Capability Module 3 – RSOM and I).

As forças disponibilizadas pelo ExércitoPortuguês deverão obedecer, entre outros, aosseguintes requisitos:

- Prontidão de 5 dias (categoria 2);- Pessoal e equipamento a 95%;- Auto-sustentável por um período inicial de 30

dias;- Projectável e interoperável;- Uma vez atribuída, durante os períodos de

treino multinacional e de Stand-by, nãodeverá integrar nenhum outro compromisso(dupla atribuição);

- Operar em operações conjuntas e combinadasde cariz expedicionário, emprego táctico emambientes caracterizados por temperaturasextremamente quentes ou frias e em qualquertipo de terreno em condições austeras.

Assim, o aprontamento da BArtCamp tem vindoa ser efectuado, constituindo Dezembro de 2009 a

data limite para o estabelecimento da CapacidadeOperacional Completa disponibilizada para a NRF14 – Full Operational Capability (FOC). Comoenquadramento temporal, de 1 de Janeiro de 2009 a30 de Junho de 2009 decorre o período de treinonacional, de 1 de Julho de 2009 a 4 de Janeiro de 2010decorrerá o período de treino multinacional efinalmente, de 5 de Janeiro de 2010 a 30 de Junho de2010 a força encontrar-se-á no período de empregoou de Stand-by.

Durante o período de Stand-by, o ComandoOperacional para a NRF 14 será atribuído ao JointCommand Lisbon (JCL), o Comando da LandCommand Component (LCC) a uma DivisãoDinamarquesa e o Grupo de Artilharia de Campanhaserá liderado pela Grécia.

A TOA da Força portuguesa para o comandoNATO respectivo apenas terá lugar após a atribuiçãoda missão ao LCC e a elaboração do respectivo Planode Operações (OPLAN).

Desta forma, a missão de aprontar a BArtCamp éde extrema importância e constitui um enormedesafio. Refira-se, que, é a primeira vez que é dada auma unidade de artilharia a responsabilidade deaprontar uma força para o cumprimento doscompromissos internacionais de Portugal.

Treino OperacionalO treino operacional foi planeado da seguinte

forma: - Fase I (01JAN09 a 30JUN09). Fase correspon-

dente ao período de treino nacional, em que asactividades de treino operacional têm sidoconduzidas com a finalidade de garantir acertificação nacional da Força.

- Fase II (01JUL09 a 04JAN10). Fase corres-pondente ao período de treino multinacional,em que as actividades de treino operacionaldevem ser conduzidas com a finalidade de

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18 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

garantir a certificação da Força, de acordocom os critérios permanentes de avaliação dasunidades da NRF.

- Fase III (05JAN10 a 30JUN10). Fasecorrespondente ao período de emprego ouStand-by, em que as actividades de treinooperacional devem ser conduzidas com afinalidade de manter, em permanência, umestado de prontidão que lhe permitacorresponder às exigências inerentes àcategorização 2 (Notice To Move de 5 dias).

Em todas as fases do treino são consideradasfundamentais a condução das seguintes tarefaschave:

- Apuramento da técnica individual combate edesenvolvimento da destreza individual;

- Melhoramento da capacidade físicaindividual vocacionada para a capacidade desustentar operações de combate de altaintensidade, conjugando o aumento da forçaexplosiva com o aumento da resistência aesforços prolongados;

- Melhoramento da proficiência individual e

colectiva na execução de tiro de combate como armamento orgânico;

- Apuramento das técnicas de combate desecção e de pelotão, com o desenvolvimentoda rapidez e agressividade destes escalões naexecução das acções de fogo e das capacidadesde Comando e Controlo;

- Melhoramento da capacidade técnica e tácticapara o apoio de operações ofensivas,defensivas e de contra-insurreição emambientes específicos de áreas edificadas.

Assim, os objectivos de treino a atingir nasdiferentes fases são:

- Objectivo A: Aumentar a proficiência eagressividade individual e colectiva em acçõesde fogo;

- Objectivo B: Aumentar a capacidade técnica etáctica para o apoio a operações ofensivas,defensivas e de contra-insurreição;

- Objectivo C: Aumentar a capacidade técnica etáctica para o apoio a operações de resposta acrises;

- Objectivo D: Aumentar a proficiência de

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19BOLETIM 2009

todas as tarefas inerentes à projecção depessoal, equipamentos e abastecimentos;

- Objectivo E: Aquisição de capacidade técnicae táctica para a condução de operações emambientes urbanos;

- Objectivo F: Aquisição de capacidade técnicae táctica para a condução de operaçõesaerotransportadas e aeromóveis.

No que concerne aos Objectivos A, B, C e D, estesdevem ser atingidos no final da Fase I e consolidadosdurante a Fase II, enquanto que os Objectivos E e Fdevem ser atingidos apenas na Fase II do treino.

Principais ActividadesPara cumprir os objectivos da primeira fase, o

treino tem incidido nas seguintes actividades:- INPROCESSING, em que os dados dos

militares que ingressaram na NRF14 desde omomento inicial, foram transferidos deBateria e os seus dados pessoais registados nabase de dados da BArtCamp;

- Provas topográficas, realizadas na área dopinhal de Leiria;

- Nivelamento da Técnica Individual deCombate (TIC) e da Técnica de Combate deSecção (TCS), em que foram estabelecidos

procedimentos comuns de combateindividual e em que se adoptaram TCSajustadas à orgânica da BArtCamp. Estaactividade incluiu um exercício de campo naárea do Pinhal de Leiria e culminou com umaprova de avaliação de desempenho;

- Exercícios INFRONT, em que as Secções deObservação Avançada se deslocaram aoQuartel de Artilharia no Campo Militar deSanta Margarida para treinar osprocedimentos de observação avançada nosistema de simulação INFRONT;

- Cursos de P/PRC 525, em que os militares daBArtCamp, que organicamente operam esterádio, receberam a respectiva formação;

- Formação de Forward Observer System (FOS)e de Battery Computer System (BCS),componentes do Sistema Automático deComando e Controlo;

- Exercícios da série “CANIFA”, no interior doaquartelamento, para treino dosprocedimentos técnicos do tiro;

- Tiro Instintivo e Tiro de Combate, em quetodos os militares receberam formação eexecutaram as tabelas de iniciação;

- Exercício “Trovão 09”, no Campo Militar de

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20 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

Santa Margarida, em que a BArtCampefectuou tiro de artilharia pela primeira vez;

- Formação em Crise Response Operations(CRO), que decorreu no Regimento deArtilharia N.º 4, em que a BArtCamp sereorganizou para fazer face a este tipo demissão. A formação culminou com arealização de um exercício na região de Leiria;

- Exercício “EFICÁCIA 09”, bem conhecidopelos artilheiros e que se destinou a treinar acomponente técnica do tiro;

- Exercício “ROSA BRAVA 09”, onde foitreinado o conceito do “Three Block War” eque exigiu que a BArtCamp se reorganizassepara fazer face ao desenrolar das operações.Tendo iniciado com uma missão típica deartilharia, evolui até terminar na execução deuma CRO. Destaca-se o reconhecido sucessodas operações de patrulhas, escolta, protecção

de itinerário e cerco e busca, em que aflexibilidade da Bateria foi testada aomáximo.

Lições aprendidasMarcando a CREVAL, realizada em 16 e 17 de

Junho, o final da Fase I do treino operacional, seráimportante efectuar uma reflexão, com vista àmelhoria do procedimento, no caso de futuramentevoltarem a ser cometidas, a uma unidade deartilharia, responsabilidades semelhantes.

Desta forma, surgem naturalmente aspectos, quepela experiência adquirida e pelas dificuldadessentidas, deverão ser tidos em linha de conta e que seenunciam de seguida. Assim:

- A unidade deve ser completada, em pessoal ematerial, o mais cedo possível no ciclo detreino, pois o facto de parte do pessoal que

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CAP ART Simão SousaComandante da BArtCamp/NRF14

constitui a Bateria não se encontrar presente,desde o início, traduziu-se numa enormediferença no desempenho individual dosmilitares;

- O treino deve iniciar-se com a organizaçãotáctica normal de uma Bateria de artilharia, asprimeiras missões devem ser tipicamenteartilheiras e, de preferência, começar com aregimagem dos obuses, pois ao iniciar-se otreino com tarefas típicas das unidades demanobra, a adaptação da unidade a estastarefas evoluiu com maior dificuldade;

- Embora nem todas as áreas constituampreocupação, à semelhança das outrasmissões NRF, têm surgido algumasdificuldades no aprontamento da BArtCamp.O processo de recompletamento de pessoal,as dificuldades sentidas nomeadamente aonível da falta de condutores, o elevadonúmero de exercícios, apoios e outrasactividades da Brigada de Reacção Rápida, ofacto de não ter sido colocado na Bateria,desde o início da preparação, todo o materialda Estrutura Operacional de Material (EOM)e a frequente necessidade de apoiar outrasactividades de cariz não operacional, têmalterado inúmeras vezes o programa de treinoe criado sucessivas barreiras ao normaldesenvolvimento da actividade operacional.Porém, o facto de a grande maioria das praçasda BArtCamp desempenhar apenas, comoserviço diário, o reforço à Guarda de Polícia,tem permitido cumprir o programa de treinocom maior rigor, minimizando o impactonegativo a que este é sujeito, face às diferentesnomeações para o serviço diário doRegimento.

ConclusõesConsiderando que, desde a sua criação, a nossa

unidade tem estado sempre na vanguarda daartilharia portuguesa, julgamos de inteira justiça aatribuição desta missão ao nosso Regimento.Lembramos, que, em Leiria foi criado o GAC daBrigada Mista Independente (precursor do actualGAC/BrigMec), foi neste quartel criado o GAC/BAIe recebido o Obus M119 LG e que o nosso GAC é oúnico que actualmente utiliza de forma definitiva esistemática o Sistema Automático de Comando eControlo.

Consideramos também, que, as dificuldadessentidas e referidas se devem ao facto de pelaprimeira vez se exigir tão elevado padrão deprontidão a uma unidade de artilharia. De igualforma, é também inédito o aprontamento, por partede um Regimento de Artilharia, de uma força destaArma para ser projectada. Todavia, comprovandoque os militares do GAC/BrigRR, particularmente osda BArtCamp, estão à altura do desafio destaca-se,reconhecidamente, o desempenho de grandequalidade obtido nos exercícios da série TROVÃO eEFICÁCIA / ROSA BRAVA.

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OMLT/FND/ISAF

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24 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

á séculos que esta área do globo estásujeita a vários conflitos, iniciados noperíodo de Alexandre, O Grande (330-

150 AC) e sendo sucessivamente atacado por outrosinvasores.

Em 1747, Ahmad Shah Durrani unificou astribos Pashtun e fundou o Afeganistão que tinha porcapital a cidade de Kandahar, mais tarde transferidapara Cabul.

O país serviu de tampão entre os Impériosbritânico e russo até que ganhou a independência docontrolo britânico em 1919. Uma breve experiênciade democracia terminou com um golpe de estado em1973, que levou ao fim da monarquia. Em 1979, opaís foi invadido pela União Soviética para apoiar oregime comunista afegão vigente, iniciando-se maisuma longa e destrutiva guerra. A URSS retirou assuas tropas em 1989 sobre grande pressão dosrebeldes mujahedin, anti-comunistas, que tinhamapoio internacional.

Subsequentemente a “luta pelo poder” originouuma brutal guerra civil e Cabul caiu em 1996 nas“mãos” de um regime talibã, sendo este ummovimento radical apoiado pelo Paquistão e vistopela comunidade internacional como um dosmaiores apoiantes do terrorismo.

GeografiaO Afeganistão faz fronteira com seis países,

Turquemenistão, Uzbequistão, Tajiquistão e China, aNorte, Paquistão, a Este e Sul e, a Oeste, com o Irão.Na sua maior extensão, mede cerca de mil equinhentos por seiscentos e cinquenta quilómetros(1500 km x 650 km), tendo como principais cidadesCabul, a capital, Mazar-e-Sharif a Norte, Herat, aOeste e Kandahar, a Sul.

O país é atravessado pela cadeia montanhosa doHindu Kush com altitudes acima dos seis mil equatrocentos metros (6400m) sendo, o seu ponto

mais alto Noshaq, com sete mil quatrocentos enoventa e dois metros (7492m). As únicas planíciesencontram-se a Norte e a Sul sendo esta a parte maisárida do território (deserto).

De salientar o facto de que quarenta e nove porcento se situa acima dos dois mil metros de altitude.

Os quatros rios principais são o Amu Darya aNorte, Harirud a Oeste e o Cabul que liga com oHelmand e que cruza o país de Este para Sul.

O seu clima caracteriza-se por verõesextremamente secos e quentes e invernos frios e compouca chuva.

População e DistribuiçãoA população do Afeganistão é de cerca de trinta

um milhões, existindo maioritariamente nosextremos do país, devido às montanhas no centro e àzona árida no Sul, sendo, no entanto, a sua maiorconcentração nas principais cidades.

A esperança de vida é muito baixa, quarenta etrês anos, que faz com que apenas dois por cento dapopulação tenha mais de sessenta e cinco anos deidade. Em contrapartida, a taxa de fertilidade éelevada, de aproximadamente sete filhos por mulher,fruto da cultura islâmica, assim como a taxa demortalidade infantil (16%) resultado da falta decondições sociais e de higiene.

H

OPERATIONAL MENTORAND LIAISON TEAMOMLT/FND/ISAF

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25BOLETIM 2009

Grupos Étnicos e ReligiãoSerá a razão multiétnica um dos motivos da guerra

no Afeganistão?Os quatro maiores grupos étnicos são os Pashtuns, os

Tajiks, os Hazaras e os Uzbeks e apesar de haver maisPashtuns, cinquenta por cento da população fala Darique é a língua oficial do Afeganistão.

No que diz respeito à religião, a maioria dos Afegãossão muçulmanos (99%), sendo a maioria Sunitas (86%),que seguem a escola Hanafi, com 14% a seguir o IslãoShiita seguindo a doutrina Imami.

Um por cento da população é não muçulmano.

EconomiaO Afeganistão é um país extremamente pobre,

centrando a sua economia no cultivo da papoila,matéria-prima do ópio e na criação de gado. Apesar docontinuado alvoroço político e militar, aliado a grandesperíodos de seca, o cultivo da papoila continua a sertradição e a sua maior fonte de receita, abastecendosetenta a oitenta por cento do mercado europeu.

De salientar que setenta por cento da populaçãosobrevive com menos de um dólar por dia, vinte porcento das crianças morrem antes de atingirem os cincoanos de idade, setenta e sete por cento da população nãotem acesso a água potável, noventa e quatro por centonão tem energia eléctrica e a taxa de literacia é das maisbaixas do mundo.

InsurgênciaO objectivo é alterar o nome do país para Emirado

Islâmico do Afeganistão como no tempo em queimperavam os Talibã.

A intenção é afastar o Governo da RepúblicaIslâmico do Afeganistão do povo através dademonstração da sua incapacidade de governação,segurança e desenvolvimento.

Os três principais grupos insurgentes são os Talibã,os Haqqani e os Gulbuddin.

Os Talibã são um grupo religioso, militar e político(talib significa estudante religioso), sendo o seu líderMullah Omar e que têm como objectivo, além do jámencionado, restabelecer o governo islamita ereimplantar a lei da Sharia1.

Os Haqqani foram fundados por Jalaluddin Haqqanique era um antigo líder mujahedin, que se supõe morto,sendo agora liderado pelos seus dois filhos. Têm comoobjectivo reconquistar o poder no P2K2.

Por fim, os Gulbuddin, liderado por GulbuddinHekmatyr que prefere “… uma guerra civil afegã que aocupação estrangeira ou por tropas estrangeiras…” e quedeclarou a Jihad contra os Estados Unidos da Américaem 2002. Como os talibã, também têm como objectivoprincipal reimplantar o governo islamita no Afeganistão.

GovernoO nome oficial do país é República Islâmica do

Afeganistão e tem como chefe do governo o PresidenteHamid Karzai, que encabeçou a administraçãoprovisória quando os Talibãs foram retirados do poder,ganhando as primeiras eleições presidenciais doAfeganistão em Outubro de 2004. As próximas estão

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26 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

planeadas para Agosto de 2009 com a supervisão dacomunidade internacional.

O território está dividido em trinta e quatroprovíncias administrativas e um sistema legal baseado noprincípio de que “ Nenhuma lei deve ser contrária aoIslão”. A Assembleia Nacional do Afeganistão é o seuórgão legislativo e é bi-camaral, a Casa do Povo (WolesiJirga), câmara baixa com duzentos e cinquenta membrose a Casa dos Anciãos (Meshrano Jirga), câmara alta, com102 assentos.

INTERNATIONAL SECUTITY ASSISTANCEFORCE (ISAF)

Após os ataques terroristas de 11 de Setembro de2001, houve uma acção militar por parte dos EstadosUnidos e dos anti -Talibã contra os Talibã por acolheremOsama Bin Laden. Esta acção militar foi mandatada pelaresolução 1386 do Conselho de Segurança das NaçõesUnidas, levando à criação da International SecutityAssistance Force (ISAF).

Tem como missão principal a de conduzir operaçõesmilitares em coordenação com as forças da coligação(Combined Forces Command for Afhganistan – CFC-A) eem coordenação e cooperação com as forças de segurançado Afeganistão (Exército e Polícia) para ajudar o Governoda República Islâmica do Afeganistão a manter asegurança. O intuito é aumentar a autoridade do governoe facilitar a sua reconstrução e o desenvolvimento. Em2003 dá-se a entrada das forças da NATO no território.

A ISAF tomou Cabul e iniciou o controlo do territóriodo Afeganistão em quatro fases, conquistando a zona deMazar-e-Sharif em Outubro de 2004, criando a Região doNorte (RC-N), contornou para Oeste para Herat em Maiode 2005, criando a Região Oeste (RC-W), desceu para Sulem Kandahar em Julho de 2006, criando a Região Sul(RC-S) e subiu para Este em Ghazni em Setembro de2006, criando a Região Este (RC-E).

Com a “reconstrução” do Exército Nacional Afegão(ANA) houve a necessidade de o apoiar e assessorar e

para tal foi criado o conceito geral das Operational Mentorand Liaison Team (OMLT) em que toda a sua actividadeé mandatada pela ISAF.

Através do Plano de Operações do Suprime AliedCommander Europe (SACEUR OPLAN) 10302 édefinido o conceito geral de todas as OMLTs:

“… mentor, support and aid the training andoperational employment of ANA units.”

“… will operate in support of Kandak activities inbarracks on collective training and closely mentor Kandakoperational deployments where such activities areconsistent with ISAF mandate.”

Através da deliberação do Conselho de Segurança deDefesa Nacional (CSDN) de 26 de Julho de 2007, Portugaldecidiu contribuir com uma OMLT de Guarnição, que foiprojectada em Maio de 2008 e a qual nós substituímos emOutubro do mesmo ano.

Seguem-se as quatro directivas nacionais que definemtodas as especificidades da nossa OMLT de Guarnição:

Directiva Operacional Nº 30/CEMGFA de 24JUN08;Directiva Nº 148/CEME de 10JUL08;Directiva Nº 19/Cmd Op de 11JUL08;Directiva Nº 14/BrigInt de 12AGO08.Este dispositivo ilustra o paralelismo das duas

estruturas com responsabilidade de assessoria ao ExércitoNacional Afegão (ANA) e onde elas se ligam. AsOperational Mentor and Liaison Team (OMLTs) e asEmbedded Training Team (ETT) assessoram unidadesafegãs. Resumidamente, são as Forças da Coligação que“injectam” recursos financeiros e materiais no ExércitoAfegão, logo a coordenação para este efeito das OMLT’s éfeita através das Logistic Support Team (LST).

A OMLT de Guarnição portuguesa, Força NacionalDestacada (FND), está sob o Comando de SEXA oGeneral Chefe do Estado-Maior-General das ForçasArmadas (CEMGFA), que cede em ComandoOperacional (OPCOM) à ISAF e por sua vez dá emComando Táctico (TACOM) ao Regional CommandCapital (RC-C).

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27BOLETIM 2009

A dependência do Regional Command Capital (RC-C)é apenas funcional e executa a monitorização dos nossosmovimentos dentro da sua área, a segurança de CampoWarehouse, apoio administrativo ou logístico, evacuaçãomédica (MEDEVAC), forças de combate (Quick ReactionForce - QRF), apoio sanitário especializado (ROLE 2) eLigação NATO Secreto (CRONOS).

2ª OPERATIONAL MENTOR AND LIAISONTEAM (OMLT) DE GUARNIÇÃO

Missão:“A 2ª OMLT, no período de 07NOV08 a 27ABR09,

treina, ensina e serve de mentor ao Estado-Maior daUnidade de Guarnição nº 3 do Corpo 201, em Pol-e-Charki, de forma a facilitar o desenvolvimento de umANA competente, profissional e auto suficiente”.

Os objectivos da 2ª OMLT de Guarnição são osseguintes: garantir a protecção permanente da Força;conduzir a assessoria contribuindo para a reconstruçãodo Afeganistão através de um Exército mais capaz eprofissional; apoiar todos os militares portugueses noTeatro de Operações; e assegurar todas as áreas de vidainterna e de ligação com o Território Nacional.

No dia 20 de Outubro de 2008 partiu do Aeródromode Trânsito nº 1 (AT-1), em Figo Maduro, Lisboa, rumo aCabul, Afeganistão, a 2ª OMLT de Guarnição que foisubstituir a 1ª OMLT e integrar o Regional CommandCapital (RC-C) da International Security Assistance Force(ISAF). Esta Força Nacional Destacada é composta pormilitares dos três Ramos das Forças Armadas (Força

Conjunta), sendo vinte do Exército, seis da Armada e trêsda Força Aérea Portuguesa. Destes, oito são mentores e osrestantes vinte e um fazem parte do Módulo de Apoio,que se divide em Force Protection, Equipa de Manutençãoe Transportes, Equipa de Transmissões e EquipaSanitária. Após a chegada a Cabul, a Força ficou alojadaem Campo Warehouse que fica distanciada dozeQuilómetros (12Kms) do centro da cidade.

A 7 de Novembro de 2008 foi efectuada aTransferência de Autoridade (TOA) para a 2ª OMLT e oconsequente início do cumprimento da missãosuperiormente atribuída.

O Comandante da FND, que é o Sénior Mentor, oExecutive Officer, o Personnel Mentor, o Plans andOperational Mentor, o Logistics Mentor, o CommunicationMentor, o Engineer Mentor e o Sergeant Major executamassessoria ao Estado-Maior da Guarnição nº 3 do Corpo201 do Exército Nacional Afegão (ANA). Também éprestada assessoria à enfermaria da Guarnição (TroopsMedical Center -TMC) pela Secção Sanitária do Módulode Apoio que, sendo esta uma área crítica, é de primordialimportância para o processo de validação da Guarnição.As assessorias são efectuadas seis dias por semana numaquartelamento situado em Poli-E-Charki, a cerca de setequilómetros do Campo Warehouse.

Na 2ª OMLT estão quatro militares provenientes doRegimento de Artilharia nº 4, o Comandante da 2ª OMLTe Sénior Mentor, Tenente-Coronel Dias Henriques, oSargento-Ajudante Castelão, que desempenha as funçõesde Chefe da Secção de Manutenção e Transportes e, em

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28 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

acumulação, Sargento de Logística, o Sargento-AjudanteCajadão, Sergeant Major Mentor e, em acumulação,Sargento de Pessoal, Chefe da Secretaria e responsável doServiço Postal Militar da 2ª OMLT e o Soldado Brilhante,Socorrista da enfermaria portuguesa que presta serviçoem acumulação no hospital francês Role 2, no CampoWarehouse.

A 2ª OMLT de Guarnição pretende ser uma FND dereferência dentro das suas congéneres da NATO/ISAFrelativamente à unidade do Exército Nacional Afegão queassessora, no sentido de transmitir as melhores práticasem uso e valorizando em última instância a imagem dePortugal, quer perante os nossos Aliados da NATO, querperante os restantes contingentes e o Estado Afegão.

No cumprimento da sua missão, a 2ª OMLT deGuarnição procurou apresentar soluções para osproblemas e obstáculos que se levantaram diariamentenas diversas áreas, propondo constantes melhorias queem muito contribuíram para a validação da Guarniçãoem “Capability Milestone one – CM13”, reforçando aimagem de profissionalismo e competência amplamentereconhecida ao militar português no seio da InternationalSecurity and Assistance Force, tornando-se numareferência para as unidades do Afeghan National Army.

Concluindo, o Afeganistão, principalmente devidoaos longos séculos de conflitos, é um país estruturalmentedestruído, com uma economia pobre, uma segurançaprecária e grandes desigualdades sociais.

Um dos principais suportes para a estabilidade esegurança do Afeganistão é um Exército Nacionaleficiente. A International Secutity Assistance Force (ISAF),através da sua missão, que contempla vários projectos deapoio e desenvolvimento, tem tido um papelpreponderante para aumentar a credibilidade doGoverno, o que facilita a reconstrução do país.

Para a 2ª Operational Mentor and Liaison Team(OMLT), a missão foi uma experiência enriquecedora,tanto do ponto de vista profissional, como pessoal.Ensinar é sempre gratificante, pois sentimos que os

nossos contributos de assessoria foram uma colaboraçãopara o progresso deste país.

Saímos do Afeganistão com o sentimento desatisfação do dever cumprido e com a certeza quedeixámos amigos e que elevámos o nome de Portugal,como todos os que nos antecederam.

1 A Sharia é o corpo da lei religiosa islâmica. Em váriassociedades islâmicas, ao contrário da maioria das sociedadesocidentais dos nossos tempos, não há separação entre a religiãoe o direito, todas as leis sendo religiosas e baseadas ou nasescrituras sagradas, ou nas opiniões de líderes religiosos. ASharia lida com diversos aspectos da vida quotidiana, bemcomo a política, economia, bancos, negócios, contratos, família,sexualidade, higiene e questões sociais.

2 P2K - Províncias de PAKTIA, PAKTIKA e KHOWST, que selocalizam junto à fronteira com o Paquistão

3 Capability Milestone one / CM1 - unit is fully capable of planning,executing, and sustaining independent counterinsurgencyoperations at Battalion Level.

Referências:Afghanistan Handbook, edition 4, June 2007.PALKA, E. (2003): Afganistan Geographic perspectives. McGraw - Hill Duskin.http://www.nato.int/issues/afeganistan/omlt.http://www.temeanddate.com.http://en.wikipedia.org/wiki/afghani.http://hqweb.hq.nato.int/operations/dasgcmo/sitan/geo.http://afsc.org/pwork.http://reference.allrefer.com/country-guide-study.http://www.afghan-web.com/geography/provinces.html.http://encarta.msn.com/encyclopedia/Afghanistan.html.http://www.afghan-web.com.

Este artigo teve a colaboração do SAJ Castelão, do SAJCajadão e do SOLD Brilhante, militares que tambémintegraram esta missão.

TCOR ART Luís Henriques2º Comandante do RA4

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pesar de ser oriundo da cidade deBenguela, em Angola, sou um cidadãoportuguês e, aos 24 anos, encontro-me a

prestar serviço no Exército Português, colocado noRegimento de Artilharia 4 (RA4), cuja localização épróxima da minha actual residência.

Desde a chegada a Portugal, a minha vida sofreu umapluralidade de reviravoltas. Durante a vivência académicative sempre uma paixão pelas ciências da comunicação edas tecnologias da informação, traçando, como objectivo aseguir, uma carreira nessa área. Esses objectivos não foramalcançados, devido a algum desleixo, repetindo algunsanos, do percurso escolar, no ensino secundário.

Até que, seguindo os pressupostos do dever cívico, fuichamado a ingressar nas fileiras das Forças Armadas, paracumprir o Serviço Efectivo Normal (SEN), no Exército,que ainda tinha, naquela época, um carácter obrigatório.No início fiquei um pouco receoso, porque tudo era novopara mim. Aquela disciplina, as regras e os deveres aindanão faziam parte do meu modo de vida. Mas,rapidamente, tive de me habituar a este novo regime, ondeme encontro.

Uma das primeiras coisas que me foram ditas, quandoingressei nas fileiras, foi que, estando a prestar o serviçomilitar, poderia continuar ou desenvolver os meusconhecimentos académicos. Esta oportunidade deu-meuma enorme motivação, porque muitas são as áreasprofissionais que se podem abrir, ao ser-me possibilitadocompatibilizar as actividades lectivas e as militares. Por seuturno, a conciliação entre a conjuntura que dá azo a poderestudar, com o objectivo de aumentar as valênciaspessoais, e o facto de todas se unirem em torno das minhasambições pessoais, não só mostrou ser uma oportunidadede aumentar o meu grau académico, como tambémperspectivou a possibilidade de seguir uma carreira noquadro permanente do Exército.

Este ramo das Forças Armadas abriu-me umapanóplia de oportunidades e de possibilidades,nomeadamente de poder utilizar várias armas de fogo,

PASSAGEM PELAS FILEIRAS DO EXÉRCITO PORTUGUÊSNO REGIMENTO DE ARTILHARIA 4

A

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adquirindo o saber e a experiência sobre a dinâmica eutilização deste tipo de materiais; o poder participar nasdiversas séries de exercícios, onde foram postos à prova osmeus instintos de sobrevivência e a mútua coordenaçãocom os demais camaradas, até à própria assistência nadoença dos militares.

Um dos melhores ensinamentos que o Exército meproporcionou foi a aquisição do «Espírito deCamaradagem», fazendo grandes amizades que, por certo,irão perdurar no tempo. A nível psicológico desenvolvi aminha maturidade, sentindo que, depois de ter iniciado avida militar, cresci como ser humano. Tenho a noção deque, pelos conhecimentos adquiridos, me tornei maissensível aos pormenores mundanos, aumentando o meuauto-controlo e vendo o mundo de uma forma diferente.

Ao nível do conhecimento geográfico, a vida militarmostrou-me locais que nunca pensaria poder vir aconhecer, do Norte ao Sul do país, convivendo com novassubculturas, hábitos, costumes e expressões, num mesmoterritório. Permitiu que, prestando honras aos váriosemblemas que caracterizam a nossa História, tal como odesempenho do serviço de Guarda de Honra ao Túmulodo Soldado Desconhecido, no Mosteiro de Santa Maria daVitória, na Batalha, participasse na dignificação da força e

da determinação do povo português, sinto-me incluídoneste tímido pedaço de terra que, em tempos áureos, jámostrou novos mundos ao Mundo e, actualmente, é oberço de uma das principais línguas faladas à escalamundial.

Por outro lado, havendo a possibilidade de poderintegrar uma missão de paz, através da inclusão nas ForçasNacionais Destacadas (FND), poderei vir a conheceroutras realidades que, pela conjuntura sociopolítica,careçam do auxílio da nossa componente militar.

Todas as missões acometidas à instituição militar têmde ser desempenhadas por indivíduos capazes, sejammissões da componente orgânica administrativa, sejam dacomponente operacional, exigindo que estes estejam aptosaos mais diversos níveis, desde a vertente psicológica, aovigor físico. Deste modo, é-me também exigido que estejapronto para desempenhar as tarefas que me dizemrespeito e, como tal, que pratique exercício físico específicodesta instituição castrense. Assim, junto o útil aoagradável, praticando, sempre que possível, exercício físicoe mantendo uma mente sã em corpo são, exercendo maisuma actividade que nem sempre é compatível com asprofissões de âmbito civil.

Ultimamente tenho beneficiado de mais um incentivoda vida militar – a concessão do estatuto que possibilitaestudar no ensino superior e continuar a desempenhar,com a mesma dedicação, esforço e perseverança, asfunções que me estão atribuídas, no quartel em que estoudomiciliado.

Encontrando-me a frequentar o 1ºano do CursoSuperior de Comunicação Social e Educação Multimédia(CSEM) na Escola Superior de Ciências Sociais de Leiria(ESECS), foi-me disponibilizada pela hierarquia doRegimento e do Exército a abertura, o apoio e o tempovital para, num contexto de responsabilização, conseguircumprir com sucesso esta missão adicional na minhaformação académica e também pessoal.

Estes incentivos concedidos pela instituição militarfazem com que eu, como militar e estudante, tenha umamotivação elevada para desempenhar o meu papel, tantoa nível militar, como a nível académico, vislumbrando umfuturo mais promissor, quer nas competências, quer nasambições.

SOLD RC Hélcio GomesMilitar da BCS/RA4

Loja 1:Rua da Maligueira - GÂNDARA DOS OLIVAIS(Com Exposição de Salas de banho) - Tel. 244 827 067

Loja 2: Rua da Maligueira - GÂNDARA DOS OLIVAIS (Com Exposição de Ferragens e Ferramentas)Tel. 244 825 807 - Fax. 244 836 183

Loja 3: Avenida Heróis de Angola, nº 72(Com Exposição de Sanitários) - Tel. 244 828 323

Apartado 3006 - 2401-903 LEIRIA E-mail: [email protected]

FERRAGENS FERRAMENTAS TORNEIRASSANITÁRIOS AZULEJOS PAVIMENTOS

MÓVEIS E ESPELHOS PARA W.C.

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31BOLETIM 2009

protecção ambiental no Exércitoencontra-se enquadrada pela Lei de Basesdo Ambiente, Lei 11/1987 de 7 de Abril,

Lei da Água, Lei 58/2005 de 29 de Dezembro, LeiQuadro das Contra-ordenações Ambientais, Lei50/2006 de 29 de Agosto, Resíduos, Dec. Lei 178/2006de 05 de Setembro e ainda pelo Sistema de GestãoAmbiental do Exército, Directiva nº 202/CEME/2007 de14 de Agosto, Decreto Regulamentar nº 74/2007 de 02de Julho, Normas de Execução da Autoridade Técnicados OCAD (Órgãos Centrais de Administração eDirecção), aprovadas por Despacho de 17NOV06, doGEN CEME, Directiva 13/QMG/08, de 30JAN08, quefoi distribuída apenas no Cmd Log e Regulamento paraImplementação de Sistemas de Gestão Ambiental nasU/E/O do Exército (RISGAE), aprovado por Despachode 31MAR08 do GEN CEME.

No Regimento de Artilharia nº 4, o Núcleo deProtecção Ambiental (NPA) encontra-se devidamenteconstituído, fazendo parte do mesmo por inerência defunções e de acordo com o Quadro Orgânico aprovadopara o RA4, o 2º Comandante, o Oficial de Logística e oSargento de Logística. Este NPA é responsável pelaimplementação de medidas tendentes a minorarimpactos negativos no ambiente, fruto dodesenvolvimento normal do trabalho diário daUnidade. Deve também aconselhar e prever comoacorrer a situações anormais, decorrentes dos potenciaisfocos geradores de poluição existentes na Unidade, peloque submete para aprovação e implementa um Sistemade Gestão Ambiental (SGA), com vista ao cumprimentoda norma NP EN ISO 14001 de 2004.

A PROTECÇÃO AMBIENTAL NO REGIMENTO DE ARTILHARIA 4

A

Ambiente “Conjunto dos sistemas físicos, químicos, biológicos e suas relações e dosfactores económicos, sociais e culturais com efeito directo ou indirecto,mediato ou imediato, sobre os seres vivos e a qualidade de vida do homem”

(Artº 5º da Lei de Bases do Ambiente, Lei 11/1987 de 7 de Abril)

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Na unidade já foi feito o levantamento da situaçãoem termos de desempenho ambiental, foram feitasacções de sensibilização de medidas amigas doambiente, no entanto nem tudo está perfeito, uma vezque se caminha a passos largos para a melhoria geraldas condições ambientais.

Além do binómio Homem/Vivência, que épersonalizado pelas Baterias, sendo estas as principaisfontes de consumo de recursos, os principais focos depoluição estão resumidamente em três locais que sãoas Bombas de Reabastecimento de Combustível, toda aárea oficinal e a Secção de Alimentação, vulgo RanchoGeral.

É feita a recolha e separação de resíduos sólidos(vidro, embalagens, pilhas e papel e cartão, através depequenos ecopontos a nível de Baterias e Bares, sendodepois canalizados para o Ecoponto principal, situadonas traseiras do Aquartelamento, que é posteriormenterecolhido pela VALORLIS, (Valorização e Tratamentode Resíduos Sólidos) para as suas instalações.

O Regimento, adicionalmente, também promove arecolha e separação de filtros, trapos e outros resíduoscom óleo, massas e combustíveis e líquidos de lavagem,com posterior recolha por empresas do sector.

Igualmente no sector da alimentação, é feita arecolha, separação e encaminhamento de óleosalimentares. Da mesma forma é efectuada a recolha eeliminação de resíduos hospitalares e respectivoencaminhamento.

A unidade efectua diariamente o inventário eregisto dos consumos de água, energia eléctrica ecombustíveis, tendo uma atenção particular eparcimoniosa em relação à sua utilização. No entanto,em relação ao consumo de água, existem perdassignificativas e não detectadas na canalização, que já éantiga, a necessitar de renovação, implicandoinvestimentos significativos que, contudo, se julgamamortizáveis num prazo de três anos.

Com vista à utilização mais económica e menosonerosa de água, foi efectuado um furo hertziano, cujaágua depois de analisada se verificou imprópria paraconsumo. Não obstante, foi construída, paralelamenteà rede existente, uma rede secundária de distribuiçãode água, para rega das zonas verdes e para lavagens,estando os pontos de água perfeitamente identificadose etiquetados, com a indicação de água imprópria paraconsumo.

Foi também implementado um conjunto de painéissolares com o objectivo de aquecimento de águassanitárias e, consequentemente, de aproveitamento de

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energia alternativa e poupança de combustíveis fósseis,traduzindo-se directamente numa melhoria da gestãoambiental e poupança de recursos financeiros que sãosempre escassos.

Recentemente, o Regimento foi sujeito a umainspecção por parte do MDN, sendo, na altura,apontadas algumas falhas que já eram do seuconhecimento e constituíam preocupação doRegimento: a não existência de um tanque deseparação de hidrocarbonetos, a falta de uma bacia deretenção nas bombas de abastecimento decombustíveis e a falta de tabuleiros de retenção para osóleos alimentares e de lubrificação recolhidos, assimcomo para os detergentes. No entanto, a resoluçãodesses problemas envolve o investimento de verbassignificativas face ao orçamento disponível.

Porque o problema em termos de impactoambiental é importante, está a Unidade a envidar todosos esforços para a sua resolução, tendo já promovido olevantamento dos custos orçamentais, dispondo-secontudo já de um projecto para o efeito e que seacredita que durante o corrente ano de 2009 aindavenha a ser implementado, e dando, assim, um passoextremamente importante na resolução dos problemasencontrados.

Numa outra vertente, a Unidade continua adesenvolver esforços para efectuar o aproveitamentodas matérias orgânicas resultantes da vida diária, comrecurso a compostores. Embora a tarefa seja simples, alocalização dos mesmos, bem como a disponibilizaçãode compostores de maior capacidade, aguarda melhoroportunidade para a sua implementação, acreditando-se que será uma experiência que a curto prazo serácontinuada.

Depois dos problemas mais graves resolvidos, coma implementação de medidas e acções de sensibilizaçãopara o ambiente, o Regimento estará certamente emcondições de se candidatar à Certificação em GestãoAmbiental, horizonte esse que se julga já não estarlonge.

SCH SGE Luís MartinsSargento de Matrícula do RA4

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Orientação é a modalidade desportivacom capacidade para conciliar nomesmo espaço físico, e em simultâneo,

atletas em competição e em actividade física delazer, proporcionando um permanente contactocom a Natureza. Cada um escolhe o seu ritmo, emfunção dos desafios que determinou e, ao mesmotempo, poder desfrutar das emoções que cada mapaproporciona.

As características dos seus atletas distinguem-sepor serem precisos e rigorosos na abordagem detodos os pontos de controlo, pela sua destreza natransposição dos obstáculos e por uma capacidadede visualização do relevo a três dimensões.

Escolher o itinerário que simplifique a leitura,que economize energia e que seja o mais seguro noataque ao ponto são factores de análise para umaboa tomada de decisão.

Atrás de toda esta componente atlética existe umincansável trabalho na escolha do terreno, naplanificação de todas as tarefas técnicas,administrativas e logísticas, capazes de proporcionaro controlo de várias centenas de atletas em prova (ouaté mesmo milhares), o que impõe à organizaçãoníveis elevados de exigência.

O Clube de Orientação do Centro, com dez anosde existência, dá testemunhos do que é a altacompetição, exigência e inovação na Orientação.

A Orientação, como actividade de competição,exige do praticante altos níveis de resistência,comparáveis aos atletas de atletismo de meio fundo,capacidade de raciocínio em esforço, rápidastomadas de decisão e estabilidade psico-emocional.

DESPORTO E LASERA ORIENTAÇÃO - UM DESAFIO PERMANENTE

A

“Conjunto dos sistemas físicos, químicos, biológicos e suas relações e dosfactores económicos, sociais e culturais com efeito directo ou indirecto,mediato ou imediato, sobre os seres vivos e a qualidade de vida do homem”

(Artº 5º da Lei de Bases do Ambiente, Lei 11/1987 de 7 de Abril)

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O sucesso destes atletas de Orientação advém doequilíbrio entre os factores cognitivos e físicos.

A Orientação é uma modalidade desportivaautónoma e única, porque:

- Exige a todo o momento tomadas de decisão,que assentam em qualidades de percepçãovisual, análise e concentração (vertente táctica).

- Exige uma boa componente física, pela naturezado terreno onde se desenvolvem actividades,bastante mais variado e acidentado que as outrasmodalidades desportivas (colinas, desníveisacentuados, escarpas, linhas de água, terrenopedregoso, floresta, vegetação rasteira, etc.).

- Tem dificuldade técnica na corrida, requerconsulta do mapa, utilização da bússola,tomadas de decisão, relocalização no terreno(vertente técnica)

- Elimina outras situações de stress(contrariedades), tais como a correcção de errosde navegação, distracção causada por outrosatletas, auto-controlo (vertente psíquica).

É o conjunto destes quatro factores (Táctico,Físico, Técnico e Psíquico) que influenciam orendimento dos atletas de alta competição deOrientação. Aqui assenta o plano de treino desportivoque tem de ser feito para melhorar esse rendimento.

Então, os factores do treino desportivo podem serdivididos em:

FÍSICO – capacidades motoras e capacidadesfisiológicas;TÉCNICO – técnica de corrida e técnica detransposição de obstáculos;TÁCTICO – competências específicas,técnicas de orientação e tácticas de orientação.

De seguida, apresenta-se o trabalho que é feito noCOC, relativamente aos atletas:

FÍSICO - O grupo do COC, de acordo com ocalendário desportivo, é dividido em 3 macrociclos,culminando o último com os campeonatos absolutosou, no caso de atletas de selecção nacional portuguesa,termina nas provas internacionais, e que se procuranesta fase a melhor forma possível.

Por sua vez, cada macrociclo é dividido em trêsciclos, em que no primeiro se aumenta o volumetreino; melhora a força, a resistência e a potênciamáxima. No segundo, melhora-se o limiar anaeróbicoe a força de resistência. No terceiro, diminui o volumede treino e estimula-se o VO2max.

TÉCNICO – Em sintonia com a preparação física,são programadas sessões de técnicas de corrida(exercícios de aprendizagem e aperfeiçoamento doselementos técnicos fundamentais da corrida), combase em Skiping, movimento dos braços, saltitar,corrida saltada, steps, hops, corrida em velocidadeprogressiva e junção das várias vertentes.

São, ainda, programadas sessões de corridacontínua em floresta e em terreno variado, de modo amelhorar a técnica de transposição de obstáculos,nomeadamente progressão em vegetação rasteira,progressão em terreno rochoso, progressão emfloresta com troncos ou ramos de árvores caídos.

TÁCTICO – Este factor é desenvolvido eaperfeiçoado em sessões de terreno (utilização demapas), devidamente planeadas com as váriasactividades do clube, e respectivos objectivosindividuais ou colectivos, materializados em treinos àsemana, treinos ao fim de semana ou estágios.

No desenvolvimento das competências específicas,

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aperfeiçoa-se a leitura e interpretação do mapa,utilização da bússola, capacidade de memorização erapidez na consciência do erro.

Na vertente técnica, treinam-se as técnicas deorientação pelas referências lineares, pelas referênciaspontuais, pelo relevo, pelo azimute, pelaabordagem/saída do posto de controlo e pela técnicado polegar.

Em termos tácticos, desenvolve-se a capacidade deidealizar o melhor itinerário (tomada de decisão),tendo atenção em maximizar o efeito e minimizar odispêndio físico e/ou técnico.

Vamos organizar uma prova de orientaçãopedestrePoucos são aqueles que ao agarrarem no mapa

para iniciarem o seu percurso, têm a noção dequantas pessoas se envolveram naquela organização edas horas investidas na planificação, preparação emontagem da prova que estão prestes a iniciar.

A actual conjuntura económica em que vivemosobriga-nos a sermos extremamente cuidadosos nodispêndio de todos os recursos, sejam eles humanos,logísticos ou financeiros.

Devemos perceber bem quais os objectivos aatingir, os recursos disponíveis, que retornopretendemos obter do nosso trabalho e, só depois,iniciar o processo organizativo para uma prova deOrientação Pedestre.

Numa óptica de testemunho pessoal, elencam-sede seguida algumas questões que habitualmente, emequipa, se debatem durante o processo de decisão:Vamos organizar uma prova de Orientação Pedestre!

Que área cartografar?Depois de algumas experiências menos positivas,

deve-se procurar sempre evitar zonas particulares,evitando, assim, constantes desactualizações do mapa(cortes de floresta) e facilitando a obtenção daautorização do seu proprietário para a realização daprova.

A qualidade técnica do terreno tem que sercomprovadamente boa, pois só com um bom mapa seconseguirá organizar uma boa prova, possibilitandoque, tempos mais tarde, se possa reutilizar o mapa emnova organização, seja ela uma competição ou umtreino.

Onde procurar?Procura-se sempre que a acessibilidade seja pouco

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complexa e que, desejavelmente, tenha a possibilidadede a estrada de acesso não ser a mesma de saída.

A proximidade de uma infra-estrutura desportivaque sirva de apoio, a proximidade de uma localidade oude um parque de merendas, são alguns aspectos quedevem ser tomados em linha de conta.

A existência de 1 ou 2 locais onde seja possível aArena e a existência de espaço para estacionamentos,relativamente perto, são pontos que fazem parte docheck list.

Quando começar?Nunca a menos de 12 meses da prova, pois é um

“defeito” recorrente, pelo que se deve começar bem cedo. O que fazer?Escolhido o local e calendarizada a prova, o próximo

passo é definir quem serão os responsáveis pela prova. Criar o logótipo da prova, preparar a informação

que vai ser utilizada nos folhetos e site, colocar o site noar, solicitar autorização junto do (s) proprietário (s),promover o seu licenciamento no Município, são tarefasque vão sendo asseguradas, muitas delas só possíveis deiniciar quando outras estiverem concluídas.

Habitualmente, e por essa altura, a execução domapa é entregue ao cartografo que, com o seu rigor e

brio profissional, vai criando a sua obra-prima, com avantagem de ficando a conhecer o mapa comoninguém, vai idealizando locais para colocação depontos de controlo e delineando pernadas para osdiversos escalões.

O Director de Prova vai preparando o organigrama,dialogando com o cartógrafo, com o Supervisor e comos Team Leaders de cada equipa, identificando-os com oEvento.

Os diversos apoios, cada vez mais difíceis deconseguir e sem os quais dificilmente se conseguemontar uma prova, têm que ser assegurados e, para quetal aconteça, há que promover uma série de reuniões eoutros contactos fundamentais.

Quando vamos ao terreno?Terminada a fase anterior, surge a necessidade de

visitar o terreno e efectuar as marcações e colocação dasfitas. Colocar 200 ou 300 fitas no terreno, para depois seaproveitarem 60 a 75, é um procedimento normal, pelocuidado que se coloca nessa marcação da prova. Assim,permite que se escolham locais para os pontos, que sevejam, revejam e ajustem pernadas e que o trabalho decartografia seja todo ele visto, revisto e corrigido.Quando o Supervisor vem homologar o mapa,

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internamente já essa homologação foi feita.Analisa-se a Arena, pré-definida o seu esboço,

define-se o local do finish, do ponto 200, do ponto deespectadores, dos pontos de rádio e da partida, para queo traçador de percursos comece, então, a planificar ospercursos, devidamente enquadrado com o tipo deprova e condicionantes logísticas e técnicas quepretendemos implementar.

Os 3 meses que antecedem a prova…Concluídos os percursos, ainda que não

aprovados pelo Supervisor, a cerca de 3 meses daprova vai-se com os Team Leaders ao terreno,apresentando todo o esboço da prova, localização decada equipa e discussão geral das tarefas que sepedem e o que se espera de cada equipa de trabalho.

A Bíblia da prova, o documento “Lista das Tarefaspor Equipa”, entra em fase final de preparação e eminício de divulgação por cada equipa de trabalho.

Entra-se, de facto, numa das fases finais: testarpercursos, colocar no terreno as fitas com anumeração final e o seu habitual “recibo”, medir osestacionamentos, rever a sinalização, rever e ajustar alocalização do bar, do secretariado, do babysitting,dos abastecimentos, das partidas, do finish, dainformática, dos resultados, das casas de banho, dogerador, da passagem de cabos, da aparelhagem desom, etc. etc.

No site, colocam-se os avisos e alertas que sepretendem passar aos participantes, as curiosidadesque vão aparecendo e as informações técnicas comdistâncias, desníveis, número de pontos de controlo eescala do mapa em cada escalão, assim que oSupervisor aprove os percursos.

As reuniões para assegurar os apoios, paracalendarizar a implementação desses apoios, a visita

ao solo duro, aos banhos e os contactos com as forçasde segurança sucedem-se.

Os últimos 30 dias!Há que promover a preparação dos ficheiros para

impressão de mapas e sinaléticas, com impressão de 2mapas de cada percurso e de cada dia. Depois há quepassar esses testes, para que se possam detectar erros.

As inscrições vão chegando, os prémios estãopreparados, o organigrama definido e todos ostrabalhadores da organização já confirmaram a suapresença no sítio e à hora indicados pelo Director deProva.

Nesta fase, é efectuada a reunião final com todosos elementos que irão estar a enquadrar as várias

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equipas de trabalho. A Arena é o ponto de encontro e,em conjunto, visitam-se todos os locais da prova. Sãodebatidas ideias, esclarecidas as dúvidas, passada amensagem da importância do evento e feito o apeloao brio que todos devem colocar na organização daprova.

Os comunicados de imprensa vão sendo enviadosao longo de todo este processo e em fases de especialinteresse.

No fim-de-semana que antecede a prova émarcada uma sessão de trabalho com cerca de 10pessoas que, devidamente enquadrados e como se deuma linha de produção se tratasse, procedem àconferência dos mapas, sua contagem e plastificação.

Também a sinalética suplementar é verificada etudo fica acondicionado em sacos de plástico,devidamente separados por etapas/dias einventariado numa folha de cálculo que é passada aquem processa as inscrições e ao secretariado, quepassa a ter a responsabilidade de, atempadamente,alertar de eventuais rupturas de mapas.

Estamos na véspera. A sinalização vai sercolocada para que na manhã seguinte os atletascheguem, calma e serenamente, ao estacionamento edali à Arena, sendo importante que isso aconteça.Desta forma, transmite-se naturalmente calma aosparticipantes e, implicitamente, que a prova foiextraordinariamente cuidada no seu planeamento emontagem, para que seja um sucesso.

As 4 horas que antecedem a 1ª partida: o stress final!Computadores ligados, listas de partida afixadas

com avisos de última hora e quadros de informaçãotécnica, equipa de partidas a acertar relógios, som apassar um CD para criar ambiente, secretariado aentrar em intensa actividade, alterações para tratar,abastecimentos no terreno e os homens dos pontos queainda não chegaram todos.

O Director de Prova aguarda que o chefe doscolocadores de pontos lhe confirme que todos os seushomens já chegaram, que após descarregarem os SI’stodas as estações funcionam, os “recibos” das fitas, que3 meses antes haviam sido colocados no terreno, estãona sua posse (provando que a estação foi colocadajunto à fita) e que nenhum obstáculo existe para quepossa ser dada a partida. É importante que esta tarefaesteja concluída a 60 minutos da 1ª partida, para quehaja tempo de proceder a alguma verificação de últimahora ou à substituição de qualquer estação que,teimosamente, não acordou.

Nesta fase, o ideal é que apenas o secretariadoesteja atarefado com a chegada dos atletas que vêmlevantar a sua documentação e fazer a alteração dapraxe. Afinal, secretariado que não receba umaalteração de última hora não é secretariado.

Mas ainda há mais uma tarefa para assegurar, poisalguém dá o alarme “As casas de banho não têm papelhigiénico, já acabaram os 6 rolos que lá estavam”.

Tudo a postos, o Director de Prova pede o OK a

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todas as equipas, que lhe confirmam que tudo estápronto e funcional. O último e determinante OK vemdo Supervisor que, assim, autoriza o início da prova.

Minutos -3 entram os atletas do minuto 0 e,habitualmente, neste momento procura-se estarsempre nas partidas, saboreando aqueles minutos.Mais uma vez vem à mente a frase inicial “Quantosserão aqueles que agora, ao agarrarem no mapa parainiciarem o seu percurso, têm noção de quantaspessoas se envolveram nesta organização e das horasinvestidas na planificação, preparação e montagem daprova que estão prestes a iniciar?”.

A Orientação como modalidade desportiva temprocurado acompanhar o desenvolvimentotecnológico, procurando essencialmente melhorar origor dos resultados desportivos.

São diferentes as áreas onde é muito evidente odesenvolvimento tecnológico aplicado à modalidade:elaboração dos mapas, controlo dos resultados,equipamentos de apoio ao atleta.

Na elaboração dos mapas, a generalização nainternet de imagens aéreas tem permitido reduzircustos na elaboração de pequenos mapas de iniciaçãoà modalidade, o aperfeiçoamento e rigor dosequipamentos GPS facilitam na precisão dos trabalhosde campo dos cartógrafos. Também a crescentemelhoria na qualidade dos equipamentos de impressãodigital veio facilitar e reduzir custos impressão dosmapas, permitindo a impressão “personalizados” acada escalão (ou mesmo atleta).

O controlo dos resultados é, sem dúvida, a áreaonde o comum dos praticantes de Orientação encontrainúmeros sinais da evolução. Ainda não passaram dezanos da introdução do sistema electrónico de controlode provas “Sportident” em Portugal. O agora quasedesconhecido cartão de controlo e picotador foramdurante anos os responsáveis pelo controlo e rigor dosresultados. O cartão de controlo era previamentepreenchido com os dados do atleta e seu tempo departida, o atleta cumpria o seu percurso e accionavaum picotador que encontrava em cada ponto decontrolo, furando cada quadricula o seu cartão econfirmando assim a correcta execução do seupercurso. Na chegada, a organização registava o tempode chegada e guardava o cartão para ser analisado econfirmada a correcta sequência de picotagem ecalculado o tempo de prova. Posteriormente, oscartões eram expostos “num estendal” e já ordenadospor tempo de prova. Este “estendal” era equivalente aoque actualmente chamamos “lista de resultados”. Aentrada do computador nos eventos começou por ser,

apenas, para apoio no cálculo dos tempos de prova eorganização dos resultados. Na verdade, só estetrabalho permitiu agilizar muito o tempo deapuramento de resultados, assim como minimizar oserros de cálculo dos tempos. Permitiu aumentar onúmero de atletas em prova com menos meioshumanos de apoio.

Finalmente, surgiu o sistema electrónico que veiotornar os resultados ainda mais fiáveis e instantâneos.Cada praticante leva um pequeno chip que introduzem cada estação electrónica nos seus pontos decontrolo. Na chegada, o atleta descarrega para umcomputador a informação acumulada no seu chip aolongo do percurso e, imediatamente, obtém um recibocom a descrição da sequência de pontos que realizou,assim como dos respectivos tempos de passagem etempo de prova. Para a organização, é agora possívelcontrolar os resultados desportivos do evento quasesem “mão-de-obra” e instantaneamente. É possívelcontrolar a cada momento quem são os atletas que semantêm em prova e mesmo analisar se estes ainda têmou não possibilidade de chegar a um lugar no pódio.Mas o rigor, transparência e velocidade no tratamentodos resultados são apenas uma das muitas vantagensdo sistema electrónico. Outra vantagem é a maiorflexibilidade na traçagem dos percursos, permitindoque os atletas cruzem diversas vezes a mesma zonasem que tenham a tentação de alterar a sequência decontrolo dos pontos. Também em termos mediáticos,o sistema apresenta grandes vantagens ao permitir o

envio instantâneodos tempos de

passagem

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dos atletas, possibilitando o acompanhamento daprestação de cada participante, em determinados (oumesmo todos os) pontos de controlo.

Outros sistemas estão a ser desenvolvidos etestados, nomeadamente no sentido de eliminar asparagens dos atletas no controlo de cada ponto e detransmissão da localização no terreno de cadaparticipante, de forma instantânea. Sobrepondo ainformação da localização dos participantes ao mapade competição, não tardará que na zona de chegada(ou mesmo na TV em casa) possamos acompanhar odesenrolar de uma competição, torcendo para que osnossos atletas consigam cumprir o seu percursorapidamente e sem erros e para que os adversários se“espalhem”.

Enfim, uma palavra para os equipamentos de apoioà navegação dos atletas, apesar de haver quem entendainteressante a introdução do GPS, não parece que ocaminho da modalidade seja esse. Afinal o grandedesafio da Orientação está, e parece continuar a estar,no aperfeiçoamento da capacidade de navegação num

terreno desconhecido, apenas com ajuda do mapa e deuma bússola. Verifica-se, sim, algumas melhorias naqualidade, velocidade, estabilidade e precisão dasbússolas, do recurso a lupas para melhorar a leitura dospormenores do mapa.

Em Portugal, a Orientação tem registado umcrescente desenvolvimento nos últimos anos, sendoreconhecidas virtudes em cada uma das vertentesreferenciadas anteriormente (física, organizativa etecnológica). Por tudo aquilo que se acaba de explanar,fica bem patente a importância destes três vectorespara o pleno e harmonioso desenvolvimento destamodalidade desportiva.

Praticar orientação é, pois, uma actividade físicaque pode ser realizada em qualquer idade, trazendoum conjunto de benefícios, não só a nível físico, comopsíquico e social.

A nível físico, é sabido que a orientação potencia ascapacidades motoras, sobretudo a resistência devidoao seu esforço predominantemente aeróbio, ajuda nofortalecimento muscular e a estrutura óssea.

A nível psíquico, eleva a auto-estima dospraticantes, desenvolvendo as capacidades do domíniocognitivo como a tomada de decisão, a autoconfiança,a concentração, a memorização e a precisão.

A nível social, assume um lugar privilegiado naforma como estabelece laços sociais de amizade,permitindo a partilha de sentimentos e dando aos seusatletas a consciencialização da preservação e respeitopela natureza.

Em suma, uma das características de mais-valia daOrientação, enquanto modalidade desportiva, é que,sendo evidentemente um evento devidamenteorganizado e com a introdução das novas tecnologias,permite, facilmente e de forma efectiva, colocar lado alado indivíduos com diferentes performances físicas,atletas de elite, indivíduos apenas para manter a formafísica, jovens, veteranos, e mesmo indivíduos comdeficiência motora. No fundo, uma partilha espacial etemporal que possibilita a comunhão de experiências eenriquecimento humano e, certamente, oenriquecimento e sucesso da modalidade.

MAJ ART Marto SilvaOficial de Logítica do RA4

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42 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

limentação dos desportistas é, cada vezmais, vista pelos agentes desportivos comatenção e preocupação. De facto, a

nutrição deve ser inserida no plano de treinos com basecientífica no sentido de optimizar o sucesso dos atletas.

Devemos considerar o atleta como um indivíduosujeito a gastos energéticos muito superiores aos dapopulação geral, do que resultam exigênciasnutricionais específicas.

O controlo de peso e a avaliação corporal sãoessenciais na prática de actividade física. O excesso depeso ou proporções inadequadas de massa gordapodem ter consequências negativas na performancedesportiva.

Os atletas devem ainda considerar que estãopropensos a um maior stress fisiológico e oxidativodurante o exercício, sendo, a sua recuperação epreparação, um dos principais objectivos da nutriçãodesportiva.

Para o atleta, não só o tipo e quantidade dealimentos que ingere deve ser tido em conta, comotambém o momento em que são ingeridos. A educaçãoé assim fundamental. Uma incorrecta escolha alimentarpode impedir que o atleta atinja o seu máximopotencial e até mesmo ter implicações no seu estado desaúde. Contudo, é necessário frisar que a nutrição nãofaz por si só vencedores, mas pode eventualmente fazera diferença em determinados momentos competitivos.

A nutrição no desporto deve também orientar oatleta para uma alimentação saudável, prevenindodiversas patologias relacionadas com hábitosalimentares desadequados, como doençascardiovasculares, obesidade, diabetes e vários tipos decancro. Embora o rigor científico defina ascaracterísticas de um bom acompanhamentonutricional, a intervenção alimentar não deve esquecera cultura, os gostos e o bem-estar de cada um. Só destaforma a nutrição pode contribuir para o melhor sucessodos atletas.

No presente artigo, através de uma linguagemsimples e objectiva, serão abordados vários aspectos danutrição, desde a importância de cada nutriente para oatleta às melhores escolhas alimentares no momentocompetitivo.

Procura-se assim sensibilizar os atletas para umaalimentação mais consciente, com base científica e queo encaminhe para um ainda maior sucesso no desporto.

Aspectos gerais da Nutrição no DesportoNecessidades calóricas diárias - Um atleta com

treino bidiário necessita de cerca de 4000 kcal por dia,variando este valor com a actividade desportivapraticada. O atleta deverá repartir as suas caloriasingeridas diariamente da seguinte forma: pelo menos60% em glúcidos; menos de 30% em lípidos; entre 10%a 15% em proteínas.

GlúcidosOs glúcidos encontram-se, principalmente, no pão,

batata, massa, arroz e outros cereais. Outros alimentosconfeccionados a partir dos cereais e adicionados deaçúcar são também ricos em glúcidos: cereais depequeno-almoço, bolachas e diversos produtos deconfeitaria. A fruta e as leguminosas secas, como ofeijão, também fornecem quantidades razoáveis deglúcidos.

Os substratos energéticos dependemfundamentalmente da intensidade do exercício.Quanto mais intenso, maior é a contribuição dosglúcidos. É também o único substrato metabolizadoanacronicamente, ou seja, que é absorvido de formadiferenciada, caracterizando as actividades de elevadaintensidade, pela ausência de oxigénio. Assim, osglúcidos têm um papel central no metabolismoenergético.

As reservas de glicogénio muscular e no fígadoestão limitadas a cerca de 500g. Por isso é importanteque o atleta tenha cuidados especiais com a ingestãoantes, durante e após o exercício, especialmente se tem

A

TREINO FÍSICOE NUTRIÇÃOPRINCIPAIS CUIDADOS ALIMENTARES QUE OS ATLETAS DEVEM TER

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43BOLETIM 2009

uma duração superior a 1 hora e de intensidademédia/elevada.

A quantidade, qualidade e momento em que sãoingeridos também pode determinar uma boa ou máreposição de glicogénio muscular, sendo estes factores aindamais preponderantes quando os intervalos entre os treinos e

competições são curtos.Os alimentos ricos em glúcidos podem ser

classificados tendo em conta a velocidade com quesão absorvidos no sangue, ou seja, a glicose chega aosangue do seguinte modo:

Elevado índice glicémico – Os glúcidos entramrapidamente no sangue, provocando um pico de

insulina. Estes alimentos, como o pão de trigo, abatata assada, o puré de batata, a geleia, o mel

e a marmelada, são indicados para areposição rápida de energia, por exemplo

durante ou imediatamente após o treino;Baixo índice glicémico – Os

glúcidos nestes alimentos demorammais tempo a entrar na circulaçãosanguínea. São mais indicados antes

de um treino para que não ocorraelevado aumento de insulina. Os

alimentos com baixo IG, ao contrário doscom elevado índice glicémico, diminuem a

fome, promovem a saciedade e melhoram ocontrolo do peso. É o caso da massa, do arroz,

da maçã, da ameixa, da laranja e da pêra.Uma boa reposição de glúcidos, na hora

seguinte após o treino, é fundamental. Permiteuma recuperação mais rápida e em maiorquantidade do glicogénio muscular e hepático, oque significa uma melhor preparação para otreino seguinte. Desta forma, influencia aperformance do atleta.

Os atletas devem consumir habitualmentealimentos ricos em glúcidos (5-10g/kg/dia),contribuindo para cerca de 60% do valor

calórico total diário da sua alimentação. ProteínasAs proteínas desempenham diferentes funções no

organismo humano. De interesse para o atleta, destaca-se a sua importância na construção de massa muscular,na recuperação de microlesões celulares e a sualigeiramente maior contribuição como substratoenergético durante o exercício de endurance.

São nutrientes que existem especialmente nacarne, peixe, leite, iogurte, queijo, leguminosas secase ovos. O atleta deve preferir as opções magras

destes alimentos.

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44 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

Contrariamente ao que muitos atletas possampensar, a maior ingestão de proteínas não leva por sisó a um aumento de massa muscular. O excesso deproteínas no organismo é oxidado e eliminado pelaurina. Embora as necessidades de um atleta sejamligeiramente superiores às de um indivíduosedentário, uma alimentação inserida no nossopadrão cultural e fornece as adequadas quantidadesde proteínas. Para um atleta recomenda-se 1,2-1,5g/kg/dia.

A suplementação com proteínas não érecomendada. O excesso de ingestão proteíca podelevar à desidratação, perda urinária de cálcio, ganhode peso e stress para os rins e fígado, a longo prazo.

LípidosEmbora os glúcidos sejam a principal fonte de

energia em exercícios de intensidade elevada, oslípidos são o mais importante combustível emactividades de intensidade ligeira a moderada.

Os atletas devem consumir entre 20-30% deenergia provenientes dos lípidos. Uma alimentaçãopobre em lípidos e alta em glúcidos é tambémimportante por razões de saúde, porque diminui orisco de doença cardiovascular, obesidade, diabetes ealguns tipos de cancro. Estas doenças estãorelacionadas com o consumo exagerado de gordura,principalmente saturada (proveniente de carnesvermelhas, enchidos, fumados, fritos e de produtos depastelaria e confeitaria) e com o consumo deficientede gordura insaturada, proveniente do azeite, da soja,de frutos gordos (noz, amêndoa, …) e peixes, como osalmão, a sardinha e o atum.

Alguns conselhos práticos, para diminuirconsumo de lípidos• Aumentar a ingestão de alimentos pobres

em gorduras (cereais, legumes e frutos);• Diminuir a ingestão de carne de bovinos e

suínos, substituindo-a por carnes magras (frango e coelho) e por peixe. Retirar a pele do frango e evitar o consumo das suas asas;

• Aumentar o consumo de sardinha, cavala, atum, salmão, truta e enguia;

• Consumir leite, queijo e iogurtes magros ou meiogordos;

• Não abusar da manteiga e excluir a banha deporco;

• Evitar produtos de charcutaria – chouriços,salsichas e presunto;

• Preferir o azeite para cozinhar, temperar e fritar;• Evitar alimentos fritos, preferindo alimentos

grelhados e cozidos;• Não fritar alimentos em fritadeiras eléctricas;• Não abusar do uso dos ovos (3-4 por semana);• Reduzir a quantidade de glúcidos simples (bolos,

guloseimas, refrigerantes, compotas);• Aumentar a ingestão de alimentos ricos em fibras

(cereais integrais, frutos, leguminosas, tubérculose outros vegetais).

Vitaminas e sais mineraisEmbora não sejam nutrientes energéticos, as

vitaminas são extremamente importantes nacapacidade funcional do corpo humano, intervindoem diversas reacções metabólicas que ajudam nadefesa e protecção do organismo contra o stresscausado pelo exercício.

Embora os níveis de toxicidade de vitaminas sejadifícil de alcançar com ingestão de alimentos, o atletadeve ser educado e motivado para uma correctaescolha alimentar em vez de ser direccionado para asuplementação, pois aumentará o risco de toxicidade.

Uma alimentação saudável e equilibrada podefornecer as doses recomendadas de minerais para osatletas. Contudo, as mulheres atletas e em especial asque fazem restrição alimentar podem não ingerirsuficientes quantidades de cálcio e ferro. Juntamentecom o stress fisiológico a que estão submetidas,devido à intensidade dos treinos, estas atletas têmelevados riscos de osteoporose, anemia e distúrbioshormonais e menstruais.

As atletas femininas devem ter especiais cuidadoscom a sua alimentação, procurando os alimentos queforneçam estes minerais. O ferro encontra-seessencialmente na carne, peixe e cereais fortificados.A principal fonte de cálcio é o leite e seusequivalentes.

Se necessário, as atletas devem recorrer àsuplementação destes minerais.

Conselhos práticos para as vitaminas e saisminerais• Melhores fontes vitamínicas são os alimentos;• Os atletas necessitam de maior quantidade diária

de vitaminas (A, E, C, Comp. B);• Alimentos ricos em vitaminas (vísceras de

animais, cereais integrais, amendoins, avelãs,amêndoas, nozes, passas, pinhões, frutas evegetais);

• Os atletas necessitam de cálcio, magnésio, zinco eferro;

• Sudações intensas necessitam de cloro, sódio,

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45BOLETIM 2009

potássio e zinco;• Dieta pobre em cálcio, aparecimento de fracturas

de fadiga e osteoporose;• Falta de ferro, aparecimento de anemias e não

rendimento desportivo;• Suplementos farmacológicos devem estar

sujeitos a prescrição médica;• Atletas que executem esforços prolongados em

locais com níveis de poluição atmosféricanecessitam de vitamina A, E, C, zinco, selénio emanganésio.

Nutrição para os momentos competitivosA alimentação do atleta deve ter especiais cuidados

especialmente antes, durante e após otreino/competição. De seguida, estão descritas asrecomendações que o atleta deve seguir, tendo emconta o tipo de treino.

A preocupação do atleta com a nutrição deveacompanhá-lo durante toda a época para que daí possaextrair os máximos benefícios antes de um momentocompetitivo.

Dieta de treino diária de um atleta - Leite magro ou meio gordo – (dois copos

grandes);- Ovos – 1 ovo (três a quatro ovos por semana);- Um iogurte;- Pão integral – 300 gramas;- Carne ou peixe – 300 gramas (alternando com

proteínas vegetais de soja e leguminosas);- Citrinos – 150 gramas (uma laranja);- Outros frutos – 150 gramas (uma a duas peças);- Manteiga – 10 gramas;- Óleo vegetal ou azeite – 20 gramas;- Margarina vegetal – 10 gramas;- Sumos naturais – um copo;- Cereais em flocos ou farinha – 30 gramas;- Legumes verdes ou tubérculos – 500 gramas;- Batatas, arroz e massas alimentícias – 400

gramas;- Açúcar de mesa ou mel – 40 gramas.

Possíveis refeiçõesPequeno-almoço:- Leite com flocos de cereais integrais. Juntar

passas de uva, amendoins, amêndoas, avelãs ounozes.

- Pão integral ou croissant com fiambre, queijo oucompota.

- Sumo de laranja natural.

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46 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

Almoço ou jantar:- Sopa de legumes;- Um ovo;- Carne ou peixe ou leguminosas ou soja;- Batatas ou massas alimentícias ou arroz;- Salada de legumes frescos com azeite e limão;- Pão integral;- Um fruto maduro.Refeição do meio da manha ou merenda- Um copo de leite ou um iogurte;- Pão integral ou croissant com fiambre ou

manteiga.

Alimentação antes do treino da tarde (>2h)O objectivo é aumentar as reservas energéticas, a

boa digestibilidade e evitar problemasgastrointestinais e a fadiga precoce; favorecer arecuperação e adaptação do atleta ao stress e danoscausados pelo exercício.

4 horas antes - refeição rica em glúcidos.1 hora - 1,5 horas antes - exemplo de lanches:

- Duas tostas integrais com geleia + um iogurteliquido + uma fruta;

- Leite achocolatado (200 ml) + oito bolachasintegrais + uma fruta;

- Sumo néctar/ natural (duas frutas) + um pãointegral com marmelada;

- Bebida desportiva (500ml) + pão integral comgeleia + barra energética;

- Prato de cereais (40g) + leite magro (125 ml) +uma fruta.

Evitar produtos ricos em gordura, como fritos,produtos de pastelaria, confeitaria e produtos decharcutaria, como o chouriço e o fiambre.

Alimentação pós competitiva- Após o treino intenso, nos primeiros 30 a 40 minutos tomar uma bebida composta por água mineral alcalina com frutose, glucose ou sacarose;- A primeira refeição à mesa poderá ter a seguinte

composição:

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47BOLETIM 2009

- Sopas de legumes com um pouco mais de sal queo habitual;

- Massas alimentícias (esparguete, macarrão,pizza), ou arroz ou batatas;

- Salada de vegetais temperada com limão e azeiteou óleo vegetal;

- Fruta (bananas, alperces, pêssegos, laranjas ouananás, ricos em potássio);

- Água mineral alcalina ou leite magro ou meiogordo;

- Não devemos ingerir produtos proteicos ebebidas alcoólica.

Importância da hidratação para os atletasA água é um componente essencial de todos os

tecidos corpóreos, sendo fundamental nos processosfisiológicos do organismo, nos mecanismos determorregulação, entre outros.

Hidratação do atleta antes, durante e após oevento

Beber deve fazer parte do programa de treinos. Asbebidas desportivas são formuladas para que o atletatenha a melhor hidratação. Apresentam, pois, asproporções recomendadas de glúcidos e electrólitos,trazendo os benefícios que a água não promove.

A bebida caseira é também uma possível opçãopara quem não quer usar bebidas desportivas. Paraisso, adiciona-se 60-80g de açúcar (nove pacotes ouquatro a cinco colheres de sopa de açúcar) mais meiacolher de chá de sal por cada litro de água. Podemadicionar-se gotas de limão para melhorar o sabor dabebida, devendo ser usada bem fresca.

Bebida pré-competitiva-2 horas - 1-2 copos de água/bebida desportiva;

-1 hora - 1-2 copos de água.Bebida competitivaExercício - A hidratação deve ser realizada através de uma adequada bebida desportiva.- O atleta deve beber entre 150-200 ml em

intervalos de cerca de 15-20 minutos;- Sugere-se a monitorização do peso do atleta

antes e após o treino para uma avaliação maiscorrecta e individual.

Bebida pós-competitiva+1 hora - Após o treino, o atleta deve repor cerca de 150% do peso perdido.(Peso antes do treino – Peso final do treino) X 1,5+2 horas - A bebida desportiva não é só um óptimo meio de reposição de energia como também é uma excelente bebida hidratante o que a torna a melhor bebida para durante e após a competição. Contudo, a hidratação também se concretiza através de sumos e água corrente.

Controlo do peso dos atletas - principais erroscometidos

• Procurar perder muito peso em pouco tempo, oque leva a uma perda acentuada de massamuscular, quando o objectivo é perder massagorda;

• Tentar perder peso à custa de um déficit dehidratação que pode predispor à lesão desportiva;

• Restringir demasiadamente a ingestão de glúcidoscomplexos, ocasionando fadiga, hipoglicemia edificuldades de recuperação;

• Saltar refeições;• Ingerir pequenas refeições ricas em glúcidos

simples (refrigerantes e iogurtes açucarados, entreoutros);

Page 48: Boletim Comemorativo 2009

48 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

• Substituir os alimentos ricos em glúcidoscomplexos por fibras (vegetais) resultando numexcesso de ingestão destas diarreia e deficienteabsorção intestinal.

Conselhos para perda de peso• Reduza um pouco a quantidade de alimentos

que come diariamente;• Coma mais vezes e menos de cada vez, fazendo

cinco a seis refeições diárias;• Coma menos proteínas animais, substituindo-

as por proteínas vegetais; • Escolha carnes brancas e magras, retirando a

gordura visível antes de as cozinhar;• Procure comer mais peixe que carne;• Procure ingerir leite e derivados meio gordos;• Prefira alimentos cozidos e grelhados e utilize

pouca gordura na sua confecção, preferindo oazeite para este fim;

• Evite a ingestão bebidas alcoólicas – nuncamais de um copo de vinho às refeiçõesprincipais;

• Não beba refrigerantes ou qualquer tipo debebidas açucaradas;

• Reduza a ingestão de alimentos ricos emgordura (margarina nos cozinhados, manteigano pão, molhos sobre os alimentos, toucinho);

• Ingira apenas um a dois ovos por semana;

• Evite ao máximo alimentos ricos em glúcidossimples (bolos, açúcar, guloseimas, chocolates,refrigerantes);

• Consuma alimentos ricos em fibras (alimentosintegrais, fruta e vegetais);

• Mantenha um adequado aporte de glúcidoscomplexos (arroz, massas alimentícias eleguminosas);

• Consuma alimentos ricos em vitaminas e saisminerais (fruta e vegetais frescos, alimentosanimais, entre outros);

• Não ponha açúcar no leite e ponha pouco nogalão e no café;

• Não coloque açúcar na fruta (laranja,morangos, salada de frutas);

• Não coloque açúcar nos iogurtes;• Não coma bolos em excesso. Prefira bolos secos

e cremosos. Se os quiser comer, coma-os àsrefeições;

• Não beba refrigerantes (cola, laranjada, gasosa,etc.);

• Não exagere no uso de mel, compotas e geleias.Não os ingira fora das refeições;

• Não coma doces fora das refeições;• Cuidado com os flocos de cereais muito

açucarados;• Não ingira guloseimas. Se a tentação vier,

ingira-as às refeições.

Page 49: Boletim Comemorativo 2009

49BOLETIM 2009

ConclusõesO gasto energético no desporto depende das

características do atleta (sexo, composição corporal ealtura, entre outras), do exercício (frequência,intensidade e duração) e do ambiente onde este seefectua (temperatura e demais condiçõescondicionantes). A alimentação deve satisfazer asacrescidas exigências energéticas e, como determina adisponibilidade dos substratos energéticos nosatletas, deve ser planeada de forma a contribuir paramaximizar as suas reservas.

A deficiente ingestão de glúcidos antes e duranteo treino/competição contribui para que as reservas deenergia se esgotem mais rapidamente, originando ainstalação precoce de estados de fadiga. Nas suasescolhas alimentares, o atleta deve consumiralimentos fornecedores deste nutriente não comoacompanhamento, mas como o centro das refeições.

É importante que o atleta tenha uma alimentaçãorica em glúcidos, pois na sua falta as proteínas serãousadas como fonte de energia, em vez de ajudarem aconstituir a massa muscular. Atletas em risco deingestão inadequada de proteínas são os querestringem a ingestão energética ou a variedadealimentar (ex: vegetarianos).

O atleta deve ainda ter um cuidado especial com aingestão excessiva de gorduras antes de um treino oucompetição, pois podem provocar problemas

gastrointestinais e privar uma adequada ingestão deglúcidos.

Uma alimentação variada e rica em fruta, legumese hortaliças, fornece as quantidades adequadas devitaminas, sem que haja consequências negativas paraa saúde do atleta.

Referências Bibliográficas:Horta, L. (1996). Nutrição no Desporto. Caminho. ColecçãoDesporto e Tempos Livres.

Matos, M. (1989). Hábitos Alimentares de uma Equipa deCiclismo durante uma Competição. Cadernos da Equipa Enervit,1: 35-42.

Pereira, J. (1989). A Fadiga Muscular em Treino Desportivo:Delimitação Conceptual e Controlo do Treino. Cadernos daEquipa Enervit, 2: 31-45.

ALF RC Pedro AlvesComandante do PelReabTransp BCS/GAC

Page 50: Boletim Comemorativo 2009

50 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

COMEMORAÇÕES DO 81º ANIVERSÁRIO

DO REGIMENTO

De acordo com as tradiçõesda Instituição Militar, o

Regimento celebrou o seu 81º diafestivo em 29 de Junho. Oprograma das comemoraçõescontemplou actividades na Cidadede Leiria, na zona de Pedreanes

(Marinha Grande) e noaquartelamento do Regimento,realizando-se a cerimónia militar a27 de Junho de 2008.

No intuito de dar à efemérideo relevo que lhe é devido, oRegimento organizou, durante omês de Junho, um conjunto deactividades ilustrativas da suavocação geral e da sua missãoartilheira.

VISITA DO EXMO MGEN CMDTDA BRIGADA DE REACÇÃORÁPIDA AO REGIMENTO

DE ARTILHARIA Nº4

OExmo. MGen Carlos AntónioCorbal Hernandez Jerónimo,

Comandante da Brigada de ReacçãoRápida (BrigRR), visitou o Regimento,em 23 de Julho de 2008.

O Regimento prestou as HonrasMilitares com a Guarda de Polícia eapresentação do Oficial de Dia; Foramapresentados cumprimentos de boas-vindas na presença de uma delegação deOficiais, Sargentos, Praças eFuncionários Civis, na Biblioteca doRegimento, ao que se seguiu um briefingefectuado pelo Comandante do RA4.

Na parada do Regimento, sob ocomando do 2º Comandante do GAC,foram apresentados os principais meiosdo Grupo de Artilharia de Campanha.

Na sequência da visita, o Exmo.Comandante da BrigRR passou revista àsinstalações do Quartel.

RETROSPECTIVA ANUALDE ACTIVIDADES SITREP 2008/2009

Page 51: Boletim Comemorativo 2009

51BOLETIM 2009

COMEMORAÇÕES DO 623º ANIVERSÁRIO DA

BATALHA DE ALJUBARROTA

ORegimento de Arti-lharia Nº 4 participou,

em 14 de Agosto de 2008, naComemoração do 623ºAniversário da Batalha Real oude Aljubarrota no Mosteiro deSanta Maria da Vitória, com umTerno de Clarins e uma Secção,na Homenagem aos Mortos pelaPátria, com deposição de floresno Túmulo de D. João I, naCapela do Fundador.

PLANO VULCANO

ORegimento, de acordocom o protocolo

estabelecido entre o ComandoOperacional e a Direcção Geraldos Recursos Florestais,desenvolveu, de 1 de Julho a 30 deSetembro de 2008, acções devigilância móvel e combate aofogo em primeira intervenção,através da actuação de uma equipade sapadores, na Mata da Sr.ª daConceição, em Tavira, e de umaoutra equipa de sapadores, naMata Nacional do Urso, concelhode Pombal.

Cada equipa de sapadores foiconstituída por doze elementos(dois Sargentos e dez praças), queactuaram em regime derotatividade.

TOMADA DE POSSE DO CORONEL JOSÉ

DA SILVA RODRIGUES

No dia 9 de Setembro de2008, tomou posse como

Comandante do Regimento deArtilharia Nº 4, o Coronel deArtilharia José da Silva Rodrigues,por ter sido nomeado por escolha,nos termos do despacho de 16 deJunho de 2008, de Sua Ex.ª o GENCEME, vindo do InstitutoGeográfico do Exército, no qualdesempenhava funções deSubdirector.

Page 52: Boletim Comemorativo 2009

52 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

VISITA DE UM GRUPO DE ESCUTEIROS “JAMBOREE 2008”

Um grupo de 50 elementos, com idadescompreendidas entre os 7 e 22 anos, visitou o

Regimento, em 5 de Agosto de 2008.

INSTRUÇÃO DE SIMULADOR DE TIRO

“INFRONT”

Tendo em vista o treino Operacional e naintenção de conjugar o treino das equipas de

observação avançada, com a execução de exercíciostácticos e de fogos reais, de escalão Bateria ou Grupo,o GAC participou, com as suas equipas de observaçãoavançada, na actividade em causa, durante osperíodos de 16 a 18 de Setembro e de 3 a 5 deNovembro de 2008, na sala de treino desta vertenteartilheira, disponibilizada pelo GAC/BrigMec.

DIA DO EXÉRCITO

Odia do Exército comemora-se a 24 deOutubro, data que celebra a tomada de

Lisboa, em 1147, pelas tropas de D. AfonsoHenriques, primeiro Rei Português e Patrono doExército.

As comemorações do Dia do Exército, em 2008,foram centradas na cidade de Faro, emboraenglobando um conjunto de actividades, no períodode 23 a 26 de Outubro de 2008, em diferentes locaisdo País, incluindo as Regiões Autónomas dos Açorese Madeira.

O Regimento participou na Exposição deCapacidades e Meios, no mesmo período, na cidadede Faro, com alguns materiais que equipam o GAC.No período de 20 a 26 de Outubro de 2008, oRegimentos manteve as portas abertas a todos oscidadãos.

EXERCÍCIO “ORION 08”

OExercício “ORION 08” teve como finalidadetestar algumas das capacidades da Força

Operacional Permanente do Exército (FOPE),designadamente contenção de acções terroristas e deajuda em situação da calamidade pública, durante acondução de uma Operação de Resposta a Crises(CRO).

O Grupo de Artilharia de Campanha participouno Exercício “ORION 08” de 16 a 17de Outubro de2008, na região de Beja, com 2 equipas, no Estado-Maior do exercício e uma Bateria de Bocas-de-Fogo,no DVD.

O Regimento esteve também empenhado noexercício, onde foram testados alguns planos, nocontexto do mesmo.

Page 53: Boletim Comemorativo 2009

53BOLETIM 2009

CURSO DE FORMAÇÃOPEDAGÓGICA INICIAL

DE FORMADORES

Decorreu no Regimento, sobtutela da Escola Prática de

Infantaria e com formadores doRegimento, o 19º Curso deFormação Pedagógica Inicial deFormadores durante o período de20 de Outubro a 7 de Novembro de2008.

COMEMORAÇÕES DO 90º ANIVERSÁRIO

DO ARMISTÍCIO DA GRANDE GUERRA

Em 11 de Novembro de 2008,o Regimento de Artilharia

Nº 4 participou nas cerimónias dehomenagem aos Combatentes daGrande Guerra, promovidas pelosnúcleos da Ligados Combatentes deLeiria e da Batalha.

As Cerimónias tiveram lugar,no Mosteiro de Santa Maria daVitória, junto ao Túmulo doSoldado Desconhecido e no Largode Infantaria 7, em Leiria, junto aoMonumento dos Combatentes.

Na prestação das HonrasMilitares, o Regimento participoucom o Estandarte Regimental, umaforça de efectivo Pelotão, oSargento Clarim e um Terno deClarins

INSPECÇÃO-GERAL DA DEFESA NACIONAL (IGDN)

Por despacho de S. Ex.ª oMinistro da Defesa

Nacional de 7 de Dezembro de2007 e conforme Oficio nº 80 de 3de Março de 2008 para o Chefe deGabinete de Sua Ex.ª o Gen CEMErealizou-se, no período de 5 a 14 deNovembro de 2008, uma Inspecçãode Defesa Nacional ao Regimento,orientada particularmente para asáreas de Administração de MeiosMateriais (Informáticos eInformação).

DIA DOS FINADOS

ORegimento, em coor-denação com a Liga dos

Combatentes, planeou, organi-zou e executou Honras Militaresnas cerimónias, que tiveramlugar nos Cemitérios de Batalhae de Leiria.

Na prestação das HonrasMilitares, participou, com oEstandarte do Regimento, umaforça de efectivo Secção, oSargento Clarim e um Terno deClarins.

Page 54: Boletim Comemorativo 2009

54 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

DIA DA ARMA DE ARTILHARIA

Àsemelhança dos anosanteriores, o Regimento de

Artilharia Nº 4 comemorou o Diada Arma de Artilharia, a 4 deDezembro de 2008, associando-seàs cerimónias na EPA, em VendasNovas e realizando uma CerimóniaMilitar no Quartel do Regimento,em Leiria, extensiva a todos osOficiais e Sargentos oriundos daArma de Artilharia das guarniçõesmilitares de Leiria, Caldas daRainha e Coimbra.

O dia festivo teve início com acelebração de uma Missa na Capelada Unidade, sufragando a alma dosArtilheiros falecidos, ao que se

seguiu Cerimónia Militar deHomenagem aos Artilheiros doRegimento Mortos em Defesa daPátria, com a deposição de umapalma de flores no monumento queperpetua a sua memória.

A encerrar as comemorações,teve lugar o habitual almoço deconfraternização, num clima de sãconvivência e de marcado espíritode corpo.

REUNIÃO DE COMANDANTESDA BRIGADA DE REACÇÃO

RÁPIDA

Decorreu no Regimento, nodia 5 de Dezembro de

2008, a reunião de Comandantes daBrigada de Reacção Rápida. A

referida reunião foi presidida peloExmo. MGen JerónimoComandante da BrigRR e contoucom a presença do Exmo. 2ºComandante da BrigRR, o Chefe deEstado-Maior da mesma e com osComandantes das Unidades.

Terminados os trabalhos,seguiu-se o almoço e o fim davisita.

NATAL NO REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

Embebido também doespírito Natalício, o

Regimento promoveu algumasactividades para todo o pessoal erespectivas famílias, com oobjectivo de proporcionar um

EXERCÍCIO “TANGO 08”

OGrupo de Artilharia de Campanha participou no exercício “TANGO 08”, que decorreu no períodode 17 a 21de Novembro de 2008, no Campo Militar de Santa Margarida. Este exercício teve como

finalidade treinar procedimentos técnicos e tácticos de Artilharia de Campanha, assim como manter asqualificações das guarnições de bocas-de-fogo.

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franco e simbólico convívio, fomentando a sãcamaradagem e os valores próprios desta quadraespecial.

Das actividades desenvolvidas, destacam-se, alémda Missa, a Festa de Natal que este ano contoutambém com um pequeno jogo e com alguns prémiossurpresa, terminando com a distribuição de prendasaos mais pequenos.

COLHEITA DE SANGUE

Realizou-se, em 18 de Dezembro de 2008, umacolheita de Sangue na Unidade, efectuada

pelo Instituto Português do Sangue.

JURAMENTO DE FIDELIDADE

Nos termos do Art.º 109º do EMFAR e deacordo com o Art.º 129º da I parte do

RGSUE, em 21 de Janeiro de 2009, prestaramJuramento de Fidelidade, no gabinete do Exmo.

Comandante, o Alferes de Artilharia Orlando FilipeFernandes Marques e o 2º Sargento de ArtilhariaGonçalo José Leal dos Santos

INSPECÇÃO DO COMANDO DE PESSOAL

Decorreu, entre 10 e 12 de Fevereiro de 2009,uma Inspecção Técnica de Pessoal ao

Regimento, conduzida pela Inspecção do Comandode Pessoal.

A equipa de inspecção foi chefiada pelo Coronelde Infantaria João Matos e contou com a colaboraçãode mais 6 acessores para as diversas áreas.

EXERCÍCIO “PINHAL 091”

Decorreu de 9 a 13 de Fevereiro de 2009 oExercício “PINHAL 091”, que teve como

finalidade avaliar e verificar o grau de prontidão doGAC, de acordo com a sua categoria de prontidãocomo força constituinte de uma Força OperacionalPermanente do Exército.

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ESCOLA BÁSICA INTEGRADADE SANTA CATARINA

DA SERRA

Em 11 de Março de 2009, umgrupo de alunos da Escola

Básica Integrada de Santa Catarinada Serra visitou o Regimento.

EXERCÍCIO “TROVÃO 091”

OGAC, participou noexercício “TROVÃO 091”,

no período de 22 a 27 de Março de2009, nas regiões de Santa Margaridae de Tancos, para validaçãooperacional das Unidades do SFN-CO da BrigRR, no planeamento,coordenação, execução e controlo deOperações de Resposta à Crise,desenvolvendo e aperfeiçoando osprocedimentos e a doutrina deemprego de cada uma das referidasUnidades e Subunidades.

CURSOS DE P/PRC-525

Decorreram no Regimento,sob tutela da Escola Prática

de Transmissões e com formadoresda BrigRR, os seguintes cursos:- 1º Curso de Operadores de

Sistema P/PRC-525, de 2 a 10 deMarço de 2009;

- Curso de Configuração deSistema P/PRC-525, de 11 a 17de Março de 2009;

- 2º Curso de Operadores deSistema P/PRC-525,de 30 deMarço a 3 de Abril de 2009.

DIA DO COMBATENTE - 91ºANIVERSÁRIO DA BATALHA

DE LA LYS

ALiga dos Combatentes,conjuntamente com a

Associação de Combatentes,promoveu no âmbito dasComemorações do “Dia doCombatente” – 91º Aniversário daBatalha de La Lys, a 73ª Romagem aoTumulo do Soldado Desconhecido.

As cerimónias realizaram-se em18 de Abril de 2009, no Mosteiro deSanta Maria da Vitória, na Batalha,e foram presididas por Sua Ex.ª oMinistro Defesa Nacional, Dr.Nuno Severiano Teixeira,

O Regimento colaborou nascerimónias, apoiando os trabalhospreparatórios das cerimónias, noMosteiro da Batalha, em18 de Abrilde 2009, com uma Secção e serviu oalmoço de confraternização naUnidade para cerca de 400 pessoas.

TOMADA DE POSSE DOCOMANDANTE DO GRUPO

DE ARTILHARIA DE CAMPANHA

Em 6 de Abril de 2009,tomou posse nas funções

de Comandante do GAC daBrigRR, por ter sido nomeadopor escolha, por Despacho de 13de Março de 2009, do Exmo.TGEN VCEME, o Tenente-Coronel de Artilharia, OctávioJoão Marques Avelar.

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EXERCÍCIOS “EFICÁCIA 09 E ROSA BRAVA”

Os exercícios referidosdecorreram no período de

20 a 30 de Abril de 2009, na regiãode Santa Margarida e regiõeslimítrofes, tendo como objectivosfundamentais os seguintes:

Efectuar o treino táctico,envolvendo deslocamentos,reconhecimento, escolha,

ocupação, organização e segurançade posições;

Treinar técnicas de tiro,incluindo os diferentes sistemas deApoio de Fogos;

Testar e treinar a utilização doSistema Automático de Comando eControlo (SACC), através dautilização do Advanced FieldArtillery Tactical Data System(AFATDS), especificamente para oGAC/BrigRR;

Reforçar a coesão e o espírito dacamaradagem entre os militares dasunidades de Apoio de Fogosparticipantes;

Praticar a integração deUnidades de Apoio de Fogos dasUnidades de Manobra,nomeadamente, dos Pelotões deMorteiros Pesados (PelMortPes);

Praticar observação aérea(incluindo regulação) dos fogos deartilharia.

PASSAGEM À SITUAÇÃO DE RESERVA

Em 11 de Março de 2009 e aseu pedido, passou à

situação Reserva o Tenente-Coronel de Artilharia Mário JoãoLey Garcia.

X GRANDE PRÉMIO DE ORIENTAÇÃO DO RA4

Decorreu na zona dePedreanes, Marinha

Grande, em 21 e 22 de Junho de2008, em coordenação com oClube de Orientação do Centro(COC), o X Grande Prémio deOrientação do RA4.

CAMPEONATO DE CORTA MATO

Decorreu em 28 e 29 deOutubro de 2008, na Escola

de Tropas Pára-quedistas (ETP), emTancos, a Fase II do Campeonato deCorta-Mato da Brigada de ReacçãoRápida, tendo o Regimentoparticipado em 3 escalões, com umtotal 13 atletas e onde obteve o 3ºlugar na classificação geral porequipas. Foram ainda obtidos o 4º, 2ºe 4º lugares, no 1º, 2º e 3º escalão,respectivamente.

DECATLO MILITAR DO REGIMENTO

DE ARTILHARIA Nº 4

Realizou-se de 20 a 23 deOutubro de 2008, o Decatlo

Militar do Regimento de ArtilhariaN.º 4, nas seguintes modalidades:Tiro; Pista de Obstáculos de 200m;Subida ao Pórtico; Lançamento deGranadas; Lançamento do Peso;Salto em Comprimento; Futebolde 7; Tracção à Viatura; Voleibol; e

Estafeta. O Campeonato decorreucom grande entusiasmo e forteempenho na realização dasdiversas modalidades,aumentando o nível competitivoque durou quase até ao final docampeonato, contribuindo parafortalecer o espirito decamaradagem e incentivando aparticipação de mais atletas emoutros campeonatos internos eexternos. A equipa da 2ª BBFsagrou-se vencedora.

EDUCAÇÃO FÍSICA E DESPORTO

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58 REGIMENTO DE ARTILHARIA Nº 4

Em 10 de Outubro de 2008, realizou-se, noRegimento, uma palestra proferida pelo Major

Serafim Ribeiro, que abordou o tema: A Liga dosCombatentes como Instituição Nacional, de CarizSocial e de Ideal Patriótico.

Em 17 de Outubro de 2008, realizou-se noRegimento, uma palestra subordinada ao tema:

“O Luto e a Atenção no Luto", ministrada pela Dr.ªPatrícia Lopes.

Realizou-se no Regimento, em 6 de Janeiro de2009, uma palestra sobre Segurança e

Prevenção de Acidentes, proferida pelo Tenente-Coronel Ribeiro, na qualidade de Oficial responsávelpor esta área no Comando da BrigRR.

No dia 8 de Janeiro de 2009, decorreu naUnidade a reunião dos Oficiais de Segurança

da BrigRR.

No dia 14 de Janeiro 2009 realizou-se noRegimento uma sessão de esclarecimento sobre

RV/RC, proferida por representantes da Direcção deRecrutamento do Ministério da Defesa Nacional.

Em 30 de Janeiro de 2009 realizou-se noRegimento, no âmbito da instrução de quadros,

uma palestra proferida pelas Dr.ª Raquel SofiaBernardino Tavares e Dr.ª Carla Sofia Bercial daPiedade, que abordou o tema: “Segurança eVitimação”.

TCOR ART Norberto SerraChefe da SOIS do RA4

CAMPEONATO DEORIENTAÇÃO 2009 - FASE II

Realizou-se no período de17 a 19 de Março de 2009,

no RA 4, o CampeonatoDesportivo Militar de OrientaçãoFase Brigada, da Brigada deReacção Rápida, com aparticipação de 7 Unidades: RI10,RA4, RI 15, ETP, UALE, CTC eRI3. Este Campeonato decorreude acordo com o RegulamentoDesportivo do Exército, sendo

constituído por duas provasindividuais e uma prova deestafetas, tendo ainda participadoum total de 61 atletas, masculinose femininos, divididos pelos váriosescalões.

34ª EDIÇÃODO CAMPEONATO

NACIONAL MILITAR DE ORIENTAÇÃO 2009

De acordo com o despachode 14 de Janeiro de 2009,

de Sua Ex.ª o Gen CEME, e com anota 1366, de 24 de Março de2009, do Comando de Instrução eDoutrina, decorreu no Regimento,no período de 25 a 29 de Maio de2009, a 34ª edição do CampeonatoNacional Militar de Orientação2009.

O campeonato contou com apresença das delegações daArmada, do Exército, da ForçaAérea e da GNR, num total de 96atletas.

As provas realizaram-se naMata Nacional, na zona da Vieirade Leiria - Marinha Grande.Realizou-se ainda uma prova nocentro histórico da cidade deLeiria, aberta às escolas da cidade.

A cerimónia de encerramentofoi presidida pelo Exmo. Major-General Aníbal Alves Flambó, emrepresentação de Sua Ex.ª o MDNe contou ainda com a presença derepresentantes do Comando dosRamos das Forças Armadas e daGNR.

OUTROS EVENTOS

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