baralho campbell`s soups

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CONDENSED BARALHO DE TRUCO

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baralho baseado na obra do artista pop Andy Warhol, que se utilizou de imagens massificadas da economia americana como as latas de sopa campbell`s para gerar obras de carater crítico utilizando diversos mecanismos de impressão, um deles é a serigrafia com distorção de cores. Tais características da obra do artista são representadas nesse baralho, com o intuito não só de entreterimento mas também com caráter educacional.

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Page 1: baralho campbell`s soups

CONDENSED

BARALHO DE TRUCO

Page 2: baralho campbell`s soups

In the future everyone will be famous for

fifteen minutes.

Passadas algumas décadas, o mundo contemporâneo ainda se encontra um tanto quanto imerso na cultura pop. Desde referências visuais explicitas, como no cam-po das artes plásticas e cinema, até influências sutis inseridas nas temáticas televisivas, a sociedade acabou seguindo a risca as preme-ditações dos artistas consagrados durante as décadas de 60, 70 e 80.

Andy Warhol foi o responsável por popularizar esse movimen-to, transformando tudo ai seu re-dor em ícone através da serigrafia. Marilyn Monroe, Jackie Kennedy, Debbie Harry, Basquiat e até mes-mo Mao Tse Tung e a Rainha Eli-zabeth viraram quadros coloridos e expressivos na mão do artista.

Warhol não se fez vítima do sistema, e soube usar a populari-

dade à seu favor, transforman-do sua arte em uma grande in-dústria, e das mais rentáveis.

Certamente, um dos pontos altos de seu trabalho foi a obra Campbell’s Soup Cans , de 1962, por ser capaz de traduzir toda a estética do artista de forma su-cinta: Warhol buscou um produ-to que fosse conhecido e fizesse parte do cotidiano da população americana, algo pop. A intenção era transformar sua obra em uma produção mecânica, industrial.

A partir dessa ideia, apre-sentamos à você o baralho para truco Campbell’s Soup Cans. Divirta-se com as obras do mes-tre do pop enquanto saboreia sua sopa favorita. Bom jogo!

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2

288

8 8

Campaign

AmericanTipewriter

C= 2 M=2 Y=2K=85

C=16 M=12 Y=13 K=0

2

2

222

2223

3

222

2227

7

222

222

Q

Q 22

22

A

A

222

222

I

2

2

II

II

I3

3

II

II

7

7

II

II

J

J

II

II A

AII

II

2

288

8 83

388

8 84

488

8 8 K

K88

8 88 88 88 88 88 88 88 88 8

A

A

8 8

88

CONSTRUÇÃO DAS CARTAS

Page 4: baralho campbell`s soups

REGRAS DO JOGO O truco é um jogo de azar jogado com um baralho que obede-ce a seguinte ordem de poder: 4 de paus, 7 de copas, A de espadas, 7 de ouro, JOKER, 3, 2, A, K, J, Q de to-dos os naipes. Pode ser jogado por duas pes-soas, ou duas duplas. O jogo é dis-putado em mãos, cada uma valendo 1 ponto, e são dividas em 3 rodadas. Cada jogador recebe 3 cartas e em cada rodada joga uma das cartas na mesa. O ganhador da rodada é o que apresenta a maior carta na escala apresentada anteriormente. O jogador ou a dupla que ganhar 2 rodadas da mão é o vencedor e ga-nha esse um ponto. O jogador ou dupla vencedora é aquela que fizer 12 pontos primeiro. As mãos estão sujeitas a va-lerem mais, caso um dos jogadores peça “Truco“. O outro jogador ou dupla pode aceitar ou fugir. Caso aceite, a rodada passa a valer 3 pontos, caso fuja o jogador ou du-pla perderá 1 ponto. O aumento de valor das rodadas não para por aí, as mãos podem valer o máximo de pontos até se alcançar o total de 12, sendo os números múltiplos de 3, ou seja, as mãos podem valer 1, 3, 6, 9 e 12 pontos. Portanto o jogo pode ser definido em apenas uma mão.

4 77A

JOKER32KJQ

8 8222

II

4 4

Page 5: baralho campbell`s soups

Um dos aspectos mais marcantes das serigrafias de Warhol é a profusão de cores vibrantes. No entanto, o baralho tradicional apresenta 52 cartas: 26 ver-melhas e 26 pretas. A partir dessas informações, a ideia era representar o artista através das cores, mas sem perder a característica essencial do baralho. Dessa maneira, as cartas foram coloridas de acordo com os naipes. Já a família real, J, Q, K, e o Às receberam cores inspiradas em uma releitura feita pelo próprio artista, a obra Colored Campbell’s Soup Cans.

naipescartas famíliareal

PALETA DE CORES

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Os naipes do baralho Campbell’s Soups foram baseados na letra da logo Campbell’s apresentada como referência visual na embalagem das famo-sas latas. A partir da utilização da fonte Campaign, uma das mais similares a letra caligrafada da logo, utilizamos diferentes letras e números duplicados, refletidos e rotacionados para garantir a geração dos quatro símbolos que chegassem o mais próximo da representação comum dos naipes do baralho tradicional. Essas foram as formas encontradas para representar as usuais e famosas simbologias visuais do baralho que os divide em quatro grupos:

- PAUS: A construção desse naipe foi realizada a partir do número 8 da fonte Campaign. Foram utilizados dois números 8, um deles utilizado de maneira normal e o outro refletido 90 graus, sendo sobrepostos não inteiramente, mas parcialmente, como representado abaixo:

- ESPADAS: O naipe das espadas foi desenvolvido a partir do número 4 da fonte Campaign. A composição foi realizada da mesma maneira que o naipe de paus, como apresentado a seguir:

8 84 4

22II

8 + 8= 8 8

CONSTRUÇÃO DOS NAIPES

Page 7: baralho campbell`s soups

2 + 2= 22

II

+ = II

I I50 graus

I 230 graus

I

4 44 + 4 =- COPAS: O naipe de copas também foi composto da mesma maneira que os outros dois naipes, a diferença foi o número utilizado em sua construção. O número que foi utilizado para a composição visual foi o 2, também na fonte Campaign.

- OUROS: O naipe de ouros foi desafiador. A construção foi complexa, com várias tentativas frustradas. Na alternativa escolhida como a melhor e mais adaptada ao resto do grupo de naipes foi realizada com rotação de 230 graus no sentido anti-horário da letra I em caixa alta, também na fonte Campaign e outro I igual rotacionado 50 graus, também no sentido anti-horário.

Page 8: baralho campbell`s soups

O termo não nasceu por acaso; a Pop Art elevou a ícones os mais banais objetos de consumo, como hambúrgueres, louça sanitária, cortadores de grama, estojos de batom, e claro, celebridades. Era como se o mundo fosse um grande quadro. Como mestre e discípulo dessa corrente estética, Warhol escolhia seus temas em prateleiras de supermercado e manchetes de jornais e revistas, levan-do a arte para fora dos museus. Nada mais natural, então, que para provocar as massas, o artista produzisse suas obras inspirado em cantores, modelos, rainhas, acidentes de carro, coca-cola etc. A família real do baralho Campbell’s soup Cans, mostra alguns dos per-sonagens que Warhol, com sua mágica, transformou em objeto.

FAMÍLIA REAL

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Cinco anos antes de morrer, Andy Warhol recebeu uma tarefa: pintar um quadro de Michael Jackson, encomendado para comemorar a quebra de recorde do álbum Thriller, lançado no final de 1982. O primeiro passo do artista no mercado da música aconteceu em 1968, com o grupo Jackson Five, formado por Michael e quatro de seus irmãos. Na época do lançamento do primeiro single, o artista tinha ape-nas 11 anos de idade. Os anos se passaram e Michael, assim como Wa-rhol, atingiu o auge de sua carreira no início dos anos 80 com o lança-mento do videoclipe do single Thriller. O álbum de 1982 se transformou em número 1 da parada americana, e foi responsável por 109 dos cerca de 750 milhões de discos vendidos pelo cantor em todo mundo. Estima-se que até duas bilhões de pessoas tenham assistido o fu-neral do cantor, em 07 de julho de 2009. A mistura de soul, funk e rock tornaram Michael Jackson o maior artista do pop no mundo com um sucesso que ultrapassou fronteiras nacionais e raciais. Dessa maneira, nada mais justo do que eleger o cantor como o rei do baralho Campbell’s Soup Cans!

K

K88

8 88 88 88 88 88 88 88 88 8

K de “King Of Pop”

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Warhol e Lennon se conheceram no circuito da arte de Nova York e logo encontraram algo em comum: ambos eram idealistas, sensíveis, artistas que queriam mudar o mundo. Em pleno campo de ação no Mo-vimento de 1968 se iniciava uma grande amizade. Além das afinidades pessoais podemos afirmar quem, não só Lennon, mas Os Beatles e Andy Warhol contribuíram enormemente para elevar o termo popular ao slogan global que deu nome a uma ge-ração inteira. Tanto na música como na arte, pop era na realidade uma crítica ao sistema, uma vanguarda na arte e uma bandeira na música. O cantor morreu em 1980 ao ser atingido por quatro tiros dispa-rados por Mark Chapman, um cristão fanático que não teve problemas em revelar o motivo do crime: Lennon blasfemou ao afirmar que Os Beatles eram mais populares que Jesus. Declaração mais pop que essa, impossível. Por essas e outras que é de Lennon o título de Valete do nosso baralho!

J

J

II

II

J de John Lennon

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Em 1984 Warhol produziu uma série chamada Reining Queens, onde, como o nome diz, retratava as rainhas em exercícios de diversos países. O artista pintou rainhas européias como Elizabeth II, Beatrix e claro, Margrethe II, mas também fez questão de retratar uma represen-tante africana, a rainha Ntombi Twala da Suazilândia, um país situado entre Moçambique e a África do Sul. Na década de XX as rainhas se tornaram pop. O fato de poucos países ainda possuírem uma família real governante despertou certo fascínio no restante do mundo que possuía como maior autoridade um presidente eleito democraticamente. A própria Elizabeth segunda tam-bém foi citada pela banda inglesa Sex Pistols, no célebre single “God save the Queen”. Margrethe II foi nossa escolhida porque para que reinasse na Di-namarca foi preciso uma mudança na constituição, que na época só per-mitia que homens ascendessem ao trono. Sem irmãos, o título iria para o seu tio, o príncipe Canuto. Margrete II subiu ao trono em 1972 onde governa até os dias atuais. Girl Power!

Q

Q 22

22

Q de Queen Margrethe

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JOKERJOKER

J OKER

Nem sempre é necessário conhecer a vida de um artista para apreciar sua obra. No caso de Andy Warhol, isso é fundamental. Ele vivia sua arte. Em sua primeira exposição individual, em 1962, retratou as latas de sopa Campbell’s. Ele havia passado a juventude almoçando o con-teúdo dessas latas. Ali, mostrou um dos elementos que guiariam todo o seu trabalho: o uso (e abuso) da repetição. Cada lata mostrava um sabor diferente no rótulo. Para Warhol, a produção em série dos pro-dutos industrializados era o que definia a sociedade como um conjunto uniforme e cada pessoa se distinguia pela preferência por um sabor diferente. O impacto de sua obra lhe conferiu a alcunha de “o papa do pop”. O artista viveu de cultura pop: frequentava a turbulenta noite nova-iorquina, virou o empresário da banda Velvet Underground, lan-çou livros e filmes, apresentou programas de televisão, criou uma revis-ta de entrevistas, além de ter trabalhado como garoto-propaganda de diferentes produtos. Factory, seu estúdio, estava sempre de portas aber-tas; o local recebia visitas de assistentes, marginais da noite, como drag queens e beatniks, ao mesmo tempo que concentrava a elite artística da cidade, como o escritor Truman Capote e os músicos Bob Dylan e Mick Jagger. Na Factory, Warhol aboliu todas as hierarquias sugerindo que a criatividade fosse exercida de modo democrático. No fim, Warhol assinava todas as pinturas e os filmes criados coletivamente. A Factory fechou em 1968, quando uma frequentadora atirou em Warhol e quase o matou. Ele experimentava o lado amargo de seu sonho de glória e fama.