as drogas e o cerebro

13
Página | 1 Patrícia Tipos de neurotransmissores Adrenalina Activa o teu corpo: O teu coração bate mais rápido e os alvéolos pulmonares expandem-se para captarem mais oxigénio para os teus músculos. Tornas-te mais alerta e auto-confiante. Dopamina Estimula o “centro de prazer”provocando uma sensação de prazer, fazendo-te sentir feliz e contente. A dopamina também se encontra em áreas cerebrais envolvidas no processo de pensamento e memória e exerce um papel importante nos movimentos corporais. Serotonina Influencia o teu humor, a capacidade de aprendizagem e a memória. A sua baixa produção pode causar depressão. A serotonina está também envolvida na regulação do sono, apetite e temperatura corporal. GABA Tem um efeito calmante e de redução da dor porque inibe processos produzidos por outros neurotransmissores. Substancia P Transporta para o cérebro, através dos nervos, a sensação de dor. Endorfinas Estimulam o “centro de prazer” no cérebro e reduzem a dor.

Upload: patricia-teixeira

Post on 20-Dec-2015

4 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Os tipos de neurotransmissores. Os efeitos das Drogas (Ecstasy, cocaína, heroína) no cérebro. Consequências, danos, etc.

TRANSCRIPT

Page 1: As Drogas e o cerebro

Página | 1

Patrícia

Tipos de neurotransmissores

Adrenalina

Activa o teu corpo: O teu coração bate mais rápido e os alvéolos pulmonares expandem-se para captarem mais oxigénio para os teus músculos. Tornas-te mais alerta e auto-confiante.

Dopamina

Estimula o “centro de prazer”provocando uma sensação de prazer, fazendo-te sentir feliz e contente. A dopamina também se encontra em áreas cerebrais envolvidas no processo de pensamento e memória e exerce um papel importante nos movimentos corporais.

Serotonina

Influencia o teu humor, a capacidade de aprendizagem e a memória. A sua baixa produção pode causar depressão. A serotonina está também envolvida na regulação do sono, apetite e temperatura corporal.

GABA

Tem um efeito calmante e de redução da dor porque inibe processos produzidos por outros neurotransmissores.

Substancia P

Transporta para o cérebro, através dos nervos, a sensação de dor.

Endorfinas

Estimulam o “centro de prazer” no cérebro e reduzem a dor.

Anandamida

Está envolvida na função de memorização, coordenação e equilíbrio.

Page 2: As Drogas e o cerebro

Página | 2

Patrícia

Efeitos dos neurotransmissores

As drogas influenciam as acções de um ou mais neurotransmissores. Tal pode acontecer através de cinco diferentes formas:

1-Intensificando ou reduzindo a libertação de neurotransmissores, causando o aumento ou a diminuição da quantidade que entra na fenda sináptica. Ex.: SPEED

2-Impedindo as MAOs de metabolizarem os neurotransmissores, fazendo com que estes permaneçam na fenda sináptica. Ex.: SPEED

3-Impedindo a reabsorção dos neurotransmissores pelas proteínas de reabsorção, fazendo com que estes permaneçam na fenda sináptica. Ex.: COCAINA E ECSTASY

4-Imitando o neurotransmissor, A droga vai ligar-se ao mesmos receptores. Ex: CANNABIS

5-Inibindo a produção de novas moléculas transmissoras.

Os efeitos das Drogas no cérebro

Ecstasy no cérebro

Os efeitos do ecstasy (quimicamente conhecido como MDMA) derivam, em parte, de uma intensa libertação de serotonina. A serotonina é um neurotransmissor que transmite informação ao cérebro. A um menor nível, o ecstasy também afecta a libertação de adrenalina.

Os efeitos do ecstasy têm por base uma libertação intensa dos neurotransmissores serotonina e adrenalina: sensação de euforia e proximidade aos outros, mas também aumento de temperatura e desidratação.

Em condições normais: A serotonina é armazenada em vesículas na extremidade do axónio. Quando um sinal eléctrico chega à extremidade do axónio, as vesículas aderem à parede do neurónio. Isto liberta a serotonina no espaço (fenda sináptica) entre o axónio e as dendrites de outra célula. A serotonina move-se agora através da fenda sináptica até ao neurónio adjacente. As dendrites deste neurónio contêm receptores com os quais a serotonina se pode ligar. Esta ligação permite que a mensagem se transmita mais além. Uma vez transmitida a mensagem, a serotonina separa-se e regressa à fenda sináptica. Aqui é destruída pelas MAOs, ou reabsorvida pela proteínas. Estas proteínas guiam o transmissor desde a fenda sináptica até ao axónio original.

O Ecstasy altera as condições normais de duas formas:

Page 3: As Drogas e o cerebro

Página | 3

Patrícia

1. O Ecstasy bloqueia o retorno da serotonina ao axónio. O Ecstasy liga-se às proteínas de reabsorção, impedindo a reentrada da serotonina.

2. A serotonina é libertada em maiores quantidades que o usual. Isto acontece porque o Ecstasy altera a forma das proteínas de reabsorção, provocando a sua mudança de direcção. Em vez de guiar a serotonina da fenda sináptica para o axónio terminal, a serotonina é enviada do axónio terminal para a fenda sináptica.

Ambos os processos resultam num excesso de acumulação de serotonina na fenda sináptica, provocando a transmissão de mais sinais do que o habitual.

Consequências

Efeitos desejados

O aumento da actividade da serotonina nos neurónios provoca sensações de euforia e ligação/proximidade com as pessoas que nos rodeiam.

Aumento da temperatura

A serotonina ajuda a regular a temperatura do corpo. Se estás num lugar quente, danças muito e desidratas, o ecstasy pode causar um excesso de temperatura no teu corpo.

Memória

Pensa-se que a serotonina intervém no armazenamento de informação na tua memória. Uma deficiência ao nível da serotonina interfere com esta função. Tem sido demonstrado que a utilização regular de ecstasy pode resultar na deterioração da memória.

Depressão

O consumo excessivo de ecstasy pode levar a um esgotamento de serotonina no cérebro. Facto que pode conduzir à depressão. Como a reabsorção de serotonina é bloqueada parcialmente, grandes quantidades são metabolizadas pelas MAOs. Se este processo paralelo de degradação e insuficiente produção se mantiver por um largo período de tempo (p.ex. se a pessoa tomar grandes quantidades de pastilhas ou pastilhas com alta concentração de MDMA), o fornecimento de serotonina pode esgotar-se. Uma escassez de serotonina pode desencadear uma depressão.

Ritmo sono-vigília

A serotonina afecta indirectamente os padrões de sono-vigília. A sonolência é superada, permitindo estar alerta toda a noite. Embora numa menor quantidade, o ecstasy também induz a libertação de adrenalina, outro neurotransmissor que te mantém desperto.

Danos

Page 4: As Drogas e o cerebro

Página | 4

Patrícia

Nos últimos anos tornou-se claro que a utilização regular de ecstasy pode causar danos no cérebro. Os axónios das células nervosas podem ser destruídos. Quais são os danos, e que consequências daí podem resultar, é agora o foco de extensas investigações. Não está claro se é possível uma completa recuperação depois de parar o consumo. Os cientistas propõem duas teorias para explicar os danos no cérebro:

1. Substâncias danosas

O ecstasy é metabolizado no corpo. Parte deste processo ocorre no cérebro. Alguns dos componentes que resultam deste processo de metabolização podem provocar danos nos axónios, fragilizando os neurónios.

2. Penetração de outros Neurotransmissores

O MDMA diminui a concentração de serotonina no cérebro. Se a serotonina não está presente, não existe nada para ser reabsorvido pelas proteínas de reabsorção. Estas pequenas bombas de absorção permanecem vazias, ou, inadvertidamente, podem arrastar consigo, até aos neurónios de serotonina outros transmissores, especialmente a dopamina. A dopamina e os seus produtos derivados danificam os axónios dessas células.

Conclusão

O ecstasy estimula a libertação de serotonina. Inicialmente produz os efeitos desejados, mas se a quantidade de serotonina no teu cérebro baixar, pode produzir danos na memória e causar depressão.

Apesar de o ecstasy não ser aditivo, não significa que é uma droga segura. Podemos assumir que, em geral, se alteras o funcionamento químico do teu cérebro, isso terá sempre consequências. Efeitos positivos podem sempre vir acompanhados de outros negativos.

A cocaína no cérebro

A cocaína (coca) tem um efeito energético no corpo e na mente. Uma libertação intensa do neurotransmissor dopamina é a base dos efeitos produzidos pela cocaína. A dopamina ajuda a transmitir informação entre neurónios ou células nervosas.

A dopamina é libertada no centro de prazer do cérebro. Este é o sistema que associa as sensações de prazer com certos tipos de comportamentos, como beber, comer, ter relações sexuais. Por esta razão desejas repetir esses comportamentos.

A cocaína pode estimular o centro de prazer do cérebro e despertar sensações de prazer.

Em condições normais, A dopamina é armazenada em vesículas na extremidade do axónio.

Quando um sinal eléctrico chega a este local, as vesículas aderem à parede do neurónio. Isto provoca a libertação de dopamina na fenda sináptica. A dopamina move-se agora através da fenda

Page 5: As Drogas e o cerebro

Página | 5

Patrícia

sináptica até ao neurónio adjacente. As dendrites deste neurónio contêm receptores com os quais a dopamina se pode ligar. Esta ligação permite que a mensagem se transmita mais além.

Uma vez transmitida a mensagem, a dopamina separa-se do receptor e retorna ao neurónio original. É reabsorvida da fenda sináptica através de proteínas de reabsorção especiais que a guiam até ao terminal do axónio. A dopamina é reciclada para o seu formato inicial.

Sob o efeito de cocaína

A cocaína altera estas condições normais de dois modos:

1. As moléculas da cocaína ligam-se às proteínas de reabsorção que, normalmente, removem a dopamina da fenda sináptica. Isto bloqueia o acesso à dopamina. A dopamina fica a flutuar à deriva na fenda sináptica colidindo com os receptores.

2. A Cocaína leva as vesículas dos neurotransmissores a libertar extra dopamina.

A libertação de dopamina continua, acumulando-se grandes quantidades na fenda sináptica.

Consequências

Efeitos desejados

A dopamina estimula o centro de prazer no Cérebro. Sentes-te eufórico e auto- confiante.

Adição

A estimulação do centro de prazer pode levar à dependência. Queres experimentar essa sensação de euforia uma e outra vez.

Pensa-se que a utilização continuada de cocaína reduz a sensibilidade do corpo à dopamina. Os receptores de dopamina são gradualmente destruídos com o uso de cocaína. Necessitas consumir mais e mais Cocaína para conseguir o mesmo efeito.

Depressão

As consequências exactas do uso de cocaína a longo prazo ainda não são muito claras. A depressão ocorre com frequência em utilizadores que consomem durante muito tempo e param de usar. Os seus neurónios tornaram-se insensíveis à dopamina e já não podem responder a quantidades normais desta.

Paranoia

A dopamina pode também sobrestimular o centro cerebral do medo, induzindo paranóia. O centro do medo é um mecanismo de sobrevivência que nos avisa do perigo. A sobrestimulação pode desencadear excessiva ansiedade. Uma simples sombra, ou uma voz mais alta pode ser sentido como uma terrível ameaça.

Conclusão

Page 6: As Drogas e o cerebro

Página | 6

Patrícia

A cocaína é uma droga altamente aditiva. Os seus efeitos estimulantes e aditivos resultam da alteração do centro de prazer do Cérebro. A tolerância à cocaína aumenta com o tempo. Os consumidores de cocaína necessitam de maior quantidade de droga para obter os mesmos efeitos. O uso regular de cocaína aumenta também o risco de efeitos secundários. Tornas-te mais irritável, agitado e até paranóico.

A heroína no cérebro

O corpo humano contém receptores com os quais os opiáceos se podem ligar. Mas o corpo também produz as suas próprias substâncias chamadas endorfinas, que também se ligam a estes receptores. Uma função das endorfinas é combater a dor. A grande diferença entre as endorfinas e os opiáceos é que o próprio corpo produz endorfinas que rapidamente depois de serem libertadas são destruídas. Isto significa que existe pouco risco de adição. Em termos evolutivos, as endorfinas são importantes para a sobrevivência. Se tens necessidade de fugir depois de sofrer uma lesão, as endorfinas podem diminuir a dor.

Quando se toma heroína esta converte-se em morfina no corpo. Os efeitos da heroína derivam do facto da morfina imitar as endorfinas, os neurotransmissores naturais.

Tanto as endorfinas como a morfina estimulam indirectamente o centro de prazer do cérebro, proporcionando sensações de prazer.

A morfina também inibe a libertação da substância P. Esta substância desempenha um papel na transmissão dos sinais de dor.

Os neurónios que regulam a respiração também contêm receptores opiáceos. A morfina pode ligar-se a estes.

Como a morfina influência vários processos no corpo, a explicação está dividida em quatro partes:

1) Prazer

2) Alívio da dor

3) Respiração

4) Outros efeitos

Prazer

O Centro de prazer

As sensações de prazer provocadas pela Heroína surgem em consequência da estimulação do centro de prazer. O principal neurotransmissor do sistema de prazer é a dopamina.

Page 7: As Drogas e o cerebro

Página | 7

Patrícia

Se consomes heroína o teu corpo converte-a em morfina. A morfina imita ou, basicamente, leva a acabo as mesmas acções que as endorfinas, os neurotransmissores naturais. O que significa que os processos orgânicos que envolvem as endorfinas são imitados quando consomes heroína.

Prazer

Três tipos de neurónios, ou células nervosas, estão envolvidos no prazer ou no processo de recompensa:

1) Neurónios de endorfina

2) Neuronios GABA, e

3) Neurónios da dopamina

Condições normais na produção de prazer

1. Em condições normais, a dopamina é continuamente libertada no corpo, mas as quantidades podem ser estimuladas ou inibidas.

2. O neurotransmissor GABA inibe a libertação de dopamina.

Quando um sinal eléctrico chega ao neurónio da endorfina, as vesículas da endorfina fundem-se com a parede do neurónio.

Consequentemente são libertadas endorfinas no espaço existente entre os neurónios (sinapse).

Em seguida as endorfinas deslocam-se pela sinapse em direcção ao neurónio GABA. As dendrites desse neurónio contém receptores aos quais se irão ligar as endorfinas. Esta ligação prolonga a mensagem. Esta mensagem provoca uma redução na libertação de GABA.

As endorfinas separam-se do receptor e são eliminadas imediatamente.

Uma vez inibido o GABA o neurónio da dopamina pode libertar mais dopamina.

Sentes-te bem porque a dopamina estimula o centro de prazer.

Page 8: As Drogas e o cerebro

Página | 8

Patrícia

O neurónio da dopamina também contém receptores opiáceos. As endorfinas ligam-se não apenas ao neurónio GABA mas também ao neurónio da dopamina. Neste caso a ligação impede a libertação de dopamina.

As endorfinas podem estimular e inibir. Em condições normais ajudam a manter o equilíbrio do sistema.

O papel da heroína na produção de prazer

A heroína altera as condições normais, como podes ver a seguir:

-O organismo transforma a heroína em morfina.

A morfina mimetiza (imita) a função das endorfinas e liga-se aos receptores do neurónio GABA, impedindo a libertação de GABA. Á medida que as reservas de GABA diminuem, o neurónio da dopamina pode libertar mais dopamina. Estimulado o centro de prazer, o indivíduo tem a sensação de prazer.

Em comparação com as endorfinas, a morfina demora mais tempo a ser eliminada (ver a morfina verde no canto superior direito). Este tempo permite uma demora do processo de prazer. A libertação de dopamina permanece excessivamente alta e as sensações de prazer persistem durante bastante tempo. As endorfinas naturais não são aditivas porque são imediatamente transformadas após a sua ligação com os receptores. Elas não ficam em contacto com os receptores a tempo suficiente para criar tolerância.

A morfina também estabelece ligação ao neurónio da dopamina, mas não consegue controlar a libertação de dopamina (ver a morfina verde no canto inferior esquerdo).

A Dor

A heroína tem também efeitos no alívio da dor.

Condições normais no alívio da dor

O neurónio da substância P transmite sinais de dor libertando a substância P. O axónio do neurónio da substância P contém receptores de opiáceos assim como a substância P. A substância P é armazenada nas vesículas da extremidade do axónio.

Quando um estímulo atinge o terminal do axónio, as vesículas fundem-se com a parede do neurónio. Consequentemente é libertada a substância P para o espaço entre os neurónios (sinapse).

Liga-se aos receptores do neurónio adjacente. A ligação prolonga o sinal de dor.

Page 9: As Drogas e o cerebro

Página | 9

Patrícia

No caso da dor se tornar bastante severa o corpo protege-se libertando endorfinas naturais. As endorfinas ligam-se aos receptores de opiáceos no axónio do neurónio da substância P. Este processo atenua o sinal da sor.

De seguida as endorfinas libertam-se do receptor e são eliminadas imediatamente. As endorfinas naturais não são aditivas porque não ficam em contacto com os receptores o tempo suficiente para criar tolerância.

O papel da heroína no alívio da dor

A heroína altera estas condições normais da seguinte forma:

No organismo a heroína é transformada em morfina. Numa primeira instância a morfina actua de forma idêntica à das endorfinas. A morfina liga-se aos receptores do neurónio no axónio da substância P e bloqueia a libertação da substância P. O sinal de dor é interrompido.

Na fase seguinte a morfina bloqueia a recepção da substância P pelos receptores do neurónio adjacente. Qualquer substância P que seja libertada não encontra receptores para estabelecer ligação. Desta forma, não consegue fazer o seu trabalho.

A morfina abandona o receptor e é eliminada lentamente. A grande diferença existente entre a heroína e as endorfinas reside no facto da heroína funcionar mais intensa e prolongadamente que as endorfinas.

As endorfinas são produzidas pelo organismo e são eliminadas rapidamente. O que significa que existe um reduzido risco de adição.

Respiração

A consequência mais grave da overdose de heroína é a sufocação. Tal acontece devido aos efeitos que a heroína tem a nível do ritmo respiratório.

O ritmo respiratório é regulado pelos neurónios na haste do cérebro. Seja de dia ou de noite estes neurónios recebem informação relativamente ás quantidades de oxigénio e dióxido de carbono existentes no sangue. Em caso de se registar uma baixa de oxigénio e um excesso de dióxido de carbono, os neurónios enviam sinais aos músculos respiratórios para que se contraíam. Os pulmões incham permitindo a entrada de mais oxigénio. O contrário também é possível.

A heroína altera esta situação.

Os neurónios que regulam a respiração contêm receptores de opiáceos. Depois do organismo converter a heroína em morfina, a morfina pode ligar-se a estes receptores. Esta ligação conduz a uma supressão do sinal de transmissão aos músculos respiratórios. A respiração abranda.

No caso de overdose de heroína, a supressão da respiração é tão poderosa que os pulmões abrandam até pararem. É impossível respirar e sufocas.

Outros efeitos

Os receptores de endorfinas e morfina podem ser encontrados em vários locais no cérebro.

Page 10: As Drogas e o cerebro

Página | 10

Patrícia

Pupilas

A dilatação das pupilas dos olhos é regulada por várias áreas do cérebro. Estas áreas contêm muitos receptores de endorfinas e opiáceos. Facto que explica a dilatação das pupilas causada pela heroína.

O aparelho gástrico-intestinal O aparelho gastro-intestinal também contém um elevado número de receptores opiáceos. A heroína inibe a função bowel (função intestinal). Os adictos de heroína sofrem muitas vezes de prisão de ventre (no passado o ópio era usado para controlar a diarreia).

Vómitos

A heróina estimula o centro de náusea-vómito existente no cérebro. Quando alguém consome opiáceos dois dos efeitos iniciais mais prováveis são as náuseas e os vómitos.

Tosse

A heroína deprime o centro de tosse existente no cérebro.

Adição

O uso continuado da heroína diminui as capacidades naturais do organismo que conduzem à libertação da dopamina. Tornas-te incapaz de sentir prazer sem recorrer a drogas. O que te faz desejar consumir heroína imediatamente.

Conclusão

Os efeitos mais significativos da heroína são o prazer, o alívio da dor e a depressão do ritmo respiratório. A heroína provoca estes efeitos devido à ligação que estabelece com os receptores de opiáceos. As consequências podem ser devastadoras. A adição instala-se após um contínuo estímulo do centro de prazer do cérebro. Em casos extremos podes morrer devido à depressão do reflexo respiratório.