as algas microscópicas -...
TRANSCRIPT
Setembro 2013 http://oceancolor.gsfc.nasa.gov/cgi/l3
3
As algas microscópicas – o fitoplâncton Tal como as plantas possuem um pigmento central na fotossintese a Clorofila a
Produtores primários
4 http://www.globalchange.umich.edu/globalchange1/current/lectures/kling/energyflow/energyflow.html
Importância do fitoplâncton para a produtividade primária do planeta
•Representam <1% da biomassa fotossintética do planeta •Representam cerca de 45 % da Produção Primária líquida annual
Luz - energia solar
‘The Earth is a microbial planet, on which macro-organisms are recent additions — highly interesting and extremely complex in ways that most microbes aren’t, but in the final analysis relatively unimportant in a global context.’ Mark Wheelis In: Forney et al 2004, Current Opinion in Microbiology 7:210-220 5
6
•Absorção diferencial do espectro de luz visível na água •A quantidade e qualidade da luz limita a distribuição do fitoplâncton à zona eufótica (200 m nas águas mais límpidas)
7 Valiela, 1995
Exemplo percentagem de luz incidente, em profundidade, para os diferentes comprimentos de onda
Percentagem Luz incidente (%)
Águas Oceânicas Águas Costeiras
Pro
fun
did
ade
(m)
Qualidade da Luz
Espectro de acção
da fotossíntese
Espectro de
absorção dos vários
pigmentos
Clorofila a – pigmento comum a todos os organismos fotossintéticos – centro de reacção Pigmentos acessórios- absorvem em regiões complementares do espectro luminoso
8
Adaptação cromática na cianobactéria do fitoplâncton Synechoccocus
A adaptação cromática (alteração da composição em pigmentos) permite a algumas microalgas funcionarem como verdadeiros camaleões capazes de se adaptarem e colonizarem tanto as águas verdes costeiras como as águas azuis do largo.
© Frédéric Partensky & Laurence Garczarek 9
• Colonizam a zona eufótica • Maioria unicelulares ou coloniais • Dimensões entre 0,4 µm – 200 µm (1 µm = 1/1000 mm)
• Microplâncton: 20-200 µm • Nanoplâncton: 2-20 µm • Picoplâncton: 0,2-2 µm
• Pertencem a grupos evolutivamente muito diversos: Domínios Bacteria (células procariotas) e Eukarya (células eucariotas)
Fitoplâncton do grego Phyton (planta) e Planktos (errante)
Esquema de ultraestrutura de uma célula eucariota fotossintética. Graham e Wilcox 2000, fig. 13.43
Célula procariota fotosintética em microscopia electrónica de transmissão (Prochlorococcus sp. www.sb-roscoff.fr)
10
Como Estudamos?
• O Pico-plâncton
100 101 102 103 104
FL3-H
eig
ht
10
010
110
210
310
4
SSC-Height
Clo
rofi
la
Dimensão
Pigment o fotossintético?
Sonda
molecular
Núcleo
Microscopia electrónica
Métodos moleculares
Citometria de fluxo
Como Estudamos?
• O Micro-, Nano- e Pico-plâncton
+ Culturas, estudos: •Morfologia e/ou diversidade genética • Ultra-estrutura
• Ciclo de vida
• Fisiologia
• Toxicologia
• Ensino e demonstração
• outros ?
Como Estudamos?
• O Micro- e Nano-plâncton
+ Microscopio óptico
Epi-fluorescência Contraste de fase
Campo claro
Que grupos ocorrem no Fitoplâncton?
Diversidade específica << produtores 1os terrestres Diversidade filogenética elevada – grupo polifilético
(Falkowski et al., 2004. The evolution of modern eukaryotic phytoplankton. Science vol 305 (5682) : 354 - 360)
Quem são? Bacteria – Cianobacteria unicelulares
Synechococcus – muito abundante e ubíqua nos oceanos - 0,6 µm à 1,6 µm; descrita em 1979 pela 1ª vez.
Prochlorococcus – possivelmente o organismo mais abundante do planeta - 0,6 µm; Descrita em 1985,ocorre desde 40 °N a 40 °S em toda a zona fótica
17
Bacteria- Cianobacteria (cont.)
Trichodesmium – forma filamentosa, fixadora de azoto atmosférico, ocorre em águas tropicais pobres em azoto
Geographe Bay, Australia; bloom on surface of water. John Huisman. © John Huisman 18
Grupos dominantes microplâncton plataforma Grupo picoplâncton águas oceânicas e plataforma
Eukarya
19 Fehling et al. 2007
Os Dinoflagelados
•Formas planctónicas e bentónicas
• De vida livre, simbiontes ou parasitas
•Formas autotróficas, heterotróficas e mixotróficas (50:50)
•Tipicamente com 2 flagelos, um prependicular ao outro
•Revestimento celular característico - o amfiesma - com ou
sem deposições de celulose
•Ciclo de vida com diferentes formas
•Nalgumas espécies as estruturas de resistência fossilizam
23
Mixotrofia em dinoflagelados
Clepto-cloroplastos
http://www.alfskovgaard.dk/photos/index.htm
Sindrome de intoxicação paralisante por marisco PSP – Paralytic Shellfish Poisoning
Espécies na costa Portuguesa
Gymnodinium catenatum Alexandrium minutum
Dinophysis acuta
Síndrome de intoxicação diarreica por marisco DSP – Diarrhetic Shelfish Poisoning
Espécies na costa Portuguesa
Dinophysis acuminata Dinophysis caudata
•Formas planctónicas e bentónicas
• De vida livre e simbiontes
•Formas maioritariamente autotróficas
•Principal característica - parede celular de silica (caixas de vidro)
•Formas unicelulares ou coloniais – grande diversidade – cerca de
40% das espécies de fitoplâncton descritas
•Sem flagelos, salvo as células reprodutoras
•Adaptações morfológicas nas células e colónias para aumentar
flutuabilidade
•A parede celular potencial fossilização
32
As Diatomáceas
http://rbg-web2.rbge.org.uk/algae/auxospores/LifeCycle_vegetative.html
Exemplo ciclo de vida de uma diatomácea
Pseudo-nitzschia fraudulenta (isolada da Baía de Cascais)
Trabalho realizado no âmbito da bolsa BII do aluno Francisco Martins
38
Amnesic Shellfish poison (ASP)
Síndrome de intoxicação amnesica por marisco ASP – Amnesic Shelfish Poisoning
Espécies na costa Portuguesa
Pseudo-nitzschia multiseries
Pseudo-nitzschia australis
39
• Formas planctónicas, flageladas ( normalmente 2 flagelos) de
vida livre
• Formas autotróficas
•Presença de um prolongamento característico o haptonema
•Unicelulares
• Nanoplâncton (2-20 µm)
• Revestimento celular com placas de carbonato de cálcio - os
cocólitos
•Cocólitos potencial fossilização
Entre as Haptófitas grupo dos Cocolitóforos Kokkos (esfera, baga) + Lithos (rocha)
As Haptófitas
Cocolitóforos e cocolitos soltos vistos ao microscópio óptico equipado com
epifluorescência (200x) (courtesy of Dr. B. Balch) http://greatbeltresearchcruise.com/day-16-under-the-microscope/
Ciclo de vida
Cocosfera combinada
file:///D:/INA%20WebSite/terminology/1general.htm
• Haploide
• Flagelada
• Deposição externa de
calcite
• Presença de escamas
orgânicas
Fase Holococolito
Calcidiscus leptoporus
Anteriormente considerada Syracolithus quadriperforatus
Fase Heterococolito
• Diploide
• Sem flagelos
• Os cocolitos são
produzidos internamente
em vesículas
http://www.noc.soton.ac.uk/soes/staff/tt/eh/secretion_video.html
Formação dos cocolitos em vesículas do sistema de Golgi
Discosphaera tubifera Scyphosphaera apsteinii Helicosphaera carteri
SEM
(co
cosf
era)
M
OC
luz
po
lari
zad
a (l
ito
s)
fonte URL: Young, J.R., Bown P.R., Lees J.A. (eds) Nannotax website. International Nannoplankton Association. 23 Sept 2012. URL: http://nannotax.org
Falésias brancas de Dover, UK
Watznaueria barnesae
Periphyllophora mirabilis Michaelsarsia elegans Syracosphaera nodosa
Imagem de satélite de um “bloom” de Emiliania huxleyi na costa Sul de Inglaterra
Landsat image from 24th July 1999, courtesy of Steve Groom, Plymouth Marine Laboratories. http://www.noc.soton.ac.uk/soes/staff/tt/eh/satbloompics.html
A cor de leite é devida à reflexão da luz por milhões de pequenos cocolitos dispersos na água - declínio do bloom por infecão com vírus?
Photo from K. Hiscock, Marine Biological Association of the UK
46
• Importância no fluxo de matéria orgânica para as cadeias tróficas superiores e para as zonas profundas do oceano
• Importância fundamental nos ciclos biogeoquímicos e na regulação do clima (e.g. fixação de CO2 ) De Vargas et al . 2007
Considerações finais
• O fitoplâncton tem uma elevada diversidade evolutiva e funcional
• É responsável por cerca de 50% da produção primária global
• Desempenha um papel fundamental no funcionamento dos ecossistemas marinhos
• Desempenha um papel fundamental na regulação dos ciclos biogeoquímicos da Terra
• Tem interesse em muitas áreas da Biologia nomeadamente na compreensão dos processos evolutivos
• Compreender o seu funcionamento é fundamental para o desenvolvimento sustentável do planeta
Referências • Imagens, maioria retiradas de: http://planktonnet.awi.de e de www.sb-
roscoff.fr • Adl, S.M., e 28 co-autores (2005). The new higher classification of
eukaryotes with emphasis on the taxonomy of protists. J. Eukaryot. Microbiol. 52: 399-451.
• De Vargas, C. et al. (2007). Origin and Evolution of Coccolithophores: from coastal hunters to oceanic farmers. In: Evolution of Primary Producers in the Sea, Falkowski, P. G.& Knoll, A.H. , Elsevier.
• Falkowski, P. G.( 2002). The Oceans´Invisible Forest. Marine phytoplankton play a critical role in regulating the earth’s climate. Could they also be used to combat global warming? Scientific American, August 2002, 54-61.
• Falkowski, P.G., Katz, M.E., Knoll, A.H., Quigg, A., Raven, J.A., Schofield, O., Taylor, F.J.R. (2004). The evolution of modern eukaryotic phytoplankton. Science 305(5682): 354-360.
• Fehling, J., D. Stoecker, S. L. Baldauf (2007). Photosynthesis and the eukaryotic tree of life. In: Evolution of Primary Producers in the Sea, Falkowski, P. G.& Knoll, A.H. , Elsevier.
• Simon, N., A.-L. Cras, E. Foulon, R. Lemée (2009). Diversity and evolution of marine phytoplankton. C.R. Biologies 332: 159-170.
48
http://www.alfskovgaard.dk/photos/index.htm (Mixotrofia) http://fitopasion.blogspot.pt/ (Fitoplâncton geral) http://protozoa.uga.edu/portal/images/movies/Tillmann/F_subglobosum.mpg (Videos) http://www.youtube.com/watch?v=yGcPqi8VuFo (Dinophysis tripos a comer Myrionecta, IEO) http://www.youtube.com/watch?v=cq3SBoCHPP4 (Dinophysis e Myrionecta, Park) http://siobiolum.ucsd.edu/dino_bl.html (Bioluminiscência)
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Campo Grande
1749 - 016 Lisboa PORTUGAL
Tel. (+351) 217 500 148 Fax. (+351) 217 500 009
http://co.fc.ul.pt [email protected]
Muito obrigada
50