areas de competitividade

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DETERMINANTES DA COMPETITIVIDADE EMPRESARIAL NAS ÁREAS METROPOLITANAS DE LISBOA E PORTO 1 DETERMINANTS OF COMPANY COMPETITIVENESS IN THE METROPOLITAN AREAS OF LISBON AND OPORTO Autora: Manuela Magalhães Hill - Professora Associada do Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa RESUMO: O artigo analisa factores associados com competitividade na indústria transformadora portuguesa obtidos a partir de um questionário aplicado a uma amostra representativa de empresas das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Através da regressão logística, foram encontrados cinco factores de competitividade comuns às duas áreas, os quais conseguiram predizer correctamente se uma empresa pertencia ao grupo mais competitivo ou ao grupo menos competitivo em pouco mais de 70% das empresas. Encontraram-se ainda factores “regionais” associados com competitividade, ou seja, factores importantes para uma área mas não para a outra. Na globalidade, a competitividade surgiu associada com a inovação, com a eficiência na produção, com o sistema remuneratório e custos salariais, com o uso e gestão dos recursos humanos e com a utilização de serviços externos. PALAVRAS- CHAVE: l l Competitividade, indústria transformadora nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, regressão logística. ABSTRACT: l l Factors associated with competitiveness in the Portuguese manufacturing industry were investigated using questionnaire data from representative samples of companies in the Metropolitan Areas of Lisboa and Porto. Logistic regression revealed five factors common to competitiveness in the two areas. These correctly predicted company status (Low competitive/High competitive) for a little over 70% of all companies. In addition, “regional” factors were found related to competitiveness in one area but not the other. Overall, competitiveness was associated with Innovation and production efficiency, payment systems and salary costs, use and management of human resources and the use of external services. KEY-WORDS: l l Competitiveness, manufacturing industry in the Lisbon and Oporto metropolitan areas, logistic regression. 1 O estudo aqui desenvolvido tem como ponto de partida a pesquisa realizada no DINÂMIA – Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconémica, do ISCTE, no âmbito de um projecto mais abrangente sobre Competitividade e exclusão social nas áreas metropolitans de Lisboa e Porto, subsidiado pela FCT, programa PRAXIS, e levado a cabo por três instituições , DINÂMIA e CIES do ISCTE e Instituto de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

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DETERMINANTES DA COMPETITIVIDADE EMPRESARIAL NAS ÁREASMETROPOLITANAS DE LISBOA E PORTO

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  • DETERMINANTES DA COMPETITIVIDADE EMPRESARIAL NAS REASMETROPOLITANAS DE LISBOA E PORTO1

    DETERMINANTS OF COMPANY COMPETITIVENESS IN THEMETROPOLITAN AREAS OF LISBON AND OPORTO

    Autora: Manuela Magalhes Hill- Professora Associada do Instituto Superior de Cincias do Trabalho e da Empresa

    RESUMO:

    O artigo analisa factores associados com competitividade na indstria transformadoraportuguesa obtidos a partir de um questionrio aplicado a uma amostra representativa deempresas das reas metropolitanas de Lisboa e Porto. Atravs da regresso logstica, foramencontrados cinco factores de competitividade comuns s duas reas, os quaisconseguiram predizer correctamente se uma empresa pertencia ao grupo mais competitivoou ao grupo menos competitivo em pouco mais de 70% das empresas. Encontraram-seainda factores regionais associados com competitividade, ou seja, factores importantespara uma rea mas no para a outra. Na globalidade, a competitividade surgiu associadacom a inovao, com a eficincia na produo, com o sistema remuneratrio e custossalariais, com o uso e gesto dos recursos humanos e com a utilizao de serviosexternos.

    PALAVRAS-CHAVE:

    ll Competitividade, indstria transformadora nas reas metropolitanas de Lisboa e Porto,regresso logstica.

    ABSTRACT:

    ll Factors associated with competitiveness in the Portuguese manufacturing industry wereinvestigated using questionnaire data from representative samples of companies in theMetropolitan Areas of Lisboa and Porto. Logistic regression revealed five factors commonto competitiveness in the two areas. These correctly predicted company status (Lowcompetitive/High competitive) for a little over 70% of all companies. In addition,regional factors were found related to competitiveness in one area but not the other.Overall, competitiveness was associated with Innovation and production efficiency,payment systems and salary costs, use and management of human resources and the use ofexternal services.

    KEY-WORDS:

    ll Competitiveness, manufacturing industry in the Lisbon and Oporto metropolitan areas,logistic regression.

    1 O estudo aqui desenvolvido tem como ponto de partida a pesquisa realizada no DINMIA Centro de

    Estudos sobre a Mudana Socioeconmica, do ISCTE, no mbito de um projecto mais abrangente sobreCompetitividade e excluso social nas reas metropolitans de Lisboa e Porto, subsidiado pela FCT, programaPRAXIS, e levado a cabo por trs instituies , DINMIA e CIES do ISCTE e Instituto de Sociologia daFaculdade de Letras da Universidade do Porto.

  • 1. INTRODUO

    Portugal frequentemente apelidado de pas intermdio por se encontrar num estadode transio entre uma economia predominantemente agrcola e uma outra onde a indstriatransformadora desempenha um papel importante. O ser membro da Unio Europeia e aevoluo para uma globalizao da economia faz com que, para ser eficaz no seu papel, aindstria transformadora portuguesa tenha de ser competitiva tanto no mercado interno comono mercado externo. Nos pases mais industrializados, a produtividade e a competitividadedependem de vrios factores tais como a capacidade para inovar (Ghodhal, Bartlett & Moran,2000), maior investimento em novas tecnologias, maior investimento em I&D (Kald &Nilsson, 2000) e boa gesto dos recursos humanos (West and Patterson, 1999). Mas no claro o modo como, num pas intermdio como Portugal, estes factores esto associados comcompetitividade. Foi esta a razo do estudo cujos resultados aqui apresentamos. Este estudofoi desenvolvido sobre a indstria transformadora nas reas metropolitanas de Lisboa (AML)e Porto (AMP) e os principais objectivos so:

    (1) Determinar a natureza dos principais factores associados com competitividade nasduas reas metropolitanas em conjunto (factores gerais)

    (2) Determinar se h factores regionais, ou seja, se determinantes da competitividadenuma rea e no na outra, atravs de anlises separadas.

    2. MTODO

    A amostra

    O estudo teve como populao alvo as empresas da indstria transformadoraportuguesa com mais de 10 trabalhadores localizadas nas reas metropolitanas de Lisboa ePorto e constantes da base BELEM (Base de estabelecimentos e empresas) de 1998 do INE.A amostra seleccionada constituda por 678 empresas e representativa em termos dedimenso da empresa, sector de actividade (CAE a 2 dgitos) e rea metropolitana.

    Os dados

    Os dados foram recolhidos em 1999 por meio de dois questionrios: um deles continha85 questes cobrindo seis reas: caracterizao da empresa (incluindo informao sobre o tipode tecnologias utilizadas), actividades de I&D, gesto dos recursos humanos, organizao daempresa e contedo do trabalho, e relaes profissionais; o outro continha 15 questesdirigidas especificamente ao empresrio ou gestor da empresa.

    O indicador de competitividade

    A literatura (ver, p. ex., Lana, 2000), aponta para que a competitividade das empresaspossa ser medida em termos do ganho de quotas de mercado, do crescimento da empresa ouda sua rendibilidade. Por ser muito difcil dispor de informao sobre a quota de mercado dasempresas e outras variveis deste tipo2, o indicador de competitividade aqui definido ocash flow em 1998 por trabalhador. Em rigor, este mais um indicador de performance daempresa do que de competitividade. Mas, se consideramos que uma empresa que apresenteum elevado rcio cash flow/dimenso pode ser tida como competitiva, caso contrrio, a suaquota de mercado tende a baixar e, por consequncia, a sua performance, parece-nos assim 2 Entenda-se por quota de mercado o rcio entre o crescimento das vendas da empresa e o crescimento do

    respectivo mercado. So duas as razes porque quase impossvel obter informao sobre a quota de mercadodas empresas. Primeiro, a maior parte das empresas , se que dispem desta informao , relutante emfornec-la, e segundo, as empresas que exportam (e 53% das empresas da amostra vendem para exportao),fazem-no para mercados diversificados em diferentes pases e as bases de dados disponveis no contminformao sobre este tipo de quota de mercado por empresa.

  • razovel utilizar cash flow/dimenso da empresa como um indicador indirecto decompetitividade.

    O rcio cash flow/dimenso uma varivel mtrica mas no apresenta distribuionormal ( positivamente assimtrica e muito leptocrtica). Deste modo, as empresas foramdicotomizadas em dois grupos (competitividade Alta e competitividade Baixa). Como estavarivel vai ser utilizada como critrio principal na anlise estatstica, usou-se a partio pelomtodo dos grupos extremos, ou seja, retiraram-se da amostra 6% de empresas situadas emtorno da mediana da distribuio. Tem-se assim que um dos grupos (grupo decompetitividade Baixa) contm empresas com valores do indicador mtrico inferiores aopercentil 47 e o outro (grupo de competitividade Alta) contm empresas com valoressuperiores ao percentil 53. Este mtodo mais vantajoso que a simples partio pela medianapois faz com que os grupos obtidos difiram mais um do outro em termos da medidaconsiderada na dicotomizao. A representatividade da amostra dos grupos extremos foiinvestigada.

    Os testes de bondade de ajustamento mostram que a amostra reduzida adequadamenterepresentativa em termos de sector de actividade tanto para as duas reas metropolitanas emconjunto (c2 = 20,25, P = 0,50) como para a AML (c2 = 15,88, P = 0,80) ou para a AMP (c2 =13,59, P = 0,90). Em termos do nmero de pessoas ao servio tem-se uma boa correlaoentre as amostras reduzidas e a amostra inquirida [r = 0,864 (P < 0,0001) para as duas reasmetropolitanas em conjunto, r = 0,845 (P < 0,0001) para a AML e r = 0,881, (P < 0,0001)para a AMP ].

    Os outros indicadores utilizados

    Quatro novos indicadores foram construdos por forma a reduzir o nmero de variveisusadas nas anlises estatsticas - indicadores de inovao, de intensidade das tecnologias deinformao, de mudana organizacional ocorrida nos ltimos cinco anos e de mudana nagesto dos recursos humanos introduzida nos ltimos dois anos. Cada um destes indicadores a primeira componente resultante da aplicao de uma anlise de componentes principaisno linear a variveis medidas em escalas ordinais dicotmicas. A percentagem de varinciaque cada um dos factores explica, a fiabilidade interna (Cronbachs alpha) e o nmero devariveis que entram em cada factor so:

    Inovao (32,8%: a = 0,764; 11 variveis combinadas) Intensidade das tecnologias de informao (27,2%: a = 0,757; 12 variveis

    combinadas)

    Mudana organizacional (40,7%: a = 0,632; 5 variveis combinadas) Mudana na gesto de recursos humanos (31,3%: a = 0,612; 7 variveis

    combinadas)

    Para alm destes quatro indicadores, trs outros conjuntos de variveis foram sujeitos aanlises de componentes principais separadas. O primeiro diz respeito a servios adquiridos aterceiros, o segundo a caractersticas que a empresa considera serem a sua vantagemcompetitiva e o terceiro estrutura organizacional da empresa. Cada conjunto de variveisdeu lugar a 4 componentes principais que vo ser usadas como variveis explicativas nasanlises estatsticas que a seguir se apresentam.

    Anlises estatsticas dos dados

    Para encontrar os principais factores associados com competitividade, tanto para asduas reas metropolitanas em conjunto (objectivo 1) como para cada uma das reas emseparado (objectivo 2), preciso definir o que um factor principal associado comcompetitividade. Para evitar o uso de uma opinio subjectiva consideram-se factoresprincipais aqueles que contribuem significativamente para discriminar as empresas maiscompetitivas das menos competitivas. Como os dados no satisfaziam os pressupostos da

  • anlise discriminante, e como algumas das variveis independentes eram no mtricas, adiscriminao foi feita usando a regresso logstica binria (mtodo forward LR). Aplicaram-se trs regresses, uma para as duas reas metropolitanas em conjunto e as outras duas paracada uma das reas em separado.

    Os quatro indicadores acima referidos foram usados nas regresses logsticasjuntamente com um grupo de variveis adicionais (incluindo as componentes principais acimareferidas) para uma primeira seleco de variveis explicativas. Este procedimento tornou-senecessrio por causa do elevado nmero de potenciais variveis independentes em relao aonmero de casos. Esta pr-seleco de variveis foi feita seleccionando pelo menos umavarivel adicional relativa a cada uma das partes principais dos questionrios: Caracterizaoda empresa, Investigao e Desenvolvimento (I&D), Recursos humanos, organizao daempresa e contedo do trabalho, Relaes profissionais e Inqurito aos empresrios.

    O critrio usado para seleccionar as variveis foi o seguinte:Variveis no mtricas: a varivel tinha de ter uma associao significativa com acompetitividade ao nvel P

  • mtodo apresentou um bom ajustamento aos dados (c2 = 9,140; g.l. = 8; P = 0,331). Obteve-se uma predio correcta de 75,0% para a subamostra A, e de 72,1% para a subamostra B.

    O modelo deduzido para as duas reas metropolitanas agregadas apresentou umapredio correcta para 71,3% das empresas na AML (70,2% de predio correcta para asempresas do grupo competitividade Baixa e 72,1% para as empresas do grupocompetitividade Alta) e uma predio correcta para 74,6% das empresas da AMP (77,5% dasempresas do grupo competitividade Baixa e 70,5% das empresas do grupo competitividadeAlta).

    Deste modo, podemos concluir que o modelo de regresso tecnicamente adequadopois ajustou-se bem aos dados, produziu uma boa validao cruzada e mostrou validadepreditiva razovel. Foi particularmente interessante verificar que a validade preditiva eraaproximadamente a mesma para as duas reas metropolitanas (f = 0,420; P < 0,0001 na AMLe f = 0,480; P < 0,0001 na AMP). A adequacidade tcnica do modelo suporta a concluso deque as cinco variveis includas representam factores importantes de competitividade.

    O perfil das empresas mais e menos competitivas

    Examinemos agora mais em pormenor os cinco factores encontrados com o objectivode desenvolver uma panormica mais detalhada de como que as empresas mais competitivasdiferem das menos competitivas em termos destes factores. O Quadro 1 apresenta os valoresmdios para os indicadores intensidade de tecnologias de informao e inovao, e para avarivel percentagem dos custos salariais em relao aos custos totais de explorao. Omesmo quadro apresenta a percentagem de empresas que utilizam a tcnica de planeamentodas necessidades de produo MRP e a percentagem que costuma recorrer a outros serviosde uma universidade para alm do recrutamento de jovens licenciados.

    Os resultados apresentam um padro idntico para as duas reas metropolitanas e osvalores absolutos so muito semelhantes nas duas reas. O grupo mais competitivo emmdia mais inovador do que o menos competitivo, possui mais tecnologia de informao,tende a usar mais a tcnica MRP no planeamento das necessidades de produo e tende a usarmais os servios das universidades para outros fins que o recrutamento de quadros. Por outrolado, o rcio custos salariais/custos totais mdio no grupo mais competitivo significativamente inferior ao do menos competitivo,.

    Quadro 1 - Valores mdios e percentagens dos factores associados com competitividade

    LISBOA

    Competitividade

    PORTO

    Competitividade

    AS DUASREAS

    CompetitividadeFACTOR DE COMPETITIVIDADE

    Baixa Alta Baixa Alta Baixa Alta

    Intensidade das tecnologias deinformao

    (valor mdio) -0,09 0,43 -0,23 0,32 -0,17 0,39

    Inovao

    (valor mdio) 4,75 5,30 4,82 5,27 4,79 5,29

    Utilizao da tcnica deplaneamento e gesto de produoMRP

    (percentagem das empresas) 24,2 % 39,9 % 17,7 % 38,6 % 20,6 % 39,4 %

    Percentagem dos custos salariaisem relao aos custos totais deexplorao

    (percentagem das empresas) 33,0 % 24,1 % 38,0 % 20,2 % 35,7 % 22,5 %

  • A empresa costuma recorrer aoutros servios da universidade

    (percentagem das empresas) 11,1 % 20,3 % 7,3 % 21,6 % 9,0 % 20,8 %

    Tentando ir um pouco mais alm, constata-se que (ver Quadro 2), considerando as duasreas em conjunto, mais provvel que sejam as empresas mais competitivas a possurem asseguintes tecnologias de informao especficas: Computadores de mdio e grande porte,componentes robotizados, equipamento CAD, equipamento CAD/CAM, rede de comunicaoentre postos de trabalho, controlo automatizado de seces fabris e gesto assistida porcomputador. O Quadro 2 mostra ainda que, em geral, o mesmo resultado se verifica qualquerque seja o escalo de dimenso da empresa.

    Quadro 2 - Percentagem de empresas com vrios tipos de tecnologia de informao por grupode competitividade

    (anlise por dimenso da empresa)

    DIMENSO DA EMPRESA (N de trabalhadores)

    < 50 (50 100) (101 200) > 200

    Competitividade Competitividade Competitividade Competitividade

    TIPO DEEQUIPAMENTO

    Baixa Alta Baixa Alta Baixa Alta Baixa Alta

    Computador demdio/grande porte 16,7 38,2 39,6 54,3 43,3 68,2 65,8 76,7

    Rede de

    comunicao entrepostos de trabalho 15,7 40,8 47,2 67,4 56,7 56,8 68,4 83,3

    CAD 2,9 6,6 20,8 15,2 23,3 31,8 39,5 51,7

    CAD/CAM 1,0 0,0 3,8 8,7 0,0 22,7 21,1 28,3

    Gesto da produo

    assistida porcomputador 4,9 17,1 22,6 34,8 26,7 43,2 50,0 63,3

    Controlo

    automatizado deseces fabris 1,0 7,9 1,9 21,7 10,0 27,3 23,7 41,7

    Componentesrobotizados 4,9 5,3 9,4 19,6 6,7 11,4 21,1 43,3

    Nota: Para cada escalo de dimenso de empresa e para cada tipo de equipamento, a percentagem deempresas que possuem equipamento maior para as empresas mais competitivas do que paraas menos competitivas, excepo das duas situaes que se encontram a bold.

    O indicador de inovao conjuga a inovao no produto com a inovao no processoprodutivo. Em termos de inovao no produto, o Quadro 3 mostra que nos cinco anos queantecederam o estudo, a percentagem de empresas mais competitivas que introduziu novosprodutos, melhorou os produtos existentes (mais em qualidade do que no desenho) e/ouintroduziu alteraes nas matrias primas do produto, foi significativamente maior que apercentagem de empresas menos competitivas. No mesmo perodo, foram tambm maisempresas mais competitivas a alteraram o processo produtivo.

    A relao entre inovao no produto e competitividade parece depender, at certoponto, do contexto em que se processa a inovao. Se a empresa introduziu produtos novosnos ltimos cinco anos, a probabilidade condicionada de ser mais competitiva 0,615, a qualaumenta para 0,763 se a empresa tiver um nvel elevado de tecnologia de informao (acima

  • da mediana) e usar a tcnica MRP no planeamento das necessidades de produo.Analogamente, se a empresa apenas melhorou os produtos, a probabilidade condicionada deestar no grupo mais competitivo 0,567, probabilidade esta que aumenta para 0,726 se aempresa tiver um elevado nvel de tecnologia de informao (acima da mediana) eparalelamente usar a tcnica MRP no planeamento das necessidades de produo.

    Quadro 3 - Percentagem de empresas que fizeram vrios tipos de inovao

    AML

    competitividade

    AMP

    competitividade

    AML & AMP

    competitividadeTIPO DA INOVAO

    Baixa Alta Baixa Alta Baixa Alta

    A empresa introduziu produtos

    completamente novos nos ltimos cincoanos. 27,3 34,8 18,5 36,4 22,4 35,4 **

    A empresa introduziu produtosmelhorados nos ltimos cinco anos 55,6 68,1 57,3 80,7 56,5 73,0 *

    Mudana nas matrias primas doproduto nos ltimos cinco anos 19,2 24,6 25,0 26,1 22,4 25,2

    Mudana no processo de fabrico doproduto nos ltimos cinco anos 28,3 37,7 19,4 39,8 23,3 38,5 **

    Mudana na qualidade do produto nosltimos cinco anos 38,4 55,1 41,9 58,0 40,4 56,2 *

    Mudana no design do produto nosltimos cinco anos 31,3 39,1 33,1 40,9 32,3 39,8

    Reestruturaes no processo produtivonos ltimos dois anos 32,3 47,1 35,5 39,8 34,4 44,2

    Criao de novos produtos /mudanano(s) produto(s) nos ltimos dois anos 28,3 44,2 27,4 34,1 27,8 40,3 *

    Nota: Os nmeros a bold e itlico indicam que a percentagem de empresas que faz inovao significativamente maior no grupo de competitividade Alta que no grupo de competitividade Baixa.

    (* = P < 0,05 and ** = P < 0,01).

    Os servios universitrios mais solicitados pelas empresas competitivas so consultoriae investigao aplicada, os quais so normalmente requeridos de maneira ad hoc para apoio resoluo de problemas, em particular, problemas ambientais. Existe contudo uma influnciada dimenso da empresa, 36,7% das empresas com mais de 200 trabalhadores usam estesservios em comparao com apenas 15,1% de empresas com menos de 200 trabalhadores.Os valores correspondentes para as empresas menos competitivas so 13,2% e 8,1%.

    3.2. A ANLISE PARA A REA METROPOLTANA DE LISBOA

    Para alm dos quatro indicadores intensidade da tecnologia de informao, inovao,mudana na gesto dos recursos humanos e inovao organizacional, entraram na anliseoutras 20 variveis, cinco das quais so combinaes ponderadas de variveis obtidas poraplicao da anlise de componentes principais ou anlise factorial.

    O modelo de regresso logstica final mostrou existirem cinco factores principais decompetitividade para as empresas da AML inovao organizacional, aquisio a terceirosde servios financeiros/formao (componente principal), percentagem de custos salariais emrelao aos custos totais de explorao, aumentos salariais individualizados considerando o

  • mrito/desempenho e importncia do preo do produto como vantagem concorrencial(componente principal). O teste de bondade de ajustamento de Hosmer-Lemeshow mostraexistir um bom ajustamento (c2 = 6,480; g.l. = 8; P = 0,594).

    A classificao dos casos

    Os cinco factores predizem correctamente, 71,4% das empresas da AML (70,0% dasempresas pertencentes ao grupo de competitividade Baixa e 72,6% das empresas pertencentesao grupo de competitividade Alta). O valor de Kappa para a classificao global foi 0,415 (P< 0,001) e o coeficiente de validade preditiva do modelo foi f = 0,417 (P < 0,0001).

    O perfil das empresas mais e menos competitivas

    O Quadro 4 diz-nos que em mdia significativamente mais provvel que as empresasmais competitivas pratiquem aumentos salariais individualizados baseados no mrito/desempenho e apresentem baixos rcios custos salariais/custos totais de explorao. Asempresas do grupo mais competitivo tambm efectuaram significativamente mais alteraesna organizao nos ltimos dois anos. Considerando as variveis que integram o indicador demudana organizacional, constata-se que quer as maiores empresas quer as mais pequenasdeste grupo tendem a criar novos procedimentos de planeamento, controlo e gesto daproduo. Para as empresas com menos de 200 trabalhadores significativamente maisprovvel que, nos ltimos dois anos, tenham sido as mais competitivas a descentralizar atomada de deciso, e/ou melhorar a circulao de informao, e/ou criar grupos de trabalho.

    Quadro 4 - Factores de competitividade para a rea metropolitana de Lisboa

    COMPETITIVIDADEFACTOR DE COMPETITIVIDADE

    Baixa Alta

    Aumentos salariais individualizados considerando o mrito/desempenho

    (% de empresas que fazem) 42,4 % 60,9 %

    Percentagem dos custos salariais em relao aos custos totais de

    explorao

    (valor mdio) 33,0 % 24,1 %

    Indicador:

    Inovao na organizao (valor mdio) - 0,146 0,495

    Aquisio a terceiros de vrios servios

    (valor mdio da Componente Principal) - 0,069 0,415

    Importncia do preo do produto como vantagem de concorrncia

    (valor mdio da Componente Principal) 0,281 - 0,201

    Para as maiores empresas (mais de 200 trabalhadores) significativamente maisprovvel serem as mais competitivas a criar novos departamentos ou seces.

    As empresas mais competitivas adquirem significativamente mais servios a terceiros.Este resultado , contudo, enganoso porque o modo como as empresas adquirem essesservios est a ser influenciado pela dimenso da empresa. Nas empresas com menos de 200trabalhadores mais provvel que as mais competitivas recorram a terceiros para servios deconsultoria tcnica, formao profissional ou consultoria financeira/auditoria, e menosprovvel que o faam no caso de servios de contabilidade. Nas empresas com mais de 200trabalhadores, no h associao significativa entre competitividade e o recurso a serviosexternos. A maioria das maiores empresas, quer sejam mais ou menos competitivas, utilizam

  • terceiros para consultoria financeira/auditoria, consultoria tcnica e formao profissionalmas apenas 10% o faz no que respeita a servios de contabilidade.

    O Quadro 4 mostra ainda que o grupo mais competitivo apresenta um valor mdionegativo e o menos competitivo um valor mdio positivo na componente principalimportncia do preo do produto como vantagem concorrencial. Acontece porm que amaioria das empresas tanto mais como menos competitivas considera que o preo dos seusprodutos uma vantagem competitiva importante ou muito importante que possuem, sendoque as empresas mais competitivas atribuem menos importncia ao preo do produto que asmenos competitivas.

    3.3. A ANLISE PARA A REA METROPOLTANA DO PORTO

    Para alm dos quatro indicadores, entraram na anlise outras 13 variveis, 2 das quaisso combinaes ponderadas de variveis obtidas por aplicao da anlise de componentesprincipais.

    O modelo de regresso logstica apresentou seis factores principais de competitividadepara as empresas da AMP mudana na gesto de recursos humanos, manuteno decontactos/relaes de cooperao com centros de I&D, utilizao da tcnica MRP noplaneamento das necessidades de produo, percentagem de custos salariais em relao aoscustos totais de explorao, aumento salarial geral de acordo com as convenes colectivasaplicveis e aumentos salariais individualizados considerando o contributo para osobjectivos da empresa. O teste de bondade de ajustamento de Hosmer-Lemeshow mostra queo ajustamento adequado (c2 = 13,227; g.l. = 8; P = 0,104).

    A classificao dos casos

    Os seis factores predizem correctamente 72,9% das empresas da AMP em termos decompetitividade Alta ou Baixa (72,5% para o grupo competitividade Alta e 73,3% para ogrupo competitividade Baixa). O valor de Kappa 0,452 (P < 0,001) e o coeficiente devalidade preditiva f = 0,454 (P < 0,0001).

    O perfil das empresas mais competitivas e menos competitivas

    As empresas mais competitivas mantm significativamente mais ligaes com centrosde I&D do que as menos competitivas, em particular, as que tm mais de 200 trabalhadores(66,7% mantiveram ligaes nos ltimos dois anos, sendo que destas 47,6% usaram oscentros para resolver problemas de produo). A competitividade tambm surge relacionadacom o planeamento de produo: uma percentagem significativamente maior de empresasmais competitivas usam a tcnica MRP no planeamento das necessidades de produo.

    O rcio mdio custos salariais/custos totais significativamente mais baixo no grupomais competitivo, sendo mais provvel que este grupo pratique aumentos salariaisindividualizados considerando o contributo para os objectivos da empresa, e menos provvelque pratique aumentos salariais gerais de acordo com as convenes colectivas aplicveis. Defacto, esta prtica de aumentos salariais est negativamente associada com competitividade naAMP.

  • Quadro 5 - Factores de competitividade para a rea metropolitana do Porto

    COMPETITIVIDADEFACTOR DE COMPETITIVIDADE

    BAIXA ALTA

    A empresa mantm contactos/relaes de cooperao com centros de I&D.

    (percentagem das empresas) 8,9 % 26,1 %

    Utilizao da tcnica MRP no planeamento das necessidades de produo.

    (percentagem das empresas) 17,7 % 38,6 %

    Percentagem de custos salariais em relao aos custos totais deexplorao.

    (valor mdio) 38,0 % 20,2 %

    Aumento salarial geral de acordo com as convenes colectivas aplicveis.(percentagem das empresas) 68,5 % 45,5 %

    Aumentos salariais individualizados considerando o contributo para osobjectivos da empresa.

    (percentagem das empresas) 21,8 % 43,2 %

    Indicador de Inovao em Recursos Humanos.

    (valor mdio) 4,820 5,208

    Foram as empresas mais competitivas que introduziram mais mudanas na gesto dosrecursos humanos. O Quadro 6 apresenta 7 variveis usadas na construo do indicador. Asempresas mais competitivas s diferem significativamente das menos competitivas em trstipos de mudana na gesto dos recursos humanos - seleco e recrutamento de pessoal,formas de divulgao da informao e condies de higiene e segurana no trabalho.

    Quadro 6 - Percentagem de empresas que nos ltimos dois anos praticou alterao na gestodos recursos humanos

    TODAS ASEMPRESAS

    EMPRESAS AT200

    TRABALHADORES

    EMPRESAS COMMAIS DE 200

    TRABALHADORES

    Competitividade Competitividade Competitividade

    TIPO DE INOVAO

    (Alteraes na gesto derecursos humanos nos ltimosdois anos) Baixa Alta Baixa Alta Baixa Alta

    Seleco e recrutamento depessoal 17,7 %

    *29,5 % 16,0 % 23,9 % 27,8 % 47,6 %

    Poltica de remuneraes 18,5 % 21,6 % 17,9 % 19,4 % 22,2 % 28,6 %

    Reduo do efectivo 27,4 % 23,9 % 24,5 % 14,9 % 44,4 % 52,4 %

    Poltica de promoes 4,8 % 8,0 % 4,7 % 6,0 % 5,6 % 14,3 %

    Poltica de formao profissional 16,9 % 23,9 % 10,4 % 16,4 % 55,6 % 47,6 %

    Formas de divulgao dainformao 6,5 %

    ***25,0 % 5,7 %

    **17,9 % 11,1 %

    **47,6 %

    Condies de higiene esegurana no trabalho 29,0 %

    **45,5% 24,5 %

    *38,8 % 55,6 % 66,7 %

    Nota: Nmeros a bold e itlico indicam que a diferena entre as empresas mais competitivas e menoscompetitivas significativa

    * = P < 0,05 ** = P < 0,01 *** = P

  • Inovao e eficincia na produo

    do conhecimento geral que a competitividade na indstria transformadora dos pasesmais industrializados depende em grande parte da inovao (Ghoshal, Bartlett e Moran,2000). Mas, para que uma empresa se mantenha ou torne competitiva no suficiente criarnovos produtos. Para conseguir vantagem competitiva atravs da inovao, a criao oumelhoria de novos produtos deve atingir o mercado na quantidade certa, na qualidade certa eem tempo certo. Para isso, importa que o planeamento da produo e o processo produtivosejam eficientes e, como Kald e Nilsson (2000) afirmam, a eficincia da produo nos pasestecnologicamente mais avanados tem aumentado grandemente com investimento emtecnologia da informao baseada em automao. Nas duas reas metropolitanas passa-se, emcerta medida, algo de semelhante, ou seja, as empresas mais competitivas so maisinovadoras em termos do desenvolvimento de produtos novos ou produtos melhorados (emespecial, melhoria na qualidade), usam mais tecnologias de informao do tipo automao oucontrolo automtico da produo e mtodos eficientes de planeamento das necessidades deproduo. preciso contudo no exagerar nestas semelhanas; a inovao no produto dasempresas mais competitivas foi mais em termos de melhoria nos produtos do que produtosnovos. Como positivo, observa-se a existncia de associao entre competitividade e o uso detecnologia da informao do tipo automao ou controlo automtico da produo tanto naspequenas ou mdias empresas como nas grandes empresas. Embora a percentagem depequenas ou mdias empresas competitivas a utilizar este tipo de tecnologia da produo sejaapreciavelmente mais pequena que a percentagem de grandes empresas na mesma situao, aevidncia conduz a um razovel reconhecimento das vantagens resultantes do investimentoem novas tecnologias da produo. Do ponto de vista nacional, isto encorajador pois adimenso mdia das empresas portuguesas pertencentes ao sector da indstria transformadora inferior s suas congneres nos pases mais industrializados.

    Salrios

    So dois os aspectos dos salrios associados com competitividade custos salariaiscomo percentagem dos custos totais e tipo de aumento salarial praticado. Em ambas as reas,o rcio mdio custos salariais/custos totais de explorao nas empresas mais competitivas significativamente mais baixo do que nas menos competitivas. No entanto, esse rcio apreciavelmente mais pequeno na AMP que na AML. Na AML o rcio para as empresas maiscompetitivas , em mdia, 73% do das empresas menos competitivas enquanto que, na AMP,o valor correspondente 53%.Tem-se assim que, em cada uma das reas, e em especial naAMP, as empresas mais competitivas tm em mdia uma vantagem sobre as menoscompetitivas em termos do peso dos seus custos salariais nos seus custos totais. Afirma-secom frequncia (veja-se p. ex., Rodrigues, 1991) que uma das vantagens competitivas daindstria transformadora portuguesa so os baixos custos da mo-de-obra. Esta conclusobaseia-se na comparao de Portugal com outros pases e, muito embora isso possa explicar,pelo menos em parte, a competitividade das empresas portuguesas que operam em mercadosde exportao, no consegue explicar o porqu de, em Portugal, as empresas competitivasapresentarem baixos rcios custos salariais/custos totais. Infelizmente, o nosso estudo noconseguiu mostrar isto. possvel que o maior investimento feito pelas empresascompetitivas em tecnologias de informao associadas com produo tenha feito aumentar oscustos totais e consequentemente baixar o rcio. Tambm possvel que as empresas maiscompetitivas (que so em mdia as maiores) paguem salrios mais baixos. Os dados quedispomos no nos permitem saber se qualquer um destes pontos se verifica pelo que necessrio prosseguir a investigao para tentar perceber quais as determinantes dos rcioscustos salariais/custos totais de explorao.

    Passando para o segundo aspecto dos salrios acima referido, observa-se que, emambas as reas metropolitanas, a competitividade est relacionada com um sistemaremuneratrio baseado num determinado tipo de critrio comportamental. Na AML, o critrio o mrito/desempenho enquanto que na AMP a contribuio para os objectivos da empresa.

  • Em contraste, aumentos gerais de acordo com as convenes colectivas aplicveis a grandesgrupos de trabalhadores apresentam-se negativamente relacionados com competitividade emambas as reas, embora apenas significativamente na AMP. Estes resultados socompreensveis em termos da motivao do trabalhador e da contribuio que isto possa terpara a competitividade da empresa. No h dvida que para uma empresa se tornar ou mantercompetitiva precisa de ter uma mo-de-obra motivada e a motivao depende de um conjuntode factores, inclusiv factores de natureza financeira. Do nosso ponto de vista, aumentossalariais praticados com base num dos critrios comportamentais acima referidos estorelacionados com competitividade porque so entendidos pelos trabalhadores como umreconhecimento do seu valor individual para a empresa, e tal reconhecimento uma fontepoderosa de motivao (Herzberg, Mausner e Snyderman, 1959). Por outro lado, aumentosgerais (em vez de individuais) de acordo com as convenes colectivas aplicveis tendem ano ser entendidos como um reconhecimento pela empresa pelo valor individual de cadatrabalhador. Tais aumentos podem ter como efeito reduzir ou prevenir a insatisfao dotrabalhador mas pouco provvel que tenham um efeito motivacional positivo necessrio auma empresa competitiva

    Recursos humanos

    Na AML, em particular nas pequenas e mdias empresas (

  • produtos. A criao de produtos novos requer um maior uso de actividades de I&D pontosuportado pela constatao de que 49,7% das empresas que desenvolveram actividades deI&D nos ltimos anos introduziram recentemente produtos completamente novos (emcomparao com 21,1% das empresas que no desenvolveram actividades de I&D). A AMPmantm mais ligaes com centros de I&D que a AML, o que sugere que I&D seja talvezmais importante naquela rea, sendo possvel que o uso de centros de I&D seja encaradocomo um mtodo mais efectivo em termos de custos de investimento em I&D:

    Em Lisboa, significativamente mais provvel que as pequenas e mdias empresasmais competitivas adquiram a terceiros servios de consultoria financeira/auditoria e deformao profissional mas no servios de contabilidade. A maioria das empresas com maisde 200 trabalhadores, quer sejam mais ou menos competitivas, adquirem a terceiros aquelesservios e servios tcnicos mas no servios de contabilidade. As razes deste facto no sobem claras, embora talvez possam estar relacionadas com o tipo de gestor da empresa. Muitoembora no se encontrem diferenas significativas em termos de idade ou antiguidade naempresa entre os gestores das empresas mais e menos competitivas com menos de 200trabalhadores, o facto que o nvel de instruo significativamente mais elevado nasempresas mais competitivas: 76,6% destes gestores tinham como habilitaes literrias oensino mdio/superior (ou mais) enquanto que com estas habilitaes h apenas 47,1% degestores nas empresas menos competitivas. Talvez os gestores com maior nvel de instruoconsiderem ser conveniente para a sua empresa disporem de um sistema de contabilidadeinterno para que possam fazer um acompanhamento sistemtico da posio financeira daempresa, e que a compra ocasional de outros servios especializados tais como formaoprofissional, consultoria financeira/auditoria um investimento capaz de ser compensado porum aumento de competitividade. Em alternativa, possvel que as pequenas ou mdiasempresas mais competitivas tenham, como poltica, admitir gestores com nveis de habilitaomais elevados. No temos evidncia para suportar nem um nem outro destes pontos de vista,pelo que sugerimos que devero ser melhor explorados numa futura investigao.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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