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  Auditoria p/ Receita Fe deral - 2014 Teoria e exercícios Prof. Rodrigo Fontenelle [email protected] 1 de226 1 Olá, Pessoal! Meu nome é Rodrigo Fontenelle, sou Analista de Finanças e Controle da Controladoria-Geral da União (CGU), lotado em Brasília/DF e atualmente exerço o cargo de Coordenador-Geral de Auditoria da Área Fazendária. Sou professor de Auditoria Privada, Governamental e Técnicas de Controle em cursos presenciais preparatórios para concursos públicos em MG, SP, BA e DF, além de cursos online. Sou economista, formado pela UFMG, com pós-graduação em Finanças pelo IBMEC e mestre em Contabil idade, pela UnB. No final de 2011 lancei o livro  Auditoria - Mais de 200 questões comentadas, pela Editora Elsevier/Campus e em Julho de 2013 a obra Auditoria Privada e Governamental – Teor ia Objetiva e mais de 250 exercícios comentados, pela mesma Editora e em Coautoria com o Prof. Claudenir Brito. Além da CGU, fui aprovado em outros concursos no país, entre eles Consultor Legislativo da Assembleia de Minas Gerais, EPPGG do Estado do Espírito Santo e 1º lugar no concurso da Controladoria-Geral do Estado de Minas Gerais. Sou membro efetivo do Instituto de Auditores Internos do Brasil – IIA Brasil –, filial do The Institute of Internal Auditors, e agora em dezembro fui aprovado na prova internacional para Certificação Profissional em Auditoria Governamental – CGAP. Foi com satisfação que recebi o convite do LFG para ministrar o curso de Auditoria para Receita Federal do Brasil – RFB. Como vocês poderão perceber, a matéria não é difícil, às vezes até intuitiva, e boa parte dos assuntos têm sido cobrados da mesma forma por diversas bancas de concursos. Bom, vamos ao que interessa. A apostila foi dividida em 9 aulas, sempre começando com uma abordagem teórica e, em seguida, apresentando diversos exercícios. Resolveremos boa parte deles nas aulas. A base para a elaboração desta apostila foi a aula em  pdf  que ministro no Estratégia Concursos, junto com o Prof. Claudenir, parceiro e amigo da CGU. Qualquer dúvida, seja em relação à apostila ou às aulas, estou à disposição por meio do e-mail [email protected]  Abraços e bons estudos, Rodrigo Fontenelle

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Olá, Pessoal!

Meu nome é Rodrigo Fontenelle, sou Analista de Finanças e Controle da Controladoria-Geral da União(CGU), lotado em Brasília/DF e atualmente exerço o cargo de Coordenador-Geral de Auditoria da ÁreaFazendária. Sou professor de Auditoria Privada, Governamental e Técnicas de Controle em cursospresenciais preparatórios para concursos públicos em MG, SP, BA e DF, além de cursos online. Soueconomista, formado pela UFMG, com pós-graduação em Finanças pelo IBMEC e mestre em Contabilidade,pela UnB. No final de 2011 lancei o livro  Auditoria - Mais de 200 questões comentadas, pela EditoraElsevier/Campus e em Julho de 2013 a obra Auditoria Privada e Governamental – Teoria Objetiva e mais de250 exercícios comentados, pela mesma Editora e em Coautoria com o Prof. Claudenir Brito.

Além da CGU, fui aprovado em outros concursos no país, entre eles Consultor Legislativo da Assembleia deMinas Gerais, EPPGG do Estado do Espírito Santo e 1º lugar no concurso da Controladoria-Geral do Estadode Minas Gerais. Sou membro efetivo do Instituto de Auditores Internos do Brasil – IIA Brasil –, filial doThe Institute of Internal Auditors, e agora em dezembro fui aprovado na prova internacional paraCertificação Profissional em Auditoria Governamental – CGAP. 

Foi com satisfação que recebi o convite do LFG para ministrar o curso de Auditoria para Receita Federal doBrasil – RFB. Como vocês poderão perceber, a matéria não é difícil, às vezes até intuitiva, e boa parte dosassuntos têm sido cobrados da mesma forma por diversas bancas de concursos.

Bom, vamos ao que interessa. A apostila foi dividida em 9 aulas, sempre começando com uma abordagemteórica e, em seguida, apresentando diversos exercícios. Resolveremos boa parte deles nas aulas. A base para

a elaboração desta apostila foi a aula em  pdf   que ministro no Estratégia Concursos, junto com o Prof.Claudenir, parceiro e amigo da CGU.

Qualquer dúvida, seja em relação à apostila ou às aulas, estou à disposição por meio do [email protected] 

Abraços e bons estudos,

Rodrigo Fontenelle

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1. Introdução

Para começar nosso curso de Auditoria rumo à aprovação no concurso da Receita Federal do Brasil, veremosnesta aula o seguinte trecho do edital: “Conceitos de auditoria e da pessoa do auditor. Responsabilidadelegal. Ética profissional. Objetivos gerais do auditor independente. Controle de qualidade da auditoria de

 Demonstrações Contábeis”. 

A Auditoria  tem a natureza de técnica contábil utilizada pela Contabilidade para atingir seus objetivos,sendo a Auditoria Contábil a técnica que tem como objetivo emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis (também denominadas financeiras).

A evolução da auditoria como técnica contábil sempre esteve ligada ao atendimento de seu principalobjetivo, que é a emissão de uma opinião independente  sobre a adequação  das demonstraçõescontábeis/financeiras aos Princípios de Contabilidade, às Normas  Brasileiras de Contabilidade, àlegislação específica e, mais recentemente, à estrutura de Relatório Financeiro Aplicável.

Os conceitos utilizados na Auditoria Independente são bastante similares aos da Auditoria Governamental eda Auditoria Interna. O foco acaba sendo, em regra, o mesmo: a emissão de uma opinião independente(lembrando que a opinião da Auditoria Interna também deve ser independente – autônoma). O que difere,basicamente, é o ambiente ou área que está sendo verificada. Mas não se preocupem. Veremos essasdiferenças na próxima aula.

O foco dos editais dos concursos da Receita Federal costuma ser mais em Auditoria Independente, por isso,como não poderia deixar de ser, focaremos nossas aulas nesse sentido, não deixando, entretanto, de falar emauditoria interna e auditoria governamental (surpresa do último edital).

2. Aspectos Gerais da Auditoria Independente

Para iniciarmos os estudos acerca da Auditoria Independente, trouxemos pra vocês alguns conceitos

encontrados na doutrina e que muitas vezes são cobrados em sua literalidade.Crepaldi (2012):

“levantamento, estudo e avaliação sistemática  das transações, procedimentos, operações,rotinas e das demonstrações  financeiras de uma entidade. A auditoria das demonstraçõescontábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissãode parecer sobre sua adequação, consoante os princípios Fundamentais de Contabilidade epertinente à legislação específica.” (grifamos)

Franco e Marra (2011):“A auditoria compreende o exame de documentos, livros e registros, inspeções e obtençãode informações e confirmações, internas e externas, relacionadas com o controle do

patrimônio, objetivando mensurar a exatidão  desses registros e das demonstrações contábeis deles decorrentes”. (grifamos)

AULA 01: Conceitos de auditoria e da pessoa do auditor. Responsabilidade legal. Ética profissional.Objetivos gerais do auditor independente. Controle de qualidade da auditoria de DemonstraçõesContábeis.

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Apesar da importância das definições encontradas na doutrina, as bancas geralmente preferem explorar osconceitos apresentados pelas normas de auditoria. Dessa forma, segundo a NBC TA 200, que trata dosobjetivos gerais do auditor independente e a condução da auditoria em conformidade com normas deauditoria, o objetivo da Auditoria das Demonstrações Contábeis – Externa é:

“aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso éalcançado mediante a expressão de uma opinião  pelo auditor sobre se as demonstraçõescontábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com umaestrutura de relatório financeiro aplicável.” (grifamos)

Como podemos observar, a emissão de uma opinião independente é o principal objetivo da auditoria,passando pelo exame do objeto a ser auditado, particularmente as demonstrações contábeis.

A finalidade da emissão dessa opinião é dar a maior credibilidade possível às demonstrações contábeis

elaboradas pelo setor de contabilidade e divulgadas ao conhecimento dos interessados no conhecimento da“saúde financeira” da Companhia.

Assim, uma auditoria independente envolve a aplicação de técnicas e procedimentos especializados, embusca de evidências que digam respeito aos valores divulgados nas demonstrações contábeis, incluindo aavaliação das práticas contábeis utilizadas e da razoabilidade das estimativas apresentadas pelaadministração (mensuração de itens que não podem ser definidos com precisão).

O objetivo principal da auditoria independente á a emissão de uma opinião sobre a adequação dasdemonstrações contábeis à estrutura de Relatório Financeiro Aplicável.

De acordo com Franco e Marra (2011), essa fiscalização dá maior consistência e veracidade aos registros e

demonstrações contábeis, pelas seguintes razões, dentre outras:  o profissional que executa os registros contábeis o faz com maior atenção e rigor, pelo

simples fato de saber que seu trabalho será examinado e seus erros apontados;  empregados e administradores temem erros e fraudes, na certeza de que estes poderão ser

apontados aos poderes superiores;  os titulares  do patrimônio, por sua vez, prestam contas, através da auditoria, a seus

credores e ao fisco.

Complementarmente, ainda segundo os autores, a auditoria independente apresenta as seguintes vantagensaos usuários das demonstrações contábeis:

  contribui para maior exatidão das demonstrações contábeis;  possibilita melhores informações sobre a real situação econômica, patrimonial e financeira

das empresas;  assegura maior exatidão dos resultados apurados.

Entretanto, a auditoria independente, como qualquer outra atividade, apresenta algumas limitações  quedevem ser conhecidas pelo auditor, a fim de que possa reduzi-las a um nível coerente com o cumprimento deseus objetivos. Essas limitações dizem respeito, principalmente, ao fato de que a auditoria não pode serinterpretada como substituta da administração no cumprimento de seus objetivos de gestão.

Como veremos na próxima aula, a administração conta com uma Auditoria Interna para executar um trabalhode assessoramento, auxiliando no cumprimento dos objetivos operacionais da empresa.

A auditoria independente, por sua vez, não dispõe de meios suficientes (pessoal, tempo, recursos) para umaanálise aprofundada de todos os aspectos das demonstrações financeiras, limitando-se aos mais relevantes

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(aqueles que têm possibilidade de influenciar a opinião do usuário quanto às demonstrações). O auditortrabalha por amostragem, dessa forma, irregularidades podem passar despercebidas pelo auditor, o que nãoquer dizer que seu trabalho não tenha sido bem feito.

O profissional  responsável pelo trabalho de auditoria é denominado auditor independente, normalmenteintegrante de uma firma de auditoria contratada pela empresa a ser auditada para a emissão da opinião sobreas demonstrações contábeis.

Se o objetivo principal do auditor independente é a emissão de sua opinião, qual seria um dos objetivossecundários mais importantes?

Coloquem-se na condição de um profissional que deva emitir uma opinião, e que, para isso, é contratadoanualmente. Imaginem ainda que há uma concorrência entre as empresas de auditoria, e que sua opiniãoservirá de base para centenas, até milhares de pessoas decidirem os rumos de seus investimentos para o

próximo ano. Qual seria o atributo essencial a ser perseguido pelo auditor, no intuito de se manter nomercado?

Acertou quem pensou em credibilidade. O auditor que não tem credibilidade é incapaz de emitir umrelatório que cumpra o papel de atestar as condições da situação econômico-financeira de uma empresa,apresentada nas demonstrações contábeis. E provavelmente não seria novamente contratado para novostrabalhos.

Para que a opinião emitida pelo auditor possua credibilidade, além da qualidade indispensável a qualquertrabalho profissional, ainda mais com a responsabilidade inerente à auditoria, faz-se necessária umapadronização das técnicas e procedimentos utilizados, assim como da elaboração de relatórios. Para tanto,são elaboradas as Normas de Auditoria. Atualmente, no Brasil, as mais importantes são as Normas

Brasileiras de Contabilidade – Técnicas de Auditoria (NBC TA) e Normas Brasileiras de Contabilidade –Profissionais de Auditoria (NBC PA), as quais serão a base do nosso curso.

3. Normas de Auditoria Independente

Normas de auditoria são as regras estabelecidas pelos órgãos reguladores da profissão contábil, em todos ospaíses, com o objetivo de regulação e apresentação de diretrizes a serem seguidas por esses profissionaisno exercício de suas funções. Elas estabelecem os conceitos básicos sobre as exigências em relação à pessoado auditor, à execução  de seu trabalho  e ao parecer  que deverá por ele ser emitido  (Franco e Marra,2011).

Embora, na maioria das vezes, tenham um caráter de guia profissional, acabam fixando limites nítidos deresponsabilidades, além de orientar o comportamento do auditor em relação a sua capacitação e controle dequalidade dos trabalhos realizados.

No Brasil, desde 1972 temos normas de auditoria relacionadas a esses objetivos, sendo que, atualmente,estão em vigor normas elaboradas pelo Conselho Federal de Contabilidade – CFC  – em conjunto com oInstituto de Auditores Independentes do Brasil – IBRACON –, além da Comissão de Valores Mobiliários –CVM –, do Banco Central do Brasil – BACEN – e da Superintendência de Seguros Privados – SUSEP.

Vamos apresentar algumas características das normas do CFC, por serem as mais exigidas nos concursos.

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Até o ano de 2009, não havia dúvida sobre quais normas estudar, em relação à auditoria independente, poisestava em vigor a NBC T-11 (Resolução 820/97, Normas de Auditoria Independente das DemonstraçõesContábeis) e suas derivadas.

Entretanto, no final daquele ano houve a convergência dessas normas brasileiras aos padrões internacionaisde auditoria definidos pela IFAC –  International Federation of Accounting  (Federação Internacional deContadores).

O IFAC é uma organização global da profissão contábil, que possui a missão, segundo consta em sua páginana internet, de contribuir para o desenvolvimento, adoção e aplicação de normas internacionais de altaqualidade e orientação; além de contribuir para o desenvolvimento de organizações e profissionais decontabilidade e para a utilização de práticas de alta qualidade por contadores profissionais, dentre outras(www.ifac.org – tradução livre).

As Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC – editadas pelo CFC devem seguir os padrões internacionaise compreendem as normas propriamente ditas, as Interpretações Técnicas e os Comunicados Técnicos.

As normas de auditoria independente são aprovadas pelo CFC por meio de Resoluções, e classificadas emnormas profissionais (NBC PA) e normas técnicas (NBC TA). Enquanto as NBC PA estabelecem regras eprocedimentos de conduta a serem observados como requisitos para o exercício profissional contábil, asNBC TA  descrevem conceitos doutrinários, princípios e procedimentos a serem aplicados quando darealização dos trabalhos.

A Resolução CFC nº 1.328/11, de 18/03/11, que dispõe sobre a Estrutura das Normas  Brasileiras deContabilidade, estabelece que as Normas Brasileiras de Contabilidade se estruturam conforme se segue:

Normas Profissionais:

I – Geral – NBC PG – aplicadas indistintamente a todos os profissionais de Contabilidade;

II – do Auditor Independente – NBC PA – aplicadas, especificamente, aos contadores que atuam comoauditores independentes; 

III – do Auditor Interno – NBC PI  – aplicadas especificamente aos contadores que atuam comoauditores internos; 

IV – do Perito – NBC PP – aplicadas especificamente aos contadores que atuam como peritos contábeis.

Normas Técnicas:

I – Geral – NBC TG  – são as Normas Brasileiras de Contabilidade convergentes com as normasinternacionais emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB); e as Normas Brasileiras deContabilidade editadas por necessidades locais, sem equivalentes internacionais;

II – do Setor Público – NBC TSP – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao Setor Público,convergentes com as Normas Internacionais de Contabilidade para o Setor Público, emitidas pelaInternational Federation of Accountants (IFAC); e as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas ao SetorPúblico editadas por necessidades locais, sem equivalentes internacionais;

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III – de Auditoria Independente de Informação Contábil Histórica – NBC TA  – são as NormasBrasileiras de Contabilidade aplicadas à Auditoria convergentes com as Normas Internacionais deAuditoria Independente emitidas pelo IFAC; 

IV – de Revisão de Informação Contábil Histórica – NBC TR – são as Normas Brasileiras deContabilidade aplicadas à Revisão convergentes com as Normas Internacionais de Revisão emitidas pelaIFAC;

V – de Asseguração de Informação Não Histórica – NBC TO  – são as Normas Brasileiras deContabilidade aplicadas à Asseguração convergentes com as Normas Internacionais de Asseguração emitidaspela IFAC;

VI – de Serviço Correlato – NBC TSC  – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas aosServiços Correlatos convergentes com as Normas Internacionais para Serviços Correlatos emitidas pela

IFAC;VII – de Auditoria Interna – NBC TI  – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis aostrabalhos de Auditoria Interna; 

VIII – de Perícia – NBC TP  – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicáveis aos trabalhos dePerícia;

IX – de Auditoria Governamental – NBC TAG – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas àAuditoria Governamental convergentes com as Normas Internacionais de Auditoria Governamental emitidaspela Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (INTOSAI).

Pra tentar ilustrar melhor, apresentamos a seguir um quadro-resumo das normas. As principais para a nossadisciplina são as NBC TA, NBC PA, NBC TI e NBC PI, marcadas de vermelho nas definições anteriores.

Fonte: IBRACON

Mas surge a seguinte dúvida: a adoção dessas normas é obrigatória? Sim. De acordo com a própriaResolução CFC nº 1.328/11, a inobservância às NBC constitui infração disciplinar sujeita às penalidades

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previstas no Decreto-Lei n.º 9.295/46, alterado pela Lei n.º 12.249/10, e ao Código de Ética Profissional doContador.

De forma simplificada, podemos dizer que as Normas Brasileiras de Contabilidade são classificadas em Normas Técnicas e Profissionais, e compreendem:

- Código de Ética Profissional do Contabilista;- Normas de Contabilidade;- Normas de Auditoria Independente e de Asseguração;- Normas de Auditoria Interna; e- Normas de Perícia.

As Normas Brasileiras de Contabilidade compreendem:- Código de Ética Profissional do Contabilista;- Normas de Contabilidade, de Auditoria Independente e de Asseguração, de Auditoria Interna e

de Perícia. Em 27 de novembro de 2009, o CFC publicou a Resolução nº. 1.203/09, que aprovou a NBC TA 200 –Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas deAuditoria –, revogando NBC T-11 e suas derivadas. Essa NBC TA é chamada de “mãe” de todas as outrasnormas. Por isso, para aqueles que têm tempo e querem dar uma lida nessas normas, sugerimos começar porela.

As principais normas estão relacionadas no Anexo I desta aula, e podem ser obtidas na íntegra no site doCFC, no seguinte link: <http://www.cfc.org.br/sisweb/sre/Default.aspx>

No decorrer das aulas, conforme nos aprofundamos nos assuntos constantes do edital, vamos tratando das

normas relacionadas.

As práticas adotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que atendam à NBC TGESTRUTURA CONCEITUAL – Estrutura Conceitual para a Elaboração e Divulgação de RelatóriosFinanceiros – emitida pelo CFC e, por conseguinte, em consonância com as normas contábeisinternacionais, podem ser utilizadas pelo auditor, visto que fazem parte das práticas contábeisbrasileiras.As práticas não necessitam estarem formalizadas, desde que atendam à NBC TG ESTRUTURACONCEITUAL do CFC. 

4. Ética Profissional

De acordo com o dicionário online Michaelis, ética  é o conjunto de princípios morais  que se devemobservar no exercício de uma profissão.

Ou seja, não estamos falando  em conceitos técnicos, nem do cumprimento de leis e normas, mas deprincípios morais. Dessa forma, determinada atitude profissional pode até cumprir todos os requisitoslegais, mas não ser aceitável, do ponto de vista ético (moral).

Para entendermos um pouco mais esse conceito, vamos voltar um pouco no tempo. No início dos anos 2000,foram descobertas manipulações contábeis em uma das empresas mais importantes dos Estados Unidos, aoperadora de commodities de gás natural ENRON. De acordo com Borgerth (2007), sob a investigação daSEC (Securities and Exchange Comission), a empresa admitiu ter inflado seus lucros em aproximadamenteUS$ 600 milhões nos últimos quatro anos (naquela época).

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Não vamos nos aprofundar no mecanismo utilizado para a manipulação, mas o que importa e que ficouevidenciado que o comportamento dos advogados, dos analistas de mercado e dos auditores independentes da empresa também se caracterizaram pela falta de ética.

Para vocês terem uma ideia do estrago, na época, a indicação de “compra” de ações da empresa era quaseunânime. Com o escândalo, ocorreu o desequilíbrio do mercado, com os acionistas buscando vender as açõeso mais rápido possível, os preços caindo, e o desespero se instalando.

A empresa de auditoria independente – Arthur Andersen, uma das big five na época – não se recuperou mais.No Brasil, por exemplo, era a segunda em volume de negócios. Hoje em dia, consideramos apenas as big

 four (PWC, Deloitte, KPMG e Ernst & Young).

E os escândalos não pararam na ENRON. Foram descobertas outras manipulações na Worldcom, Xerox,

Bristol-Myers Squibb, Merck, Tyco, Imclone systems, Parmalat (Itália).Grande parte das alterações promovidas para “mascarar” as demonstrações contábeis foram realizadas dentrodos princípios legais, por meio de brechas na legislação. Ações em conformidade com a lei, mas eticamentecriticáveis.

Viram como a falta de ética pode prejudicar um grande número de empresas e investidores?

Nesse ponto, cabe destacar que tanto faz o objetivo da realização de uma ação contrária à ética: não importase em proveito pessoal ou da empresa (a chamada “boa intenção”). A ética deve ser seguida de formainflexível, e deve permear todas as relações internas e externas. É uma postura essencial.

Como já dissemos, nem sempre a atitude do gestor é ilegal, mas pode ser pouco ética, o que vai prejudicar aimagem da Companhia frente ao Mercado.

A Resolução CFC nº 803/96 aprovou o Código de Ética Profissional do Contador – CEPC – que tem porobjetivo fixar a forma pela qual se devem conduzir os Profissionais da Contabilidade, quando no exercícioprofissional e nos assuntos relacionados à profissão e à classe.

De acordo com o referido Código, são deveres do Profissional da Contabilidade, e consequentemente doauditor independente, dentre outros:

– exercer a profissão com zelo, diligência, honestidade e capacidade técnica, observada toda alegislação vigente, em especial aos Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras deContabilidade, e resguardados os interesses de seus clientes e/ou empregadores, sem prejuízo da

dignidade e independência profissionais; (ZELO, INTEGRIDADE E COMPETÊNCIA) – guardar sigilo sobre o que souber em razão do exercício profissional lícito, inclusive no âmbito doserviço público, ressalvados os casos previstos em lei ou quando solicitado por autoridadescompetentes, entre estas os Conselhos Regionais de Contabilidade; (CONFIDENCIALIDADE) – inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobre qualquer caso; (EFICIÊNCIA)– renunciar às funções que exerce, logo que se positive falta de confiança por parte do cliente ouempregador, a quem deverá notificar com trinta dias de antecedência, zelando, contudo, para que osinteresse dos mesmos não sejam prejudicados, evitando declarações públicas sobre os motivos darenúncia; (CREDIBILIDADE) – cumprir os Programas Obrigatórios de Educação Continuada estabelecidos pelo CFC;(QUALIDADE) 

Segundo o Código de Ética, o Contador na função de perito, assistente técnico, auditor ou árbitro, deverá:

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– recusar sua indicação  quando reconheça não se achar capacitado em face da especializaçãorequerida;– abster-se de interpretações tendenciosas  sobre a matéria que constitui objeto de perícia,mantendo absoluta independência moral e técnica na elaboração do respectivo laudo;– abster-se de expender argumentos ou dar a conhecer sua convicção pessoal sobre os direitos dequaisquer das partes interessadas, ou da justiça da causa em que estiver servindo, mantendo seulaudo no âmbito técnico e limitado aos quesitos propostos;– considerar com imparcialidade o pensamento exposto em laudo submetido à sua apreciação;– mencionar obrigatoriamente fatos que conheça e repute em condições de exercer efeito sobre peçascontábeis objeto de seu trabalho;– abster-se de dar parecer ou emitir opinião sem estar  suficientemente informado e munido dedocumentos;– assinalar equívocos ou divergências que encontrar no que concerne à aplicação dos Princípios deContabilidade e NBC editadas pelo CFC;

– considerar-se impedido para emitir parecer ou elaborar laudos sobre peças contábeis, observandoas restrições das NBC editadas pelo CFC;– atender à Fiscalização dos Conselhos Regionais de Contabilidade e Conselho Federal deContabilidade no sentido de colocar à disposição desses, sempre que solicitado, papéis de trabalho,relatórios e outros documentos que deram origem e orientaram a execução do seu trabalho.

De acordo com Attie (2010), a função da auditoria deve ser exercida em caráter de entendimento e o trabalhoexecutado deve merecer toda a credibilidade possível, não podendo existir qualquer sombra de dúvida quantoà honestidade e aos padrões morais do auditor.

Para o autor, a profissão de auditoria exige a obediência aos princípios éticos profissionais, quefundamentalmente se apoiam em independência, integridade, eficiência e confidencialidade.

Já a NBC TA 200  informa que os princípios fundamentais de ética profissional relevantes para o auditorquando da condução de auditoria de demonstrações contábeis estão implícitos no Código de ÉticaProfissional do Contabilista e na NBC PA 01, que trata do controle de qualidade. Esses princípios estão emlinha com os princípios do Código de Ética do IFAC, cujo cumprimento é exigido dos auditores. Essesprincípios são:

4.1 Independência

A Resolução CFC nº 1.311/10 aprovou a NBC PA 290, que trata da Independência, estabelecendo condições

e procedimentos para cumprimento dos requisitos de independência profissional nos trabalhos de auditoria.

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Segundo a referida norma, os conceitos sobre a independência devem ser aplicados por auditores para:

Quando o auditor avalia que salvaguardas apropriadas não estão disponíveis ou não podem ser aplicadas paraeliminar as ameaças ou reduzi-las a um nível aceitável, o auditor deve eliminar a circunstância ourelacionamento que cria as ameaças, declinar ou descontinuar o trabalho de auditoria. O auditor deve usar

 julgamento profissional ao aplicar estes conceitos sobre a independência.

Em suma,  Independência  é a capacidade que a entidade de auditoria tem de julgar e atuar comintegridade e objetividade, permitindo a emissão de relatórios imparciais em relação à entidade auditada,aos acionistas, aos sócios, aos quotistas, aos cooperados e a todas as demais partes que possam estarrelacionadas com o seu trabalho.

Um aspecto interessante quanto à independência, que é tratado na norma, é que não basta ser independente,sendo necessário parecer ser independente, já que a independência compreende:

a) independência de pensamento - Postura que permite a apresentação de conclusão que não sofraefeitos de influências que comprometam o julgamento profissional, permitindo que a pessoa atue comintegridade, objetividade e ceticismo profissional.

b) aparência de independência - evitar fatos e circunstâncias significativos a ponto de um terceiro beminformado, tendo conhecimento de todas as informações pertinentes, incluindo as salvaguardasaplicadas, concluir dentro do razoável que a integridade, a objetividade ou o ceticismo profissional da

entidade de auditoria ou de membro da equipe de auditoria ficaram comprometidos.

Não basta ser independente, é necessário parecer ser independente, já que a independência exige:a) independência de pensamento; eb) aparência de independência. 

Outra norma do CFC que ainda está em vigor e que trata da independência do auditor independente é a NBCP1 – IT 02, que define as situações que podem caracterizar a perda de independência da entidade deauditoria em relação à entidade auditada, exemplificando:

- Interesses financeiros: propriedade de títulos e valores mobiliários e quaisquer outros tipos deinvestimentos adquiridos ou mantidos pela entidade de auditoria.

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- Empréstimos e garantias: a Entidade de auditoria, sócios, membros da equipe e membrosimediatos da família destas pessoas não podem ter empréstimos com Bancos/Instituições Financeirasque sejam entidades auditadas.

- Relacionamentos comerciais  com a entidade auditada: as transações comerciais do auditorindependente, de sócios e membros da equipe de auditoria com uma entidade auditada devem serfeitas dentro do curso normal de negócios e na mesma condição com terceiros.

- Relacionamentos  familiares e pessoais: a perda de independência está sujeita a uma série defatores; dentre eles, as responsabilidades do membro da equipe de auditoria no trabalho, aproximidade do relacionamento e o papel do membro da família ou de relacionamento pessoal naentidade auditada.

- Vínculos empregatícios ou similares por administradores, executivos ou empregados da entidadeauditada, mantidos anteriormente com a entidade de auditoria. Nesse ponto, a NBC PA 290estabelece que “a independência em relação ao cliente de auditoria é requerida durante o períodode contratação e o período coberto pelas demonstrações contábeis. O período de contrataçãocomeça quando a equipe de auditoria começa a executar serviços de auditoria. O período decontratação termina quando o relatório de auditoria é emitido”.

- Membros  da entidade de auditoria  que, anteriormente, eram administradores, executivos ouempregados da entidade auditada.

- Manutenção dos líderes de equipe de auditoria: a utilização dos mesmos profissionais deliderança (sócio, diretor e gerente) na equipe de auditoria, numa mesma entidade auditada, por um

longo período, pode criar a perda da objetividade e do ceticismo necessários na auditoria.

- Prestação de outros serviços: as entidades de auditoria prestam, usualmente, outros serviços paraas entidades auditadas, compatíveis com seu nível de conhecimento e capacitação, que não podemcriar ameaças à independência da entidade de auditoria ou de membros da equipe de auditoria.

- Presentes e brindes: quando uma entidade de auditoria ou membro de equipe aceita presentes,brindes ou outros benefícios cujo valor não seja claramente insignificante, a perda de independênciaé caracterizada, não sendo possível a aplicação de qualquer salvaguarda.

- Litígios em curso ou iminentes: quando há, ou é provável haver, um litígio entre a entidade deauditoria ou um membro da sua equipe e a entidade auditada, podendo ser criado o conflito de

interesses.

- Incompatibilidade  ou inconsistência do valor dos honorários: os honorários dos serviços deauditoria devem ser compatíveis com os investimentos em formação e com a remuneraçãoprofissional. O estabelecimento de honorários substancialmente inferiores ao nível que poderia serconsiderado razoável será caracterizado como perda de independência.

Essas situações, consideradas ameaças à independência, se enquadram em uma ou mais de uma dascategorias a seguir:

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Quando são identificadas ameaças, exceto aquelas, claramente, insignificantes, devem ser definidas eaplicadas salvaguardas adequadas para eliminar a ameaça ou reduzi-la a um nível aceitável. Essadecisão deve ser documentada. A natureza das salvaguardas a aplicar varia conforme as circunstâncias.

Já o Código de Ética  do Contabilista prescreve que, no desempenho de suas funções, é vedado aoProfissional da Contabilidade renunciar à liberdade profissional, devendo evitar quaisquer restrições ouimposições que possam prejudicar a eficácia e correção de seu trabalho.

A NBC PA 01, que trata do Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de AuditoresIndependentes, acerca da qual falaremos mais adiante, determina a necessidade de implementação e amanutenção de políticas e procedimentos de supervisão e controle interno de qualidade que forneçamsegurança razoável do cumprimento das normas profissionais, regulatórias e legais, particularmente,nesse caso, quanto à necessária independência do auditor, exigindo uma declaração individual dosprofissionais da entidade de auditoria da existência, ou não, das seguintes questões relacionadas a entidadesauditadas:

  interesses financeiros;

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  operações de créditos e garantias;  relacionamentos comerciais relevantes estreitos com a entidade auditada;  relacionamentos familiares e pessoais; e  membros da entidade de auditoria que já foram administradores, executivos ou empregados

da entidade auditada.

Assim, podemos concluir que a independência do auditor está  intimamente ligada  não apenas à éticaprofissional, mas também à qualidade das auditorias realizadas.

4.2 Integridade

De acordo com Attie (2010), o auditor deve ser íntegro em todos os seus compromissos, que envolvam:- a empresa auditada quanto às suas exposições e opiniões, exercício de seu trabalho e os serviços ehonorários profissionais;

- o público em geral  e pessoas interessadas na opinião emitida pelo auditor independente,transmitindo validade e certificando a veracidade das informações contidas nas demonstraçõescontábeis ou de exposições quando não refletidas a realidade em tais demonstrações;- a entidade de classe a qual pertença, sendo leal quanto à concorrência dos serviços junto aterceiros, não concessão de benefícios financeiros ou aviltando honorários, colocando em risco osobjetivos do trabalho.

A integridade constitui o valor central da ética do auditor, obrigado a cumprir normas elevadas de condutade honestidade e imparcialidade durante seu trabalho e em suas relações com o pessoal das entidadesauditadas. A percepção da integridade dos auditores é que faz com que a confiança da sociedade sejapreservada.

Pode ser medida em função do que é correto e justo, e exige que os auditores ajustem-se tanto à formaquanto ao espírito das normas de auditoria e de ética.

Exige também que os auditores  ajustem-se aos princípios de objetividade  (ou imparcialidade) eindependência, mantenham normas acertadas de conduta profissional, tomem decisões de acordo com oInteresse Público, e apliquem um critério de honestidade absoluta na realização de seu trabalho.

A integridade constitui o valor central da ética do auditor, e pode ser medida em função do que écorreto e justo, exigindo que os auditores ajustem-se tanto à forma quanto ao espírito das normas deauditoria e de ética. A percepção da integridade dos auditores é que faz com que a confiança dasociedade em seu trabalho seja preservada. 

4.3 Eficiência

Em relação à ética profissional, a eficiência  é considerada como o atributo segundo o qual o serviço deauditoria independente precisa ser estabelecido conforme padrões técnicos adequados.

Conforme vimos acima, o auditor deve inteirar-se de todas as circunstâncias, antes de emitir opinião sobrequalquer caso, visando principalmente a manutenção da credibilidade por parte dos usuários da informaçãoproduzida.

Seus relatórios e pareceres devem atender aos objetivos da auditoria.

4.4 Confidencialidade

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De acordo com a NBC P1 – IT 02, é relevante que todos os auditores tenham procedimentos de proteção deinformações sigilosas, obtidas durante o relacionamento com o cliente, quer por meio eletrônico ou pormeios tradicionais, sendo de especial atenção o uso de redes de computador internas ou externas (internet).

Em decorrência da sofisticação do mercado em que atualmente os auditores e seus clientes atuam, sãorequeridas dos auditores contínua pesquisa e constante atualização quanto aos assuntos técnicos relacionadoscom as operações e os negócios dos clientes.

Durante a fase de obtenção de dados sobre o cliente em potencial, os auditores devem verificar se a suacontratação pelo referido cliente não viola quaisquer normas profissionais e internas, especialmente aquelassobre independência e conflito de interesses, bem como as relacionadas ao Código de Ética Profissional doContabilista.

Segundo a NBC P 1.6, o sigilo profissional do Auditor Independente deve ser observado nas seguintes

circunstâncias:a) na relação entre o Auditor Independente e a entidade auditada;b) na relação entre os Auditores Independentes;c) na relação entre o Auditor Independente e os organismos reguladores e fiscalizadores; ed) na relação entre o Auditor Independente e demais terceiros.

O Auditor Independente, quando previamente autorizado por escrito, pela entidade auditada, devefornecer as informações que por aquela foram julgadas necessárias ao trabalho do Auditor Independente queo suceder, as quais serviram de base para emissão do último Relatório de Auditoria por ele emitido.

Além disso, quando solicitado, por escrito e fundamentadamente, pelo Conselho Federal de Contabilidadee Conselhos Regionais de Contabilidade, deve exibir as informações obtidas durante o seu trabalho, de

modo a demonstrar que o trabalho foi realizado de acordo com as Normas de Auditoria Independente dasDemonstrações Contábeis, da presente norma e das demais normas legais aplicáveis.

Resumindo... 

Como regra, o auditor não pode divulgar as informações obtidas durante o seu trabalho na entidadeauditada, a não ser que:

- Tenha autorização expressa da entidade auditada.- Haja obrigações legais que o obriguem a fazê-lo. 

4.5 Requisitos do Auditor 

Além dos requisitos éticos relacionados à auditoria de demonstrações contábeis, a NBC TA 200 estabeleceoutros quatro, quais sejam:

a)  Ceticismo Profissional

O auditor deve planejar e executar a auditoria com ceticismo profissional, reconhecendo que podem existircircunstâncias que causam distorção relevante nas demonstrações contábeis. O ceticismo profissional incluiestar alerta, por exemplo, a:

• evidências de auditoria que contradigam outras evidências obtidas;• informações que coloquem em dúvida a confiabilidade dos documentos e respostas a indagações aserem usadas como evidências de auditoria;• condições que possam indicar possível fraude;

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• circunstâncias que sugiram a necessidade de procedimentos de auditoria além dos exigidos pelasNBC TAs.

A manutenção do ceticismo profissional ao longo de toda a auditoria é necessária, por exemplo, para que oauditor reduza os riscos de:

• ignorar circunstâncias não usuais;• generalização excessiva ao tirar conclusões das observações de auditoria;• uso inadequado de premissas ao determinar a natureza, a época e a extensão dos procedimentos deauditoria e ao avaliar os resultados destes.

b)  Julgamento Profissional

O auditor deve exercer julgamento profissional ao planejar e executar a auditoria de demonstraçõescontábeis. O julgamento profissional é necessário, em particular, nas decisões sobre:

• materialidade e risco de auditoria;• a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria aplicados para o cumprimento dasexigências das normas de auditoria e a coleta de evidências de auditoria;• avaliar se foi obtida evidência de auditoria suficiente e apropriada e se algo mais precisa ser feitopara que sejam cumpridos os objetivos das NBC TAs e, com isso, os objetivos gerais do auditor;• avaliação das opiniões da administração na aplicação da estrutura de relatório financeiro aplicávelda entidade;• extração de conclusões baseadas nas evidências de auditoria obtidas, por exemplo, pela avaliaçãoda razoabilidade das estimativas feitas pela administração na elaboração das demonstraçõescontábeis.

c)  Evidência de auditoria apropriada e suficiente e risco de auditoria

Para obter segurança razoável, o auditor deve obter evidência de auditoria apropriada e suficiente parareduzir o risco de auditoria a um nível baixo aceitável e, com isso, possibilitar a ele obter conclusõesrazoáveis e nelas basear a sua opinião.

d)  Condução da auditoria em conformidade com NBC TAs

•  Normas guiam o auditor na condução dos trabalhos.•  O auditor deve cumprir com exigências legais e regulatórias, além das NBC TAs.•  Conformidade com as NBC TAs relevantes + procedimentos adicionais.

5. Responsabilidade Legal

A responsabilidade do trabalho do auditor para com a sociedade em geral (auditor externo) e com dirigentesda empresa (auditor interno e externo) é indiscutível, e, no desempenho de suas funções, pode serresponsabilizado por danos eventualmente causados a terceiros.

Podemos dividir a responsabilidade do auditor da seguinte forma:

5.1 Responsabilidade Profissional

No Brasil não existe a profissão do Auditor com tal denominação e regulamentação, mas apenas a deContador. Ao Contador, bacharel em Ciências Contábeis com registro no CRC, é que se atribui o direito derealizar as tarefas de auditoria.

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A profissão de auditor é considerada como técnica ou aplicação conhecimento contábil. Assim, não existedefinição clara em nossa legislação de suas responsabilidades legais. Encontramos em nossa legislação civil,penal, comercial e profissional, apenas referências esparsas sobre o assunto.

Perante a lei ele é responsável pelo seu parecer sobre as demonstrações, sendo aplicadas as sançõesdisciplinares pelo CFC, enquanto as sanções civis são próprias do Estado, podendo mesmo haver cumulaçãode sanções.

Assim, podemos concluir que a melhor proteção para o auditor é a execução cuidadosa de seu trabalho, juntamente com a aplicação das normas profissionais geralmente aceitas, pois se o parecer foi elaborado deacordo com as normas contábeis, não poderá ser responsabilizado.

A lei não atinge diretamente o profissional auditor, mas indiretamente. Portanto, na execução do trabalho do

auditor, a responsabilidade, a ética e o elevado padrão técnico são atributos implícitos. A Infração a qualquerum desses princípios o sujeita a denúncia ao órgão fiscalizador da profissão, o CRC, para aplicação dapenalidade cabível (de advertência até suspensão do exercício profissional).

As outras responsabilidades (civil, comercial e penal) estão previstas nos códigos próprios da legislaçãobrasileira e são de caráter geral. O exercício da função auditoria necessita de uma fiscalização profissionalrigorosa, considerada a sua importância para o mercado de capitais.

Pra finalizar este ponto é importante ressaltar que, segundo a Resolução CFC nº 560/83, ainda vigente, asatividades de auditoria (interna e independente) são privativas de contadores. Dessa forma, cuidado, poisnão é permitido aos técnicos em contabilidade o exercício de auditoria.

5.2 Responsabilidade Civil

A responsabilidade civil do contador na função de auditor independente existe pelo fato de que esseprofissional é um cidadão inserido no Estado de Direito com profissão regulamentada, sujeito a Direitos eDeveres.

Deve-se atentar que, se referindo a responsabilidade civil, o auditor e qualquer profissional de contabilidadeestão condicionados a obrigação de meios e não de resultados, ou seja, se o profissional trabalhar de acordocom as normas técnicas e éticas contábeis não responderá civilmente pelos atos que praticou, uma vez queinexiste prejuízo a apurar, dada a inexistência da responsabilidade pelos resultados, caso contrário por culpaestrita e literal em que se comprove imprudência e negligência por dolo ou não, fica o profissionalresponsável por sua obra.

Salientamos que somente por erro inescusável, que é aquele ocorrido por ignorância patente e profunda, éque poderá levar-se o contabilista e auditor às barras dos tribunais para responsabilizá-lo por eventuais danosaos clientes ou terceiros.

5.3 Responsabilidade com clientes

O trabalho de auditoria deve ser baseado em um entendimento entre o auditor e seu cliente.

Na realização de seu trabalho, o auditor deve agir de acordo com os termos de seu contrato, uma vez que,caso deixe de aplicar o devido cuidado ou deixe de guardar sigilo das informações a que teve acesso, podetomar-se legalmente responsável perante o cliente.

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A Responsabilidade Profissional está regulada no Decreto-lei nº. 9.295, que trata da formação dos conselhosde contabilidade, e por extensão pode ser fiscalizada por eles.

O auditor precisa, efetivamente, reunir maior dose de conhecimentos técnicos e gerais da mais variadanatureza como: Contabilidade, Auditoria, Administração Geral, Finanças, Direito, Economia, Matemática,Psicologia, Engenharia, Estatística, Tecnologia da Informação, Relações Humanas, dente outros.

Esta soma de capacidades é realmente exigida e transforma, portanto, a função do auditor em práticaaltamente especializada, requerendo grandes esforços. Diante disso, a tarefa de auditoria pode ser prestadapor:

- Profissional Liberal, individualmente;- Sociedade de Profissionais Liberais;- Associações de Classes de Contadores;- Dois ou mais profissionais liberais consorciados.

A modalidade mais difundida e frequente é a prestação de serviços de auditoria por sociedades deprofissionais constituídas para tal fim.

A prática de Auditoria Contábil, seja ela interna (exceto para áreas operacionais onde não estejam em análiseas contas contábeis), seja externa, é de exercício exclusivo do Contador e está assim regulamentada:

Dispositivo Legal RegistroResolução CFC nº. 821/97 Registro CRC – Auditores ExternosResolução CFC nº. 781/95 Registro CRC – Auditores InternosInstrução CVM nº. 308/99 Registro CVM – Auditores Externos que atuem no âmbito do

mercado de valores mobiliários

O sócio encarregado  do trabalho (auditor)  é o sócio ou outra pessoa na firma, responsável pelotrabalho e sua execução e pelo relatório de auditoria ou outros relatórios emitidos em nome da firma, equem, quando necessário, tem a autoridade apropriada de um órgão profissional, legal ou regulador.Assume a responsabilidade exclusiva pela condução e resultado dos trabalhos.

6. Objetivos Gerais do Auditor Independente

Esse tema tem sido cobrado de forma literal nas novas questões de auditoria. De acordo com a NBC TA 200– Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas deAuditoria –, os objetivos gerais do auditor independente, ao conduzir a auditoria de demonstrações contábeis,são:

a) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorçãorelevante, independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando assim que o auditor expressesua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, emconformidade com a estrutura de relatório financeiro aplicável; e

b) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se como exigido pelas NBC TAs,em conformidade com as constatações do auditor.

Em todos os casos em que não for possível obter segurança razoável e a opinião com ressalva no relatório do

auditor for insuficiente nas circunstâncias para atender aos usuários previstos das demonstrações contábeis,

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as NBC TAs requerem que o auditor se abstenha de emitir sua opinião ou renuncie ao trabalho, quando arenúncia for possível de acordo com lei ou regulamentação aplicável.

7. Controle de qualidade da auditoria de Demonstrações Contábeis.

A norma do CFC que trata do controle de qualidade da auditoria de demonstrações contábeis é a NBC TA220.

Esta Norma trata das responsabilidades específicas do auditor em relação aos procedimentos de controle dequalidade da auditoria de demonstrações contábeis. Trata também, quando aplicável, das responsabilidadesdo revisor do controle de qualidade do trabalho, e deve ser lida juntamente com as exigências éticasrelevantes.

7.1 Sistema de controle de qualidadeOs sistemas, as políticas e os procedimentos de controle de qualidade são de responsabilidade da firma deauditoria. De acordo com a NBC PA 01 – Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) deAuditores Independentes que executam exames de auditoria e revisões de informação contábil histórica eoutros trabalhos de asseguração e de serviços correlatos, a firma tem por obrigação estabelecer e mantersistema de controle de qualidade para obter segurança razoável de que:

- a firma e seu pessoal cumprem com as normas profissionais e técnicas e as exigências legais eregulatórias aplicáveis; e- os relatórios emitidos pela firma ou pelos sócios do trabalho são apropriados nas circunstâncias.

No contexto do sistema de controle de qualidade da firma, as equipes de trabalho têm a responsabilidade de

implementar procedimentos de controle de qualidade que são aplicáveis ao trabalho de auditoria e fornecer àfirma informações relevantes que permitam o funcionamento da parte do sistema de controle de qualidaderelacionado com independência.

As equipes de trabalho podem confiar no sistema de controle de qualidade da firma, a menos que asinformações fornecidas pela firma ou por outras partes indiquem o contrário.

Segundo o item A1 da NBC TA 220, o sistema de controle de qualidade inclui políticas e procedimentos que tratam dos seguintes elementos:

•  responsabilidades da liderança pela qualidade na firma;•  exigências éticas relevantes;•  aceitação e continuidade de relacionamentos com clientes e trabalhos específicos;•  recursos humanos;•  execução do trabalho; e•  monitoramento.

7.2 Aceitação e continuidade de relacionamento com clientes e trabalhos de auditoria

O sócio encarregado do trabalho deve estar convencido de que foram seguidos os procedimentos apropriadosem relação à aceitação e continuidade de relacionamentos com clientes e trabalhos de auditoria, e devedeterminar que as conclusões obtidas sobre esse aspecto são apropriadas.

Se o sócio encarregado do trabalho obtém informações que teriam levado a firma a declinar do trabalho se

essas informações estivessem disponíveis anteriormente, deve comunicar essas informações prontamente àfirma, de modo que a firma e ele próprio possam tomar as medidas necessárias.

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7.3 Definições

Frequentemente as bancas examinadoras retiram questões literais que tratam de conceitos, geralmenteapresentados no início das normas de auditoria. Nesse sentido, os termos a seguir possuem os significados aeles atribuídos:

O sócio encarregado do trabalho deve assumir a responsabilidade pela qualidade de todos os trabalhos deauditoria para os quais foi designado.

7.4 Execução do trabalho

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O sócio encarregado do trabalho deve assumir a responsabilidade pela:

(a) direção, supervisão e execução do trabalho de auditoria de acordo com as normas técnicas eexigências legais e regulatórias aplicáveis; e(b) emissão do relatório apropriado nas circunstâncias.

Revisões

O sócio encarregado do trabalho deve assumir a responsabilidade de realizar as revisões de acordo com aspolíticas e procedimentos de revisão da firma.

Na data, ou antes, da data do relatório, o sócio encarregado do trabalho deve, por meio de uma revisão dadocumentação da auditoria e de discussão com a equipe de trabalho, estar convencido de que foi obtidaevidência de auditoria apropriada e suficiente para suportar as conclusões obtidas e o relatório a ser emitido.

As políticas e procedimentos da firma sobre responsabilidades pela revisão são determinados com base nofato de que o trabalho de membros menos experientes da equipe é revisado por membros mais experientes daequipe.

Segundo o item A17 da NBC TA 220, uma revisão consiste em considerar se, por exemplo:

•  o trabalho foi realizado de acordo com as normas técnicas, profissionais e exigências legais eregulamentares aplicáveis;

•  foram levantados assuntos significativos para consideração adicional;•  foram feitas as consultas apropriadas, documentadas e implementadas as conclusões

resultantes;•  há necessidade de revisar a natureza, época e extensão do trabalho realizado;•  o trabalho realizado suporta as conclusões obtidas e está adequadamente documentado;•  as evidências obtidas são suficientes e apropriadas para suportar o relatório; e•  os objetivos dos procedimentos do trabalho foram alcançados.

Revisões tempestivas dos itens abaixo pelo sócio encarregado do trabalho nas devidas etapas durante otrabalho permitem que assuntos significativos sejam prontamente resolvidos para a satisfação do sócioencarregado do trabalho na data ou antes da data do relatório:

•  áreas críticas de julgamento, especialmente aquelas relacionadas com assuntos complexos oucontroversos identificados no curso do trabalho;

• 

riscos significativos; e•  outras áreas que o sócio encarregado do trabalho considera importante.

O sócio encarregado do trabalho não precisa, mas pode revisar toda a documentação de auditoria.

Monitoramento

Um sistema de controle de qualidade efetivo inclui um processo de monitoramento projetado para fornecersegurança razoável de que as políticas e procedimentos relacionados com o sistema de controle de qualidadesão relevantes, adequados e estão operando de maneira efetiva.

O sócio encarregado do trabalho deve considerar os resultados do processo de monitoramento da firma,

conforme evidenciado nas informações mais recentes circuladas pela firma e, se aplicável, por outras firmasda rede, e se as deficiências observadas nessas informações podem afetar o trabalho de auditoria.

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ANEXO I

NBC TASeção 200 Princípios Gerais e ResponsabilidadesNBC TA Assunto

200Objetivos gerais do auditor independente e a condução de uma auditoria deacordo com as normas de auditoria

210 Concordando com os termos de um trabalho de auditoria220 Controle de qualidade de uma auditoria de demonstrações contábeis230 Documentação de auditoria

240Responsabilidades do auditor relacionadas com fraude em uma auditoria de

demonstrações contábeis250

Consideração de leis e regulamentos em uma auditoria de demonstraçõescontábeis

260 Comunicação com os responsáveis pela governança

265Comunicação de deficiências nos controles internos aos responsáveis pelagovernança e administração

Seções 300 e 400 Avaliação dos Riscos e Respostas aos riscos avaliadosNBC TA Assunto

300 Planejamento de uma auditoria de demonstrações contábeis

315Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante por meio doentendimento da entidade e de seu ambiente

320 Materialidade no planejamento e na execução de uma auditoria330 Respostas do auditor aos riscos avaliados

402Considerações de auditoria referentes ao uso por uma entidade de uma outraorganização de serviços

450 Avaliação das distorções identificadas durante a auditoria

Seção 500 Evidência de auditoriaNBC TA Assunto

501 Evidências de auditoria - Considerações específicas para itens selecionados505 Confirmações externas510 Trabalhos iniciais - Saldos iniciais

520 Procedimentos analíticos530 Amostragem em auditoria

540Auditoria de estimativas contábeis, incluindo estimativas contábeis de valor justo,e divulgações relacionadas

550 Partes relacionadas560 Eventos subsequentes570 Continuidade580 Representações formais da administração

Seção 600 Utilização do trabalho de outrosNBC TA Assunto

600 Considerações especiais - Auditorias de demonstrações contábeis de grupos(incluindo o trabalho dos auditores de componentes)

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610 Utilização do trabalho de auditoria interna620 Utilização do trabalho de especialistas

Seção 700 Conclusão dos trabalhos e RelatóriosNBC TA Assunto

700Formação da opinião e emissão do relatório do auditor independente sobre asdemonstrações contábeis

705 Modificações na opinião do auditor independente

706Parágrafos de ênfase e parágrafos de outros assuntos no parecer do auditorindependente

710Informações comparativas -- Valores correspondentes e demonstrações contábeiscomparativas

720Responsabilidade do auditor em relação a outras informações incluídas emdocumentos que contenham demonstrações contábeis auditadas

Seção 800 Áreas EspecíficasNBC TA Assunto

800Considerações especiais - Auditorias de demonstrações contábeis preparadas deacordo com estruturas conceituais de contabilidade para propósitos especiais

805Considerações especiais - Auditoria de quadros isolados das demonstraçõescontábeis e de elementos, contas ou itens específicos das demonstraçõescontábeis

810 Trabalhos para reportar sobre demonstrações contábeis Condensadas

Outras NBCs

NBC PA 11 Revisão Externa de Qualidade pelos Pares.NBC PA 290 Independência – Trabalhos de Auditoria e Revisão.NBC P 1.8 Utilização Trabalhos de EspecialistasNBC P 1.6 Sigilo

NBC PA 01Controle de Qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de AuditoresIndependentes.

EXERCÍCIOS

1 - (ESAF / RFB / 2012) - Pode-se afirmar que, para a aceitação do risco de um trabalho de auditoria

externa, deve o auditor avaliar:I. se os sócios e equipe são, ou podem razoavelmente tornar-se, suficientemente competentes para assumir otrabalho.II. qual a atitude dos colaboradores e dos grupos de colaboradores em relação ao ambiente de controleinterno e seus pontos de vista sobre interpretações agressivas ou inadequadas de normas contábeis.III. se terá acesso aos especialistas necessários para a realização do trabalho.a) Todas estão corretas.b) Apenas I e II estão corretas.c) Apenas II e III estão erradas.d) Somente a III está correta.e) Todas estão erradas

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2 - (FCC / TRT 6ª Região / 2012) – A empresa Jaú S.A. de capital aberto, por problemasadministrativos e financeiros, não efetuou a auditoria externa de suas demonstrações financeiras nosanos de 2009, 2010 e 2011. Em 2012, por determinação da CVM foi solicitada a apresentar asauditorias de todo o período, senão teria seu registro cancelado. A empresa precisando manter essaforma de capitação de recursos, contratou auditoria para emitir:(A) parecer de auditoria para o ano de 2009 e relatório de auditoria para os anos de 2010 e 2011, medianteaplicação das normas de auditoria vigentes a partir de 2010.(B) parecer de auditoria para os anos de 2009, 2010 e 2011, mediante a aplicação das normas de auditoriavigentes a partir de 2010.(C) parecer de auditoria para o ano de 2009, aplicando as normas de auditoria vigentes para o período até2009, e relatório de auditoria para os anos de 2010 e 2011, mediante aplicação das normas de auditoriavigentes a partir de 2010.(D) relatório de auditoria para os anos de 2009, 2010 e 2011, mediante a aplicação das normas de auditoriavigentes até 2009.

(E) relatório de auditoria para o ano de 2009, aplicando as normas de auditoria vigentes para o período até2009 e parecer de auditoria, para os anos de 2010 e 2011, mediante a aplicação das normas de auditoriavigentes a partir de 2010.

3 - (FCC / TRT 6ª Região / 2012) – De acordo com as normas de auditoria externa, quando o auditordesenvolve seus trabalhos com uma postura que inclui questionamento e avaliação crítica e detalhada,e desempenhe os trabalhos com alerta para condições que possam indicar possível distorção, devido aerro ou fraude nas demonstrações financeiras, o auditor está aplicando:(A) julgamento profissional.(B) ceticismo profissional.(C) equidade profissional.(D) diligência profissional.

(E) neutralidade profissional.

4 - (FCC / TRE-CE / 2012) – Um auditor externo ao proceder a auditoria da empresa Grãos e Cia,constata no ano de 2010, na fase pré-operacional da unidade construída em Palmas, o custo de R$18.000.000,00 relativos à terraplanagem do terreno da fábrica. Foram feitos os testes, queevidenciaram que o contrato de serviços de terraplanagem foi realizado com empresa devidamenteconstituída juridicamente e em atividade normal. O pagamento do serviço contratado foi efetuado àempresa de terraplanagem e comprovado por pagamento eletrônico constante do extrato bancário. Oauditor em procedimento complementar e diante da expressividade dos valores foi até a unidadeverificar os serviços. Ao indagar alguns funcionários foi informado que o serviço de terraplanagemhavia sido feito pela prefeitura da cidade, a qual também doou o terreno a empresa Grãos e Cia. Osfuncionários também informaram que nunca esteve na empresa Grãos e Cia qualquer funcionário da

empresa de terraplanagem contratada.O procedimento do auditor mostra uma postura de:(A) falta de ética profissional por desconfiar da administração.(B) investigação, atitude não pertinente às atividades do auditor.(C) julgamento profissional avaliando a licitude dos atos da equipe de auditores.(D) representante da Governança no processo de identificação de todas as fraudes.(E) ceticismo profissional adequada às normas de auditoria.

5 - (FCC / TRT-20ª Região / 2011) - Dentre outros, são princípios fundamentais de ética profissionalrelevantes para o Auditor quando da condução de auditoria de demonstrações contábeis:(A) formalismo e confiabilidade.(B) integridade e pessoalidade.(C) confidencialidade e motivação.

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(D) formalismo e objetividade.(E) integridade e objetividade.

6 - (FCC / INFRAERO / 2011) – De acordo com as Normas Técnicas de Auditoria Independente, éprincípio fundamental de ética profissional a:(A) interação com o auditado.(B) objetividade.(C) parcialidade.(D) integralidade.(E) subjetividade.

7 - (FCC / TRF – 1ª Região / 2011) – Considere as assertivas a seguir:I. A auditoria é uma investigação oficial de suposto delito. Portanto, o auditor não recebe poderes legaisespecíficos, tais como o poder de busca, que podem ser necessários para tal investigação.

II. Desde que o auditor assine declaração de independência, não é mais necessário que decline de trabalhosnos quais existam, na administração da empresa auditada, parentes em nível de segundo grau.III. Em decorrência das limitações inerentes de uma auditoria, há um risco inevitável de que algumasdistorções relevantes das demonstrações contábeis não sejam detectadas, embora a auditoria sejaadequadamente planejada e executada em conformidade com as normas legais de auditoria.Está correto o que se afirma SOMENTE em:(A) II e III.(B) I e II.(C) I.(D) II.(E) III.

8 - (FCC / TRF – 1ª Região / 2011) – É prática ética do auditor:(A) guardar sigilo das informações que obteve para realização da auditoria das demonstrações contábeis,dando divulgações dessas informações somente nas situações em que a lei ou as normas de auditoriapermitam.(B) auditar empresa na qual sua prima de segundo grau é diretora financeira e administrativa, desde quedeclare no relatório de auditoria a existência dessa parte relacionada.(C) realizar auditoria de demonstrações contábeis de companhia aberta, desde que tenha no mínimo oregistro no CRC, como contador.(D) conduzir os trabalhos de auditoria de forma a não repetir os procedimentos aplicados no ano anterior,para contas nas quais não foram encontradas irregularidades, reduzindo assim o número de contas a seremauditadas.(E) aviltar honorários com a justificativa de manutenção do cliente, do quadro de funcionários da firma e da

sua estrutura administrativa.

09 - (FCC / TRT-4ª Região / 2011) - Não corresponde a um princípio fundamental da conduta ética doauditor a:a) integridade dos trabalhos executados.b) competência técnica nas análises e avaliações.c) postura mental independente.d) subjetividade na aplicação dos procedimentos.e) confidencialidade das informações.

10 - (FCC / ISS-SP / 2012) – A independência do auditor externo da empresa Aquisição S.A. écomprometida pelas situações:

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I. A empresa Aquisição S.A. comprou a empresa Ágile S.A.. A firma de auditoria da adquirente é a mesmaque realizou os trabalhos de due dilligence da empresa Aquisição S.A. e de consultoria tributária no ano daaquisição para a empresa Ágile.II. O diretor financeiro da empresa Ágile S.A é primo em segundo grau do diretor presidente da empresaAquisição S.A.III. A firma de auditoria indica escritórios de advocacia para a empresa Aquisição S.A. em suascontingências tributárias.Afeta a independência do auditor externo o que consta em:(A) III, apenas.(B) II, apenas.(C) I, II e III.(D) I, apenas.(E) II e III, apenas.

11 - (FCC / MPE PE / 2012) – NÃO representa um requisito necessário para que o auditor possaconduzir adequadamente os trabalhos de asseguração das demonstrações contábeis:(A) ceticismo profissional.(B) acesso irrestrito a todas as informações necessárias para fundamentar seu parecer.(C) julgamento profissional.(D) corresponsabilidade pela elaboração das demonstrações contábeis da entidade auditada.(E) obtenção de evidência de auditoria apropriada e suficiente.

12 - (ESAF / CVM / 2010) - Assinale a opção que indica uma exceção aos princípios fundamentais deética profissional relevantes para o auditor na condução de trabalhos de auditoria das demonstraçõescontábeis. a) Independência técnica.

b) Confidencialidade.c) Competência e zelo profissional.d) Comportamento e conduta profissional.e) Objetividade.

13 - (ESAF / CVM / 2010) - A respeito da elaboração e divulgação das demonstrações financeiras, combase em padrões contábeis internacionais, é correto afirmar: a) a adoção de padrões internacionais de contabilidade na elaboração e divulgação das demonstraçõesfinanceiras é obrigatória para as Companhias Abertas cujo capital social seja de propriedade de companhiascom sede no exterior.b) a adoção de padrões contábeis internacionais por parte das Companhias Abertas é opcional para oexercício findo em 2010 e obrigatório a partir do exercício findo em 2011.

c) somente as Companhias Abertas com ações em bolsa deverão, a partir do exercício findo em 2010,apresentar as demonstrações financeiras consolidadas de acordo com os padrões contábeis internacionais.d) é opcional às Companhias Abertas a adoção dos padrões internacionais de contabilidade, desde quecumpram com as normas da legislação societária.e) a partir do exercício findo em 2010, as Companhias Abertas deverão apresentar suas demonstraçõesfinanceiras consolidadas adotando o padrão contábil internacional.

14 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - O auditor da empresa Negócios S.A. estabeleceu trêsprocedimentos obrigatórios para emissão do parecer. O primeiro, que a empresa renovasse o contratode auditoria para o próximo ano, o segundo, que a empresa emitisse a carta de responsabilidade daadministração e o terceiro, que o parecer seria assinado por sócio do escritório de contabilidade, cujaúnica formação é administração de empresas. Pode-se afirmar, com relação aos procedimentos,respectivamente, que:

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a) é ético, não é procedimento de auditoria e atende as normas de auditoria e da pessoa do auditor.b) não é ético, não é procedimento de auditoria e não atende as normas de auditoria e da pessoa do auditor.c) é ético, não deve ser considerado para emissão do parecer e atende as normas de auditoria e da pessoa doauditor.d) é ético, considera-se apenas em alguns casos para emissão do parecer e não atende as normas de auditoriae pessoa do auditor.e) não é ético, é procedimento de auditoria e não atende as normas de auditoria e da pessoa do auditor.

15 - (ESAF / CVM / 2010) - Assinale a opção que indica uma ação capaz de eliminar a perda deindependência da entidade de auditoria por interesse financeiro direto. a) Fazer constar nos relatórios produzidos o tipo de interesse financeiro, a extensão desse interesse.b) Encerrar o trabalho de auditoria ou transferi-lo a outra entidade.c) Alienar o interesse financeiro direto antes de a pessoa física tornar-se membro da equipe de auditoria.d) Alienar o interesse financeiro ou transferi-lo temporariamente até a conclusão dos trabalhos.

e) Comunicar às entidades de supervisão e controle a existência desse interesse e aguardar pronunciamento.16 - (ESAF / CVM / 2010) - Visando manter a qualidade e a credibilidade do seu trabalho, aoidentificar ameaças que possam comprometer a sua independência, o auditor deve tomar a seguinteprovidência: a) comunicar a direção da entidade auditada, para que sejam tomadas as providências necessárias à suaeliminação.b) aplicar as salvaguardas adequadas, para eliminar as ameaças ou reduzi-las a um nível aceitável,documentando-as.c) propor aos responsáveis pela entidade de auditoria a supressão das ameaças mediante acordo entre asentidades.d) documentar as ameaças e comunicá-las aos órgãos de supervisão e controle do setor em que atua a

entidade auditada.e) eliminar as ameaças mediante comunicação aos responsáveis pela governança da entidade auditada e fazerconstar tais providências no seu parecer.

17 - (ESAF / CVM / 2010) - O responsável pela revisão da qualidade dos trabalhos de auditoria deverealizar uma avaliação objetiva dos julgamentos significativos levando em conta os seguintes aspectos,exceto: a) avaliação das conclusões atingidas ao elaborar o relatório e considerar se o relatório é apropriado.b) discussão de assuntos significativos com o encarregado do trabalho.c) revisão da documentação selecionada de auditoria relativa aos julgamentos significativos feitos pelaequipe de trabalho e das conclusões obtidas.d) revisão das demonstrações contábeis e do relatório proposto.

e) discussão do julgamento e relatório com a direção da entidade auditada.

18 - (ESAF / CGU-Correição / 2006) - Em uma Auditoria Independente, a perda de independênciapode-se dar pela ocorrência dos seguintes fatos, exceto: a) operações de créditos e garantias com a entidade auditada.b) relacionamentos comerciais com a entidade auditada.c) relacionamentos familiares e pessoais com a entidade auditada.d) atuação como administrador ou diretor de entidade auditada.e) recebimento dos honorários devidos pelos serviços de auditoria prestados à entidade auditada.

19 - (ESAF / SEFAZ-CE / 2006) - É fator determinante para a recusa de um trabalho de auditoriaexterna:a) o auditor ser importante acionista da empresa auditada.

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b) o auditor ter conhecimento suficiente sobre o negócio da empresa.c) a possibilidade de o profissional contratado poder realizar o trabalho com imparcialidade.d) a necessidade de uso de especialistas para avaliação de áreas específicas.e) a existência de fraude ou erro nas demonstrações auditadas.

20 - (ESAF / SEFAZ-CE / 2006) - O programa de controle de qualidade deve ser estabelecido deacordo com a estrutura da equipe técnica do auditor e a complexidade dos serviços; assim, se o auditornão possuir equipe, em trabalho desta natureza: a) não poderá aceitar o trabalho visto ser de fundamental importância à existência de estrutura técnica daequipe.b) terá limitação na execução de parte do trabalho, tendo de compor parceria com firma de auditoria maior.c) o auditor deverá de forma obrigatória constar de seu parecer a limitação da equipe técnica, ficando sob suaresponsabilidade os trabalhos.d) o controle de qualidade é inerente à qualificação profissional do auditor, a qual confirmará sua

competência para a execução do trabalho.e) a qualidade do trabalho fica sempre comprometida, sendo passível de punição ética pelo Conselho Federalde Contabilidade.

21 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - Não é fator que impeça o auditor independente de aceitar trabalhosde auditoria em entidades: a) vínculo conjugal com administradores da entidade.b) ter sido empregado da entidade há mais de dois anos.c) ser acionista da empresa auditada.d) ter interesse financeiro direto na entidade.e) fixar honorários condicionais à natureza do trabalho.

22 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - Na ausência de disposições específicas para registro de fatoscontábeis, pode o Auditor, na avaliação desses fatos, adotar o procedimento de: a) acatar as práticas contábeis já consagradas pela Profissão Contábil, sempre formalizadas pelos seusorganismos próprios.b) não aceitar as práticas contábeis já consagradas pela Profissão Contábil, formalizadas ou não pelos seusorganismos próprios.c) desconsiderar os fatos contábeis, visto não estarem formalizados pelos seus organismos próprios.d) aceitar as práticas contábeis já consagradas pela Profissão Contábil, formalizadas ou não pelos seusorganismos próprios.e) ressalvar as práticas contábeis já consagradas pela Profissão Contábil e formalizadas pelos seusorganismos próprios.

23 - (ESAF/SEFAZ-CE/AFRE/2007) - Na ausência de disposições específicas sobre matéria contábil,deve o auditor:A) solicitar que os órgãos competentes da profissão se manifestem formalmente sobre o assunto, aguardandoposição para término do trabalho.B) somente adotar práticas consagradas pela profissão contábil formalizadas pelos órgãos da profissão.C) basear-se em práticas já consagradas pela profissão contábil, independente de estarem ou nãoformalizadas pelos órgãos da profissão.D) sempre emitir parecer com ressalva relatando no parecer o procedimento adotado e a irregularidade emrelação aos princípios fundamentais de contabilidade.E) não emitir parecer, em virtude de não haver procedimento contábil formal para tratamento do fato.

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24 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - Na ética profissional do auditor independente, a integridade é aqualidade na qual a confiança do usuário de seus serviços se norteia. Para isso, o auditor não pode:a) questionar os fatos contabilizados.b) renunciar aos trabalhos.c) ser imparcial em sua opinião.d) subordinar-se a julgamento.e) cometer erros não intencionais.

25 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - No controle da qualidade dos seus serviços, o auditor deverá___________, supervisionar e revisar o trabalho em todas as suas etapas, de modo a garantir aosusuários de seus serviços a certeza __________ de que o trabalho foi realizado de acordo com as___________ de controle de qualidade requeridas nas circunstâncias. a) planejar / razoável / normasb) reestruturar / parcial / normas

c) organizar / mínima / leisd) elaborar / total / regulamentaçõese) auditar / razoável / leis

26 - (ESAF / RFB / 2003) - A ética profissional é condição para o exercício de qualquer profissão. Naexecução do trabalho de auditoria, o auditor externo deve atender aos seguintes princípios éticosprofissionais:a) integridade, eficiência, confidencialidade e dependência.b) independência, integridade, eficiência e confidencialidade.c) dependência, integridade, imparcialidade e ineficiência.d) confidencialidade, integridade, eficiência e negligência.e) eficiência, confidencialidade, integridade e parcialidade.

27 - (ESAF/Pref. Natal/AFTM/2008) - Na execução dos trabalhos de auditoria externa, normalmentesão utilizadas equipes técnicas para o desempenho do trabalho. Pode-se afirmar que aresponsabilidade técnica do trabalho é:A) de toda a equipe técnica, desde que supervisionada pelo auditor.B) dos gerentes do projeto e do sócio-auditor, por possuírem formação pertinente.C) da firma de auditoria, que assume os riscos mediante contrato.D) do auditor, que assumirá total responsabilidade pelos trabalhos executados.E) de todos os sócios da firma de auditoria, por responderem solidariamente e ilimitadamente.

28 - (ESAF/Pref. Natal/AFTM/2008) - A firma de auditoria Verificações Ltda. foi convidada, pelaempresa Múltiplos S.A., para elaborar proposta de auditoria para suas demonstrações contábeis

relativas ao ano de 2007. O auditor, nesse período, já havia efetuado a revisão das declarações deimposto de renda da empresa e consultoria, elaborando a avaliação dos ativos de uma empresacoligada, para que a mesma fosse incorporada pela empresa Múltiplos S.A. Deve o auditor, nessasituação,A) recusar o convite de auditoria por conflito nos trabalhos já executados e os a serem desempenhados.B) participar do processo elaborando proposta que evidencie os trabalhos já executados e os honorárioscobrados.C) omitir os serviços de consultoria prestados, deixando que o cliente analise sua independência ou não pararealização do trabalho.D) exigir os trabalhos como complemento das atividades já desempenhadas na empresa.E) aceitar o convite, com limitação de escopo, restringindo os trabalhos somente aos processos dos quais nãotenha participado como consultor.

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29 - (ESAF/Pref. Natal/AFTM/2008) - No processo de auditoria independente, deve-se:A) garantir a viabilidade futura da entidade.B) dividir a responsabilidade entre a equipe técnica e o auditor.C) abolir o uso de práticas consagradas pela Profissão Contábil.D) certificar a continuidade da empresa pelos próximos 5 anos.E) emitir o parecer com assinatura de contador devidamente registrado.

30 - (CESGRANRIO/LIQUIGÁS-Auditor/2012) - São objetivos gerais do auditor, ao conduzir aauditoria das demonstrações contábeis, (A) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis estão livres de distorção relevante, causadapor fraude ou erro, permitindo que o auditor expresse sua opinião sobre a elaboração dessas demonstraçõesconsoante a estrutura de relatório financeiro aplicável.(B) rastrear fraudes e identificar se a aplicação dos recursos financeiros da empresa está de acordo com asnormas impostas pelos órgãos de fiscalização e regulamentação.

(C) apresentar relatório sobre a administração e comunicar-se conforme exigido pelas Normas Brasileiras deContabilidade.(D) identificar se a empresa apresenta informações nas demonstrações contábeis de acordo com as normasimpostas pelo Ministério Público.(E) comprovar se os ativos e passivos sofreram variações conforme estipulado no planejamento estratégicoda empresa.

GABARITO

1 – A 2 - C 3 - B 4 - E5 - E 6 – B 7 - E 8 - A9 - D 10 - D 11 - D 12 - A

13 - E 14 - E 15 - C 16 - B17 - E 18 - E 19 - A 20 - D21 - B 22 - D 23 - C 24 - D25 - A 26 – B 27 - D 28 - A29 - E 30 - A

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AULA 02: Auditoria Interna versus Auditoria Externa. Conceito, Objetivos, Responsabilidades, Funções,Atribuições.

1. Conceito de Auditoria

Pessoal, pra começar esta aula vamos relembrar, em apenas duas páginas, a conceituação de auditoria porque, além de ser muito cobrado em prova, é essencial para entendermos as diferenças entre auditoria internae independente, que é o nosso principal tópico da aula de hoje.

Escolher um conceito universal  para Auditoria não é uma tarefa simples. A maioria dos autores escrevesobre uma das diversas especializações da matéria, e, no momento da definição, acaba privilegiando a

Auditoria Interna ou a Auditoria Externa (não se preocupem com essa diferença, trataremos dela mais afrente).

Crepaldi (2012) afirma que se pode definir Auditoria, de forma bastante simples, como o “levantamento,estudo e avaliação sistemática das transações, procedimentos, operações, rotinas e das demonstraçõesfinanceiras de uma entidade”.

Aprofundando a definição, podemos dizer que se trata de testar a eficiência e a eficácia do controlepatrimonial, sem nos limitarmos aos aspectos contábeis do conceito. Por ser uma atividade crítica, em suaessência, traduz-se na emissão de uma opinião sobre as atividades verificadas.

Quanto ao termo auditor, a doutrina se divide em citar sua origem latina – audire, audição, ouvinte – e a

expressão inglesa to audit  – examinar, certificar. De forma prática, auditar é ouvir o gestor – aquele quedetém a responsabilidade pela administração do patrimônio alheio – para saber como é que ele está agindona condução de suas atividades, e se essa conduta está alinhada com o que o proprietário espera dele.

Em linhas gerais, vamos mais uma vez nos remeter à obra de Franco e Marra (2011) para definir o objeto daauditoria (em sentido amplo):

“conjunto de todos os elementos de controle do patrimônio administrado, os quaiscompreendem registros contábeis, papéis, documentos, fichas, arquivos e anotações quecomprovem  a veracidade dos registros e a legitimidade dos atos da administração, bemcomo sua sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais”. (grifamos)

Neste ponto, vamos dividir a Auditoria em dois grandes grupos, e a partir daqui, centrar nosso foco no queserá cobrado no concurso da Receita Federal. De acordo com o ambiente em que será aplicada, a Auditoriapoderá ser Governamental ou Privada.

A Auditoria Governamental – ou Pública, do Setor Público – é, conforme disposto na Instrução Normativa01/2001, da Secretaria Federal de Controle Interno (da Controladoria-Geral da União), o conjunto detécnicas que visa avaliar a gestão pública, pelos processos e resultados gerenciais, e a aplicação derecursos públicos por entidades de direito público e privado, mediante a confrontação entre uma situação encontrada com um determinado critério  técnico, operacional ou legal. Tem por objetivo primordialgarantir resultados operacionais na gerência da coisa pública.

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A Auditoria Governamental engloba todas as esferas de governo – federal, distrital, estadual e municipal – eníveis de poder - Executivo, Legislativo e Judiciário -, e, claro, alcança as pessoas jurídicas de direitoprivado, caso se utilizem de recursos públicos. Essa auditoria será objeto da nossa aula 9.

A Auditoria Privada – ou Empresarial, das Demonstrações Contábeis, das Demonstrações Financeiras – é oconjunto de procedimentos técnicos que tem por objetivo a emissão de parecer sobre as demonstraçõescontábeis  das empresas privadas em relação a  sua adequação aos Princípios  de Contabilidade e àlegislação específica.

Nesse sentido, a NBC TA 200 define como objetivo da Auditoria das Demonstrações Contábeis (AuditoriaIndependente):

“aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Isso éalcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstrações

contábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com umaestrutura de relatório financeiro aplicável.” (grifamos)

Aqui já podemos lembrar o seguinte. A questão “falou” em objetivo do auditor independente, temos quepensar logo em emissão de uma opinião sobre as demonstrações contábeis, ok? Não dá pra errar isso ealgumas questões cobram apenas esse conhecimento, como veremos nos exercícios comentados.

Para atingir suas finalidades, a Contabilidade utiliza-se das seguintes técnicas contábeis:  Escrituração (registro dos fenômenos patrimoniais);  Demonstrações (balanços e outras demonstrações);  Auditoria; e  Análise de balanços.

Assim, podemos concluir que a Auditoria tem a natureza de técnica contábil utilizada pela Contabilidade para atingir seus objetivos, sendo a Auditoria Contábil  a técnica contábil  cujo objetivo é emitir umaopinião sobre as demonstrações contábeis (também denominadas financeiras).

2. Evolução da Auditoria

Esta parte da matéria não é cobrada com frequência nos certames (apesar de constar em alguns editais) e porisso não vamos perder mais que uma página e meia nela. De qualquer modo, entendemos que é importantepara um entendimento mais abrangente do assunto, e essa visão vai auxiliá-lo na resolução das questões,por meio de um raciocínio sistemático sobre os conceitos que estamos apresentando.

A doutrina não é pacífica quando trata da evolução da auditoria. Assim, vamos nos pautar pela obra deWilliam Attie (2010) para traçarmos uma sequência lógica da evolução da auditoria, nos remetendo a outrosautores, quando necessário.

A Contabilidade foi a primeira disciplina desenvolvida para auxiliar e informar o administrador, epodemos afirmar que a auditoria, como uma técnica contábil, é uma especialização da Contabilidade ,destinada a ser usada como ferramenta de confirmação dessa própria ciência.

O surgimento da Auditoria está ancorado na necessidade de confirmação por parte dos investidores  eproprietários quanto à realidade econômico-financeira espelhada no patrimônio das empresas investidas.Tudo como fruto da evolução do sistema capitalista.

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Attie afirma ser desconhecida a data de início da atividade de auditoria, mas cita alguns momentos marcantespara o desenvolvimento do assunto, sendo o primeiro a criação do cargo de auditor do Tesouro, na Inglaterra,em 1314.

Em 1880, foi criada a Associação dos Contadores Públicos Certificados, na Inglaterra, e em 1886, suacongênere nos Estados Unidos.

A partir daí, o ponto principal da evolução da auditoria foi a criação da SEC – Security and ExchangeComission (algo como a CVM aqui no Brasil), em 1934, nos Estados Unidos, quando a profissão de auditorassume sua importância, tendo em vista que as empresas listadas em Bolsa de Valores foram obrigadas a seutilizarem dos serviços de auditoria para dar mais credibilidade a suas demonstrações financeiras.

No Brasil, a evolução da auditoria esteve primariamente relacionada com a instalação de  filiais esubsidiárias de firmas estrangeiras, e a consequente obrigatoriedade de se auditar suas demonstrações

contábeis. Como resultado, tivemos a chegada ao país de empresas internacionais de auditoria independente.Com a evolução do mercado de capitais, a criação da Comissão de Valores Mobiliários – CVM – e da Leidas Sociedades por Ações, em 1976, a atividade de auditoria tomou grande impulso, mas ainda atrelada àsempresas integrantes do mercado de capitais e do Sistema Financeiro.

Quadro cronológico da evolução da auditoria

Datas Fatos? Desconhecida a data de início da atividade de auditoria.

1314 Criação do cargo de auditor do Tesouro na Inglaterra.1559 Sistematização e estabelecimento da auditoria dos pagamentos a servidores públicos pela

Rainha Elizabeth I.1880 Criação da Associação dos Contadores Públicos Certificados, na Inglaterra.1886 Criação da Associação dos Contadores Públicos Certificados, nos Estados Unidos.1894 Criação do Instituo Holandês de Contadores Públicos1934 Criação do Security and Exchange Comission (SEC), nos Estados Unidos.

Adaptado de “Auditoria – conceitos e aplicações – William Attie, 2010”.

3. Auditoria Interna versus Auditoria Externa.

3.1 Conceitos

Bom pessoal, agora sim entraremos na principal parte da aula que, embora simples, tem sido bastanteexplorada pelas bancas de concursos, como veremos mais a frente.

Já vimos que a Auditoria surgiu pela necessidade de formação de opinião independente quanto à forma pelaqual determinado patrimônio estava sendo gerenciado.

Pois bem. Essa opinião pode vir de dentro da própria empresa, desde que independente, ou de fora damesma, por profissionais que não fazem parte da organização.

Assim, podemos definir Auditoria Interna  como uma atividade de avaliação independente dentro daempresa, para verificar as operações e emitir uma opinião sobre elas, sendo considerada como um serviço 

prestado à administração.

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De acordo com Crepaldi (2012), é executada por profissional ligado à empresa, ou por uma seção própriapara esse fim, sempre em linha de dependência da direção empresarial.

Vamos ver um exemplo de uma empresa que está bastante na mídia, a EBX. Observem que a AuditoriaInterna está ligada ao Conselho de Administração, não estando subordinada a nenhuma Diretoria específica:

Fonte: www.ebx.com.br

Essa ligação com a Alta Administração  da empresa é que dá a necessária autonomia  aos trabalhos daAuditoria Interna, pois não é dependente de qualquer setor da entidade.

Essa autonomia é exigida, inclusive, pela NBC PI 01, norma profissional do auditor interno, emitida peloCFC, que em seu item 3.2.1 estabelece que “O auditor interno,  não obstante sua posição funcional  , deve

 preservar sua autonomia profissional”. 

Nesse ponto, o aluno poderia ter alguma dúvida quanto ao fato de afirmarmos ser uma opinião independente.Como uma opinião independente seria emitida por alguém que está em linha de dependência da direção?

Bom, vamos entender o seguinte: se a Auditoria Interna presta um serviço à própria administração, com queobjetivo o auditor iria “alterar” um resultado, modificar uma opinião para encobrir um fato? Nenhum, ouvocês imaginam que o administrador pediria para ser enganado pela Auditoria Interna?

O fato é que a Auditoria Interna tem como objetivo auxiliar a administração da entidade nocumprimento de seus objetivos. A Auditoria Interna não tem por objetivo principal a identificação defraudes e erros, tampouco a punição de gestores que cometam as impropriedades ou irregularidades.

Ou seja, se a Auditoria Interna não puder emitir uma opinião independente, autônoma, não cumprirá seupapel na estrutura organizacional. E essa ideia é muito importante para a prova de vocês.

Se a banca fizer uma comparação entre a independência da auditoria interna e da auditoria externa, é

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claro que nós vamos dizer que a auditoria externa é mais independente que a interna.

Vamos tratar agora de uma norma muito importante quando o assunto é a Auditoria Interna: a NBC T-12 –Da Auditoria Interna – aprovada pela Resolução nº 986/03, do Conselho Federal de Contabilidade. Naverdade, A Resolução CFC n.º 1.329/11 alterou a sigla e a numeração desta Norma NBC TI 01. Assim, anomenclatura correta é NBC TI 01.

Com relação ao conceito de Auditoria Interna, a norma estabelece:

“A Auditoria Interna compreende  os exames, análises, avaliações, levantamentos  ecomprovações, metodologicamente estruturados para a avaliação  da integridade,adequação, eficácia, eficiência e economicidade dos processos, dos sistemas de informaçõese de controles internos integrados ao ambiente, e de gerenciamento de riscos, com vistasa assistir à administração da entidade no cumprimento de seus objetivos.” (grifamos)

Como se vê, o CFC deixa claro que a Auditoria Interna deve avaliar processos, sistemas e controle, a fimde auxiliar a administração no cumprimento dos objetivos da entidade . E essa definição é muitoimportante! 

Quanto à Auditoria Externa, vocês já devem estar imaginando que é realizada por auditores que nãofazem parte da estrutura da empresa, e estão certos. É executada por profissional independente, semligação com os quadros da empresa, tendo sua atuação regulada por contrato de serviços.

Seu objetivo  é dar credibilidade às demonstrações contábeis, examinadas dentro dos parâmetros denormas de auditoria e princípios contábeis. Podemos concluir também que tem como clientes o públicoexterno à empresa, usuário final dessa informação.

A Auditoria Externa ou Independente é realizada por auditores que não fazem parte da estruturada empresa. É executada por profissional independente, tendo sua atuação regulada por contrato deserviços.

Seu objetivo é dar credibilidade às demonstrações contábeis, examinadas dentro dos parâmetros denormas de auditoria e princípios contábeis, e tem como principal cliente o público externo, usuáriofinal dessa informação. 

Para ficar bastante claro, vamos nos colocar na situação do interessado nessa informação produzida pelaAuditoria. Os investidores se contentariam em receber dados gerenciais da própria empresa, ainda que daAuditoria Interna, sabendo que seus integrantes fazem parte da folha de pagamentos da auditada? Lembrem-

se do que dissemos... se for para comparar, devemos dizer que a Auditoria Interna é menos independente quea Auditoria Externa.

Assim, a Auditoria Externa cumpre esse objetivo de emitir opinião sobre as demonstrações contábeis, afim de permitir a diversos interessados uma tomada de decisão mais racional sobre os investimentos feitos naorganização.

Pelas normas antigas (NBC T-11), as demonstrações contábeis deveriam ser elaboradas conforme osPrincípios Fundamentais de Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente,a legislação específica. Pelas novas normas (NBC TA 200), conforme uma estrutura de relatório financeiroaplicável.

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Para esclarecer, de acordo com a NBC TA 200, estrutura de relatório financeiro aplicável é aquela que éaceitável em vista da natureza da entidade e do objetivo das demonstrações contábeis ou que seja exigidapor lei ou regulamento. Explicando melhor. É a “regra do jogo” a ser aplicada para aquela empresa que estáelaborando as demonstrações.

3.2 Semelhanças e diferenças entre a Auditoria Interna e Externa

A principal semelhança entre a Auditoria Interna e a Externa é relacionada aos métodos de trabalho, que,via de regra, são bastante parecidos, tanto quanto às características desejáveis à pessoa do auditor quantoaos aspectos de planejamento, execução e emissão de relatórios.

Quanto às diferenças, vamos observar o quadro abaixo, retirado da obra de Crepaldi, sendo que muitas dasquais já foram comentadas nesta aula.

Elementos Auditoria Interna Auditoria ExternaSujeito Funcionário da empresa Profissional independente

Ação e objetivoExame dos controles

operacionaisExame das demonstrações

financeiras

FinalidadePromover melhorias noscontroles operacionais

Opinar sobre as demonstraçõesfinanceiras

Relatório principal Recomendações ParecerGrau de independência Menos amplo Mais amplo

Interessados no trabalho Empresa Empresa e público em geralResponsabilidade Trabalhista Profissional, civil e criminal

Continuidade do trabalho Contínuo Periódico (pontual)Fonte: Auditoria Contábil – teoria e prática – Crepaldi (2012) - Adaptado

Entendendo esse quadro vocês acertarão boa parte das questões relacionadas ao tema.

Cabe explicar, em relação ao elemento  Relatório Principal, que o auditor interno emite recomendações àempresa auditada (da qual, como vimos, faz parte). Já o auditor externo dá um parecer (no sentido de um

 juízo técnico). O documento por meio do qual o auditor interno emite suas recomendações, bem como oauditor independente exprime sua opinião é chamado, atualmente, de Relatório.

3.3 Funções da Auditoria Interna

Como vimos, o papel da Auditoria Interna é auxiliar a administração da entidade no cumprimento deseus objetivos. Para tanto, tem exercido a importante função de identificar oportunidades e estratégiaspara minimizar os riscos inerentes à atividade da organização a qual faz parte.

É elemento chave na avaliação e na sugestão de melhorias nos processos, sendo eficiente suporte na gestãoempresarial.

Outro ponto de destaque na NBC TI 01 é que a norma afirma que “A Auditoria Interna é exercida naspessoas jurídicas de direito público, interno ou externo, e de direito privado”. Dessa forma, deixa claroque não se limita a discutir conceitos exclusivos do setor privado, incluindo as pessoas jurídicas de direitopúblico.

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Sobre a finalidade da Auditoria Interna, a NBC TI 01 a coloca da seguinte forma: “agregar valor aoresultado da organização, apresentando subsídios para o aperfeiçoamento dos processos, da gestão e doscontroles internos, por meio da recomendação de soluções para as não conformidades apontadas nosrelatórios”.

Papel da Auditoria Interna:

Outro ponto que merece destaque quanto às funções da Auditoria Interna é o relacionado à prevenção defraudes e erros.

De acordo com a norma, é atribuição da Auditoria Interna assessorar a administração da entidade nessesentido, informando-a, sempre por escrito e de maneira reservada, quaisquer indícios de irregularidadesdetectadas no decorrer do trabalho.

A diferença entre fraude e erro é bastante simples: enquanto a fraude resulta de um ato intencional, o

erro é consequência de um ato não intencional (o famoso “foi sem querer”).

O que mais nos interessa nesse assunto é saber que a prevenção de fraudes e erros não é atribuiçãoprincipal, finalidade precípua, objetivo maior, e outras afirmações desse tipo, da Auditoria Interna. Se aquestão apresentar que é, podemos considerar ERRADO  sem medo, pois a responsabilidade primária poressa detecção é a própria administração da entidade. De qualquer forma, para assessorar a administração, aprevenção de fraudes ou erros acabará fazendo parte dos objetivos da auditoria interna, não sendo,entretanto, o principal, precípuo, maior, etc..

Outros pontos da NBC TI 01 serão abordados ao longo do nosso curso, quando tratarmos de temasespecíficos (planejamento, testes, relatório). Entretanto, cabe adiantar aqui, em relação à forma de opinião doauditor interno, que o relatório da Auditoria Interna deve ser apresentado a quem tenha solicitado o

trabalho ou a quem este autorizar, devendo ser preservada a confidencialidade do seu conteúdo. 

Além disso, a Auditoria Interna deve avaliar a necessidade de emissão de relatório parcial, na hipótese deconstatar impropriedades / irregularidades / ilegalidades que necessitem providências imediatas daadministração da entidade, e que não possam aguardar o final dos exames. Nesse aspecto cabe lembrar que oauditor independente não emite relatório parcial.

Cabe ressaltar a cooperação que deve existir entre o auditor interno e o independente. Segundo a NBC PI01, o auditor interno, quando previamente estabelecido com a administração da entidade em que atua, eno âmbito de planejamento conjunto do trabalho a realizar, deve apresentar os seus papéis de trabalho aoauditor independente e entregar-lhe cópias, quando este entender necessário.

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Por fim, é importante verificarmos o que o item A3 da NBC TA 610 estabelece, já que as bancas têmbuscado muitas questões no final das normas. Segundo essa norma, as atividades da função de auditoriainterna podem incluir um ou mais dos itens a seguir:

  Monitoramento do controle interno.  Exame das informações contábeis e operacionais.  Revisão das atividades operacionais.  Revisão da conformidade com leis e regulamentos.  Gestão de risco.

Governança 

3.4 Funções da Auditoria Externa (Independente)

Pode-se resumir a finalidade da Auditoria Externa com a afirmação de que busca conferir credibilidade às

demonstrações contábeis, visto que, para os interessados nas informações financeiras, não basta umaopinião interna, sendo indispensável a opinião independente da Auditoria Externa.

Não é atribuição do auditor independente garantir a viabilidade futura da entidade ou fornecer algum tipode atestado de eficácia da administração na gestão dos negócios.

De acordo a NBC TA 200, ao conduzir a auditoria de demonstrações contábeis, os objetivos gerais doauditor são:

“(a) obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estãolivres de distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro,possibilitando assim que o auditor expresse sua opinião sobre se as demonstraçõescontábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com aestrutura de relatório financeiro aplicável; e(b) apresentar relatório sobre as demonstrações contábeis e comunicar-se como exigidopelas NBC TAs, em conformidade com as constatações do auditor.” (grifamos)

Ou seja:

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Distorções são a diferença entre o valor, a classificação, a apresentação ou a divulgação de umademonstração contábil relatada e o valor, a classificação, a apresentação ou a divulgação que é exigida paraque o item esteja de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável (ou seja, a diferença entre o queé para o que deveria ser). As distorções podem originar-se de erro ou fraude. Uma distorção é relevantequando pode vir a modificar a opinião do usuário.

O auditor também pode ter outras responsabilidades de comunicação e de relatório, perante os usuários, aadministração, os responsáveis pela governança ou partes fora da entidade, a respeito dos assuntosdecorrentes da auditoria, como, por exemplo, de comunicação com os responsáveis pela Governança,responsabilidades em relação a fraudes, dentre outras, desde que estabelecidas por lei, regulamento ounormas do CFC.

4. Rotação dos responsáveis técnicos da Equipe de Auditoria

Segundo a NBC PA 290, de forma geral, objetivando impedir o risco de perda da objetividade(imparcialidade) e do ceticismo do auditor, é necessária a aplicação das seguintes ações, no caso de entidadede interesse do público:

(a)  rotação do sócio encarregado do trabalho e do revisor de controle de qualidade a intervalosmenores ou iguais a cinco anos consecutivos; e

(b)  intervalo mínimo de dois anos  para o retorno desses responsáveis técnicos à equipe deauditoria.

Entretanto, pode ser necessário certo grau de flexibilidade em relação ao momento de rotação, como porexemplos:

• Situações em que a continuidade de um dos responsáveis técnicos é especialmenteimportante para a entidade auditada.

• Situações em que as entidades de auditoria são de pequeno porte pequeno e/ou no caso deauditores pessoas físicas. Nesse caso, haverá a chamada “revisão por pares”.

5. Rotação da Firma de Auditoria

De acordo com o Art. 31 da Instrução CVM nº 308/99, que dispõe sobre o registro e o exercício da atividadede auditoria independente no âmbito do mercado de valores mobiliários, o Auditor Independente - PessoaFísica ou Jurídica -, não podem prestar serviços para um mesmo cliente por prazo superior a cinco anosconsecutivos, contados a partir da data da Instrução, exigindo-se um intervalo mínimo de três anos para asua recontratação.

Mas ATENÇÃO! Segundo a Instrução CVM nº 509/2011, a nova redação desse artigo passou a ser:“O prazo estabelecido no art. 31 desta Instrução é de até 10 (dez) anos consecutivos caso:

I - a companhia auditada possua Comitê de Auditoria Estatutário - CAE emfuncionamento permanente; eII - o auditor seja pessoa jurídica.

§ 1º Para a utilização da prerrogativa prevista no caput, o CAE deverá estar instalado noexercício social anterior à contratação do auditor independente.§ 2º Adotada a prerrogativa prevista no caput, o auditor independente deve proceder àrotação do responsável técnico, diretor, gerente e de qualquer outro integrante da equipe de

auditoria com função de gerência, em período não superior a 5 (cinco) anos consecutivos,com intervalo mínimo de 3 (três) anos para seu retorno." (grifamos)

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Portanto, não se deve confundir a rotação do responsável técnico com a rotação da empresa deauditoria.

Resumindo, em regra (há exceções, conforme NBC PA 290), temos o seguinte:

EXERCÍCIOS

1 - (ESAF / RFB / 2012) - A empresa Betume S.A. é uma empresa de interesse público que vem sendoauditada pela empresa Justos Auditores Independentes, pelo mesmo sócio-principal há sete anos.Considerando a NBC PA 290, deve a firma de auditoria externa:a) ser substituída por outra, não podendo retornar a fazer a auditoria da empresa no prazo de dez anos.b) fazer a substituição desse sócio-principal, podendo o mesmo retornar a fazer trabalhos de auditoria nessacompanhia somente após cinco anos.c) substituir toda a equipe de auditoria, podendo retornar aos trabalhos nessa companhia, decorridos nomínimo três anos.d) trocar o sócio-principal e demais sócios-chave do trabalho, podendo retornar a fazer auditoria apósdecorrido o prazo de dois anos.e) comunicar ao cliente a manutenção do sócio-principal, ficando a cargo do órgão regulador a determinaçãoou não da substituição.

2 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Sobre a auditoria independente, é correto afirmar que tempor objetivo: a) auxiliar a administração da entidade no cumprimento de seus objetivos.b) apresentar subsídios para o aperfeiçoamento da gestão e dos controles internos.c) emitir parecer sobre a adequação das demonstrações contábeis.d) levar à instância decisória elementos de prova necessários a subsidiar a justa solução do litígio.e) recomendar soluções para as não-conformidades apontadas nos relatórios.

3 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - Com relação aos relatórios de auditoria interna, pode-se

afirmar que: 

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a)  podem considerar posições de interesse da administração e dos gestores, sendo conduzidos aos interessesdesses.

b)  devem estar disponíveis a qualquer administrador da empresa, sem restrição.c)  podem relatar parcialmente os riscos associados aos possíveis pontos a serem levantados pela auditoria

externa.d)  somente devem ser emitidos antes do final dos trabalhos, quando houver irregularidades que requeiram

ações imediatas.e)  não devem ser emitidos antes do final dos trabalhos, por não possuírem informações completas.

4 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A responsabilidade primária na prevenção e detecção defraudes e erros é: a) da administração.b) da auditoria interna.c) do conselho de administração.

d) da auditoria externa.e) do comitê de auditoria.

5 - (ESAF / PMRJ / 2010) - A respeito dos objetivos da auditoria interna e da auditoria independente,é correto afirmar que:a) o objetivo da auditoria interna é apoiar a administração da entidade no cumprimento dos seus objetivos,enquanto o da auditoria independente é a emissão de parecer sobre as demonstrações contábeis.b) a auditoria interna se preocupa em avaliar os métodos e as técnicas utilizadas pela contabilidade, enquantoa auditoria externa cuida de revisar os lançamentos e demonstrações contábeis.c) a atuação de ambas não difere na essência uma vez que os objetivos da avaliação é sempre a contabilidade.d) a auditoria interna cuida em verificar os aspectos financeiros da entidade, enquanto a auditoria externa sepreocupa com os pareceres a respeito das demonstrações contábeis.

e) o objetivo da auditoria interna é produzir relatórios demonstrando as falhas e deficiências dos processosadministrativos e os da auditoria externa é emitir parecer sobre a execução contábil e financeira da entidade.

6 - (ESAF / ANA / 2009) - Entre as Normas Brasileiras de Contabilidade, a NBC-T-12 trata daatividade e dos procedimentos da Auditoria Interna. Nesse contexto, é correto afirmar:a) o relatório do auditor interno deve ser redigido com objetividade e imparcialidade.b) o termo ‘erro’ aplica-se a atos voluntários de omissão e manipulação de transações e operações,adulteração de documentos, registros, relatórios e demonstrações contábeis.c) para dar suporte aos resultados de seu trabalho, o auditor interno deve se valer, unicamente, da análise einterpretação das informações contábeis.d) o termo ‘fraude’ aplica-se a atos involuntários de omissão, desatenção, desconhecimento ou máinterpretação de fatos na elaboração de registros e demonstrações contábeis.

e) o uso de técnicas de amostragem estatística é vedado na auditoria interna.

7 - (ESAF / ICMS-RN / 2005) - A responsabilidade primária na prevenção e identificação de fraude eerros da entidade é: a) da auditoria independente da entidade.b) do contador da entidade.c) da consultoria contábil da entidade.d) do advogado da entidade.e) da administração da entidade.

8 - (ESAF / ICMS-RN / 2005) - O auditor externo, ao auditar entidade que controle outras empresas eque registre seus investimentos pelo método de equivalência patrimonial, tem responsabilidade sobre: 

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a) as demonstrações contábeis das controladas que serviram de base para cálculo da equivalênciapatrimonial.b) o cálculo das equivalências patrimoniais registradas nos investimentos das entidades controladas.c) a apresentação da reserva de reavaliação efetuada nas controladas no Patrimônio Líquido da Controladora.d) os pareceres emitidos para as entidades controladas e emitidos por outros auditores independentes.e) a apresentação da reavaliação efetuada nas controladas e registrada no Patrimônio Líquido da Controlada.

9 - (ESAF / RFB / 2003) - Assinale a assertiva correta quanto às características da auditoria interna eexterna. a) A auditoria interna é independente da empresa e a auditoria externa deve realizar testes nos controlesinternos e modificá-los quando necessário.b) A auditoria interna é obrigatória, conforme determina a Lei 6.404/76, e a auditoria externa devedisponibilizar seus papéis de trabalho sempre que solicitados.c) A auditoria interna tem como objetivo atender à gestão da empresa e a auditoria externa atender às

necessidades da diretoria da empresa.d) A auditoria interna não avalia os controles internos e a auditoria externa os elabora, modifica e implantana empresa auditada.e) A auditoria interna tem como objetivo a revisão das atividades da empresa continuamente e a auditoriaexterna é independente em todos os aspectos.

10 - (ESAF / ANA / 2009) - No processo de auditoria independente, deve-se:a) garantir a viabilidade futura da entidade.b) dividir a responsabilidade entre a equipe técnica e o auditor.c) abolir o uso de práticas consagradas pela Profissão Contábil.d) certificar a continuidade da empresa pelos próximos 5 anos.e) emitir o parecer com assinatura de contador devidamente registrado.

11 - (ESAF / RFB / 2003) - Das atribuições adicionais do auditor independente, quando na execução detrabalhos de auditoria de empresas que tenham ações negociadas no mercado de valores mobiliários,não está previsto:a) verificar se as demonstrações e o parecer de auditoria publicados estão de acordo com as demonstraçõesauditadas e com o parecer emitido.b) verificar se as informações divulgadas no relatório da administração estão em consonância com asdemonstrações auditadas.c) elaborar relatório sobre deficiências encontradas nos controles internos das companhias auditadas,informando à administração e ao Conselho Fiscal.d) verificar se as informações constantes da Demonstração do Fluxo de Caixa, bem como a estruturautilizada correspondem à determinada pela CVM.e) verificar se a destinação dada ao resultado foi feita de acordo com o estabelecido na Lei 6.404/76, noestatuto da empresa e nas normas da CVM.

12 - (ESAF / ICMS-RN / 2005) - Analise as afirmativas a seguir e assinale a opção correta.I. A auditoria interna deve assessorar a administração na prevenção de fraudes e erros;II. A auditoria interna é independente e imparcial;III. Fraude é o ato intencional de omissão praticado para manipular documentos, registros e relatórios.a) As assertivas I, II e III estão erradas.b) As assertivas I, II e III estão corretas.c) As assertivas I e II estão corretas e a III está incorreta.d) As assertivas II e III estão incorretas e a I está correta.

e) As assertivas I e III estão corretas e a II está incorreta.

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13 - (ESAF / CGU / 2004) - Não é função da auditoria interna avaliar a:a) eficácia dos processos dos controles internos.b) eficiência dos sistemas de informações.c) eficiência dos processos de produção.d) integridade do ambiente de controles internos.e) economicidade dos controles internos.

14 - (ESAF / CGU / 2006) - Preencha a lacuna com a expressão adequada. A ___________________compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamenteestruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dosprocessos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao ambiente e degerenciamento de riscos, com vistas a assistir à administração da entidade no cumprimento de seusobjetivos.a) Auditoria Independente.

b) Auditoria Governamental.c) Técnica de amostragem em Auditoria.d) Auditoria Externa.e) Auditoria Interna.

15 - (ESAF/TCU-ACE/2006) - Em relação à auditoria interna pode-se afirmar que:A) com relação às pessoas jurídicas de direito público não é sua atribuição avaliar a economicidade dosprocessos, visto que o objetivo do governo é de controle, independente do valor.B) é sua atribuição aperfeiçoar, implantar e fazer cumprir as normas por ela criadas em sua plenitude.C) deve relatar as não-conformidades sem emitir opinião ou sugestões para que sejam feitas as correções oumelhorias necessárias.D) é seu objetivo prevenir fraudes ou roubos, sendo que sempre que tiver quaisquer indícios ou constatações

deverá informar a administração, de forma reservada e por escrito.E) sua função é exclusivamente de validar os processos e transações realizadas, sem ter como objetivoassistir à administração da entidade no cumprimento de suas atribuições.

16 - (FCC / ISS-SP / 2012) - NÃO é uma atividade da função da auditoria interna:(A) a avaliação do processo de governança.(B) a gestão de risco.(C) o monitoramento do controle interno.(D) o exame das informações contábeis e operacionais.(E) a aprovação do relatório de auditoria externa.

17 - (FCC / TRF 2ª Região / 2012) – O auditor independente ou externo:

(A) tem como objetivo principal a prevenção e a detecção de falhas no sistema de controle interno daentidade.(B) deve produzir relatórios que visam atender, em linhas gerais, a alta administração da entidade oudiretorias e gerências.(C) tem que fazer análise com alto nível de detalhes, independentemente da relação custo-benefício, paraminimizar o risco de detecção.(D) deve produzir um relatório ou parecer sobre as demonstrações contábeis da entidade auditada.(E) tem menor grau de independência em relação à entidade auditada do que o auditor interno.

18 - (FCC / TCE-SP / 2012) – Em relação às diferenças entre a auditoria interna e externa dasdemonstrações contábeis, é correto afirmar:

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(A) A auditoria externa é de competência exclusiva de contador registrado no Conselho Federal deContabilidade, enquanto a auditoria interna pode ser realizada por um funcionário qualificado que recebatreinamento adequado para tal fim.(B) O grau de autonomia do auditor interno é maior que o do auditor externo independente, em virtude de sereportar diretamente à controladoria da entidade.(C) O auditor externo executa as auditorias operacional e contábil e o auditor interno, apenas a contábil.(D) O auditor externo é responsável pelo exame e avaliação do controle interno da entidade, cabendo aoauditor interno apenas implementar as modificações julgadas necessárias pelo auditor externo para o seucorreto funcionamento.(E) Regra geral, os relatórios do auditor interno são de uso exclusivo da administração da entidade, enquantoos elaborados pelo auditor independente são destinados também aos usuários externos da informaçãocontábil.

19 - (FCC / TRE-CE / 2012) – É correto afirmar com relação aos objetivos da auditoria interna que:

(A) os objetivos não variam e independente do tamanho da empresa ou do quadro funcional devem cobrirtotalmente as atividades.(B) é totalmente responsável pela gestão de riscos, garantindo à gestão e governança da empresa a mitigaçãoou eliminação dos mesmos.(C) está subordinada aos órgãos de governança da empresa, sendo limitada sobre a possibilidade de avaliaras questões de ordem ética, valores e cumprimento de suas funções.(D) ela pode ser responsável por revisar a economia, eficiência e eficácia das atividades operacionais,incluindo as atividades não financeiras de uma entidade.(E) suas atribuições com relação ao cumprimento de leis e normas limitam-se a aquelas pertinentes à áreacontábil e financeira, ficando as demais normas e leis sob responsabilidade das áreas específicas.

20 - (FCC / TRE-CE / 2012) – Para que a auditoria externa possa utilizar os trabalhos dos auditores

internos é obrigatório que:(A) as reuniões sejam aleatórias e sem previsão dos assuntos a serem tratados, mantendo assim aindependência.(B) haja subordinação dos auditores internos aos auditores externos.(C) os trabalhos sejam desenvolvidos de acordo com as determinações da administração da empresa e dosórgãos de governança.(D) a determinação da amostra, a seleção dos documentos e a revisão sejam feitas pela auditoria externa.(E) avalie a objetividade da função da auditoria interna e a competência técnica dos auditores internos.

21 - (FCC / SEFAZ/SP - APOFP / 2010) - As normas brasileiras que estabelecem os preceitos deconduta para o exercício profissional, especificamente para aqueles que atuam como auditoresindependentes, são estruturadas como: 

a) NBC TI.b) NBC PI.c) NBC TA.d) NBC PA.e) NBC TP.

22 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2009) - A respeito de conceituação e objetivos da auditoriaindependente, analise as afirmativas a seguir: I. A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que tem porobjetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais deContabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, à legislação específica.II. Na ausência de disposições específicas, prevalecem as práticas já consagradas pela profissão contábil,formalizadas ou não pelos seus organismos próprios.

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III. O auditor considera adequadas e suficientes, para o entendimento dos usuários, as informaçõesdivulgadas nas demonstrações contábeis, apenas em termos de conteúdo, salvo declaração expressa emcontrário, constante do parecer.Assinale:a) se somente a afirmativa III estiver correta.b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

23 - (FGV / SEFAZ/RJ – Auditor Fiscal / 2011) - Considerando o que determina o Conselho Federal deContabilidade, assinale a alternativa correta. a)  Pessoa externa qualificada é uma pessoa de dentro da firma com competência e habilidades que poderia

atuar como sócio encarregado do trabalho.

b) 

Pelo menos uma vez a cada seis meses, a firma deve obter confirmação por escrito do cumprimento desuas políticas e procedimentos sobre independência de todo o pessoal da firma, que precisa serindependente por exigências éticas relevantes.

c)  No caso específico de trabalho de auditoria, o período de retenção seria normalmente de pelo menosquatro anos, a partir da data do relatório do auditor independente ou, se superior, da data do relatório doauditor independente do grupo. A documentação do trabalho é de propriedade da firma. A firma pode, aseu critério, disponibilizar partes ou trechos da documentação do trabalho aos clientes, desde que essadivulgação não prejudique a validade do trabalho realizado ou, no caso de trabalhos de asseguração, aindependência da firma ou do seu pessoal.

d)  Equipe de trabalho são os sócios e o quadro técnico envolvidos no trabalho e quaisquer pessoascontratadas pela firma ou uma firma da mesma rede para executar procedimentos do trabalho. Isso excluiespecialistas externos contratados pela firma ou por firma da mesma rede.

e) 

Recomenda-se, com vistas à manutenção da qualidade (independência), que seja efetuado o rodízio dosócio do trabalho após o período de três anos.

24 - (CESGRANRIO / BACEN / 2009) - Quanto às características da auditoria interna e externa,analise as afirmativas a seguir. I - O processo pelo qual o auditor se certifica de que as demonstrações financeiras representamadequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da empresa, por meio daemissão de parecer, caracteriza a auditoria externa.II - O exercício da auditoria interna é privativo de contabilista registrado no Conselho Regional deContabilidade da jurisdição.III - A principal característica da auditoria interna é a independência, ou seja, não possui vínculo com aempresa auditada.

IV - O parecer do auditor independente pode ser classificado em: sem ressalva, com ressalva, adverso oucom abstenção de opinião.Está correto SOMENTE o que se afirma em:a)  I e II.b)  I e IV.c)  II e III.d)  III e IV.e)  I, II e III.

25 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2011) - Com a crescente expansão dos negócios, asadministrações das empresas instituíram o órgão de auditoria interna, que, em muitos ramos, tornou-se um setor obrigatório por força de lei. A auditoria interna auxilia a organização a alcançar seusobjetivos, adotando uma abordagem sistemática para a: 

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a)  avaliação e melhoria da eficácia dos processos de gerenciamento de riscos, de controle e governançacorporativa.

b)  avaliação dos índices de liquidez e financeiros a fim de assegurar a boa saúde financeira da empresa.c)  elaboração do mapeamento organizacional por meio de entrevistas com todos os funcionários.d)  emissão do parecer sobre as demonstrações contábeis e publicação em jornal de grande circulação.e)  revisão das contas contábeis para elaboração do balanço.

26 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2011) - O gerenciamento de riscos dentro da empresa é umaatividade fundamental que servirá de apoio para diversas outras atividades, como planejamentoestratégico, auditoria interna, etc. Nesse contexto, durante uma auditoria, o auditor interno deve:a)  preparar toda a estrutura da gestão de riscos, realizando o mapeamento de todas as atividades chaves

relacionadas ao processo auditado.b)   justificar à alta administração da empresa os pontos levantados em consequência de falhas na gestão de

riscos dos processos auditados.

c) 

identificar o tipo de risco associado aos processos auditados, verificando se estão classificadosadequadamente quanto à sua natureza, evitando a ocorrência de duplicidade nos testes de auditoria.d)  avaliar a aplicação de ferramentas de alta tecnologia que são eficazes para a realização da gestão dos

riscos associados aos processos auditados.e)  avaliar e monitorar os riscos dos processos auditados, verificando as consequências quando os objetivos

não são atingidos e se os controles associados mitigam os riscos existentes.

27 - (FCC / SEFAZ/SP – Fiscal de Rendas / 2009) - O trabalho da auditoria interna:a)  tem maior independência que o de auditoria externa.b)  é responsável pela implantação e pelo cumprimento dos controles internos.c)  deve estar subordinado ao da Controladoria da empresa.d)  deve emitir parecer, que será publicado com as demonstrações contábeis.

e) 

deve efetuar a revisão e o aperfeiçoamento dos controles internos.

28 - (FCC / SEFAZ/SP - APOFP / 2010) - As auditorias internas e externas atuam em diferentes grausde profundidade e de extensão nas tarefas de auditoria. Embora exista uma conexão nos trabalhos deambas, é função da auditoria externa:a)  acompanhar o cumprimento de normas técnicas e a política de administração da empresa, na consecução

dos seus objetivos.b)  avaliar e testar os sistemas de controles internos e contábil, em busca da razoável fidedignidade das

demonstrações financeiras.c)  desenvolver continuamente o trabalho de auditoria na empresa, concluindo as tarefas com a elaboração

de relatórios.d)  seguir as normas e procedimentos de auditoria na execução dos trabalhos, com grau de independência

limitado.e)  prevenir erros e fraudes, sugerindo aos administradores da empresa os ajustes necessários.

29 - (FGV / SENADO FEDERAL / 2008) – Assinale a afirmativa incorreta sobre a diferença entreAuditoria Interna e Auditoria Externa.a)  O auditor interno possui autonomia enquanto o auditor externo possui independência.b)  O auditor interno é empregado da empresa e o auditor externo é contratado.c)  Uma finalidade da auditoria interna é emitir parecer para a adequação do controle interno e da auditoria

externa, é emitir parecer sobre adequação das demonstrações contábeis.d)  Na auditoria interna são realizados testes substantivos, e na auditoria externa, testes de relevância.e)  O auditor interno executa auditoria contábil e operacional, e a auditoria externa executa apenas auditoria

contábil.

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30 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2010) – De acordo com a Resolução CFC n.º 1229/09, asatividades inerentes a auditoria interna estão relacionadas nas alternativas a seguir, à exceção de uma.Assinale-a.a)  Revisão da conformidade com leis e regulamentos.b)  Monitoramento da auditoria externa.c)  Exame das informações contábeis e operacionais.d)  Revisão das atividades operacionais.e)  Gestão de risco.

31 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2010) – Com relação à Resolução 986/03, que estabelece osprocedimentos relacionados à Auditoria Interna, analise as afirmativas a seguir.I. Tem por finalidade agregar valor ao resultado da organização, apresentando subsídios para oaperfeiçoamento dos processos, da gestão e dos controles internos, por meio da recomendação de soluçõespara as não-conformidades apontadas nos relatórios.

II. Deve ser documentada por meio de papéis de trabalho, elaborados em meio físico ou eletrônico, quedevem ser organizados e arquivados de forma sistemática e racional.III. Deve assessorar a administração da entidade no trabalho de prevenção de fraudes e erros, obrigando-se ainformá-la, sempre por escrito, de maneira reservada, sobre quaisquer indícios ou confirmações deirregularidades detectadas no decorrer de seu trabalho.Assinale:a)  se somente a afirmativa II estiver correta.b)  se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.c)  se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.d)  se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.e)  se todas as afirmativas estiverem corretas.

32 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2009) - De acordo com a Resolução CFC n.º 986/03, comrelação à auditoria interna, assinale a afirmativa incorreta.a)  Compreende os exames, análises, avaliações, levantamentos e comprovações, metodologicamente

estruturados para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e economicidade dosprocessos, dos sistemas de informações e de controles internos integrados ao ambiente e degerenciamento de riscos.

b)  Está estruturada em procedimentos, com enfoque técnico, objetivo, sistemático e disciplinado, e tem porfinalidade agregar valor ao resultado da organização.

c)  Compreende, para fins de planejamento, os exames preliminares das áreas, atividades, produtos eprocessos que definem a amplitude e a época do trabalho a ser realizado.

d)  Realiza exames e investigações, incluindo testes de observância e testes substantivos, que permitemobter subsídios suficientes para fundamentar as conclusões e recomendações à administração da

entidade.e)  É fundamentada por informações denominadas de “referências”, que devem ser suficientes, fidedignas,

relevantes e úteis, de modo a fornecer base sólida para as conclusões e recomendações à administraçãoda entidade.

33 - (CESPE / TCE/TO / 2009) - De acordo com a relação do auditor com a entidade auditada,distinguem-se as auditorias interna e externa. Acerca desse assunto, assinale a opção correta.a)  O vínculo de emprego do auditor interno lhe retira a independência profissional desejável para atuar nos

termos das normas vigentes.b)  As empresas, de um modo geral, independentemente de seu porte e da relação custo-benefício, devem

dispor de auditoria interna permanente.

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c)  A auditoria interna não tem como objetivo precípuo a emissão de parecer sobre as demonstraçõescontábeis, sendo executada mais para fins administrativos internos do que para prestação de contas aterceiros.

d)  A auditoria externa deve prescindir do concurso da auditoria interna, sob pena de ser induzida em seusexames e perder a desejável independência.

e)  A auditoria externa deve atuar permanentemente e continuamente, exercendo um controle prévio,concomitante e consequente.

GABARITO

1 – D 2 - C 3 - D 4 - A5 - A 6 – A 7 - E 8 - C9 - E 10 - E 11 - D 12 - E

13 - C 14 - E 15 - D 16 - E

17 - D 18 - E 19 - D 20 - E21 - D 22 - B 23 - D 24 - B25 - A 26 – E 27 - E 28 - B29 - D 30 - B 31 - E 32 – E33 - C

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AULA 03: Desenvolvimento do Plano de Auditoria. Estratégia de Auditoria, Sistema de Informações,Controle Interno, Risco de Auditoria. Fraudes e a responsabilidade do auditor.

1. Plano de Auditoria

Planejamento, segundo Attie (2010), é “uma metodologia de preparação de um serviço, que compreende osobjetivos definidos, o roteiro, os métodos, planos e programas a serem observados por etapas e os processosde avaliação de que se atingiram as metas programadas”.

De acordo com a obra de Franco e Marra (2011), “ao se iniciar qualquer trabalho de auditoria, este deve sercuidadosamente planejado, tendo em vista seu objetivo”, afirmando, ainda, que “o planejamento adequado

pressupõe a formulação do programa de auditoria”.O planejamento é a função administrativa que determina antecipadamente quais são os objetivos que devemser atingidos e como se deve fazer para alcançá-los. Ele define onde se pretende chegar, o que deve ser feito,quando, como e em que sequência.

É uma etapa fundamental para o sucesso da fiscalização, sendo imprescindível que seja alocado o tempoadequado para sua realização. A tentativa de reduzir o tempo  destinado ao planejamento  muitas vezesredunda em problemas na execução da fiscalização, que poderão provocar um acréscimo no tempo total derealização do trabalho, além de repercussões negativas em sua qualidade.

Todo trabalho de auditoria deve ser planejado, com o detalhamento que for possível, de acordo com o tempo

disponível e com o objetivo determinado.

Um planejamento incompleto, além de normalmente aumentar o custo do trabalho, dificulta sua execução,pois gera problemas operacionais e administrativos para os auditores, que acabam por descobrir, na prática,que diversas atividades poderiam ter sido realizadas na sede, ao invés de ocuparem o precioso tempo decampo da equipe.

Ou seja, planejar é pensar o modo de se realizar a auditoria, de acordo com os meios disponíveis, emtempo, pessoal, recursos financeiros, a fim de se alcançar os objetivos definidos para o trabalho.

Planejar é pensar o modo de se realizar a auditoria, de acordo com os meios disponíveis, em tempo,pessoal, recursos financeiros, a fim de se alcançar os objetivos definidos para o trabalho.

Funciona mais ou menos assim:- você me diz o que você quer (o chefe, no caso, determina que seja realizado o trabalho);- eu realizo meu planejamento e digo o que é necessário para realizá-lo (trabalho em equipe, sobre oqual trataremos em seguida);- você me diz, daquilo que pedi, o que tem para fornecer;- com base no que você tem, eu te digo o que poderá ser feito.

A partir daí, devem ser feitos diversos ajustes (o planejamento deve ser flexível), inclusive dos objetivos daauditoria, caso a empresa de auditoria não disponha dos meios necessários para a execução.

Em suma, na fase de planejamento, a equipe de auditoria deve realizar os seguintes procedimentos:

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  obter detalhamento sobre a auditoria, atendendo ao princípio do custo-benefício;  obter o máximo de informações sobre a empresa a ser fiscalizada;  discutir o escopo, os procedimentos e técnicas;  testar a documentação a ser utilizada.

Não se pode fiscalizar com eficiência aquilo que não se conhece. Conhecer o objeto da auditoria é um dospassos mais importantes do processo, a fim de se definir o escopo da auditoria e os procedimentos e técnicasa serem utilizados.

Outro ponto interessante é a discussão entre os membros da equipe e com o supervisor. O planejamento é umtrabalho em equipe, pois se cada auditor utilizar sua experiência e se sentir parte do processo, as chances desucesso serão sempre maiores.

1.1 Atividades preliminares

Na fase de planejamento, as atividades preliminares auxiliam o auditor na identificação e na avaliação deeventos ou situações que possam afetar sua capacidade de planejar e realizar o trabalho.

A equipe de auditoria deve, preliminarmente, construir uma visão geral do objeto  a ser fiscalizado,podendo fazer uso, entre outras, das seguintes fontes de informação:

  sistemas informatizados;  cadastros a que se vincula a empresa fiscalizada;  legislação e normas específicas;  demonstrações dos últimos exercícios;  fiscalizações anteriores, incluindo papéis de trabalho; 

auditores que tenham participado de trabalhos recentes na empresa;  controle interno;  notícias veiculadas na mídia;  trabalhos acadêmicos publicados;  possíveis ações judiciais concernentes à empresa fiscalizada;  levantamentos anteriores.

A visão geral objetiva o conhecimento  e a compreensão da empresa a ser fiscalizada, bem como doambiente organizacional em que esta está inserida. Em geral, é composta das seguintes informações:

•  descrição da empresa fiscalizada, com as características necessárias a sua compreensão;•  legislação aplicável;•  objetivos institucionais da empresa fiscalizada, se for o caso;•  setores responsáveis, competências e atribuições;•  riscos e deficiências em controles internos.

Podemos definir essa análise preliminar como sendo o levantamento de informações relevantes sobre aempresa auditada, para adquirir-se o conhecimento necessário à formulação das questões que serãoexaminadas pela auditoria.

A compreensão permite identificar riscos  e pontos críticos existentes e é indispensável à definição doobjetivo e do escopo  da auditoria. É importante assegurar que os aspectos centrais do objeto auditadotenham sido investigados, documentados e compreendidos. A extensão e o nível de detalhamento dos dados

que serão coletados devem levar em consideração a natureza do objeto investigado, o tempo e os recursosdisponíveis pela equipe.

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A equipe deve realizar investigação preliminar dos controles internos e dos sistemas de informação, assimcomo dos aspectos legais considerados significativos no contexto da auditoria. Nas auditorias operacionais, oexame da confiabilidade da base informativa e dos controles internos deve enfatizar os aspectos que possamcomprometer a efetividade e/ou a eficiência das operações.

A avaliação dos controles internos deve ser considerada na estimativa do risco de auditoria, que consistena possibilidade de o auditor chegar a conclusões equivocadas ou incompletas. Sempre que relevante, oresultado dessa avaliação deve ser registrado no plano de auditoria.

Algumas considerações iniciais sobre planejamento:1 – é a primeira fase de um trabalho de auditoria;2 – não se encerra com o início dos trabalhos de campo;3 – é flexível.

1.2 Determinação de escopo

Escopo é a profundidade e amplitude do trabalho para alcançar o objetivo da fiscalização, e é definido emfunção do tempo e dos recursos humanos e materiais disponíveis.

Lembrem-se da estória que contamos: dependendo do que o “chefe” puder oferecer de meios, podemos dizero que pode ser feito (escopo).

A partir do conhecimento construído durante a análise preliminar do objeto de auditoria, a equipe deverádefinir o objetivo da auditoria por meio da especificação do problema e das questões de auditoria que serãoinvestigadas.

O objetivo deve esclarecer também as razões que levaram a equipe a sugerir um determinado tema eenfoque, caso estes não tenham sido previamente definidos na deliberação que determinou a realização daauditoria.

Para determinar a extensão e o alcance da auditoria que será proposta, a empresa de auditoria deve disporde informações  relativas aos objetivos relacionados ao objeto que será auditado e aos riscos relevantesassociados a esses objetivos, bem como à confiabilidade dos controles adotados para tratar esses riscos.

O escopo da auditoria deve ser estabelecido de modo suficiente a satisfazer os objetivos do trabalho. Oescopo envolve a definição das questões de auditoria, a profundidade e o detalhamento dos procedimentos, adelimitação do universo auditável (abrangência), a configuração da amostra (extensão) e a oportunidade dos

exames.

Durante a execução, os auditores podem se deparar com fatos que fogem ao escopo  ou ao objetivoestabelecido para o trabalho ou que sejam incompatíveis com a natureza da fiscalização, mas que, dada a suaimportância, mereçam a atenção da equipe. Nestes casos, as seguintes opções devem ser consideradas:

- Nas situações em que os fatos relacionem-se de forma clara e lógica com o objetivo da auditoria,o planejamento é passível de mudanças durante a realização dos trabalhos pela própria equipe de auditoria,as quais deverão ser submetidas ao supervisor para aprovação.

- Nas situações em que, mesmo relacionados ao objetivo da auditoria, os fatos fogem ao escopo estabelecido, mas a consistência das evidências  encontradas recomende sua abordagem, a equipe, emconjunto com o supervisor e o titular da unidade técnica coordenadora, deve avaliar a oportunidade e a

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conveniência de realizar exames para desenvolver achados no trabalho em curso, levando em conta quenão haja desvirtuamento da auditoria inicial em termos de comprometimento do prazo e/ou dos examesplanejados.

- Nas situações em que os fatos sejam incompatíveis com o objetivo  ou com a natureza dafiscalização, caberá ao titular da unidade técnica avaliar a conveniência e a oportunidade de aprofundar os exames acerca das constatações, a fim de que estas sejam devidamente fundamentadas, levando em contaque não haja desvirtuamento da auditoria inicial em termos de comprometimento do prazo e/ou dos examesplanejados, ou propor a realização de outra ação de controle com vistas a concluir os exames dos fatosidentificados.

Atenção: não se preocupem em decorar esses conceitos, basta entendê-los. O mais importante é ter a ciênciade que o planejamento de auditoria é uma atividade flexível.

ESCOPO é a profundidade e amplitude do trabalho para alcançar o objetivo da fiscalização, e édefinido em função do tempo e dos recursos humanos e materiais disponíveis.

O escopo da auditoria  deve ser estabelecido de modo suficiente a satisfazer os objetivos dotrabalho. 

1.3 Programa de Auditoria

De acordo com Peter e Machado (2008), Programa de Auditoria:

“constitui-se no desenvolvimento do Plano de Auditoria, executado previamente aostrabalhos de campo, embasado em objetivos definidos e nas informações disponíveis sobre

as atividades da entidade auditada. É o plano de ação detalhado, destinado a orientaradequadamente o trabalho do auditor, permitindo-lhe, ainda, complementá-lo quandocircunstâncias imprevistas o recomendarem.”

Os autores afirmam que o programa de auditoria deverá contemplar todas as informações disponíveis enecessárias ao desenvolvimento de cada trabalho a ser realizado, com vistas a determinar a extensão e aprofundidade deste, e deverá ser estruturado de forma que possa ser:

•  específico: um plano para cada trabalho;•  padronizado: destinado à aplicação em trabalhos locais ou em épocas diferentes, com pequenas

alterações.

Ou seja, deve ser desenvolvido e documentado um plano para cada trabalho de auditoria, que evidenciaráo objetivo, o escopo, o prazo  e a alocação de recursos. Os auditores devem desenvolver programas deauditoria que alcancem os objetivos de auditoria e tais programas, e seus eventuais ajustes, devem serregistrados e aprovados antes do início da execução.

Por constituir-se etapa de expressiva importância no resultado que se pretende alcançar com a auditoria éimprescindível que se disponibilize o tempo necessário à fase planejamento, bem como que o planejamentoelaborado atenda aos seguintes aspectos básicos:

I.  vise à consecução dos objetivos da auditoria mediante execução econômica, eficiente eoportuna dos trabalhos;

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II.  considere, necessariamente, elementos de conhecimento prévio sobre a empresa auditada,seus sistemas mais importantes, seus objetivos e riscos e a eficácia de seus controle internos;

III.  explicite a natureza, a extensão e a profundidade dos exames a serem realizados e sejasuficientemente detalhado de forma a não permitir equívocos na sua execução;

IV.  permita a atribuição, na fase de execução dos trabalhos, de tarefas e respectivos prazoscompatíveis com a complexidade da tarefa e importância da informação buscada;

V.  seja objeto de supervisão por pessoa com perfil e competência profissional adequados eenvolva suficiente discussão pela equipe;

VI.  seja adequadamente testado quanto à viabilidade de sua aplicação, quando necessário, e sejarevisado, sempre que isso se revelar necessário, de forma a permitir a supervisão da

execução e, a qualquer tempo, a avaliação das atividades desenvolvidas pelo auditor.Os programas de auditoria devem estabelecer os procedimentos para identificar, analisar, avaliar e registrarinformações durante o desenvolvimento dos trabalhos de auditoria e devem ser executados de modo suficiente para alcançar os objetivos da auditoria.

Limitações de escopo em função de restrições de acesso a registros oficiais ou de outras condiçõesespecíficas necessárias para planejar e conduzir a auditoria devem ser registradas para declaração no relatóriode como isso afetou ou pode ter afetado os resultados do trabalho.

O programa de auditoria, elaborado com base nos elementos obtidos na visão geral do objeto, objetivaestabelecer, diante da definição precisa dos objetivos do trabalho, a forma de alcançá-los e deve evidenciar:

I. o objetivo e o escopo da auditoria;II. o universo e a amostra a serem examinados;III. os procedimentos  e as técnicas  a serem utilizados, os critérios de auditoria, as informaçõesrequeridas e suas fontes, as etapas a serem cumpridas com respectivos cronogramas;IV. a quantificação dos recursos necessários à execução do trabalho.

2. NBC TA 300

A principal Norma de Auditoria que trata do Planejamento é a NBC TA 300, do Conselho Federal deContabilidade – CFC, que dispõe que a natureza e a extensão das atividades de planejamento  variamconforme o porte e a complexidade da entidade, a experiência anterior dos membros-chave da equipe de

trabalho com a entidade e as mudanças nas circunstâncias que ocorrem durante o trabalho de auditoria.

De acordo com a NBC TA 300, o Planejamento  não é uma fase isolada da auditoria, mas um processocontínuo e iterativo, que muitas vezes começa logo após (ou em conexão com) a conclusão da auditoriaanterior, continuando até a conclusão do trabalho de auditoria atual.

Entretanto, o planejamento inclui a consideração da época de certas atividades e procedimentos de auditoriaque devem ser concluídos antes da realização de procedimentos adicionais de auditoria. Por exemplo, oplanejamento  inclui a necessidade de considerar, antes da  identificação  e avaliação pelo auditor dosriscos de distorções relevantes, aspectos como:

(a) os procedimentos analíticos a serem aplicados como procedimentos de avaliação de risco;

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De acordo com a NBC TA 300, em relação às atividades de planejamento, o auditor deve estabelecer umaestratégia global de auditoria  que defina o alcance, a época e a direção da auditoria, para orientar odesenvolvimento do plano de auditoria.

Ao definir a estratégia global, o auditor deve:

(a) identificar as características do trabalho para definir o seu alcance;(b) definir  os objetivos  do relatório  do trabalho de forma a planejar a época da auditoria e a

natureza das comunicações requeridas;(c) considerar  os fatores  que no julgamento profissional do auditor são significativos  para

orientar os esforços da equipe do trabalho;(d) considerar  os resultados das atividades preliminares  do trabalho de auditoria e, quando

aplicável, se é relevante o conhecimento obtido em outros trabalhos realizados pelo sócio do

trabalho para a entidade; e(e) determinar  a natureza, a época  e a extensão  dos recursos necessários para realizar otrabalho.

Prosseguindo no estudo da norma, vemos que o auditor deve desenvolver o plano de auditoria, que deveincluir a descrição de:

(a) a natureza, a época e a extensão dos procedimentos planejados de avaliação de risco;(b) a natureza, a época e a extensão dos procedimentos adicionais de auditoria planejados no nível

de afirmação;(c) outros procedimentos  de auditoria planejados e necessários para que o trabalho esteja em

conformidade com as normas de auditoria.

O auditor deve atualizar e alterar  a estratégia global  de auditoria e  o plano de auditoria  sempre quenecessário no curso da auditoria, pois, como vimos, a atividade de planejamento é um processo contínuoe flexível.

O auditor deve planejar a natureza, a época e a extensão do direcionamento e supervisão da equipe detrabalho e a revisão do seu trabalho.

2.3 Estratégia global de auditoria

O processo de definição da estratégia global auxilia o auditor a determinar, dependendo da conclusão dosprocedimentos de avaliação de risco, temas como:

(a)  os recursos  a serem alocados em áreas de auditoria específicas, tais como membros  daequipe com experiência adequada para áreas de alto risco ou o envolvimento de especialista em temas complexos;

(b)  os recursos  a alocar a áreas de auditoria específicas, tais como o número de membros daequipe  alocados para observar as contagens de estoque em locais relevantes, a extensão darevisão do trabalho de outros auditores  no caso de auditoria de grupo de empresas ou oorçamento de horas de auditoria a serem alocadas nas áreas de alto risco;

(c)  quando  esses recursos devem ser alocados, por exemplo, se em etapa intermediária deauditoria ou em determinada data-base de corte; e

(d)  como  esses recursos são gerenciados, direcionados e supervisionados, por exemplo, paraquando estão previstas as reuniões preparatórias e de atualização, como devem ocorrer as

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revisões do sócio e do gerente do trabalho (por exemplo, em campo ou fora dele) e se devemser realizadas revisões de controle de qualidade do trabalho.

Uma vez definida a estratégia global de auditoria, pode ser desenvolvido plano de auditoria para tratardos diversos temas identificados na estratégia global de auditoria, levando-se em conta a necessidade deatingir os objetivos da auditoria por meio do uso eficiente dos recursos do auditor.

A definição da estratégia global de auditoria e o plano de auditoria detalhado não são necessariamenteprocessos isolados ou sequenciais, estando intimamente relacionados, uma vez que as mudanças em umpodem resultar em mudanças no outro.

O auditor deve estabelecer uma estratégia global de auditoria que defina o alcance, a época e a direçãoda auditoria, para orientar o desenvolvimento do plano de auditoria.

Uma vez definida a estratégia global de auditoria, pode ser desenvolvido plano de auditoria para tratardos diversos temas identificados na estratégia global de auditoria, levando-se em conta a necessidadede atingir os objetivos da auditoria por meio do uso eficiente dos recursos do auditor.

2.4 Considerações específicas para entidades de pequeno porte

Em auditoria de entidade de pequeno porte, toda a auditoria pode ser conduzida por equipe pequena deauditoria. Muitas auditorias de entidades de pequeno porte envolvem o sócio do trabalho trabalhando comum membro da equipe de trabalho ou sozinho. Com uma equipe menor, a coordenação e a comunicaçãoentre membros da equipe ficam facilitadas.

A definição da estratégia global para a auditoria de entidade de pequeno porte não precisa ser complexa ou um exercício demorado, variando de acordo com o tamanho da entidade, a complexidade da auditoria e o

tamanho da equipe de trabalho.

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Por exemplo, um memorando breve, elaborado na conclusão da auditoria anterior, baseado na revisão dospapéis de trabalho e destacando assuntos identificados na auditoria que acabou de ser concluída, atualizadono período corrente, com base em discussões com o proprietário ou administrador da entidade, podem servircomo documentação da estratégia de auditoria para o trabalho de auditoria corrente, caso cubra os temas jámencionados.

Quando a auditoria é realizada integralmente pelo sócio do trabalho, não se colocam questões de direção esupervisão dos membros da equipe de trabalho e de revisão do seu trabalho.

Nesses casos, o sócio do trabalho, tendo dirigido todos os aspectos do trabalho, estará ciente de todos osassuntos relevantes. A formação de uma visão objetiva da adequação dos julgamentos feitos no decurso daauditoria pode gerar problemas práticos quando a mesma pessoa também executa toda a auditoria.

Quando existem assuntos particularmente complexos ou incomuns e a auditoria é realizada por um único

profissional, pode ser recomendável a consulta a outros auditores com experiência adequada ou à entidadeprofissional dos auditores.

2.5 Plano de auditoria (Programa de auditoria)

O plano de auditoria é mais detalhado que a estratégia global de auditoria visto que inclui a natureza, aépoca e a extensão dos procedimentos  de auditoria a serem realizados pelos membros da equipe detrabalho.

O planejamento desses procedimentos de auditoria ocorre no decurso da auditoria, à medida que o plano deauditoria para o trabalho é desenvolvido.

Por exemplo, o planejamento dos procedimentos de avaliação de riscos ocorre na fase inicial de auditoria.Entretanto, o planejamento da natureza, da época e da extensão de procedimentos específicos adicionais deauditoria depende do resultado dessa avaliação de riscos.

Além disso, o auditor pode iniciar a execução de procedimentos adicionais de auditoria para alguns tipos deoperação, saldos de conta e divulgação antes de planejar todos os procedimentos adicionais de auditoria.

 Mudança nas decisões de planejamento durante o processo de auditoria

Em decorrência de imprevistos, mudanças nas condições ou na evidência de auditoria obtida na aplicação deprocedimentos de auditoria, o auditor pode ter que modificar a estratégia global e o plano de auditoria e,portanto, a natureza, a época  e a extensão  dos procedimentos  adicionais de auditoria planejados,

considerando a revisão dos riscos avaliados.

Pode ser o caso de informação identificada pelo auditor que difere significativamente da informaçãodisponível quando o auditor planejou os procedimentos de auditoria.

Por exemplo, evidência de auditoria obtida por meio da aplicação de procedimentos substantivos (sobre osistema contábil) pode ser contraditória à evidência de auditoria obtida por meio de testes de controle (sobreos controles internos).

 Direcionamento, supervisão e revisão 

A natureza, a época e a extensão do direcionamento e da supervisão dos membros da equipe e a revisão doseu trabalho podem variar dependendo de diversos fatores, incluindo:

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(a)  o porte e a complexidade da entidade;(b)  a área da auditoria;(c)  os riscos de distorções relevantes (por exemplo, um aumento no risco de distorções relevantes

para uma dada área de auditoria costuma exigir um correspondente aumento na extensão e nodirecionamento e supervisão tempestiva por parte dos membros da equipe e uma revisão maisdetalhada do seu trabalho);

(d)  a capacidade e a competência dos membros individuais da equipe que realiza o trabalho deauditoria.

O programa de auditoria deverá ser estruturado de forma que possa ser:Específico: um plano para cada trabalho. Padronizado: destinado à aplicação em trabalhos locais ou em épocas diferentes, compequenas alterações. 

2.6 Documentação 

A documentação da estratégia global  de auditoria é o registro das decisões-chave  consideradasnecessárias para planejar adequadamente a auditoria e comunicar temas importantes à equipe de trabalho.

Por exemplo, o auditor pode resumir a estratégia global de auditoria na forma de memorando contendo asdecisões-chave relativas ao alcance global, a época e a condução da auditoria.

A documentação do plano de auditoria  é o registro da natureza, época e extensão planejadas dosprocedimentos de avaliação de risco e dos procedimentos adicionais de auditoria no nível da afirmação, emresposta aos riscos avaliados.

Também serve para registrar o apropriado planejamento dos procedimentos de auditoria que podem serrevisados e aprovados antes da sua aplicação.

Atenção: ainda que deva existir um plano para cada trabalho de auditoria, e que esse plano seja flexível, pordefinição, o auditor pode utilizar programas de auditoria padrão ou listas de verificação de conclusão daauditoria, adaptados de forma a refletirem as circunstâncias particulares do trabalho.

O registro das mudanças significativas  na estratégia global de auditoria e no plano de auditoria, erespectivas mudanças na natureza, época e extensão planejadas dos procedimentos de auditoria explicam omotivo de mudanças significativas, a estratégia global e o plano de auditoria adotado para a auditoria, etambém reflete a resposta apropriada a mudanças significativas ocorridas no decurso da auditoria.

2.7 Considerações adicionais em auditoria inicial 

A finalidade e o objetivo do planejamento da auditoria não mudam caso a auditoria seja inicial ou emtrabalho recorrente.

Entretanto, no caso de auditoria inicial, o auditor pode  ter a necessidade de estender  as atividades deplanejamento por falta da experiência anterior que é normalmente utilizada durante o planejamento dostrabalhos.

Para a auditoria inicial, o auditor pode considerar os seguintes temas adicionais na definição da estratégiaglobal e do plano de auditoria:

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•  exceto se for proibido por lei ou norma, manter contato com o auditor antecessor, porexemplo, para conduzir a revisão de seus papéis de trabalho;

•  quaisquer assuntos importantes (inclusive a aplicação de princípios contábeis ou de auditoria enormas de elaboração de relatórios) discutidos com a administração e relacionados à escolhado auditor, a comunicação desses temas aos responsáveis pela governança e como eles afetam aestratégia global de auditoria e o plano de auditoria;

•  os procedimentos  de auditoria necessários para obter evidência  de auditoria suficiente eapropriada relativa aos saldos iniciais (NBC TA 510 – Trabalhos Iniciais – Saldos Iniciais);

•  outros procedimentos exigidos pelo sistema de controle de qualidade da firma para trabalhosde auditoria inicial (por exemplo, esse sistema pode exigir o envolvimento de outro sócio ouprofissional experiente para a revisão da estratégia global de auditoria antes de iniciarprocedimentos de auditoria significativos ou de revisão dos relatórios antes da sua emissão).

3. Estratégia de Auditoria

Pessoal, este item 3 foi retirado do apêndice da NBC TA 300, em sua literalidade, pois se trata de um itembastante específico, pouco abordado em provas, mas que, como está explícito no edital, pode ser cobrado e,se for, acreditamos que será de forma literal.

A supracitada norma traz algumas considerações na definição da estratégia global de auditoria, oferecendoexemplos de temas que o auditor deve considerar na definição da estratégia global de auditoria.

Muitos desses temas também influenciam o plano de auditoria detalhado. Os exemplos apresentados cobremum amplo leque de temas aplicáveis a diversos trabalhos. Apesar de alguns temas mencionados a seguirserem exigidos por outras normas de auditoria, nem todos os temas são relevantes para todo e qualquer

trabalho de auditoria e a relação não é necessariamente completa.

3.1 Características do trabalho

•  a estrutura de relatório financeiro sobre o qual a informação financeira a ser auditada foielaborada, inclusive a eventual necessidade de conciliação com outra estrutura de relatóriofinanceiro;

•  a cobertura de auditoria prevista, inclusive o número e a localização de componentes a seremincluídos;

•  a natureza das relações de controle entre a controladora e seus componentes que determinamcomo o grupo será consolidado;

• 

a extensão em que a auditoria de componentes seja efetuada por outros auditores;•  a natureza dos segmentos de negócio, inclusive a necessidade de conhecimento especializado;•  a moeda de apresentação das demonstrações contábeis a ser utilizada, inclusive eventual

necessidade de conversão monetária da informação auditada;•  a necessidade de auditoria obrigatória de demonstrações contábeis individuais além da auditoria

para fins de consolidação;•  a disponibilidade do trabalho dos auditores internos e a extensão da eventual confiança do

auditor nesse trabalho;•  a utilização pela entidade de prestadores de serviço e como o auditor pode obter evidência

relativa ao desenho ou operação dos controles aplicados;•  a utilização prevista da evidência de auditoria obtida em auditorias anteriores, por exemplo,

evidência de auditoria relativa a procedimentos de avaliação de risco e testes de controle;

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•  volume de operações, que pode determinar se é mais eficiente para o auditor confiar noscontroles internos;•  importância dada aos controles internos na entidade para o êxito na condução dos negócios;•  desenvolvimento de negócios significativos que afetem a entidade, inclusive mudanças natecnologia da informação e nos processos de negócio, troca de diretores-chave e aquisições, fusões ealienações;•  desenvolvimentos setoriais significativos, tais como mudanças na regulamentação setorial eexigência de novos requisitos;•  mudanças significativas na estrutura de relatórios financeiros, tais como mudanças nasnormas contábeis;•  outras mudanças significativas relevantes, tais como mudanças no ambiente jurídico queafetam a entidade.•  orçamento do trabalho, inclusive considerando o tempo apropriado previsto para áreas ondeexistem mais riscos de distorções relevantes.

4. Sistema de Informações

De acordo com a obra de Crepaldi (2012), “os controles de sistema de informação referem-se ao controleobtido mediante a prestação de informações aos níveis adequados da administração”.

Os autores alegam que, em todas as empresas, o planejamento e o controle das operações dependem doconhecimento que a administração tem das atividades e operações passadas, presentes e futuras. E que, salvonas pequenas, esse conhecimento dependerá, em maior ou menor grau, do sistema de informação.

Nesse sentido, o sistema de informação “equivale aos olhos e ouvidos da administração”, tendo em vista que

os administradores não podem estar presentes para observar todas as operações nem inteirar-se de todas asdecisões tomadas nos diferentes níveis da organização.

Uma das características que distinguem as empresas mais bem sucedidas é, muitas vezes, a qualidade deinformação de que dispõem os responsáveis pela tomada de decisão.

O sistema de informações é um dos componentes do Controle Interno, de acordo com a NBC TA 315, doCFC, como veremos a seguir.

5. Controle Interno

Conforme a NBC TA 315, Controle interno:

“é o processo planejado, implementado e mantido pelos responsáveis da governança,administração e outros funcionários para fornecer segurança razoável quanto à realizaçãodos objetivos da entidade no que se refere à confiabilidade dos relatórios financeiros,efetividade e eficiência das operações e conformidade com leis e regulamentos aplicáveis.”

Ou seja, é um processo conduzido por todos os integrantes da empresa, para fornecer razoável segurança deque os objetivos da entidade estão sendo alcançados, com relação às seguintes categorias:

1 – eficácia e eficiência das operações;

2 – confiabilidade dos relatórios financeiros; e3 – conformidade com a legislação e regulamentos aplicáveis.

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CONTROLE INTERNO é um processo conduzido por todos os integrantes da empresa, para fornecerrazoável segurança de que os objetivos  da entidade estão sendo alcançados, com relação às seguintescategorias:

1 – eficácia e eficiência das operações;2 – confiabilidade dos relatórios financeiros; e3 – conformidade com a legislação e regulamentos aplicáveis. 

O termo “controles” refere-se a quaisquer aspectos de um ou mais dos componentes do controle interno.

Ainda segundo a norma, o auditor deve obter entendimento do seguinte:

(a) fatores do setor de atividade, regulamentares e outros fatores externos relevantes, incluindo a

estrutura de relatório financeiro aplicável;(b) a natureza da entidade, incluindo:

(i) suas operações;(ii) suas estruturas societária e de governança;(iii) os tipos de investimentos que a entidade está fazendo e planeja fazer, incluindo

investimentos em entidades de propósito específico; e(iv) a maneira como a entidade é estruturada e como é financiada, para possibilitar ao auditor

entender as classes de transações, saldos de contas e divulgações esperadas nasdemonstrações contábeis;

(c) a seleção e aplicação pela entidade de políticas contábeis, inclusive as razões para mudançasnessas políticas. O auditor deve avaliar se as políticas contábeis da entidade são apropriadaspara o negócio e compatíveis com a estrutura de relatório financeiro aplicável e políticascontábeis usadas no setor de atividade pertinente;

(d) os objetivos e estratégias da entidade e os riscos de negócio relacionados que possam resultarem risco de distorção relevante;

(e) a mensuração e revisão do desempenho das operações da entidade.

5.1 Controle interno da entidade

O auditor deve obter entendimento do controle interno relevante  para a auditoria. Embora seja maisprovável que a maioria dos controles relevantes para a auditoria esteja relacionada com demonstraçõescontábeis, nem todos os controles que se relacionam com as demonstrações contábeis são relevantespara a auditoria. É uma questão de julgamento profissional do auditor, determinar se um controle,individualmente ou em combinação com outros, é relevante para a auditoria.

5.2 Natureza e extensão do entendimento dos controles relevantes

Na obtenção do entendimento dos controles que são relevantes para a auditoria, o auditor deve avaliar odesenho desses controles e determinar se eles foram implementados, por meio da execução deprocedimentos, além de indagações junto aos funcionários da entidade.

5.3 Componentes do controle interno

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Para falarmos de componentes do controle interno devemos explicar, apesar de o edital não pedirexplicitamente, o que é o COSO.

COSO é o Comitê das Organizações Patrocinadas, da Comissão Nacional sobre Fraudes em RelatóriosFinanceiros. Criada em 1985, é uma entidade do setor privado  – ou seja, foi uma iniciativa do setorprivado, independente –, sem fins lucrativos, voltada para o aperfeiçoamento da qualidade de relatóriosfinanceiros, principalmente para estudar as causas da ocorrência de fraudes em relatórios financeiros.

Em 1992, o COSO publicou um trabalho denominado “Controle Interno: um modelo integrado”. Essedocumento passou a ser referência sobre o assunto “Controle Interno”, e apresentou cinco componentes:

1 – Ambiente de Controle;2 – Avaliação de Riscos;

3 – Atividades de Controle;4 – Informações e Comunicações; e5 – Monitoramento.

Ou seja, para o COSO, o Controle Interno era formado por esses cinco componentes, relacionados às trêscategorias de objetivos:

1 – eficácia e eficiência das operações;2 – confiabilidade dos relatórios financeiros; e3 – conformidade com a legislação e regulamentos aplicáveis.

A seguir, apresentamos suas definições.

5.3.1 Ambiente de controle

O auditor deve obter entendimento do ambiente de controle. Como parte da obtenção deste entendimento, oauditor deve avaliar se:

(a) a administração, com a supervisão geral dos responsáveis da governança, criou e manteve umacultura de honestidade e conduta ética; e

(b) os pontos fortes  no ambiente de controle fornecem coletivamente fundamento apropriadopara os outros componentes do controle interno, e se os outros componentes não sãoprejudicados por deficiências no ambiente de controle.

5.3.2 Avaliação de Riscos

O auditor deve buscar entender se a entidade tem processo para:

(a) identificar riscos de negócio relevantes para os objetivos das demonstrações contábeis;(b) estimar a significância dos riscos;(c) avaliar a probabilidade de sua ocorrência; e(d) decidir sobre ações em resposta a esses riscos.

Se a entidade estabeleceu tal processo (daqui em diante, “processo de avaliação de risco da entidade”), oauditor deve obter entendimento desse processo e de seus resultados. Se o auditor identificar riscos de errorelevante que a administração deixou de identificar, o auditor deve avaliar se havia risco subjacente, do tipoque o auditor esperava que fosse identificado pelo processo de avaliação de risco da entidade.

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5.3.5 Monitoramento dos Controles

O auditor deve obter entendimento das principais atividades que a entidade utiliza para monitorar ocontrole interno sobre as demonstrações  contábeis, inclusive aquelas relacionadas com as atividades decontrole relevantes para a auditoria, e como a entidade inicia ações corretivas para as deficiências nos seuscontroles.

Se a entidade tem a função de auditoria interna, o auditor deve obter entendimento dos seguintes assuntospara determinar se a auditoria interna é relevante para a auditoria:

(a) a natureza da responsabilidade da função de auditoria interna e como ela está posicionada naestrutura organizacional da entidade; e

(b) as atividades realizadas, ou a serem realizadas, pela função de auditoria interna.

O termo “Função ou Departamento de auditoria interna” é definido no item 7(a) da NBC TA 610 –Utilização do Trabalho de Auditoria Interna, da seguinte forma: “Uma atividade de avaliação estabelecida oufornecida como um serviço para a entidade. Suas funções incluem, entre outras: exame, avaliação emonitoramento da adequação e efetividade do controle interno”.

O auditor deve obter entendimento das fontes das informações usadas nas atividades de monitoramento daentidade e do embasamento sobre o qual a administração considera as informações suficientementeconfiáveis para esse propósito.

Quanto mais efetivos forem os controles internos, menor o número e a profundidade de testes que serãoaplicados ao objeto de auditoria.

5.4 Comunicação das deficiências significativas de controle interno

Nesse ponto a NBC TA 265 é bastante clara. O auditor deve comunicar tempestivamente por escrito  asdeficiências significativas  de controle interno identificadas durante a auditoria aos responsáveis pelagovernança. Ele também deve comunicar tempestivamente à administração no nível apropriado deresponsabilidade:

(a) por escrito, as deficiências significativas de controle interno que o auditor comunicou oupretende comunicar aos responsáveis pela governança, a menos que não seja apropriado nascircunstâncias comunicar diretamente à administração; e

(b) outras deficiências de controle interno identificadas durante a auditoria que não foramcomunicadas à administração ou a outras partes e que, no julgamento profissional do auditor, são deimportância suficiente para merecer a atenção da administração. 

6. Risco de Auditoria

Risco de Distorção Relevante (Risco Inerente + Risco de Controle) e de Risco de Detecção

Franco e Marra (2011) esclarecem que a auditoria é um trabalho complexo, que envolve a aplicação desofisticados procedimentos, o que torna inevitável que haja um certo grau de risco de que erros ouirregularidades existentes possam não ser detectados durante o processo.

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O auditor não é obrigado a identificar a totalidade dos erros existentes nas atividades auditadas, mesmoporque sabemos que seu trabalho sofre limitações quanto aos recursos disponíveis, em comparação com agama de atribuições a que é submetido.

Quando os erros não são significativos, não há tanto problema. Entretanto, quando forem relevantes e nãotenham sido descobertos, esse fato pode prejudicar a confiabilidade  em seu trabalho. Assim, faz-senecessário o conhecimento das diversas variáveis envolvidas no risco de auditoria, para que se possaminimizar seus efeitos.

A NBC TA 200 define Risco de Auditoria como sendo o “risco de que o auditor expresse uma opinião deauditoria inadequada quando as demonstrações contábeis contiverem distorção relevante. O risco deauditoria é uma função dos riscos de distorção relevante e do risco de detecção”. (grifamos) Trouxemos adefinição literal da norma, porque veremos na resolução das questões que várias delas cobram apenas isso docandidato.

Tipos de Risco 

Risco de detecção:É o risco de que os procedimentos executados pelo auditor para reduzir o risco de auditoria a um

nível aceitavelmente baixo não detectem uma distorção existente que possa ser relevante, individualmente ouem conjunto com outras distorções.

Risco de distorção relevante:É o risco de que as demonstrações contábeis contenham distorção relevante antes da auditoria.

Consiste em dois componentes, descritos a seguir no nível das afirmações:

• 

 Risco inerente  é a suscetibilidade de uma afirmação a respeito de uma transação, saldo contábil oudivulgação, a uma distorção que possa ser relevante, individualmente ou em conjunto com outrasdistorções, antes da consideração de quaisquer controles relacionados.

•   Risco de controle é o risco de que uma distorção que possa ocorrer em uma afirmação sobre uma classede transação, saldo contábil ou divulgação e que possa ser relevante, individualmente ou em conjuntocom outras distorções, não seja prevenida, detectada e corrigida tempestivamente pelo controleinterno da entidade. 

Em outras palavras, o risco inerente não depende da atuação do controle interno ou da auditoria. Ele vaiexistir pela simples existência do processo ou entidade a ser auditado. Nesse ponto, não se consideram aexistência dos controles ou do trabalho do auditor. Ou seja, não estamos falando em controle e auditoria.

O risco de controle diz respeito ao trabalho do controle interno. É o risco de que, mesmo que os controlessejam efetivos, não consigam evitar ou detectar um erro ou fraude no processo. Como exemplo, vamos citarum processo de compra no qual, ainda que haja a devida segregação de funções entre os responsáveis (umdos princípios do controle interno), pode envolver fraude não detectada, elaborada por meio de conluio entredois ou mais funcionários.

Por fim, o risco de detecção está diretamente relacionado ao trabalho do auditor. Como já vimos, em vistadas limitações naturais a que um trabalho de auditoria está submetido, é possível que o auditor não detecteerros e fraudes no processo, ainda que pareçam graves.

Risco de Auditoria = Risco de Distor ão Relevante x Risco de Detec ão

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A possibilidade de ocorrência de tais riscos deve ser analisada e avaliada por ocasião do planejamento daauditoria, para que sejam incluídos, nos programas, procedimentos específicos para detectá-los.

Quanto maior for o grau de adequação dos controles internos administrativos, menor será a vulnerabilidadedos riscos inerentes à gestão propriamente dita.

Risco de Detecção: É o risco do auditor!Riscos de Controle e Inerente: Existem independente do auditor.

Importante!

Há uma relação inversa entre o risco de detecção e os riscos de distorção relevante (inerente e controle).

Quanto maior o risco de distorção relevante, menor os riscos de detecção a serem aceitos pelo auditor.

A avaliação do risco de controlepelo auditor é:

Alto (2) Médio Baixo

Alto (3)Menor

(1)Menor Médio

Médio Menor Médio Maior

A avaliaçãodo riscoinerente peloauditor é:

Baixo Médio Maior Maior

Obs.: os números (1), (2) e (3) são apenas para fins de explicação.

Explicando o quadro anterior. Dos quadrantes mais escuros, vamos nos concentrar no número (1). Se aavaliação, pelo auditor, do risco de controle, é alta (2), assim como a do risco inerente (3), o auditor iráaceitar um menor risco de detecção. Lembrem-se de que o auditor só pode influir no risco de detecção. Osoutros existem independentemente da presença do auditor.

Há também uma relação inversa  entre o risco de auditoria  e o nível estabelecido de relevância, isto é,

quanto menor for o nível estabelecido de relevância, maior será o risco de auditoria e vice-versa. Comoassim?

Se o auditor considera um item da demonstração financeira auditada relevante, ele aplicará mais testes deauditoria, reduzindo, dessa forma, o risco de detecção que, como sabemos, é o risco do auditor. Como o risco

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de auditoria é função do risco de detecção e do risco de distorção relevante, se um desses riscos diminui, orisco de auditoria também diminuirá. Portanto, quanto maior a relevância, menor o risco de auditoria.

Plano de Auditoria baseado no risco

De acordo com Castro (2009), a Auditoria baseada no risco busca direcionar o foco do trabalho, a fim deavaliar as tendências e as condições que a entidade possui para atingir seus resultados.

Para estabelecer o grau de priorização dos trabalhos da auditoria, utilizando a filosofia do risco, devemosanalisar os seguintes fatores: a materialidade, a relevância e a criticidade.

A materialidade  ($$$) está relacionada ao montante de recursos financeiros  envolvidos em determinadaoperação da entidade.

A relevância significa a importância relativa ou papel desempenhado por uma determinada questão, situaçãoou unidade, existentes em um dado contexto, e deve ser considerada pelo auditor quando determinar anatureza, a extensão e oportunidade dos procedimentos de auditoria.

Sobre criticidade, trata de certa fragilidade identificada nos controles internos, que podem serconsideradas como risco. Os demais conceitos serão tratados em tópico específico.

Após a relação e classificação dos fatores de risco, deve ser estabelecido o grau de impacto e aprobabilidade  da ocorrência, elaborando-se uma matriz de probabilidade e impacto, que é um dosinstrumentos mais utilizados em gestão de riscos, na análise qualitativa, priorizando os riscos.

Seguem dois exemplos de matriz de probabilidade e impacto:

1)

2)

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Nesse ponto, alguns de você poderiam pensar: mas avaliar a probabilidade e o impacto de um risco não éuma tarefa muito subjetiva?

Concordamos. Entretanto, lembrem-se de que risco é evento negativo, futuro e incerto (ou seja, ainda nãoocorreu e nem sabemos se vai mesmo ocorrer). Assim, fica difícil estabelecer uma forma mais objetiva de sepriorizar as atividades de auditoria baseada no risco. Tem que ser por estimativa mesmo.

RISCO  é evento negativo, futuro  e incerto  (ou seja, ainda não ocorreu e nem sabemos se vai mesmoocorrer). Se na questão constar um evento que já tenha ocorrido, não estamos mais falando de risco.

Isso tudo serve para priorizar os riscos mais significativos, possibilitando o foco nas áreas a serem auditadas.

Um ponto que sempre gostamos de ressaltar nas aulas é o seguinte: a identificação dos riscos  éresponsabilidade da administração da entidade, e não dos auditores internos. O papel da auditoria interna,nesse caso, é garantir que os riscos identificados estejam sendo adequadamente controlados.

De acordo com a NBC TA 315 – Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante –, o auditor deveidentificar e avaliar os riscos de distorção relevante:

(a) no nível das demonstrações contábeis; e(b) no nível de afirmação para classes de transações, saldos de conta e divulgações, para fornecer

uma base para a concepção e a execução de procedimentos adicionais de auditoria.

Para este propósito, o auditor deve:

•  identificar riscos ao longo de todo o processo de obtenção do entendimento da entidade e doseu ambiente;

•  avaliar os riscos identificados e avaliar se eles se relacionam de forma generalizada àsdemonstrações contábeis como um todo;

•  relacionar os riscos identificados aos controles relevantes que o auditor pretende testar; e•  considerar a probabilidade de distorção e se a distorção potencial é de magnitude que possa

resultar em distorção relevante.

Risco que exige consideração especial da auditoria

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Como parte da avaliação de riscos, o auditor deve determinar se qualquer um dos riscos identificados é, noseu julgamento, um risco significativo. Ao exercer esse julgamento, o auditor deve excluir os efeitos doscontroles identificados relacionados ao risco.

Ao exercer o julgamento quanto a quais riscos são significativos, o auditor deve considerar pelo menos oseguinte:

(a) se o risco é um risco de fraude;(b) se o risco está relacionado com desenvolvimentos significativos recentes, econômicos,

contábeis ou de outro tipo, e que, portanto, exijam atenção específica;(c) a complexidade das transações;(d) se o risco envolve transações significativas com partes relacionadas;(e) o grau de subjetividade na mensuração das informações contábeis relacionadas ao risco,

especialmente as mensurações que envolvam uma vasta gama de incerteza de mensuração; e

(f) se o risco envolve transações significativas que estejam fora do curso normal do negócio paraa entidade ou que de outra forma pareçam não usual.

Se o auditor determinou que existe risco significativo, deve obter entendimento dos controles da entidade,inclusive das atividades de controle, relevantes para esse risco.

Existem riscos para o qual os procedimentos substantivos (sobre o sistema contábil) sozinhos não fornecemevidências de auditoria suficientes e apropriadas.

Tais riscos podem relacionar-se com registro impreciso ou incompleto de classes de transações rotineiras esignificativas ou saldos de contas, cujas características frequentemente permitem processamento altamenteautomatizado, com pouca ou nenhuma intervenção manual.

Em tais casos, os controles da entidade sobre esses riscos são relevantes para a auditoria e o auditor deveobter entendimento deles.

Revisão da avaliação de risco

A avaliação pelo auditor dos riscos de distorção relevante pode mudar durante o curso da auditoria, à medidaque evidências adicionais de auditoria são obtidas.

Nas circunstâncias em que o auditor obtém evidências de auditoria executando procedimentos adicionais, ouse são obtidas novas informações, incompatíveis com as evidências de auditoria em que o auditororiginalmente baseou a avaliação, o auditor deve revisar a avaliação e, portanto, modificar os procedimentos

adicionais de auditoria planejados.

7. Fraudes, erro e a responsabilidade do auditor

Em regra, as normas de auditoria costumam referir-se a erro e fraude, cuja distinção fundamental se baseiano caráter involuntário ou não de um e de outro.

Entende-se por erro, ato não voluntário, não intencional, resultante de omissão, desconhecimento,imperícia, imprudência, desatenção ou má interpretação de fatos na elaboração de documentos, registros oudemonstrações. Existe apenas culpa, pois não há intenção de causar dano.

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O termo fraude, por sua vez, refere-se a ato voluntário, intencional, resultante de omissão ou manipulaçãode transações, adulteração de documentos, informações, registros e demonstrações. Existe dolo, pois háintenção de causar algum tipo de dano.

A fraude pode ser caracterizada, por exemplo, pelas seguintes práticas:a) manipulação, falsificação ou alteração, em todo ou em parte, de documentos, registros e transações;b) supressão ou omissão de documentos, registros e transações;c) acréscimo de documentos, registros e transações sem comprovação;d) aplicação de práticas indevidas.

A NBC TA 240 é a norma que trata, atualmente, da responsabilidade do auditor em relação a fraude, nocontexto da auditoria de demonstrações contábeis.

Segundo a norma, as distorções nas demonstrações  contábeis podem originar-se de fraude ou erro. O

fator distintivo entre fraude e erro, como vimos, está no fato de ser intencional ou não intencional a açãosubjacente que resulta em distorção.

Dois tipos de distorções intencionais (fraudes) são pertinentes para o auditor – distorções decorrentes deinformações contábeis fraudulentas e da apropriação indébita de ativos.

Atenção:  a principal  responsabilidade pela prevenção e detecção  da fraude  é dos responsáveis pelagovernança da entidade e da sua administração.

É importante que a administração, com a supervisão geral dos responsáveis pela governança, enfatize aprevenção da fraude, o que pode reduzir as oportunidades de sua ocorrência, e a dissuasão da fraude, o quepode persuadir os indivíduos a não perpetrar fraude por causa da probabilidade de detecção e punição.

Isso envolve um compromisso de criar uma cultura de honestidade e comportamento ético, que pode serreforçado por supervisão ativa dos responsáveis pela governança.

O auditor, por sua vez, é responsável por obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis,como um todo, não contém distorções relevantes, causadas por fraude ou erro.

Como descrito na NBC TA 200, o risco de não ser detectada uma distorção relevante decorrente de fraude émais alto do que o risco de não ser detectada uma fraude decorrente de erro. Isso porque a fraude podeenvolver esquemas sofisticados e cuidadosamente organizados, destinados a ocultá-la.

O conluio pode levar o auditor a acreditar que a evidência é persuasiva, quando, na verdade, ela é falsa. A

capacidade do auditor de detectar uma fraude depende de alguns fatores, tais como a habilidade doperpetrador, a frequência e a extensão da manipulação, o grau de conluio, a dimensão relativa dos valoresmanipulados e a posição dos indivíduos envolvidos.

Embora o auditor possa ser capaz de identificar oportunidades potenciais de perpetração de fraude, é difícilpara ele determinar se as distorções em áreas de julgamento como estimativas contábeis foram causadas porfraude ou erro.

Na obtenção de segurança razoável, o auditor tem a responsabilidade de manter  atitude de ceticismoprofissional durante a auditoria, considerando o potencial de burlar os controles pela administração.

Os objetivos do auditor são:

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(a) identificar e avaliar os riscos de distorção relevante decorrente de fraude;(b) obter evidências suficientes e apropriadas sobre os riscos de distorção relevante decorrente de

fraude; e(c) responder adequadamente face à suspeita de fraudes.

Assim, segundo a NBC TA 240, fraude é o ato intencional de um ou mais indivíduos da administração, dosresponsáveis pela governança, empregados ou terceiros, que envolva dolo para obtenção de vantagem injusta ou ilegal.

Os fatores de risco de fraude são classificados com base em três condições, que geralmente estão presentesquando há fraude:

•  Incentivo ou pressão para perpetrar fraude.

•  Oportunidade percebida de cometer fraude.

•  Capacidade de racionalizar a ação fraudulenta.

Comunicação de fraude aos responsáveis

Em relação à comunicação do auditor com os responsáveis pela governança, cabe ressaltar que pode ser

feita verbalmente ou por escrito. Devido à natureza e sensibilidade da fraude que envolve a altaadministração, ou da fraude que resulta em distorção relevante nas demonstrações contábeis, o auditor relatatais assuntos tempestivamente e pode considerar necessário também relatá-los por escrito.

EXERCÍCIOS

1 - (ESAF / CVM / 2010) - A respeito de planejamento na realização de auditorias é correto afirmar: a) é a fase inicial dos trabalhos e deve ser concluída antes que as equipes específicas e/ou especializadasiniciem suas avaliações.b) constitui-se nos trabalhos iniciais de coleta de informações a respeito da entidade a ser auditada e dosmecanismos de controle existentes.

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c) não é uma fase isolada da auditoria, mas um processo contínuo e iterativo, que muitas vezes começa logoapós (ou em conexão com) a conclusão da auditoria anterior, continuando até a conclusão do trabalho deauditoria atual.d) é a fase em que participa, além da equipe de auditoria, toda a área de gestão e governança da entidade, emespecial, a área responsável pela elaboração das demonstrações contábeis.e) consiste em definir as estratégias gerais e o plano de trabalho antes do início de qualquer atividade deavaliação e revisão das demonstrações.

2 - (ESAF/TCE-GO-Auditor/2007) - Todas as opções abaixo são importantes recomendações acerca doplanejamento da auditoria, exceto uma. Aponte a única opção falsa.a) O planejamento e os programas de trabalho não devem ser revisados mesmo que novos fatos orecomendarem.b) O programa de auditoria deve ser detalhado de forma a servir como guia e meio de controle do progressodos trabalhos.

c) O planejamento pressupõe adequado nível de conhecimento sobre o ramo de atividade, negócios e práticasoperacionais da entidade.d) O auditor deve documentar seu planejamento geral e preparar programa de trabalho por escrito,detalhando o que for necessário à compreensão dos procedimentos que serão aplicados.e) O planejamento da auditoria, quando incluir a designação de equipe técnica, deve prever a orientação esupervisão do auditor, que assumirá total responsabilidade pelos trabalhos executados.

3 - (ESAF/CGU-AFC-2006) - Como objetivo do Planejamento da Auditoria não se pode incluir:a) obter conhecimento das atividades da entidade, para identificar eventos e transações relevantes que afetemas Demonstrações Contábeis.b) propiciar o cumprimento dos serviços contratados com a entidade dentro dos prazos e compromissospreviamente estabelecidos.

c) assegurar que as áreas importantes da entidade e os valores relevantes contidos em suas demonstraçõescontábeis recebam a atenção requerida.d) identificar meios para aumento dos lucros da entidade.e) identificar a legislação aplicável à entidade.

4 - (ESAF/CGU/AFC/2006) - Quando for realizada uma auditoria, pela primeira vez, na entidade, ouquando as Demonstrações Contábeis do exercício anterior tenham sido examinadas por outro auditorindependente, o planejamento da auditoria deve contemplar os seguintes procedimentos, exceto:A) a obtenção de evidências suficientes de que os saldos de abertura do exercício não contenhamrepresentações errôneas ou inconsistentes que, de alguma maneira, distorçam as Demonstrações Contábeisdo exercício atual.B) o exame da adequação dos saldos de abertura do exercício anterior com os saldos de encerramento do

exercício atual.C) a verificação se as práticas contábeis adotadas no atual exercício são uniformes com as adotadas noexercício anterior.D) a identificação de fatos relevantes que possam afetar as atividades da entidade e sua situação patrimoniale financeira.E) a identificação de relevantes eventos subseqüentes ao exercício anterior, revelados ou não-revelados.

5 - (ESAF/Contador/2006) - No processo de planejamento de auditoria, pode-se afirmar que o auditornão deve:A) avaliar o nível geral da atividade econômica na área em que a empresa esteja atuando e os fatoreseconômicos que podem afetar o seu negócio.B) ter conhecimento prévio das informações que a entidade tenha que prestar ou informar a terceiros.C) conhecer as modalidades de inventários físicos e financeiros e a periodicidade que são realizados.

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D) analisar as formas de relacionamentos com empresas coligadas e controladas ou a existência de outraspartes relacionadas.E) restringir as avaliações e os testes a serem aplicados à quantidade de horas planejadas ou contratadas.

6 - (ENAP/Contador/2006/ESAF)  - Para ser eficiente e eficaz o sistema de controle interno devecontemplar diversos elementos, entre os quais:a) acesso livre a utilização de recursos, rodízio de funções e permeabilidade de acesso aos recursos.b) funções fixas, auditoria interna vinculada à administração patrimonial, registros apropriados e oportunosde transações.c) rodízio de funções, restrição ao acesso e utilização de recursos e auditoria interna vinculada à altaadministração.d) permeabilidade de acesso aos recursos, rodízio de funções e registros apropriados e oportunos detransações.e) concentração de funções, auditoria interna vinculada à administração patrimonial e acesso livre à

utilização de recursos.7 - (CGU/AFC/2006/ESAF) - Como conjunto de regras, diretrizes e sistemas, os princípios de ControleInterno Administrativo visam ao atingimento, entre outros, dos seguintes objetivos específicos, exceto:a) Segregação de funções.b) Delegação de poderes.c) Controle sobre as transações.d) Política salarial diferenciada para os auditores.e) Aderência a diretrizes e normas legais.

8 - (ESAF / RFB / 2012) - O auditor externo, ao realizar seu trabalho na empresa Expansão S.A.,identificou vários pontos com não conformidades nos controles internos. Com relação a esses pontos,

deve o auditor:a) documentá-los em seus papeis de trabalho, para apresentação à administração quando solicitado.b) evidenciá-los no relatório de auditoria, demonstrando os efeitos nas demonstrações contábeis.c) exigir a elaboração de notas explicativas, evidenciando o impacto nas demonstrações contábeis.d) encaminhar às diretorias responsáveis das áreas onde foram apontadas as não conformidades,determinando a correção dos erros, antes da emissão do relatório de auditoria.e) comunicar à administração por meio de carta, relatando os pontos de deficiências encontradas.

9 - (ESAF / CVM / 2010) - Na comunicação das deficiências do controle interno, o auditor deveexplicitar que: a) as deficiências observadas têm relação direta com a elaboração das demonstrações contábeis e sãosuficientes para comprometer o funcionamento da entidade.

b) os assuntos comunicados estão limitados às deficiências que o auditor identificou durante a auditoria econcluiu serem de importância suficiente para comunicar aos responsáveis pela governança.c) o exame efetuado nos controles internos, embora relacionados com as demonstrações contábeis, seestenderam para além do limite destas.d) os controles internos avaliados demonstram que a organização necessita desenvolver programas degovernança nas áreas financeiras e contábeis.e) as distorções detectadas decorreram única e exclusivamente das deficiências desse controle detectadoscomo falhos.

10 - (ESAF / CVM / 2010) - Segundo as normas de auditoria vigentes, risco de auditoria pode sercaracterizado como: a) o risco de haver insuficiência de informações sobre determinada transação nas demonstrações contábeissem que o auditor possa perceber.

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b) possibilidade de ser o trabalho do auditor inviabilizado pela inexistência de informações confiáveis para otrabalho.c) o risco de o Controle Interno não ter detectado a tempo uma falha que leva a entidade a elaborardemonstrações contábeis distorcidas.d) o risco de o auditor expressar uma opinião de auditoria inadequada, quando as demonstrações contábeiscontiverem distorção relevante.e) possibilidade de o auditor emitir parecer sem ressalvas, quando distorções relevantes nas demonstraçõescontábeis forem intencionalmente encobertas.

11 - (ESAF / SUSEP / 2010) - Com relação aos níveis de relevância determinados em um processo deauditoria externa, é verdadeiro afirmar que:a) o processo de avaliação de relevância deve sempre considerar os níveis de risco e as distorçõesidentificadas, não sendo permitido considerar nos limites eventuais distorções não identificadas ouprojetadas.

b) o auditor, em nenhuma hipótese, pode estabelecer nível de relevância abaixo dos determinados noplanejamento.c) não se devem considerar as avaliações de risco e relevância no seu conjunto, sendo sempre avaliadasindividualmente.d) os níveis de relevância estabelecidos no planejamento devem ser mantidos, independentemente dos fatoresencontrados, durante a realização dos trabalhos.e) se a administração da entidade auditada negar-se a ajustar as demonstrações contábeis e os procedimentosde auditoria adicionais, de forma a não permitir concluir que o montante agregado das distorções sejairrelevante, deve o auditor considerar os efeitos no seu parecer.

12 - (ESAF / RFB / 2012) - O auditor externo, ao ser contratado para auditar o Hotel Paraíso AzulS.A., constata em seus registros que a ocupação média do hotel é de 90% dos quartos. 50% das contas

dos hóspedes foram pagas em dinheiro e os livros não identificam parte dos hóspedes. O sindicato doshotéis da região divulgou, em relatório atualizado, que a ocupação dos hotéis na região não ultrapassa70%. O noticiário da região dá indícios que vários negócios estão sendo usados para lavagem dedinheiro. A situação apresentada pode evidenciar para o auditor um risco:a) de negócio e detecção.b) de fraude e de controle.c) de distorção relevante e de controle.d) de detecção e distorção relevante.e) residual e de fraude.

13 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Sobre os temas ‘risco de auditoria’ e ‘relevância’, é corretoafirmar que: 

a) quanto menor for a relevância, maior será o risco.b) quanto menor for o risco, menor será a relevância.c) não existe relação entre risco e relevância.d) quanto maior for a relevância, maior será o risco.e) quanto maior for o risco, maior será a relevância.

14 - (ESAF / CGU / 2008) - De acordo com a NBC-T-11, Risco de Auditoria é a possibilidade de oauditor vir a emitir uma opinião tecnicamente inadequada sobre demonstrações contábeissignificativamente incorretas. Nesse contexto, há risco de auditoria nos seguintes casos, exceto:a) na possibilidade de o auditor considerar os controles internos eficientes quando na realidade não são.b) na possibilidade de o auditor considerar incorreto o saldo de uma conta quando na realidade este saldoesteja correto.c) na possibilidade de o auditor considerar os controles internos ineficientes quando na realidade são.

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d) na possibilidade de o auditor considerar correto o saldo de uma conta quando na realidade este saldo estejaincorreto.e) na possibilidade de o auditor considerar os controles internos ineficientes quando na realidade não são.

15 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Por ser um ato não-intencional na elaboração de registros edemonstrações contábeis, é correto afirmar que se trata de um erro: a) a alteração de documentos visando modificar os registros de ativos, passivos e resultados.b) a apropriação indébita de ativos.c) a supressão ou omissão de transações nos registros contábeis.d) o registro de transações sem comprovação.e) a aplicação incorreta das normas contábeis.

16 - (ESAF / SUSEP / 2010) - O auditor interno, ao realizar seus procedimentos e testes de auditoria,quanto à identificação de fraudes e erros, evidencia três fatos:

I. O departamento fiscal da empresa, com o objetivo de reduzir o volume de impostos a recolher, cadastrouno sistema de faturamento, a alíquota do IPI que deveria ser de 11%, com o percentual de 5%.II. Ao analisar a folha de pagamentos, evidenciou funcionários demitidos, constando do cálculo da folha,sendo que a conta a ser creditado o pagamento, destes funcionários, pertencia a outro colaborador dodepartamento pessoal.III. O contador da empresa, ao definir a vida útil da máquina que foi introduzida em linha de produção nova,estabeleceu alíquota, estimando a produção de um milhão de unidades, nos próximos 5 anos. O projeto foirevisto e se reestimou para 10 anos.Assinale a opção correta, levando em consideração os fatos acima narrados.a) Fraude, fraude e erro.b) Erro, erro e erro.c) Erro, fraude e erro.

d) Fraude, fraude e fraude.e) Fraude, erro e erro.

17 - (ESAF / PMRJ / 2010) - Assinale a opção falsa a respeito dos assuntos que, se bem equacionados,ajudam o auditor a reduzir o risco de detecção em uma auditoria. a) Formação de equipes de trabalho com pessoal preparado.b) Revisão e supervisão dos trabalhos de auditoria realizados.c) Aplicação do ceticismo profissional.d) Planejamento adequado dos trabalhos de auditoria.e) Diminuição do escopo de exame e redução do número de transações.

18 - (ESAF / TCU / 2006) - O auditor interno ao realizar o processo de avaliação das rotinas a seguir,

constata que:I. uma nota fiscal de compras de material de escritório, que o analista contábil havia guardado em sua gavetapara posterior registro, não foi lançada;II. em virtude de problemas no setor de faturamento da empresa, o gerente de logística, que tinha urgênciaem realizar a entrega da mercadoria a um cliente especial, utilizou uma nota fiscal de um outro cliente que jáhavia recebido a mercadoria com a mesma especificação e quantidade para atender essa urgência;III. o gerente de tecnologia da informação, por solicitação do departamento de contabilidade, ajustou osistema de estoques para que, todas as vezes em que o saldo de mercadorias no sistema estiver abaixo daquantidade vendida, sejam baixados somente os itens existentes no sistema.Com base nas considerações anteriores e de acordo com as definições convencionadas de fraude e erro,podemos afirmar que houve, respectivamente:a) I. Fraude; II. Fraude; III. Fraudeb) I. Erro; II. Erro; III. Fraude

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c) I. Erro; II. Erro; III. Errod) I. Fraude; II. Fraude; III. Erroe) I. Erro; II. Fraude; III. Fraude

19 - (ESAF / SEFAZ-CE / 2006) - Ao confrontar-se com as situações a seguir expostas, o auditor asclassificaria como uma situação: I. Um funcionário da Contabilidade, com três períodos de férias não gozados, constantes da folha depagamentos e da provisão de férias reconhecendo os valores a serem recebidos.II. Contrato vigente de prestação de serviços de manutenção em ar condicionado. A empresa nunca possuiueste tipo de equipamento instalado em suas unidades.III. O diretor financeiro da empresa comercial Betal S.A. possui um prédio fora de operação e resolve alugá-lo por 5 anos, recebendo o aluguel a vista, mas com cláusula de devolução parcial, caso seja rescindido ocontrato. O diretor financeiro juntamente com o contador determinam que seja contabilizado em Resultadode Exercícios Futuros.

a) normal, fraude e erro.b) fraude, normal e normal.c) erro, normal e erro.d) fraude, fraude e normal.e) normal, fraude e fraude.

20 - (ESAF / SEFAZ-CE / 2006) - A empresa CompraVia Ltda. determinou que a partir do mês dedezembro as funções de pagamento das compras efetuadas passarão a ser feitas pelo departamento decompras, extinguindo-se o setor de Contas a Pagar. Esse procedimento afeta a eficácia da medida decontrole interno denominada: a) confirmação.b) segregação.

c) evidenciação.d) repartição.e) atribuição.

21 - (ESAF / SEFAZ-CE / 2006) - O sistema adquirido pela empresa Certifica S.A. continha um errode parametrização interna, não registrando na contabilidade dez notas fiscais. O auditor ao realizar ostestes de auditoria constata o erro. Esse risco de auditoria é denominado risco de: a) negócio.b) detecção.c) inerência.d) controle.e) estrutura.

22 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - Na avaliação do risco de auditoria, quando na fase de planejamento,em nível específico, deve o auditor avaliar:a) a natureza e o volume das transações.b) o sistema de controles internos da entidade.c) as atividades da entidade.d) o sistema contábil da entidade.e) a qualidade da administração da entidade.

23 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - A relação custo versus benefício para a avaliação e determinação doscontroles internos deve considerar que o custo dos controles internos de uma entidade:a) deve ser superior aos benefícios por ele gerados.b) não deve ser inferior aos benefícios por ele gerados.

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c) não deve ser igual ou inferior aos benefícios por ele gerados.d) deve ser superior ou igual aos benefícios por ele gerados.e) não deve ser superior aos benefícios por ele gerados.

24 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - São componentes inter-relacionados de controles internos, exceto o(a):a) ambiente de controle.b) avaliação de risco.c) atividades de controle.d) método de custos.e) monitoração.

25 - (CGU/AFC/2004/ESAF) - O auditor, ao realizar auditoria pela primeira vez em uma entidade,deverá contemplar os seguintes procedimentos, exceto:A) a verificação da uniformidade das práticas contábeis aplicadas nas demonstrações financeiras objeto da

auditoria.B) o exame de adequação dos saldos finais do exercício anterior com os saldos iniciais do exercício atual,nas demonstrações financeiras objeto da auditoria.C) a identificação de fatos relevantes que possam afetar as atividades da entidade objeto da auditoria.D) a realização dos trabalhos visando o cumprimento das horas negociadas, independente de evidenciar queas normas de auditoria foram aplicadas.E) a identificação de eventos subseqüentes relevantes ao exercício anterior às demonstrações financeirasobjeto da auditoria.

26 - (CGU/AFC/2008/ESAF) - Assinale a opção que não representa princípio de controle internoadministrativo. a) controle independente do custo

b) instruções devidamente formalizadasc) controle sobre as transaçõesd) aderência a diretrizes e normas legaise) segregação de funções

27 - (ESAF / RFB / 2003) - O risco de controle é o risco: a) de o auditor deixar de realizar um procedimento de auditoria, que levará a divergências relevantes nasdemonstrações contábeis.b) de associar a empresa a um cliente sem credibilidade e ter sua imagem confundida com a imagem docliente.c) de que os sistemas contábeis e de controle interno deixem de detectar uma distorção de saldo que poderiaser relevante.

d) de que os sistemas administrativos e o auditor deixem de avaliar as demonstrações contábeis.e) de o auditor emitir uma opinião tecnicamente inadequada sobre as demonstrações contábeis e estasapresentarem uma situação enganosa ao mercado.

28 - (ESAF / RFB / 2003) - A avaliação dos controles internos compreende:a) suposição e presunção de que os procedimentos e métodos estabelecidos e um grau razoável de segurançade que estes não estão sendo aplicados e funcionando conforme o previsto.b) conhecimento e compreensão dos procedimentos e métodos estabelecidos e um grau razoável deinsegurança de que estes estão sendo aplicados e não estão funcionando conforme o previsto.c) suposição e presunção de que os procedimentos e métodos estabelecidos e um grau elevado deinsegurança de que estes estão sendo aplicados e funcionando conforme o previsto.d) certeza e compreensão dos procedimentos e métodos estabelecidos e um grau razoável de segurança deque estes estão sendo aplicados e não funcionando conforme o previsto.

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e) conhecimento e compreensão dos procedimentos e métodos estabelecidos e um grau razoável desegurança de que estes estão sendo aplicados e funcionando conforme o previsto.

29 - (FCC / MPE PE / 2012) – É correto afirmar que o:(A) risco de auditoria independe do planejamento eficaz dos trabalhos a serem desenvolvidos na entidade.(B) risco de detecção aumenta quando se utilizam técnicas de amostragem adequadas para aplicação de testessubstantivos em um grande número de itens auditados.(C) risco inerente em auditoria é sempre o mesmo qualquer que seja a atividade da entidade e as classes detransações e saldos que serão examinados pelo auditor.(D) risco de auditoria é uma função dos riscos de distorção relevante e do risco de detecção.(E) processo da auditoria independente não sofre limitações inerentes ao próprio trabalho a ser desenvolvidoe, portanto, não há risco de auditoria.

30 - (FCC / TRT 6ª Região / 2012) – A empresa Condor S.A. atua no segmento de crédito pessoal, com

financiamentos de até R$ 30.000,00. Como sua política de análise de crédito é bastante flexível, possuium volume de operações grande, fazendo com que as perdas por inadimplência sejam absorvidas pelasoperações. Como a política comercial é atuar junto a grandes lojas de varejo, a empresa concede aosinadimplentes, 80% de perdão nas multas e juros, concedido pelo próprio colaborador no caixa, desdeque o cliente venha até as lojas parceiras para quitar os débitos. O auditor constatou que devido àfacilidade da concessão dos descontos, os funcionários passaram a se apropriar das quitações emdinheiro feita pelos inadimplentes, dando o desconto e ficando com o dinheiro. Segundo os conceitos deauditoria externa, referida fraude evidencia um risco de:(A) detecção.(B) controle.(C) monitoramento.(D) inerente.

(E) operações.

31 - (FCC / ARCE-CE / 2012) – É INCORRETO afirmar:(A) As demonstrações financeiras das companhias abertas devem ser obrigatoriamente auditadas porauditores independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários.(B) O auditor deve reduzir o risco de auditoria a zero, e, portanto, obter segurança absoluta de que asdemonstrações contábeis estão livres de distorção relevante devido a fraude ou erro.(C) O objetivo de uma auditoria é aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dosusuários.(D) As demonstrações contábeis sujeitas à auditoria são as da entidade, elaboradas pela administração, comsupervisão geral dos responsáveis pela governança.(E) Risco de auditoria é o risco de que o auditor expresse uma opinião de auditoria inadequada quando as

demonstrações contábeis contiverem distorção relevante.

32 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2010) – Nas atividades de planejamento o auditor deveestabelecer uma estratégia global definindo o alcance, a época e a direção para o desenvolvimento doplano de auditoria. A respeito do planejamento da auditoria, assinale a afirmativa incorreta. a)  O auditor deve identificar as características do trabalho para definir o seu alcance, bem como definir os

objetivos do relatório do trabalho de forma a planejar a época da auditoria e a natureza das comunicaçõesrequeridas.

b)  O auditor deve considerar os fatores que no seu julgamento profissional são significativos para orientaros esforços da equipe do trabalho e determinar a natureza, a época e a extensão dos recursos necessáriospara realizar o trabalho.

c)  O auditor deve considerar os resultados das atividades preliminares do trabalho de auditoria e, quandofor o caso, a relevância do conhecimento obtido em outros trabalhos.

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d)  O auditor deve desenvolver o plano de auditoria e nele deve incluir a descrição da natureza, a época e aextensão dos procedimentos planejados de avaliação de risco.

e)  O auditor deve atualizar e alterar a estratégia global e o plano de auditoria, para definir o tipo de técnicae os procedimentos aplicáveis na revisão do seu trabalho.

33 - (FCC / SEFAZ/SP - APOFP / 2010) - NÃO é objetivo de um programa de auditoria: a)  traçar o roteiro de execução de um ponto de auditoria.b)  conduzir o auditor na aplicação dos procedimentos técnicos de auditoria.c)  propiciar o controle e progresso a ser alcançado no decorrer da execução das tarefas de auditoria.d)  evitar que alguma tarefa de auditoria deixe de ser executada.e)  estimar o tempo necessário para realização da auditoria.

34 - (FGV / SEFAZ/RJ – Auditor Fiscal / 2011) - A atividade de planejamento é fundamental emqualquer atividade, revelando-se a etapa mais importante do ciclo administrativo (planejar, organizar,

coordenar e controlar), segundo Henry Fayol (Teoria Clássica da Administração). Isso ocorre emfunção de o planejamento considerar a definição de um objetivo, dos caminhos alternativos paraatingi-lo, da escolha (processo decisório) e da formulação de um plano de ação. Sobretudo naauditoria, tendo em vista o número de transações a serem validadas, de áreas a serem testadas, desaldos a serem verificados, o planejamento bem elaborado contribui para a otimização da aplicaçãodos recursos materiais e humanos (evitando desperdícios) e para minimização dos riscos de auditoria.Dessa forma, embora não seja garantia de sucesso, o planejamento, quando bem elaborado, minimizao risco de o trabalho ser ineficaz e ineficiente. O planejamento na auditoria é dinâmico, ou seja, umavez elaborado, deve ser revisado sempre que surgirem novas circunstâncias ou os resultadosapontarem para uma direção diferente da leitura feita inicialmente. Nesse sentido, o planejamentodeverá ser revisto, por exemplo, quando os testes substantivos revelarem uma quantidade de errossuperior àquela prevista quando do levantamento do controle interno. Quando da auditoria pela

primeira vez, alguns cuidados especiais de planejamento devem ser observados, tais como os listados aseguir, À EXCEÇÃO DE UM. Assinale-o. a)  leitura dos relatórios de auditoria anteriores (como mecanismo de “conhecimento” da auditada).b)  uniformidade de critérios contábeis (uma vez que pode ter havido alterações de um exercício para o

outro, tais como mudança no método de avaliação de estoques, uso de reavaliação, mudança no critériode tributação – lucro presumido para real, por exemplo).

c)  valor da cotação da ação investida na bolsa de valores, se companhia aberta.d)  identificação de relevantes eventos subsequentes ocorridos após a data-base do exercício, revelados ou

não.e)  levantamento das principais alterações ocorridas no sistema de controle interno.

35 - (CESPE / TCE/TO / 2009) - A auditoria interna é exercida nas pessoas jurídicas em geral, públicas ou

privadas, nacionais ou estrangeiras. Vários aspectos são peculiares e relevantes no planejamento dostrabalhos, como:a)  a impossibilidade de contar com outros especialistas.b)  a necessidade de documentar o planejamento e explicar em detalhes os procedimentos a serem aplicados.c)  a possibilidade de desconhecimento das políticas e estratégias da entidade.d)  a necessidade de neutralizar as expectativas da administração.e)  a conveniência de não modificar os programas de trabalho.

36 - (CESPE / UNIPAMPA / 2009)- O programa de auditoria deve ser estruturado de forma que possaser específico ou padronizado. O programa específico é mais apropriado para atividades que não sealterem ao longo do tempo ou para situações que contenham dados e informações similares. JulgueCERTO ou ERRADO.

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37 - (CESGRANRIO/PETROBRÁS/2011) - Antes do início da auditoria, a equipe deve programar otrabalho de forma objetiva e eficaz. O programa de trabalho é um dos papéis utilizados comoferramenta valiosa nessa função, no qual estão contidos os (as)(A) procedimentos de auditoria, a identificação dos auditores responsáveis e os campos para referências,observações e data de execução dos procedimentos.(B) fluxos, as normas, as políticas e os objetivos dos processos escolhidos para serem auditados e aaprovação formal dos gestores responsáveis por cada processo.(C) nomes dos funcionários auditados com a identificação pessoal de cada um ao lado dos procedimentos deauditoria executados e ordenados por data de nascimento.(D) perguntas que serão realizadas durante as entrevistas de controles internos e a metodologia utilizadadurante a auditoria.(E) normas de auditoria aplicáveis ao trabalho a ser executado de acordo com a programação anual.

38 - (CESGRANRIO/PETROBRÁS/2011) - As normas de auditoria estabelecem que o auditor deve

avaliar o sistema de controles internos a fim de determinara natureza, época e extensão dosprocedimentos de auditoria. A esse respeito, considere os procedimentos a seguir.I - Implementar novos controles internos que, porventura, estiverem faltando.II - Levantar e identificar o sistema de controle interno utilizado na empresa.III - Realizar o mapeamento de toda a organização, elaborando fluxos e normas de processo.IV - Verificar se o sistema levantado está realmente sendo utilizado pela empresa.V - Avaliar, por meio de testes, a eficácia dos controles internos utilizados.Durante a avaliação do sistema de controles internos, são deveres dos auditores APENAS os procedimentosapresentados em(A) I, II e V.(B) I, III e IV.(C) II, IV e V.

(D) I, II, III e IV.(E) II, III, IV e V.

39 - (FCC / SEFAZ/SP - APOFP / 2010) - NÃO é objetivo de um programa de auditoria: a)  traçar o roteiro de execução de um ponto de auditoria.b)  conduzir o auditor na aplicação dos procedimentos técnicos de auditoria.c)  propiciar o controle e progresso a ser alcançado no decorrer da execução das tarefas de auditoria.d)  evitar que alguma tarefa de auditoria deixe de ser executada.e)  estimar o tempo necessário para realização da auditoria.

40 - (CESPE / TCU / 2011) - A hipótese de o auditor se equivocar ao manifestar opinião de que asdemonstrações contábeis contêm distorção relevante constitui, na acepção das normas brasileiras de

contabilidade um tipo de risco considerado insignificante. 

GABARITO1 2 3 4 5 6 7 8C A D B E C D E9 10 11 12 13 14 15 16

B D E B A C E A17 18 19 20 21 22 23 24

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E E A B D A E D25 26 27 28 29 30 31 32

D A C E D B B E33 34 35 36 37 38 39 40E C B E A C E C

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AULA 04: Concordância com os termos do trabalho de auditoria independente. Testes e procedimentosde auditoria. Evidenciação.

1. NBC TA 210 - Concordância com os Termos do Trabalho de Auditoria

A NBC TA 210 trata da responsabilidade do auditor independente em estabelecer os termos de um trabalhode auditoria  com a administração  e, quando apropriado, com os responsáveis pela governança,considerando que existem certas condições prévias a um trabalho de auditoria, que são de responsabilidadedesses atores.

1.1 ObjetivoEm relação ao assunto, o objetivo do auditor independente  é aceitar ou continuar um trabalho  deauditoria somente quando as condições  em que esse trabalho deve ser realizado foram estabelecidas  pormeio de:

(a) determinação da existência das condições prévias; e(b) confirmação de que há um entendimento comum  entre o auditor independente e a administraçãosobre os termos do trabalho.

Para fins das normas de auditoria, c ondições prévias a um trabalho de auditoria correspondem ao uso pelaadministração de uma estrutura de relatório financeiro aceitável na elaboração das demonstrações contábeis

e a concordância da administração em relação ao pressuposto em que a auditoria é conduzida.

Trabalhos de asseguração, que incluem trabalhos de auditoria, podem ser aceitos somente se o auditorindependente considera que as exigências éticas relevantes, como independência e competência profissional,serão satisfeitas, e quando o trabalho apresenta certas características.

1.2 Condições prévias para uma auditoria

Para determinar se existem as condições prévias a um trabalho de auditoria, o auditor independente deve:

(a) determinar se a estrutura de relatório financeiro a ser aplicada na elaboração dasdemonstrações é aceitável.

Para fins das normas de auditoria, a estrutura de relatório financeiro aplicável fornece os critérios que oauditor utiliza para examinar as demonstrações contábeis, incluindo, quando relevante, sua adequadaapresentação.

Os fatores relevantes para a aceitação pelo auditor da estrutura a ser aplicada na elaboração dasdemonstrações incluem:

•  a natureza da entidade;•  o objetivo das demonstrações contábeis;•  a natureza das demonstrações contábeis.

Mas atenção: as deficiências na estrutura de relatório financeiro aplicável que indicam que a estrutura não éaceitável podem ser encontradas após a aceitação do trabalho de auditoria. Quando o uso dessa estrutura

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não for previsto em lei ou regulamento, a administração pode decidir  adotar outra estrutura  que sejaaceitável, sendo estabelecidos novos termos para o trabalho de auditoria.(b) obter a concordância da administração de que ela reconhece e entende sua responsabilidade:

(i) pela elaboração das demonstrações contábeis; (ii) pelo controle interno; e(iii) fornecer ao auditor:

a. acesso a todas as informações relevantes;b. informações adicionais que o auditor pode solicitar da administração para fins daauditoria; ec. acesso irrestrito a pessoas da entidade que o auditor determina ser necessário.

Alguns aspectos relevantes:

1 - o conceito de auditoria independente requer que o papel do auditor não  envolva assumir a

responsabilidade  pela elaboração  das demonstrações  contábeis ou pelo  respectivo controle interno  daentidade.2 - Na maioria dos casos, a administração  é responsável pela execução  enquanto os responsáveis pelagovernança, pela supervisão geral da administração.3 - Um dos objetivos de se estabelecer os termos do trabalho de auditoria é evitar mal-entendidos sobre as responsabilidades da administração e do auditor.

Se a administração ou os responsáveis pela governança impõem uma limitação no alcance do trabalho doauditor, nos termos de um trabalho de auditoria proposto, de modo que o auditor entenda que a limitaçãoresultará na emissão de relatório com abstenção de opinião sobre as demonstrações contábeis, o auditor nãodeve aceitar esse trabalho de natureza limitada como um trabalho de auditoria, a menos que exigido porlei ou regulamento.

1.3 Acordo sobre termos do trabalho de auditoria

Os termos do trabalho de auditoria devem ser formalizados na carta de contratação de auditoria ou outraforma adequada de acordo por escrito, que devem incluir:(a) o objetivo e o alcance da auditoria;(b) as responsabilidades do auditor;(c) as responsabilidades da administração;(d) a identificação da estrutura de relatório financeiro aplicável para a elaboração das demonstraçõescontábeis; e(e) referência à forma e ao conteúdo esperados dos relatórios do auditor e declaração de que podem terforma e conteúdo diferentes do esperado.

1.4 Aceitação de mudança nos termos do trabalho

Se os termos do trabalho de auditoria são alterados, o auditor e a administração devem concordar com osnovos termos e formalizá-los na carta de contratação ou outra forma adequada de acordo por escrito.

Mas e se o auditor não concordar com a mudança?

Bom, se o auditor não concordar com a mudança dos termos do trabalho de auditoria e a administraçãonão permitir que ele continue o trabalho de auditoria original, o auditor deve:

(a) retirar-se do trabalho de auditoria, quando permitido por lei ou regulamento aplicável; e

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(b) determinar se há alguma obrigação, contratual ou de outra forma, de relatar as circunstâncias aoutras partes, como os responsáveis pela governança, proprietários ou reguladores.

Um exemplo de mudança que pode ser considerada base razoável para solicitar uma mudança no trabalho deauditoria seria um mal-entendido sobre a natureza do serviço originalmente solicitado.

1.5 Outros assuntos que afetam a aceitação

Se o auditor determinou que a estrutura de relatório financeiro prevista em lei ou regulamento não seriaaceitável, exceto pelo fato de ser prevista em lei ou regulamento, o auditor deve aceitar  o trabalho deauditoria somente nas seguintes condições:

(a) a administração concorda em fornecer divulgações adicionais; e(b) nos termos do trabalho de auditoria reconhecer que:

(i) o relatório do auditor independente incluirá um parágrafo de ênfase; e

(ii) o auditor deva expressar a sua opinião sobre as demonstrações contábeis usando asfrases “apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes”, como é o casono Brasil, ou “apresentam uma visão verdadeira e justa” de acordo com a estrutura derelatório financeiro aplicável, a sua opinião sobre as demonstrações contábeis nãoincluirá essas frases.

Se as condições  descritas acima não existem  e o auditor, por exigência de lei ou regulamento, deveassumir o trabalho de auditoria, o auditor deve:

(a) avaliar o efeito, no seu relatório  de auditoria, da natureza enganosa das demonstraçõescontábeis; e

(b) incluir referência apropriada sobre esse assunto nos termos do trabalho de auditoria.

Pessoal, deixamos de apresentar exemplos de carta de contratação de auditoria para não aumentar demais aaula, e pelo fato de que não consideramos essencial para a prova, mas quem tiver interesse, há um apêndicena norma que exemplifica bem o assunto. É só procurar emhttp://www.cfc.org.br/sisweb/sre/detalhes_sre.aspx?Codigo=2009/001204.

2. NBC TA 500 - Evidência de Auditoria

Como as bancas ainda estão se adequando às novas normas de auditoria, têm cobrado os assuntos de formabastante literal. Por isso, antes de adentrarmos no tema Evidência de Auditoria, vamos ver alguns conceitostrazidos pela NBC TA 500.

Evidência de auditoria compreende as informações utilizadas pelo auditor para chegar às conclusões em quese fundamentam a sua opinião. A evidência de auditoria inclui as informações contidas nos registroscontábeis que suportam as demonstrações contábeis e outras informações.

 Adequação da evidência de auditoria  é a medida da qualidade  da evidência de auditoria, isto é, a suarelevância e confiabilidade para suportar as conclusões em que se fundamenta a opinião do auditor.

Suficiência da evidência de auditoria é a medida da quantidade da evidência de auditoria. A quantidadenecessária da evidência de auditoria é afetada pela avaliação do auditor dos riscos de distorção relevante etambém pela qualidade da evidência de auditoria.

Atenção! Geralmente, basta saber que qualidade está ligada à adequação e quantidade à suficiência pararesponder às questões. Entretanto, não podemos esquecer que a qualidade também vai influenciar a

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suficiência da evidência de auditoria. Quanto melhor for a qualidade da evidência, menor a quantidadenecessária de evidências.

Os documentos considerados como evidências podem ser:

  originais de ofícios, cartas, relatórios ou outros documentos emitidos pelo fiscalizado ou porterceiros endereçados à equipe;

  cópias de documentos devidamente autenticadas (“confere com o original”), exceto no casode documentos publicados, para os quais é dispensada a autenticação;

  fotografias ou mídias contendo arquivos de dados, de vídeo ou de áudio;  extratos de entrevista;  consolidações de respostas a questionários;  planilhas de cálculos, quadros comparativos, demonstrativos e outras evidências construídas

pela equipe a partir de fontes de informação internas ou externas ao órgão/entidade

fiscalizado.As evidências testemunhais devem, sempre que possível, ser reduzidas a termo e corroboradas por outrasevidências.

A Resolução nº 1.217/09, do Conselho Federal de Contabilidade - CFC -, que aprova a NBC TA 500 –Evidência de Auditoria –, dispõe que o objetivo do auditor é definir e executar procedimentos de auditoriaque permitam conseguir evidência de auditoria apropriada e suficiente que lhe possibilitem obter conclusõesrazoáveis para fundamentar a sua opinião.

Ou seja:

Nesse sentido, evidência de auditoria compreende as informações utilizadas pelo auditor para chegar àsconclusões em que se fundamentam a sua opinião. A evidência de auditoria inclui as informações contidasnos registros contábeis que suportam as demonstrações contábeis e outras informações.

A evidência de auditoria é necessária para fundamentar a opinião e o relatório do auditor. Ela tem naturezacumulativa e é obtida principalmente a partir dos procedimentos de auditoria realizados durante o cursodo trabalho.

Evidência de auditoria compreende as informações utilizadas pelo auditor para chegar às conclusões em que se fundamentam a sua opinião. 

Contudo, também pode incluir  informações obtidas de outras fontes, como auditorias anteriores (contanto que o auditor tenha determinado se ocorreram mudanças desde a auditoria anterior que possamafetar sua relevância para a atual auditoria) ou procedimentos de controle de qualidade  da firma deauditoria para aceitação e continuidade de clientes.

A evidência de auditoria abrange informações que suportam e corroboram as afirmações da administração equalquer informação que as contradiga. Além disso, em alguns casos, a ausência de informações  (por

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exemplo, a recusa da administração em fornecer uma representação solicitada) é utilizada pelo auditor e,portanto, também constitui evidência de auditoria.

A maior parte do trabalho do auditor para formar sua opinião consiste na obtenção e avaliação da evidênciade auditoria. Os procedimentos de auditoria para obter evidência de auditoria podem incluir a inspeção,observação, confirmação, recálculo, reexecução e procedimentos analíticos, muitas vezes em combinação,além da indagação.

A equipe deve determinar a quantidade e o tipo de evidências necessárias para atender aos objetivos e aoplano de auditoria, de forma adequada. Para isso, é necessário que as evidências tenham alguns atributos.São eles:

a) validade - a evidência deve ser legítima, ou seja, baseada em informações precisas e confiáveis;b) confiabilidade - garantia de que serão obtidos os mesmos resultados se a auditoria for repetida. Para obter

evidências confiáveis, é importante considerar que: é conveniente usar diferentes fontes; é interessante usardiferentes abordagens; fontes externas, em geral, são mais confiáveis que internas; evidências documentaissão mais confiáveis que orais; evidências obtidas por observação direta ou análise são mais confiáveis queaquelas obtidas indiretamente;c) relevância - a evidência é relevante se for relacionada, de forma clara e lógica, aos critérios e objetivosda auditoria;d) suficiência - a quantidade e qualidade das evidências obtidas devem persuadir o leitor de que os achados,conclusões, recomendações e determinações da auditoria estão bem fundamentados. É importante lembrarque a quantidade de evidências não substitui a falta dos outros atributos  (validade, confiabilidade,relevância). Quanto maior a materialidade do objeto auditado, o risco de auditoria e o grau de sensibilidadedo auditado a determinado assunto, maior será a necessidade de evidências mais robustas. A existência deauditorias anteriores também indica essa necessidade.

São atributos das evidências:

As evidências podem ser classificadas em quatro tipos:

a) física - observação de pessoas, locais ou eventos. Pode ser obtida por meio de fotografias, vídeos, mapas,e costumam causar grande impacto. A fotografia de uma situação insalubre ou insegura, por exemplo, podeser mais convincente que uma longa descrição;b) documental - é o tipo mais comum de evidência. Pode estar disponível em meio físico ou eletrônico. Éobtida de informações já existentes, tais como ofícios, memorandos, correspondências, contratos, extratos,

relatórios. É necessário avaliar a confiabilidade e a relevância dessas informações com relação aos objetivosda auditoria;

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c) testemunhal  - obtida por meio de entrevistas, grupos focais, questionários. Para que a informaçãotestemunhal possa ser considerada evidência, e não apenas contextualização, é preciso corroborá-la, pormeio de confirmação por escrito do entrevistado ou existência de múltiplas fontes que confirmem os fatos;d) analítica  - obtida por meio de análises, comparações e interpretações de dados e informações jáexistentes. Este trabalho pode envolver análisede taxas, padrões e tendências, normalmente por meio de processamento computacional. É o tipo deevidência mais difícil de se obter.

Tipos de evidências:

A equipe de auditoria deve avaliar se a falta de evidências apropriadas e suficientes deve-se a: a) falha naestratégia metodológica; ou b) deficiências do objeto de auditoria, a exemplo de falhas dos controles internosou problemas operacionais e estruturais.

No primeiro caso, pode ser necessário modificar a estratégia metodológica ou revisar o objetivo da auditoriae seu escopo. No segundo caso, os problemas identificados são achados de auditoria.

A equipe de auditoria deve considerar que algumas evidências podem apresentar problemas oufragilidades. Os principais referem-se a evidências:

a) baseadas em apenas uma fonte;b) testemunhais não corroboradas por documento ou observação;

c) cujo custo de obtenção não atende a critérios de custo-benefício;d) provenientes apenas do gestor ou da equipe auditada;e) cuja única fonte é parcial com relação ao resultado do trabalho;f) obtidas de amostras não-representativas;g) relacionadas à ocorrência isolada;h) conflitantes.

Existem algumas técnicas que podem contribuir para a obtenção de evidências mais robustas. Uma delas éa circularização, que consiste na confirmação, junto a terceiros, de fatos e informações apresentados peloauditado. Outra é a triangulação, que é o uso de diferentes métodos de pesquisa e de coleta de dados paraestudar o mesmo assunto, com o objetivo de fortalecer as conclusões.

3. Testes e procedimentos de auditoria

Tendo em vista limitações diversas, o trabalho de auditoria independente é desenvolvido, em regra, pormeio da realização de testes de auditoria, já que não é possível verificar a totalidade dos objetos possíveis.

Os testes de auditoria podem ser classificados em testes de observância  (ou aderência) e testessubstantivos.

Enquanto os testes de observância  visam à obtenção de razoável segurança de que os procedimentos decontrole interno estabelecidos pela Administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento, os testessubstantivos  visam à obtenção de evidências quanto à suficiência, exatidão e validação dos dados

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produzidos pelos sistemas contábil  e administrativo da entidade, dividindo-se em testes de transações esaldos e procedimentos de revisão analítica.

Embora esses conceitos constem da NBC T-11 (revogada), eles também estão expressos na NBC TI 01, quetrata de auditoria interna e na Instrução Normativa SFC/MF nº 01/2001, que trata de auditoria governamental(essas duas ainda vigentes). Por serem conhecimentos básicos na auditoria, merecem ser memorizados.

Procedimentos de Auditoria são  técnicas para obtenção de  evidências suficientes e adequadas  parafundamentação da opinião. Abrangem testes de observância e substantivos. 

Em relação às novas normas de auditoria independente, atualmente temos o seguinte:

Teste de controle  é o procedimento de auditoria planejado para avaliar a efetividade operacional doscontroles na prevenção ou detecção e correção de distorções relevantes no nível de afirmações.

Procedimento substantivo é o procedimento de auditoria planejado para detectar distorções relevantes nonível de afirmações. Os procedimentos substantivos incluem:

(a)  testes de detalhes (de classes de transações, de saldos de contas e de divulgações); e(b) procedimentos analíticos substantivos.

Ilustrando...

Por meio dos testes, o auditor é capaz de obter as evidências indispensáveis à formação de sua opinião. Aaplicação dos procedimentos, como sabemos, precisa estar atrelada ao objetivo que se quer atingir. Devem,na medida do possível, ser detalhados em tarefas descritas de forma clara, de modo a não gerar dúvidas aoexecutor e esclarecendo os aspectos a serem abordados, bem como expressando as técnicas a seremutilizadas.

Técnicas são  formas ou maneiras utilizadas na aplicação dos procedimentos com vistas à obtenção dediferentes tipos de evidências ou ao tratamento de informações.

Para ficar bem claro, enquanto os procedimentos são os exames, as investigações (o que fazer), as técnicas são as ferramentas a serem utilizadas para a aplicação dos procedimentos (como fazer).

Se o objetivo da ação é determinar a existência de um bem (procedimento), o caminho a seguir é inspecioná-lo fisicamente (técnica), buscando uma prova material satisfatória.

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Cuidado! É comum que as bancas de concursos tratem técnicas e procedimentos como sinônimos.

De acordo com a NBC TA 500, a evidência de auditoria para a obtenção de conclusões para fundamentar aopinião do auditor é conseguida pela execução de:

“(a) procedimentos de avaliação de riscos; e(b) procedimentos adicionais de auditoria, que abrangem:

(i) testes de controles, quando exigidos pelas normas de auditoria ou quando o auditorassim escolheu; e

(ii) procedimentos substantivos, inclusive testes de detalhes e procedimentos analíticos

substantivos.” (grifamos)Os testes de controle são definidos para avaliar a eficácia operacional dos controles na prevenção, detecçãoe correção de distorções relevantes.

Lembrando que distorções  são diferenças entre  um critério  a ser verificado (como que deveria ser) e asituação encontrada (como é). Caso essa distorção (diferença) possa vir a influenciar a tomada de decisãodo usuário da informação dada pela auditoria, é considerada relevante.

Técnicas são  formas ou maneiras utilizadas na aplicação dos procedimentos com vistas à obtenção dediferentes tipos de evidências ou ao tratamento de informações.

As técnicas mais usualmente utilizadas são as seguintes: exame documental, inspeção física, cálculos,observação, entrevista, circularização, conciliações, análise de contas contábeis e revisão analítica. Vamoscomentar cada uma delas a partir de agora.

3.1 Exame documental (Inspeção de registros de documentos)

Uma das técnicas (procedimentos) mais utilizadas, sendo muitas vezes, por falta de conhecimento daquelesque executam o trabalho, confundida com o próprio trabalho.

No exame documental, a equipe deverá observar se as transações realizadas estão devidamentedocumentadas, se a documentação que suporta a operação contém indícios de inidoneidade, se a transação ea documentação suporte foram por pessoas responsáveis e se a operação realizada é adequada em função das

atividades do órgão/entidade.

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Trata-se de procedimento (técnica) voltado para a comprovação das transações que por exigências legais,comerciais ou de controle são evidenciadas por documentos comprobatórios dessas transações. Esse examedeve atender às seguintes condições:- autenticidade: constatar se a documentação é fidedigna e merece crédito;- normalidade: constatar que a transação refere-se à operação normal e de acordo com os objetivos daempresa (auditado);- aprovação: verificação de que a operação e os documentos foram aprovados por pessoas autorizadas; e- registro: comprovar que o registro das operações foi adequado, a documentação é hábil e houvecorrespondência contábil, fiscal, etc.

De acordo com a NBC TA 500, a inspeção de registros e documentos envolve o exame de registros oudocumentos, internos ou externos, em forma de papel, em forma eletrônica ou em outras mídias, ou o examefísico de um ativo (que é a mesma coisa que inspeção física).

Fornece evidência de auditoria com graus variáveis de confiabilidade, dependendo de sua natureza e fonte e,no caso de registros internos e documentos, da eficácia dos controles sobre a sua produção.

Exemplo de inspeção utilizada como teste: inspeção de registros em busca de evidência de autorização.

Ainda conforme a NBC TA 500, alguns documentos representam evidência de auditoria direta da existênciade um ativo, por exemplo, um documento que constitui um instrumento financeiro, como uma ação ou título.A inspeção de tais documentos pode não fornecer necessariamente evidência de auditoria sobre propriedadeou valor.

Além disso, a inspeção de um contrato executado pode fornecer evidência de auditoria relevante para a

aplicação de políticas contábeis da entidade, tais como reconhecimento de receita.

A inspeção de ativos tangíveis pode fornecer evidência de auditoria confiável quanto à sua existência, masnão necessariamente quanto aos direitos e obrigações da entidade ou à avaliação dos ativos.

Outro exemplo: a inspeção de itens individuais do estoque, que pode acompanhar a observação da contagemdo estoque (um auditor observa a contagem sendo realizada).

3.2 Inspeção física 

Constatação “in loco”, que deverá fornecer à equipe a certeza da existência, ou não, do objeto ou itemverificado. Também chamada “exames físicos”, devem atender às seguintes características:

- existência física: comprovação visual da existência do item;- autenticidade: discernimento da fidedignidade do item;- quantidade: apuração adequada da quantidade real física; e- qualidade: comprovação visual ou laboratorial de que o objeto examinado permanece em perfeitascondições de uso.

Ainda segundo os autores, o exame físico não existe por si só. Trata-se de uma técnica complementar quepermite ao auditor verificar se há correspondência nos registros do órgão/entidade, servindo para determinarse os registros estão corretos e os valores são adequados em função da qualidade do tem examinado.

Como vimos no tópico anterior, nas novas normas de auditoria (NBC TA 500), a inspeção física foi incluídano procedimento “inspeção de registros e documentos”.

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3.3 Recálculo (Cálculo) 

Objetiva a conferência das operações que envolvam cálculos; na aplicação da técnica, a equipe não deve selimitar a conferir os cálculos realizados por terceiros, fazendo-se necessária a efetivação de cálculospróprios, que serão comparados, ao final, com aqueles apresentados pelo fiscalizado.

É a técnica mais simples e a mais completa, amplamente utilizada, em virtude de a quase totalidade dasoperações do órgão/entidade envolver valores, números, etc. Muito embora os valores auditados possam tersido conferidos pelo órgão/entidade auditado, é de grande importância que sejam reconferidos.

Para esse trabalho, é essencial que exista uma memória de cálculo, que é um histórico do trabalho realizadosobre as contas, ou seja, a maneira como se chegou a um valor final.

O nome dado pela NBC TA 500 é recálculo, que consiste na verificação da exatidão matemática dedocumentos ou registros. Segundo a norma, pode ser realizado manual ou eletronicamente.

3.4 Observação 

Consiste em olhar como um determinado processo ou procedimento está sendo executado por outros.

É a técnica de auditoria que envolve o poder de constatação visual  do auditor, podendo revelar erros,deficiências ou problemas por meio de exames visuais, e depende da argúcia, conhecimentos e experiênciasdo auditor.

A observação pode ser considerada a mais generalizada técnica de auditoria. Não se aplica à verificação

específica de problemas, da forma que o fazem a circularização ou a conferência de cálculos, mas é dealguma utilidade em quase todas as fases do exame e não deve ser negligenciada.

De acordo com a NBC TA 500, a observação consiste no exame de processo ou procedimento executado poroutros, por exemplo, a observação pelo auditor da contagem do estoque pelos empregados da entidade ou daexecução de atividades de controle. A observação fornece evidência de auditoria a respeito da execução deprocesso ou procedimento, mas é limitada ao ponto no tempo em que a observação ocorre e pelo fato de queo ato de ser observado pode afetar a maneira como o processo ou procedimento é executado.

3.5 Entrevista (Indagação) 

Consiste na elaboração de perguntas objetivando a obtenção de respostas para quesitos previamente

definidos.

Deve-se evitar questionamentos desnecessários, fora do escopo da auditoria. Recomenda-se que sejarealizada por auditor que possua bom conhecimento sobre a área sob exame.

As respostas podem ser obtidas por meio de declarações formais ou informais, mas lembrando de que toda ainformação obtida deve, dentro do possível, ser examinada, constatando-se sua efetiva comprovação everacidade.

A entrevista, ainda que tenha cunho informal, pode ser utilizada no relatório de auditoria.

Nas novas normas de auditoria, é tratada como indagação, que consiste na busca de informações junto apessoas com conhecimento, financeiro e não financeiro, dentro ou fora da entidade.

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Para o CFC, a indagação é utilizada extensamente em toda a auditoria, além de outros procedimentos, epodem incluir desde indagações escritas formais até indagações orais informais. A avaliação das respostas às indagações é parte integral do processo de indagação.

As respostas às indagações podem fornecer ao auditor informações não obtidas anteriormente ou evidênciade auditoria comprobatória.

Alternativamente, as respostas podem fornecer informações significativamente divergentes das informaçõesque o auditor obteve, por exemplo, informações referentes à possibilidade da administração burlar oscontroles. Em alguns casos, as respostas às indagações fornecem uma base para que o auditor modifique ourealize procedimentos de auditoria adicionais.

Embora a corroboração da evidência obtida por meio da indagação muitas vezes seja de particular

importância, no caso de indagações sobre a intenção da administração, a informação disponível para suportara intenção da administração pode ser limitada.

Nesses casos, o entendimento do histórico da administração na realização de intenções por ela formuladas,das razões por ela alegadas para escolher determinado curso de ação, e sua capacidade de seguir um curso deação específico, podem fornecer informações relevantes para corroborar a evidência obtida por meio deindagação.

No que diz respeito a alguns assuntos, o auditor pode considerar necessário obter representações formais daadministração e, quando apropriado, dos responsáveis pela governança, para confirmar respostas aindagações verbais.

3.6 Circularização (confirmação externa) 

Consiste na confirmação, junto a terceiros, de fatos alegados pela entidade; no planejamento dos trabalhos, aequipe deve considerar as partes externas que podem ser circularizadas e os objetivos de fiscalização quepoderão ser satisfeitos pela circularização.

Esse procedimento só tem validade para comprovação de auditoria quando o gestor/dirigente, ligado aoassunto a comprovar, tem participação no processo, porém ficam a remessa e a obtenção das respostas aospedidos circularizados sob controle do auditor.

A primeira condição deve-se ao fato de o auditor não ter poderes para assinar ou solicitar pedido deconfirmação pelo órgão/entidade. A segunda é para evitar que haja influência ou modificação, por parte do

auditado, dos dados ou respostas dos itens objetos do processo de circularização.

Ainda segundo os autores, os dois tipos de pedidos de confirmação de dados usados pela auditoria são:positivo e negativo.

O primeiro é utilizado quando há necessidade de resposta da pessoa de quem se quer obter uma confirmaçãoformal. Pode ser usado de duas formas:

- branco: quando não se colocam os valores nos pedidos de confirmação;- preto: quando utilizados saldos ou valores a serem confirmados na data-base indicada.

Exemplificando. O auditor, ao verificar o saldo da conta  Bancos – Banco do Brasil, constante no BalançoPatrimonial da Petrobras, observa que, segundo a empresa auditada (Petrobras), havia naquela conta, em

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31/12/2012 a quantia de R$ 100.000,00. Objetivando confirmar esse valor, o auditor solicita à Petrobras queassine uma solicitação ao Banco do Brasil (quem solicita a informação é a empresa auditada), que deverá serdevolvida diretamente ao auditor. O texto dessa circularização pode constar a necessidade de resposta, porparte do Banco, ao auditor, independente da concordância ou não com os valores. Nesse caso temos aconfirmação positiva. A confirmação desse saldo pode ser feita a partir de uma das duas formas a seguir:

(a)  Em 31/12/2012, a Petrobras tinha em sua conta corrente no Banco do Brasil R$ 100.000,00? Como apergunta menciona o valor, temos a confirmação positiva em preto.

(b)  Qual o saldo em conta corrente no Banco do Brasil a Petrobras possuía, em 31/12/2012? Nesse caso,como não foi mencionado o valor, temos a confirmação positiva em branco.

O pedido de confirmação negativo é utilizado quando a resposta for necessária em caso de discordância da pessoa de quem se quer obter a confirmação, ou seja, na falta de confirmação, o auditor entende que apessoa concorda com os valores colocados no pedido de confirmação.

Esse tipo de pedido é geralmente usado como complemento do pedido de confirmação positivo e deve serexpedido de forma a assegurar que a pessoa de quem se quer obter a confirmação, efetivamente, recebeu talpedido.

Os dois tipos de pedidos de confirmação de dados usados pela auditoria são: positivo e negativo.

O positivo é utilizado quando há necessidade de resposta. Pode ser:- branco: não se colocam os valores nos pedidos de confirmação;- preto: quando utilizados saldos ou valores a serem confirmados.

O negativo é utilizado quando a resposta for necessária em caso de discordância da pessoa de quem se

quer obter a confirmação. 

Conforme a NBC TA 500, uma confirmação externa representa evidência de auditoria obtida pelo auditorcomo resposta escrita de terceiro (a parte que confirma) ao auditor, em forma escrita, eletrônica ou em outramídia.

Os procedimentos de confirmação externa frequentemente são relevantes no tratamento de afirmaçõesassociadas a certos saldos contábeis e seus elementos. Contudo, as confirmações externas não precisam serestringir apenas a saldos contábeis.

Por exemplo, o auditor pode solicitar confirmação de termos de contratos ou transações da entidade comterceiros; a solicitação de confirmação pode ser planejada para perguntar se foram efetuadas quaisquer

modificações no contrato e, em caso afirmativo, quais são os detalhes relevantes.

3.7 Conciliações 

Objetiva verificar a compatibilidade entre o saldo das contas sintéticas com aqueles das contas analíticas, ouainda o confronto dos registros mantidos pela entidade com elementos recebidos de fontes externas.

3.8 Análise de contas contábeis 

Objetiva examinar as transações que geraram lançamentos em determinada conta contábil; essa técnica partedos lançamentos contábeis para a identificação dos fatos e documentos que o suportam; as contas sãoselecionadas em função do objetivo geral e da sensibilidade da equipe.

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Usada para a constatação da veracidade das informações contábeis, fiscais, etc., além de possibilitarlevantamentos específicos nas análises, composições de saldos e conciliações.

3.9 Revisão analítica (procedimentos analíticos) 

Objetiva verificar o comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situações ou tendências atípicas. Na aplicação dosprocedimentos de revisão analítica, o auditor deve considerar:a) o objetivo dos procedimentos e o grau de confiabilidade dos resultados alcançáveis;b) a natureza do órgão/entidade e o conhecimento adquirido em fiscalizações anteriores;c) a disponibilidade de informações, sua relevância, confiabilidade e comparabilidade.

Para a NBC TA 500, os procedimentos analíticos consistem em avaliação das informações feitas por meiode estudo das relações plausíveis entre dados financeiros e não financeiros. Os procedimentos analíticos

incluem também a investigação de flutuações e relações identificadas que sejam inconsistentes com outrasinformações relevantes ou que se desviem significativamente dos valores previstos.

3.10 Reexecução

Novidade constante das novas normas de auditoria (NBC TA 500), a reexecução envolve a execuçãoindependente pelo auditor de procedimentos ou controles que foram originalmente realizados como parte docontrole interno da entidade.

3.11 Investigação

A investigação – ou investigação minuciosa – é o exame em profundidade da matéria auditada, que pode

ser um documento, uma análise, uma informação obtida, tudo com o objetivo de certificar que o objetivoauditado, no momento, realmente é fidedigno (Attie, 2010).

EXERCÍCIOS

1 - (ESAF / RFB / 2003) - A carta-proposta é o documento no qual o auditor formaliza as condições dotrabalho a ser executado. Entre as assertivas a seguir apresentadas, qual não representa um item a serconsiderado na carta-proposta.a) Descrição dos serviços a serem prestados.b) O prazo estimado para realização dos serviços.

c) Os relatórios a serem emitidos para a empresa.d) As condições de pagamento dos honorários.e) Os testes de comprovação a serem realizados.

2 - (ESAF / CVM / 2010) - Assinale opção falsa a respeito das evidências de auditoria.a) A quantidade necessária de evidência de auditoria é afetada pela avaliação dos riscos de distorção.b) A qualidade é fator importante para determinar a suficiência das evidências.c) A opinião do auditor é sustentada nas evidências de auditoria.d) As auditorias anteriores não podem ser uma fonte de evidência segura se tiver sido executada por outraentidade de auditoria.e) A forma primária de obtenção de evidência é a partir de procedimentos de auditoria executados durante ocurso da auditoria. 

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3 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa Agrotoxics S.A. tem seus produtos espalhadospor diversos representantes, em todas as regiões do Brasil. Seu processo de vendas é por consignação,recebendo somente após a venda. O procedimento de auditoria que garantiria confirmar a quantidadede produtos existentes em seus representantes seria:a) inventário físico.b) custeio ponderado.c) circularização.d) custeio integrado.e) amostragem.

4 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A auditoria externa realizou na empresa Avalia S.A. ocálculo do índice de rotatividade dos estoques para verificar se apresentava índice correspondente àsoperações praticadas pela empresa. Esse procedimento técnico básico corresponde a:a) inspeção.

b) revisão analítica.c) investigação.d) observação.e) confronto.

5 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa Grandes Resultados S.A. possui prejuízosfiscais apurados nos últimos três anos. A empresa estava em fase pré-operacional e agora passou aoperar em plena atividade. As projeções para os próximos cinco anos evidenciam lucros. Oprocedimento técnico básico que aplicado pelo auditor constataria esse evento seria:a) ocorrência.b) circularização.c) cálculo.

d) inspeção.e) inventário físico.

6 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Os testes de observância têm por objeto de análise:a) as contas patrimoniais e de resultado.b) os procedimentos de controle de custos adotados pela administração.c) as contas patrimoniais, apenas.d) os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração.e) as contas de resultado, apenas.

7 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009)   - Assinale a opção que preenche corretamente a lacuna daseguinte frase: “Considerado um procedimento técnico básico a ser aplicado em testes de observância

e substantivos, ____________ consiste(m) na verificação do comportamento de valores significativos,mediante índices, quocientes, quantidades absolutas ou outros meios, com vistas à identificação desituação ou tendências atípicas.” a) a inspeçãob) a observaçãoc) a investigação e a confirmaçãod) o cálculoe) a revisão analítica

8 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - A inspeção física, por meio da contagem de numerário, éprocedimento básico de auditoria aplicável à verificação em conta do:a) Ativo Circulante.b) Ativo Realizável a Longo Prazo.

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c) Ativo Permanente.d) Passivo Circulante.e) Patrimônio Líquido.

9 - (ESAF / CGU / 2008) - Considerando o que dispõe a NBC-T-11, assinale a opção correta.a) Testes de transações e de saldos são testes substantivos.b) Considera-se erro o ato intencional de omissão ou manipulação de transações, adulteração de documentos,registros e demonstrações contábeis.c) Os testes substantivos visam à obtenção de razoável segurança de que os procedimentos de controleinterno estabelecidos pela administração estão em efetivo funcionamento e cumprimento.d) Considera-se fraude o ato não intencional resultante de omissão, desatenção ou má interpretação de fatosna elaboração de registros e demonstrações contábeis.e) Procedimentos de revisão analítica são testes de observância.

10 - (ESAF / CGU / 2008) - Quando da aplicação dos testes de observância e substantivos, o auditordeve considerar alguns procedimentos técnicos básicos. Um deles – a revisão analítica – tal como adefine a NBC-T-11, consiste no (a):a) exame de registros, documentos e de ativos tangíveis.b) acompanhamento de processo ou procedimento quando de sua execução.c) obtenção de informações junto a pessoas ou entidades conhecedoras da transação, dentro ou fora daentidade.d) conferência da exatidão aritmética de documentos comprobatórios, registros e demonstrações contábeis eoutras circunstâncias.e) verificação do comportamento de valores significativos, mediante índices, quocientes, quantidadesabsolutas ou outros meios, com vistas à identificação de situação ou tendências atípicas.

11 - (ESAF / SUSEP / 2010) - O auditor externo, ao realizar os procedimentos para avaliação de trêsprocessos da empresa a ser auditada, constatou a seguinte situação:Área 1: Baixo nível de risco, com baixa probabilidade de ocorrência de erros e/ou fraudes.Área 2: Alto nível de risco, com média probabilidade de ocorrência de erros e/ou fraudes.Área 3: Alto nível de risco, com alta probabilidade de ocorrência de erros e/ou fraudes.

Com base nas conclusões acima, pode-se afirmar que o auditor:a) não deverá realizar testes para a área 1, visto que o risco e a probabilidade de ocorrência de erros é baixa.b) deverá aplicar testes considerando grandes amostragens para todas as áreas.c) somente deverá realizar testes nas áreas 2 e 3, as quais apresentam risco alto.d) em decorrência da probabilidade baixa e média nos itens 1 e 2, os testes de auditoria poderão sersuportados por relatórios de confirmação feitos pela administração da empresa.e) deverá efetuar testes em todas as áreas, conforme estabelece as normas de auditoria.

12 - (ESAF / SUSEP / 2010) - A definição, pelo auditor externo, da extensão dos testes a seremaplicados em seus procedimentos de auditoria são fundamentados:a) no volume de transações praticado pela empresa auditada, sem influência dos controles internos.b) na carta da administração que afirma que todas as informações foram prestadas e disponibilizadas para aauditoria.c) nos conhecimentos e nas experiências dos auditores que farão os trabalhos.d) na experiência do auditor em empresas que realizam as mesmas atividades que a empresa auditada, deforma padrão.e) nos riscos e na confiança apresentada pelos controles internos da empresa.

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13 - (ESAF / SUSEP / 2010) - O auditor interno, ao realizar seus testes, efetuou o acompanhamento dosinventários físicos, confrontou as notas fiscais do período com os registros e realizou a circularizaçãodos advogados internos e externos. Esses procedimentos correspondem respectivamente a:a) investigação, inspeção e observação.b) inspeção, observação e investigação.c) confirmação, investigação e observação.d) circularização, observação e inspeção.e) observação, Inspeção e investigação.

14 - (ESAF / CGU / 2006) - A Revisão Analítica vale-se da análise do comportamento de valoressignificativos por meio de índices, relações, valores absolutos ou outros meios que permitam avaliarvariações atípicas ou anormais. Considerando o relacionamento direto entre valores de contas ougrupos de contas contábeis que possuam elevado grau de vinculação, assinale a opção em cujas contasou grupo de contas se verifica o menor grau de interdependência esperado para fins de Revisão

Analítica. a) Despesas Financeiras e Empréstimos a Pagar.b) Despesas com Salários e Encargos Sociais.c) Compras e Fornecedores a Pagar.d) Conta Capital e Ativo Diferido.e) Estoques e Custo das Mercadorias Vendidas.

15 - (ESAF / ICMS-CE / 2006) - Os testes de observância visam: a) confirmar que as normas e procedimentos da empresa estejam estabelecidos e previstos em seus manuais.b) estabelecer normas para implantação dos controles internos na empresa.c) evidenciar que os procedimentos estabelecidos pela empresa estão funcionando e sendo cumpridos naprática.

d) assegurar que as demonstrações contábeis sejam apresentadas a todos os usuários.e) garantir que os administradores da empresa estejam implantando os sistemas de controles internos.

16 - (ESAF / ICMS-RN / 2005) - Os testes de observância têm como objetivo obter: a) certeza de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração estão em efetivofuncionamento e cumprimento.b) razoável segurança de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração estãoem efetivo funcionamento e cumprimento.c) certeza de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração não estão em efetivofuncionamento e cumprimento.d) confiabilidade absoluta de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração nãoestão em efetivo funcionamento e parcial cumprimento.

e) razoável certeza de que os procedimentos de controle interno estabelecidos pela administração não estãoem efetivo funcionamento e cumprimento.

17 - (ESAF / CGU / 2006) - A empresa Modernidade S.A. possui controles internos rígidos com relaçãoà emissão e à autorização de pagamentos por meio de cheques. Exige sempre assinatura de doisprocuradores da empresa. O gerente financeiro e o diretor financeiro possuem procurações paraexercer essa função. O auditor, ao entrar na sala do gerente financeiro, percebe um talonário decheques sem preenchimento de valores, assinado pelo diretor financeiro. Indique, nas opções abaixo, oprocedimento técnico básico que o auditor está aplicando:a) observaçãob) investigaçãoc) cálculod) revisão

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e) inspeção

18 - (ESAF / RFB / 2003) - O teste substantivo tem como objetivo:a) a obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistemacontábil da entidade.b) a suposição de evidência quanto à suficiência, exatidão e valor dos dados produzidos pelo sistema contábilda entidade.c) a obtenção de evidência quanto à suficiência, exatidão e velocidade dos dados produzidos pelo sistema decustos da entidade.d) a suposição de evidência quanto à suficiência, inexatidão e valor dos lançamentos produzidos pelo sistemacontábil da entidade.e) a obtenção de evidência quanto à insuficiência, exatidão e validade dos registros produzidos pelo sistemacontábil da entidade.

19 - (ESAF / SUSEP / 2002) - O auditor independente, durante seus trabalhos, circulariza umaamostra selecionada de fornecedores. Este procedimento de auditoria deve ser autorizado pelo: a) auditor independente.b) administrador da empresa auditada.c) contador da empresa auditada.d) auditor interno da companhia.e) sócio diretor da empresa de auditoria.

20 - (ESAF / ISS-Natal-RN / 2008) - A Companhia Legal tem estabelecido, em seu manual de normas eprocedimentos, que o processo de autorização dos pagamentos seja feito de forma eletrônica, devendoo supervisor da área revisar todas as autorizações dos analistas. Para isso, o supervisor temobrigatoriamente que entrar na área de aprovações do sistema, digitar sua senha, passar o seu cartão

no leitor óptico e marcar um espaço com "X", autorizando. O auditor, ao visitar a área, presencia umanalista de posse do cartão e senha do supervisor executando sua função. Esse procedimento técnicoadotado pelo auditor é considerado uma:a) investigaçãob) revisão analíticac) mensuraçãod) avaliaçãoe) observação

21 - (ESAF / PMRJ / 2010) - Para a obtenção de informações junto a pessoas ou entidadesconhecedoras da transação, dentro ou fora da entidade, o procedimento de auditoria a ser aplicado é: a) inspeção.

b) observação.c) revisão analítica.d) confirmação.e) solicitação de informações.

22 - (CGU/AFC/ESAF/2006) - Assinale a opção que indica uma Técnica de Auditoria corretamentedefinida.A) Indagação Escrita ou Oral - exame de processos, atos formalizados e documentos avulsos.B) Análise Documental - uso de entrevistas e questionários junto ao pessoal da unidade/entidade auditada,para a obtenção de dados e informações.C) Confirmação Externa - verificação, junto a fontes externas ao auditado, da fidedignidade das informaçõesobtidas internamente.

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D) Exame dos Registros - cotejamento de informações obtidas de fontes independentes, autônomas edistintas, no interior da própria organização. Essa técnica procura a consistência mútua entre diferentesamostras de evidência.E) Correlação das Informações Obtidas - verificação dos registros constantes de controles regulamentares,relatórios sistematizados, mapas e demonstrativos formalizados, elaborados de forma manual ou por sistemasinformatizados. A técnica pressupõe a verificação desses registros em todas as suas formas.

23 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2010) – De acordo com as normas de auditoria em vigor, amedida da qualidade da evidência de auditoria, isto é, a relevância e confiabilidade para suportar asconclusões em que se fundamenta o auditor, é conhecida como: a)  avaliação dos procedimentos de auditoria.b)  avaliação dos papéis de trabalho dos especialistas.c)  suficiência da evidência de auditoria.d)  evidência de auditoria.

e)  adequação da evidência de auditoria.

24 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2010) - O envio de cartas de circularização para os clientes deuma empresa é um procedimento de auditoria, utilizado para confirmação do: a)  valor do ativo imobilizado.b)  volume de estoques.c)  volume de contas a pagar.d)  saldo registrado como contas a receber.e)  saldo bancário.

25 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2010) - Durante a execução de primeira auditoria no processo

de contas a pagar, o auditor interno da empresa X verificou que existiam dois problemas relacionadosao processo:• contas pagas em duplicidade ou com valores incorretos;• fornecedores inexistentes registrados no contas a pagar.

Para encontrar os dois problemas relacionados ao processo de contas a pagar, o auditor precisouexecutar, no mínimo, alguns procedimentos de auditoria, como os que devem ser analisados a seguir.I - Abertura analítica do saldo registrado no contas a pagar.II - Envio de cartas de circularização para os fornecedores.III - Contagem de caixa.IV - Contagem física dos estoques.V - Conferência e inspeção física de documentos.Estão corretos APENAS os procedimentos:

a) 

I, II e V.b)  I, III e IV.c)  II, III e IV.d)  I, II, III e V.e)  II, III, IV e V.

26 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2011) - Em um processo de auditoria completo, são realizadosalguns procedimentos para se chegar ao objetivo final. Dentre os procedimentos que devem serexecutados pelos auditores, incluem-se os testes substantivos, que visam à: a)  obtenção de evidências quanto à suficiência, exatidão e validade dos dados produzidos pelo sistema

contábil ou dos processos da entidade.b)  realização de procedimentos simples de auditoria para verificação do comportamento financeiro da

empresa.c)  regularização de todos os outros procedimentos de auditoria a serem executados.

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d)  validação do sistema de controles internos por meio da observância do fiel cumprimento das normasinternas da empresa.

e)  verificação da eficácia do sistema de governança corporativa da empresa.

27 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2011) - Os procedimentos de auditoria são um conjunto detécnicas utilizadas pelo auditor para colher evidências sobre o processo auditado e emitir um parecertécnico. Um dos procedimentos de auditoria que podem ser realizados para validação do saldo contábilregistrado na conta fornecedores é a (o): a)  contagem física do estoque.b)  conferência de cálculos.c)  confirmação com terceiros.d)  teste dos controles internos.e)  acompanhamento do fluxograma do processo de contas a pagar (walkthrough).

28 - (FGV / SEFAZ/RJ – Auditor Fiscal / 2011) - Tendo em vista o que determina o Conselho Federalde Contabilidade, e considerando a doutrina, assinale a alternativa correta. a)  A evidência de auditoria é mais confiável quando é obtida de fontes independentes externas à entidade.

Nesse sentido, as normas de auditoria requerem que o auditor obtenha evidência de auditoria maispersuasiva quanto menor o risco avaliado.

b)  Em algumas situações, a administração se recusa a permitir que o auditor envie solicitações deconfirmação. Nesses casos, o auditor deve evitar a execução de procedimentos alternativos de auditoria.

c)  Resposta não recebida é quando a parte que confirma não responde ou não responde de maneiracompleta a uma solicitação de confirmação positiva, ou a devolução de uma solicitação de confirmaçãonão entregue (devolução pelo correio, por exemplo, para um destinatário não localizado).

d)  Os procedimentos de confirmação externa são frequentemente usados para confirmar ou solicitarinformações relativas a saldos contábeis e seus elementos. Não se recomenda, contudo, o uso para

confirmar os termos de acordos, contratos ou transações entre a entidade e outras partes, ou paraconfirmar a ausência de certas condições como um “acordo paralelo” (side letter ).e)  As confirmações negativas fornecem evidência de auditoria mais persuasiva que as confirmações

positivas.

29 - (FGV / SEFAZ/RJ – Auditor Fiscal / 2011) - Com base nas disposições do Conselho Federal deContabilidade, assinale a alternativa correta.a)  Quando uma resposta foi enviada ao auditor indiretamente (por exemplo, porque a parte que confirma

endereçou a resposta incorretamente para a entidade ao invés de encaminhar para o auditor), o auditornão pode solicitar a essa parte que envie uma nova resposta por escrito diretamente a ele.

b)  As respostas recebidas eletronicamente, por exemplo, por fax ou correio eletrônico, envolvem riscosrelacionados à confiabilidade, podendo ser difícil estabelecer a prova de origem e autoridade da parte

que confirma e a identificação de alterações. Um processo usado pelo auditor e a parte que confirma, queinstitua um ambiente seguro para as respostas recebidas eletronicamente, pode reduzir esses riscos.

c)  Uma resposta verbal a uma solicitação de confirmação, por si só, se enquadra na definição deconfirmação externa.

d)  Quando a resposta não for recebida, os seguintes procedimentos alternativos de auditoria podem serexecutados: observar saldos de contas a pagar, examinar recebimentos subsequentes específicos,documentação de embarque e vendas próximas ao final do período.

e)  As exceções observadas em respostas a solicitações de confirmação podem indicar distorções oupossíveis distorções nas demonstrações contábeis. Quando uma distorção é identificada, o auditor deveavaliar se essa distorção é indicativa de fraude. As exceções podem fornecer um guia para a qualidadedas respostas de partes que confirmam similares ou para contas similares. As exceções podem indicar,também, uma deficiência, ou deficiências, no controle interno da entidade sobre o processo deencerramento e elaboração de demonstrações contábeis. Todas as exceções representam distorções. Por

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exemplo, o auditor pode concluir que diferenças nas respostas à solicitação de confirmação sãodecorrentes de época, mensuração ou erros de transcrição nos procedimentos de confirmação externa.

30 - (FCC / TRE-CE / 2012) – A técnica de auditoria que consiste na elaboração de perguntas,objetivando a obtenção de respostas para quesitos previamente definidos é a:(A) revisão analítica.(B) inspeção física.(C) conciliação.(D) entrevista.(E) observação.

31 - (CESGRANRIO / TRANSPETRO / 2011) – Os procedimentos da Auditoria Interna constituemexames e investigações, incluindo testes de observância e testes substantivos, que permitem ao auditorinterno obter subsídios suficientes para fundamentar suas conclusões e recomendações à

administração da entidade.Na aplicação dos testes de observância, devem ser considerados os seguintes procedimentos:(A) exame, vistoria, indagação e certificação(B) exame, inspeção, vistoria e certificação(C) investigação, arbitramento, mensuração e avaliação(D) inspeção, observação, investigação e confirmação(E) observação, vistoria, indagação e confirmação

32 - (FCC / SEFAZ/SP - APOFP / 2010) - Os testes de observância ou de aderência são aplicados pelasauditorias principalmente nas investigações:a)  de fraudes e erros.b)  de contas e saldos.

c) 

dos controles internos utilizados pelos gestores.d)  dos valores representativos dos informes.e)  das trilhas de auditoria.

33 - (FCC / COPERGÁS / 2011) – A confirmação de terceiros é um procedimento que deve serutilizado na auditoria da conta: (A) Tributos a Recolher.(B) Fornecedores.(C) Despesas Antecipadas.(D) Depreciação Acumulada.(E) Estoques.

34 - (FCC / ISS-SP / 2012) - O auditor ao verificar na folha de pagamentos se as verbas pertinentes aoFGTS e INSS foram calculadas adequadamente, atendendo a legislação trabalhista, realiza oprocedimento de cálculo e:(A) fiscalização.(B) inspeção.(C) observação.(D) indagação.(E) investigação.

35 - (FCC / TCE-SP / 2012) – Na auditoria da administração pública, os testes realizados com oobjetivo de obter evidências quanto à suficiência, exatidão e validação dos dados produzidos pelosistema contábil e administrativo do ente público são denominados testes: (A) de observância.

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(B) substantivos.(C) de aderência.(D) amostrais estratificados.(E) operacionais.

36 - (FCC / INFRAERO / 2011) - Os testes que visam à obtenção de razoável segurança de que osprocedimentos de controle interno estabelecidos pela Administração estão em efetivo funcionamento ecumprimento são denominados testes:A) de observância.B) de revisão analítica.C) substantivos.D) de aderência.E) formais de contingência.

GABARITO

1 – E 2 - D 3 - A 4 - B5 - D 6 – D 7 - E 8 - A9 - A 10 - E 11 - E 12 - E13 - E 14 - D 15 - C 16 - B17 - A 18 - A 19 - B 20 - E21 - D 22 - C 23 - E 24 - D25 - A 26 – A 27 - C 28 - C

29 - B 30 - D 31 - D 32 - C33 - B 34 - B 35 – B 36 - A

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AULA 05: Amostragem. Testes em Áreas Específicas das Demonstrações Contábeis.

1. Amostragem em Auditoria

A norma do Conselho Federal de Contabilidade – CFC – que trata do tema é a Resolução CFC nº 1.222/09,que aprovou a NBC TA 530 – Amostragem em Auditoria. Assim, a base da nossa aula será essa norma,embora adiantamos que faremos uma complementação na parte teórica, tendo em vista que a norma antiga, aNBC T-11.11, ainda venha sendo cobrada em alguns certames. Não deve acontecer com o concurso doICMS-SP, mas a precaução é importante.

A literatura disponível sobre o assunto amostragem em auditoria é bastante farta, tendo em vista que a

grande maioria dos autores dedica um ponto de suas obras ao tema.Um teste eficaz fornece evidência de auditoria apropriada e suficiente quando, considerada com outraevidência de auditoria obtida ou a ser obtida, será suficiente para as finalidades do auditor. Os meios àdisposição do auditor para a seleção de itens a serem testados são:

(a)  seleção de todos os itens (exame de 100%);(b)  seleção de itens específicos; e(c) amostragem de auditoria.

O exame de 100% dos itens, na prática, raramente é aplicável, pois as empresas de auditoria não têmestrutura suficiente - nem tempo – para fiscalizar a totalidade dos registros que fazem parte de suacompetência. É por essa razão que definimos as prioridades da auditoria e o escopo dos trabalhos.

Mesmo nos objetos selecionados, é comum que a equipe de auditoria verifique, antecipadamente, que nãodispõe dos meios necessários para a verificação do universo de itens a serem auditados.

Sobre universo, podemos defini-lo como sendo o conjunto integral de elementos  a serem verificados,dependendo dos objetivos da auditoria. Pode ser o universo de registros efetuados; o universo de despesasrealizadas; o universo de funcionários da empresa auditada, por exemplo.

Em certos casos, é possível, ou necessário, realizarmos os testes de auditoria na totalidade dos elementos douniverso, como, por exemplo, se a quantidade de empregados constante da folha de pagamento da empresa aser auditada for muito pequena (é possível), ou no caso do censo promovido pelo IBGE, para que severifique as características da população brasileira.

Crepaldi (2012) explica que, ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou método de seleção de itensa testar, o auditor pode empregar técnicas de amostragem, assim a definindo:

“é a utilização de um processo  para obtenção de dados  aplicáveis a um conjunto,denominado universo ou população, por meio do exame de uma parte  deste conjuntodenominada amostra.” (grifamos)

O método de amostragem é aplicado como forma de viabilizar a realização das auditorias em situaçõesonde o objeto alvo da ação  se apresenta em grandes quantidades e/ou  se distribui de maneira bastantepulverizada. A amostragem é também aplicada em função da necessidade de obtenção de informações emtempo hábil, em casos em que a ação na sua totalidade se torne impraticável.

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A amostragem tem como objetivo conhecer as características de interesse de uma determinada populaçãoa partir de uma parcela representativa.

A amostragem tem como objetivo  conhecer  as características de interesse de uma determinadapopulação a partir de uma parcela representativa.

É um método utilizado quando se necessita obter informações sobre um ou mais aspectos de um grupo deelementos (população) considerado grande ou numeroso, observando  apenas uma parte do mesmo (amostra). As informações obtidas dessa parte somente poderão ser utilizadas de forma a concluir algo arespeito do grupo, como um todo caso esta seja representativa.

A representatividade é uma característica fundamental para a amostra, que depende da forma de seleção e do tamanho  da amostra. Potencialmente, a amostra obtém essa característica quando ela é tomada aoacaso.

Para uma amostra ser considerada representativa de uma população, ela deve possuir as características detodos os elementos da mesma, bem como ter conhecida a probabilidade de ocorrência de cada elemento nasua seleção.

Existem várias razões que justificam a utilização de amostragem em levantamentos de grandes populações.Uma dessas razões é a economicidade dos meios. Onde os recursos humanos e materiais são escassos, aamostragem se torna imprescindível, tornando o trabalho do auditor bem mais fácil e adequado.

Outro fator  de grande importância é o tempo, pois onde as informações das quais se necessitam sãovaliosas e tempestivas, o uso de amostra também se justifica.

Outra razão é o fato de que com a utilização da amostragem, a confiabilidade dos dados é maior. Devidoao número reduzido de elementos, pode-se dar mais atenção aos casos individuais, evitando erros nasrespostas. Além disso, a operacionalidade em pequena escala torna mais fácil o controle do processo comoum todo.

Porém, existem casos onde não se recomenda a utilização de amostragem, tais como:a) quando a população é considerada muito pequena e a sua amostra fica relativamente grande;b) quando as características  da população são de fácil mensuração, mesmo que a população não sejapequena; ec) quando há necessidade de alta precisão recomenda-se fazer censo, que nada mais é do que o exame datotalidade da população.

O método de amostragem se subdivide em dois tipos: a estatística e a não-estatística.

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Segundo Crepaldi (2012), amostragem estatística é aquela em que a amostra é selecionada cientificamente com a finalidade de que os resultados obtidos possam ser estendidos ao conjunto de acordo com a teoria daprobabilidade ou as regras estatísticas, sendo seu uso recomendável  quando os itens da população apresentam características homogêneas.

Tem como característica fundamental o fato de poder ser submetido a tratamento estatístico, sendo, portando,os resultados obtidos na amostra generalizáveis para a população.

Amostragem não estatística  (por julgamento) é aquela em que a amostra é determinada pelo auditorutilizando sua experiência, critério e conhecimento da entidade.

A principal característica do método de amostragem não estatístico é que este se baseia, principalmente,na experiência do auditor, sendo assim, a aplicação de tratamento estatístico a seus resultados se torna

inviável, bem como a generalização dos resultados obtidos através da amostra para a população.Essa limitação faz com que o método não sirva de suporte  para uma argumentação, visto que aextrapolação dos resultados não é passível de demonstração segundo as normas de cálculo existentes.

Contudo, é inegável a sua utilidade dentro de determinados contextos, tal como, na busca exploratória deinformações ou sondagem, quando se deseja obter informações detalhadas sobre questões particulares,durante um espaço de tempo específico. Assim, seus resultados podem ser considerados em pareceres erelatórios, em algumas circunstâncias.

O método de amostragem não estatístico não serve de suporte  para uma argumentação, visto que aextrapolação dos resultados não é passível de demonstração segundo as normas de cálculo existentes.Entretanto, seus resultados podem ser considerados  em pareceres e relatórios, em algumas

circunstâncias.

2. NBC TA 530 

Esta Norma  se aplica quando o auditor independente decide usar a amostragem na execução deprocedimentos de auditoria, e trata  do uso de amostragem estatística e não estatística  na definição eseleção da amostra de auditoria, na execução de testes de controles e de detalhes e na avaliação dosresultados da amostra.

Segundo o CFC, a NBC TA 530 complementa  a NBC TA 500 – Evidência de Auditoria –, que trata daresponsabilidade do auditor na definição e execução de procedimentos de auditoria para obter evidência de

auditoria apropriada e suficiente para chegar a conclusões razoáveis que fundamentem sua opinião deauditoria.

A NBC TA 500 fornece orientação sobre os meios disponíveis para o auditor selecionar os itens para teste,dos quais a amostragem de auditoria é um deles.

Mas qual o objetivo do auditor ao utilizar a amostragem?

Segundo a norma, é proporcionar uma base razoável para o auditor concluir quanto à população da quala amostra é selecionada.

2.1 Definições

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Para fins das normas de auditoria do CFC, os termos a seguir tem os seguintes significados (e têm sidocobrados literalmente nas provas):

2.1.1 - Amostragem em auditoria é a aplicação de procedimentos de auditoria em menos de 100% dositens de população relevante para fins de auditoria (ou seja, em partes do universo), de maneira que todasas unidades de amostragem tenham a mesma chance de serem selecionadas para proporcionar uma baserazoável que possibilite o auditor concluir sobre toda a população.

2.1.2 - População é o conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada e sobre o qual oauditor deseja concluir.

Fonte: Barbetta (2006)

2.1.3 - Risco de amostragem é o risco de que a conclusão do auditor, com base em amostra, pudesse serdiferente se toda a população fosse sujeita ao mesmo procedimento de auditoria. O risco de amostragempode levar a dois tipos de conclusões errôneas:

(a) no caso de teste de controles, em que os controles são considerados mais eficazes do que realmente são  ou  no caso de teste de detalhes, em que não  seja identificada  distorção relevante, quando, na verdade, ela existe. O auditor está preocupado com esse tipo deconclusão errônea porque ela afeta a eficácia da auditoria e é provável que leve a uma opinião de auditoria não apropriada.

(b) no caso de teste de controles, em que os controles são considerados menos eficazes do que realmente são ou no caso de teste de detalhes, em que seja identificada distorção relevante,quando, na verdade, ela não existe. Esse tipo de conclusão errônea afeta a eficiência daauditoria porque ela normalmente levaria a um trabalho adicional para estabelecer que asconclusões iniciais estavam incorretas.

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2.1.4 - Risco não resultante da amostragem é o risco de que o auditor chegue a uma conclusão errônea porqualquer outra razão que não seja relacionada ao risco de amostragem.

Os exemplos de risco não resultante da amostragem incluem  o uso de procedimentos  de auditoria nãoapropriados ou  a interpretação errônea  da evidência  de auditoria e  o não reconhecimento  de umadistorção ou de um desvio.

2.1.5 - Anomalia é a distorção ou o desvio que é comprovadamente não representativo em uma população.

2.1.6 - Unidade de amostragem é cada um dos itens individuais que constituem uma população.

As unidades de amostragem podem ser itens físicos (por exemplo, cheques relacionados em comprovante dedepósito, lançamentos de crédito em extratos bancários, faturas de venda ou saldos de devedores) ouunidades monetárias.

2.1.7 - Amostragem estatística é a abordagem à amostragem com as seguintes características:

(a) seleção aleatória dos itens da amostra; e

(b) o uso da teoria das probabilidades  para avaliar os resultados das amostras, incluindo amensuração do risco de amostragem.

A abordagem de amostragem que não tem as características (a) e (b) é considerada uma amostragem nãoestatística.

A amostragem estatística possui as seguintes características:(a) seleção aleatória dos itens da amostra; e(b) o uso da teoria das probabilidades para avaliar os resultados das amostras, incluindo a mensuraçãodo risco de amostragem.Se não tiver as características acima, é amostragem não estatística. 

2.1.8 - Estratificação é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupode unidades de amostragem com características semelhantes (geralmente valor monetário).

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2.1.9 - Distorção tolerável é um valor monetário definido pelo auditor para obter um nível apropriado desegurança de que esse valor não seja excedido pela distorção real na população.

Ao definir uma amostra, o auditor determina a distorção tolerável para avaliar o risco de que o conjuntode distorções individualmente irrelevantes possa fazer com que as demonstrações contábeis apresentemdistorções relevantes e forneça margem para possíveis distorções não detectadas. Ou seja, é a distorção que oauditor aceita, a fim de que as pequenas distorções, no conjunto, não se tornem grandes distorções.

A distorção tolerável  é a aplicação da materialidade na execução da auditoria, em procedimento deamostragem específico. A distorção tolerável pode ter o mesmo valor ou valor menor do que o damaterialidade na execução da auditoria.

2.1.10 - Taxa tolerável de desvio  é a taxa de desvio dos procedimentos de controles internos previstos,

definida pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que essa taxa de desvio não sejaexcedida pela taxa real de desvio na população.

2.2 Requisitos

Ao definir uma amostra de auditoria, o auditor deve considerar a finalidade do procedimento de auditoriae as características da população da qual será retirada a amostra.

A amostragem de auditoria permite que o auditor obtenha e avalie a evidência de auditoria em relação aalgumas características dos itens selecionados de modo a concluir, ou ajudar a concluir sobre a população da qual a amostra é retirada.

Como vimos, a amostragem em auditoria pode ser aplicada usando tanto a abordagem de amostragem nãoestatística como a estatística.

Ao definir uma amostra de auditoria, o auditor deve considerar os fins específicos a serem alcançados e acombinação de procedimentos de auditoria que devem alcançar esses fins.

A consideração da natureza da evidência de auditoria desejada e as eventuais condições de desvio oudistorção ou outras características relacionadas com essa evidência de auditoria ajudam o auditor a definir oque constitui desvio ou distorção e qual população usar para a amostragem.

A consideração do auditor sobre a finalidade do procedimento de auditoria inclui um claro entendimento do

que constitui desvio ou distorção, de modo que todas essas condições, e somente elas, que são relevantespara a finalidade do procedimento de auditoria estejam inclusas na avaliação de desvios ou na projeção dedistorções.

Por exemplo, em um teste de detalhes  relacionado com a existência de contas a receber tais comoconfirmação, pagamentos efetuados pelo cliente da entidade antes da data de confirmação, mas que aentidade recebeu pouco depois dessa data, não é considerada distorção.

Adicionalmente, um registro errôneo entre as contas de clientes não afeta o saldo total das contas a receber.Portanto, pode não ser apropriado considerar que isso seja uma distorção na avaliação dos resultados daamostragem desse procedimento de auditoria em particular, embora isso possa ter um efeito importante emoutras áreas da auditoria, como por exemplo, na avaliação do risco de fraude ou da adequação da provisãopara créditos de liquidação duvidosa.

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Ao considerar as características de uma população, para testes de controles, o auditor faz uma avaliação dataxa esperada de desvio  com base no entendimento do auditor dos controles relevantes ou no exame depequena quantidade de itens da população. Essa avaliação é feita para estabelecer a amostra de auditoria edeterminar o tamanho dessa amostra.

Por exemplo, se a taxa esperada de desvio for inaceitavelmente alta, o auditor  geralmente decide pornão executar os testes de controles.

Da mesma forma, para os testes de detalhes, o auditor faz uma avaliação da distorção esperada na população.Se a distorção esperada for alta, o exame completo ou o uso de amostra maior pode ser apropriado aoexecutar os testes de detalhes.

Ao considerar as características da população da qual a amostra será extraída, o auditor pode determinar que

a estratificação ou a seleção com base em valores é apropriada.A decisão  quanto ao uso de abordagem de amostragem estatística ou não estatística  é uma questão de

 julgamento do auditor, entretanto, o tamanho da amostra não é um critério válido para distinguir entreas abordagens estatísticas e não estatísticas.

- Decisão  quanto ao uso de abordagem  de amostragem estatística ou não estatística: questão de julgamento do auditor; - o tamanho da amostra não é um critério válido para distinguir entre as abordagens estatísticas e nãoestatísticas;- quanto menor o risco que o auditor está disposto a aceitar, maior deve ser o tamanho da amostra.

O auditor deve determinar o tamanho de amostra suficiente para reduzir o risco de amostragem a umnível mínimo aceitável.

O nível de risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar afeta o tamanho da amostra exigido.Quanto menor o risco que o auditor está disposto a aceitar, maior deve ser o tamanho da amostra.

O tamanho da amostra pode ser determinado mediante aplicação de fórmula com base em estatística ou pormeio do exercício do julgamento profissional.

O auditor deve selecionar itens para a amostragem de forma que cada unidade de amostragem da populaçãotenha a mesma chance de ser selecionada.

Pela amostragem estatística, os itens da amostra são selecionados de modo que cada unidade  deamostragem tenha uma probabilidade conhecida de ser selecionada. Pela amostragem não estatística, o

 julgamento é usado para selecionar os itens da amostra.

Como a finalidade da amostragem é a de fornecer base razoável para o auditor concluir quanto à populaçãoda qual a amostra é selecionada, é importante que o auditor selecione uma amostra representativa, de modo aevitar tendenciosidade mediante a escolha de itens da amostra que tenham características típicas dapopulação.

Risco  Amostra 

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Os principais métodos  para selecionar  amostras correspondem ao uso de seleção aleatória, seleçãosistemática e seleção ao acaso.

2.3 Execução de procedimentos de auditoria

O auditor deve executar os procedimentos de auditoria, apropriados à finalidade, para cada item selecionado.Se o procedimento  de auditoria não  for aplicável ao item  selecionado, o auditor deve executar  oprocedimento em um item que substitua o anteriormente selecionado.

Um exemplo de quando é necessário executar o procedimento em item de substituição é quando um chequecancelado é selecionado durante teste de evidência de autorização de pagamento. Se o auditor estiversatisfeito que o cheque foi cancelado de forma apropriada de modo a não constituir desvio, um itemescolhido de maneira apropriada para substituí-lo é examinado.

Se  o auditor não puder aplicar os procedimentos  de auditoria definidos ou procedimentos alternativosadequados em um item selecionado, o auditor deve tratar esse item como um desvio do controle previsto,no caso de testes de controles ou uma distorção, no caso de testes de detalhes.

Um exemplo de quando o auditor não pode aplicar os procedimentos de auditoria definidos a um itemselecionado é quando a documentação relacionada com esse item tiver sido perdida.

Um exemplo de procedimento alternativo adequado pode ser o exame de recebimentos subsequentes, juntamente com a evidência da fonte dos recebimentos e os itens que eles visam liquidar quando nenhumaresposta tiver sido recebida para uma solicitação positiva de confirmação.

2.4 Natureza e causa de desvios e distorções

O auditor deve investigar a natureza e a causa de quaisquer desvios ou distorções identificados e avaliar opossível efeito causado por eles na finalidade do procedimento de auditoria e em outras áreas de auditoria.

Ao analisar os desvios e as distorções identificados, o auditor talvez observe que muitos têm umacaracterística em comum como, por exemplo, o tipo de operação, local, linha de produto ou período detempo. Nessas circunstâncias, o auditor pode decidir identificar todos os itens da população que tenham acaracterística em comum e estender os procedimentos de auditoria para esses itens. Além disso, essesdesvios ou distorções podem ser intencionais e podem indicar a possibilidade de fraude.

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Em circunstâncias extremamente raras, quando o auditor considera que uma distorção ou um desviodescobertos na amostra são anomalias, o auditor deve obter um alto grau de certeza de que essa distorção ouesse desvio não sejam representativos da população.

O auditor deve obter esse grau de certeza mediante a execução de procedimentos adicionais de auditoria,para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente de que a distorção ou o desvio não afetam o restanteda população.

2.5 Projeção de distorções

Para os testes de detalhes, o auditor deve projetar, para a população, as distorções encontradas naamostra, para obter uma visão mais ampla da escala de distorção, mas essa projeção pode não ser suficientepara determinar o valor a ser registrado.

Quando a distorção  tiver sido estabelecida como uma anomalia, ela pode ser excluída da projeção  dasdistorções para a população. Entretanto, o efeito de tal distorção, se não  for corrigido, ainda precisa serconsiderado, além da projeção das distorções não anômalas.

Para testes de controles, não é necessária qualquer projeção explícita dos desvios uma vez que a taxa dedesvio da amostra também é a taxa de desvio projetada para a população como um todo.

Explicando melhor. A não projeção nos testes de controle se refere ao fato de não estarmos falando deunidades monetárias, mas de procedimentos de controle. Dessa forma, quando estamos aplicando os testes dedetalhes, ao verificarmos uma distorção de 1 milhão de reais em uma amostra que corresponde a 10% dedeterminada conta das demonstrações contábeis, se projetarmos essa distorção, teríamos uma distorção, para

a população, de 10 milhões de reais (projeção linear, apenas para fins exemplificativos).

Já numa observação de um controle de acesso ao almoxarifado de determinada empresa, em que se constataque não há um sistema de identificação para a entrada dos funcionários (qualquer um entra), como seria essaprojeção?

2.6 Avaliação do resultado da amostragem em auditoria

O auditor deve avaliar:

(a) os resultados da amostra; e

(b) se o uso de amostragem de auditoria forneceu uma base razoável para conclusões sobre apopulação que foi testada.

Para os testes de controles, uma taxa de desvio da amostra  inesperadamente alta pode levar  a umaumento no risco identificado de distorção relevante, a menos que sejam obtidas evidências adicionais deauditoria que comprovem a avaliação inicial.

Para os testes de detalhes, o valor de distorção inesperadamente alto em uma amostra pode levar o auditor aacreditar  que uma classe  de operações ou  o saldo de uma conta está distorcido  de modo relevante, naausência de evidências adicionais de auditoria de que não há distorções relevantes.

No caso de testes de detalhes, a distorção projetada mais a distorção anômala, quando houver, é amelhor estimativa do auditor de distorção na população.

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Quando  a distorção projetada mais a distorção anômala excederem uma distorção tolerável, a amostranão fornece uma base razoável para conclusões sobre a população que foi testada.

Quanto mais próximo o somatório da distorção projetada e da distorção anômala estiver da distorçãotolerável, mais provável será que a distorção real na população exceda a distorção tolerável. Além disso, se adistorção projetada for maior do que as expectativas de distorção do auditor usadas para determinar otamanho da amostra, o auditor pode concluir que há um risco inaceitável de amostragem  de que adistorção real na população exceda a distorção tolerável.

A consideração dos resultados de outros procedimentos de auditoria ajuda o auditor a avaliar o risco de que adistorção real na população exceda a distorção tolerável e o risco pode ser reduzido se for obtida evidênciaadicional de auditoria.

Se o auditor conclui que a amostragem de auditoria não forneceu uma base razoável para conclusões sobrea população que foi testada, o auditor pode:

- solicitar que a administração investigue as distorções  identificadas e o potencial para distorçõesadicionais e faça quaisquer ajustes necessários; ou- ajustar a natureza, época e extensão desses procedimentos adicionais de auditoria para melhor alcançara segurança exigida. Por exemplo, no caso de testes de controles, o auditor pode aumentar o tamanho daamostra, testar um controle alternativo ou modificar os respectivos procedimentos substantivos.

Limite Superior de Desvios – LSD (Testes de Controle)

Desvios encontrados na amostra devem ser adequadamente avaliados. Para cada controle testado o

auditor irá calcular uma taxa de desvios da amostra, que é realizada dividindo a quantidade de desvios pelotamanho da amostra examinada.

Realizado esse cálculo, o auditor irá determinar o limite superior dos desvios, que é a taxa máximade desvios da população, baseada na quantidade de desvios da amostra.

LSD = Taxa de desvios da amostra + Provisão para Risco de Amostragem (PRA)

Exemplificando:

Se 1 desvio é encontrado em uma amostra de 100 unidades, a taxa de desvio será de 1%. Paraencontrar o limite superior de desvios, devemos somar essa taxa de 1% à PRA.

Encontrado o LSD, o auditor irá comparar com a taxa aceitável de desvios definida na seleção daamostra. Se o LSD for igual ou inferior à taxa aceitável de desvios, os resultados darão suporte ao risco decontrole planejado. Caso o LSD seja superior, o auditor deverá revisar a estratégia de auditoria ou revisar osprocedimentos substantivos planejados.

Limite Superior de Desvios – LSE (Testes Substantivos)

Ao utilizar amostragem para testes substantivos, o auditor aplica procedimentos de auditoria sobre oselementos da amostra e determina o valor real de cada unidade. A diferença entre o valor encontrado peloauditor e o valor registrado na contabilidade será utilizado para projetar o erro (distorção) total na população.

Da mesma forma como visto nos testes de controle, o auditor calcula o limite superior (agora deerros) para os testes substantivos.

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LSE = Erro projetado da população + Provisão para Risco de Amostragem (PRA)

Calculado o LSE, o auditor irá compará-lo com o erro aceitável (EA), definido quando da seleção daamostra. Se o LSE for igual ou inferior ao EA, o auditor conclui que a população (saldo da conta analisada)não contém erros relevantes. Se for maior, pode-se suspeitar que a amostra não tenha sido representativa dapopulação e aplicar procedimentos adicionais sobre unidades de amostragem.

2.7 Estratificação e seleção com base em valor

Ao considerar as características da população da qual a amostra será retirada, o auditor pode determinarque a estratificação ou a seleção com base em valores é apropriada.

2.7.1 Estratificação

A eficiência da auditoria pode ser melhorada se o auditor estratificar a população dividindo-a emsubpopulações distintas que tenham características similares. O objetivo da estratificação é o de reduzira variabilidade dos itens de cada estrato e, portanto, permitir que o tamanho da amostra  seja reduzidosem aumentar o risco de amostragem.

Atenção! Se compararmos um estrato com outro, eles continuam sendo heterogêneos. O que passa a ser maishomogêneo são os elementos que compõem cada estrato.

Na execução dos testes de detalhes, a população é geralmente  estratificada por valor monetário. Isso

permite que o trabalho maior de auditoria possa ser direcionado para os itens de valor maior, uma vez queesses itens podem conter maior potencial de distorção em termos de superavaliação.

Da mesma forma, a população pode ser estratificada de acordo com uma característica específica que indicamaior risco de distorção como, por exemplo, no teste da provisão para créditos de liquidação duvidosa naavaliação de contas a receber, os saldos podem ser estratificados por idade.

Os resultados  dos procedimentos de auditoria aplicados a uma amostra de itens dentro de um estrato sópodem ser projetados para os itens que compõem esse estrato. Para concluir sobre toda a população, oauditor precisa considerar o risco de distorção relevante em relação a quaisquer outros estratos quecomponham toda a população.

Por exemplo, 20% dos itens em uma população podem compor 90% do saldo de uma conta. O auditor podedecidir examinar uma amostra desses itens. O auditor avalia os resultados dessa amostra e chega a umaconclusão sobre 90% do saldo de uma conta separadamente dos 10% remanescentes (nos quais outra amostraou outros meios de reunir evidências de auditoria serão usados ou que possam ser considerados nãorelevantes).

Se uma classe de operações ou o saldo de uma conta tiver sido dividido em estratos, a distorção é projetadapara cada estrato separadamente. As distorções projetadas para cada estrato são, então, combinadas naconsideração do possível efeito das distorções no total das classes de operações ou do saldo da conta.

2.7.2 Seleção com base em valor

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Ao executar os testes de detalhes, pode ser eficaz identificar a unidade de amostragem como unidadesmonetárias individuais que compõem a população. Após ter selecionado unidades específicas da população,como por exemplo, o saldo das contas a receber, o auditor pode, então, examinar os itens específicos, comopor exemplo, os saldos individuais que contêm essas unidades monetárias.

O benefício dessa abordagem para definir a unidade de amostragem é que o trabalho  de auditoria édirecionado para itens de valor maior  porque eles têm mais chances de serem selecionados  e podemresultar em amostras  de tamanhos menores. Essa abordagem é muito eficiente quando os itens sãoselecionados usando a seleção aleatória.

Ao considerar as características da população da qual a amostra será retirada, o auditor pode determinarque a estratificação ou a seleção com base em valores é apropriada.

2.8 Exemplos de fatores que influenciam o tamanho da amostra para os testes de controlesA seguir apresentamos os principais fatores que o auditor pode levar em consideração ao determinar otamanho da amostra para os testes de controles. Esses fatores, que precisam ser considerados em conjunto,pressupõem que o auditor não modifica a natureza ou a época dos testes de controles nem de outra formamodifica a abordagem aos procedimentos substantivos em resposta aos riscos avaliados.

TESTES DE CONTROLE

Fator Relação

Taxa tolerável de desvio Inversa

Taxa esperada de desvio Direta

Nível de segurança desejado Direta

Extensão da avaliação de riscos dos controlesrelevantes

Direta

Quanto menor a taxa tolerável de desvio que o auditor irá aceitar, maior o tamanho da amostra que iráprecisar testar.

Quanto mais alta for a taxa esperada de desvio, maior o tamanho da amostra para que o auditor estejaem posição de fazer uma estimativa razoável dessa taxa.

Quanto maior for o nível de segurança de que o auditor espera que os resultados da amostra sejam de fatoindicativos com relação à incidência real de desvio na população, maior deve ser o tamanho da amostra.

Por fim, quanto mais segurança o auditor pretende obter da efetividade dos controles, menor a avaliação do auditor quanto ao risco de distorção  relevante e  maior  deve ser o tamanho da amostra. Quando aavaliação do auditor quanto ao risco de distorção relevante inclui uma expectativa da efetividade operacionaldos controles, o auditor tem que executar os testes de controles. Sendo os outros fatores iguais, quanto maiorfor a confiança que o auditor deposita na efetividade operacional dos controles na avaliação de risco, maiorserá a extensão dos testes de controles do auditor (e, portanto, maior o tamanho da amostra).

Em outras palavras, se o auditor irá depositar uma confiança grande na efetividade dos controles, deveráaplicar mais testes de controle pra se precaver. Assim, de posse dos resultados e confirmando essaefetividade dos controles, aplicará menos testes substantivos, como veremos a seguir.

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2.9 Exemplos de fatores que influenciam o tamanho da amostra para os testes de detalhes

De forma análoga ao item anterior, apresentamos os principais fatores que o auditor pode levar emconsideração ao determinar o tamanho da amostra para testes de detalhes. Esses fatores, que precisam serconsiderados em conjunto, pressupõem que o auditor não modifica a abordagem aos testes de controles nema natureza ou a época dos procedimentos substantivos em resposta aos riscos avaliados.

TESTES DE DETALHES

Fator Relação

Distorção tolerável Inversa

Risco de distorção relevante DiretaDistorção esperada Direta

Estratificação da população Redução

Uso de procedimentos alternativos Inversa

Quanto menor for a distorção tolerável aceita pelo auditor, maior deverá ser o tamanho da amostra.

Quanto mais alta for a avaliação do risco de distorção relevante, maior deve ser o tamanho da amostra.

Quanto maior  for o valor da distorção  que o auditor espera encontrar  na população, maior  deve ser o

tamanho da amostra para se fazer uma estimativa razoável do valor real de distorção na população.

No caso da utilização da estratificação, o conjunto de tamanhos de amostra dos estratos geralmente serámenor do que o tamanho da amostra que seria necessário para alcançar certo nível de risco de amostragem seuma amostra tivesse sido retirada de toda a população.

Quanto mais o auditor confia em outros procedimentos substantivos (testes de detalhes ou procedimentosanalíticos substantivos) para reduzir a um nível aceitável o risco de detecção relacionado com uma populaçãoem particular, menos segurança precisa da amostragem e, portanto, menor pode ser o tamanho da amostra.

2.10 Métodos de seleção da amostra

Existem muitos métodos para selecionar amostras. Os principais são os seguintes:

(a)  Seleção aleatória (aplicada por meio de geradores de números aleatórios como, por exemplo, tabelasde números aleatórios).

(b)  Seleção sistemática, em que a quantidade de unidades de amostragem na população é divididapelo tamanho da amostra para dar um intervalo de amostragem como, por exemplo, 50, e apósdeterminar um ponto de início dentro das primeiras 50, toda 50ª unidade de amostragem seguinte éselecionada. Embora o ponto de início possa ser determinado ao acaso, é mais provável que aamostra seja realmente aleatória se ela for determinada pelo uso de um gerador computadorizadode números aleatórios ou de tabelas de números aleatórios. Ao usar uma seleção sistemática, o

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auditor precisaria determinar que as unidades de amostragem da população não estão estruturadas demodo que o intervalo de amostragem corresponda a um padrão em particular da população.

(c)  Amostragem de unidade monetária é um tipo de seleção com base em valores, na qual o tamanho,a seleção e a avaliação da amostra resultam em uma conclusão em valores monetários.

(d)  Seleção ao acaso, na qual o auditor seleciona a amostra sem seguir uma técnica estruturada. Emboranenhuma técnica estruturada seja usada, o auditor, ainda assim, evitaria qualquer tendenciosidade ouprevisibilidade consciente (por exemplo, evitar itens difíceis de localizar ou escolher ou evitarsempre os primeiros ou os últimos lançamentos de uma página) e, desse modo, procuraria seassegurar de que todos os itens da população têm uma mesma chance de seleção. A seleção ao acasonão é apropriada quando se usar a amostragem estatística.

(e)  Seleção de bloco  envolve a seleção de um ou mais blocos de itens contíguos da população. A

seleção de bloco geralmente não pode ser usada em amostragem de auditoria porque a maioria daspopulações está estruturada de modo que esses itens em sequência podem ter característicassemelhantes entre si, mas características diferentes de outros itens de outros lugares da população.Embora, em algumas circunstâncias, possa ser apropriado que um procedimento de auditoriaexamine um bloco de itens, ela raramente seria uma técnica de seleção de amostra apropriada quandoo auditor pretende obter inferências válidas sobre toda a população com base na amostra.

A seleção ao acaso não é apropriada quando se usar a amostragem estatística.

3. Tipos de Teste em áreas específicas das Demonstrações Contábeis 

As Demonstrações Contábeis obrigatoriamente sujeitas à Auditoria Independente, segundo a Lei 6.404/76 –Lei das Sociedades por Ações – são o Balanço Patrimonial (BP), a Demonstração do Resultado do Exercício(DRE), a Demonstração de Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA), a Demonstração dos Fluxos de Caixa(DFC), a Demonstração do Valor Adicionado (DVA) e as Notas Explicativas (NE) que as acompanham.

Conforme vimos em nossa aula 01, para atingir suas finalidades, a Contabilidade utiliza-se das seguintestécnicas contábeis:

- Escrituração (registro dos fenômenos patrimoniais);- Demonstrações (balanços e outras demonstrações);- Auditoria; e- Análise de balanços (ou análise das demonstrações contábeis).

A análise das demonstrações contábeis (ADC) é uma técnica contábil que consiste na verificação da exatidãoe da fidedignidade dos dados contidos nas demonstrações contábeis, por meio do exame dos registroscontábeis e dos documentos que deram origem a esses registros.

Vimos também que, de acordo com a NBC TA 200, o objetivo da Auditoria das Demonstrações Contábeisé:

“aumentar o grau de confiança nas demonstrações contábeis por parte dos usuários. Issoé alcançado mediante a expressão de uma opinião pelo auditor sobre se as demonstraçõescontábeis foram elaboradas, em todos os aspectos relevantes, em conformidade com umaestrutura de relatório financeiro aplicável.” (grifamos)

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Na aula passada, ao citar a NBC TA 500 – Evidência de Auditoria –, dissemos que o objetivo do auditor édefinir e executar procedimentos de auditoria que permitam conseguir evidência de auditoria apropriada esuficiente que lhe possibilitem obter conclusões razoáveis para fundamentar a sua opinião.

Ou seja:- executar PROCEDIMENTOS; para- conseguir EVIDÊNCIAS; que possibilitem- obter CONCLUSÕES; para- fundamentar sua OPINIÃO.

Agora chegamos ao tema específico da nossa aula. Para cada tipo de conta das demonstrações contábeis,devemos aplicar testes e procedimentos específicos, em busca de evidências de distorções relevantes quepossam justificar a existência de não conformidades porventura existentes.

Essa não conformidades – ou distorções –, segundo Ribeiro e Ribeiro (2012), podem ser de quatro tipos:- saldo superavaliado (valor maior que o real);- saldo subavaliado (valor menor que o real);- saldo fictício (valor inexistente ou irreal); ou- saldo oculto (omissão de valor).

As não conformidades – ou distorções – encontradas nas DC podem ser de quatro tipos:- saldo superavaliado (valor maior que o real);- saldo subavaliado (valor menor que o real);- saldo fictício (valor inexistente ou irreal); ou- saldo oculto (omissão de valor). 

Assim, em virtude desses riscos, recomenda-se que todas as contas apresentadas nas DC sejam testadas.

Em linhas gerais, funciona da seguinte forma: o auditor confere os cálculos dos grupos de contasapresentados nas DC, para depois conferir os saldos iniciais com os saldos finais da auditoria do exercícioanterior.

Adicionalmente, verifica se os saldos  informados “batem” com os  registrados nos livros  contábeis(principalmente no razão). Se julgar conveniente, em vista do necessário ceticismo que deve possuir,estende as verificações aos registros contábeis. Isso porque o simples confronto entre os saldos das contasapresentadas nas DC com os saldos existentes no Livro-Razão dificilmente irá evidenciar as distorções nosrespectivos saldos.

Lembrem-se de que, de acordo com o Método das Partidas Dobradas (MPD), cada lançamento (ou mais) noAtivo corresponderá a um lançamento (ou mais) no Passivo, e vice versa.

Isso explica o fato de que o auditor, ao analisar a documentação, deva ter ciência de que, normalmente, asuperavaliação do saldo de uma conta (ou mais) encontra guarida na subavaliação do saldo de sua (s)contrapartida (s). Observem o quadro resumo a seguir, contendo algumas das contas que abordaremos “emsala”, conforme a Lei nº 6.404/76, alterada pela 11.941/09.

BALANÇO PATRIMONIALATIVO PASSIVO

Ativo Circulante (AC)- Disponibilidades Passivo Circulante (PC)

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Passivo Não Circulante (PNC)- Caixa e bancos- Clientes (contas a receber)- Estoques

Ativo Não Circulante (ANC)- Ativo Realizável a Longo Prazo (ARLP)- Investimentos- Imobilizado- Intangível

Patrimônio Líquido (PL)

Esse quadro não está completo, mas serve apenas para os colegas que ainda não estão craques naContabilidade terem uma noção do posicionamento das contas no Balanço Patrimonial.

Elaboramos outro quadro, com base na obra de Ribeiro e Ribeiro (2012), apresentando alguns exemplos das

muitas situações que podem ocorrer:Situação Definição Exemplo

Saldo superavaliado O saldo constante deuma conta da DC ésuperior ao saldo damesma conta no livro-razão

Superavaliação em conta de despesa: despesade 100 paga em $ (valor deixa de compor“caixa”), mas escriturada como 120. Parahaver compensação, ou o caixa serásubavaliado em 20 ou o passivo serásuperavaliado com a inclusão de um saldofictício (conta inexistente)

Saldo subavaliado O saldo constante deuma conta da DC é

inferior ao saldo damesma conta no livro-razão

Subavaliação em conta de receita: receita de500 recebida em $ (valor passa a compor

“caixa”), mas escriturada como 400.Acarretará subavaliação na conta de receita, eem contrapartida, subavaliação no saldo daconta “caixa”, que será menor que o real.

Saldo fictício O saldo constante deuma conta da DC nãoexiste no livro-razão

Para compensar desfalque de 50 no caixa, ocontador intencionalmente lança o respectivovalor na conta “duplicatas a receber”.

Saldo oculto O saldo de uma contaconstante do livro-razãonão foi informado ousequer contabilizado

Nota fiscal de venda de mercadorias a prazo,no valor de 80, não escriturada no livro diário.Essa omissão provocou uma subavaliação nosaldo da conta “duplicatas a receber” e aconsequente subavaliação da conta de “receitascom vendas”.

3.1. Caixa e Bancos

Como sabemos, no Balanço Patrimonial, os ativos  são classificados em ordem decrescente  de grau deliquidez. Assim, caixa e bancos são classificados na primeira linha do lado do ativo do BP, pois é o ativo demaior liquidez.

São registrados no grupo de caixa e bancos  os recursos disponíveis  para aplicação  nas transações daempresa, tais como:

- dinheiro em caixa;

- dinheiros em contas correntes bancárias;- recebimentos não depositados.

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O valor de caixa e bancos é composto, em geral, por dois componentes: o numerário em caixa (tambémdenominado encaixe) e o depósito em bancos. Para cada componente, o auditor realiza procedimentospróprios.

De acordo com Almeida (2010), para um ativo ser classificado nesse grupo, é importante que não hajarestrições  quanto ao seu uso imediato. Os cheques emitidos e ainda não entregues aos beneficiários nãodevem ser considerados como redução de caixa e bancos.

O autor afirma que “caixa e bancos”, por ser um ativo de pronta liquidez, é o mais sujeito a uma utilizaçãoindevida. Nessa área, mesmo que haja bom sistema de controle interno, o auditor executa maior volumede testes do que o normal, já que o risco é maior.

Os testes de auditoria são dirigidos para superavaliação, e o principal objetivo é verificar a existência do

ativo. Entre os objetivos específicos, estão a verificação da existência, da propriedade da exatidão dosvalores, a descoberta de restrições e a apresentação exata nas DC. E qual seria, na opinião de vocês, a melhorforma de se ter certeza da existência de recursos em caixa? Exatamente: contá-los fisicamente,principalmente em empresas nas quais o fluxo de dinheiro diário é mais expressivo.

Sempre que possível, a auditoria das DC deve ser iniciada pela contagem física do dinheiro existente emcaixa. Para os recursos em contas correntes bancárias, esse procedimento não poderá ser executado, mas umacarta do banco, em resposta a uma circularização, normalmente é a forma utilizada para essa conferência.

As contas “caixa e bancos” são as mais testadas nos trabalhos de auditoria, pois apresentam alto grau deliquidez, oferecendo mais riscos que as demais.Os testes de auditoria são dirigidos para superavaliação, e o principal objetivo é verificar a existência 

do ativo.

3.1.1 Contagem de caixa (encaixe)

É normalmente utilizada para as empresas que costumam manter uma quantia considerável em caixa na datado Balanço Patrimonial. Isso é bastante comum naquelas que vendem à vista grandes quantidades deprodutos de pequeno valor.

Para se realizar a contagem, na visão de Ribeiro e Ribeiro (2012), algumas recomendações devem serseguidas:

- que a contagem física seja realizada em horário bem próximo ao final do expediente, para evitar que o

saldo esteja muito baixo, o que descaracterizaria as verificações;

- o fator surpresa  inibe o mascaramento do movimento por parte dos responsáveis (isso pode serconseguido por meio de uma segunda contagem, já que o auditado vai acabar esperando pela primeira);

- quando a empresa trabalhar com mais de um caixa, é importante se destacar membros da equipe deauditoria para que a contagem  seja realizada simultaneamente  (para evitar que o mesmo numerário sejacontado nos dois caixas, por substituição de fundos);

- a contagem do dinheiro deve ser feita, se possível, pelo próprio tesoureiro, na presença da equipe deauditores (os auditores não devem se apoderar dos valores);

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- a contagem física deve abranger não só o dinheiro, mas também outros documentos integrados ao saldo,como por exemplo, recibos e cheques;

- é importante verificar a existência de cheques depositados e devolvidos por falta de fundos ou por outromotivo (se os cheques não forem depositados enquanto o auditor controla o numerário, não será possívelcertificar-se da validade dos mesmos);

- após a conclusão da contagem, lavrar um termo de conferência.

3.1.2 Saldos bancários

Aqui, o auditor não mais está tratando de dinheiro em mãos, mas com documentos que comprovam aexistência do dinheiro. A checagem é feita, normalmente, por meio de circularização aos bancos  e deconferência dos extratos bancários, após a resposta.

Almeida (2010) relaciona as principais atividades a serem desenvolvidas pelo auditor, na verificação dossaldos bancários:

- solicitar o preenchimento da carta de circularização  (lembre-se de que quem preenche a carta é aadministração da empresa, pois não há vínculo direto entre a equipe de auditoria e o banco a sercircularizado);

- incluir  na carta um envelope selado endereçado à  própria firma de auditoria  (a resposta será enviadadiretamente aos auditores, e isso facilitaria o trabalho do banco);

- para as cartas não respondidas, reiterar em quinze dias. Se ainda assim não obtiver êxito, obter confirmação

pessoalmente;

Os procedimentos finais de auditoria concentram-se nas conciliações bancárias.

3.2 Clientes

As contas de clientes, ou contas a receber, representam direitos adquiridos por vendas a prazo de bens ouserviços relacionados ao objetivo social da empresa. Além desses, algumas transações são classificadas comocontas a receber:- adiantamentos (férias, 13º salário), e empréstimos a empregados, administradores, acionistas e empresascontroladas e coligadas;- impostos a recuperar;

- conta retificadora (provisão para devedores duvidosos – PDD);- notas fiscais a receber;- duplicatas a receber.

Na venda de bens, a principal exigência é a transferência para o comprador dos riscos e benefícios maissignificativos inerentes à propriedade dos bens.

O principal objetivo do auditor na auditoria dos valores a receber é cobrir a existência, a avaliação e aclassificação das contas.

Por serem de natureza intangível, exigem procedimentos diferentes daqueles aplicados na auditoria decaixa e bancos, tendo o auditor que aplicar critérios de julgamento não só quantitativos, mas qualitativos,por meio de evidências indiretas.

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De acordo com Crepaldi (2012), os procedimentos de auditoria usados no exame de contas a receber podemser classificados da seguinte maneira:

- coleta e exame de evidências externas;

- exame de evidências internas da firma;

- procedimentos analíticos referentes a saldos de contas a receber e Provisão para Créditos de LiquidaçãoDuvidosa.

3.2.1 Evidências Externas - Confirmação

A confirmação externa é um dos mais importantes procedimentos de auditoria, e é particularmente utilizado

na verificação da conta clientes. Como vimos na aula passada, podem ocorrer dois tipos  de pedidos deconfirmação: positivo e negativo.

LEMBRETE:O primeiro é utilizado quando há necessidade de resposta da pessoa de quem se quer obter umaconfirmação formal. Pode ser usado de duas formas:- branco: quando não se colocam os valores nos pedidos de confirmação;- preto: quando utilizados saldos ou valores a serem confirmados na data-base indicada.

O pedido de confirmação negativo  é utilizado quando a resposta for necessária em caso dediscordância da pessoa de quem se quer obter a confirmação, ou seja, na falta de confirmação, o auditorentende que a pessoa concorda com os valores colocados no pedido de confirmação.

Considera-se de melhor qualidade a evidência obtida por meio dos pedidos de confirmação positivos, poiso auditor não tem meios imediatos de determinar se a ausência de resposta ocorreu por anuência ounegligência do devedor.

Para as cartas  de confirmação não respondidas, Almeida (2010) apresenta alguns procedimentosalternativos:- inspeção de pedido de venda e nota fiscal;- exame de comprovante de embarque, com atenção para as datas;- verificação do recebimento subsequente, por meio da inspeção de recibos, avisos bancários comprovantesde depósitos.

Para as cartas de confirmação não respondidas, Almeida (2010) apresenta alguns procedimentosalternativos:- inspeção de pedido de venda e nota fiscal;- exame de comprovante de embarque, com atenção para as datas;- verificação do recebimento subsequente, por meio da inspeção de recibos, avisos bancárioscomprovantes de depósitos. 

3.2.2 Evidências Internas – teste de avaliação das contas a receber

Os procedimentos utilizados para essa parte da auditoria são os testes de registros contábeis e o exame dadocumentação hábil. Devem ser testadas a exatidão dos registros contábeis e os documentos comprobatórios,comparando-os aos registros. Esses procedimentos de auditoria são comumente denominados testes detransações.

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Para tanto, o auditor deve solicitar da empresa um mapa demonstrativo de contas a receber por idade derecebimento, a fim de facilitar a identificação de problemas.

3.2.3 Procedimentos Analíticos

Consiste em analisar, pelos vencimentos, os saldos das contas a receber, e fornece dados sobre o vencimentodas contas a receber. Esse procedimento relaciona-se diretamente com a avaliação que o auditor faz daadequação da PDD, o que se traduz de grande para a fidedignidade das contas a receber, embora outrosdados também possam ser utilizados com a mesma finalidade:

- antecedentes de porcentagens dos saldos a receber, expressos pela provisão;- tendências da incidência de dívidas duvidosas;- alterações na política de concessão de crédito;- cálculos de movimentação de contas a receber; e

- condições econômicas vigentes no momento.3.3 Estoques

Segundo Almeida (2010), os estoques são bens destinados à venda ou à fabricação, relacionados com osobjetivos e atividades da empresa. Eles são importantes na apuração do lucro líquido de cada exercício sociale na determinação do valor do capital circulante líquido do Balanço Patrimonial.

A importância dada a este item, na auditoria das DC, deve-se ao fato de que os resultados  da empresapodem ser facilmente manipulados pela superavaliação ou subavaliação dos estoques.

As principais classes de estoques são:

- matérias-primas (bens comprados e destinados à produção);- produtos em processo (bens que estão em processo de produção);- produtos acabados (bens produzidos e destinados à venda);- mercadorias (bens comprados e destinados à venda).

Ainda conforme a obra citada, os principais objetivos da auditoria de estoques (feita por amostragem) são:

- verificar se as quantidades de bens declaradas realmente existem;- verificar se os bens foram custeados e avaliados de acordo com os princípios de contabilidade;- verificar se as informações referentes aos estoques foram adequadamente divulgadas nas DC.

Crepaldi (2012), por sua vez, apresenta os seguintes objetivos:

- determinação de que há bom controle sobre os estoques;- verificação de que o cliente é realmente o proprietário do estoque;- determinação de quantidade de estoque em mão do cliente;- averiguação e certeza de que o cliente atribui preço adequado a seu estoque;- determinação se há ônus sobre o estoque;- determinação da possibilidade de venda do estoque existente, atentando para indícios, tais comomercadoria danificada, itens obsoletos, etc;- determinação da forma correta de apresentação do estoque nas DC.

Os principais procedimentos  de auditoria nos estoques são a inspeção física  (verificação da existênciafísica) e os testes de avaliação (sistema de alocação de custos aos estoques).

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A verificação da existência física ocorre por meio da observação e da contagem física, confrontando osresultados com os registros contábeis.

O corte das operações ( cut-off ), de acordo com Franco e Marra (2011) consiste em determinar o momento em que os registros  contábeis auxiliares, bem como os documentos a ele relacionados, refletem  olevantamento do inventário. Assim, o que estiver registrado até aquele momento será incluído, o que vier aser registrado depois será excluído.

É escolhida uma data limite, e estando os registros rigorosamente em dia, verifica-se  a última anotação constante, a qual indicará os materiais que, até ali, farão parte do inventário.

Os testes de avaliação dos estoques dizem respeito à revisão do sistema de alocação de custos aos estoques –PEPS, UEPS – e à verificação de que o somatório das relações finais de inventário concorda com os saldosdas respectivas contas do razão geral da contabilidade.

Os principais procedimentos de auditoria nos estoques são a inspeção física (verificação da existênciafísica) e os testes de avaliação (sistema de alocação de custos aos estoques).

3.4 Investimentos

Como parte da política de algumas empresas, estas aplicam recursos em títulos e outros direitos. Essasaplicações normalmente se dividem em três grupos (Almeida, 2010):

- instrumentos financeiros de dívidas: aplicações em títulos públicos e privados;- instrumentos financeiros de capital: participação no capital social de outras empresas;- investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial: investimentos em sociedadescoligadas e em sociedades controladas.

Para concursos – ou seja, o que nos interessa no momento – o mais importante é o investimento no capitalde outras empresas, tendo em vista que o que acontece com a investida acaba por refletir na situação dainvestidora, de acordo com a materialidade do investimento.

Na auditoria de investimentos, o auditor deve tomar cuidados especiais, além daqueles comuns a outrascontas do BP, em virtude das características das operações que envolvem as operações de investimentos,especificamente às relativas à legislação de aquisição e métodos de avaliação.

As informações mais importantes dizem respeito:- natureza do título;- data e valor da aplicação;

- data e taxa dos juros e outros rendimentos que eles possam gerar;- data do resgate;- valor dos dividendos provisionados;- valor de mercado, etc.

De acordo com Crepaldi (2012), os procedimentos usados pelo auditor para atingir o objetivo referente àexistência e à propriedade dos investimentos, normalmente, compreendem exame ou confirmação. Quandohá títulos envolvidos, considera-se boa prática examiná-los e confrontá-los com a contagem realizada pelocliente.

Se esse procedimento for impraticável, uma alternativa pode ser a confirmação com o encarregado externo da custódia dos bens, ponderando sobre a reputação e os antecedentes financeiros de quem faz aconfirmação.

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Os principais procedimentos utilizados são, de acordo com a obra de Franco e Marra (2011):

1 - Verificação física (exame documental) dos títulos de investimento: verificação física, caso os títulos,contratos ou certificados estejam de posse da empresa; ou circularização, em caso negativo.

2 - Verificação da contabilização do investimento: quando de sua aquisição, e das variações ocorridas, paraassegurar-se da adequação dos valores mencionados no BP.

3 - Avaliações dos investimentos em coligadas e controladas (investimento relevante): deve ser feito pormeio do Método de Equivalência Patrimonial – MEP –, por determinação legal.

3.5 Imobilizado

O Art. 179, IV, da Lei nº 6.404/76, considera Ativo Imobilizado como sendo os direitos que tenham porobjeto os bens corpóreos  destinados à manutenção das atividades da Companhia ou da empresa, ouexercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à Cia. os benefícios,riscos e controle desses bens.

Ou seja, o Imobilizado é composto exclusivamente por bens materiais, tangíveis.

Na auditoria do imobilizado, alguns procedimentos são comuns à auditoria de outras áreas do BP, como aconferência de cálculos, a checagem de saldos  do BP com saldos constantes dos livros contábeis e dadocumentação comprobatória.

Uma característica importante, tendo em vista a sujeição ao desgaste pelo uso, ação da natureza e

obsolescência, é avaliação dos planos e cálculos de depreciação.

De acordo com Crepaldi (2012), a auditoria do imobilizado tem os seguintes objetivos:- determinar sua existência física e a permanência em uso;- determinar se pertence à empresa;- determinar se foram utilizados os princípios de contabilidade, em bases uniformes;- determinar se o imobilizado não contém despesas capitalizadas e, por outro lado, as despesasnão contêm itens capitalizáveis;- determinar se os bens  do imobilizado foram adequadamente depreciados monetariamente, embases aceitáveis;- determinar a existência de imobilizado penhorado, dado em garantia ou com restrição de uso;- determinar se está corretamente classificado nas DC e se as divulgações cabíveis foram expostas

por notas explicativas;- estudar e avaliar o controle interno existente para esses bens.

Com base nesses objetivos, podemos concluir pelas ações mais comuns:- avaliação dos bens, inclusive correção;- existência, propriedade e posse;- eventual ônus sobre os bens;- critérios e extensão das depreciações e amortizações.

Na auditoria do imobilizado, alguns procedimentos são comuns à auditoria de outras áreas do BP, comoa conferência de cálculos, a checagem de saldos do BP com saldos constantes dos livros contábeis e dadocumentação comprobatória.

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3.6 Fornecedores

Da mesma forma que nas Contas a Receber, o grupo Contas a Pagar engloba um conjunto de obrigações,como as obrigações com fornecedores, as obrigações trabalhistas, empréstimos, financiamentos, etc., decurto ou de longo prazo, ou seja, podem ser classificadas tanto no Passivo Circulante (PC) como no PassivoNão Circulante (PNC).

Em geral, o maior volume de testes  recai sobre as obrigações com fornecedores. A conta fornecedores(componente do “contas a pagar”) representa uma obrigação da empresa  auditada, uma dívida comfornecedores, devida às aquisições de bens ou serviços, e deve ser reconhecida quando a empresa recebe aprestação do serviço ou quando o ativo passa para sua propriedade.

Os procedimentos  de auditoria são semelhantes aos utilizados nas contas a receber, e podem seridentificados da seguinte forma:

- Inspeção física;- Circularização;- Recálculo;- Investigação.

Em relação à circularização, da mesma forma que na auditoria do ”contas a receber”, no caso de“fornecedores”, é o procedimento mais importante, com a seguinte observação encontrada na obra deRibeiro e Ribeiro (2012): “Em relação à circularização, nesse caso, nas cartas enviadas aos fornecedores, nãoconstam valores, pois é o fornecedor quem informa o valor da dívida da auditada”.

Nesse caso, a experiência demonstra ser a circularização mais eficiente, pois o credor tem maior interesse em demonstrar seu crédito ou apontar irregularidades, sendo de grande importância na detecção de omissão 

de passivos.

Segue um quadro adaptado de enumeração constante da obra de Attie (2010), no qual o autor ilustra algunsdos principais procedimentos que poderão ser utilizados nos trabalhos de auditoria do Passivo:

Procedimento Aplicação

Exame físico (inspeção)- Contagem das contas a pagar- Contagem dos títulos a pagar

Circularização (confirmação)- Dos fornecedores- Dos empréstimos a pagar- Das contas a pagar

Inspeção de documentos

- Exame documental das faturas /

notas fiscais- Exame documental dos contratos de empréstimos- exame das atas e assembleias-Exame documental das guias de recolhimento de impostos

Cálculo (recálculo)

- Dos impostos a pagar- Dos juros a pagar- Da composição dos fornecedores- Das provisões de férias, 13º salário- Dos royalties a pagar

Observação- Classificação adequada das contas- Observação aos princípios de contabilidade

- Observação de ativos dados em garantiaFonte: Attie (Atlas, 2010, p. 455 e 456)

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3.7 Advogados

De acordo com a orientação IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), referente à NBCT 11.15 – Contingências –, a circularização dos advogados é uma forma de o auditor obter confirmaçãoindependente das informações fornecidas pela administração, referentes a situações relacionadas a litígios,pedidos de indenização ou questões tributárias.

As respostas servem de evidência para que o auditor avalie se a administração adotou os procedimentosadequados para a contabilização e/ou divulgação dos passivos não registrados e/ou das contingências (ativasou passivas).

A extensão da seleção dos advogados a serem circularizados depende do julgamento profissional do auditor,que deve levar em consideração:

- a estrutura de controles internos da empresa;- a natureza e a relevância dos assuntos envolvidos.

Ao final o auditor deve avaliar todas as circunstâncias e as evidências obtidas durante a aplicação de seusprocedimentos de auditoria para passivos não registrados e contingências para formar o seu julgamentoquanto à adequação às práticas contábeis adotadas na elaboração e na apresentação das DC.

3.8 Seguros

De acordo com Franco e Marra (2011), para verificação deste item, além do exame atento das apólicesvigentes, é recomendável a circularização, com o objetivo principal de constatar qual a cobertura existentepara os ativos da empresa, se é suficiente e adequada, e se existem outros tipos de seguros para

contingências.

3.9 Folha de pagamentos (salários a pagar)

De acordo com Franco e Marra (2011), os procedimentos são orientados sobre a razoabilidade do saldo finala pagar. Para tanto, se deve pesquisar o movimento durante o exercício, a fim de verificar possíveislançamentos extraordinários. O confronto das folhas de pagamento, se demonstrar regularidade, é um bomelemento de convicção.

Almeida (2010) sugere as seguintes ações:- análise de composição do saldo da conta;- conferência do valor da análise com a respectiva conta do razão da contabilidade;

- verificação de que não existam itens antigos ou anormais na análise;- confrontação dos valores com a folha de pagamentos.

EXERCÍCIOS

1 - (ESAF / CGU/ 2012) - Nos casos em que o auditor independente desejar reduzir o tamanho da amostrasem aumentar o risco de amostragem, dividindo a população em subpopulações distintas que tenhamcaracterísticas similares, deve proceder a um(a):a) Estratificação.b) Seleção com base em valores.c) Teste de detalhes.

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d) Seleção sistemática.e) Detalhamento populacional.

2 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - O auditor, ao realizar o processo de escolha da amostra,deve considerar:I. que cada item que compõe a amostra é conhecido como unidade de amostragem;II. que estratificação é o processo de dividir a população em subpopulações, cada qual contendo um grupo deunidades de amostragem com características homogêneas ou similares;III. na determinação do tamanho da amostra, o risco de amostragem, sem considerar os erros esperados.a) Somente a I é verdadeira.b) Somente a II é verdadeira.c) I e III são verdadeiras.d) Todas são falsas.e) Todas são verdadeiras.

3 - (ESAF / CGU / 2008) - Sobre o tema “amostragem estatística em auditoria”, segundo o que dispõe aNBC-T-11, é incorreto afirmar que:a) na seleção da amostra é vedada a seleção casual, a critério do auditor, baseada em sua experiênciaprofissional.b) ao usar métodos de amostragem estatística ou não-estatística, o auditor deve projetar e selecionar umaamostra de auditoria, aplicar a essa amostra procedimentos de auditoria e avaliar os resultados da amostra, deforma a proporcionar evidência de auditoria suficiente e apropriada.c) na determinação da amostra o auditor deve levar em consideração, entre outros fatores: a população objetoda amostra; o tamanho da amostra e o risco da amostragem.d) a amostra selecionada pelo auditor deve ter uma relação direta com o volume de transações realizadas pelaentidade na área ou transação objeto de exame, como também com os efeitos na posição patrimonial e

financeira da entidade e o resultado por ela obtido no período.e) ao determinar a extensão de um teste de auditoria ou método de seleção de itens a serem testados, oauditor pode empregar técnicas de amostragem.

4 - (ESAF / TCU / 2006) - O auditor, ao determinar a amostra a ser selecionada, deve considerar: a) obrigatoriamente, métodos de amostragem estatísticos e não estatísticos de forma a garantir a avaliação detodos os itens da amostra.b) um número mínimo de elementos a serem testados, independente do volume da amostra.c) que a amostra deva ter uma relação direta com o volume de transações realizadas pela entidade na área outransação objeto do exame.d) que a amostra seja selecionada conforme critérios determinados pela área auditada e o auditor.e) somente elementos selecionados por métodos estatísticos, sendo necessário evidenciar suficientemente os

fatos que comprovem os itens selecionados.

5 - (ESAF / CCU / 2006) - Nos trabalhos de auditoria, o método da amostragem é aplicado como formade viabilizar a realização de ações de controle em situações onde o objeto-alvo da ação se apresenta emgrandes quantidades e/ou se apresenta de forma muito pulverizada. Acerca da aplicação do método deamostragem em auditoria, assinale a opção incorreta.a) Achados de auditoria obtidos por meio de amostragem não-estatística não têm valor na composição dospareceres.b) Por estratificação entende-se a separação da população-objeto em classes.c) Por erro tolerável entende-se o erro máximo que o auditor estaria disposto a aceitar e, ainda assim,concluir que se possa atingir o objetivo dos trabalhos.

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d) Por risco de amostragem entende-se da possibilidade de que a conclusão do auditor, tomando por baseuma amostra, possa ser diferente da conclusão que seria alcançada se o procedimento de auditoria tivessesido aplicado de forma censitária.e) Entre os aspectos a serem considerados estão o tamanho da amostra e a população-objeto da amostra.

6 - (ESAF / ENAP / 2006) - A amostragem estratificada consiste em:a) gerar diretamente o resultado estatístico final da amostra.b) eliminar a possibilidade de erro na definição da amostra.c) dividir a população em grupos relativamente homogêneos.d) determinar o risco de rejeição incorreta ou erro aceitável.e) avaliar a população total por meio de amostra única.

7 - (ESAF / ICMS-RN / 2005) - Das assertivas a seguir, identifique a que não está relacionada àdeterminação da amostra: 

a) estratificaçãob) tamanhoc) erro toleráveld) erro esperadoe) sequência

8 - (ESAF / CGU / 2006) - O auditor, para determinar a extensão de um teste de auditoria, poderecorrer a técnicas de amostragem. Qual dos fatores abaixo não corresponde a um fator a ser levadoem consideração na determinação da amostra? a) tamanho da amostrab) risco de amostragemc) erro tolerável

d) erro esperadoe) uniformidade

9 - (ESAF / RFB / 2003) - Segundo o Conselho Federal de Contabilidade, na determinação da amostrapara auditoria externa, devem ser considerados, no mínimo: a) população objeto da amostra, tamanho da amostra, risco de amostragem e fraude.b) tamanho da amostra, erro tolerável, tamanho da empresa e inadimplência.c) risco de amostragem, erro intolerável, erro esperado e manipulação.d) erro inesperado, risco de amostragem, tamanho da amostra e valores.e) estratificação da amostra, tamanho da amostra, erro tolerável e erro esperado.

10 - (ESAF / TCU / 2002) - Ao utilizar o método de amostragem estatística para verificar a aderência

aos controles internos, o auditor tem maior probabilidade em conduzir a uma opinião errônea quandoincorre no risco de: a) Subavaliação da confiabilidadeb) Rejeição incorretac) Aceitação incorretad) Superavaliação da confiabilidadee) Avaliação da população

11 - (ESAF / ICMS-PI / 2001) - Para conseguir o nível de confiança desejado com menores amostras, amelhor técnica estatística que o auditor pode utilizar é a: a) Amostragem por Intervalob) Amostragem por Estratificaçãoc) Amostragem por Julgamento

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d) Tabela de Números Aleatóriose) Amostragem Exploratória

12 - (ESAF / ISS-Natal-RN / 2008) - A relação existente entre o fator de confiabilidade com a amostraé: a) quanto mais baixo for o fator de confiabilidade, maior será o tamanho da amostra.b) não existir no modelo a expectativa de risco de aceitação incorreta.c) o fator de confiabilidade e a amostra devem ter correlação positiva.d) independente do fator de confiabilidade, o tamanho da amostra não varia.e) não correlacionar o fator de confiabilidade da amostra com o seu tamanho.

13 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - No processo de amostragem o LSE – Limite Superior deErro para superavaliações é determinado pela: a) soma do erro projetado e da provisão para risco de amostragem.

b) divisão da população pela amostra estratificada.c) soma do erro estimado e da confiabilidade da amostra.d) divisão do erro total pela população escolhida.e) subtração do erro total, do desvio das possíveis perdas amostrais.

14 - (ESAF / PMRJ / 2010) - Avalie, se verdadeiro ou falso, os itens a seguir a respeito do uso deamostragem estatística em auditoria e assinale a opção que indica a sequência correta.I. O nível de risco que o auditor está disposto a aceitar não afeta o tamanho da amostra exigido emrazão da existência de outros controles a serem utilizados;II. O auditor seleciona itens para a amostragem de forma que cada unidade de amostragem dapopulação tenha a mesma chance de ser selecionada;III. Existem outros riscos não resultantes da amostragem tais como o uso de procedimentos de

auditoria não apropriados;IV. Para os testes de controle, uma taxa de desvio da amostra inesperadamente alta pode levar a umaumento no risco identificado de distorção relevante.a) V, V, F, Vb) F, V, V, Vc) V, V, V, Fd) F, F, F, Ve) V, F, V, F

15 - (FCC / ISS-SP / 2012) - O aumento no uso de procedimentos substantivos no processo de auditoriapara confirmação dos saldos do contas a receber da empresa Financia S.A. (A) exige a estratificação da amostra.

(B) obriga que a amostra seja aleatória.(C) possibilita um aumento da amostra.(D) causa uma diminuição da amostra.(E) não influencia no tamanho da amostra.

16 - (FCC / TRE-SP / 2012) – A técnica de amostragem que consiste em dividir uma população emsubpopulações, cada uma sendo um grupo de unidades de amostragem com característicassemelhantes é denominada amostragem: (A) randômica.(B) estratificada.(C) de seleção em bloco.(D) aleatória.(E) de seleção com base na experiência do auditor.

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17 - (FCC / TCE-SE / 2011) - Segundo a NBC TA 530, que versa sobre a utilização de amostragem emauditoria, é correto afirmar: (A) O objetivo da estratificação da amostra é o de aumentar a variabilidade dos itens de cada estrato epermitir que o tamanho da amostra seja aumentado.(B) Quanto menor o risco de amostragem que o auditor está disposto a aceitar, menor deve ser o tamanho daamostra.(C) Anomalia é a distorção ou o desvio comprovadamente representativo de distorção ou desvio em umapopulação.(D) O método de seleção da amostra em que o auditor não segue nenhuma técnica estruturada é denominadométodo de seleção aleatório.(E) Quanto maior a confiança do auditor em procedimentos substantivos (testes de detalhes ouprocedimentos analíticos substantivos), menor pode ser o tamanho da amostra.

18 - (FCC/INFRAERO/Analista Contábil/2011) - Em relação à utilização de amostragem na auditoria,é correto afirmar:A) A amostragem utilizada em auditoria é necessariamente probabilística, sob pena de ocorrerem riscosdecorrentes da utilização do julgamento pessoal do auditor sobre os itens a serem selecionados.B) A estratificação é o processo de dividir uma população em subpopulações, cada qual contendo um grupode unidades de amostragem com características heterogêneas.C) O tamanho da amostra a ser determinada pelo auditor deve considerar o risco de amostragem, bem comoos erros toleráveis e os esperados.D) O erro tolerável é o erro mínimo na população que o auditor está disposto a aceitar e, ainda assim,concluir que o resultado da amostra atingiu o objetivo da auditoria.E) Quando o erro projetado for inferior ao erro tolerável, o auditor deve reconsiderar sua avaliação anteriordo risco de amostragem e, se esse risco for inaceitável, considerar a possibilidade de ampliar o procedimento

de auditoria ou executar procedimentos de auditoria alternativos.

19 - (FCC/TCM-CE/ACE/2010) - Conforme normas técnicas de auditoria independente, NÃO serefere à definição de uma amostragem de auditoria:A) a possibilidade de existência de fraude.B) os fins específicos da auditoria.C) a população da qual o auditor deseja extrair a amostra.D) as condições de desvio ou distorção.E) a natureza da evidência da auditoria.

20 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2010) – O Conselho Federal de Contabilidade – CFC, comrelação à amostragem em auditoria, define o termo anomalia como:

a)  o risco de que a conclusão do auditor, com base em amostra, possa ser diferente se toda a populaçãoestiver sujeita ao mesmo procedimento de auditoria.

b)  a distorção ou o desvio comprovadamente não representativo de distorção ou desvio em uma população.c)  o processo de dividir uma população em subpopulações, cada uma sendo um grupo de unidades de

amostragem com características semelhantes.d)  um valor monetário definido pelo auditor para obter um nível apropriado de segurança de que esse valor

monetário não seja excedido pela distorção real na população.e)  o conjunto completo de dados sobre o qual a amostra é selecionada e sobre o qual o auditor deseja

concluir.

21 - (FCC / SEFAZ/SP - APOFP / 2010) - Para propiciar representatividade da população contábilaplicada nos testes de auditoria, o auditor pode estipular intervalos uniformes entre os itens a seremselecionados como um método de seleção de amostras denominado:

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a)  números aleatórios.b)  amostragem de atributos.c)  amostragem sistêmica.d)  amostragem por bloco.e)  amostragem ao acaso.

22 - (FCC / ISS-SP / 2012) - A estratificação da amostra pode ser útil quando: (A) superar a 100 unidades a quantidade de itens que compõe a amostra.

(B) existir risco de mais de 10% da amostra conter erros.(C) houver uma grande amplitude nos valores dos itens a serem selecionados.(D) for identificada uma linearidade nos valores dos itens a serem selecionados.(E) for pequeno o número de itens que compõe a amostra.

23 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa de prestação de serviços NBA Informática

S.A. tem seus processos integrados sistemicamente. A folha de salários é integrada à contabilidademensalmente. No mês de julho de 2009, não foi feita a parametrização no sistema, para contabilizaçãode uma nova verba de horas extras a pagar, de 100% de acréscimo. A folha de pagamentosapresentava remuneração de R$ 20.000,00 nessa verba. Dessa forma, pode-se afirmar que: a) o passivo está superavaliado e o resultado está subavaliado.b) o ativo está subavaliado e o passivo está superavaliado.c) o passivo está subavaliado e o resultado está subavaliado.d) os saldos estão adequados sem subavaliação ou superavaliação.e) o passivo está superavaliado e o resultado está superavaliado.

24 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - O auditor, ao avaliar as provisões para processostrabalhistas elaboradas pela Empresa Projeções S.A., percebeu que nos últimos três anos, os valores

provisionados ficaram distantes dos valores reais. Dessa forma, deve o auditor: a) estabelecer novos critérios para realização das estimativas pela empresa, no período.b) determinar que a administração apresente novos procedimentos de cálculos que garantam os valoresregistrados.c) ressalvar o parecer, por inadequação dos procedimentos, dimensionando os reflexos nas demonstraçõescontábeis.d) exigir que seja feita uma média ponderada das perdas dos últimos três anos, para estabelecer o valor daprovisão.e) avaliar se houve o ajuste dos procedimentos, para permitir estimativas mais apropriadas no período.

25 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa Parcial S.A. realizou o estorno da Reserva deReavaliação, conforme permissibilidade estabelecida pela Lei n. 11.638/2007. No entanto, o contador

não realizou o estorno dos impostos pertinentes à reavaliação. Dessa forma pode-se afirmar que: a) a conta de reserva de reavaliação está superavaliada.b) a conta de investimento reavaliação está adequada.c) a conta de imposto de renda diferido está superavaliada.d) a conta de lucros acumulados está superavaliada.e) a conta de resultado do exercício está subavaliada.

26 - (ESAF / CVM / 2010) - Segundo determinação da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, noajuste a valor presente do ativo e do passivo de longo prazo de que trata a Lei n. 11.638/2007, asempresas devem obedecer aos seguintes procedimentos, exceto: a) as notas explicativas deverão detalhar as premissas e fundamentos que justificaram as taxas de descontoadotadas pela Administração.

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b) ao submeter ativos e passivos de curto prazo ao ajuste, devem ser observadas, além das regras gerais, astaxas de retorno para investimentos de curto prazo.c) as reversões dos ajustes a valor presente dos ativos e passivos monetários qualificáveis devem serapropriadas como receitas ou despesas financeiras.d) as premissas e fundamentos que justificarem as estimativas contábeis relativas ao cálculo dos ajustes avalor presente, inclusive as taxas de desconto, serão objeto de avaliação quanto à razoabilidade e pertinênciapelos auditores independentes.e) A quantificação do ajuste a valor presente deverá ser realizada em base exponencial “pro rata die”, a partirda origem de cada transação, sendo os seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam.

27 - (ESAF / SUSEP / 2010) - O auditor externo, ao realizar testes no cálculo do valor recuperável deum ativo imobilizado, feito pelo método do fluxo de caixa descontado, identificou que a taxa utilizadapara descontar o fluxo de caixa estava maior que a recomendada para aquela atividade. Dessa forma,pode-se afirmar que a conta: 

a) de ajuste especial no Patrimônio Líquido, está subavaliada.b) de despesa de depreciação, do imobilizado, está superavaliada.c) do ajuste especial no Resultado do Exercício, está subavaliada.d) de depreciação acumulada do imobilizado, está superavaliada.e) do ativo imobilizado está subavaliada.

28 - (SEFAZ/SP/APOFP/ESAF/2009) - A inspeção física, por meio da contagem de numerário, éprocedimento básico de auditoria aplicável à verificação em conta do:(A) Ativo Circulante.(B) Ativo Realizável a Longo Prazo.(C) Ativo Permanente.(D) Passivo Circulante.

(E) Patrimônio Líquido.

29 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - A empresa Grande Porte S.A. tem o seu Ativo formado em15% pelo Contas a Receber e 35% composto pelos Estoques. Dessa forma, a auditoria contratada, aorealizar seus serviços, deve:A) proceder à conferência de 100% do faturamento e realizar inventário físico na empresa, para confirmar aexistência dos estoques.B) ressalvar em parecer o Contas a Receber por não ser possível auditar por amostragem e recalcular aapropriação dos custos.C) realizar o procedimento de circularização para confirmação dos saldos de contas a receber e acompanharo inventário físico realizado pela entidade.D) confrontar com os fornecedores o saldo de contas a receber e determinar a realização de inventário físico

pela empresa.E) validar a existência de todos os clientes, mediante verificação do cadastro de clientes da empresa erealizar com sua equipe técnica, inventário físico para confirmação dos Estoques.

30 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - A empresa Celta S.A. apresentou um nível de ociosidade de30% de sua capacidade instalada. Seu gestor, com o objetivo de apresentar resultados maiscondizentes com a performance de seus negócios, decidiu reter essa ociosidade no processo produtivo,dimensionando esses valores e mantendo-os nos estoques. O auditor, ao realizar os testes nas contas deestoques, deve concluir que o saldo da conta:A) Estoques está superavaliado, visto que não é permitido no sistema de custeio reconhecer a ociosidade.B) Custo das Mercadorias Vendidas está superavaliado por ter reconhecido mais custos do que deveriaapropriar aos resultados.C) Fornecedores está superavaliado por não ter sido apropriado aos custos dos produtos.

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D) Depreciação está superavaliado, visto ter reconhecido mais depreciação em função da ociosidade.E) Estoques está correto, visto que desde que fundamentado a ociosidade pode ser retida nos custos.

31 - (SRF/AFRF/ESAF/2005) - Os procedimentos de controles internos têm sido fundamentais naprevenção e inibição de desvios, identificação de erros nos processos contábeis e deterioração ouperdas dos ativos das empresas. Identifique a seguir o procedimento relativo ao controle dos estoques.A) Limites de alçada escalonados de acordo com os cargos para aprovação de vendas.B) Segregação de funções do departamento de contas a pagar e do gestor financeiro.C) Restrições de acesso aos ativos da empresa realizando movimentações via requisições.D) Circularização semestral de fornecedores de ativos para confirmação dos saldos.E) Inventário físico dos bens patrimoniais da empresa pelo menos uma vez ao ano.

32 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - No processo de acompanhamento do inventário físico deestoques de matéria-prima, o auditor constatou a existência de quantidades relevantes de itens que não

constavam dos registros físico-financeiros e contábeis. Neste caso, o auditor pode ter descoberto:A) ativos e passivos fictíciosB) ativos e passivos ocultosC) ativos ocultos e passivos fictíciosD) ativos fictícios e passivos ocultosE)ativos obsoletos e passivos a descoberto

33 - (Estado do RN/Auditor do Tesouro/ESAF/2005) - O auditor externo, ao auditar entidade quecontrole outras empresas e que registre seus investimentos pelo método de equivalência patrimonial,tem responsabilidade sobre:A) as demonstrações contábeis das controladas que serviram de base para cálculo da equivalênciapatrimonial.

B) o cálculo das equivalências patrimoniais registradas nos investimentos das entidades controladas.C) a apresentação da reserva de reavaliação efetuada nas controladas no Patrimônio Líquido daControladora.D) os pareceres emitidos para as entidades controladas e emitidos por outros auditores independentes.E) a apresentação da reavaliação efetuada nas controladas e registrada no Patrimônio Líquido da Controlada.

34 - (SEFAZ-CE/AFRE/ESAF/2007) - Ao analisar a contabilização em uma imobiliária, de um terrenodestinado à construção da sede da empresa, percebeu-se que o mesmo tinha sido contabilizado nosEstoques. Pode-se afirmar que:A) ao executar o teste primário de superavaliação na conta de Terrenos no Imobilizado, esta conta estará sub-avaliada e a conta Estoques de Terrenos estará superavaliada.B) ao praticar o teste primário de superavaliação na conta de Estoques, a mesma estará com seu saldo sub-

avaliado e o Contas a Pagar superavaliado.C) independentemente da atividade da empresa, terrenos devem ser sempre contabilizados no Imobilizado,por se tratar de bem imóvel.D) ao proceder o teste primário de superavaliação do Contas a Receber, este apresentará saldo sub-avaliado.E) o referido procedimento está adequado, em virtude de a atividade da empresa ser de comercialização deimóveis.

35 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - Caracteriza-se como fraude o seguinte evento identificadopelo auditor:A) o sistema de folha de pagamentos não está calculando os duodécimos da provisão de férias para doisfuncionários.B) a área de produção desativou máquina da linha de produção e não informou a área contábil parasuspender a depreciação.

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C) a empresa não reconheceu os créditos de impostos decorrentes de prejuízos fiscais a compensar.D) saldo em aberto na Conta Fornecedores que, consultado na carta de circularização, respondeu não possuirnenhum crédito contra a empresa.E) existem depósitos não identificados efetuados na conta-corrente que estão em aberto na conciliação.

36 - (Pref. Natal-RN/AFTM/ESAF/2008) - Assinale a opção que não representa um controle eficazpara prevenir o inflacionamento da folha de pagamento.A) Reajuste de salários previamente aprovados pela diretoria.B) Anotações formais de realização de jornada de trabalho.C) Resumo da folha de pagamento contabilizado mensalmente.D) Conferência dos cálculos realizada por funcionário independente.E) Comparação com valores anteriores e análise de variações independentes.

GABARITO1 2 3 4 5 6 7 8A B A C A C E E9 10 11 12 13 14 15 16E D B A A B D B17 18 19 20 21 22 23 24E C A B C C Anulada E25 26 27 28 29 30 31 32C B E A C E C B33 34 35 36C A D C

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AULA 06: Execução dos trabalhos de auditoria. Avaliação das distorções Identificadas. Materialidade eRelevância no planejamento e na execução dos trabalhos de auditoria. Representações formais: objetivo,conteúdo. Documentação de Auditoria. Princípios de Contabilidade.

1. Execução dos trabalhos de auditoria

De modo geral, a etapa de execução  consiste na obtenção de evidências  apropriadas e suficientes pararespaldar as conclusões da auditoria.

Ou seja, nessa fase, a equipe de auditoria vai colocar em prática aquilo que foi planejado, aplicando astécnicas e procedimentos necessários para que se obtenham evidências, em quantidade e qualidade, que

possam sustentar as conclusões.As principais atividades realizadas durante a execução são:

a) desenvolvimento dos trabalhos de campo;b) análise dos dados coletados;c) elaboração da conclusão.

Essas atividades, em geral, não são realizadas de forma isolada, sendo difícil delimitar exatamente quandocomeça uma e termina outra. A coleta e a análise de dados não são atividades estanques, sendo os dadoscoletados, interpretados e analisados simultaneamente.

Dependendo da metodologia adotada no projeto de auditoria, pode haver variação significativa naorganização dos trabalhos de campo e na estratégia de análise dos dados.

O trabalho de campo consiste na coleta de dados e informações definidos no planejamento de auditoria. Otipo de dados a coletar e as fontes desses dados dependerão da estratégia metodológica e dos critériosestabelecidos.

Os dados  coletados devem ser precisos, completos  e comparáveis. Entretanto, essa coleta, emboraessencial, muitas vezes é considerada uma tarefa mecânica e a parte menos interessante da auditoria. Dequalquer modo, a qualidade na coleta, análise e documentação dos dados é fundamental para garantir bonsresultados.

Normalmente, a coleta de dados é feita in loco e a equipe aplica os instrumentos desenvolvidos e testados nafase de planejamento. Os métodos  de coleta de dados mais usados  são entrevista, questionário  eobservação direta.

Quando o objetivo  da auditoria inclui a generalização da conclusão  para o universo pesquisado, assoluções  mais comumente adotadas são tratamento estatístico  e estudo de caso. Se o estudo de caso érepresentativo, é possível generalizar os resultados, ou seja, os achados identificados em um caso podem seraplicados a outros casos.

É importante que o auditor obtenha as melhores informações possíveis – tanto fatos quanto opiniões,argumentos e reflexões – de diferentes fontes e com o apoio de especialistas.

O auditor deve buscar as evidências necessárias para orientar sua conclusão e ter cuidado para não se

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desviar do foco do trabalho nem coletar grande quantidade de informações que, muitas vezes, sãodesnecessárias e irrelevantes.

Para o sucesso dos trabalhos de campo, é necessária a realização de diversas atividades operacionais  eadministrativas. Assim, antes da execução da auditoria, a equipe deve, por exemplo:

a) agendar visitas de estudo;b) providenciar ofícios de apresentação;c) reservar passagens e hotéis;d) informar telefones de contato ao supervisor;e) preparar material necessário (cópias de questionários, roteiros de entrevistas, etc.).

Os esclarecimentos  que se fizerem necessários  devem ser colhidos ainda em campo, para evitar malentendidos e eventuais novas solicitações de informações, com o consequente desperdício de esforços e

sensação de desorganização da equipe por parte da empresa auditada. A equipe de auditoria deverá, sempre que possível, se apresentar aos responsáveis pelas áreas que serãofiscalizadas, esclarecendo o objetivo, os critérios e o escopo da fiscalização.

A requisição de documentos e informações, durante os trabalhos de campo, deve fixar prazo para seuatendimento, estabelecido, sempre que possível e desde que não comprometa o prazo de execução, emcomum acordo com o fiscalizado. A mencionada requisição será formalizada por meio de ofício derequisição, datado e numerado sequencialmente.

O ofício de requisição deve ser entregue mediante atestado de recebimento na segunda via, a qual seconstituirá em documentação de auditoria.

Os documentos fornecidos pela empresa devem identificar quem os elaborou ou forneceu e a fonte dainformação, além de estarem legíveis, datados e assinados. A equipe de auditoria deverá identificar osdocumentos recebidos, correlacionando-os ao item do ofício de requisição a que se referem.

Os esclarecimentos acerca dos indícios devem ser colhidos por escrito ao longo da fase de execução, porintermédio de ofícios de requisição, evitando-se mal entendidos e minimizando o recolhimento deinformações posteriores.

Bom pessoal, em linhas gerais, esses comentários nos dão uma ideia de como funciona, na prática, aexecução dos trabalhos de auditoria.

2. Avaliação das Distorções Identificadas

Pessoal, antes de entrar mais especificamente neste tema, abordado pela NBC TA 315, trazemos pra vocêsalguns conceitos importantes, que estão no início dessa norma e que, muitas vezes, têm sido cobrados deforma literal. Como dissemos no início, este item começou a ser explorado agora pelas bancas de concurso e,por isso, ainda não temos muitas questões. De qualquer forma, como a mencionada norma é muito grande,tentamos trazer o que consideramos o principal acerca do tema.

2.1 - Definições

 Afirmações  são declarações da administração, explícitas ou não, que estão incorporadas às demonstraçõescontábeis, utilizadas pelo auditor para considerar os diferentes tipos de distorções potenciais que possamocorrer.

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 Risco de negócio  é o risco que resulta de condições, eventos, circunstâncias, ações ou falta de açõessignificativas que possam afetar adversamente a capacidade da entidade de alcançar seus objetivos e executarsuas estratégias, ou do estabelecimento de objetivos ou estratégias inadequadas.

Controle interno  é o processo planejado, implementado e mantido pelos responsáveis da governança,administração e outros funcionários para fornecer segurança razoável quanto à realização dos objetivos daentidade no que se refere à confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e eficiência das operações econformidade com leis e regulamentos aplicáveis. O termo “controles” refere-se a quaisquer aspectos de umou mais dos componentes do controle interno.

Procedimentos de avaliação de riscos  são os procedimentos de auditoria aplicados para a obtenção doentendimento da entidade e do seu ambiente, incluindo o controle interno da entidade, para a identificação eavaliação dos riscos de distorção relevantes, independentemente se causada por fraude ou por erro, nas

demonstrações contábeis e nas afirmações. Risco significativo  é o risco de distorção relevante identificado e avaliado que, no julgamento do auditor,requer consideração especial na auditoria.

2.2 - Procedimentos de avaliação de risco

O auditor deve aplicar procedimentos de avaliação de riscos para fornecer uma base para a identificação eavaliação de riscos de distorção relevante nas demonstrações contábeis e nas afirmações. Os procedimentosde avaliação de riscos por si só, porém, não fornecem evidências de auditoria apropriada e suficiente parasuportar a opinião da auditoria. Esses procedimentos incluem:

(a) indagações à administração e a outros na entidade que, no julgamento do auditor, possam ter informaçõescom probabilidade de auxiliar na identificação de riscos de distorção relevante devido à fraude ou erro

Muitas das informações obtidas pelas indagações do auditor são obtidas junto à administração e aosresponsáveis pelas demonstrações contábeis. Contudo, o auditor também pode obter informações, ouuma perspectiva diferente na identificação de riscos de distorção relevante, por meio de indagações

 junto a outros dentro da entidade e a outros funcionários com graus diferentes de autoridade.

Exemplificando: as indagações dirigidas aos responsáveis pela governança podem ajudar o auditor aentender o ambiente em que as demonstrações contábeis são elaboradas.

(b) procedimentos analíticos

Procedimentos analíticos realizados como procedimentos de avaliação de risco podem identificaraspectos da entidade que o auditor não tinha conhecimento e pode auxiliar na avaliação de risco deerros relevantes para fornecer uma base para planejar e implementar respostas para esses riscos.

Esses procedimentos podem incluir informações financeiras ou não financeiras, por exemplo, arelação entre vendas e área total do espaço de vendas ou volume dos produtos vendidos.

(c) observação e inspeção

A observação e a inspeção podem apoiar as indagações junto à administração e outros, e podemtambém fornecer informações sobre a entidade e o seu ambiente.

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Exemplos de tais procedimentos de auditoria incluem a observação e inspeção do seguinte:operações da entidade; documentos, registros e manuais de controles internos; relatórios elaboradospela administração e pelos responsáveis da governança; e dependências e instalações industriais daentidade.

2.3 - Identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante 

O auditor deve identificar e avaliar os riscos de distorção relevante:

(a) no nível das demonstrações contábeis

Os riscos de distorção relevante no nível das demonstrações contábeis referem-se a riscos que serelacionam de forma generalizada às demonstrações contábeis como um todo e que afetampotencialmente muitas afirmações.

Riscos dessa natureza não são necessariamente riscos que possam ser atribuídos a afirmaçõesespecíficas na classe de transações, saldo de contas ou nível de divulgação. Ao contrário,representam circunstâncias que podem aumentar os riscos de distorção relevante no nível daafirmação, por exemplo, em decorrência dos controles serem burlados pela administração. Os riscosno nível das demonstrações contábeis podem ser especialmente relevantes para as considerações doauditor sobre os riscos de distorção relevante decorrente de fraude.

Riscos no nível das demonstrações contábeis podem derivar especificamente de um ambiente decontrole deficiente (embora esses riscos também possam relacionar-se a outros fatores, comocondições econômicas em deterioração). Por exemplo, deficiências como a falta de competência daadministração podem ter efeito mais disseminado sobre as demonstrações contábeis e podem exigir

uma resposta mais abrangente do auditor.

(b) no nível de afirmação para classes de transações, saldos de conta e divulgações, para fornecer uma basepara a concepção e a execução de procedimentos adicionais de auditoria.

Os riscos de distorção relevante no nível da afirmação para classes de transações, saldos de contas edivulgações precisam ser considerados porque tal consideração auxilia diretamente na determinaçãoda natureza, época e extensão de procedimentos adicionais de auditoria no nível da afirmação,necessários para a obtenção de evidências de auditoria apropriadas e suficientes. Ao identificar eavaliar riscos de distorção relevante no nível da afirmação, o auditor pode concluir que os riscosidentificados relacionam-se de forma generalizada às demonstrações contábeis como um todo eafetam potencialmente muitas afirmações.

Ao declarar que as demonstrações contábeis estão em conformidade com a estrutura de relatóriofinanceiro aplicável, a administração faz afirmações implícitas ou explicitamente no que se refere aoreconhecimento, mensuração, apresentação e divulgação dos vários elementos das demonstraçõescontábeis e divulgações relacionadas.

As afirmações usadas pelo auditor para considerar os diferentes tipos de distorções potenciais quepossam ocorrer enquadram-se nas três categorias seguintes e podem assumir as seguintes formas:

(a) afirmações sobre classes de transações e eventos para o período sob auditoria:

(i) ocorrência – transações e eventos que foram registrados ocorreram e são da entidade.(ii) integridade – todas as transações e eventos que deviam ser registrados foram registrados;

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(iii) exatidão – valores e outros dados relacionados a transações e eventos registrados foramregistrados adequadamente;(iv) corte – as transações e eventos foram registrados no período contábil correto;(v) classificação – as transações e eventos foram registrados nas contas corretas;

(b) afirmações sobre saldos de contas no fim do período:

(i) existência – ativos, passivos e elementos do patrimônio líquido existem;(ii) direitos e obrigações – a entidade detém ou controla os direitos sobre ativos e os passivossão as obrigações da entidade;(iii) integridade – todos os ativos, passivos e patrimônio líquido que deviam ser registradosforam registrados;(iv) valorização e alocação – ativos, passivos e patrimônio líquido estão incluídos nasdemonstrações contábeis nos valores apropriados e quaisquer ajustes resultantes de

valorização e alocação estão adequadamente registrados;(c) afirmações sobre a apresentação e divulgação:

(i) ocorrência e direitos e obrigações – eventos divulgados, transações e outros assuntosocorreram e são da entidade;(ii) integridade – todas as divulgações que deviam ser incluídas nas demonstrações contábeisforam incluídas;(iii) classificação e compreensibilidade – as informações contábeis são adequadamenteapresentadas e descritas e as divulgações são claramente expressadas;(iv) exatidão e valorização – informações contábeis e outras informações são divulgadasadequadamente e com os valores apropriados.

Como parte da avaliação de risco o auditor deve determinar se qualquer um dos riscos identificados é, no seu julgamento, um risco significativo.

Ao exercer esse julgamento, o auditor deve excluir os efeitos dos controles identificados relacionados aorisco.

Se o auditor determinou que existe risco significativo, o auditor deve obter entendimento dos controles daentidade, inclusive das atividades de controle, relevantes para esse risco.

No que diz respeito a alguns riscos, o auditor pode julgar que não é possível ou praticável obter evidênciasde auditoria suficientes e apropriadas apenas a partir de procedimentos substantivos. Tais riscos podem

relacionar-se com registro impreciso ou incompleto de classes de transações rotineiras e significativas ousaldos de contas, cujas características frequentemente permitem processamento altamente automatizado, compouca ou nenhuma intervenção manual. Em tais casos, os controles da entidade sobre esses riscos sãorelevantes para a auditoria e o auditor deve obter entendimento deles. 

3. NBC TA 320 - Materialidade no Planejamento e na Execução da Auditoria

A Resolução CFC nº 1.213/09, que aprovou a NBC TA 320 – Materialidade no Planejamento e na Execuçãoda Auditoria -, trata da responsabilidade do auditor independente de aplicar o conceito de materialidadeno planejamento e na execução  de auditoria de demonstrações contábeis, definindo que o objetivo doauditor é aplicar o conceito de materialidade adequadamente.

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A estrutura de relatórios financeiros, frequentemente, discute o conceito de materialidade no contexto daelaboração e apresentação de demonstrações contábeis, explicando que:

•  distorções são relevantes quando for esperado que possam influenciar as decisões econômicas deusuários;

•   julgamentos sobre materialidade são feitos à luz das circunstâncias envolvidas; e

•   julgamentos sobre quais assuntos são relevantes para usuários são baseados em considerações sobreas necessidades de informações financeiras comuns a usuários como um grupo.

A determinação de materialidade pelo auditor é uma questão de julgamento profissional e é afetada pelapercepção das necessidades de informações financeiras dos usuários.

A materialidade determinada no planejamento da auditoria não estabelece necessariamente um valor abaixodo qual as distorções não corrigidas serão sempre avaliadas como não relevantes, pois as circunstânciasrelacionadas a algumas distorções podem levar o auditor a avaliá-las como relevantes mesmo que estejamabaixo do limite de materialidade.

De acordo com o CFC, materialidade para execução da auditoria significa o valor ou valores fixados peloauditor, inferiores ao considerado relevante para as demonstrações como um todo, para adequadamentereduzir a um nível baixo a probabilidade de que as distorções não corrigidas e não detectadas excedam amaterialidade para as demonstrações como um todo.

Se aplicável, materialidade para execução da auditoria refere-se, também, ao valor ou valores fixados peloauditor inferiores ao nível ou níveis de materialidade para classes específicas de transações, saldos contábeis

e divulgações.

Exemplificando. Vamos admitir o seguinte balanço patrimonial:

Balanço Patrimonial (em R$) 

Ativocirculante

300.000Passivo circulante e não

circulante500.000

Ativo nãocirculante 700.000 PL 500.000

Ativo Total 1.000.000 Passivo Total 1.000.000

A partir do seu julgamento profissional, o auditor pode definir, por exemplo, que o valor que irá considerarmaterial para uma conta será de 1% do Ativo Total. Dessa forma, valores inferiores a R$ 10.000,00 serãoconsiderados não materiais, reduzindo a um nível baixo a probabilidade de que distorções não detectadasnessas contas influenciem nas demonstrações como um todo.

3.1 - Determinação da materialidade no planejamento e para a execução da auditoria

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Ao estabelecer a estratégia global de auditoria (durante o planejamento), o auditor deve determinar amaterialidade para as demonstrações contábeis.

3.2 - Revisão no decorrer da auditoria

O auditor deve revisar a materialidade para as demonstrações contábeis como um todo (e, se aplicável, onível ou níveis de materialidade para classes específicas de transações, saldos contábeis ou divulgação) nocaso de tomar conhecimento de informações que o teriam levado a determinar um valor diferente.

A materialidade, assim como o planejamento do auditor NÃO é imutável e pode ser revista ao longo daexecução da auditoria.

Se o auditor concluir que é apropriada a materialidade mais baixa para as demonstrações do que inicialmente

determinado, o auditor deve verificar se é necessário revisar a materialidade e se a natureza, a época e aextensão dos procedimentos adicionais de auditoria continuam apropriados.

3.3 - Documentação

O auditor deve incluir na documentação de auditoria os seguintes valores e fatores considerados em suadeterminação:

(a) materialidade para as demonstrações como um todo;

(b) se aplicável, o nível ou níveis de materialidade para classes  específicas de transações,saldos contábeis ou divulgação;

(c) materialidade para execução da auditoria; e

(d) qualquer revisão de (a) a (c) com o andamento da auditoria.

4. Representações formais (Carta de Responsabilidade da Administração)

Representação formal  é o documento que, conforme as normas antigas, era chamado de “Carta deresponsabilidade”.

A Resolução CFC nº 1.227/09 (vigente), que aprovou a NBC TA 580 – Representações Formais -, definerepresentações formais  como “uma declaração escrita  pela administração, fornecida ao auditor, paraconfirmar  certos assuntos ou suportar  outra evidência  de auditoria”, e não mais prevê a existência dafigura da carta de responsabilidade.

Importante ressaltar que as representações formais não incluem  as demonstrações  contábeis, nem  seusregistros comprobatórios.

Quem elabora as representações formais é a própria administração, para entregar ao auditor, a fim deque se possa confirmar assuntos de relevância. Lembrem-se de que a administração é responsável  pelaelaboração e apresentação adequada das demonstrações contábeis, em conformidade com a estrutura derelatório financeiro.

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Além da administração, a norma prevê que, quando apropriado, os responsáveis pela governança, naauditoria de demonstrações contábeis, forneçam as representações formais ao auditor.

Não vamos nos aprofundar nos conceitos de governança (normalmente cobrado em AuditoriaGovernamental), mas vamos ver o conceito de “Responsáveis pela governança”, segundo a ResoluçãoCFC nº 1.209/09, que aprovou a NBC TA 260 – Comunicação com os Responsáveis pela Governança:

“são as pessoas ou organizações com responsabilidade pela supervisão geral da direçãoestratégica da entidade e das obrigações relacionadas à responsabilidade da entidade. Issoinclui a supervisão geral do processo de relatórios contábeis. Para algumas entidades emalgumas circunstâncias, os responsáveis pela governança podem incluir pessoal daadministração, por exemplo, membros executivos de um conselho de administração de umaentidade do setor público ou privado, ou um sócio-diretor.” (grifamos)

Na prática, os membros executivos do Conselho de Administração são considerados responsáveis pelagovernança.

4.1 - Objetivos do auditor 

De acordo com a NBC TA 580, em relação às representações formais, são objetivos do auditor:

- obter representações formais da administração, e quando apropriado, dos responsáveis pelagovernança, de que eles cumpriram com suas responsabilidades pela elaboração dasdemonstrações contábeis e pela integridade das informações fornecidas ao auditor;

- dar suporte a outras evidências de auditoria relevantes para as demonstrações contábeis ou para

afirmações específicas nas demonstrações contábeis por meio de representações formais, se o auditordeterminar que estas são necessárias ou se forem exigidas por outras normas de auditoria;

- reagir apropriadamente às informações contidas nas representações formais fornecidas;

- reagir prontamente caso a administração não forneça as representações solicitadas pelo auditor.

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4.3 - Representações formais sobre a responsabilidade da administração

A informação que deve constar da representação formal com esse objetivo deve ser a de que a

Administração cumpriu a sua responsabilidade pela elaboração das demonstrações contábeis de acordocom a estrutura de relatório financeiro aplicável.

Ainda que se tenha obtido, durante os trabalhos de auditoria, evidência de que a administração cumpriu essasresponsabilidades, é necessária a confirmação da administração, já que o auditor não é capaz de julgar essefato apenas com base em evidência de auditoria. É necessário que a administração afirme  que foramcumpridas.

Por exemplo, o auditor não poderia ter certeza de que a administração forneceu ao auditor todas asinformações, sem lhe perguntar e receber confirmação de que tais informações foram fornecidas. Ou de que aAdministração entende que forneceu.

As representações formais exigidas com essa finalidade se valem do reconhecimento e entendimentocombinados com a administração quanto às suas responsabilidades nos termos do trabalho de auditoria,solicitando a confirmação de que ela (administração) os cumpriu.

O auditor também pode pedir à administração que confirme o seu conhecimento e entendimento dessasresponsabilidades em representações formais, particularmente quando, por exemplo:- os que assinaram  os termos do trabalho de auditoria em nome da entidade  já não têm  maisresponsabilidades relevantes;- há qualquer indicação de que a administração entendeu erroneamente essas responsabilidades.

Em resumo: o auditor deve solicitar à administração que forneça representação formal no sentido de que:

1 - forneceu  ao auditor todas as informações e permitiu  os acessos  necessários, conforme termos dotrabalho de auditoria;2 - todas as transações foram registradas e estão refletidas nas demonstrações contábeis.

Outra finalidade das representações formais é o suporte de evidências de auditoria. Vamos tratar disso aseguir.

4.4 - Representações formais como evidência de auditoria

Evidência de auditoria é a informação usada pelo auditor para chegar às conclusões nas quais se baseia oseu relatório de auditoria, segundo a NBC TA 500 – Evidência de Auditoria, vista na aula 03.

O trabalho principal do auditor é aplicar os procedimentos de auditoria necessários à obtenção de evidências,a fim de serem utilizadas como base para a emissão de sua opinião.

Se as representações formais são documentos que o auditor exige, por entender como necessários à formaçãode sua opinião, então as respostas às indagações são evidências de auditoria. Assim, podemos consideraras representações formais como evidências de auditoria.

Podemos dizer que são importantes fontes de evidência, pois se a administração não fornecê-las, o auditorpode entender  o fato como indício  de que possam existir problemas  que a administração está tentandoesconder.

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Além disso, a solicitação de representações formais ao invés de verbais pode levar a administração aconsiderar os assuntos com mais rigor e a elaborar sua resposta com mais cuidado, aumentando com isso aqualidade das informações apresentadas. Isso é normal: qual de nós não capricha mais ao responder umquestionamento se for por escrito?

Mas atenção para um alerta constante da própria NBC TA 580: as representações formais, sozinhas, nãofornecem evidência de auditoria apropriada (qualidade) e suficiente (quantidade) a respeito dos assuntos porelas tratados.

Outro aspecto importante: o fato de a administração ter fornecido representações formais confiáveis nãoafeta  a natureza ou extensão de outras evidências  de auditoria que o auditor tenha obtido a respeito daresponsabilidade da administração ou de outras afirmações específicas.

4.5 - Data e período abrangido pelas representações

Em relação à data das representações formais, houve uma mudança substancial  em relação às normasantigas. A NBC T-11.17 (revogada) previa que a carta de responsabilidade cujas Demonstrações Contábeisestavam sendo auditadas tivesse a mesma data do parecer dos auditores independentes.

De acordo com a NBC TA 580, a data das representações formais deve ser tão próxima quantopraticável, mas não posterior à data do relatório do auditor sobre as demonstrações contábeis, e que asrepresentações formais devem ser relativas a todas as demonstrações contábeis e períodos mencionados norelatório do auditor (lembrem-se de que as novas normas não tratam mais de parecer, mas sim de relatório).

A data das representações formais deve ser tão próxima quanto praticável, mas não posterior à datado relatório do auditor sobre as demonstrações contábeis.

Ou seja: obrigatoriamente, as representações não podem ser posteriores à data do relatório do auditor.

O motivo da definição dessa data é que, como  as representações formais são evidências  de auditorianecessárias, a opinião do auditor não pode ser expressa e o relatório não pode ser datado, antes da data dasrepresentações formais.

Ou seja: obrigatoriamente, as representações não podem ser posteriores à data do relatório do auditor.

Além disso, como o auditor está interessado em eventos que ocorram até a data do seu relatório e quepossam exigir ajuste ou divulgação nas demonstrações contábeis, as representações formais são datadas omais próximo possível da data do seu relatório, mas não após o relatório.

Em algumas circunstâncias, pode ser apropriado que o auditor obtenha representação formal durante aexecução dos trabalhos de auditoria. Nesse o caso, pode ser necessário solicitar uma representação formalatualizada.

As representações  formais são referentes a  todos os períodos  mencionados no relatório  do auditor,porque a administração precisa reafirmar que as representações formais anteriores sobre períodos anteriorescontinuam apropriadas.

Problema prático: podem surgir situações em que a administração não esteve presente durante todos osperíodos mencionados no relatório do auditor, e tais pessoas podem afirmar que não estão em posição defornecer algumas ou todas as representações formais porque não estavam presentes durante o período.

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Este fato não diminuiu a responsabilidade de tais pessoas pelas demonstrações contábeis como um todo, eainda assim se aplica a exigência de que o auditor solicite delas representações formais que abranjam todosos períodos apresentados e cobertos no seu relatório.

4.6 - Dúvida quanto à confiabilidade das representações

Se o auditor tem preocupação  a respeito da competência, integridade, valores éticos ou diligência daadministração, deve avaliar o efeito  que tais preocupações  podem ter sobre  a confiabilidade dasrepresentações (verbais ou escritas) e da evidência de auditoria em geral.

Essas preocupações podem fazer o auditor concluir que o risco de representação errônea da administraçãonas demonstrações contábeis é tal que a auditoria não pode ser conduzida.

O auditor pode considerar retirar-se do trabalho, quando essa retirada for possível, a menos que os

responsáveis pela governança tenham adotado medidas corretivas, que podem, todavia, não ser suficientespara possibilitar ao auditor a emissão de relatório de auditoria sem modificações (opinião não modificada).

Em particular, se  as representações formais forem incompatíveis com outras evidências  de auditoria, oauditor deve executar procedimentos de auditoria para tentar solucionar o assunto.

Se o assunto não for solucionado, o auditor deve reconsiderar a avaliação da administração, e determinar oefeito que isso pode ter sobre a confiabilidade das representações e da evidência de auditoria em geral.

No caso de incompatibilidades identificadas entre uma ou mais representações formais e a evidência deauditoria obtida de outra fonte, o auditor pode considerar que a avaliação dos riscos se tornou inapropriada.

Assim, deve rever a avaliação de riscos  e determinar a natureza, época e extensão de procedimentosadicionais de auditoria para responder aos riscos avaliados.

Se  o auditor concluir  que as representações formais não são confiáveis, deve tomar ações apropriadas,inclusive determinar o possível efeito na sua opinião no relatório de auditoria.

4.7 - Representações solicitadas e não fornecidas

E se a administração não apresentar a representação formal exigida?

Se a administração não fornecer uma ou mais das representações formais solicitadas, o auditor deve:

(a) discutir o assunto com a administração;(b) reavaliar  a integridade da administração  e avaliar  o efeito que isso pode ter sobre aconfiabilidade das representações (verbais ou escritas) e da evidência de auditoria em geral; e(c) tomar ações apropriadas, determinando o possível efeito sobre a sua opinião no relatório deauditoria.

Adicionalmente, de acordo com a NBC TA 580, o auditor deve abster-se de emitir opinião no relatóriosobre as demonstrações contábeis se:

(a) existir dúvida suficiente a respeito da integridade da administração, de tal modo que asrepresentações formais não sejam confiáveis; ou(b) a administração não fornecer as representações  formais relacionadas àsresponsabilidades da administração.

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Ou seja: a não apresentação  de uma representação formal exigida leva  à emissão de uma opiniãomodificada no relatório do auditor independente, no caso, uma abstenção de opinião. 

Isso porque, como já explicado, o auditor não é capaz de julgar apenas com base em outras evidências deauditoria se a administração cumpriu com as responsabilidades. Portanto, o auditor não tem condição deobter evidência de auditoria apropriada e suficiente nesse sentido. Os possíveis efeitos sobre asdemonstrações contábeis de tal limitação não se limitam a elementos, contas ou itens específicos dasdemonstrações contábeis e, portanto, estão disseminados, o que levaria à abstenção de opinião.

4.8 - Outras representações formais

Além da representação formal tratada até o momento, o auditor pode considerar necessário solicitar outrasrepresentações formais sobre as demonstrações contábeis, que podem suplementar, mas não fazer parte da

representação formal principal.Essas representações suplementares podem incluir representações, por exemplo, sobre se a seleção e aaplicação das políticas contábeis são apropriadas.

A seguir, apresentamos um exemplo de carta de representação, incluindo representações  formais,constante da NBC TA 580, para vocês terem uma ideia de como são.

(Papel Timbrado da Entidade, no exemplo, Cia ABC)(Data)

Destinatário (Nome do Auditor)

Esta carta de representação é fornecida em conexão com a sua auditoria das demonstrações contábeis daCompanhia ABC para o ano findo em 31 de dezembro de 20XX(*) com o objetivo de expressar umaopinião se as demonstrações contábeis foram apresentadas adequadamente, em todos os aspectosrelevantes, em conformidade com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

Para fins de identificação, as demonstrações contábeis examinadas por V. Sas. apresentam os seguintesvalores básicos:

X1 R$ / X2 R$Total do ativoTotal das exigibilidadesPatrimônio Líquido

Lucro líquido do exercício findo em

Confirmamos que (com base em nosso melhor entendimento e opinião, depois de feitas as indagaçõesque consideramos necessárias para o fim de nos informarmos apropriadamente):

Demonstrações contábeis

Cumprimos nossas responsabilidades como definidas nos termos do trabalho de auditoria datado de[inserir data], pela elaboração das demonstrações contábeis de acordo com as práticas contábeis adotadasno Brasil e, em particular, que as demonstrações contábeis foram apresentadas adequadamente emconformidade com essas práticas.

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Os pressupostos significativos utilizados por nós ao fazermos as estimativas contábeis, inclusive aquelasavaliadas pelo valor justo, são razoáveis (NBC TA 540).

Os relacionamentos e transações com partes relacionadas foram apropriadamente contabilizados edivulgados em conformidade com as práticas contábeis adotadas no Brasil (ver também NBC TA 550 –Partes Relacionadas).

Todos os eventos subseqüentes à data das demonstrações contábeis e para os quais as práticas contábeisadotadas no Brasil exigem ajuste ou divulgação foram ajustados ou divulgados (ver também NBC TA560 – Eventos Subsequentes).

Os efeitos das distorções não corrigidas são irrelevantes, individual e agregadamente para asdemonstrações contábeis como um todo. Uma lista das distorções não corrigidas está anexa a esta cartade representação (ver também NBC TA 450).

[Quaisquer outros assuntos que o auditor possa considerar apropriados (ver item A11 desta Norma).]

Informações fornecidas

Nós lhes fornecemos:•  acesso a todas as informações das quais estamos cientes que são relevantes para a elaboração das

demonstrações contábeis, tais como registros e documentação, e outros;•  informações adicionais que V. Sas. nos solicitaram para o propósito da auditoria; e•  acesso irrestrito a pessoas dentro da entidade das quais V. Sas. determinaram necessário obter

evidência de auditoria.

Todas as transações foram registradas na contabilidade e estão refletidas nas demonstrações contábeis.

Divulgamos a V. Sas. os resultados de nossa avaliação do risco de que as demonstrações contábeispossam ter distorção relevante como resultado de fraude (NBC TA 240).

Divulgamos a V. Sas. todas as informações relativas à fraude ou suspeita de fraude de que temosconhecimento e que afetem a entidade e envolvam:

•  administração;•  empregados com funções significativas no controle interno; ou•  outros em que a fraude poderia ter efeito relevante sobre as demonstrações contábeis (NBC TA

240).

Divulgamos a V. Sas. todas as informações relativas a alegações de fraude ou suspeita de fraude queafetem as demonstrações contábeis da entidade, comunicadas por empregados, antigos empregados,analistas, reguladores ou outros (NBC TA 240).

Divulgamos a V. Sas. todos os casos conhecidos de não conformidade ou suspeita de não conformidadecom leis e regulamentos, cujos efeitos devem ser considerados na elaboração de demonstrações contábeis(NBC TA 250).

Divulgamos aos senhores a identidade das partes relacionadas e todos os relacionamentos e transaçõescom partes relacionadas das quais temos conhecimento (NBC TA 550).

[Quaisquer outros assuntos que o auditor possa considerar necessário (ver item A13 desta Norma)].

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Assinaturas (Presidente (ou principal executivo), Diretor Financeiro e Contador)

(*) Adaptar no caso de incluir mais de um período. 

5. Documentação de auditoria

A Resolução CFC nº 1.206/09, que aprovou a NBC TA 230, trata da responsabilidade do auditor naelaboração da documentação de auditoria para a auditoria das demonstrações contábeis.

Não trata do termo “papéis de trabalho”, embora o cite na definição de documentação de auditoria, daseguinte forma: “registro dos procedimentos de auditoria executados, da evidência de auditoria relevanteobtida e conclusões  alcançadas pelo auditor (usualmente também é utilizada a expressão “papéis detrabalho)”.

Ou seja: todas as atividades de um trabalho de auditoria devem ser registradas por meio da documentaçãode auditoria (procedimentos, evidências e conclusões). 

Segundo a norma, a documentação de auditoria fornece:

(a) evidência da base do auditor para uma conclusão quanto ao cumprimento do objetivo global doauditor (conforme NBC TA 200); e

(b) evidência de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas deauditoria e exigências legais e regulamentares aplicáveis.

Além da finalidade principal da documentação de auditoria, podemos relacionar várias finalidades

adicionais, que incluem:

- assistir a equipe de trabalho no planejamento e execução da auditoria;- assistir aos membros da equipe responsáveis pela direção, supervisão e revisão, com vistas aocontrole de qualidade da Auditoria;- permitir responsabilização da equipe de trabalho;- manter registro de assuntos recorrentes para auditorias futuras;- permitir a condução de inspeções externas.

A documentação de auditoria fornece:(a) base para conclusão quanto ao cumprimento do objetivo global do auditor; e(b) evidência de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas. 

A elaboração tempestiva de documentação  de auditoria suficiente (em quantidade) e apropriada (emqualidade) aprimora a qualidade da auditoria e facilita a revisão e a avaliação eficazes da evidência e dasconclusões obtidas antes da finalização do relatório do auditor.

Atenção para a informação: a documentação elaborada após a execução do trabalho de auditoria tende aser menos precisa do que aquela elaborada no momento em que o trabalho é executado.

5.1 - Objetivo do auditor

Em relação à documentação de auditoria, o objetivo do auditor é preparar documentação que forneça:

a)  registro suficiente e apropriado do embasamento do relatório do auditor; e

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b)  evidências de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas e asexigências legais e regulamentares aplicáveis.

5.2 - Forma, conteúdo e extensão da documentação de auditoria

O auditor deve preparar documentação de auditoria que seja suficiente para permitir que um auditor experiente, sem nenhum envolvimento anterior com a auditoria, entenda:

(a) a natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria executados;

(b) os resultados dos procedimentos de auditoria executados e a evidência de auditoria obtida; e

(c) assuntos significativos identificados durante a auditoria, as conclusões obtidas a respeito deles e 

os julgamentos profissionais significativos exercidos para chegar a essas conclusões.O auditor pode considerar útil preparar, como parte da documentação de auditoria, um resumo (conhecidotambém como memorando de conclusão) que descreva os assuntos significativos identificados durante aauditoria e como eles foram tratados.

O memorando de conclusão  pode facilitar revisões e inspeções  da documentação de auditoria,particularmente nas auditorias mais complexas, além de possibilitar suporte ao auditor na consideração dosassuntos mais significativos.

A forma, o conteúdo e a extensão da documentação de auditoria dependem de fatores como:

- tamanho e complexidade da entidade;- natureza dos procedimentos de auditoria a serem executados;- riscos identificados de distorção relevante;- importância da evidência de auditoria obtida;- metodologia e as ferramentas de auditoria usadas.

Um fator importante  na determinação da forma, conteúdo e extensão da documentação de auditoria é aextensão do julgamento profissional exercido na execução do trabalho e avaliação dos resultados.

A documentação das decisões profissionais tomadas serve para explicar as conclusões do auditor ereforçar a qualidade  da decisão, sendo de grande interesse para os responsáveis pela revisão dadocumentação, inclusive para os que conduzirem auditorias subsequentes na empresa, quando forem rever

assuntos recorrentes.

A documentação de auditoria pode ser registrada em papel, formato eletrônico ou outros. Exemplos dedocumentação de auditoria incluem:

- programas de auditoria;- análises;- memorandos de assuntos do trabalho;- resumos de assuntos significativos;- cartas de confirmação e representação;- listas de verificação;- correspondências (inclusive email) referentes a assuntos significativos.

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O auditor pode incluir resumos ou cópias de registros da entidade (por exemplo, contratos e acordosespecíficos) como parte da documentação de auditoria. Mas atenção: a documentação de auditoria nãosubstitui os registros contábeis da entidade.

O auditor não precisa incluir  na documentação de auditoria versões superadas  de papéis de trabalho edemonstrações contábeis, notas que reflitam entendimento incompleto ou preliminar, e outros documentosque não tem relevância para os trabalhos, ou que estejam desatualizados.

Vou fazer uma pergunta que pode parecer óbvia, mas que, numa questão de concurso, poderia deixar muitoscandidatos em dúvida:

- Explicações verbais podem suportar as conclusões obtidas?

De acordo com a NBC TA 580, explicações verbais do auditor não representam documentação adequada 

para o trabalho executado pelo auditor ou para as conclusões obtidas, mas podem ser usadas para explicarou esclarecer informações contidas na documentação de auditoria.

Ao documentar a natureza, a época e a extensão dos procedimentos de auditoria executados, o auditor deveregistrar:

(a) itens ou assuntos testados;(b) quem executou o trabalho e a data em que foi concluído; e(c) quem revisou o trabalho e a data e extensão de tal revisão.

5.3 - Montagem do arquivo final de auditoria

O auditor deve montar a documentação em arquivo de auditoria e completar o processo após a data dorelatório do auditor.

A NBC PA 01, que trata do controle de qualidade para Firmas (Pessoas Jurídicas e Físicas) de AuditoresIndependentes, determina que um limite de tempo apropriado para concluir a montagem do arquivo finalde auditoria geralmente não ultrapassa 60 dias após a data do relatório do auditor.

A conclusão da montagem do arquivo final de auditoria após a data do relatório do auditor é um processoadministrativo que não envolve a execução de novos procedimentos de auditoria nem novas conclusões.

Contudo, modificações podem ser feitas  na documentação de auditoria durante  o processo final demontagem se essas forem de natureza administrativa. Por exemplo:

- apagar ou descartar documentação superada;- selecionar, conferir e acrescentar referências aos documentos;- conferir itens das listas de verificação evidenciando ter cumprido os passos relativos ao processo demontagem do arquivo;- documentar evidência de auditoria que o auditor obteve, discutiu e com a qual concordou junto àequipe, antes da data do relatório de auditoria.

Após a montagem do arquivo final de auditoria ter sido completada, o auditor não apaga nem descartadocumentação  de auditoria de qualquer natureza antes do fim do seu período de guarda dessadocumentação.

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A NBC PA 01  estabelece que o período de retenção  da documentação de auditoria geralmente não éinferior a cinco anos a contar da data do relatório do auditor.

O período de retenção da documentação de auditoria geralmente não é inferior a cinco anos a contar dadata do relatório do auditor.

Se o auditor julgar  necessário modificar a documentação  de auditoria existente ou acrescentar novadocumentação de auditoria após a montagem do arquivo final de auditoria, deverá documentar:

(a) as razões específicas para a modificação; e(b) quando e por quem foram executados e revisados.

Por exemplo: necessidade de esclarecimento da documentação de auditoria existente em resposta acomentários recebidos durante as inspeções de monitoramento executadas por partes internas ou externas.

5.4 - Assuntos surgidos após a data do relatório do auditor

São fatos que chegaram ao conhecimento do auditor após a data do seu relatório, mas que existiam naqueladata e que, se conhecidos na data, poderiam ter causado correções nas demonstrações contábeis ou levado oauditor a modificar o seu relatório.

As modificações resultantes na documentação de auditoria são revisadas de acordo com as responsabilidadesde revisão, e a responsabilidade final pelas mudanças cabe ao sócio do trabalho.

6. Princípios de Contabilidade (Resolução CFC nº 750/93 e nº 1282/10)

Em cada uma das ciências são definidos princípios que servem de base para a orientação e condução dedeterminadas ações. Com a Contabilidade, como ciência, não poderia ser diferente.

Segundo Attie (2010), Princípios de Contabilidade são “os preceitos resultantes do desenvolvimento daaplicação prática dos princípios técnicos emanados da Contabilidade, de uso predominante no meio em quese aplicam, proporcionando interpretação uniforme das demonstrações financeiras”.

Ou seja, os princípios contábeis permitem aos usuários fixar padrões de comparação e de credibilidade, emfunção do reconhecimento dos critérios adotados na elaboração das demonstrações contábeis.

A Resolução CFC n.º 750/93, alterada pela Resolução CFC nº. 1.282/10 (que, dentre outras mudanças,alterou a denominação de Princípios Fundamentais de Contabilidade – PFC – para a nomenclatura atual),

relacionou os Princípios de Contabilidade (PC), estabelecendo que sua observância é obrigatória  noexercício da profissão e constitui condição de legitimidade das Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC).

Segundo a norma, na aplicação dos Princípios de Contabilidade devem ser consideradas as situaçõesconcretas, sendo que a essência das transações deve prevalecer sobre seus aspectos formais.

6.1 - Conceito e enumeração

Segundo o CFC, os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias relativas àCiência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos universos científico e profissionalde nosso País. Concernem, pois, à Contabilidade no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é opatrimônio das entidades.

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O Art. 3º da Resolução nº 750/93 estabelece os seguintes Princípios de Contabilidade:

- o da ENTIDADE - o da CONTINUIDADE;- o da OPORTUNIDADE;- o do REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL;- o da COMPETÊNCIA; e- o da PRUDÊNCIA.

Antes de falarmos de cada um deles, cabe lembrar que não há mais o Princípio da Atualização Monetária,que foi revogado pela Resolução nº 1.282/10.

6.2 - Princípio da Entidade

O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomiapatrimonial, a necessidade da diferenciação de um Patrimônio particular no universo dos patrimôniosexistentes, independentemente de pertencer a pessoa, conjunto de pessoas, sociedade ou instituição dequalquer natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos.

Assim, segundo este princípio, o Patrimônio não se confunde com  aqueles dos seus sócios  ouproprietários, no caso de sociedade ou instituição.

O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregaçãocontábil de patrimônios autônomos não resulta em nova ENTIDADE, mas numa unidade de naturezaeconômico-contábil.

Assim, podemos concluir que o cerne do princípio da Entidade está na autonomia do patrimônio a elapertencente, afirmando que o patrimônio deve revestir-se do atributo de autonomia em relação a todos osoutros Patrimônios existentes, pertencendo a uma Entidade, no sentido de sujeito suscetível à aquisição dedireitos e obrigações.

Por fim, cabe esclarecer que o Patrimônio pode ser decomposto em partes, segundo os mais variadoscritérios, mas nenhuma classificação resultará em novas Entidades.

6.3 - Princípio da Continuidade

O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a

mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância.

A situação limite na aplicação do princípio da Continuidade é aquela em que há a completa cessação dasatividades da Entidade. Nessa situação, determinados ativos, como, por exemplo, os valores diferidos,deixarão de serem assim considerados, passando à condição de despesas (não há possibilidade derecuperação).

6.4 - Princípio da Oportunidade

O Princípio da Oportunidade refere-se ao processo de mensuração e apresentação dos componentespatrimoniais para produzir informações íntegras e tempestivas.

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A falta de integridade e tempestividade na produção e na divulgação da informação contábil pode ocasionara perda de  sua relevância, por isso é necessário ponderar  a relação entre a oportunidade e  aconfiabilidade da informação.

A falta de integridade e tempestividade pode ocasionar perda de sua relevância, por isso é necessárioponderar a relação entre oportunidade e confiabilidade da informação.

O princípio da Oportunidade abarca dois aspectos distintos, embora complementares: a integridade  e atempestividade, razão pela qual alguns doutrinadores preferem chamá-lo de princípio da Universalidade.Como essa denominação não está presente na Resolução 750/93, para nossa prova, ficaremos comOportunidade mesmo. 

6.5 - Princípio do Registro pelo Valor Original

O Princípio do Registro pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem serinicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em moeda nacional.

As seguintes bases de mensuração  desses componentes devem ser utilizadas em graus distintos ecombinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:

I – Custo histórico. Os ativos  são registrados pelos valores pagos ou a serem pagos  em caixa ouequivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que são entregues para adquiri-los na data daaquisição. Os passivos  são registrados pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca daobrigação ou, em algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais serãonecessários para liquidar o passivo no curso normal das operações; e

II – Variação do custo histórico. Uma vez integrado ao patrimônio, os componentes patrimoniais, ativose passivos, podem sofrer variações decorrentes dos seguintes fatores:

a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, osquais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equivalentes fossem adquiridos na data ou no períododas demonstrações  contábeis. Os passivos  são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes decaixa, não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação  na data ou no período dasdemonstrações contábeis;

b) Valor realizável. Os ativos  são mantidos pelos valores  em caixa ou equivalentes de caixa, osquais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordenada. Os passivos são mantidos pelos valoresem caixa e equivalentes de caixa, não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar  ascorrespondentes obrigações no curso normal das operações da Entidade;

c) Valor presente. Os ativos  são mantidos pelo valor presente, descontado  do fluxo futuro deentrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no curso normal das operações da Entidade. Ospassivos  são mantidos pelo valor presente, descontado  do fluxo futuro de saída líquida de caixa que seespera seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da Entidade;

d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo liquidado, entrepartes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem favorecimentos; e

e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda nacional devemser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajustamento da expressão formal dos valores doscomponentes patrimoniais.

São resultantes da adoção da atualização monetária:

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I – a moeda, embora aceita universalmente como medida de valor, não representa unidade constante emtermos do poder aquisitivo;II – para  que a avaliação do patrimônio possa manter  os valores  das transações originais, é necessário

atualizar  em moeda nacional, a fim de que permaneçam substantivamente corretos os valores doscomponentes patrimoniais e, por consequência, o do Patrimônio Líquido;III – a atualização monetária não representa nova avaliação, mas tão somente o ajustamento dos valores originais para determinada data, mediante a aplicação de indexadores ou outros elementos aptos a traduzir avariação do poder aquisitivo da moeda nacional em um dado período.

6.6 - Princípio da Competência

O Princípio da Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos sejam reconhecidosnos períodos a que se referem, independentemente  do recebimento  ou pagamento, e pressupõe asimultaneidade da confrontação de receitas e de despesas correlatas.

A Competência é o princípio que estabelece quando determinado componente deixa de integrar o patrimôniopara transformar-se em elemento modificador do Patrimônio Líquido.

Entretanto, observem que não está relacionado com recebimentos e pagamentos, mas com o reconhecimentodas receitas geradas e das despesas incorridas no período.

6.7 - Princípio da Prudência

O Princípio da PRUDÊNCIA determina a adoção do menor valor para os componentes do ATIVO e domaior para os do PASSIVO, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas para a quantificaçãodas mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido.

Este princípio pressupõe o emprego de certo grau de precaução no exercício dos julgamentos necessários àsestimativas em certas condições de incerteza, no sentido de que ativos e receitas não sejam superestimados eque passivos e despesas não sejam subestimados, atribuindo maior confiabilidade  ao processo demensuração e apresentação dos componentes patrimoniais.

Mas atenção: segundo o CFC, a aplicação do princípio da Prudência não deve levar a excessos, a situaçõesclassificáveis como manipulações do resultado, com consequente criação de reservas ocultas. Pelo contrário,deve constituir garantia da inexistência de valores artificiais e impedir a prevalência de juízos puramentepessoais.

Ao finalizar o estudo dos Princípios de Contabilidade, faz-se necessário esclarecer que um eventual

comentário, no Relatório do auditor independente, sobre a observância desses princípios nas demonstraçõescontábeis, requer o exercício do julgamento profissional do auditor, no sentido de que estes encontremaceitação geral no meio em que se aplicam.

EXERCÍCIOS

1 - (ESAF / SUSEP / 2010) - Com relação aos níveis de relevância determinados em um processo deauditoria externa, é verdadeiro afirmar que:a) o processo de avaliação de relevância deve sempre considerar os níveis de risco e as distorçõesidentificadas, não sendo permitido considerar nos limites eventuais distorções não identificadas ouprojetadas.

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b) o auditor, em nenhuma hipótese, pode estabelecer nível de relevância abaixo dos determinados noplanejamento.c) não se devem considerar as avaliações de risco e relevância no seu conjunto, sendo sempre avaliadasindividualmente.d) os níveis de relevância estabelecidos no planejamento devem ser mantidos, independentemente dos fatoresencontrados, durante a realização dos trabalhos.e) se a administração da entidade auditada negar-se a ajustar as demonstrações contábeis e os procedimentosde auditoria adicionais, de forma a não permitir concluir que o montante agregado das distorções sejairrelevante, deve o auditor considerar os efeitos no seu parecer.

2- (ESAF / CGU/ 2012) - Para lidar com riscos avaliados de distorção relevante decorrente de fraude,o auditor independente pode lançar mão dos seguintes procedimentos de auditoria, exceto: a) Visitar locais ou executar certos testes de surpresa, sem anúncio prévio.b) Rever o nível e a adequação dos relatórios de gastos apresentados pela alta administração.

c) Executar procedimentos em contas ou outras conciliações elaboradas pela entidade.d) Testar a integridade de registros e operações processados em sistema computadorizado.e) Buscar evidências de auditoria adicionais em fontes fora da entidade sendo auditada.

3 - (ESAF / SUSEP / 2002) - Para o auditor independente, uma informação é relevante quando: a) sua omissão ou distorção puder influenciar nas decisões econômicas dos usuários, se estas forem tomadascom base nas demonstrações contábeis.b) a sua materialidade influenciar na tomada de decisões econômicas e financeiras dos usuários, tendo comobase de decisão o parecer da auditoria.c) a sua distorção influenciar em decisões econômicas ou financeiras tomadas pelos usuários, tendo comobase de juízo o parecer da auditoria independente.d) a sua omissão influenciar negativamente nas decisões tomadas com base nas demonstrações contábeis por

acionistas preferenciais ou pelos membros do Conselho de Administração.e) a sua subjetividade e distorção influenciar nas decisões financeiras dos acionistas controladores e demaisusuários, se tomadas com base nas demonstrações contábeis.

4 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Sempre que se apresentarem alternativas igualmente válidaspara a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido, deve-se adotar omenor valor para os componentes do Ativo e o maior valor para os componentes do Passivo. É comodetermina o princípio do (a):a) Registro pelo Valor Original.b) Prudência.c) Atualização Monetária.d) Competência.

e) Oportunidade.

5 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa Eletronics S.A. fabrica televisores de LCD deúltima geração. A garantia convencional é dada para três anos e a garantia oferecida é estendida paramais um ano mediante pagamento complementar. Como o custo é baixo, em 90% dos casos o clienteadquire. A empresa registra o valor da venda do televisor como receita de vendas e a garantiaestendida como receita de serviços, no resultado. Pode-se afirmar que, nesse caso, não está sendoatendido o princípio: a) da continuidade.b) do custo como base do valor.c) da competência.d) da neutralidade.e) da entidade.

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10 - (ESAF/ANEEL/Analista Administrativo/2006) - João Aniceto comprou um caminhão e, commuito esforço pessoal, pagou as prestações até a quitação final. Ao adquirir quotas de capital doMercadinho da Praça Limitada, Aniceto aceitou entregar o caminhão para integralizá-las, mascombinou com os outros sócios que queria usar o caminhão sempre que dele precisasse, já que foi ele,João, quem o adquiriu da Chevrolet, comprando-o e pagando-o até a quitação. O desejo de JoãoAniceto não pode ser atendido, porque o Mercadinho é uma sociedade empresária e tem que observaros princípios fundamentais de contabilidade. A regra que determina que o caminhão não é mais doJoão, mesmo que ele seja dono da empresa, é o princípio contábil da:A) continuidade.B) competência.C) oportunidade.D) prudência.E) entidade.

11- (ESAF / CVM / 2010) - Na elaboração da documentação de auditoria (Papéis de Trabalho), no quese refere à forma, ao conteúdo e a extensão, o auditor deve levar em conta os seguintes fatores, exceto: a) importância da evidência de auditoria obtida.b) tamanho e complexidade da entidade auditada.c) riscos identificados de distorções relevantes nas demonstrações contábeis.d) natureza dos procedimentos de auditoria a serem executados.e) volume dos recursos das transações auditadas.

12 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Compostos pela documentação preparada pelo auditor ou aele fornecida na execução da auditoria, os papéis de trabalho possuem as seguintes características,exceto: 

a) sua disponibilização a terceiros é permitida, desde que formalmente autorizada pela entidade auditada.b) apenas abrigam informações em papel, sendo vedadas as evidências obtidas por meios eletrônicos.c) sua confidencialidade é dever permanente do auditor.d) devem ser mantidos sob a custódia do auditor por um prazo de cinco anos, a partir da data de emissão doparecer.e) sua padronização não é obrigatória.

13 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - O auditor, ao realizar auditoria na empresa ConstruçãoS.A., aplicou todos os procedimentos de auditoria necessários ao trabalho, realizando os trabalhos emconformidade com as normas de auditoria. Ao solicitar a carta de responsabilidade da administraçãoda empresa, esta deve ser emitida na data: a) de encerramento das demonstrações contábeis.

b) do término dos relatórios de revisão.c) da publicação das demonstrações contábeis.d) de emissão do parecer dos auditores.e) em que o auditor finalizar os trabalhos em campo.

14 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Sempre que não possa ter expectativa razoável quanto àexistência de outra evidência de auditoria pertinente, deve o auditor obter declarações por escrito daadministração, sobre os assuntos significativos para as Demonstrações Contábeis, por meio da (o)chamada (o): a) Carta de Representação da Administração.b) Circularização dos Consultores Jurídicos.c) Carta de Responsabilidade da Administração.d) Termo de Diligência.

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e) Carta de Conforto.

15 - (ESAF / CGU / 2006)  - Segundo as Normas de Auditoria Independente das DemonstraçõesContábeis, o auditor deve adotar procedimentos apropriados para manter a custódia dos papéis detrabalho: a) pelo prazo de cinco anos, a partir da data de emissão do seu parecer.b) pelo prazo de três anos, a partir da data de emissão do seu parecer.c) pelo prazo de cinco anos, a partir da data de finalização da auditoria.d) pelo prazo de três anos, a partir da data de finalização da auditoria.e) pelo prazo de dois anos, a partir da data de finalização da auditoria.

16 - (ESAF / CGU / 2006) - Os papéis de trabalho são o conjunto de documentos e apontamentos cominformações e provas coligidas pelo auditor e que constituem a evidência do trabalho executado e ofundamento de sua opinião. Indique, entre as seguintes afirmativas, aquela que não se aplica aos

papéis de trabalho. a) Devem ser conservados em boa guarda pelo período de cinco anos a partir da data da emissão do parecer aque serviram de fundamento.b) Quando podem ser utilizados por mais de um período, são classificados como ‘permanentes’.c) Arquivos mantidos em meios ópticos ou magnéticos não podem ser classificados como papéis de trabalho.d) Devem conter informações relativas ao planejamento da auditoria.e) Podem ser padronizados ou não.

17 - (ESAF / AFRFB / 2003) - Dos objetivos a seguir relacionados, qual não corresponde aos objetivosdo auditor na obtenção da Carta de Responsabilidade da Administração.a) Atender às normas contábeis geralmente aceitas.b) Obter evidência auditorial por escrito.

c) Delimitar as responsabilidades do auditor e da administração.d) Dar mais confiabilidade às informações verbais obtidas.e) Atender às normas de auditoria independente.

18 - (ESAF/Pref. Natal/AFTM/2008/adaptada) - A empresa Documental S.A., tendo como objetivomanter um arquivo completo sobre o seu processo de auditoria, exige do auditor que forneça cópia detodos os seus arquivos eletrônicos e documentação de auditoria elaborados durante a execução de seusserviços. Pode-se afirmar que:A) a referida solicitação é pertinente, uma vez que a empresa também é responsável pela guarda e sigilo dadocumentação de auditoria.B) a solicitação da empresa é indiferente, pois a documentação de auditoria é de acesso público, conformedeterminado por resolução da Comissão de Valores Mobiliários.

C) é indevida a solicitação, visto que a guarda e sigilo da documentação de auditoria são de responsabilidadedo auditor.D) é permitido à empresa solicitar a documentação de auditoria, visto estar sujeita a questionamentos porparte dos acionistas ou de terceiros.E) a solicitação é irregular, já que em nenhuma hipótese a documentação de auditoria pode serdisponibilizada, seja para a empresa seja para qualquer usuário.

19 - (ESAF/SEFAZ-MG/2005/adaptada) - O não fornecimento, pela administração da empresaauditada, das Representações Formais exigidas ao auditor independente caracteriza:A) limitação de escopo.B) impossibilidade de auditoria.C) suspensão da auditoria.D) fraude em auditoria.

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E) a renúncia ao trabalho.

20 - (ESAF/SEFAZ-MG/2005/adaptada) - O auditor, ao não solicitar representações formais relativasàs responsabilidades da administração à empresa auditada, não estaria atendendo:A) ao conteúdo da documentação de auditoria.B) aos princípios contábeis brasileiros.C) ao processo de emissão de parecer adequado.D) às demonstrações contábeis.E) aos procedimentos ligados aos testes de superavaliação.

21 - (ESAF/SEFAZ-MG/2005/adaptada) - A representação formal da Administração deve ser emitidacom data:A) do encerramento das demonstrações contábeis.B) em que for redigida e emitida pela administração.

C) em que o auditor iniciou os trabalhos na entidade.D) tão próxima quanto praticável, mas não posterior à data do relatório do auditor.E) da publicação das demonstrações contábeis.

22 - (ESAF / AFRFB / 2003 / Adaptada) - A representação formal deve ser emitida pelosadministradores da empresa auditada e datada com:A) a mesma data das demonstrações contábeis elaboradas pela empresa.B) a data em que a administração efetivamente emitir a carta e assinar.C) com data tão próxima quanto praticável, mas não posterior à data do relatório do auditor.D) a mesma data da publicação das demonstrações contábeis nos jornais.E) a data que a empresa de auditoria solicitar que seja emitida.

23 - (FCC / TCE-PR / 2011) - Sobre os papéis de trabalho é correto afirmar que são:(A) de propriedade da empresa ou órgão auditado.(B) documentos elaborados pelo auditor na fase que antecede o planejamento da auditoria.(C) o conjunto de formulários que contém os apontamentos obtidos pelo auditor durante o seu exame.(D) as atividades desempenhadas por cada integrante do grupo de auditoria.(E) os documentos, selecionados pelo auditor, que devem ficar arquivados por, pelo menos, dez anos após aemissão do parecer de auditoria.

24 - (FCC / COPERGÁS / 2011) – Segundo a NBC TA 200, que trata dos objetivos gerais do auditorindependente, (A) o auditor deve ter um nível absoluto de segurança de que as demonstrações contábeis como um todoestão livres de distorção relevante, já que a maioria das evidências de auditoria nas quais o auditor baseia sua

opinião é conclusiva.(B) a adequação das evidências de auditoria é a medida da quantidade da evidência de auditoria.(C) a suficiência da evidência de auditoria é a medida da qualidade da evidência de auditoria.(D) a crença de que a administração e os responsáveis pela governança são honestos e têm integridadedispensa a necessidade de o auditor manter o ceticismo profissional ao conduzir a auditoria.(E) as distorções das demonstrações contábeis são consideradas relevantes pelo auditor se for razoávelesperar que elas influenciem as decisões econômicas dos usuários tomadas com base nas demonstraçõescontábeis.

25 - (FCC / ISS-SP / 2012) - A carta de responsabilidade da administração da empresa auditadaresponsabiliza: A) a diretoria financeira e a de controladoria.B) o conselho de administração e o conselho fiscal.

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C) a diretoria executiva.D) o conselho de administração.E) a governança e a administração.

26 - (FCC / TRE-CE / 2012) - A empresa Resistente S.A. não concordou em apresentar a carta deresponsabilidade da administração. Nesse caso, o auditor:A) não deve aceitar o trabalho, em qualquer situação, ainda que exigido por lei.B) deve denunciar a empresa aos órgãos competentes e recusar a auditoria.C) deve aceitar o trabalho, estabelecendo a limitação de escopo e evidenciando a recusa no relatório daauditoria.D) não deve aceitar o trabalho a menos que seja exigido por lei ou regulamento.E) deve ressalvar o parecer, apresentando nota de ênfase em qualquer situação.

27 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2011) - Segundo a metodologia de mercado e as boas práticas

de auditoria, os papéis de trabalho podem ser classificados, quanto à sua natureza, em dois tipos:permanentes e correntes. São exemplos de papéis de trabalho permanentes, EXCETO:a)  as atas das reuniões de assembléia geral extraordinária.b)  as cópias do estatuto ou contrato social da empresa.c)  os manuais de procedimentos internos.d)  a legislação específica aplicável ao negócio da empresa auditada.e)  a revisão analítica das contas contábeis.

28 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2011) - De acordo com uma das normas de auditoria, o auditordeve elaborar papéis de trabalho que suportem sua opinião para emissão do parecer final. Os papéisde trabalho representam a (o): a)  marca e a metodologia da equipe de auditoria responsável pelo trabalho.

b) 

autorização prévia da alta administração para realização da auditoria.c)  dever de cada membro da equipe de auditoria dentro do trabalho realizado.d)  registro de todas as evidências obtidas ao longo da execução da auditoria.e)  controle e gerenciamento dos riscos inerentes ao processo de auditoria.

GABARITO1 – E 2 - B 3 - A 4 - B5 - C 6 – D 7 - E 8 - E9 - D 10 - E 11 - E 12 - B

13 - D 14 - C 15 - A 16 - C17 - A 18 - C 19 - A 20 - A21 - D 22 - C 23 - C 24 - E

25 - E 26 – D 27 - E 28 - D

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AULA 07: Utilização de trabalhos da auditoria interna. Uso de trabalhos técnicos de especialistas.Eventos Subsequentes. Continuidade Operacional. Auditoria de estimativas Contábeis. Contingências.

1. Uso do trabalho de outros profissionais

Na realização dos trabalhos de auditoria independente, o auditor poderá utilizar trabalhos anteriores de outrosprofissionais, de acordo com certas regras a serem seguidas, sempre com vista do objetivo principal doauditor independente, que é o de emitir uma opinião sobre as demonstrações contábeis da empresa auditada.

Os trabalhos que podem ser utilizados e que são cobrados em prova são os de outros auditoresindependentes, os da auditoria interna, e o de especialistas. Vamos estudar essa utilização nos tópicos a

seguir.1.1 - Trabalho de outro auditor independente

O auditor deve fazer menção em seu relatório, caso utilize o trabalho de outro auditor. De acordo comAlmeida (2010), esse fato ocorre com frequência quando sociedades investidas, cujos investimentos sãoavaliados pelo método de equivalência patrimonial (MEP), são auditadas por outros auditores.

Nesse sentido, o auditor principal deve efetuar procedimentos para obter evidência de auditoria suficiente deque o trabalho efetuado pelo outro auditor está adequado para as finalidades do auditor principal.

A NBC TA 600 – Considerações Especiais – Auditorias de Demonstrações Contábeis de Grupos, Incluindo o

Trabalho dos Auditores dos Componentes – traz considerações especiais aplicáveis às auditorias de grupos,em particular aquelas que envolvem auditores de componente.

Componente, segundo a norma, é uma entidade ou atividade de negócios para a qual a administração dogrupo ou dos componentes elabora informações  contábeis que devem ser incluídas  nas demonstrações contábeis do grupo.

A NBC TA 600 pode ser útil ao auditor independente quando este envolver outros auditores na auditoria dedemonstrações contábeis que não são demonstrações contábeis de grupos. Por exemplo, o auditor podeenvolver outro auditor para observar a contagem de estoques ou fazer a inspeção física de ativos fixos emlocal remoto.

De qualquer forma, esse envolvimento não modifica a responsabilidade  do auditor em relação aostrabalhos desenvolvidos.

Com relação a essa responsabilidade, segundo a norma, o sócio encarregado  do trabalho do grupo éresponsável pela direção, supervisão, execução e desempenho do trabalho  de auditoria do grupo, emconformidade com as normas técnicas e profissionais, assim como exigências legais e regulamentaresaplicáveis, e se o relatório de auditoria emitido é ou não apropriado nas circunstâncias.

Como resultado, o relatório de auditoria sobre as demonstrações contábeis do grupo não deve se referirao auditor do componente. Se tal referência for requerida por lei ou regulamento, o relatório do auditordeve indicar que  a referência não diminui a responsabilidade  do sócio encarregado ou da firmaencarregada do trabalho do grupo e pela opinião de auditoria do grupo.

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1.2 - Trabalho do Auditor Interno

A norma referente ao assunto é a NBC TA 610, aprovada pela Resolução CFC nº. 1.229/09, que trata daresponsabilidade do auditor externo (independente) em relação ao trabalho dos auditores internos, quando oauditor independente observar  que existe a probabilidade de que a função de auditoria interna  sejarelevante para a auditoria independente.

Isso ocorre quando a natureza das responsabilidades e atividades da função de auditoria interna estiverrelacionada com os relatórios contábeis  da entidade e  se o auditor independente espera utilizar  otrabalho dos auditores internos para modificar a natureza, época ou reduzir a extensão dos procedimentos de auditoria a serem executados.

A utilização do trabalho dos auditores internos pode levar o auditor independente a rever a sua avaliaçãodos riscos de distorção relevante.

Atenção: a Norma não trata dos casos em que auditores internos atuam na assistência direta do auditorindependente na aplicação de procedimentos de auditoria.

A relação entre a função de auditoria interna e o auditor independente possui as seguintes características:

- os objetivos da função de auditoria interna são determinados pela administração e, quando aplicável,pelos responsáveis pela governança. Embora os objetivos da função de auditoria interna e o do auditorindependente sejam diferentes, os meios utilizados pela auditoria interna e pelo o auditor independente paraalcançar seus respectivos objetivos podem ser semelhantes.

- Independentemente do grau de autonomia e de objetividade da função de auditoria interna, tal função não

é independente da entidade, como é exigido do auditor independente quando ele expressa uma opiniãosobre as demonstrações contábeis. O auditor independente assume integral responsabilidade pela opiniãode auditoria expressa e essa responsabilidade do auditor independente não é reduzida pela utilização dotrabalho feito pelos auditores internos.

O auditor independente assume  integral responsabilidade  pela opinião de auditoria expressa e essaresponsabilidade do auditor independente não é reduzida pela utilização do trabalho feito pelos auditoresinternos.

Vamos relembrar que as funções de auditoria interna variam amplamente e dependem do tamanho e daestrutura da entidade e dos requerimentos da administração. As atividades da função de auditoria interna podem incluir um ou mais dos itens a seguir:

•  Monitoramento do controle interno.•  Exame das informações contábeis e operacionais.•  Revisão das atividades operacionais.•  Revisão da conformidade com leis e regulamentos.•  Gestão de risco.•  Governança.

Os objetivos do auditor independente, quando a entidade tiver a função de auditoria interna que o auditorindependente determinou como tendo a probabilidade de ser relevante para a auditoria, são:

(a) determinar se e em que extensão utilizar um trabalho específico dos auditores internos; e

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(b) caso utilize um trabalho específico da auditoria interna, determinar  se  o trabalho éadequado para os fins da auditoria.

Antes da utilização do trabalho dos auditores internos, o auditor independente deve determinar o efeito planejado do trabalho dos auditores internos na natureza, época ou extensão dos procedimentos do auditorindependente.

Para determinar  se é provável que o trabalho dos auditores internos  seja adequado para  os fins daauditoria, o auditor independente deve avaliar os seguintes fatores:

a) Objetividade 

•  a situação da função de auditoria interna na entidade e a capacidade dos auditores internos deserem objetivos;

• 

se a função de auditoria interna apresenta relatórios para os responsáveis pela governança;•  se estão livres de qualquer responsabilidade conflitante;•  se os responsáveis pela governança supervisionam a contratação de pessoas relacionadas com a

função de auditoria interna;•  se existem limitações ou restrições para a função de auditoria interna pela administração;•  se e em que extensão a administração age de acordo com as recomendações da auditoria;

b) Competência técnica

•  se os auditores internos são membros de órgãos profissionais;•  se têm competência e treinamento técnico adequados;•  se existem políticas estabelecidas para a contratação e o treinamento;

c) Zelo profissional

•  se as atividades da auditoria interna são planejadas, supervisionadas, revisadas e documentadasadequadamente;

•  a existência e a adequação de manuais de auditoria, de programas de trabalho e dadocumentação de auditoria interna.

d) Comunicação 

•  as reuniões são realizadas em intervalos apropriados durante todo o período;

• 

o auditor independente é informado sobre relatórios de auditoria interna; e•  o auditor independente informa os auditores internos sobre assuntos significativos que possam

afetar a auditoria interna.

Para que o auditor independente possa utilizar um trabalho específico dos auditores internos, deve avaliar eexecutar os procedimentos de auditoria nesse trabalho, para determinar a sua adequação.

A natureza, época e extensão desses procedimentos dependem  da avaliação dos riscos  de distorçãorelevante, da avaliação da auditoria interna e da avaliação do trabalho específico dos auditores internos.Esses procedimentos de auditoria podem incluir:

- exame dos itens já examinados pelos auditores internos;

- exame de outros itens semelhantes; e

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- observação dos procedimentos executados pelos auditores internos.

Para determinar a adequação de trabalhos específicos executados pelos auditores internos para os seusobjetivos como auditor independente, este deve avaliar se:

(a) o trabalho  foi executado  por auditores  internos que tenham competência  e treinamentotécnicos adequados;(b) o trabalho foi adequadamente supervisionado, revisado e documentado;(c) foi obtida evidência  de auditoria apropriada  para permitir que os auditores internosatinjam conclusões razoáveis;(d) as conclusões são apropriadas nas circunstâncias; e(e) quaisquer exceções  ou assuntos não usuais divulgados pelos auditores internos estãoresolvidos adequadamente.

Se o auditor independente usa um trabalho específico dos auditores internos, deve incluir na documentaçãode auditoria  as conclusões  atingidas relacionadas com a avaliação  da adequação do trabalho dosauditores internos.

1.3 - Trabalho de especialista de outra área

A Resolução CFC Nº. 1.230/09 aprovou a NBC TA 620, que trata da responsabilidade do auditor em relaçãoao trabalho  de pessoa ou organização em área de especialização  que não contabilidade ou auditoria,quando esse trabalho é utilizado para ajudar o auditor a obter evidência  de auditoria suficiente eapropriada.

Atenção: especialista, neste caso, não inclui aquele que trabalho com contabilidade ou auditoria. A NBC TA

620 não trata de situações em que a equipe de trabalho inclui um membro, ou consulta uma pessoa ouorganização, com especialização em uma área específica de contabilidade ou auditoria. Esse caso é tradadopela NBC TA 220 – Controle de Qualidade.

A NBC TA 620 também não trata  da utilização, pelo auditor, do trabalho de pessoa  ou organizaçãousado pela entidade para ajudá-la na elaboração das demonstrações  contábeis (especialista daadministração) – tratada pela NBC TA 500 – Evidência de Auditoria.

O auditor é o único responsável por expressar opinião de auditoria e essa responsabilidade não é reduzida pela utilização do trabalho de especialista contratado pelo auditor (doravante especialista do auditor ouespecialista).

O auditor  é o único responsável  por expressar opinião de auditoria  e essa responsabilidade não éreduzida pela utilização do trabalho de especialista contratado pelo auditor.

No entanto, se o auditor concluir que o trabalho  desse especialista é adequado  para fins da auditoria, oauditor pode aceitar que as constatações ou conclusões desse especialista em sua área de especializaçãoconstituem evidência de auditoria apropriada.

Ou seja: se o auditor considerar o trabalho adequado, poderá utilizar seus resultados como evidência deauditoria, para o embasamento das conclusões apresentadas no relatório.

Objetivos do auditor, em relação ao uso do trabalho de especialistas:

(a) determinar a necessidade de utilizar o trabalho de especialista; e

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(b) no caso de utilização, determinar se o trabalho é adequado para fins da auditoria.

“Especialista do auditor”, segundo a NBC TA 620, é uma pessoa ou organização com especialização emárea que não contabilidade ou auditoria, contratado pelo auditor, cujo trabalho nessa área é utilizadopelo auditor para ajudá-lo a obter evidência de auditoria suficiente e apropriada.

Essa especialização pode incluir especialização relacionada a:

•  avaliação de instrumentos financeiros complexos, terrenos e edifícios, instalações fabris emáquinas, jóias, peças de arte, e ativos que possivelmente apresentem problemas de perdas novalor recuperável;

•  cálculo atuarial referente a contratos de seguro ou planos de benefícios a empregados;•  estimativa de reservas de petróleo e gás;•  avaliação de responsabilidade ambiental, e custos de limpeza de locais;

• 

interpretação de contratos, leis e regulamentos;•  análise de assuntos complexos ou não usais de natureza fiscal.

Em muitos casos, a diferenciação entre especialização em contabilidade ou auditoria e especialização emoutra área será direta.

Em outros casos, entretanto, especialmente os que envolvem conhecimentos especializados em área contábilou de auditoria emergente, a diferenciação  entre áreas especializadas  de contabilidade ou auditoria eespecialização em outra área será questão de julgamento profissional.

O especialista do auditor pode ser interno (um sócio, ou equivalente no setor público, ou uma pessoa quefaz parte da equipe), ou externo.

Já o “Especialista da administração” é uma pessoa ou organização com especialização em área que nãocontabilidade ou auditoria, contratado pela administração, em que o trabalho nessa área é usado pelaentidade para ajudá-la na elaboração das demonstrações contábeis.

Um exemplo bastante comum no Brasil é a utilização de atuário pela administração de uma seguradora ou deum fundo de pensão para estimar certas provisões.

Se a especialização é necessária para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente, o especialistapode ser necessário para ajudar o auditor em um ou mais dos assuntos a seguir:

•  entendimento da entidade e de seu ambiente, incluindo seus controles internos;•  identificação e avaliação dos riscos de distorção relevante;•  determinação e implementação de respostas gerais aos riscos avaliados no nível de

demonstrações contábeis;•  definição e execução de procedimentos adicionais de auditoria para responder aos riscos

avaliados no nível de afirmação, que compreendem testes de controle ou procedimentossubstantivos;

•  avaliação da suficiência e adequação da evidência de auditoria obtida na formação de opiniãosobre as demonstrações contábeis.

Contudo, o auditor pode ser capaz de executar a auditoria sem um especialista. Esse entendimento podeser obtido, por exemplo, por meio de:

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- experiência em auditar entidades que exigem a especialização na elaboração das demonstraçõescontábeis;- educação ou desenvolvimento profissional na área específica;- discussão com auditores que executaram trabalhos similares.

Nesses casos, podemos dizer que o auditor não entendeu como essencial a utilização do especialista, tendoem vista sua experiência e desenvolvimento profissional.

Em outros casos, entretanto, o auditor pode determinar que é necessário utilizar especialista do auditorpara ajudar a obter evidência de auditoria suficiente e apropriada.

As considerações para decidir sobre utilizar o trabalho de especialista do auditor podem incluir:•  se a administração  já  usou um  especialista  da administração  na elaboração das

demonstrações;• 

a natureza e importância do assunto, incluindo sua complexidade;•  os riscos de distorção relevante decorrente desse assunto;•  a natureza dos procedimentos  que se espera sejam executados para responder aos riscos

identificados.

A natureza, época e extensão dos procedimentos do auditor podem variar dependendo das circunstâncias.Ao determiná-los, o auditor deve considerar determinados assuntos:

(a) a natureza do assunto a que se refere o trabalho desse especialista;(b) os riscos de distorção relevante no assunto a que se refere o trabalho desse especialista;(c) a importância do trabalho do especialista no contexto da auditoria;(d) o conhecimento e a experiência do auditor em relação a trabalho anterior executado poresse especialista; e

(e) se esse especialista está sujeito às políticas e procedimentos de controle de qualidade dafirma de auditoria.

O auditor deve estabelecer acordo, por escrito, com o especialista por ele contratado, sobre os seguintesassuntos:

- a natureza, o alcance e os objetivos do trabalho desse especialista;- as respectivas atribuições e responsabilidade do auditor e desse especialista;- a natureza, a época e a extensão da comunicação entre o auditor e esse especialista, incluindo oformato dos relatórios; e- a necessidade de o especialista observar requisitos de confidencialidade.

Acordo, por escrito, com o especialista, sobre:- a natureza, o alcance e os objetivos do trabalho;- as respectivas atribuições e responsabilidade;- comunicação entre o auditor e esse especialista; e- necessidade de confidencialidade. 

O auditor  deve avaliar a adequação do trabalho do especialista  do auditor para fins da auditoria,incluindo

(a) a relevância e razoabilidade das constatações ou conclusões desse especialista, e suaconsistência com outras evidências;

(b) se o trabalho do especialista envolve o uso de premissas e métodos significativos; e(c) se o trabalho do especialista envolve o uso de dados-fonte significativos para o seu trabalho.

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- determinação de quantidades  ou condições físicas de ativos, como por exemplo, mineraisestocados, jazidas e reservas de petróleo, vida útil remanescente de máquinas;- determinação de montantes que requeiram técnicas ou métodos especializados, como porexemplo, avaliações atuariais;- medição do estágio de trabalhos completados ou a completar em contratos em andamento;- interpretações de leis, de contratos, de estatutos ou de outros regulamentos.

Como vimos, o auditor deve, antes de tudo, determinar a necessidade de utilizar-se do trabalho deespecialistas, devendo considerar:

- a relevância do item da demonstração contábil que está sendo analisada;- o risco de distorção ou erro (no trabalho do especialista);- conhecimento da equipe de trabalho e a experiência prévia dos aspectos considerados; e- quantidade e qualidade de outras evidências de auditoria disponíveis.

O auditor deve avaliar a competência profissional e a objetividade do especialista. Caso tenha dúvidas daexistência desses atributos, deve discutir suas opiniões com a administração da entidade auditada econsiderar a necessidade de aplicar procedimentos adicionais de auditoria ou buscar evidências junto aoutros especialistas de sua confiança.

O auditor independente deve avaliar a qualidade e suficiência do trabalho do especialista como parte daevidência de auditoria relacionada ao item da demonstração contábil sob análise.

Isso envolve uma avaliação sobre  se as conclusões do especialista  foram adequadamente refletidas nasdemonstrações contábeis ou fornecem suporte adequado para as mesmas.

Se os resultados do trabalho do especialista não fornecerem suficiente evidência de auditoria ou se não

forem consistentes com outras evidências já levantadas, o auditor deve tomar devidas providências, quepodem incluir discussão com a administração  da entidade auditada e com o especialista; aplicação deprocedimentos  de auditoria adicionais; contratação de um outro especialista; ou modificação  de seuparecer.

A responsabilidade do auditor fica restrita a sua competência profissional.

Segundo a norma, em se tratando de um parecer sem ressalva (opinião não modificada), o auditorindependente não pode fazer referência do trabalho de especialista no seu parecer (relatório).

Em situações onde especialista legalmente habilitado for contratado pela entidade auditada, sem vínculo 

empregatício, para executar serviços que tenham efeitos relevantes nas demonstrações contábeis, este fatodeve ser divulgado nas demonstrações e o auditor, ao emitir sua opinião de forma modificada, pode fazerreferência ao trabalho do especialista.

2. Continuidade Operacional

O estudo da continuidade normal dos negócios da entidade deve ser baseado, atualmente, na NBC TA 570 –continuidade operacional –, tendo em vista a revogação da norma antiga – NBC T 11.10.

A NBC TA 570 trata da responsabilidade do auditor independente, na auditoria de demonstrações contábeis,em relação ao uso do pressuposto de continuidade operacional, pela administração, na elaboração das

demonstrações contábeis.

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De acordo com esse pressuposto, a entidade é vista como “em operação”  em futuro previsível. Asdemonstrações contábeis, para fins gerais, são elaboradas com base na continuidade operacional, a menosque a administração pretenda liquidar a entidade ou interromper as operações, ou não tenha nenhumaalternativa realista além dessas.

Dessa forma, ativos e passivos são registrados considerando que a entidade será capaz de realizar seus ativose liquidar seus passivos no curso normal dos negócios.

Esse conceito é também relevante para entidade do setor público. Podem surgir riscos à continuidadeoperacional, em situações onde uma entidade do setor público opera com fins lucrativos e o suporte dogoverno pode ser reduzido ou retirado. Outro exemplo: privatização.

A avaliação, pela administração, da  capacidade de continuidade  operacional, envolve  exercer um julgamento, em determinado momento, sobre resultados futuros  incertos de eventos ou condições,

observados os seguintes fatores:•  o grau de incerteza aumenta significativamente quanto mais distante no futuro ocorrer o evento

ou condição, ou o correspondente resultado;•  o tamanho e a complexidade da entidade, a natureza e a condição de seu negócio e o grau em

que ela é afetada por fatores externos afetam o julgamento;•  qualquer julgamento sobre o futuro é baseado em informações disponíveis na época em que o

 julgamento é feito.

A responsabilidade do auditor é obter evidência de auditoria suficiente sobre a adequação do uso, pelaadministração, do pressuposto de continuidade operacional  na elaboração e apresentação dasdemonstrações contábeis e expressar uma conclusão  sobre se existe incerteza significativa sobre a

capacidade de continuidade operacional.Entretanto, a ausência de  qualquer referência à incerteza  de continuidade  operacional, no relatório doauditor independente, não significa garantia da capacidade de continuidade operacional.

Os objetivos do auditor, sobre o tema, são:

(a) obter evidência da adequação do uso, pela administração, do pressuposto de continuidade operacional na elaboração das demonstrações contábeis;

(b) concluir sobre a existência de incerteza significativa em relação a eventos ou condições quepodem levantar dúvida quanto à continuidade; e

(c) determinar as implicações para o relatório.

O auditor deve revisar a avaliação da administração  sobre a capacidade de continuidade operacional,cobrindo o mesmo período utilizado pela administração.

Ao revisar a avaliação da administração, o auditor deve verificar se essa avaliação inclui todas asinformações relevantes que o auditor tomou conhecimento como resultado da auditoria.

Se forem identificados eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa quanto à capacidadede continuidade operacional, o auditor deve aplicar procedimentos adicionais de auditoria.

Com base na evidência de auditoria obtida, o auditor deve expressar uma conclusão se, no seu julgamento,existe incerteza significativa sobre a capacidade de continuidade operacional relacionada a eventos oucondições que possam levantar dúvida significativa sobre essa capacidade de continuidade operacional.

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Se as demonstrações contábeis foram elaboradas com base na continuidade operacional, mas no julgamentodo auditor, o uso do pressuposto de continuidade utilizado pela administração é inapropriado, o auditordeve expressar uma opinião adversa, independentemente das demonstrações contábeis incluírem ou não adivulgação dessa inadequação.

Quando o auditor  independente conclui  que o uso do pressuposto  de continuidade operacional éapropriado, porém existe incerteza significativa, ele deve determinar se as demonstrações contábeis:

(a) descrevem adequadamente os principais eventos ou condições que possam levantar dúvida significativa quanto à capacidade de continuidade operacional; e

(b) divulgar  que existe incerteza  significativa relacionada à capacidade de continuidadeoperacional e, portanto, que pode não ser capaz de realizar seus ativos e saldar seus passivosno curso normal do negócio.

Se for feita divulgação adequada nas demonstrações contábeis, o auditor deve expressar uma opinião semressalvas e incluir um parágrafo de ênfase.

Se não for feita divulgação adequada nas demonstrações contábeis, o auditor deve expressar uma opiniãocom ressalva ou adversa, conforme apropriado, devendo declarar, no seu relatório, que há uma incertezasignificativa que pode levantar dúvida quanto à capacidade de continuidade operacional da entidade.

Pressuposto inapropriado: opinião adversa.Pressuposto apropriado, mas com incerteza sobre continuidade:

- divulgado adequadamente: opinião sem ressalva e parágrafo de ênfase;- não divulgado adequadamente: opinião com ressalva ou adversa.

3. Contingências

Este tema, embora não conste explicitamente no edital 2012 da RFB, tem sido cobrado em diversas provasfiscais e, conforme explicado na introdução desta aula, pode também aparecer na próxima prova.

A NBC TG 25, norma que trata do assunto, traz algumas definições importantes acerca do tema. Muitasvezes conseguimos resolver as questões apenas com esses conceitos que serão apresentados a seguir.

Provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos.

Passivo é uma obrigação presente da entidade, derivada de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera

que resulte em saída de recursos da entidade capazes de gerar benefícios econômicos.

Evento que cria obrigação é um evento que cria uma obrigação legal ou não formalizada que faça com quea entidade não tenha nenhuma alternativa realista senão liquidar essa obrigação.

Obrigação legal é uma obrigação que deriva de:

(a)  contrato (por meio de termos explícitos ou implícitos);(b)  legislação; ou(c)  outra ação da lei.

Passivo contingente é:

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(a)  uma obrigação possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pelaocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle da entidade; ou

(b)  uma obrigação presente que resulta de eventos passados, mas que não é reconhecida porque:

(i) não é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos sejaexigida para liquidar a obrigação; ou

(ii) o valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente confiabilidade.

 Ativo contingente  é um ativo possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmadaapenas pela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros incertos não totalmente sob controle daentidade.

Esses eventos ou condições são questões de direto conhecimento e, frequentemente, objeto de controle daadministração da entidade e, portanto, seus administradores constituem-se em fonte primária de informaçãosobre esses eventos ou condições.

Assim, o Auditor deve pedir à administração do cliente para preparar carta de solicitação de confirmação dedados (circularização) aos consultores jurídicos encarregados dos processos e litígios em andamento, paraque o auditor a encaminhe a esses como forma de obter e evidenciar o julgamento desses profissionais acercado grau da probabilidade de um resultado favorável ou desfavorável e do montante envolvido.

Caso considere necessário, o Auditor, baseado nas informações obtidas dos consultores jurídicos, tendo emvista eventuais incertezas e relevância do assunto, deve solicitar à administração a opinião de outro consultor

 jurídico independente.

De acordo com orientação IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil), a circularização dosadvogados é uma forma de o auditor obter confirmação independente das informações fornecidas pelaadministração, referentes a situações relacionadas a litígios, pedidos de indenização ou questões tributárias.

As respostas servem de evidência para que o auditor avalie se a administração adotou os procedimentosadequados para a contabilização e/ou divulgação dos passivos não registrados e/ou das contingências (ativasou passivas).

A extensão da seleção dos advogados a serem circularizados depende do julgamento profissional do auditor,que deve levar em consideração:

- a estrutura de controles internos da empresa;

- a natureza e a relevância dos assuntos envolvidos.

Ao final o auditor deve avaliar todas as circunstâncias e as evidências obtidas durante a aplicação de seusprocedimentos de auditoria para passivos não registrados e contingências para formar o seu julgamentoquanto à adequação às práticas contábeis adotadas na elaboração e na apresentação das DC.

Em relação ao reconhecimento e divulgação (geralmente o mais cobrado em prova), temos o seguinte:

Passivo contingente

A entidade não deve reconhecer um passivo contingente.

O passivo contingente é divulgado, a menos que seja remota a possibilidade de uma saída de recursos que

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incorporam benefícios econômicos.

Quando a entidade for conjunta e solidariamente responsável por obrigação, a parte da obrigação que seespera que as outras partes liquidem é tratada como passivo contingente. A entidade reconhece a provisãopara a parte da obrigação para a qual é provável uma saída de recursos que incorporam benefícioseconômicos, exceto em circunstâncias extremamente raras em que nenhuma estimativa suficientementeconfiável possa ser feita.

Ativo contingente

A entidade não deve reconhecer um ativo contingente.

Os ativos contingentes não são reconhecidos nas demonstrações contábeis, uma vez que pode tratar-se de

resultado que nunca venha a ser realizado. Porém, quando a realização do ganho é praticamente certa,então o ativo relacionado não é um ativo contingente e o seu reconhecimento é adequado.

O ativo contingente é divulgado quando for provável a entrada de benefícios econômicos.

Para ilustrar melhor essa questão de reconhecimento e divulgação, apresentamos o quadro-resumo abaixo:

Ativo Contingente 

Tipo

Entrada debenefícios

econômicos épraticamente certa

Entrada debenefícios

econômicos éprovável, mas nãopraticamente certa

Entrada debenefícios

econômicos épossível (nãoprovável)

AçãoO ativo não é

contingente. Deveser reconhecido

Apenas divulgaNem reconhece nem

divulga

Passivo Contingente 

Tipo

Obrigaçãopresente com saída

provável derecursos

Obrigação

presente com saídapossível (nãoprovável) de

recursos

Obrigação comprobabilidade

remota de saída derecursos.

AçãoReconhece a 

provisão e divulgaApenas divulga

Nem reconhece nemdivulga

4. Estimativas contábeis

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A NBC TA 540 trata da responsabilidade do auditor independente em relação a estimativas contábeis,incluindo estimativas contábeis do valor justo e respectivas divulgações em auditoria de demonstraçõescontábeis.

Mas o que é estimativa contábil? 

Alguns itens das demonstrações  contábeis não podem ser mensurados com precisão pela administração,mas podem ser apenas estimados. Para o CFC, essa forma de mensuração desses itens das demonstraçõescontábeis é denominada estimativa contábil.

A natureza e a confiabilidade das informações disponíveis para a administração para suportar a elaboração deestimativa contábil variam significativamente, afetando o grau de incerteza associada às estimativascontábeis, o que, por sua vez, afeta os riscos de distorção relevante de estimativas.

O objetivo  da mensuração de estimativas contábeis  pode variar dependendo da estrutura de relatóriofinanceiro aplicável e do item financeiro que está sendo relatado. Em alguns casos, é prever o desfecho de uma ou mais transações, eventos ou condições que dão origem à necessidade de estimativas contábeis.

Para outras estimativas contábeis, o objetivo da mensuração é diferente, e é expresso em termos do valor datransação corrente ou um item das demonstrações baseado nas condições vigentes na data da mensuração,como preço de mercado estimado para um tipo de ativo ou passivo específico.

Mas atenção: uma diferença entre o desfecho da estimativa contábil e o valor originalmente divulgadonas demonstrações contábeis não representa necessariamente uma distorção nas demonstrações.Este é especialmente o caso para estimativas contábeis ao valor justo, pois qualquer desfecho observado é

invariavelmente afetado por eventos ou condições posteriores à data em que a mensuração é estimada parafins das demonstrações contábeis.

O objetivo do auditor é obter evidência de auditoria apropriada e suficiente sobre:

(a) se as estimativas contábeis registradas ou divulgadas nas demonstrações contábeis sãorazoáveis; e

(b) se as respectivas divulgações são adequadas, no contexto da estrutura de relatório financeiroaplicável - RFA.

Para a NBC TA 540, Estimativa contábil  é a aproximação de um valor monetário na ausência de um meio demensuração preciso. Este termo é usado para um valor mensurado do valor justo quando existe incerteza de

estimativa, bem como para outros valores que requerem estimativas.

Já a  Estimativa pontual ou intervalo  é o valor, ou intervalo de valores, respectivamente, derivado deevidências de auditoria para uso na avaliação da estimativa pontual da administração.

A norma apresenta, ainda, as seguintes definições:

 Incerteza de estimativa  é a suscetibilidade da estimativa contábil e das respectivas divulgações à falta deprecisão inerente em sua mensuração.

Tendenciosidade da administração é a falta de neutralidade da administração na elaboração e apresentaçãode informações.

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 Estimativa pontual da administração é o valor selecionado pela administração para registro ou divulgaçãonas demonstrações contábeis como estimativa contábil.

 Desfecho de estimativa contábil   é o valor monetário real resultante da resolução da transação, evento oucondição de que trata a estimativa contábil.

Se, no julgamento do auditor, a administração não tratou adequadamente os efeitos da incerteza de estimativadas estimativas contábeis que geram riscos significativos, o auditor deve, se necessário, desenvolver umintervalo para avaliar a razoabilidade da estimativa contábil.

O auditor deve avaliar, com base nas evidências  de auditoria, se as estimativas  contábeis nasdemonstrações são razoáveis no contexto da estrutura de RFA ou se apresentam distorção.

Deve, ainda, obter evidência se as divulgações nas demonstrações, relacionadas com estimativas contábeis,

estão de acordo com as exigências da estrutura de relatório financeiro aplicável.Uma diferença entre o desfecho  da estimativa contábil e o valor originalmente  divulgado nasdemonstrações contábeis não representa necessariamente  uma distorção  nas demonstrações, já queestamos tratando de estimativas. 

5. Eventos Subsequentes

A Resolução CFC Nº. 1.225/09 aprovou a NBC TA 560  – Eventos Subsequentes –, que da trata daresponsabilidade do auditor independente em relação a eventos subsequentes na auditoria de demonstraçõescontábeis.

De acordo com a norma, as demonstrações contábeis podem ser afetadas por certos eventos que ocorremapós a data das demonstrações contábeis.

No Brasil, a NBC TG 24 (antiga NBC T-19.12) – Evento Subsequente – analisa o tratamento nasdemonstrações contábeis de eventos, favoráveis ou não, ocorridos entre a data das demonstrações contábeis (mencionada como "data do balanço" nesse pronunciamento) e a data na qual é autorizada aconclusão da elaboração das demonstrações contábeis.

Essas estruturas costumam identificar dois tipos de eventos:(a) os que fornecem evidência de condições existentes na data das demonstrações contábeis; e(b) os que fornecem evidência de condições que surgiram após a data  das demonstrações

contábeis.

Uma informação importante é que a NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão do Relatório –, explicaque a data do Relatório do Auditor Independente informa ao leitor que o auditor considerou o efeito doseventos e transações dos quais o auditor se tornou ciente e que ocorreram até aquela data.

A data do Relatório do Auditor Independente informa ao leitor que o auditor considerou o efeito doseventos e transações dos quais o auditor se tornou ciente e que ocorreram até aquela data. 

Os objetivos do auditor em relação aos eventos subsequentes são:

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(a) obter evidência sobre se os eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data dorelatório do auditor independente que precisam ser ajustados ou divulgados nas demonstrações contábeis,estão adequadamente refletidos; e(b) responder adequadamente aos fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após adata de seu relatório, que, se fossem do seu conhecimento naquela data (do relatório), poderiam ter levado oauditor a alterá-lo.

Para fins das normas de auditoria, eventos subsequentes  são eventos ocorridos entre a data dasdemonstrações  contábeis e a data do relatório  do auditor independente e  fatos que chegaram aoconhecimento do auditor independente após a data do seu relatório.

Devem ser considerados três momentos de eventos subsequentes:

5.1 Eventos ocorridos entre  a data das demonstrações  contábeis e  a data do relatório do auditor

independente;5.2 Eventos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a data do seu relatório,mas antes da data de divulgação das demonstrações contábeis; e5.3  Eventos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após  a divulgação  dasdemonstrações contábeis.

5.1 Eventos ocorridos entre a data das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditorindependente

O auditor independente deve executar procedimentos  de auditoria desenhados para obter evidência  deauditoria apropriada e suficiente de que  todos os eventos  ocorridos entre  a data das demonstrações contábeis e  a data do relatório  do auditor independente que precisam ser ajustados ou divulgados nasdemonstrações foram identificados.

Esses procedimentos devem cobrir o período entre a data das demonstrações e a data do seu relatório, ou omais próximo possível dessa data.

Se, em decorrência desses procedimentos, o auditor identificar eventos que requerem ajuste ou divulgaçãonas demonstrações, o auditor independente deve determinar se cada um desses eventos está refletido demaneira apropriada nas demonstrações, de acordo com a estrutura conceitual aplicável.

Dependendo da avaliação de risco do auditor independente, os procedimentos de auditoria requeridos podemincluir procedimentos necessários para obter evidência que envolva a revisão ou o teste de registros

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Nesses casos, o auditor deve alterar o relatório para incluir data adicional  restrita a essa alteração queindique que os procedimentos do auditor independente sobre os eventos subsequentes estão restritosunicamente às alterações descritas na nota explicativa.

Quando, nessas circunstâncias, o auditor alterar seu relatório para incluir data adicional, a data do relatórioanterior à alteração subsequente feita pela administração permanece inalterada, pois essa data informa aoleitor quando o trabalho de auditoria para essas demonstrações contábeis foi concluído.

Entretanto, é incluída data adicional no relatório do auditor independente para informar os usuários que osprocedimentos posteriores àquela data restringiram-se à alteração subsequente das demonstrações contábeis.

Segue exemplo desse tipo de data adicional:

(Data do relatório do auditor independente), exceto para a Nota Y, que é de (data da conclusão dos

procedimentos de auditoria restritos à alteração descrita na Nota Y)5.3 Fatos que chegaram ao conhecimento do auditor independente após a divulgação dasdemonstrações contábeis

Após a divulgação  das demonstrações, o auditor independente não tem obrigação  de executar nenhumprocedimento de auditoria em relação às demonstrações.

Entretanto, se, após a divulgação das demonstrações contábeis, o auditor independente tomar conhecimentode fato que, se fosse do seu conhecimento na data do relatório, poderia tê-lo levado a alterar seu relatório, oauditor independente deve:

(a) discutir  o assunto com a administração  e, quando apropriado, com os responsáveis pelagovernança;(b) determinar se as demonstrações contábeis precisam ser alteradas e, caso afirmativo;(c) indagar como a administração pretende tratar do assunto nas demonstrações contábeis.

Caso o relatório  seja alterado, o auditor deve incluir no seu relatório, novo ou reemitido, Parágrafo deÊnfase  com referência à nota explicativa que esclarece mais detalhadamente a razão da alteração dasdemonstrações contábeis emitidas anteriormente e do relatório anterior fornecido pelo auditor independente.

Caso a administração não tome as providências necessárias para garantir que todos os que receberam asdemonstrações emitidas anteriormente sejam informados da situação e não altere as demonstrações nascircunstâncias em que o auditor considere necessário, o auditor independente deve tomar as medidas

apropriadas para tentar evitar o uso por terceiros daquele relatório de auditoria.

EXERCÍCIOS

1 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa Grandes Negócios S.A. adquiriu a principalconcorrente, após o encerramento do balanço e a emissão do parecer pelos auditores. No entanto, aempresa ainda não havia publicado suas demonstrações com o parecer. Nessa situação, a firma deauditoria deve: a) manter o parecer com data anterior ao evento, dando encerramento aos trabalhos.b) obrigatoriamente, rever o parecer considerando o fato relevante.c) estabelecer que a empresa inclua o evento relevante nas notas explicativas.

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d) refazer o parecer considerando as novas informações, determinando nova data para publicação dasdemonstrações contábeis.e) decidir se as demonstrações devem ser ajustadas, discutir o assunto com a administração e tomar asmedidas apropriadas às circunstâncias.

2 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - O auditor da empresa Encerramento S.A. obteveevidências da incapacidade de continuidade da entidade, nos próximos 6 meses. Dessa forma, deve oauditor: a) informar, em parágrafo de ênfase no parecer, os efeitos da situação na continuidade operacional daempresa de forma que os usuários tenham adequada informação sobre a situação.b) emitir parecer com ressalva, limitando o escopo dos trabalhos pelas restrições financeiras apresentadaspela atividade.c) emitir parecer com abstenção de opinião por não conseguir determinar a posição econômica e financeirada empresa.

d) emitir parecer sem ressalva, mas estabelecendo que a empresa apresente as demonstrações contábeis, deforma a divulgar os valores dos ativos e passivos por valor de realização.e) relatar em parecer adverso os efeitos no patrimônio que o processo de descontinuidade ocasiona, trazendoos valores dos ativos e passivos, a valor de realização.

3 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Ao avaliar o pressuposto de continuidade operacional daentidade auditada, o auditor deve lançar mão de indicações que, isoladamente ou não, possam sugerirdificuldades na continuação normal dos negócios. Entre tais indicações, não se inclui: a) incapacidade financeira de a entidade pagar seus credores nos vencimentos.b) alteração na política econômica governamental que afete a todos os segmentos produtivos.c) existência de passivo a descoberto (Patrimônio Líquido negativo).d) posição negativa do Capital Circulante (deficiência de Capital Circulante).

e) falta de capacidade financeira dos devedores em saldar seus compromissos com a entidade.

4 - (ESAF / SEFAZ-SP / 2009) - As seguintes opções constituem exemplos de transações e eventossubsequentes, exceto:A) perda em contas a receber decorrente de falência do devedor.B) alteração do controle societário.C) aporte de recursos, inclusive como aumento de capital.D) destruição de estoques em decorrência de sinistro.E) variação sazonal dos custos com insumos.

5 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Em relação ao tema ‘contingências’, podemos afirmar que otrabalho do auditor visa identificar as seguintes ocorrências, exceto: 

a) Passivos não-registrados.b) Contingências passivas relacionadas a litígios.c) Contingências ativas relacionadas a pedidos de indenização.d) Contingências passivas relacionadas a questões tributárias.e) Ativos não-registrados.

6 - (ESAF / SUSEP / 2010) - As estimativas contábeis reconhecidas nas demonstrações contábeis daempresa são de responsabilidade: a) dos auditores externos.b) dos advogados.c) da auditoria interna.d) do conselho de administração.e) da administração da empresa.

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7 - (ESAF / PMRJ / 2010) - A respeito do uso de especialista de outra área em auditoria, é corretoafirmar, exceto:a) na avaliação do trabalho do especialista, não cabe ao auditor revisar ou testar a fonte de dados utilizada.b) na emissão de parecer sem ressalva, o auditor não pode fazer referência ao trabalho de especialista no seuparecer.c) a certificação profissional, licença ou registro em órgão de classe é um dos elementos de verificação dacompetência do especialista.d) a responsabilidade, quanto à qualidade e propriedade das premissas e métodos utilizados, é do especialistae não do auditor.e) É atribuição do auditor obter evidência adequada de que o alcance do trabalho do especialista é suficientepara os fins da auditoria.

8 - (ESAF / CGU / 2006) - Consideram-se exemplos de transações e eventos subsequentes, havidos

entre a data de término do exercício social e até após a data da divulgação das demonstraçõescontábeis, exceto: a) as operações rotineiras de compra e venda.b) a compra de nova subsidiária ou de participação adicional relevante em investimento anterior.c) a destruição de estoques ou estabelecimento em decorrência de sinistro.d) a alteração do controle societário.e) o aporte de novos recursos, inclusive como aumento de capital.

9 - (ESAF / CGU / 2006) - Uma possível obrigação presente cuja existência será confirmada somentepela ocorrência ou não de um ou mais eventos futuros, que não estejam totalmente sob o controle daentidade, deve ser classificada como:a) contingência ativa.

b) provisão.c) contingência passiva.d) obrigação não formalizada.e) fato gerador.

10 - (ESAF / SEFAZ-CE / 2006) - Quando da utilização de serviços de especialista, não háresponsabilidade do auditor:a) em confirmar se o especialista é habilitado.b) em questionar a capacidade do especialista, desde que habilitado.c) quando o especialista for funcionário da empresa auditada.d) se o especialista for independente e não possuir vínculo com a empresa.e) em divulgar o fato em parecer sem ressalva.

11 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - Quando o auditor externo constata eventos ocorridos, entre as datasdo balanço e a do seu parecer e a entidade não realiza os ajustes recomendados adequadamente, deveo auditor: a) expedir parecer adverso ou mencionar os fatos em parágrafo de ênfase.b) elaborar parecer de auditoria com abstenção de opinião ou sem ressalva.c) emitir parecer com ressalva ou mencionar os fatos em parágrafo de ênfase.d) somente exigir a menção em notas explicativas evidenciando os respectivos cálculos.e) recomendar menção em nota explicativa e emitir parecer sem ressalva.

12 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - Na constatação de evidências de riscos na continuidade normal dasatividades da entidade, o auditor independente deverá emitir parecer: a) com abstenção de opinião.

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b) sem ressalva e sem parágrafo de ênfase.c) com ressalva e com parágrafo de ênfase.d) sem ressalva e com parágrafo de ênfase.e) adverso e com parágrafo de ênfase.

13 - (ESAF / SEFAZ-RN / 2005) - Para dimensionar se a empresa terá continuidade de suas atividades,o auditor deve avaliar se haverá normalidade nas operações da empresa pelo período de: a) seis meses após a data das demonstrações contábeis.b) dois anos após a data das demonstrações contábeis.c) um ano após a publicação das demonstrações contábeis.d) seis meses após a publicação das demonstrações contábeis.e) um ano após a data das demonstrações contábeis.

14 - (ESAF / CGU / 2006) - Com relação às estimativas contábeis praticadas pela empresa objeto da

auditoria, podemos afirmar que: a) são de responsabilidade do auditor da entidade e se baseiam em fatores objetivos e subjetivos requerendoo seu julgamento.b) o auditor não tem responsabilidade de certificar-se dos procedimentos e métodos utilizados pela entidadepara determinação das estimativas.c) o auditor não deve basear-se em posições de períodos anteriores da empresa para não se influenciar porefeitos passados.d) o auditor pode basear-se em conhecimentos básicos e incompletos dos controles internos e procedimentosda entidade.e) o auditor deve assegurar-se da razoabilidade das estimativas, individualmente consideradas, quando estasforem relevantes.

15 - (ESAF / CGU / 2006) - São consideradas situações de eventos subsequentes para a auditoria,exceto fatos ocorridos: a) após a publicação do balanço e do parecer de auditoria.b) durante o exercício contábil objeto da auditoria.c) da data de fechamento do balanço até a data de emissão do parecer.d) durante a publicação do balanço e do parecer de auditoria.e) depois do término dos trabalhos de campo e emissão do parecer e antes da data de publicação.

16 - (ESAF / RFB / 2003) - O auditor externo, ao utilizar o trabalho de terceiros para complementarseus trabalhos, não terá responsabilidade quando executado por: a) contador na função de auditor interno da empresa auditada para a qual realizou trabalhos.b) perito contratado pelo cliente para elaboração de laudo de reavaliação de ativos.

c) consultores tributários ou advogados para complemento dos trabalhos da auditoria.d) especialistas da área de informática para revisão dos sistemas da empresa auditada.e) especialistas legalmente habilitados para suporte aos trabalhos da auditoria externa.

17 - (ESAF / RFB / 2003) - Na hipótese de o auditor constatar e evidenciar na análise da empresa quehaja risco de continuidade, o auditor deve: a) guardar sigilo dos fatos contábeis, não divulgando ao público ou em nota explicativa.b) avaliar os efeitos nas demonstrações contábeis quanto à realização dos ativos.c) limitar os procedimentos e testes para realização do trabalho na empresa.d) evidenciar a normalidade das operações pelo prazo mínimo de seis meses.e) omitir do parecer de auditoria o fato para não dificultar a situação da empresa.

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18 - (ESAF / RFB / 2003) - São diversos os pressupostos mínimos a serem avaliados pelo auditor naanálise da continuidade da empresa, conforme determina a NBC-T 11. Dos indicadores abaixo,indique qual não representa um indicador financeiro.a) Índices financeiros adversos de forma contínua.b) Dificuldades de acertos com credores.c) Posição negativa de capital circulante líquido.d) Perda de mercado, franquia ou licença.e) Prejuízos operacionais substanciais de forma contínua.

19 - (ESAF / RFB / 2003) - O auditor externo, ao realizar procedimentos para constatação de eventossubsequentes e constatar a existência de evento que altera substancialmente a situação patrimonial daempresa, deve: a) sempre ressalvar o parecer e exigir o ajuste das contas.b) não se pronunciar por não fazer parte do período das demonstrações contábeis.

c) sempre emitir parecer adverso e solicitar a inclusão de notas explicativas.d) elaborar notas explicativas e sempre ressalvar o parecer.e) exigir o ajuste das contas ou a inclusão de notas explicativas.

20 - (ESAF / SUSEP / 2002) - O auditor ao identificar eventos subsequentes deve considerar: a) somente eventos que gerem ajustes nas demonstrações contábeis.b) eventos que demandem de ajustes nas demonstrações contábeis e no parecer de auditoria.c) eventos que demandem de ajustes nas demonstrações contábeis ou a divulgação de informações nas notasexplicativas.d) fato não objeto da auditoria por ocorrer após o fechamento dos trabalhos de auditoria.e) exclusivamente, ajustes que modifiquem o parecer de auditoria.

21 - (ESAF / SUSEP / 2002) - O auditor independente constatou, durante seus trabalhos de campo, queuma contingência ativa, provável e estimada, não constava nos registros contábeis da entidadeauditada. Nesse caso, o auditor deve emitir um parecer: a) sem ressalva.b) com ressalva.c) adverso.d) com negativa de opinião.e) com abstenção de opinião.

22 - (ESAF / SUSEP / 2002)  - Após a data de fechamento, mas antes da emissão de seu parecer, oauditor independente constatou que a matriz da empresa que ele audita requereu concordata. Essefato pode afetar a continuidade operacional de seu cliente que é dependente financeiramente da

matriz. A administração da empresa apresentou adequada interpretação nas demonstraçõescontábeis; diante dessa situação, o auditor deve emitir um parecer: a) com ressalva e parágrafo de ênfase.b) com abstenção de opinião.c) adverso com parágrafo de descontinuidade.d) sem ressalva com parágrafo de ênfase.e) de incerteza com parágrafo de descontinuidade.

23 - (ESAF / SUSEP / 2002) - Quando o auditor interno coopera, em tempo integral, com o trabalho doauditor independente, conforme acordo pré-estabelecido com a administração da entidade, aresponsabilidade do parecer é: a) compartilhada entre o auditor interno e o independente.b) única e exclusiva do auditor interno.

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c) única e exclusiva do auditor independente.d) única e exclusiva da administração da empresa.e) compartilhada entre a administração e o auditor interno.

24 - (ESAF/Pref. Natal/ATM/2008) - O auditor, ao realizar processo de auditoria na empresa MotherS.A., constata a existência de benefício de Previdência Privada concedido a seus funcionários. Aempresa participa com 80% das contribuições totais, tendo pactuado em contrato a participação e acomplementação das insuficiências de fundos. No intuito de aplicar os procedimentos de auditoria naárea, a empresa de auditoria contrata firma especializada em cálculos atuariais, para verificação.Assim, a responsabilidade do auditor:A) limita-se aos trabalhos por ele efetuados, sendo a firma especializada responsável pelos trabalhosespeciais, tendo o auditor que mencionar o nome da empresa responsável pelos trabalhos e os efeitosapurados.B) é igual à da empresa contratada, respondendo pelos erros ou fraudes que possam surgir, sendo obrigatória

a menção da empresa contratada no parecer de auditoria.C) fica restrita à sua competência profissional, e, na ocorrência de emitir parecer sem ressalva, não poderáfazer referência do especialista no seu parecer.D) é compartilhada com a empresa contratada na avaliação das metodologias e técnicas utilizadas,respondendo tecnicamente pelos cálculos e valores apresentados nas demonstrações contábeis.E) está condicionada à escolha de empresa idônea e competente que não possua vínculo com a empresaauditada e que não tenha dependência, sendo a responsabilidade técnica e de avaliação de metodologias paraavaliação dessa área de responsabilidade da empresa especializada.

25 - (ESAF/Pref. Natal/ATM/2008) - Não corresponde a um evento subsequente que gera ajuste nasdemonstrações financeiras:A) decisão definitiva de processo judicial, dando ganho ou perda da causa que represente valor relevante.

B) perda de valor de investimentos, em decorrência do declínio do valor de mercado das ações.C) descoberta de erros ou fraudes posteriores, que afetam o resultado da empresa.D) determinação de valores referentes a pagamento de participação nos lucros ou referente a gratificaçõesassumidas legalmente e não formalizadas.E) ativos deteriorados, que constavam com valor significativo e que não foram ajustados.

26 - (ESAF / AFRF / 2009) - O auditor, ao avaliar as provisões para processos trabalhistas elaboradaspela Empresa Projeções S.A., percebeu que nos últimos três anos, os valores provisionados ficaramdistantes dos valores reais. Dessa forma, deve o auditor:A) estabelecer novos critérios para realização das estimativas pela empresa, no período.B) determinar que a administração apresente novos procedimentos de cálculos que garantam os valoresregistrados.

C) ressalvar o parecer, por inadequação dos procedimentos, dimensionando os reflexos nas demonstraçõescontábeis.D) exigir que seja feita uma média ponderada das perdas dos últimos três anos, para estabelecer o valor daprovisão.E) avaliar se houve o ajuste dos procedimentos, para permitir estimativas mais apropriadas no período.

27 - (FCC / TCM-CE / 2010) - A utilização dos eventos subsequentes aplicados às contas de contas apagar tem como objetivo:A) verificar se os valores pagos após a data de encerramento das demonstrações contábeis foramcorretamente provisionados.B) avaliar as alterações significativas no fluxo dos procedimentos contábeis após o fechamento dasdemonstrações contábeis.

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C) complementar ou subsidiar os procedimentos de auditoria aplicados durante a avaliação dos saldos dasdemonstrações contábeis, a fim de concluir sobre a adequação do saldo da conta.D) certificar se os valores pagos foram efetivamente debitados em conta-corrente da empresa auditada.E) certificar se a contabilização dessas contas são corretas.

28 - (FCC / Pref. São Paulo / AFTM / 2007) - Considere as afirmações a seguir, relativas a transações eeventos subsequentes ao término do exercício social a que se referem as demonstrações contábeisauditadas:I. A emissão de debêntures e ações não é considerada evento subseqüente relevante.II. Eventos subsequentes, após a divulgação das demonstrações contábeis, não devem ser consideradospelo auditor, uma vez que ele não pode emitir um novo parecer.III. Caso os eventos subsequentes não sejam revelados adequadamente pela companhia, o auditor devemencioná-los, como ressalva ou em parágrafo de ênfase, em seu parecer (relatório).IV. A desapropriação de bens da companhia pelo Poder Público é considerada um evento subsequente

relevante.Está correto o que se afirma APENAS emA I e II.B I e III.C II e III.D II e IV.E III e IV.

29 - (Pref. Jaboatão/AFTM/2006/FCC) - NÃO se caracterizam como eventos subsequentes, aquelesocorridos:A) entre a data do término do exercício social e a data da emissão do parecer.B) após o término do trabalho de campo, com a emissão do parecer, e a data da divulgação das

demonstrações contábeis.C) durante o exercício social, mas contabilizados após o término do exercício social, como ajuste dasdemonstrações contábeis.D) após a publicação das demonstrações contábeis pela empresa auditada.E) após a emissão do parecer pela firma de auditoria, antes da publicação das demonstrações contábeis.

30 - (FGV / SEFAZ/RJ – Fiscal de Rendas / 2010) – O auditor independente, para determinar se otrabalho dos auditores internos é adequado, deve avaliar os aspectos relacionados nas alternativas aseguir, à exceção de um. Assinale-o. a)  A objetividade da função de auditoria interna.b)  A competência técnica dos auditores internos.c)  A necessidade do uso do trabalho de especialistas para executar a auditoria interna.

d)  O zelo profissional demonstrado pelos auditores internos durante o trabalho.e)  A comunicação eficaz entre os auditores internos e o auditor independente.

31 - (FCC / TCE-SE / 2011) - Segundo a NBC TA 560, evento subsequente é aquele ocorrido entre adata: (A) de elaboração das demonstrações contábeis e a data de sua aprovação e fatos que chegaram aoconhecimento do auditor independente após a data do seu relatório.(B) das demonstrações contábeis e a data de sua aprovação e fatos que chegaram ao conhecimento do auditorindependente após a data de divulgação das demonstrações contábeis.(C) das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente e fatos que chegaram aoconhecimento do auditor independente após a data do seu relatório.(D) de aprovação das demonstrações contábeis e a data do relatório do auditor independente e fatos quechegaram ao conhecimento do auditor independente após a data de aprovação das demonstrações contábeis.

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(E) de aprovação das demonstrações contábeis e a data da de sua divulgação e fatos que chegaram aoconhecimento do auditor independente após a data de aprovação das demonstrações contábeis.

32 - (COPS / ICMS-PR / 2012) - Quanto à continuidade normal dos negócios da empresa auditada,assinale a alternativa que apresenta, corretamente, a responsabilidade do auditor.a) Apresentar parágrafo de ênfase no relatório de auditoria eximindo-se da responsabilidade da continuidadedos negócios da empresa auditada, por ser esta uma responsabilidade da administração.b) Determinar um período mínimo de continuidade operacional da empresa auditada, contado da data deelaboração e apresentação das demonstrações contábeis, e expressar em seu relatório a certeza quanto àcapacidade de continuidade operacional.c) Obter evidência de que a entidade auditada não venha a sofrer solução de continuidade, no mínimo cincoanos contados da data das demonstrações contábeis objeto da auditoria.d) Obter dos administradores uma carta de responsabilidade com o objetivo de garantir a permanência daentidade auditada no mercado por período não inferior a um ano, a contar da data do balanço objeto da

auditoria.e) Obter suficiente evidência de auditoria sobre a adequação do uso pela administração do pressuposto decontinuidade operacional na elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, e expressar umaconclusão sobre a existência de incerteza significativa quanto à capacidade de continuidade operacional.

33 - (FGV / SEFAZ-RJ – Analista de CI / 2011) - Em resposta a uma circularização, os advogados daentidade auditada assim classificaram as chances de perda nos processos judiciais em que aquela(auditada) era ré:

Considerando a situação acima e sabendo que o contador adotou os procedimentos corretos, consoantea regulamentação do CFC para estimativas e contingências, o auditor deverá certificar-se de que(sabendo que os saldos são relevantes):(A) não foram mencionados quaisquer dos valores acima, uma vez que ainda não houve decisão judicialdefinitiva.(B) apenas as contingências fiscais devem ser contabilizadas.

(C) todas as contingências acima devem ser contabilizadas.(D) em relação à contingência trabalhista enquadrada como remota, não deve ser feito registro no balançopatrimonial nem ser mencionada em notas explicativas.(E) a contingência trabalhista classificada como provável não deve ser contabilizada.

34 - (FCC / TCE AM / 2012) – O auditor externo da empresa Pública S.A. (entidade de economiamista) elaborou a revisão das contingências trabalhistas, cíveis e tributárias constatando a seguinteposição de probabilidades de perdas:

Prováveis R$ 100.000,00Possíveis R$ 50.000,00Remotas R$ 30.000,00

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Ao examinar as provisões constituídas e notas explicativas e considerando as normas vigentespertinentes a contingências, para validar as demonstrações contábeis com relação a esses fatos, deverácontar que a empresa:(A) não reconheceu provisões, visto que empresas públicas e entidades de economia mista não estão sujeitasà contestação judicial.(B) reconheceu, no passivo, provisões no valor de R$ 180.000,00.(C) reconheceu, no passivo, provisões no valor de R$ 150.000,00 e apresentou nota explicativa,evidenciando as contingências remotas no valor de R$ 30.000,00.(D) reconheceu, no passivo, provisões no valor de R$ 100.000,00 e evidenciou, em nota explicativa, o valorde R$ 50.000,00, relativo às possíveis perdas.(E) reconheceu, no passivo, provisões no valor de R$ 100.000,00 e evidenciou em nota explicativa.

35 - (FCC / ISS-SP / 2012) - A empresa Terceserv S.A. possui prejuízos fiscais decorrentes deresultados negativos apurados nos últimos dois anos no valor de R$ 1.000.000,00. Opera em Mercado

extremamente competitivo e não há por parte da administração expectativa de obtenção de lucros nospróximos 5 anos. A empresa aposta na qualidade dos serviços prestados para superar a concorrência ecomeçar a gerar lucro. Como não há prescrição do crédito tributário, a empresa constituiu provisãoativa para reconhecimento do crédito. Nesse caso, o auditor externo deve:(A) ressalvar o relatório de auditoria, mesmo que o valor seja irrelevante, uma vez que a empresa infringeregra contábil e fiscal.(B) abster-se de emitir o relatório de auditoria, em virtude de não atender aos pronunciamentos contábeisvigentes.(C) solicitar que a empresa reverta o lançamento, caso a empresa não atenda ressalvar o relatório deauditoria.(D) manter o lançamento, uma vez que o crédito é devido, e emitir relatório de auditoria sem ressalva ouênfase.

(E) recomendar que seja apropriado parte para o resultado do período, uma vez que o benefício já é devido, eemitir relatório de auditoria sem ressalva.

GABARITO

1 - E 2 - A 3 - B 4 - E5 - E 6 – E 7 - A 8 - A9 - C 10 - E 11 - C 12 - D13 - E 14 - E 15 - B 16 - B17 - B 18 - D 19 - E 20 - C

21 - A 22 - D 23 - C 24 - C25 - B 26 – E 27 - C 28 - E29 - C 30 - C 31 - C 32 - E33 - D 34 - D 35 - C

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AULA 08: Relatórios de Auditoria.

1. Relatórios (Parecer) de Auditoria

Segundo Ribeiro e Ribeiro (2012), Relatório de Auditoria é “um documento por meio do qual o auditorindependente expressa, claramente, por escrito, sua opinião sobre as demonstrações contábeis com base naavaliação das conclusões atingidas pela evidência de auditoria.” Nele, é descrita, também, a base que oauditor utilizou para emitir sua opinião.

A NBC TA 200 estabelece que são objetivos gerais do auditor, ao conduzir a auditoria de demonstraçõescontábeis:

(a)  obter segurança razoável  de que as demonstrações  contábeis como um todo estão livres dedistorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou erro, possibilitando assimque o auditor expresse sua opinião sobre se as demonstrações contábeis foram elaboradas, emtodos os aspectos relevantes, em conformidade com  a estrutura de relatório financeiroaplicável; e

(b) apresentar relatório sobre as demonstrações  contábeis e comunicar-se como exigido pelasNBC TAs, em conformidade com as constatações do auditor.

Ou seja, a NBC TA 200 exige que o auditor obtenha segurança razoável  de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante, independentemente se causadas por fraude ou

erro, e que apresente relatório sobre essas demonstrações.

Asseguração razoável é um nível elevado de segurança. Esse nível é conseguido quando o auditor obtémevidência de auditoria apropriada e suficiente para reduzir a um nível aceitavelmente baixo o risco deauditoria (isto é, o risco de que o auditor expresse uma opinião inadequada quando as demonstraçõescontábeis contiverem distorção relevante).

Contudo, asseguração razoável não é um nível absoluto de segurança porque há limitações inerentes emuma auditoria, as quais resultam do fato de que a maioria das evidências de auditoria em que o auditor baseiasuas conclusões e sua opinião é persuasiva e não conclusiva.

Distorção é a diferença entre o que é relatado e o que é exigido para que o item esteja de acordo com a

estrutura de relatório financeiro aplicável, e pode se originar de erro ou fraude.

Já a distorção relevante é aquela que, individualmente ou em conjunto, influenciam as decisões econômicasdos usuários, tomadas com base nas demonstrações contábeis.

Os objetivos  do auditor independente são, basicamente, formar  uma opinião  sobre as demonstraçõescontábeis objeto de análise, com base na avaliação das conclusões atingidas pelas evidências de auditoriaobtidas e expressar claramente essa opinião por meio de um relatório escrito, que também descreve a basepara a referida opinião, denominado relatório de auditoria.

Assim, o relatório (parecer) constitui-se na forma  pela qual os resultados dos trabalhos são levados aoconhecimento dos usuários  com a finalidade  de apontar possibilidades de correção de falhas, fornecerdados para a tomada de decisão e atender interesses específicos.

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Distorção é a diferença entre o que é relatado e o que é exigido.Já a distorção relevante  é aquela que, individualmente ou em conjunto, influenciam as decisões econômicas dos usuários, tomadas com base nas demonstrações contábeis. 

As seguintes normas  são relevantes no estudo dos relatórios do auditor independente, porque tratam decomo a forma e o conteúdo do relatório de auditoria independente são afetados quando o auditor expressauma opinião modificada ou inclui um parágrafo de ênfase ou de outros assuntos no seu relatório de auditoria:

- NBC TA 700  – formação da opinião e emissão do relatório do auditor independente sobre asdemonstrações contábeis;- NBC TA 705 - Modificações na opinião do auditor independente, e- NBC TA 706 - Parágrafos de ênfase e parágrafos de outros assuntos no relatório do auditor independente.

A observância  da principal delas, a NBC TA 700, propicia  a consistência  no relatório  do auditorindependente e credibilidade no mercado global.

Os objetivos do auditor na elaboração de seu relatório (parecer) são:

(a) formar uma opinião sobre as demonstrações contábeis com base na avaliação das conclusões atingidaspela evidência de auditoria obtida; e(b) expressar claramente essa opinião por meio de relatório de auditoria por escrito que também descrevea base para a referida opinião.

A opinião do auditor deve informar se as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectosrelevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável. Essa avaliação deve incluir a

consideração dos aspectos qualitativos das práticas contábeis da entidade, incluindo indicadores de possíveltendenciosidade nos julgamentos da administração.

Para formar essa opinião, o auditor deve concluir se obteve segurança razoável sobre se as demonstrações contábeis tomadas em conjunto não  apresentam distorções relevantes, independentemente se causadaspor fraude ou erro.

Essa opinião deve levar em consideração:

1 - a conclusão do auditor sobre se foi obtida evidência de auditoria apropriada e suficiente; e2 - a conclusão do auditor sobre se as distorções não corrigidas são relevantes, individualmente ouem conjunto.

O auditor deve avaliar se as demonstrações contábeis são elaboradas, em todos os aspectos relevantes, deacordo com os requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável.

O auditor, especificamente, deve avaliar se:

(a) as demonstrações contábeis divulgam adequadamente as práticas contábeis selecionadas e aplicadas;(b) as práticas contábeis selecionadas e aplicadas são consistentes com a estrutura de relatório financeiroaplicável e são apropriadas;(c) as estimativas contábeis feitas pela administração são razoáveis;(d) as informações apresentadas  nas demonstrações contábeis são relevantes, confiáveis, comparáveis ecompreensíveis;

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(e) as demonstrações fornecem divulgações adequadas para permitir que os usuários entendam o efeito detransações e eventos relevantes; e(f) a terminologia  usada nas demonstrações contábeis, incluindo o título de cada demonstração, éapropriada.

A avaliação do auditor sobre se as demonstrações contábeis propiciam uma apresentação adequada deveincluir considerações sobre:

(a) a apresentação geral, a estrutura e o conteúdo das demonstrações contábeis; e(b) se as demonstrações contábeis, incluindo as notas explicativas, representam as transações eeventos subjacentes de modo a alcançar uma apresentação adequada.

2. Tipos de Relatório

Como consequência das situações encontradas nos trabalhos de auditoria, o auditor independente poderáexpressar os seguintes tipos de opinião:

- opinião sem ressalva;- opinião com ressalva;- opinião adversa; e- opinião com abstenção de opinião.

2.1 Opinião sem ressalva (não modificada)

O auditor deve expressar uma opinião não modificada quando concluir que as demonstrações contábeissão elaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiroaplicável, e que essas demonstrações, tomadas em conjunto, estão livres de distorção  relevante, nãoimportando se causadas por fraude ou erro.

De acordo com a NBC TA 705, que trata da opinião modificada do auditor independente, o relatório  doauditor que contém opinião sem ressalva (sem modificação) é considerado relatório “limpo”. 

O auditor deve modificar a opinião no seu relatório de auditoria se:

(a) concluir, com base em evidência de auditoria obtida, que as demonstrações contábeis tomadasem conjunto apresentam distorções relevantes; ou

(b) não  conseguir obter evidência  de auditoria apropriada e suficiente para concluir se  asdemonstrações contábeis tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes.

Se as demonstrações contábeis elaboradas de acordo com os requisitos de uma estrutura de apresentaçãoadequada não atingem  uma apresentação  adequada, o auditor deve discutir o assunto com aadministração e, dependendo dos requisitos da estrutura de relatório financeiro aplicável e como o assunto éresolvido, deve determinar se é necessário modificar a opinião no seu relatório de auditoria.

Emitir uma opinião modificada significa  emitir uma opinião diferente daquela que normalmente éapresentada em um relatório considerado “limpo”, ou seja, emitir uma opinião com ressalva, uma opiniãoadversa ou uma opinião com abstenção de opinião.

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2.2 Opinião com ressalva

A opinião com ressalva é, segundo a NBC TA 705, expressa quando:

(a) ele, tendo obtido evidência de auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções,individualmente ou em conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas demonstraçõescontábeis; ou

(b) ele não consegue obter evidência  apropriada e suficiente de auditoria para suportar suaopinião, mas ele conclui que os possíveis efeitos de distorções não detectadas, se houver,sobre as demonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados.

Ou seja, é o tipo de opinião apropriada nos casos em que o auditor obteve evidência e constata a existênciade distorção relevante  nas demonstrações contábeis (embora não generalizadas), ou quando háimpossibilidade do auditor em obter evidência de auditoria suficiente e adequada.

Opinião com ressalva  é o tipo de opinião apropriada nos casos em que o auditor obteve evidência econstata a existência de distorção relevante nas demonstrações contábeis (embora não generalizadas), ouquando há impossibilidade do auditor em obter evidência de auditoria suficiente e adequada.

Generalizado  é o termo usado, no contexto de distorções, para descrever os efeitos disseminados  dedistorções sobre as demonstrações contábeis ou os possíveis efeitos de distorções sobre as demonstraçõescontábeis que não são detectados, se houver, devido à impossibilidade de obter evidência de auditoriaapropriada e suficiente.

Efeitos generalizados sobre as demonstrações contábeis são aqueles que, no julgamento do auditor:

(i) não estão restritos aos elementos, contas ou itens específicos das demonstrações contábeis;(ii) se estiverem restritos, representam ou poderiam representar uma parcela substancial dasdemonstrações contábeis; ou

(iii) em relação às divulgações, são fundamentais para o entendimento  das demonstraçõescontábeis pelos usuários.

Exemplo de Opinião com ressalva, na NBC TA 705

Em nossa opinião, exceto pelos  efeitos do assunto descrito no parágrafo Base para opinião comressalva, as demonstrações contábeis acima referidas apresentam adequadamente, em todos osaspectos relevantes, a posição patrimonial e financeira da Companhia ABC em 31 de dezembro de20X1, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data,

de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

2.3 Opinião adversa

Opinião apropriada quando o auditor encontra distorções relevantes nas demonstrações contábeis, e essasdistorções são consideradas generalizadas.

Segundo a NBC TA 705: “O auditor deve expressar uma opinião adversa quando, tendo obtido evidênciade auditoria apropriada e suficiente, conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, sãorelevantes e generalizadas para as demonstrações contábeis.” (grifamos)

Exemplo de Opinião adversa, na NBC TA 705

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Em nossa opinião, devido à importância do assunto discutido no parágrafo Base para opiniãoadversa, as demonstrações contábeis consolidadas não apresentam adequadamente a posiçãopatrimonial e financeira consolidada da Companhia ABC e suas controladas em 31 de dezembro de20X1, o desempenho consolidado das suas operações e os fluxos de caixa consolidados para oexercício findo em 31 de dezembro de 20X1 de acordo com as normas internacionais de relatóriofinanceiro.

2.4 Abstenção de opinião

Segundo a NBC TA 705, o auditor deve abster-se de expressar uma opinião quando não  consegue obterevidência  de auditoria apropriada e suficiente para suportar sua opinião e  ele conclui que os possíveisefeitos  de distorções não detectadas, se houver, sobre as demonstrações contábeis poderiam  ser

relevantes e generalizados.Outro motivo  para a abstenção de opinião ocorre quando, em circunstâncias extremamente rarasenvolvendo diversas incertezas, o auditor conclui que, independentemente de ter obtido evidência deauditoria apropriada e suficiente sobre cada uma das incertezas, não é possível expressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis devido à possível interação das incertezas e seu possível efeitocumulativo sobre essas demonstrações contábeis.

Em relação a limitações ao trabalho do auditor, a NBC TA 705 prescreve que se depois de aceitar o trabalho,o auditor tomar conhecimento que a administração impôs uma limitação ao alcance da auditoria que tem,segundo ele, probabilidade de resultar na necessidade de expressar uma opinião com ressalva ou abster-se deexpressar uma opinião sobre as demonstrações contábeis, o auditor deve solicitar que  a administração

retire a limitação.

No caso de a administração se recusar a retirar a limitação, o auditor deve comunicar  o assunto aosresponsáveis pela governança, a menos que todos aqueles responsáveis pela governança estejamenvolvidos na administração da entidade, assim como determinar se é possível  executar procedimentosalternativos para obter evidência de auditoria apropriada e suficiente.

Se o auditor não conseguir obter evidência apropriada e suficiente de auditoria, o auditor deve determinar asimplicações como segue:

(a) se ele concluir que os possíveis efeitos de distorções  não detectadas, se houver, sobre asdemonstrações contábeis poderiam ser relevantes, mas não generalizados, o auditor deve

emitir uma opinião com ressalva; ou

(b) se ele concluir que os possíveis efeitos de distorções  não detectadas, se houver, sobre asdemonstrações contábeis poderiam ser relevantes e generalizados de modo que uma ressalvana opinião seria não adequada para comunicar a gravidade da situação, o auditor deve:

- renunciar ao trabalho  de auditoria, quando possível, de acordo com as leis ouregulamentos aplicáveis; ou

- se a renúncia ao trabalho de auditoria antes da emissão do seu relatório de auditoriaindependente não for possível, abster-se de expressar uma opinião  sobre asdemonstrações contábeis.

Exemplo de Abstenção de opinião, na NBC TA 705

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O relatório do auditor independente deve especificar que a responsabilidade do auditor é expressar umaopinião sobre as demonstrações contábeis com base na auditoria.

O relatório do auditor independente deve especificar que a auditoria foi conduzida em conformidade com asnormas de auditoria indicando sempre a nacionalidade das mesmas.

Como no Brasil as normas de auditoria estão sendo integralmente convergidas com as normas internacionaisde auditoria emitidas pela Federação Internacional de Contadores, a referência  deve ser às normasbrasileiras e internacionais de auditoria.

O relatório do auditor independente deve explicar, também, que essas normas requerem que o auditorcumpra as exigências éticas, planeje e realize a auditoria para obter segurança razoável de que asdemonstrações contábeis não apresentem distorção relevante.

O relatório do auditor independente deve descrever a auditoria, especificando que:(a) a auditoria envolve a execução de procedimentos para obtenção de evidência de auditoria a respeitodos valores e divulgações nas demonstrações contábeis;

(b) os procedimentos selecionados dependem do julgamento do auditor, incluindo a avaliação dos riscosde distorção relevante nas demonstrações, independentemente se causadas por fraude ou erro.

Nessas avaliações de risco, o auditor considera os controles internos  relevantes para a elaboração dasdemonstrações contábeis da entidade para planejar procedimentos de auditoria que são apropriados nascircunstâncias, mas não  para fins de expressar uma opinião sobre a eficácia  dos controles internos daentidade.

Nas circunstâncias em que o auditor também tem a responsabilidade de expressar uma opinião sobre aeficácia dos controles internos juntamente com a auditoria das demonstrações contábeis, o auditor deveomitir a frase de que a consideração do auditor sobre o controle interno não tem a finalidade de expressaruma opinião sobre a eficácia dos controles internos; e

(c)  a auditoria inclui, também, a avaliação da adequação das práticas contábeis  utilizadas e  arazoabilidade das estimativas contábeis  feitas pela administração, bem como a avaliação da apresentaçãodas demonstrações contábeis, tomadas em conjunto.

Quando as demonstrações contábeis são elaboradas de acordo com uma estrutura de apresentação adequada,a descrição da auditoria no relatório do auditor independente deve referir-se a “elaboração e adequadaapresentação das demonstrações contábeis pela entidade” ou “elaboração de demonstrações contábeis pela

entidade que apresentam uma visão correta e adequada” conforme apropriado nas circunstâncias.

O relatório do auditor independente deve especificar se o auditor acredita que a evidência de auditoriaobtida pelo auditor é suficiente e apropriada para fundamentar a sua opinião.

Opinião do auditor

Ao expressar uma opinião não modificada sobre as demonstrações contábeis elaboradas de acordo com aestrutura de apresentação adequada, a opinião do auditor deve, utilizar uma das seguintes frases, que sãoconsideradas equivalentes:

(a) as demonstrações contábeis apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, … deacordo com [a estrutura de relatório financeiro aplicável]; ou

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(b) as demonstrações contábeis apresentam uma visão correta e adequada … de acordo com [aestrutura de relatório financeiro aplicável].

Ao expressar uma opinião não modificada  sobre demonstrações contábeis elaboradas de acordo com aestrutura de conformidade, a opinião do auditor deve ser que as demonstrações contábeis são elaboradas,em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiro aplicável.

Se a estrutura de relatório financeiro aplicável indicada na opinião do auditor não se refere às normasinternacionais de relatório financeiro (IFRS), a opinião do auditor deve identificar a jurisdição de origem daestrutura, por exemplo, práticas contábeis adotadas no Brasil, cuja definição consta da NBC TS que dispõesobre Apresentação das Demonstrações Contábeis aprovada pelo CFC.

Antes do parágrafo da opinião, incluir um parágrafo para fornecer uma descrição do assunto que deu

origem à modificação, se for esse o caso. Esse parágrafo deve ter a denominação de “base para opiniãocom ressalva”; “base para opinião adversa” ou “base para abstenção de opinião”.

O auditor deve expressar uma opinião não modificada quando concluir que as DC são elaboradas, emtodos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de RFA.

O auditor deve modificar a opinião no seu relatório se:(a) concluir, com base em evidência de auditoria obtida, que as DC tomadas em conjunto

apresentam distorções relevantes; ou(b) não conseguir obter evidência  de auditoria apropriada e suficiente para concluir se as DC

tomadas em conjunto não apresentam distorções relevantes.

Outras responsabilidades relativas à emissão do relatório de auditoria

Se for requerido ao auditor tratar no seu relatório de auditoria de outras responsabilidades em relação àsdemonstrações contábeis que são complementares à sua responsabilidade, de acordo com as normas deauditoria, para emissão de seu relatório sobre as demonstrações contábeis, essas outras responsabilidadesdevem ser tratadas em uma seção separada no relatório do auditor independente com o subtítulo “Relatóriodo auditor independente sobre outros requisitos legais e regulatórios”.

Se o relatório do auditor independente contém uma seção separada sobre outras responsabilidades relativas àemissão de relatório de auditoria, os títulos, demonstrações e as explicações devem ser incluídos no subtítulo“Relatório do auditor independente sobre as demonstrações contábeis”. A seção do relatório sobre outrosrequisitos legais e regulatórios deve ser apresentada após a seção que cobre as demonstrações contábeis.

Assinatura do auditor

Data do relatório do auditor independente

Relatório do auditor independente previsto por lei ou regulamento

Se o auditor, por exigência de lei ou regulamento, for requerido a utilizar uma forma ou um texto especificopara elaborar o seu relatório, ele só pode se referir às normas de auditoria brasileiras ou internacionais seincluir, no mínimo, cada um dos seguintes elementos:

(a) título;(b) destinatário, conforme exigido pelas circunstâncias da contratação;

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(c) parágrafo introdutório que identifica as demonstrações contábeis auditadas;(d) descrição da responsabilidade da administração (ou outro termo apropriado) pela elaboração dasdemonstrações contábeis;(e) descrição da responsabilidade do auditor por expressar uma opinião sobre as demonstraçõescontábeis e o alcance da auditoria, que inclui:

(i) referência às normas de auditoria brasileiras e internacionais de auditoria e a lei ouregulamento; e

(ii) descrição da auditoria de acordo com essas normas;(f) parágrafo da opinião contendo a opinião expressa sobre as demonstrações contábeis e referência àestrutura de relatório financeiro aplicável utilizada para elaborar as demonstrações contábeis(práticas contábeis adotadas no Brasil ou, se for o caso, incluir a identificação de origem da estruturade relatório financeiro aplicada);(g) assinatura do auditor;(h) data do relatório do auditor independente; e

(i) localidade em que o relatório foi emitido.Pode ser que o auditor deva conduzir a auditoria de acordo com as normas de auditoria de uma jurisdiçãoespecífica (“normas de auditoria dessa jurisdição”), mas deva ter cumprido também com as normas deauditoria (NBC TAs) na condução da auditoria.

Nesse caso, o relatório do auditor independente pode referir-se às normas de auditoria além das normas deauditoria dessa jurisdição, somente se:

(a) não houver conflito entre os requisitos das normas de auditoria dessa jurisdição em relação àsnormas de auditoria que levariam o auditor a

(i) formar uma opinião diferente, ou

(ii) não incluir um parágrafo de ênfase que, nas circunstâncias específicas, seria requeridopelas normas de auditoria; e(b) o relatório do auditor independente inclui, no mínimo, cada um dos elementos já especificadosquando o auditor usa a forma ou o texto especificado pelas normas de auditoria dessa jurisdição. Areferência à lei ou regulamento deve ser lida como referência às normas de auditoria dessa

 jurisdição. O relatório do auditor independente deve, portanto, identificar essas normas de auditoria.

Não se preocupem com essa quantidade de informação, pois não é tão relevante. Basta o entendimento.Fizemos questão de incluir na aula para que ficasse bastante completa, mas procurem focar nos trechos maisimportantes, grifados.

Quando o relatório do auditor independente se refere tanto às normas de auditoria nacionais ou específicas de

outra jurisdição e as normas brasileiras de auditoria (NBC TAs), o relatório do auditor independente deveidentificar a jurisdição de origem das normas de auditoria nacionais ou específicas.

Informações suplementares apresentadas com as demonstrações contábeis

No caso de serem apresentadas informações suplementares com as demonstrações contábeis auditadas, nãorequeridas pela estrutura de relatório financeiro aplicável, o auditor deve avaliar se  essas informaçõessuplementares estão claramente diferenciadas das demonstrações contábeis auditadas.

Se essas informações suplementares não estão claramente diferenciadas das demonstrações contábeisauditadas, o auditor deve pedir que a administração mude a forma de apresentação das informaçõessuplementares não auditadas. Se a administração se recusar a fazê-lo, o auditor deve explicar no relatório doauditor independente que essas informações suplementares não foram auditadas.

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Informações suplementares não requeridas pela estrutura de relatório financeiro aplicável, mas que, apesardisso, são parte integrante das demonstrações contábeis porque não podem ser claramente diferenciadas dasdemonstrações contábeis auditadas devido a sua natureza e forma de apresentação, devem ser cobertas pelaopinião do auditor.

Resumindo:

1) Características do Relatório 

A decisão sobre que tipo de opinião modificada é apropriada depende da natureza do assunto que deuorigem à modificação. O auditor deve modificar sua opinião quando:

-  Conclui, com base nas evidências de auditoria, que as DC, como um todo, apresentamdistorções relevantes;

Não consegue obter evidências apropriadas e suficientes para a conclusão acima.Antes do parágrafo da opinião, incluir um parágrafo para fornecer uma descrição do assunto quedeu origem à modificação. Esse parágrafo deve ter a denominação de “base para opinião comressalva”; “base para opinião adversa” ou “base para abstenção de opinião”.

2) Opinião com ressalva 

-  Obteve evidência suficiente e apropriada, e concluiu que as distorções, individualmente ouem conjunto, são relevantes, mas não generalizadas nas DC; ou

-  não  conseguiu obter evidência suficiente e apropriada, mas concluiu que os possíveisefeitos das distorções não detectadas, se houver, sobre as DC poderiam ser relevantes, mas

não generalizadas.

Especificar no parágrafo de opinião que, exceto pelo descrito no parágrafo “base para opinião comressalva”:

-  Que as DC estão apresentadas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, deacordo com a estrutura de RFA, quando o relatório é emitido de acordo com uma estruturaque tem como objetivo a apresentação adequada das DC; ou

-  Que as DC foram elaboradas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, de acordocom a estrutura de RFA quando o relatório é emitido de acordo com uma estrutura deconformidade.

3) Opinião adversa

Conclui que as distorções, individualmente ou em conjunto, são relevantes e generalizadas para asDC.Deve especificar, no parágrafo de opinião, que:

-  As DC não estão apresentadas adequadamente, de acordo com a estrutura de RFA,quando o relatório é emitido de acordo com uma estrutura que tem como objetivo aapresentação adequada das DC; ou

-  as DC não foram elaboradas adequadamente, em todos os aspectos relevantes, de acordocom a estrutura de RFA quando o relatório é emitido de acordo com uma estrutura deconformidade.

4) Abstenção de Opinião 

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O auditor deve abster-se de expressar sua opinião quando:-  não conseguiu obter evidência suficiente e apropriada para suportar sua opinião, e concluiu

que os possíveis efeitos das distorções não detectadas, se houver, sobre as DC poderiam serrelevantes e generalizadas .

-  em circunstâncias extremas raras, envolvendo diversas incertezas, o auditor conclui que,independentemente de ter obtido evidências sobre cada uma das incertezas, não é possívelexpressar uma opinião sobre as DC devido à possível interação das incertezas e seupossível efeito cumulativo sobre essas DC.

5) Parágrafo de Ênfase 

Refere-se a um assunto apropriadamente apresentado nas DC que, de acordo com o julgamento doauditor, é de tal importância para o entendimento do usuário, que justifica que se chame a atençãopara o assunto.

Deve ser inserido imediatamente após o parágrafo de opinião, com o título “Ênfase”.Para finalizar a parte teórica da nossa aula, a tabela a seguir, constante da NBC TA 705, mostra como aopinião  do auditor sobre a natureza  do assunto que gerou a modificação e a disseminação  de formageneralizada dos seus efeitos ou possíveis efeitos sobre as demonstrações contábeis afeta o tipo de opinião a ser expressa.

Julgamento do auditor sobre a disseminação de formageneralizada dos efeitos ou possíveis efeitos sobre as

demonstrações contábeisNatureza do assunto que gerou a

modificaçãoRelevante mas não

generalizado Relevante e generalizado 

As demonstrações contábeisapresentam distorções relevantes 

Opinião com ressalva  Opinião adversa 

Impossibilidade de obter evidência de auditoria apropriada e suficiente

Opinião com ressalva  Abstenção de opinião

Não precisamos nem dizer que esse quadro é muito importante, concordam?

EXERCÍCIOS

1 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - Na emissão de parecer com abstenção de opinião para asdemonstrações contábeis de uma entidade, pode-se afirmar que: a) elimina a responsabilidade do auditor de emitir qualquer parecer devendo este comunicar à administraçãoda empresa da suspensão dos trabalhos.b) não suprime a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio, independente darelevância ou materialidade, que possa influenciar a decisão do usuário dessas demonstrações.c) exclui a responsabilidade do auditor de se manifestar sob qualquer aspecto das demonstrações.d) não elimina a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio relevante que possainfluenciar a decisão do usuário dessas demonstrações.e) extingue a responsabilidade do auditor de mencionar, no parecer, qualquer desvio relevante que possainfluenciar a decisão do usuário dessas demonstrações.

2 - (ESAF / RECEITA FEDERAL / 2009) - A empresa de Transportes S.A. é uma empresa que temseus registros contábeis e procedimentos estabelecidos por agência de fiscalização. A agência

estabeleceu procedimento para registro das concessões que diverge significativamente, do

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procedimento estabelecido pelo Conselho Federal de Contabilidade. Nessa situação, deve o auditoremitir parecer: a) sem abstenção de opinião.b) adverso.c) com ressalva.d) sem ressalva, mas evidenciando em nota explicativa a divergência.e) com abstenção de opinião.

3 - (ESAF / CVM / 2010) - No parecer sobre as demonstrações contábeis, o auditor deve emitir suaopinião afirmando se estas representam adequadamente ou não a situação patrimonial da entidade.Nesse parecer, devem ser observados os seguintes aspectos relevantes, exceto: a) as obrigações para o período seguinte. b) a origem e a aplicação dos recursos para o período a que correspondem. c) as mutações do patrimônio líquido. 

d) a posição patrimonial e financeira. e) o resultado das operações no período. 

4 - (ESAF / SEFAZ/SP - APOFP / 2009) - Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas daseguinte frase: “O auditor deve emitir parecer ______(1)______ quando verificar que asdemonstrações contábeis estão incorretas ou incompletas, em tal magnitude que impossibilite aemissão do parecer ______(2)______.” a) (1) adverso // (2) com ressalvab) (1) com ressalva // (2) adversoc) (1) com abstenção de opinião // (2) com ressalvad) (1) com abstenção de opinião // (2) adversoe) (1) adverso // (2) com abstenção de opinião

5 - (ESAF / CGU / 2008) - De acordo com a NBC-T-11, o Parecer do Auditor Independente, segundo anatureza da opinião que contém, pode ser classificado das seguintes formas, exceto: a) parecer sem ressalva.b) parecer com ressalva.c) parecer irregular.d) parecer adverso.e) parecer com abstenção de opinião.

6 - (ESAF / SUSEP / 2010) - O auditor externo, quando responsável pela auditoria das demonstraçõescontábeis da holding de um conglomerado econômico, deve: a) evidenciar em cada folha, do conjunto de demonstrações auditadas e nas notas explicativas, os itens ou

contas que não foram objetos de auditoria.b) limitar-se a dar divulgação sobre as demonstrações para as quais emitiu opinião.c) ressalvar o parecer, evidenciando as áreas das demonstrações contábeis que não foram auditadas por ele.d) evidenciar, no parecer de auditoria, as demonstrações das coligadas e controladas que não foram auditadaspor ele, identificando a firma de auditoria que as auditou.e) responsabilizar-se por todas as demonstrações contábeis utilizadas para elaboração da demonstraçãoobjeto da auditoria.

7 - (ESAF / SUSEP / 2010) - O auditor externo, ao avaliar as demonstrações contábeis da empresaEvolution S.A., identificou que a empresa está discutindo a similaridade de seus produtos comprodutos de concorrentes que possuem isenção de tributação. A empresa não vem recolhendo oreferido tributo há mais de 5 anos e o valor relativo a essa contingência é significativo. Caso a decisão

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vier a ser contrária à empresa, a mesma entrará em processo de descontinuidade. A decisão deve terseu mérito julgado em quatro anos. Dessa forma deve o auditor emitir parecer: a) negativa de opinião, por não poder firmar opinião sobre as demonstrações contábeis.b) com ressalva, evidenciando o fato como restritivo às demonstrações contábeis.c) adverso, por não permitir avaliar as demonstrações contábeis.d) sem ressalva, visto que há incerteza no desdobramento da causa.e) sem ressalva, com introdução de parágrafo de ênfase fazendo referência à nota explicativa que devedescrever detalhadamente o evento._________8 - (ESAF / CGU / 2006) - O Parecer de Auditoria é o instrumento por meio do qual o auditorindependente comunica sua conclusão acerca das demonstrações contábeis de uma entidade, tendocaráter comparativo às demonstrações contábeis referentes ao exercício anterior. Sobre o Parecer emcomento, assinale a opção incorreta.a) A responsabilidade sobre a preparação e o conteúdo das demonstrações contábeis é do auditor

independente.b) A opinião expressada pelo auditor independente deve ser obrigatoriamente clara e objetiva.c) De maneira geral, o Parecer é destinado à diretoria da entidade, seu conselho de administração e/ou a seusacionistas.d) A data do Parecer deve corresponder à data da conclusão dos trabalhos na entidade auditada.e) O Parecer deve ser assinado por profissional com registro cadastral no Conselho Regional deContabilidade.

9 - (ESAF / RFB / 2003) - Dadas as situações a seguir, identifique, na respectiva ordem, quais os tiposde parecer de auditoria mais adequados a cada situação: I. O auditor constatou que a empresa Alpha S.A. somente faturava parte de suas mercadorias vendidas e queboa parte das mercadorias compradas entravam sem documentação hábil.

II. O auditor constatou que a empresa Beta S.A. não estava reconhecendo os juros e variações monetárias deseus contratos de financiamentos junto ao Banco Empresta Tudo S.A., efetuando a contabilização somenteno pagamento do empréstimo.III. O auditor, ao executar os trabalhos na empresa Gama S.A., encontrou divergências no cálculo daprovisão para contingências trabalhistas. Ao analisar a relevância dos números, percebeu que os mesmos nãoafetavam as demonstrações contábeis.IV. O auditor, ao avaliar as demonstrações financeiras da empresa Omega S.A., não conseguiu compor osaldo das contas de financiamentos concedidos, nem das contas de investimentos.a) com ressalva, adverso, abstenção de opinião e sem ressalvab) adverso, abstenção de opinião, sem ressalva e com ressalvac) adverso, com ressalva, sem ressalva e abstenção de opiniãod) abstenção de opinião, sem ressalva, com ressalva e adverso

e) abstenção de opinião, com ressalva, sem ressalva e adverso

10 - (ESAF / RFB / 2003) - A expressão a ser utilizada na elaboração do parágrafo de opinião doparecer sem ressalva, emitido pelos auditores independentes, sobre as demonstrações contábeis, paraidentificar que as demonstrações contábeis foram avaliadas e nelas foram aplicadas as NormasBrasileiras de Contabilidade, a legislação pertinente e os Princípios Fundamentais de Contabilidadeprevistos pelo CFC é, de acordo com: a) os princípios fundamentais de contabilidade.b) as normas brasileiras de contabilidade.c) os princípios contábeis geralmente aceitos.d) as práticas contábeis adotadas no Brasil.e) as normas contábeis nacionais e internacionais aceitas.

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11 - (ESAF / Pref. De Natal / 2008) - Não é um procedimento a ser aplicado pelo auditor na elaboraçãodo parecer (relatório) de auditoria:A) mencionar em parecer com abstenção de opinião qualquer desvio relevante que possam influenciar osusuários das demonstrações.B) emitir parecer adverso, quando verificar que as demonstrações contábeis estão incorretas ou incompletas.C) emitir parecer com ressalva ou com abstenção de opinião, quando houver limitação na extensão dotrabalho.D) utilizar expressões como: exceto quanto, sujeito a, ou com exceção de.E) incluir todas as razões que fundamentaram a emissão de seu parecer com ressalva, adverso ou comnegativa de opinião.

12 - (ESAF / Pref. de Natal – ISS / 2008) - A empresa Energetill Ltda. é uma empresa de geração etransmissão de energia. O órgão regulador e fiscalizador, por meio de norma, determinou que parte desuas receitas sejam apropriadas pelo regime de caixa. Considerando somente os dados apresentados,

deve o auditor emitir parecer (opinião):A) sem ressalva.B) adverso.C) com ressalva.D) com limitação de extensão.E) com abstenção de opinião.

13 - (ESAF / Pref. de Natal – ISS / 2008) - Com relação ao parecer (relatório) de auditoria, éverdadeiro afirmar que:A) quando aplicado o "parágrafo de ênfase", o parecer (relatório) qualifica-se como parecer (opinião) comressalva.B) a expressão "exceto quanto" é utilizada para limitar a extensão do parecer (relatório) e qualificá-lo como

parecer (opinião) adverso.C) a não aplicação de princípios contábeis, sem avaliar a relevância na demonstração contábil, não é fatorsuficiente para emitir parecer com ressalva.D) a expressão "sujeito a" é utilizada para ressaltar a indefinição sobre algum aspecto da demonstraçãocontábil em parecer com ressalva.E) o parecer com negativa de opinião deve ser emitido somente quando a empresa não tiver elaborado asdemonstrações contábeis.

14 - (ESAF / SEFAZ-MG / 2005) - Quanto ao tipo de parecer (opinião) a ser emitido sobredemonstrações contábeis, podemos afirmar que:A) demonstrações contábeis com quebra de uniformidade relevante na aplicação dos princípios contábeisgeram parecer sem ressalva.

B) trabalhos de auditoria, com limitação significativa imposta na extensão dos trabalhos geram parecer comressalva.C) demonstrações contábeis com não obediência a princípios contábeis irrelevantes, geram parecer comressalva.D) demonstrações contábeis com não obediência a princípios contábeis relevantes geram parecer comressalva.E) incertezas relevantes nas demonstrações contábeis geram parecer com abstenção de opinião.

15 - (ESAF / Pref. de Recife - ISS / 2003) - Em uma situação na qual a empresa está contestando judicialmente, certas incorreções no cálculo do imposto de renda, apontadas por auditoria realizadapela Secretaria da Receita Federal, que arbitrou para o ano das demonstrações financeiras objeto daauditoria, um valor expressivo e relevante. Por ser matéria passível de questionamento jurídico, etratar-se de matéria conflitante, questionável e difícil de quantificar, sendo assim, a empresa não

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constituiu provisão para esse passivo contingente. De acordo com estas informações, indique qual tipode parecer (opinião) que o auditor deve emitir.A) com ressalvaB) sem ressalvaC) parcialD) com abstenção de opiniãoE) adverso

16 - (ESAF / INSS / 2002) - O auditor, ao terminar seus trabalhos, conclui que as demonstraçõescontábeis estão comprometidas substancialmente. O tipo de opinião que o auditor deve emitir é:A) sem ressalva ou com abstenção de opinião.B) com ressalva ou com nota explicativa.C) adverso ou com ressalva.D) com abstenção de opinião ou limpo.

E) com limitação de opinião ou adverso.17 - (ESAF / RFB / 2002) - Após uma série de respostas de advogados da empresa auditada, o auditorsegregou os processos judiciais movidos contra a empresa em três categorias de chance de insucesso, asaber: provável, possível e remota. Quando os processos forem classificados como prováveis, cujoefeito não possa ser razoavelmente estimado, o auditor deve emitir um parecer (uma opinião):A) sem ressalvaB) com parágrafo de ênfaseC) com ressalvaD) adversoE) com abstenção

18 - (ESAF / RFB / 2002) - Se o auditor independente concluir que uma determinada matéria,envolvendo incerteza relevante, não está adequadamente divulgada nas demonstrações contábeis, seuparecer deve conter:A) parágrafo de ênfase ou ressalva.B) ressalva ou negativa de opinião.C) parágrafo de ênfase ou opinião adversa.D) ressalva ou opinião adversa.E) abstenção de opinião ou opinião adversa.

19 - (ESAF / RFB / 2002) - O responsável pela auditoria independente do Grupo Niscau S/A deparou-se com a seguinte situação: ao requisitar os trabalhos de outros auditores de coligadas e controladas doGrupo Niscau, foi comunicado que os trabalhos desses outros auditores não seriam disponibilizados.

Nesse caso, o procedimento a ser efetuado pelo auditor é:A) emitir um parecer com ressalva.B) aplicar procedimentos adicionais suficientes.C) emitir um parecer com abstenção de opinião.D) incluir um parágrafo de ênfase na opinião.E) justificar a limitação de escopo.

20 - (FCC / ISS-SP / 2012) - A empresa brasileira Torucha S.A. elaborou as demonstrações contábeisde 2011, consolidadas e individuais, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil paraavaliação dos investimentos em controladas, coligadas, usando o método de equivalência patrimonial.Dessa forma, o auditor ao emitir seu relatório de auditoria sobre as demonstrações contábeis deve : (A) emitir um relatório de auditoria, com limitação de escopo, uma vez que as práticas contábeis adotadasno Brasil divergem dos pronunciamentos emanados pelas normas internacionais de contabilidade: IFRS.

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(B) emitir um parecer adverso, ressalvando que as demonstrações contábeis não atendem às normasinternacionais de contabilidade: IFRS, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.(C) elaborar parágrafo de ênfase, evidenciando que as demonstrações financeiras individuais foramelaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil, ressalvando que neste aspecto nãoatendem às normas internacionais de contabilidade: IFRS.(D) emitir parecer sem ressalva, uma vez que as demonstrações foram elaboradas de acordo com as práticascontábeis adotadas no Brasil; como essas práticas refletem os pronunciamentos do CPC – Comitê dePronunciamentos Contábeis, estão em conformidade com as normas internacionais de contabilidade: IFRS.(E) abster-se de opinar em seu relatório de auditoria, uma vez que as práticas adotadas no Brasil divergemdos pronunciamentos emanados pelas normas internacionais de contabilidade: IFRS.

21 - (FCC / ISS-SP / 2012) - A empresa exportatudo S.A. tem em suas operações instrumentosfinanceiros derivativos de hedge de moeda para cobertura de sua exposição cambial. Apesar deenquadrar- se na condição para contabilização pelo método de hedge accounting não o aplica. Dessa

forma, deve o auditor externo: (A) ressalvar e enfatizar, no relatório de auditoria, os efeitos que o referido procedimento causa àsdemonstrações financeiras auditadas.(B) verificar se o procedimento está divulgado em nota explicativa e emitir relatório de auditoria semressalva, uma vez que esse procedimento é opcional.(C) avaliar o impacto e verificar se o procedimento afeta representativamente o resultado, ressalvando orelatório de auditoria.(D) emitir relatório de auditoria, condicionando sua avaliação aos reflexos que o referido procedimentocausaria às demonstrações contábeis.(E) abster-se de emitir opinião em virtude da relevância que o procedimento causa nas demonstraçõescontábeis das empresas de forma geral.

22 - (FCC / ISS-SP / 2012) - A empresa Terceserv S.A. possui prejuízos fiscais decorrentes deresultados negativos apurados nos últimos dois anos no valor de R$ 1.000.000,00. Opera em Mercadoextremamente competitivo e não há por parte da administração expectativa de obtenção de lucros nospróximos 5 anos. A empresa aposta na qualidade dos serviços prestados para superar a concorrência ecomeçar a gerar lucro. Como não há prescrição do crédito tributário, a empresa constituiu provisãoativa para reconhecimento do crédito. Nesse caso, o auditor externo deve : (A) ressalvar o relatório de auditoria, mesmo que o valor seja irrelevante, uma vez que a empresa infringeregra contábil e fiscal.(B) abster-se de emitir o relatório de auditoria, em virtude de não atender aos pronunciamentos contábeisvigentes.(C) solicitar que a empresa reverta o lançamento, caso a empresa não atenda ressalvar o relatório deauditoria.

(D) manter o lançamento, uma vez que o crédito é devido, e emitir relatório de auditoria sem ressalva ouênfase.(E) recomendar que seja apropriado parte para o resultado do período, uma vez que o benefício já é devido,e emitir relatório de auditoria sem ressalva.

23 - (FCC / TCE-SP / 2012) – Segundo a NBC TA 705, que trata da opinião do auditor independente,caso as demonstrações contábeis apresentem distorções relevantes que, no julgamento do auditor,estão disseminadas em vários elementos, contas ou itens das demonstrações financeiras, esseprofissional deve emitir um relatório:(A) padrão.(B) com ressalva.(C) com opinião adversa.(D) com abstenção de opinião.

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(E) sem ressalva.

24 - (FCC / TCE-PR / 2011) - Quando as demonstrações financeiras representam adequadamente aposição patrimonial e financeira, o auditor emite um parecer:(A) conclusivo.(B) sem especificações.(C) extroverso.(D) finalístico.(E) sem ressalva.

25 - (FCC / TRT-4ª Região / 2011) - O processo de auditoria e a emissão de relatório de auditoria semressalva:a) não isenta o administrador e os agentes de governança das responsabilidades legais e normativas.b) divide a responsabilidade pelas demonstrações contábeis com os administradores e transfere a

responsabilidade de eventuais fraudes não constatadas, para a firma de auditoria.c) exime da responsabilidade os administradores e a diretoria executiva da empresa, dividindo asresponsabilidades com os agentes de governança.d) não elimina a possibilidade de erros materiais e de distorções relevantes nas demonstrações contábeis.e) elimina a responsabilidade dos agentes de governança das responsabilidades legais e normativas.

26 - (FCC / NOSSA CAIXA / 2011) - Quando ocorrer incerteza quanto a fato relevante, cujo desfechopoderá afetar significativamente a posição patrimonial e financeira da entidade, mas que foimencionado nas notas explicativas às demonstrações contábeis, o auditor deve:(A) emitir parecer adverso.(B) adicionar parágrafo de ênfase em seu parecer sem ressalva.(C) emitir parecer com abstenção de opinião.

(D) não emitir o parecer até ter maiores informações sobre o assunto.(E) emitir parecer com ressalva.

27 - (FCC/TRF-1/Analista Contábil/2011) - No processo de auditoria, para emissão de relatório, deve-se obter:A) documentação mínima que suporte o processo de auditoria independente, sem a necessidade deconfirmação da fidedignidade dos documentos, ainda que haja indícios de fraude.B) confirmação dos eventos, dentro do processo de revisão analítica, limitando-se a revisão dos documentosselecionados por amostra estatística, independentemente do nível de risco oferecido.C) evidência de auditoria apropriada e suficiente para a redução do risco de auditoria a um nível aceitávelbaixo.D) confirmação de que as demonstrações contábeis não apresentam quaisquer níveis de fraude ou erro.

E) confirmação do risco inerente da entidade, que é igual para todas as classes relacionadas de transaçõesapresentadas nas demonstrações contábeis.

28 - (FCC/TCM-CE/ACE/2010) - Uma opinião modificada dos auditores independentes, segundo anatureza da opinião que contém, pode ser do tipo:A) negativa, positiva, limpa ou contrária.B) com ressalva, com abstenção de opinião ou adversa.C) com abstenção de avaliação de provas, limpa, com ressalva ou sem ressalva.D) generalizada ou contrária.E) sem ressalva, pericial contábil ou adversa.

29 - (FCC/Metrô/Analista Contábil/2010/adaptada) - Em relação ao relatório do auditor independente,é correto afirmar:

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A) A data do relatório e a data da conclusão dos trabalhos de auditoria devem necessariamente coincidir,inexistindo exceções à essa regra.B) Em caso de emissão de relatório com opinião não modificada, não há necessidade de o auditor elaborar oparágrafo de extensão dos trabalhos e o parágrafo de opinião.C) A limitação na extensão dos trabalhos do auditor pode obrigá-lo a emitir parecer com ressalva ou comabstenção de opinião.D) Caso o auditor emita opinião adversa, ele deve descrever os motivos e a natureza das divergências numparágrafo imediatamente posterior ao da opinião.E) Quando as demonstrações contábeis são divulgadas de forma comparativa com a do exercício anterior ehouver mudança de auditores, o auditor atual está obrigado também a emitir parecer sobre as demonstraçõesdo exercício anterior.

30 - (FCC/SEFAZ-RO/AFTE/2010/adaptada) - Considere as seguintes afirmações:I. O auditor deve planejar seu trabalho de forma a detectar fraudes e erros que impliquem efeitos relevantes

nas demonstrações contábeis.II. Risco de auditoria é a possibilidade de o auditor vir a emitir uma opinião tecnicamente inadequada sobredemonstrações contábeis significativamente incorretas.III. O parecer dos auditores independentes classifica-se, segundo a natureza da opinião que contém, emparecer sem ressalva, parecer com ressalva, parecer adverso e parecer com parágrafo de ênfase.IV. Na determinação da amostra, o auditor deve levar em consideração somente a população objeto aestratificação e o tamanho da amostra.Está correto o que se afirma emA) III e IV, apenas.B) II e IV, apenas.C) II e III, apenas.D) I, II, III e IV.

E) I e II, apenas.

31 - (FCC/TCE-AM/Analista/2008) - Se o auditor discordar ou tiver dúvidas quanto a um ou maiselementos específicos das demonstrações financeiras que sejam relevantes, mas não fundamentais paraa compreensão delas, o conteúdo do parecer de auditoria deve indicar claramente que se trata de umparecer:A) pleno.B) adverso.C) com ressalvas.D) com notas relevantes.E) com negativa de opinião.

32 - (FCC/TRT-23/Analista Contábil/2007/adaptada) - Não havendo evidências suficientes paraformar uma opinião acerca da fidedignidade das demonstrações contábeis, a opinião apropriada a seremitida é do tipo:A) com abstenção de opinião.B) limpo.C) qualificado.D) adverso.E) com ressalvas do tipo "sujeito a".

33 - (FCC/TJ-PI/Auditor/2009) - Quando ocorrer incerteza em relação a fato relevante, cujo desfechopoderá afetar significativamente a posição patrimonial e financeira da entidade, bem como o resultadodas suas operações, se o auditor independente concluir que a matéria será adequadamente divulgadanas notas explicativas às demonstrações contábeis, seu parecer deve conter:

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A) parágrafo de ênfase após o parágrafo de opinião.B) ressalva ou negativa de opinião.C) ressalva ou opinião adversa.D) parágrafo de ênfase ou opinião adversa.E) abstenção de opinião ou opinião adversa.

34 - (FCC / SEFAZ/SP – Fiscal de Rendas / 2009) - O auditor externo, ao se deparar com algumpassivo que represente para a empresa uma incerteza relevante, deve emitir parecer: a)  com ressalva e limitação de escopo do trabalho.b)  sem ressalva e com limitação de escopo do trabalho.c)  adverso, evidenciando a incerteza constatada.d)  sem ressalva e com parágrafo adicional de ênfase.e)  com negativa de opinião e limitação de escopo.

35 - (FCC / CÂMARA DOS DEPUTADOS / 2007) - Com relação às normas pertinentes a Pessoa doAuditor, Execução do Trabalho de auditoria e do Parecer de auditoria, pode-se afirmar que: I. O auditor externo pode assinar parecer de auditoria de companhias abertas, desde que seja bacharel emCiências Contábeis ou Administração de Empresas.II. O objetivo do auditor externo em avaliar os controles internos é, principalmente, para poder determinar aextensão dos trabalhos e os procedimentos a serem aplicados durante a execução da auditoria.III. A responsabilidade do auditor externo ao emitir o parecer, limita-se as demonstrações contábeisevidenciadas no parecer.(A) Falsa, Verdadeira, Verdadeira.(B) Falsa, Verdadeira, Falsa.(C) Verdadeira, Verdadeira, Falsa.(D) Falsa, Falsa, Falsa.

(E) Verdadeira, Falsa, Falsa.

36 - (FCC / CÂMARA DOS DEPUTADOS / 2007) - O auditor da empresa Omega S.A. não tevecondições de fundamentar sua opinião. Durante os trabalhos ele constata que foi desviado, por um dosdiretores, 10% dos ativos da empresa, o que era relevante para a entidade. Desta forma deve oauditor: a)  emitir parecer adverso, realizando os Ativos.b)  desistir dos trabalhos, recusando os honorários e devolvendo-os se já houver recebido.c)  ressalvar o parecer, condicionando a devolução dos desvios para manutenção do negócio.d)  mencionar no parecer, com abstenção de opinião, os desvios encontrados.e)  omitir o fato, visto não ser papel do auditor localizar fraudes ou desvios.

37 - (FCC / SEFAZ/SP - APOFP / 2010) - Em uma auditoria em que não foi possível obtercomprovação suficiente para fundamentar uma opinião, devido às limitações no escopo dos examesrealizados, o auditor: a)  deve emitir um parecer adverso.b)  deve emitir um parecer com negativa de opinião.c)  deve emitir um parecer com ressalvas.d)  deve emitir um parecer sem ressalvas.e)  não deve emitir qualquer parecer.

38 - (FGV / SEFAZ/RJ – Auditor Fiscal / 2011) - De acordo com o Conselho Federal de Contabilidade,assinale a alternativa correta. a)  A auditoria das demonstrações contábeis constitui o conjunto de procedimentos técnicos que têm por

objetivo a emissão de parecer sobre a sua adequação, consoante os Princípios Fundamentais de

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Contabilidade e as Normas Brasileiras de Contabilidade e, no que for pertinente, a legislação específica.Na ausência de disposições específicas, prevalecem as normas emitidas pelo Corecon.

b)  O parecer do auditor independente emitido na modalidade sem ressalvas representa garantia deviabilidade futura da entidade, atestando a eficácia da administração na gestão dos negócios.

c)  As “práticas contábeis adotadas no Brasil” compreendem a legislação societária brasileira, as NormasBrasileiras de Contabilidade, emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade, os pronunciamentos, asinterpretações e as orientações emitidos pelo CPC e homologados pelos órgãos reguladores, e práticasadotadas pelas entidades em assuntos não regulados, desde que atendam à Estrutura Conceitual para aElaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis emitida pelo CFC e, por conseguinte, emconsonância com as normas contábeis internacionais.

d)  A fim de que a opinião da entidade de auditoria seja isenta, imparcial, deve ela ser independente (quandoexterna) ou autônoma (quando interna), emitindo sua opinião de forma isenta. Isso significa que nãodeve ser vinculada à entidade auditada. Se, por algum motivo, pairarem dúvidas acerca desse atributo, oideal é que se publique, em jornal de grande circulação, a relação dos sócios da empresa de auditoria.

e) 

Os princípios fundamentais de ética profissional relevantes para o auditor quando da condução deauditoria de demonstrações contábeis estão implícitos no Código de Ética Profissional do Contabilista ena NBC PA 01, que trata do controle de qualidade. O cumprimento desses princípios não é exigido dosauditores.

39 - (FGV / SEFAZ/RJ – Auditor Fiscal / 2011) - A firma de auditoria Auditores Associados foicontratada para emitir parecer específico sobre o balanço patrimonial de determinada entidade. Eladisponibilizou acesso ilimitado a todas as áreas da empresa, a todos os relatórios, registros, dados,informações e demais demonstrações contábeis, de forma a serem possíveis todos os procedimentos deauditoria. Dessa forma, é correto classificar essa auditoria como:a)  uma limitação no escopo do trabalho.b)  um trabalho de objetivo ilimitado, que deverá gerar parecer na modalidade com ressalvas, pelo menos.

c) 

uma indeterminação na profundidade do trabalho.d)  um trabalho de objetivo limitado.e)  uma restrição na profundidade do trabalho.

40 - (CESPE / TCE/TO / 2009) - O parecer dos auditores independentes é o documento mediante oqual os mesmos expressam sua opinião acerca das demonstrações contábeis nele indicadas. Acercadesse assunto, assinale a opção correta.a)  Por meio do parecer, o auditor assume responsabilidade de ordem privada, de natureza estritamente

contratual.b)  O parecer deve ser assinado por contador ou técnico de contabilidade regularmente registrado em CRC.c)  A data do parecer deve corresponder a das demonstrações que tenham sido auditadas.d)  O auditor, mesmo abstendo-se de emitir opinião a respeito das demonstrações, é responsável por

mencionar qualquer desvio relevante que possa influenciar a decisão do usuário das informações.e)  Em caso de incerteza acerca de fato relevante, o auditor deve abster-se de opinar, desde que haja nota

explicativa da administração relacionada ao fato.

41 - (CESPE / TCE/TO / 2009) - O auditor contábil externo é responsável pela emissão de pareceracerca das demonstrações contábeis de empresas. Acerca da responsabilidade do auditor e asespecificidades na condução de seus exames, assinale a opção correta. a)  De acordo com as normas de auditoria geralmente aceitas, as fraquezas relevantes encontradas ao longo

dos exames devem necessariamente ser identificadas separadamente e comunicadas no relatório aocomitê de auditoria ou órgão equivalente da empresa auditada.

b)  Caso o auditor constate evidências de que ativos não se encontram adequadamente protegidos contraapropriação indébita deverá apontar em seus papéis de trabalho, mas não é obrigado a emitir reportablecondition sobre o assunto.

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c)  Apesar das normas de auditoria não exigirem revisões pós-auditoria, se o auditor descubra, logo após adata de emissão de seu parecer, um procedimento que foi omitido ao longo de seus exames, essadescoberta poderá resultar em programa de inspeção de seu próprio sistema de controle de qualidade ouem uma revisão por pares.

d)  Caso o auditor constate evidências de que há instalações inadequadas para a guarda de ativos deveráapontar em seus papéis de trabalho, mas não é obrigado a emitir reportable condition sobre o assunto.

e)  Nos relatórios de reportable condition  deverá conter parágrafo que indique que a finalidade dostrabalhos de auditoria é emitir parecer sobre as demonstrações contábeis e assegurar a eficiência, eficáciae efetividade dos controles internos.

42 - (CESPE / TCU / 2008) - No processo de auditoria, após examinadas todas as evidênciasdisponíveis, o auditor pode confiar, integralmente, na fidedignidade e na correção das demonstraçõescontábeis de uma entidade e, sempre que as evidências sejam insuficientes, o auditor deve fazerressalvas em seu parecer. 

43 - (CESPE / TRE/BA / 2010) - A venda de ativo de valor relevante ocorrida no período entre a datado término do exercício social e a data de emissão do parecer deve ser considerada pelo auditor,mencionada como ressalva ou em parágrafo de ênfase, quando não ajustadas ou reveladasadequadamente. 

44 - (CESGRANRIO / PETROBRÁS / 2011) - Todos os procedimentos de auditoria executados, asevidências colhidas e os pontos observados irão convergir para a emissão do relatório final deauditoria. Antes do fechamento desse relatório, o auditor deve:a)  divulgar os pontos observados para toda a Companhia com suas devidas recomendações, ouvindo a

opinião de cada funcionário e assim finalizar o relatório após todas as ponderações.b)  apresentar os pontos observados para os gestores responsáveis pelos processos auditados e realizar as

ponderações finais junto aos gestores e à alta administração da empresa.c)  verificar os relatórios de auditoria dos últimos cinco exercícios e ter a certeza de que nenhum ponto ourecomendação serão repetidos.

d)  examinar a legislação aplicável aos processos auditados, verificando a adequação de cada procedimentode auditoria.

e)  eliminar do relatório os pontos que possam comprometer a empresa, ocasionando sanções e multas juntoaos órgãos fiscalizadores.

45 - (COPS / ICMS-PR / 2012) - Quando o auditor conclui que as demonstrações contábeis sãoelaboradas, em todos os aspectos relevantes, de acordo com a estrutura de relatório financeiroaplicável, ele deve expressar sua opinião utilizando a seguinte frase: As demonstrações contábeis:a) apresentam uma visão correta e adequada da administração dos recursos financeiros e patrimonial de

acordo com [a estrutura do relatório financeiro aplicável].b) foram elaboradas dentro do que determina os princípios contábeis e estão de acordo com [a estrutura dorelatório financeiro aplicável].c) apresentam uma visão correta e adequada de acordo com [a estrutura do relatório financeiro aplicável].d) estão condizentes com o que determina a Lei nº 6.404/1976 e suas modificações, bem como de acordocom [a estrutura do relatório financeiro aplicável].e) estão em consonância com [a estrutura do relatório financeiro aplicável] e com a legislação tributária emvigor.

GABARITO

1 - D 2 - C 3 - A 4 - A5 - C 6 – A 7 - E 8 - A9 - C 10 - D 11 - Anulada 12 - C

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13 - D 14 - D 15 - A 16 - C17 - B 18 - D 19 - B 20 - C21 - B 22 - C 23 - C 24 - E25 - A 26 – B 27 - C 28 - B29 - C 30 - E 31 - C 32 - A33 - A 34 - D 35 - A 36 - D37 - B 38 - C 39 - D 40 - D41 - C 42 - E 43 - C 44 – B45 - C

AULA 09: Auditoria no setor público federal; finalidades e objetivos da auditoria governamental;abrangência de atuação; formas e tipos; normas relativas à execução dos trabalhos.

1. Auditoria no setor público federal

Como revisão da definição de Auditoria, vamos nos remeter à obra de Franco e Marra (2011) para definir oobjeto da auditoria:

“conjunto de todos os elementos de controle do patrimônio administrado, os quaiscompreendem registros contábeis, papéis, documentos, fichas, arquivos e anotações quecomprovem  a veracidade dos registros e a legitimidade dos atos da administração, bemcomo sua sinceridade na defesa dos interesses patrimoniais”. (grifamos)

Nesse ponto, podemos dividir a Auditoria em dois grandes grupos, e a partir daqui, centrar nosso foco no

que será objeto da presente aula. De acordo com o ambiente em que será aplicada, a Auditoria poderá serGovernamental ou Não-Governamental (Privada).

A Auditoria Não-Governamental – ou Privada, Independente, Empresarial, das Demonstrações Contábeis,das Demonstrações Financeiras – é uma técnica contábil, constituída por um conjunto de procedimentostécnicos sistematizados, para obtenção e avaliação de evidências sobre as informações contidas nasdemonstrações contábeis de uma empresa.

Já a Auditoria Governamental  – ou Pública, do Setor Público – é, conforme disposto na InstruçãoNormativa 01/2001, da Secretaria Federal de Controle Interno (da Controladoria-Geral da União), o conjuntode técnicas que visa avaliar a gestão pública, pelos processos e resultados gerenciais, e a aplicação de

recursos públicos por entidades de direito público e privado, mediante a confrontação entre uma situação encontrada com um determinado critério  técnico, operacional ou legal. Tem por objetivo primordialgarantir resultados operacionais na gerência da coisa pública.

A Auditoria Governamental engloba todas as esferas de governo – federal, distrital, estadual e municipal – eníveis de poder - Executivo, Legislativo e Judiciário -, e, claro, alcança as pessoas jurídicas de direitoprivado, caso se utilizem de recursos públicos. Por estarmos num curso voltado para um órgão do PoderExecutivo Federal, vamos nos limitar à esfera federal.

A matéria constante deste tópico do edital (item 20) foi inserida com base na Instrução Normativa citadaacima, a IN SFC/MF 01/2001, da SFC, atualmente pertencente à estrutura da Controladoria-Geral da União(CGU). Na época da publicação da IN 01, a SFC fazia parte do Ministério da Fazenda, motivo da inscrição

SFC/MF.

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O objetivo da norma foi definir diretrizes, princípios e conceitos, além de aprovar normas técnicas para aatuação do Sistema de Controle Interno – SCI  – do Poder Executivo Federal, particularmente quanto àsfinalidades, organização, competências, tipo de atividades, objetivos, forma de planejamento e de execuçãodas ações de controle e relacionamento com as unidades de auditoria interna das entidades da AdministraçãoIndireta Federal, visando principalmente alcançar uniformidade de entendimentos e disciplinar as atividadesno âmbito do Sistema de Controle Interno.

Sobre a definição de SCI, para relembrar, conforme a NBC TA 315, Controle interno:

“é o processo planejado, implementado e mantido pelos responsáveis da governança, administraçãoe outros funcionários para fornecer segurança razoável quanto à realização dos objetivos da entidadeno que se refere à confiabilidade dos relatórios financeiros, efetividade e eficiência das operações econformidade com leis e regulamentos aplicáveis.”

Ou seja, é um processo conduzido por todos os integrantes da “empresa”, no nosso caso, órgãos e entidadesdo Poder Executivo Federal, para fornecer razoável segurança de que os objetivos da entidade estão sendoalcançados, com relação às seguintes categorias:

1 – eficácia e eficiência das operações;2 – confiabilidade dos relatórios financeiros; e3 – conformidade com a legislação e regulamentos aplicáveis.

Segundo a IN 01, o SCI visa à avaliação da ação governamental, da gestão dos administradores públicosfederais e da aplicação de recursos públicos por entidades de Direito Privado, por intermédio da fiscalizaçãocontábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial (COFOP).

A fiscalização COFOP, para atingir as finalidades constitucionais, consubstancia-se nas técnicas detrabalho  desenvolvidas no âmbito do SCI, denominadas nesta Instrução Normativa de auditoria efiscalização.

Um dos objetivos fundamentais do SCI é a avaliação dos controles internos administrativos das unidadesou entidades sob exame. Somente com o conhecimento da estruturação, rotinas e funcionamento dessescontroles, podem os Órgãos/Unidades de Controle Interno do Poder Executivo Federal avaliar, com a devidasegurança, a gestão examinada.

Controle interno administrativo é  o conjunto de atividades, planos, rotinas, métodos e procedimentos interligados, estabelecidos com vistas a assegurar que os objetivos  das unidades e entidades daadministração pública sejam alcançados, de forma confiável e concreta, evidenciando eventuais desvios ao

longo da gestão, até a consecução dos objetivos fixados pelo Poder Público.

Os princípios de controle interno administrativo constituem-se no conjunto de regras, diretrizes e sistemasque visam ao atingimento de objetivos específicos, tais como:

I. Relação custo/benefício - consiste na avaliação do custo de um controle em relação aos benefícios que elepossa proporcionar. De acordo com esse princípio, não seria coerente, por exemplo, gastarmos R$20.000,00para o envio de uma equipe de fiscalização a um município distante, para verificar a aplicação deR$8.000,00.

II. Qualificação adequada, treinamento e rodízio de funcionários  - a eficácia dos controles internosadministrativos está diretamente relacionada com a competência, formação profissional e integridade dopessoal. É imprescindível haver uma política de pessoal que contemple:

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a) seleção e treinamento de forma criteriosa e sistematizada, buscando melhor rendimento e menorescustos;

b) rodízio de funções, com vistas a reduzir/eliminar possibilidades de fraudes; ec) obrigatoriedade de servidores gozarem férias regularmente, como forma, inclusive, de evitar a

dissimulação de irregularidades.

No Brasil, a seleção por meio de concurso público já atende ao primeiro requisito. Quanto ao segundo eterceiro, se observados, reduzem bastante a possibilidade de fraudes, pois os servidores mal intencionadosnão se sentiriam tão à vontade para cometê-las, sabendo da possibilidade real de serem descobertos.

III. Delegação de poderes e definição de responsabilidades  - a delegação de competência, conformeprevisto em lei, será utilizada como instrumento de descentralização administrativa, com vistas a assegurarmaior rapidez e objetividade às decisões. O ato de delegação deverá indicar, com precisão, a autoridadedelegante, delegada e o objeto da delegação. Assim sendo, em qualquer unidade/entidade, devem ser

observados:a) existência de regimento/estatuto e organograma adequados, onde a definição de autoridade econsequentes responsabilidades sejam claras e satisfaçam plenamente as necessidades da organização; e

b) manuais de rotinas/procedimentos, claramente determinados, que considerem as funções de todosos setores do órgão/entidade.

IV. Segregação de funções - a estrutura das unidades/entidades deve prever a separação entre as funções de autorização/aprovação de operações, execução, controle e contabilização, de tal forma que nenhumapessoa detenha competências e atribuições em desacordo com este princípio.

Atenção para não confundir segregação de funções com rodízio de funções. Leiam novamente, e comatenção, as definições.

V. Instruções devidamente formalizadas - para atingir um grau de segurança adequado é indispensávelque as ações, procedimentos e instruções sejam disciplinados e formalizados através de instrumentoseficazes e específicos; ou seja, claros e objetivos e emitidos por autoridade competente.

VI. Controles sobre as transações - é imprescindível estabelecer o acompanhamento dos fatos contábeis,financeiros e operacionais, objetivando que sejam efetuados mediante atos legítimos, relacionados com afinalidade da unidade e autorizados por quem de direito; e

VII. Aderência a diretrizes e normas legais  – o controle interno administrativo deve assegurarobservância às diretrizes, planos, normas, leis, regulamentos e procedimentos administrativos, e que os atose fatos de gestão sejam efetuados mediante atos legítimos, relacionados com a finalidade da

unidade/entidade. A esse atributo damos no nome de compliance.

Os controles internos administrativos implementados em uma organização devem:

I. prioritariamente, ter caráter preventivo;II. permanentemente, estar voltados para a correção  de eventuais desvios em relação aos

parâmetros estabelecidos;III. prevalecer como instrumentos auxiliares de gestão; eIV. estar direcionados para o atendimento a todos os níveis hierárquicos da administração.

Quanto maior for o grau de adequação dos controles internos administrativos, menor será a vulnerabilidadedos riscos inerentes à gestão propriamente dita.

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Para complementar, vamos observar a diferença entre auditoria e fiscalização.

As atividades  a cargo do SCI  são exercidas mediante a utilização de técnicas próprias de trabalho, asquais se constituem no conjunto de processos que viabilizam o alcance dos macro-objetivos do Sistema. Astécnicas de controle são as seguintes:

a) auditoria; eb) fiscalização 

Como vimos, a auditoria  é o conjunto de técnicas que visa avaliar a gestão pública, pelos processos eresultados gerenciais, e a aplicação de recursos públicos  por entidades de direito público e privado,mediante a confrontação entre uma situação encontrada com um determinado critério técnico, operacionalou legal.

Ou seja, na auditoria, devemos comparar o “que é” com o “que deveria ser”. A diferença entre um e outroserão evidências de auditoria.

Já a fiscalização é uma técnica de controle que visa a comprovar se o objeto dos programas de governoexiste, corresponde às especificações  estabelecidas, atende às necessidades  para as quais foi definido eguarda coerência  com as condições e características  pretendidas e se os mecanismos de controle administrativo são eficientes.

O ato de fiscalizar  é a aplicação do conjunto de procedimentos capazes de permitir o exame dos atos daadministração pública, visando avaliar as execuções de políticas públicas pelo produto, atuando sobre osresultados efetivos dos programas do governo federal.

Sobre a Auditoria no setor público, podemos dizer que se trata de todo trabalho de auditoria desenvolvidoem ambiente de administração pública, o que inclui os trabalhos desenvolvidos pelo Tribunal de Contas daUnião – TCU –, exercendo sua atividade de Controle Externo, e pelas Unidades de Auditoria Interna dasentidades da Administração Indireta que, embora não façam parte do SCI (por definição da IN 01), sãoconsideradas unidades correlatas, atuando de forma complementar ao órgão central, além dos trabalhosdesenvolvidos pela própria CGU, como órgão central do SCI.

Como dissemos, o foco da presente aula é a Auditoria no Poder Executivo Federal, Poder do qual a RFB fazparte.

2. Finalidades e objetivos da auditoria governamental

Na definição da IN 01, a auditoria é o conjunto de técnicas que visa avaliar a gestão pública, pelos processose resultados gerenciais, e a aplicação de recursos públicos por entidades de direito público e privado,mediante a confrontação entre uma situação encontrada com um determinado critério técnico, operacional oulegal. Até aí tudo bem.

Vale completar que se trata de uma importante técnica de controle do Estado na busca da melhor alocação deseus recursos, não só atuando para corrigir os desperdícios, a improbidade, a negligência e a omissão e,principalmente, antecipando-se a essas ocorrências, buscando garantir os resultados pretendidos, além dedestacar os impactos e benefícios sociais advindos.

A auditoria  tem por objetivo primordial  o de garantir resultados operacionais na gerência da coisapública. Essa auditoria é exercida nos meandros da máquina pública em todas as unidades e entidades

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públicas federais, observando os aspectos relevantes relacionados à avaliação dos programas de governo e dagestão pública.

A auditoria tem por objetivo primordial o de garantir resultados operacionais na gerência da coisapública.

Cabe ao SCI, por intermédio da técnica de auditoria, dentre outras atividades:

I. Realizar auditoria sobre a gestão dos recursos  públicos federais sob a responsabilidade dos órgãospúblicos e privados, inclusive nos projetos de cooperação técnica junto a Organismos Internacionais emultilaterais de crédito;

II. Apurar  os atos e fatos inquinados de ilegais ou  de irregulares, praticados por agentes públicos ouprivados, na utilização de recursos públicos federais e, quando for o caso, comunicar à unidade responsável

pela contabilidade para as providências cabíveis;III. Realizar auditorias nos sistemas  contábil, financeiro, de pessoal e demais sistemas administrativos eoperacionais;

IV. Examinar  a regularidade  e avaliar a eficiência  e eficácia  da gestão administrativa e dos resultadosalcançados nas Ações de governo;

V. Realizar auditoria nos processos de Tomada de Contas Especial; e

VI. Apresentar subsídios para o aperfeiçoamento dos procedimentos administrativos e gerenciais e doscontroles internos administrativos dos órgãos da Administração Direta e entidades da Administração Indireta

Federal.

A finalidade básica da auditoria  é comprovar a legalidade e legitimidade  dos atos e fatos administrativos e avaliar os resultados  alcançados, quanto aos aspectos de eficiência, eficácia eeconomicidade da gestão  orçamentária, financeira, patrimonial, operacional, contábil e finalística dasunidades e das entidades da administração pública, em todas as suas esferas de governo e níveis de poder,bem como  a aplicação de recursos  públicos por entidades de direito privado, quando legalmenteautorizadas nesse sentido. 

3. Abrangência de atuação

A abrangência de atuação do SCI  inclui as atividades de gestão das unidades da administração direta,entidades da Administração Indireta  Federal, programas de trabalho, recursos e sistemas de controlesadministrativo, operacional e contábil, projetos financiados por recursos externos, projetos de cooperação

 junto a organismos internacionais, a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União  mediantecontratos de gestão, transferências a fundo, convênio, acordo, ajuste ou outro instrumento congênere.

Estão sujeitos à atuação do SCI quaisquer pessoas física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade,guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que,em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.

As pessoas física ou jurídica, pública ou privada, sujeitam-se à atuação do SCI do Poder Executivo Federalmediante os seguintes processos:

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I) Tomada de Contas;a) os ordenadores de despesas das unidades da Administração Direta Federal;b) aqueles que arrecadem, gerenciem ou guardem dinheiros, valores e bens da União, ou que por eles

respondam; ec) aqueles que, estipendiados ou não pelos cofres públicos, e que, por ação ou omissão, derem causa

a perda, subtração, extravio ou estrago de valores, bens e materiais da União pelos quais sejam responsáveis.

II) Prestação de Contas:a) os dirigentes das entidades supervisionadas da Administração Indireta Federal;b) os responsáveis por entidades ou organizações, de direito público ou privado, que se utilizem de

contribuições para fins sociais, recebam subvenções ou transferências à conta do Tesouro;c) as pessoas físicas que recebam recursos da União, para atender necessidades previstas em Lei

específica.

TOMADA – ADM DIRETA

PRESTAÇÃO – ADM INDIRETA (RESTANTE)

A Tomada de Contas poderá ser consolidada se envolver mais de uma unidade gestora que tenha vinculaçãoadministrativa.

A Prestação de Contas será obrigatoriamente unificada por entidade, não admitindo-se subdivisões, a menosque previsto em lei específica.

Pessoal, essas são as definições  de Tomada e Prestação de Contas  que estão na IN 01/2001, mas oentendimento do Tribunal de Contas da União, atualmente, é outro. Segundo o TCU, por meio da InstruçãoNormativa - TCU nº 63, de 01/09/10, considera-se:

I. processo de contas: processo de trabalho do controle externo, destinado a avaliar e julgar o desempenho ea conformidade da gestão, com base em documentos, informações e demonstrativos de natureza contábil,financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial, obtidos direta ou indiretamente;

II. processo de contas ordinárias: processo de contas referente a exercício financeiro determinado,constituído pelo Tribunal segundo critérios de risco, materialidade e relevância;

III. processo de contas extraordinárias: processo de contas constituído por ocasião da extinção, liquidação,

dissolução, transformação, fusão, incorporação ou desestatização de unidades jurisdicionadas, cujosresponsáveis estejam alcançados pela obrigação prevista no art. 70, § único, da CF/88, para apreciação doTribunal;

Portanto, bastante atenção! Se na prova pedirem “de acordo com a IN SFC/MF 01/01”, vale a distinção, sepedirem “de acordo com a IN TCU 63/10”, não vale a distinção.

4. Formas e tipos

4.1. Tipos de Auditoria Governamental

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Existem diversas classificações para a Auditoria, segundo a doutrina e os normativos em vigor. Para a provada Receita Federal, optávamos por nos concentrar, até 2012, nas informações constantes da IN 01, tendo emvista ter sido, nos últimos anos, a norma utilizada pela ESAF para tratar do assunto. Entretanto, na prova daRFB de 2012 a ESAF cobrou uma classificação constante na página do Senado Federal (que nem norma é).Dessa maneira, pra não sermos surpreendidos, apresentaremos a classificação da IN 01, do TCU e a doSenado Federal.

Segundo a IN 01/2001, a auditoria classifica-se em:

I. Auditoria de Avaliação da Gestão: esse tipo de auditoria objetiva emitir opinião com vistas a certificar aregularidade das contas, verificar a execução de contratos, acordos, convênios ou ajustes, a probidade naaplicação dos dinheiros públicos e na guarda ou administração de valores e outros bens da União ou a elaconfiados.

Compreende, entre outros, os seguintes aspectos: exame das peças que instruem os processos de tomada ouprestação de contas; exame da documentação comprobatória dos atos e fatos administrativos; verificação daeficiência dos sistemas de controles administrativo e contábil; verificação do cumprimento da legislaçãopertinente; e avaliação dos resultados operacionais e da execução dos programas de governo quanto àeconomicidade, eficiência e eficácia dos mesmos.

II. Auditoria de Acompanhamento da Gestão: realizada ao longo dos processos de gestão, com o objetivode se atuar em tempo real sobre os atos efetivos e os efeitos potenciais positivos e negativos de uma unidadeou entidade federal, evidenciando melhorias e economias existentes no processo ou prevenindo gargalos aodesempenho da sua missão institucional.

III. Auditoria Contábil: compreende o exame dos registros e documentos e na coleta de informações e

confirmações, mediante procedimentos específicos, pertinentes ao controle do patrimônio de uma unidade,entidade ou projeto.

As auditorias contábeis objetivam obter elementos comprobatórios suficientes que permitam opinar se osregistros contábeis foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e se asdemonstrações deles originárias refletem, adequadamente, em seus aspectos mais relevantes, a situaçãoeconômico-financeira do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e as demaissituações nelas demonstradas.

Tem por objeto, também, verificar a efetividade e a aplicação de recursos externos, oriundos de agentesfinanceiros e organismos internacionais, por unidades ou entidades públicas executoras de projetoscelebrados com aqueles organismos com vistas a emitir opinião sobre a adequação e fidedignidade das

demonstrações financeiras.

IV. Auditoria Operacional: consiste em avaliar as ações gerenciais e os procedimentos relacionados aoprocesso operacional, ou parte dele, das unidades ou entidades da administração pública federal, programasde governo, projetos, atividades, ou segmentos destes, com a finalidade de emitir uma opinião sobre a gestãoquanto aos aspectos da eficiência, eficácia e economicidade, procurando auxiliar a administração na gerênciae nos resultados, por meio de recomendações, que visem aprimorar os procedimentos, melhorar os controlese aumentar a responsabilidade gerencial.

Este tipo de procedimento de auditoria consiste numa atividade de assessoramento ao gestor público, comvistas a aprimorar as práticas dos atos e fatos administrativos, sendo desenvolvida de forma tempestiva nocontexto do setor público, atuando sobre a gestão, seus programas governamentais e sistemasinformatizados.

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V. Auditoria Especial: objetiva o exame de fatos ou situações consideradas relevantes, de naturezaincomum ou extraordinária, sendo realizadas para atender determinação expressa de autoridade competente.Classifica-se nesse tipo os demais trabalhos de auditoria não inseridos em outras classes de atividades.

Já a Secretaria de Controle Interno do Senado Federal classifica Auditoria Governamental nos seguintestipos:

1.  Auditoria de Gestão - objetiva emitir opinião com vistas a certificar a regularidade das contas,verificar a execução de contratos, convênios, acordos ou ajustes, a probidade na aplicação dosdinheiros públicos e na guarda ou administração de valores e outros bens da União  ou a ela confiados,compreendendo, entre outros, os seguintes aspectos:

1.  Exame das peças que instruem os processos de tomada ou prestação de contas;

2. 

Exame da documentação comprobatória dos atos e fatos administrativos;3.  Verificação da existência física de bens e outros valores;4.  Verificação da eficiência dos sistemas de controles administrativo e contábil; e5.  Verificação do cumprimento da legislação pertinente.

2.  Auditoria de Programas - objetiva acompanhar, examinar e avaliar a execução de programas eprojetos governamentais específicos, bem como a aplicação de recursos descentralizados, compreendendo,entre outros, os seguintes aspectos:

1.  Análise da realização físico-financeira em face dos objetivos e metas estabelecidos;2.  Análise dos demonstrativos e dos relatórios de acompanhamento produzidos com vistas à

avaliação dos resultados alcançados e a eficiência gerencial;

3. 

Verificação da documentação instrutiva e comprobatória, quanto à propriedade dos gastosrealizados; e4.  Análise da adequação dos instrumentos de gestão -contratos, convênios, acordos, ajustes e

outros congêneres -para consecução dos planos, programas, projetos e atividadesdesenvolvidas pelo gestor, inclusive quanto à legalidade e diretrizes estabelecidas.

3.  Auditoria Operacional - atua nas áreas inter-relacionadas do órgão/entidade, avaliando a eficácia dosseus resultados em relação aos recursos materiais, humanos e tecnológicos disponíveis, bem como aeconomicidade e eficiência dos controles internos existentes para a gestão dos recursos públicos.  Suafilosofia de abordagem dos fatos é de apoio, pela avaliação do atendimento às diretrizes e normas, bem comopela apresentação de sugestões para seu aprimoramento.

4.  Auditoria Contábil - é a técnica que, utilizada no exame dos registros e documentos e na coleta deinformações e confirmações, mediante procedimentos específicos, pertinentes ao controle do patrimônio deum órgão ou entidade, objetiva obter elementos comprobatórios suficientes que permitam opinar se osregistros contábeis  foram efetuados de acordo com os princípios fundamentais de contabilidade e se asdemonstrações deles originárias refletem, adequadamente, a situação econômico-financeira do patrimônio, osresultados do período administrativo examinado e as demais situações nelas demonstradas.

5.  Auditoria de Sistema - objetiva assegurar a adequação, privacidade dos dados e informaçõesoriundas dos sistemas eletrônicos de processamento de dados, observando as diretrizes estabelecidas e alegislação específica.

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6.  Auditoria Especial - objetiva o exame de fatos ou situações consideradas relevantes, de naturezaincomum ou extraordinária,  sendo realizadas para atender determinação do Presidente da República,Ministros de Estado ou por solicitação de outras autoridades.

Por fim, o Tribunal de Contas da União – TCU classifica auditoria governamental em:

  Auditorias de regularidade, que objetivam examinar a legalidade e a legitimidade dos atos degestão dos responsáveis sujeitos à jurisdição do Tribunal, quanto aos aspectos contábil, financeiro,orçamentário e patrimonial. Compõem as auditorias de regularidade as auditorias de conformidade  e asauditorias contábeis.

  Auditorias operacionais ou de desempenho, que objetivam examinar a economicidade, eficiência,eficácia e efetividade de organizações, programas e atividades governamentais, com a finalidade de avaliar oseu desempenho e de promover o aperfeiçoamento da gestão pública.

4.2. Formas de Execução

Antes de explicarmos as formas de execução da Auditoria Governamental no âmbito do Poder ExecutivoFederal, temos que conhecer a estrutura do Sistema de Controle Interno - SCI.

4.2.1 Organização e Estrutura do SCI

Integram o SCI:

a) órgão central: a Secretaria Federal de Controle Interno do Ministério da Fazenda - SFC/MF(atualmente a SFC faz parte da CGU), incumbida da orientação normativa e da supervisão técnica  dosórgãos e das unidades que compõem o Sistema, sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja estruturaadministrativa estiverem integrados;

b) órgãos setoriais: as Secretarias de Controle Interno do Ministério da Defesa, do Ministério dasRelações Exteriores, da Casa Civil e da Advocacia - Geral da União;

c) unidades setoriais: as Unidades de Controle Interno dos comandos militares como setoriais daSecretaria de Controle Interno do Ministério da Defesa; e

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d) unidades regionais do órgão central: as Gerências Regionais de Controle Interno – GRCI, nosEstados.

Como podemos observar, alguns órgãos tem Secretarias de Controle Interno próprias (MD, MRE, CasaCivil e AGU), denominadas CISET, não sendo “jurisdicionados” da CGU.

4.2.2 Áreas de Atuação

A área de atuação da Secretaria Federal de Controle Interno da CGU, além das funções de órgão central,abrange todas as unidades e as entidades do Poder Executivo Federal, excetuadas aquelas jurisdicionadaspelos órgãos setoriais.

A Secretaria de Controle Interno da Casa Civil tem como área de atuação todos os órgãos integrantes daPresidência da República, além de outros determinados em legislação específica, sendo, ainda, responsável 

pelas atividades de Controle Interno da Advocacia-Geral da União.Os órgãos setoriais podem subdividir-se em unidades regionais e setoriais.

Quanto às formas de execução propriamente ditas, e ainda segundo a IN 01, as auditorias serão executadasdas seguintes formas:

I. Direta – trata-se das atividades de auditoria executadas diretamente por servidores em exercícionos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, sendo subdividas em:

a) centralizada  – executada exclusivamente  por servidores em exercício nos ÓrgãoCentral ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal.

b) descentralizada – executada exclusivamente por servidores em exercício nas unidadesregionais ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal.c) integrada – executada conjuntamente por servidores em exercício nos Órgãos Central,

setoriais, unidades regionais e/ou setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder ExecutivoFederal.

II. Indireta – trata-se das atividades de auditoria executadas com a participação de servidores nãolotados  nos órgãos e unidades do Sistema de Controle Interno  do Poder Executivo Federal, quedesempenham  atividades de auditoria  em quaisquer instituições da Administração Pública Federal ouentidade privada.

a) compartilhada  – coordenada  pelo SCI do Poder Executivo Federal com o auxílio de

órgãos/instituições públicas ou privada.b) terceirizada – executada por instituições privadas, ou seja, pelas denominadas empresas

de auditoria externa.

III. Simplificada – trata-se das atividades de auditoria realizadas, por servidores em exercício nosÓrgãos Central, setoriais, unidades regionais ou setoriais do SCI, sobre informações obtidas por meio deexame de processos e por meio eletrônico, específico das unidades ou entidades federais, cujo custo-benefício não justifica o deslocamento de uma equipe para o órgão. Essa forma de execução de auditoriapressupõe a utilização de indicadores de desempenho que fundamentam a opinião do agente executor dasações de controle.

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Esquematizando...

5. Normas relativas à execução dos trabalhos

O edital foi bastante genérico neste ponto, por isso vamos estudar a parte da IN 01/01 que trata disso.

Algumas ideias são importantes.Primeiro, que o servidor do SCI, no exercício de suas funções, terá livre acesso a todas as dependências doórgão ou entidade examinado, assim como a documentos, valores e livros considerados indispensáveis aocumprimento de suas atribuições, não lhe podendo ser sonegado, sob qualquer pretexto, nenhum processo,documento ou informação. O servidor, por sua vez, deve guardar o sigilo das informações as quais tenhaacesso no decorrer dos trabalhos.

Quando houver limitação da ação, o fato deverá ser comunicado, de imediato, por escrito, ao dirigente doórgão ou entidade examinada, solicitando as providências necessárias.

Planejamento dos Trabalhos - o trabalho realizado pelo Sistema de Controle Interno do Poder Executivo

Federal deve ser adequadamente planejado, de acordo com os procedimentos a seguir.

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I. Exame Preliminar  - com o objetivo de obter os elementos necessários ao planejamento dostrabalhos, o servidor do SCI deve examinar as informações constantes da ordem de serviço e dos planosestratégico e operacional a que se vincula o objeto do controle.

Para tanto, deve considerar a legislação aplicável, normas e instruções vigentes, bem como os resultados dosúltimos trabalhos realizados e diligências pendentes de atendimento, quando for o caso.

II. Elaboração do programa de trabalho - o programa de trabalho consta da ordem de serviço preparada pela área de controle que elabora o plano estratégico e operacional. A elaboração de um adequadoprograma de trabalho exige:

a) a determinação precisa dos objetivos do exame, ou seja, a identificação sobre o que se deseja obtercom a auditoria e a fiscalização;

b) a identificação do universo a ser examinado;c) a definição e o alcance dos procedimentos a serem utilizados;

d) a localização do objeto ou unidade examinada;e) o estabelecimento das técnicas apropriadas;f) a estimativa dos homens x horas necessários à execução dos trabalhos; eg) referência quanto ao uso de material e/ou documentos de exames prévios ou outras instruções

específicas.

Avaliação dos controles internos administrativos – quando ficar identificado na ordem de serviço – OS –, a necessidade de avaliação dos controles internos administrativos, o servidor do SCI deve efetuar umadequado exame com vistas à avaliação da capacidade e da efetividade dos SCI administrativos – contábil,financeiro, patrimonial, de pessoal, de suprimento de bens e serviços e operacional - das unidades daadministração direta, indireta, projetos e programas.

I. Capacidade dos sistemas de controle interno administrativo - avaliar os procedimentos, políticase registros que compõem os controles, com o objetivo de constatar se estes proporcionam razoável segurançade que as atividades e operações se realizam, de forma a possibilitar o atingimento das metas, em termossatisfatórios de economia, eficiência e eficácia.

II. Efetividade  - realizar exame das operações que se processam no SCI administrativo, com opropósito de verificar se os procedimentos, políticas, mecanismos, registros e outros dados relevantes,funcionam de acordo com o previsto e se os objetivos de controle estão sendo atendidos, de formapermanente, sem desvios.

III. Exame dos objetivos de controle  – as unidades e entidades adotam SCI administrativo quecompreendem um plano de organização e de todos os métodos e procedimentos, de forma ordenada, para:

proteger seus recursos; obter informações oportunas e confiáveis; e promover a eficiência operacional,assegurar a observância das leis, normas e políticas vigentes, com o intuito de alcançar o cumprimento dasmetas e objetivos estabelecidos. Deverá, ainda:

a) certificar a existência e propriedade dos procedimentos e mecanismos de salvaguarda dos recursoshumanos, financeiros e materiais, assim como do devido uso e funcionamento dos mesmos;

b) constatar se os sistemas de registros incluem a totalidade das operações realizadas e se os métodose procedimentos utilizados permitem confiar se as informações, financeira e operacional, oriundas daqueles,refletem, adequadamente, a boa e regular utilização dos recursos, bem como o cumprimento das metas e dosobjetivos dos programas;

c) certificar a existência e a idoneidade dos critérios, para identificar, classificar e mensurar dadosrelevantes das operações, verificando, igualmente, se estão sendo adotados parâmetros adequados paraavaliação da efetividade, eficiência, eficácia e economicidade dessas operações; e

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d) comprovar se os procedimentos estabelecidos asseguram, razoavelmente, o cumprimento dasdiretrizes governamentais, das leis, regulamentos, normas e outras disposições de observância obrigatória.

IV. Prevenção de impropriedades e irregularidades  - os sistemas de controle internoadministrativo, instituídos em uma unidade ou entidade, devem conter procedimentos, mecanismos ediretrizes que prevejam ou minimizem o percentual de impropriedades ou irregularidades. Um bom SCIadministrativo reduz a probabilidade de ocorrer tais impropriedades ou irregularidades, ainda que não possaevitá-las totalmente.

Supervisão das atividades do SCI do Poder Executivo Federal – toda atividade deve ser supervisionada pelachefia ou por servidor a quem a função for formalmente delegada.

I. Responsabilidade de quem dirige a função - o titular da unidade do SCI deve supervisionar todasas atividades que envolvem a execução do trabalho, podendo delegar parte das tarefas a supervisores,

devendo para isso, estabelecer mecanismos e procedimentos adequados para avaliar a atuação dossupervisores, assegurando-se de que esses possuam conhecimentos técnicos e capacidade profissionalsuficientes ao adequado cumprimento das atribuições que lhes são conferidas.

II. Supervisão das equipes de trabalho – o servidor do Sistema de Controle Interno do PoderExecutivo Federal, com atribuições de supervisão, com maior experiência, conhecimentos técnicos ecapacidade profissional, deve instruir e dirigir, adequadamente, seus subordinados, no que tange à execuçãodos trabalhos e ao cumprimento das ordens de serviço, devendo, ainda, contribuir para o desenvolvimentodos seus conhecimentos e capacidade profissional.

III. Intensidade de supervisão - o grau de intensidade da supervisão exercida sobre a equipe estádiretamente relacionada aos seguintes fatores: conhecimento e capacidade profissional dos membros daequipe; o grau de dificuldade previsível dos trabalhos; e alcance de prováveis impropriedades ouirregularidades a detectar no órgão ou entidade examinada. As evidências da supervisão exercida deverão

ficar registradas nos próprios papéis de trabalho.IV. Áreas e enfoques da supervisão - a supervisão deve abranger a verificação:a) do correto planejamento dos trabalhos de acordo com o solicitado na ordem de serviço;b) da aplicação de procedimentos e técnicas para o atingimento das metas/objetivos previstos para a

execução dos trabalhos, de acordo com o programa fornecido;c) da adequada formulação dos papéis de trabalho;d) da necessária consistência das observações e conclusões;e) da fiel observância dos objetivos estabelecidos na ordem de serviço;f) do cumprimento das normas e dos procedimentos de aplicação geral.

Obtenção de evidências - em atendimento aos objetivos da atividade, o servidor do SCI, deve realizar, naextensão indicada na ordem de serviço, os testes ou provas adequados nas circunstâncias, para obter

evidências qualitativamente aceitáveis que fundamentem, de forma objetiva, seu trabalho.

I. Finalidade da evidência - consiste na obtenção suficiente de elementos para sustentar a emissãode sua opinião, permitindo chegar a um grau razoável de convencimento da realidade dos fatos e situaçõesobservadas, da veracidade da documentação examinada, da consistência da contabilização dos fatos efidedignidade das informações e registros gerenciais para fundamentar, solidamente, seu trabalho. A validadedo seu trabalho depende diretamente da qualidade das evidências que é considerada satisfatória quando reúneas características de suficiência, adequação e pertinência.

a) Suficiência da evidência  – ocorre quando, mediante a aplicação de testes que resultem naobtenção de uma ou várias provas, o servidor do SCI é levado a um grau razoável de convencimento arespeito da realidade ou veracidade dos fatos examinados.

b) Adequação da evidência  - entende-se como tal, quando os testes ou exames realizados sãoapropriados à natureza e características dos fatos examinados.

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c) Pertinência da evidência  - a evidência é pertinente quando há coerência com as observações,conclusões e recomendações eventualmente formuladas.

II. Critérios para obtenção da evidência - na obtenção da evidência, o servidor do SCI deve guiar-se peloscritérios  de importância relativa  e de níveis de riscos prováveis. A importância relativa refere-se aosignificado da evidência no conjunto de informações e os níveis de riscos prováveis, às probabilidades deerro na obtenção e comprovação da evidência.

Impropriedades e irregularidades  - o servidor do SCI, no decorrer de qualquer atividade, deve prestarespecial atenção àquelas transações ou situações que denotem indícios de irregularidades e, quando sejamobtidas evidências das mesmas, deverá ser dado o devido tratamento, com vistas a permitir que os dirigentespossam adotar as providências corretivas pertinentes, quando couber.

I. Caracterização de impropriedade e irregularidade  – impropriedade  consiste em falhas de

natureza formal de que não resulte dano ao erário, porém evidencia-se a não observância aos princípios delegalidade, legitimidade, eficiência, eficácia e economicidade. A irregularidade  é caracterizada pela nãoobservância desses princípios, constatando a existência  de desfalque, alcance, desvio de bens ou outrairregularidade de que resulte prejuízo quantificável para o Erário.

II. Detecção  de impropriedades e irregularidades – apesar de não ser o objetivo primordial dasatividades do SCI a busca de impropriedades ou de irregularidades, o servidor deve estar consciente daprobabilidade de, no decorrer dos exames, observar tais ocorrências. Compete-lhe assim, prestar especialatenção às transações ou situações que apresentem indícios de irregularidades e, quando obtida evidências,comunicar o fato aos dirigentes para adoção das medidas corretivas cabíveis.

A aplicação dos procedimentos especificados na ordem de serviço não garante necessariamente, a detecção

de toda impropriedade ou irregularidade. Portanto, a identificação posterior  de situação imprópria ouirregular, ocorrida no período submetido a exame, não significa que o trabalho tenha sido inadequado.

III. Apuração de impropriedades e irregularidades - exige do servidor do SCI extrema prudência eprofissionalismo. Ao verificar a ocorrência de irregularidades, o servidor deve levar o assunto, por escrito,ao conhecimento do dirigente da unidade  ou entidade examinada, solicitando os esclarecimentos  e

 justificativas pertinentes, quando isso não implicar risco pessoal. Na hipótese de risco pessoal informar aocorrência ao seu dirigente que o orientará e adotará as providências necessárias.

EXERCÍCIOS

1 - (ESAF / CGU / 2008)  - De acordo com a IN SFC/MF n. 001/2001, os controles internosadministrativos implementados em uma organização devem possuir as seguintes características,exceto: A) prevalecer como instrumentos auxiliares de gestão.B) prioritariamente, ter caráter preventivo.C) estar direcionados para o atendimento a todos os níveis hierárquicos da administração.D) primar pela abordagem corretiva e, subsidiariamente, punitiva.E) permanentemente, estar voltados para a correção de eventuais desvios em relação aos parâmetrosestabelecidos.

2 - (ESAF / CGU / 2006)  - Como técnica(s) de trabalho, para a consecução de suas finalidades, oSistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal utiliza: 

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A) a tomada e a prestação de contas.B) a tomada de contas especial.C) a auditoria e a fiscalização.D) a amostragem e a denúncia.E) a circularização.

3 - (ESAF / ANA / 2009) - No Setor Público Federal, a auditoria executada por instituições privadas,ou seja, pelas denominadas empresas de auditoria externa, é classificada como:A) centralizada.B) descentralizada.C) integrada.D) terceirizada.E) compartilhada.

4 - (ESAF / ANA / 2009) - Assinale a opção que preenche corretamente a lacuna da seguinte frase: "NoSetor Público Federal, a_________________________ objetiva o exame de fatos ou situaçõesconsideradas relevantes, de natureza incomum ou extraordinária, sendo realizada para atenderdeterminação expressa de autoridade competente." A) Auditoria de Avaliação da GestãoB) Auditoria ContábilC) Auditoria EspecialD) Auditoria OperacionalE) Auditoria de Acompanhamento da Gestão

5 - (ESAF / CGU / 2008) - Segundo a IN SFC/MF n. 001/2001, o procedimento que tem por objetivoavaliar as ações gerenciais e os procedimentos relacionados ao processo operacional, ou parte dele, das

unidades ou entidades da administração pública federal, programas de governo, projetos, atividades,ou segmentos destes, com a finalidade de emitir uma opinião sobre a gestão quanto aos aspectos daeficiência, eficácia e economicidade, procurando auxiliar a administração na gerência e nos resultados,por meio de recomendações que visem aprimorar os procedimentos, melhorar os controles e aumentara responsabilidade gerencial, classifica-se como: A) Auditoria de Avaliação da Gestão.B) Auditoria Contábil.C) Auditoria de Acompanhamento da Gestão.D) Auditoria Operacional.E) Auditoria Especial.

6 - (ESAF / TCE-GO / 2007)  - De acordo com o previsto na IN 01/2001 da Secretaria Federal de

Controle, as atividades de auditoria executadas diretamente por servidores em exercício nos órgãos eunidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, estão subdivididas em:A) centralizada, descentralizada e integrada.B) terceirizada, simplificada e compartilhada.C) centralizada, compartilhada e terceirizada.D) integrada, descentralizada e compartilhada.E) simplificada, compartilhada e descentralizada.

7 - (ESAF / ENAP / 2006) - Considera-se como processo de tomada de contas, o A) conjunto de documentos e informações, obtidos direta e indiretamente, que permitam avaliar aconformidade e o desempenho da gestão dos responsáveis por políticas públicas.B) processo de contas relativo à gestão dos responsáveis por unidades jurisdicionadas da administraçãofederal direta.

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C) processo de avaliação de contas, quando da extinção, liquidação, transformação, fusão ou incorporação deempresas públicas.D) relatório de gestão apresentado pelo responsável da unidade da administração federal direta ao Tribunalde Contas da União.E) processo organizado anualmente pelas unidades jurisdicionadas cujos responsáveis estão subordinados aoTribunal de Contas da União.

8 - (ESAF / CGU / 2006) - Nos termos da Instrução Normativa n. 001/2001, da Secretaria Federal deControle, a Auditoria Governamental direta pode assumir as seguintes formas: A) centralizada, descentralizada e integrada.B) simplificada, compartilhada e terceirizada.C) concentrada, simplificada e difusa.D) concentrada, desconcentrada e delegada.E) simplificada, compartilhada e desconcentrada.

9 - (ESAF/ CGU / 2012) - Uma auditoria qualquer, coordenada pelo Sistema de Controle Interno doPoder Executivo Federal com o auxílio de uma empresa privada de auditoria, deve ter sua forma deexecução classificada como:a) Centralizada.b) Descentralizada.c) Integrada.d) Compartilhada.e) Terceirizada.

10 - (ESAF / CGU / 2006) - De acordo com a IN SFC/MF n. 01/2001, assinale a opção que apresentauma classificação de auditoria incorreta.

A) Auditoria contábil.B) Auditoria de avaliação da gestão.C) Auditoria de acompanhamento da gestão.D) Auditoria financeira.E) Auditoria especial.

11 - (ESAF / CGU / 2006)  - Nos termos da IN SFC/MF n. 001/2001, assim como as auditorias, asfiscalizações podem ser realizadas sob as seguintes formas, exceto:A) centralizada.B) integrada.C) compartilhada.D) simplificada.

E) terceirizada.

12 - (ESAF / STN / 2002) - Assinale a opção que não se insere nas finalidades do sistema de controleinterno, por intermédio da técnica de auditoria do Poder Executivo Federal: A) controlar a gestão financeira e patrimonial nos órgãos da Administração Pública Federal.B) realizar auditoria nos sistemas contábil, financeiro e de pessoal e demais sistemas administrativos eoperacionais.C) realizar auditoria de gestão dos recursos públicos federais sob a responsabilidade de órgãos públicos.D) apurar irregularidades praticadas por agentes públicos com a utilização de recursos públicos federais.E) comprovar a legalidade da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado.

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13 - (ESAF / STN / 2002)  - A forma de auditoria realizada com a utilização de indicadores dedesempenho que fundamentam a opinião do agente executor das ações de controle e cujo custo-benefício não justificar o deslocamento de uma equipe para o órgão auditado classifica- se como:A) DiretaB) IntegradaC) CompartilhadaD) SimplificadaE) Terceirizada

14 - (ESAF / STN / 2002) - A auditoria do sistema de controle interno do Poder Executivo Federal éclassificada em: A) interna, operacional, de controle interno, de avaliação de gestão e independente.B) operacional, especial, de avaliação de gestão, de acompanhamento de gestão e de mensuração.C) contábil, de processos, de gestão, de acompanhamento da gestão e operacional.

D) de desempenho, operacional, especial, de processos e de acompanhamento de gestão.E) contábil, operacional, de avaliação da gestão, de acompanhamento da gestão e especial.

15 - (ESAF / SEFAZ-PI / 2001) - O tipo de auditoria que tem por objetivo emitir opinião com vistas acertificar a regularidade das contas das unidades e das entidades da administração pública, verificar aexecução de contratos, acordos, convênios ou ajustes, bem como a probidade na aplicação dosdinheiros públicos, é denominada, de acordo com as normas de auditoria governamental: A) Auditoria de Avaliação da GestãoB) Auditoria de Acompanhamento da GestãoC) Auditoria ContábilD) Auditoria OperacionalE) Auditoria Especial

16 - (ESAF / SEFAZ-PI / 2001)  - Os trabalhos de auditoria coordenados pelo órgão de auditoriagovernamental, com o auxílio de órgãos ou instituições públicas ou privadas de auditoria oufiscalização, são uma forma de auditoria governamental denominada: A) Direta – CentralizadaB) Indireta – CompartilhadaC) Direta – DescentralizadaD) Indireta – TerceirizadaE)Direta – Integrada

17 - (ESAF / SFC / 2001 - adaptada)  - Assinale a opção que contém formas de auditoriagovernamental, conforme previstas na Instrução Normativa no 01 da Secretaria Federal de Controle. 

A) diretas, indiretas e simplificadaB) integradas, semi-integradas e indiretasC) subsidiárias, integrais e compartilhadasD) diretas, variáveis e indiretasE) integrais, parciais e específicas

18 - (CESGRANRIO / SEPLAG-SSA / 2011) - Constituem objeto do exame de auditoriagovernamental, EXCETO:(A) a execução dos planos, programas, projetos e atividades que envolvem recursos públicos.(B) os contratos firmados por gestores públicos com entidades privadas para prestação de serviços, execuçãode obras e fornecimento de materiais.(C) os contratos firmados entre entidades privadas em negócios em que não há participação de entespúblicos.

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(D) os instrumentos e sistemas de guarda e conservação dos bens e do patrimônio sob responsabilidade dasunidades da administração direta e entidades supervisionadas.(E) os sistemas administrativos e operacionais de controle interno utilizados na gestão orçamentária,financeira e patrimonial de órgãos públicos.

19 - (ESAF/ANA/2009) - Assinale a opção verdadeira a respeito do objetivo primordial e abrangênciada auditoria no Setor Público Federal.a) O objetivo primordial é o de garantir os resultados operacionais na gerência da coisa pública, abrangetodas as unidades e entidades públicas federais e leva em conta os aspectos relevantes relacionados àavaliação dos programas de governo.b) Abrange as entidades e unidades da administração indireta e tem como objetivo primordial verificar aregularidade dos atos praticados por ordenadores de despesa quanto à execução orçamentária e financeira.c) O objetivo primordial é o de garantir que os objetivos e metas definidos no orçamento sejam atingidos eabrange as entidades constantes do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social.

d) A abrangência é a definida na Lei de Diretrizes Orçamentárias para o exercício e o objetivo primordial éverificar o cumprimento da lei orçamentária anual.e) A abrangência e o objetivo primordial são o de assegurar que os recursos alocados aos projetos sejamaplicados no cumprimento das políticas públicas.

20 - (CESGRANRIO/Casa da Moeda/2009) - De acordo com a IN SFC/MF no 001/2001, oprocedimento que tem por objetivo emitir opinião com vistas a certificar a regularidade das contas,verificar a execução de contratos, acordos, convênios ou ajustes, a probidade na aplicação dosdinheiros públicos e na guarda ou administração de valores e outros bens da União ou a ela confiados,classifica-se como auditoria do tipo: (A) contábil.(B) avaliação da gestão.

(C) acompanhamento da gestão.(D) operacional.(E) especial.

21 - (ESAF/ANA/2009) - Sobre as normas de auditoria utilizadas no âmbito do Poder ExecutivoFederal, previstas na IN SFC/MF no 01/2001, analise as afirmativas a seguir.

I – São formas de auditoria aplicáveis ao setor público: a simplificada, a operacional e a centralizada.II – O tipo de auditoria executada por servidor lotado em unidade regional do sistema de controleinterno do Poder Executivo Federal é um exemplo de auditoria direta compartilhada.III – Cabe ao Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal realizar auditorias nosprocessos de tomada de contas especial.

IV – A finalidade básica da auditoria é comprovar a legalidade e a legitimidade dos atos e fatosadministrativos e avaliar os resultados alcançados, quanto aos aspectos de eficiência, eficácia eeconomicidade da gestão.

Está correto APENAS o que se afirma em(A) I e II.(B) I e III.(C) II e III.(D) II e IV.(E) III e IV.

22 - (FCC / INFRAERO / 2011) - A auditoria operacional efetuada pelo órgão de controle interno:

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A) tem por finalidade o exame de fatos ou situações consideradas relevantes, de natureza incomum ouextraordinária, sendo realizadas para atender determinação expressa de autoridade competente.B) compreende o exame dos registros e documentos e a coleta de informações e confirmações, medianteprocedimentos específicos, pertinentes ao controle do patrimônio de uma unidade, entidade ou projeto.C) objetiva emitir opinião com vistas a certificar a regularidade das contas, verificar a execução de contratos,acordos, convênios ou ajustes, a probidade na aplicação dos dinheiros públicos e na guarda ou administraçãode valores e outros bens da entidade auditada ou a ela confiados.D) consiste em avaliar as ações gerenciais das unidades ou entidades da administração pública, programas degoverno, projetos, atividades, ou segmentos destes, com a finalidade de emitir uma opinião sobre a gestãoquanto aos aspectos da eficiência, eficácia e economicidade.E) tem por objetivo atuar em tempo real sobre os atos efetivos e os efeitos potenciais positivos e negativos deuma unidade ou entidade auditada, evidenciando melhorias e economias existentes no processo ouprevenindo gargalos ao desempenho da sua missão institucional.

23 - (ESAF / RFB / 2012)- Os auditores públicos foram designados para examinar as demonstraçõescontábeis da Empresa Transportes Fluviais S.A. O objetivo é avaliar se os recursos destinados àconstrução dos dois novos portos foram aplicados nos montantes contratados, dentro dos orçamentosestabelecidos e licitações aprovadas. Foi determinado como procedimento a constatação da existênciafísica dos portos. Esse tipo de auditoria pública é classificada como auditoria: a) de gestão.b) de programas.c) operacional.d) contábil.e) de sistemas.

GABARITO

1 – D 2 – C 3 – D 4 – C5 – D 6 – A 7 – B 8 – A9 – D 10 – D 11 – D 12 – A

13 – D 14 – E 15 – A 16 – B17 – A 18 – C 19 - A 20 - B21 - E 22 - D 23 - A

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Referências utilizadas na elaboração das aulas

ALMEIDA, Marcelo Cavalcanti. Auditoria: um curso moderno e completo. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

ATTIE, William. Auditoria: conceitos e aplicações. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

________. Auditoria Interna. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.

BRITO, Claudenir; FONTENELLE, Rodrigo. Auditoria privada e governamental: Teoria de forma objetiva e