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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE FARMÁCIA, ODONTOLOGIA E ENFERMAGEM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
MESTRADO EM ODONTOLOGIA
FELIPE AUGUSTO RAMIREZ DE PAULA
EFEITO DE ANTIOXIDANTES NA RESISTÊNCIA DE UNIÃO DE UM SISTEMA
ADESIVO AO ESMALTE BOVINO TRATADO COM PERÓXIDO DE
HIDROGÊNIO 35%
FORTALEZA
2017
FELIPE AUGUSTO RAMIREZ DE PAULA
EFEITO DE ANTIOXIDANTES NA RESISTÊNCIA DE UNIÃO DE UM SISTEMA
ADESIVO AO ESMALTE BOVINO TRATADO COM PERÓXIDO DE
HIDROGÊNIO 35%
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Odontologia da Faculdade
de Farmácia, Odontologia e Enfermagem da
Universidade Federal do Ceará, como requisito
parcial para a obtenção do Título de Mestre em
Odontologia.
Área de Concentração: Clínica Odontológica.
Orientador: Prof. Dr. Juliano Sartori Mendonça.
FORTALEZA
2017
FELIPE AUGUSTO RAMIREZ DE PAULA
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Odontologia da Faculdade
de Farmácia, Odontologia e Enfermagem da
Universidade Federal do Ceará, como requisito
parcial para a obtenção do Título de Mestre em
Odontologia.
Aprovada em __________ / __________ / __________.
BANCA EXAMINADORA
__________________________________________
Prof. Dr. Juliano Sartori Mendonça
Universidade Federal do Ceará - UFC
Orientador
_________________________________________
Prof Dra Marina Studart Alencar Borges
Centro Universitário Christus
1º Examinador
_________________________________________
Prof. Dr Emanuel Arraes de Alencar Júnior
Universidade Federal do Ceará - UFC
2º Examinador
Aos meus pais, Isolda e Omar, por todo
esforço, incentivo, carinho e amor que sempre
me dedicaram. Com eles aprendi e aprendo a
como ser um ser humano cada vez melhor e a
buscar meus sonhos.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida e por sempre estar ao meu lado. A Ele toda glória e louvor.
A minha mãe, Isolda Ramirez, minha melhor amiga, companheira e exemplo de
dignidade, caráter e de ser humano. A cada dia desejo ser mais parecido com a senhora, pois
assim sei que serei um ser humano melhor.
Ao meu pai, Omar Ramirez, por me ensinar o valor dos estudos e do trabalho. O
senhor que trabalha tanto para me proporcionar sempre o melhor. Uma frase sua que levo
comigo é: “Estude! Pois é a única herança que posso deixar a você é a sua educação”.
Ao meu irmão, Fernando Ramirez, e à minha cunhada, Ana Priscilla, por todos os
momentos de felicidade e descontração e por me apresentarem uma nova forma de amar que
eu até então desconhecia. Obrigado por me darem a honra de ser tio e padrinho do nosso
Murilo Ramirez.
Às minhas amigas, Flávia Jucá e Maria Elisa por todas as conversas, desabafos e
puxões de orelha. Sem vocês essa caminhada teria sido ainda mais árdua.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Juliano Sartori Mendonça, por sempre estar disponível
para conversas, dúvidas e ajudas. Obrigado por ser um orientador que conduz tudo com muita
leveza.
À doutoranda Jacqueline Santiago e à mestranda Talita Arrais por me ajudarem em
todos os momentos durante a trajetória do mestrado. A ajuda de você foi crucial para meu
aprendizado.
Aos alunos de iniciação científica, Lorena Macêdo, Marcelo Lemos, Vanessa
Nepomuceno, Paula Regina e Emanuel Alcantara que me ajudaram em diversas etapas da
pesquisa. Muito obrigado!
Aos amigos do laboratório de pesquisa, que fizeram as horas de pesquisa ficarem mais
alegres e divertidas. Agradeço profundamente por toda ajuda e apoio dedicado, em especial,
ao meu amigo David Queiroz por sempre ser tão gentil e prestativo. E ao amigo Diego
Martins, pela indispensável ajuda.
Aos membros da banca examinadora, Profa. Dra. Marina Studart Alencar Borges e
Prof. Dr. Emmanuel Arraes de Alencar Júnior, por todas as contribuições que fizeram ao
trabalho.
Ao Programa de Pós-graduação em Odontologia da Universidade Federal do
Ceará, em especial aos funcionários e docentes.
RESUMO
Quando a restauração adesiva é imediata ao clareamento dentário, o oxigênio residual
oriundo da degradação do peróxido de hidrogênio inibe a polimerização dos compostos
resinosos, diminuindo a resistência de união. Portanto, o objetivo do estudo foi avaliar a
influência da aplicação de substâncias antioxidantes, ascorbato de sódio 10%, glutationa 5% e
glutationa 10%, na resistência de união de um sistema adesivo ao esmalte bovino previamente
tratado com peróxido de hidrogênio 35%. O teste de atividade antioxidante pelo radical livre
DPPH foi realizado para mensurar o poder antioxidante das substâncias experimentais, usando
a água destilada como controle negativo. Blocos de esmalte obtidos a partir de 111 incisivos
bovinos hígidos foram aleatoriamente divididos em cinco grupos: sem (C+) ou com
clareamento (C-), com clareamento e aplicação de soluções de ascorbato de sódio 10% (ASC-
10), glutationa 5% (GLUT-5) ou glutationa 10% (GLUT-10), por cinco minutos, e resina
nanohíbrida Filtek Z350 foi aplicada em incrementos de 1 mm. No teste do grau de conversão
dos monômeros do sistema adesivo, foram utilizadas fatias (1 mm) de dois espécimes de cada
grupo para comparação com o sistema adesivo nos estados polimerizado e não polimerizado
por eletroscopia Micro-Raman, operando com laser HeNe a 532 nm. No teste de resistência de
união, os blocos foram seccionados até obtenção de palitos de 1 mm2. Os palitos foram
submetidos a tração de 0,5 mm/min em uma máquina de ensaios universais. O modo de fratura
foi analisado e classificado. Os testes ANOVA one-way e Kruskal-Wallis adotando nível de
significância de 5% foram realizados para análise estatística. O ASC-10 apresentou melhor
atividade antioxidante (p<0,05). A aplicação das substâncias antioxidantes não influenciou no
grau de conversão dos monômeros adesivos (p>0,05). No grau de conversão, o grupo C- foi
estatisticamente inferior aos demais grupos (p<0,05). No teste de resistência de união, GLUT-
5 e GLUT-10 foram estatisticamente superiores (p<0,05) ao C+. Os grupos ASC-10 e C+ não
apresentaram diferenças estatísticas. Apesar de o ASC-10 ter apresentado melhor atividade
antioxidante e ter recuperado os valores de resistência de união, GLUT-10 foi mais eficiente
que o ASC-10 em reverter o efeito de redução da resistência de união após uso de agentes
clareadores. Houve prevalência de falhas do tipo adesiva em todos os grupos.
Palavras-chave: Glutationa, Antioxidantes, Clareamento dental
ABSTRACT
When restoration is placed immediately after dental bleaching, the residual oxygen from
the hydrogen peroxide degradation inhibits the polymerization of the resinous compounds,
reducing the bond strength. Therefore, the objective of this study was to evaluate the influence
of the application of antioxidant substances, 10% sodium ascorbate, 5% glutathione and 10%
glutathione, on the bond strength of an adhesive system on the bovine enamel previously treated
with 35% hydrogen peroxide. The antioxidant activity test by the DPPH free radical was
performed to measure the antioxidant power of the experimental substances, using distilled
water as a negative control. Enamel blocks of 111 healthy bovine incisors were randomly
divided into five groups: without (C+) or with (C-) bleaching, with bleaching and application
of solutions of 10% sodium ascorbate (ASC-10), 5% glutathione (GLUT-5) or 10% glutathione
(GLU-10), for five minutes, and Filtek Z350 nanohybrid resin was applied in 1mm increments.
In the monomers’ degree conversion test of the adhesive system, slices (1mm) of two specimens
of each group were used for comparison with the adhesive system in the polymerized and non-
polymerized states by Micro-Raman eletroscopy, operating with HeNe laser at 532nm. In the
bond strength test, the blocks were sectioned until obtaining sticks of 1.0 mm2. The sticks were
subjected to a traction of 0.5 mm/min in an universal testing machine. The fracture mode was
analyzed and classified. The one-way ANOVA and Kruskal-Wallis tests, adopting a
significance level of 5%, were performed for statistical analysis. ASC-10 showed better
antioxidant activity (p<0.05). The application of the antioxidant substances did not influence
the degree of conversion of the adhesive monomers (p>0.05). In the test of degree conversion,
the C- group statistically inferior to others groups (p<0.05). In the bond strength test, GLUT-5
and GLUT-10 were statistically superior (p<0.05) than the C+. The ASC-10 and C+ groups did
not show any statistical differences. Although ASC-10 showed better antioxidant activity and
recovered the values of bond strength, GLUT-10 was more efficient than ASC-10 in reversing
the effect of decrease of bond strength after the use of bleaching agents. There was prevalence
of adhesive failure in all groups.
Key-words: Glutathione, Antioxidants, Dental bleaching.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.....................................................................................................11
2. PROPOSIÇÃO......................................................................................................15
Objetivo Geral.............................................................................................15
Objetivos Específicos...................................................................................15
3. CAPÍTULO............................................................................................................17
4. CONCLUSÃO.......................................................................................................34
5. REFERÊNCIAS....................................................................................................36
6. ANEXOS................................................................................................................41
Anexo A - Artigo 46 do Regimento Interno do Programa de Pós-Graduação
em Odontologia da Universidade Federal do Ceará..................................41
Anexo B - Instruções aos autores para submissão de manuscrito ao
periodico Journal of Applie Oral Science...................................................42
Anexo C - Gráfico 1: Médias e desvios padrão do grau de conversão dos
monômeros adesivos...................................................................................46
Anexo D - Gráfico 2: Percentual de cada tipo de fratura por grupo
experimental................................................................................................47
11
Introdução Geral
12
1. INTRODUÇÃO GERAL
Devido à grande quantidade de produtos industrializados, a pigmentação dos dentes
anteriores tem sido cada vez mais comum (KHOROUSHI; AGHELINEJAD, 2011)
aumentando, dessa forma, a busca por soluções estéticas. A causa da pigmentação dos dentes
pode ser categorizada em dois principais grupos: manchas intrínsecas e extrínsecas (CAREY,
2014). Manchas intrínsecas, também chamadas de internas, ocorrem quando agentes
cromógenos são depositados no interior da estrutura dentária (MINOUX; SERFATY, 2008,
SULIEMAN, 2008) e podem ser atribuídas a fatores como genética e idade, uso de antibióticos
e, antes da erupção dos dentes, altos níveis de flúor e desordens de desenvolvimento (CAREY,
2014). Manchas extrínsecas, algumas vezes chamadas de externas, surgem quando agentes
cromógenos são depositados na superfície dos dentes (MINOUX; SERFATY, 2008,
SULIEMAN, 2008) e, em geral, são devido a fatores ambientais como a fumaça do cigarro,
pigmentos provenientes de bebidas, comidas e/ou metais (CAREY, 2014). Dentre as formas de
tratamento disponíveis, encontra-se o clareamento dentário, considerado como conservador,
eficaz e seguro (PERDIGÃO et al., 2004, KHIN, 2007, KWON; WERTZ, 2015).
O clareamento dentário pode ser realizado em dentes vitais e não vitais, e as técnicas
empregadas envolvem a aplicação do agente clareador no interior ou no exterior das coroas
dentárias, podendo, em alguns casos, ser realizada a associação dessas duas técnicas.
(CADENARO et al, 2006, MINOUX; SERFATY, 2008, KHOROUSHI; AGHELINEJAD,
2011). Independente da técnica de clareamento utilizada, o mecanismo do clareamento se dá
pela degradação dos componentes cromógenos. O agente ativo mais utilizado é o peróxido de
hidrogênio (CAREY, 2014) que, devido à sua característica de ser um forte agente oxidante
(FÉLIZ-MATOS et al., 2014), é capaz de reduzir ou clivar as ligações duplas de moléculas dos
pigmentos em moléculas menores (KHIN, 2007, JOINER, 2006, JOINER, 2007, SULIEMAN,
2008). Uma vez que esses pigmentos apresentam seu tamanho reduzido, podem ser eliminados
por meio da estrutura dentária ou, então, passam a absorver uma menor quantidade de luz,
aparentando mais claros (KIHN, 2007).
Porém, quando somente o clareamento dentário não resolve as questões estéticas
envolvidas, sugere-se a melhora na estética com compósitos resinosos ou restaurações indiretas
cimentadas (TITLEY et al., 1991). Quando se realizam procedimentos adesivos imediatamente
após o clareamento, uma limitação encontrada é o decréscimo da resistência de união dos
materiais empregados às superfícies dentárias clareadas. Estudos sugerem que a baixa
resistência de união é devido ao oxigênio liberado pelo agente clareador, que inibe a
13
polimerização dos materiais resinosos (BARGUI; GODWIN, 1994, CADENARO et al., 2006,
TORRES et al., 2006, MURAGUCHI et al, 2007, KHOROUSHI; AGHELINEJAD, 2011,
BERGER et al., 2013, GULER et al., 2013, BRISO, et al., 2014, HANSEN et al., 2014
WHANG; SHIN, 2015). Como consequência, a resistência de união é reduzida, prejudicando,
assim, o selamento marginal e propiciando microinfiltração marginal (ATTIN et al, 2004).
O oxigênio residual é capaz de se difundir através da estrutura dentária e, dessa forma,
o decréscimo da resistência de união apresenta caráter temporário (GÖKÇE et al., 2008). Como
abordagem geral, recomenda-se a postergação do procedimento restaurador por um período
entre 24 horas a quatro semanas (BARGUI; GODWIN, 1994, CADENARO et al., 2006,
TORRES et al., 2006, MURAGUCHI et al, 2007, KHOROUSHI; AGHELINEJAD, 2011,
BERGER et al., 2013, GULER et al., 2013, BRISO, et al., 2014, HANSEN et al., 2014
WHANG; SHIN, 2015) após a realização do procedimento clareador.
Algumas técnicas foram propostas para reduzir esse efeito deletério do clareamento
causado pela liberação do oxigênio residual (GÖKÇE et al., 2008). Civtko et al, em 1991,
propuseram realizar um polimento no esmalte entre os procedimentos clareador e restaurador.
Bargui e Gordwin, em 1994, trataram o esmalte clareado com álcool antes do procedimento
restaurador. Em busca de mais alternativas para minimizar o tempo de espera entre os
procedimentos clareador e restaurador, pensou-se em utilizar os agentes antioxidantes.
Antioxidantes são moléculas que podem neutralizar radicais livres, produtos da reação de
clareamento, por meio de aceitação ou doação de elétrons eliminando a condição de
instabilidade do radical livre (LÜ et al., 2010). Estudos foram realizados com diversos agentes
antioxidantes, dentre eles o ascorbato de sódio (MURAGUCHI et al., 2007, KHOROUSHI;
AGHELINEJAD, BERGER et al., 2013, GULER et al., 2013, BRISO et al., 2014, HANSEN
et al., 2014), o alfa-tocoferol (WHANG; SHIN, 2015) e o bicarbonato de sódio (TORRES et
al., 2006, TOSTES et al., 2012, ALENCAR et al., 2016, SVIZERO et al., 2017).
O ascorbato de sódio tem se apresentado como a melhor opção de agente antioxidante
para recuperar a resistência de união do esmalte tratado com agentes clareadores (BERGER et
al., 2013, GÜLER et al., 2013, WHANG; SHIN, 2015, ALENCAR et al.,2016, SVIZERO et
al., 2017). Um dos motivos de sua ampla utilização em pesquisas é seu pH, por volta de 7.76
(TORRES et al., 2006), que não permite um efeito desmineralizador no esmalte. No entanto, o
ascorbato de sódio é instável em solução aquosa, além de precisar ser armazenado
adequadamente, pois está sujeito a rápida oxidação quando exposto ao ar (SVIZERO et al.,
2017).
14
Nesse contexto, outra substância antioxidante vem sendo testada, a glutationa (TORRES
et al., 2006, NASSAR et al, 2014a, NASSAR et al., 2014b). A glutationa é o mais prevalente
e importante tampão-redox de dissulfeto em células animais (NASSAR et al., 2014a, NASSAR
et al., 2014b) e é importante no sistema de defesa enzimático contra o aumento de radicais livres
(JÚNIOR et al., 2001) e injúrias oxidativas (HUBER; ALMEIDA; FÁTIMA, 2008,
THOMPSON; FRANKLIN, 2010). No organismo, a glutationa se apresenta em duas formas:
a glutationa (GSH) e a glutationa oxidada (GSSH) (JÚNIOR et al., 2001, NASSAR et al.,
2014a, NASSAR et al., 2014b). Um fato interessante é que o principal substrato da glutationa
é o peróxido de hidrogênio (JÚNIOR et al., 2001).
A glutationa, utilizada como substância antioxidante após tratamento com agentes
clareadores, ainda foi pouco estudada, enquanto o ascorbato de sódio já é referido na literatura
como um bom agente antioxidante para essa finalidade. Dessa forma, o estudo teve como
objetivo avaliar a influência das substâncias antioxidantes ascorbato de sódio 10%, glutationa
5% e 10% na resistência de união de esmalte bovino tratado com peróxido de hidrogênio 35%.
O estudo também avalia a atividade antioxidante dessas substâncias, a influência das
substâncias no grau de conversão dos monômeros do sistema adesivo e analisa o modo de
fratura dos espécimes após o teste de resistência de união.
15
Proposição
16
2. PROPOSIÇÃO
2.1 Objetivo Geral
O objetivo desse estudo “in vitro” foi avaliar a influência da aplicação de agentes
antioxidantes na resistência de união de um sistema adesivo ao esmalte bovino previamente
tratado com peróxido de hidrogênio 35%.
2.2 Objetivos Específicos
- avaliar o potencial de atividade antioxidante das concentrações de ascorbato de sódio
10%, glutationa 5% e glutationa 10% por meio do teste de atividade antioxidante pelo radical
livre DPPH;
- avaliar a influência dos agentes antioxidantes no grau de conversão dos monômeros
do sistema ao esmalte por meio de eletroscospia micro-Raman;
- avaliar a influência dos agentes antioxidantes sobre a resistência de união de um
sistema adesivo ao esmalte bovino previamente tratado com peróxido de hidrogênio 35%;
- analisar o tipo de falha dos espécimes após serem submetidos ao teste de resistência
de união.
17
Capítulo
18
3. CAPÍTULO
Esta dissertação está baseada no Artigo 46 do Regimento Interno do Programa de Pós-
Graduação em Odontologia da Universidade Federal do Ceará, que regulamenta o formato
alternativo para dissertações de Mestrado e teses de Doutorado, e permite a inserção de artigos
científicos de autoria e coautoria do candidato (Anexo A). Assim sendo, esta dissertação contém
o artigo intitulado “Análise do potencial antioxidante da glutationa e seu efeito na adesão ao
esmalte bovino tratado com peróxido de hidrogênio 35%”, que será submetido à publicação
no periódico Journal of Applied Oral Science (Anexo B).
ANÁLISE DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DA GLUTATIONA E SEU EFEITO
NA ADESÃO AO ESMALTE BOVINO TRATADO COM PERÓXIDO DE
HIDROGÊNIO 35%
DE PAULA FAR, SANTIAGO JN, MENDONÇA JS
19
RESUMO
Quando a restauração adesiva é imediata ao clareamento dentário, o oxigênio residual
oriundo da degradação do peróxido de hidrogênio inibe a polimerização dos compostos
resinosos, diminuindo a resistência de união. Este estudo “in vitro” teve como objetivo avaliar
a influência da aplicação de agentes antioxidantes na resistência de união de um sistema adesivo
ao esmalte bovino tratado com peróxido de hidrogênio a 35%. O teste de atividade antioxidante
pelo radical livre DPPH também foi realizado avaliando o poder antioxidante da água destilada,
ascorbato de sódio 10%, glutationa 5% e glutationa 10%. Para os testes de grau de conversão e
resistência de união, blocos de esmalte obtidos a partir de 111 incisivos bovinos hígidos (4x4
mm) foram aleatoriamente divididos em cinco grupos: com (C-) ou sem clareamento (C+), com
clareamento e aplicação de soluções de ascorbato de sódio 10% (ASC-10), glutationa 5%
(GLUT-5) ou glutationa 10% (GLUT-10), por cinco minutos. No teste do grau de conversão
dos monômeros, foram usadas três fatias de dois espécimes de cada grupo para comparação
com o sistema adesivo em união ou isolado, polimerizado ou não, por eletroscopia Micro-
Raman, operando com laser HeNe a 532 nm. No teste de resistência de união, os blocos foram
seccionados para a obtenção de espécimes em forma de palitos de 1 mm2 de área de secção
transversal e foram testados sob tração de 0,5 mm/min, em uma máquina de ensaios universais.
Por lupa estereoscópica, a análise e a classificação de acordo com o tipo de fratura foram
realizadas. Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística paramétrica (análise de
variância a um critério e Teste de Tukey) para os testes de atividade antioxidante, grau de
conversão e resistência de união, e a análise estatística não-paramétrica (Kruskal-Wallis e teste
de Dunn) para o modo de fratura, ambas com nível de significância de 5%. ASC-10 mostrou
ter maior atividade antioxidante em comparação às diferentes concentrações de glutationa. No
teste de grau de conversão, C- foi estatisticamente inferior aos demais grupos, que foram
semelhantes entre si e ao sistema adesivo. GLUT-5 e GLUT-10 proporcionaram valores de
resistência de união semelhantes entre si e superiores aos obtidos nos demais grupos. Não houve
diferenças estatisticamente significantes entre os grupos C+ e ASC-10. Os agentes
antioxidantes não influenciaram negativamente no grau de conversão dos monômeros. Apesar
da maior atividade antioxidante do ASC-10 e da capacidade de recuperar a resistência de união,
a GLUT-10 foi mais eficaz que o ASC-10 em reverter o efeito de redução da resistência de
união do esmalte bovino ao sistema adesivo. Houve prevalência de falhas do tipo adesiva em
todos os grupos.
Palavras-chave: Glutationa, Antioxidante, Clareamento dental.
20
ABSTRACT
When the adhesive restoration is placed immediately after the dental bleaching, the
residual oxygen from hydrogen peroxide degradation inhibits the polymerization of the resinous
compounds, reducing the bond strength. This “in vitro” study aimed to evaluate the influence
of the application of antioxidant agents in the bond strength of an adhesive system on bovine
enamel treated with 35% hydrogen peroxide. The antioxidant activity test by the DPPH free
radical was performed by evaluating the antioxidant power of distilled water, 10% sodium
ascorbate, 5% glutathione and 10% glutathione. For the tests of conversion degree and bond
strength, enamel obtained from 111 healthy bovine incisors were randomly divided into 5
groups: with (C-) and without (C+) bleaching, with bleaching and application of solutions of
10% sodium ascorbate (ASC-10), 5% glutathione (GLUT-5) and 10% glutathione (GLUT-10),
for 5 minutes. In the monomer conversion test, three slices of two specimens of each group
were used for comparison with the adhesive system, in bonds or insulated, polymerized or not,
by Micro-Raman electroscopy, operating with HeNe laser at 532 nm. In the bond strength test,
the blocks were sectioned to obtain 1.0 mm2 cross sectional area and were tested under traction
of 0.5 mm/min in an universal test machine. The analysis and classification according to the
type of fracture was performed by stereoscopic loupe. The obtained data was submitted to
parametric statistical analysis (variance analysis of one criterion and Tukey’s test) for the tests
of antioxidant activity, conversion degree and bond strength, (Kruskal-Wallis and Dunn’s test)
for the fracture mode, adopting a significance level of 5%. ASC-10 showed to have higher
antioxidant activity compared to both concentrations of glutathione. In the conversion degree
test, the C- group was statistically inferior to the others groups, which were similar to each other
and to the adhesive system. The GLUT-5 and GLUT-10 groups provided bond strength values
similar to each other and higher than those obtained in the other groups. There were no
statistically significant differences between the C+ and ASC-10 groups. The antioxidant agents
did not negatively influence the conversion degree of monomers. Despite the higher antioxidant
activity of ASC-10 and the ability to recover the bond strength, GLUT-10 was more effective
than ASC-10 in reversing the effect of bond strength decrease of the bovine enamel to the
adhesive system. There was a prevalence of adhesive failures in all groups.
Key-words: Glutathione, Antioxidant, dental bleaching.
21
INTRODUÇÃO
O clareamento dental é considerado o método mais conservador, eficaz e seguro1 para
tratamento de descolorações dentárias2. A técnica é relativamente simples e pode ser realizada
em dentes vitais e não vitais3. O clareamento é definido como a degradação dos componentes
cromógenos4 e, apesar de vários métodos terem sido descritos a respeito do clareamento, todos
eles são baseados no uso direto do peróxido de hidrogênio (H2O2), ou seu precursor, peróxido
de carbamida5. O mecanismo de ação dos agentes clareadores é baseado na complexa reação
de óxido-redução, com a liberação dos radicais livres de oxigênio que penetram através dos
poros dos prismas de esmalte e, via processo químico, causam a ruptura das moléculas
orgânicas que pigmentam os substratos dentários, convertendo essas moléculas em dióxido de
carbono e água6.
Porém, um dos efeitos adversos dos agentes clareadores é a redução da resistência de
união a compósitos resinosos7-9. É necessária uma maior atenção uma vez que o clareamento é
frequentemente considerado um tratamento estético preliminar à realização de procedimentos
adesivos10. Agentes clareadores contendo 10–35% de peróxido de carbamida ou hidrogênio
afetam adversamente a resistência de união do compósito resinoso ao esmalte clareado quando
a adesão é realizada imediatamente após o procedimento clareador11. Acredita-se que o
oxigênio gerado na reação do peróxido, na superfície ou no interior da estrutura dentária, iniba
a polimerização dos monômeros resinosos, causando, assim, a redução da resistência de união12-
14. No entanto, essa redução se apresenta em caráter temporário15. Então, como abordagem
geral, recomenda-se a postergação dos procedimentos adesivos, sendo que o tempo de espera
pode variar de 24 horas a três semanas9, 12, 13, 16.
Com o objetivo de diminuir esse tempo de espera entre os procedimentos clareador e
restaurador, vários estudos envolvendo resistência de união têm sido realizados6, 9,11-13, 15-22.
Uma abordagem bastante estudada é a utilização de agentes antioxidantes após o clareamento
dentário11. Agentes antioxidantes são moléculas capazes de reagir com radicais livres de
oxigênio e neutralizar os efeitos do peróxido de hidrogênio8, 20. Dentre as substâncias
antioxidantes já estudadas, tem-se o ascorbato de sódio9,11,13,16, 17, o alfa-tocoferol6 e o
bicarbonato de sódio14 ,20-22.
Nesse contexto, outra substância antioxidante que vem sendo testada14,23 é a glutationa.
A glutationa é tripeptídeo endógeno que protege as células animais contra a ação dos radicais
livres24 e injúrias oxidativas25, 26. No organismo, a glutationa se apresenta em duas formas: a
22
glutationa (GSH) e a glutationa oxidada (GSSH)23. Devido à sua capacidade de doação de
elétrons, a glutationa (GSH) é considerada um bom agente antioxidante25, 26. Soma-se a isso o
fato de o principal substrato da glutationa ser o peróxido de hidrogênio27. O objetivo deste
estudo in vitro foi avaliar o potencial antioxidante da glutationa e sua ação na adesão ao esmalte
bovino tratado com peróxido de hidrogênio 35%. A hipótese nula de estudo é que a glutationa,
apesar de sua propriedade antioxidante, não é capaz reverter o efeito de redução da resistência
de união do esmalte bovino ao sistema adesivo após o tratamento com peróxido de hidrogênio
35%.
MATERIAIS E MÉTODOS
Delineamento experimental
O estudo foi realizado em quatro etapas, sendo elas: 1) Avaliação do potencial
antioxidante, com quatro níveis (I - água destilada; II – ascorbato de sódio 10%; III – glutationa
5% e IV – glutationa 10%); 2) Teste de resistência de união por microtração, com cinco níveis
(I – controle positivo; II – controle negativo; III – ascorbato de sódio 10%; IV – glutationa 5%
e V – glutationa 10%); 3) Teste de grau de conversão dos monômeros adesivos, com cinco
níveis (I – controle positivo; II – controle negativo; III – ascorbato de sódio 10%; IV – glutationa
5% e V – glutationa 10%) e 4) Análise do modo de fratura, com o fator tratamento em quatro
níveis (I – fratura adesiva; II – fratura coesiva em esmalte; III – fratura coesiva em resina e IV
– fratura mista).
Teste de Atividade Antioxidante
O percentual de atividade antioxidante (AA%) de cada substância foi avaliado pelo
ensaio do radical livre DPPH (2,2-difenil-1-picrihidrazil). As substâncias utilizadas como
amostra foram: água destilada, ascorbato de sódio 10%, glutationa 5% e glutationa 10%. As
amostras foram preparadas com o radical estável DPPH em solução de etanol. A mistura de
reação consistiu de 0.5 mL da amostra, 3 mL de etanol absoluto e 0.3 mL da solução de DPPH
0.5 mM em etanol. A mistura branca consistiu de 3.3 mL de etanol e 0.5 mL da amostra. A
mistura controle consistiu de 3.5 mL de etanol e 0.3 mL da solução de DPPH 0.5 mM em
etanol28.
A reação do radical DPPH com um antioxidante provoca uma alteração de cor que foi
lida no comprimento de onda de 517 nm após 30 minutos de reação. Essa leitura foi realizada
23
em uma leitora de Elisa (Synergy, HT, BioTek, Winooski, VT, EUA). O percentual de atividade
antioxidante foi determinado através da seguinte fórmula:
Preparo dos Espécimes
Cento e onze coroas de incisivos bovinos foram selecionadas e mantidas em solução de
timol 0,1% até serem utilizadas. Dentes com trincas, rachaduras ou fissuras na superfície foram
excluídos. As coroas foram fixadas com cera pegajosa (Kota, São Paulo, SP, Brasil) em um
dispositivo para adaptação em uma máquina de corte manual Isomet Low Speed Saw (South
Bay Technology Inc., Buehler, Lake Bluff, IL, EUA) e, então, seccionadas nos sentidos mésio-
distal e inciso-cervical com disco de corte diamantado dupla face (mod 13 127 mm x 0,4 mm,
12,7 mm) (Buehler, Joinville, SC, Brasil) em baixa velocidade e sob refrigeração contínua, até
a obtenção de um bloco quadrangular de 4 x 4 mm. Os blocos que apresentaram rachaduras ou
defeitos estruturais foram descartados, bem como a face palatina excluída. Em seguida, os
blocos foram fixados com cera pegajosa no centro de um disco de acrílico com as faces de
dentina expostas e foram planificadas com disco de lixa d’água de granulação 320 em uma
politriz metalográfica (Aropol 2V, Arotec S.A. Indústria e Comércio – Coita, SP, Brasil) em
baixa velocidade e com refrigeração constante. Ao final, os blocos foram fixados, porém com
a face de esmalte exposta, para serem planificados com discos de lixa d’água de granulações
320 e 400 e polidos com discos de carbeto de silício de granulações 600 e 1200 em politriz
metalográfica em baixa velocidade e com refrigeração constante. Foram excluídos os blocos
em que, após planificação e polimento, houvesse exposição de dentina. Ao final desse processo,
os blocos foram inseridos no ultrassom (Ultracleaner 1400, Unique, Indaiatuba, SP, Brasil) por
cinco minutos, lavados em água corrente e secos com gaze. Por fim, foram aleatoriamente
divididos entre os grupos, conforme o Quadro 1.
AA%: percentual de atividade antioxidante; Abs: absorbância no comprimento de onda 517 nm.
24
Quadro 1: Delineamento experimental
GRUPOS TRATAMENTOS
CONT-P Sem clareamento prévio ao procedimento adesivo
CONT-N Clareamento com Peróxido de Hidrogênio 35% seguido de procedimento
adesivo imediato
ASCS-10 Clareamento com Peróxido de Hidrogênio 35%, aplicação de ascorbato de
sódio 10% por 5 min e procedimento adesivo imediato
GLUT-5 Clareamento com Peróxido de Hidrogênio 35%, aplicação de glutationa
5% por 5 min e procedimento adesivo imediato
GLUT-10 Clareamento com Peróxido de Hidrogênio 35% e aplicação de glutationa
10% por 5 min e procedimento adesivo imediato
O gel clareador utilizado foi o HP Maxx (FGM, Joinville, SC, Brasil), à base de peróxido
de hidrogênio 35%. O agente clareador foi manipulado de acordo com as recomendações do
fabricante, sendo três gotas de peróxido para uma gota do espessante e aplicado na superfície
de esmalte dos blocos (1 mm), com exceção do grupo-controle positivo, durante 15 minutos. O
gel foi aplicado três vezes, totalizando 45 minutos de ação do gel clareador sobre a superfície
de esmalte. Ao fim do clareamento, os espécimes foram lavados com água destilada e imersos
em saliva artificial (Quadro 2) e armazenados em estufa (Olidef CZ, Ribeirão Preto, SP, Brasil)
a 37ºC durante uma semana.
Quadro 2: Composição da saliva artificial
SUBSTÂNCIAS FÓRMULA
MOLECULAR CONCENTRAÇÃO (g)
Cloreto de cálcio dihidratado CaCl2.2H2O 1,5 mM (0,354g)
Fosfato de sódio dibásico
heptahidratado Na2HPO4. 7H2O 0,9 mM (0,241g)
Cloreto de potássio KCl 0,15M (11,1825g)
Tris (hidroximetil) aminometano (HOCH2)3CNH2 0,02M (2,4228g)
25
Fluoreto de sódio NaF 0,05 ppm (500µl)
Água destilada Q.S.P
pH 7,0
Após uma semana, foi realizada uma segunda sessão do procedimento clareador,
seguindo o mesmo protocolo. Ao final do clareamento, os espécimes foram lavados com água
destilada e tiveram as soluções antioxidantes aplicadas. As soluções de ascorbato de sódio 10%,
glutationa 5% e glutationa 10% foram aplicadas de forma passiva com pincéis descartáveis nas
superfícies de esmalte previamente clareadas de acordo com os grupos ASCS-10, GLUT-5 e
GLUT-10, respectivamente, durante cinco minutos8.
Procedimento Adesivo
Como o esmalte é o substrato em questão, optou-se por aplicar o sistema adesivo Adper
Single Bond Universal (3M ESPE, Sumaré, SP, Brasil) através da técnica de condicionamento
ácido do substrato. Dessa forma, seguindo as recomendações do fabricante, realizou-se o
procedimento adesivo com condicionamento das superfícies de esmalte com ácido fosfórico
37% (Maquira, Maringá, PR, Brasil) durante 15 segundos, seguido de lavagem abundante por
15 segundos. As superfícies foram secas com jatos de ar e, então, uma única camada do sistema
adesivo foi aplicada de forma ativa durante 15 segundos, com um leve jato de ar por cinco
segundos, e fotoativação do adesivo por dez segundos. Utilizou-se a resina composta
nanohíbrida Filtek Z350XT, cor A2B (3M, ESPE, Sumaré, SP, Brasil) em incrementos de 1
mm até a obtenção de uma camada de resina de 4 mm de espessura. Cada incremento foi
fotoativado por 20 segundos, com exceção do último, que foi fotoativado por 40 segundos. Os
espécimes foram imersos em saliva artificial e armazenados em estufa a 37ºC por 24 horas.
Teste de Grau de Conversão
Dois espécimes de cada grupo foram seccionados no sentido vestíbulo-lingual em
máquina de corte manual Isomet Low Saw Speed em três fatias de 1 mm de espessura. As fatias
foram levadas à eletrocroscopia Micro-Raman (Horiba, Paris, França). Após calibração do
equipamento, a interface adesiva foi localizada com auxílio de um microscópio óptico com
lente de aumento 10x (Olympus, São Paulo, Brazil). Os espécimes foram analisados de acordo
com os seguintes parâmetros: excitação dos espécimes com laser de HeNe operando a 532 nm;
26
foi analisada a média dos três pontos da interface adesiva; o espectro foi obtido sob a região de
1580-1660 cm-1, verificando a altura dos picos 1608 cm-1 e 1637 cm-1; o espectro do adesivo
não polimerizado também foi utilizado como referência.
Teste de Resistência de União
Os espécimes foram seccionados em forma de palitos com áreas de secção transversal
de aproximadamente 1 mm2, usando uma máquina de corte manual Isomet Low Saw (South
Bay Technology Inc., Buehler, Lake Bluff, IL, EUA). Os palitos foram fixados pelas
extremidades, em dispositivos apropriados para o ensaio, com adesivo à base de cianoacrilato
(Super Bonder Flex Gel Control, Loctite, São Paulo, SP, Brasil) e testados sob força de tração,
a uma velocidade de 0.5 mm/min, utilizando uma célula de carga de 500N, em uma máquina
de ensaios universais EMIC (EMIC, São José dos Campos, SP, Brasil). As áreas de secção
transversal de cada um dos espécimes foram mensuradas com o auxílio de um paquímetro
digital (Mitutoyu, Suzano, SP, Brasil), e os valores individuais de resistência de união foram
determinados em MPa. Falhas prematuras dos espécimes foram contabilizadas e utilizadas para
a análise estatística dos dados.
Teste de Análise de Fratura
Os espécimes fraturados foram levados à lupa esterioscópica (Leica,Wetzlar,
Alemanha) e as fraturas foram classificadas em: 1- adesiva: fratura na interface adesiva; 2-
coesiva em esmalte: fratura totalmente em esmalte; 3- coesiva em resina: fratura totalmente em
resina; e 4- mista: fratura parcialmente na interface adesiva e parcialmente coesiva em esmalte
ou em resina.
Análise Estatística
As análises estatísticas foram realizadas pelos testes de análise de variância a um critério
(ANOVA) e comparações múltiplas com teste post-hoc de Tukey, para os testes de atividade
antioxidante, grau de conversão e resistência de união. Para a análise de fratura, foi utilizado o
teste não paramétrico de Kruskal-Wallis e post-hoc de Dunn, adotando-se o nível de
significância de 5%.
27
RESULTADOS
Teste de Atividade Antioxidante
Os valores de médias e seus respectivos desvios-padrão estão descritos na Tabela 1.
Tabela 1: Médias e desvios-padrão dos grupos para o teste de atividade antioxidante por radical livre
DPPH (%).
Grupos Média ± d.p. Comparações entre grupos
Água Destilada 1,8751 ± 0,2368 A
Ascorbato de Sódio 10% 0,2060 ± 0,0236 B
Glutationa 5% 0,9542 ± 0,1420 C
Glutationa 10% 0,8910 ± 0,0662 C
* Letras maiúsculas semelhantes entre si em uma mesma coluna representam a ausência de diferenças
estatisticamente significantes entre si (p > 0,05).
Teste de Grau de Conversão
Os valores de médias e desvios-padrão estão expressos em % no Gráfico 1.
Gráfico 1: Médias e desvios-padrão do grau de conversão (%) dos monômeros adesivos.
* Letras maiúsculas semelhantes entre si representam a ausência de diferenças estatisticamente
significantes entre si (p > 0,05).
28
Teste de Resistência de União
As médias dos valores de resistência de união, obtidas por meio dos ensaios de
microtração para os diferentes grupos experimentais, e seus respectivos desvios-padrão estão
expressos na Tabela 2.
Tabela 2: Médias e desvios-padrão dos grupos experimentais para o teste de resistência de união por
microtração (MPa).
Grupos Média ± d.p. (n) Comparações entre grupos
C - 13,35 ± 7,18 (20) A
C + 24,44 ± 8,37 (18) B
ASC 10% 31,48 ± 14,37 (22) B C
GLUT 5% 40,76 ± 13,76 (21) C D
GLUT 10% 45,12 ± 8,00 (20) D
* Letras maiúsculas semelhantes entre si em uma mesma coluna representam a ausência de diferenças
estatisticamente significantes entre si (p > 0,05).
Teste de Análise de Fratura
Os percentuais de modos de fratura em cada grupo encontram-se no Gráfico 2.
Gráfico 2: Percentual de cada tipo de fratura por grupo experimental.
* Letras maiúsculas semelhantes entre si representam a ausência de diferenças estatisticamente
significantes entre si (p > 0,05).
29
DISCUSSÃO
A redução da resistência de união, após o clareamento dentário, é causada pela liberação
de oxigênio residual e por radicais livres, oriundos da reação do agente clareador com as
moléculas cromógenas, que interferem na infiltração do sistema adesivo ao esmalte tratado11,
18. Radicais livres são átomos, moléculas ou íons com elétrons não emparelhados que são
altamente instáveis e reativos com outras moléculas24, 29. Esses radicais livres ficam retidos no
interior e na superfície da estrutura dentária. Estudos9, 11, 12, 13, 15-19 mostram que esses radicais
livres e o oxigênio residual inibem a polimerização da resina composta. Dessa forma, se o
procedimento adesivo for realizado imediatamente após a aplicação do agente clareador, a
interface adesiva pode ser prejudicada9.
Com o objetivo de diminuir o tempo de espera entre os processos de clareamento e
restauração dentários, o uso de antioxidantes vem sendo estudado6, 9,11-13, 15, 16-22. Antioxidantes
são moléculas com a capacidade de neutralizar radicais livres por aceitação ou doação de
elétrons, eliminando a instabilidade do radical livre29. Dentre as substâncias antioxidantes já
estudadas, tem-se o ascorbato de sódio9,11,13,16,17, o alfa-tocoferol6 e o bicarbonato de sódio14,20-
22. O ascorbato de sódio apresentou bons resultados8,12,15,17 para reverter os efeitos negativos
dos agentes clareadores na resistência de união. No entanto, as soluções de ascorbato de sódio
são instáveis, precisam ser estocadas em temperaturas entre 2-8ºC e estão sujeitas a rápida
oxidação quando em contato com o ar22. Propôs-se a glutationa como uma alternativa de
antioxidante, pois é o mais abundante tampão-redox em células mamíferas23 e, portanto, estável
em solução aquosa.
O teste de atividade antioxidante pelo radical livre DPPH é baseado na premissa que um
doador de hidrogênio é um antioxidante. Esse ensaio colorimétrico utiliza o radical livre DPPH,
alterando a cor de roxa para amarelo claro na presença de um antioxidante24,28. Os resultados
apontam que o ascorbato de sódio a 10% mostrou ter maior atividade antioxidante em
comparação com ambas as concentrações de glutationa (5% e 10%). Acredita-se que seja
devido ao principal substrato da glutationa ser o peróxido de hidrogênio27, enquanto o ascorbato
de sódio é um eficiente limpador de ânions radicais superóxido, radicais peroxil e oxigênio
isolado24. Dessa forma, acredita-se que a maior atividade antioxidante do ascorbato de sódio
10% se deve à sua melhor reação com radicais livres, como o DPPH.
O teste de grau de conversão realizado em eletroscopia Micro-Raman mostrou que, com
exceção do grupo-controle negativo, todos os grupos tiveram valores de grau de conversão
30
estatisticamente semelhantes ao sistema adesivo isolado, levando a acreditar que as substâncias
antioxidantes empregadas após a utilização do peróxido de hidrogênio a 35% possibilitaram
adequada conversão dos monômeros presentes no sistema adesivo, diante da remoção do
oxigênio residual.
Estudos testando resistência de união por microtração após aplicação de substâncias
antioxidantes6, 8, 11, 17, 22 encontraram resultados semelhantes aos aqui apresentados. O ascorbato
de sódio a 10% conseguiu reverter os efeitos deletérios dos agentes clareadores7 de forma que
os valores de resistência de união retornassem a valores estatisticamente iguais ao grupo-
controle positivo (C+). O tratamento do esmalte clareado com antioxidantes promove um
aumento na resistência de união como resultado de uma efetiva reação do peróxido de
hidrogênio 35% e o sal de ascorbato de sódio22. Na literatura, vários tempos de aplicação da
solução de ascorbato de sódio foram testados, tais como períodos de 60 segundos6, cinco
minutos16, dez minutos17, 15 minutos22 e seis horas12. Estudos recentes8, 22 demonstram que o
tempo de aplicação de cinco minutos é suficiente para reduzir o agente clareador, pois o
peróxido de hidrogênio reage rapidamente com o ascorbato de sódio.
As concentrações de glutationa estudadas (5% e 10%) mostraram recuperar a resistência
de união do esmalte bovino tratado com peróxido de hidrogênio 35% a valores até superiores
ao controle positivo (C+), descartando a hipótese nula do estudo que dizia que a glutationa,
apesar de sua propriedade antioxidante, não seria capaz de recuperar a resistência de união do
esmalte bovino ao compósito resinoso após o clareamento com peróxido de hidrogênio 35%. A
glutationa tem como principal substrato o próprio peróxido de hidrogênio27, e acredita-se que
foi capaz de neutralizar o agente clareador de forma a eliminar seu efeito deletério na resistência
de união. Esses resultados não corroboram com o estudo de Nassar et al23, que mostra que a
concentração de glutationa a 5% apresentou melhor resultado em recuperar os valores de
resistência de união em comparação com a concentração de 10%.
A reação da glutationa com o peróxido de hidrogênio acontece quando duas moléculas
de glutationa reagem entre si e liberam íons H+ que, em seguida, reagem com o peróxido de
hidrogênio14. Dessa forma, a reação de óxido redução é interrompida e, como consequência,
não há a produção de novos radicais livres. Em contrapartida, o ascorbato de sódio reage com
radical livre hidroxil29, produto da reação de óxido redução, levando a acreditar que o peróxido
de hidrogênio que permanecer no interior da estrutura dentária, após a remoção do ascorbato
de sódio, não será neutralizado e pode reagir com moléculas cromógenas e produzir novos
radicais livres que ainda afetarão a resistência de união.
31
Estudos de resistência de união confirmam que, em esmalte tratado com agente
clareador, ocorrem predominantemente falhas do tipo adesiva18, 20, 21. No presente estudo, houve
predominância de falhas do tipo adesiva em todos os grupos estudados, seguidas de falhas
mistas. Ferreira et al30, em seu estudo, mostram que espécimes em formato de palitos distribuem
as tensões da periferia e depois as direcionam para o centro da interface adesiva, aumentando a
chance da ocorrência de falhas do tipo adesivas.
É importante ressaltar que, sempre que possível, deve-se postergar o procedimento
adesivo pelo período de uma ou duas semanas após o clareamento13, visto que a resistência de
união retorna a valores normais após esse período16. Outra razão para o adiamento do
procedimento adesivo é permitir que haja tempo para a estabilização da cor, que pode alterar
os resultados estéticos18. Porém, há situações em que procedimentos adesivos necessitam ser
realizados imediatamente após o tratamento clareador21,22. Nesses casos, o uso da solução de
glutationa 10% torna-se uma alternativa para que se possam realizar esses procedimentos
imediatamente após o tratamento com agentes clareadores sem que haja prejuízo na resistência
de união.
CONCLUSÕES
Com base na metodologia empregada e nos dados obtidos, pode-se concluir que:
1. o ascorbato de sódio 10% apresentou melhor atividade antioxidante em comparação
com as concentrações de glutationa 5% e 10%;
2. a utilização de agentes antioxidantes após o tratamento de esmalte bovino clareado
com peróxido de hidrogênio 35% mostrou não alterar o grau de conversão dos
monômeros adesivos, inclusive apresentando valores estatisticamente iguais aos do
sistema adesivo em união ou isoladamente;
3. a glutationa 10% proporcionou, no teste de resistência de união por microtração,
médias estatisticamente superiores ao grupo-controle positivo (C+). Glutationa 5%
mostrou-se estatisticamente igual ao ascorbato de sódio 10%. E o ascorbato de sódio
10% mostrou-se estatisticamente igual ao grupo-controle positivo (C+);
4. houve predominância de falhas do tipo adesiva em todos os grupos.
AGRADECIMENTOS
À FUNCAP, Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e
Tecnológico.
32
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34
Conclusão
35
CONCLUSÃO
O ascorbato de sódio 10%, apesar do melhor resultado no teste de potencial
antioxidante, apresentou-se estatisticamente igual aos grupos-controle positivo (C+) e
glutationa 5% no teste de resistência de união, enquanto a glutationa 10% apresentou-se
estatisticamente superior ao grupo ascorbato de sódio 10% no teste de resistência de união.
Com exceção do grupo-controle negativo (C-), em todos os grupos não houve interferência na
conversão dos monômeros do sistema adesivo. Houve prevalência de falhas do tipo adesiva em
todos os grupos.
36
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dentin. RDE. v.40, n.1, p. 37-43, 2015.
41
Anexos
42
ANEXO A – Artigo 46 do Regimento Interno do Programa de Pós-Graduação em
Odontologia da Universidade Federal do Ceará
Art. 46 – As dissertações e as teses apresentadas ao Programa de Pós-Graduação em
Odontologia da Universidade Federal do Ceará poderão ser produzidas em formato alternativo
ou tradicional. O formato alternativo estabelece: a critério do orientador e com a aprovação da
Coordenação do Programa, que os capítulos poderão conter cópias de artigos e/ou relatórios de
patentes de autoria ou coautoria do candidato, publicados ou submetidos para publicação em
revistas científicas, escritos no idioma exigido pelo veículo de divulgação.
§1º - O orientador e o candidato deverão verificar junto às editoras a possibilidade de
inclusão dos artigos na dissertação ou tese, em atendimento à legislação que rege o direito
autoral, obtendo, se necessária, a competente autorização, deverão assinar declaração de que
não estão infringindo o direito autoral transferido à editora.
§2º - A dissertação e a tese em formatos tradicionais ou formatos alternativos deverão
seguir as normas preconizadas pelo Guia para Normalização de Trabalhos Acadêmicos da
Biblioteca Universitária disponível no sítio http://www.biblioteca.ufc.br. As partes específicas
do formato alternativo deverão ser feitas em concordância com o Manual de Normalização para
Defesa de dissertação de Mestrado e tese de Doutorado no formato Alternativo do PPGO,
disponível no sítio http://www.ppgo.ufc.br.
§3º - As dissertações defendidas no formato alternativo deverão constar de, no mínimo,
01(um) capítulo, enquanto que as teses no mesmo formato deverão constar de, no mínimo, 02
(dois) capítulos.
§4º - Admite-se que a dissertação ou a tese sejam escritas e/ou defendidas em língua
estrangeira seguindo as diretrizes definidas no regimento interno do Programa.
43
ANEXO B - instruções aos autores para submissão de manuscrito ao periodico Journal
of Applie Oral Science.
Form and preparation of manuscripts
1. Presentation of the Manuscript
1.1 Structure of the manuscript
Cover page (must be submitted as a supplementary file through the online submission system)
which should contain only:
Title of the manuscript in English.
Names of the authors in direct order with their respective degrees and affiliations in
English.
Full address of the corresponding author, to whom all correspondence should be
addressed, including fax and phone number as well as e-mail address.
1.2 Text
The paper must be previously translated or reviewed by professional or company
responsible for English language. The costs of this service will be under the authors’
responsibility. Authors with English as native language must submit as supplementary
file a signed letter taking responsibility for the quality of the English language and
editing of the text.
Title of the manuscript and subtitle, if necessary, in English.
Abstract: should comprise at most 300 words, highlighting a little introduction,
objective, material and methods, results and conclusions.
Key words: (words or expressions that identify the contents of the manuscript). The
authors are referred to the list of subjects of the "lndex Medicus" and DeCS (Health
Sciences Descriptors available at http://decs.bvs.br/I/homepagei.htm/). Authors must
use periods to separate the key words, which must have the first letter of the first word
in capital letters. Ex: Dental implants. Fixed prosthesis. Photoelasticity. Passive fit.
Introduction: summary of the rationale and proposal of the study including only proper
references. It should clearly state the hypothesis of the study.
Material and Methods: the material and the methods are presented with enough detail
to allow confirmation of the findings. Include city, state and country of all
manufacturers right after the first appearance of the products, reagents or equipments.
Published methods should be referred to and briefly discussed, except if modifications
were made. Indicate the statistical methods employed, if applicable. Please refer to item
3 for ethical principals and registration of clinical trials.
Results: presents the outcomes in a logical sequence in the text, tables and illustrations.
Data contained in tables and illustrations should not be repeated in the text, and only
important findings should be highlighted.
Discussion: this should emphasize the new and important aspects of the study and the
resulting conclusions. Any data or information mentioned in the introduction or results
should not be repeated. Findings of other important studies should be reported. The
authors should point out the implications of their findings as well as their limitations.
Conclusion(s) (if any).
44
Acknowledgments (when appropriate). Acknowledge those who have contributed to the
work. Specify sponsors, grants, scholarships and fellowships with respective names and
identification numbers.
References (please refer to item 2.3)
2. Technical normalization
The manuscript should be typed as follows: 1.5 spacing in 11 pt Arial font, with 3-cm
margins at each side, on an A4 page, adding up to at most 15 pages, including the
illustrations (graphs, photographs, tables, etc). The authors should keep a copy of the manuscript for possible requests.
2.1 Illustrations and Tables
2.1.1 The illustrations (photographs, graphs, drawings, charts, etc.), regarded as
figures, should be limited to the least amount possible and should be uploaded in
separate files, consecutively numbered with Arabic numbers according to the
order they appear in the text.
2.1.2 Photographs should be sent in original colors and digitized in .jpg or tif
formats with at least 10 cm width and at least 300 dpi. These illustrations should be provided in supplementary files and not inserted in the Word document.
2.1.3 The corresponding legends for figures should be clear, concise and typed at
the end of the manuscript as a separate list preceded by the corresponding
number.
2.1.4 The tables should be logically arranged, consecutively numbered with Arabic
numbers. The legend shall be placed on the top of the tables. Tables should be open in the right and left laterals.
2.1.5 Footnotes should be indicated by asterisks and restricted to the least amount possible.
2.2 Citation of the Authors
Citation of the authors in the text may be performed in two manners:
1) Just numeric: " and interfere with the bacterial system and tissue system 3,4,7-
10". References must be cited in a numeric ascending order within the paragraph.
2) or alphanumeric
one author - Silva23 (1986)
two authors - Silva and Carvalho25 (1987)
three authors - Ferreira, Silva and Martins27 (1987)
more than three authors- Silva, et al.28 (1988)
Punctuation characters such as periods and commas must be placed after the numeric citation of the authors. Ex: Ferreira38.
45
2.3 References
The references must follow the "Uniform requirements for manuscripts submitted to
Biomedical Journals - Vancouver" available at: http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html.
2.3.1 All references must be cited in the text. They should be alphabetically
ordered by the last name of the author and numbered in increasing order
accordingly. The order of citation in the text should follow these numbers.
Abbreviations of the titles of the international journals cited should follow the Index Medicus/MEDLINE.
2.3.2 Personal communications and unpublished data with no publication date
must not be included in the reference list.
2.3.3 Abstracts, monographs, dissertations and theses will not be accepted as
references.
2.3.4 The names of all authors should be cited up to 6 authors; in case there are
more authors, the 6 first authors should be cited, followed by the expression ", et
al.", which must be followed by "period" and should not be written in italics. Ex:
Uhl, et al.
2.3.5 At most 30 references may be cited, except for invited reviews by the
Editor-in-Chief.
Examples of references:
Book
Melberg JR, Ripa LW, Leske GS. Fluoride in preventive dentistry: theory and clinical applications. Chicago: Quintessence; 1983.
Book chapter
Verbeeck RMH. Minerals in human enamel and dentin. ln: Driessens FCM,
Woltgens JHM, editors. Tooth development and caries. Boca Raton : CRC Press; 1986. p.95-152.
Papers published in journals
Wenzel A, Fejerskov O. Validity of diagnosis of questionable caries lesions in occlusal surfaces of extracted third molars. Caries Res. 1992;26:188-93.
Papers with more than 6 authors
The first 6 authors are cited, followed by the expression ", et al."
Parkin DM, Clayton D, Black RJ, Masuyer E, Friedl HP, Ivanov E, et al. Childhood -
leukemia in Europe after Chernobyl : 5 years follow-up. Br J Cancer. 1996;73:1006-12.
Papers without authors’ names
46
Seeing nature through the lens of gender. Science. 1993;260:428-9.
Volume with supplement and/or Special Issue
Davisdson CL. Advances in glass-ionomer cements. J Appl Oral Sci. 2006;14(sp. Issue):3-9.
Entire issue
Dental Update. Guildford 1991;18(1).
The authors are fully responsible for the correctness of the references.
47
ANEXO C - Gráfico 1: Médias e desvios padrão do grau de conversão dos monômeros adesivos.
* Letras maiúsculas semelhantes entre si representam a ausência de diferenças estatisticamente significantes entre si (p > 0,05).
48
ANEXO D - Gráfico 2: Percentual de cada tipo de fratura por grupo experimental.
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