“quelônios do xingu”
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7/18/2019 “Quelônios Do Xingu”
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“Quelônios do Xingu”“Quelônios do Xingu”
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I
FICHA TÉCNICARevisão
Equipe Técnica do Programa de Educação Ambiental de Belo Monte
Edição de Texto/Projeto Gráfico/ Editoração e Ilustrações
Elabore
Revisão Geral
Luciana Soares - DRT 689/MA. Norte Energia S.A.
1ª Edição/ Ano 2014
Tiragem: 8.000 exemplares
Norte Energia S.A.
Central de Atendimento "Belo Monte Aqui": 0800 091 2810
www.norteenergiasa.com.br
www.tvbelomonte.com.br
www.blogbelomonte.com.br
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APRESENTAÇÃO
A Cartilha “Quelônios do Xingu” visa apresentar informações sobre as espécies de quelônios,
em especial as que vivem no Rio Xingu (tartaruga da Amazônia - Podocnemis expansa, Tracajá-
-podocnemis unifilis e Pitiú ou Iaçá - Podocnemis sextuberculata), além de contribuir para o
melhor conhecimento delas e sua conservação.
Explicar como é realizado o manejo dos quelônios, os perigos da caça ilegal, os modos de vidae de conservação do meio ambiente, garantindo a sobrevivência destas espécies.
Esta publicação foi desenvolvida por meio de um texto instrutivo podendo ser aproveitado em
todo o país, como instrumento de divulgação destas espécies da região e também para conhe-
cer melhor o meio ambiente de modo a garantir a conservação dos recursos naturais e dos
seres vivos.
*Tartaruga da Amazônia – Podocnemis expansa; Tracajá - Podocnemis unifilis e Pitiú
Podocnemis sextuberculata.
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QUELÔNIO? O QUE É?
Hoje, a nossa
aula de Ciências
vai começar com
um jogo de adivi-
nhação.
QUEREMOS PROFESSOR NONATO!
Vocês querem
participar do
jogo?
Eu acho que sei o
que é, professor
Nonato.
Então Dudu,
o que é? É um bicho preguiça
banguelo.
O que é,
o que é?
Anda muito devagar;
não tem dentes e
chega a viver até
mais de 80 anos?
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QUELÔNIO? O QUE É?
EU SEI PROFESSOR
NONATO...
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Quelônios são
répteis, possuem
casco, não é mesmo
professor?
A piada foi
boa, mas
você errouDudu. Aliás,
um bicho-
Quem sabe o
que é quelônio
aí, levante o
braço.
Resposta certa,
Belinha.preguiça, vive
metade desse
tempo.
"Eles possuem um casco que serve de proteção. Alguns
Quelônios, podem chegar a pesar uns 60 kg e viver em
média de 80 anos, como é o caso da Tartaruga
da Amazônia."
obs: Não são todos quelônios que pos-
suem capacidade de esconder-se embai-
xo do casco, bem como, não são todos
que possuem cabeça achatada, como
por exemplo a tartaruga, tracajá e
pitiú.
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QUELÔNIO? O QUE É?
“Podocnemis expansa”
Aqui na região
nós temos
várias espéciesde quelônios.
“Podocnemis unifilis”
E o pitiú
“Podocnemis sextuberculata”
O tracajá
Existem cerca de 360 espécies de quelônios no nosso planeta. No
Brasil vivem 36 espécies. Cinco destas espécies habitam o oceano
Atlântico, perto do litoral. Duas espécies são de terra firme. As outras29 espécies são encontradas nas águas doces de nossos rios.
A tartaruga, conhecida
também como tartaruga
da Amazônia.
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QUELÔNIO? O QUE É?
Professor, se os
quelônios não têm
dentes...
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Como eles
nascem?
como eles se
alimentam?
Os quelônios são animais
ovíparos. Isso significa queas fêmeas da espécie botam
centenas de ovos, de onde
nascem os filhotes.
No lugar dos dentes, há
algo parecido como uma
lâmina bem afiada cha-
mada de bico córneo. É
com esta lâmina queeles trituram e se
alimentam de frutas,
sementes, folhas e
pequenos peixes.
Agora eu tenho uma surpresa pra vocês. Amanhã
nós vamos visitar o tabuleiro do Embaubal. A
gente vai conhecer de perto o trabalho dA
SEMAT de senador josé porfírio, IBAMA e da
Norte Energia, na preservação das três espécies
de quelônios que vivem no rio Xingu.
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AS TARTARUGAS DO XINGU
Pessoal, eu quero apresentar a
técnica Maria. Ela vai explicar pra
gente quem são e como vivem os
quelônios do rio Xingu.
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Na época da estiagem, entre agosto e novembro, os quelônios
costumam sair da água e ir para as praias. E debaixo da areia
destas praias, chamadas de tabuleiros, as tartarugas, tracajás e
pitiús colocam e enterram seus ovos.
Oi gente. Vocês estão agora na praia do Juncal. Ela
faz parte do Tabuleiro do Embaubal. É onde o
IBAMA fiscaliza as ações do programa Quelônios da
Amazônia. O programa tem o apoio da Norte Energia,
de ONGs e das prefeituras da região.
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A TARTARUGA DA AMAZÔNIA
A tartaruga da Amazônia é um quelônio de
água doce. Ela habita o norte do Brasil(Rio Amazonas e seus afluentes) Guiana,
Colômbia e Venezuela.
É o maior quelônio da América do
Sul. A fêmea adulta pode chegar a
pesar 60 kg, com aproximadamente
60 cm de largura e 90 cm de compri-
mento. Os machos são menores que
as fêmeas.
As tartarugas da Amazônia são
onívoras, ou seja, comem de
tudo, principalmente frutas,
vegetais, sementes e peixes.
Seus hábitos são diurnos.
O casco da tartaruga tem formato oval. A
superfície do casco apresenta as cores
preta, alaranjada ou marfim. As tartaru-
gas têm linhas desenhadas pela cara que
são diferentes em cada animal. São como
impressões digitais.
O tabuleiro do Embaubal é um dosmaiores da América Latina. Nele nascem
cerca de milhares de filhotes por ano.
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A TARTARUGA DA AMAZÔNIA
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Quando o sol está forte, as tartarugas
saem do rio e vão para a praia. É quando elas
se aquecem e escolhem o melhor local para
colocar seus ovos. O local deve ser seguro e
ter areia fofa, para facilitar a abertura das
covas. Depois disso, elas voltam para o rio.
No momento da desova, as tartarugas regressam
à praia, Cavam buracos na areia; onde desovam e
enterram os ovos e seguem de volta para o rio.
O ciclo reprodutivo da tartaruga da Amazônia se
inicia no verão. Quando o nível das águas do Xingu
abaixa e as praias aparecem, as tartarugas se
reúnem em grupos. Elas começam a procurar pela
praia ideal para a desova, esta fase é chamada de
marcha ou migração.
De dentro do rio, as tartarugas se juntam
para observar a praia, durante vários dias. O
ponto do rio onde elas ficam é chamado de “boiadou-
ro”. Os estudiosos chamam esta fase de agregação.
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TRACAJÁ
O programa
Quelônios da
Amazônia
tambémdesenvolve
ações para a
proteção do
tracajá.
Quando é filhote, o tracajá apresenta pinti-
nhas de cor amarela no rosto, o que o diferencia
dos outros quelônios. Além disso, o tracajá, assim
como as demais espécies possuem uma única estrutu-
ra chamada de "barbelo", localizado na parte infe-
rior da cabeça. diferenciando-o das demais.
O tracajá não se reúne em grupos, no momento
de desovar. Além das praias de areia, o tracajá
faz a desova em praias argilosas e barrancos.
O tracajá
também vive nos
rios da Amazônia
continental, que
vai do Brasil ao
Equador.
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PITIÚ
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O pitiú bota seus ovos somente em banco de
areia e nas praias de rios. Eles até podem
desovar nas partes baixas das praias, pois seus
ninhos são rasos e correm menos risco de serem
inundados.
O Pitiú é uma espécie da família das tartaru-
gas ameaçada, principalmente devido ao con-
sumo de seus ovos por ribeirinhos.
O pitiú, conhecido
como iaçá, tambémrecebe a proteção
do programa Quelô-
nios da Amazônia.
O pitiú, assim como a tartaruga da Amazônia,
possui dois barbelos. Porém o que diferencia das
outras espécies é o tamanho e a presença de seispontas chamadas de tubérculos, na parte inferior do
casco, quando filhotes. Eles podem pesar até 3,5 kg
e seu casco raramente é maior que 30 cm.
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O TABULEIRO DO EMBAUBAL
milhares de ovos de tartarugas, tracajás e pitiús
são depositados no Tabuleiro do Embaubal, na época do
verão. É o maior berçário de tartarugas de toda a América
Latina.
Grande parte dos filhotes não sobrevivem. Eles
são presas fáceis para as aves, jacarés, peixes e
outros animais que habitam o rio Xingu. Dos filhotes que
conseguem sobreviver, apenas 1% consegue chegar na
fase adulta.
Pessoal, agora eu vou deixar vocês com o biólogo
Gabriel, do programa Quelônios da Amazônia. Ele vai
falar sobre o tabuleiro do Embaubal.
Bom gente, primeiro eu quero explicar que o Tabuleiro
do Embaubal é formado por várias praias e ilhas. A
praia do Juncal é uma das mais procuradas pelos
quelônios, para fazer a desova. Aqui no Juncal, nós já
identificamos 12 mil covas de tartarugas.
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Pra complicar a situação, existe um lucrativo comércio, ameaçando a sobrevi-
vência das tartarugas da Amazônia. Apesar de ser proibida por lei, desde 1967, as
fêmeas são facilmente capturadas durante a desova. Além dos ovos serem
coletados antes de eclodirem.
O TABULEIRO DO EMBAUBAL
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Gente, este daqui é o seu Luís. Ele mora nas
redondezas e é fiscal do programa Quelô-
nios da Amazônia.
E aqui as pesso-
as também não
comem a carne e
os ovos detartaruga?
Uma vez ou outra, a gente
come sim. A gente faz isso
por precisão, para consumo
próprio. desde 2001, quando
o programa Quelônios da
Amazônia foi implantado
aqui no Embaubal esta
situação está mudando. Mas
ainda tem gente que precisa
mudar o comportamento,
por isso é importante nossa
fiscalização.
O aumento da fiscalização diminuiu
esse problema, mas temos que estar
sempre atentos!
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O PROJETO DE CONSERVAÇÃO E MANEJO DE QUELÔNIOSCom mais de trinta anos de atuação, o projeto Quelônios da Amazônia,
do IBAMA, atua em 196 áreas de desova, espalhadas por toda a região.
Mais de 40 milhões de filhotes foram protegidos. Isso permite aumentar
a população dos quelônios.
O programa inclui
o apoio nas ações
de fiscalização; de
manejo nas praias
(sítios de desova)
e com atividades
de educação
ambiental, como
esta que estamos
fazendo agora.
Como é que vocês conseguem
conservar esses
quelônios?
Aqui no Xingu, a conservação
das tartarugas que já era
boa, melhorou ainda mais
com o apoio dos técnicos e
pesquisadores do Programa
de Conservação e Manejo de
Quelônios, da Usina Belo
Monte.
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Nós estudamos a
população de tar-
tarugas que deso-
vam nas praias do
Tabuleiro do
Embaubal, e apoia-
mos as ações de
educação ambiental
desenvolvidas
nesta região.
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O PROJETO DE CONSERVAÇÃO E MANEJO DE QUELÔNIOS
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Os ninhos são localizados e marcados com estacas
de madeira numeradas. Todos os dados são anotados,
para acompanhar o período de incubação até o nascimen-
to dos filhotes. Quando necessário, os ninhos que estão
em locais de risco são transferidos para um local seguro.
Dias antes dos filhotes nascerem, a área onde estão os ninhos é cercada com tela resistente, para evitar que eles
fujam para o rio. As tartaruguinhas que saem do ninho são capturadas e contadas. Os filhotes que ainda ficam no
ninho são removidos manualmente.
Depois que a tartaruga enterra os ovos, a gente
captura ela para medir o tamanho e fazer uma
marcação de registro no casco. Depois ela é solta no
mesmo local onde foi capturada.
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PROJETO MANEJO DE QUELÔNIOS
Puxa, mas é muita tartaruga!
Será que isso não vai trazer
de volta a coleta de ovos e a
caça predatória?
Além disso, nós temos
fiscais na região que
foram treinados peloIBAMA para evitar que
isso aconteça.
O projeto tem
alcançadoresultados
positivos.
De 2011 até hoje, quais são
os resultados alcança-
dos pelo Projeto de Con-
servação e Manejo deQuelônios?
Mas de
jeito nenhum,
Belinha.
As populações indígenas e ribeirinhas estão tomando consciência de
que é preciso consumir de forma sustentável a tartaruga e seus
ovos, sem colocar em risco a existência delas. Por isso, eles vão
ser os primeiros a denunciar, qualquer tipo de caça predatória.
Está vendo só Belinha?
Pode ficar tranquila, com
a contribuição da popula-
ção, o rio Xingu vai conti-
nuar sendo um dos maio-
res berçários de tarta-
rugas de todo o planeta.
Em janeiro de 2013, o
manejo de quelôniosatingiu um total de
800 mil filhotes
salvos desde 2011.
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CURIOSIDADES
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Você sabia que existe uma lei de proteção/conservação e comercialização das espécies Podocnemis expansa e
Podocnemis unifilis, conheça algumas partes, aprofunde seus conhecimentos na página do IBAMA
(www.ibama.gov.br):
Considerando que ao Centro Nacional de Quelônios da Amazônia (CENAQUA) compete estimular, orientar, acompanhar efiscalizar a criação da Tartaruga da Amazônia e do tracajá, em cativeiro, RESOLVE:
Art. 1º - Normatizar a criação em cativeiro da Tartaruga da Amazônia Podocnemis expansa, e do tracajá Podocnemis unifilis, em criadouros
com finalidade comercial, partindo de filhotes, nas áreas de distribuição geográfica.
[...]
Art. 3º - Compete à Superintendência do IBAMA, juntamente com o CENAQUA/DIREC, analisar e aprovar projeto de criadouro, o qual deverá
obrigatoriamente obedecer às normas desta Portaria.[...]
Art. 5º - O interessado em criar Tartaruga da Amazônia e/ou tracajá em cativeiro, com finalidade comercial, deverá protocolizar carta-consulta
na superintendência do IBAMA, onde se pretende instalar o criadouro.
[...]
Art. 11 - A comercialização dos animais, suas partes, produtos e subprodutos, deverão obedecer a normas e regulamentação especificadas
pelo IBAMA.
Art. 12 - O transporte estadual e interestadual da Tartaruga da Amazônia e do tracajá, de produtos e subprodutos, somente será permitido
mediante licença emitida pela Superintendência do IBAMA onde está localizado o criadouro.
Parágrafo Único - No caso de transporte internacional deverá seguir as normas estabelecidas pela DIREC/CITES, quanto ao transporte de
animais silvestres, partes e produtos.
Art. 13 - Os criadouros deverão remeter à Superintendência do IBAMA, relatórios anuais, em formulário próprio, que deverão ser analisados
preliminarmente e enviado ao CENAQUA.
Art. 14 - O IBAMA poderá realizar vistoria no criadouro sempre que considerar conveniente.
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