o ser humano e as organizações

Post on 09-Jul-2015

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Um discussão a respeito da metaxy existencial, o in-between aristotélico e platônico, assim como seus impactos na liderança e na motivação. Uma conversa virtual entre Eric Voegelin e Burkaard Sievers.

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Ana Cristina Limongi França, Dra.

João Paulo Bittencourt, MSc.

O Ser Humano e as

Organizações: Um equilíbrio possível?

“Where is te life we have lost in living?

Where is the wisdom we have lost in knowledge?

Where is the knowledge we have lost in information?”

Ana Cristina Limongi França, Dra.

João Paulo Bittencourt, MSc.

Objetivos da aula

• Conhecer e compreender o conceito de metaxy existencial;

• Questionar a respeito da aplicabilidade do conceito no cotidiano organizacional;

• Refletir a respeito de conceitos solidificados na cultura organizacional, como liderança e motivação.

Ana Cristina Limongi França, Dra.

João Paulo Bittencourt, MSc.

Metaxy existencial

• In-Between, é o termo utilizado por

Voegelin para representar a experiência

da existência humana entre o divino e o

mortal, a metaxy platônica.

• Aristóteles caracterizou o homem como

o zoon noun echon, o ser vivo que

possui Nous;

• Zoon Noetikon ou animal rationale.

Ana Cristina Limongi França, Dra.

João Paulo Bittencourt, MSc.

Metaxy existencial

entre vida e morte,

imortalidade e mortalidade,

perfeição e imperfeição,

tempo e não tempo,

entre ordem e desordem,

verdade e não verdade,

sentido da vida e falta de sentido;

entre as virtudes da abertura para o âmago do

ser,

como a fé, a esperança e o amor,

e os vícios do enclausuramento

obscurante,

como a soberba e a revolta;

entre os humores da alegria e do desespero.

“A existência tem a estrutura do estar-no-meio, estar-

entre, da metaxy platônica; e se existe na história da

humanidade alguma coisa constante, esta é a linguagem da

tensão:

Ana Cristina Limongi França, Dra.

João Paulo Bittencourt, MSc.

Metaxy existencial

Se nós separarmos estes pares de símbolos e

reificarrmos os pólos da tensão como se fossem

identidades independentes, então:

• perderemos a consciência e o intelecto;

• deformaremos nossa humanidade e

• reduzir-nos-emos a um estado:

de desespero silencioso ou de conformidade

ativista com o mundo,

de dependência de drogas ou de televisão,

de torpor hedonístico ou de possessão

assassina da verdade,

de sofrimento por causa do absurdo da vida.

Ana Cristina Limongi França, Dra.

João Paulo Bittencourt, MSc.

Na ausência da Metaxy

Pode-se coletar uma lista de síndromes que

soa bastante moderna:

[...] inquieta busca por dinheiro, procura por

status, reações exageradas, vícios em

delícias e petiscos, alcoolismo, irascibilidade,

ansiedade, desejo de fama, teimosia, rigidez

de atitude, receios de contatar com outros

seres humanos originando a misoginia e a

misantropia.

Ana Cristina Limongi França, Dra.

João Paulo Bittencourt, MSc.

Metaxy e motivação

• O que é motivação?

• Qual teoria de motivação melhor

compreende o ser humano?

• Qual a importância da motivação

para uma organização?

Ana Cristina Limongi França, Dra.

João Paulo Bittencourt, MSc.

Motivação como um

sucedâneo

• A motivação como um sucedâneo ao

sentido do trabalho;

• O sentido da vida sendo perdido por

conta da alta divisão e fragmentação

do trabalho;

• A humanização do trabalho pelo

reconhecimento da finitude da vida.

Ana Cristina Limongi França, Dra.

João Paulo Bittencourt, MSc.

Motivação como um

sucedâneo

• Contexto limitado a uma

microperspectiva;

• Instrumento pragmático para

influenciar o comportamento

humano;

• Reduzem a complexidade da

realidade social à preocupação pela

satisfação e eficácia;

Ana Cristina Limongi França, Dra.

João Paulo Bittencourt, MSc.

Motivação como um

sucedâneo

• As linhas adotadas assentam-se em

preconceitos apolíticos, não

históricos e associais.

Teorias motivacionais norte-

americanas expressam individualismo

ultra elevado, interesse próprio e alto

machismo característicos da cultura

americana (HOFSTEDE, 1980).

Incentivam a separação entre

motivadores e motivados.

Ana Cristina Limongi França, Dra.

João Paulo Bittencourt, MSc.

Motivação como um

sucedâneo

• O trabalho fragmentado e dividido

torna-se uma das principais

dimensões da vida humana;

• As ‘peças’ podem ser trocadas ao

sinal de inoperância.

• Sem sentido no

trabalho, é

necessário motivar.

Ana Cristina Limongi França, Dra.

João Paulo Bittencourt, MSc.

Liderança como perpetuação

da imaturidade

• A liderança muitas vezes funciona no

sentido de perpetuar a imaturidade dos

empregados, por meio da manutenção da

cultura da dependência;

• O mito da liderança em Freud;

Ana Cristina Limongi França, Dra.

João Paulo Bittencourt, MSc.

Liderança

• Aqueles que assumem aos 20 e poucos

anos posições de liderança irão quase

inevitavelmente se tornar inicialmente

vítimas e depois os executores da

administração da imaturidade;

• Os jovens administradores terão que

decidir se estão dispostos a deixarem-se

tomar pela cultura organizacional

dominante da dependência e da

imaturidade, ou não.

Ana Cristina Limongi França, Dra.

João Paulo Bittencourt, MSc.

Liderança

• A liderança refere-se à capacidade básica

de o indivíduo maduro relacionar suas

ações bem como sua vida às ações e

vidas dos outros, buscando, constituindo

e conservando, dessa forma, um sentido

que vai muito além do financeiro ou

apenas do desempenho.

• A liderança como administração da

sabedoria.

Ana Cristina Limongi França, Dra.

João Paulo Bittencourt, MSc.

Referências

HOFSTEDE, Geert. Motivation, leadership and organization.

Do Maerican Theories apply abroad? In: Organizational

Dynamics, n. 9, Summer, 1980, pp. 42-63.

SIEVERS, B. Além do sucedâneo da motivação. Revista de

Administração de Empresas, São Paulo, Fundação Getúlio

Vargas, v. 30, n. 01, jan./mar. 1990.

SIEVERS, B. Liderança como perpetuação da imaturidade.

Revista de Negócios, Blumenau, FURB, v. 02, n. 03, abr./jun.

1997.

VOEGELIN, Eric. Reason: The classic experience. In: The

Southern Review 10 (2): 237-64, April, 1974

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