o flamingo da asa quebrada

O flamingo da asa

quebrada

e outras histórias

Augusto Carlos, o autor

“…um dia, passava férias num local paradisíaco…”

…talvez como este…

…ou este…

“…algures nas Antilhas…”

“…enquanto passeava pelos caminhos do lindo e extenso

jardim do hotel…”

“…não resisti à tentação de entreabrir uma cancela que se anunciava de acesso reservado ao staff.”

“Qual não foi a minha surpresa, e um certo espanto, quando um flamingo vermelho, que me dava pelo peito, assomou à minha passagem!”

“…estar frente a frente com um causava um incrível impacto.”

“Estaria a queixar-se por estar fechado num recinto muito diferente do ambiente natural onde a sua espécie evoluíra? Decidi ficar atento…”

“- Porque não te vais embora? Se estás saturado do recinto… põe-te a mexer… - gritava em tom agudo um irrequieto beija-flor…”

“- Tu que vives em liberdade, esvoaçando de flor em flor, não consegues imaginar o meu desespero…!”

“- O dono do hotel esquece-se de que nós também somos seres vivos, com direito a dispormos das nossas vidas segundo a natureza de flamingos.”

“- Ignoraram que o flamingo das Caraíbas é uma espécie muito ameaçada…” e “…quando somos capturados, muitos de nós morrem de stress…”

“- Gostamos de viver em grupo em todas as fases da nossa vida.”

“- Consegues agora entender o que me vai na alma? O beija-flor suspirou fundo… - Sim, amigo. Já consegui compreender o valor da liberdade…!”

“- Pela parte que me toca, podes ter a certeza de que

serei um defensor acérrimo dos direitos dos

animais. Vou fazer tudo o que estiver

ao meu alcance para alertar o

Homem de que deve ser mais

humilde a formular as suas

«convicções» e a viver a sua vida interferindo o

menos possível com a vida dos

outros…”

“Naquele momento, tive vergonha de pertencer à espécie

humana.”

“Dei por mim a reflectir: o Homem terá, urgentemente, de encontrar outra forma de se

relacionar com a natureza…”