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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DEFERNANDÓPOLIS
LEDA MARIA NOGUEIRA POSSETI
EXPOSIÇÂO SOLAR: revisão bibliográfica e análise do
conhecimento de varredores das ruas de Fernandópolis - SP
FERNANDÓPOLIS 2011
LEDA MARIA NOGUEIRA POSSETI
EXPOSIÇÂO SOLAR: revisão bibliográfica e análise do
conhecimento de varredores das ruas de Fernandópolis - SP
Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora do Curso de Graduação em Farmácia da Fundação Educacional de Fernandópolis como exigência parcial para obtenção do título de bacharel em farmácia Orientador: Profa. Esp. Valeria Cristina Jose Erédia Fancio
FERNANDÓPOLIS 2011
LEDA MARIA NOGUEIRA POSSETI
EXPOSIÇÃO SOLAR: revisão bibliográfica e análise do
conhecimento de varredores das ruas de Fernandópolis - SP
. Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito
parcial para obtenção do título de bacharel em farmácia.
Aprovada em: 09 de novembro de 2011
Examinadores _____________________________________________
Prof: MSc. Luciana Estevam Simonato Fundação Educacional de Fernandópolis Curso: Farmácia _____________________________________________ Prof: Esp. Vanessa Maira Rizzato Silveira Fundação Educacional de Fernandópolis Curso: Farmácia
“Cada dia que amanhece assemelha-se a
uma página em branco, na qual gravamos os nossos pensamentos, ações e atitudes.
Na essência, cada dia é a preparação de nosso próprio amanhã.”
Chico Xavier, 1995
RESUMO
EXPOSIÇÃO SOLAR: revisão bibliográfica e análise do conhecimento de
varredores das ruas de Fernandópolis - SP
Sabe-se que o sol é fonte de vida para diversos ecossistemas e que seu espectro eletromagnético é dividido de acordo com comprimentos de onda de seus raios. A radiação que causa lesões à pele é a ultravioleta A e B, causando eritema inicialmente, fotoenvelhecimento devido à formação de radicais livres com aparecimento de rugas, além de fotodermatoses e câncer de pele. O tipo de pele influencia na sensibilidade à radiação, sendo a pele branca a mais sensível e a pele negra a mais resistente. Além do fototipo, fatores genéticos de predisposição e região de habitação também influenciam no desenvolvimento de patologias por fotoexposição. Para evitar as conseqüências da exposição excessiva, recomenda-se o uso de protetores solares adequados a cada tipo de pele, roupas, chapéus e óculos escuros. Com o objetivo tanto de enfatizar a importância do uso da proteção solar, quanto avaliar o grau de conhecimento de varredores das ruas de Fernandópolis (SP) a respeito, foi realizada uma pesquisa. Nesta pesquisa, doze pessoas foram entrevistadas por passarem todo o horário de trabalho expostos ao sol, e foram feitas perguntas como: tempo de exposição, modo de uso de filtro solar, uso de outros métodos de proteção solar, e obteve-se informações sobre o conhecimento relacionado aos riscos devido à exposição à radiação solar sem proteção. Foi constatado que 66,6% têm idade entre quarenta e cinqüenta anos, 91,6% possuem pele branca, todos os entrevistados utilizam protetor solar, porém apenas 58,3% reaplicam. De acordo com os resultados, pode-se dizer que esses indivíduos não se previnem com deveriam, não realizando reaplicação do protetor solar durante o período de trabalho e fotoexposição.
Palavras-chave: Radiação. Sol. Fotodermatoses. Pesquisa. Fernandópolis.
ABSTRACT
SUN EXPOSURE: literature review and analysis of knowledge of the street sweepers of Fernandópolis - SP
It is known that the sun is the source of life for various ecosystems and the electromagnetic spectrum is divided according to the wavelengths of its rays. The radiation that causes damage to the skin is the ultraviolet A and B, initially causing erytema, photoaging due to formation of free radicals and wrinkles, photodermatosis and skin cancer. The types of the skin influence the sensibility to radiation, being the white skin more sensitive and the black skin more resistant. In addition to skin type, genetic predisposition and the area of housing also influence the development of pathologies by photoexposure. To avoid the consequences of excessive exposure, recommends the use of sunscreens suitable for the each skin type, clothes, hats and sunglasses. In order as emphasize the importance of using sunscreen, as assess the degree of knowledge of the employees who work cleaning the streets of Fernandópolis (SP) about it, a search was conducted. In this study twelve people were interviewed because they pass all the working hours in sun exposure, and werw asked questions such as: exposure time, way of use the sunscreen, use of the other methods of protection, and it was obtained informations about the knowledge related to risks due to exposure to sunlight without protection. It was found that 66,6% are aged between forty and fifty years, 91,6% have white skin, all respondents use sunscreen, but just 58,3% reapply. Acording to the results, it can said that these individuals not be prevent like it should, not realizing reapplying sunscreen during the work and photoexposure.
Keywords: Radiaton. Sun. Photodermatosis. Research. Fernandópolis.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 – Espectro Solar Eletromagnético................................................................14
Figura 2 – Fotoenvelhecimento Cutâneo Tipo 3........................................................18
Figura 3 – Eritema Solar.............................................................................................21
Figura 4 – Pigmentação Solar....................................................................................22
Figura 5 – Miliária Solar..............................................................................................22
Figura 6 – Melanose Solar ou Lentigo Senil...............................................................23
Figura 7 – Queratose Solar........................................................................................24
Figura 8 – Elastose Solar...........................................................................................24
Figura 9 – Leucodermia Solar....................................................................................25
Figura 10 – Fototoxicidade causada por sumo de limão............................................26
Figura 11 – Carcinoma Basocelular...........................................................................27
Figura 12 – Carcinoma Espinocelular........................................................................28
Figura 13 – Melanoma Extensivo Superficial.............................................................29
Figura 14 – Melanoma Lentigo Maligno.....................................................................30
Figura 15 – Melanoma Nodular..................................................................................30
Figura 16 – Melanoma Lentiginoso Acral...................................................................31
Figura 17 – Índice UV.................................................................................................38
Figura 18 – Sexo dos varredores das ruas de Fernandópolis (SP), 2011.................42
Figura 19 – Idade dos varredores das ruas de Fernandópolis (SP), 2011................42
Figura 20 – Tipo de pele dos varredores das ruas de Fernandópolis (SP), 2011......43
Figura 21 – Tempo de exposição solar pelos varredores das ruas de Fernandópolis
(SP), 2011..................................................................................................................43
Figura 22 – Uso de protetor solar segundo os varredores das ruas de Fernandópolis
(SP), 2011..................................................................................................................44
Figura 23 – Tempo de uso de protetor solar pelos varredores das ruas Fernandópolis
(SP), 2011..................................................................................................................44
Figura 24 – Reaplicação de protetor solar pelos varredores das ruas de
Fernandópolis (SP), 2011...........................................................................................45
Figura 25 – Frequência de reaplicação de protetor solar pelos varredores das ruas
de Fernandópolis (SP), 2011......................................................................................46
Figura 26 – Área de aplicação de protetor solar pelos varredores das ruas de
Fernandópolis (SP), 2011...........................................................................................46
Figura 27 – Fator de proteção solar utilizado pelos varredores das ruas de
Fernandópolis (SP), 2011...........................................................................................47
Figura 28 – Uso de protetor solar quando o sol está encoberto por nuvens, segundo
os varredores das ruas de Fernandópolis (SP), 2011................................................48
Figura 29 – Uso de outros meios físicos de proteção solar pelos varredores das ruas
de Fernandópolis (SP), 2011......................................................................................48
Figura 30 – Percepção do aparecimento de manchas anormais pelos varredores das
ruas de Fernandópolis (SP), 2011..............................................................................49
LISTA DE GRÁFICOS E TABELAS
Tabela 1 – Fototipos...................................................................................................20
LISTA DE ABREVIATURAS
ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária
COLIPA - Comitee de la Liaison des Associations Europeans de L’Industries de la
Parfumerie, de Produits Cosmetiques et de Toilette (Associação Européia das
Indústrias Cosméticas, de Artigos de Toucador, e Perfumaria)
DNA – Ácido Desoxirribonucléico
FDA – Food and Drug Administration
FPS – Fator de Proteção Solar
FPU – Fator de Proteção Ultravioleta
INCA – Instituto Nacional do Câncer
INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
ISPF – Método Internacional de Fator de Proteção Solar
NR – Normas Regulamentadoras
PABA – Ácido para-aminobenzóico
RDC – Resolução da Diretoria Colegiada
TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TiO2 – Dióxido de Titânio
UVA – Ultravioleta A
UVB – Ultravioleta B
UVC – Ultravioleta C
ZnO – Óxido de Zinco
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................12
1 SOL......................................................................................................................13
1.1 Radiação Solar................................................................................................13
1.2 Pele.................................................................................................................15
1.3 Fotoenvelhecimento......................................................................................16
1.4 Radicais Livres..............................................................................................18
1.5 Fototipos........................................................................................................19
1.6 Fotodermatoses..............................................................................................20
1.6.1 Reações imediatas.....................................................................................20
1.6.1.1 Eritema ou queimadura solar................................................................20
1.6.1.2 Pigmentação solar.................................................................................21
1.6.1.3 Miliária solar..........................................................................................22
1.6.2 Reações tardias ou crônicas......................................................................23
1.6.2.1 Melanose solar ou lentigo senil.............................................................23
1.6.2.2 Queratose solar.....................................................................................23
1.6.2.3 Elastose solar........................................................................................24
1.6.2.4 Leucodermia solar.................................................................................24
1.6.3 Fotodermatoses por sensibilização............................................................25
1.6.3.1 Fototoxicidade.......................................................................................25
1.6.3.2 Fotoalergia.............................................................................................26
1.6.4 Agravamento de dermatoses...................................................................26
1.7 Tumores Malignos.........................................................................................27
1.7.1 Carcinoma basocelular..............................................................................27
1.7.2 Carcinoma espinocelular...........................................................................27
1.7.3 Melanoma maligno....................................................................................28
1.8 Protetores Solares........................................................................................31
1.8.1 Fator de proteção solar..............................................................................31
1.8.2 Classificação dos protetores solares..........................................................32
1.8.2.1 Protetores solares físicos......................................................................32
1.8.2.2 Protetores solares químicos..................................................................33
1.8.2.2.1 Substâncias que absorvem UVB......................................................33
1.8.2.2.2 Substâncias que absorvem UVA......................................................34
1.8.3 Efeitos adversos aos protetores solares....................................................35
1.8.4 Proteção constante.....................................................................................35
1.8.5 Veículos de liberação de ativos fotoprotetores..........................................35
1.8.6 Incorporação em maquiagens e outros produtos.......................................36
1.9 Proteção Solar Com Roupas........................................................................36
1.10 Curiosidades................................................................................................37
1.11 Índice UV.......................................................................................................38
1.12 Legislação Trabalhista................................................................................39
OBJETIVO.................................................................................................................40
OBJETIVO GERAL..................................................................................................40
OBJETIVOS EESPECÍFICOS.................................................................................40
MATERIAIS E MÉTODOS.........................................................................................41
RESULTADOS E DISCUSSÕES...............................................................................42
CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................51
REFERÊNCIAS..........................................................................................................52
ANEXOS....................................................................................................................56
12
INTRODUÇÃO
O sol é fundamental para a vida na Terra e sua radiação é importante para o
desenvolvimento das plantas e processos metabólicos nos animais, além de definir
características físicas das diversas raças humanas. Porém, a exposição em excesso
é nociva, causando queimaduras, formação de radicais livres, rugas, envelhecimento
precoce e câncer de pele (KEDE; SABATOVICH, 2004).
Segundo o autor acima, a “camada de ozônio” absorve grande parte dos raios
ultravioletas, UVC, os mais perigosos à saúde. Porém, ao longo dos anos, devido à
ação humana de destruição ao meio ambiente, a camada de ozônio vem sofrendo
processo de degradação, o que deixa o planeta mais vulnerável aos danos solares.
A radiação ultravioleta causa alterações nas células da pele, podendo causar
desde hiperpigmentação imediata não desejada, até formação de neoplasias, além
do fotoenvelhecimento pela ação de radicais livres, determinando aparência senil
(BAUMANN, 2004).
Essa ação do sol é influenciada pelo tipo de pele de cada indivíduo, o fototipo,
bem como condições atmosféricas, hora do dia e estações do ano (SAMPAIO;
RIVITTI, 2008).
Para evitar os efeitos malignos que a exposição excessiva provoca, além de
evitar a exposição em horários onde a radiação é mais intensa, recomenda-se o uso
de protetores solares, que possuem formulações variadas, de acordo com
preferências e tolerâncias dos usuários (BAUMANN, 2004).
Dados recentes a respeito da incidência do câncer de pele melanoma indicam
que corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no Brasil
(BRASIL, 2011 a). Isso mostra que as pessoas ainda não se previnem como
deveriam, e por isso, foi escolhido um grupo de risco composto por varredores de
rua que ficam expostos ao sol, para realização de uma pesquisa. Este trabalho foi
realizado com o intuito de averiguar o conhecimento que este grupo possui sobre os
perigos da exposição solar excessiva não fazendo o uso de protetores solares.
13
1 SOL
1.1 Radiação Solar
O sol é fonte energética fundamental em quase todos os ciclos biológicos da
vida na Terra. Nosso próprio metabolismo depende da radiação solar para
calcificação óssea, produção de vitamina D3 (colecalciferol, que depende da
radiação ultravioleta B (UVB) para sua formação e que ajuda a impedir o
aparecimento de alguns tipos de câncer), liberação de hormônios, regeneração de
ácido desoxirribonucléico (DNA), além de definir características físicas das diversas
raças humanas, em diferentes regiões geográficas e ambientais. Porém a exposição
excessiva ao sol pode provocar queimaduras na pele e formação de radicais livres
provocando envelhecimento precoce, além do câncer de pele, aceleração do
processo de formação de catarata e etc. Para minimizar esses efeitos, deve-se:
evitar a exposição excessiva ao sol, usar protetores solares e roupas fotoprotetoras
(KEDE; SABATOVICH, 2004).
O planeta Terra possui um escudo protetor natural, chamado “camada de
ozônio”, que absorve grande parte dos raios ultravioletas, principalmente raios
ultravioletas C, devido ao seu comprimento de onda, os mais nocivos à saúde. Com
o aumento populacional ao longo dos séculos, conseqüentemente a poluição
atmosférica e a produção de gases tóxicos aumentou também, causando destruição
acentuada da camada de ozônio. Como isso, ocorre aumento da incidência de raios
ultravioletas e seus efeitos nocivos, onde a cada 30% de diminuição da camada de
ozônio, ocorre aumento de 115,0% da intensidade de raios ultravioletas, segundo o
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) (KEDE; SABATOVICH, 2004).
Os raios solares contêm diversos comprimentos de ondas, o chamado
espectro eletromagnético. Sua composição é de quase 99% de radiação não-
ionizante (60% de raios infravermelhos, 35% de luz visível e 5% de raios
ultravioletas). A radiação infravermelha é percebida através de calor, a luz visível
pelo sistema óptico em suas diferentes cores e os raios ultravioletas por reações
fotoquímicas (FLOR et al., 2007).
Esses raios atingem nossa pele por incidência direta e por reflexão, em
superfícies como água (que aumenta em 20% a intensidade da radiação), areia
14
(10%), neve (85%) (OLIVEIRA; OLIVEIRA; OLIVEIRA, 2001). Quando o céu está
nublado, apenas 23% dos raios são refletidos e não atingem a superfície da Terra
(ECHER; MARTINS; PEREIRA, 2006), sendo assim, a idéia de que não há
necessidade de proteção solar nesse período é equivocada (KEDE; SABATOVICH,
2004).
As radiações de menor comprimento de onda, ultravioletas C (UVC) são
portadoras de elevadas energias, extremamente lesivas aos seres vivos. Possuem
comprimento de onda de até 280 nm e não atingem a Terra, uma vez que são
absorvidos pelo oxigênio e ozônio atmosféricos (FLOR et al., 2007). Já a radiação
ultravioleta A e B, e a radiação da luz visível, entre 290 e 760 nm atingem o ser
humano. Além desse limite e até 17.000 nm está o infravermelho, que é indutor de
calor. Na tabela abaixo os raios ultravioleta, radiação visível, até infravermelho
(Figura 1) (SAMPAIO; RIVITTI, 2008).
Figura 1 Espectro Solar Eletromagnético
Fonte: SAMPAIO; RIVITTI, 2008
Os raios UVB (de 290 a 320 nm), causam eritema, pigmentação e
principalmente alterações que induzem ao câncer cutâneo, pois causam
imunossupressão, e conseqüentemente as células de defesa terão menores
chances de reconhecer as células anormais. Os raios ultravioletas A (UVA), de maior
15
penetração na pele podendo atingir a derme, além da pigmentação, envelhecimento
cutâneo pela formação de radicais livres e alterações que induzem ao câncer, é o
principal indutor de fotossensibilidade (FLOR et al., 2007).
Para que haja efeito na pele, a radiação precisa ser absorvida, função essa
realizada por moléculas chamadas cromóforos, que são: queratina, melanina,
tirosina, triptofano, histidina, porfirinas, hemoglobinas, carotenos e outras. As
radiações ultravioletas podem retirar elétrons da órbita, transformando-os em
radicais livres mais reativos (SAMPAIO; RIVITTI, 2008).
O comprimento de onda e a intensidade da luz solar dependem de fatores
como: altitude, latitude, estação do ano, condições atmosféricas, hora do dia. Entre
10 e 14 horas as radiações são mais lesivas pela maior incidência de UVB, devendo
ser evitada a exposição nesse período (KEDE; SABATOVICH, 2004).
1.2 Pele
A pele é um órgão de revestimento, responsável pela proteção (barreira
contra substâncias endógenas e exógenas), pigmentação, comunicação com o meio
externo, onde reage através da transpiração e tremores para termorregulação, e etc.
É composta basicamente por três camadas: epiderme, derme e hipoderme, nessa
ordem, apresentadas da superfície para a camada mais profunda (BATISTELA;
CHORILLI; LEONARDI, 2007).
A epiderme é um epitélio de revestimento estratificado e pavimentoso, com
células achatadas e justapostas, que vão mudando de formato conforme se tornam
mais superficiais. Essas células se renovam devido a uma atividade mitótica
contínua, processo que pode levar até quatro semanas. É uma camada avascular,
sendo nutrida através da derme, e sua função principal é a produção de queratina,
responsável pela impermeabilidade cutânea, e produção de células denominadas
queratinócitos (KEDE; SABATOVICH, 2004).
A epiderme se divide em cinco camadas: basal (germinativa), espinhosa,
granulosa, lúcida e estrato córnea, sendo esta última a mais superficial e a
penúltima, encontrada nas regiões do corpo onde a pele é mais espessa, como
palmas das mãos e parte inferior dos pés (KEDE; SABATOVICH, 2004).
16
As principais células originadas nessa camada da pele são queratinócitos e
melanócitos. Os queratinócitos são células que germinam na camada basal,
produzem queratina, e são responsáveis pela renovação celular por diferenciação
em sua morfologia. Os melanócitos são as células responsáveis pela produção de
melanina, pigmento que realiza a fotoproteção por absorção de radiação e
conseqüente proteção do DNA; se expressam na camada estrato córnea por
transporte através dos queratinócitos. A melanina é produzida pela ação da
tirosinase sobre a tirosina, que sofre várias transformações até o estágio final
(KEDE; SABATOVICH, 2004).
A diferença de pigmentação nas diferentes raças se deve ao tamanho e
distribuição do melanócito e conseqüente quantidade de melanina decorrente da
atividade enzimática e expressada na pele e pelos (SAMPAIO; RIVITTI, 2008).
Abaixo da camada basal da epiderme, encontra-se a derme, camada
intermediária onde se encontram: fibroblastos, vasos, nervos, músculos eretores dos
pelos e células de defesa. Os fibroblastos produzem fibras colágenas, elásticas e
reticulares, responsáveis pela elasticidade da pele, e capacidade de voltar à posição
original quando estiradas. A derme é divida em papilar e reticular, onde na primeira
há maior número de fibroblastos e de capilares do que na derme reticular, e as fibras
colágenas são mais finas e não agrupadas em feixes; já na segunda, os feixes de
fibra colágena são curtos, curvos e retorcidos, mas paralelos à superfície cutânea.
Entre as fibras há a matriz extracelular, chamada também de substância amorfa, que
mantém as estruturas unidas e íntegras (KEDE; SABATOVICH, 2004).
Após a derme, encontra-se a hipoderme, camada profunda, composta por
tecido gorduroso disposto em grandes lóbulos. Sua função é de reserva de
nutrientes e energia, proteção contra traumatismos e manutenção de temperatura.
Nela encontram-se adipócitos (que se incham conforme acúmulo de gordura em seu
interior), fibras, nervos e vasos de maior calibre (SAMPAIO; RIVITTI, 2008).
1.3 Fotoenvelhecimento
O envelhecimento ocorre devido a modificações fisiológicas irreversíveis e
inevitáveis, sendo uma reação normal, previsível e progressiva. Porém, devido à
radiação ultravioleta esta reação torna-se precoce, deixando a pele exposta com
17
aspecto senil. Ocorre uma diminuição da espessura em 20%, os fibroblastos
diminuem, e a rede vascular é comprometida (KEDE; SABATOVICH, 2004).
De acordo com Montagner e Costa (2009) com o envelhecimento, os
queratinócitos preservam o núcleo e se tornam resistentes a apoptose, sendo os
queratinócitos em apoptose anucleados. Assim, ficam mais susceptíveis a mutações
no DNA e carcinogênese devido à imunodepressão natural.
A quantidade de melanócitos diminui de 8 a 20% a cada década a
vascularização também é diminuída em aproximadamente 35%, o que resulta em
fluxo sanguíneo e trocas de nutrientes diminuídos, termorregulação prejudicada e
palidez, e diminuição da gordura subcutânea natural da face (BAUMANN, 2004).
Kede e Sabatovich (2004), definem o termo cronossenescência como o
conjunto de alterações que acomete a pele com variações topográficas regionais,
natural da idade. Já o termo actinossenescência é o conjunto de alterações da pele
pela exposição aos raios ultravioletas. A actinossenescência ocorre a partir dos 40
anos, podendo ocorrer antes disso, é variável de acordo com o grau de
melanização, predisposição do indivíduo, freqüência e duração da exposição solar.
Montagner e Costa (2009) definem que os sinais devido à actinossenescência
são variáveis, e surgem nos locais de exposição: face, pescoço, dorso das mãos,
provocando discromias, ou seja, distúrbios pigmentares resultando em manchas
pelo contraste com a cor natural da cútis. A pele é áspera, espessa, amarelada,
enrugada, atrófica (células com tamanho reduzido), e com lesões pré-malignas.
Acredita-se que 80% do envelhecimento facial ocorre por efeito da radiação
solar, onde aparecem rugas, lesões pigmentadas como sardas e lentigos ou
melanoses (alterações da cor da pele acastanhadas), áreas de hiperpigmentação,
lesões despigmentadas, perda do tônus e elasticidade, e maior fragilidade cutânea
(BAUMANN, 2004).
O fotoenvelhecimento é classificado em quatro tipos (BAUMANN, 2004), de
acordo com os períodos de idade em que se encontra o indivíduo. No tipo 1, há
ausência de rugas ou rugas mínimas, ocorre tipicamente entre 20 a 30 anos, há
fotoenvelhecimento inicial, alterações pigmentares brandas e ausência de
queratoses. O tipo 2 caracteriza-se pelo aparecimento de rugas em movimento
(rugas suaves que só aparecem com o movimento facial), ocorre tipicamente do final
dos 30 aos 40 anos, há fotoenvelhecimento inicial a moderado, lentigos senis
iniciais, queratoses palpáveis porém não visíveis e linhas paralelas do sorriso
18
começando a aparecer lateralmente à boca. No tipo 3 há rugas em repouso (sinais
profundos que marcam a pele), ocorre tipicamente aos 50 anos de idade ou mais, o
fotoenvelhecimento é avançado, as discromias são óbvias e as queratoses visíveis
(Figura 2). No tipo 4 , há somente rugas, ocorre tipicamente aos 60 anos ou mais, o
fotoenvelhecimento é grave, pele amarelo-acinzentada, há malignidades prévias da
pele e ausência de pele normal.
Figura 2 Fotoenvelhecimento Cutâneo Tipo 3
Fonte: LIMA, 2011 (a)
1.4 Radicais Livres
Os radicais livres são espécies reativas de oxigênio, como superóxidos,
ânions hidroxilas, peróxido de hidrogênio e unidade simples de oxigênio, formadas
quando as moléculas de oxigênio se combinam com outras moléculas gerando um
número excessivo de elétrons. A molécula de oxigênio com elétrons pareados é
estável, porém com um elétron sem par na camada de valência, é “reativo”, pois
capta elétrons de componentes vitais, danificando-os, como do DNA, e de proteínas
e membranas celulares. Acredita-se que os radicais livres estejam envolvidos com o
fotoenvelhecimento, carcinogênese e inflamação, e o dano induzido pela radiação
ultravioleta ocorre em parte por intermédio de oxigênio reativo. Outra ação dos
19
radicais livres é a peroxidação lipídica o que causa danos às membranas celulares,
levando ao envelhecimento cutâneo e arterosclerose (BAUMANN, 2004).
Os radicais livres são formados naturalmente pelo metabolismo humano (no
citoplasma, nas mitocôndrias ou na membrana, e no alvo celular – proteínas,
lipídeos, carboidratos e DNA), mas podem ser produzidos também através de
poluição atmosférica, álcool, tabagismo, radiação, inflamação, exposição a certas
drogas ou metais pesados (BAUMANN, 2004).
Os antioxidantes são substâncias responsáveis por inibir e reduzir as lesões
causadas pelos radicais livres, e podem ser enzimáticos ou não-enzimáticos,
produzidos naturalmente pelo organismo. Superóxido desmutase e catalase são
exemplos de antioxidantes enzimáticos, e α tocoferol (vitamina E), ácido ascórbico
(vitamina C), ubiquinona (coenzima Q10) e glutationa são exemplos não-enzimáticos
(BIANCHI; ANTUNES, 1999).
Os agentes antioxidantes agem desarmando o radical livre, acrescentando
ou removendo elétrons, porém são inibidos diante da radiação ultravioleta e luz
visível, causando um aumento no número de radicais livres (BAUMANN, 2004).
1.5 Fototipos
As lesões causadas por radiação na pele dependem da intensidade da
mesma, tipo de pele do indivíduo e seu condicionamento genético (Tabela 1),
(SAMPAIO; RIVITTI, 2008).
20
Tabela 1 Fototipos
Fonte: SAMPAIO; RIVITTI, 2008
1.6 Fotodermatoses
As fotodermatoses são alterações inflamatórias ou degenerativas causadas
pela luz solar, e compreendem dois grupos: fotodermatoses por irritação primária,
que são reações imediatas ou tardias à exposição crônica ou prolongada, e
fotodermatoses por sensibilização, que compreendem fototoxicidade e fotoalergia
(SAMPAIO; RIVITTI, 2008).
1.6.1 Reações imediatas
1.6.1.1 Eritema ou queimadura solar
É uma reação aguda, com formação de eritema, edema, dor local, em casos
extremos formação de bolhas (Figura 3). A queimadura solar é uma reação
inflamatória, caracterizada inicialmente por vasodilatação e aumento da
21
vasopermeabilidade. A radiação UVB tem maior participação do que UVA, que tem
ação nos vasos da derme, causando vasodilatação e eritema, sem participação de
mediadores. A radiação ultravioleta interage diretamente com o DNA ao ser
absorvido por pirimidinas, causando quebra das cadeias, que serão reparadas por
mecanismos enzimáticos (SAMPAIO; RIVITTI, 2008).
Figura 3 Eritema Solar
Fonte: NOVELL, 2011
1.6.1.2 Pigmentação solar
A pigmentação solar pode ser imediata ou tardia, sendo a primeira causada
por radiação UVA e luz visível, particularmente até 450 nm. A pigmentação imediata
ocorre por foto-oxidação da melanina e transferência da mesma para os
queratinócitos (Figura 4). É mais evidente em indivíduos morenos ou pardos e inicia-
se após alguns minutos, sendo caracterizada como imediata, e atinge o máximo
durante a exposição. Na pigmentação tardia o escurecimento da pele é notado a
partir do terceiro dia e depende principalmente da radiação UVB com participação do
espectro visível (até 500 nm). Ocorre aumento da ação da enzima tirosinase, e
consequente maior produção da melanina com o desaparecimento da pigmentação
em meses, ou anos (SAMPAIO; RIVITTI, 2008).
22
Figura 4 Pigmentação Solar
Fonte: HENZEL, 2011
1.6.1.3 Miliária solar
Também chamada de brotoeja, e é caracterizada pelo aparecimento de
pequenas pápulas brancas em pele eritematosa que surgem após alguns dias de
exposição intensa, no tórax, abdome e membros superiores (Figura 5). Esta afecção
ocorre pelo aumento de temperatura corporal e conseqüente aumento da sudorese,
que pode obstruir poros e causar inflamações. Acredita-se que essas inflamações
possam ter, como uma das causas, bactérias que existem naturalmente na pele
(CARTER; GARCIA; SOUHAN, 2011).
Figura 5 Miliária Solar
Fonte: Dermatologia.net – Saúde e Beleza da Pele, 2011
23
1.6.2 Reações tardias ou crônicas
1.6.2.1 Melanose solar ou lentigo senil
Causada pelo aumento do número e atividade de melanócitos, são manchas
de cor castanho-clara a escura que surgem na face, mãos, antebraços e decote
(Figura 6). É a fotodermatose mais comum (SAMPAIO; RIVITTI, 2008).
Figura 6 Melanose Solar ou Lentigo Senil
Fonte: LIMA, 2011 (b)
1.6.2.2 Queratose solar ou actínica
Chamada também de ceratose, é caracterizada por pequenas lesões
queratósicas (pele áspera e descamativa), rugosas, com escamas amareladas ou
acastanhadas, aderentes, secas, finas, podendo apresentar discreto eritema (Figura
7). Ocorrem em áreas expostas da pele como face, couro cabeludo calvo e braços, e
dentro de aproximadamente quatro anos pode evoluir para carcinoma basocelular ou
espinocelular, consideradas, portanto, pré-malignas (CAPERTON; BERMAN, 2011).
24
Figura 7 Queratose Solar
Fonte: MIGUEL JUNIOR, 2011
1.6.2.3 Elastose solar
Conhecida também por peau citrine, é caracterizada por espessamento da
pele que adquire superfície sulcada como casca de laranja, causada por
degeneração de fibras elásticas e colágenas (Figura 8) (ALMEIDA; NAI, 2010).
Figura 8 Elastose Solar
Fonte: ADEMIR JUNIOR, 2011
1.6.2.4 Leucodermia solar
Também chamada de sarda branca (Figura 9). São manchas de 2 a 5 mm de
tamanho associadas freqüentemente à melanose solar e à queratose solar
(SAMPAIO; RIVITTI, 2008).
25
Figura 9 Leucodermia Solar
Fonte: ALEX, 2011
1.6.3 Fotodermatoses por sensibilização
As fotodermatoses por sensibilização se devem a estímulos exógenos,
principalmente drogas e compreendem fototoxicidade e fotoalergia.
1.6.3.1 Fototoxicidade
A fototoxicidade é um aumento da reatividade cutânea à luz ultravioleta sem
base imunológica e manifesta-se de forma rápida por não requerer período de
sensibilização. Ocorrem erupções semelhantes às de uma queimadura solar
exagerada, com eritema, podendo aparecer bolhas (Figura 10). O sumo e suco de
frutas cítricas, substâncias botânicas, são os maiores responsáveis por esse tipo de
fotodermatose. Porém a fototoxicidade pode ser causada por medicamentos
fotossensibilizantes como amiodarona, tetraciclina, dose-dependentes, com relação
a dose do medicamento, e exposição UV (EMANUAL et al., 2010).
26
Figura 10 Fototoxicidade causada por sumo de limão
Fonte: BARROS, 2011
1.6.3.2 Fotoalergia
É um aumento da reatividade cutânea à luz ultravioleta com base
imunológica, dependendo de uma prévia sensibilização. Caracteriza-se pela
formação de placas eczematosas pruriginosas, com possibilidade de formação de
bolhas. É menos comum que a fototoxicidade, e pode ser causada pelo uso de
medicamentos como: diuréticos tiazídicos, antibióticos sulfonamida, antidepressivos
tricíclicos, antimaláricos, a anti-inflamatórios não esteroidais (EMANUAL et al.,
2010).
1.6.4 Agravamento de dermatoses
Há, ainda, o agravamento de dermatoses devido à luz solar, como ocorre na
pitiríase alba, caracterizada por manchas hipocrômicas, discretamente escamosas,
localizadas na face, região dorsal superior. São assintomáticas e surgem no verão,
após permanência em praias, e é extremamente freqüente em crianças e
adolescentes (SAMPAIO; RIVITTI, 2008).
27
1.7 Tumores Malignos
1.7.1 Carcinoma basocelular
Também chamado de epitelioma basocelular, ou não melanoma, é o mais
benigno dos tumores malignos de pele, origina-se de células basais epiteliais
imaturas que perderam sua capacidade de diferenciação e queratinização normais.
Aparece na cabeça e pescoço predominantemente (ALMEIDA et al., 2009). Apesar
de sua capacidade de produzir metástases ser rara, possui malignidade local
podendo destruir tecidos e até ossos. Caracteriza-se por nódulos eritematosos,
róseos, com posteriores ulcerações, recobertos por crostas, podendo apresentar
pigmentação (Figura 11). Este tipo de tumor está associado à ação solar cumulativa
(SAMPAIO; RIVITTI, 2008).
Figura 11 Carcinoma Basocelular
Fonte: ADEMIR JUNIOR, 2011
1.7.2 Carcinoma espinocelular
Definido por proliferação atípica de células espinhosas, de caráter invasor,
podendo originar metástases. Relaciona-se com a queratose solar, e caracteriza-se
pela formação de pápulas escamosas que podem sangrar espontaneamente,
evoluindo para necrose. Representa 90% dos casos de câncer de boca, e tem como
28
principais fatores etiológicos o tabaco e o álcool, além da exposição exacerbada aos
raios UV (Figura 12) (DANIEL et al., 2006).
Figura 12 Carcinoma Espinocelular
Fonte: ADEMIR JUNIOR, 2011
1.7.3 Melanoma maligno
É o mais maligno dos tumores cutâneos, ocorrendo entre trinta e sessenta
anos de idade, com alto poder metastático. Dentre os fatores de risco pode-se citar:
fenótipo, exposição solar excessiva até os dezoito anos de idade, histórico familiar,
exposição a vírus, etc (SCHATTON; FRANK, 2010). Observa-se pintas com
alterações de cor, tamanho e forma, com rápido crescimento, ulceração, dor e
possível desenvolvimento de nódulos. É classificado em quatro tipos: melanoma
extensivo superficial, melanoma nodular, melanoma lentiginoso acral e melanoma
lentigo maligno (FERNANDES et al., 2005).
O melanoma extensivo superficial é a forma mais freqüente de melanoma,
aparecendo no tronco e membros inferiores, com várias colorações que vão de
castanho à violeta e tem evolução crônica podendo apresentar nódulos elevados e
sangramento (Figura 13) (FERNANDES et al., 2005).
O melanoma lentigo maligno surge a partir de área de lentigo solar,
apresentando mácula acastanhada ou enegrecida, limites nítidos e irregulares, e
aparece nas regiões da face, mãos e membros inferiores (Figura 14) (FERNANDES
et al., 2005).
29
O melanoma nodular caracteriza-se por lesão papulosa e elevada de
coloração negro-azulada e partes acastanhadas, podendo apresentar variante
amelanótica; frequentemente aparecem ulcerações e sangramentos (Figura 15)
(FERNANDES et al., 2005).
O melanoma lentiginoso acral é mais comum em idosos, negros e asiáticos,
ocorrendo nas regiões palmares, plantares e falanges terminais, podendo apresentar
nódulos ulcerados destrutivos (Figura 16) (FERNANDES et al., 2005).
Pode-se citar uma ordem de acontecimentos em melanomas: perda de
simetria, bordas irregulares, coloração heterogênea, diâmetro superior a seis
milimetros e expansão em superfície ou modificação do aspecto da lesão
(SAMPAIO; RIVITTI, 2008).
Observam-se manifestações cutâneas evolutivas, da seguinte maneira:
queimadura (eritema), espessamento da pele, manchas hipercrômicas, rugas finas,
rugas profundas, queratose actínica e câncer de pele (HORA et al., 2003).
Figura 13 Melanoma Extensivo Superficial
Fonte: Liga da Patologia – UFC, 2010
30
Figura 14 Melanoma Lentigo Maligno
Fonte: Liga da Patologia – UFC, 2010
Figura 15 Melanoma Nodular
Fonte: ADEMIR JUNIOR, 2011
31
Figura 16 Melanoma Lentiginoso Acral
Fonte: JANCIN, 2009
1.8 Protetores Solares
A importância da aplicação diária e de modo correto do protetor solar é
indiscutível. Porém nenhum protetor solar é capaz de bloquear completamente as
partes do espectro ultravioleta, então, aconselha-se o uso concomitante de roupas,
chapéus, óculos com proteção UV, películas protetoras em janelas (BAUMANN,
2004).
Além da quantidade correta e da reaplicação a cada duas horas, o momento
da aplicação também é importante, pois deve ser feita trinta minutos antes da
exposição ao sol para garantir a proteção adequada. Deve-se ter cuidados especiais
com as crianças, e protetores solares só devem ser administrados após seis meses
de idade, já que há maior absorção de substâncias e possivelmente menor excreção
das mesmas (OJOE, 2004).
1.8.1 Fator de proteção solar
O fator de proteção solar (FPS) é a capacidade de um bloqueador solar em
retardar o eritema de pele induzido por radiação solar, UVB que são responsáveis
pela maior parte do bronzeamento imediato. Define-se o FPS nesse contexto, como
o nível de exposição solar necessário para produzir o mínimo de eritema, dividido
pela quantidade de energia necessária para produzir o mesmo eritema em uma pele
não-protegida. Por exemplo, um protetor solar com FPS 10 aplicado em partes não-
32
cobertas, pode permanecer no sol um tempo 10 vezes maior sem apresentar
eritema visível na pele (BAUMANN, 2004).
O padrão de quantidade de protetor solar a ser aplicada são 2 mg/cm³ da
pele, de acordo com métodos da “Food and Drug Administration” (FDA), COLIPA e
Método Internacional, o que resultaria em trinta mililitros para aplicação em todo o
corpo, calculados de acordo com os testes em condições de laboratório (SCHALKA;
REIS, 2011).
Porém estima-se que apenas 20 a 50 % do FPS esperado no rótulo do
produto é de fato obtido, pois os usuários não aplicam na mesma espessura
utilizada nos testes laboratoriais. Para isso, recomenda-se que o indivíduo utilize o
protetor com o FPS mais elevado que for possível ser tolerado pelo mesmo, para
que essa discrepância seja compensada (BAUMANN, 2004).
No Brasil, segunda a ANVISA, em resolução de agosto de 2002, n°237, as
metodologias internacionais aceitas para teste de determinação de FPS são
Metodologia FDA, de 1993, e Metodologia COLIPA, 1994, ainda, o Método
Internacional de Fator de Proteção Solar (ISPF) de 2006, utilizado na Comunidade
Européia e Japão (SCHALKA; REIS, 2011).
Existem controvérsias em relação ao FPS, pelo fato de que um protetor solar
com FPS 60, não absorve o dobro de radiação quando comparado a um protetor
solar de FPS 30. De acordo com estudos laboratoriais, um produto com FPS 30
absorve 96,67%, enquanto um com FPS 60 absorve 98,33%, sendo portanto uma
variação de 1,66% (SCHALKA; REIS, 2011).
1.8.2 Classificação dos protetores solares
1.8.2.1 Protetores solares físicos
Conhecidos também por protetores solares por barreira e inorgânicos,
dissipam ou refletem a radiação UV e raramente estão associados com reações
alérgicas, por isso são recomendados para pessoas com pele sensível, por
apresentarem maior probabilidade de tolerar esse tipo de protetor. Para essa
característica possuem baixa permeabilidade cutânea e maior fotoestabilidade, ou
seja, mantém sua capacidade de proteção mesmo após longos períodos de
exposição solar (FLOR et al., 2007).
33
Os principais filtros físicos são dióxido de titânio (TiO2), óxido de magnésio, e
óxido de zinco (ZnO), melhorados com o passar dos anos, onde o dióxido de titânio
e o óxido de zinco foram obtidos na forma micronizada, que não deve atingir a
camada estrato córnea pois poderiam danificar o DNA e produzir radicais livres
(BAUMANN, 2004).
1.8.2.2 Protetores solares químicos
Os protetores solares químicos ou orgânicos absorvem a radiação ultravioleta
atuando como cromóforos exógenos, e são geralmente combinados com protetores
solares físicos para formar produtos com FPS alto. A radiação absorvida deve ser
dissipada na forma de calor ou de luz (fluorescente), ou ser utilizada em alguma
reação química, o que pode gerar espécies reativas de oxigênio ou fotoprodutos que
podem atacar outros químicos da formulação; se absorvido, pode atacar a pele
propriamente dita. Porém, na maioria dos casos, a radiação simplesmente é emitida
novamente em um comprimento de onda mais longo e não leva à formação de
radicais livres (BAUMANN, 2004).
São compostos preparados sinteticamente para absorver UVA e UVB,
incolores e inodoros, que na maioria dos casos causam reações alérgicas em
indivíduos suscetíveis. Outra desvantagem é que alguns protetores solares químicos
são instáveis quando expostos à radiação solar, e degradados rapidamente,
podendo causar destruição de outros componentes da fórmula também. Alguns
protetores solares químicos são absorvidos sistemicamente, motivo pelo qual não
devem ser utilizados em crianças abaixo de dois anos de idade. Observou-se
presença de filtros químicos na urina de usuários dos mesmos, o que pode ser
evitado por tecnologia de encapsulação de fármacos em estruturas esféricas de
silicone, uma inovação neste setor de cosméticos (FLOR et al., 2007).
1.8.2.2.1 Substâncias que absorvem UVB
O ácido paraminobenzóico (PABA) é fracamente solúvel em água e no
passado induzia sensações de picada na pele e manchava roupas de algodão e
sintéticos. Por isso, foram desenvolvidas formas derivadas como octil dietil PABA ou
34
“padimato O”, principal derivado utilizado, que, porém, ainda têm causado reações
fotoalérgicas. (BAUMANN, 2004)
Os cinamatos substituem amplamente os derivados do PABA, dentre eles, o
octil metoxicinamato é o mais utilizado, em produtos cosméticos em geral, como em
bases de maquiagem, batons e condicionadores sem enxágüe; são fracamente
solúveis em água, por isso, incluídos em protetores solares resistentes e bastante
resistentes à água. Alergias são incomuns, mas podem ocorrer, por uma provável
associação com fragrâncias e aromatizantes que contenham aldeído cinâmico e óleo
de canela (BAUMANN, 2004).
Salicilatos, o octil salicilato (2-etil hexil salicilato) e o homossalato (homomentil
salicilato) são os mais populares por serem estáveis, não-sensibilizantes e insolúveis
em água. Apesar dessas características, não deve ser usado como único ingrediente
de filtragem ativa, pois são muito fracos, comparados com outras substâncias de
mesma finalidade (BAUMANN, 2004).
O ácido sulfônico fenilbenzimidazol é solúvel em água, dando uma sensação
menos oleosa para os protetores solares. Este ácido é seletivo para UVB e permite
quase toda a passagem de UVA, sendo mais adequado em combinação com outros
protetores (BAUMANN, 2004).
1.8.2.2.2 Substâncias utilizadas para absorção de UVA
A benzofenona é o composto mais comum nos protetores, estima-se entre 20
e 30% dos produtos; porém, a oxibenzona é o agente que mais causa dermatite de
contato fotoalérgica, além de ser absorvida de modo sistêmico. Não é recomendado
o uso em crianças, e algumas pesquisas indicam que pode ser potencialmente
carcinogênico (BAUMANN, 2004).
O antranilato de metila é um protetor UVB fraco, mas oferece proteção UVA II
eficaz. Não é tão utilizado quanto a benzofenona por ser menos eficaz.
O Parsol 1789, também chamado de avobenzona ou butil-
metoxidibenzoilmetano, causa dermatite fotoalérgica, mas proporciona uma proteção
UVA superior (BAUMANN, 2004).
Combinações são utilizadas para obter um FPS mais alto com o uso de uma
menor concentração de ingredientes de proteção solar. (BAUMANN, 2004)
35
1.8.3 Efeitos adversos aos protetores solares
Os dados atuais sugerem que os efeitos adversos causados por protetores
solares químicos não incluem manifestações sistêmicas, mas cutâneas, como a
dermatite de contato, ocasionada também na ausência da exposição ao sol, reações
irritantes e alérgicas, reações fototóxicas e fotoalérgicas. Não há relatos de reações
alérgicas causadas por protetores solares físicos contendo dióxido de titânio e óxido
de zinco, e portanto são adequados para uso em pacientes com histórico de
hipersensibilidade a protetores solares. Deve-se lembrar que corantes e fragrâncias
também apresentam a possibilidade de causar reações alérgicas, e compostos
oleosos podem exacerbar a acne (BAUMANN, 2004).
Nenhum protetor solar bloqueia completamente o sol, por isso a proibição
pela FDA do uso do termo “bloqueador solar” nos rótulos dos produtos. Isso poderia
dar uma interpretação equivocada de que quando estiver usando o protetor solar, o
indivíduo poderia passar mais tempo exposto ao sol. A proteção oferecida pela
maioria dos protetores solares é limitada ao UVB e ao UVA II de comprimento de
onda curto (320 a 340 nm), isso pode aumentar a exposição ao UVA I de
comprimento de onda longo (340 a 400 nm) (BAUMANN, 2004).
1.8.4 Proteção constante
Apesar da crença de que o uso de um protetor solar com FPS alto é mais
eficaz do que um com FPS baixo, a administração em quantidades inadequadas
torna-o ineficaz. A maioria das pessoas só faz uso do produto, quando têm a
pretensão de se expor ao sol, o que as deixa vulneráveis a exposição por reflexão
em ambientes fechados (BAUMANN, 2004).
Outro fato a ser considerado é que o FPS não é eficaz se o modo de
aplicação não for correto (SCHALKA; REIS, 2011).
1.8.5 Veículos de liberação de ativos fotoprotetores
Um dos veículos utilizados em protetores solares são as emulsões,
constituídas de componentes apolares (lipossolúveis) e polares (hidrossolúveis),
onde os sistemas água em óleo são os mais adequados para a incorporação, porém
36
deixam uma sensação pegajosa e suja na pele, causando desconforto ao usuário.
Já os sistemas óleo em água são os mais usados e garantem proteção adequada e
sensorial agradável (FLOR et al., 2007).
Outros veículos utilizados são os géis, preferidos por pessoas com pele
oleosa, bem como os que praticam exercícios físicos regulares, devendo utilizar géis
à base de água. Porém, os géis não conferem os mesmos níveis de proteção das
emulsões, e os filtros utilizados devem ser hidrossolúveis, o que pode ser
inconveniente já que a maioria dos filtros são lipossolúveis e manter a aparência
transparente dos géis é tarefa árdua (BAUMANN, 2004).
Existem também os bastões ou “stiks”, compostos por ceras e petrolatos, e
são utilizadas nas áreas dos lábios, orelhas, nariz e ao redor dos olhos. Os bastões
são ideais para práticas desportivas e atividades aquáticas, por durarem um tempo
prolongado e não terem tendência a derreter, o que poderia causar irritação ocular
(BAUMANN, 2004).
1.8.6 Incorporações em maquiagens e outros produtos
O produto mais utilizado para incorporação em maquiagens é o dióxido de
titânio, que torna as bases mais opacas. Nem todos os ingredientes de proteção
solar são adequados para este fim, por exemplo, o Parsol 1789 é inativado na
presença de óxido de ferro, um dos pigmentos usados em bases de maquiagem.
Assim, o ideal é aplicar o protetor solar primeiramente e depois a maquiagem.
Produtos como condicionadores sem enxágüe são bastante utilizados, porém as
pesquisas com este tipo de produto ainda vêm sendo realizadas, o que não nos
permite ter uma confiabilidade total no mesmo. A melhor recomendação é utilizar
chapéus para impedir os danos aos cabelos causados pelo sol (BAUMANN, 2004).
1.9 Proteção Solar com Roupas
Tecidos mais pesados como algodão, linho, sarja, poliéster, protegem
naturalmente contra radiação UV, e quanto mais densa a trama dos fios, maior a
proteção conferida. Cores escuras nos tecidos absorvem a radiação e cores claras
refletem a mesma, inclusive em direção ao rosto do usuário. Há, ainda, uma
37
tecnologia de desenvolvimento de substâncias adicionadas ao tecido, surgida na
Austrália, que utiliza o parâmetro Fator de Proteção Ultravioleta (FPU), semelhante
ao FPS para protetores solares. Consiste em adicionar dióxido de titânio ao tecido,
por técnica especial, que não se perde durante a lavagem e independe da cor do
tecido. Aparentemente as lavagens das roupas fortalecem o FPU, já que na lavagem
as tramas de fibras ficam mais unidas. Um tecido de FPU 50 pode absorver até 98%
da radiação ultravioleta, proporcionando uma redução de 20 vezes à exposição. O
FPU é medido de acordo com a trama do tecido, onde quanto mais apertada, maior
o Fator de Proteção Ultravioleta, e o mesmo vem especificado na etiqueta da roupa.
Porém este tipo de tecnologia ainda vem sendo estudada, e em países como Japão,
Austrália, Canadá, sabões em pó com protetores vêm sendo comercializados, onde
a cada lavagem, a propriedade é perdida (BRASIL, 2007 a).
1.10 Curiosidades
O Brasil possui grande área demográfica localizada entre os Trópicos de
Capricórnio e Equador, região intensamente atingida pela radiação solar. Ainda
assim, estima-se que 69% da população não faz uso de protetor solar, sendo a
maioria homens, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia. De acordo com
fontes do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial
(INMETRO) em pesquisa realizada em 2002, protetores solares de FPS 15 são os
escolhidos por 36,7% de consumidores brasileiros, fator esse que aumentou desde
1998, onde o FPS de maior escolha era nível 8 (INMETRO, 2002).
Como reconhecimento dos efeitos do sol, e da incompatibilidade dos produtos
fotoprotetores, a ANVISA publicou a RDC n° 237 de 22 de agosto de 2002, que
estabelece critérios de classificação de protetores solares, definições, categorias dos
produtos, rotulagem e metodologias a serem utilizadas (BRASIL, 2002 b).
38
1.10 Índice UV
Como parâmetro para definição de intensidade de radiação, é utilizado o
“Índice UV”, que vai de 1 a 15, onde 1 é “baixo” e a partir de 11 é “extremo”. (Figura
17)
Figura 17 Índice UV
Fonte: BRASIL, 2011 (d)
De acordo com o boletim agrometeorológico, do canal online “Rede Data
Clima”, do governo do estado de São Paulo, em relatório da estação meteorológica
de Fernandópolis, estado de São Paulo, o índice UV na região varia entre moderado
e extremo, onde a maior freqüência é de 10 para mais, o que exige uma proteção
solar mais freqüente e acentuada (RDC, 2011).
39
1.11 Legislação Trabalhista
De acordo com a Portaria n° 3.214, de 08 de junho de 1978, que aprova as
normas regulamentadoras – NR – do capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis
do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, da NR 6, no artigo 166:
a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de
proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e
funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa
proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados (BRASIL,
2001 c).
40
OBJETIVO
OBJETIVO GERAL
○ Enfatizar a importância da proteção solar na prevenção de patologias
devido a fotoexposição.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
○ Apresentar patologias cutâneas;
○ Avaliar o grau de conhecimento dos trabalhadores que varrem as ruas do
município de Fernandópolis a respeito da importância da proteção solar.
41
MATERIAIS E MÉTODOS
Para este estudo foi realizada uma pesquisa com doze funcionários de uma
empresa que presta serviços ao município de Fernandópolis, SP, onde os mesmos
desempenham função de varrer as ruas da cidade. Este grupo foi escolhido, devido
seus integrantes ficarem expostos à radiação solar na grande maioria de seu
período de trabalho e por isso representarem um grupo de risco. A pessoa
encarregada por coordenar os funcionários foi informada a respeito da pesquisa,
onde os mesmos foram abordados nas ruas durante o expediente.
Foi realizada uma análise onde doze pessoas participaram da mesma, de
acordo com as condições da pesquisa e dos trabalhadores, assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), e responderam às questões. Neste
questionário, haviam questões relacionadas ao sexo, idade, tipo de pele, horário de
trabalho, tempo de exposição ao sol, uso de proteção solar e conseqüente modo de
uso, fator de proteção solar, uso quando o céu está nublado, uso de outros meios
físicos de proteção, percepção do surgimento de manchas ou pintas anormais e seu
aspecto, e se procurou auxílio médico.
42
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 18 Sexo dos varredores das ruas de Fernandópolis (SP), 2011.
Dos doze entrevistados, 91,6% (n=11) era do sexo feminino e 8,3% (n=1) era
do sexo masculino (Figura 18).
Figura 19 Idade dos varredores das ruas de Fernandópolis (SP), 2011.
Com relação à idade, 8,3% (n=1) estava na faixa entre vinte e trinta anos,
25% (n=3) entre trinta e quarenta anos, e 66,6% (n=8) entre quarenta e cinqüenta
anos (Figura 19).
43
Figura 20 Tipo de pele dos varredores das ruas de Fernandópolis (SP), 2011.
Quanto ao tipo de pele 91,6% (n=11) era de pele branca e 8,3% (n=1) era de
pele parda (Figura 20).
A maioria dos trabalhadores pode ser considerada grupo de risco, já que é
composta por mulheres com idade entre 40 e 50 anos, e de pele branca.
Figura 21 Tempo de exposição solar pelos varredores das ruas de Fernandópolis
(SP), 2011
No que se refere ao tempo de exposição diária ao sol, 83,3% (n=10)
passavam oito horas expostos à radiação, e 16,6% (n=2) passavam quatro horas
expostos (Figura 21).
44
A exposição solar destes indivíduos inclui o horário de pico do sol, onde as
radiações UVB ocorrem em maior quantidade, sendo mais perigosas à saúde.
Figura 22 Uso de Protetor Solar segundo varredores das ruas de Fernandópolis
(SP), 2011.
Quando questionados se faziam uso de protetor solar, 100% (n=12)
respondeu que sim (Figura 22).
Figura 23 Tempo de uso de protetor solar pelos varredores das ruas Fernandópolis
(SP), 2011.
Referente ao tempo de uso do produto 16,6% (n=2) respondeu entre um e
três anos, 33,3% (n=4) respondeu entre quatro e seis anos, 25% (n=3) respondeu
45
que utiliza há mais de 7 anos e 25% (n=3) respondeu há menos de um ano (Figura
23).
Um dado surpreendente é que apenas uma pessoa disse usar o protetor solar
a muito tempo, antes de trabalhar neste setor, pois em seu trabalho anterior ficava
exposta ao sol por um longo período também. Com exceção a essa pessoa, o
restante dos entrevistados disse que o uso do protetor solar iniciou-se por causa da
ocupação em questão, e que antes disso não utilizavam protetor solar ou outro meio
de proteção.
Figura 24 Reaplicação de protetor solar pelos varredores das ruas de Fernandópolis
(SP), 2011.
Quanto à reaplicação 58,3% (n=7) disse que reaplica e 41,6% (n=5) não
reaplica o protetor solar (Figura 24).
46
Figura 25 Frequência de reaplicação de protetor solar pelos varredores das ruas de
Fernandópolis (SP), 2011.
Destes 58,3% que reaplica, 42,85% (n=3) o fazem uma vez, e 57,14% (n=4)
reaplicam de duas a três vezes ao dia (Figura 25).
Apesar de todas as pessoas entrevistadas fazerem uso de protetor solar,
poucas delas consideram a importância da reaplicação do produto e freqüência da
mesma.
Figura 26 Área de aplicação de protetor solar pelos varredores das ruas de
Fernandópolis (SP), 2011.
47
No que se refere a área de aplicação, apenas uma pessoa (8,3%) disse
aplicar somente no rosto, 91,6% (n=11) disse aplicar no pescoço, 16,6% (n=2) disse
aplicar nos braços, 25% (n=3) disse aplicar nas mãos e 16,6% (n=2) disse aplicar
nas orelhas (Figura 26).
De acordo com os dados obtidos sobre a área de aplicação do protetor solar,
todos os entrevistados aplicam na face, e quase na totalidade aplicam também no
pescoço e colo. Somente três pessoas afirmaram aplicar o produto nas mãos, que
são regiões não cobertas pelo uniforme utilizado. É um número preocupante, pois as
mãos são regiões onde as pessoas de um modo geral não usam nenhum tipo de
proteção.
Figura 27 Fator de proteção solar utilizado pelos varredores das ruas de
Fernandópolis (SP), 2011.
Quando questionados quanto ao fator de proteção solar (FPS), 91,6% (n=11)
usam FPS 30 e 8,3% (n=1) usam FPS 60 (Figura 27).
48
Figura 28 Uso de protetor solar quando o sol está encoberto por nuvens, segundo os
varredores das ruas de Fernandópolis (SP), 2011.
Referente ao uso em tempo nublado, 50% (n=6) disse usar protetor solar
mesmo quando o sol fica encoberto por nuvens, sendo estes considerados quando
reaplicam, e 50% (n=6) disse não usar quando está nublado, sendo estes, os que
não reaplicam quando o sol está encoberto (Figura 28).
Apenas duas pessoas disseram ter conhecimento quanto ao fato de que a
radiação não é bloqueada pelas nuvens, apesar de o restante que reaplica nessas
condições, afirmarem que o fazem.
Figura 29 Uso de outros meios físicos de proteção solar pelos varredores das ruas
de Fernandópolis (SP), 2011.
49
Com relação a outros meios físicos de proteção, 100% utilizam calça, blusa
de manga comprida e boné, que é o uniforme fornecido pela empresa, 66,6% (n=8)
utilizam luvas, fornecidas também pela empresa contratante, e 33,3% (n=4) utiliza
óculos com lentes escuras (Figura 29).
Sabe-se que o tecido das roupas ajuda a impedir que os raios atinjam a pele,
então, a calça e a camisa de manga longa usados pelos varredores é eficaz. Além
disso, o boné tem uma porção de tecido a mais, que se fecha na altura do colo,
proporcionando proteção adicional a essa região e à cabeça. Os óculos escuros com
proteção UV constituem importante forma de proteção aos olhos contra os efeitos da
radiação aos tecidos oculares. Porém poucas pessoas compreendem a importância
do uso dos óculos escuros e os utilizam como acessório apenas.
Figura 30 Percepção do aparecimento de manchas anormais pelos varredores das
ruas de Fernandópolis (SP), 2011.
A respeito da observação do aparecimento de manchas ou pintas anormais
após o início da exposição diária ao sol, 91,6% (n=11) disse não ter percebido nada,
e 8,3% (n=1) disse ter percebido e procurou auxílio médico, que não constatou
malignidade na pinta (Figura 30). Pela observação do pesquisador, uma das
pessoas que disseram não ter percebido manchas na pele, apresentava indícios de
melanose solar.
50
Diante da legislação a empresa contratante dos funcionários abordados,
fornece equipamentos de proteção individual aos mesmos, incluindo o protetor solar,
porém não oferece os óculos para proteção dos olhos contra radiação ultravioleta,
que também é obrigatório, de acordo com a lei trabalhista vigente.
51
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a realização deste trabalho, pode-se considerar que a maioria dos
varredores das ruas de Fernandópolis não tem conhecimento da importância do uso
de meios de proteção solar. Trata-se de um grupo de risco, pelo tempo de exposição
ao sol, inclusive nos horários em que a radiação é mais intensa na região. Além
disso, a pele branca possui menor proteção natural contra a radiação ultravioleta
necessitando de meios externos de se conferir proteção para evitar danos cutâneos.
A idade é outro fator de risco, pois a maioria dos entrevistados tem idade entre
quarenta e cinqüenta anos, e sabe-se que a pele perde sua hidratação e capacidade
de fotoproteção natural com o passar dos anos. De acordo com os dados obtidos, é
possível estimar que a grande maioria utiliza o protetor solar de maneira equivocada
ocasionando ineficácia na proteção, decorrente das áreas de aplicação e não
reaplicação adequada.
Diante disso, pode-se dizer que projetos de conscientização a nível nacional
ou a nível regional, ainda não são suficientes para prevenir o câncer de pele e outras
afecções da mesma. Assim, neste grupo específico, trabalhos de conscientização
quanto ao uso de meios de proteção solar se fazem necessários para melhoria da
qualidade de vida, bem como prevenção quanto a várias patologias relacionadas à
fotoexposição. Haja visto que os protetores solares são fornecidos pela empresa,
porém os entrevistados por falta de informação quanto ao uso, não sabem como
utilizá-lo devidamente. Vale ressaltar que os efeitos da radiação são resultantes de
uma exposição contínua, onde os mesmos serão sentidos em idade avançada.
Pode-se considerar este trabalho também como uma forma de confirmar,
mediante tantos outros trabalhos científicos voltados para este assunto, a
importância da proteção quanto aos raios solares, a fim de prevenir patologias, além
do fotoenvelhecimento.
52
REFERÊNCIAS
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56
ANEXOS
Anexo 1 – Questionário de pesquisa
QUESTIONÁRIO – PROTEÇÃO SOLAR
Varredores de Rua Bairro ____________________
Fernandópolis - SP
Data da pesquisa: ___/___/____
1 - Sexo ______
2 - Idade ______
3 - Tipo de pele_____________
4 - Horário de trabalho __________________________
5 - Tempo de exposição ao sol _________________________
6 - Uso de Proteção Solar ________ Há quanto tempo? __________________
Reaplica? _____________ Qual a freqüência?________________________
7 - Como aplica (modo de uso)? _____________________________________
8 - Fator de Proteção Solar que usa _______
9 - Faz uso quando está nublado? _______
10 - Uso de outros meios físicos de Proteção Solar
___________________________________________________________________
___________________________________________________________
11 - Percebeu alguma mancha, pinta anormal ou suspeita, depois que iniciou neste
trabalho?
_______________________________________________________________
12 - Qual o aspecto?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________
13 - Procurou auxilio médico?
_______________________________________________________________
57
Anexo 2 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Eu,_______________________________________________, RG
__________________, estado civil ___________________, idade ___________,
Residente ________________________, n°________,
Bairro__________________________, Cidade ___________________________,
CEP __________________, Estado __________, telefone
______________________
Concordo em participar do estudo “Proteção Solar”, como voluntário, e declaro ter sido esclarecido sobre os seguintes pontos:
Este trabalho tem como objetivo observar a maneira como as pessoas utilizam os métodos de proteção solar, com fins de pesquisa científica, médica e educacional.
A coleta de dados, através de questionário, será realizada em Fernandópolis, e os resultados, sob a propriedade e guarda dos pesquisadores.
Estou ciente de que minha participação na pesquisa é fornecer informações para realização de projeto.
Fui esclarecido de que a realização da pesquisa não implicará em riscos para participante, visto que não haverá divulgação de nomes.
Estou ciente de que serei esclarecido durante o decorrer da pesquisa sobre quaisquer dúvidas relacionadas a coleta de dados.
Estou ciente de que possuo plena liberdade para desistir da referida pesquisa, retirando meu consentimento a qualquer momento, sem sofrer nenhuma penalização por isso.
Fui esclarecido de que os dados obtidos na pesquisa serão utilizados para fins didáticos e de divulgação em revistas científicas brasileiras ou estrangeiras, porém será garantido o sigilo de minha identidade, assegurando a minha privacidade.
Os autores dessa pesquisa são: acadêmica do curso de farmácia e orientadores da área.
Após ter recebido as informações sobre essa pesquisa, declaro que entendi o que me foi explicado e concordo em participar da mesma tendo garantidos os direitos a seguir, conforme a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.
Estou ciente de que os resultados obtidos poderão ser publicados num único trabalho ou em publicações individuais.
Dessa forma, tendo lido e entendido tais esclarecimentos, assino este termo de consentimento, por estar em pleno acordo com o teor do mesmo.
Fernandópolis, _______de ________________, de 2011.
58
Assinatura do participante
Assinatura do orientador
Assinatura do pesquisador
Observação: este produto de pesquisa foi analisado e recebeu
parecer favorável à sua execução do Comitê de Ética da Fundação
Educacional de Fernandópolis, SP.
59
Anexo 3 - Portaria n° 3.212, de 08 de junho de 1978 – Aprova as normas
regulamentadoras.
NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI Publicação D.O.U. Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978 06/07/78 Alterações/Atualizações D.O.U. Portaria SSMT n.º 05, de 07 de maio de 1982 17/05/82 Portaria SSMT n.º 06, de 09 de março de 1983 14/03/83 Portaria DSST n.º 05, de 28 de outubro de 1991 30/10/91 Portaria DSST n.º 03, de 20 de fevereiro de 1992 21/02/92 Portaria DSST n.º 02, de 20 de maio de 1992 21/05/92 Portaria DNSST n.º 06, de 19 de agosto de 1992 20/08/92 Portaria SSST n.º 26, de 29 de dezembro de 1994 30/12/94 Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001 17/10/01 Portaria SIT n.º 48, de 25 de março de 2003 28/03/04 Portaria SIT n.º 108, de 30 de dezembro de 2004 10/12/04 Portaria SIT n.º 191, de 04 de dezembro de 2006 06/12/06 Portaria SIT n.º 194, de 22 de dezembro de 2006 22/12/06 Portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto de 2009 27/08/09 Portaria SIT n.º 125, de 12 de novembro de 2009 13/11/09 Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010 08/12/10 (Texto dado pela Portaria SIT n.º 25, de 15 de outubro de 2001) 6.1 Para os fins de aplicação desta Norma Regulamentadora - NR, considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 6.1.1 Entende-se como Equipamento Conjugado de Proteção Individual, todo aquele composto por vários dispositivos, que o fabricante tenha associado contra um ou mais riscos que possam ocorrer simultaneamente e que sejam suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 6.2 O equipamento de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação - CA, expedido pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério do Trabalho e Emprego. 6.3 A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: a) sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho; b) enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas; e, c) para atender a situações de emergência.
60
6.4 Atendidas as peculiaridades de cada atividade profissional, e observado o disposto no item 6.3, o empregador deve fornecer aos trabalhadores os EPI adequados, de acordo com o disposto no ANEXO I desta NR. 6.4.1 As solicitações para que os produtos que não estejam relacionados no ANEXO I, desta NR, sejam considerados como EPI, bem como as propostas para reexame daqueles ora elencados, deverão ser avaliadas por comissão tripartite a ser constituída pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, após ouvida a CTPP, sendo as conclusões submetidas àquele órgão do Ministério do Trabalho e Emprego para aprovação. 6.5 Compete ao Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT, ouvida a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA e trabalhadores usuários, recomendar ao empregador o EPI adequado ao risco existente em determinada atividade. (Alterado pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) 6.5.1 Nas empresas desobrigadas a constituir SESMT, cabe ao empregador selecionar o EPI adequado ao risco, mediante orientação de profissional tecnicamente habilitado, ouvida a CIPA ou, na falta desta, o designado e trabalhadores usuários. (Alterado pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) 6.6 Responsabilidades do empregador. (Alterado pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) 6.6.1 Cabe ao empregador quanto ao EPI: a) adquirir o adequado ao risco de cada atividade; b) exigir seu uso; c) fornecer ao trabalhador somente o aprovado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; d) orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação; e) substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; f) responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; e, g) comunicar ao MTE qualquer irregularidade observada. h) registrar o seu fornecimento ao trabalhador, podendo ser adotados livros, fichas ou sistema eletrônico. (Inserida pela Portaria SIT n.º 107, de 25 de agosto de 2009) 6.7 Responsabilidades do trabalhador. (Alterado pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) 6.7.1 Cabe ao empregado quanto ao EPI: a) usar, utilizando-o apenas para a finalidade a que se destina; b) responsabilizar-se pela guarda e conservação; c) comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne impróprio para uso; e, d) cumprir as determinações do empregador sobre o uso adequado.
61
6.8 Responsabilidades de fabricantes e/ou importadores. (Alterado pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) 6.8.1 O fabricante nacional ou o importador deverá: a) cadastrar-se junto ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho; (Alterado pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) b) solicitar a emissão do CA; (Alterado pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) c) solicitar a renovação do CA quando vencido o prazo de validade estipulado pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde do trabalho; (Alterado pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) d) requerer novo CA quando houver alteração das especificações do equipamento aprovado; (Alterado pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) e) responsabilizar-se pela manutenção da qualidade do EPI que deu origem ao Certificado de Aprovação - CA; f) comercializar ou colocar à venda somente o EPI, portador de CA; g) comunicar ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho quaisquer alterações dos dados cadastrais fornecidos; h) comercializar o EPI com instruções técnicas no idioma nacional, orientando sua utilização, manutenção, restrição e demais referências ao seu uso; i) fazer constar do EPI o número do lote de fabricação; e, j) providenciar a avaliação da conformidade do EPI no âmbito do SINMETRO, quando for o caso; k) fornecer as informações referentes aos processos de limpeza e higienização de seus EPI, indicando quando for o caso, o número de higienizações acima do qual é necessário proceder à revisão ou à substituição do equipamento, a fim de garantir que os mesmos mantenham as características de proteção original. (Inserido pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) 6.8.1.1 Os procedimentos de cadastramento de fabricante e/ou importador de EPI e de emissão e/ou renovação de CA devem atender os requisitos estabelecidos em Portaria específica. (Inserido pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) 6.9 Certificado de Aprovação - CA 6.9.1 Para fins de comercialização o CA concedido aos EPI terá validade: (Alterado pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) a) de 5 (cinco) anos, para aqueles equipamentos com laudos de ensaio que não tenham sua conformidade avaliada no âmbito do SINMETRO; b) do prazo vinculado à avaliação da conformidade no âmbito do SINMETRO, quando for o caso. 6.9.2 O órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, quando necessário e mediante justificativa, poderá estabelecer prazos diversos daqueles dispostos no subitem 6.9.1.
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6.9.3 Todo EPI deverá apresentar em caracteres indeléveis e bem visíveis, o nome comercial da empresa fabricante, o lote de fabricação e o número do CA, ou, no caso de EPI importado, o nome do importador, o lote de fabricação e o número do CA. 6.9.3.1 Na impossibilidade de cumprir o determinado no item 6.9.3, o órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho poderá autorizar forma alternativa de gravação, a ser proposta pelo fabricante ou importador, devendo esta constar do CA. 6.10 (Excluído pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) 6.10.1 (Excluído pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) 6.11 Da competência do Ministério do Trabalho e Emprego / TEM 6.11.1 Cabe ao órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho: a) cadastrar o fabricante ou importador de EPI; b) receber e examinar a documentação para emitir ou renovar o CA de EPI; c) estabelecer, quando necessário, os regulamentos técnicos para ensaios de EPI; d) emitir ou renovar o CA e o cadastro de fabricante ou importador; e) fiscalizar a qualidade do EPI; f) suspender o cadastramento da empresa fabricante ou importadora; e, g) cancelar o CA. 6.11.1.1 Sempre que julgar necessário o órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, poderá requisitar amostras de EPI, identificadas com o nome do fabricante e o número de referência, além de outros requisitos. 6.11.2 Cabe ao órgão regional do MTE: a) fiscalizar e orientar quanto ao uso adequado e a qualidade do EPI; b) recolher amostras de EPI; e, c) aplicar, na sua esfera de competência, as penalidades cabíveis pelo descumprimento desta NR. 6.12 e Subitens (Revogados pela Portaria SIT n.º 125, de 12 de novembro de 2009)
ANEXO I LISTA DE EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL
(Alterado pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010) A - EPI PARA PROTEÇÃO DA CABEÇA A.1 - Capacete a) capacete para proteção contra impactos de objetos sobre o crânio; b) capacete para proteção contra choques elétricos; c) capacete para proteção do crânio e face contra agentes térmicos.
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A.2 - Capuz ou balaclava a) capuz para proteção do crânio e pescoço contra riscos de origem térmica; b) capuz para proteção do crânio, face e pescoço contra respingos de produtos químicos; c) capuz para proteção do crânio e pescoço contra agentes abrasivos e escoriantes. B - EPI PARA PROTEÇÃO DOS OLHOS E FACE B.1 - Óculos a) óculos para proteção dos olhos contra impactos de partículas volantes; b) óculos para proteção dos olhos contra luminosidade intensa; c) óculos para proteção dos olhos contra radiação ultravioleta; d) óculos para proteção dos olhos contra radiação infravermelha. B.2 - Protetor facial a) protetor facial para proteção da face contra impactos de partículas volantes; b) protetor facial para proteção da face contra radiação infravermelha; c) protetor facial para proteção dos olhos contra luminosidade intensa; d) protetor facial para proteção da face contra riscos de origem térmica; e) protetor facial para proteção da face contra radiação ultravioleta. B.3 - Máscara de Solda a) máscara de solda para proteção dos olhos e face contra impactos de partículas volantes, radiação ultravioleta, radiação infravermelha e luminosidade intensa. C - EPI PARA PROTEÇÃO AUDITIVA C.1 - Protetor auditivo a) protetor auditivo circum-auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR-15, Anexos n.º 1 e 2; b) protetor auditivo de inserção para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR-15, Anexos n.º 1 e 2; c) protetor auditivo semi-auricular para proteção do sistema auditivo contra níveis de pressão sonora superiores ao estabelecido na NR-15, Anexos n.º 1 e 2. D - EPI PARA PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA D.1 - Respirador purificador de ar não motorizado: a) peça semifacial filtrante (PFF1) para proteção das vias respiratórias contra poeiras e névoas; b) peça semifacial filtrante (PFF2) para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas e fumos; c) peça semifacial filtrante (PFF3) para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos; d) peça um quarto facial, semifacial ou facial inteira com filtros para material particulado tipo P1 para proteção das vias respiratórias contra poeiras e névoas; e ou P2 para proteção contra poeiras, névoas e fumos; e ou P3 para proteção contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos;
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e) peça um quarto facial, semifacial ou facial inteira com filtros químicos e ou combinados para proteção das vias respiratórias contra gases e vapores e ou material particulado. D.2 - Respirador purificador de ar motorizado: a) sem vedação facial tipo touca de proteção respiratória, capuz ou capacete para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos e ou contra gases e vapores; b) com vedação facial tipo peça semifacial ou facial inteira para proteção das vias respiratórias contra poeiras, névoas, fumos e radionuclídeos e ou contra gases e vapores. D.3 - Respirador de adução de ar tipo linha de ar comprimido: a) sem vedação facial de fluxo contínuo tipo capuz ou capacete para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração de oxigênio maior que 12,5%; b) sem vedação facial de fluxo contínuo tipo capuz ou capacete para proteção das vias respiratórias em operações de jateamento e em atmosferas com concentração de oxigênio maior que 12,5%; c) com vedação facial de fluxo contínuo tipo peça semifacial ou facial inteira para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração de oxigênio maior que 12,5%; d) de demanda com pressão positiva tipo peça semifacial ou facial inteira para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração de oxigênio maior que 12,5%; e) de demanda com pressão positiva tipo peça facial inteira combinado com cilindro auxiliar para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração de oxigênio menor ou igual que 12,5%, ou seja, em atmosferas Imediatamente Perigosas à Vida e a Saúde (IPVS). D.4 – RESPIRADOR DE ADUÇÃO DE AR TIPO MÁSCARA AUTONOMA a) de circuito aberto de demanda com pressão positiva para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração de oxigênio menor ou igual que 12,5%, ou seja, em atmosferas Imediatamente Perigosas à Vida e a Saúde (IPVS); b) de circuito fechado de demanda com pressão positiva para proteção das vias respiratórias em atmosferas com concentração de oxigênio menor ou igual que 12,5%, ou seja, em atmosferas Imediatamente Perigosas à Vida e a Saúde (IPVS). D.5 - Respirador de fuga a) respirador de fuga tipo bocal para proteção das vias respiratórias contra gases e vapores e ou material particulado em condições de escape de atmosferas Imediatamente Perigosas à Vida e a Saúde (IPVS). E - EPI PARA PROTEÇÃO DO TRONCO E.1 – Vestimentas a) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem térmica; b) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica; c) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem química; d) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem radioativa;
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e) Vestimentas para proteção do tronco contra riscos de origem meteorológica; f) Vestimentas para proteção do tronco contra umidade proveniente de operações com uso de água. E.2 - Colete à prova de balas de uso permitido para vigilantes que trabalhem portando arma de fogo, para proteção do tronco contra riscos de origem mecânica. F - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS SUPERIORES F.1 - Luvas a) luvas para proteção das mãos contra agentes abrasivos e escoriantes; b) luvas para proteção das mãos contra agentes cortantes e perfurantes; c) luvas para proteção das mãos contra choques elétricos; d) luvas para proteção das mãos contra agentes térmicos; e) luvas para proteção das mãos contra agentes biológicos; f) luvas para proteção das mãos contra agentes químicos; g) luvas para proteção das mãos contra vibrações; h) luvas para proteção contra umidade proveniente de operações com uso de água; i) luvas para proteção das mãos contra radiações ionizantes. F.2 - Creme protetor a) creme protetor de segurança para proteção dos membros superiores contra agentes químicos. F.3 - Manga a) manga para proteção do braço e do antebraço contra choques elétricos; b) manga para proteção do braço e do antebraço contra agentes abrasivos e escoriantes; c) manga para proteção do braço e do antebraço contra agentes cortantes e perfurantes; d) manga para proteção do braço e do antebraço contra umidade proveniente de operações com uso de água; e) manga para proteção do braço e do antebraço contra agentes térmicos. F.4 - Braçadeira a) braçadeira para proteção do antebraço contra agentes cortantes; b) braçadeira para proteção do antebraço contra agentes escoriantes. F.5 - Dedeira a) dedeira para proteção dos dedos contra agentes abrasivos e escoriantes. G - EPI PARA PROTEÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES G.1 - Calçado a) calçado para proteção contra impactos de quedas de objetos sobre os artelhos; b) calçado para proteção dos pés contra agentes provenientes de energia elétrica; c) calçado para proteção dos pés contra agentes térmicos; d) calçado para proteção dos pés contra agentes abrasivos e escoriantes; e) calçado para proteção dos pés contra agentes cortantes e perfurantes;
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f) calçado para proteção dos pés e pernas contra umidade proveniente de operações com uso de água; g) calçado para proteção dos pés e pernas contra respingos de produtos químicos. G.2 - Meia a) meia para proteção dos pés contra baixas temperaturas. G.3 - Perneira a) perneira para proteção da perna contra agentes abrasivos e escoriantes; b) perneira para proteção da perna contra agentes térmicos; c) perneira para proteção da perna contra respingos de produtos químicos; d) perneira para proteção da perna contra agentes cortantes e perfurantes; e) perneira para proteção da perna contra umidade proveniente de operações com uso de água. G.4 - Calça a) calça para proteção das pernas contra agentes abrasivos e escoriantes; b) calça para proteção das pernas contra respingos de produtos químicos; c) calça para proteção das pernas contra agentes térmicos; d) calça para proteção das pernas contra umidade proveniente de operações com uso de água. H - EPI PARA PROTEÇÃO DO CORPO INTEIRO H.1 - Macacão a) macacão para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra agentes térmicos; b) macacão para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra respingos de produtos químicos; c) macacão para proteção do tronco e membros superiores e inferiores contra umidade proveniente de operações co-uso de água. H.2 - Vestimenta de corpo inteiro a) vestimenta para proteção de todo o corpo contra respingos de produtos químicos; b) vestimenta para proteção de todo o corpo contra umidade proveniente de operações com água; c) vestimenta condutiva para proteção de todo o corpo contra choques elétricos. I - EPI PARA PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS COM DIFERENÇA DE NÍVEL I.1 - Dispositivo trava-queda a) dispositivo trava-queda para proteção do usuário contra quedas em operações com movimentação vertical ou horizontal, quando utilizado com cinturão de segurança para proteção contra quedas. I.2 - Cinturão a) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda em trabalhos em altura; b) cinturão de segurança para proteção do usuário contra riscos de queda no posicionamento em trabalhos em altura.
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Nota: O presente Anexo poderá ser alterado por portaria específica a ser expedida pelo órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho, após observado o disposto no subitem 6.4.1.
ANEXO II (Excluído pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010)
ANEXO III (Excluído pela Portaria SIT n.º 194, de 07 de dezembro de 2010)
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