a organizacao curricular do ensino medio integrado - trabalho ciencia tecnologia e cultura

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  • 7/24/2019 A Organizacao Curricular Do Ensino Medio Integrado - Trabalho Ciencia Tecnologia e Cultura

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    Revista LABOR n7, v.1, 2012 ISSN: 19835000

    A ORGANIZAO CURRICULAR DO ENSINO MDIO INTEGRADO A PARTIRDO EIXO ESTRUTURANTE: TRABALHO, CINCIA, TECNOLOGIA ECULTURA

    THE CURRICULUM OF THE HIGH SCHOOL INTEGRATED WITHVOCATIONAL EDUCATION BUILT FROM THE STRUCTURAL AXIS: LABOR,SCIENCE, TECHNOLOGY AND CULTURE

    Dante Henrique Moura1

    RESUMO

    Neste texto discutimos algumas possibilidades de organizao curricular doensino mdio integrado a partir de seu eixo estruturante, trabalho, cincia,tecnologia e cultura. Realizamos o estudo a partir de reviso bibliogrfica

    pertinente ao tema. Dividimos o texto em cinco partes: uma aproximao inicial,seguida de uma breve discusso acerca da integrao entre trabalho, cincia,tecnologia e cultura. Depois, discorremos sobre as relaes entre o projetopoltico-pedaggico (PPP) e a organizao curricular. Na quarta parte,alcanamos o objetivo central do trabalho que discutir algumas possibilidadesde organizao curricular do ensino mdio integrado. Finalmente, apresentamosalgumas consideraes finais, onde destacamos que para se avanar na direode constituir o ensino mdio integrado como poltica pblica educacional fundamental, dentre outros aspectos, a instituio de quadro prprio deprofessores, com a realizao de novos concursos; a consolidao de planos decarreira em que seja prevista a dedicao exclusiva dos professores e a melhoria

    salarial; e a melhoria da estrutura fsica, material e tecnolgica das escolas,especialmente nas redes estaduais.

    Palavras-chave: Ensino Mdio integrado Organizao curricular Educaoprofissional.

    ABSTRACT

    In this paper we discuss some possibilities of high school curriculum integratedwith vocational education from its structural axis, labor, science, technology andculture. We conducted the study based on literature review concerning the matter.We divide the text into five parts: an initial approach, followed by a brief discussionabout the integration of labor, science, technology and culture. Then, we talk aboutrelations between the political-pedagogical project (PPP) and the curriculum. Inthe fourth part, we achieved the main objective of the paper is to discuss somepossibilities of high school curriculum integrated with vocational education. Finally,we present some concluding remarks, where we emphasize that to move towardhigh school be built as a public policy education is essential, among other things,the establishment of its own staff of teachers with the implementation of newprocurement, the consolidation of career paths as to provide for the dedication ofteachers and better salaries, and improving the physical structure, material and

    technological schools, especially in state schools.

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    Revista LABOR n7, v.1, 2012 ISSN: 19835000

    Keywords: High-school integrated - Curriculum with vocational education -Vocational education.

    INTRODUO

    Neste texto discutimos a organizao curricular do ensino mdio

    integrado a partir da integrao entre trabalho, cincia, tecnologia e cultura.

    Realizamos o estudo a partir de reviso bibliogrfica pertinente ao tema e de

    nossos conhecimentos e experincia profissional nessa esfera educacional.

    Esclarecemos que o texto no tem carter exaustivo. O que almejamos

    contribuir para o debate poltico e terico-metodolgico acerca das

    possibilidades de construo do ensino mdio integrado aos cursos tcnicos denvel mdio como poltica pblica educacional do Estado brasileiro.

    Antes de iniciar a discusso acerca do nosso objeto de estudo, convm

    esclarecer que no vamos enfocar diretamente algumas questes relativas ao

    ensino mdio integrado no atual quadro educacional brasileiro, tais como: a sua

    pertinncia e necessidade de ampliao da oferta; a sua contribuio para o

    rompimento da dualidade estrutural entre cultura geral e cultura tcnica; e a sua

    aproximao conceitual com a politecnia ou educao tecnolgica, uma vez queestamos de acordo com parte significativa da produo j existente acerca dessas

    questes, as quais fundamentam o presente estudo2.

    Para melhor localizar o leitor no texto, o dividimos em mais quatro

    partes alm desta aproximao inicial ao tema: na primeira fazemos uma breve

    discusso acerca da integrao entre trabalho, cincia, tecnologia e cultura. Em

    seguida, discorremos sobre as relaes entre o projeto poltico-pedaggico (PPP)

    e a organizao curricular. Na terceira parte, alcanamos o objetivo central dotrabalho que discutir algumas possibilidades de organizao curricular do ensino

    mdio integrado. Finalmente, apresentamos algumas consideraes finais sobre

    os temas em questo.

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    TRABALHO, CINCIA, TECNOLOGIA E CULTURA COMO EIXO

    ESTRUTURANTE DO ENSINO MDIO INTEGRADO: UMA BREVE

    DISCUSSO3

    Previamente a qualquer proposio acerca da organizao curricular

    do ensino mdio integrado imprescindvel buscar compreender como trabalho e

    tecnologia, articulam-se cincia e cultura. a partir dessa articulao que

    buscaremos identificar possibilidades metodolgicas que contribuam para

    promover a pretendida integrao.

    Nesse sentido, compreendemos o trabalho como mediao primeira

    entre o homem e a natureza e, portanto, elemento central na produo daexistncia humana4. Dessa forma, na busca da produo da prpria existncia

    que o homem gera conhecimentos, os quais so histrica, social e culturalmente

    acumulados, ampliados e transformados. Nessa perspectiva, o conhecimento

    uma produo do pensamento em que se percebem e se representam as

    relaes constitutivas e estruturantes da realidade, enquanto a teoria surge

    quando essas relaes, elevadas ao plano do pensamento, so ordenadas e

    retiradas do contexto em que foram produzidas e apreendidas originalmente, como objetivo de potencializar o avano das foras produtivas. A cincia, nessa linha

    de raciocnio, um tipo de conhecimento rigorosamente sistematizado e

    intencionalmente expresso como conceitos que representam as relaes

    determinadas e apreendidas da realidade considerada. A cincia converte-se,

    pois, em fora produtiva (RAMOS, ?5).

    A histria da tecnologia, luz da concepo de cincia como fora

    produtiva, ocorre no marco da revoluo industrial, da qual decorrem em umprimeiro momento o taylorismo e o fordismo e, posteriormente, a automao

    industrial e o toyotismo. Dessa compreenso, surge uma relao entre cincia e

    tecnologia que se desenvolve na produo industrial. Outra relao decorre do

    fato que tal desenvolvimento visa satisfazer as necessidades que seres humanos

    criam para si individual e coletivamente, constituindo-se (as tecnologias) como

    possibilidades de extenso das capacidades de homens e mulheres. Nesse

    sentido, a tecnologia mediao entre cincia (apreenso e desvelamento do

    real) e produo (interveno no real). (RAMOS, 2004; 20056 apud BRASIL,

    2007, p. 44)

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    Alm disso, necessrio compreender a tecnologia como construo

    social complexa integrada s relaes sociais de produo. Portanto, mais que

    fora material da produo, a tecnologia, cada vez mais indissocivel das prticas

    cotidianas, em seus vrios campos/diversidades/tempos e espaos, assume uma

    dimenso sociocultural, uma centralidade geral e no especfica na sociabilidade

    humana. A tecnologia passou a ter um lugar de centralidade em quase todas as

    prticas sociais, em particular, no processo educativo e de pesquisa. Assim, o

    trabalho como categoria central de produo de saber, e, trabalho, cincia e

    tecnologia so indissociveis (LIMA FILHO, 2005; MOURA, 2007).

    Todo esse processo relacional de apreenso, desvelamento e

    interveno no real, originado do trabalho enquanto mediao fundamental entreo homem e a natureza, resulta na produo de conhecimentos, teorias, cincia e

    tecnologia. Cabe-nos incorporar a nossas reflexes o fato de que esses

    movimentos ocorrem a partir das prticas realizadas pelos grupos sociais e,

    portanto, influenciam e so fortemente influenciados pela cultura desses mesmos

    grupos. Nesse sentido, compreendemos a cultura como cdigo de

    comportamento dos indivduos e grupos que integram determinada sociedade e

    como manifestao de sua forma de organizao poltica e econmica, no que dizrespeito s ideologias que lhe do sustentao (GRAMSCI, 19917apudBRASIL,

    2007, p. 44).Ento, por essa forma de pensar, a cultura constitui o modo de vida

    de um determinado grupo populacional, pois por meio dela que se produzem

    smbolos, representaes e significados que determinam suas prticas sociais e

    vice-versa.

    Diante disso, a formao integrada, precisa ir alm de proporcionar o

    acesso aos conhecimentos cientficos e tecnolgicos produzidos e acumuladospela humanidade. Precisa promover o pensamento crtico-reflexivo sobre os

    cdigos de cultura manifestados pelos grupos sociais ao longo da histria, como

    forma de compreender as concepes, problemas, crises e potenciais de uma

    sociedade e, a partir da, contribuir para a construo de novos padres de

    produo de conhecimento, de cincia e de tecnologia, voltados para os

    interesses sociais e coletivos.

    a partir desses referenciais que, na prxima seo, vamos discutir as

    relaes entre o projeto poltico-pedaggico e a organizao curricular.

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    O PROJETO POLTICO-PEDAGGICO E A ORGANIZAO CURRICULAR:

    BUSCANDO NEXOS

    Nesta parte do texto vamos tratar de algumas questes, a nosso ver,

    estreitamente vinculadas organizao curricular do ensino mdio integrado.

    Assim, optamos por, inicialmente, localizar a discusso em meio a outras

    dimenses relacionadas com a construo dessa oferta educacional como poltica

    pblica do Estado brasileiro, as quais precisam ser consideradas de forma

    relacional: pressupostos, concepes e princpios; projeto poltico-pedaggico

    (PPP); cooperao entre as distintas esferas de governo; financiamento; quadro

    docente especfico e formao inicial e continuada dos profissionais envolvidos; einfra-estrutura fsica. Todas essas dimenses relacionam-se entre si e repercutem

    sobre a organizao curricular do ensino mdio integrado nos sistemas de ensino

    (da Unio, dos estados e dos municpios) e em cada escola na qual foi ou ser

    implementado.

    Dessa forma, no nos parece razovel falar de uma organizao

    curricular do ensino mdio integrado, mas de possibilidades, as quais podero ser

    materializadas em funo de como se estabelecero as relaes entre asdimenses acima mencionadas em cada caso concreto. Dentre as dimenses

    acima evidenciadas, vamos tratar neste texto, principalmente, das relaes entre

    a organizao curricular e o PPP.

    Em primeiro lugar, cabe-nos ressaltar que o ensino mdio integrado,

    em geral, nos sistemas estaduais vem sendo implantado em escolas j existentes

    e que, portanto, tm uma determinada funo social vigente, a qual ser alterada

    pela chegadadessa nova oferta educacional.Por que muda a funo social de uma escola que implanta o ensino

    mdio integrado? Porque muda o tipo de formao anteriormente proporcionada

    pela instituio. De uma forma geral, h dois perfis de escolas que esto

    passando ou passaro a incorporar a oferta do ensino mdio integrado suas

    funes: escolas que trabalham/vam com o ensino mdio propedutico; e escolas

    que trabalham/vam apenas com os cursos tcnicos (concomitantes ou

    subseqentes).

    Evidentemente, ambas mudam sua funo perante a sociedade. Por

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    um lado, enquanto o primeiro tipo de escola tinha sua ao educativa centrada na

    educao de carter propedutico e, em conseqncia, dissociada das

    discusses relativas ao mundo do trabalho e profissionalizao e, em

    conseqncia, do trabalho e da tecnologia, o outro tipo centrava seus esforos

    exclusivamente na formao profissional e nas necessidades do sistema de

    produo, olvidando os contedos de cunho mais cientficos, culturais e das

    cincias humanas, prprios do ensino mdio. Portanto, afastados de uma

    formao de carter mais geral e humanizador.

    Alm disso, essas escolas necessitam interagir de forma mais intensa

    com as comunidades nas quais esto inseridas e com a sociedade em geral

    porque os PPP e os correspondentes planos dos cursos integrados precisamlevar em considerao as caractersticas e necessidades sociais, econmicas e

    culturais da populao a ser atendida.

    Essa mudana de funo ante a sociedade exige que o respectivo

    sistema de ensino e cada comunidade escolar reflitam, discutam e estabeleam

    novos consensos mnimos acerca de uma concepo de sociedade, de cincia,

    de tecnologia, de trabalho, de cultura, de ser humano e, em conseqncia, do ser

    humano que se deseja formar e, tambm, sobre como ocorrer essa formao(MOURA; BARACHO, 2006).

    Enfim, a implantao do ensino mdio integrado, tendo como eixo

    estruturante o trabalho, a cincia, a tecnologia e a cultura pode implicar na

    necessidade de adequar o Plano de Educao no mbito do respectivo sistema

    de ensino e, seguramente, exigir a alterao do PPP das unidades escolares em

    que os cursos forem implantados. As mudanas do PPP estabelecero os rumos

    da organizao curricular que vai materializar a proposta da nova ofertaeducacional, uma vez que essa parte daquele.

    Essa relao estreita entre a organizao curricular e o PPP resulta na

    necessidade de explicitar alguns elementos fundamentais da (re)construo do

    ltimo, na perspectiva da gesto democrtica, como forma de estabelecer nexos

    entre eles.

    Assim, (re)construitr o PPP significa pensar o futuro da escola, planejar

    o que se quer realizar, com base no que j existe, buscando o possvel. antever

    um futuro diferente do presente (VEIGA, 2006).

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    Em Moura e Baracho (2006), evidenciamos trs pressupostos que

    podem orientar a dinmica do processo de elaborao do PPP. A construo

    coletiva como princpio bsico de trabalho o primeiro. Sua assuno permite

    que o processo conte com o envolvimento de todos os segmentos institucionais,

    alm dos pais e representaes da comunidade em que est inserida a escola.

    Mais que a participao, o real envolvimento dos agentes institucionais nesse

    processo fundamental, pois o PPP dar indicaes necessrias organizao

    do trabalho pedaggico, que inclui o trabalho do professor na dinmica interna da

    sala de aula (VEIGA; 2006, p.14).

    Assim, o envolvimento da categoria docente nesse processo

    representa uma possibilidade de xito do projeto a ser construdo, enquanto o seuafastamento um forte indicador do contrrio. Desse modo, a escassa

    participao dos segmentos institucionais, principalmente dos docentes, uma

    das causas que contribui para que muitos PPP no passem de documentos que

    apenas atendem s exigncias burocrticas dos sistemas de ensino e terminam

    sendo arquivados e esquecidos. Ou dito de outra forma, esses PPP no tm

    sentido para o processo pedaggico institucional, pois no conseguem afetar a

    vida da escola. No raras vezes, tais documentos so elaborados por pequenosgrupos de especialistascontratados exclusivamente para esse fim.

    Outro pressuposto o dilogo com os projetos anteriores e com o

    vigente, pois embora a rdua tarefa de (re)construir o PPP implique em enfrentar

    o desafio da mudana e da transformao, tanto na forma como a escola organiza

    o seu processo pedaggico como na gesto desse, tal movimento no pode ser

    feito sem considerar as experincias e os conhecimentos produzidos

    anteriormente. Ao contrrio, imprescindvel resgatar as experinciassignificativas construdas ao longo da histria. No consider-las, seria, portanto,

    uma negao prpria histria, cultura e ao conhecimento j produzido pela

    escola.

    Dessa forma, entendemos que a apropriao de outras experincias

    curriculares um facilitador para construir e fazer emergir outro PPP que ajude a

    promover um novo significado de cada escola e que possa contribuir na formao

    do trabalhador, intelectualmente autnomo, participativo, solidrio, crtico e que

    exija uma (re)insero digna na sociedade em geral e tambm no mundo do

    trabalho.

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    O terceiro pressuposto bsico e fundamental vincular, em cada

    escola, o processo de (re)construo do PPP formao continuada da equipe

    dirigente, dos docentes e do pessoal tcnico-administrativo por meio de diferentes

    estratgias que levem o coletivo institucional a desenvolver estudos que permitam

    refletir sobre a funo social da escola a partir de uma determinada concepo de

    sociedade, de trabalho, de cincia, de tecnologia, de ser humano e,

    principalmente, do ser humano que a escola se propor a formar na vigncia do

    novo projeto.

    Para mais alm da dinmica de elaborao do PPP cabe-nos discutir

    acerca de outros elementos que integram o seu contedo, as suas bases. Nesse

    sentido, recorremos a Veiga (2006), para quem a igualdade de condies paraacesso e permanncia na escola um princpio a ser perseguido, embora que,

    para isso, s vezes seja necessrio, tratar de forma desigual no ponto de partida

    para alcanar a igualdade no ponto de chegada (SAVIANI, 1982 apud VEIGA,

    2006, p.16). Entretanto, no se pode perder de vista que o objetivo mais

    estratgico e, portanto, de mdio ou longo prazo alcanar a desejada igualdade

    de oportunidades desde a entrada. Para tanto fundamental trabalhar na

    perspectiva da ampliao quantitativa das vagas com garantia de qualidade paratodos.

    Adotar como meta a qualidade da educao para todos implica

    democratizar a escola, de maneira que para isso, essencial assumir o princpio

    constitucional da gesto democrtica em suas dimenses pedaggica,

    administrativa e financeira. Na verdade, muito se tem falado e escrito acerca da

    gesto democrtica, mas falta muito a realizar nessa esfera. Em muitas regies

    do pas, a escolha dos dirigentes escolares est atrelada vinculao dospostulantes a um alinhamento poltico-partidrio com o grupo que detm o poder

    estadual ou municipal em cada momento histrico. Em outros casos, quando se

    supera a barreira da indicao pela via mencionada, a concepo de gesto

    democrtica reducionista e se resume, muitas vezes, eleio para o cargo do

    mximo dirigente escolar. claro que isso pode representar um avano em

    relao simples nomeao, entretanto, apenas um indicador, longe de ser

    determinante de uma gesto efetivamente democrtica. Para que a gesto

    escolar avance na perspectiva de se tornar efetivamente democrtica, urgente

    buscar a superao dos processos decisrios centrados nos indivduos ou em

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    pequenos grupos - mesmo que eleitos - em benefcio de processos de construo

    e decises coletivas, que devem envolver, alm dos dirigentes, os docentes, o

    pessoal tcnico-administrativo, os estudantes, os seus familiares e a prpria

    comunidade onde est inserida cada unidade escolar. Para isso fundamental

    fortalecer as estruturas colegiadas como, por exemplo, os conselhos escolares e

    os conselhos de classe.

    Alm disso, a gesto democrtica implica em uma ruptura histrica na

    prtica administrativa da escola, com o enfrentamento das questes de excluso e

    reprovao e da no-permanncia do aluno na sala de aula, o que vem provocando

    a marginalizao das classes populares [...] implica a construo coletiva de um

    projeto poltico-pedaggico ligado educao das classes populares. (VEIGA,

    2006, p. 17-18)

    Finalmente, importa que o PPP trate da valorizao dos profissionais

    da educao. No possvel alcanar resultados diferentes dos atuais sem que

    sejam mudadas as condies de trabalho dos profissionais da educao. O PPP

    de uma escola que atua ou atuar no ensino mdio integrado, ao discutir, a

    organizao dos tempos e espaos do trabalho docente dever contemplar

    horrios destinados ao planejamento conjunto das atividades e horrios paraestudos acerca dos planos dos cursos, assim como para o acompanhamento e a

    avaliao dos mesmos. Tudo isso aponta para a necessidade de que os docentes

    envolvidos nessa funo possam concentrar suas atividades em uma s unidade

    educacional ao invs de trabalhar em duas ou at trs escolas pblicas distintas.

    Para viabilizar o trabalho em uma s escola foroso discutir a

    questo salarial, pois a dupla ou tripla jornada dos professores est associada

    busca da ampliao da renda familiar por meio de vrios vnculos contratuais,situao que contribui para precarizar a qualidade do trabalho. Portanto, apesar

    de no estar no PPP o poder de deciso acerca do salrio dos profissionais da

    educao necessrio que esse seja um instrumento de tensionamento ao se

    projetar o ensino mdio integrado ao patamar de poltica pblica educacional.

    Tambm imperioso que o PPP discuta e aponte diretrizes no sentido

    de garantir a formao continuada dos docentes. No caso do ensino mdio

    integrado, a formao continuada estratgica e indispensvel, pois os

    professores que atuam ou atuaro nessa esfera educacional, em geral no

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    tiveram formao especfica para este fim. Isto ocorre por vrias razes, uma

    delas que estamos diante de uma inovao no quadro educacional brasileiro.

    Assim, a partir dos anos 1970 a Lei n 5.692/1971, determinou a

    obrigatoriedade do segundo grau profissionalizante para todos, o que na prtica

    no ocorreu, de forma que essa proposio no se enraizou na cultura

    educacional do pas8. Nos anos 1990, as diretrizes apontavam para a separao

    obrigatria entre educao profissional e ensino mdio (Decreto n 2.208/1997).

    J no incio dos anos 2000, volta a possibilidade de integrao entre o ensino

    mdio e a educao profissional tcnica de nvel mdio, por meio do Decreto n

    5.154/20049.

    Assim sendo, o ensino mdio integrado uma nova possibilidade e,alm disso, ainda no h formao sistemtica no ensino superior brasileiro

    destinada a profissionais que atuam ou atuaro na educao profissional em geral

    e, especificamente, nos cursos em discusso.

    Tambm precisamos compreender que essa formao continuada

    necessria tanto para os profissionais provenientes dos bacharelados como para

    os licenciados, embora suas necessidades formativas sejam distintas. Enquanto

    os bacharis carecem de formao didtico-poltico-pedaggica que lhesqualifique para o exerccio da docncia, aos licenciados falta a apropriao das

    discusses e conhecimentos relativos ao mundo do trabalho e suas relaes com

    os processos educacionais. Alm disso, ambos necessitam apropriar-se de

    metodologias de (re)construo do conhecimento que permitam promover a

    integrao entre trabalho, cincia, tecnologia e cultura nos processos formativos

    dos estudantes do ensino mdio integrado.

    A partir dos referenciais construdos at agora sobre as relaes entretrabalho, cincia, tecnologia e cultura e dos nexos estabelecidos entre o PPP e a

    organizao curricular apresentaremos, em seguida, algumas possibilidades

    acerca da organizao curricular do ensino mdio integrado.

    ELEMENTOS PARA REFLETIR ACERCA DE ALGUMAS POSSIBILIDADES DE

    ORGANIZAO CURRICULAR DO ENSINO MDIO INTEGRADO

    So vrias as possibilidades de organizao curricular do ensino mdio

    integrado. Assim, muito importante que cada unidade escolar, a partir de

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    diretrizes gerais dos respectivos sistemas de ensino e apoiado na participao

    coletiva dos sujeitos envolvidos e nas teorias educacionais busque a respectiva

    soluo, pois ningum mais do que o prprio grupo, o prprio coletivo conhece a

    sua realidade e, portanto, est mais habilitado para tomar decises a respeito do

    currculo que vai levar prtica. A partir dessas consideraes, apresentamos, a

    modo de exemplo, algumas idias que podem contribuir com essa construo, as

    quais esto sujeitas a anlises, crticas, sugestes, revises ou substituio por

    outras possibilidades compatveis com a realidade de cada escola.

    Compreendemos que organizar o currculo de forma integrada implica

    em romper com falsas polarizaes, oposies e fronteiras consolidadas ao longo

    do tempo. Como ponto de partida preciso ratificar que o ensino mdio integradoexige que a relao entre conhecimentos gerais e especficos seja construda de

    forma contnua ao longo da formao, sob os eixo do trabalho, da cincia, da

    tecnologia e da cultura, ao invs de, inicialmente, se concentrar os contedos

    vinculados educao geral e, posteriormente, proporcionar os componentes

    curriculares da formao tcnica especfica.

    Adotar esse pensamento implica na necessidade de contribuir para

    acabar com a dicotomia entre as disciplinas de formao gerale as disciplinas deformao profissional. Isso representa, para os educadores que historicamente

    trabalham com as disciplinas de formao geral, a possibilidade de avanar na

    compreenso do sentido da educao que proporcionada aos estudantes.

    Esses professores sero instigados a buscar relaes entre a cincia com a qual

    trabalham e o seu sentido enquanto fora material produtiva para a sociedade em

    geral e para o cidado-trabalhador em cuja formao o docente est participando.

    , portanto, uma oportunidade para que esses docentes superem tendnciasacademicistas, livrescas, discursivas e reprodutivas das prticas pedaggicas que

    permeiam, de forma recorrente, essa esfera educacional. J para os docentes da

    formao profissional, criam-se oportunidades de superar a perspectiva, muitas

    vezes, exageradamente tcnico-operacional deste ensino e, ao invs disso,

    aproximar-se de um enfoque que contribua para a apropriao das condies

    sociais, histricas e culturais de produo e utilizao dos conhecimentos

    cientficos, tcnicos e tecnolgicos que esto na base de cada curso (MACHADO,

    2006).

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    O movimento criado por essa nova forma de atuao docente, em

    ambos os casos, visa contribuir para o enfrentamento da tenso dialtica entre

    pensamento cientfico e pensamento tcnico, na busca de outras relaes entre

    teoria e prtica, visando instaurar outros modos de organizao e delimitao dos

    conhecimentos. (MACHADO, 2006, p. 54).

    Aps as anlises e reflexes desenvolvidas ao longo do documento,

    passaremos a discutir a organizao curricular propriamente dita, ou seja, como

    os componentes curriculares podem ser organizados de modo a contribuir para a

    formao humana integral.

    Em geral, quando se discute currculo integrado h uma tendncia a se

    questionar, a nosso ver corretamente, o espao das disciplinas, alegando-se queao longo da histria, a concepo disciplinar do currculo isola em compartimentos

    estanques e incomunicveis cada uma das disciplinas que objetivam trazer para o

    ambiente escolar os conhecimentos de um determinado ramo da cincia, os

    quais, para chegarem at a escola precisam ser didatizados, transformando-se

    em conhecimentos escolares. Os conhecimentos escolares se diferenciam dos

    conhecimentos cientficos porque so retirados/isolados da realidade social,

    cultural, econmica, poltica etc. em que foram produzidos e transpostos para asituao escolar. Nesse processo, evidentemente, perdem-se muitas das

    conexes existentes entre o ramo da cincia em questo e as demais cincias.

    Por isso, necessrio diferenciar conhecimento escolar de conhecimento

    cientfico.

    Como forma de resolver essa questo ou, pelo menos, minimizar os

    prejuzos decorrentes da organizao disciplinar dos currculos, tem surgido, ao

    longo da histria, propostas que organizam o currculo a partir de outrasestratgias. muito rica a variedade de denominaes. Mencionaremos algumas

    dessas metodologias, apenas a ttulo de exemplo. So propostas que tratam da

    aprendizagem baseada em: problemas; centros de interesses; projetos;

    complexos temticos; investigao do meio, entre outras.

    Essas metodologias buscam romper com a centralidade das disciplinas

    nos currculos e substitu-las por aspectos mais globalizadores e que abranjam a

    complexidade das relaes existentes entre os ramos da cincia no mundo real.

    Entretanto, apesar de potenciais vantagens que trazem essas

    metodologias ao aproximarem mais os conhecimentos escolares dos cientficos,

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    tambm existem riscos e fragilidades. Em primeiro lugar, preciso destacar que,

    a grande maioria dos relatos de experincias nessa esfera, se restringem s

    sries iniciais de escolarizao, nas quais no se exige grande aprofundamento

    dos conceitos no interior das disciplinas escolares.

    No caso do ensino mdio, essas metodologias encontram barreiras em

    funo da necessidade do aprofundamento dos conceitos inerentes s disciplinas

    escolares, j que cada uma se caracteriza por ter objeto prprio de estudo e

    mtodo especfico de abordagem. Dessa maneira, tem se revelado praticamente

    impossvel desenvolver propostas globalizadoras que abranjam os conceitos e

    especificidades de todas as disciplinas curriculares.

    Assim, as propostas voltadas para o ensino mdio, em geral, estobaseadas em metodologias mistas (SANTOM, 1998), as quais so

    desenvolvidas em, pelo menos, dois espaos e tempos. Um voltado para as

    denominadas atividades integradoras e outro destinado ao aprofundamento

    conceitual no interior das disciplinas. a partir da que vamos apresentar uma

    possibilidade de organizao curricular do ensino mdio integrado.

    Dessa forma, propomos uma organizao por disciplinas (recorte do

    real para aprofundar conceitos) com atividades integradoras (imerso no ousimulao do real para compreender a relao parte totalidade por meio de

    atividades interdisciplinares).

    H dois pontos cruciais nessa proposta: a definio das disciplinas com

    a respectiva seleo de contedos; e a definio das atividades integradoras, pois

    necessrio que ambas sejam efetivadas a partir das interrelaes existentes

    entre os eixo constituinte do ensino mdio integrado, ou seja, o trabalho, a

    cincia, a tecnologia e a cultura.No que concerne seleo dos contedos disciplinares importa

    tambm observar as possibilidades de superposio e a necessidade de evit-las.

    Essa no tarefa simples, tendo em vista a separao histrica qual j nos

    referimos anteriormente entre contedos da formao geral e contedos da

    formao profissional. Alm disso, tal separao potencializada pelas distintas

    formaes dos professores que historicamente atuam em cada um desses

    espaos educacionais.

    Assim, para minimizar tais superposies sem fazer redues do

    currculo, ratificamos a necessidade de proporcionar a formao continuada dos

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    docentes no sentido de que se apropriem da concepo e dos princpios do

    ensino mdio integrado. Igualmente importante organizar os tempos e os

    espaos de atuao dos professores visando garantir o planejamento e o

    acompanhamento conjunto das atividades curriculares.

    Com relao s atividades integradoras, optamos por no especificar

    denominaes, embora haja vrias na literatura, cada uma com suas

    especificidades. Assumimos essa postura por compreendemos que tal definio

    funo de cada coletivo, a partir da realidade concreta vivenciada, o que inclui as

    peculiaridades e possibilidades da rede de ensino e da unidade escolar, assim

    como as caractersticas sociais, econmicas, polticas, culturais e laborais da

    sociedade, do entorno escolar e dos sujeitos estudantes e professores.Entretanto, de forma coerente com o eixo que sustenta a concepo de

    ensino mdio integrado aqui discutida, importante que as atividades

    integradoras sejam concebidas a partir do trabalho como primeira mediao entre

    o homem e a natureza e de suas relaes com a sociedade, com a cincia, com a

    tecnologia e com a cultura.

    Desse modo, sugerimos que as atividades integradoras (aulas de

    campo, elaborao de projetos, construo de prottipos, iniciao cientfica etc.)sejam desenvolvidas a partir de vrias estratgias/temticas que incluam a

    problemtica do trabalho de forma relacional da seguinte forma:

    Trabalho/Natureza; Trabalho/Sociedade; Trabalho/Cincia e Tecnologia;

    Trabalho/Cultura.

    Assim sendo, a cada perodo letivo a(s) atividade(s) integradora(s)

    poder(ro) ser planejada(s) a partir das relaes entre situaes reais existentes

    nas prticas sociais concretas (ou simulaes) e os contedos das disciplinas,tendo como fio condutor as conexes entre o trabalho e as demais dimenses

    acima evidenciadas.

    Essa forma de organizar o currculo, a nosso ver, contribui no apenas

    para incorporar o trabalho como princpio educativo ao processo formativo, como

    tambm fortalecer os demais elementos que constituem o eixo estruturante do

    ensino mdio integrado sem correr o risco de realizar abordagens

    demasiadamente gerais e, portanto, superficiais, uma vez que as disciplinas, se

    bem planejadas, cumpriro o papel do necessrio aprofundamento.

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    CONSIDERAES FINAIS

    Reservamos para esta parte final do texto uma breve discusso, quase

    a modo de reviso, acerca de algumas condies bsicas necessrias

    materializao do ensino mdio integrado como poltica pblica de Estado.

    Para torn-la realidade preciso que os gestores nacionais, estaduais

    e municipais implementem medidas concretas que possam gerar a confiana por

    parte dos educadores no sentido de que realmente se est construindo uma

    poltica educacional pblica de mbito nacional. Dessa maneira, alm da gerao

    de condies de tempo e de espao adequados ao trabalho docente e de

    estratgias de formao continuada, outras medidas precisam ser perseguidas(BRASIL, 2007):

    a instituio de quadro prprio de professores, com a realizao de

    novos concursos;

    a consolidao de planos de carreira em que seja prevista a dedicao

    exclusiva dos professores e a melhoria salarial; e

    a melhoria da estrutura fsica, material e tecnolgica das escolas.

    Apesar de essas condies serem extremamente necessrias,

    sabemos que no esto dadas. por isso que os sistemas de ensino e as

    instituies escolares no podem apenas esperar que elas sejam plenamente

    atingidas para s ento se construir um projeto poltico-pedaggico em que se

    acordem os princpios e as bases do ensino mdio integrado educao

    profissional. Por vezes, o seu desenvolvimento que fundar as bases para a

    conquista das condies.Assim, como esses movimentos no so lineares, no podemos

    esperar pela consolidao da nova perspectiva apresentada para, somente a

    partir dela, materializar as novas concepes, cabe-nos construir esse novo

    caminho nas brechas que cavamos no tecido social, poltico e econmico vigente.

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    Revista LABOR n7, v.1, 2012 ISSN: 19835000

    REFERNCIAS

    BARACHO, Maria das Graas; MOURA, Dante Henrique; PEREIRA, Ulissia

    vila; SILVA, Antnia Francimar. Algumas reflexes e proposies acerca do

    ensino mdio integrado educao profissional tcnica de nvel mdio. IN:

    SILVA, Antnia Francimar; FERNANDES, Carmem Monteiro; MOURA, Dante

    Henrique e outros (8). Ensino mdio integrado educao profissional:

    integrar para que? Braslia: MEC, 2006, p.17-39.

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    Nvel Mdio Integrada ao Ensino Mdio. Documento Base. Braslia, 2007.

    Disponvel em: .

    Acesso em: 20.12.2007.

    FRIGOTTO, Gaudncio; CIAVATTA, Maria (Orgs.) A formao do cidado

    produtivo. A cultura do mercado no ensino mdio tcnico. Braslia: INEP/MEC,

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    FRIGOTTO, Gaudncio; CIAVATTA, Maria; e RAMOS, Marise Nogueira (Orgs.)

    Ensino mdio integrado: concepo e contradies. So Paulo: Editora Cortez,

    2005, 175p.

    KUENZER, Accia Zeneida. Ensino mdio e profissional: as polticas do Estadoneoliberal. So Paulo: Cortez, 1997, 104p.

    LIMA FILHO, Domingos Leite. A universidade tecnolgica e sua relao com o

    ensino mdio e a educao superior: discutindo a identidade e o futuro dos

    CEFETs. Perspectiva - Revista do Centro de Cincias da Educao da UFSC,

    Florianpolis, v. 23, n. 2, p. 349-380, 2005.

    http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/documento_base.pdfhttp://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/documento_base.pdf
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    Revista LABOR n7, v.1, 2012 ISSN: 19835000

    LIMA FILHO, Domingos Leite; GARCIA, Nilson Marcos Dias. Politecnia ou

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    profissional. Boletim 07, maio/junho de 2006, p. 51-68. Setembro de 2006.

    Disponvel em Acesso 22.09.2007.

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    histrica e perspectivas de integrao. Anais da 30 Reunio Anual da ANPEd.

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    MOURA, Dante Henrique; BARACHO, Maria Das Graas. Redimensionamento do

    Projeto Pedaggico do Centro Federal de Educao Tecnolgica do Rio Grande

    do Norte: processo de Construo Coletiva de um Currculo. In: Anais IV

    Seminrio Regional de Poltica e administrao da educao do Nordeste,

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    MOURA, Dante Henrique. A funo social da rede federal de educao

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    Desenvolvimento Sustentvel, v. 1, p. 3-23, 2007.

    RAMOS, Marise Nogueira. O novo ensino mdio luz de antigos princpios:

    trabalho, cincia e cultura. Boletim Tcnico do Senac, vol. 29, n. 2. Rio de

    Janeiro, pp. 19-27, maio/agosto, 2003.

    RAMOS, Marise Nogueira. Integrao Curricular dos Ensinos Mdio eTcnico: Dimenses Polticas e Pedaggicas. Disponvel em:

    http://www.tvebrasil.com.br/salto/http://www.tvebrasil.com.br/salto/
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    . Acesso em: 25.04.2008.

    SANTOM, Jurjo Torres. Globalizao e interdisciplinaridade: o currculo

    integrado. Porto Alegre: Editora Artes Mdicas Sul Ltda, 1998.

    VEIGA, Ilma Passos Alencastro (Org.) Projeto Poltico Pedaggico da Escola:

    uma construo possvel. So Paulo: Papirus, 2006.

    1

    Professor do IFRN. Engenheiro Eletricista. Doutor em Educao.2 Para aprofundamento acerca dessas questes sugerimos consultar: Kuenzer (1997); Ramos(2001); Lima Filho; Garcia (2004); Frigotto; Ciavatta; Ramos (2005); Frigotto; Ciavatta (2006);Moura (2007); Baracho; Silva; Moura; Pereira (2007); e Machado (2006).

    3 No faremos uma discusso exaustiva sobre o tema. Nosso objetivo aqui esclarecer nossacompreenso acerca de conceitos centrais no desenvolvimento do restante do artigo. Assim, paraum maior aprofundamento sugerimos ver: Frigotto; Ciavatta; Ramos (2005); Ramos (2003); eRamos (?) Disponvel emhttp://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dep/fc_integracao.pdf. Acesso25.04.2008.

    4

    importante esclarecer que compreendemos o trabalho como princpio educativo, considerando,portanto, o seu carter histrico e ontolgico na produo da existncia humana. Nesse sentido,compreendemos que uma prtica pedaggica significativa demanda anlises sobre o mundo dotrabalho (sem reduzi-lo apenas ao espao onde ocorre o trabalho assalariado), incluindo, a suacultura, os conflitos nele existentes e suas vinculaes aos projetos societrios em dispuita, suasrelaes com e implicaes sobre a natureza, os conhecimentos construdos a partir do trabalho edas relaes sociais que se estabelecem na sua produo etc..

    5 Disponvel emhttp://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dep/fc_integracao.pdf. Acesso25.04.2008.

    6RAMOS, Marise Nogueira. O Projeto Unitrio de Ensino Mdio sob os Princpios do Trabalho, da

    Cincia e da Cultura. In: FRIGOTTO, Gaudncio; CIAVATTA, Maria. (Org.). Ensino Mdio:Cincia, Cultura e Trabalho. Braslia, 2004.

    RAMOS, Marise. Possibilidades e desafios na organizao do currculo integrado. In: RAMOS,Marise; FRIGOTTO, Gaudncio; CIAVATTA, Maria (Orgs.). Ensino Mdio Integrado: Concepoe Contradies. So Paulo: Cortez, 2005; pp. 106-127.

    7 GRAMSCI, Antonio. Concepo dialtica da histria. 9.ed. Rio de Janeiro: CivilizaoBrasileira, 1966.

    8Essa questo muito mais complexa, entretanto, como sua discusso no faz parte de nossoobjeto de estudo neste trabalho sugerimos ver Moura (2007), onde fao uma anlise maisaprofunda acerca dessa e de outras questes relacionadas com a dualidade estrutural histrica

    entre a educao profissional e a educao bsica na sociedade brasileira.

    http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dep/fc_integracao.pdf%20%3e.%20Acesso%20em:%2025.04.2008http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dep/fc_integracao.pdf%20%3e.%20Acesso%20em:%2025.04.2008http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dep/fc_integracao.pdf.%20Acesso%2025.04.2008http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dep/fc_integracao.pdf.%20Acesso%2025.04.2008http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dep/fc_integracao.pdf.%20Acesso%2025.04.2008http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dep/fc_integracao.pdf.%20Acesso%2025.04.2008http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dep/fc_integracao.pdf.%20Acesso%2025.04.2008http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dep/fc_integracao.pdf.%20Acesso%2025.04.2008http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dep/fc_integracao.pdf.%20Acesso%2025.04.2008http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dep/fc_integracao.pdf.%20Acesso%2025.04.2008http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dep/fc_integracao.pdf%20%3e.%20Acesso%20em:%2025.04.2008http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/portal/institucional/dep/fc_integracao.pdf%20%3e.%20Acesso%20em:%2025.04.2008
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    9O processo que resultou nesse instrumento legal tambm bastante complexo e rico, mas nose constitui em objeto de anlise deste artigo. Sugerimos consultar: CIAVATTA, M.; FRIGOTTO,G.; RAMOS, M. N.A gnese do Decreto n. 5.154/2004:um debate no contexto controverso dademocracia restrita. Trabalho necessrio. Revista Eletrnica do neddate. Disponvel em

    . Acesso 09.08.2005.

    RECEBIDO EM: 03.06.2012

    APROVADO EM: 05.07.2012

    http://www.uff.br/trabalhonecessario/MMGTN3.htmhttp://www.uff.br/trabalhonecessario/MMGTN3.htm