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A Natureza, o Propósito e o Caráter de Deus

William R. Downing .

Issuu.com/oEstandarteDeCristo

Traduzido do original em Inglês

A Catechism on Bible Doctrine (Version 1.7)

An Introductory study of Bible Doctrine in the Form of a Catechism with Commentary

By W. R. Downing • Copyright © 2008

O presente volume consiste somente em um excerto da obra supracitada

Publicado por P.I.R.S. PUBLICATIONS

Um Ministério da Sovereign Grace Baptist Church (www.sgbcsv.org)

Publicações Impressas nos Estados Unidos da América

ISBN 978-1-60725-963-3

Todos os direitos reservados somente ao autor. Nenhuma parte deste livro deve ser reproduzida

em qualquer forma que seja sem a permissão prévia do autor.

Tradução por Hiriate Luiz Fontouro

Revisão por Paul Cahoon, Benjamin Gardner, Albano Dalla Pria e Erci Nascimento

Edição Inicial por Calvin G. Gardner

Revisão Final por William Teixeira e Camila Rebeca Almeida

Edição Final e Capa por William Teixeira

Imagem da Capa: São Paulo perante o Areópago, por Rafael (Domínio Público)

1ª Edição: Fevereiro de 2016

As citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida Corrigida Fiel | ACF

Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Publicado em Português como fruto de uma parceria entre os websites oEstandarteDeCristo.com e

PalavraPrudente.com.br, com a graciosa permissão do amado autor W. R. Downing (Copyright ©

2008) e do amado, saudoso e agora glorificado, Calvin G. Gardner.

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A Natureza, o Propósito e o Caráter de Deus Por William R. Downing

[Excerto de Um Catecismo de Doutrina Bíblica, por William R. Downing • Parte III]

O estudo geral da Pessoa de Deus é denominado de “Teologia” do Gr. theos, “Deus”, e

logos ou logia, “palavra ou estudo”. O estudo doutrinário específico de Deus é denominado

de “Teologia Própria”. Um verdadeiro e inspirado conhecimento de Deus é essencial para

um conhecimento de todas as coisas e de todos. O homem é o portador da imagem de

Deus. Apenas quando vem a conhecer a Deus pelas Escrituras é que o homem pode real-

mente se conhecer, assim conhecer a criação acerca dele, entender a própria história,

situar-se neste grande contexto Divinamente ordenado e ver o futuro com a certeza da fé.

Pergunta 20: O que podemos conhecer acerca de Deus a partir de Sua Palavra?

Resposta: Podemos conhecer tudo o que precisarmos saber acerca de Deus para alcan-

çarmos a reconciliação com Ele, para adorá-lO apropriadamente e vivermos em obediência

à Sua vontade revelada.

Deuteronômio 6:4-5: “Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. 5 Amarás, pois,

o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças”.

Mateus 22:37-39: “E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e

de toda a tua alma, e de todo o teu pensamento. 38 Este é o primeiro e grande mandamento. 39 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.

João 4:23-24: “Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o

Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem. 24 Deus é

Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade”.

Veja também: Gênesis 1:1; Êxodo 20:1-17; 1 Samuel 15:22-23; Isaías 57:15; 64:6; Atos

4:12; 16:30-32; Romanos 3:19-26; 5:1-3; 8:7-8; Efésios 2:4-5; 8-10; 1 Timóteo 6:15-16;

Apocalipse 4:11.

Comentário

Deus é incognoscível, exceto quando Ele teve o prazer de revelar-Se, e Se revelou tanto

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na criação (revelação natural) como em Sua Palavra (revelação especial). Ele é o nosso

Criador; nós somos Suas criaturas. Ele é infinito; nós somos finitos. Ele é eterno, é supra-

temporal; nós somos temporais. Ele é espírito; nós somos corporais. Ele é onipresente; nós

estamos fisicamente localizados. Ele é imutável; nós somos mutáveis. Ele é onipotente e

onisciente; nós somos relativamente impotentes e ignorantes. Ele é infalível; nós somos

falíveis. Ele é absolutamente soberano em todas as esferas; nós somos totalmente depen-

dentes dEle para a vida, para a respiração e para todas as coisas (Atos 17:24-25, 28).

Quando deixamos de analisar pelo viés do reino metafísico e vamos para o reino moral, o

contraste permanece: Deus é absolutamente santo; nós somos ímpios. Ele é absoluta-

mente justo; nós somos injustos. Ele é sem pecado ou impecável; nós somos pecadores e

depravados.

Os atributos morais, porém, coincidem com o nosso estado caído e pecaminoso no contexto

do propósito redentor eterno: Deus é gracioso e demonstra Sua graça na redenção dos

absolutamente indignos. Ele é misericordioso e estende Sua misericórdia àqueles que so-

frem com as devastações do pecado. Ele é justo e imputa a justiça a nós através da fé em

Jesus Cristo. Ele é amor. E os crentes são os objetos deste amor. Ele Se revela redentora-

mente como nosso “Pai Celestial”, e nós pela graça e fé nos tornamos Seus “filhos” ou

“crianças” (Mateus 6:9; Romanos 8:14-18; Gálatas 4:5-7; 1 João 3:1-3). Na realidade da

graça redentora, os crentes, embora imperfeitamente, refletem os atributos morais de Deus

a um elevado grau (Mateus 5:7; Lucas 6:36; João 13:34-35, 15:12; Romanos 5:21, 8:4,

13:8; Gálatas 5:22-23; Colossenses 3:12-14; 1 Pedro 1:15-16; 1 João 2:29; 3:7, 10). Veja a

Pergunta 94.

A revelação natural nos aponta para a grandeza, o poder e a majestade de Deus, mas a

revelação especial também nos aponta para os Seus atributos morais para a redenção e

julgamento. A revelação natural é tão poderosa e inclusiva que o seu testemunho deixa o

homem inescusável quanto ao poder e a natureza Divina de Deus (Romanos 1:18-20). A

revelação especial satisfaz a mente e o coração quando revela a plenitude de Deus em Seu

propósito redentor e Sua obra de salvação.

Deus é absolutamente santo (absolutamente puro e separado de toda a Sua criação), e

não pode ser abordado por alguém ímpio ou pecaminoso. Ele também é moralmente auto-

consistente e absolutamente justo (correto e incapaz de erro, incapaz de inconsistência).

Ele exige, de acordo com Seu direito soberano, que os seres humanos, feitos à Sua imagem

e semelhança, também sejam santos e justos (1 Pedro 1:15-16). No esquema da redenção,

o amor, a graça e a misericórdia de Deus surgem para atender às exigências de Sua auto-

consistência moral sem qualquer contradição ou inconsistência, proporcionando libertação

e reconciliação através da Pessoa e obra do Senhor Jesus (João 3:16; Romanos 3:21-26).

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Mesmo sendo criado originalmente justo, o homem apostatou de Deus em uma tentativa

empírica de se tornar autônomo de Deus e da sua Lei-Palavra (Gênesis 3:1-19). Em Adão,

que era o Homem Representante (cabeça federal da raça humana), o homem se tornou um

pecador por imputação, por natureza, por tendência e por transgressão pessoal (Gênesis

5:3; Romanos 3:23, 5:12-19). Por isto, ele se tornou totalmente alienado de Deus e trouxe-

se sobre si mesmo a condenação Divina.

Em última instância, a realidade e a necessidade de redenção descansa na autoconsis-

tência moral, santa e justa de Deus. Um Deus reto, justo e santo não pode arbitrariamente

retirar o pecado sem Se tornar moralmente inconsistente e autocontraditório (Romanos

3:21-31). É por isto que o eterno Filho de Deus entrou na raça humana através da encar-

nação (Mateus 1:21; Romanos 8:2-3; Filipenses 2:5-9; 1 Timóteo 3:16). O Senhor Jesus

Cristo era e é Deus em carne, o Deus-Homem, o “Segundo Homem”, o “Último Adão”, o

Redentor para salvar os pecadores, o Mediador para reconciliar Deus e os homens (1

Timóteo 2:5). Em Seu infinito e eterno amor redentor, Deus enviou Seu Filho para ser a

grande propiciação (Aquele através do Qual as exigências de justiça absoluta de Deus

podem ser satisfeitas. Através de Sua obediência ativa, Ele conheceu as exigências da Lei

Divina e, através de Sua obediência passiva, Ele pagou Sua penalidade terrível). Então,

crendo, os pecadores poderão reconciliarem-se com Ele (João 3:16; Romanos 3:24-26).

Somente desta maneira — através da fé no Senhor Jesus — Deus poderá ser “justo e justifi-

cador daquele que crê em Jesus” (Romanos 3:26).

Como somos pecadores por imputação, bem como por natureza e por transgressões pes-

soais, tudo o que pensamos, dizemos ou fazemos é manchado, inerentemente, com o peca-

do. Não podemos fugir disso. A justiça que nos é própria é uma autojustiça (Isaías 64:6). É

por isto que a salvação não pode ser pelas obras ou esforço-próprio. Esta é a razão pela

qual Deus não pode aceitar os nossos esforços para agradá-lO. Se nós queremos ser

salvos do pecado, isto deve acontecer pela graça (favor imerecido, total e absolutamente

imerecido, no lugar ou em oposição à ira merecida) apenas. Não pode haver uma mistura

de graça e obras. Qualquer adição de obras (capacidade humana) destruiria o princípio e

a realidade da graça Divina (Romanos 11:5-6). A livre graça e o livre-arbítrio são totalmente

opostos um ao outro.

Como podemos ser salvos de nossos pecados? Como podemos ser reconciliados com

Deus? Como podemos receber a graça de Deus? Pela fé. Fé é crença, é confiança, é

compromisso, e essa confiança é em alguém ou alguma coisa (“fé” é o substantivo; “acre-

ditar” é o verbo). A Fé salvífica confia, crê e depende de Deus, da Sua Palavra, e especifica-

mente do Seu Filho como Senhor e Salvador. A fé salvífica se apodera da perfeita justiça

do Senhor Jesus Cristo em total compromisso e se apropria dela. Isso é o que significa “crer

no Senhor Jesus Cristo” e ser salvo (Atos 16:31). Veja a Pergunta 89.

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Você está salvo de acordo com a verdade de Deus?

Pergunta 21: Quais são os nomes de Deus?

Resposta: Os nomes de Deus são aqueles títulos ou designações pelos quais Deus Se

revelou ao homem.

Êxodo 20:7: “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá

por inocente o que tomar o seu nome em vão”.

Mateus 6:9: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o

teu nome”.

Veja também: Gênesis 22:14; 32:27; Êxodo 3:13-15; 6:3; 9:16; 15:3; 17:15; 34:14; 2 Samuel

6:18; Salmos 20:1; 83:18; Isaías 9:6; 57:15; João 10:25; Filipenses 2:5-11.

Comentário

Na sociedade moderna ocidental os nomes podem significar muito pouco, mas Deus reve-

lou-Se em outra época, em outras Línguas e numa cultura em que os nomes tinham uma

grande significância. É neste contexto muito importante que os nomes de Deus devem ser

entendidos. Um nome não servia apenas para identificação pessoal, mas também para uma

revelação pessoal.

Os nomes de Deus são muito significativos como parte essencial de Sua autorrevelação

aos homens para que eles, apesar de sua finitude, possam compreender suficientemente

o Deus incompreensível e infinito. Estes são os principais meios de Sua identificação no

que se refere à Sua autorrevelação como uma Pessoa distinta (Gênesis 17:1; Êxodo 6:3).

Eles revelam vários aspectos e características de Seu caráter Divino, por exemplo: auto-

existência (Êxodo 3:14-15), majestade (Gênesis 14:18, 21:33, 24:3), poder, força ou poderio

(Gênesis 17:1; Apocalipse 4:8), onisciência (Gênesis 16:13; Atos 1:24), suficiência (Gênesis

17:1), provisão (Gênesis 22), santidade (Isaías 57:15), justiça (Jeremias 23:6), zelo (Êxodo

34:14), um Deus que deve ser temido (Gênesis 31:42, 53), etc. Os nomes de Deus revelam

Sua fidelidade em promessas, em poder, em julgamento, na relação de aliança e na

redenção (Gênesis 24:12; Êxodo 6:3).

Os nomes de Deus no Antigo Testamento podem ser classificados como aqueles que são

geralmente usados por Ele e aqueles que denotam mais especificamente algum aspecto

de Seu caráter. Os nomes gerais são: “Deus” (El, Elohim, “forte, poderoso, potente”),

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“SENHOR” (Yahwéh, “Jeová”, o autoexistente, o Deus que guarda a aliança”) e “Senhor”

(Adonai, “Soberano Senhor”). Os títulos mais específicos denotam algum aspecto ou atri-

buto do caráter Divino, como “O Nome” (Levítico 24:11), “A Rocha” (Deuteronômio 32:4),

“Deus Todo-Poderoso” (Gênesis 17:1), “O Altíssimo” (Gênesis 14:19), “Senhor dos Exér-

citos” (Isaías 1:9), “O Santo” (Isaías 40:25), “Zeloso” (Êxodo 34:14), etc.

Também podemos classificar os nomes de Deus no Novo Testamento como gerais e mais

específicos. Os títulos gerais são: “Deus” (Theos, equivalente ao “El” do Antigo Testamento

e “Elohim”) e “Senhor” (Kurios), usado para Yahwéh, para o Senhor Jesus Cristo e também

em um mero contexto humano para “Senhor” (Atos 9:5; João 4:11). Despotēs, está para

Adonai, (“Soberano Senhor”). Os títulos mais específicos incluem: “O Todo-Poderoso” (Ho

Pantokratōr, ou “Todo-Poderoso”), “O Abençoado” (Aquele que receber louvor e honra) e

“Pai” (Mateus 6:9-13; Romanos 8:14-16; 1 Coríntios 1:3, 8:5-6; 2 Coríntios 1:2-3, 6:17-18;

Gálatas 4:6; Efésios 1:3ss).

Os títulos de Divindade que são usados para nosso Senhor Jesus Cristo no Antigo Testa-

mento têm grande importância (Isaías 9:6; Malaquias 3:1). No Novo: “Deus” (1 Timóteo

3:16; Tito 2:13), “Senhor” (João 20:28; Atos 9:5-6, 22:6-10; Hebreus 1:10; Judas 4; Apoca-

lipse 19:16), “A Palavra” (João 1:1) e “Filho” implicam uma igualdade e uma relação única

de intimidade com Deus, o Pai (João 1:18; Colossenses 2:9; Hebreus 1:8). O termo “Filho

do Homem” pode não se referir meramente à Sua humanidade; é um título messiânico,

decorrente do Antigo Testamento (Daniel 7:13-14).

Pergunta 22: Quais são os atributos de Deus?

Resposta: Os atributos de Deus são aquelas perfeições inerentes à natureza Divina que a

Bíblia revela a respeito de Deus.

Êxodo 3:14: “E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos

filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós”.

Romanos 11:36: “Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele

eternamente. Amém”.

Veja também: Levítico 11:43-45; 1 Reis 8:27; 1 Crônicas 29:11-12; Salmos 31:5; 90:2;

139:1-17; 145:3, 17; 147:5; Isaías 6:1-3; 57:15; Jeremias 23:24; Malaquias 3:6; 1 Coríntios

8:6; 1 João 4:16.

Comentário

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A palavra “atributos” refere-se àquelas características e qualidades que são inerentes à es-

sência Divina e, portanto, atribuídos a (revelados a respeito de, atribuído ou descritivo de)

Deus pelas Escrituras. Nós conhecemos ou compreendemos Deus em nossa finitude atra-

vés desses atributos e dessas características. Todos esses atributos são perfeições, ou

seja, Deus é necessariamente perfeito em cada uma dessas qualidades e características.

Os atributos Divinos são coerentes em Deus. O termo “coerência”, quando utilizado lógica,

filosófica ou teologicamente denota consistência, ou seja, sem contradição e nenhum

conflito. Se um sistema tiver quaisquer inconsistências ou quaisquer contradições, é consi-

derado ser “incoerente”. Quando aplicado aos atributos Divinos e às perfeições, isto signifi-

ca que essas características Divinas não se contradizem nem entram em conflito umas com

as outras. Não há incoerência dentro da personalidade Divina.

Só podemos conhecer a Deus quando Ele tiver o prazer de Se revelar para nós. Contudo

podemos procurar compreender a Deus nas Escrituras e apreender o nosso conhecimento

de forma ordenada e sistemática. Podemos tentar categorizar ou organizar as perfeições

Divinas para nos ajudar a pensar apropriadamente sobre Deus “como espírito, infinito e

perfeito, a fonte, o suporte e a finalidade de todas as coisas” (Romanos 11:36). Embora o

nosso conhecimento de Deus seja apenas parcial e inadequado devido à nossa finitude,

devido ao nosso estado caído e aos efeitos noéticos do pecado, ainda assim este conhe-

cimento torna-se um verdadeiro conhecimento através da capacidade que nos foi dada por

Deus na qualidade de portadores da imagem de dEle, no contexto da revelação Divina e

na obra iluminadora do Espírito Santo.

Foram feitas várias tentativas de classificar os atributos Divinos. A maioria classificou esses

atributos Divinos como: os Atributos Comunicáveis e Incomunicáveis, ou seja, aqueles que

pertencem a Deus (por exemplo, onipresença, onipotência, imensidão, eternidade, etc.) e

aqueles que de certa forma são comunicáveis às Suas criaturas morais (por exemplo: amor,

misericórdia, sabedoria, etc.) Outros os classificaram como Absolutos (os que pertencem

somente a Deus) e Relativos (aqueles expressos em certa medida no homem). Alguns

tentaram classificá-los como Atributos Imanentes ou Intransitivos e Eminentes ou Transiti-

vos. Todas essas tentativas provam-se insuficientes, pois Deus é simplesmente transcen-

dente em todas as Suas perfeições.

Deus Considerado como Espírito, Infinito e Perfeito

Deus é espírito, ou seja, Deus não é visível nem material; Ele é incorpóreo (João 4:24). Ele

pode ser percebido através do universo criado (Salmos 19:1-6; Romanos 1:19-20), no

Senhor Jesus Cristo (João 1:18; Colossenses 2:9) e também pessoal e espiritualmente pela

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fé (Hebreus 11:6, 27). Porque Deus é Espírito, não podemos vê-lO com os nossos olhos

físicos. Nós o “vemos” através do “olho” da fé, isto é, pela fé ou através dela (Hebreus 11:6).

Quando a Bíblia fala de Deus como tendo “olhos”, “mãos”, “pés”, “orelhas”, etc., ele está

usando termos humanos (antropomorfismos) para nos ajudar a entender que Deus vê,

opera, Se movimenta, ouve, etc. Seres espirituais puros como anjos ou demônios são muito

superiores aos seres físicos, e Deus é absolutamente superior e supremo — não há nin-

guém ou coisa alguma acima ou além dEle. Ele é supremo e infinito, o Criador, o Gover-

nador e o Sustentador de todas as coisas.

Como Espírito, Deus tem vida em Si mesmo e dá vida a todas as coisas (Atos 17:25, 28;

Hebreus 1:3; 10:31). Ele é uma personalidade, e não apenas uma influência (Gênesis 1:1;

Êxodo 3:14; Romanos 11:33-36).

Deus é absolutamente perfeito em todas as coisas e em todos os sentidos. Se houvesse

qualquer imperfeição em Deus, Ele não seria e não poderia ser o Deus das Escrituras. Ele

é a verdade perfeita. Porque Deus é tanto verdadeiro como é a verdade, Ele é confiável —

acreditável, sem falhas (Deuteronômio 32:4; Salmos 146:5-6; Tito 1:2; 1 João 5:10). Ele

também é perfeito amor. O amor de Deus não pode ser separado de Suas outras perfei-

ções. Seu amor é santo, justo, gracioso, misericordioso e compassivo (João 3:16; 1 João

4:8-10, 16). Ele é de um modo perfeito: santo (Salmos 145:17; Isaías 57:15; 1 Pedro 1:15-

16), justo (Gênesis 18:25; 2 Crônicas 12:6; Salmos 11:7) e sábio (Romanos 11:33-36; 1

Timóteo 1:17).

Deus Considerado como a Fonte, Sustento e Fim de Todas as Coisas

Isso significa que Deus é o Criador, o Originador e o Definidor de todas as coisas, Aquele

que sustenta todas as coisas no universo, e a partir do Qual todas as coisas existem e estão

sendo trazidas à consumação final (seu fim ordenado ou consumação) nEle (Atos 17:24-

28; Romanos 11:33-36; Colossenses 1:17; Hebreus 1:1-3).

Em relação ao tempo e espaço, Deus é transcendente, isto é, Ele excede em muito todas

as limitações do universo que Ele criou. Ele está acima e além de todo tempo e espaço.

Não há nada que existe acima ou além Deus. Não existe lei alguma, pessoa ou coisa às

quais Ele deve prestar contas; Ele é absoluto, e toda realidade criada é relativa a Ele. Ele

é movido apenas a partir de Si mesmo e de Sua própria autoconsistência moral (Salmos

90:4; 113:5-6). Deus também é eterno e supratemporal, isto é, Ele existe acima e além do

tempo (Gênesis 1:1; 1 Timóteo 1:17). Ele é imenso e iminente, ou seja, pleno e pessoal-

mente presente em todo o universo (1 Reis 8:27; Hebreus 4:12-13).

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Em relação à criação, Deus é onipresente (Salmos 139:7-10), onisciente (Salmos 139:1-5;

Jeremias 17:9-10; 23:24; Atos 1:24; 15:8) e onipotente (Gênesis 1:1, 3; Salmos 115:3;

Isaías 46:9-11).

Em relação aos seres morais, Deus é fiel, verdadeiro (Deuteronômio 7:9-10; João 17:17; 1

Coríntios 1:9, 10:13; Tito 1:2; Hebreus 6:13-18; 1 João 5:10), gracioso, misericordioso, bon-

doso (Salmos 103:1-2; 8-14, 17; Romanos 2:4; 8:28-39), afetuoso, gentil (João 3:16; Roma-

nos 5:5; Efésios 2:4-10; 1 João 4:8, 16), reto, justo e santo (Salmos 145:17; Isaías 6:1-4;

Oséias 1:1-11; Romanos 3:21-26; 11:33-36).

Pergunta 23: O que as Escrituras ensinam sobre a natureza da Divindade?

Resposta: As Escrituras ensinam que há um único Deus que existe eternamente em Três

Pessoas.

Deuteronômio 6:4: “Ouve, Israel, O Senhor nosso Deus é o único Senhor”.

Mateus 28:19: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome

do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.

Veja também: Gênesis 1:1-3; 26-28; Isaías 44:6-8, 1 Coríntios 8:4-6; Colossenses 2:9; 1

Timóteo 3:16.

Comentário

O termo “Trindade” deriva do Latim trinitas, de tres, três, e uno, um. A Trindade ou Tri-

Unidade de Deus é um grande mistério. É uma verdade Divinamente revelada porque ela

só é revelada nas Escrituras e é recebida pela fé. Não existe qualquer analogia (verdade

ou ilustração correspondente) encontrada na criação. Qualquer tentativa de ilustrar a

Trindade ou Tri-Unidade de Deus a partir da criação necessariamente falhará.

A verdade da Trindade pode ser vista como é apresentada a partir das Escrituras em quatro

afirmações: Deus, o Pai é Deus (Mateus 11:25). Deus, o Filho (o Senhor Jesus Cristo) é

Deus (Isaías 9:6; João 1:1-3, 14, 18; Colossenses 2:9). Deus, o Espírito Santo é Deus

(Gênesis 1:1-2; Atos 5:3-4; 2 Coríntios 3:17). Há um único Deus (Deuteronômio 6:4; Isaías

44:6-8; 1 Coríntios 8:4-6).

Existem dois termos teológicos com os quais devemos estar familiarizados — a Trindade

Ontológica e a Econômica. Essas são duas únicas maneiras de ver a Trindade por causa

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da nossa compreensão finita. A palavra “ontológico” significa “ser” (Gr. ontos, “ser”), e

refere-se às Pessoas da Divindade em Suas essências e a relação de uma para com a

outra. A palavra “econômica” (Gr. oikonomia, “economia”) significa “gestão” ou “administra-

ção”, e refere-se às Pessoas da Triuna Divindade em Sua cooperação unificada nas obras

da Criação, da Redenção e da Providência. A terminologia “Trindade Ontológica” significa

que Deus tem existido eternamente em Três Pessoas. Alguns sustentam erroneamente que

Deus é Trinitário apenas em relação ao universo criado. Tal visão nega, de forma intrínseca,

a Trindade Ontológica negando assim a filiação eterna do Senhor Jesus Cristo e a perso-

nalidade do Espírito Santo. Veja perguntas 25 e 26.

Pergunta 24: Quem é Deus o Pai?

Resposta: O Pai é o Deus eterno, co-igual e co-eterno com o Deus Filho e o Deus Espírito

Santo.

Mateus 6:9: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o

teu nome”.

Veja também: Mateus 11:27; Romanos 8:14-16; Efésios 1:3.

Comentário

Para uma introdução a essa pergunta e resposta, veja as Perguntas 20-23. Deus o Pai

revelou-se como “o Deus e Pai do Senhor Jesus Cristo”, o “Pai” para a nação de Israel

como um povo de aliança coletiva (Isaías 64:8; Malaquias 1:6; João 8:41), e como “Pai”

para o Cristão individual e coletivamente (Mateus 6:9; Romanos 8:14-16). Essa distinção é

eterna e ontológica, e não meramente relacionada com a Trindade Econômica (isto é, Deus

não é uma Trindade apenas em relação à criação e à redenção, antes as distinções dentro

da Divindade são eternas — o Pai sempre foi o “Pai” em relação ao Filho e ao Espírito).

Veja a Pergunta 23. Essa autorrevelação de Deus como o “Pai” nas Escrituras é para a

nossa compreensão, o nosso conforto, a nossa confiança e a nossa esperança.

A revelação de Deus como nosso “Pai” nos permite — como criaturas finitas e Seus filhos

espirituais — entendê-lO, conhecer o Seu amor, amá-lO em resposta e nos alegrarmos em

um relacionamento filial. Essa revelação capacita o crente a conhecer a Deus como Aquele

que o ama, o recebe, o protege, o provê, o castiga, ouve suas orações, conhece suas prova-

ções e que um dia o receberá para Si mesmo na glória. Lutero afirmou essa bendita verdade

quando disse que se pudesse chamar Deus de “Pai”, ele podia orar — e nós também

podemos! Veja as Perguntas 99-102.

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Pergunta 25: Quem é o Senhor Jesus Cristo?

Resposta: O Senhor Jesus Cristo é o Filho eterno de Deus, co-igual e co-eterno com o Pai

e o Espírito Santo.

João 1:1: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.

Colossenses 2:9: “Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade”.

1 Timóteo 3:16: “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou

em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo,

recebido acima na glória”.

Tito 2:13: “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande

Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”.

Veja também: Isaías 7:14; João 1:14, 18; 14:6-11; Filipenses 2:5-11; Tito 2:13; Hebreus 1:8.

Comentário

Deus é Espírito e, assim, invisível, isto é, incorpóreo (sem partes corporais) — João 4:24;

1 Timóteo 6:15-16. O Senhor Jesus Cristo em Sua encarnação é a revelação plena e final

e a representação do Deus eterno (João 1:1-3; 14:6-11; Colossenses 2:9; 1 Timóteo 3:16)

— a própria “exegese” de Deus (João 1:18). É no Senhor Jesus Cristo que o desejo natural

do homem de “ver” a Deus é cumprido (João 14:9). É em Sua personalidade e através dela

e das ações do Senhor Jesus durante o Seu ministério terreno que vemos a revelação do

poder e dos atributos morais de Deus. Em Sua transfiguração, vemos um vislumbre de Sua

glória eterna como o próprio Deus (Mateus 17:1-8; Marcos 9:1-8; Lucas 9:27-36; João 17:4-

5; 2 Pedro 1:16-18).

O eterno Filho de Deus encarnou-Se (tomou para Si uma verdadeira e completa natureza

humana, uma alma e um corpo) para a redenção dos pecadores (Lucas 1:35; Gálatas 4:4).

Ele não Se encarnou como um mero indivíduo, mas como um Homem Representante, “o

segundo homem”, “O último Adão” (Romanos 5:12-18; 1 Coríntios 15:45-47). É nesta quali-

dade que nós devemos ver e entender Sua humanidade, Sua perfeita obediência à Lei, Sua

tentação no deserto, Sua vida terrena e ministério, Seu sofrimento e morte, Sua gloriosa

ressurreição e Sua ascensão ao Céu para governar como o Deus-Homem no trono da Sua

glória (Mateus 28:18; 1 Coríntios 15:20-26; Filipenses 2:9-11; Hebreus 1:3).

Ele era e permanece sendo o perfeito e o imaculado Filho de Deus em virtude do Nasci-

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mento Virginal, e assim apenas Ele estava qualificado para ser o nosso Redentor e Salvador

(Gálatas 4:4-5; Lucas 1:26-35; Romanos 5:12-19). O Senhor Jesus Cristo não poderia ser

um mero ser humano e viver uma vida perfeita sob a Lei para depois sofrer e morrer pelos

pecadores — nem Sua vida, nem o sofrimento e a Sua morte realizariam qualquer coisa.

Ele apenas teria morrido como um mártir, e por Seus próprios pecados. A eficácia (efetivi-

dade) de Sua obra dependia de Sua Pessoa, da Sua natureza Divina e da Sua natureza

humana impecável.

Através da encarnação e na encarnação, o eterno Filho de Deus entrou no reino do tempo.

O Senhor Jesus Cristo é, portanto, o “Deus-Homem”, não o “Homem-Deus”. Com isto nós

queremos dizer que Ele era Deus o Filho, a segunda Pessoa da Triuna Divindade, que

tomou para Si uma natureza humana plena e completa através do milagre do Nascimento

Virginal, incluindo uma alma e um corpo, e não um homem que foi ou está em processo de

se tornar Deus. As duas naturezas dentro de nosso Senhor (isto é, a união hipostática de

Suas naturezas humana e Divina) não estão misturadas ou confusas, mas separadas e

distintas, ou seja, Ele não é metade Deus e metade homem. A encarnação foi necessária

para que o Senhor Jesus Cristo fosse o Mediador perfeito e eficaz entre Deus e os homens

(1 Timóteo 2:5), e, portanto, nosso Redentor, Salvador e Intercessor (Romanos 3:21-26; 2

Coríntios 5:21; 1 Pedro 3:18; 1 João 2:1). Por causa de Sua única Pessoa e Sua obra

redentora realizada, Ele sozinho se qualifica como o Salvador dos pecadores (Atos 4:12).

Os primeiros Pais da Igreja, visando salvaguardar do erro e da heresia as distinções eternas

dentro da Divindade, e usando a terminologia da Escritura, referiram-se à distinção eterna

entre o Espírito Santo, e o Pai, e o Filho como a “geração eterna” do Filho pelo Pai, para

salvaguardar a Filiação eterna do Senhor Jesus Cristo. Eles também se referem à distinção

eterna entre o Espírito Santo, o Pai e o Filho como a “processão eterna” do Espírito Santo,

como a Escritura declara que Ele procede do Pai e do Filho (João 14:16-17, 26; 16:7; Atos

2:32-33). Essa tentativa na linguagem da Escritura foi usada para preservar as distinções

dentro da Divindade e não para implicar qualquer subordinação, sucessão ou emanação.

Além da linguagem da Escritura, nós não ousamos ir. A encarnação do Filho eterno de

Deus permanece como o mais profundo mistério de todos os tempos. Negar a filiação

eterna de Cristo Jesus é negar a Trindade Ontológica e manter apenas a Trindade Econômi-

ca e, portanto, negar implicitamente a imutabilidade da natureza da Divindade. Veja a

Pergunta 23.

Através do Nascimento Virginal (Mateus 1:18-25; Lucas 1:26-35), através de Sua vida

completamente sem pecado e vivida sob a Lei (João 8:46; Gálatas 4:4-5; 1 Pedro 2:21-22),

e depois pela Sua morte sacrificial (Lucas 19:10; Filipenses 2:5-8; 1 Timóteo 1:15; Hebreus

9:12, 27-28) e pela Sua ressurreição (Mateus 28:5-6; Atos 2:22-33; Romanos 1:3-4) o nosso

Senhor se tornou o Deus-Homem, santo, impecável e único Redentor qualificado dos peca-

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dores (Atos 4:12), tornou-Se o nosso Grande Sumo Sacerdote (Hebreus 4:14-16; 5:5-10;

7:11-28; 1 João 2:1) e também o Juiz final de todos os homens (Atos 17:30-31; 2 Coríntios

5:10; Filipenses 2:9-11; Apocalipse 20:11-15). O nome “Jesus” (Gr. Iēsus, “Yahwéh é

salvação”) refere-se à Sua humanidade, “Cristo” (Gr. Christos, “O Ungido”) refere-se ao Seu

ofício e missão como o Messias prometido (João 1:41; 4:25) e “Senhor” (Gr. Kurios,

“Yahwéh”) refere-se à Sua Divindade e posição de exaltação (Mateus 28:18; Atos 2:36;

Filipenses 2:9-11; Hebreus 1:1-13). Seu nome completo e título apropriado é “O Senhor

Jesus Cristo”.

A natureza Divina do nosso Senhor formou a base para Sua personalidade e manteve Sua

natureza humana como o Deus-Homem na união hipostática (a união das duas naturezas

em uma Pessoa). Assim, Ele foi totalmente impecável, ou seja, Ele não pecou e não podia

pecar. As duas frases Latinas são posse non peccar, capaz de não pecar (pecável), e non

peccar posse, incapaz de pecar (impecável). A impecabilidade do nosso Senhor era neces-

sária para Sua obra redentora.

Embora a ênfase moderna esteja sobre a obra redentora de Cristo, ao invés de estar sobre

Sua Pessoa, a maioria das controvérsias, se analisarmos historicamente, têm sido centra-

das sobre a última. A grande questão discutida é a Divindade do Senhor Jesus Cristo e a

relação de Suas duas naturezas em uma só Pessoa. As heresias doutrinárias acerca da

Pessoa do Senhor Jesus Cristo foram:

Gnosticismo Valentiniano: que negou a verdadeira Divindade de Cristo por susten-

tar que o “elemento Cristo” veio sobre Ele no Seu Batismo e o deixou no jardim da

agonia antes de Sua crucificação. Assim, Ele morreu como um mero homem (João

1:14, 18).

Gnosticismo Docético: o qual dizia que toda a matéria era inerentemente má, negou

a verdadeira humanidade de Cristo, tendo-O como sendo um espectro (1 João 1:1;

4:2-3).

Monarquianismo Dinâmico: uma heresia antitrinitária do segundo século que nega-

va a Divindade de Cristo e ensinava que Ele era um mero homem e recebeu uma

unção no Batismo por isso estava em processo de se tornar Divino. Os representantes

modernos, a princípio, incluíam os Socinianos, Cristadelfianos, Unitarianos, Teosofis-

tas e Mórmons.

Monarquianismo Modalistico: uma heresia antitrinitária que sustentavam uma

Pessoa em três manifestações, ao invés de Pessoas distintas na Divindade. Também

chamada de Sabelianismo, Patripassianismo, etc. Pentecostais Unidos (“Só Jesus”)

ou a “Igreja Apostólica” é a representante moderna dessa antiga heresia.

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Arianismo: uma heresia antitrinitária que negava a Divindade absoluta de Cristo. Os

representantes modernos são os Socinianos e Russelitas (“Testemunhas de Jeová”)

(1 Timóteo 3:16).

Apolonarianismo: uma heresia antitrinitária que negava a verdadeira humanidade de

Cristo.

Eutiquianismo: ensinava a fusão das duas naturezas em Cristo.

Nestorianismo: este parecia indevidamente separar a união hipostática das duas

naturezas de Cristo em duas pessoas.

Monofisistismo: ensinava que Cristo tinha uma natureza composta, em vez de duas

naturezas distintas.

Monotelitismo: sustentava que Cristo tinha apenas uma vontade e, assim, humilhava

Sua verdadeira humanidade. Havia dois pontos de vista: a vontade humana foi fundida

com a vontade Divina de modo que apenas a vontade Divina agia, ou as duas vonta-

des foram fundidas em uma só. A mais moderna Teoria Kenosis, decorrentes de

Filipenses 2:7, a forma extrema desta teoria sustenta que Cristo se esvaziou de Sua

Deidade, ou de Sua natureza Divina, tornando-Se um mero homem. Formas modifi-

cadas desta teoria suscitam que de alguma forma Ele Se esvaziou de alguns dos

atributos Divinos e assim era inferior na Deidade.

As controvérsias a respeito da obra redentora de nosso Senhor são centradas sobre a

natureza e a extensão da expiação. Alguns sustentam que Ele sofreu e morreu por todos

os homens sem exceção e assim todos serão salvos (universalismo consistente), outros

afirmam que Ele morreu para tornar a salvação possível e assim todos os homens poderão

buscar a salvação se eles adicionarem a capacidade deles à Sua obra (universalismo incon-

sistente). Alguns consistentemente sustentam que nosso Senhor sofreu e morreu por um

povo específico, e que cada um desses será infalivelmente redimido (particularismo consis-

tente).

O Senhor Jesus Cristo é ao mesmo tempo o único Mediador entre Deus e os homens (1

Timóteo 2:5), o único Redentor e Salvador dos pecadores (Romanos 3:24-26; Efésios 1:5-

7) e o nosso Grande Sumo Sacerdote (Hebreus 4:12-16; 7:19-28; 8:1-2; 9:11-14, 24; 1 João

2:1). Ele será o Juiz de todos os homens que retornará (João 5:22). Ele também é o nosso

exemplo e sendo assim é a nossa meta. O Senhor Deus está no processo do resgate da

Sua imagem nos crentes e nós, constantemente, sendo conformados à imagem de Seu

Filho pela obra do Espírito Santo, em nossa adoção, em nossa santificação, em nossa

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correção e em nossa provação. Essa conformidade será completa na ressurreição para a

glória (Romanos 8:23, 29; 2 Coríntios 3:17-18; Filipenses 3:20-21). Para uma descrição

completa do Senhor Jesus Cristo, veja as Perguntas 70-76.

Você tem uma relação de salvação com o Senhor Jesus através da fé?

Pergunta 26: Quem é o Espírito Santo?

Resposta: O Espírito Santo é o Espírito eterno de Deus, co-igual e co-eterno com o Pai e

o Filho.

2 Coríntios 3:17: “Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor, aí há

liberdade”.

Mateus 28:19: “Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome

do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”.

Efésios 4:30: “E não entristeçais o Espírito Santo de Deus, no qual estais selados para o

dia da redenção”.

Veja também: Gênesis 1:2; Marcos 3:28-30; Atos 5:3-4, 9; 13:2-4; 16:6; 20:28; 1 Timóteo

4:1.

Comentário

Deus e o Espírito Santo são Pessoas distintas dentro da Divindade. Como a questão com

o Senhor Jesus Cristo tem sido a Sua Deidade, semelhantemente a grande questão a res-

peito do Espírito Santo tem sido a Sua personalidade distinta. Ele não é uma mera influên-

cia, uma força impessoal ou uma emanação de Deus (Atos 13:2, 4), Mas Ele possui peculia-

ridades, possui um poder e tem prerrogativas de uma personalidade distinta: Ele fala (Atos

13:2; 1 Timóteo 4:1), cria (Gênesis 1:2), comanda (Atos 13:2-4), possui julgamento inteli-

gente, possui prerrogativa (Atos 15:28, 20:28), proíbe (Atos 16:6), pode ser tentado, pode

Lhe mentirem (Atos 5:3-4, 9), pode ser entristecido (Efésios 4:30) e se pode pecar contra

Ele (Marcos 3:28-30). (Nosso Senhor por vezes usou a forma masculina em vez do neutro

no Grego para se referir ao Espírito Santo, quando a palavra “espírito” em si é neutra,

enfatizando, assim, a Sua personalidade: João 14:16, 26; 15:26; 16:8, 13-14). Ele estava

envolvido com as outras Pessoas da Divindade Triuna na Criação (Gênesis 1:1-3) e na

eterna Aliança da Redenção e da Graça (o propósito redentor eterno). Veja as Perguntas

67, 77 e 84.

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Os Pais da Igreja, visando salvaguardar as distinções eternas dentro da Divindade do erro

e da heresia, e usando a terminologia da Escritura, referiram-se à distinção eterna entre o

Espírito Santo e o Pai e o Filho como a “processão eterna” do Espírito Santo, como as

Escrituras declaram que Ele procede do Pai e do Filho (João 14:16-17, 26; 16:7, Atos 2:32-

33). Essa linguagem foi usada para preservar as distinções dentro da Divindade, e não foi

para implicar qualquer subordinação inerente, sucessão ou emanação. Negar a personali-

dade eterna do Espírito Santo é negar implicitamente a Trindade Ontológica e a imutabili -

dade da Divindade. Veja as Perguntas 23 e 25.

É o ofício peculiar do Espírito Santo aplicar a obra consumada da redenção ou da satisfação

de nosso Senhor (a obra consumada de Cristo) para a vida e a experiência individual do

Cristão — em especial: a regeneração, o arrependimento, a fé, a adoção e a santificação

— e para a Igreja coletivamente (Gálatas 5:22-23; Efésios 1:15-20; 13-14; 4:11-16, 30; 2

Tessalonicenses 2:13; 1 Pedro 1:2). Veja a Pergunta 84. Assim, Ele torna a nossa experiên-

cia Cristã possível e prática.

A obra do Espírito Santo na personalidade do crente é de uma graça capacitadora, transfor-

madora e santificadora. Os crentes são ordenados a andar no Espírito e assim não cumprir

os desejos da carne. O Espírito de Deus lhes impede de viver como eles viviam antes

(Gálatas 5:16-18). O “fruto do Espírito”, isto é, aquelas graças que o Espírito Santo manifes-

ta na vida, estão entre as marcas essenciais da graça (Gálatas 5:22-23). Veja a Pergunta

112.

Será que nós carregamos as marcas da graça e do Espírito de Deus em nossas vidas e

experiências?

Pergunta 27: O que as Escrituras ensinam a respeito do propósito de Deus?

Resposta: As Escrituras ensinam que Deus propôs eternamente todas as coisas sem

exceção para a Sua própria glória e para o bem maior.

Efésios 1:11: “Nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predesti-

nados, conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua

vontade”.

Romanos 8:28-30: “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem

daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. 29

Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem

de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. 30 E aos que predes-

tinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou; e aos que

justificou a estes também glorificou”.

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Veja também: Salmos 115:3; Isaías 46:9-11; Romanos 11:33-36; Efésios 1:3-14; 2:1-10;

Apocalipse 4:11.

Comentário

Deus como uma Pessoa com personalidade distinta é um Ser com propósito e determina-

ção. Como o próprio Deus é infinito, eminente e eterno, o Seu propósito em relação a Sua

criação é necessariamente um propósito todo-inclusivo e eterno. Assim como Sua persona-

lidade é infinitamente sábia e inteligente, Seu propósito deve ser semelhante.

As Escrituras revelam que Deus “faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade”,

isto é, que Ele propôs ou predeterminou todas as coisas. Isso é conhecido como pré-

ordenação ou predestinação. Por definição “predestinação” significa “determinar o destino

de antemão”. O termo tem um uso triplo na Escritura referindo-se: primeiro ao propósito

abrangente e eterno de Deus (Efésios 1:11); segundo ao Seu propósito soteriológico (per-

tencente a salvação) (Romanos 8:28-31; 9:1-24; Efésios 1:3-14); e terceiro ao propósito

escatológico realizado na glorificação do crente e conformidade final para com a imagem

de Cristo (Romanos 8:29).

O uso abrangente do termo pode ser descrito como o eterno (Isaías 46:9-10; Atos 15:18; 1

Pedro 1:20; Apocalipse 4:11), o imutável (Isaías 14:24; 46:11; Provérbios 19:21), o todo-

inclusivo (Atos 17:25, 28; Efésios 1:11; Apocalipse 4:11), o onisciente (Jr 51:15; Romanos

11:33-35;16:27; Efésios 3:10-11; 1 Timóteo 1:17; Judas 25), o justo (Isaías 45:21; Sofonias

3:5; Romanos 9:14), o santo (Êxodo 15:11; Isaías 57:15) e o amoroso (Romanos 8:38-39;

Efésios 1:3-5) decreto ou propósito de Deus (Isaías 14:24; Daniel 4:17, 24; Efésios 1:11),

por meio do qual, desde a eternidade, de dentro de Si mesmo (Salmos 115:3; Daniel 4:35;

Romanos 11:33-36; Efésios 1:5, 9) e para a Sua própria glória (1 Crônicas 29:11-13; Efésios

1:3-6, 12-14; Apocalipse 4:11), Ele determinou tudo o que acontece (Romanos 11:33-36;

Colossenses 1:17; Hebreus 1:3; Neemias 9:6).

Embora os termos “predestinar”, “predestinação” e “pré-ordenado” ocorram raramente nas

Escrituras, há uma grande variedade de termos nas Línguas originais (trinta e dois em

Hebraico e Grego) que conotam o propósito Divino, a determinação, a vontade, a soberania

e a predestinação. Eliminar a ideia da predestinação Divina das Escrituras mudaria comple-

tamente a natureza e o caráter de Deus, e assim tornaria as Suas promessas e profecias

relativas, nulas e vazias, destruindo a própria essência e o feitio das Escrituras. Seria, com

efeito, o abandono completo do Cristianismo Bíblico para um “Teísmo Aberto” ou “Teologia

do Processo” no qual o próprio Deus estaria crescendo e se expandindo com o universo, e

o futuro permaneceria desconhecido, até mesmo para Ele. Dizer “Deus” é dizer “propósito”,

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e dizer “propósito”, no contexto de Deus como revelado nas Escrituras, é dizer “predes-

tinação”.

A doutrina bíblica da predestinação é uma verdade mui gloriosa, mui misteriosa, e, contudo,

intensamente prática. Como parte da revelação Divina, a predestinação deve ser conheci-

da, estudada e acreditada (Atos 20:20, 26-27). Ela preserva a relação Criador-criatura que

permeia as Escrituras. A predestinação é a fonte de toda a graça, dando à livre e soberana

graça Sua natureza gloriosa e caráter distinto (Romanos 11:5-6; Efésios 1:3-11, 2:1-10). É

a expressão do soberano, eterno e imutável amor de Deus para com os Seus, e é o próprio

fundamento da confiança do crente e certeza da salvação (Deuteronômio 7:6-8; Romanos

8:28-39; Efésios 1:13-14; 1 Pedro 1:3-5; 18-20; 1 João 4:9-10, 19). A predestinação é a

fonte bíblica de toda a ousadia, encorajamento e conforto na aflição (Romanos 8:28-39; 1

Coríntios 15:58; Gálatas 6:7-9; Efésios 2:8-10). Corretamente entendida, é um incentivo

adequado para a santidade bíblica e ação responsável (Efésios 1:4; 2:8-10; Filipenses 1:29;

2:12-13; 2 Tessalonicenses 2:13; 1 Pedro 1:1-2; 1 João 2:28-3:3). Devemos lembrar sempre

que, nas Escrituras, Deus ordenou os meios, bem como ordenou também os fins. Veja as

Perguntas 67 e 68.

O suposto “Problema do Mal” deve ser considerado. Isso pode ser estabelecido nos seguin-

tes termos: “Como pode o mal existir em um universo criado e governado por um Deus

todo-poderoso e benevolente (inerente e completamente bom)?”. Este “problema” é mais

psicológico do que lógico, teológico ou filosófico. O homem preferiria envolver Deus e suas

ações na questão do que se submeter a Deus em completa confiança, mesmo sendo esse

um Deus benevolente no contexto de Sua onipotência e justiça (Romanos 9:11-24). Essa

questão é grandemente um assunto de incredulidade diante do testemunho bíblico concer-

nente ao propósito e paciência de Deus, no cumprimento de Seu eterno propósito. Mas

continua a ser uma questão frequentemente lembrada como uma refutação aos crentes em

geral, e àqueles que sustentam a soberania Divina bíblica em particular.

As respostas possíveis, de acordo com o raciocínio humano, são:

Primeiro, se o mal existe (e ele de fato existe como uma realidade triste e terrível),

então, não há nenhum Deus onipotente (todo-poderoso) e benevolente — o argumen-

to do ateu.

Segundo, o mal existe, e, portanto, se Deus existe, Ele deve ser ou limitado em Seu

poder ou arbitrário em Seu caráter moral — o argumento dos que defendem um

conceito não-bíblico (pagão) de Deus.

Terceiro, o mal existe, portanto, há mais de um único Deus, ou há forças iguais (o bem

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e o mal) em conflito. Este é o argumento não-bíblico (pagão) daqueles que postulam

um dualismo (um “deus bom” e um “deus mau” ou forças opostas ou princípios do bem

e do mal iguais) em conflito pelo controle do universo.

Quarto, o mal não existe, exceto como uma ilusão no nosso pensamento humano —

a visão de alguns cultos ocidentais e religiões orientais (por exemplo, da Ciência Cristã

(Christian Science) e o Budismo). Isto faria qualquer distinção final entre o bem e o

mal arbitrária e, portanto, nega a autoconsistência moral do caráter Divino.

Quinto, o mal existe como um mistério, independente de Deus, que permanece em

um determinado (limitado) grau poderoso e benevolente, necessariamente operando

em um sentido utilitário. Esse é o argumento inconsistente de alguns (incluindo os

Pelagianos e os Arminianos) que tentam livrar Deus da acusação de ser o “autor do

pecado”, e ainda procuram manter a Sua bondade.

Finalmente, o mal existe no universo de um Deus benevolente e onipotente, o Qual é

completamente soberano sobre ele e usa-o para a Sua própria glória e para o bem

maior — o consistente argumento do Cristão bíblico (Calvinista consistente).

Esta afirmação final é a única visão que pode ser consistentemente alinhada com o ensino

das Escrituras (por exemplo: Gênesis 50:20; Juízes 2:15; 9:23; 1 Samuel 16:14; 2 Reis

22:16; Salmos 76:10; Isaías 10:5-15; 45:7; Amós 3:6; Atos 4:27-28; Romanos 8:28; 9:11-

21). Qualquer outra visão, decorre de raciocínio humanista pecaminoso, e, assim, questio-

nador de Deus e de Suas ações (Romanos 9:19-21), procura apontar uma incoerência

(inconsistência) nas Escrituras e no sistema Cristão. Essas visões negam a Deus e o Seu

poder sobre o mal ou limitam Deus e procuram rebaixá-lO até o nível finito (Romanos 1:21-

25) e destruir Sua soberania e autoconsistência moral — e assim qualquer fundamento sufi-

ciente ou consistente para coerência Divina.

Não é incoerente, a existência do mal em um universo criado e governado por um Deus

todo-poderoso e benevolente se Deus tem uma razão moralmente suficiente para este mal

existir. Tal visão não tira todo o mistério do problema do mal. Deus é infinito, e assim são

também Sua sabedoria, poder e propósito. Nós somos finitos, e simplesmente não pode-

mos compreender tudo o que está implícito neste profundo assunto. Por que Deus, o Altís-

simo, que é de forma absoluta autoconsistente moralmente, deveria ordenar o mal, deve

em um determinado grau permanecer um mistério para os seres finitos.

Além disso, ao considerar o problema do mal, alguém deve levar em conta a realidade do

tempo. O que poderia ser considerado como o mal no contexto da realidade passada ou

presente pode mais tarde vir a ser grande bênção ou resultar em tal (Gênesis 42:36, 50:20;

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Atos 4:27-28; Romanos 8:28-31). Finalmente, apenas se Deus está no controle absoluto do

mal é que Ele pode ordená-lo para o bem, e nós podemos confiar no propósito, profecias e

promessas de Sua Palavra.

Confiamos no propósito de Deus, embora não possamos entendê-lo? Reclamamos contra

Sua providência? Pela fé podemos compreender a verdade de Romanos 8:28?

Pergunta 28: O que as Escrituras ensinam sobre o caráter moral de Deus?

Resposta: As Escrituras ensinam que Deus é santíssimo e justíssimo, isto é, completa-

mente justo e reto, ou moralmente autoconsistente.

1 Pedro 1:15-16: “Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos

em toda a vossa maneira de viver; 16 porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou

santo”.

Salmos 145:17: “Justo é o Senhor em todos os seus caminhos, e santo em todas as suas

obras”.

Veja também: Isaías 6:1-3; 57:15; Romanos 3:21-26.

Comentário

Deus é moralmente autoconsistente, ou seja, Ele é, santíssimo e justo e, portanto, não pode

ser inconsistente em Seu caráter moral. Ele é ao mesmo tempo reto e justo, nunca errado

ou injusto e por ser absolutamente justo, tudo o que Ele faz ou ordena é correto (Gênesis

18:25). Porque o magnífico e excelentíssimo Deus é absoluto e transcendente, não existe

lei moral alguma ou princípio maior do que o caráter moral dEle. O homem é inteiramente

responsável perante Deus, mas Ele não é de forma alguma responsável perante o homem

— ou de qualquer outra pessoa. Embora Deus não seja responsável perante o homem,

contudo, os crentes são desafiados a pleitear Suas promessas e perseverar em sincera

oração (Lucas 11:1-13; 18:1-8; Tiago 5:16-18).

Deus é absoluto, nunca arbitrário, como Ele próprio é tanto a fonte, suporte e fim de todas

as coisas, quanto é de forma moral autoconsistente (absolutamente justo), por isso, Ele não

pode arbitrariamente retirar o pecado — Ele deve ser propiciado. Sua autoconsistência

moral exige que o pecador seja punido, ou um substituto inocente e adequado tome o lugar

do pecador (expiação vicária ou substitutiva). O propósito eterno e redentor de Deus é

redimir um povo da aliança, torná-los conformáveis à Sua autoconsistência moral e confor-

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má-los à imagem de Seu Filho (Romanos 8:29; 2 Coríntios 3:17-18; Efésios 1:3-7; 1 Pedro

1:15-16; 2:9). Este propósito redentor necessariamente liberta da culpa, da penalidade

(justificação), da contaminação, do poder (santificação) e da presença (glorificação) do

pecado (Romanos 8:29-30).

Você já foi reconciliado com este Deus através do Senhor Jesus Cristo?

Pergunta 29: O que as Escrituras ensinam sobre a bondade amorosa de Deus?

Resposta: As Escrituras ensinam que Deus é consistente em Seu amor, graça e miseri-

córdia.

João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para

que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

1 João 4:8, 16: “Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor... 16 E nós

conhecemos, e cremos no amor que Deus nos tem. Deus é amor, e quem está em amor

está em Deus, e Deus nele”.

Veja também: Êxodo 34:6-7; Salmos 23:6; 103:8-14; 136:1-26; Romanos 8:35, 38-39;

Gálatas 2:20; Efésios 1:6; 2:4-5.

Comentário

Deus tem uma benevolência geral para com toda a Sua criação. Isto faz com que Ele se

importe providencialmente com Sua criação, incluindo a terra (Levítico 26:34-35; 2 Crônicas

36:21), as plantas (Mateus 6:28-30), os animais (Deuteronômio 25:4; Salmos 147:9; Mateus

10:29; 12:11-12) e a humanidade (Mateus 10:28-31; Romanos 8:28-39). Esta benevolência

geral, no entanto, não deve ser confundida com o Seu amor redentor. Este amor deve pos-

suir um caráter ou qualidade moral definitiva. O amor redentor está em perfeita harmonia

com os outros atributos de Deus. É um amor santo, justo, infinito, inteligente, gracioso e

perfeito. Tal amor deve ter objetos definidos; por necessidade tal amor não poderia ser por

tempo indeterminado ou de natureza nebulosa. Os objetos deste amor Divino e redentor

são os eleitos de Deus dentre os judeus e os gentios (João 3:16; Efésios 1:3-7). Os Cristãos

devem refletir este amor em suas próprias vidas e relacionamentos (Mateus 22:36-40; João

13:34-35; Romanos 13:8-10; 1 João 3:10-18).

A graça é um favor imerecido na posição ou lugar da ira merecida. A graça Divina vê os

pecadores inteira ou totalmente como indignos de amor e bondade. Contudo, move-se em

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direção a eles para abençoar, ao contrário da ira e do julgamento que eles tão justamente

merecem. Existem dois aspectos da graça Divina para com os homens pecadores: a graça

comum ou a bondade de Deus para com os homens em geral, e a graça salvífica, ou o pro-

pósito redentor de Deus exercido pessoal e efetivamente em direção aos objetos da salva-

ção tanto na eternidade quanto no tempo. Veja a Pergunta 78.

A graça vê indignos os pecadores, a misericórdia os vê sofrendo sob as devastações e

limitações do pecado, e tem piedade deles (Salmos 103:13-17). As Escrituras enfatizam

que a “misericórdia de Deus dura para sempre” (Salmos 136), ou seja, que Ele é longânime

e mostra a Sua amorosa bondade e compaixão para com aqueles que não merecem.

Você já encontrou esta graça e misericórdia?

ORE para que o ESPÍRITO SANTO use este Catecismo para trazer muitos

ao conhecimento salvífico de JESUS CRISTO para a glória de DEUS PAI!

Sola Scriptura! Sola Gratia! Sola Fide!

Solus Christus! Soli Deo Gloria!

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Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

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Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

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Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

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Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

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Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

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Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

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Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.