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A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NO ECOTURISMO DE BONITO, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL THE IMPORTANCE OF WATER IN THE ECOTURISMO OF BONITO, MATO GROSSO DO SUL, BRAZIL Lilian Brandão de Oliveira Jornada¹ - [email protected] Marcela Paiva da Silva¹ - [email protected] Taciany Ferreira de Souza¹ - [email protected] Suellem Petilim Gomes¹ - [email protected] ¹Mestres em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional Universidade Anhanguera/Uniderp Resumo: Bonito destaca-se no cenário nacional como uns dos destinos mais procurados quando o assunto é ecoturismo. Segundo a Prefeitura do município, a região chega a receber cerca de 100 mil turistas por ano, além de acumular prêmios significativos quanto a atividade turística, como por exemplo, o melhor destino de ecoturismo no Brasil em 2007, pela revista Viagem e Turismo, melhor projeto sustentável do Brasil e melhor atração turística - Rio da Prata em 2008 pelo Guia Quatro Rodas. Para entender a importância da paisagem no Planalto da Bodoquena foram escolhidos locais para visitações. Os locais escolhidos para conhecimento e visitação foram o Buraco das Araras, Gruta do Lago Azul; Rio Formoso, onde foi realizada a descida de bote até a Ilha do Padre; Nascente do Rio Baía Bonita e o Balneário Municipal. Após realização das visitas, foi efetuado levantamento bibliográfico, onde o enfoque foi a relação entre o papel da água e o ecoturismo de Bonito-MS, bem como a descrição dos pontos visitados. A prática da visitação deve estar relacionada ao conjunto de facilidades de interpretação do ambiente associado ao programa de educação ambiental, visando transmitir conhecimentos, instruindo e cativando as pessoas para conservação desses ambientes e só assim serão minimizadas as alterações causadas por influência antrópica. Palavras-chaves: Água, Pontos Turísticos, Visitações, Turismo. Abstract: Bonito City stands out on the national scene as one of the most popular destinations when it comes to ecotourism. According to the prefecture of the county, the region receives up to about 100 thousand tourists per year, besides accumulating awards as a significant tourist activity, such as the best ecotourism destination in Brazil in 2007, by the magazine Travel and Tourism, best Brazil's sustainable design and best tourist attraction Silver River in 2008 by Guide all Four Wheels. To understand the importance of landscape in Bodoquena Plateau sites were chosen some places for visitation. The places chosen for knowledge and visitation were the Hole Macaws, the Blue Lake Cave, the Formoso River, where was held the raft down to Padre Island, East River and Bay Bonita Spa City. After completion of the visits was made literature, where the focus was the relationship between the role of water and the ecotourism in Bonito-MS, as well as the description of the points visited. The practice of visitation should be related to the set of facilities interpretation of the environment associated with the environmental education program, aimed at imparting knowledge, teaching and captivating people to conserve these environments are minimized and only then the changes caused by human influence. Key-words: Water, Landmarks, Visitations, Tourism.

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Page 1: A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NO ECOTURISMO DE BONITO, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL - LILIAN BRANDÃO DE OLIVEIRA JORNADA, MARCELA PAIVA DA SILVA, TACIANY FERREIRA DE SOUZA, SUELLEM PETILIM

A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA NO ECOTURISMO DE BONITO, MATO

GROSSO DO SUL, BRASIL THE IMPORTANCE OF WATER IN THE ECOTURISMO OF BONITO, MATO GROSSO DO

SUL, BRAZIL

Lilian Brandão de Oliveira Jornada¹ - [email protected]

Marcela Paiva da Silva¹ - [email protected]

Taciany Ferreira de Souza¹ - [email protected]

Suellem Petilim Gomes¹ - [email protected]

¹Mestres em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional

Universidade Anhanguera/Uniderp

Resumo: Bonito destaca-se no cenário nacional como uns dos destinos mais procurados quando

o assunto é ecoturismo. Segundo a Prefeitura do município, a região chega a receber cerca de 100

mil turistas por ano, além de acumular prêmios significativos quanto a atividade turística, como

por exemplo, o melhor destino de ecoturismo no Brasil em 2007, pela revista Viagem e Turismo,

melhor projeto sustentável do Brasil e melhor atração turística - Rio da Prata em 2008 pelo Guia

Quatro Rodas. Para entender a importância da paisagem no Planalto da Bodoquena foram

escolhidos locais para visitações. Os locais escolhidos para conhecimento e visitação foram o

Buraco das Araras, Gruta do Lago Azul; Rio Formoso, onde foi realizada a descida de bote até a

Ilha do Padre; Nascente do Rio Baía Bonita e o Balneário Municipal. Após realização das visitas,

foi efetuado levantamento bibliográfico, onde o enfoque foi a relação entre o papel da água e o

ecoturismo de Bonito-MS, bem como a descrição dos pontos visitados. A prática da visitação

deve estar relacionada ao conjunto de facilidades de interpretação do ambiente associado ao

programa de educação ambiental, visando transmitir conhecimentos, instruindo e cativando as

pessoas para conservação desses ambientes e só assim serão minimizadas as alterações causadas

por influência antrópica.

Palavras-chaves: Água, Pontos Turísticos, Visitações, Turismo.

Abstract: Bonito City stands out on the national scene as one of the most popular destinations

when it comes to ecotourism. According to the prefecture of the county, the region receives up to

about 100 thousand tourists per year, besides accumulating awards as a significant tourist

activity, such as the best ecotourism destination in Brazil in 2007, by the magazine Travel and

Tourism, best Brazil's sustainable design and best tourist attraction – Silver River in 2008 by

Guide all Four Wheels. To understand the importance of landscape in Bodoquena Plateau sites

were chosen some places for visitation. The places chosen for knowledge and visitation were the

Hole Macaws, the Blue Lake Cave, the Formoso River, where was held the raft down to Padre

Island, East River and Bay Bonita Spa City. After completion of the visits was made literature,

where the focus was the relationship between the role of water and the ecotourism in Bonito-MS,

as well as the description of the points visited. The practice of visitation should be related to the

set of facilities interpretation of the environment associated with the environmental education

program, aimed at imparting knowledge, teaching and captivating people to conserve these

environments are minimized and only then the changes caused by human influence.

Key-words: Water, Landmarks, Visitations, Tourism.

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1. Introdução

Atualmente o ecoturismo é um grande consumidor da natureza, nas últimas décadas essa

prática foi intensificada devido a “fuga” dos centros urbanos pelas pessoas que procuram

recuperar o equilíbrio psicofísico em contato com ambientes naturais durante o seu tempo de

lazer. O princípio da utilização de forma sustentável, a conservação do ambiente e os aspectos

sócio-culturais do local foram os principais fatores responsáveis pelo crescimento do ecoturismo,

sendo assim fatores primordiais para o desenvolvimento do ecoturismo (VASCONCELOS,

2009).

Conforme Tundisi (2003) o ecoturismo desenvolve-se em rios e represas do interior do

Brasil, pois o acesso é mais fácil e a logística é adequada. Entretanto, para a consolidação do

turismo é necessário água de excelente qualidade. Entre os inúmeros atrativos naturais que se

destacam no Brasil, podemos citar o uso da água como o principal atrativo. O Estado de Mato

Grosso do Sul possui uma diversidade de belezas naturais, o que atrai milhares de pessoas todo

ano. A demanda crescente favoreceu um rápido desenvolvimento do setor turístico e também

colocou este potencial natural e paisagístico sob risco de degradação ambiental.

A cidade de Bonito, em Mato Grosso do Sul, possui diversas belezas naturais e são

utilizados principalmente para práticas esportivas nos rios (flutuação, canionismo, passeio de

bote, entre outros). É visitado por aproximadamente 70.000 pessoas por ano, sendo o turismo o

responsável por aproximadamente 56% dos empregos gerados, movimentando aproximadamente

17 milhões de reais em 2002 (VASCONCELOS, 2009).

Segundo Barbosa e Zamboni (2000) cerca de 80% dos atrativos procurados pelos turistas

são da modalidade do ecoturismo, seguido de 25% da modalidade de turismo de aventura e 5%

da modalidade de turismo de lazer.

2. Revisão Bibliográfica

Dentre os fatores que apresentam o principal atrativo turístico de Bonito e região é

observado na sua hidrográfica do rio Paraguai, sub-bacia do Miranda e Aquidauana, rede de

drenagem que está inserida na Bacia, sendo seus principais cursos d’água o Rio Miranda, Rio

Formoso e Rio da Prata. Os rios que nascem no município são o rio do Peixe, rio Formoso, rio

Perdido e Sucuri, que têm grande importância para o desenvolvimento do turismo no município

(TRETIN, 2006).

As águas transparentes e alcalinas dessa região, as quais nos remetem, muitas vezes, ao

azul brilhante do cobalto, mas também a diversidade de peixes e plantas torna o ambiente ainda

mais exuberante. Essa região possui diversas belezas naturais, sendo utilizada para práticas

esportivas, visitação às cavernas surgidas pela formação geológica do Planalto da Bodoquena,

cujo subsolo é formado por rochas calcárias. As inúmeras belezas da região, tão procuradas por

turistas, são decorrentes dessas rochas (BOGGIANI, 1999; BRASIL, 2002).

O carste da Província Espeleológica da Serra da Bodoquena possui base carbonática e é o

responsável pela existência de rios de águas cristalinas e cachoeiras que mudam de tamanho

constantemente pela deposição de tufas calcárias e cavidades naturais subterrâneas. Isso ocorre

porque o calcário apresenta minerais solúveis, que se dissolvem sob a ação de águas aciduladas.

A dissolução do calcário na forma de bicabornato de cálcio dá a água o gosto salobro, sendo

denominada “água dura”, por também apresentar características que dificulta a formação de

espuma e o endurecimento do cabelo. Os calcários ali presentes são muito puros, e ao se

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dissolverem possibilitam que as águas transpareçam límpidas, sendo, portanto, transparentes por

não existir nada que as turvem (BOGGIANI, 1999; BRASIL, 2002).

As plantas aquáticas (algas, musgos, samambaias e plantas com flores) são um dos

componentes mais importantes para a determinação da paisagem subaquática, contribuindo para a

beleza cênica na região. Esses organismos desempenham papel fundamental na manutenção do

ecossistema aquático, por serem essenciais na cadeia alimentar, do qual os peixes são a parte

mais visível e admirada (POTT, 1999). A presença de plantas aquáticas permite o aumento da

diversidade de comunidade de animais do que em locais, pois aumentam a complexidade

estrutural do ambiente, permitindo maior diversidade de modos de vida (FROEHLICH, 1999).

Dentre as espécies pertencentes dessa comunidade aquática destacam-se os peixes por

serem espécies de animais facilmente encontrados entre as plantas aquáticas, podendo se

alimentar diretamente destas, como Leporinus spp. e Schizodon spp. As partes aéreas dessas

plantas também servem de abrigo, alimento e local para reprodução de algumas espécies como

Brycon microlepis, Ludwigia e Echinodorus. Além deles, nos bancos de plantas aquáticas ao

redor da Serra da Bodoquena, são abundantes muitas espécies de peixes como Hyphessobrycon

eques, Aphyocharax, Odontostilbe, Corydoras spp., Crenicichla spp., Laetacara dorsigera, entre

outros. Essas espécies também se alimentam de outros organismos que estão nesse local

(FROEHLICH, 1999).

A água de Bonito é de extrema importância econômica e social para o município, o que

nos leva a estabelecer uma possível conexão entre os recursos hídricos disponíveis e sua

valoração. Valorar economicamente um recurso ambiental significa determinar quanto melhor ou

pior ficará o bem estar das pessoas em função da mudança na quantidade e qualidade de bens ou

serviços (SILVA, 2001). Assim, Completa Motta (2000 apud Silva, 2001):

O valor econômico de um recurso natural, não mensurado pela

teoria econômica tradicional, assume papel importante como medida

protecionista do uso sustentável dos recursos, como mecanismo de

mensuração monetária de externalidades oriundas de projetos de

investimentos, como método de indenizações judiciais, como forma de

defesa ética do meio ambiente e ainda como função estratégica dos

recursos naturais para o desenvolvimento dos países.

O custo da má utilização de um determinado recurso acaba gerando prejuízos às

comunidades que dele se utilizam ou a outras que, embora não se beneficiem de sua exploração,

direta o indiretamente, também contabilizam os custos de sua recuperação, quer seja pelo

pagamento de impostos quer seja pela perda da qualidade ambiental (Silva & Weiss, 2000).

Até o início dos anos 90, a economia de Bonito era sustentada por atividades do setor

primário, como a pecuária de corte e no plantio de soja. Contudo, o turismo, uma atividade

recente até então, expandiu-se a ponto de tornar-se um dos principais focos de da economia local

nos dias de hoje. Mesmo a pecuária apresentando um faturamento superior ao do ‘trade’ turístico,

seu impacto na economia local é menor do que os das atividades turísticas (Barbosa e Zamboni,

2000).

Devido à decadência da atividade econômica agropecuária, no final do século passado, o

ecoturismo foi indicado como solução econômica. Segundo Alho et al. (2007) a economia da

região é a pecuária bovina e a mineração de calcário. Como opção econômica as fazendas que

possuem atrativos naturais, como rios de águas claras, mudaram seu enfoque econômico da

pecuária para o ecoturismo.

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3. Justificativa

A água é de fundamental importância para o turismo desenvolvido em Bonito/MS. Por

meio do uso desse recurso natural o município oferece inúmeros passeios e atrativos, por meio

dos quais, o desenvolvimento econômico-social cresceu significativamente. A região da

Bodoquena tem sido apontada com uma área importante de fluxo e armazenamento de água

subterrâneas do Complexo Guarani (ANA, 2004 apud ALHO et. al. 2006).

Bonito destaca-se no cenário nacional como uns dos destinos mais procurados quando o

assunto é ecoturismo. Segundo a Prefeitura do município, a região chega a receber cerca de 100

mil turistas por ano, além de acumular prêmios significativos quanto a atividade turística, como

por exemplo, o melhor destino de ecoturismo no Brasil em 2007, pela revista Viagem e Turismo,

melhor projeto sustentável do Brasil e melhor atração turística - Rio da Prata em 2008 pelo Guia

Quatro Rodas.

Conforme a Empresa Brasileira de Turismo (EMBRATUR) em 2007 os principais

destinos no Brasil foram: São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná. Já o estado de

Mato Grosso do Sul, ocupa a 10ª colocação no ranking brasileiro, recebeu 55.209 turistas em

2007 (VASCONCELOS, 2009).

4. Material e Métodos

Para entender a importância da paisagem no Planalto da Bodoquena foram escolhidos

locais para visitações. Foi estabelecida uma programação, onde os mestrandos do Programa de

Pós Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional da Universidade

Anhanguera/Uniderp, turma de 2009, pela disciplina Prática de Campo, realizaram visitas aos

locais estabelecidos. Foram visitados pontos turísticos localizados no município de Bonito,

estado de Mato Grosso do Sul, Brasil, onde a cidade de Bonito esta sob as coordenadas

geográficas 21º 15' 48'' S e 56º 33' 36'' W.

Os locais escolhidos para conhecimento e visitação foram o Buraco das Araras, a Gruta

do Lago Azul; Rio Formoso, onde foi realizada a descida de bote até a Ilha do Padre; Nascente da

Baía Bonita e Balneário Municipal (Figura 1).

Após realização das visitas, foi efetuado levantamento bibliográfico, onde o enfoque foi a

relação entre o papel da água e o ecoturismo de Bonito-MS, bem como a descrição dos pontos

visitados.

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Figura 1. Imagem do município de Bonito-MS. Pontos visitados 1- Gruta do Lago Azul; 2 – Ilha do Padre; 3

– Descida de Bote no Rio Formoso; 4 – Nascente Rio Baía Bonita; 5 – Balneário Municipal; 6 – Buraco das Araras.

5. Resultados e Discussão

Caso o recurso natural sofrer, de alguma forma, com impactos advindos de

comportamentos inadequados e agressivos ao ecossistema visitado, impõem aos rios e bacias da

região interferências na paisagem, perturbação dos ritmos naturais da flora e da fauna,

contribuindo com a redução da diversidade biológica a tal ponto que a sua recuperação poderá vir

a ficar comprometida. Porém, um planejamento adequado da visitação turística pode minimizar

alguns desses problemas. Dentre outros, esse é um dos principais objetivos do planejamento da

atividade turística (RUSCHMANN,1997 apud Silva & Weiss, 2000).

a. Buraco das Araras

O Buraco das Araras possui forma elíptica com aproximadamente 100 metros de

profundidade. A dolina localiza-se a aproximadamente 2,5 km da margem esquerda do rio Verde

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e a aproximadamente 7 km da margem direita do rio da Prata, possuindo drenagem dentrítica dos

rios (PIVATTO; SAMPAIO, 2008). No ano de 2007, 29 hectares da Fazenda Alegria foram

transformados em Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), devido a sua beleza singular

e grande relevância ecológica.

Possui em seu interior um lago que não sofre mudança sazonal. A região denota possuir

uma drenagem subterrânea bem desenvolvida e a área em questão é uma zona de recarga de

aqüífero cárstico muito suscetível a contaminação por agentes poluidores e a água passa

livremente pelo calcário por não existir processos de filtragem. Para que seja mantida a

integridade desse ambiente extremamente frágil, a vegetação arbórea possui um papel importante

devido a sua proteção contra a poluição em áreas de recarga, e evitando a infiltração excessiva da

água da chuva entre as fissuras da rocha (PIVATTO; SAMPAIO, 2008).

Para que essa área seja protegida, a Resolução CONAMA 347 de 2004, cita que “a área

de influência das cavidades naturais subterrâneas será a projeção horizontal da caverna acrescida

de um entorno de duzentas e cinqüenta metros em forma de poligonal convexa”. A área em torno

abriga outras propriedades que possuem atividade de criação de gado. Como conseqüência, a

vegetação em torno da dolina não está sendo preservada, devido a invasão de espécies de

gramíneas exóticas, como a Braquiária (Brachiaria sp.) que compete com a vegetação local,

impedindo que a vegetação do cerrado sobreviva a competição e ao pisoteio do gado. A portaria

do IBAMA 887, de 1990, proíbe o desmatamento dentro dessa área (PIVATTO; SAMPAIO,

2008).

b. Gruta do Lago Azul

Além dos rios e córregos em rochas calcárias, as feições geológicas com porosidade e

permeabilidade do subsolo facilitam a percolação da água subterrânea e polarizam os processos

de dissolução e precipitação de carbonatos de cálcio e carbonatos de magnésio na formação de

estalagmites e estalactites, que também constituem atrativos de ecoturismo nas grutas da região.

Grutas com lagos submersos e cachoeiras são muito procuradas pelos turistas (ALHO et. al.,

2006)

De propriedade do governo do Estado de Mato Grosso do Sul, tem a visitação

administrada pela Prefeitura Municipal. É a gruta mais conhecida, constituída por um salão de

piso inclinado com lago subterrâneo situado a mais de 50 m da superfície. Apresenta entrada

circular com aproximadamente 40 m de diâmetro, o que permite, nos meses de setembro a

fevereiro, a incidência direta de raios solares sobre a superfície do lago, que adquire uma

coloração azul intensa. Existem ainda galerias superiores e laterais de acesso difícil, e ainda,

vedadas à visitação. No fundo de seu lago foram encontradas ossadas de mamíferos

pleistocênicos.

A proposta foi a observação da formação de Grutas da Serra da Bodoquena, na

compreensão de unidades de paisagem e a prática do turismo com uso de normas internacionais.

A visitação é sempre guiada, com prévio agendamento pelas agências de turismo credenciadas, e

a trilha é percorrida com contemplação do lago azul. A infra-estrutura disponível atualmente é

composta por receptivo com lanchonete e loja de souvenirs (terceirizado) e sanitários.

Os recursos ambientais da Gruta são extremamente frágeis. Como impactos negativos

pode observar: O material orgânico e inorgânico levado para dentro das cavernas nas roupas,

cabelos, corpo e sapato dos turistas podem alterar a biocenose local, porque muitos esporos de

fungos que não fazem parte do habitat da gruta podem ser levados juntamente com os turistas;

danificação ou destruição das formações do meio físico; alterações no habito e comportamento da

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fauna cavernícola, como peixes, insetos, entre outros e as alterações nas taxas de gás carbônico

(CO2), umidade e temperatura;

Autores como Oliveira e Spoladore (2009), atestaram que apenas a respiração dos turistas

já altera a quantidade de gás carbônico dos ambientes cavernícolas, principalmente nos salões e

galerias das grutas e essa alteração pode causar a dissolução dos espeleotemas. Existem impactos

também em decorrência da construção dos degraus, que mudam a paisagem e também o toque

dos turistas na rocha e no solo. A compactação do solo gerado pelas trilhas não permite que os

organismos do local sobrevivam.

Toda a área no entorno da gruta está conservada e em 2001 foi transformada numa

Unidade de Conservação de Proteção Integral, por meio do Decreto n° 10.394, de 11 de junho de

2001(LOBOS; CUNHA, 2009).

c. Rio Formoso

A oferta de atrativos turísticos do município de Bonito proporciona uma grande variedade

em beleza cênica, beleza essa atribuída as características da água existente na região. São várias

as opções de lazer advindas dos recursos hídricos, entre eles citam-se a contemplação paisagística

da natureza, a observação da fauna, especialmente de peixes e alguns mamíferos, e ainda todas as

opções de passeios como a prática de mergulho no rio Sucuri, descida de bote pelo rio Formoso, a

prática do bóia-cróss, entre outros.

Os passeios são realizados em botes de borracha com capacidade para até 14 pessoas;

percorrem um trecho de cerca de 7 km ao longo do Rio Formoso, descendo algumas quedas

d’água. A descida de bote pelo rio Formoso teve como objetivo o reconhecimento de formações

de tufas calcárias e abordagem sobre a importância e fragilidade do local para a prática do

ecoturismo. No percurso, é possível a observação de pássaros e macacos e, ocasionalmente,

cobras sucuris enroladas em troncos de árvores.

Como impactos, pode-se notar que sem limite de carga estabelecido, o volumoso trânsito

de botes, principalmente em período de alta temporada, tem sido motivo de preocupação.

Ademais, nos períodos de estiagem, quando o nível das águas é mais baixo, botes que não tem

restringido a lotação têm provocado problemas de erosão. Além de que no receptivo foi retirada a

mata ciliar, sendo que essa área é uma área de APP (Área de Preservação Permanente), onde a

vegetação deve ser preservada em um raio de 5 metros. As degradações das matas ciliares têm

levado à erosão das margens dos rios ocasionando em períodos de chuva a carreação de

sedimentos para os rios, provocando turbidez e modificando a transparência da água (ALHO et.

al., 2006).

d. Nascente Baía Bonita

O calcário dissolvido na água absorve e decanta as impurezas deixando a água cristalina.

O contraste das águas cristalinas, com o verde da vegetação e a riqueza de peixes atendem a

expectativa do visitante tornando a região um dos principais destinos do ecoturismo do país

(ALHO et. al. 2006). Em alguns pontos de visitação e mergulho turístico a visibilidade na água

pode alcançar 50 a 60 metros (Sabino & Andrade, 2003 apud Alho et. al. 2006).

Um dos locais mais visitados entre os muitos atrativos de Bonito, a Baía Bonita é também

chamada de “Aquário Natural”, pela quantidade de peixes que ficam próximos aos turistas que ali

mergulham. Desses, a piraputanga (Brycon microlepis), é o mais comum. Como na maioria dos

rios e lagos da região, a Baía Bonita também possui águas transparentes, que afloram do fundo

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por meio das surgências. As águas dessa nascente fluem para o rio Formoso por um pequeno

curso, por isso denominado rio Baía Bonita (FROEHLICH, 1999).

A nascente do rio Baía Bonita oferece uma rara oportunidade de snorkeling num lago

cristalino como pode ser visto na figura 1, que possibilita a visão de peixes ornamentais e plantas

aquáticas. A flutuação é feita num percurso de 900 metros com barco de apoio. O passeio

continua por uma trilha na mata ciliar, piscinas naturais, cachoeiras, cama elástica e carretilha.

Arquitetura orgânica, restaurante, piscinas e hidromassagem no local. Está localizada a sete km

de Bonito. A proposta foi avaliar o turismo nos aspectos de formação de ambientes de nascentes,

surgência, ressurgência e dissolução de rochas calcárias – contextualização sobre a riqueza e

importância da icitofauna, fragilidade para a prática do turismo ao longo do roteiro do rio Baía

Bonita.

Figura 1- Transparência da água da Baía Bonita, Bonito, MS.

Segundo Sabino e Andrade (2003), dependendo do comportamento do visitante os

impactos podem variar sua magnitude. Na Nascente Baía Bonita, os visitantes treinam antes a

flutuação para se obter um mínimo impacto ao Aquário Natural. O uso obrigatório de roupa de

neoprene, juntamente com colete salva-vidas e sandálias de borracha, aumenta a flutuabilidade do

visitante e amplia os cuidados com o delicado sedimento do leito do rio e das macrófitas

aquáticas. A implantação de calçamento de madeira das trilhas promove a redução da

compactação do solo, o transporte de sedimento para dentro da água e o desbarrancamento nas

margens do rio, além de aumentar a segurança do turista. Entretanto, esses mesmos autores

apresentam evidencias de impactos nas comunidades aquáticas em função do aumento na

visitação pública.

e. Balneário Municipal

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Os balneários são, em geral, mais associados ao lazer e à recreação de massa do que à

prática do ecoturismo. Bonito dispõe de cinco balneários – Municipal, Ilha do Padre, Rincão dos

Sonhos, Tarumã e do Sol. Além de área verde, quadras de esportes, restaurantes ou lanchonetes,

os balneários possibilitam banhos em rios de águas límpidas; em alguns, há cachoeiras. Desse

conjunto de balneários, dois não possuem limite de carga definida (Municipal e Ilha do Padre),

enquanto os demais estão autorizados a receber entre 150 e 300 turistas por dia. Em 1999, foram

vendidos 9 579 ingressos para os balneários. Destes, 8 364 (87%) destinaram-se ao Balneário

Municipal. Esse número, todavia, não representa o total de pessoas que visitaram o balneário,

pois não conta os ingressos de bonitenses, dos quais o acesso é franqueado. Ainda em relação ao

Balneário Municipal, cabe destacar a elevada concentração de visitantes que ocorre em feriados,

particularmente no carnaval. Tal fato tem trazido preocupação para as lideranças locais

comprometidas com a preservação ambiental. A mata ciliar está “preservada” apenas na margem

esquerda do rio, sendo que a margem direita é reservada aos banhistas, onde costumam acampar e

alimentar os cardumes de piraputanga.

O balneário possui pouca variedade e quantidade de plantas aquáticas, sendo marcante a

presença de Chara rusbyana e Nitella furcatta. Por conta da menor transparência, em

comparação com outros trechos do rio formoso, é possível mergulho com observação de espécies.

O Balneário Municipal é um exemplo da fragilidade das turfas calcárias pela ação do homem,

pois após dez anos de intensa e desordenada atividade turística, verifica-se uma redução

considerável dessas formações. Este é o único dos atrativos visitados que não dispõe de

orientações de guias de turismo especializado A proposta da visitação se baseou no modelo de

turismo aplicado no Município para a sustentabilidade local e preservação do rio Formoso.

Os balneários envolvem atividades que promovem o maior grau de movimentação na

água e contato com o fundo do ambiente por parte do visitante. Isso resulta num maior aumento

dos sólidos suspensos e redução na transparência da água. Medina-Jr, (2007), verificou que o alto

grau de interferência do visitante sobre o fundo do leito do Rio Formoso, no Balneário Municipal,

tem ocasionado a desagregação do sedimento e a ressuspensão e carreamento dos sólidos.

6. Considerações finais

A crescente demanda do ecoturismo tem como conseqüências dois aspectos potenciais:

um positivo e outro negativo. O positivo é a ampliação do setor, com incremento de atividades

associadas à conservação e eventuais benefícios comunitários. O negativo − e preocupante − é

devido à velocidade de sua disseminação e crescimento como negócio: se a atividade não for

realizada dentro de princípios de mínimo impacto, há riscos potenciais aos sistemas naturais, com

sérias ameaças às culturas locais e conseqüentes perdas de biodiversidade. Não existe visitação

em ambientes naturais que não interfira em seu ambiente. A prática da visitação deve estar

relacionada ao conjunto de facilidades de interpretação do ambiente associado ao programa de

educação ambiental, visando transmitir conhecimentos, instruindo e cativando as pessoas para

conservação desses ambientes e só assim serão minimizadas as alterações causadas por influência

antrópica.

7. Referências Bibliográficas

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