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A DINÂMICA SOCIOECONÔMICA NA (RE)CONSTRUÇÃO DAS PAISAGENS REGIONAIS: UMA DISCUSSÃO PROPOSTA A PARTIR DA ANÁLISE DE UMA
PAISAGEM RURAL DO MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA/PR
Fernando Veronezzi1 – Universidade Estadual do Centro - Oeste [email protected]
RESUMO Como um dos conceitos chave da ciência geográfica, o termo paisagem se apresenta como uma
palavra que está envolta por uma variabilidade conceitual muito grande, e, que tem um lugar muito
importante dentro da ciência (PASSOS, 1998, p. 87). Propomos então, entender este conceito para
que, a partir disso, possamos dar início ao debate sobre a (re)construção das paisagens rurais.
A relação entre conhecimento geográfico e agricultura datam um primórdio muito distante do atual,
que ocorreu, mesmo antes da sistematização da Geografia como ciência (SUZUKI, 2007, p. 18).
Fatores que nos levam a entender a (re)construção das paisagens rurais, podem ser analisados a
partir da própria existência da Geografia, onde, temos portanto, como um de seus objetivos de
estudo, as interações entre “homem e meio”. A paisagem rural pode ser entendida então, a partir das
interações entre elementos bióticos, abióticos e antrópicos (RIBAS VILAS, 1992, p. 250). São essas
relações que vão (re)construir as paisagens rurais brasileiras, enfatizando nesse caso, uma paisagem
rural de Guarapuava, município da região Centro-Sul do Estado do Paraná.
Vastas áreas do território brasileiro passam por várias transformações, onde a dinâmica
socioeconômica é considerada como um dos elementos primordiais, e que permite e promove
mudanças nas paisagens regionais. Fajardo (2008, p. 51) define que a paisagem do meio rural é um
conjunto de implicações humanas, e que devem ser levadas em consideração no processo de
formação das paisagens. Nesse contexto, temos então, a “paisagem transformada pelo homem”
(SANTOS, 1997, p. 64).
A paisagem rural do Guabiroba se apresenta desta forma, como um paisagem que compõe e
acompanha o atual espaço agrário brasileiro, passando por diversas (re)construções na fisionomia
de sua paisagem. Por meio das relações econômicas e sociais que se materializam nessa área rural,
percebemos diferentes formas de (re)produção/construção/organização da paisagem rural em foco.
Palavras chave: Atividades agrárias, paisagem rural e espaço regional.
1 Campus Cedeteg, Guarapuava-PR.
LA DINÁMICA SOCIOECONÓMICA EN LA (RE)CONSTRUCIÓN DE LAS PAISAJES REGIONALES: UNA DISCUSIÓN PROPUESTA POR MEDIO DE LA ANÁLISIS DE UNA
PAISAJE RURAL DEL MUNICIPIO DE GUARAPUAVA/PR RESUMEN Como uno de los conceptos claves de la ciencia geográfica, el vocablo paisaje se presenta como una
palabra que contiene una variabilidad conceptual muy grande, y que posee una posición muy
importante en la ciencia (PASSOS, 1998, p. 87). Proponemos ante todo, entender el concepto, para
por medio de este, empezarmos la discusión sobre los elementos de (re)construcción de las paisajes
rurales.
La relación entre conocimiento geográfico y agricultura datan un tiempo muy antes del actual, eso
se pasó antes mismo de la sistematización de la Geografía como ciencia (SUZUKI, 2007, p. 18).
Factores que nos llevan a entender la (re)construcción de las paisajes rurales pueden ser entendidos
por medio de la propia existencia de la Geografía, donde tenemos como uno de sus objetivos, las
interacciones entre “hombre y ambiente”. La paisaje rural puede ser entendida por medio de las
interacciones entre elementos bióticos, abióticos y antrópicos (RIBAS VILAS, 1992, p. 250). Son
estas relaciones que van (re)construyendo las paisajes rurales brasileñas, en este caso, realzando una
paisaje rural de Guarapuava, municipio de la región Centro-Sur, situado a la porción interior del
Estado de Paraná, Brasil.
Muchas áreas de la nación brasileña pasan por varias transformaciones, donde la dinámica
socioeconómica es vista aquí, como uno de los elementos esenciales, y que permiten y fomentan
mudanzas en las paisajes regionales. Fajardo (2008, p. 51) define que la paisaje rural es una unión
de implicaciones antrópicas, y que deben ser consideradas en el proceso de formación de las
paisajes. En este sentido, tenemos entonces “paisajes cambiadas por el hombre” (SANTOS, 1997, p.
64).
La paisaje rural de Guabiroba se presenta de esta manera, como una paisaje que pertenece y que
sigue el actual espacio agrario brasileño, pasando por excesivas acciones (re)constructivas de la
fisonomía de su paisaje. Por medio de las relaciones económicas y sociales que se materializan en
esta paisaje rural, hemos visto muchas maneras de (re)construcción/producción/organización de esta
paisaje rural en realce.
Palabras clave: Actividades agrarias, paisaje rural y espacio regional.
OBJETIVO Este trabalho tem por objetivo apresentar algumas considerações acerca das realidades
socioeconômicas que ocorreram e ocorrem, na paisagem rural do Guabiroba2, situada no município
de Guarapuava, interior do estado do Paraná. A construção/produção dessa paisagem ocorre
principalmente por atividades agropecuárias e ocupação humana, tornando-a assim, uma paisagem
humanizada, que está em constante transformação.
Pretendemos, com este trabalho, expor alguns dados e informações sobre as recentes realidades
socioeconômicas presentes nessa paisagem, além de mostrar a importância que as paisagens rurais e
as atividades praticadas nela, exercem na economia do país, uma vez que, o Brasil mostra-se como
uma economia baseada, principalmente, nas atividades agropecuárias. Este texto surge como parte
de uma pesquisa de Iniciação Científica, realizada entre os anos de 2008 e 2009, e que pretende
analisar e compreender a paisagem rural do Guabiroba, como também, reconhecer as
territorialidades econômicas que se materializam nessa paisagem.
REFERENCIAL TEÓRICO Quando nos referimos à palavra paisagem, nos remetemos a um termo que possui uma vasta
abrangência conceitual. É considerado um dos conceitos mais importantes da ciência geográfica, e
que, portanto, devemos analisá-lo minuciosamente para não cometermos equívocos, já que
paisagem, “[...] ocupou e ocupa um lugar todo particular no campo da geografia” (PASSOS, 1998,
p. 87).
Nos estudos conceituais de paisagem, Fajardo (2005, p 32) nos indica que há uma “imprecisão na
diversidade conceitual” desse termo. Concordamos com o autor, pois, analisamos que há uma
variabilidade no que tange os conceitos de paisagem, segundo os estudos desenvolvidos na
Geografia, onde percebemos um dinamismo muito grande acerca de sua trajetória conceitual.
A abordagem de paisagem na Geografia tem vários sentidos, pois varia muito de acordo com as
diferentes interpretações sobre o que realmente é uma paisagem. Há muito tempo, o conceito de
paisagem vem sendo abordado e discutido, para que se possa chegar a uma determinada relação
entre suas características naturais e sociais em um determinado espaço (SCHIER, 2003, p. 80).
Paisagem pode ser entendida então, como um dos elementos fundamentais para o entendimento das
organizações e relações espaciais. Risso (2008, p. 68) revela algumas considerações sobre o “início”
da noção de paisagem na ciência geográfica, onde temos que:
2 Nome dado pelos moradores locais à área da bacia hidrográfica do Guabiroba, localizada na zona rural do município
de Guarapuava-PR.
[...] a noção de paisagem na Geografia nasceu sobre a observação de áreas visualmente homogêneas. Dentro da geografia alemã (XVIII), até os anos de 1940, a paisagem englobava o conjunto de fatores naturais e humanos. Durante o século XIX, três estudiosos alemães se destacaram: Humboldt, Ritter e Ratzel. Sob o olhar do naturalista Humboldt, a paisagem era vista de forma holística, associada a um conjunto de fatores naturais e humanos.
Outra visão desse conceito, levando em consideração a perspectiva humana, pode ser evidenciada a
partir dos estudos do geógrafo francês Georges Bertrand, onde ele nos apresenta que:
[...] a paisagem não é a simples adição de elementos geográficos disparatados. É uma determinada porção do espaço, resultado da combinação dinâmica, portanto instável, de elementos físicos, biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente uns sobre os outros, fazem da paisagem um conjunto único e indissociável, em perpétua evolução”. Bertrand (2004, p. 141).
Mendonça (2001, p. 46) nos propõe que o compreendimento acerca do termo paisagem pode ser
analisado a partir de uma lógica geral de nossa língua, onde temos, um “(espaço de terreno que se
abrange num lance de vista), [e] é tudo aquilo que é perceptível aos olhos, compreendendo, um
conjunto de elementos em dada porção do planeta”.
Milton Santos por sua vez, nos apresenta seu ponto de vista acerca da ampla temática que aborda a
paisagem, e nos evidencia mais uma vez, sua amplitude conceitual, onde nos afirma que a paisagem
pode ser considerada como
[...] tudo aquilo que nós vemos, o que nossa visão alcança, é a paisagem. Esta pode ser definida como o domínio do visível, aquilo que a vista abarca. Não é formada apenas de volumes, mas também de cores, movimentos, odores, sons etc (SANTOS, 1997, p. 61).
E mais um subsídio teórico-conceitual de Milton Santos é evidenciado neste trabalho. Ele esclarece
que, "a paisagem é um conjunto de formas que, num dado momento, exprime as heranças que
representam as sucessivas relações localizadas entre homem e natureza [...]”. Santos (2002, p. 103
apud CASTRO, s.d, s.p).
A partir dessa breve conceitualização do termo, evidenciaremos algumas atividades
socioeconômicas que nos permitem entender os processos que produzem as paisagens rurais.
Fajardo (2008, p. 48) nos evidencia que, as dinâmicas econômicas “modificam as paisagens
(criando e recriando)”, produzindo, novas configurações territoriais.
Iniciaremos essa discussão pelo Brasil, pois, sendo considerado um país extremamente agrícola,
percebemos a importância de tal estudo sobre as paisagens rurais, já que, grande parte do seu
território pode ser analisado a partir da ótica de paisagem rural. Mesmo contando com um setor
industrial diversificado, o país depende majoritariamente de suas exportações baseadas em produtos
do meio rural, e que, por sua vez, propiciam a uma (re)construção da paisagem agrária brasileira.
Ferreira (2000, p. 56) nos traz a informação de que as atividades da agricultura, e incluímos também
nessa informação a pecuária, são muito importantes para o desenvolvimento econômico país. Essas
atividades, ao longo do tempo, foram definindo as formas de produzir/organizar/construir o
território brasileiro.
No que se refere às paisagens rurais, Ribas Vilas (1992, p. 249) nos esclarece que existem dois tipos
de visões acerca dessa paisagem. A primeira nos remete a ideia de campo no sentido de área que
desenvolve a “exploração agrícola”. Já a segunda concepção, é tida como um “término” da cidade,
ou área que se “opõe ao urbano”.
Nesse sentido, revela ainda as diferenças existentes entre os vários tipos de paisagens, onde,
El paisaje rural es, portanto, donde más se evidencian las influencias de los tres grupos de elementos (abióticos, bióticos y antrópicos), y en el que pueden presentar un grado de jerarquía similar. Caso distinto del paisaje natural, donde dominan elementos abióticos y bióticos, y del urbano, donde domina los elementos antrópicos (RIBAS VILAS, 1992, p. 250).
Atualmente, grandes áreas do território brasileiro estão passando por diversas transformações, onde
a dinâmica socioeconômica é considerada como um dos elementos essenciais que permitem e
promovem diversas mudanças nas paisagens rurais do país. Fajardo (2008, p. 51) define que “[...] o
recorte do meio rural resulta em implicações antrópicas que são sobremodo percebidas na formação
das paisagens [...]”. Outros elementos podem ser inseridos nesse contexto, e, Ribas Vilas (1994, p.
250) nos informa que “el paisaje rural es el fruto de la acción de vários fatores en el tiempo”.
Para o entendimento da paisagem rural da área de estudo, pretendemos seguir a ideia desses autores,
e, mais uma vez, utilizaremos uma afirmação de Milton Santos, onde ele propõe o termo “paisagem
artificial”. Para o autor, esse termo pode ser definido como, uma “paisagem transformada pelo
homem” (SANTOS, 1997, p. 64) e que por sua vez, nos permite relacionar esse conhecimento
produzido por Santos com a paisagem rural em questão.
Propomos com este trabalho, fazer uma análise da paisagem rural, a partir da ótica humana, levando
em consideração as transformações socioeconômicas recentes, ocorridas nessa paisagem rural do
município de Guarapuava/PR.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Guarapuava é um município brasileiro, situado na região Centro-Sul do Estado do Paraná (Figura 1). Possui uma população de cerca de 155.161 mil pessoas vivendo numa extensão de 3.115 km 2, onde a população urbana é de cerca de 141.694 e a rural 13.467 pessoas3.
Figura 1 – Localização do Município de Guarapuava, estado do Paraná
Fonte: Prefeitura Municipal de Guarapuava, 2003. apud Binda e Gomes, 2007.
Para o desenvolvimento metodológico desta pesquisa, foram efetuados estudos conceituais, saídas a
campo, entrevistas semiestruturadas e produção de imagens fotográficas.
O primeiro passo foi a escolha da área para ser estudada. Era necessário termos como objeto de
estudo, uma área que demonstrasse presença de atividades agropecuárias e com áreas de
remanescentes florestais, podendo dessa maneira, observar as atividades socioeconômicas que
potencializam a produção da paisagem rural. Definiu-se então, a partir de visitas exploratórias em
várias áreas rurais do município, que seria utilizada como área de estudo, uma paisagem
denominada Guabiroba, localizada na zona rural do município de Guarapuava, estado do Paraná.
Estudos de gabinete (leitura de livros, textos e revistas científicas), proporcionaram um maior
entendimento teórico conceitual acerca da temática pesquisada.
Após a fundamentação teórica, foram realizadas saídas à campo, para reconhecer, analisar e
observar a área de estudo, já que essa etapa do trabalho cientifico é de suma importância para a
produção de novos conhecimentos em geografia. A importância desse momento da construção do
3 Todos esses dados estatísticos referentes ao município e à população de Guarapuava, foram retirados da Versão On
line do Caderno Estatístico do Município de Guarapuava- IPARDES (Instituto Paranaense de Desenvolvimento
Econômico e Social), 2009, p. 09 .
conhecimento pode ser interpretada através de Mao Tse Tung apud Marcos (2006, p. 105), onde ele
discorre que “sem pesquisa de campo, ninguém tem direito de falar”.
Outro elemento muito válido para o desenvolvimento metodológico da pesquisa, foi a realização de
entrevistas semiestruturadas, aplicada aos moradores da área. A utilização desse tipo de entrevista,
segundo Colognese e Mélo (1998, p. 143), envolve “[...] um processo de interação social, no qual o
entrevistador tem por objetivo a obtenção de informações por parte do entrevistado [...]”. Essas
entrevistas foram elaboradas, utilizando-se de um roteiro flexível, que, segundo os autores citados
acima, pode ser alterada ao longo da entrevista, dependendo das respostas do entrevistado. Eles
ainda propõem que, nessa metodologia, são expostas perguntas abertas, possibilitando maior
liberdade para ambos os sujeitos que estão inseridos na pesquisa, ou seja, entrevistado e
entrevistador. A entrevista semiestruturada executada por mim, foi elaborada de forma oral e com a
utilização de um gravador de voz, para que, posteriormente, as informações pudessem ser ouvidas e
utilizadas nessa pesquisa4.
As imagens fotográficas servem como uma forma de registro “visível” a paisagem em estudo,
dando desta maneira, mais confiabilidade ao trabalho, proporcionando também, uma condição
ilustrativa de análise dos dados coletados. Assim propõe Justiniano (2005, p. 187, o qual afirma, a
partir da seguinte citação, a importância da utilização desse recurso nos estudos geográficos.
A imagem ilustra e documenta eventos naturais e sociais que ocorrem num determinado tempo e lugar [...]. [...] anotações serão importantes na composição dos trabalhos, na verificação dos resultados e no acompanhamento do fenômeno ao longo do tempo.
Foi por meio dos procedimentos metodológicos descritos acima que a pesquisa pode ser realizada e
estruturada, trazendo dessa forma, uma contribuição para o entendimento da temática proposta.
RESULTADOS E DISCUSSÕES Suzuki (2007, p. 18) nos remete a um contexto histórico para que possamos entender as relações
existentes entre geografia e meio rural. O autor analisa a produção de tal conhecimento, onde nos
permite entender que “as experiências vividas pelo homem no que concerne ao campo e à
agricultura são muito anteriores à sistematização do saber realizada no século XIX”.
As práticas agropecuárias se mostram como um dos setores mais importantes do Brasil. Com seu
grande potencial agropecuário, o país é um dos maiores exportadores do mundo de produtos vindos
4 Todos os entrevistados aceitaram que a utilização de suas informações fossem publicadas. Foi firmado um acordo,
onde ficou estabelecido que todos eles teriam suas identidades preservadas. Desta forma, utilizarei aqui, nomes fictícios
para relacionar-me aos sujeitos entrevistados.
das atividades provenientes do meio rural, e que por sua vez, proporcionam um crescimento da
economia nacional, produzindo “novas paisagens”.
Nesse sentido, a tabela 1 mostra o potencial no uso das terras brasileiras no que tange a agricultura.
Salomão; Seibel (2005) relatam que “o Brasil já é o terceiro maior exportador agrícola do mundo. É
líder na venda de carne, soja e açúcar, entre outros produtos. Diferentemente do que ocorre com
peso pesados internacionais, como Estados Unidos e China, a produção brasileira ainda tem um
enorme espaço para avançar”.
Tabela 1 – Comparativo de terras disponíveis para a agricultura no Brasil e em alguns países
Terra é o diferencial do Brasil
O quadro mostra a área total que pode ser utilizada para a agricultura em importantes países produtores e o quanto já foi efetivamente cultivado
(Em milhões de hectares)
País Área já ocupada pela
agricultura Área total disponível para a
agricultura
Brasil 66 394
Estados Unidos 188 269
Federação Russa
132 220
União Européia 116 176
Índia 169 *
China 96 138
Canadá 45 76
Argentina 27 71
Fonte: FAO/IBGE apud SALOMÃO; SEIBEL, 20055 Org: VERONEZZI, F. 2009. *Dados não disponíveis.
A área analisada se apresenta de uma forma, que podemos considerar que ela está bastante alterada.
Por meio das relações econômicas e sociais que se materializam nessa área rural, percebemos
diferentes formas de produção/construção dessa paisagem. Assim como revela Santos (1997, p. 67)
“O homem vai construindo novas maneiras de fazer coisas, novos modos de produção que reúnem
5 Versão on-line da revista Exame. Disponível em:
http://portalexame.abril.com.br/revista/exame/edicoes/0849/economia/m0080017.html.
sistemas de objetos e sistemas sociais” e, portanto, vai inserindo alguns interesses nas paisagens,
(re)criando-as, tornando-as atrativas, conformes seus interesses pessoais, econômicos, etc.
Fajardo (2008, p. 60) nos leva a conhecer as formas de compreensão acerca das paisagens
rurais, onde coloca que,
o campo enquanto espaço agrário ou meio rural oferece uma multiplicidade de leituras e interpretações. A paisagem rural constitui uma das abordagens que conseguem captar os dois lados da moeda: a exploração da terra enquanto recurso econômico, e de outro lado, os recursos naturais impactados pelas atividades humanas.
Nesse aspecto, o meio rural brasileiro deve ser analisado então, como um “universo socialmente
integrado ao conjunto da sociedade brasileira e ao contexto atual das relações internacionais”, mas
que, ao mesmo tempo, “mantém particularidades históricas, sociais, culturais e ecológicas, que o
recortam como uma realidade própria” (WANDERLEY, 1999: 13 apud MULLER, s.d, s.p).
FATORES CONDICIONANTES DA (RE)CONSTRUÇÃO DA PAISAGEM RURAL
As transformações que ocorrem nas paisagens rurais, podem ser entendidas a partir do “elo” de
existência da Geografia, onde, temos como um dos objetivos de estudo da ciência, as interações
entre “homem e meio”. Nessa perspectiva, observamos nessa área de estudo, o homem buscando
essa interação com a natureza, afim de que ela lhe proporcione recursos tanto financeiros e sociais,
quanto benefícios à saúde.
Para entender as relações entre homem e meio no estado do Paraná, devemos levar em
consideração, alguns fatores de ocupação do território paranaense, onde: “o Estado [...] é
caracterizado, historicamente, por um povoamento que teve orientação nas diversas fases
econômicas pelas quais percorreu [...]”. Algumas regiões do estado foram sendo ocupadas por
meios das tendências econômicas que aconteciam no momento (FAJARDO, 2006, p.96). Na mesma
obra ainda, o autor esclarece que, o estado do Paraná passou por diversas fases econômicas, dentre
elas: a escravo-indígena, a mineração, o tropeirismo, a erva-mate, a madeira, o café, a soja, a
policultura e a pecuária, que iam por sua vez, dando características peculiares às paisagens.
No caso da paisagem em análise, as famílias que retiram sua rentabilidade financeira desse local,
realizam principalmente, as seguintes atividades econômicas, voltadas para o ramo da agropecuária:
“[...] milho, feijão e soja. A produção animal é caracterizada por: suínos; caprinos; ovinos; bovinos;
galináceos; etc” (LUIZ, 2008, p. 70).
A paisagem rural do Guabiroba, apresenta algumas características gerais da construção das
paisagens brasileiras. Oliveira (2002, p.73), argumenta que “A análise da agricultura,
especificamente a brasileira, [...] deve ser feita [...] no bojo da compreensão dos processos de
desenvolvimento do modo capitalista de produção mundial” que levaram a um dinamismo
econômico no campo, e que possibilitou a construção das paisagens rurais.
A figura 2 nos revela uma área bastante interessante. Nessa imagem, podemos observar as três
realidades dessa paisagem rural: áreas com mata preservada, no canto superior direito; áreas de
reflorestamento, à esquerda; e, áreas de pastagem de gado, à direita, abaixo dos remanescentes
florestais. Temos, portanto, nessa imagem, alguns elementos econômicos principais, que compõem
a paisagem rural do Guabiroba.
Figura 2 – A paisagem construída (áreas de reflorestamento, pastagem e floresta)
Fonte: VERONEZZI, F; (Maio, 2009).
A paisagem do “espaço rural” pode ser observada, a partir das considerações de Messias,
onde ele coloca que, “[...] o meio natural organizado para a produção agrícola, animal ou vegetal,
pelos grupos humanos que fundam sobre sua totalidade, ou parcela, sua vida econômica e social”
(PASSOS, 1998, p. 93). Afirmação que pôde ser observada nas diversas visitas exploratórias
realizadas nessa paisagem rural.
Figura 3 – Contraste na Paisagem Rural do Município de Guarapuava/PR
Fonte: VERONEZZI, F; (Maio, 2009).
Interpretando as imagens acima (figura 3), podemos perceber mais uma vez, os elementos que
compõem a realidade econômica dessa paisagem rural. Fajardo (2008, p. 51) analisa que, “do ponto
de vista da territorialidade econômica [...] o espaço agrário possui a peculiaridade de incorporar
recursos naturais na sua constituição”. A partir da análise efetuada, tendo como base essa imagem,
podemos observar que áreas de pastagem de gado e plantações agrícolas6, “interagem” com áreas de
floresta. Nas zonas de maior altitude, prevalecem os remanescentes de matas, e, nas áreas mais
“planas”, de menor altitude, percebemos grandes “clareiras” de pastagem, construídas por ações
humanas. Mendes; Castro (1984 apud THOMAZ, 2007, p. 111 e 112) apontam, a partir de seus
estudos, algumas características dessa paisagem, onde nos informam que, “o relevo dessa unidade é
predominantemente forte ondulado a montanhoso, com declividade superior a 40%”. Essa imagem
nos revela portanto, a potencialidade humana no que cerne a construção dessa paisagem, baseada
em atividades econômicas, voltadas ao setor agropecuário.
Panizza et al (2007, p. 5451) nos apresenta um dos motivos que levam à construção das
paisagens rurais. Eles denominam essa prática construtiva de paisagens de “expansão agrícola”.
Observando as figuras 2 e 3, podemos considerar que esse elemento é fator crucial na humanização
das paisagens rurais. Nas imagens acima, é perceptível essa afirmação, onde as atividades
agropecuárias só não avançam mais na paisagem, devido ao terreno apresentar algumas
características altimétricas, que são consideradas condições desfavoráveis para a progressão dessas
práticas.
A figura 4 nos apresenta um mapa das diversas formas de utilização da terra na paisagem
rural do Guabiroba, dando-nos dessa maneira, subsídios para interpretar as atividades
socioeconômicas que permitem a (re)construção dessa paisagem em foco.
6 Na imagem da esquerda percebemos grandes áreas de pastagem, com áreas de preservação nos pontos mais altos do
relevo. Já na figura da direita, observamos uma plantação de milho “interagindo” com remanescentes florestais,
produzindo, a paisagem regional do Guabiroba.
Figura 4 – Mapa de uso da terra na paisagem rural do Guabiroba
Fonte: LUIZ, 2008. Org: VERONEZZI, F, 2009
A partir das informações contidas nesse mapa, percebemos que é uma área que possui um
contraste muito grande, variando desde grandes áreas com pastagens e agricultura, possuindo
também, áreas de remanescentes florestais. Geograficamente, temos distribuídos nesse mapa, os
elementos que proporcionam a (re)construção da paisagem rural regional.
A tabela 2 nos apresenta as várias formas de utilização da terra no Guabiroba. Podemos perceber
que várias são as atividades humanas que permitem a transformação dessa paisagem rural.
Agricultura mecanizada e tradicional, pecuária, áreas de pastagem, reflorestamento e áreas
edificadas, somam 48,71% do total das atividades socioeconômicas desenvolvidas nessa
paisagem.
Tabela 2- Formas de utilização da terra no Guabiroba
Fonte: LUÍZ (2008) Org: VERONEZZI, F, 2009.
Obviamente que esta paisagem vem passando por várias transformações ao longo do tempo.
Transformações estas, que vão dando uma nova configuração à paisagem (re)construída, tornando-
a, portanto, única e singular. Milton Santos (1997, p. 66) já relatava que “uma paisagem é uma
escrita obre a outra, é um conjunto de objetos que tem idades diferentes, é uma herança de muitos
diferentes momentos [...] a paisagem é uma herança de muitos momentos” e que, portanto, pode ser
considerada como um objeto que está em constante (re)construção.
ANÁLISE DO DICURSO DOS SUJEITOS: SOCIEDADE CONSTRUINDO A PAISAGEM
REGIONAL
A construção da paisagem rural do Guabiroba, vem sendo motivada pelo avanço na utilização das
terras para pastagem e para o cultivo de diversas culturas agrícolas.
Com o intuito de benefícios econômicos e de qualidade de vida7, muitas pessoas buscam o conforto
e a tranqüilidade das zonas rurais, e consequentemente, vão construindo-as, conforme algumas
motivações. A partir da instalação humana, estes, vão buscando formas de manter (ou aumentar)
sua renda, e, geralmente praticam atividades econômicas ligadas ao campo, nesse caso, com
agropecuárias, e vão desta forma, dando características próprias à paisagem do local onde estão
inseridos.
As entrevistas realizadas com os habitantes do Guabiroba permitiram conhecer os interesses e as
atividades praticadas nessa paisagem, podendo, portanto, analisar as formas que estes sujeitos estão
(re)construindo a paisagem rural desta localidade.
7 Todos os sujeitos entrevistados relataram que possuem uma qualidade de vida muito boa morando nessa área, já que
respiram ar puro, e estão em contato direto com a natureza.
Nessa perspectiva, pretende-se analisar o discurso de um produtor agropecuário8, e de algumas
famílias que habitam essa área. Com perguntas pertinentes à realidade local, os habitantes dessa
área foram abordados, e contribuíram dessa forma, com a disseminação do conhecimento científico,
proporcionando um entendimento sobre os processos que levam a (re)construção das paisagens
rurais regionais.
F: Como você classifica essa paisagem? Natural ou humanizada?
C: Uma parte á natural, outra parte já é diversificada, já é plantado árvore, pinheiros, pastos
essas coisas.
O: Aqui já ta tudo alterado né?! Está paisagem já está mudando muito. Tem eucalipto que
não é natural daqui.
V: Olha, eu acho que é natural.
Existiu grandes divergências em relação à classificação da paisagem em questão. Muitos sujeitos
ainda confundem paisagem, apenas com elementos que só se referem à natureza, proliferando um
discurso que não abrande a totalidade do conceito.
A pergunta a seguir nos revelará o nível de importância, o nível de relacionamento que essa
paisagem tem para com os sujeitos que nela habitam.
F: Essa paisagem é importante para você?
C: Eu uso dessa paisagem, eu uso desta área. Eu lido com pecuária, e então [...] eu tenho
assim, bastante capricho nessa parte, por que eu necessito dessa paisagem. [...] Eu crio pato,
ganso, marreco, bichinhos miúdos, voltados pra venda e uso próprio, mas o “real” mesmo é o
gado.
O: Está aqui onde a gente tá tem sim por que ela é voltada para o comércio9. Mas, a nativa é
muito mais importante.
Decidiu-se que somente seriam utilizadas informações daquelas pessoas que possuem um vínculo
econômico com essa paisagem.
F: Vivem exclusivamente dos recursos provenientes dessa paisagem10?
C: Justamente, justamente isso.
A: Meu pai doma cavalos aqui, e minha mãe é diarista.
Quando questionados se participam ou não do processo de reconstrução do espaço, os quatro
discursos em análise concordaram plenamente que são sujeitos que estão inseridos no processo de
(re)construção dessa paisagem.
8 Dentre as entrevistas realizadas, a entrevista do Senhor Carlos foi uma das mais ricas, proporcionando-me uma vasta
gama de informações dessa paisagem regional. 9 Estávamos numa área cercada de plantações de eucalipto. Uma área de reflorestamento comercial. 10 Muitas outras famílias possuem outras fontes de renda que não são provenientes dessa paisagem.
F: Você acha que colabora, que participa de um processo de (re)construção dessa paisagem?
C: Ah, mas não tem nem dúvida, eu zelo, não destruo nada, não derrubo uma árvore verde, só
faço aproveitamento de árvore seca. A natural que já tinha e as que eu plantei, eu não uso. Eu
preservo muito a mata.
O: É uma paisagem bem transformada, e eu contribuo pra isso sim.
A: Acho que sim, sei lá [...] Bom, né?! Acho que sim, minha mãe pelo menos cuida assim da
natureza [...].
O senhor Carlos termina a entrevista com um relato revelador em relação à essa paisagem regional,
e revela sua perspectiva sobre o futuro das paisagem rurais.
C: O negócio é o seguinte: o futuro do nosso país, do nosso Brasil, tá geralmente nos jovens.
Por que é assim, nós mais velhos, hoje eu já to com quase 83 anos e to trabalhando, por que
eu não quero vê as coisas perecer. Então, eu espero que os jovens de hoje, assumam o
compromisso com o futuro e preservem essas paisagens.
Com a análise dessas entrevistas, podemos perceber o apego e a preocupação que existe entre as
pessoas que habitam essa paisagem. Na sua grande maioria, informaram que a paisagem rural onde
estão inseridos passou por vários processos ao longo do tempo, e que fez com que a fisionomia
dessa paisagem seja considerada bem diferente do que tínhamos antes.
F: Se preocupa com o futuro dessa paisagem?
C: Ah, mais barbaridade que sim. Tenho pena que os antepassados também estragaram né?!
Nós temos que zelar porque senão amanhã ou depois, quêm sabe o que vai acontecer com nós?
A: Acho que sim, por que se continuar como tá hoje, pode acabar.
V: Mas tem que se preocupar né?! Por que se a gente não se preocupar, tudo isso ai
(apontando para a floresta) vira em lenha, por que é o que as pessoas fazem: cortam as
“coisas verdes”, desmatam [...] e se a gente não cuidar, quem é que vai cuidar?
O discurso dos habitantes da paisagem rural do Guabiroba nos demonstrou a importância desse
recurso, já que, a partir dos relatos de quem mora na área, podemos dar mais credibilidade à
pesquisa, pois, mesmo dando informações empíricas do assunto, são conhecedores de caso, sabem
da realidade do lugar onde vivem e contribuem para o trabalho científico.
CONSIDERAÇÕES FINAIS Para a Geografia, o conceito de paisagem se manifesta como um dos conceitos que estão no centro
dos debates geográficos. Essa discussão acerca do termo paisagem sob a percepção humana e as
técnicas potencializadoras da construção/produção das paisagens rurais, se mostra de grande valor
para a sistematização de conhecimentos acerca desta temática.
Para entendermos como se dá a construção dessa paisagem regional, foi necessário fazer uma
discussão acerca da amplitude conceitual que envolve o termo paisagem.
As paisagens rurais apresentam características particulares, e nos mostram as várias relações
socioeconômicas que estão materializadas nessa paisagem, permitindo-nos reconhecer os processos
que levam a uma (re)construção, dando a estas áreas “novos aspectos”.
Os moradores dessa localidade paranaense apresentaram algumas considerações pessoais sobre essa
paisagem em questão, e mostraram que, geralmente, (re)produzem em seu lugar, o dinamismo
econômico que se processa nas atuais relações globais, e que desta maneira, vão fazer com que a
paisagem, apresente um sentido diferente para cada habitante desse lugar, uma vez que, a
complexidade que temos nas paisagem rurais vão muito além da produção de bens primários.
A paisagem rural do Guabiroba se apresenta desta forma, como um paisagem que compõem o atual
espaço agrário brasileiro, passando por (re)construções socioeconômicas, variando de acordo com
os diversos significativos, técnicas e tempo que são dispostos nesse processo de (re)construção.
Portanto, consideramos que, a ocupação humana e as práticas agropecuárias realizadas, são os
principais elementos (re)construtores das paisagens regionais, realidade observada especialmente
nessa paisagem.
O mundo contemporâneo expõe diversas formas de construção das paisagens rurais. Condições
estas que podem ser interpretadas a partir da inserção de novas técnicas, que vão por conseqüência,
produzir novas particularidades das paisagens rurais.
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