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    Santos SVM dos, Motta ALC, Miranda RPR et al. Dor e sofrimento na doença crônica: reflexão a...

    Português/InglêsRev enferm UFPE on line., Recife, 10(Supl. 2):859-66, fev., 2016 859 

    ISSN: 1981-8963

    ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.6884-59404-2-SM-1.1002sup201621 

    DOR E SOFRIMENTO NA DOENÇA CRÔNICA: REFLEXÃO A PARTIR DA“MORTE DE IVAN ILITCH” 

    PAIN AND SUFFERING IN CHRONIC DISEASE: REFLECTION FROM THE "DEATH OF IVANILYICH"DOLOR Y SUFRIMIENTO EN LA ENFERMEDAD CRÓNICA: REFLEXIÓN A PARTIR DE LA “MUERTE DE

    IVAN ILITCH” Sérgio Valverde Marques dos Santos1, Ana Letícia Carnevalli Motta2, Renata Pinto Ribeiro Miranda3,

     Adriana Lopes Domingues4, Deusdete Inácio de Souza Júnior 5, Sinézio Inácio da Silva Júnior 6 

    RESUMOObjetivo: refletir sobre a novela de Léon Tostói “A Morte de Ivan Ilitch” e as políticas de saúde atuaispertinentes ao processo de adoecimento do indivíduo.  Método: trata-se de um estudo descritivo e reflexivoacerca da pertinência das políticas de saúde atuais no processo de saúde e doença do indivíduo, em contextocom a obra de Léon Tostói e a literatura atual, localizada por meio de busca eletrônica na Pubmed/Medline,Lilacs e no banco de dados Scielo. Resultados: o estudo conduziu ao encontro de normativas oriundas das leis

    atuais do Sistema Único de Saúde vigente embasadas na Universalidade, Equidade e Integralidade da Atençãoà saúde, que poderiam influir no direcionamento da gestão do cuidado. Conclusão: a gestão do cuidado,através da política de saúde contemporânea, seria bem recebida por Ivan Ilitch, e os princípios daUniversalidade, Integralidade e Equidade na assistência médica proporcionariam um atendimento adequado ehumanizado. Descritores: Conhecimento; Enfermagem; Cuidados de Enfermagem; Gestão em Saúde.

    ABSTRACTObjective: to reflect on the romance by Leo Tolstoy “The Death of Ivan Ilyich” and current health policiesrelevant to the individual's disease process.  Method : this is a descriptive and reflective study on therelevance of current health policies on health and the individual disease process in connection with the workof Leo Tolstoy and current literature, located through electronic search in PubMed/Medline, Lilacs and Scielodatabase. Results: the study was to meet regulatory arising from current laws of the current Health Systembased in the universality, equity and Completeness of Health Care, which could influence the direction of caremanagement. Conclusion: care management, through contemporary health policy would be welcomed by Ivan

    Ilyich, and the principles of universality, integrality and equity in health care would provide an adequate andhumane care. Descriptors: Knowledge; Nursing; Nursing Care; Health Management.

    RESUMENObjetivo: reflexionar sobre la novela de Léon Tolstói “La Muerte de Ivan Ilich” y las políticas de sa ludactuales pertinentes al proceso de enfermarse del individuo.  Método: se trata de un estudio descriptivo yreflexivo acerca de la pertinencia de las políticas de salud actuales en el proceso de salud y enfermedad delindividuo, en contexto con la obra de Léon Tolstói y la literatura actual, localizada por medio de búsquedaelectrónica en Pubmed/Medline, Lilacs y en el banco de datos Scielo. Resultados: el estudio fue AL encuentrode normativas de las leyes actuales del Sistema Único de Salud vigente basadas en la Universalidad, Equidad eIntegralidad de la Atención a la salud, que podrían influir en el direccionamiento de la gestión del cuidado.Conclusión: la gestión del cuidado, a través de la política de salud contemporánea sería bien recibida por IvanIlich, y los principios de la Universalidad, Integralidad y Equidad en la asistencia médica proporcionarían unatendimiento adecuado y humanizado. Descriptores: Conocimiento; Enfermería; Cuidados de Enfermería;Gestión en Salud.1Enfermeiro, Mestrando em Enfermagem, Universidade Federal de Alfenas/Unifal. Varginha (MG), Brasil. E-mail:[email protected];  2Enfermeira, Mestranda em Enfermagem, Universidade Federal de Alfenas/Unifal. Varginha (MG),Brasil. E-mail: [email protected];  3Enfermeira, mestranda em enfermagem pela Universidade Federal de Alfenas/Unifal. Itajubá(MG), Brasil. E-mail: [email protected]; 4Enfermeira, mestranda em enfermagem pela Universidade Federal de Alfenas/Unifal. Poçosde Caldas (MG), Brasil. E-mail:  [email protected];  5Enfermeiro, mestrando em enfermagem pela Universidade Federal deAlfenas/Unifal. Poços de Caldas, (MG), Brasil. E-mail: [email protected];  6Farmacêutico, Doutor em Nutrição Humana Aplicada,

    Professor Adjunto, Universidade Federal de Alfenas/Unifal. Alfenas (MG), Brasil. E-mail: [email protected] 

    ARTIGO AN LISE REFLEXIVA 

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]

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    Português/InglêsRev enferm UFPE on line., Recife, 10(Supl. 2):859-66, fev., 2016 860 

    ISSN: 1981-8963

    ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.6884-59404-2-SM-1.1002sup201621 

    Leon Tolstói foi reconhecido como um dosmaiores escritores da história, a novela AMorte de Ivan Ilitch está dentre suas diversasobras consagradas como Guerra e Paz (1965 – 

    1869), e Anna Karerina (1875–1877). O autorao longo de sua vida vivenciou uma série detransformações espirituais que o conduziu anovas formas de viver, buscando acompreensão de si mesmo, dentro de umasociedade encoberta por autoridade política eeclesiástica. Dedicou a vida em comunhão ànatureza buscando autossuficiência. Morre aos82 anos, em 1910, tendo algumas de suasobras publicadas postumamente.1 

    Na novela A Morte de Ivan Ilitch, Tostóiretrata uma época em que a vida burguesa,beneficiada pelas classes mais favorecidas,permitia regalias sociais, políticas e o acessoaos cuidados de saúde. Ivan Ilitch teve todoacesso às consultas médicas eacompanhamento do profissional em busca deum diagnóstico para seu mal, tendo umacondição financeira que o favorecia, pois viviaem uma época em que a política de saúde nãotinha caráter universalista e não havia

    preocupação com as doenças crônicas,somente com a prevenção e controle dasdoenças infectocontagiosas a fim de preservara saúde das grandes massas que se moviampara a produção de bens, determinada pelaeconomia capitalista de mercado, onde o focoda assistência médica era o pobre querepresentava a força de trabalho.2 

    A Morte de Ivan Ilitch conta a história deum juiz, Conselheiro da Corte de Apelação,

    que morre aos quarenta e cinco anosacometido por uma doença crônica, e vivenciaprofunda decadência social e familiar aodescobrir e sentir a enfermidade, sepercebendo como uma pessoa inútil eatormentada pelas histórias de seu passado,pela dor física degradante e progressiva deseu presente e pelo medo de seu fim.

    A novela segue passando da infância àjuventude do personagem até se tornar

    homem feito e provedor de uma família, nãose mostrando como um entusiasta nem umapaixonado pela vida nem pelos que ocercavam. Trabalhava, recebia amigos eignorava o mau humor de sua esposa e assimseguiu sem grandes acontecimentos até queum gosto estranho, que por vezes sentia naboca, evoluiu para uma irritabilidade de fundodoentio. Posteriormente, confirma- se apresença de uma doença que vai transformarsua vida em um infinito sofrimento durantesua trajetória ao encontro com a morte. Aleitura da obra expõe o profundo sofrimento

    vivenciado por Ivan Ilitch, ponto crucial eobjeto de nossa análise.

    ● Refletir sobre a novela de Léon Tostói “A

    Morte de Ivan Ilitch” e as políticas de saúde

    atuais, e sua pertinência no processo deadoecimento do indivíduo.

    Trata-se de um estudo descritivo ereflexivo acerca da pertinência das políticasde saúde atuais no processo de saúde edoença do indivíduo, em contexto com oretratado na obra de Léon Tostói “A Morte de

    Ivan Ilitch”. Para a elaboração desta reflexão,

    optou-se pela leitura exaustiva da referidaobra de Léon Tostói, além da revisão daliteratura relacionada às políticas de saúdeatuais e o processo de saúde e doença emartigos científicos localizados por meio debusca eletrônica na Pubmed/ Medline,Lilacs eno banco de dados Scielo.

    O estudo possibilitou a criação de trêspontos norteadores de reflexão. Para acriação destes, observou-se e refletiu-se sobre

    os principais temas encontrados na literaturapor meio da análise de títulos e resumos deartigos, sendo eles: As distintas dimensões dosofrimento; Estratégias políticas para acondução dos processos saúde –  doença:amenizando o sofrimento; e a Gestão doprocesso saúde –  doença: o manuseio da dorfísica e acolhimento para reduzir osofrimento.

    ● As distintas dimensões do sofrimento Na novela A Morte de Ivan Ilitch, o

    personagem central é um juiz de classe médiae vida burguesa, que após desenvolver umadoença crônica manifestada por uma dor embaixo ventre do lado direito, a qual nodecorrer da história é crescente e tão intensaao ponto de privá-lo do trabalho, do convíviosocial e familiar, tornando-o um homemtotalmente dependente e sem a autonomiaque lhe acompanhou pela juventude. Ele vaiencontrar apoio e conforto no avesso de suacondição social, na pessoa do servoGuerássim.

    O sofrimento está na própria condiçãohumana, quando o ser se confronta com aangústia de sua finitude. Para entender osofrimento e defini-lo, é preciso lançar mãode diversos olhares para refletir sobre estefenômeno, buscando explicações na filosofia,

    antropologia, psicologia e áreas afins.Utilizando estes enfoques da realidade,

    AN LISE REFLEXIVA 

    M TODO 

    OBJETIVO 

    INTRODUÇ O

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    Português/InglêsRev enferm UFPE on line., Recife, 10(Supl. 2):859-66, fev., 2016 861 

    ISSN: 1981-8963

    ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.6884-59404-2-SM-1.1002sup201621 

    articulando com educação e princípios decidadania em um contexto cultural e social, épossível raciocinar a respeito 3.

    A importância e o significado dados aoadoecer relacionam- se com as experiênciasvivenciadas por cada pessoa humana e neste

    processo destacam- se como atores sociais aprópria pessoa, a família e o profissional dasaúde, inseridos em um contexto sócio,político, econômico e cultural, emdeterminado tempo e espaço.

    Da mesma forma em que na época vividapelo personagem, onde o cuidado eracentrado no modelo assistencial hegemônicoda saúde, modelo biomédico (caracterizadopor uma abordagem clínica centrada no

    cuidado individual e na figura do médico). Épreciso articular as intervenções de diferentesnaturezas para que possamos atender àsmultidimensionalidades do ser humano. Olharo processo saúde-doença e as direções docuidado dentro de macros e microcontextosdeterminados socialmente e sob a égide dedimensões subjetivas e culturais sãodeterminantes para a compressão desteprocesso 4.

    Ivan Ilitch não perdeu somente acapacidade funcional de seu corpo, mas suaindependência e liberdade. Não mais realizavaseus trabalhos diários, compartilhavamomentos com sua família, convivia com seusamigos, decidia seu destino. Ele esperava eesperava pela morte, mergulhado em umsofrimento tão aterrorizante, vazio e solitário.

    Assim, o que é confortador nesta tristehistória de sofrimento é a acolhida de umpersonagem coadjuvante, o único que foi

    capaz de lhe amenizar o sofrimento, ocamareiro Guerássim, o qual, nos dias atuais,seria chamado de cuidador.

    A relação do profissional de saúde com ocliente/usuário também é um encontro deculturas, com valores, saberes e fazeresdiversos e é esta intervenção comprometida,ética e responsável que pode ampliar eextrapolar limites das ações do modelobiomédico, este olhar subjetivo, além do que

    se vê, refere-se à abordagem antropológica,cuja preocupação com as questões da saúde eda doença tem estado presente em estudosetnográficos há bastante tempo.

    Acreditamos que Gerássim experiencioualguns destes conflitos éticos ao ver seupatrão se definhando, diante doposicionamento da família frente aosofrimento daquele homem doente, dodescaso dos amigos, de sua infinita solidão. No

    cotidiano profissional, diversas situaçõesparecem repercutir em sofrimento e angústia

    para nós, profissionais de enfermagem.Relações de poder predominantementeburocratizadas, frias e tecnicistas 5.

    A obra não trata do sofrimento dopersonagem Guerássim, mas cabe a nósdespertar para esta realidade, sendo o

    processo saúde-doença envolvido por umasérie de atores. Seguindo este pensamento,voltamos à família, e a família de Ivan Ilitch.Apenas seu filho mais novo sofreu, nosmomentos em que chorou à beira do leito deseu pai, como descrito na novela. Comosuportam ou se comportam as famílias queexperienciam em seus lares o sofrimento deum paciente diante de um processo deadoecimento como o de Ivan Ilitch?

    Ao longo do tempo tem existido algumapreocupação em estudar este fenômeno, mas,mais no contexto do sofrimento do utente eda dor, e não na perspectiva da famíliacuidadora. Assiste-se hoje a um incrementode famílias cuidadoras, e perante estarealidade parece lícito então questionar seessas famílias não passam por uma transiçãode vivências durante períodos de sofrimento 6.

    A doença de um dos elementos da famíliavai implicar em uma ruptura no cotidiano dopróprio e da família, levando a alterações darotina diária e, por vezes, à instauração deuma crise familiar. O impacto do diagnósticode uma doença não só repercute na pessoamas também na família 7.

    O modo como cada enfermeiro enfrentasituações de crise, nomeadamente osofrimento, reflete a sua individualidadeenquanto ser único e a rede de ligaçõesenquanto ser relacional 8.

    A doença do personagem espelha a vivênciade muitos, a qual não se restringe apenas àinabilidade e comprometimento físicos mastambém aos aspectos das políticas de saúde eo que eles trazem de benefícios à população etoda a comunidade. Assim, cada envolvidonesse processo de saúde e doença manifestade forma distinta seus sentimentos em face àexperiência. Cabe, dessa forma, aoprofissional de saúde e às políticas oferecer

    suporte e amenizar este sofrimento coletivousando os recursos que estiverem ao seualcance para fazê-lo.

    ● Estratégias políticas para a conduçãodos processos saúde–doença:amenizando o sofrimento

    A política de saúde universalista vigente noBrasil de hoje apresenta um leque deabrangência impensado para a época em quese passa a estória sobre Ivan Ilitch e,

    principalmente, sobre o processo saúde eadoecimento.

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    ISSN: 1981-8963

    ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.6884-59404-2-SM-1.1002sup201621 

    O cenário onde se passa a novela nãodispõe de recursos e de estratégias paraminimizar os efeitos nocivos causados pelasdoenças crônicas/degenerativas como nos diasatuais. Diante deste personagem, paciente,acometido por uma doença grave, progressiva,

    crônica, dispondo de recursos limitados para ocontrole da dor, assistido aos moldesbiomédicos cartesianos que predominavam àépoca, e dentro de uma estrutura familiar quelhe privava do apoio domiciliar adequado,contando apenas com a generosidade de seucamareiro para amenizar seu profundosofrimento, seria recomendado refletir sobreo fato de que algumas políticas públicas emsaúde vigentes na atualidade seriam de usoaconselhável.

    Ao transportar o personagem Ivan Ilich paraa contemporaneidade, este teria o direito dese beneficiar de cuidados preconizados peloSistema Único de Saúde (SUS), ancorado nosprincípios de: Universalidade, Equidade eIntegralidade da Atenção à Saúde. Emboraseja plausível que o personagem pudesselançar mão de um plano de assistênciaprivada, por suas possibilidades econômicas.Teria ao seu alcance o suporte, porém, o

    atendimento humanizado seria preservado?Ele teria um atendimento adequado? Assim,pode-se suspeitar que, de modo geral, o queacontecia na época, comparado aos diasatuais, é pouco distinto no que se refere aocuidado dos enfermos, pois mesmo com adensidade de conhecimento técnico quetemos, funcionamos mecanicamente,disciplinados pela “técnica” médica. 

    O que teríamos a oferecer para ele,

    atualmente, seriam serviços de CuidadosPaliativos que dispõem de uma políticaestruturada de provisão, com acesso pelacriação de uma Câmara Técnica em Controleda Dor e Cuidados Paliativos criada pelaportaria nº 3.150 do Ministério da Saúde em 12de dezembro de 2006 9, com finalidade deestabelecer diretrizes nacionais para aassistência em dor e os cuidados paliativos,complementada pela criação de uma CâmaraTécnica sobre a Terminalidade da Vida noConselho Federal de Medicina, que em 2006aprovou a resolução 1.805/06 10, dispondosobre a ortotanásia (morte natural dopaciente) no Brasil, colocando em foco anecessidade de se definir estes cuidados comoárea do conhecimento e reconhecer a práticada Medicina Paliativa, a qual representa umconjunto de práticas de assistência aopaciente incurável que visa oferecer dignidadee diminuição de sofrimento. Estes cuidados,

    garantidos por meio todas as políticasnacionais e orçamento de saúde, bem como

    nos currículos dos profissionais de saúde,beneficiariam nosso personagem.

    Ivan, no seu cotidiano familiar, atuava comrispidez e suas atitudes resultaram de mesmaatuação da parte médica que recebia nodecorrer dos seus atendimentos, mas em

    hipótese alguma estamos a discutir orelacionamento familiar, mas, sim, focarsobre os direitos que temos de receber umtratamento humanizado e com qualidade,assim como ter o esclarecimento doprofissional de saúde sobre o seu estado, queconsta na Política Nacional de Humanizaçãode 2004 11, que tem como um dos seusobjetivos promover atendimento dequalidade, bem como o acolhimento, embora

    este sentimento devesse nascer das relaçõeshumanas, e não ser imposto politicamente,mas seria útil para promover atendimento dequalidade, bem como o acolhimento aocidadão, portanto, nesta perspectiva, ahumanização está intimamente relacionadacom cuidados paliativos, já que durante todaa vida estes cuidados precisam serhumanizados. Considerando os sentimentos deIvan, diante de um difícil processo deaceitação, este enfrentamento seria mais

    sereno.Deste ponto de discussão, das

    particularidades da equipe multiprofissionalem face aos cuidados paliativos e ahumanização, a formação nas áreas de saúdevem passando por um momento depreocupação com os aspectos sociais,caracterizando-se pela solicitação de umaresponsabilidade social do profissional desaúde, contrário aos aspectos meramente

    biológicos e mecanicistas que sedesenvolveram após a II Guerra Mundial 12.

    Na dimensão do cuidado, da assistência ehumanização, em relevância ao nosso pontode reflexão sobre a A morte de Ivan Ilitch,podemos considerar que há várias décadas asaúde pública defronta-se com o surgimentode doenças crônicas, contudo, as políticaspúblicas e de saúde ainda demonstram umdespreparo para o enfrentamento destas,

    sejam na preparação dos profissionais desaúde envolvidos ou das tecnologiasdispensadas. Neste contexto, os CuidadosPaliativos aparecem como uma formacompartilhada de se amenizar o sofrimento dopaciente acometido.

    Gestão do processo saúde–doença: omanuseio da dor física e acolhimentopara reduzir o sofrimento

    Em certo momento da novela, observa-se

    que a dor em baixo ventre do protagonista,possivelmente fruto de uma batida em um

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    Português/InglêsRev enferm UFPE on line., Recife, 10(Supl. 2):859-66, fev., 2016 863 

    ISSN: 1981-8963

    ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.6884-59404-2-SM-1.1002sup201621 

    móvel de sua casa nova, aumentaintensamente. A princípio, ela era leve epassageira, entretanto, com o passar dotempo se tornou persistente e insuportável,afetando toda a sua vida. Especulando, se abatida causou-lhe o mal, ou ele estava

    acometido por uma doença maligna incurável,mas de fato, vale refletir não sobre o start doprocesso de adoecimento do personagem, maso mergulho ao sofrimento profundovivenciado.

    Assim, Ivan Ilitch apresenta complicaçõesem todos os aspectos de sua vida, como oemagrecimento, o desgaste físico, a falta deadesão adequada ao tratamento, a dificuldadede relacionamento com sua família, a

    percepção da fragilidade da sua vida e aangústia de viver e morrer. Com o passar dahistória percebe-se a intensificação dosofrimento de Ivan, sua recusa em relação aoseu quadro físico e a sua má relação com seusfamiliares e médico.

    Durante toda essa passagem do livro, LeonTolstói coloca o personagem na posição socialde doente, criando ao redor deste umcontexto de intenso sofrimento e afastamentode suas atividades diárias, como trabalho e

    amigos. O personagem perde, então, totalcontrole de sua saúde e de sua vida, setornando escravo de uma dor física e de umador na alma.

    Conseguimos, nitidamente, com a descriçãodo autor, perceber como o sofrimento dopersonagem é intenso, como ele se sentefrágil e angustiado devido à dor física e asensação de desamparo e solidão.

    Tais percepções em relação à dor trazidas

    pelo autor nessa novela parecem estarpresentes até hoje na vida dos indivíduos.Ainda se tem uma inquietação do motivo deuma pessoa passar por momentos de dor esofrimento. Nesse sentido, o fenômeno da doracompanha a história da humanidade e daprópria medicina. Relatos muito antigosdemonstram a preocupação não só emcompreender o fenômeno doloroso, mas emencontrar recursos para tratá-lo e controlá-lo

    de forma eficaz13

    .Assim, o caráter subjetivo da dor dificulta

    sua definição, sendo até historicamentecompreendida e explicada de forma mítica,mística ou religiosa. Deste modo, a dor e osofrimento podem ser inseparáveis, sendodestacados socialmente como castigosmerecidos para a purificação e a salvação daalma.14 

    Dessa forma, a dor física é uma questão

    biológica, porém, sua percepção e suavivência são culturalmente construídas, isto é,

    são pessoais, cada indivíduo pode vivê-la esenti-la de forma diferente.15 

    A dor pode ser vista como sensaçõescomplexas e subjetivas, resultantes deimpulsos decodificados que chegam aosistema nervoso promovendo uma interação

    com informações armazenadas e atividadesemocionais. Por isso, a dor éfundamentalmente o que a pessoa diz e sente,sendo possível de ser avaliada por meio dacomunicação, assim tornando-se capaz dedefinir estratégias adequadas para aliviá-la.Na avaliação da dor, torna-se indispensávelum conhecimento da história clínica, combase nos antecedentes pessoais, naexperiência dolorosa e dos hábitos

    medicamentosos, na avaliação psicossocial dadoença atual e da história de dor.16 

    Nesse sentido, o alívio da dor segue umaabordagem não somente farmacológica mastambém uma vertente psicossocial. Éimportante a ação farmacológica dosmedicamentos sobre a dor, e isso não pode serdesvalorizado, mas existem outrasintervenções que podem ser utilizadasconjugadas às estratégias farmacológicas, quediz respeito e é de domínio da enfermagem,

    cujo objetivo é reduzir a ansiedade e,consequentemente, a própria dor. Entre essasestratégias, estão o toque terapêutico, orelaxamento progressivo, a imagética, obiofeedback e a sugestão 16.

    Outro foco da dor apresentado na obra deLeon Tolstói é o sofrimento da alma, como jámencionado acima, quando o autor descreve aangústia da solidão, do sofrimento espiritual edesamparo de Ivan Ilitch.

    O sofrimento é mais amplo do que a dor,pois o sofrimento provoca, essencialmente,redução da qualidade de vida, como respostanegativa, induzida pelo medo, ansiedade,estresse, perdas e outros aspectospsicológicos. A dor requer uma explicaçãofísica e existencial que quando não se entendeinterfere na vida da pessoa levando àfrustração, ansiedade e depressão. Nestecaso, o sofrimento é a decorrência dramática

    da falta de compreensão do significado dador. O sofrimento é quase sempre associadoou mesmo confundido com a dor, devido araízes históricas, religiosas e culturais.15 

    O sofrimento suscita compaixão, que é aempatia transformada em ação solidária e nãosomente em uma exclamação anestesiadorade consciência como a expressão “que pena”

    ou “que dó” 17.

    Assim, a semelhança entre a dor física e a

    dor espiritual é que o sofrimento da alma é aemoção negativa da própria vida, pois

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    ISSN: 1981-8963

    ISSN: 1981-8963 DOI: 10.5205/reuol.6884-59404-2-SM-1.1002sup201621 

    podemos sofrer sem ter dor e ter dor semsofrer. Dessa forma, o sofrimento da alma nãoé a dor, mas pode ser enfatizado por ela. Osofrimento da alma manifesta-se, então, peloabandono, pela rejeição, pela solidão.15 

    A solidão, nesse sentido, não é considerada

    como sintoma, mas é definida como algo quesepara os laços sociais dos sujeitos. Éconsiderada, assim, como a impossibilidade deestabelecimento de um vínculo com outraspessoas.18  Todos esses sentimentos negativosde sofrimento e abandono são mencionados,pelo autor, durante a vida de doença de IvanIlitch.

    O sofrimento psicossocioespiritual pode servisto como uma ameaça para o doente em

    relação ao sentido da vida, à perda decontrole, o enfraquecimento das relaçõesinterpessoais. Isto porque o processo domorrer favorece o isolamento, a impotência, adesesperança com a vida. Desta maneira, umaestratégia apropriada para lidar com osofrimento psicossocioespiritual deve serdesenvolvido para enfrentar esta realidade.17 

    Assim, o remédio que pode, talvez, fazermaior efeito em termos de cura, é a qualidadedo relacionamento estabelecida entrepaciente e cuidadores e paciente e suafamília. Encontra-se no coração da relaçãoterapêutica entre cuidador e doente o cuidadodas necessidades de relação e sentido, bemcomo de uma comunicação verdadeira ehonesta 19.

    Outro cuidado adequado ao paciente queestá sofrendo é procurar respeitar aintegridade do doente como um ser humano,visando garantir que o paciente: seja mantido

    livre de dores, que tenha momentos dignos,que receba cuidados contínuos e que não sejaabandonado, tenha autonomia de decidirentre a recusa ou o aceite das terapias queprolongarão o processo do morrer, que sejaouvido a todo o momento como uma pessoanos seus medos, sentimentos, pensamentos,valores, crenças e esperanças, e que tenha aopção de morrer onde desejar.17 

    Em muitas situações críticas, a doença traz

    sofrimentos e dores intoleráveis e semperspectivas. Este é o motivo pelo qual aspessoas optam pela eutanásia, como forma deabreviar a vida intencionalmente, evitando osofrimento e a dor.17 

    Portanto, o cuidado da dor e do sofrimentoda alma é a chave para o resgate da dignidadeda pessoa humana num contexto crítico, poisquando realizado com eficiência peloprofissional, pode levar a uma melhora da

    qualidade de vida do indivíduo. Acredita-seque, diante de cenários geradores de

    sofrimento, é possível implementar políticasde assistência e cuidados que visem adignidade da pessoa humana doente.17,21 

    Ivan Ilitch foi ferido de diversas formas,não sendo agraciado por políticas de saúdeque assegurassem sua dignidade humana, por

    meio de cuidados integrais compartilhadospelo trabalho profissional de equipe e por umaorganização formal de assistência erecuperação de sua integridade como pessoahumana.

    A obra expõe o profundo sofrimentovivenciado por Ivan Ilitch e sua degradaçãopolítica, social, econômica e familiar em seu

    itinerário durante o processo de adoecimento,pela perda da capacidade funcional de seucorpo físico, e principalmente de suadignidade humana. A vida financeiraaparentemente satisfatória lhe permitiureceber cuidados em saúde, a falta de suportefamiliar e social o fez mergulhar em umsofrimento profundo, amenizado peloscuidados de seu camareiro, que lheproporcionou momentos mais dignos à esperada morte.

    Guerássim, enfermeiro ou servo?Profissional sem formação específica, estadeterminante para a qualidade assistencial nacontemporaneidade, época onde são criadaspolíticas de humanização, as quais tentamassegurar que profissionais de saúde estejamaptos a lidar com os enfrentamentos docotidiano do cuidado e, sem esses atributos,ele atingiu seu objetivo, preservar a dignidadede seu paciente.

    Esta leitura permite aprofundar sobre aspossibilidades de promover uma acolhida eampliar nosso olhar em relação à importânciada aplicação prática de normativasdisponibilizadas sob a forma de leis quepoderiam ter sido adotadas e implementadasatenuando o sofrimento de pessoas nasmesmas condições que o personagem IvanIlitch.

    Assim, o que nos leva a reflexão é se a

    gestão do cuidado através da política de saúdecontemporânea seria bem recebida por ele,por sua família e pelos que o cercavam, e seos princípios da Universalidade, Integralidadee Equidade da assistência médica no processosaúde e doença proporcionariam ao pacienteum atendimento adequado e humanizado,portanto, a reflexão sobre a importância defomentar discussões sobre a gestão daspolíticas de saúde contemporâneas e sua

    efetividade permite encontrar caminhos embusca da dignidade da pessoa humana após

    CONCLUS O 

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    transitar na dor e sofrimento durante oprocesso de adoecer e morrer e se essas sãorealmente efetivas ou pouco se diferenciamda época em que se passa a novela.

    Para além da valorização crítica de umapolítica de saúde, a condição humana

    retratada por Tostói transcende épocas e nosleva à criticidade do Sistema de Saúde,especialmente quando concebido como umconjunto de relações visando resultadoscondizentes com uma concepção social desaúde. Assim, a depender de como umasociedade concebe o que é saúde é quemelhor se construirá o perfil do cuidado. Mas,a lição maior da morte de Ivan Ilitch, e o queé crítico para a política de saúde, é a

    importância de como uma sociedade concebevida e morte, desafio grande demais para umaou outra política específica.

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    Submissão: 06/08/2015 Aceito: 22/01/2016Publicado: 15/02/2016

    Correspondência

    Sérgio Valverde Marques dos SantosRua Vereadora Lucia de Carvalho, 85Bairro Parque São JoséCEP 37030-223  Varginha (MG), Brasil 

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