74207626 san prototipo de eta
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Universidade Federal de Itajubá
Protótipo de ETA para a população urbana de Santa
Rita do Sapucaí/MG
Professora Herlane C. Calheiros
Grupo:
Adriano Payão Pela
Andressa Cristina de Moraes
Camila Andrade Abe
Gabriela Junqueira da Silva
Guilherme Samprogna Mohor
Leonardo Botossi Ciomini
Mariana A. G. A. Barbosa
Vinícius G. Scartezini de Rezende
Itajubá, 22 de Novembro de 2011
i
SUMÁRIO
1. Revisão Bibliográfica ................................................................................................................... 1
2. Projeção da população ................................................................................................................ 4
2.1 Vazões ........................................................................................................................................... 5
3. Dimensionamento da estação .................................................................................................. 5
4. Dimensionamento do protótipo ........................................................................................... 15
5. DESCRIÇÃO DO TRABALHO ................................................................................................... 20
5.1 Montagem e Manutenção do Projeto ............................................................................. 20
5.2 Durante o teste ........................................................................................................................ 26
6. RESULTADOS ................................................................................................................................ 28
7. Conclusões ..................................................................................................................................... 31
8. Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 32
1
1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
As culturas milenares da China, Índia, Mesopotâmia, Egito, Roma e povos das
culturas americanas são exemplos clássicos das grandes civilizações que nasceram
às margens dos grandes cursos de água. Estes corpos d'água formam a base
primária necessária para vida e agricultura (SCHNIFF, 1996).
São conhecidos importantes aquedutos romanos, cujos vestígios nos
permitem apreciar uma concepção técnica e urbanística muito desenvolvida.
Entretanto, a necessidade de estabelecer núcleos urbanos em zonas estratégicas e
afetada pelo seu crescimento, além de outros fatores externos, com o tempo,
fizeram cair a qualidade da água disponível, e, por conseguinte, tornou-se ponto
decisivo para a busca de fontes mais adequadas a distância.
À medida que as aglomerações humanas foram tornando-se mais densas com
a formação das cidades, a necessidade de grandes volumes de água passou a
constituir um problema que obrigou os antigos a executarem grandes obras
destinadas a captação, transporte e armazenamento deste líquido (RUSSEL, 1995).
Destas obras destacam-se os antigos tanques de Aden na Arábia, 600 d.C.
Porém, foram os romanos que possuíram o sistema de abastecimento mais
completo. Após a poluição terem poluído do rio Tigre os romanos, ampliaram o seu
sistema de abastecimento, construindo aquedutos que traziam água de pontos
distantes da cidade, até hoje existentes. Estes aquedutos eram dotados de
pequenos tanques constituídos de areia e cascalho, onde partículas mais pesadas
se depositavam no fundo e a água tratada era conduzida para cisternas, fontes
públicas e algumas residências particulares (RUSSEL, 1995).
Assim, a captação, o transporte e o armazenamento da água surgiram pelo
aumento do consumo e desenvolvimento da comunidade. No século XII, países
como a França, tiveram baixo índice sanitário, em virtude do baixo consumo de
água per capta. O abastecimento em Londres, inicialmente foi feito com água de
fontes conduzida por conduto de chumbo e alvenaria, mas só em 1582 foi utilizada
a água do rio Tamisa, graças à primeira bomba na ponte de Londres e do
transporte da água bombeada, através de tubulação para cidade (SESAN, 1996 ).
Com a invenção da máquina a vapor foi possível o emprego de bombeamento
com capacidade e potência adequadas. Mas só no século XIX se desenvolveu o
2
sistema de abastecimento, com a fabricação de tubos de ferro capazes de suportar
maiores pressões de acordo também com a sua topografia e geologia locais
(HELLER, 1997).
Nos Estados Unidos, em virtude da poluição e contaminação das águas
captadas para abastecimento público, houve progressos e desenvolvimentos
científicos no campo do tratamento de águas a fim de torná-las próprias para
consumo humano. Assim sendo, em 1832, foi construída a primeira estação de
tratamento de água que mesmo tendo resultados poucos satisfatórios serviram de
base para outros projetos sendo que em 1858, já se abastecia cidades americanas
com água tratada (HELLER, 1997).
O tratamento de água contribui significativamente no controle das doenças
de veiculação hídrica. Neste sentido os países desenvolvidos apresentam
indicadores de saúde que demonstram o controle dessas doenças por ações de
saúde pública e saneamento. Nos países em desenvolvimento ainda persistem
índices que deixam claro a baixa qualidade de infraestrutura sanitária (RUSSEL,
1995).
O alúmem é provavelmente a substância química mais amplamente utilizada
para coagulação dos suprimentos públicos de água, devido a excelente formação
do floco, sua relativa economia e facilidade de manuseio. A quantidade de sulfato
de alumínio necessário para provocar uma coagulação perfeita não pode ser
predita teoricamente por análise química ou por outras hipóteses. Usa-se mais as
quantidades teóricas, porque parte dos íons de alumínio parecem se combinar
diretamente com as impurezas da água (BABBITT, 1987).
O sulfato de alumínio é fácil de transportar e de manejar, seu custo é baixo e é
produzido em várias regiões brasileiras. O seu pH utilizado é de 5,0 a 8,0. Existem
outros coagulantes como o sulfato ferroso muito útil para tratar águas que
apresentem pH elevado na faixa de 8,5 a 11,0; sulfato férrico conveniente para
tratamento de águas altamente coloridas ou ácidas é efetivo na faixa do pH de 5,0 a
11 e cloreto férrico produz bons flocos em amplo intervalo no pH de 5,0 a 11,0
(VIANNA, 1997).
O Sulfato de alumínio é bastante eficiente em relação a redução da cor,
turbidez, DQO e DBO, porém sua concentração diminui em 43% pelo próprio
alumínio. Enquanto o tanino além de minimizar em 65% os parâmetros
3
mencionados, adsorve os metais como o alumínio, ferro, zinco, etc., eliminando-os
do meio diminuindo assim a sua toxidez (VIANNA, 1997).
As águas dos mananciais para abastecimento, normalmente possuem cor,
turbidez, sólidos dissolvidos em estado coloidal e em suspensão. Dessa forma,
retira partículas sob as dimensões coloidais e suspensas por sedimentação e
filtração, proporcionando uma clarificação e redução de muitos microrganismos
capazes de ocasionar doenças que pode ser completado por desinfecção no
tratamento final (VIANNA, 1997).
Coagulação e floculação são dois processos físico-químicos onde são
realizadas reações químicas entre partículas coloidais e em suspensão com
coagulantes para formação de flocos com massa e peso suficientes pra serem
retirados por um simples processo de separação sólido-líquido, principalmente a
decantação de água e a filtração (LIBÂNIO, 1996).
A afinidade que as partículas hidrofílicas possuem pelas águas resulta da
presença de certos grupos polares, na superfície das partículas. Esses grupos são
solúveis em água e assim atraem firmemente o revestimento de água em volta da
partícula, que se chama Camada de Solvatação. Os colóides formados em processos
de tratamento de água podem ser classificados em liofóbicos e liofílicos. Liofóbicos
quando há pouca afinidade entre a fase dispersa e o meio, como no caso de metais
coloidais ou argilas em água. Quando o meio dispersante é a água, são
denominados hidrófobos se tais dispersões forem desidratadas, não se
redispersarão espontaneamente na água, tornando-se colóides irreversíveis
(LIBÂNIO, 1996).
Nos colóides liofílicos, tais como gelatina ou proteína na água, possuem
grande afinidade na fase dispersa com o meio. Se o meio dispersante for a água, são
chamados hidrófilos. Se tais dispersões forem desidratados, o material original se
reverterá e podem ser novamente redispersadas infinitas vezes, tornando-se
colóides reversíveis (LIBÂNIO, 1996).
Sabe-se que a grande maioria dos colóides naturais são hidrófilos e, portanto
dotados da camada de solvatação. Esse manto de água envolvendo as partículas
coloidais tem uma grande importância em sua estabilidade, pois ele mesmo, não
elimina os fatores de separação. Caso a micela, que é partícula primária, seja
destituída dessa camada protetora ( partículas hidrófilas ) em consequência da
4
inexistência de afinidade entre o disperso e o dispersante, iremos observar uma
aglutinação de partículas, acarretando a precipitação das mesmas (LIBÂNIO,
1996).
Essas partículas possuem propriedades elétricas que influenciam fortemente
o seu comportamento. As cargas localizadas na superfície (cargas primárias),
devido a dissociação dos grupos polares são responsáveis por um campo
eletrostático, que é fator determinante de estabilidade do sistema coloidal. Essas
cargas primárias são devidas principalmente à dissociação de grupos polares como
COOH – NH2 (BERNARDO, 1993).
2. PROJEÇÃO DA POPULAÇÃO
Tabela 1 - Dados do último Censo demográfico
Município Situação
do domicílio
Ano
1970 1980 1991 2000 2010
Santa Rita do Sapucaí - MG
Total 18.920 22.228 26.317 31.264 37.754
Urbana 11.566 14.987 20.091 25.519 32.458
Rural 7.354 7.241 6.226 5.745 5.296
Em cada intervalo entre os anos do censo, calcula-se a taxa de crescimento
da população urbana, em habitante por ano, e, então, a taxa média de crescimento.
Tabela 2 - Taxa de crescimento da população urbana
Ano
Taxa de crescimento média
1970 1980 1991 2000 2010
Pop. Urbana 11.56
6 14.98
7 20.09
1 25.51
9 32.45
8
Taxa de crescimento [hab/ano]
- 342 464 603 694 525,78
Tomando-se 2010 como o ano 0, através de uma projeção aritmética,
calcula-se as populações urbanas para os anos de 2012, 2022 e 2032. Adotado um
alcance de 20 anos para o projeto.
Pop(i) = pop(0) + [ano(i) – ano(0)]*taxa_cresc_média
5
Tabela 3 - Projeção da população
2010 2012 2022 2032
Pop. Urbana projetada 32.458 33.510 38.767 44.025
O gráfico abaixo demonstra o comportamento de crescimento obtido pela
projeção.
Gráfico 1 - Histórico e projeção da população de Santa Rita do Sapucaí-MG
2.1 Vazões
As vazões, calculadas para início (2012) e fim (2032) de projeto, são
baseadas no consumo per capita igual a 120 e 160 L/s, resultando o valor de vazão
média. Os valores máximos e mínimos são, respectivamente, produtos da
multiplicação pelos fatores de ajuste 1,2*1,5 e 0,5.
Tabela 4 - Vazões de início e fim de projeto
Qmín Qméd Qmáx
Ano Pop.
Urbana [L/s]
2012 33510 23,27 46,54 83,77
2032 44025 40,76 81,53 146,75
3. DIMENSIONAMENTO DA ESTAÇÃO
Tecnologia de tratamento
As características da água bruta constituem o principal fator que intervém na
definição da tecnologia de tratamento a ser empregada. Desta forma seguem na
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
45000
50000
1960 1980 2000 2020 2040
Po
pu
laçã
o [
hab
]
Ano
Censo IBGE
Projeção
6
Tabela 5 os modelos de tratamento recomendados de acordo os limites das
principais características da água bruta.
Tabela 5 - Limites de características da água e definição de sistema de
tratamento de água
Característica / Tecnologia
Convencional Dupla
Filtração Filtração
Direta Filtração
Lenta*
Filtração Direta em
Linha
Turbidez (uT) <3000 <50 <20 <10 <5
Cor Aparente (uC)
<1000 <50 <20 <20 <15
E. coli (NMP/100 ml)
<106# <103# <10³ <10³ <100
Algas (UPA/ml) <105 <5000 <10³ <250 <100 *Sem emprego de pré filtros
Fonte: Libânio (2008)
Para a determinação do sistema de tratamento a ser adotado mediu-se a
turbidez da água da água a ser tratada detectando-se o valor de 74 uT. Assim, de
acordo com a tabela apresentada, pode-se definir que o tratamento adequado para
a água do lago é o convencional.
1ª etapa – Coagulação e mistura rápida
Como unidade hidráulica de mistura, adotou-se a Calha Parshall, ou Medidor
Parshall, modelo de 36pol (91,5cm) que atende a vazões na faixa de 23 a 147 L/s.
O medidor Parshall 36 pol. tem as seguintes dimensões, visíveis no Anexo 1:
Tabela 6 - Dimensões do medidor Parshall adotado
W (Pol.)
A (mm)
B (mm)
C (mm)
D (mm)
E (mm)
F (mm)
36 1676 1645 1219 1572 914 610
G (mm)
L (mm)
K (mm)
N (mm)
Q min (L/s)
Q máx (L/s)
Massa (Kg)
915 3170 76 229 17,3 1427,2 150
A equação da vazão desta calha é:
7
Altura da lâmina líquida
Largura na seção de medida
( )
Velocidade na seção de medida
0,4478 m/s
Energia total disponível
0,3738 m
Ângulo fictício
(
( ) )
Velocidade no início do ressalto
( ( )
) (
)
Altura de água no início do ressalto
Número de Froude
( )
Altura conjugada do ressalto
(√ )
Profundidade no final do trecho divergente
8
Velocidade de saída do trecho divergente
Perda de carga no ressalto hidráulico
Tempo de residência médio
Gradiente de velocidade
(
)
2ª etapa – Decantador
Dados
Partindo da Taxa de Aplicação Superficial ,
Altura da lâmina d’água
Temperatura da água
Massa específica
Peso específico
Viscosidade dinâmica
Viscosidade cinemática
Número de decantadores
Velocidade na passagem
Área de cada furo
Lado de cada furo
Rugosidade do PVC
Vazão de Projeto
9
Área Superficial do Decantador
Verificação do Tempo de Detenção Hidráulico
Geometria do Decantador
√
Taxa de Aplicação Superficial
Velocidade Horizontal
(
)
Raio Hidráulico
( )
Reynolds
O decantador dimensionado vem no Anexo 2.
2.1. Cortina difusora de passagem do floculador - decantador
Área dos Furos
Orifícios
10
Área de Influência de Cada Furo
√
Conferência do Espaçamento
( ) Ok!
Número de fileiras horizontais e verticais
Conferência de % de furos
Distância de entrada - Cortina Difusora
(
)
Velocidade de escoamento nos furos
Verificação do gradiente de velocidade nos orifícios
(
( ))
( )
11
(( ((
) (
)))
)
( )
√
( )
A cortina difusora, e seu detalhe, são mostrados nos Anexos 2 e 3,
respectivamente.
2.2. Calhas de coleta de água decantada
Vazão estimada nas calhas de coleta
Comprimento total do vertedor
Calha não deve exceder 20% do comprimento do decantador
Número de calhas
( )
( )
Espaçamento entre as calhas
3ª etapa – Floculador
Largura do decantador
Profundidade da lâmina d'água
12
Tempo de residência
Vazão por decantador
Volume do floculador
Área superficial do floculador
Largura do floculador
Adota-se um floculador composto por 3 canais.
Largura individual dos canais do floculador
Verificação do gradiente de velocidade:
Número de chicanas no canal
((
)
(
))
Espaçamento entre chicanas
Velocidade nos trechos retos
Velocidade nas curvas
13
Tabela 7. Verificação das velocidades dos canais do floculador
Canal Gr (s-1) n e [m] V1 [m/s] V2 [m/s]
1 45 35 0,36 0,232 0,154
2 30 26 0,48 0,177 0,118
3 20 20 0,62 0,135 0,090
( )
(
( ( )
))
(
( ) )
√
(
)
Tabela 8. Verificação do gradiente de velocidade dos canais do floculador
Canal Lt [m] Rh [m] j Hd [cm] HI [m] H [m] Gr verificado
(s-1)
1 139,0 0,128 991,763 7,14 0,135 0,21 58,04
2 106,0 0,154 263,431 2,48 0,060 0,08 37,17
3 81,1 0,182 72,514 0,89 0,027 0,04 24,12
As vistas superior e lateral do floculador estão mostradas nos Anexos 5 e 6
respectivamente.
4ª etapa – Filtro
( )
14
( )
, usado para filtros de camada
simples, é o valor mínimo conforme ABNT NBR 12216/1992 (ABNT, 1992).
( )
Dimensões do filtro
( )
Alturas
Taxa de filtração
Perda de carga no meio filtrante limpo
Para areia
15
( )
4. DIMENSIONAMENTO DO PROTÓTIPO
1ª etapa – Coagulação e mistura rápida
A necessidade de reposição manual de água bruta no reservatório é o fator
que limita o protótipo a pequenas vazões.
Assim, é inviável utilizar uma Calha Parshall como unidade de mistura rápida,
sendo então substituída por uma queda livre.
O Gradiente de velocidade é dado por:
√
Onde,
[kgf/m³] = peso específico da água (998,2 a 20°C);
µ [kgf.s/m²] = viscosidade dinâmica da água (0,00010255 a 20°C);
G [s-1] = Gradiente de velocidade;
V [m³] = Volume da câmara em que a perda se dissipa;
Q [m³/s] = Vazão do vertedor;
hf [m] = perda de carga.
Para Q= 0,0000002 m³/s = 17,3 L/dia, e utilizando uma tampinha de garrafa
PET como câmara de dissipação,
Tabela 9 - Dimensões da mistura rápida
[kgf/m³] µ [kgf.s/m²] G [s-1] V [m³] Q [m³/s] hf [m]
998,2 0,00010255 700 0,000001 0,0000002 0,252
Portanto, a queda livre necessária é de 25 cm.
16
Ainda sobre os mesmos dados, considerando que o reservatório de
coagulante é uma garrafa PET de aproximadamente 400 mL,
Volume de mistura rápida na tampinha
Dosagem ideal de coagulante
Vazão de operação da água bruta
Coagulante, em massa, para o volume de mistura
Concentração da solução coagulante preparada
Volume de coagulante a aplicar
Tempo de troca do volume de mistura
Volume do reservatório de coagulante
Vazão de operação do coagulante
Concentração do coagulante desejada
Diluição da solução preparada
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2ª etapa – Floculador
Com o objetivo de se simplificar a montagem do protótipo, foram calculados
novos parâmetros para o floculador real considerando-se apenas 1 unidade. Assim,
as dimensões do real foram duplicadas, uma vez que a vazão afluente é total e o
tempo de detenção ( ) nesta unidade é mantido em 30 minutos.
Também foi considerado, no protótipo desta unidade, a existência de apenas
1 canal, e não 3 como calculado para o floculador da ETA real. Desta forma,
procurou-se manter um gradiente de velocidade médio (valor médio entre os 3
considerados para os canais do real) igual a 30 s-1.
Parâmetros da ETA real após considerações:
L= 12,6; B= 5,24; h= 4, 00;
L/B = 2,4
Protótipo:
Área superficial adotada:
As = 0,0085 m2
Largura:
√ ( ⁄ )⁄
Comprimeto:
⁄
Altura da lâmina d’água:
⁄
⁄ ⁄
Vazão:
( )
⁄
18
A Tabela 10 e a
Tabela 11 a seguir apresentam resultados obtidos da mesma forma que os da
Tabela 7 e da Tabela 8, como demonstrado no item de dimensionamento do
floculador real.
Tabela 10. Verificação das velocidades do canal do protótipo do floculador
Gr (s-1) n e [m] V1 [m/s] V2 [m/s]
30 10 0,014 0,00025 0,00017
Tabela 11. Verificação do gradiente de velocidade do canal do protótipo do
floculador
Lt [m] Rh [m] j Hd [cm] HI [m] H [m] Gr verificado(s-1)
0,15 0,0002 0,42 2,8 4,5E-08 0,028 21
3ª etapa – Decantador
Com o objetivo de se manter a vazão de 0,018 m3/dia por questões de
conveniência, calculou-se as dimensões do protótipo desta unidade em função da
mesma e considerando-se que o tempo de detenção no protótipo seria o mesmo do
real, igual a 4,8 horas.
Volume:
Área superficial:
⁄ , considerando-se h = 0,1 m.
Largura e comprimento:
√
(
)⁄ , sendo a razão L/B, das dimensões reais, igual a 2.
19
4ª etapa – Filtro
O protótipo desta unidade se mostrou inviável, uma vez que, para se manter
a mesma taxa de filtração que ocorre no real (180 m3/m2.dia), o diâmetro seria de
1 cm, considerada a mesma vazão de 0,018 m3/dia das outras unidades do
protótipo. Também, as alturas adotadas para o filtro real, por proporção, seriam
irrisórias no protótipo, fazendo com que sua construção fosse comprometida.
Desta forma, foi adotado um tubo de 2 cm de diâmetro, preenchido com 1,5
cm de brita, com diâmetro efetivo igual a 2,79 mm e coeficiente de
desuniformidade igual a 2,40, e 2,0 cm de areia, com diâmetro efetivo igual a 0,19
mm e coeficiente de desuniformidade igual a 3,05. As curvas granulométricas de
ambos são apresentadas a seguir.
Logo, a taxa de filtração do protótipo é igual a 57,3 m3/m2.dia, resultado da
divisão da vazão pela área superficial, notadamente inferior ao mínimo aceito para
um filtro de camada simples de fluxo ascendente.
Gráfico 2 - Curva granulométrica da areia.
0.00
10.00
20.00
30.00
40.00
50.00
60.00
70.00
80.00
90.00
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
Po
rce
nta
gem
qu
e p
assa
Largura da peneira [mm]
AREIA
20
Gráfico 3 - Curva granulométrica da brita.
5. DESCRIÇÃO DO TRABALHO
5.1 Montagem e Manutenção do Projeto
Iniciou-se o trabalho com o dimensionamento da ETA convencional em
tamanho real, de acordo com a turbidez da água do lago a ser tratada. Após este
dimensionamento, determinou-se o coeficiente de redução da escala da ETA e
calcularam-se as dimensões do protótipo.
Durante a montagem do protótipo da ETA, foi necessário realizar algumas
adaptações das dimensões do mesmo em função dos materiais disponíveis para a
sua construção. A única unidade em que houve modificações das dimensões do
protótipo foi o filtro, uma vez que o material disponível para o mesmo foi um tubo
de PVC e os valores encontrados se mostraram inviáveis para a construção (menor
que uma caixa de fósforo), além disso no lugar da Calha Parshall utilizou-se um
tipo de vertedor pois não existe o medidor Parshall para as dimensões do
protótipo.
Material Para Montagem
Floculador e Decantador:
- Chapas de Madeirite
- Folhas de Contact Branco (para impermeabilizar)
- Cola Adesiva Plástica
Filtro:
- Cano de PVC (e cotovelos)
- Cola para PVC
- Ralo de Pia
0.00
5.00
10.00
15.00
20.00
25.00
30.00
0 1 2 3 4 5
Po
rce
nta
gem
qu
e p
assa
Largura da peneira [mm]
BRITA
21
- Areia
- Brita
Reservatórios:
- 2 Galões de Água
- Bóia
- Fita Adesiva
- Tela de Plástico
- Garrafa de Água 510 mL
- 2 Equipos de Soro
- Torneira de Plástico
- Caneta Pincel
- Cano de PVC
Misturador Rápido:
- Gargalo de Garrafa de 2L com tampa
- Canudinho
Todas as Unidades:
- Tesoura
- Lixa
- Serra
- Estilete
- Durepoxi
- Tijolo
Material para Medição e Manutenção
- Balde
- Pipeta
- Proveta
- Cronômetro
- Turbidímetro
- Espectrômetro
- Galão de Descarte
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Figura 1. Reservatórios numerados de água bruta e garrafa (reservatório) de
coagulante.
Etapas de Montagem
Retirou-se a “tampa” de ambos os galões (facilitando o processo de
enchimento dos mesmos) serrando o material, para que o corte fosse o mais
próximo de uniforme fez-se marcações com caneta pincel.
De mesma forma foram feitos os orifícios de instalação da bóia (galão 1) e
da torneira plástica (galão 2). Como existia a possibilidade de vazamento esses
orifícios foram cobertos com durepoxi. A utilização de dois galões se deu para a
tentativa de manter a vazão constante do galão 2 através da bóia (figura 1).
Para que houvesse a mistura com o coagulante foi instalado um cano de PVC
com inclinação para atingir o misturador rápido.
Uma garrafa plástica foi presa com fita adesiva no ponto mais alto do
experimento, essa garrafa foi utilizada para armazenar o coagulante utilizado,
para conduzi-lo até o cano de PVC (vertedor) instalou-se um equipo de soro
(branco).
Durante os testes houve problemas para manter a vazão com a torneira de
plástico que desregulava constantemente, imaginou-se que ela estivesse entupida e
então instalou-se uma tela plástica para reter partículas grosseiras, contudo esse
procedimento não funcionou e a torneira foi trocada por um equipo de soro (azul)
obtendo-se um melhor resultado. Vale ressaltar que esta substituição, apesar de
ter melhorado a condição da vazão de entrada, não surtiu o efeito desejado, pois a
23
vazão manteve-se inconstante ao longo do dia. O equipo de soro utilizado para o
abastecimento do coagulante também apresentou este problema.
Figura 2. Equipes de soro para água bruta (azul) e coagulante (branca).
Utilizou-se um gargalo de garrafa PET tampado como unidade de mistura
rápida, foi feito um furo na tampa e encaixado um canudinho para conduzir a água
para o floculador, para evitar vazamento esse canudinho também foi preso com
durepoxi (figura 3).
Figura 3. Unidade de mistura rápida.
24
Para o floculador (figura 4) e o decantador (figura 5) foram cortadas,
encapadas com Contact e coladas com cola adesiva as chapas de madeirite com,
colocou-se camadas generosas para que não houvesse vazamento.
Durante o período de medições teve de ser feita uma modificação no
decantador, a inclusão da placa identificada na figura 5, o que impediu o
equipamento de funcionar por um dia já que o material ficou secando nesse
período. Essa placa foi colocada para reter os flocos leves que estavam sendo
carreados para a calha e o filtro, prejudicando o resultado do tratamento. Além
disso as unidades foram limpadas 2 vezes durante o período de medições.
Figura 4. Unidade de floculação.
25
Figura 5. Decantador com placa para contenção de flocos leves.
Na saída do decantador instalou-se, com uma pequena declividade, um cano
de PVC cortado ao meio longitudinalmente, o qual serviu de calha coletora do
efluente. A este dispositivo foram feitas conexões com outros tubos de PVC por
meio de cotovelos colados com a cola de PVC. Nestes últimos tubos foi instalado o
filtro, com o auxílio de um ralo de pia, o qual serviu de suporte para a brita
(material suporte) e a areia (meio filtrante), após essa passagem a água tratada foi
conduzida para um galão de descarte (figura 6).
26
Figura 6. Filtro.
5.2 Durante o teste
Após alguns testes com vazamentos e controle de vazão começou-se a medir
a turbidez, contudo a equipe só possui dados a partir do dia 1 de novembro, já que
a folha com os dados anteriores foi perdida no laboratório.
Todos os dias pelo menos 1 integrante comparecia ao laboratório para
realizar as seguintes tarefas:
Medir turbidez de entrada e saída (com equipamento turbidímetro da figura
7 e frascos da figura 8 aonde as amostras eram colocadas) e absorbância (com o
espectrômetro da figura 9), completar o reservatório, fazer a mistura do
coagulante e completar a garrafa de coagulante, além de medir vazão do mesmo e
da água bruta com auxilio de uma pipeta e de um cronômetro.
Para tanto utilizava-se o volume de 1 minuto para a água bruta e de 3
minutos para o coagulante.
27
Figura 7. Turbidímetro utilizado para medição.
Figura 8. Fracos utilizados para medição.
Figura 9. Espectrômetro para medir absorbância.
28
Durante o período de testes notou-se que os flocos que se formavam eram
muito finos e não estavam decantando adequadamente. Assim, os cálculos da
concentração de coagulante foram revisados e reajustados, o que resultou não só
na mudança da concentração como na instalação da placa da figura 5.
Os resultados dessas observações se encontram no tópico referente a
resultados.
6. RESULTADOS
29
Tabela 122 - Parâmetros medidos durante o experimento
01/nov 02/nov 03/nov 04/nov 05/nov 06/nov 07/nov 08/nov
Turbidez
Entrada 6,5 6,8 16 10,6 17,6 12,5 12,27 28
Saída 4,4 5,1 9,6 9,8 11,6 8,3 6,87 10,9
Lago 27,3 36,9 24,7 26,1 36,5 31,01 21,71 24,91
Absorbância
Entrada 0,069 0,096 0,114 0,104 0,180 0,096 0,107 0,14
Saída 0,05 0,060 0,071 0,064 0,094 0,060 0,065 0,079
Lago - - 0,164 0,209 - - - -
09/nov 10/nov 11/nov 12/nov 13/nov 14/nov 15/nov 16/nov
Turbidez
Entrada 23,5 7,34 22,7 10,91 13,7 8,5 14,5 15,2
Saída 9,3 7,8 9,1 6,74 8,25 5,7 6,2 9
Lago 30,48 16,84 26,7 31,9 29 36,7 24,3 47
Absorbância
Entrada 0,143 0,197 0,259 0,177 0,188 0,196 0,204 0,377
Saída 0,068 0,177 0,091 0,092 0,097 0,100 0,103 0,118
Lago - - - - - - - -
30
Gráfico 4 - Comparação de turbidez e dia.
No Gráfico1, verifica-se a queda de turbidez entre a água do lago, a que entra
na ETA, depois do reservatório, e a água de saída. No dia 10 de novembro temos
uma inconsistência de valores devido ao fato de o coagulante ter acabado e este só
foi verificado depois da medição deste dia. Podemos explicar este dado devido ao
revolvimento da água do reservatório no momento do seu reabastecimento. No dia
8 e 11 de novembro verificou-se que a turbidez de entrada foi maior que a do lago,
esta inconsistência pode ser explicado pelo mesmo motivo. No dia 11, houve um
agravo que pode explicar este aumento, neste dia foi feita a limpeza do tubo do
conta gotas, deixando que a sujeira caísse para dentro do sistema.
Vale ressaltar que neste Gráfico 1, a comparação foi feita entre as medidas
de entrada e saída com a água do lago do dia anterior. Pois considera-se cerca de
um dia para que a água que estivesse saindo fosse realmente do dia anterior.
0
5
10
15
20
25
30
35
40
01
/No
v
02
/No
v
03
/No
v
04
/No
v
05
/No
v
06
/No
v
07
/No
v
08
/No
v
09
/No
v
10
/No
v
11
/No
v
12
/No
v
13
/No
v
14
/No
v
15
/No
v
16
/No
v
Turb
ide
z [N
TU]
Turbidez x Dia
Entrada
Saída
lago
31
Gráfico 5 - Comparação de absorbância e dia.
No Gráfico 5, apenas verifica-se que houve uma melhora da cor aparente da
água de entrada e saída do sistema.
7. CONCLUSÕES
O objetivo do projeto era promover um tratamento que proporcionasse uma
redução de turbidez para valores menores que 1 uT. No entanto, o protótipo não
logrou êxito. Isto pode ser atribuído a alguns fatores:
A limitação de espaço no laboratório foi o principal fator utilizado
para a determinação da escala, a qual tornou-se muito reduzida
prejudicando o funcionamento do protótipo. Entre estes prejuízos
cita-se:
o O controle da vazão, uma vez que esta era muito baixa. Em
decorrência dessa característica ocorreu também o
entupimento constante da tubulação do conta-gotas.
o Construção do filtro (indisponibilidade de matérias que
atendessem as dimensões requeridas).
Devido à falta de limpeza do reservatório, havia revolvimento do
material sedimentado neste a cada reabastecimento, o que também
contribuía para o “entupimento” da tubulação.
0
0.05
0.1
0.15
0.2
0.25
0.3
0.35
0.4
01
/Jan
02
/Jan
03
/Jan
04
/Jan
05
/Jan
06
/Jan
07
/Jan
08
/Jan
09
/Jan
10
/Jan
11
/Jan
12
/Jan
13
/Jan
14
/Jan
15
/Jan
16
/Jan
Ab
sorb
ânci
a
Axis Title
Absorbância x Dia
Entrada
saída
32
Em diversos medições durante o monitoramento verificou-se que o
turbidímetro apresentava resultados altamente oscilantes para uma
mesma amostra, podendo estar portanto descalibrado. A calibração
pode ter ser comprometida pelo vencimento das amostras de
referência de calibração.
Houve uma falha no memorial de cálculo que somente foi detectada após a
desmontagem.
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12216: Projeto de
estação de tratamento de água para abastecimento público. Rio de
Janeiro: ABNT, 1992.
BABBITT H. et al, Abastecimento de Água Ed. Universidade de São Paulo, São
Paulo -1987.
BERNARDO L. D., Métodos e técnicas de tratamento de água - ABES, São Paulo -
1993.
HELLER L., Saneamento e Saúde, OPAS / OMS - Brasilia, 1997.
LIBÂNIO, M. et al. " Avaliação do Modelo de Argaman & Kaufman na estimativa
do desempenho de unidades de floculação aplicadas ao Tratamento das
Águas de Abastecimento" – ABES - Rio de Janeiro – Abril / Junho 1996.
LIBÂNIO, M. Fundamentos de qualidade e tratamento de água. Campinas, SP:
Editora Átomo, 2008, 2° edição.
RUSSEL, F. et al Explicit Mathematical Models of Distribution Storage Water
Quality - Journal of Hidraulic Engineering, 1995
SCHINIFF J. P., Nuevos Desafios para Potabilización del Agua, Eco Web, Buenos
Aires -1996.
SESAN, Manual de Saneamento, Rio de Janeiro -1996.
VIANNA M. R. Hidráulica Aplicada às Estações de Tratamento de Água
Imprimatur, Artes Ltda, Rio de Janeiro -1997.
33
Anexo 1
34
Anexo 2
35
Anexo 3
36
Anexo 4
37
Anexo 5
38
Anexo 6
39
Anexo 7