40 stopping power

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    CALIBRE .40 S&WPARA OS AFRFs

    Uma abordagem tcnica

    Elaborado por:

    Antonio Bencio de Castro Cabral AFRF DRF/Belo Horizonte-MGBenedito Pereira da Silva Jnior AFRF DRF/Piracicaba-SP

    Junho de 2003

    69741638.doc

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    1) INTRODUO

    O objetivo inicial deste trabalho foi atender a uma solicitao doSindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal UNAFISCO

    SINDICAL visando a elaborao de uma exposio de motivos de carter tcnicoque lastreie o pleito da categoria de que seja instada, junto ao Comando do Exrcito,a edio de Portaria autorizando os Auditores-Fiscais da Receita Federal aadquirirem, na indstria nacional e para uso prprio, pistola semi-automtica emcalibre .40 S&W. Tal pleito tem seu fulcro na atual escalada de violncia, da qualno esto livres os agentes encarregados da aplicao da Lei, muito pelo contrrio.Os recentes atos de violncia cometidos contra Juzes, Promotores e Auditores-Fiscais s vm confirmar esta triste situao. Buscando melhores condies dedefesa no exerccio de suas funes os membros da Magistratura e do MinistrioPblico, da Unio e dos Estados, foram contemplados, em 1 de Outubro de 2002,com a edio da Portaria n 535 que os autoriza a adquirirem armas e munies no

    referido calibre. Como j exposto acima, nossa categoria clama pela edio dePortaria similar que contemple os AFRF com o direito a esse importantssimoinstrumento de defesa, motivo que levou ao incio do presente estudo.

    Porm, medida que o trabalho avanava, verificamos que havia umalacuna de conhecimentos muito grande no seio da categoria, no que diz respeito aarmas, munies e emprego ttico do armamento. Por isso resolvemos ampliar oescopo do trabalho ministrando alguns conhecimentos bsicos a respeito doassunto, conhecimentos estes necessrios para que os colegas menosfamiliarizados com o tema possam se sentir em condies de melhor compreenderas vantagens e benefcios trazidos pela liberao e uso do .40 S&W.

    Primeiramente, traremos alguns conhecimentos bsicos sobre pistolassemi-automticas, munies e projteis, bem como algumas particularidades doestudo da balstica. Mostraremos os calibres de armas curtas mais utilizados paradefesa pessoal e demonstraremos a importncia do conceito de poder de parada(stoppingpower) no enfrentamento de uma agresso. E finalizando, teceremosalguns comentrios sobre o instituto da legtima defesa.

    O assunto extremamente complexo, abrangendo vrias disciplinas,como a Fsica, a Qumica e a Medicina Legal, entre outras, passando tambm pelacincia do Direito. Longe estivemos da pretenso de esgotar o assunto. Nossa idia,motivada pela necessidade prtica, foi a de, to somente, contribuir para uma maiorprofissionalizao do Auditor-Fiscal da Receita Federal e por que no dizer, para

    sua sobrevivncia, em uma sociedade cada vez mais armada e violenta.As armas de fogo tm sido encaradas pela mdia, e pelas pessoasingnuas e facilmente manipulveis, como instrumentos do mal, e, por extenso,quem utiliza armas de fogo tambm se inclui nesta classificao. Como algum jdisse, armas no matam pessoas, pessoas matam pessoas. Em mos treinadas econscientes, as armas se tornam instrumentos indispensveis na sociedademoderna, principalmente nas grandes cidades. Gostaramos que assim no fosse,mas o recrudescimento da criminalidade em nossos dias no nos deixa escolha: ouassumimos coletivamente que o Estado nos autoriza a portar armas, e exercemoseste direito de modo consciente e tcnico, ou ficamos merc daqueles que andam margem da lei.

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    Se necessitamos utiliz-las, que o faamos dentro da tcnica e de umadoutrina que esperamos estar ajudando a formar. Doutrina onde no h espao parao erro, para falhas e imperfeies.

    Esperamos que o presente trabalho, alm de aumentar osconhecimentos dos membros da categoria sobre o assunto, contribua para a

    liberao do calibre .40 S&W, munio de elevado grau de eficincia, conformeacreditamos restar comprovado ao final deste trabalho.Rogamos ainda que todos compreendam a importncia do tiro

    dinmico [ou policial] e seu treinamento, na atividade fiscal e na defesa de seusfamiliares.

    o que nos propomos com este trabalho.

    2-) PISTOLAS SEMI-AUTOMTICAS ORIGEM E BREVE HISTRICO

    Pistola Colt Government Modelo 1911 A1 em calibre .45 ACP

    As chamadas armas curtas, aquelas que podiam ser portadas eutilizadas por um s homem, tiveram sua origem nas armas longas e coletivas. Aevoluo se deu de maneira que, cada vez mais, as armas pudessem serindividuais.

    Apesar de, at certo ponto na histria das armas de fogo, as armascurtas serem apenas uma miniaturizao das armas longas, ou seja, possuremambas os mesmos elementos, como cano, fechos e outros, muito semelhantes,houve um momento em que as armas longas e curtas seguiram caminhosdiferentes, cada qual com sua evoluo prpria, em virtude de suas finalidadesdistintas.

    Desde que o homem desenvolveu o primeiro canho de mo, inicioua busca da arma ideal, que pudesse ser facilmente portada, e que desse muitosdisparos (tiros) sem a necessidade de ser recarregada repetidamente. Desta buscanasceram os dois tipos principais, hoje existentes, de armas curtas: o revlver e apistola semi-automtica.

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    Os revlveres sobrevivem at nossos tempos devido a excelentesqualidades que os fazem armas robustas, aptas para o uso dirio e extremamenteconfiveis. Derivam de um modelo da firma norte-americana Smith & Wesson, quedesenvolveu o revlver de tambor reversvel (de abrir para o lado), poca dacriao e popularizao do calibre .38 SPL, de cartucho metlico, apropriado para a

    chamada retro-carga.A outra classe de arma curta que merece nossa maior ateno, devidoao escopo deste trabalho, a das pistolas semi-automticas. Com a criao doscartuchos metlicos de fogo central, e com os avanos na fabricao de novasplvoras e munies, foi possvel a criao de uma arma de repetio que utiliza afora dos gases produzidos na detonao, aplicando oprincpio da igualdade entreao e reao para realizar, automaticamente, as operaes de extrao do estojodeflagrado, ejeo deste para fora da arma, alimentao da cmara da arma comnovo cartucho e engatilhamento do mecanismo de disparo.

    As primeiras armas semi-automticas surgiram graas criao doaludido cartucho metlico. Andres Schwarzlose props, em 1893, uma pistola

    automtica, que utilizava o movimento do cano para o mecanismo de repetio e,ainda que no tenha sido produzida, seu sistema adaptou-se a metralhadoras queforam utilizadas na Primeira Guerra Mundial.

    A primeira pistola semi-automtica que alcanou fama mundial, emborano tivesse sido comercializada em grande escala, foi desenhada pelo norteamericano Hugo Borchardt, que, na Alemanha, trabalhando por contrato para aempresa Ludwig Loewe, a comercializou em 1893.

    Esta arma j dispunha de carregador separado, no cabo, comcapacidade para oito cartuchos da munio 7,65 mm, que, mais tarde, daria origemao 7,63 mm Mauser. A arma de Borchardt foi a predecessora da famosa Luger,sendo esta, de fato, foi uma atualizao daquela.

    Outro importante inventor foi o alemo Teodoro Bergmann, que em1893 patenteou seu primeiro modelo de pistola semi-automtica. Na Espanha, umapistola chamada Bergmann-Bayard, produzida em 1891, j dispunha de carregadorseparvel.

    Outro marco na histria da evoluo das pistolas a alem Mauser C-96, uma preciosidade mecnica que serve de modelo de funcionamento at para ospadres atuais.

    Nos EUA, John Moses Browning desenha sua primeira pistola em1889. George Luger, outro alemo, produziu a P-08 (Parabellum 1908), verdadeiromito, baseado na arma de Borchardt. Esta arma foi amplamente utilizada nos dois

    primeiros conflitos mundiais.Em 1911, o Exrcito dos Estados Unidos adota, em substituio aorevlver, como arma de coldre, a pistola de desenho Browning, em calibre .45 ACP,fabricada pela Colt, denominada Colt Government Model (foto acima), considerada,tambm, modelo de mecanismo para pistolas atualmente produzidas.

    A Inglaterra adota em 1913 a Webley-Scott MK I, e, em 1915, a Berettaitaliana torna-se arma regulamentar do exrcito da Itlia, popularizando de vez ocalibre 9 mm Parabellum.

    Posteriormente, a Alemanha substitui a Luger P-08pela Walther P-38,a primeira a utilizar o sistema de dupla ao em seu mecanismo (Sistema que

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    permite que as armas possam ser acionadas sem prvio engatilhamento, oupopularmente falando, sem precisar armar o co).

    As pistolas semi-automticas tm demonstrado, na prtica, seremarmas de combate e defesa por excelncia, no ocorrendo por acaso a substituiogradual do revlver por esse tipo de arma curta.

    Atualmente, fabricantes de pistolas como Glocke Sig-Sauer, Heckler &Koch e as nacionais Taurus e Imbel, nos mostram que esta classe de arma tende asubstituir de vez o revlver, tanto na atividade policial quanto na defesa pessoal.

    3-) MUNIES

    As armas de fogo s foram possveis graas inveno da plvora; por suavez, somente chegamos ao nvel atual de avano tecnolgico com a invenodo cartucho metlico. Unidade de munio das modernas armas de fogo,possibilita seu emprego ttico onde se deseja grande nmero de disparos nomenor espao de tempo. Sem ele, seria impossvel existirem novos sistemasde operao, assim como no haveria as armas semi-automticas eautomticas.

    O cartucho metlico rene, em si s, todos os elementos necessriosao tiro. Foi elaborado de modo a ser introduzido diretamente na culatra da arma paraa qual destinado, de modo manual ou mecnico.

    O cartucho de munio possui os seguintes componentes, comuns atodos os tipos: o projtil (1), o estojo (3), a carga de projeo (2) e a espoleta (4),com sua carga iniciadora. Nada mais do que a reunio dos elementos necessrios alimentao da arma, em um nico corpo. Sua finalidade a de proteger os seuscomponentes, oferecendo segurana ao operador da arma.

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    4-) O PROJTIL

    Exemplo de projtil semi-jaquetado ponta oca

    O projtil o artefato, metlico ou no, que expelido pela arma defogo; o principal e mais crtico elemento da munio. Seu tipo, forma e massa, vodeterminar, juntamente com a plvora, os maiores ou menores efeitos balsticos oulesivos da munio.

    Inicialmente concebidos no formato esfrico, de diversos materiais,deram lugar aos projteis ogivais, de melhor perfil aerodinmico, podendo ser dechumbo ou encamisados (dotados de uma jaqueta metlica externa).

    Deixaremos de tecer maiores comentrios quanto aos demaiscomponentes do cartucho de munio, por no serem relevantes para o objetivodeste trabalho. Mais adiante, estudaremos em profundidade o projtil, no tocanteaos calibres utilizados para defesa pessoal, visto sua importncia e a necessidadede conhec-los, para melhorar o emprego ttico do conjunto arma/munio.

    5-) NOES DE BALSTICA TERMINAL

    Denomina-se balstica terminal, ou de efeitos, aquela parte da balstica

    que se preocupa com os efeitos do projtil no seu impacto contra o alvo.Diversos so os efeitos dos projteis em seu ponto de chegada,

    dependendo de sua trajetria, das influncias externas sobre a mesma, bem comodo tipo de estrutura do alvo (se de madeira, metal, tecido humano, etc.), o que vaideterminar seus maiores ou menores efeitos.

    Peso de cargas de projeo e de projteis

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    Aquele que inicia o estudo do tiro, e de assuntos a ele relacionados,freqentemente se depara com uma unidade de medida padro nos EUA, utilizadapara medio de peso da plvora e de projteis, unidade esta sem equivalente noBrasil: o grain.

    Um grain equivale a 0,0648 de grama; 7000 grains equivalem a uma

    libra de peso. Utiliza-se esta unidade de medida, em virtude do baixo peso queapresentam as cargas de projeo e os projteis.Como exemplo, seguem algumas cargas e pesos de projteis para o

    calibre .38 SPL:

    Tipo de Projtil Peso (Grains) Carga (Grains) Tipo de MunioCanto-Vivo 148 gr 2,8 gr Tiro ao alvoSemi Canto-Vivo 158 gr 4,1 gr StandardSemi encamisado,

    ponta oca125 gr 5,5 gr + P

    Encamisado Total,ponta oca

    140 gr 5,6 gr + P

    O parmetro + P designa uma munio mais potente do que a padro(standard), e ser abordado em pormenores mais adiante, em tpico especfico.

    Stopping power, ou poder de parada

    Apesar de tratarmos especificamente sobre o poder de parada em

    tpico especfico dedicado somente a esse tema, em outro ponto deste trabalho, necessrio que se compreendam os conceitos bsicos deste to polmico assunto,que tem proporcionado verdadeiras batalhas campais entre os mais renomadosexpertos no tiro policial e defensivo.

    O termo stopping power, que pode ser traduzido como poder deparada, foi criado pelos norte-americanos para expressar a relao entre calibre eincapacitao efetiva de um oponente com um s disparo, impedindo que o mesmocontinue sua ao. A obteno de um bom poder de parada essencial para oexerccio da defesa pessoal, onde se busca no matar, mas sim incapacitar ooponente. O stopping power deriva da capacidade que um projtil tem dedescarregar sua energia cintica real sobre o alvo, imediatamente aps o impacto.

    Para aqueles que tm uma viso mais agressiva, de que se devesempre tentar exterminar o oponente, em um embate armado, cabe destacar que,antes de morrer, uma pessoa movida pela epinefrina pode causar muitos danos nopouco tempo de sobrevida. Conseqentemente, o conceito de poder de parada,alm de afastar a desumana idia de morte a qualquer custo, ainda traz consigo ocorreto e atualizado ponto de vista de afastar o perigo.

    O stopping power, a despeito de inmeras experincias realizadas, um valor que, graas individualidade biolgica prpria de cada organismo vivo, relativo, no se podendo afirmar que este ou aquele conjunto arma/munio eficaz100% das vezes em que for utilizado, pois cada organismo reage de modo diferente

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    ao ser atingido. O que se pode ter um parmetro baseado em estatsticas, comoveremos mais adiante.

    Efeitos primrios dos projteis

    O projtil, ao penetrar o corpo humano, provoca dois tipos bsicos deferimentos, que determinam seu poder de parada.

    O primeiro, conhecido como canal de ferida permanente, o efeitolesivo que o projtil provoca ao romper os tecidos, e observvel aps o disparo.

    O segundo denominado cavidade temporria. produzido pelointenso choque provocado pelo projtil na massa lquida dos tecidos. Mais difcil deser observado (tanto que os mdicos apenas admitiram sua existnciarecentemente), consiste em uma grande cavidade aberta apenas por fraes desegundo, devido elasticidade dos tecidos e ao choque hidrosttico, chegando a ser

    muitas vezes superior ao dimetro do projtil e ao canal permanente. Segundo osespecialistas, este segundo tipo de ferimento o responsvel pelo poder de parada.

    Cavidade temporria em gelatina balstica, um composto de textura semelhante aostecidos humanos. Atentar para a diferena entre o dimetro inicial da cavidade (

    esquerda) e o dimetro do projtil (embaixo, direita).

    A obteno do stopping power deve ser o objetivo do atirador:incapacitar um agressor com um mnimo de disparos, sempre buscando atingir reaem seu corpo onde o projtil v causar o imediato colapso do oponente, visandocom que este cesse o risco de vida que oferece ao atirador ou a terceiros.

    6-) CALIBRES MAIS UTILIZADOS PARA DEFESA PESSOAL

    Quando ouvimos falar de uma determinada munio, muitas vezes nosperguntamos: ser esse calibre bom para a defesa? quando algum diz que ocalibre .22 LR bom para defesa, estar ele sendo coerente? e quanto pistola nocalibre 7,65 mm, recomendvel us-la para nossa defesa e de nossos familiares?

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    Quando, na Receita Federal, comentado sobre o calibre .40 S&W, o que temos adizer sobre ele? e o .45 ACP? to bom assim? se to bom, por que o Exrcito otrocou pelo 9 mm Parabellum?

    Embora a legislao brasileira atual no permita a ns, Auditores-Fiscais da Receita Federal, alar grandes vos no tocante a calibres de ltima

    gerao, nem quanto ao armamento correspondente, isso no impede que noexerccio de nossas funes legais nos deparemos com armas cujos calibres noso permitidos a civis. Vamos citar aqui alguns dos calibres mais importantes paradefesa com armas curtas.

    Calibre .22

    considerada a mais antiga munio de cartucho metlico do mundo,com fogo circular (1845). Surgiu de experincias europias na busca de muniespara o tiro ao alvo, em recintos fechados, na primeira metade do sculo XIX.

    J o primeiro revlver a calar o .22 Curto foi um Smith & Wesson N1, americano, concebido especialmente para a pioneira munio de estojo metlico.O calibre .22 no foi concebido para produzir resultados balsticos

    excepcionais, mas sim para utilizao no tiro informal, ou para a prtica de tiro aoalvo, em competies com distncias de alvos no superiores a 50 metros, alm dacaa de pequenos animais. Dentro desse horizonte, alcanou um nvel de qualidadee preciso ainda no suplantado por nenhum outro calibre (exceto os calibresrecarregados profissionalmente).

    O .22 Short (curto) foi criado em 1857, utiliza projtil ogival de 29grains de peso, e fabricado at hoje em todo o mundo.

    O .22 LR (Long Rifle), criado nos EUA, inicialmente apenas para fuzis

    (rifles), possuindo projtil de 40 grains, hoje considerado a mais precisa muniocalibre .22 de fogo circular.

    O .22 Magnum foi lanado em 1959 pela Winchester (EUA), sendo amais poderosa munio .22 de fogo circular. Na realidade um novo calibre, e no um.22 com cartucho alongado. Pela sua performance, gerou extensa linha de armasdestinadas a calar tal calibre.

    Nos EUA, de cada 10 cartuchos disparados, 5 ou 6 so de calibre .22.Sendo uma munio de baixo custo, indicada para iniciantes no esporte do tiro.

    Para caa, do ponto de vista balstico, no a munio mais indicada,porm cumpre bem a funo pelo baixo custo, com a preciso ligada diretamente qualidade da arma que a cala. Com o advento dos aparelhos pticos de pontaria

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    (lunetas) para os calibres .22 LR, a preciso teve um grande incremento para a caaat razoveis distncias.

    O alcance da munio .22 LR de 1,5 milha ou 2.400 metros(aproximadamente), exigindo, portanto, muito cuidado no tiro informal ou na caa depequenos animais, pela possibilidade de transfixao do alvo.

    O calibre .22 tem como principal desvantagem a irregular distribuioda massa iniciadora (espoleta) ao redor de seu culote, que nem sempre 100%percutida. Quando isto ocorre, basta girar o cartucho na cmara da arma para que apercusso se d em outro ponto do culote, mas apenas em sesses informais detiro. Numa situao de defesa tal ato completamente invivel.

    A fragilidade do cartucho traz como conseqncia deformaes no seucorpo quando manuseado inadequadamente em armas semi-automticas,acarretando com isso problemas de alimentao.

    Outra caracterstica deste calibre o pequeno impacto causado peloprojtil contra um ser humano. A sua velocidade, aliada ao baixo peso do projtil,gera um impacto insuficiente para interromper imediatamente uma ao ofensiva,

    excetuando-se um impacto certeiro em pontos vitais.Em termos de defesa, foi aperfeioado com o lanamento dos

    cartuchos de 3 gerao, alm do .22 Magnum, que possuem maior possibilidade degerar grandes traumatismos aos rgos atingidos, devido alta velocidade dedeslocamento do projtil.

    adequado o uso de um revlver ou pistola, neste calibre, paradefesa? O cartucho na configurao permitida pela legislao brasileira (.22 LR) no aconselhvel para defesa pessoal, mas se fosse possvel a utilizao legal do .22Magnum com projtil de ponta-oca, este seria sim um cartucho razovel paradefesa, pois sua balstica se aproxima do .38 SPL, devido alta velocidade doprojtil.

    CALIBRE PESO DO PROJTIL VELOCIDADE

    .22 LR STANDARD 40 grains 290 m/s.22 LR 3 GERAO 32 grains 436 m/s

    .22 MAGNUM 40 grains 451 m/s

    Calibre 6,35 mm Browning (.25 ACP)

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    O calibre 6,35 mm foi criado pelo armamentista John Moses Browningjunto Fabrique Nationale de Armes de Guerre (FN), de Herstal, Blgica, em 1906,para uso em uma supercompacta pistola de defesa.

    Nos EUA o calibre foi introduzido em 1908, utilizando-se a medida dedimetro de seu projtil em centsimos de polegada, acrescido das letras ACP(Automatic Colt Pistol), tornando-se ento conhecido como .25 ACP ou .25 Auto.

    Na Europa, nas dcadas de 20, 30 e 40, era comum cavalheiros e atdamas portarem pequenos revlveres ou pistolas nesse calibre em seus bolsos,bolsas e at nos grandes cales de banho dos policiais daquela poca, duranteseus passeios e atividades.

    No Brasil disseminaram-se pequenas armas nesse calibre, de origemalem e espanhola, at a dcada de 50, sendo que at hoje esse cartucho fabricado pela CBC.

    Quando criado, buscou-se o mnimo em termos de portabilidade eeficincia, com funcionamento simples e seguro.

    Pelo baixssimo stopping power (poder de parada) gerado pelocalibre, no cabe analisar a viabilidade de se portar uma arma no calibre 6,35 mmpara defesa, pelo fato de que ele foi concebido para ser utilizado em ltimainstncia, ou como 2 arma.

    Seu uso til de 2 a 5 metros, o que podemos chamar de combate acurta distncia, quase como um corpo-a-corpo. o calibre mais fraco em termos deenergia, sendo desaconselhvel a sua utilizao para qualquer fim, pelo seu fracodesempenho. Ademais, as armas criadas para esse calibre, normalmente pistolassemi-automticas extremamente compactas, no trabalham com o conceito depreciso, como o caso do .22.

    A sua destinao a armas extremamente compactas tem comovantagem o porte discreto, chegando a serem usadas como a arma reserva da arma

    reserva. As armas calibre 6,35 mm tm como caracterstica o fcil manuseio epequeno recuo, indicadas para iniciantes pouco familiarizados com o tiro.

    DIMETRO DO PROJTIL .251ESPOLETA SMALL PISTOLPRESSO MXIMA DE TRABALHO 19.900 c.u.p. (Cooper Units of Pressure)COMPRIMENTO MXIMO DOCARTUCHO

    23,11 mm

    Projtil Calibrao Peso em grains Veloc. ft/s Veloc. m/s

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    ETOG/BC .251 50 760 232

    ETOG/BC = Projtil totalmente encamisado, formato ogival, base cncava.

    Calibre .32 S&W

    Tambm conhecido como .320, foi criado por volta de 1860 nos EUA,na configurao Rim Fire (fogo circular), ou seja, sem espoleta central no culote docartucho.

    Dez anos aps a sua inveno, os ingleses desenvolveram o calibre,rebatizado de .320, agora de fogo central, especificamente para revlveresproduzidos pelas firmas Webley e Tranter. Com o advento de sua nova configurao(fogo central), o calibre disseminou-se pela Europa, passando a ser fabricado emdiversos pases. Os cartuchos em fogo central, no caso o .32 S&W (curto) e o .32S&W Long, so fabricados at hoje e ainda mantm um bom ndice de vendas.

    H 40 ou 50 anos, as armas nos calibres .32 S&W Short ou .32 S&W

    Long representavam a maioria daquelas utilizadas, tanto para a defesa quanto parao uso policial, devido ao fato que o .38 era ainda considerado demasiadamentepotente e pesado.

    O calibre .32, ao atingir um ponto vital do corpo humano, to letalquanto qualquer outro calibre. Tratando-se de pontos vitais, no existe calibre quemata mais ou calibre que mata menos.

    Hoje, o calibre .32 considerado inadequado para fins de defesa, pelapouca capacidade que tem de transferir energia ao atingir o alvo. Presta-se maispara sesses informais de plinking (tiro em pequenos alvos, como latas de tinta eque tais).

    DIMETRO DO PROJTIL .309/.312ESPOLETA SMALL PISTOLPRESSO MXIMA DE TRABALHO 13.900 c.u.p.COMPRIMENTO MXIMO DOCARTUCHO

    23,62 mm

    Projtil Calibrao Peso em grains Veloc. ft/s Veloc. m/sCHOG/BC .312 85 680 207

    CHOG/BC = Projtil de chumbo, ogival, base cncava.

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    Calibre 7,65 mm Browning (.32 ACP)

    Criado por John M. Browning em 1895, teve sua primeira utilizao em

    uma pistola semi-automtica fabricada pela FN (Fabrique Nationale de Armes deGuerre) belga.

    Como na Europa j existia, havia muito tempo, a limitao por parte dediversos pases quanto utilizao de calibres superiores ao .32 (ou 7,65 mm), essecalibre obteve grande aceitao por parte da populao, pois calibres maiores eramconsiderados de uso policial ou militar, ou seja, eram considerados calibrespotentes.

    Em 1903, a Colt lanou nos EUA a primeira pistola no calibre,denominada Colt Pocket Model, alterando ento o nome do calibre para .32 ACP(Automatic Colt Pistol).

    Durante a 1 Guerra Mundial (e at mesmo na 2), o 7,65 mm chegou aser empregado como munio militar por alguns pases e foi largamente utilizado porOficiais Alemes como calibre de suas armas de porte. As armas no calibre 7,65 mmforam tambm muito utilizadas como back-up gun (arma reserva) por serem,tipicamente, armas de pequeno porte.

    Utiliza projteis com peso de 60 a 80 grains, considerados muitoleves para defesa pessoal, gerando um baixo poder de parada, tendo em vista avelocidade desenvolvida aps a queima total da plvora.

    Cartuchos fabricados hoje pela CBC (Companhia Brasileira deCartuchos), com projteis de 71 grains (4,6 g) desenvolvem 905 ps/seg (276 m/s)atingindo 175 Joules de presso, quando medidos em provetes de 4 polegadas de

    comprimento de cano. Podem ser utilizados em qualquer arma de boa procedncia eem bom estado de conservao.

    DIMETRO DO PROJTIL .309/.313ESPOLETA SMALL PISTOLPRESSO MXIMA DE TRABALHO 19.900 c.u.p.COMPRIMENTO MXIMO DOCARTUCHO

    24,99 mm

    Projtil Calibrao Peso em grains Veloc. ft/s Veloc. m/s

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    ETOG/BC .311 71 905 276

    ETOG/BC = Projtil totalmente encamisado, formato ogival, base cncava.

    Calibre .380 ACP

    Foi lanado na Europa pela FN (Fabrique Nationale de Armes deGuerre Herstal, Blgica) em 1902 e chegou a ser utilizado como munio militar naAlemanha e Itlia, nas armas de porte dos Oficiais.

    Com um stopping power cerca de 20% superior ao calibre .32, ainda munio padro de algumas foras policiais na Europa, devido grandeportabilidade das armas que a utilizam.

    Trabalha com presses semelhantes s do .38 Special, porm, devido

    ao binmio baixo peso do projtil X pequena carga de plvora, no chega a causarigual impacto no alvo, apesar de desenvolver velocidade superior. Encontra-se nolimiar entre os calibres aceitveis para defesa e os calibres ineficientes.

    Em 1987, o Ministrio do Exrcito, atravs da Portaria n 1237, incluiuo calibre .380 ACP e as armas que o utilizam na classificao de armas de usopermitido, acessveis ao civil, causando sensao devido novidade no mercadobrasileiro. A utilizao para defesa pessoal no recomendada, pela baixatransferncia de energia do projtil ao alvo.

    Na Europa conhecido como 9 mm Browning Short ou 9 mm kurz(curto).

    DIMETRO DO PROJTIL .355/.356ESPOLETA SMALL PISTOLPRESSO MXIMA DE TRABALHO 18.900 c.u.p.COMPRIMENTO MXIMO DOCARTUCHO

    24,99 mm

    Projtil Peso VelocidadeFMJ/BP 90 grains 302 m/sSEPO/BP 95 grains 290 m/s

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    FMJ/BP Projtil totalmente encamisado de base plana.SEPO/BP Semi-encamisado de ponta oca, base plana.

    Calibre .38 SPL (Special)

    No decorrer da Guerra Civil Norte-Americana foram desenvolvidos

    diversos cartuchos de fogo circular para armas de retrocarga, tendo sido criado at ocalibre .58. Em 1865, com o fim da guerra, buscou-se um calibre que permitisse asua utilizao em armas curtas, chegando-se ento ao calibre .38, lubrificadoexternamente e carregado com plvora negra.

    Os primeiros cartuchos da famlia .38 de fogo central mantinham odimetro de .380, at que em 1875, com o lanamento do .38 Long Colt, o dimetrofoi alterado para .357/.358 (9,04 a 9,09 mm). Essa medida, na verdade, est muitolonge de ser um .38 (9,65 mm), mas, apesar disso, foi mantida a denominaooriginal de calibre .38.

    Em 1902, a Smith & Wesson (EUA) lanou no mercado o calibre .38SPECIAL, que se tornou um dos calibres mais populares do mundo, projetado para

    ser utilizado em seu revlver Military & Police. Hoje o calibre .38 SPL, maisconhecido como 38, largamente utilizado pelas polcias no Brasil. Essa utilizaono significa que seja o melhor calibre para uso policial ou defesa. Foi popularizadopelo baixo custo e por ser considerado, poca de sua adoo, um calibre razovelpara defesa. Mesmo com o advento de novos calibres, perdura ainda quase queuma padronizao deste dimetro no meio policial.

    Calibre .38 SPL + P

    A munio .38 SPL + P (plus power, plus pressure, mais fora, maispresso) um desenvolvimento natural do calibre .38 criado no incio do sculopassado.

    A munio + P aquela que opera com presses acima do padro docalibre, mas ainda dentro da margem de segurana estipulada pelos fabricantes dearmas.

    Em 1974, o Instituto de Fabricantes de Armas e Munies Esportivas(S.A.A.M.I.) dos EUA normatizou a nomenclatura + P de acordo com ascaractersticas tcnicas de cada calibre. O calibre .38 opera a um teto de 18.900

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    c.u.p. (Cooper Units of Pressure) sendo que o teto estabelecido para o .38 SPL + P de 22.400 c.u.p. Armas de boa procedncia com manufatura recente e robustapodem utilizar tal munio, porm seu uso constante ou excessivo acarreta umdesgaste prematuro da arma. Os revlveres TAURUS calibre .38 SPL fabricados apartir de setembro de 1988, cujos nmeros de srie so iniciados pelas letras HI,

    bem como os revlveres ROSSI fabricados a partir de janeiro de 1979, sodimensionados para atuar com munio .38 SPL + P, devido a alteraes efetuadasna dureza de seus tambores.

    importante frisar que o uso contnuo de munio + P pode reduzir avida til da arma que a utiliza, em especial aquelas de pequenas dimenses,podendo exigir ajustes peridicos em seu mecanismo.

    Com o maior recuo da arma, decorrente da maior potncia do cartucho, aconselhvel que o atirador efetue prvio treinamento com tal munio,adequando inclusive o ponto de visada (armas de mira fixa) ou regulando o seusistema de pontaria (miras regulveis).

    Calibre .38 SPL + P +

    O conceito + P foi levado ao extremo quando foi fabricada em umaescala limitada, para rgos de segurana norte-americanos, uma munio .38 SPLdenominada + P +, que atua na faixa dos 25.000 c.u.p. Essa presso atua muitoprximo do limite suportvel por uma arma calibre .38, de mdias dimenses. Oresultado obtido em ganho de energia e velocidade no compensatrio, selevarmos em conta os riscos decorrentes de sua utilizao, a no ser quandoempregadas em armas no calibre .357 Magnum. Encontrada no comrcio, suautilizao requer os mesmos cuidados, quanto ao tipo de arma que ir receb-lo, aserem observados para o uso do .38 SPL + P.

    .38 SPL .38 SPL + P .38 SPL + P +DIMETRO DOPROJTIL

    .357/.358 .357/.358 .357/.358

    ESPOLETA SMALL SMALL SMALLPRESSOMXIMA DETRABALHO

    18.900 c.u.p. 22.400 c.u.p. 25.000 c.u.p.

    COMPRIMENTOMXIMO DOCARTUCHO

    39,37 mm 39,37 mm 39,37 mm

    Projtil Peso Veloc. m/s Veloc. ft/s Energia lb/ft.38 SPL 158 grains 274 900 200

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    .38 SPL + P 125 grains 283 930 275

    .38 SPL + P + 90 grains 301 990 296

    Calibre .357 MAGNUM

    Lanado juntamente com um revlver de armao pesada fabricadopela Smith & Wesson, o calibre .357 Magnum surgiu no mercado americano em1935, desenvolvido pela Winchester CO. em parceria com a Smith & Wesson,buscando alcanar um desempenho elevado em termos de balstica, trabalhando nafaixa de 42.500 c.u.p. Possui um cartucho alongado em .14 (3,56 mm) em relao

    ao estojo do .38 SPL, visando impedir a sua introduo em tambores de revlveres .38.

    Normalmente carregado com plvora de base dupla, utiliza espoletasde maior poder iniciador, do tipo Small Pistol Magnum.

    Considerado um excelente calibre para defesa, utilizado por Oficiaisda PM e por pequenos grupos especializados das polcias civis e militares, mas seuuso requer critrio e bom senso. Sendo uma munio de alta potncia, tem grandeschances de atingir outro alvo, alm do desejado. Sua enorme potncia podeacarretar conseqncias indesejadas quando utilizada em locais com grandepblico, ou contra obstculo de baixa resistncia, como paredes de madeira etc. Amenos que se utilize um projtil altamente expansvel e deformvel, este transpor oalvo, atingindo outros mais adiante. Produz, como conseqncia, um grande recuo,o que dificulta o seu uso por pessoa no habilitada.

    Calibre .357 Maximum

    Oriundo da parceria entre Remington e Sturm, Ruger & CO., (1983)utiliza o cartucho .357 Magnum alongado em .300, capaz de operar na faixa de50.000 c.u.p., ou seja, semelhante potncia obtida por calibres de fuzis.

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    Devido ao excesso de potncia, quando utilizado em revlveresapresenta um fenmeno de eroso no cone de foramento dos canos (parte inicialdo cano do revlver, prximo ao tambor) e na parte superior da armao (gascutting ou corte pelos gases da plvora), apresentado na primeira centena de tiros,reduzindo rapidamente a vida til da arma.

    Superior em potncia ao .357 Magnum, invivel o seu uso para finspoliciais/defensivos. muito utilizado nos EUA para o tiro silhueta metlica, quedemanda grande energia.

    Projtil Peso do Projtil Veloc. m/s Energia lb/ft.357 Magnum 158 grains 376 535.357 Maximum 158 grains 556 1168

    Calibre 9 mm Luger (9 mm Parabellum)

    Se Vis Pacem Para Bellum Se queres a paz, prepara-te para aguerra. Cartucho criado pela DWM da Alemanha, em 1902, para utilizao na pistolamilitar Luger, passou a ser utilizado posteriormente por toda a Marinha e Exrcitoalemes.

    Pelas suas caractersticas, o cartucho para armas automticas esemi-automticas que obteve a maior aceitao pelas foras militares e policiais do

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    mundo. Destaca-se a alta velocidade de seu projtil aliado ao pequeno tamanho docartucho, que possibilita a utilizao de carregadores de grande capacidade emarmas compactas. Esta particularidade fez nascer nos EUA o conceito wondernine,que nada mais do que a exaltao das pequenas pistolas nesse calibre, comcarregadores de alta capacidade, classificadas ento como armas de grande poder

    de fogo. O cartucho 9 mm Luger, quando utilizado com projtil ogival, totalmenteencamisado, possui bom poder de penetrao, porm com pequena deformao,reduzindo o seu poder de parada. J com projteis modernos, do tipo ponta oca(EXPO), ou especiais (Glaser, Silvertip, Black Talon projteis norte-americanos), oseu poder de parada aumenta consideravelmente, pelo aproveitamento da grandevelocidade do projtil, que ao chocar-se com o alvo deforma-se mais facilmente.

    Tais caractersticas levaram o calibre 9 mm Luger a ser adotado pordiversas foras armadas em substituio ao calibre .45 ACP, a exemplo do Brasil, eat mesmo nos EUA, que utilizavam o .45 ACP pelas suas caractersticas peculiarese inclusive pela tradio, mas que ocupava muito espao nos carregadores das

    armas.As polcias brasileiras utilizam este cartucho h vrios anos nas suas

    submetralhadoras (Taurus MT 12A, Heckler & Koch MP5A, etc.) e pistolas (TaurusPT 92 15 tiros), fazendo uso do cartucho fabricado pela CBC (CompanhiaBrasileira de Cartuchos).

    O 9 mm s considerado um bom calibre para defesa quando utilizadocom projteis deformveis, caso contrrio ele transforma-se em um bomperfurante, muitas vezes transmitindo o resto de sua energia inicial contra umaparede, um carro ou uma vtima inocente, aps atravessar o 1 alvo.

    DIMETRO DO PROJTIL .354/.356ESPOLETA SMALL PISTOLPRESSO MXIMA DE TRABALHO 35.700 c.u.p.COMPRIMENTO MXIMO DOCARTUCHO

    29,69 mm

    Projtil Peso Veloc. m/s Veloc. ft/sETOG 115 grains 346 1135SEPO 115 grains 354 1160

    Calibre 10 mm Automatic

    um calibre que surgiu no final da dcada de 70, inspirado pela buscade algo que se colocasse entre a alta velocidade com trajetria tensa do 9 mmLuger, e a baixa velocidade com maior peso e dimetro do .45 ACP.

    Juntamente com o calibre, foi criada uma pistola para cal-lo, denome BREN TEN, fabricada pela empresa Dixon & Dornaus, a qual, devido ao

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    fracasso da arma, faliu dois anos aps seu lanamento. O calibre ressurgiu graas fbrica COLT, que lanou a pistola DELTA ELITE, onde o calibre ganhou foracomercial, gerando ento lanamentos de outros fabricantes, como a GLOCK,SMITH & WESSON, SPRINGFIELD ARMORY, etc.

    Apesar de ser um calibre sem repercusso nos meios militares e

    policiais, o FBI (EUA) fez estudos e ensaios com a finalidade de adotar o 10 mmcomo padro para uso em servio, mas tal cartucho demonstrou serdemasiadamente potente, gerando forte recuo e estampido. Trazendo dificuldadeinclusive na recuperao da visada no segundo tiro, o calibre 10 mm foi abrandadoutilizando projteis mais leves, disparados a velocidades mais baixas, chegando auma balstica semelhante do calibre .45 ACP, adequado funo policial e paradefesa pessoal.

    Projtil Comprimento doCartucho

    Peso Velocidade

    Ponta Oca 31,98 mm 170 grains 427,5 m/s

    FMJ 30,23 mm 200 grains 368,1 m/s

    FMJ Full Metal Jacket (Projtil totalmente encamisado).

    Calibre .41 AE (Action Express)

    Surgiu em 1863 com a finalidade de ser utilizado em uma pistola de tironico (derringer) de retrocarga. Era conhecido como .41 Short (curto) e possuafogo circular, ou seja, a espoleta era semelhante dos atuais calibres .22.

    Foram desenvolvidos diversos tipos de cartuchos nesse calibre,chegando aos nossos dias na forma dos cartuchos .41 S&W Magnum, em 1964 e .41 AE (Action Express), lanado em 1986.

    O .41 AE foi criado para ser utilizado em armas originariamentedimensionadas para calar o calibre 9 mm Luger, com kit de converso para ocalibre .41, possuindo o aro rebatido, ou seja, as dimenses de sua base so

    idnticas ao cartucho 9 mm. Tal caracterstica se traduziu em descrdito por partedos atiradores, que julgaram que o cartucho teria problemas de extrao na arma.Com o lanamento dos cartuchos 10 mm e .40 S&W, o calibre .41 tem

    o seu futuro ameaado. Atualmente fabricada pela IMI (Israel) uma excelentepistola, de nome JERICHO, no calibre .41 AE, com kit de converso para 9 mmLuger.

    PROJTIL PESO VELOCIDADEFMJ 200 grains 304 m/s

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    Calibre .44

    Apesar de j ser utilizado em diversas armas curtas nos anos de1864/65, como em pistolas de tiro nico, sendo produzido na poca com cartuchosde fogo circular, o calibre .44 evoluiu ao longo dos anos na forma de mais de 25tipos de cartuchos diferentes.

    Hoje comercializado em 3 configuraes diferentes, conhecidas comos nomes de .44 Special, .44-40 WCF (Winchester Center Fire), e .44 RemingtonMagnum.

    O .44 Special uma evoluo de um cartucho elaborado parautilizao militar na Rssia. Com o advento da plvora sem fumaa, tal cartuchocresceu comercialmente e hoje utilizado em vrias armas no mercado americano eeuropeu. Taurus e Rossi fabricam para exportao excelentes armas nesse calibre.

    O 44-40 WCF, sendo um calibre originalmente lanado para serutilizado em uma carabina (Winchester Modelo 1873), tornou-se popular inclusive noBrasil, onde o Comando do Exrcito autoriza a utilizao desse calibre para armaslongas. A Amadeo Rossi fabrica a carabina Puma, modelo Winchester, de ao poralavanca, enquanto que a CBC (Companhia Brasileira de Cartuchos) produz ocartucho nesse calibre.

    O .44 Remington Magnum considerado calibre de uso RESTRITO noBrasil e no aconselhvel a sua utilizao por principiantes. Com o precedenteaberto pelo calibre .357 Magnum em relao ao .38 Special, Elmer Keith atiradorconhecido nos EUA desenvolveu o .44 Magnum aumentando a cpsula do .44Special em 1/8 de polegada, para impedir a utilizao em armas que no fossemprojetadas para o novo calibre, que trabalha com altas presses (43.200 c.u.p.).

    hoje conhecido como The Big .44 (O Grande .44), alcanando ostatus de ser a mais poderosa munio para caa e defesa, para armas curtas, nomundo. Apesar disso, no tem grande aceitao como arma de usopolicial/defensivo devido ao fato de os revlveres que a calam serem extremamentegrandes, alm do grande recuo do calibre, que torna praticamente impossvel efetuar

    disparos rpidos e seguidos com bom aproveitamento.

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    Esportivamente, utilizado em revlveres e pistolas de tiro nico paraa modalidade de silhuetas metlicas.

    Calibre Peso Velocidade Observao.44 Special 246 grains 230 m/s Cano de 6

    .44-40 WCF 200 grains 362 m/s Cano de 24

    .44 Magnum 240 grains 536 m/s Cano de 20

    Calibre .45 ACP

    Apesar de ser um cartucho com projtil e estojo muito largos,dificultando a utilizao em armas compactas, credenciado como uma dasmelhores munies para uso policial e defesa. Combina um projtil largo e pesadodisparado a baixa velocidade, com um grande stopping power.

    Seu desenvolvimento foi iniciado com a criao de aproximadamente40 cartuchos diferentes. Em 1911, juntamente com a conhecida pistola Colt Modelo1911, foi criado o calibre .45 ACP (Automatic Colt Pistol), por John M. Browning.Hoje conhecido pelos atiradores como o calibre bsico para quem est iniciandona recarga de cartuchos para armas semi-automticas, tal a facilidade decombinao de insumos (plvora, projtil etc.) e a incrvel tolerncia por parte dosmecanismos das pistolas na utilizao de munio recarregada. O Brasil utilizou ocalibre .45 ACP at 1972/1973 em suas Foras Armadas, substituindo-o pelo calibre

    9 mm Luger.

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    Encontramos aficionados, nos meios civis e militares, pelo .45 e pelasarmas que o utilizam (as bocudas, assim carinhosamente chamadas em refernciaao largo calibre), que no abrem mo daquele dimetro, mesmo com o lanamentode calibres mais modernos. um calibre autorizado aos civis somente paracompeties de tiro prtico (IPSC).

    DIMETRO DO PROJTIL .450/.452ESPOLETA LARGE PISTOLPRESSO MXIMA DE TRABALHO 19.900 c.u.p.COMPRIMENTO MXIMO DOCARTUCHO

    32,39 mm

    Projtil Peso VelocidadeOgival/FMJ 230 grains 255 m/sSemi-Canto Vivo/FMJ 230 grains 226 m/sSemi-Canto Vivo/chumbo 200 grains 279 m/sCalibre .40 S&W

    Seguindo uma tendncia mundial de equipar as polcias com pistolas

    semi-automticas e munies mais efetivas, diversas polcias brasileiras estooptando pelo calibre .40 S&W.

    O calibre .40 S&W, ao contrrio dos outros dois mais conhecidoscalibres para armas semi-automticas (9 mm Parabellum e .45 ACP), um produtorecentemente lanado no mercado, que rene, proporcionalmente, as vantagens deambos.

    O calibre .40 S&W, lanado comercialmente em 1990, foi concebido apartir do cartucho calibre 10 mm Auto. Assim que este ltimo calibre foi deixado delado pelo FBI, a Smith & Wesson iniciou as pesquisas que resultaram nodesenvolvimento do calibre .40.

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    O .40 S&W foi praticamente desenvolvido para atender snecessidades daquele rgo policial norte-americano, que pedia um cartucho comprojtil de 180 grains, carga propelente menor que a apresentada pelo cartuchocalibre 10 mm, sendo que este j apresentava o dimetro considerado adequado(projtil com dimetro de .400). O comprimento total do cartucho deveria ser menor

    que o do 10 mm, com presses de trabalho que pudessem ser suportadas porarmas de dimenses semelhantes s do calibre 9 mm, alm de ser demandado umdesempenho que possibilitasse uma penetrao de 12 polegadas em gelatinabalstica, aps atravessar um obstculo fino de vidro ou madeira. Tudo issomantendo as caractersticas de transferncia de energia ao alvo, mesmo sendo oprojtil totalmente encamisado.

    Vemos ento que as pesquisas derivaram de especificaes tcnicasexigidas por uma polcia, para a criao de um cartucho, que seria utilizado por ela.O que foi criado teve aceitao to grande que hoje existe um fenmeno .40 naEuropa e nos EUA, com a adoo deste calibre para uso policial, para defesa etambm para uso esportivo. Considerado calibre maior, largamente utilizado em

    provas de IPSC (Tiro de Combate) com excelentes resultados.Estatsticas norte-americanas apontam o calibre .40 S&W como uma

    das mais efetivas munies para defesa, com o seu stopping power chegando a96%, (superando o calibre .45, historicamente conhecido como mais eficaz)conforme tabela elaborada por Evan P. Marshall, atirador e pesquisador. Estepercentual somente alcanado por uma marca especfica de fabricao norte-americana. Como no dispomos de tal munio, lanamos mo de cartuchosfabricados pela indstria nacional, que apresentam desempenho semelhante mdia dos concorrentes internacionais.

    Alm disso, o calibre .40 S&W assemelha-se ao .45 quanto suaoperao na arma, sem falhas significativas, ao contrrio do 9 mm Luger, que naturalmente mais seletivo quanto configurao dos itens utilizados na sua cargaou recarga. Cabe citar aqui que uma comparao entre os calibres 9 mm, .40 S&W e.45 ACP natural, pois a competio entre o 9 mm e o .45 j histrica, quanto eficincia no uso militar, policial e para a defesa do civil. O calibre .40 S&W veiosomar-se dupla, apesar de ser considerado como uma munio que aindaencontra-se na sua infncia, em termos de mercado, pois foi lanada h poucomais de dez anos.

    A indstria de material blico se esmera no aprimoramento de produtospara utilizao deste calibre, com o cuidado de projetar armas mais robustas, comdetalhes reforados, tendo em vista que o calibre .40 S&W realiza uma enrgica

    operao de ferrolho (recuo do ferrolho, posterior ao disparo), causando fadigamecnica na estrutura da arma.No podemos entender a criao do cartucho calibre .40 S&W como

    sendo o modelo definitivo, a exemplo do 10 mm Auto, que na dcada de 80 eraconsiderado como o calibre do futuro, mas que teve pouca expresso no mercado,aps o seu lanamento. Devemos, sim, observar as suas caractersticas maisadequadas funo policial e defesa, tendo em vista que uma munio idealizadapela polcia para ser utilizada por ela.

    DIMETRO DO PROJTIL .400/.401ESPOLETA SMALL PISTOL

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    PRESSO MXIMA DE TRABALHO 35.700 c.u.p.COMPRIMENTO MXIMO DOCARTUCHO

    28,83 mm

    PROJTIL PESO VELOCIDADESEPO/BP 180 grains 302 m/s

    SEPO/BP = Projtil semi-encamisado, ponta oca, de base plana.

    Calibres especiais

    Existem pistolas semi-automticas que disparam calibres tpicos derevlveres ou outros calibres ainda mais incomuns. So os casos da Desert Eagle(calibres .357 Magnum, .41 Magnum, .44 Magnum e .50 Action Express), da Coonan(calibre .357 Magnum) e da Wildey (calibre .475), alm de outras.

    Existem tambm alguns calibres desenvolvidos especialmente pararevlveres, objetivando a caa de animais de grande porte, como o .454 Casull. Soarmas de tamanho descomunal, grandes e poderosas em excesso, que por isso sodesaconselhveis ao uso policial/defensivo, sendo mais usadas nos filmes deHollywood.

    7-) STOPPING POWER PODER DE PARADA E INCAPACITAO

    Anteriormente, ao estudarmos a Balstica Terminal, tivemos contatocom um importante conceito na avaliao dos efeitos dos projteis de arma de fogoem alvo humano, qual seja o conceito de poder de parada ou incapacitao oStopping Power dos norte-americanos.

    Neste tpico, inteiramente dedicado a este tema, iremos alm daquelesprincpios j abordados sobre o assunto, o qual, apenas recentemente, passou a seralvo deestudos e a ser levado em conta quando da criao de novos calibres parafins defensivos e policiais.

    At o final do sculo XIX, quando se desejava um aumento no poder de

    incapacitao de um projtil de arma de fogo, era necessrio aumentar o peso desteprojtil e a quantidade da carga de propelente. Como a plvora empregada era aplvora negra, de baixo contedo energtico e baixas presses geradas com suaqueima, a varivel incapacitao imediata no era levada em conta. Os projetistasde armas e munies se preocupavam apenas em construir conjuntos arma/munioprecisos e confiveis, sem se preocuparem muito com a qualidade dos efeitoslesivos causados no alvo.

    Com a descoberta da plvora sem fumaa, foi possvel aumentar oalcance e a preciso dos projteis, com a reduo de peso dos mesmos, permitindoa construo de armas menores e mais potentes. Isto causou a necessidade de um

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    estudo mais aprofundado sobre as munies e seus componentes, de modo apermitir uma maior eficcia desses conjuntos, em situao de combate.

    Origem e evoluo do conceito de poder de parada

    O termo Stopping Power teve origem no final do sculo XIX, paraexpressar a capacidade de um determinado projtil em neutralizar um agressor,pondo-o fora de combate, sem necessariamente mat-lo.

    A questo do poder de parada foi analisada seriamente pelo Exrcitonorte-americano a partir de 1889, por ocasio das batalhas que ocorreram nasFilipinas, contra os Moros, onde se observou a inadequao do calibre regulamentarento utilizado, o .38 Long Colt, que no era suficientemente potente para tirar deao aqueles oponentes. Os nativos recebiam vrios disparos antes de cessarem aagresso contra os soldados americanos.

    Problema semelhante enfrentaram os ingleses, em suas campanhas nandia, no sculo passado. Os indianos eram oponentes muito resistentes, quecontinuavam a atacar os soldados ingleses mesmo aps serem atingidos porinmeros disparos. Visando solucionar o problema, os ingleses idealizaram umamunio para armas longas, no arsenal da provncia de Dum-Dum. O objetivodesta munio era justamente ampliar o poder destrutivo em tecido humano. Algunsautores afirmam que os testes com o chamado conceito Dum-Dum deram origemaos projteis encamisados. Foram experimentados projteis com corte em cruz,secionados e com diversos tipos de pontas, inclusive, primitivas hollow point(ponta-oca).

    Em 1903, os EUA formaram uma comisso para estudar o problema daneutralizao de oponentes com compleio fsica avantajada, e assim diminuir asbaixas no seu Exrcito. Os resultados dos estudos dessa comisso influenciaram osEUA na adoo do calibre .45 ACP como de dotao regulamentar para armascurtas militares. Esta comisso ficou conhecida como comisso Thompson LaGarde, devido ao nome de dois de seus mais importantes membros.

    Foram testadas munies de uso militar em bovinos vivos e emcadveres humanos, registrando-se os efeitos observados. Nos cadveres,suspensos no ar, era observada a capacidade de um projtil de fraturar ossos e detransferir energia, mostrada pela oscilao dos corpos pendentes. Nos animais,pretendiam ver o poder de incapacitao proporcionado pelos diferentes calibres.

    Ainda no havia os modernos projteis de ponta oca, e a comissoutilizou os de chumbo puro ou jaquetados. Os calibres e formas de projteis foramos militares disponveis na poca, isto , ogivais. Os resultados foram inconclusivos,mas pareceu que os calibres maiores e mais pesados eram superiores aos maisleves e mais rpidos.

    Desse trabalho nasceu a teoria da relao calibre/momento, que abase das teorias que vieram depois.

    Em 1930, Chalberlin, um coronel americano, conduziu um estudo comcabras, escolhidas porque os ossos das cabras tm a mesma constituio mineraldos ossos humanos. Foram usadas armas longas com velocidades dos projteis

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    elevada. Entretanto, como os animais estavam anestesiados, no houve apossibilidade de se estudar a incapacitao.

    Mesmo assim, algumas concluses importantes foram obtidas: a lesointerna aumenta quando o projtil no segue de modo retilneo, mas tomba e rolanos tecidos, aumentando a cavidade temporria;projteis secundrios (na verdade,

    estilhaos de ossos), provocados por ossos fragmentados, por exemplo, podemcausar destruio distante do trajeto do projtil; o movimento dos lquidos dostecidos causa danos em todas as direes, alm daquela da trajetria do projtil.Chalberlin deu importncia reao hidrulica dos lquidos dos tecidos animais, eseu efeito sobre o sistema nervoso central.

    Tambm nos EUA, no final dos anos 20, o General Julian S. Hatcherrealizou estudos baseados nos resultados da comisso Thompson La Garde,concluindo, poca, que a ocorrncia do Stopping Power estava relacionada aomomento (instante em que o projtil choca-se com o alvo [momento um conceitoda fsica, que , segundo o Dicionrio Aurlio, o produto da massa pela velocidade]),e afirmando que um projtil lento e pesado teria maiores chances de causar o

    fenmeno da incapacitao imediata do que um mais leve e veloz. Hatcherapresenta, inclusive, uma frmula para clculo comparativo da eficincia deprojteis.

    Os resultados, at aqui, mostravam-se inconclusivos e baseados maisnas experincias do que em raciocnios realmente cientficos.

    Outro americano que realizou estudos referentes ao poder deincapacitao de projteis de armas de fogo foi um mdico militar, o Dr. Flacker,especialista em ferimentos por bala, que estudou longamente as necropsias depessoas atingidas por projteis de armas de fogo.

    Como o trajeto de um projtil pelo corpo humano deixa a cavidadepermanente causada pela leso de sua passagem, leso esta que pode ser vista noato da necropsia, esse pesquisador valorizou esta cavidade como causa daincapacitao do agressor, e concluiu que os projteis mais pesados tm umapenetrao maior, e, portanto, deixam maior leso nos tecidos. Entretanto, almdessa cavidade permanente, os estudos atuais mostram que h a cavidadetemporria simplesmente desconsiderada por Flacker por ocasio de seus estudos.

    H, ainda, um outro trabalho, executado por um policial norte-americano, Fairburn, que estudou os resultados tambm reais de registros policiais.O nmero de casos estudados foi pequeno, o que no permitiu ao pesquisadorseparar as diferentes munies dentro de um mesmo calibre. Mesmo assim, suasconcluses mais importantes so, por exemplo, que o calibre de maior poder de

    parada o .357 Magnum, que o melhor projtil em calibre .38 o de 158 grains depeso, ponta oca, semi canto vivo + P, e que o calibre .38 SPL no efetivo, parandouma agresso apenas uma vez a cada quatro casos.

    Mais recentemente, em 1991, foi realizado um estudo em Strassbourg,na Frana, onde um grupo de pesquisadores, que inclua mdicos, fisiologistas,neurologistas, veterinrios, patologistas e especialistas em balstica, analisou vrioscalibres, desde o .380 ACP at o .44 Magnum, cada qual em diferentesconfiguraes. Como alvos, utilizaram cabras vivas, de tamanho padronizado, emvirtude de ter esse animal o trax aproximadamente do mesmo porte do traxhumano.

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    Cada animal foi deixado em uma cela, com gua disposio, sendoalvejado, a partir de uma mquina de tiro, sempre no mesmo ponto, atingindo opulmo em uma posio alta que impedia que o projtil atingisse o corao ou umgrande vaso sangneo. O objetivo era estudar o poder de parada, atravs dodesfalecimento do animal atingido. Cada animal foi monitorado quanto ao

    eletroencefalograma e presso arterial. Foi medido o tempo decorrido desde odisparo at a incapacitao do animal (tempo mdio de incapacitao total).Depois de incapacitados (no necessariamente mortos) os animais

    eram abatidos e necropsiados e, em caso de haver doenas ou estilhaos de ossosou de balas terem acertado o corao ou um grande vaso, esses casos erameliminados da estatstica. Foi buscado apenas o resultado de um tiro capaz deincapacitar o animal por efeito exclusivo da trajetria do projtil atravs dos tecidos.

    Os resultados, mostrados em resumo geral na tabela a seguir,expressos em tempo mdio de incapacitao, confirmam plenamente o que Marshalle Sanow, dois outros pesquisadores, apresentariam anos depois em seu trabalho.Os menores tempos de incapacitao foram dos calibres .357 Magnum (o mais

    rpido), o .40, o .45 e os projteis mais leves em calibre 9 mm. O projtil 9 mm maispesado (147 grains), foi muito inferior. Outro resultado digno de nota o que foiobtido com arma curta, de duas polegadas de cano e em calibre .38 SPL, ponta dechumbo ogival, que no incapacitou a cabra alvejada, mostrando-se ineficiente paraa obteno do Stopping Power.

    Calibre e Munio empregados Tempo mdio de incapacitao (min)

    .357 Mag 125 grains JHP 7,34.40 S&W 155 grains JHP 7,86.45 ACP 230 grains Hidra-Shock 8,40.40 S&W 180 grains Black Talon 8,869mm Para 115 grains Starfire +P 9,02

    .38 SPL 158 grains LHP +P 10,76.380 ACP 90 grains Hidra-Shock 10,94

    .45 ACP 230 grains FMJ 13,849mm Para 115 grains FMJ 14,40.380 ACP 95 grains FMJ 22,80.38 SPL 158 grains RNL 33,68

    Pelos resultados desta pesquisa, podemos verificar que o calibre .40S&W tem um desempenho excelente, superior a qualquer coisa alcanada peloscalibres permitidos no Brasil (.38 SPL e .380 ACP) e at por algumas munies 9mm Para e .45 ACP. Mais uma prova de que se trata de um excelente calibre paradefesa.

    No Brasil, alguns autores se valeram da experincia norte-americana edesenvolveram testes prprios para a obteno de um ndice de poder de parada. OCampo de Provas de Marambaia, no Rio de Janeiro, estabelecimento de testes do

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    Ministrio do Exrcito, em 1982, fixou o valor de 13,6 Quilogrmetros (kgm) comosendo a energia capaz de deter um homem, por ao do impacto, mesmo no oatingindo em um ponto vital. Os estudos nacionais tambm ressaltaram aimportncia da forma do projtil, em especial de sua ponta, como fator de aumentodo poder de parada de determinado tipo de munio.

    Stopping Power: Estudos Atuais

    Observa-se que um grupo de estudiosos atribui mais importncia penetrao dos projteis, enquanto outro julga que a velocidade dos mesmos maisimportante. So duas correntes que j vinham mantendo grandes e interminveisdiscusses, que ficaram mais intensas aps o lanamento do livro HandgunStopping Power A definitive study escrito por Evan Marshall, um ex-policial eEdwin Sanow, policial em atividade. Esses autores realizaram o maior estudo athoje procedido sobre o tema, que durou cerca de quinze anos, onde foram colhidasinformaes de tiroteios entre policiais e meliantes ou entre civis atacados pormarginais, relacionando os casos em que um tiro acertado interrompeu umaagresso de imediato.

    Marshall e Sanow viajaram por todos os Estados Unidos e por algunspases da Europa, buscando subsdios inclusive nos resultados das necropsias para sua pesquisa. O resultado desses estudos foi o referido livro, que analisa,calibre por calibre, o desempenho das diferentes munies, relacionado com o pesodo projtil e com sua forma.

    A anlise de casos reais, e no apenas o raciocnio terico, mostrouque os projteis mais leves, portanto com maior velocidade, e a configurao dessesprojteis, essencialmente, em pontas ocas, tm melhor desempenho de poder deparada.

    Marshall e Sanow atribuem um ndice de incapacitao baseado nasestatsticas dos casos reais observados. Se, estatisticamente, temos o relato de 100casos de disparos com determinado calibre e em 50 casos o atacante foi posto forade combate com um nico tiro, o poder de parada desse projtil ser de 50%.

    O trabalho mostrou que os projteis leves e mais velozes tm um poderde parada maior do que os mais pesados, mesmo quando esses tm a mesma

    configurao (ponta oca, por exemplo).As concluses desses autores geraram mais polmica, sendorecebidas com descrdito pelos que se baseavam nos estudos anteriores, queprojteis mais pesados, viajando a velocidades menores, possuem maiorpenetrao, e, portanto, podero causar maiores danos nos tecidos humanosatingidos, possuindo maior poder de parada.

    A tabela a seguir, retirada do trabalho de Evan Marshall, ilustra arelao de efetividade, em casos reais de confronto armado nos Estados Unidos,entre diferentes calibres de uso defensivo/policial. Destaca-se a eficincia docalibre .357 Magnum, um dos mais efetivos j criados, e que continua a ser uma

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    excelente opo, no obstante a atual tendncia no uso de calibres de pistolas semi-automticas. Conforme j apontamos, o .357 Magnum calibre tpico de revlver.

    Calibre e Munio Porcentagem de Parada

    .357 Mag 125 grains JHP 96%.40 S&W 135 grains COR-BON 96%

    .40 S&W 155 grains STHP 93%.45 ACP 230 grains Hidra Shock 88%

    .44 Mag 210 grains STHP 88%

    .41 Mag 170 grains STHP 88%

    9 mm Para 115 grains STHP + P 79%.44 SPL 200 grains STHP 72%.38 SPL 158 grains LHP + P 72%

    .45 ACP 230 grains FMJ 60%.380 ACP 85 grains STHP 54%.38 SPL 158 grains RNL 52%

    Como resultado deste estudo, os autores afirmam que no h umamunio mgica, que garanta 100% de poder de parada. Todos os trabalhosasseveram que o fator mais importante para aumentar as chances de parar um

    agressor a colocao correta do tiro em seu corpo. O local atingido, na maior partedas vezes, mais importante do que o calibre utilizado.

    Outro fator apresentado nos estudos de Marshall e Sanow a questoda penetrao do projtil em alvo humano. Um projtil com pouca penetraopoder no atingir a zona vital para a ocorrncia da incapacitao imediata,detendo-se em roupas grossas ou mesmo em ossos e outros obstculos. Emcompensao, um projtil com alta penetrao poder transfixar o corpo doagressor, e atingir um passante no envolvido no confronto.

    Estabeleceu-se como padro ideal de penetrao a profundidade de 10a 12 polegadas em corpo humano (cerca de um palmo). O projtil,preferencialmente, no dever transfixar o alvo, e sim, deter-se nele para umaeficiente transmisso de toda a sua energia cintica.

    Como funciona o mecanismo da incapacitao imediata

    Mas afinal, como ocorrem os fenmenos orgnicos que possibilitam aobteno da incapacitao imediata?

    Quando um projtil de arma de fogo atinge o crebro ou o troncocerebral e destri estruturas responsveis pela conscincia ou pelo tnus muscular

    dos msculos que mantm o corpo ereto, ou quando o tiro atinge a medula espinhal

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    e interrompe o comando nervoso das pernas ou mesmo dos braos e das pernas,dependendo da altura da medula atingida, ou, ainda, em algumas pessoas, quandoatingido um vaso calibroso importante, provocando o chamado choquehipovolmico, ou seja, a rpida perda de grande quantidade de sangue, h grandeprobabilidade de que ele cesse imediatamente suas aes. Nesses casos, o

    agressor deve cair instantaneamente.A questo do choque hipovolmico um tanto controversa, pois podelevar algum tempo, entre o atingir do projtil e a interrupo das funes motoras dooponente: o agressor pode seguir em ao por tempo suficiente para concretizar oato agressivo. Mesmo com o corao ou a aorta, por exemplo, seriamentecomprometidos, um indivduo pode no cair instantaneamente. Somente h paradainstantnea em cem por cento dos casos (ou o mais prximo deste valor) quandoaquelas estruturas nervosas mencionadas crebro e medula so atingidas.

    Um outro mecanismo, chamado de choque neurognico citado pormdicos especialistas como sendo um dos responsveis pela queda imediata de umoponente.

    Sua ocorrncia fcil de ser observada, por exemplo, nas lutas deboxe ou de vale-tudo, onde um lutador posto fora de combate por um soco oupontap na altura do fgado, na ponta do queixo ou no lado da cabea. Essedesfalecimento pode se dar por alguns minutos ou mesmo por alguns segundos,seguido por uma sensao de desorientao e de dificuldade em manter o equilbrio.

    Isso ocorre porque o golpe atingiu reas do corpo, emborasuperficialmente, que transmitem impulsos nervosos ao sistema nervoso central eque chegam reas que governam a conscincia e o tnus dos msculosantigravitacionais das pernas, os extensores, msculos que permitem ao corpo semanter em p.

    No se sabe com certeza, mas este pode ser o mecanismo que fazcom que uma pessoa atingida por um projtil em rea no vital, desfaleaimediatamente. A cavidade temporria parece ser a responsvel pela ocorrnciadeste choque e pela perda da conscincia.

    Segundo os mdicos, estruturas como vsceras e ramificaesnervosas podem, se atingidas, provocar o fenmeno. A zona do corpo humanolimitada pela bacia plvica, por onde transitam nervos importantes para asustentao das pernas e pela proximidade de plexos nervosos, como o plexo solar, um local de alta ocorrncia do choque neurognico.

    O fenmeno, entretanto, menos observado em indivduos sob efeitode drogas.

    O atirador conta com trs possibilidades principais de parar umagressor instantaneamente: um tiro que atinja a cabea e acerte principalmente aestrutura do tronco cerebral; um tiro que secione a medula espinhal; e o tiro com umprojtil de alta velocidade, que gere uma cavidade temporria capaz de produzir ocitado choque neurognico.

    Assim, a maior certeza de parar imediatamente um agressor acert-locom disparos mltiplos, uma vez que os estmulos gerados por vrias cavidadestemporrias se somam, e resultam em um poder de parada muito maior.

    Podemos contar tambm com a incapacitao mecnica do agressor,se nosso projtil atingir algum osso como o fmur. Neste caso, o agressor ir cairinstantaneamente, tanto por problemas mecnicos como por reflexo pela dor.

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    Entretanto, permanecer no domnio de seus movimentos com as mos, e se estiverarmado com uma arma de fogo, poder seguir atirando, pois no ter perdido ossentidos.

    Armas, munies e poder de parada

    Dos trabalhos de Marshall e Sanow podemos tirar vrias conclusesacerca do poder de incapacitao de um determinado conjunto arma/munio.

    Considerando que o critrio adotado na pesquisa era o de considerarsomente os casos em que era empregado um nico tiro que atingisse a regio dotronco do atacante/vtima, descartando-se os mltiplos ferimentos, tiros em membrosou na cabea, Marshall definiu incapacitao da seguinte maneira (para os fins dapesquisa): se a vtima, quando atingida, entra em colapso antes de fazer algumdisparo ou expressar uma outra reao de ataque ou fuga; a vtima/oponente,

    quando atingido, no poderia se deslocar mais do que trs metros antes de entrarem colapso.

    Os estudos concluram tambm que, to importante quanto a arma e ocalibre utilizados, o ponto atingido no alvo e a possibilidade mltiplos disparosgarantem a ocorrncia do stopping power. A melhor munio do mundo de nadaservir se o usurio errar o tiro ou no conseguir repeti-lo dado o excessivo recuo daarma.

    Outra condicionante na obteno do stopping power a expanso doprojtil, que, necessariamente, dever ocorrer. Armas curtas costumam apresentarproblemas na expanso de projteis tipo ponta oca. Atingir altas velocidades em umcano de arma longa relativamente simples, mas para que isto ocorra em projteisdisparados de armas curtas, necessrio um projtil especialmente construdo paraeste fim.

    Esse fato ficou comprovado nos trabalhos apresentados, onde osmaiores ndices de incapacitao ocorreram com a utilizao de projteis especiais.

    A munio mais efetiva mostrou ser a .357 Magnum, com ndicessuperiores a 96%. O .38 SPL, veterano conhecido, s eficiente quando utilizadoem verses + P de ponta oca, e em armas de 4 de cano.

    A seguir apresentamos uma tabela onde constam os calibres maiscomuns utilizados com propsitos defensivos/policiais, e seus respectivos ndices deincapacitao.

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    TABELA DE MARSHALL E SANOW

    Quadro de Eficincia Real de Munies

    Calibre Marca deMunio e

    Peso doProjtil (em

    grains)

    Tipo deProjtil

    Nmero decasos

    analisados

    Nmero decasos em que

    houve aincapacitao

    imediata

    Percentualde eficincia

    (StoppingPower)

    .32 ACP W-W 60 STHP 71 43 60,56W-W 71 FMJ 98 49 50,00

    .380 ACP Federal 90 JHP 106 69 65,09

    W-W 85 STHP 59 32 54,23R-P 88 JHP 37 20 54,05

    Federal 95 FMJ 87 45 51,74.38 SPL W-W 158 LHP + P 75 50 66,66

    (2 de cano) Federal 158 LHP + P 38 25 65,78Federal 125 JHP + P 45 28 62,22Federal 158 SWC 89 44 49,43Federal 158 RN 206 101 49,02

    .38 SPL W-W 158 LHP + P 222 167 75,22(4 de cano) Federal 158 LHP + P 163 116 71,16

    Federal 125 JHP + P 183 126 68,85Federal 158 SWC 174 92 52,87Federal 158 RN 306 160 52,28

    9 mm Federal 155 JHP + P + 76 68 89,47Parabellum Federal 124 Nyclad 185 150 81,08

    W-W 115 FMJ 159 99 62,26.357 Federal JHP 462 448 96,96

    Magnum R-P S-JHP 27 22 81,48R-P JSP 23 17 73,39

    Federal JHP 63 57 90,47.44 W-W 210 STHP 38 34 89,47

    Magnum Federal 180 JHP 23 20 86,95W-W 240 SWC 44 36 81,81

    .40 S&W Federal 155 JHP 34 32 94Winchester

    155Silvertip 22 20 91

    Federal 155 Hydra Shock 38 34 89.45 ACP Federal 230 Hydra Shock 53 48 90,56

    Federal 185 JHP 96 83 86,45W-W 230 FMJ 139 89 64,02

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    Convenes:

    W-W Winchester Western; R-P Remington Peters; STHP Encamisada prateada pontaoca; LHP Chumbo, ponta oca; JHP Jaquetado, ponta oca; S-JHP Semi jaquetado ponta

    oca; FMJ Totalmente encamisado; SWC Semi canto vivo; RN chumbo ogival.

    Mais uma vez, podemos constatar a eficincia do calibre .40 S&W, comndice de parada da ordem de 90%, muito superior, por exemplo, ao .380 ACP(calibre de pistola mais potente permitido no Brasil) que tem ndice em torno de 60%.

    Concluses sobre o poder de parada

    Finalizando este tpico, relembramos que o chamado stopping power

    um fenmeno relativo, que no pode ser calculado com uma certeza matemtica(apesar das vrias frmulas para seu clculo apresentadas por diversos estudiososdo assunto), pois depende de muitas variveis, entre elas, a individualidadebiolgica do oponente.

    Em situao policial/defensiva, necessrio que a escolha do conjuntoarma/munio para porte recaia sobre aquele que possua um elevado ndice deincapacitao, ndice esse obtido nos trabalhos srios a respeito do tema, entre osquais se sobressai o estudo de Marshall e Sanow.

    Um exemplo de que o poder de parada um valor relativo, e de que oarmamento para uso policial/defensivo deve ser o mais eficiente possvel, o dofamoso tiroteio de Miami, citado por diversos autores especializados no assunto.Esse incidente aconteceu em Abril de 1986, em Miami, na Flrida (EUA), quandodois marginais armados, cada um com um revlver .357 Magnum, um com umaespingarda calibre 12 e o outro com um rifle, foram perseguidos por 8 agentes doFBI. A perseguio terminou com a coliso de vrios veculos, dentre os quais o dosmeliantes, o que possibilitou que os agentes os interceptassem. Alguns agentes doFBI, segundo afirmam os especialistas, traziam seus revlveres sobre o banco docarro, de modo a poderem empunh-los mais rapidamente. Com o choque dasviaturas, as armas que estavam sobre os bancos foram jogadas longe, e muitotempo foi perdido para apanh-las.

    Testemunhas afirmaram que foram disparados um total de 140 tiros em

    apenas quatro minutos.As armas de coldre dos agentes eram revlveres .357Magnum (5 deles) e pistolas 9 mm Parabellum (3 deles). Entre as falhas apontadasno incidente est o fato de os revlveres estarem sendo usados com munio .38SPL, 158 grains SWC HP, de chumbo, e no com a munio .357 Magnum.

    Apenas dois dos agentes portavam uma backup gun (arma reserva),mesmo assim, tambm no calibre .38 SPL. Com a enorme quantidade de tirosdisparados, vrios dos agentes ficaram sem munio, sendo feridos ou mortos noato de tentarem remuniciar suas armas.

    Os dois marginais foram mortos durante a ocorrncia. Um deles,armado com um rifle Ruger Mini-14, estava mortalmente ferido, com um projtil 9mm Parabellum Silvertip 115 grains colocado a menos de meia polegada do

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    corao, tendo sido atingida a sua artria pulmonar. Mesmo ferido, continuoudisparando seu rifle, matando e ferindo vrios agentes.

    Finalizado o tiroteio, restaram dois agentes mortos e seis feridos, doisdos quais ficaram neurologicamente incapacitados. O FBI atribuiu a culpa dofracasso da operao ao projtil utilizado, o 115 grains 9 mm Silvertip, que no

    chegou at o corao dos oponentes, nos tiros que penetraram lateralmente o trax,depois de atingir o brao. Foi dito que a munio, se tivesse maior penetrao,poderia ter incapacitado os agressores.

    A condenao da munio foi um pretexto para desviar a ateno daverdadeira causa do fracasso: a falta de uma ttica adequada, a ineficincia dospoliciais em acertarem seus oponentes e a munio inadequada dos revlveres. Amunio acusada foi o bode expiatrio, e o FBI passou a usar uma munio comprojtil mais pesado e de maior penetrao (de 147 grains, 9 mm, ainda emconfigurao Silvertip).

    Esse fato lamentvel na histria da polcia norte-americana, entretanto,proporcionou alguns ensinamentos. A partir do incidente, o FBI iniciou um estudo

    srio, investigando vrios calibres, nas mais diferentes situaes de tiro, inclusivecontra barricadas e obstculos que possam se interpor entre os policiais e seusoponentes.

    Os resultados foram publicados em um livro e o FBI optou por utilizaruma nova munio recm lanada, o 10 mm, em pistolas de grande porte, conformerelatado anteriormente. Entretanto, o calibre 10 mm, como se viu, mostrou-seexageradamente potente, com hiperpenetrao e com recuo muito forte, alm de aspistolas do calibre serem muito grandes para serem portadas diuturnamente.

    Como resultado do fracasso inicial do calibre 10 mm, houve a tentativade diminuir-se a potncia sem alterar o dimetro do projtil, mas de forma a diminuir,tambm, o tamanho das armas.

    Dessas tentativas surgiu o calibre .40, um 10 mm mais curto,denominado .40 Smith & Wesson. A vantagem do calibre .40 S&W que pode serusado em armas de menor tamanho, praticamente as mesmas pistolas que antesserviam ao calibre 9 mm em uso no FBI.

    Em pouco tempo o calibre .40 tornou-se o mais procurado pelasagncias policiais norte-americanas e adotado por uma grande parte delas. Hoje ocalibre mais popular e talvez o mais respeitado, aproximando-se em balstica do .357 Magnum. Tudo como j informado alhures.

    Os marginais baleados no confronto de Miami deram ao mundoimportantes ensinamentos com relao aos efeitos da adrenalina no corpo de um

    homem sob grande tenso e perigo de vida iminente. Mesmo baleados mais de umavez e sangrando por artrias calibrosas, prosseguiram contra os policiais, matandoalguns e ferindo muitos, antes de tombarem. Em condies normais, um homembaleado como foram aqueles, no teria sido capaz de prosseguir atirando. Tal fatofoi atribudo a possveis drogas que pudessem ter sido consumidas antes daocorrncia. Mas os exames posteriores comprovaram que os marginais nopossuam nenhuma substncia estranha no sangue.

    Inmeros outros casos poderiam ser citados, mas acreditamos j tersido suficiente o exemplo aqui dado. Esperamos no ter de passar pela mesmaexperincia daqueles agentes, buscando aprender as lies que o fato j ensinou.

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    Por fim, afirmamos que essencial para a obteno do fenmeno dostopping power, alm dos fatores j vistos anteriormente, um conjunto arma/muniopreciso e eficiente, o tipo (configurao) da munio empregada, o local atingido nocorpo do oponente, mltiplos disparos nas zonas atingidas (salienta-se a importnciado segundo tiro), penetrao suficiente do projtil (10 a 15 polegadas) e uma grande

    cavidade temporria provocada pelo impacto do projtil.

    8-) CONSIDERAES SOBRE LEGTIMA DEFESA

    Uma das situaes mais difceis de nossa atividade, no que se refereao uso de armas de fogo, a deciso de atirar. A deciso de tiro um dos princpiosdo tiro policial: o Auditor-Fiscal deve ter condies de decidir, com base na lei, omomento correto de utilizar a arma.

    necessrio que se tenha em mente o motivo pelo qual um Auditor-Fiscal porta uma arma de fogo, capaz de tirar vidas. Sua inteno, carregandoconsigo tal instrumento, no a de agredir ou a de matar algum, mas a de fazercessar, em determinadas circunstncias, o risco vida, sua ou de terceiros. OAuditor-Fiscal deve usar uma arma para incapacitar um agressor e nunca com ainteno de matar. O objetivo sempre o de fazer cessar aquele risco.

    No obstante todo o planejamento de uma operao, precipitada asituao de enfrentamento, antes de envolver-se diretamente no confronto armado,ou numa situao de alto risco, o Auditor-Fiscal deve proteger-se, observar e estarem condies de tiro. Estes trs momentos distintos, entretanto, podem manifestar-se num espao de tempo muito pequeno, devido s condies de combate.

    Alm de proteger-se, observar e estar em condies de atirar, oAuditor-Fiscal deve fazer para si mesmo trs questionamentos bsicos, antes de,efetivamente, fazer uso da arma de fogo: primeiro deve perguntar-se se o agressortem habilidade em causar morte ou grave leso corporal a ele ou a terceiros; sendopositiva a avaliao, verificar se o agressor tem a oportunidade de utilizar estahabilidade para causar a morte ou a leso ao Auditor-Fiscal ou a terceiros; uma vezdeterminado que o agressor tem a habilidade e a oportunidade, se sua aorealmente colocar emperigo de vida ou de grave leso corporal o Auditor-Fiscal outerceiros. Se a resposta a uma destas trs perguntas habilidade, oportunidade eperigo forno, provavelmente o Auditor-Fiscal no estar justificado para acionar aarma de fogo.

    A legislao penal brasileira reconhece o direito de defesa, de modo ainterromperou impedira ao agressiva, desde que os meios dos quais lancemosmo sejam exercidos de modo moderado. A lei no nos autoriza a matar para nosdefendermos. Isto tanto vlido para o civil, para o policial, como para o Auditor-Fiscal.

    A morte do agressor poder ocorrer por azar, sem que sejamosautorizados a reagir com a inteno de matar. Se nos defendermos com uma armade fogo sem a inteno de matar, a morte poder ocorrer dependendo dasestruturas orgnicas que forem atingidas pelos tiros disparados. Se for clara a faltade inteno de matar, a morte do agressor dever ser escusada.

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    Com relao s situaes em que algum pode cometer um crime, emtese, sem que sobre ele recaia o juzo de condenao, estas so especificadas pelalei penal brasileira. O Cdigo Penal refere-se s excludentes de ilicitude, como oestado de necessidade, a legtima defesa, o exerccio regular de direito e o estritocumprimento do dever legal. Destes, o que mais nos interessa a legtima defesa,

    pois, na maior parte das vezes, nesta excludente que ir se basear a defesa doAuditor-Fiscal que porventura fere gravemente ou mata um agressor.Sem querermos adentrar na seara do Direito Penal, mencionaremos

    aquilo que diz respeito deciso de o Auditor-Fiscal lanar mo ou no de sua armade fogo.

    A lei penal brasileira entende em legtima defesa quem, empregandomoderadamente meios necessrios, repele injusta agresso, atual ou iminente,contra um bem jurdico prprio ou alheio.

    So, portanto, requisitos da legtima defesa, a agresso atual ouiminente, e injusta, o direito prprio ou alheio e a moderao no emprego dos meiosnecessrios.

    Entretanto, moderao no quer dizer que o Auditor-Fiscal deva atirarapenas uma vez. Se a lei faculta o direito de defesa para interromper a agresso,poder atirar at que o agressor seja contido em sua ao. O excesso secaracterizar se atirar no agressor j desfalecido, quando no h mais o risco aosbens jurdicos vida e integridade fsica, dos ofendidos.

    O uso da arma de fogo se dar, portanto, em legtima defesa, visandoexclusivamente parar a agresso, pela incapacitao ou fuga do agressor.

    Esta incapacitao poder ser pela perda dos sentidos, porincapacidade locomotora, pela morte, ou pela fuga do agressor diante da atitude doAuditor-Fiscal.

    O uso correto dos meios de que dispe o Auditor-Fiscal para fazerfrente aos riscos pode fazer a diferena entre o uso legal e o ilegal do armamento. Aarma de fogo, a princpio, o ltimo meio de que dispor o agente da Lei, utilizando-o apenas em situaes limites em que houver a justificativa de seu emprego.

    9-) CONSIDERAES FINAIS

    No dia 28 de janeiro de 2003, por volta das 22 horas, no Posto daPolcia Rodoviria Federal de Barra Velha (SC), a equipe de servio efetuou

    abordagem em um veculo Jeep Cherokee com 04 ocupantes. Aps a fiscalizaoinicial, os ocupantes foram conduzidos para o interior do Posto para verificao econsulta de documentos pessoais e do veculo. No momento em que estavamdentro da edificao, um dos ocupantes tentou dominar o policial e sacar umapistola .380 que estava dentro de sua cala (abdmen/regio plvica). O policial queestava do lado de fora, revistando o veculo, correu em auxlio, colocou-se prximoao vidro, fez visada e disparou, acertando o indivduo que estava tentando dominar opolicial. Em ato contnuo, efetuou vrios disparos nos outros trs indivduos. Naseqncia, outro ocupante tambm sacou uma pistola .380 de dentro da cala etentou efetuar disparos. Da ao resultou a morte, no local, de dois abordados,tendo, mais um, morrido a caminho do hospital. O ltimo ficou gravemente ferido

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    com vrios disparos de .40 (mais ou menos 6). Um dos policiais tambm ficou ferido,com dois tiros (perna e mo). (Carta enviada redao da Revista Magnum peloPolicial Rodovirio Federal Srgio Leonardo, lotado em Cascavel PR)

    Esse caso real um exemplo da importncia de se utilizar um calibrede elevado poder de parada para a defesa. No caso em tela, podemos ver que

    inicialmente havia uma vantagem numrica a favor dos meliantes, pois eram quatrodeles para apenas dois policiais, sendo que um destes estava em vias de sersubjugado. O outro policial, corretamente abrigado e fazendo valer as tcnicasaprendidas em seu treinamento de tiro, utilizou seu armamento para reverter asituao taticamente desfavorvel, salvando a vida do colega e provavelmente a suaprpria.

    Embora o treinamento tenha sua parcela de contribuio no desfechodo episdio, inegvel que a utilizao de armamento em calibre .40 S&W pelo PRFfoi decisivo. Ao proporcionar a incapacitao imediata de dois ou talvez trs dosoponentes, livrou os policiais de receberem retorno de fogo hostil que poderia tervitimado os agentes da Lei. Qual poderia ser o final desta histria se os mesmos

    estivessem portando revlveres em calibre .38 SPL com munio ogival padro,com seu ndice de stopping power ao redor de 50%? Destacamos que esse era ocalibre/arma de dotao oficial pela PRF at meados dos anos 90.

    Este um dos episdios que atesta a correta deciso da maioria daspolcias brasileiras em adotar o .40 S&W como calibre de dotao regulamentar(Anexo 1). E tambm mostra a vontade do Estado em melhor proteger os seusagentes encarregados de fazer cumprir as leis. Proteo esta que j foicorretamente estendida aos membros da Magistratura e do Ministrio Pblico,atravs da Portaria n 535, de 1 de Outubro de 2002. Agora esperamos que oEstado Brasileiro estenda aos Auditores-Fiscais da Receita Federal idntico direitode portar armas neste calibre, proporcionando melhor defesa no exerccio de suasfunes fiscais e aduaneiras.

    Gostaramos de esclarecer que o Decreto n 3665, de 20 de Novembrode 2000, que instituiu o Regulamento para Fiscalizao de Produtos Controladosdefine, em seus artigos 15 e 16 os conceitos de armas de uso restrito, conformetranscrito a seguir:

    Art.15. As armas, munies, acessrios e equipamentos so classificados, quanto ao

    uso, em:I - de uso restrito;II - de uso permitido.

    Art. 16. So de uso restrito:

    III - armas de fogo curtas, cuja munio comum tenha, na sada do cano, energia superior atrezentas libras-p ou quatrocentos e sete Joules, e suas munies, como por exemplo, os

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    calibres .357 Magnum, 9 mm Luger, .38 Super Auto, .40 S&W, .44 SPL, .44 Magnum, .45Colt e .45 Auto. (grifo nosso)

    J em seu artigo 3, a referida norma define, da seguinte forma, oconceito de arma de uso restrito:

    Art. 3 Para os efeitos deste Regulamento e sua adequada aplicao, so adotadas asseguintes definies:

    XVII arma de uso permitido: arma cuja utilizao permitida a pessoas fsicas em geral,bem como a pessoas jurdicas, de acordo com a legislao normativa do Exrcito;

    XVIII arma de uso restrito: arma que s pode ser utilizada pelas Foras Armadas, poralgumas instituies de segurana, e por pessoas fsicas e jurdicas habilitadas,devidamente autorizadas pelo Exrcito, de acordo com a legislao especfica ; (grifosnossos)

    Da leitura dos artigos do supracitado Regulamento, entendemos serlegalmente possvel a liberao do referido calibre aos AFRF, para isso bastandoque seja editado, pelo Comando do Exrcito Brasileiro, a requerimento da Secretariada Receita Federal, Portaria similar quela que j concedeu referido direito aosmembros da Magistratura e do Ministrio Pblico.

    Desta forma, e longe de querer elaborar um tratado sobre armas defogo, esperamos ter contribudo para um melhor aprimoramento dos Auditores-Fiscais da Receita Federal no quesito armas de fogo, bem como ter propiciadoelementos de natureza tcnica que possibilitem instituio atender ao justo pleitodesta categoria funcional.

    Os Autores

    Junho de 2003

    ANEXO 1 Corporaes policiais brasileiras que j adotaram o .40 S&W comocalibre regulamentar

    1- Acre: Polcia Militar e Polcia Civil2- Amazonas: Polcia Militar e Polcia Civil3- Amap: Polcia Civil4- Bahia: Polcia Militar e Polcia Civil5- Cear: Polcia Militar e Polcia Civil6- Distrito Federal: Polcia Militar e Polcia Civil7- Esprito Santo: Polcia Militar e Polcia Civil

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    8- Gois: Polcia Civil9- Maranho: Polcia Militar e Polcia Civil10- Mato Grosso: Polcia Militar e Polcia Civil11- Mato Grosso do Sul: Polcia Militar e Polcia Civil12- Minas Gerais: Secretaria de Segurana Pblica

    13- Par: Polcia Militar e Polcia Civil14- Paraba: Polcia Militar15- Paran: Polcia Militar e Polcia Civil16- Pernambuco: Polcia Militar e Polcia Civil17- Piau: Polcia Militar e Polcia Civil18- Rio de Janeiro Polcia Militar e Polcia Civil19- Rio Grande do Norte: Polcia Militar e Polcia Civil20- Rio Grande do Sul: Brigada Militar e Polcia Civil - Sec. de Justia eSegurana21- Rondnia: Polcia Militar e Polcia Civil Sec. de Segurana Pblica22- Roraima: Polcia Civil

    23- Santa Catarina: Polcia Militar e Polcia Civil24- So Paulo: Polcia Militar e Polcia Civil25- Sergipe: Polcia Civil Sec. de Segurana Pblica26- Tocantins: Polcia Civil27- Departamento de Polcia Rodoviria Federal

    Fonte: Taurus S.A.

    Nota dos Autores:a Polcia Federal tambm o adota, entre outros, como o .357Magnum.

    ANEXO 2 Portaria que autoriza os membros da Magistratura e do MinistrioPblico a adquirir pistola em calibre .40 S&W

    Comando do Exrcito

    Gabinete do Comandante

    PORTARIA N 535, DE 1 DE OUTUBRO DE 2002

    Autoriza os membros do Ministrio Pblico, daUnio e dos estados, e os membros da

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    Magistratura a adquirirem na indstria nacional,para uso prprio, arma de uso restrito.

    O COMANDANTE DO EXRCITO, no uso da competncia que lhe conferida pelo incisoVII, art. 32, da Estrutura Regimental do Ministrio da Defesa, aprovada pelo Decreto n

    3.466, de 17 de maio de 2000, considerando o disposto no art. 16 da Lei n 9.437, de 20 defevereiro de 1997, combinado com o art. 19 da Lei Complementar n 97, de 9 de junho de1999, de acordo, ainda, com o estabelecido nos arts. 189 e 190 do Decreto n 3.665, de 20 denovembro de 2000, e conforme proposta do Departamento Logstico, ouvidos o SupremoTribunal Federal, o Ministrio da Justia e o Estado-Maior do Exrcito, resolve:

    Art. 1 Autorizar os membros do Ministrio Pblico, da Unio e dos estados, e os membros daMagistratura a adquirirem na indstria nacional, para uso prprio, pistola calibre 40.

    Art. 2 Determinar ao Departamento Logstico que baixe normas regulando a venda pelaindstria, a aquisio, o registro e o cadastro no Sistema Nacional de Armas (SINARM) dasarmas adquiridas conforme o artigo 1 desta Portaria e, ainda, a aquisio da correspondentemunio.