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133 Institute para o Ensino Cristae Departamento de Educa<;ao da Associa<;ao Geral da IASD 0 UNIVERSITARIO ADVENTISTA E.Q CONFRONTO CRIACIONISMO X EVOLUCIONISMO Por Nahor Neves de Souza Junior UN ASP 493-02 Institute for Christian Teaching 12501 Old Columbia Pike Silver Spring; MD 20904 USA Preparado para o 29° Semimirio lntemacional de lntegra<;ao Fee Ensino Real izado no Centro Universitario Adventista Eng. Coelho, SP -- BRASlL

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Institute para o Ensino Cristae Departamento de Educa<;ao da Associa<;ao Geral da IASD

0 UNIVERSITARIO ADVENTIST A E.Q CONFRONTO CRIACIONISMO X EVOLUCIONISMO

Por Nahor Neves de Souza Junior

UN ASP

493-02 Institute for Christian Teaching 12501 Old Columbia Pike

Silver Spring; MD 20904 USA

Preparado para o 29° Semimirio lntemacional de lntegra<;ao Fee Ensino

Real izado no Centro Universitario Adventista

Eng. Coelho, SP -- BRASlL

Introduc;ao

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0 UNIVERSITARIO ADVENTISTA E 0 CONFRONTO CRIACIONISMO X EVOLUCIONISMO

Nahor N. Souza Jr.

Nao e tarefa dificil identificar 0 tema UA Controversia Criacionismo X

Evolucionismo ., como urn dos mais importantes no program a curricular de nossas instituic;oes educacionais. Fomos comissionados por Deus, logo no inicio do ultimo Movimento Adventista, a apresentarmos ao mundo o urgente e solene convite para adorar o Criador, pois o grande julgamento ja se iniciou. Este momento profetico e historico esta revestido de uma importfmcia tal que, no contexto do contlito cosmico entre o berne o mal, preparou-se, cuidadosa e sincronicamente, uma triplice contrafac;ao de caniter social, religioso e "cientifico": o comunismo materialista, o espiritismo modemo e o evolucionismo darwiniano.

Se, por urn lado, verifica-se a impressionante afinidade entre os tres elementos desta triplice alianc;a, constata-se, ao mesmo tempo, o antagonismo bern definido entre os tres movimentos e o criacionismo biblico. Nas instituic;oes de ensino secular (nao confessional) em todos os niveis - do fundamental aos cursos de pos-graduac;ao - e em todo o mundo, via de regra, pelo menos uma das tres contrafac;oes, a teoria evolucionista, encontra-se firmemente estabelecida:. Considerando-se que o verdadeiro criacionismo fundamenta-se tanto no Livro dos livros- as Sagradas Escrituras- como no livro da natureza (evidencias cientificas de planejamento, de proposito e da Grande Catastrofe), poderiamos, de igual modo, afirmar que a estrutura conceitual criacionista encontra-se solidamente estabelecida em nossas instituic;oes de ensino? Mais especificamente:

•Os professores de nossos colegios e faculdades encontram-se suficientemente qualificados para transmitir, com seguranc;a, os principios fundamentais do criacionismo biblico?

•Nossos estudantes egressos estao preparados para enfrentar, nos niveis academicos superiores, os sutis enganos do modelo evolucionista das origens?

1 - Aspectos Gerais

Procurar-se-a a seguir, na perspectiva do autor, cuja expenencia universitaria restringe-se aos ultimos 27 anos, como estudante de graduac;ao e pos-graduac;ao, bern como na qualidade de docente, pesquisador e conferencista - 20 anos em instituic;oes publicas (Petrobras, UNESP e USP) e 7 anos em nossas instituic;oes (UNASP, Campus 1 e II)-

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analisar alguns aspectos da nossa realidade frente ao tema em quesHio. Podemos constatar alguns fatores preocupantes, todavia, verificamos tambem significativos avan~os.

1.1 - Fatores Preocupantes

Alguns cantatas com estudantes adventistas universitarios de varias areas, inclusive os de.Biologia e Geologia, ao Iongo de quas'e tres decadas, nos possibilitam concluir que:

• Praticamente todos nao se encontravam devidamente treinados para defender, com argumenta~ao cientifica, a posi~ao criacionista.

•Alguns, provavelmente, desistiram do curso face ao despreparo para enfrentar o ambiente hostil, onde prevalece ostensivamente a estrutura conceitual evolucionista.

•Aqueles que perseveraram e concluiram sua gradua~ao foram, na maioria dos casas, afetados em maior ou menor grau pela bern construida doutrina evolucionista.

A oportunidade de conhecer profissionais universitarios e estudantes de p6s­gradua~ao, adventistas, especificamente nas areas de Fisica, Geologia e Biologia, nos mostram que, com raras exce~oes, na vida destes profissionais:

•0 criacionismo e aceito praticamente como urn ato de fe. Nas respectivas areas ou especialidades, a desejavel associa9ao entre ciencia e religHio parece nao ocorrer.

•As pesquisas cientificas desenvolvidas ao nivel de mestrado, doutorado, livre­docencia, etc. nao proporcionam, aparentemente, algum tipo de contribui~ao aos modelos criacionistas.

•Conseqi.ientemente, estes mesmos profissionais tern serias dificuldades de, pela propria experiencia, divulgar o criacionismo com evidencias biblicas e cientificas.

1.2 - Progressos Significativos

Seria injusto, entretanto, olvidarmos os avan~os conquistados. Temos presenciado, com satisfa~ao, urn crescente interesse, no meio adventista, pelos temas envolvidos na controversia entre o criacionismo e o evolucionismo. Atualmente a igreja dispoe de urn significative acervo de literatura criacionista:

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•Didaticos de ctencias, destinadas as oito senes do ensino fundamental, livros nacionais e traduzidos, todos produzidos pela CPB;

•A Sociedade Criacionista Brasileira, disponibilizando continuamente farto material de excelente qualidade e promovendo encontros e simposios;

•Anais dos Encontros Nacionais e lnternacionais de Criacionistas

•0 peri6dico ~'Dialogo Universitario", que em todos os seus numeros apresenta urn artigo de interesse ao criacionismo.

•Traduc;ao de videos e outras produc;oes literarias.

A partir de 1989, a igreja tern organizado, sistematicamente, encontros nacionais e internacionais de criacionistas, despertando assim o interesse dos membros pelos atraentes temas, onde a ciencia e a religiao se relacionam harmoniosamente. Urn pequeno numero de professores universihirios de nossas instituic;oes tern dedicado expressiva parcela de seu escasso tempo, objetivando a divulgac;ao do criacionismo em encontros universitarios, simp6sios regionais e inclusive em eventos realizados em conceituadas universidades. Recentemente, em nosso proprio ambiente universitario, especificamente no Centro Universitario Adventista- UN ASP, campus I e II, os alunos de todos os cursos superiores, pelo menos em urn semestre, tern recebido informac;oes criacionistas no contexto de disciplinas curriculares obrigatorias.

2 - 0 Universitario nas lnstitui«;oes Niio-Adventistas

Praticamente em todos os cursos de graduac;ao oferecidos pelas melhores universidades do pais, em algum momenta a teoria geral da evoluc;ao e apresentada como uma verdade incontestavel, via de regra, com uma didatica extremamente convincente. 0 estudante adventista estaria entao na obrigac;ao de evitar estes cursos, especialmente os de Biologia e Geologia? A vocac;ao profissional estaria em urn plano secundario, face aos perigos do inevitavel envolvimento com uma teoria muito bern elaborada que lanc;a por terra o Deus Criador, Mantenedor e Redentor?

Respostas simples e definitivas, para todos os casos, certamente esta alem da esfera humana. Na realidade, varios fatores devem ser cuidadosamente analisados pelo estudante prc-universitario. Exceto aqueles de praxe- vocac;ao. mercado de trabalho, nivel do curso, etc --· outros devem ser seriamente considerados: comprometimento pessoal com Cristo Jesus mediante uma c01nunhao sincera. desenvolvida diaria e sistematicamente; senti do de missao ( capacitac;ao para melhor servir a Deus e a sociedade ); conselhos de profissionais da area verdadeiramente cristaos; etc. A seguir, com base na experiencia do proprio autor; apresentar-se-a algumas sugestoes que poderao ser uteis ao jovem adventista que,

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conscientemente, optou por cursar Geologia, Biologia, Hist6ria, Filosofia ou outro curso dentre aqueles onde o evolucionismo e valorizado.

2.1 - Estudo Diario da palavra de Deus

0 universitario necessita estudar diligentemente a Biblia, com reverencia e temor e , ao mesmo tempo, com a mesma dedica9ao e profundidade desenvolvida em uma pesquisa cientifica. Assim fazendo, seu intelecto se expandini extraordinariamente e o seu potencial academico sera otimizado ao maximo.

0 estudo paralelo, nos momentos de comunhao com Deus, de outros devocionais (Medita9oes Matinais, Li9oes da Escola Sabatina, livros do Espirito de Profecia, etc.) sao extremamente importantes e edificantes, especialmente quando o estudante se propoe a fazer correla9oes entre os referidos textos. Este estudo dinamico e diversificado, quando associado a alguma experiencia vivenciada na rotina da vida, estimulara o jovem universitario a buscar novas informa9oes na Biblia e em outras fontes ( Comentarios Biblicos, enciclopedias, etc. ), ao se defrontar com o dever de preparar e apresentar assuntos ( sermoes, palestras, etc.) para o enriquecimento espiritual da igreja, em seus cultos e reunioes.

2.2 - Envolvimento com a Igreja Local

Os beneficios de tais procedimentos (comunhao com Deus), praticados com freqiiencia, sao incalculaveis. 0 tempo dispendido nestas atividades promovera o equilibria em todos os aspectos e jamais sera prejudicial ao.bom desempenho academico. Fica entao claro, pelo exposto, a importancia do universitario adventista estar efetivamente envolvido com as atividades da igreja local. 0 dinamismo, criatividade e espi'ritualidade de urn jovem cristao, quando aplicados aos interesses de uma coletividade eclesiastica, produzem amplos e mutuos beneficios, bern como o capacita a enfrentar, com inteligencia e firmeza, as terriveis tenta9oes que possam induzi-lo: a transgredir o sabado~ a envoi ver-se com drogas~ a ser influenciado por falsos amigos; a transgredir o setimo mandamento~ etc.

2.3 - Na Universidade

Nao aceitar ou apenas contestar o evolucionismo, por ser uma estrutura conceitual que ignora o Deus Biblico, nao satisfaz a mente inquiridora do estudante universitario. Rejeitar este modelo das origens,como resultado da identifica9ao de serias limita9oes e graves incongruencias, nao eo motivo suficiente, face a 16gica e coerencia do modelo, com .

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forte argumenta9ao cienti fica, como geralmente e apresentado. No ponto de vista deste autor, o fator de convencimento mais importante, no sentido academico, consiste na existencia de mode los altemativos ( criacionistas ) construidos com o maior rigor cientifico possivel. Mas estes modelos altemativos existem? Felizmente sim, onde, porem, encontra­los? Na literatura disponibilizada pela igreja e mediante o material fomecido pelas sociedades criacionistas nacionais e estrangeiras. Assim, de posse desse importante material, o universitario adventista estan1 menos suscetivel ao engano e sera estimulado, intelectualmente. a prosseguir nos estudos mantendo integra a sua fe.

Entretanto, determinadas situa9oes dificeis sao enfrentadas·: para alguns atraentes modelos evolucionistas nao se encontra o equivalente criacionista; a pressao do grupo toma-se as vezes insuportavel; nas avalia9oes espera-se, naturalmente, que as respostas sejam compativeis com a materia ministrada ( evolucionismo ); etc. A comunhao com Deus, nestas probantes ocasioes, e fundamental, pois ela promovera a estabilidade emocional eo discernimento para as iniciativas ou decisoes corretas.

Quando o conhecimento e transmitido ao estudante, este nao precisa, necessariamente, aceita-lo como verdade indiscutivel; sem se manifestar oralmente, ele percebera varias incoerencias e podera entao fazer, mentalmente, questionamentos. Mesmo que as incoerencias nao sejam notadas, o universitario cristao devera ainda efetuar suas indaga9oes quando as ideias evolucionistas forem apresentadas como fatos cientificamente comprovados. 0 mesmo procedimento podera ser adotado no momento de estudo e pesquisa dos livros. Cada paragrafo, frase ou afirma9ao devem ser analisados criteriosamente. Perceber-se-a que por tras da 16gica evolucionista existe urn bern elaborado processo de doutrina9ao, onde as incoerencias, falacias e erros estao cuidadosamente camuflados. Existe urn proposital objetivo de enganar? Nao necessariamente. A aceita9ao dogmatica do modelo ou a rejei9ao, a priori, de qualquer outro paradigma nao evolucionista pode induzir, inconscientemente, o cientista a fazer afirma9oes nao­cientificas.

Por ocasiao das avalia9oes - momentos dificeis, de tensao e ate de descontrole emocional - o estudante adventista encontrara mais uma oportunidade para testemunhar. Devidamente preparado, no que conceme a materia ministrada pelo professor evolucionista, nao tera nada do que recear. Por outro lado, sua leitura sistematica de temas criacionistas, e o aprimoramento do assunto submetido a teste ( na visao criacionista ) possibilitara a realiza9ao de prova ( ou questao ) paralela com pontos de vista nao evolucionistas. Certamente, o born desempenho academico e a vida coerente do universitario adventista promoverao respeito e admira9ao por parte dos colegas, alunos e professores.

2.4 - Por que o Evo1ucionismo Prevalece?

Pergunta semelhante pode ainda ser feita - por que o erro prevalece? No grande conflito entre o bern e o mal, ao Iongo da hist6ria, sempre existiu urn remanescente ( a minoria ). Entretanto, estes poucos sempre se distinguiram notavelmente. Os estudantes e

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cientistas criacionistas, muito embora constituam uma pequena minoria, podem e deverao fazer a diferen~a.

0 grande inimigo da verdade, com sua inteligencia, experiencia e crueldade, procura a todo momenta elaborar pianos como objetivo de enganar e ··cegar" o ser humano, a fim de que este nao veja as manifesta9oes de amor, bondade e poder de Deus. Esta grande controversia entre Deus e Satanas pode ser identificada em dois textos biblicos:

•Isaias 6:9 -... Vai, e dize a este povo:Ouvis, de Jato, e niio entendeis e vedes, em verdade, mas niio perceheis.

As manifesta9oes da misericordia e do poder de Deus a na~ao israelita foram notaveis ( milagres no Egito, providencias sobrenaturais no deserto, vit6rias inexplicaveis sobre os exercitos inimigos, etc ). Entretanto, o povo via mas nao percebia estes grandes feitos divinos, visto que a idolatria os cegava.

•Atos 28:26 -... Vai a este povo e dize: de ouvido ouvireis, e de maneira nenhuma emendereis; e, vendo, vereis, e de maneira nenhuma percebereis.

A mais grandiosa e clara manifesta9ao de Deus ao homem, na pessoa de Jesus (inumeros milagres e demonstra9oes genuinas do mais profunda amor), nao foi identificada, agora pelo Israel do Novo Testamento. 0 exclusivismo eo legalismo cegaram os dirigentes do povo de Deus de tal fo~a que eles conheceram o Messias mas nao 0 reconheceram.

Situa9ao similar pode estar ocorrendo com o Israel Espiritual em nossos dias (Apoc. 3: I 7 e I 8)? Esta questao necessita ser analisada, sincera e profundamente, por cada adventista. Por outro lado, sabemos que os engodos do arquinimigo nao se restringem a esfera espirituaJ. Os enganos no grande conflito entre o bern eo mal revelam-se tambem no campo da ciencia. Na verdade, a nega9ao dos principios do criacionismo, como verificamos atualmente, foi predita ha quase dois mil anos ( II Pedro 3 : 3 - 7 ). Assim, enquanto a Biologia ignora a semana da cria9ao, a Geologia nao reconhece a catastrofe descrita em Genesis 7 e 8:

•Mediante o estudo da natureza, somos compelidos a admitir a necessidade de urn Grande Projetista, tal a complexidade da materia e da vida, refletindo prop6sito e amor de uma Mente Superior. lnfelizmente, urn grande numero de bi6logos ve mas nao percebe o poder criador de Deus, pois a teoria da evolucao os cegou. Entretanto, as evidencias do Criador sao tao claras que a referida cegueira e injustificavel ( Romanos 1 : 20 )

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•0 grande cataclismo ou o dihivio biblico, com fortissimas evidencias estampadas nos extensos e espessos estratos sedimentares, bern como no correspondente conteudo fossilifero, nao e aceito pela grande maioria dos ge6logos. Esta e a area do criacionismo que apresenta as mais s6lidas evidencias cientificas. No entanto, 0 que e visto, por incrivel que possa parecer, nao e identificado, porque OS longos periodos do evolucionismo cegaram os geocientistas. Como ignorar tantas evidencias e a declarac;ao confirmat6ria do proprio Jesus (S. Mateus 24: 37- 39)?

Na verdade, a controversia criacionismo x evolucionismo envolve aspectos outros e nao apenas aqueles de natureza cientifica. Existe a possibilidade de o evolucionismo provocar miopia, ou mesmo a referida cegueira mental, de maneira inconsciente na vida do cientista. Nao compete a n6s, faliveis e limitados seres que somos, julgar as causas ou motivac;oes que estimulam o cientista evolucionista a desenvolver suas atividades. Entretanto, para o pesquisador meticuloso e honesto, em determinado momento de sua experiencia profissional, pode ocorrer a verificac;ao das graves falhas do modelo evolucionista das origens e, ao mesmo tempo, urn vislumbre da necessidade da existencia de urn Projetista ou Planejador do Universo e da vida ( conceitos fundamentais do criacionismo biblico ). Nesse momento, infelizmente, a escolha consciente em permanecer fiel aos postulados evolucionistas pode ser motivada pelos seguintes fatores:

•Pressao do meio, tendo em vista a aceitac;ao, praticamente unanime, do evolucionismo nas universidades e centros de pesquisa;

•A impossibilidade de publicar artigos, nos anais de eventos cientificos e nas revistas tecnicas mais conceituadas, com a visao criacionista;

•0 risco de ficar a margem do processo normal de crescimento na carreira universitaria e, conseqi.ientemente, jamais atingir a posic;ao de cientista notavel, o correspondente prestigio e a ambicionada fama ..

•A autentica aceitac;ao dos principios do criacionismo implica ainda, necessariamente, na reavaliac;ao dos valores, mudanc;as comportamentais e reconsiderac;ao dos objetivos e prioridades para a vida - desafios que muitos nao desejam enfrentar.

Assim, a maioria dos cientistas, consciente ou inconscientemente, reJetta o criacionismo e o evolucionismo segue prevalecendo. Todavia, como cristaos conscios de nossa missao maior -·· revelarmos Jesus em nossa vida e reivindicarmos Seu carater- ·nao devemos nos deixar intimidar. Existe uma nobre tarefa a ser realizada e Deus conta conosco -que privilegio poder colaborar com Deus!

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3- 0 Universitario nas Instituic;oes Adventistas

0 tema '"criacionismo x evolucionismo", idealmente, deveria ser considerado como parte integrante do contexto mais amplo abrangido pela ••ciencia x religiao". 0 universitario adventista, naturalmente, encontra-se em uma situac;ao privilegiada, no que diz respeito a religiao. Nas instituic;oes de ensino adventistas, o potencial para o crescimento no conhecimento teol6gico e muito grande {praticamente ilimitado ), tendo em vista os significativos periodos de tempo, sistematicamente utilizados na comunhao pes~oal, nos cultos e reunioes da igreja ou da instituic;ao, nos congresses e em outros eventos promovidos pela organizac;ao local, regional e geral.

Quanta ao conhecimento no campo cientifico, as vantagens sao relativas. Neste caso, o potencial para o crescimento e comparativamente menor, tanto em relac;ao a religiao ( desenvolvida no Campus local) como no que diz respeito a ciencia desenvolvida nas universidades publicas. Ha, portanto, a necessidade de significativos incrementos nesta area, tanto ao nivel de recursos humanos (professores e alunos efetivamente comprometidos com a pesquisa cienti fica), bern como no que se ref ere a infra-estrutura.

As deficiencias entao mencionadas deverao ser, necessariamente, dirimidas. Alem das ac;oes de incremento ja apontadas, o professor de ciencia e religiao tera urn papel fundamental nesse · processo, ao enfatizar de maneira adequada, em suas aulas, determinados aspectos de carater cientifico. 0 estudante, por sua vez, poden1 contribuir mediante o esforc;o pessoal (analise de bibliografia pertinente indicada pelo mesmo professor). Toda esta preocupac;ao e facilmente justificada, pois o criacionismo jamais podera ser desenvolvido, plenamente, sem o equilibria entre a correta interpretac;ao biblica e o efetivo envolvimento com a metodologia cientifica.

Assim sendo, os estudantes egressos de nossas instituic;oes de ensino superior estarao aptos para defender e/ou divulgar o criacionismo na qualidade de professores ou mesmo como estudantes de p6s-graduac;ao. Esta habilitac;ao confere, ainda, o privilegio de o jovem adventista envolver-se com urn projeto de missao muito especial. A divulgac;ao inteligente e sistematica do criacionismo constitui uma atividade pre-evanjelizadora por excelencia. A classe de pessoas mais intelectualizadas, ao ~erem inicialmente sensibilizadas pelo criacionismo, estarao mais suscetiveis a aceitar os demais aspectos doutrinarios da IgreJa.

A seguir, como intuito de oferecer alguma contribuic;ao para uma efetiva integrac;ao entre a fe eo ensino superior, na disciplina Ciencia e Religiao, apresentamos urn programa sugestivo. Este plano de curso devera ser desenvolvido, preferencialmente, em dois semestres, com uma carga horaria de tres horas semanais. Se for destinado apenas urn semestre, com a mesma carga horaria, o que corresponde ,em principia, a metade do program a ( 6 capitulos) sugere-se os seguintes capitulos: I, V, VI, IX, X e XII. Ideal mente, as aulas te6ricas. sempre que possivel, deverao ser complementadas com exposic;ao de videos, atividades de laborat6rio e excursoes ao campo, favorecendo preferencialmente as areas de Astronomia, Geologia e Paleontologia.

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I- A Controversia Criacionismo x Evolucionismo

Este primeiro capitulo, de carater filos6fico e conceitual, e fundamental para o desenvolvimento dos capitulos subsequentes. Considera-se os seguintes t6picos:

•Ciencia e religiao- 0 ponto de partida refere-se as defini9oes de ciencia e religiao. Toma-se possivel entao caracterizar-se e exemplificar-se os possiveis confrontos envolvendo ciencia e religiao, em suas concep9oes verdadeiras e falsas, bern como as respectivas implica9oes. Verificar-se-a, finalmente, a necessidade de se definir algumas diretrizes importantes que deverao nortear o estudante, que busca o crescimento no conhecimento cientifico sem perder de vista o Deus Criador e Sua Palavra.

•Estruturas conceituais - No meio universitiuio e comum reportar-se ao evolucionismo naturalista como teoria cientifica comprovada e ao criacionismo biblico como tema de caniter exclusivamente religiose. Ambos os conceitos sao equivocados. Na realidade, os dois termos constituem estruturas conceituais ou paradigm as, dentre outros ( evolucionismo panteista, deista, teista; criacionismo progressive, etc.). Constata-se, ainda, a nitida superioridade da estrutura conceitual criacionista (biblica).

•Ensino e divulgacao - Nas universidades do mundo inteiro prevalece a estrutura conceitual evoJucionista. Evidentemente, nao somente estas institui9oes, mas tambem os meios de comunica9ao em geral divulgam ostensivamente este modelo. Quando, esporadicamente, sao produzidos e veiculados livros e didaticos criacionistas, as rea9oes de desaprova9ao sao imediatas e ate agressivas. A experiencia tern nos mostrado as vantagens de discordar dos evolucionistas com elegancia e respeito, evitando-se, ao mesmo tempo, frases ironicas que podem resultar em confrontos indesejaveis e nada proveitosos.

II - A Origem do Universo

Os tres pr6ximos capitulos (II, III e IV) apresentam, do geraJ ao particular, respectivamente nas areas da Astronomia, Geologia e Biologia, as evidencias biblicas e cientificas de planejamento e prop6sito. No presente capitulo, os seguintes aspectos sao enfatizados:

•Cosmologia x Cosmogonia -· Esse item trata da importancia de se distinguir, na astronomia, aquilo que e visto e mensuravcl (cosmologia), daquilo que constitui apenas ideias quanto as origens deste ou daquele sistema ou mesmo do proprio universo (cosmogonia).

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•As leis da termodinamica- Enfase para a segunda lei que procura medir o nivel da desordem no universo (entropia). Verifica-se que esta lei, em vigor, caracteriza a tendencia generalizada de desordem crescente (aumento da entropia). A Segunda Lei da tennodinamica contradiz, frontalmente, a possibilidade do aumento casual de complexidade preconizado pelo evolucionismo. Por outro lado, os criacionistas admitem a existencia, antes do pecado, de mecanismos reparadores ou compensat6rios que teriam anulado os efeitos degenerativos desta lei.

•0 sistema solar - Apresenta-se, como introdu~ao, a grandiosidade do universo e a escala mais apropriada para conhece-lo, ou seja, ao nivel de urn sistema solar, uma das unidades fundamentais do universo. Evidentemente que, dentre as inumen1veis estrelas do vasto espa~o c6smico, a estrela mais conhecida, de onde se extraiu a maior quantidade de informa~oes, refere-se a estrela de nosso sistema solar. V erificam-se, em nosso sistema planetaria, regularidades ( evidencias de planejamento) e algumas irregularidades (teria ocorrido alguma catastrofe no sistema solar. aster6ides impactantes?). A analise simples e comparativa dos planetas aponta para as vantajosas singularidades do planeta Terra ( os periodos de rota~ao e transla~ao, a distancia do sol, a inclina~ao do eixo, a composi~ao da atmosfera, etc.)

III - 0 planeta Terra

As caracteristicas imicas da Terra, relativamente aos demais planetas do sistema solar, nao podem ser simples produto do acaso, pelos motivos expostos a seguir:

•Urn planeta adequado a vida- todas as referidas singularidades se harmonizam, no sentido de propiciar ambientes notavelmente favoraveis a vida. A agua, com suas peculiaridades (solvente universal. valores relativamente altos para o Calor Especifico eo Calor Latente, etc.), e fundamental a vida e ocorre abundantemente na superficie da Terra.

• No principia criou Deus os Ceus e a Terra. Gen. I: 1 - Uma declara~ao simples e objetiva, mas repleta de significado. 0 texto nao nos permite concluir se Deus criou a Terra em duas etapas- a Terra "sem forma e vazia" antes da semana da cria~ao ( 1·· etapa), e a organiza~ao da crosta, a cria~ao da atmosfera, hidrosfera e biosfera na propria semana da cria~ao (i etapa)- ou, sea atividade criadora de Deus restringiu-se exclusivamente a primeira semana de Genesis 1 (cria~ao da Terra em uma unica etapa)

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• As sete etapas da historia geologica da Terra- Apenas com base no texto biblico e possivel dividir toda a historia da Terra (passado, presente e futuro) em etapas, cada uma das quais com diferente significado geologico.

IV - Evidencias da Interven9ao Informada

A grande diversidade de seres vivos, perfeitamente adaptados aos seus respectivos ambientes ecologicos, nao pode ser explicada como o resultado final de prolongados periodos de tempo, durante os quais ocorreram mudan9as graduais ( ou aos saltos) dos seres por imimeras e sucessivas muta9oes, selecionadas naturalmente para produzir, sucessiva e fortuitamente, seres cada vez mais complexos.

•A origem da vida e os "complexos irredutiveis"- Muito embora a impossibilidade da gera9ao esponUmea da vida tenha sido verificada cientificamente, no seculo XIX, alguns cientistas ousam assegurar sua possibilidade em local extraterrestre (por exemplo no planeta Marte). A complexidade da vida e tao extraordinaria, de~de a mais simples celula ate o fantastico cerebra humano, que seria impossivel justifica-la valendo-se dos presumiveis processos evolutivos.

•Orgaos vestigiais -- Sao considerados, pelo evolucionismo, como sendo estruturas que perderam sua utilidade em determinada especie, mas que estao ainda presentes como residuos ou vestigios das mesmas estruturas, entao funcionais, nos seus ancestrais (por exemplo, no ser humano, o apendice cecal, o 3° molar, o canino pontiagudo, etc.). Na realidade, os referidos orgaos (a lista ja foi bern maior) sao assim classificados porque se tern conhecimentos incompletos a seu respeito, ou ainda podem representar o resultado de processos degenerativos.

•A embriologia comparada, as homologias e as analogias - semelhan9as embriologicas dos seres vivos representam, mais satisfatoriamente, as digitais de urn Planejador inteligente do que fatores que possam refor9ar as ideias sobre a evolu9ao. Da mesma forma, as semelhan9as na arquitetura basica, ou as homologias (patas de urn reptil, asas de uma ave, bra9o do homem, etc.), bern como os 6rgaos analogos, que refletem semelhan9as funcionais (asas do morcego e das aves), testificam a sabedoria do Grande Projetista, ao construir mecanismos semelhantes ou comuns para a grande diversidade de seres criados.

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V- 0 Registro Fossil

Os prox1mos seis capitulos esHio intimamente vinculados 'a Geologia e a Paleonto)ogia. E exatamente nestas areas do conhecimento humano, que encontram-se as mais fortes evidencias em favor do criacionismo. Os f6sseis, considerados no presente capitulo, esHio abundantemente distribuidos, nas extensas camadas sedimentares, em toda a superficie da Terra. E possivel construir-se urn modelo que explique, satisfatoriamente,a causa basica da morte e soterramento de imensas quantidades de plantas e animais, hoje fossilizados?

• ··Arvores Filogeneticas" e os f6sseis gigantes- A analise do registro fossil, muito embora revele urn relativo ordenamento dos seres, nao permite a constru<;ao da grande arvore filogenetica, visto que nao se veri fica a presen<;a dos tao almejados (pelo evolucionismo) seres de transi<;ao. A presen<;a marcante de f6sseis gigantes, relativamente aos correspondentes modemos, parece sugerir urn ambiente ecol6gico pre-diluviano muito mais favoravel a vida.

• Micro, macro e megaevolucao- verifica-se que as .. microevolu<;oes" (mudan<;as tam bern aceitas pelo criacionismo) nunc a produzem seres rna is complexos. Esta realidade, somada a referida ausencia de elos intermediarios, resulta na impossibilidade de a macro e a megaevolu<;ao terem ocorrido no passado, mesmo que se disponha de urn tempo infinitamente superior aquele requerido pela estrutura conceitual evqlucionista.

• Extincao em massa - As extin<;oes em massa de grupos de plantas e animais, associados a eventos catastr6ficos, refletem na verdade epis6dios de urn unico cataclismo - o diluvio biblico - que provocou, em urn curto espa<;o de tempo, o desaparecimento abrupto- o grande soterramento em massa- de extraordinarios volumes de animais e plantas.

VI- Fenomenos Geol6gicos Globais

Evidencias de detem1inados eventos geol6gicos podem ser detectadas em toda a superficie da Terra. Alem de abrangentes, estes fenomenos desenvolveram-se rapidamente e de maneira interligada durante o ano do diluvio:

• Impactos de meteoritos e a Tectonica de placas- Em urn passado recente, uma gigantesca .. chuva de aster6ides" atingiu todo o Sistema Solar, inclusive a Terra. Estes b6lidos impactantes, ao mesmo tempo que devastaram imensas areas, desencadearam outros fenomenos igualmente globais, com destaque para a fragmenta<;ao e a nipida separa<;ao das partes (placas) do megacontinente Pangea (tectonica de placas).

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• Vulcanismo basclltico fissural- Os referidos impactos ao atingirem as profundezas · da crosta, teriam liberado colossais volumes de magma basaltico ( centenas de milhares de Km3

) que se espalharam pela superficie continental das placas tectonicas. Estas, por sua vez, ao se separarem, possibilitaram a libera<;ao de quantidades ainda maiores de magma, agora em ambiente submarino, formando assim as vastas por<;oes litosfericas das areas oceanicas.

• Rochas Sedimentares: extensao e natureza dos contatos - Os estratos sedimentares do registro geologico, especialmente os do "Paleozoico" e "Mesozoico", via de regra, sao extraordinariamente extensos, alguns ultrapassando urn milhao de Km2

Nota-se, ainda, que os contatos plano-paralelos, entre as mesmas camadas, nao apresentam evidencias de exposi<;ao prolongada. Portanto, as deposi<;oes foram catastroficas (vastas areas}, nipidas e sucessivas.

VII- Dura9ao dos Processos Geol6gicos

Os longos intervalos de tempo entre os eventos catastroficos (neocatastrofismo), defendidos por aqueles que desejam legitimar possiveis mudan<;as ciclicas, deveriam estar nitidamente patenteados nos pretendidos hiatos interestratos. 0 que se observa, todavia, e exatamente o oposto: as prolongadas lacunas de tempo, ou estao misteriosamente ocultas, ou simplesmente nao existiram. Na verdade, a geologia historica identifica-se muito melhor com os grandes desastres naturais, que se desenvolvem muito rapidamente, do que com os processos geologicos ordinaries (nao catastroficos):

• Taxas de erosao e sedimentacao - As taxas atuais, por urn lado, parecem exageradas, quando comparadas aos depositos Fanerozoicos e os respectivos periodos prolongados de tempo segundo a Geologia Convencional, o que indica que estes pretendidos periodos estariam extremamente majorados. Por outro lado, as referidas taxas se mostram excessivamente lentas, quando confrontadas com as evidencias de campo, o que implicaria que as velocidades de erosao e sedimenta<;ao, durante o "Fanerozoico" ( diluvio }, teriam sido muito mais elevadas do que aquelas verificadas presentemente.

• Florestas petrificadas - origem autoctone ou aloctone - Evidencias de campo (troncos verticais atravessando varios niveis de "florestas", presen<;a de raizes abruptamente quebradas, etc.); resultados de experimentos laboratoriais (flutua<;ao de troncos na posi<;ao vertical) e analise de processo catastrofico recente -remo<;ao e deposi<;ao de troncos no 1ago "Spirit", por ocasiao da explosao do monte St. Helens (Washington, 1980) - demonstram, irrefutavelmente, uma origem aloctone (transporte e deposi<;ao de grandes massas de vegeta<;ao, por a<;ao catastrofica da agua).

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•A Glaciadio ''Pleistocenica" - A a<;ao intensa de fen6n1enos vulcfmicos explosives, eo conseqiiente lan<;amento para a atmosfera de grandes quantidades de cinzas vulcfmicas, pode ter obliterado a luz do Sol, durante o tempo suficiente, logo ap6s o diluvio, para promover sucessivos veroes frios e invemos extremamente rigorosos, iniciando assim ··a grande era glacial".

VIII - Qual e a idade da Terra?

Esta parece ser uma questao ainda nao resolvida. Os metodos disponiveis nao sao suficientemente precisos. A Terra, no seu aspecto fisico ou inorgfmico, tanto pode ser antiga como recente:

• Datacao radiometrica -- Com base nos valores de ''meia-vida" e admitindo-se como constante a taxa de desintegra<;ao de determinados elementos radioativos, calcula-se a idade da Terra. Este metodo apresenta erros e incoerencias. Alguns consideram os erros como sendo insignificantes, valorizando assim o metodo. Quando ap1icado ao "Pre-Cambriano", os valores altos (Terra antiga) nao seriam incoerentes com o modelo criacionista, que admite a possibilidade de a Terra ter sido criada em duas etapas.

• Decaimento do campo magnetico da Terra- a exaustao (exponencial) do campo magnetico da Terra tern sido verificada por varios cientistas. Os calculos possibilitaram ainda uma proje<;ao para o passado, bern como uma estimativa do tempo necessaria para o total esgotamento desse importante campo de for<;a de nosso planeta. Considera-se tambem, neste modelo, que durante e logo ap6s o diluvio houve uma expressiva perda de energia magnetica. Admitindo-se, ainda, que a idade do referido campo magnetico seja equivalente a idade da propria Terra, nosso planeta teria sido criado em uma etapa (mica ha, aproximadamente, 6000 anos.

• Os radio-halos de Pol6nio -· Os halos radioativos constituem microsc6picas fei<;oes, encontradas em rochas graniticas Pre-Cambrianas, cujo centro e composto por fragmento radioativo. Determinados radio-halos sao constituidos exclusivamente de Polonio-218 ("meia-vida" de tres minutos}, o Uranio esta ausente. Se os halos de Pol6nio forem primaries, o granito hospedeiro foi formado a baixa temperatura e de maneira praticamente instantflnea. Assim, OS granitos ( embasamento cristalino) teriam sido criados por Deus, no primeiro instante do dia primeiro (Semana da Cria<;ao) a cerca de 6000 anos atras, o que corresponderia a idade da propria Terra.

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IX- A Co luna Geologica

A partir das informa~oes entao obtidas nos capitulos anteriores, sera construida uma co luna geologica contendo o maior numero possivel de dados geologicos e paleontologicos compativeis, interligados e coerentemente ajustados a urn modelo geocronologico:

• Modelos geocronologicos - Na referida coluna, procura-se destacar o HFanerozoico", especialmente o periodo entre o "Cambriano" e o "Terciario", onde as camadas sedimentares apresentam conteudo fossilifero significativo. Este periodo corresponde ao diluvio biblico. Tendo em vista a subjetividade da datayao radiometrica, quando aplicada ao Fanerozoico, adota-se a cronologia biblica (Gen. 7 e 8) que e perfeitamente compativel com a realidade dos fatos - evidencias de a9ao geologica rapida e catastrofica envolvendo fenomenos globais e interligados.

• A ordem dos fosseis - Tendo em vista a impossibilidade de se reconstituir a suposta Hgrande arvore evolutiva dos seres", a relativa organiza~ao dos fosseis na coluna geologica, ao inves de representar possiveis etapas evolutivas, pode perfeitamente ser o resultado da ayao isolada ou simultanea dos seguintes fatores:

-Zoneamento paleoecologico - Modelo que propoe uma distribuiyao ecologica dos organismos, pre-catastrofe, semelhante a disposi9ao dos fosseis no registro geologico.

-Mobilidade - Segundo esta hip6tese, a seqUencia dos fosseis mostra uma verdadeira luta pela sobrevivencia. Os mais aptos (maior capacidade para locomover-se) sobreviveram ou foram os ultimos a morrer, para em seguida serem soterrados nos estratos mais superficiais.

-Flutuabilidade - Refletiria a capacidade de flutua9ao apos a morte. Experimentos indicam que as aves flutuam em media 76 dias, os mamiferos 56 dias, OS repteis 32 dias e OS anfibios 5 dias.

• Catastrofismo x Atualismo - 0 atualismo, em sua concepyao original ( defendido por Charles Lyell), nao mais e aceito pela geologia convencional. Este modelo, que imperou por mais de cern anos, negava qualquer possibilidade de ayao geologica catastr6fica. Hoje, por for9a das evidencias, eventos geol6gicos rapidos e violentos sao abertamente defendidos.

X- Paleoantropologia

Caracteriza-se como uma das areas da ciencia onde as especulayoes e contradi~oes sao mais freqUentes. 0 modelo evolutivo do homem e tao precario, que cada nova descoberta provoca a necessidade de reestrutura9ao na disposi9ao dos varios elementos, da fragil ••arvore evolutiva" correspondente.

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• A intemretacao evolucionista - Cada dia que passa, as novas descobertas desmistificam a suposta seqUencia vertical evolutiva do homem. Na realidade, nota-se, com evidencias crescentes, que a distribuivao destes seres primitives e horizontal ou geogratica -- todos eles foram contemporfmeos.

• A idade das cavemas - A analise de taxas de crescimento de espeleotemas, em determinadas cavemas, demonstra a rapidez com que se desenvolvem. As grandes cavemas, como as conhecemos hoje, foram habitadas por humanos primitives no passado. Considerando-se que estas cavidades, em regioes calcarias, formaram-se de maneira relativamente rapida (dezenas a centenas de anos) ha poucos milhares de anos, os referidos seres nao podem ser mais antigos que suas pr6prias moradias.

• Hip6tese criacionista- Os humanos primitives estudados pelos antropologos sao, na verdade, seres p6s-diluvianos provavelmente marginalizados e destinados a lutar pela sobrevivencia, sob condivoes extremamente precanas, conseqiientemente, se degeneraram fisica e mentalmente. Habitavam em cavemas (Jo 30:3-8) em determinadas regioes da Africa e Asia, enquanto no Oriente Medic desenvolviam-se, simultaneamente, as grandes civilizavoes antigas, cujos representantes humanos foram os gigant~s d9 passado (Deut. 3: II).

XI - lmplica9oes Sociol6gicas do Evolucionismo

0 denominado .. darwinismo social" pode ser perfeitamente identificado ao Iongo dos ultimos 150 anos. Destacam-se os seguintes exemplos:

•A eugenia e a politica racial nazista - A triste associavao entre racismo e evolucionismo e o consequente nazismo, infelizmente, ja faz parte da hist6ria, ocasiao (II Grande Guerra) em que milhoes de judeus foram brutalmente eliminados.

•0 darwinismo do seculo XIX eo genocidio da Tasmania- A destruivao completa e definitiva de uma rava humana, praticada com requintes de crueldade por colonizadores .. mais evoluidos".

•Ota Benga. um pigmeu em exposicao num Zool6gico - A tragica historia de urn jovem africano tratado, literalmente. como parente proximo dos simios, sendo en tao colocado em uma jaula em companhia de urn orangotango.

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XII - Movimentos Concorrentes do Seculo XIX

Verifica-se, na hist6ria do seculo XIX, no final do grande periodo profetico de Daniel 8:14, epoca do surgimento do Movimento Adventista do qual fazemos parte, o impressionante sincronismo entre o desenvolvimento deste movimento e outros movimentos antagonicos, destacando-se a ja mencionada triplice Alianc;a (Comunismo Materialista, Espiritismo Moderno e Evolucionismo Darwinista). Este assunto deve ser estudado detalhadamente, a fim de que sejamos mais objetivos e operantes na nobre e solene missao que Deus nos conferiu - "Portanto ide, ensinai todas as na~oes ... ", S. Mateus 28:19- essa incumbencia certamente inclui a divulga<;ao do. Criacionismo.

Considerac;oes Finais: Integrando Ciencia, fe, Ensino e Aprendizagem

Nesse processo, os fatores filos6ficos e pedag6gicos sao muito importantes. Entretanto, no ponto de vista do autor, o envolvimento pessoal e diario com Deus (religiao biblica) e com a metodologia cientifica (ciencia natural), constituem a base para a efetiva integra<;ao, muito embora, na area de ciencias humanas a integra<;ao dos quatro fatores, provavelmente, ocorra mais naturalmente.

Pelo fato de estar diretamente envolvido com a geologia padrao, desde a gradua<;ao, onde o evolucionismo perrneia todas as materias. o autor necessariamente buscou, em outras fontes de informac;ao, a concilia<;ao entre a ciencia e a fe quando ainda estudante. Os poucos modelos criacionistas disponiveis, na area de Geologia, foram importantes mas nao o suficiente para evitar uma acentuada desmotiva<;ao para como curso. Hoje, a situac;ao ja e bern mais vantajosa para o estudante adventista, no que diz respeito a disponibilidade de textos geol6gicos com a visao criacionista.

A constante busca pelo crescimento, na ciencia e na religiao, idealmente, deve continuar ao Iongo da vida profissional. 0 autor experimentou a agradavel surpresa de encontrar, naturalmente, interessantes evidencias do grande cataclismo de Genesis 7 e 8, ao estudar em nivel de p6s-graduac;ao(USP), durante 12 anos, as rochas basalticas- produto do vulcanismo basaltico fissural, que alterou praticamente metade da superficie da Terra.

A integra<;ao ciencia, religiao, ensino e aprendizagem tern sido efetivamente vivenciada pelo autor, nos ultimos 7 anos, ao atuar como professor das disciplinas Geologia (cursos de Biologia e Engenharia Civil) e Ciencia x Religiao (varios cursos, nas areas de exatas, bio16gicas e humanas), no Centro Universitario Adventista- UNASP. Tern sido urn grande desafio ministrar Ciencia e Religiao, com enfase na controversia Criacionismo x Evolucionismo, para diferentes areas. 0 desejo deste autor e adaptar, na medida do possivel, este vasto tema as peculiaridades de cada area.

Na verdade, a perfeita integra<;ao entre ciencia, fe, ensino e aprendizagem somente se concretizara na presenc;a do Criador do Universo, do Salvador e do Grande Mestre -nosso Senhor Jesus Cristo.

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